Glândulas e Nossas Emoções
Glândulas e Nossas Emoções
Glândulas e Nossas Emoções
Quando estamos tristes, dizemos: Estou com um n na garganta!, quando sentimos medo: Sinto um frio na barriga, com raiva: Meu sangue est fervendo!, desapontados: Meu corao est partido!. Dr. Harold Streitfield Essa interdependncia sutil entre a mente e o corpo intermediada pelas glndulas endcrinas, que regem a sinfonia complexa do corpo, lanando a qumica hormonal na corrente sangunea. Esses hormnios tm um intenso efeito, no s nas principais funes do corpo como o crescimento, a digesto, a queima de energia, a temperatura do corpo, a sexualidade, etc. como tambm na mente. A produo de hormnios tem de fato, um profundo efeito no estado de esprito, no temperamento e na eficincia mental. As situaes de hiper ou hiposecreo (acima ou abaixo do normal) das glndulas podem causar distrbios emocionais e mentais que abalam a sade e a paz de esprito. A hipersecreo da tiroxina, pela tireide, por exemplo, torna a pessoa nervosa e irritadia. As mulheres demonstram acentuado otimismo e maior autoconfiana no perodo de ovulao, quando o estrognio e a progesterona alcanam elevado ndice de produo, mas se tornam extremamente ansiosas ou hostis quando os nveis desses hormnios caem, durante os perodos pr-menstrual e menstrual. O ESTRESSE E AS GLNDULAS SUPRA-RENAIS Os efeitos, no corpo e na mente, das sensaes estressantes esto sendo agora estudados cuidadosamente pelos cientistas, tendo em conta que cada vez mais pessoas, em todo o mundo, adoecem devido ao estresse. Numa situao de estresse, as glndulas supra-renais automaticamente segregam adrenalina e a cortisona, hormnios que ativam todos os rgos do corpo, preparando-o para situaes extremas: lutar ou fugir. Essa resposta instintiva um legado de nossos antepassados primitivos. Quando nossos ancestrais tinham que enfrentar situaes de perigo, eles reagiam com intenso esforo fsico at solucionar o confronto, fosse fugindo rapidamente dos predadores, fosse liquidando o inimigo. Mas atualmente os seres humanos no podem correr para longe dos inimigos nem to pouco podem combat-lo fisicamente, sujeitandose a um constante e rduo estresse, ao qual no podem responder com atividade fsica. O funcionrio que frequentemente cobrado por seus superiores hierrquicos, o estudante que sofre tremenda presso de trabalhos e provas, a dona de casa atormentada com os afazeres do dia a dia, todos acumulam intensa presso interna. Certas emoes, como a raiva, emitem ondas conflitantes para o sistema nervoso, tornando os msculos tensos, a respirao irregular e os punhos cerrados. A presso sangunea aumenta, o corao fica acelerado e a digesto se torna mais difcil. E mesmo que a pessoa esteja preparada para reagir com fora e vigor, ela no poder dissipar essa tenso fazendo esforo fsico dando pancadas na cabea do agressor ou fugir, ento, essa tenso normalmente acumulada internamente. As glndulas supra-renais super estimuladas mantm o corpo e a mente num contnuo estado de alerta e tenso interna e, como resultado, ocorrem estados de melancolia, depresso, neurose e ansiedade, atingindo inclusive os estudantes. Esse estresse prolongado enfraquece o sistema imunolgico, diminuindo a resistncia s infeces, e frequentemente acarreta vrios distrbios, como a hipertenso, as doenas cardacas, os problemas intestinais, a lcera estomacal, a asma, a enxaqueca, a artrite e at mesmo o cncer. Foi constatado que os remdios controladores da tenso tm efeitos colaterais perigosos. Para aliviar o desgaste da tenso interna, precisamos aprender a relaxar.
