Lar Chico Xavier - Curso de Passes
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CURSO DE PASSE (WWW.LARCHICOXAVIER.COM.BR)
Quando nos identificamos com o pensamento do Cristo e nos impregnamos da mensagem de que Ele se fez
Messias, sempre temos algo que dar em Seu nome, àqueles que se nos cercam em aflição.
Dentre os recursos valiosos de que podemos dispor em benefício do nosso próximo, destaca-se a imposição
das mãos em socorro à saúde alquebrada ou das forças em deperecimento. A recuperação de pacientes,
portadores de diversas enfermidades, estava incluída na pauta de tarefas libertadoras de Jesus.
De acordo com a Gênese do mal de que cada necessitado se fazia portador, Ele aplicava o concurso
terapêutico, restabelecendo o equilíbrio e favorecendo a paz.
"Impondo as mãos" generosas, cegos e surdos, mudos e feridos renovavam-se, tornando ao estado de bem-
estar anterior. Estimuladas pela força invisível que Ele transmitia, as células se refaziam, restaurando o
organismo em carência.
Com o seu auxílio, os alienados mentais eram trazidos de volta à lucidez e os obsidiados recobravam a
ordem psíquica em face dos espíritos atormentadores que os maltratavam, os deixarem.
Extáticos e catalépticos obedeciam-lhe à voz, quando chamados de retorno.
Esse ministério, porém, que decorre do amor, Ele nos facultou realizar, para que demos prosseguimento ao
Seu trabalho entre os homens sofredores do mundo.
Certamente que não nos encontramos em condições de conseguir os efeitos e êxitos que Ele produziu. Sem
embargo, interessados na paz e na renovação do próximo, é-nos lícito oferecer as possibilidades de que
dispomos, na certeza de que os nossos tentames não serão em vão.
Jesus conhecia o passado daqueles que O buscavam, favorecendo-os de acordo com o merecimento de cada
um. Outrossim, doando misericórdia de acréscimo, mediante a qual os beneficiados poderiam conquistar
valores para o futuro, repartindo os bens de alegria, estrada afora, em festa de corações renovados.
Colocando-se o cristão novo, às disposição do bem, pode e deve "impor as mãos" nos companheiros
desfalecidos na luta, nos que tombaram, nos que se encontram aturdidos por obsessões tenazes ou desalinhados
mentalmente...
Ampliando o campo de terapia espiritual, podemos aplicar sobre a água os fluidos curadores que
revitalizarão os campos vibratórios desajustados naqueles que a sorverem, confiantes e resolutos à ação salutar
da própria transformação interior.
Tal concurso, propiciado pela caridade fraternal, não só beneficia os padecentes em provas e expiações
redentoras, como ajuda àqueles que se aprestam ao labor, em razão destes filtrarem as energias benéficas que
promanam da Espiritualidade através dos mentores desencarnados e que são canalizadas na direção daqueles
necessitados.
É compreensível que se não devam aguardar resultados imediatos, nem efeitos retumbantes, considerando-
se a distância de evolução que medeia entre nós e o Senhor, máxime na luta de ascensão e reparação dos erros
conforme nos encontramos.
Ninguém se prenda, nesse ministério, a fórmulas sacramentais ou a formas estereotipadas, que distraem a
mente que se deve fixar no objetivo do bem e não na maneira de expressá-lo.
Toda técnica é valiosa, quando a essência superior é preservada. Assim, se distende o passe socorrista com
atitude mental enobrecida, procurando amparar o irmão agoniado que te pede socorro.
Não procures motivos para escusar-te.
Abre-te ao amor e o amor te atenderá, embora reconheças as próprias limitações e dificuldades, em cujo
campo te movimentas.
Dentre muitos que buscavam Jesus, para o toque curador, destacamos a força de confiança expressa no
apelo a que se refere Marcos, no capítulo cinco, versículo vinte e três do Evangelho: "E rogava-Lhe muito,
dizendo: - Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponha as mãos para que sare e viva.
Faze, portanto, a "imposição das mãos", com o amor e a "fé que remove montanhas", em benefício do teu
próximo, conforme gostarás que ele faça contigo, quando for a tua vez de necessidade.
Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 02 de abril de 1983, em Bucaramanga, Colômbia.
1. O Passe através dos tempos
"Os anais dos povos da Antigüidade formigam em narrativas circunstanciadas, que mostram o profundo
conhecimento que do magnetismo tinham os antigos sacerdotes.
Os magos da Caldéia, os brâmanes da Índia curavam pelo olhar.
Ainda hoje, na Ásia, os faquires cultivam com êxito as práticas magnéticas.
Os egípcios empregavam, no alívio dos sofrimentos, os passes e a aposição de mãos, como os executamos
ainda hoje.
Os romanos também tiveram templos onde se reconstituía a saúde por operações magnéticas.
Na Gália, os druidas e as druidesas possuíam em alto grau a faculdade de curar, como o atestam muitos
historiadores; sua medicina magnética tornou-se tão célebre que os vinham consultar de todas as partes do
mundo.
Na Idade Média, o magnetismo foi praticado, principalmente pelo sábios.
"Avicena, doutor famoso, que viveu de 980 a 1036, escreveu que a alma age não só sobre o corpo, senão
ainda sobre corpos estranhos que pode influenciar, a distância."
Os cristãos da Antigüidade difundiram com muita freqüência as práticas magnéticas, principalmente pelas
mãos do Cristo, quando fazia curas na Sua peregrinação evangélica pela Palestina. Disso, temos vários
exemplos relatados no Novo Testamento.
Encontramos nestas referências, o passe como prática habitual de cura ao tempo de Jesus e de seus
seguidores, quando as mãos aparecem como um dos veículos mais comuns de técnica de cura fluídica, além da
origem do termo "dom de curar" pelo apóstolo Paulo.
Com o Espiritismo, a prática magnética ressurge com mais freqüência, através do emprego do passe.
Surgiram, com a nova ciência, duas diretrizes: uma científica (Mesmer) e outra científica-religiosa (Kardec).
1.3. Magnetismo
O magnetismo animal, também conhecido como mesmerismo, visto ter sido Franz Anton Mesmer, doutor
pela Universidade de Viena o seu mais célebre renovador nos tempos modernos, esteve em voga nos fins do
século XVIII, adquirindo maior impulso na primeira metade do século XIX.
Na França, sobretudo, sumidades médicas ilustres prelados confirmavam a veracidade dos fenômenos
magnéticos, principalmente no que diz respeito a curas psíquicas, a diagnósticos e prescrições terapêuticas
fornecidas pelos sonâmbulos.
Ao próprio Pestalozzi, não teriam passado desapercebidos os relatos de extraordinárias curas conseguidas
pelos "passes" dos magnetizadores.
A iniciação de Kardec, que teve a sua curiosidade despertada para o magnetismo animal, assim que chegou
a Paris, deu-se aproximadamente em 1823, segundo ele próprio afirmou . E nos anos seguintes aplicaria parte
de seu tempo no estudo criterioso e equilibrado, teórico e prático do magnetismo, adquirindo, assim, sólidos
conhecimentos desta ciência.
"Magnetismo" é, na verdade, uma palavra usada de modo errado para uma forma de terapia que, atualmente,
é indicada com uma definição mais científica : "Medicina bioenergética" ou "terapia energética". A grande
vantagem da terapia energética é que pode ser aplicada em qualquer lugar, diretamente, sem fatores
intermediários. Se nos ativermos às diretivas, o método não apresentará o menor perigo, nem provocará reações
colaterais prejudiciais...
Quando duas mentes se sintonizam, uma passivamente e outra ativamente, estabelece-se entre ambas, uma
corrente mental cujo efeito é o de plasmar condições pelas quais o "ativo" exerce influência sobre o "passivo".
A esse fenômeno denominamos magnetização.
Assim, magnetismo é o processo pelo qual o homem, emitindo energia do seu perispírito, age sobre outro
homem, bem como sobre todos os corpos animados ou inanimados
Por volta de 1840, chegavam dois médicos humanitários ao Brasil. Eram Bento Mure e Vicente Martins,
que fariam da medicina homeopática verdadeiro apostolado. Muito antes da Codificação Kardequiana,
conheciam ambos os transes mediúnicos e o elevado alcance da aplicação do magnetismo espiritual.
Foram eles, os médicos homeopatas que iniciaram aqui os passes magnéticos, como imediato auxílio das
curas.
2. Definições - Conceito
"E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para
que sare, e viva" - Marcos 5: 23.
Jesus impunha as mãos aos enfermos e transmitia-lhes os bens da saúde. Seu amoroso poder conhecia os
menores desequilíbrios da Natureza e os recursos para restaurar a harmonia indispensável.
Nenhum ato do Divino Mestre é destituído de significação. Reconhecendo essa verdade os apóstolos
passaram a impor as mãos fraternas em nome do Senhor e tornavam-se instrumentos da Divina Misericórdia.
Atualmente, no Cristianismo redivivo, temos, de novo, o movimento socorrista do Plano Invisível, através
da imposição da mãos. Os passes, como transfusões de forças psíquicas, em que preciosas energias espirituais
fluem dos mensageiros do Cristo para os doadores e beneficiários, representam a continuidade do esforço do
Mestre para atenuar os sofrimentos do mundo.
Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de resultados tão sublimes quanto os obtidos por
Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes.
O Mestre sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer. É necessário, contudo, não desprezar-
lhe a lição, continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas.
Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus.
"Não importa a fórmula exterior. Cumpre-nos reconhecer que o bem pode e deve ser ministrado em seu
nome."
2.2. "A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de
mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora." (Allan
Kardec)
"É inequívoca a seriedade com que Kardec se postou ante a "mediunidade curadora". Tanto assim que a ela
se refere como uma "coisa santa", claramente ressaltando a nobreza de caráter da qual deve se revestir todo
aquele que se disponha a esse verdadeiro labor divino, a fim de agir, em todos os momentos, "santamente,
religiosamente". Mas, caráter nobre é formatura adquirida nos modos e hábitos diários e não apenas em certos
momentos, quase sempre vivenciados na esporadicidade de fundo imediatista, interesseiro ou comodista."
"Podemos analisar inicialmente alguns aspectos que dizem respeito às definições e menções que adiante
iremos apreciar. Isso porque não foi normalmente sob o nome passe, mas, via de regra, como "dom de curar",
"mediunidade curadora", "imposição de mãos", que o Codificador se referiu ao assunto em estudo. Além disso,
em diversas ocasiões tratou deste tema nominando-o, genericamente, "magnetismo", ainda que nessas
oportunidades não deixasse dúvidas sobre que tipo de magnetismo se referia."
A designação de mediunidade curadora dada por Kardec é o gênero de mediunidade que "consiste,
principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um
gesto, sem o concurso de qualquer medicação", já se percebe a abrangência com que ele tratou a matéria.
Uma outra verificação bastante comum é que, se formos analisar enciclopédias e dicionários, notaremos que
nem todas as referências existentes são em relação ao passe (no singular), que é a maneira usualmente
empregada tanto no meio Espírita como na literatura espiritualista em geral, mas, preferencialmente, aos passes
(no plural).
Importa ainda considerar que o termo "passe" tem significados distintos. Inicialmente era o passe apenas o
nome dado ao gesto (ou ao conjunto destes) com fins de se movimentar "eflúvios". Depois, entendido como
atividade de cura, generalizou-se como a própria prática da cura. No entendimento Espírita, ora é evocado
como um, ora como outro sentido. Apesar disso, na maneira como venha a se empregar o termo, "passe" tanto
pode ser entendido como uma terapia espírita, como uma parte do magnetismo, como uma técnica de cura ou
ainda como o sentido genérico da "fluidoterapia".
