Historia Videoclipe

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

VIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Centro-Oeste – Cuiabá – MT

Breve história do videoclipe 1

Laura Josani Andrade Corrêa 2

Resumo

Este artigo busca traçar uma breve história do videoclipe através. Em seguida, na busca
de produção de sentido e de uma concepção geral deste gênero audiovisual foi proposta
uma conceituação do videoclipe com análise histórica e interpretativa. Depois da
revisão bibliográfica infere-se que o videoclipe é multifacetado e evidencia a tendência
contemporânea de transformação da forma de consumo musical diante da constante
evolução das tecnologias de produção e circulação de bens simbólicos.

Palavras-chave:

Videoclipe; audiovisual; música.

O objetivo deste artigo, ao fazer um breve histórico do videoclipe, buscou mais


especificamente narrar as condições de emergência do videoclipe como gê nero
audiovisual e fazer um mapa mínimo das concepções mais gerais que permitam
verificar aproximações e diferenças na definição do que é videoclipe na busca da
produção de sentido. Para realizar tais metas, empreendemos pesquisa bibliográfica,
com base nos ainda poucos livros produzidos sobre o tema, o que consideramos como
fator determinante para a realização desta empreitada. Como procedimento metódico,
propusemos uma análise histórica e interpretativa para contar o que, a nosso ver, se
configura como uma breve história do videoclipe. A tentativa de classificação do gênero
em subgêneros torna-se difícil, quando não insuficiente, principalmente pelo fato de se
tratar de um campo próprio para experimentações.
Este artigo se enquadraria como história do audiovisual, modelo teórico da
comunicação como ciência da cultura, no campo maior das Ciências da Comunicação,
buscou sistematizar dados sobre o gênero videoclipe. A produção de videoclipe é um
campo de trabalho que oferece inúmeras possibilidades de atuação profissional,
evidenciando a forte relação entre o campo da comunicação e o campo do trabalho, o
que a nosso ver evidencia a relevância desta interface. “O videoclipe é importante para a

1
Trabalho apresentado ao GT Audiovisual, do VIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região
Centro Oeste.
2
Bacharel em Comunicação Social habilitação em Rádio e TV pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
E-mail: [email protected].

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compreensão da cultura contemporânea (...); o videoclipe sintetiza o contemporâneo na


sua aproximação da indústria cultural com a vanguarda, na diluição da radicalidade
inovadora a partir de claras intenções comerciais (...)”, esclarece a comunicadora
Angela Prysthon3 .

O que é um videoclipe?

O termo videoclipe só começou a ser utilizado na década de 1980. Clipe deriva


de clipping, recorte (de jornal ou revista), pinça ou grampo, que possivelmente se refere
à técnica midiática de recortar imagens e fazer colagens em forma de narrativa em
vídeo. A colagem de imagens enfocaria a tendência contemporânea do videoclipe como
gênero do audiovisual de se fazer composições a partir de outros trabalhos e imagens
produzidos inclusive na mídia de massa. Segundo Thiago Soares 4 , no início o clipe era
rápido e instantâneo, com prazo de validade, enquanto esforço para divulgação musical.
A característica marcante do videoclipe eram imagens em velocidade frenética, sem
obrigação de contar uma história linear com início meio e fim. Podia ser somente uma
justaposição de imagens para se vender a música.
O videoclipe surge para vender um pacote completo: música e imagem do
artista. Como ferramenta de apelo mercadológico, o videoclipe também influencia
comportamentos e dita moda. Atualmente, esta noção de videoclipe como justaposição
de imagens, ao modo de uma bricolagem, quase não se sustenta. Hoje, os clipes podem
apresentar construções narrativas, lineares ou não. Na composição do clipe, as imagens
se relacionam em maior ou menor intensidade com a letra. A dimensão imagética é
criada nesta tensão entre o sonoro e as possíveis traduções em forma de imagem que
cada música suscita. No videoclipe, nem sempre o que é dito na música é visto na
imagem, a tradução intersemiótica não é uma obrigação nem uma tradução fiel da
música. Tradução intersemiótica 5 , por tradição pensada como interpretação de signos
verbais por meio de outros signos não verbais, passou a ser também tradução
generalizada de um sistema de signos a outro.

3
PRYSTHON, Ângela. Prefácio. In: SOARES, Thiago. Videoclipe: o elogio da desarmonia. Recife:Livro Rápido,
2004.
4
SOARES, Thiago. Videoclipe: o elogio da desarmonia. Recife:Livro Rápido, 2004, p.23, 24.
5
Ver PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 1987.