Trs pessoas ficam presas num elevador. Uma delas tem um chilique. A segunda parece sob controle, mas sofre um ataque de ansiedade logo aps ser resgatada. A terceira permanece calma durante todo o episdio. A diferena no comportamento delas a avaliao interna que fazem desse evento estressante. Segundo estudos sobre a relao entre psicologia e biologia, como os feitos pelo Instituto de Medicina para o Corpo-Mente da Universidade Harvard, o problema a no o estresse, mas a resposta que se d a ele. A medicina corpo-mente ensina que a chave est na resposta de relaxamento. O estmulo de determinadas emoes pode inundar as clulas de hormnios e neurotransmissores que permitem relaxar diante de situaes estressantes. Esse um dos pilares da biopsicologia, que alia abordagens cientficas, como a psiconeuroimunologia, a conceitos orientais, como a medicina ayurvdica. Est tudo em nossas mentes, diz a antroploga, doutora em psicologia e monja Susan Andrews, autora de Stress a Seu Favor (gora). Desde 1992 ela vive no Parque Ecolgico Viso Futuro, ecovila fundada por ela em Porangaba, So Paulo. O que biopsicologia, afinal? um termo usado por cientistas para definir o estudo cientfico da biologia do comportamento e processos mentais. Refere-se ao inextricvel relacionamento entre psicologia e biologia, que chamado de medicina corpo-mente, ou psiconeuroimunologia. a confirmao do que diz a neurologista Candace Pert: cada mudana de humor acompanhada por uma cachoeira de molculas de emoo hormnios e neurotransmissores que flui atravs do corpo, afetando todas as clulas. Cada clula humana contm cerca de 1 milho de receptores para receber essas substncias bioqumicas. Assim, quando estamos tristes, nosso fgado est triste, nossa pele est triste. Como essas molculas nos afetam? Praticamente tudo no corpo regulado pelos hormnios. Eles esto entre os mais poderosos agentes biolgicos, influenciando, por exemplo, nossa resposta ao estresse. Cardiologistas pensavam que as pessoas mais propensas a sofrer ataque cardaco as com personalidade tipo A fossem apressadas, altamente competitivas e hostis. Recentemente percebeu-se que o problema no tanto o estilo de vida acelerado ou a ambio compulsiva, mas a hostilidade. As pessoas que respondem a chefes prepotentes ou engarrafamentos no trnsito com irritabilidade que vivem dizendo Ai, que saco! secretam at 40 vezes mais cortisol das glndulas suprarenais. Qual o problema com o cortisol? Em excesso, txico para o organismo. Assim, pessoas do tipo A so cinco vezes mais propensas a sofrer doenas e morrer cedo do que as tipo B, que tm mais cabea fria. Qual a influncia dos hormnios de estresse sobre os processos mentais? A secreo excessiva de cortisol tambm afeta a nossa cognio literalmente mata as clulas cerebrais no hipocampo, a regio do crebro responsvel pela memria. por isso que mais e mais pessoas esto perdendo a memria esquecendo onde puseram as chaves do carro, ou fazendo listas para lembrar o que tm de fazer, e depois esquecendo onde deixaram as listas. Pesquisas na Universidade de Michigan demonstraram que o declnio da memria entre jovens de 30 a 40 anos hoje em dia o mesmo dos idosos de 70 a 80 anos. Estamos nos tornando como o paciente que se queixou ao seu mdico: Doutor, estou perdendo minha memria! O doutor ento perguntou: Perdendo sua memria? H quanto tempo? O paciente respondeu: H quanto tempo o qu, doutor?