3. Noções
O passe espírita é uma transfusão de energias psíquicas e espirituais que alteram o campo celular. Não é
uma técnica. É um ato de amor. Não foi inventado pelo Espiritismo, mas foi estudado por ele. Jesus utilizava-o.
"Não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os
tratamentos" - (André Luiz - Opinião Espírita - Capítulo 55).
"...O passe é transfusão de energias fisio-psíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro
do bem cede de si mesmo em teu benefício" - (Emmanuel - Segue-me - Capítulo O Passe).
Não é uma técnica. É um ato de amor. Não foi inventado pelo Espiritismo, mas foi estudado por ele. Jesus
utilizava-o.
Quando duas mentes se sintonizam, uma passivamente e outra ativamente, estabelece-se entre ambas uma
corrente mental, cujo efeito é o de plasmar condições pelas quais o "ativo" exerce influência sobre o "passivo".
A esse fenômeno denominamos magnetização. Assim, magnetismo é o processo pelo qual o homem, emitindo
energia do seu perispírito (corpo espiritual), age sobre outro homem, bem como sobre todos os corpos
animados ou inanimados. Temos, portanto, que o passe é uma transfusão de energia do passista e/ou espírito
para o paciente.
Passe é, a transferência de energias psíquicas e espirituais. Existem pessoas que armazenam energias que
emanam do Fluido Cósmico Universal o que as colocam em condições de transmitirem essas energias a quem
esteja necessitado.
As energias doadas através dos passes, são forças magnéticas de variado teor. Podem ser colhidas dos reinos
da Natureza: mineral, vegetal, animal, hominal e de fluidos do plano espiritual.
A finalidade é a revitalização e reequilíbrio orgânico, perispiritual e psíquico; restabelecimento da
estabilidade neuro-vegetativa; auxilio e amparo.
O passista projeta correntes de fluidos finos e poderosos que agem provocando transformações nos
agrupamentos celulares, seja no corpo denso, seja no Perispírito.
O passe é sempre, segundo a visão espírita, um procedimento fluídico-magnético, que tem como principal
objetivo auxiliar a restauração do equilíbrio orgânico do paciente. Por orgânico, aqui, entenda-se a estrutura
completa do individuo - corpo físico, perispírito e Espírito.
4. Objetivos do Passe
O passe foi incluído nas práticas do Espiritismo como um auxiliar dos recursos terapêuticos ordinários. É,
portanto, um meio e não a finalidade do Espiritismo. No entanto, muitas pessoas procuram o centro espírita em
busca somente da cura ou melhora de seus males físicos, psicológicos e dos distúrbios ditos "espirituais"
Geralmente, as pessoas que assim procedem são nossos irmãos que desconhecem os fundamentos do
Espiritismo. Muitos vêem no Espiritismo mais uma religião, criada por Kardec. Outros ligam-no somente à
mediunidade, temendo sua prática, que envolveria o relacionamento com "almas do outro mundo". Ainda
outros associam-no a curas, e mesmo à fórmulas místicas para a solução de problemas financeiros, conjugais,
etc.
Há aqueles que, sem nada conhecer, tomam passes freqüentemente, por hábito, mesmo sem estarem
necessitando. Isso tudo resulta do desconhecimento doutrinário, de interpretações pessoais, da disseminação de
conceitos errôneos. É dever do centro espírita, por meio do seu corpo de trabalhadores, esclarecer os que o
procuram acerca dos objetivos maiores do Espiritismo, que gravitam em torno da libertação da criatura das
amarras da ignorância das leis divinas, alçando-a à perfeição.
Muitas vezes, a fé que leva as pessoas a procurarem os recursos do passe é cega. Desconhecem os seus
mecanismos, os seus efeitos e sua aplicação. A fé cega é mística. A fé verdadeira é uma força atrativa e
fixadora das energias benéficas.
Para entendermos os mecanismos do passe, é importante estudarmos seus objetivos, condições de aplicação,
comportamento do passista, estrutura do centro espírita e, não menos e talvez mais importante os fluidos e suas
leis, o que inclui a análise do perispírito, suas funções, suas propriedades. Tudo isso encontra-se exposto nas
obras básicas de Allan Kardec, notadamente no capítulo 14 de A Gênese, bem como em outras obras sérias,
como as de André Luiz, Léon Denis, Yvonne Pereira, Philomeno de Miranda, Jacob Melo, Luiz Gurgel e
outros.
1 - Em relação ao paciente;
2 - Em relação ao passista;
3 - Em relação à Casa Espírita.
O passe espírita objetiva o reequilíbrio orgânico (físico), psíquicos, perispiritual e espiritual do paciente.
Chega-se fácil a esta conclusão pela observação de que:
quando um paciente procura o passe, ele busca, com certeza, melhora para seu comportamento orgânico,
psíquico e/ou espiritual, o que já representa uma afirmativa desse objetivo; quando os médiuns sentem-se
"doando energias" e, por vezes, se fatigam após as sessões de passes, deixam claros indícios de que houve
"transferências fluídicas" em beneficio do paciente; na comprovação das melhoras ou curas dos pacientes,
novamente se confirma a tese; no estudo dos mais variados tratados e obras sobre o assunto, não há quem
discorde desse objetivo;
Não se deve, porém, confundir o objetivo do passe com o seu alcance. Erroneamente é comum se deduzir do
fato de alguém não ter sido curado num determinado tratamento fluidoterápico, este deixa de ter sua
objetividade definida. Tal raciocínio equivaleria a se condenar a Medicina tomando como base os casos que
não tiveram solução possível, ou se acusar um médico pelo fato de um paciente não responder a certos
medicamentos. O passe, como os medicamentos, tem seus objetivos bem definidos, ainda que, por
circunstancias a serem vistas mais adiante, nem sempre sejam alcançados satisfatoriamente. Isso, entretanto,
não os descaracterizam.
O Espírito Emmanuel assim se pronuncia: "Se necessitas de semelhante intervenção (do passe), recolhe-te à
boa vontade, centralize a tua expectativa nas fontes celestes do suprimento divino, humilha-te, conservando a
receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o
peso de tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por nós
todos, porque, de conformidade com as letras sagradas, 'Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as
nossas doenças'" (grifos originais).
Aqui encontramos toda uma definição de objetividade; um verdadeiro manual de orientação a quem vai se
beneficiar das benesses de um passe.
É a parte moral e espiritual do passe em destaque, convidando o paciente à humildade.
Lembremos Kardec quando nos informa que "A faculdade de curar pela imposição das mãos deriva
evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as
quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo
ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra... todas as qualidades
morais" ou seja: além de proporcionar a cura ou a melhora do paciente, deve o médium passista se esforçar por
melhorar-se moralmente, no fito de cumprir sua tarefa dignamente e de melhor favorecer aos objetivos do
passe.
Como médiuns, devemos ser conscientes de que temos no passe uma oportunidade sagrada de praticar a
caridade sem mesclas, desde que imbuídos do verdadeiro espírito cristão, sem falar na bênção de podermos
estar em companhia de bons Espíritos que, com carinho, diligência, amor, compreensão e humildade se
utilizam de nossas ainda limitadas potencialidades energéticas em beneficio do próximo e de nós mesmos.
Ademais, não olvidemos que somos, em maioria, iniciantes na jornada da evolução, pelo que vale a
advertência de Emmanuel nos recordando que "Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de
resultados tão sublimes quanto os obtidos por Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes. O Mestre
sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer. E necessário, contudo, não desprezar-lhe a lição,
continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas".
Pelo fato de ser simples, não se deve doar o passe a esmo, nem, tampouco, a fim de "dar aparências graves"
aos mesmos, alimentar idéias errôneas que induzam ao misticismo ou que venham a criar mistérios a seu
respeito. Por isso mesmo nos convida André Luiz... "Espíritas e médiuns espíritas, cultivemos o passe, no
veículo da oração, com o respeito que se deve a um dos mais legítimos complementos da terapêutica usual",
induzindo-nos, assim, à responsabilidade que devemos ter como médiuns passistas espíritas.
Para exercer tal função o médium passista deverá estar em perfeito equilíbrio físico e moral.
Existem, portanto, alguns requisitos básicos, segundo André Luiz, que são:
1. Desequilíbrio emocional;
2. Mágoa excessiva, ódio, raiva;
3. Paixões, cólera, azedume, descortesia, inveja, ciúme, vaidade, orgulho, intolerância;
4. Inquietude, depressões, risos escandalosos, choro histérico por qualquer razão;
5. Imoderação, críticas, palavrões, ironias, impaciência, exigências abusivas;
6. Vícios: fumo, drogas, remédios controlados, bebidas alcoólicas, desvios do comportamento.
A batalha moral contra os defeitos e as paixões aviltantes, deve ser encetada por todos e em especial pelos
que desejam servir na área dos passes. O primeiro passo está no combate aos vícios, vencendo-os com
persistência e tenacidade.
O equilíbrio do corpo está em relação direta com a harmonia do espírito, sem uma não existe o outro. Tudo
é mantido pela Lei de Equilíbrio através da energia fluídica.
O médium passista, juntamente com o estudo e a prática da caridade, necessitará de vigilância no seu campo
de ação, porque da sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles a quem se proponha socorrer.
Cabe ao Centro Espírita não apenas utilizar-se de seus médiuns para os serviços do passe mas igualmente
renovar os conhecimentos dos mesmos através de estudos, simpósios e treinamentos, buscando formar equipes
conscientes e responsáveis e se eximindo da limitação tão perniciosa de se ter apenas um médium dito
"especial", ou, o que não é menos grave, contar com pessoas portadoras apenas de boa vontade ao serviço mas
sem nenhum interesse em estudar, aprender ou reciclar conhecimentos, limitadas, quase sempre, às práticas do
"já faz tanto tempo que ajo assim" ou "meu guia é quem me guia e ele não falha nunca".
Afinal, já sabemos que tempo de prática, considerado isoladamente, não confere respeitabilidade ao passe,
assim como a tarefa, no campo da individualidade, é do médium e não de guias que o isente de participação e
responsabilidade.
Conscientizemos nossos passistas de suas imensas e intransferíveis responsabilidades pois se em todas
atividades de nossas vidas somos nós, direta e insubstituivelmente, responsáveis por nossos atos, que se há de
pensar daquela vinculada a tão nobilitante tarefa!
1. Conhecer, dominar e exercitar as técnicas adequadas de transmissão do passe, que devem basear-se na
simplicidade, na discrição e na ética cristã.
2. Associar corretamente as bases do fenômeno do passe com as unidades anteriores (concentração, prece
e irradiação), para melhor sentir essa transfusão de energias fluídicas vitais (psíquicas) e/ou espirituais,
através da imposição de mãos que facilite o fluxo e a transmissão dessas energias.
3. Compreender as necessidades das condições de ambiente, local e recinto adequado e situações
favoráveis ao exercício e aplicação do passe.
4. Observar com rigor as condições morais, físicas e espirituais e de conhecimento doutrinário que o
passista deve possuir, para desempenhar a atividade do passe com eficiência e seriedade.
5. Verificar, com especial cuidado, a forma correta e simples da aplicação do passe, evitando o
formalismo e as atitudes constrangedoras ou práticas esdrúxulas que fogem à discrição doutrinária
gerando condicionamentos e interpretações errôneas de sua aplicação.