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Eduardo de Jesus 6 é enfático ao afirmar que “o cenário audiovisual


contemporâneo caracteriza-se por uma intensa hibridação entre formatos, suportes,
gêneros e técnicas”. Apesar de ser um formato televisivo e comercial, tanto para a TV
quanto para a indústria fonográfica, o videoclipe é um gênero audiovisual que agrega
valores de outros gêneros proporcionando a experimentação. O pesquisador Goodwin7
afirma, em 1992, que o videoclipe é um produto da indústria fonográfica que está
estruturado na música e na imagem, e é legitimado pela música pop.
São vários os elementos técnicos utilizados para compor o videoclipe. Na etapa
de produção, a iluminação pode ser executada de algumas maneiras: bem marcada para
evidenciar o cantor, como é feita na publicidade; uma iluminação natural ou imitando
ambientes urbanos, como é feito no cinema que também oferece outras possibilidades
como a iluminações características de gêneros: terror, suspense, ficção ou ainda a
experimentação. A fotografia, assim como a iluminação, pode seguir os moldes da
publicidade dando ênfase a planos próximos e detalhados ou seqüências que
acompanhem a evolução do roteiro como acontece no cinema, que iniciam com planos
mais abertos para localizar o espectador e seguem mostrando o decorrer da história.
Também existe a possibilidade do videoclipe ser feito em plano seqüência; a banda Ira
fez um clipe chamado Bebendo vinho, que foi totalmente realizado em plano seqüência,
ou seja, sem cortes.
Figurino e cenografia podem funcionar para ditar moda, fazer referência ou ser
experiência estética. O roteiro é outro aspecto técnico que pode variar bastante nos
clipes. A narração não é obrigatória. O clipe pode contar a história da música
(narração), pode introduzir novos conceitos relacionados à letra e ainda pode ser
contrário à letra. Além destas, ainda tem a opção da performance dos músicos, fazendo
referencia aos primórdios do videoclipe. E claro, também tem a possibilidade de não
levar nada disso em conta e partir para a experimentação. Já que este gênero permite a
inventividade, e transcende no campo da potencia criativa.
Na pós-produção as opções de transição entre uma tomada e outra vão desde o
corte seco à fusão de imagens. O corte seco dá agilidade e a fusão sobrepõe as imagens.
A edição pode ser frenética ou não, depende do resultado esperado pelo diretor. Pode
ser pautada no ritmo da música ou não, também a critério dos realizadores. A pós-

6
JESUS, Eduardo de. Circuito de exibição e hibridismo – o videoclipe em expansão. Porto Alegre: Intercom, 2004.
7
Ver CARVALHO, Claudiane de Oliveira. Narratividade em videoclipe. A articulação entre música e imagem. São
Paulo: Intercom, 2005.

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produção dispõe de vários recursos de computação gráfica que podem ser inseridos à
obra audiovisual. No clipe dirigido por Jarbas Agnelli, Made in Japan, da banda Pato
Fú, foi utilizada a técnica de 3D (animação em três dimensões). A gravação com a
banda foi feita em chroma key8 , depois foi adicionada à animação dos músicos com
cenário e com os robôs.
Talvez o ritmo da edição seja a peça chave para a primeira conceituação que se
teve de videoclipe, de imagens frenéticas com prazo de validade. Segundo Eisenstein9
“A complexidade excessiva do ritmo métrico produz um caos de impressões, em vez de
uma clara tenção emocional”.
As técnicas e teorias mais encontradas no videoclipe vêm do cinema e da
publicidade. Porque ele tem um formato televisual utilizado para promover a venda da
música (CD, DVD). Portanto, ele não pode ser analisado somente por um aspecto, o
artístico, por exemplo. Assim estaria excluída uma importante característica do
videoclipe nas condições de circulação dos bens simbólicos no modo de produção
capitalista que são o processo de venda e consumo. O videoclipe, nestas condições
socioeconômicas, torna-se uma espécie de peça de divulgação publicitária.
Como afirma Valéria Bandini 10 :

“Os videoclipes tornaram-se um novo referencial para a apreciação estética


da música associada a uma forma de oferecer um produto ao consumo.
Inegavelmente, pela indústria fonográfica, vídeos musicais são formas de
exposição de um produto que está à venda, um apelo ao consumo. Sua
estética une técnicas apuradas do cinema e da publicidade, a liberdade de
criação de film makers e um universo simbólico que visa à expressão do
sentido da canção e da personalidade do artista”.