A depresso tem base biolgica? Cada emoo tem um componente biolgico. Quando vemos uma pessoa deprimida numa cadeira, quase incapaz de se mover, tendemos a pensar que ela est sem energia. Pelo contrrio, ela est como uma mola retesada: secretando desenfreadamente elevados nveis de cortisol, sinal de que est lutando uma exaustiva batalha mental tudo dentro de si. Como a escola freudiana descreve, depresso agresso voltada para dentro. possvel retardar o envelhecimento com o uso de hormnios? Estrelas de Hollywood tomam hormnios para manter a vitalidade. Mas, como endocrinologistas advertem, no existe almoo grtis. O aumento no natural de hormnios pode produzir danosos efeitos colaterais. Temos dentro de ns uma sofisticada farmacopia. Podemos naturalmente estimular o corpo a melhorar sua produo de hormnios, sem risco para a sade. Como podemos produzir hormnios intencionalmente? O objetivo da biopsicologia otimizar a secreo hormonal. Assim como as emoes negativas so acompanhadas por uma sopa bioqumica txica, as positivas mobilizam um prazeroso coquetel de hormnios e neurotransmissores benficos para a sade. Estudos demonstram que um dos mais importantes fatores na sade e longevidade no exerccio, alimentao ou estilo de vida, mas nossa resposta pergunta: Voc tem algum na sua vida que realmente o ame? E quem voc realmente ame? Aqueles que respondem no tm risco at cinco vezes maior de morte prematura que os que respondem sim. A mensagem dessas pesquisas: o amor realmente conta. Qual molcula de emoo est ligada ao amor e afeio? Uma a ocitocina, estimulada em todos durante relaes afetivas e nas mulheres durante a amamentao. Ela tem poderosos efeitos antiestresse: reduz o nvel de cortisol e a presso arterial. Por isso, o apoio social to importante na resistncia ao estresse e sade. Mas estamos nos tornando cada vez mais desconectados. Sofremos do que psiclogos chamam de sndrome das metrpoles: uma sensao de estar sozinho em meio multido. A tecnologia acabou com distncias, mas foi incapaz de nos aproximar. Como diz o Dalai Lama, compaixo e amor no so suprfluos. So fundamentais para a sobrevivncia da nossa espcie. E como se faz isso, na prtica? Nossos corpos e mentes so como ruas de mo dupla. Podemos afetar o corpo atravs da mente, e vice-versa. Somente abordagens mentais ou cognitivas sero ineficazes se o sistema endcrino estiver um pandemnio. H mtodos antigos para mudar nossa bioqumica e equilibrar emoes. Fazem parte das tcnicas que ensinamos no Programa Transforma do Instituto Viso Futuro, que equilibram as glndulas endcrinas e transformam sentimentos negativos raiva, dio, medo em atitudes positivas, como otimismo, entusiasmo e compaixo. Inclui posturas fsicas que massageiam glndulas endcrinas, visualizaes, tcnicas de respirao, relaxamento, meditao e nutrio. Estamos treinando facilitadores pelo Brasil para ensinar tcnicas que chamamos de Spa em Casa 15 minutos por dia de otimizao hormonal que transforma a vida das pessoas. Que conselho prtico a biopsicologia nos d para o cotidiano? Faa breves pausas durante o dia para respirar lenta e profundamente atravs do diafragma. Faa isso tambm quando lidar com pessoas irritantes ou negativas e se esforce para abrir o corao e manter a mente positiva. Lembre-se: simplesmente olhar para a foto de uma pessoa que voc ama ajuda a diminuir os hormnios do estresse. Coloque em prtica o que um estudo
feito por uma seguradora americana comprovou: quando uma mulher beija seu marido antes que ele parta para o trabalho de manh, a expectativa de vida dele aumenta cinco anos. A dela tambm. Susan Andrews americana e tem 58 anos Psicloga, antroploga e monja, estudou em Harvard e viveu 23 anos na ndia e no Sudeste Asitico Conheceu o Brasil durante a Eco-92, quando criou uma comunidade auto-sustentvel no interior de So Paulo instrutora de meditao e prticas de biopsicologia Tireide e Emoes A tireide responsvel pela regulao do metabolismo e muito relacionada ao sistema neuropsquico. | Psicossomtica |