6. Reconhecer e exercitar disciplinadamente a aplicação do passe, desapegado da mediunização ostensiva,
evitando o aconselhamento ao paciente (que deve ser feito em trabalho especializado), ciente de que tal
aplicação deve ser silenciosa, com unção cristã, associando ao máximo possível as suas energias às do
mundo espiritual, para maior eficiência no socorro prestado (vide Livro "Nos Domínios da
Mediunidade", Cap. 17).
7. Reconhecer que é dispensável o contato físico na aplicação do passe, o qual pode gerar barreiras e
constrangimento, atendendo à ética e à simplicidade doutrinarias, já que a energia que se transmite é de
natureza fluídica e, portanto, se faz através das auras (passista-paciente) e não pelo contacto da
epiderme, consoante se pode demonstrar atualmente por efeitos registrados em aparelhos (máquina
Kirlian). Ocorre um fluxo de energias como uma ponte de ligação de forças passista-paciente.
8. Conscientizar-se de que na tarefa de auxilio pelo passe o médium não deve expor-se, baseado apenas na
boa vontade, mas sim se precaver a benefício da própria eficiência do atendimento, observando as
condições necessárias à sua aplicação (ambiente, local, sustentação, etc), procurando desempenhar sua
função em Centro Espírita, evitando instituir atendimento em casa, exceto no Culto do Evangelho
quando perceber sua necessidade ou atender alguém enfermo em sua residência em situação de
emergência, tomando as precauções necessárias. Excepcionalmente, atender os necessitados que por
motivos de doenças, idade avançada, acidentes, etc, não podem locomover-se até o Centro Espírita,
tomando para isso as medidas de precauções necessárias para fazê-lo em equipe ou reunindo
companheiros seguros que possam auxiliar em tal tarefa.
9. Compreender e distinguir em que situações o resultado do passe pode ser benéfico, maléfico ou nulo,
preparando-se convenientemente para torna-lo sempre benéfico. O Centro Espírita deve possuir serviço
de passe em trabalho destinado ao publico com elucidação evangélico-doutrinária e orientação dos que
buscam o passe quanto às atitudes que devem observar para melhor receberem os seus benefícios. A
aplicação do passe deve ser feita em sala especial do Centro Espírita, atendendo as características de
Câmara de Passe. (Extraído do Manual de Aplicação do COEM pgs. 99,100 e 101).
5. Fluidos - Noções
Fluido é o elemento cósmico que dá origem a formação de todas as coisas e pelas suas conseqüentes
modificações.
O fluido cósmico universal é, nas palavras de Kardec, "a matéria elementar primitiva, cujas modificações e
transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza". Em outras palavras: é a matéria
primitiva básica a partir da qual todas as outras se formam.
Sua natureza é ainda pouco conhecida mas sabemos que:
i. são-Ihe inerentes as forças que presidiram as metamorfoses da matéria, as leis imutáveis que regem o
mundo. Na Terra, essas múltiplas forças são conhecidas sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade,
atração, magnetismo, eletricidade ativa, etc. E os movimentos vibratórios do fluido são conhecidos sob
os nomes de som, calor, luz, etc.
Em outros mundos, as forças se apresentam sob outros aspectos, revelam outros caracteres
desconhecidos na Terra. "Cada orbe possui" (a lei de fluidos) "de conformidade com sua organização
planetária" Emmanuel ("O Consolador", pergunta 23) "Na imensa amplidão dos céus, forças em
número indefinido se têm desenvolvido numa escala inimaginável, cuja grandeza somos tão incapazes
de avaliar, como o é o crustáceo, no fundo do Oceano, para apreender a universalidade dos fenômenos
terrestres" (GEN. VI, item 1 0)
"Queira ou não, cada alma possui no próprio pensamento a fonte inestancável das próprias energias.
Correntes vivas fluem do íntimo de cada Inteligência, a se projetarem no "halo energético", estruturando-lhe a
aura ou atmosfera psíquica, à base de cargas energéticas constantes, conforme a natureza que lhe é peculiar, de
certa forma semelhantes às correntes de força que partem da massa planetária, compondo a atmosfera que a
envolve." (André Luiz).
O Fluido Vital é uma das combinações do F.C.U., e nos seres orgânicos - homens, plantas e animais - é
responsável pela animação da matéria. O Fluido Vital pode ser conhecido por Magnético ou Elétrico.
O Fluido Vital pode ser transmitido de um elemento para outro.
O Fluido Vital, também chamado de 'princípio vital', é uma forma modificada do fluido cósmico universal.
Ele é o elemento básico da vida. Vida aqui considerada no sentido atribuído pela ciência, que só caracteriza
pelos fenômenos do nascimento, crescimento, reprodução e morte.
Observe que nessa categoria, evidentemente, não se incluem os Espíritos, já que não satisfazem, pelo
menos, as duas últimas condições - reprodução e morte.
Em "A Gênese", Kardec assegura que pela morte, o princípio vital se extingue". Do fato é a existência, ou
não, do fluido vital que distingue um corpo vivo do outro sem vida.
Apesar de já contarmos, ao nascer, com certa quantidade do fluido vital, o nosso corpo precisa ser
constantemente suprido deste fluido, em razão da sua constante utilização, principalmente nos processes
ligados ao metabolismo.
É, contudo, característica dos seres vivos a capacidade do produzir fluido vital, continuamente, a partir do
fluido cósmico universal, como também a capacidade de absorvê-lo diretamente, a partir dos próprios
alimentos. Uma outra possibilidade de absorção do fluido vital é através da transfusão fluídica.
Kardec refere claramente essa possibilidade quando afirma que: "O fluido vital se transmite de um indivíduo
a outro". É justamente essa propriedade, característica do fluido vital, um dos fundamentos em que se baseia o
passe.
No mesmo capítulo da obra de Kardec citada acima encontramos ainda a informação: "A quantidade do
fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e não é constante no mesmo
indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie."
Realmente, na infância, a capacidade de processar o fluido cósmico para a produção do fluido vital é muito
acentuada. Essa capacidade se mantém mais ou menos inalterada durante a juventude, mas a partir do certa
idade ela torna-se bastante reduzida, fato este que leva a uma diminuição progressiva da vitalidade do
indivíduo, levando ao envelhecimento geral do organismo.
A morte ocorre quando o organismo perde a capacidade de produzir e reter uma certa quantidade mínima de
fluido vital - morte natural - ou quando uma lesão mais séria no corpo físico provoca uma taxa de escoamento
desse fluido em quantidades superiores a sua capacidade de produção - morte acidental.
Não devemos confundir fluido vital com irradiações mentais especificamente categorizadas. O fluido vital é
conseqüência das usinas celulares físicas, cujo conjunto lhe dá um sentido, embora o psiquismo possa
influenciar, como realmente influencia, pelas condições emocionais e decisões da vontade; isso quer dizer que
o campo do fluido vital poderá sofrer variações de acordo com a vontade do indivíduo, ao lado do momento
psicológico que exterioriza.
No organismo a zona que maior concentração possui dessas energias é a massa sanguínea; esse setor
líquido, de viscosidade apropriada, em volta de 5 ou 6 litros, no adulto, será a sede e fonte dos grandes
mecanismos que a vida física pode oferecer. Em seu bojo, a massa sanguínea carrega a própria vitalidade do
indivíduo.
O homem, ser vivo mais expressivo na escala da vida e por já possuir o mecanismo da conscientização, terá
grandes responsabilidades com o que irradia através dos seus atos cotidianos, das suas atitudes perante os
semelhantes e, principalmente, diante dos seres inferiores; agredi-los, sob qualquer pretexto, é destoar dentro da
lei de equilíbrio e modificar as vibrações de seu fluido vital no cadinho planetário.
Quanto mais malversarmos com as nossas atitudes os mecanismos da vida, sem obediência a princípios
sadios, sem a vontade de acertarmos no bem e sem cultivarmos as razões do intelecto, seremos produtores de
"aglutininas deletérias" como resultado das irradiações malsãs de nosso fluido vital. Porém, se nos
equilibrarmos em atitudes construtivas, se desenvolvermos o bem sob qualquer tonalidade, estaremos
esparzindo fluidos benéficos, mesmo que as nossas possibilidades sejam reduzidas.
Os seres do mundo espiritual, por não possuírem fluido vital, é que necessitam do nosso concurso, como
indispensável, para muitas das tarefas assistenciais a que se propõem.
• o da luz peculiar ao mundo espiritual (a qual, por suas causas e efeitos, é diferente da luz do mundo
material)
• o da veiculação do pensamento (tal como, na Terra, o ar veicula o som).
Os espíritos agem sobre os fluidos espirituais com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a
vontade são para o Espírito o que a mão é para o homem.
Pelo pensamento os Espíritos imprimem aos fluidos esta ou aquela direção. Eles os aglomeram, os
combinam ou dispersam.
O pensamento do Espírito Encarnado age sobre os fluidos espirituais da mesma forma, transmitindo-se, de
Espírito a Espírito, pela via do Perispírito.E, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos
circundantes.
Para que se alterem as qualidades e propriedades dos fluidos não é necessário que o pensamento se
exteriorize por palavras, basta a sua irradiação que sempre existe, desde que se pensou. O pensamento produz
uma espécie de efeito físico que age sobre o mundo moral e o próprio ambiente, alterando a atmosfera
espiritual.
Da mesma forma que um pensamento mau, viciado, produz sensações más, um pensamento bondoso, de
amor, produz sensações salutares e reparadoras.
Allan Kardec pergunta: "Como fugiremos à influência dos maus Espíritos que pululam em torno de nós?
"O meio é simples, porque depende da vontade do homem. Os fluidos se combinam pela semelhança de
suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos".
"...A vontade, em todos os fenômenos, desempenha papel relevante. A vontade é atributo do Espírito e com
essa alavanca ele atua sobre a matéria elementar, reagindo sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas
(atômicas) vêm assim a ficar transformadas. A vontade é atributo do Espírito, seja encarnado ou desencarnado.
Assim se explica a faculdade de cura de certas pessoas, pelo contato e pela imposição de mãos (passes),
faculdade que algumas pessoas possuem em grau mais ou menos elevado".
Qualidade dos Fluidos
"O fluido magnético tem duas fontes distintas: os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados. Essa
diferença de origem produz uma grande diferença na qualidade do fluido e nos seus efeitos" - (Revista Espírita
- Ano VII - setembro 1865 - Volume 9, páginas 249 e seguintes).
"O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado; o
dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam
uma cura mais pronta. Mas, passando através do encarnado pode alterar-se... Daí, para todo médium curador, a
necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral..." - (Revista Espírita - Ano VII - setembro 1865 -
Volume 9, páginas 249 e seguintes).
Os fluidos dos Espíritos inferiores podem ter propriedades maléficas para o homem, principalmente se o
Espírito for impuro e animado de más intenções. O fluido emanado de um corpo malsão, pode inocular
princípios mórbidos no enfermo. Portanto o fluido do passista pode ser salutar ou insalubre, conforme ele for
um bom ou mau indivíduo.
Os fluidos não têm denominações especiais; como os odores são designados por sua propriedades, seus
efeitos e seu tipo original.
ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, violência, hipocrisia, vaidade, bondade, doçura, benevolência,
compaixão, amor, caridade, etc.
Do ponto de vista físico são:
• Benéficos,
• Maléficos e
• Nulos.