As referências visíveis nos clipes são diversificadas. Ainda que mantenham o


apelo mercadológico, tendem a ser um campo da experimentação. As referências podem
ser artes plásticas, documentários, filmes de ficção e outros. Classificar e categorizar o
videoclipe é um trabalho com resultados insuficientes porque este gênero audiovisual
emerge da hibridação 11 , da contaminação 12 , das referências13 e da experimentação 14 . O

8
Fundo verde ou azul utilizado em gravações que terão o fundo removido na edição para ser substituído por outro.
9
EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor, 2002, p. 80.
10
BRANDINI, Valéria. Panorama histórico – MTV Brasil. In: PEDROSO, Maria Goretti & MARTINS, Rosana.
Admirável Mundo MTV Brasil. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 04.
11
A palavra é utilizada no sentido trocas culturais, fusões culturais e artísticas de obras (literárias, plásticas,
audiovisuais).
12
A palavra é utilizada para expressar o rompimento de barreiras técnicas e opções estéticas de um gênero audiovisual
para outro (cinema, propaganda e videoclipe) e de uma obra de arte para outra.
13
A palavra é usada para denotar a citação de um gênero audiovisual em outro ou de outras formas de arte que
possam figurar em videoclipes.

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que está estabelecido é que música é o suporte fundamental do clipe. Em geral, as


imagens produzidas tendem a ser “traduções” visuais da música, ou seja, as imagens
guardam uma correspondência quase literal do sentido produzido pela letra da música.
Mas, em outros casos, as imagens não necessariamente têm a função de pôr em relação
possíveis sentidos entre o visual e o sonoro. A música é, simultaneamente, referência e
limite das imagens na formatação do videoclipe.
A citação de alguns clipes que exemplifiquem a hibridação e a contaminação de
distintos referenciais discursivos se faz necessária. Michel Moore, diretor do
documentário Bowling in Columbine, dirige o clipe Boom para a banda System of a
Down. No clipe, não aparecem imagens da banda. As imagens editadas são de
manifestações anti-bélicas de vários lugares do mundo. O que se vê é a linguagem do
documentário sendo trazida para o videoclipe. A referência em tom de documentário
também é observada no clipe A Minha Alma, da banda O Rappa, que trata de assuntos
sobre violência e cultura periférica; a direção do clipe é de Kátia Lund, que co-dirigiu os
filmes Cidade de Deus e o documentário Notícias de uma guerra particular.
Observa-se também o inverso: a linguagem do videoclipe sendo referência
incorporada pelo cinema. O filme Corra Lola Corra, de 1999, dirigido pelo alemão
Tom Tykwer, é um exemplo da estética do videoclipe no cinema. O roteiro, que
justapõe três possibilidades de narrativa em um mesmo filme, mistura as linguagens de
cinema, videoclipe, videogame, música e animação. Entre outras variações, o
comentário social apareceu bastante em videoclipes brasileiros, entre eles Diário de um
detento, dos Racionais MCs; A Minha Alma, da banda O Rappa, e Segue o Seco, de
Marisa Monte. Os clipes têm estéticas diferentes, mas se assemelham pelo assunto que
abordam no roteiro (problemas sociais) e ainda têm em comum o fato de serem
referências para filmes. O invasor, feito em 2001 pelo diretor Beto Brant, e O Rap do
pequeno príncipe contra as almas sebosas, de Paulo Caudas e Marcelo Luna, se
assemelham aos primeiros clipes e o terceiro (Segue o Seco) é referência para o filme
Eu Tu Eles, de Andrew Waddington.
Ainda sobre as questões sociais, o clipe Diário de um detento, do diretor
Maurício Eça, relata o cotidiano dos presidiários e relata a chacina de 111 presos no
Pavilhão Nove do Presídio do Carandiru, em São Paulo. A letra nasceu de uma carta
entregue a Mano Brown numa visita ao presídio. A partir da carta do preso que se

14
A palavra é utilizada para sinalizar o campo da potência de criação, de argumentos inventivos no roteiro e
execução do videoclipe como um todo.

