Este documento discute a teoria dos espaços intermediários de D.W. Winnicott entre a realidade interna e externa. Winnicott enfatiza a importância da mãe suficientemente boa que permite a criação de ilusões na criança e o desenvolvimento gradual da percepção objetiva. Ele também explora a zona intermediária onde o subjetivo se encontra com o objetivamente percebido e como esta área é importante para a saúde do indivíduo.
Este documento discute a teoria dos espaços intermediários de D.W. Winnicott entre a realidade interna e externa. Winnicott enfatiza a importância da mãe suficientemente boa que permite a criação de ilusões na criança e o desenvolvimento gradual da percepção objetiva. Ele também explora a zona intermediária onde o subjetivo se encontra com o objetivamente percebido e como esta área é importante para a saúde do indivíduo.
Este documento discute a teoria dos espaços intermediários de D.W. Winnicott entre a realidade interna e externa. Winnicott enfatiza a importância da mãe suficientemente boa que permite a criação de ilusões na criança e o desenvolvimento gradual da percepção objetiva. Ele também explora a zona intermediária onde o subjetivo se encontra com o objetivamente percebido e como esta área é importante para a saúde do indivíduo.
Este documento discute a teoria dos espaços intermediários de D.W. Winnicott entre a realidade interna e externa. Winnicott enfatiza a importância da mãe suficientemente boa que permite a criação de ilusões na criança e o desenvolvimento gradual da percepção objetiva. Ele também explora a zona intermediária onde o subjetivo se encontra com o objetivamente percebido e como esta área é importante para a saúde do indivíduo.
D. W. WINNICOTT: A Teoria dos Espaos A Zona Intermediria entre a Realidade Interna e a Realidade Externa
Karla Ferraro 1
Qualquer analista que se proponha a estudar a teoria winnicottiana, deve ter em mente que a aparente simplicidade de sua linguagem encerra uma complexidade singular. Este autor retoma a tradio psicanaltica com liberdade e criatividade, dando nfase ao pensar profundamente humano que envolve a realidade e os problemas dos relacionamentos primitivos. Mesmo que Winnicott no tenha utilizado em sua obra o termo Intersubjetividade e a palavra Sujeito, no seja de uso corrente, parece-nos claro que construtos tericos como Objeto Subjetivamente Concebido, Objeto Objetivamente Percebido e Espao e Objetos Transicionais, contenham em sua histria a idia de um Sujeito e de um Outro (emprico, real) e de um Terceiro Espao ou Zona de Experincia. J ao final dos anos 20, com os estudos de Ferenczi (autor muito presente, embora nem sempre referido nominalmente, no desenvolvimento da obra winnicottiana), os estudos sobre a Contratransferncia de Heimann, Hacker e do prprio Winnicott, abrem caminho para a 3 bodies psychology, ou seja, as discusses a respeito do terceiro espao e o campo de relao tridico na analise. Ao longo dos anos, Winnicott trabalhou a questo de como o indivduo se desenvolve: do caminho da dependncia absoluta para a dependncia relativa e desta rumo independncia nunca realmente alcanada. Para percorrer esta linha da vida, e tornar-se um ser em desenvolvimento, o autor enfatiza a presena da me suficientemente boa, que proporciona e sustenta no tempo e no espao a experincia do beb de uma contnua integrao psicossomtica. O autor examina a doena como uma inibio da espontaneidade potencial que caracteriza a prpria substncia da vida da criana. Ento, estas quebras, distores causadas na relao primitiva me-beb, provocam sensaes que a criana no consegue entender e processar de maneira satisfatria, devido ao seu estado de imaturidade inicial. Conseqentemente, no
1 Psicloga, Psicoterapeuta Especialista em Psicoterapia Psicanaltica de Adultos, Adolescentes e Crianas pela PUC/RS. Especialista em Psicoterapia Psicanaltica da Infncia e Adolescncia pelo CIPT e Especialista em Psicanlise das Configuraes Vinculares - Casal e Famlia - pelo CIPT. Professora e Supervisora do Contemporneo - Instituto de Psicanlise e Transdisciplinaridade. Endereo para correspondncia: [email protected] ___________________________________________________________________________________________________________ Contempornea - Psicanlise e Transdisciplinaridade, Porto Alegre, n.07, J an/Fev/Mar 2009 Disponvel em: www.contemporaneo.org.br/contemporanea.php 121 encontra um lugar dentro de si para tais experincias, o que as transforma em lacunas na experincia do ser, vivncias de morte ou ausncia do objeto. Aqui Winnicott trabalha com o valor positivo da iluso. Dito de outra forma, a me atravs de sua adaptao ao beb oportuniza que o seio dela faa parte do beb. Neste sentido, esta me dos estados tranqilos permite que seu beb dependa duplamente, pois este depende e desconhece que depende. Observamos ai importncia de uma relao estvel com o ambiente: a me est onde deveria estar e, ao mesmo tempo, o beb no-integrado, tem a oportunidade de conceber naquele exato momento o objeto me-seio, que est ali para ser criado e encontrado, estabelecendo uma primeira ponte com a realidade exterior. Nestas idas e vindas, de criaes onipotentes e iluses, o simblico vai sendo encontrado e, ao longo dos meses, atravs da tarefa gradativa da me de desiludir seu pequeno beb, o objeto torna-se objetivamente percebido. Com isso criana vo adquirido condies de sobreviver a destruio do objeto, porque tambm ele sobrevive a sua destruio, e tambm de reconstru-lo, us-lo e destru-lo novamente como melhor lhe convir. Como refere Winnicott (1951/1975):
Desde o nascimento, portanto, o ser humano esta envolvido com o problema da relao entre aquilo que objetivamente percebido e aquilo que subjetivamente concebido e, na soluo desse problema, no existe sade para o ser humano que no tenha sido iniciado pela me. A rea intermediria a que me refiro a rea concedida ao beb, entre criatividade primria e a percepo objetiva baseada no teste de realidade. Os fenmenos transicionais representam os primeiro estdios do uso da iluso, sem os quais no existe, para o ser humano, significado na idia de uma relao com um objeto que por outros concebido como externo a esse ser. (p.26)
Winnicott manteve-se sempre interessado nesta terceira zona, na zona intermediria, na primeira possesso no-eu entre o subjetivo e aquilo que objetivamente percebido pelo indivduo. Ensinou-nos, atravs de seus vrios relatos de casos clnicos, que o dilogo transicional, o espao entre o analista e seu paciente, deve ter cuidado especial com o narcisismo do mesmo, bem como manter a comunicao de ambos dentro da rbita de onipotncia do individuo, ou como encontramos em suas prprias palavras:
[...] se a brincadeira no se acha nem dentro nem fora, onde que ___________________________________________________________________________________________________________ Contempornea - Psicanlise e Transdisciplinaridade, Porto Alegre, n.07, J an/Fev/Mar 2009 Disponvel em: www.contemporaneo.org.br/contemporanea.php 122 se acha? (Winnicott, 1967/1975, p.134)
REFERNCIAS
WINNICOTT, D. W. (1951/1975). Objetos Transicionais e Fenmenos Transicionais. In: ____ O brincar e a realidade. Rio de J aneiro: Ed. Imago, 1975. P.13-44.