Benéficos
Dependem do passista que deve estar nas seguintes condições:
Maléficos
Dependem do passista quando este está:
• Pela emissão de maus pensamentos suas defesas estão nulas e não pode neutralizar os fluidos
grosseiros emitidos pelo passista despreparado.
Nulos
Dependem do paciente quando:
• Embora a ajuda seja boa por parte do passista, o paciente se coloca em posição impermeável
(descrença, zombaria, leviandade, aversão);
• Quando consegue neutralizar os fluidos grosseiros do passista mal preparado, através da fé e da prece.
Fechando o Conceito
(...) Para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis, desde que esses fluidos
benéficos sejam dos Espíritos Superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isso a PRECE e a
invocação são necessárias. Mas para Orar, e sobre tudo, orar com fervor, é preciso fé.
Para que a prece seja escutada, é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um sentimento de
benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem
desinteresse. Sem essas condições o MAGNETIZADOR, privado da assistência dos bons espíritos, fica
reduzido às suas próprias forças (...). (Médiuns Curadores - Revista Espírita - jan. 1864 - pag. 9)
Como vimos, o fluido cósmico universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, do qual são
transformações. Pela identidade de sua natureza, este fluido, condensado no perispírito, pode fornecer ao corpo
os princípios reparadores; o agente propulsor é o Espírito, encarnado ou desencarnado, que infiltra num corpo
deteriorado uma parte da substância de seu envoltório fluídico.
A cura se opera pela substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. A potência curadora estará,
pois, na razão da pureza da substância inoculada; ela depende ainda da energia da vontade, a qual provoca uma
emissão fluídica mais abundante e dá ao fluido uma força maior de penetração; depende, enfim, das intenções
que animam aquele que quer curar, quer seja ele homem ou espírito.
Os fluidos que emanam de uma fonte impura são como substância medicamentosas alteradas. "O
pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnado, e se transmitem de
Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes".
"O perispírito dos encarnados sendo de natureza idêntica a dos fluidos espirituais, ele os assimila com
facilidade como uma esponja se embebe de um líquido, dependendo, é claro, da lei de sintonia e afinidade.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acham
em contato molecular; se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus,
a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos os eflúvios maus podem causar desordens físicas; não é
outra a causa de certas enfermidades".
Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repara-la; pode
então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa
palavra: pela fé do doente.
Um fluido mau, não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Preciso se faz expelir um fluido mau
com o auxílio de um fluido melhor. O poder terapêutico está na pureza da substância inoculada, mas depende
também da energia da vontade que, quanto maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e maior força
de penetração dará aos fluidos.
A água fluidificada
É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades
poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou se
quiserem, de reservatório.
A água dita "fluidificada" é, na verdade, um veículo de recursos medicamentosos que atuam no perispírito.
Indiretamente, contribui para o restabelecimento do corpo carnal. Em seu livro Fluidos e Passes Therezinha
Oliveira assim se refere à ação da água fluidificada (p. 89): Ao ser ingerida, [...] é metabolizada pelo
organismo, que absorve as quintessências que vão atuar no perispírito, à semelhança de medicamento
homeopático. A água fluidificada é indicada nos casos de carência fluídica, comuns quando há desequilíbrio
emocional, debilitação orgânica por enfermidade, nos desgastes por processo obsessivo, nas lesões de órgãos,
etc.
Sendo uma espécie de medicamento, não devemos abusar de sua utilização, tornando sua ingestão um
hábito indiscriminado.
A água pode ser fluidificada para uso geral ou para determinado enfermo. Isso deve ser claramente
considerado quando mobilizamos a nossa vontade com o objetivo de preparar a água. Como no último caso a
água adquire propriedades específicas para a pessoa que temos em vista, não deve ser usada por outras pessoas.
Para fluidificar a água não é necessário impor as mãos sobre ela. Muito receptiva aos fluidos espirituais, a água
se torna remédio salutar pela ação da prece em ambientes de silêncio e respeito, onde há vontade ardente de
ajudar o semelhante necessitado. Como o passe, a fluidificação é uma tarefa executada pelos Espíritos bons
com a ajuda dos recursos humanos.
6. Perispírito - Conceito
Continuando nos diz: "O laço ou perispírito... é uma espécie de envoltório semi-
material...", "...destruído o corpo material, o Espírito conserva o perispírito, que constitui
para ele um corpo etéreo".
Para corroborar as conclusões a que chegamos, é importante a análise dos trechos das
obras de Allan Kardec, a seguir:
Kardec nos traz e nos ensina sobre a existência do Fluido Cósmico Universal.
2. André Luiz , em "Evolução em dois mundos", cap.I, Fluido Cósmico, informa: "O
fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador... Nesse elemento primordial,
vibram e vivem, constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano".
Constata-se, assim, experimentalmente, a existência do Fluido Cósmico Universal,
cientificamente denominado Bioenergia. Questão de forma, não de fundo.
No anúncio à comunidade científica, expôs-se que, "O homem é muito mais do que
uma máquina, e a fotografia Kirliana demonstra mais dimensões que supúnhamos".
Todas as coisas vivas possuem não só um corpo físico, constituído de átomos e
moléculas, mas também, um corpo energético equivalente:
Classificação
Podemos classificar o Perispírito da seguinte maneira:
• Função;
• Forma;
• Organização;
• Propriedades.
Função
Forma
Organização
Propriedades
a. Penetrabilidade;
b. Elasticidade;
c. Irradiação;
d. Tangibilidade;
e. Plasticidade;
f. Absorção;
g. Bicorporeidade;
h. Emancipação;
Conclusões
Fechando o Conceito
Os Centros de Força são acumuladores e distribuidores de força espiritual, situados no Perispírito. Têm
centros equivalentes/correspondentes nos Plexos situados no corpo físico.
Os Centros de Força são turbilhões ou vórtices que servem de ligação e captação das vibrações e dos
elementos fluídicos do plano astral, que nos atinge através da parte astral do nosso corpo que são os Plexos.
No homem comum, os Centros de Força apresentam-se como um círculo de mais ou menos 5 cms. de
diâmetro, quase sem brilho. No homem de vida espiritual elevada, apresenta-se, sempre, como um vórtice
luminoso e fulgente.
Os Centros de Força principais localizam-se no Perispírito em regiões anatômicas correspondentes as do
corpo físico.
"No perispírito possuímos todo o equipamento de recursos automáticos que governam os bilhões de
entidades microscópicas a serviço da inteligência, nos círculos de ação em que demoramos, recursos estes,
adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da atividade
anímica, assim que, segundo a atividade funcional dos órgãos relacionados a fisiologia terrena, nele
identificamos os centros de força".
A base dos trabalhos de passes centram-se no conhecimento desses Centros e na real aplicação das energias
radiantes.
Distribuem, controlam, dosam as energias que o nosso corpo necessita; Regulam, sustentam os sentimentos
e as emoções; Alimentam as células do pensamento; Levam as sensações do corpo físico para o Espírito;
Captam as energias e as influências exteriores.
No processo de irradiação para os passes transmitimos aos outros, pelo mecanismo da nossa vontade, a
carga de força vital que dispomos para doar.
Essa energia ou força vitalizadora que doamos e que é distribuída pelos Centros de Força vem do Fluido
Cósmico Universal. Ao ser absorvido ele é metabolizado pelo centro coronário, em fluido espiritual, uma
energia vitalizadora, imprescindível para a dinâmica do nosso corpo físico, sentimentos, emoções e
pensamentos.
Após a metabolização essa energia circula pelos outros Centros de Força e é canalizada através da rede
nervosa para todo o organismo com maior ou menor intensidade de acordo com o estado emocional da criatura,
porque eles estão subordinados às impulsões da mente.
Plexos
Plexo, derivado do latim, "plessus", quer dizer enlaçamento. Entrelaçamento de muitas ramificações de
nervos ou filetes musculares, vasculares. O Sistema Nervoso é complexo e permeia todo o corpo físico denso
em verdadeiro cipoal de linhas, pois as células se tocam, uma na outra, pelos dendritos, e os nervos formam
"cordões".
No entanto, em certos pontos do corpo as células nervosas foram uma espécie de rede compacta,
entrecruzando-se abundantemente, em conglomerados complexos e emaranhados, que parecem nós de uma
linha embaraçada. A medicina chama a esses pontos plexos nervosos. Existem bastante no corpo, mas alguns
são considerados de maior importância, pela localização e pelo trabalho que realizam. A localização dos
Centros de Força no perispírito corresponde à dos plexos no corpo físico. Os Centros de Força e os plexos
vibram em sintonia uns com os outros ao poder da mente, que os dirige.
Os Centros de Força se conjugam nas ramificações dos plexos. André Luiz nomeia os Centros de Força, da
seguinte forma:
Plexo (corpo físico) Localização CF (Perispírito).
Iniciaremos nossas explicações pelos Centros de Força localizados na parte inferior do corpo:
Genésico
Este centro quando usado apenas para satisfação dos desejos inferiores, pode tornar-se fator de
desequilíbrio; quando usado com sabedoria e dignidade, para o amor, representa a energia fundamental da vida.
Fisicamente, corresponde ao Plexo Sacro, com seis pares de nervos sagrados, de onde sai o nervo ciático para
as pernas. Regula as atividades ligadas ao sexo e a reprodução. Relaciona-se com os plexos sacro e lombar.
Responsável pelos órgãos reprodutores e das emoções daí advindas. Como nos diz André Luiz, nele se
assenta o santuário do sexo. É responsável não só pela modelagem de novos corpos físicos como pelos
estímulos criadores com vistas ao trabalho, à realização e associação entre as almas. São essas energias sexuais
quando equilibradas que levam os homens a pesquisar no campo da Ciência e da Tecnologia, com vistas a
descobrir remédios, vacinas, inventar aparelhos e máquinas que visem a melhorar a qualidade de vida dos
homens. Essa força, que revigora o sexo, pode ser transformada em vigor mental, alimentando outros Centros
de Força. Leva a pessoa a criar no ramo das artes, da literatura ou a outras atividades no campo cultural.
As pessoas que já conseguem viver em regime de castidade, sem tormento mental, podem canalizar estas
energias para o trabalho em benefício do próximo. Grande número de abusos e desvios sexuais é causado pelo
desequilíbrio desse chackra que levam as pessoas a desregramentos.
Esplênico
Situado na altura do baço. É um dos responsáveis pela vitalização do organismo, absorvendo intensamente a
energia vibratória e distribuindo-a. Regula a circulação dos elementos vitais cósmicos que após circularem,
eliminam-se pelos poros. Ligam-se ao Esplênico, as entidades que visam sugar a energia vital da criatura e a
estes espíritos denominamos de "vampiros", em um sentido subjetivo mas de resultados objetivos. No corpo
físico corresponde ao Plexo lombar, formado pelos nervos lombares e atingindo os rins. Quando o paciente está
sob o domínio de Entidades vampirizadoras, apresentará repercussão em toda a região lombar, abdominal e, às
vezes, genital, com tremores nas pernas, palidez acentuada e sensação de fraqueza geral. Responsável pelo
funcionamento do baço, pela formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue. É um dos
responsáveis pela vitalização do organismo.
Gástrico
Localizado mais ou menos entre o umbigo e o estômago, exprime a emotividade em nível pessoal e
humano. É muito usado pela Humanidade o que o torna um Centro muito perturbado. Nesse nível são as
paixões que influenciam e condicionam os homens e suas opiniões, decisões e ações.
A nível etérico, se há uma imaturidade quanto ao aspecto emotivo, a energia cósmica não fluirá em direção
ao Centro Cardíaco, permanecendo bloqueada. No Centro Gástrico operam as ligações, por fio fluídico, dos
Espíritos sofredores e obsessores.