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identificou como Jocenir e mais algumas histórias, foi feito o rap que conta a versão dos
presos sobre a chacina dos 111 presos, em 2 de Outubro de 1992, que aconteceu com a
intervenção da tropa de choque da Polícia Militar de São Paulo. E essa história se repete
no filme Carandiru, de Hector Babenco. A chacina teve grande repercussão e também
apareceu na letra da música Haiti, de Caetano Veloso.
Vitor Amati e Cássio Amarante dirigiram o clipe da música Luz dos olhos, de
Nando Reis, e o denominaram de reality clip (de reality show), porque era um pequeno
documentário de casamento. O clipe mostra imagens dos preparativos do casamento e
encerra com um show surpresa de Nando Reis depois da cerimônia. No campo da
experimentação, a banda Gorillaz, que se apresenta em forma de desenho animado, é
um exemplo tanto para o gênero videoclipe quanto para estratégia de vendas. É uma
banda que não tem rosto, os clipes são feitos apenas com animação. Damon Albarn
(vocalista da banda Blur), Jamie Hewlet Dan (desenhista gráfico) e Dan Nakamura
(produtor) são os criadores do Gorillaz, mais conhecida como banda de cartoons. O
trabalho foi lançado no final de 2000, incluindo clipes e desenhos animados, em 2D,
para a TV e internet. O primeiro clipe da banda foi intitulado 19-2000.
Estes exemplos mostram que o videoclipe, assim como outros gêneros do
audiovisual, retrata questões do cotidiano, da conjuntura histórica no qual está inserido.
Talvez dentro de algum tempo, já que o videoclipe é recente se comparado com outros
gêneros audiovisuais, a história possa ser contada também com o auxílio de videoclipes,
uma vez que ele retrata o cotidiano, molda e reflete comportamentos, dita moda.
Há clipes em que se observa a repetição na estrutura (música e roteiro) montada
a partir de convenções da música pop. É o caso do clipe Check on it, da cantora
Beyoncé, que faz parte da trilha sonora do filme A pantera cor de rosa. No clipe,
basicamente o que importa é o rebolado da cantora que rima com toda repetição da letra
da música. E para ficar caracterizado que o clipe é trilha sonora do filme A pantera cor
de rosa, tudo é rosa. O figurino é rosa, o cenário é feito com cetim rosa de várias
tonalidades, até o cabelo da cantora aparece rosa. Este vídeo caracteriza a utilização da
função fática da linguagem, como a descreve Samira Chalhub 15 : “A necessidade de
chamar a atenção do espectador e influenciá- lo é a característica central da função fática
da linguagem”. Neste caso chamando atenção para o clipe que está fazendo referência
ao filme a todo o momento.

15
CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 2001, p. 22.

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A estética do videoclipe se caracteriza por ser um espaço de experimentação de


linguagens, o que parece ser possível na medida em que os trabalhos sejam feitos por
pessoas com diferentes experiências no campo audiovisual (cinema e publicidade) e
outras artes (artes plásticas, teatro, cenografia, figurino). Trata-se de um gênero com
alguma coesão que lhe atribua uma existência como gênero do audiovisual, mas ao
mesmo tempo deve ser concebido em sua pluralidade de ser pensado e concebido. O
capítulo com análises de oito videoclipes busca ilustrar o que haveria de mais
significativo nesta breve história do videoclipe como gênero audiovisual.

Breve história do videoclipe

Segundo o comunicólogo Marshall Macluhan16 , houve uma ruptura entre som e


imagem que teve início com o alfabeto escrito, sendo seguido do advento da palavra
impressa de Gutemberg que traça uma linha sucessória entre: a lanterna mágica, do
século XIV, passando pela câmera escura, pela fotografia no século XIX e, nos últimos
anos daquele século, o cinema. Tom Gunning 17 , em seus estudos sobre o cinema das
origens, chama atenção para um dos nomes com o qual ele foi batizado: “fotografias
animadas”.
O teórico do cinema Nöel Burch18 afirma que os realizadores e o público
haveriam constatado rapidamente a necessidade de um acompanhamento sonoro
(musical) para as imagens, cujo silêncio parecia insuportável. Enquanto a evolução das
técnicas ligadas a imagem galopava o som seguia a passos lentos. Não que essa não
fosse a vontade dos pesquisadores, foram vária tentativas. Em 1877 foi criado o
fonógrafo. Depois veio o kinetophone que não funcionava bem.
Só em 1902, Leon Gaumont inventou o chronophone, que funcionou de maneira
satisfatória para a época. E, então, entre 1911 e 1913, há um consenso de que a música é
o acompanhamento ideal para as imagens. Na metade da década de 20, a Warner
Brothers e a Fox Film Corporation apresentavam aparelhos que sincronizavam som e
imagem. A partir daí surgiram vários números filmados. Em 1927 é produzido o
primeiro filme “cantado” do cinema: O cantor de jazz, com Al Jolson.

