Saúde Mental - O Aviador Não Finalizado

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Fundao de Apoio Escola Tcnica.

Escola Tcnica Estadual Santa Cruz.


Anlise do filme O Aviador
Resenha do filme O Aviador.
A histria baseada em fatos reais e conta a vida de Howard Hughes, que foi aviador,
engenheiro, industrial, produtor de cinema, diretor cinematogrfico e um dos
homens mais ricos do mundo. Sua vida foi bem agitada com todas as suas manias e
desejos, amantes e acessos de loucura. Na infncia, a sua me o superprotegia, isolando-o
de todos os germes ambientais. O reflexo de tais atitudes foi que Howard desenvolveu uma
doena mental que tambm pode ser causada pelos transtornos de ansiedade, chamada
TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Mania de limpeza, sociopatia,
insanidade essas so algumas das caractersticas que definem o definhante
Howard Hughes conforme seus problemas pessoais e financeiros vo se
agravando. Em meio a isso, h o aviador propriamente dito, esse alter ego de
Hughes, extremamente apaixonado por aviao e por tudo o que voa. Sua
ousadia beira a sandice e ele no nega esforos para evoluir cada vez mais
seus avies e sua companhia area (a TWA). Leonardo DiCaprio, que
interpreta Hughes, apresenta srias compulses, ou seja, rituais repetitivos,
preocupao com os germes, principalmente em banheiros pblicos, onde lava
as mos vrias vezes. Depois de sofrer um acidente de avio, foi necessria
uma transfuso de sangue, que s foi realizada porque ele estava inconsciente, pois ele
tinha uma preocupao excessiva com as doenas. Quando dirigia um filme tinha a
necessidade de rev-lo vrias vezes; quando construa os avies, tinha de passar a mo
sobre eles para verificar se estava tudo em tamanha simetria, pois no aceitava
imperfeies. Apesar de todos esses problemas, Howard no era excludo pela sociedade,
pois tinha poder e influncia. Geralmente os portadores de deficincias fsicas no recebem
apoio, so abandonados pela famlia, amigos e se isolam, dificultando o seu convvio junto
sociedade. No caso de Howard, o isolamento foi uma consequncia da doena.
Definio de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), um dos distrbios da ansiedade,
um quadro potencialmente destrutivo que pode persistir ao longo de uma vida.
O indivduo que sofre de TOC apresenta um padro de pensamentos e
comportamentos repetitivos, desprovidos de sentido e perturbadores, e muito
difceis de superar. O grau da doena pode variar de brando a severo, e
quando o quadro severo no tratado, o distrbio pode incapacitar o paciente
para as atividades profissionais, escolares e at mesmo domsticas.
Por muitos anos, os profissionais de sade mental viam o TOC como uma
doena rara, tendo em vista que uma pequena minoria de seus pacientes
apresentava este quadro. O transtorno muitas vezes no era reconhecido
porque muitas vtimas do TOC, na tentativa de manter a repetitividade de seus
pensamentos e comportamentos em segredo, evitavam buscar ajuda
teraputica.
Sinais e sintomas.
Estudos epidemiolgicos revelam uma curva bimodal para a idade de incio dos
sintomas: os homens os apresentam numa idade mais precoce (na infncia ou
adolescncia), enquanto as mulheres, mais na idade adulta. Casos de TOC
com incio precoce apresentam maior comorbidade com tiques, mais
fenmenos sensoriais e mais compulses "tic-like".
Em algumas situaes, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos
que no caracterizam o TOC. O principal sintoma da doena a presena de
pensamentos obsessivos que levam realizao de um ritual compulsivo para
aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.
Preocupao excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para
pronunciar certas palavras, indeciso diante de situaes corriqueiras por
medo que uma escolha errada possa desencadear alguma desgraa,
pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenas so
exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.
Mecanismo de defesa.
Formao Reativa - um processo psquico que se caracteriza pela
adoo de uma atitude de sentido oposto a um desejo que tenha sido
recalcado, constituindo-se, ento, numa reao contra ele, impedindo a
expresso de pensamentos ou sentimentos inaceitveis exagerando
pensamentos ou tipos de comportamento opostos. So padres
comportamentais manifestados e atitudes conscientemente
experimentadas que so opostas dos impulsos. Geralmente esses
padres parecem, ao observador, extremamente exagerados e muitas
vezes inadequados.
Isolamento - Separar um pensamento ou recordao do sentimento,
afeto ou emoo a eles associados. Se torna um mecanismo de defesa,
por proteger a pessoa dos afetos e impulsos que geram ansiedade.
Anulao - Desfazer ou cancelar simbolicamente uma experincia que
se considera intolervel. Se refere a um ato compulsivo que a pessoa
executa na tentativa de impedir ou anular as consequncias de um
pensamento ou impulso obsessivo aterrorizante.
Causas
As causas do TOC no esto bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um
problema multifatorial. Estudos sugerem a existncia de alteraes na
comunicao entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina.
Fatores psicolgicos e histrico familiar tambm esto entre as possveis
causas desse distrbio de ansiedade.
Critrios de Diagnstico.
A. Obsesses ou compulses:
Obsesses, definidas por (1), (2), (3) e (4):
(1) pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em
algum momento durante a perturbao, so experimentados como intrusivos e
inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento
(2) os pensamentos, impulsos ou imagens no so meras preocupaes
excessivas com problemas da vida real
(3) a pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens,
ou neutraliz-los com algum outro pensamento ou ao
(4) a pessoa reconhece que os pensamentos, impulsos ou imagens
obsessivas so produto de sua prpria mente (no impostos a partir de fora,
como na insero de pensamentos)
Compulses, definidas por (1) e (2)
(1) comportamentos repetitivos (por ex., lavar as mos, organizar, verificar) ou
atos mentais (por ex., orar, contar ou repetir palavras em silncio) que a
pessoa se sente compelida a executar em resposta a uma obsesso ou de
acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas.
(2) os comportamentos ou atos mentais visam a prevenir ou reduzir o
sofrimento ou evitar algum evento ou situao temida; entretanto, esses
comportamentos ou atos mentais no tm uma conexo realista com o que
visam a neutralizar ou evitar ou so claramente excessivos.
B. Em algum ponto durante o curso do transtorno, o indivduo reconheceu que
as obsesses ou compulses so excessivas ou irracionais.
Nota: Isso no se aplica a crianas.
C. As obsesses ou compulses causam acentuado sofrimento, consomem
tempo (tomam mais de 1 hora por dia) ou interferem significativamente na
rotina, funcionamento ocupacional (ou acadmico), atividades ou
relacionamentos sociais habituais do indivduo.
D. Se um outro transtorno do Eixo I est presente, o contedo das obsesses
ou compulses no est restrito a ele (por ex., preocupao com alimentos na
presena de um Transtorno Alimentar; puxar os cabelos na presena de
Tricotilomania; preocupao com a aparncia na presena de Transtorno
Dismrfico Corporal; preocupao com drogas na presena de um Transtorno
por Uso de Substncia; preocupao com ter uma doena grave na presena
de Hipocondria; preocupao com anseios ou fantasias sexuais na presena
de uma Parafilia; ruminaes de culpa na presena de um Transtorno
Depressivo Maior).
E. A perturbao no se deve aos efeitos fisiolgicos diretos de uma
substncia (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condio
mdica geral.
Especificar se:
Com Insight Pobre: se, na maior parte do tempo durante o episdio atual, o
indivduo no reconhece que as obsesses e compulses so excessivas ou
irracionais
Tratamento.
Terapia medicamentosa e no medicamentosa:
Utiliza-se antidepressivos inibidores da recaptao de serotonina. So
os nicos que funcionam. Alguns deles so: Citalopram, Fluoxetina,
Fluvoxamina e Paroxetina, Sertralina.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) demonstrou ser o tipo mais
eficaz de psicoterapia para esse transtorno. O paciente exposto diversas
vezes a uma situao que desencadeia os pensamentos obsessivos e aprende
aos poucos a suportar a ansiedade e a resistir necessidade de ceder
compulso. A combinao de medicao e TCC considerada melhor do que
seu uso isolado para reduzir os sintomas.
Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos
de abordagem teraputica.
sempre importante esclarecer o paciente e sua famlia sobre as
caractersticas da doena. Quanto mais a par estiverem do problema, melhor
funcionar o tratamento.
Alguns autores recomendam a monoterapia (um s medicamento)
quando o TOC patologia nica e a combinao cuidadosa de diferentes
terapias apropriadas quando existem condies co-mrbidas (outras doenas
relacionadas).
A maior dificuldade para o tratamento do TOC est, exatamente, em
convencer o paciente que o que ele sente uma doena (que existe em outras
pessoas) e que possvel trat-la. A grande maioria desses pacientes tem
constrangimento em relatar seus sintomas outras pessoas, incluindo aos
mdicos, com medo de que pensem que ele "louco".
A resposta teraputica, quando h, paulatina e gradual, podendo ser
progressiva ao longo do tempo de tratamento (vrios meses). E tambm as
recidivas so frequentes (recadas). Por isso h necessidade, quase imperiosa,
da continuidade do tratamento sob a forma de manuteno de pelo menos
durante um ano. Por ocasio da retirada do antidepressivo, esta deve ser
gradual, ao longo de 3-4 meses. Em pacientes que j tiveram 3 ou 4 recadas
(mau prognstico), considera-se a possibilidade de tratamento de manuteno
por perodos bem maiores ou, talvez, por toda a vida.
Cuidados de enfermagem.
Os Cuidados de Enfermagem ao paciente com TOC so:
Planejar junto com o paciente as atividades do dia, incluindo tempo e
horrio;
Estimular e manter o paciente ocupado com atividades que lhe d
prazer;
Permanecer junto a ele quando apresentar o ritual, no impedindo ou
apressando a realizao do ato, nesse momento, sugerir que ele analise
com calma a situao, evitando ansiedade;
Aplicar tcnicas de terapia cognitiva comportamental (exposio e
dessensibilizao);
Dar apoio em momentos crticos, permanecer junto ao paciente quando
necessrio;
Promover orientao aos familiares propondo estratgias conjuntas.
Prognstico.
O TOC uma doena crnica e seu prognstico no bom. H trabalhos
atestando que 20 a 40% dos pacientes no obtm melhora apesar do
tratamento mdico, 40 a 50% tem melhora moderada e apenas 20 a 30%
melhoram significativamente. O bom ajustamento social e profissional ajuda a
melhorar o prognstico. H casos onde a hospitalizao necessria,
principalmente quando o paciente submete-se totalmente s compulses ao
invs de resistir a elas.

Bibliografia:
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ZAMBA, Genilson. Sade mental - Transtornos mentais e de comportamento.
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