No corpo físico é formado por dois gânglios semibiliares, logo acima do pâncreas, enerva o estômago,
intestinos, fígado, etc... Responsável pelos aparelhos digestivo e urinário. Responsável pela absorção dos
alimentos.
Relaciona-se com o plexo solar. Neste chacra é que se operam as ligações de Espíritos sofredores e
obsessores nas reuniões mediúnicas.
Cardíaco
Está localizado na altura do coração. Diz respeito ao princípio espiritual do ser; governa o sistema
circulatório. Nas criaturas menos evoluídas deixa-se influenciar pelas vibrações do Gástrico que transfere ao
Centro de Força Cardíaco as emoções descontroladas e inferiores. No corpo físico está situado na bifurcação da
traquéia, enervando a aorta, a artéria pulmonar, o coração e o pericárdio. Este Centro e igualmente o Plexo
correspondente é largamente usado e comprometido com as tarefas dos passes; aí, ligam-se, por fio fluídico, os
Mentores da Casa e os próprios Guias dos passistas, quando estes oram para os trabalhos. Controla e regula as
emoções. Comanda os sentimentos. É responsável pelo funcionamento do coração e do sistema circulatório,
presidindo a purificação do sangue nos pulmões e ao envio de oxigênio a todas as células, por meio do sistema
arterial.
É pelo Centro de Força Cardíaco, que se ligam os mentores dos médiuns, quando estes "incorporam"
sobretudo para trabalhos de passes e curas e para todos os que afetam o sentimento de amor. Este é o chakra
que vibra fortemente quando sentimos simpatia, empatia, amor, piedade ou compaixão por nossos semelhantes.
Ele é também utilizado pelos Espíritos para os efeitos físicos, pois atua na corrente sangüínea, produzindo
maior abundância de plasmas e exteriorizando-os (ectoplasma) pelos orifícios do corpo do médium (boca,
nariz, ouvidos, etc...). Com esse ectoplasma se formam as materializações.
Laríngeo
Este centro regula as funções da psicofonia e todas as atividades ligadas ao uso da palavra, principalmente
na área mediúnica, devendo ser bem reativado nos médiuns de psicofonia. No corpo físico possui dois gânglios
que suprem a laringe e a base da língua, ativa os músculos da laringe, e é constritor da faringe e das cordas
vocais. A influência do Plexo correspondente, que podemos chamar Cervical, também, provoca fenômeno
bastante comum no médium, que sente peso na área e ouve, antes de falar, as palavras que vai pronunciar.
Domina totalmente o aparelho fonador, desde os músculos involuntários dos pulmões, para a expulsão
controlada do ar a ser utilizado na fala. Controla os órgãos da respiração, da fala e das atividades do timo, da
tiróide e paratireóides.
É um Centro de Força muito desenvolvido nos grandes cantores e oradores. ele apura não só a emissão da
voz, que se torna agradável e musical, como ainda das palavras. Neste Centro de Força se liga por fio fluídico
os espíritos que dão mensagens psicofônicas, na chamada incorporação ou psicofonia, quando o médium
reproduz até mesmo, por vezes, a voz do espírito, seu sotaque e, em alguns casos, a língua original do
comunicante, desconhecida pelo médium, no fenômeno denominado xenoglossia.
A vibração deste Centro de Força, captando ondas mais elevadas, presta-se a ligar-se aos mentores guias,
que o utilizam com freqüência, na psicofonia.
Controla, também, o chamado "passe de sopro", fornecendo energia ao ar expelido pelos pulmões do
médium.
Frontal
É responsável pela vidência e audiência, no plano astral. E é, ainda, responsável pela integração, síntese,
clareza de raciocínio e pela percepção intelectual. No corpo físico é formado por 3 pares de gânglios intra-
cranianos, no trajeto dos trigêmeos. Ele tem grande atividade na recepção mediúnica quando impressionado
pelo Centro de Força Frontal. É também chamado de Plexo Craniano. Tem ligação direta com a hipófise,
sensibilizando toda a região otorrino-oftalmológica, despertando odores e estimulando outras glândulas
endócrinas que aumentam a produção hormonal. A principal função deste Centro é desenvolver no homem o
ser interior, a intelectualidade e a evolução espiritual. Tem grande influência sobre os demais. Relaciona-se
materialmente com os lobos frontais do cérebro. Trabalha em movimentos sincrônicos e de sintonia com o
Centro Coronário, do qual recolhe os estímulos mentais, transmitindo impulsos e anseios, ordens e sugestões
aos órgãos e tecidos, células e implementos do corpo por que se expressa.
É responsável pelo funcionamento dos Centros de Inteligência. Comanda os 05 (cinco) sentidos:
• visão,
• audição,
• tato,
• olfato,
• paladar.
Coronário
Situado no alto da cabeça, na direção da glândula pineal. Não tem correspondente em nenhum Plexo
nervoso, no corpo físico. É o grande receptor e distribuidor das energias espirituais. Através do Coronário as
energias espirituais atingem todos os Centros, e, por outro lado, as energias emanadas dos outros Centros o
atingem diretamente. Ele é, então, captador e doador.
"(...) por expressão máxima do veículo que nos serve presentemente, o Centro coronário, que na Terra, é
considerado pelo filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, pode ser o mais significativo em razão do
seu alto potencial de radiações, de vez que nele assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência.
Este Centro recebe em primeiro lugar os estímulos do espírito, comandando os demais, vibrando todavia com
ele em justo regime de interdependência. Dele emanam as energias de sustentação do sistema nervoso sendo o
responsável pela alimentação das células do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos
indispensáveis à estabilidade orgânica. É, por isso, o grande assimilador das energias solares e dos raios da
Espiritualidade Superior capazes de favorecer a sublimação da alma."
Relaciona-se materialmente com a epífise ou glândula pineal. Está instalado na região central do cérebro.
A auréola dos santos, retratada por muitos artistas, representa a irradiação luminosa do centro coronário.
A Epífise
As funções só organismo animal são reguladas por dois sistemas principais: o nervoso e o hormonal ou
endócrino.
Este é constituído por várias glândulas que segregam hormônios, que significam estímulo. Os hormônios
são lançados na circulação sangüínea, sendo transportados para as diferentes partes do organismo.
As glândulas endócrinas são: pâncreas, paratireóides, epífise ou pineal, pituitária ou hipófise, tireóide, renais
ou supra-renais e sexuais (ovários e testículos).
A epífise, glândula de forma piriforme, é um corpo ovóide, com as dimensões de uma ervilha mediana e
repousa sobre o teto mesencefálico.
"Descartes considerava a glândula pineal a sede da Alma". (Anatomia e Fisiologia Humanas, de A.
Almeida Júnior; Editora Nacional, 8a parte, cap. 40)
"A anatomia comparada viu nela apenas um órgão em regressão: o olho pineal."
Em "Missionários da Luz", cap. 2, André Luiz observa que no médium, em serviço mediúnico, essa
glândula transforma-se em núcleo radiante, e, em derredor, seus raios formam um lótus de pétalas sublimes.
Relembra que, segundo os "orientadores clássicos terrestres", as funções da epífise circunscreviam-se ao
controle sexual, no período infantil, velador dos instintos até uma certa idade, em que a atividade sexual
pudesse deslizar com regularidade. Aí, decrescia em força, relaxava-se, quase desaparecia, para que as
glândulas genitais a sucedessem no campo da energia plena. Diz ainda: "Não se trata de órgão morto. É a
glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida,
continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre".
"Enquanto no período do desenvolvimento infantil, fase de reajustamento desse centro importante do corpo
perispiritual preexistente, a epífise parecer constituir o freio às manifestações do sexo; entretanto, há que
retificar observações. Aos quatorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas atribuições
essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representa controle é fonte criadora e válvula
de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao conceito orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de
sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade; examina o
inventário de suas paixões vividas noutras épocas, as quais reaparecem sob fortes impulsos."
Continua André Luiz: "A glândula pineal preside os fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de
elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as
existências umas às outras, na seqüência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das
faculdades criadoras de que a criatura se acha investida". (Corpo etéreo, igual Perispírito).
As glândulas genitais são "demasiadamente mecânicas, para guardarem os princípios sutis e quase
imponderáveis da geração. Acham-se absolutamente controladas pelo potencial magnético de que a epífise é a
fonte fundamental".
As glândulas segregam os hormônios do sexo, mas a pineal segrega "hormônios psíquicos" ou "unidades-
força" que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. "Os cromossomos da bolsa seminal não lhe
escapam à influenciação absoluta e determinada".
Prossegue André Luiz: "Segregando delicadas energias psíquicas, a glândula pineal conserva ascendência
em todo o sistema endócrino. Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, comanda
as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. As redes nervosas constituem-lhe os fios
telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua direção efetuam-se os
suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos dos órgãos".
"De modo geral, todos nós, agora ou no pretérito, viciamos esse foco sagrado de forças criadoras,
transformando-o num ímã, relaxado, entre as sensações inferiores de natureza animal..."...do que "decorrem os
dolorosos fenômenos da hereditariedade fisiológica, que deveria constituir, invariavelmente de aquisições
abençoadas e puras". Daí, a necessidade de regras morais.
"Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feição
religiosa. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade".
Na morte física não adianta exibir gestos e palavras convencionais, se o homem não cogitou da reforma
íntima. Sentimentos profundos, no instante extremo, cooperam, decisivamente, nas atividades de regeneração,
mas não representam a realização precisa.
"Receber um corpo, nas concessões do reencarnacionismo, não é ganhar um barco para nova aventura, ao
acaso das circunstâncias; significa responsabilidade definida nos serviços de aprendizagem, elevação ou
reparação, nos esforços evolutivos ou redentores", conclui André Luiz.
Os materialistas colocam o esporte, em todas as suas modalidades, como terapia para canalização das forças
nervosas (secreções elétricas da epífise), contra os possíveis perigos de sua excessiva acumulação, no sentido
de preservar a juventude, a plástica e a eugenia.
Tal prática pode ser, no máximo, leve atenuante, mas não socorro definitivo.
O único esporte completo, servindo como cura definitiva para os excessos no campo sexual, é a educação
cristã. Jesus ensinou: "A virtude como esporte da alma".
No campo mediúnico, a epífise impulsiona e intensifica o poder de emissão e recepção, de acordo com
nossa esfera espiritual - Lei da Sintonia.
Fechando o Conceito
O fato de o corpo físico constituir o reflexo do corpo espiritual, vem, por sua vez, retratar em si o corpo
mental que lhe preside a formação.
O corpo mental, como explica André Luiz em "Evolução em Dois Mundos", "é o envoltório sutil da mente",
que não pode ser mais bem definido" por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre".
Do ponto de vista de sua constituição e função, o Perispírito é o veículo, por excelência, para o trabalho nas
esfera espiritual, após a morte, "com sua estrutura eletromagnética algo modificada no que tange aos
fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja".
É nesse santuário vivo, de "formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica,
em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se
distribuem mais ou menos à feição das partículas calóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se, no
espaço, segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos, conforme o campo mental a
que se ajustem" (Evolução em Dois Mundos, cap. II), que a criatura continua a sua jornada evolutiva nos
domínios da experiência.
Nesse santuário, o Espírito possui todos o equipamento de recursos automáticos que governam bilhões de
entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação, como recursos adquiridos
vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforços e recapitulação nos diferentes setores da evolução
da alma.