16
Ver COSTA, Fernando Morais da. A inserção do som no cinema.1º Encontro da Rede Alfredo de Carvalho. Rio de
Janeiro, 2003.
17
Idem.
18
Ibidem

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Ao constatar a necessidade da música para os filmes, os Estúdios Disney


produzem na década de 1940 o desenho animado Fantasia, no qual se observa uma
relação muito próxima entre música e imagem. Em 1945 surgiu a “vitrola de fichas
visuais”, comuns nos bares dos Estados Unidos. Nesses aparelhos era possível
visualizar números musicais em preto e branco. Bing Crosby foi um cantor que se
tornou referência quando se falava em tal aparelho.
A década de 50 ficou marcada pelos números musicais da TV e do cinema que
passaram a render números para a indústria fonográfica. Surge nesta década o Rei do
Rock, Elvis Persley, que estrelou vários musicais, entre eles: Love Me Tender, de 1956;
Loving You, também de 1956; Jailhouse Rock, de 1957; King Creole, de 1958, e muitos
outros, além de um documentário de shows em 1972.
No final da década de 50, a rede de televisão BBC, na Inglaterra, lança o
programa “6’5 Special” que mostrava exclusivamente apresentações musicais. Em 1960
surge na França o scopitone, aparelho semelhante ao jukebox, que tinha acoplado a ele
um projetor de cinema formato 16mm. Enquanto a música tocava, as imagens em preto
e branco passavam no projetor. Depois, o scopitone foi levado para a Europa,
particularmente para Alemanha e Inglaterra. Em 1979, o aparelho é retirado de
circulação.
O ano de 1964 é marcado pelo lançamento do filme A Hard Day`s Night, da
banda de Liverpool, The Beatles, dirigido por Richard Lester. Além do filme, os Beatles
faziam alguns vídeos. Os vídeos eram denominados “promos”, abreviação de
promocional. E há quem lance a questão se o que os Beatles fizeram não seriam
videoclipes. O pesquisador Guilherme Bryan19 afirma: “os vídeos dos Beatles não
podem ser considerados videoclipe porque eram usados para que a banda pudesse
aparecer em mais de um programa de TV”.
Jorge Lima Barreto 20 , historiador e filósofo português, afirma o seguinte: “(...) o
vídeo tem conexão com a TV, mas seu compromisso com a música (video music) foi
iniciado com o experimentalismo do coreano Nam June Paik, compositor e videasta do
final da década de 60”. O movimento descrito acima é denominado vídeo-arte ou vídeo
experimental, que versava sobre a estética da televisão e do vídeo na arte
contemporânea.

19
BRYAN, Guilherme. 30 anos num clipe, artigo publicado dia 31/10/2005, no jornal Folha de S. Paulo.
20
BARRETO, Jorge Lima. Música & Mass Media. Disponível em: www.culturgest.pt/docs/mmm-180106.pdf

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Em 1975, a banda Queen lança o primeiro videoclipe: Bohemian Rhapsody. Os


estudiosos afirmam que esse é o primeiro videoclipe intencionalmente produzido
segundo este conceito então nascente no audiovisual, porque foi produzido com o
objetivo de divulgar o disco da banda – e o objetivo foi alcançado. A exibição muito
freqüente do clipe no programa Top of the Pops, da rede BBC, fez com que o disco
chegasse ao topo de vendas. A gravação das vozes foi feita em seis estúdios diferentes,
para que fossem multiplicadas.
O primeiro videoclipe exibido no Brasil foi América do Sul. Ele foi ao ar no
programa Fantástico, da Rede Globo, em 1975. A música é interpretada por Ney
Matogrosso, com a direção de Nilton Travesso. Segundo Leão Serva 21 :

“Nos anos 70, o público brasileiro podia ver o programa do Big Boy (um DJ
que se apresentava com o bordão: Hello, crazy people, Big Boy rides again,
assim, em inglês numa terra de monoglotas provincianos como era o Brasil do
auge da ditadura militar... Era uma sensação!) E o Big Boy só passava clipes
importados dos Estados Unidos”.

Ainda na década de 1970, os musicais voltam à cena com American Grafitti, de


1973, Os embalos de sábado à noite, de 1977, Abba – O filme, de 1977 e Grease, Nos
tempos da brilhantina, de 1978. Os anos 80, no Brasil, foram marcados pelos programas
de videoclipe em várias emissoras: o FM-TV (TV Manchete); o Videorama (TV
Record); o Clip Trip (TV Gazeta); o Som Pop (TV Cultura); o Realce (SBT Rio); o
Super Special (TV Bandeirantes); o Fantástico e o Clip Clip (Rede Globo).
Na cidade de Recife (PE), os primeiros esboços de videoclipe apareceram ainda
em 1975. A banda Ave Sangria gravou uma espécie de vídeo-performance da música
Geórgia, a carniceira para o programa Fantástico, da Rede Globo. Mas o material
nunca foi exibido. Em 1973, o cantor e compositor Alceu Valença fez A Noite do
Espantalho, um filme-clipe dirigido por Sérgio Ricardo, em Nova Jerusalém (PE). No
final da década de 70, Alceu fez outro vídeo, dirigido por Jomard Muniz de Brito, com a
música Imitação da vida. Depois, no começo dos anos 80, Alceu Valença e Rucker
Vieira fizeram Amanhecendo, um documentário livre sobre um disco inteiro. Foi
realizado em Recife, em 1984, um vídeo musical produzido pela Rede Globo, Edy
Clínio, O Conde do Rock, um curta-metragem com sete minutos de duração, dirigido

21
SERVA, Leão. Prefácio. In: PEDROSO, Maria Goretti & MARTINS, Rosana. Admirável Mundo MTV Brasil.
São Paulo: Saraiva, 2006.

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pelo jornalista Amin Stepple Hiluey. As experiências em Recife podem ser consideradas
como primórdios do videoclipe no Brasil, ainda que não tenham sido veiculadas no
circuito de exibição de massa.
Nos anos 80 o modo de consumo de música é transformado pelo videocassete e
pelo videoclipe. É agregada a indústria fonográfica a indústria audiovisual, os
videoclipes. A estréia da MTV (Music Television), canal dedicado a exibir
exclusivamente videoclipes, foi no ano de 1981. No início era canal a cabo, depois
passou para canal aberto. O primeiro videoclipe exibido foi Killed the Radio Star, da
banda Buggles. Dois anos mais tarde, é criado o American Video Awards, festival que
premiava os clipes. Em 1987 é a vez de a Europa conhecer a MTV, que estreou com o
clipe Money For Nothing, da banda Dire Straits. O antropólogo argentino- mexicano
Nestor Garcia Canclini22 descreve a versatilidade da MTV:

“(...) conquista a audiência de jovens de quase todo mundo, é graças a sua


capacidade de combinar várias inovações: mistura gêneros e estilos, de
rebeldias roqueiras a melodias hedonistas e “pensamento liberal normalizado”,
associa-se a “grandes causas” (lutas contra pobreza, o analfabetismo, a AIDS e
a poluição), propondo exercícios de cidadania internacionalizados compatíveis
com um sentido moderno e sensual da vida cotidiana”.

A MTV chega ao Brasil na década de 90. O clipe que inaugura a emissora, no


dia 20 de outubro de 1990, é Garota de Ipanema, uma versão remix de Marina Lima. A
VJ que apresentou este clipe foi Cuca Lazarotto. Guilherme Bryan23 comenta a escolha:

“A escolha de Garota de Ipanema para inaugurar a emissora, que transformou


definitivamente a música brasileira, não parece ter sido aleatória. Muito pelo
contrário, esse clipe possui justamente o que a filial da rede norte-americana
parecia buscar: algo extremamente moderno misturado com símbolos que
representam a cultura brasileira”.

Este comentário mostra que a MTV Americana estabelece que as filiais, além de
manter a linguagem dirigida ao público jovem, também tem que ter as marcas da cultura
do país que representa. Foi em conseqüência de toda a diversidade e singularidade que
houve a demanda por um canal específico para os clipes. Assistindo à MTV, a
impressão que se tem é que passa um videoclipe que não tem fim, pois toda a
programação é pensada para criar a atmosfera musical de forma intensa. E para

22
CANCLINI, Néstor Garcia. A globalização imaginada. São Paulo: Iluminuras, 2003, p.150.
23
BRYAN, Guilherme.Garota de Ipanema – 15 anos de MTV Brasil. Artigo publicado dia 20/10/2005 na coluna De
olho no clipe, site da MTV Brasil.

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contextua lizar a história do videoclipe, a MTV tem papel primordial, pois é com ela que
este gênero audiovisual ganha notoriedade pública. O jornalista Leão Serva 24 faz uma
importante observação sobre a MTV:

“Tudo começou com uma revolução no modo de ouvir música. Ou melhor, de


sentir a música que deixou de ser apenas um apelo sonoro para estimular todos
os sentidos a partir da visão. O videoclipe passou a ser obrigatório em qualquer
lançamento de CD. A forma de fazer clipes, os cortes rápidos, o dinamismo e a
criatividade tomaram a publicidade, o cinema e a televisão em geral (...). Isso
criou um impacto na estética da música, da publicidade e do cinema”.