O Perispírito rege a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, através dos Centros
de Força, que "são fulcros energéticos, que, sob a direção automática da alma, imprimem nas células e
especialização". (Assistência Espiritual, cap. III, Moacyr Petrone).
No livro "Entre a Terra e o Céu", cap. XX, diz André Luiz que o Psicossoma está intimamente regido por
sete Centros de Força, que se conjugam nas ramificações dos plexos, e, vibrando em sintonia uns com os
outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem um veículo de células elétricas, como um campo
eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado.
O crescimento do influxo mental está na medida da experiência adquirida e arquivada pelo próprio Espírito.
Pensamentos viciados implicam em desarmonia nos Centros de Força e, conseqüentemente, no corpo físico.
Ainda no livro "Entre a Terra e o Céu," cap. XX, André Luiz sugere que se faça a análise da fisiologia do
Perispírito, classificando os seus Centros de Força e aproveitando a lembrança das regiões mais importantes do
corpo terrestre.
Em "Evolução em Dois Mundos", cap. II, André Luiz complementa: "o ponto de interação entre as forças
determinantes do Espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas. Desse ponto, parte a corrente de energia
vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve,
transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto
esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais
implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios efeitos agradáveis ou não de nossa
influência e conduta. A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que
a circundam, e o centro coronário incumbe-se, automaticamente, de fixar a natureza da responsabilidade que
lhe diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou não de sua movimentação consciencial".
8 - Classificação dos Passes
Em "A Gênese - Capítulo XIV - item 33", Allan Kardec nos demonstra que a ação magnética pode
produzir-se por diversas formas:
Distância
Velocidade
Tipos de Passes
A ação magnética pode produzir-se de várias maneiras; assim é que classificamos os passes em:
• Espirituais
• Magnéticos
• Mediúnicos
• Mistos
Espirituais
É uma espécie de magnetização feita pelos bons Espíritos, sem intermediários, diretamente no perispírito
das pessoas enfermas ou perturbadas. No passe espiritual o necessitado não recebe fluidos magnéticos de
médiuns, mas outros, mais finos e puros, trazidos dos planos superiores da Vida pelo Espírito que veio assisti-
lo.
Pelo fato de não estar misturado ao fluido animalizado, o passe espiritual é bem mais limitado que as outras
modalidades de passes. Com isso, pode-se compreender que os recursos oferecidos nas reuniões públicas de
Espiritismo, onde participam grande quantidade de encarnados e Espíritos desencarnados, são bem maiores do
que aqueles que podemos contar em nossas residências, só com a ajuda do nosso anjo da guarda.
Os Espíritos se utilizam dos seus próprios fluidos e atuam diretamente e sem intermediários sobre
encarnados. Os fluidos são manipulados pelos Espíritos passistas, que se utilizam de seus próprios fluidos, dos
fluidos dos auxiliares, de fluidos da Natureza, tais como plantas medicinais e, também de fluidos de médiuns à
distância.
Magnéticos
É o tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluidos, utilizando a força magnética existente no próprio
corpo espiritual. Pelo menos em tese, qualquer criatura pode ministrá-lo. Suas qualidades variam segundo a
condição moral do passista, sua capacidade de doar fluidos e seu desejo sincero de amparar o próximo.
No passe magnético, geralmente se recebe assistência espiritual. Como vimos, isso acontece porque os
Espíritos superiores sempre ajudam aqueles que, imbuídos de boa vontade, atendem aos mais carentes.
Lembramos aqui, que o socorro dos Benfeitores é independente da crença que o passista ou magnetizador possa
ter em Deus ou na Espiritualidade. Os Espíritos disseram a Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", questão
176:
"...muito embora uma pessoa desejosa de fazer o bem não acredite em Deus, Deus acredita nela".
Transmitidos pelo médium que doa de seus próprios fluidos, de sua própria força irradiante, de suas
energias fluídicas.
Magnetizador é aquele indivíduo saturado de fluido vital e que através da vontade - atributo essencial do
espírito - usa seu fluido magnético, atua sobre ele, dando-lhe as qualidades necessárias.
No caso do passe magnético não é o fluido dos espíritos desencarnados, apenas eles atuam fortalecendo a
vontade do doador.
Pesquisando as teorias kardequianas, vamos encontrar na Revista Espírita - ano VII - janeiro de 1864 -
página 7, importante estudo, que elucida um pouco mais o assunto:
"...Em geral o que magnetiza (passista) não pensa senão em desdobrar essa força fluídica, derramar seu próprio
fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados. Sem se ocupar se há ou não uma Providência interessada
no caso, tanto ou mais que ele. Agindo só, não pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir; ao
passo que os médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e a reconhecer que, por si mesmos, nada
podem... Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico que é
transmitido ao doente... e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium. Ao
passo que o magnetizador (passista) ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador
infiltra um fluido regenerador pela simples imposição de mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos".
Mediúnicos
O médium serve de veículo para os fluidos que os Espíritos derramam sobre ele. É o magnetismo misto, em
que se combinam os fluidos humanos e espirituais.
Nesse passe, o médium fica em estado de transe, é envolvido pelo Espírito ou Espíritos e trabalha
mediunizado. É desaconselhado este tipo de passe, pela perda parcial da vigilância necessária à boa condução
dos trabalhos.
Mistos
São os passes, normalmente usados nas Casas Espíritas, por envolvem o magnetismo das pessoas, a
presença dos Mentores da Casa e a presença do próprio Guia do passista, sem que haja a incorporação.
Formas de Aplicação
Poderemos conhecer as técnicas de passe que são usadas no mundo espiritual e que são descritas nas obras
de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda.
a. Passe de Sopro - Insuflação (quente - frio) (André Luiz - Os Mensageiros - Cap. 19);
b. Rotatório - Circular - (André Luiz - Missionários da Luz - Cap. 19);
c. Dispersão - (André Luiz - Ação e Reação - Cap. 3) e (Manoel Philomeno de Miranda - Grilhões
Partidos - Cap. 15)
d. Longitudinal - (André Luiz - Missionários da Luz - Cap. 19);
Podemos classificar as formas de aplicação em várias categorias a saber:
• Transversais cruzados
• Rotatórios ou Circulares cruzados
• De sopro
• Passe incorporado
Imposição de Mãos
É sempre concentrador de fluidos. Pode ser dado com uma ou com as duas mãos, em um centro de força ou
outro ponto qualquer. As mãos devem estar sem concentração de força, sem contração muscular e sim "soltas".
Os passistas podem ser digitais ou palmares. Não faz a menor diferença. O importante é não contrariar sua
natureza. Os tumores e inflamações respondem bem aos concentrados ativantes. É bom lembrar que as curas
instantâneas são muito raras.
Longitudinal
São aqueles feitos ao longo do corpo, da cabeça aos pés e de cima para baixo, com as mãos abertas e os
braços estendidos, normalmente, sem nenhuma contração.Com pequenas e sutis pausas em cada Centro de
Força. Quando usado como dispersivo é aplicado sem pausas, direto da cabeça aos pés.
Transversais
Estes passes são bons mas apresentam algum inconveniente se usados na câmara de passes, junto a outros
passistas. Estende-se os dois braços para diante, as palmas para baixo, assim como os polegares e vai abrindo
rapidamente os braços, no sentido horizontal, depois volta, com bastante energia a posição original. Isto deve
ser feito, na cabeça, no peito, no estômago, no baixo ventre e nos pés.
Rotatórios ou Circulares
São executados com as palmas das mãos girando suavemente, da direita para a esquerda e vice-versa. São
também conhecidos como fricções sem contato.
Perpendiculares
São aplicados com o paciente de pé. Estende as mãos sobre a cabeça do paciente, descendo-as, rapidamente,
pela frente e pelas costas, ficando o passista de lado para o paciente.
• Imposição dupla
: Sem dúvida esta é a forma mais simples e mais comum. Estende-se as mãos sobre a cabeça ou outra
parte do corpo. O passista deve ficar em profundo estado de concentração e oração.
• Imposição simples
: A mesma coisa de imposição dupla, apenas feita com uma mão. A outra pode fica estendida ao lado
do corpo ou posicionada acima do Centro Coronário.
Sopro ou Insuflação
Esta modalidade de passes requer do passista cuidados especiais e rigorosos. É um passe rigorosamente
curativo ou dispersivo, conforme a intenção da aplicação. É aplicado com a boca mais ou menos aberta, sobre
as partes afetadas, insuflando ali, vigorosamente. Para que seja eficiente, é necessário que o passista as aspire
ar, em grande quantidade, dilatando o tórax, para os sopros frios, ou dilatando o estômago, para os quentes. O
passista deve ter boa capacidade respiratória, hálito saudável, estômago livre de emanações pesadas, Mente e
palavras limpas, moralmente.
• Estimulantes;
• Curativos;
• Quentes;
• Cicatrizantes Frios;
• Calmantes;
• Descongestionante;
• Revigorantes;
• Dispersador de fluidos
O sopro quente sai da boca do passista saturado de fluidos curadores, umedecido pelos vapores aquecidos
pelas mucosas do estômago. Aproximar a boca do local, sem repugnância ou medo do contágio e assoprar
vigorosamente. Pode-se, em casos mais repugnantes, cobrir o local com uma gaze.
O sopro frio é executado a 30cm. ou até mais de um metro. Aspira-se o ar, enchendo o tórax e soprando
com os lábios quase fechados. Esta técnica é usada em pacientes que incorporem durante o passe.
Os dispersivos já exemplificamos a respeito. Relembrando: "Transversais cruzados", "Rotatórios ou
Circulares cruzados" e "Sopro frio", são os mais usados.
Passe Incorporado
O passe incorporado não tem motivo para ser aplicado. Os espíritos fazem circular os fluidos pelos médiuns
para o paciente. Quando o espírito necessita atuar diretamente, ele não necessita de médium. Isto gera um
inconveniente pois pode acontecer de o médium estar envolvido pelo obsessor do paciente e em vez de ajudar,
prejudicá-lo.
Classificação em Relação aos Centros Espíritas
• Individuais;
• Coletivos;
• Padronizados;
• Livres;
• À distância e
• Em domicílio.
A fluidoterapia é uma técnica que os médiuns, usando fluidos energizados, utilizam para o tratamento das
enfermidades físicas e espirituais. Aplicados sobre o perispírito, eles são absorvidos à semelhança de uma
esponja. É a conhecida terapia do passe, praticada nos centros espíritas.
As operações espirituais também pertencem a esta área de serviços porque são atividades ligadas à
manipulação de fluidos humanos e espirituais. Classificam-se, porém, como fenômenos de características
próprias. Por estarem intimamente ligadas à mediunidade curadora, a equipe envolvida nesse trabalho deverá
ter, entre seus membros, um ou mais médiuns curadores.
Estes trabalhos são assistidos por entidades desencarnadas, ligadas ao campo da medicina, conhecedoras de
particularidades relativas à saúde físico-espiritual dos pacientes e à lei de causa e efeito.
Quando se considera o serviço de passe convencional, a magnetização dos pacientes não exige nenhuma
condição especial para se realizar. Qualquer trabalhador ou Espírito esclarecido poderá ministrá-los com bom
aproveitamento, sem maiores exigências. Já na cirurgia perispiritual ela só será concretizada com a presença de
médiuns curadores no ambiente, assistidos por Espíritos de médicos desencarnados Pode-se dizer que os papéis
do médium curador e dos Espíritos cirurgiões seriam os mesmos do farmacêutico e dos médicos. Enquanto o
papel do primeiro é o de ministrar a medicação (fluidos e energias humanas), o desses últimos é o de
examinarem cada caso, fazer diagnósticos, prescrever tratamentos fluídicos e, se necessário, realizar cirurgias
nos tecidos perispirituais.