Com o advento das práticas da cibercultura, o acesso a textos, fotos, vídeos e


videoclipes tornou-se amplo. Basta dispor de um microcomputador e acesso à Internet.
Segundo Valéria Brandini 25 , na era digital um referencial imagético tornou-se
imprescindível na produção musical, tornando o videoclipe um poderoso veículo de
divulgação da música. Além dos canais de televisão, as pessoas passaram a ter acesso a
videoclipes em seus computadores. Como se isso não bastasse, agora os videoclipes
podem ser apreciados também nos aparelhos de telefonia móvel. Segundo Pierre Lévy26 ,
“com o espaço cibernético temos uma ferramenta de comunicação muito diferente da
mídia clássica, porque é nesse espaço que todas as mensagens se tornam interativas,
ganham uma plasticidade e têm uma possibilidade de metamorfose imediata”. Ele fala
ainda da desterritorialização dos textos, das mensagens e dos documentos. Também fala
do autor coletivo que proporciona a transformação permanente. Novas tecnologias e
novas condições de produção e consumo de videoclipe são possíveis devido à internet
em sites como You Tube e GoogleVideo. Videomakers, músicos e atores começam a
criar vídeos especialmente para serem veiculados no site. Os artistas estão utilizando o
endereço para experimentar linguagens audiovisuais e para divulgar e distribuir as
obras 27 .
No dia 28 de julho de 2006, a agência de notícias Reuters (Londres) divulgou a
seguinte matéria do jornalista Mike Collett-White 28 : “Canais de videoclipes lutam para

24
SERVA, Leão. Prefácio. In: PEDROSO, Maria Goretti & MARTINS, Rosana. Admirável Mundo MTV Brasil.
São Paulo: Saraiva, 2006.
25
BRANDINI, Valéria. Panorama histórico – MTV Brasil. In: PEDROSO, Maria Goretti & MARTINS, Rosana.
Admirável Mundo MTV Brasil. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 08.
26
LÉVY, Pierre. Palestra realizada no Festival Usina de Arte e Cultura, promovido pela Prefeitura Municipal de
Porto Alegre, em Outubro, 1994. Tradução: Suely Rolnik. Revisão da tradução transcrita: João Batista Francisco e
Carmem Oliveira. Artigos Acadêmicos Google.
27
SILVA, Adriana Ferreira. Artistas passam a criar de olho no YouTube. Matéria publicada dia 13/08/06 na Folha de
S. Paulo (on line), da reportagem local. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/inde13082006.htm
28
Matéria publicada dia 28/07/2006, da Agência de Notícias Reuters, site da UOL – UOL música.

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sobreviver na era da internet”. Ele afirma que os canais de videoclipe são uma espécie
ameaçada no mundo pop e que tais canais estão aprendendo da maneira mais difícil que
é necessário se adaptar à era da internet. Ele fala ainda que o programa da BBC 29 , Top
of the Pops, parada de sucessos mais antiga da TV mundial, sairá do ar. E comenta
também que a emergência da MTV, um dos motivos do fim do programa, vai se
reinventar proporcionando interatividade. E, com base em pesquisa feita no Reino
Unido, ele aponta que as pessoas dedicam mais tempo à internet que a TV.
Para acompanhar toda a evolução, as MTVs hoje têm sites que tratam não só da
programação televisiva. Há notícias de bandas e cantores, colunas, chats, blogs,
comunidades entre outras ferramentas de comunicação. Percebendo este panorama, que
vem tipificando a cibercultura, a MTV Brasil atualmente tem um programa chamado
MTV de Bolso, que exibe fotos e comentários de internautas que se cadastram no site da
emissora. A própria MTV tem consciência da importância histórica do videoclipe, mas
pecava por dedicar pouco tempo da sua programação para discutir e analisar os clipes,
limitando o espaço a matérias e a um programa chamado Produzindo o Clipe, que na
grande maioria mostrava clipes internacionais.
No site, o tratamento se tornou um pouco diferente. A partir de 15 de março de
2004, Guilherme Bryan começou a escrever numa coluna quinzenal que se chama De
olho no clipe: Neste espaço, ele analisa clipes que passam ou passavam na programação
da MTV. No dia 14 de agosto de 2006 estreou Bioclipe, programa de entrevistas com
diretores de clipes nacionais, com depoimentos de diretores e artistas, mostrando todo o
processo de criação e produção de um videoclipe. O programa coloca o videoclipe em
discussão como objeto de fruição e potência criativa e ainda traça o perfil dos diretores
e o panorama da produção de videoclipes no Brasil.
Na edição do ano de 2006 o VMB30 , Video Music Brasil, no dia 28 de setembro.
A MTV trouxe várias inovações, entre elas a votação pela Internet para todas as
categorias e as transmissões ao vivo em rádio e Internet tanto do evento como dos
bastidores. Também há uma premiação para clipes produzidos pelo público, na
categoria “Vc fez”. Infere-se destas informações que a MTV busca a interatividade com
o público de várias maneiras, devido à demanda do mercado consumidor que procura a
interatividade disponível na rede mundial de computadores.