Enquanto do lado de cá bastam a imposição de mãos, a prece fervorosa, a conduta moral sadia e a disciplina
mediúnica, do lado de lá se desenrola a complexidade das tarefas curativas: a desobsessão (em alguns casos), os
procedimentos cirúrgicos, a escolha e seleção de elementos fluídicos a serem utilizados e o estudo das
possibilidades de cura ou melhoria das doenças do paciente, frente às suas necessidades evolutivas.
Fechando o Assunto
Por imposição da(s) mão(s), individual (um passista para cada paciente), sem toque, onde são utilizados
os fluidos do médium mais os fluidos dos Espíritos, em favor do processo de cura, inclusive para os
grupos de tratamento de desobsessão, que se opera no perispírito e no plano espiritual. Esse processo
chama-se fluidoterapia, ou seja, tratamento pelos fluidos, de responsabilidade dos Espíritos.
2. Passe espiritual:
3. Passe coletivo:
Dado coletivamente numa assembléia (um passista para vários pacientes), com a manipulação dos
fluidos a cargo dos Espíritos.
4. Passe à distância:
É uma modalidade de irradiação muito usada nas Casas Espíritas e que exige prévio aviso àquele que
vai receber (nome, endereço, doença, dia e hora da mentalização), com a finalidade de estabelecer
sintonia entre o médium que o administra e aquele que o recebe.
5. Autopasse:
É o passe dado em si mesmo; a prece fervorosa produz efeito de uma magnetização, não só chamando a
ajuda dos bons Espíritos, mas dirigindo ao pedinte uma salutar corrente fluídica.
6. O sopro:
Na visão de André Luiz, embora seja estimulante e eficaz como processo terapêutico, ele só é
recomendável àqueles que se enquadram nas regras de boa saúde e higiene, conforme exposto na obra
Os Mensageiros.
Essa ressalva é necessária, uma vez que nem todos possuem um organismo (em especial a boca)
realmente sádio.
Assim como o homem através dos seus fluidos pode influenciar o seu semelhante, presente ou a distância,
pode também agir sobre si mesmo.
O autopasse requer concentração para poder colocar-se na posição de receptor. A seguir, é necessária a
meditação e a prece fervorosa. Segundo André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, "A oração é prodigioso
banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai".
A prece fervorosa, associada à fé na ajuda espiritual, acelera as nossas vibrações, facilitando a ligação com
os benfeitores.
A prece impulsiona nossas energias para o alto e atrai as energias espirituais que, somadas às nossas, voltam
sobre nós, trazendo fluidos renovadores, a fim de conseguirmos operar com eficiência em favor do próximo. E
assim, ajudando, somos também ajudados.
9 - Preparação para o Passe
Para lograr bom resultado, todo trabalho espiritual necessita de preparo. No caso do passe, deve haver
preparo tanto do passista como do enfermo. Da parte do primeiro, porém, esse preparo deve ser constante, em
vista das emergências que ocorrem no centro espírita e fora dele.
O ideal seria que toda aplicação de passe fosse precedida de esclarecimento doutrinário sobre os fluidos, a
fé, a oração, etc. Com o estudo e as reflexões evangélicas o ambiente se tranqüiliza e os fluidos atuam de forma
mais adequada.
Por meio dessas atividades preparatórias, quem vai receber o passe aprende a buscar sua melhoria não
somente pelo passe, mas pela eliminação de suas imperfeições morais, causa última dos seus males. Essa é a
terapêutica de profundidade proposta pelo Espiritismo.
Já Emmanuel nos lembra, em Seara dos Médiuns, que "ser médium é ser ajudante do mundo espiritual. E
ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente".
Para ser um ajudante de fato, o médium precisa estar atento no seu campo de ação, estar preparado para bem
exercer sua tarefa, pois o resultado satisfatório para aqueles aos quais pretende ajudar vai depender de sua
higiene física e espiritual.
I. Preparo físico
É fundamental ao médium passista o cuidado com a sua saúde física, pois ninguém consegue dar o
que não possui. Um corpo sem saúde teria irradiação fraca, mais nociva do que útil, para si e para o
paciente.
A alimentação é um assunto muito importante para o médium passista. Durante as horas que
antecedem ao serviço, a alimentação deverá ser leve, evitando-se os excessos, que provocam
desarmonias no aparelho gastrintestinal e que prejudicam as faculdades radiantes.
São aconselháveis pratos leves, em pequenas quantidades, sendo inaceitável a ingestão de álcool e o
uso de tóxicos.
Aos que usam o fumo, a carne, o café ou os temperos excitantes, recomenda-se reduzir o seu
consumo no dia da reunião, quando não for possível a abstenção total.
Evitar de um modo geral tudo o que implica desgaste ou perda de energia: excessos sexuais,
trabalhos demasiados, alimentação imprópria.
A higiene corporal, também, não deve ser esquecida. É sempre aconselhável um certo repouso antes
dos trabalhos. Recordando por fim aos médiuns que devem atentar para o uso de vestuário adequado à
natureza dos trabalhos.
Esclarece Kardec, em O Livro dos Médiuns, que as qualidades que atraem os bons Espíritos são: a
bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo e o desprendimento das coisas
materiais. E que os defeitos que os afastam são: orgulho, egoísmo, inveja, ciúme, ódio, sensualidade e
todas as paixões que escravizam o homem à matéria.
É ainda Kardec quem diz : "o fluido espiritual será tanto mais depurado e benfazejo quanto mais o
Espírito que fornece for puro e desprendido da matéria. Por isso, o fluido humano apresenta
propriedades diversas, de acordo com as qualidades físicas e morais do indivíduo".
A moral daqueles que compõem o grupo definirá o êxito ou o fracasso do trabalho.
III. Requisitos espirituais
O cultivo de pensamentos puros e vibrações de amor é dever do médium, pois é através da mente
que são filtrados os benefícios que irão atender ao próximo e a si mesmo.
Os médiuns irão desenvolver condições íntimas de fé e confiança, que se adquirem com o tempo, o
trabalho e a persistência.
Finalizando, o médium passista, durante o passe, deve buscar estar sintonizado com Deus, fonte das
energias curadoras, e com o assistido, tornando-se o elo através do qual a espiritualidade passará os
fluidos que auxiliarão na recuperação do seu equilíbrio.
É a prece o elo que liga o passista aos benfeitores espirituais, facilitando a canalização, através da
mente, dos recursos magnéticos das esferas superiores.
No livro Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz narra como dois médiuns, Clara e Henrique,
se preparavam para o trabalho de passes. Eles, em prece, estavam banhados de luz e pareciam quase
desligados da matéria, mostrando-se espiritualmente mais livres, em contato mais perfeito com os
benfeitores espirituais.
No mesmo trecho, diz o instrutor Aulus que "a prece é prodigioso banho de forças, tal a corrente
mental que atrai. Por ela, Clara e Henrique expulsam do próprio mundo interior os sombrios
remanescentes da atividade comum que trazem do cotidiano e sorvem do nosso plano as substâncias
renovadoras de que se repletam a fim de conseguirem operar, com eficiência, a favor do próximo".
10 - O Médium Passista
Cada médium passista possui uma ficha de identificação que é preenchida ao ingressar no serviço, contendo
dados pessoais e de formação doutrinária e os grupos onde atua na CEB; essa ficha encontra-se disponível na
Divisão de Tratamento Espiritual, para as atualizações necessárias, a cada ano.
No plano espiritual, os colaboradores desencarnados integram um quadro de auxiliares, sendo que todos os
colaboradores são devidamente fichados, de acordo com a organização estabelecida pelos mentores da esfera
superior, como nos informa André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade.
Cada companheiro que chega ao Centro Espírita, traz, uma forma de pensar, um modo de agir, um
sentimento diverso. Cada um está ajustado a sua própria onda mental, trazendo necessidades evolutivas, planos
de trabalho ou o hábito do trabalho individual. Contudo, é importante que cada um ceda um pouco de si
mesmo, renuncie a muitos dos seus pontos de vista, reunindo-se em torno dos princípios codificados da
Doutrina Espírita e, também, procurando entrosar-se com os princípios da casa e do grupo já formado.
O passe é um trabalho de equipe. É comum que os colaboradores encarnados mostrem maior soma de
deficiências que os desencarnados, em geral mais conscientes de seus deveres e da delicadeza da tarefa. Não
podendo os serviços serem prejudicados, já que é o bem do próximo que está em jogo, tais deficiências podem
ser supridas pelos Espíritos, quando de nossa parte houver boa vontade e desejo sincero de ajudar. Meditando
nisso, vemos como precisamos lutar por nossa melhoria integral!
É IMPORTANTE QUE HAJA HARMONIA NO GRUPO, APESAR DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS, PARA
O BOM ANDAMENTO DO TRABALHO.
O médium passista terá como objetivo a renovação do mundo íntimo do paciente, enquanto promove a
circulação dos fluidos radiantes no organismo do socorrido, através da oração e da vontade. Deverá ter boas
condições para o trabalho pelo coração repleto de confiança, sustentando pensamentos de amor e humildade,
sem se deter a pensar nas suas possíveis inferioridades, para poder transmitir força e harmonia em favor dos
pacientes. Para conseguir isto, é preciso que o médium passista se prepare, lembrando que a mediunidade pede
disciplina e esta, é para o médium, um condicionamento às Leis Espirituais.
Para ter boas condições de trabalho, o médium se preparará física, moral e espiritualmente, e este preparo
dependerá das seguintes condições:
a. Da vigilância
b. Do exercício de concentração
c. Do autodomínio
d. Evitar dúvidas e hesitações
e. Estudo
Na introdução de O Livro dos Espíritos, na primeira parte de O Livro dos Médiuns e em outras de
suas obras, Allan Kardec ressalta a importância do estudo contínuo do Espiritismo, apresentando
diversas sugestões de como ele deve ser empreendido. Há muita diferença entre ler um texto e estudá-
lo, meditando sobre o seu conteúdo.
No caso do passe, é importante ter conhecimento especializado de sua natureza, seus mecanismos,
seus efeitos. No capítulo 14 de O Livro dos Médiuns Kardec indaga se o poder de curar pode ser
transmitido (§ 176, no 7). E os Espíritos esclarecem: - "O poder, não; mas o conhecimento de que
necessita para exercê-lo, quem o possua".
No já citado capítulo 19 de Missionários da Luz encontramos ainda a exposição de conceitos
notáveis sobre o valor do conhecimento para o bom desempenho das tarefas espíritas. Ausência de
estudo significa estagnação, em qualquer setor de trabalho. Acima de tudo, o estudo metódico do
Espiritismo desperta nas pessoas o desejo de amar, perdoar sempre, de incorporar em suas almas as
virtudes evangélicas, essenciais para uma vida feliz.
f. Requisitos físicos
Do cuidado na alimentação, eliminação de vícios e tipos de remédios utilizados por hábitos, sem
prescrição médica ou por problemas de ordem física.
Depois de havermos apontado alguns dos requisitos morais, tão difíceis de conquistar, faremos
alguns comentários sobre as condições físicas de quem ministra o passe.
• Higiene
A higiene é um dos requisitos básicos para a saúde. Além de beneficiar o passista, a sua
higiene representa respeito para os que vão receber o passe.
• Alimentação
É fácil compreender que uma pessoa que assista a necessitados na área do passe, ou em
outras tarefas mediúnicas, deve abster-se completamente de tais vícios. Eles lesam o
organismo, obscurecem o raciocínio, impregnam negativamente os fluidos a serem mobilizados
a favor do próximo e propiciam a atração de Espíritos inferiores que, mesmo desencarnados,
querem continuar cultivando-os. Sabemos do imenso zelo dos bons Espíritos que cooperam nas
atividades do passe na casa espírita no sentido de anular a ação maléfica das substâncias
tóxicas que ingerimos. Apresentando-nos nessas condições lamentáveis desrespeitamos não
apenas esses Espíritos, dando-lhes redobrado trabalho, mas também as pessoas que vão,
confiantes, receber o passe.
• Conduta sexual
A atividade sexual em si é instintiva, mas o seu uso é moral. O sexo só deve ser exercido
com equilíbrio, nobreza, acompanhado do verdadeiro amor.
g. Hábito do Jogo
O hábito do jogo é assunto muito discutido no Movimento Espírita. Alguns segmentos admitem
certos jogos, como rifas ou bingos, para ajudar o centro espírita. No entanto, devemos refletir se,
acolhendo esse tipo de atividade em nosso meio não estaríamos de alguma forma apoiando a visão de
que devemos buscar o ganho material fácil na chamada "sorte", em detrimento do trabalho, por humilde
que seja. A manutenção material dos centros de fato constitui problema comum e difícil para os
dirigentes, pois os colaboradores nem sempre se dão conta de que lhes cumpre o dever de ajudá-lo
materialmente, na medida de suas possibilidades, é claro.
h. Do preparo moral
Além de todos os itens citados acima, se o ideal do passista é servir, socorrer e curar, ele precisará
ainda exercitar:
• Da oração
Devemos ter confiança absoluta na misericórdia e justiça de Deus, lembrando que é dela
que, em última instância, provêm os recursos terapêuticos do passe. A prece, a meditação,
estabelecem nossa ligação com os emissários divinos, criando um clima excelente para o êxito
do trabalho espiritual.
• Amor
Eleger o amor como a base da vida. Ele é a maior mola do nosso progresso, rumo aos cimos
onde nos aguardam a paz e a felicidade.
• Paciência
É muito bom termos ímpetos generosos; mas é melhor ainda que a generosidade seja
constante em todas as nossas atitudes. Nos momentos floridos é muito fácil assumir atitudes
cristãs. Na hora dos testemunhos expiatórios, dos testes com pessoas difíceis, porém, o grito de
cólera, a critica contumaz, os pensamentos menos nobres invadem o nosso ser, ainda próximo
da irracionalidade. Como conseqüência, surgem os distúrbios incômodos da depressão, do
desânimo, do suicídio, dos processos obsessivos cruéis.
i. Equilíbrio Emocional
O equilíbrio emocional um requisito bastante difícil, mas que pode ser conquistado. Para essa
conquista é preciso que não nos desgastemos com mágoas excessivas, paixões, ressentimentos,
temores, nervosismo, etc. São estados doentios que expressam a falta de fé nos desígnios divinos. A
oração e o serviço ao próximo são notáveis recursos para o equilíbrio emocional.
Devemos abster-nos de dar passe quando em desequilíbrio espiritual, pois os fluidos ficam como
que "poluídos".
j. Preparo Contínuo
A necessidade de aplicar passe em alguém pode surgir a qualquer momento. Daí a importância de o
passista estar sempre preparado, mesmo durante o seu trabalho profissional ou nos momentos de lazer.
Os bons Espíritos precisam contar conosco para as tarefas de emergência, às vezes fora da casa
espírita. Podem mobilizar nossos recursos para atender nossos irmãos mais carentes sem mesmo
tomarmos consciência disso, na via pública, no ônibus, no local de trabalho, numa visita fraterna, etc.
• Bondade
• Discrição
• Discernimento
• Perseverança
• Sacrifício
• Responsabilidade
• Disciplina
Com o trabalho disciplinado, o espírita encontra tempo para cumprir todos os seus deveres e ser
mais assíduo e pontual nas tarefas assumidas no centro espírita.
Deve-se lembrar que as tarefas espirituais não são mecânicas. O operário chega na indústria, liga as
máquinas e tudo começa a funcionar. As atividades espirituais, porém, precisam de preparo íntimo,
meditação, asserenamento físico e mental para serem desenvolvidas a contento.
O respeito à programação estabelecida para os trabalhos do passe é indispensável. Faltar ou chegar
atrasado desorganiza o ritmo harmônico das atividades.
Ajustamentos Gerais
• Passes em Domicílio
Só serão aplicados quando o paciente não puder, realmente, comparecer ao Centro Espírita.
Recomendações Adicionais
a. Jamais comparecer só, mas sim em uma equipe de três pessoas, apenas. Evitar as conversas sociais de
praxe, recusando-se a aplicar passes nos outros membros da famíli, explicando delicadamente que o
passe é exclusivo para o que está, no momento, incapacitado de comparecer ao Centro Espírita.
IMPORTANTE: Não aceitar nada para beber ou comer, ou até mesmo o simples cafezinho. O máximo
permitido será água, de preferência,
O enfermo
Para que obtenha melhora, as pessoas que buscam o recurso do passe devem ter postura mental adequada. A
esse respeito, é interessante consultarmos o item 10 do capítulo 15 de A Gênese. Kardec analisa aí a passagem
evangélica da mulher hemorroíssa (Marcos 5: 25-34), uma das inúmeras curas operadas por Jesus.
Vejamos este trecho:
Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode
então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa
palavra: pela fé do doente. Com relação à corrente fluídica, o primeiro age como uma bomba calcante e o
segundo como uma bomba aspirante.
Aquele que vai receber o passe deve pautar-se na atitude da mulher hemorroíssa, que foi curada porque, pela
sua ardente fé, aspirou, atraiu, assimilou os fluidos amorosos de Jesus. Razão tinha pois o Mestre para dizer-
lhe: "Tua fé te salvou".
Sabemos que os fluidos são assimilados pelo perispírito, que possui, dentre outras, a notável propriedade de
absorver fluidos ambientes. Constatamos, assim, a grande importância da postura mental e espiritual do
enfermo, com o pensamento em prece, em ligação constante com os bons Espíritos, para que o passe seja
eficaz.
Quem vai receber o passe deve ficar na posição que lhe dê mais conforto físico. O passe transmite-se ao
perispírito, independentemente da posição do corpo físico. Dependendo do lugar, pode ficar deitado, sentado ou
de pé. Mas em qualquer caso, deverá ficar descontraído, respirando normalmente.
Não há necessidade de ficar com as mãos espalmadas para cima, como se fossem "receber" algo material.
Certas pessoas alegam que não se devem cruzar os braços ou as pernas, porque tais posturas dificultariam a
"circulação" dos fluidos. Parece-nos, porém, que se não devemos cruzar os membros é apenas porque isso em
geral atrapalha a circulação sangüínea e gera tensões musculares.
Sensações de calor, frio, tremor, suor, arrepio, choro podem ocorrer durante o passe. São, geralmente,
motivadas por causas psicológicas. O misticismo, de que muitos ainda se não desvencilharam, pode provocar
efeitos ilusórios variados.
Nem o passista nem o paciente precisam retirar pulseiras, colares, relógios, óculos, sapatos, etc. Tais objetos
não interferem no passe, porque são de natureza diversa daquela dos fluidos.
Vemos alguns fumantes que apressam-se em alijar-se momentaneamente do maço de cigarros. A presença
dos cigarros não é, em si, o problema. O problema sério é o hábito de fumar, que intoxica o organismo, atuando
em sentido contrário ao do passe, quando recebido.
Não abuses, sobretudo, daqueles que te auxiliam. Não tomes o lugar do verdadeiramente necessitado, tão
só porque os teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos.
Emmanuel, Segue-me, p. 134
Dessas sábias advertências de Emmanuel e do Apóstolo dos Gentios concluímos que as pessoas só devem
buscar os recursos do passe quando têm realmente necessidade. Passe é remédio. E todo remédio só se toma
quando necessário, na dose certa e até que se recupere a saúde. Se estamos bem, o passe é dispensável.
No capítulo 28 de Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos "esclarecer os companheiros quanto à
inconveniência da petição de passe todos os dias, sem necessidade real, para que esse gênero de auxílio não se
transforme em mania."
Se a pessoa não precisa de passe, devemos esclarecê-la a esse respeito, orientando-a para o estudo
doutrinário e o serviço ao próximo. Devemos lembrar-nos que os problemas do nosso dia podem ser resolvidos
com bom senso, honestidade, equilíbrio e muita disciplina.
Em seu livro Segue-me, Emmanuel assim se expressa sobre a questão de quem necessita do passe: "O passe
exprime também gastos de forças, e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto, com infantilidades e
ninharias" (p. 134).
Muitas pessoas que buscam o passe deveriam igualmente buscar a ajuda da medicina humana. Allan Kardec
advertiu diversas vezes que diante de qualquer distúrbio, deve-se antes de mais nada pesquisar suas possíveis
causas orgânicas. Não a função do passe e do Espiritismo substituir os métodos da ciência no tratamento das
enfermidades. O Espiritismo visa, em primeiro lugar, a esclarecer a criatura, para que corrija o seu proceder
moral, forrando-se assim às necessidades de expiar e de sofrer. Depois, objetiva a suplementar o tratamento
médico, renovando os fluidos vitais do enfermo pela aplicação do passe e da água fluidificada.
Quando tudo o que puder ser feito na esfera médica e espírita estiver sendo feito, a Doutrina Espírita nos
esclarece que a dor estará sendo necessária para a evolução do enfermo, devendo ser enfrentada com
resignação.
Nos que padecem enfermidades irreversíveis o passe produz efeito benéfico, muito ajudando-os a suportar a
suas dores, e contribuindo para tornar menos penoso o processo da desencarnação.
Nos casos de obsessão o passe pode contribuir para desligar o obsessor do psiquismo do obsidiado. Mas
esse desligamento não constitui terapêutica de base. Obtida assim uma "trégua", é necessário que o hospedeiro
das influências maléficas seja orientado a buscar os recursos do Evangelho e da Doutrina Espírita para a sua
libertação definitiva, transformando seu padrão mental e moral.
O passe é também usado como tratamento abençoado para os Espíritos sofredores do mundo espiritual. Isso
pode ocorrer quando a pessoa encarnada que recebe o passe está intimamente vinculada a um Espírito, que
então se beneficia igualmente dos recursos fluídicos. O passe pode também ser ministrado por um Espírito
sobre outro, no Mundo Espiritual, como se relata, por exemplo, nos capítulos 22 a 25 do livro Os Mensageiros,
de André Luiz.
Na Câmara de Passes
O recinto do passe
O lugar mais adequado para a transmissão do passe é o centro espírita, que, pela natureza de suas atividades,
constitui o núcleo mais importante de assistência a encarnados e desencarnados no que tange ao socorro de
ordem espiritual.
Se possível, deve-se reservar uma sala especial para essa tarefa, na qual se reúnem sublimados recursos
fluídicos movimentados pelos pensamentos elevados e pelas preces.
A sala de passes deve ser simples, mas muito limpa, arejada, ensolarada. Os Espíritos auxiliam na
preparação do ambiente espiritual, porém não podem usar vassoura, água e sabão.
Bibliografia