29
A BBC (British Broadcasting Corporation), é uma emissora estatal de rádio e televisão do Reino Unido, fundada
em 1927.
30
MELLO, Marina Campos. MTV tenta renovar VMB com interatividade e transmissão via rádio. Matéria publicada
dia 12/09/2006, Site da UOL– UOL música.

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Por ser um dos produtos audiovisuais com o formato mais livre, o videoclipe
oferece inúmeras possibilidades de criação, podendo variar, por exemplo, do
documental à animação. Firma-se, portanto, como espaço da experimentação, do
rompimento das estruturas clássicas de narração e como referência para outros gêneros
audiovisuais. Sobre este aspecto do videoclipe, escreve Arlindo Machado 31 : “O sistema
digital dá o modelo estrutural para o videoclipe, liberando-o dos modelos narrativos ou
jornalísticos que constituem a substância da programação habitual de TV, de modo a situá-lo
como um espaço de experimentação e descoberta no seio da televisão”.
A discussão sobre o gênero videoclipe pode ganhar pertinência na medida em
que a produção audiovisual se conjuga com a produção musical contemporânea.
Arlindo Machado 32 faz o seguinte comentário sobre videoclipe como produto
audiovisual: “o videoclipe torna sensível um fenômeno ao qual nunca prestamos a devida
atenção antes: a unidade indecomponível do som com a imagem no vídeo, que nos permite falar
verdadeiramente e com toda propriedade de um meio audiovisual”. O videoclipe é um
gênero audiovisual com várias possibilidades de classificação. Nele estão agregados
conceitos que remetem também a outras linguagens audiovisuais: cinema, televisão e
publicidade. Além de ser uma peça da estratégia de venda da indústria cultural com fins
comerciais, ele se apresenta também em sua dimensão no campo das artes. Como
escreve Valéria Brandini 33 : “O videoclipe trouxe consigo não só uma nova concepção
estética da música como produção artística, mas também uma nova concepção de
consumo dessa música”. Ainda sobre o aspecto comercial e artístico do videoclipe,
Thiago Soares34 comenta: “tanto o ‘artístico’ quanto o ‘comercial’ se remontam às
lógicas do capitalismo, que determinam o direcionamento de certos artistas da música
pop dentro da indústria fonográfica”.

Conclusão

Com este breve histórico do videoclipe infere-se que o videoclipe é multifacetado, é


espaço para: criar, revisitar, referenciar e chocar. Também pôde ser constado que o
videoclipe também espelha o que acontece, fala do cotidiano, mostra o contexto
histórico que está inserido. Ele representa a transformação nos modos de consumo de

31
MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo:Brasiliense, 1997, p.169.
32
Idem, p.173.
33
BRANDINI, Valéria. Panorama histórico – MTV Brasil. In: PEDROSO, Maria Goretti & MARTINS, Rosana.
Admirável Mundo MTV Brasil. São Paulo: Saraiva, 2006, p.04.
34
SOARES, Thiago. Videoclipe: o elogio da desarmonia. Recife:Livro Rápido, 2004, p.68.

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música: música para ouvir e, também, para ver, o que evidencia a tendência
contemporânea de que a cultura contemporânea é extremamente calcada na conjugação
do som e da imagem. E estas transformações no modo de consumo da música são
atualizadas pela transformação constante das tecnologias de produção e circulação de
bens simbólicos. Da TV aberta aos canais pagos, do videocassete ao aparelho de dvd, a
transformação dos modos de consumo se altera novamente com o advento da internet. A
circulação e o consumo se redefinem pela atualização do pensamento midiático
contemporâneo que inclui o uso de sites como YouTube e Videogoogle, e ainda o uso
de celulares.

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