A tireide ou tiride uma glndula responsvel pela regulao do metabolismo geral do organismo e muito relacionada ao sistema neuropsquico. As alteraes clnicas e francas dessa glndula, para mais (Hipertiroidismo) ou para menos (Hipotiroidismo) comprometem significativamente o psiquismo, entretanto, pequenas alteraes (subclnicas), muitas vezes sem sintomas claros e evidentes tambm podem envolver as emoes (Romaldini, Sgarbi JA, Farah, 2004). Recentemente forte a tendncia nas pesquisas sobre estados subclnicos das alteraes de tiride, mas suficientes para produzir complicaes emocionais. O diagnstico desses casos subclnicos se firma laboratorialmente. O Hipotiroidismo Subclnico e o Hipertiroidismo Subclnico so caracterizados por concentraes normais de T4 e T3 nos exames e valores mais elevados de TSH elevado Hipotiroidismo Subclnico ou diminudo no Hipertiroidismo Subclnico. As prevalncias so baixas e os sintomas e sinais clnicos de disfuno tiroideana escassos. No Hipotiroidismo Subclnico, colesterol total e LDL-C esto ligeiramente elevados. O Hipotiroidismo e o Hipertiroidismo subclnicos foram, por muito tempo, considerados apenas uma alterao laboratorial, supostamente sem manifestaes clnicas. Estudos mais recentes e muito mais criteriosos revelaram anormalidades clnicas importantes decorrentes desses dois quadros. Essas conseqncias clnicas causam, principalmente, alteraes hematolgicas, neuropsiquitricas, cardacas e vasculares, alm de distrbios no metabolismo dos lipdeos (Caron, 1990; Kahaly, 2000). Funcionamento A tireide mede aproximadamente 5 cm de dimetro localizada no pescoo, sob a pele, abaixo do pomo de Ado. Os dois lobos (metades) da tiride esto conectadas em sua parte central (istmo), dando glndula o aspecto da letra H ou de uma gravata borboleta. A secreo dos hormnios tiroideanos regulada distncia pela Hipfise, situada no Hipotlamo, a mesma regio cerebral mobilizada desde o incio do estresse. O Hipotlamo produz o neuro-hormnio chamado Hormnio de Liberao de Tireotropina(TRH), e este age na Hipfise estimulando a produo de outro hormnio, o Hormnio Estimulador da Tireide (TSH). Assim, o TSH fabricado na Hipfise ir agir na Tireide, estimulando a produo detiroxina (T4), que o hormnio tiroideano. A tiroxina muito importante na regulao do metabolismo, principalmente dos carboidratos, protenas e lipdios. Mas ela no faz isso sozinha e nem diretamente. Na realidade a tiroxina tem apenas um efeito discreto (quando o tem) sobre o
aumento da taxa metablica do organismo. No fgado e em outros rgos, ela convertida na forma realmente ativa, a triiodotironina (T3). Esta converso produz aproximadamente 80% da forma ativa do hormnio. Alm disso, a T4 e a T3 potencializam a ao de outros hormnios, como por exemplo, as catecolaminas e o hormnio do crescimento. A partir de determinado nvel de T4 na circulao, ela acaba por estimular retroativamente a prpria Hipfise, para que esta interrompa a secreo de TSH, fazendo supor que os nveis de tiroxina j esto suficientes. Este mecanismo de retroalimentao chamado de bio-feedback e permite um controle do nvel do TSH e do hormnio tiroideano. A tiride envolvida nas questes emocionais por conta do envolvimento do Hipotlamodiante das emoes. Comea no Hipotlamo as alteraes na secreo do TRH, conseqentemente alterando a produo hormonal da Hipfise de TSH e, conseqentemente tambm, produzindo alteraes da Tiroxina na tiride, tanto aumentando quanto diminuindo a produo. Na Fase de Alarme do estresse comum o hipertiroidismo e no Esgotamento o hipotiroidismo, embora essas alteraes possam acontecer inversamente. O curioso em relao tireide, a reciprocidade entre essa glndula e as emoes; os estados emocionais mais contundentes e o estressem leva a alteraes da tireide, entretanto, as alteraes da tiride tambm levam alteraes emocionais, fechando assim um crculo vicioso. Assim sendo, alteraes de tireide junto com alteraes psiquitricas so muito comuns, chegando a chamar ateno dos clnicos, psiquiatras e endocrinologistas. Explicar, entretanto, se elas ocorrem porque a tireide interfere no psiquismo ou se o psiquismo interfere na tireide tem sido objeto de muitos estudos. Inquestionvel na prtica o fato dos tratamentos psiquitricos melhorarem muito a funo da tireide alterada e vice-versa. Alm disso, em depresses resistentes e quando precisamos de um tratamento mais rpido, a associao dos antidepressivos com hormnios tereoideanos brilhante. Hipertiroidismo As anomalias funcionais da glndula tireide so freqentes, acometendo cerca de 5 % da populao geral, com forte predomnio nas mulheres. Calcula-se que, no mundo, mais de 200 milhes de pessoas sofrem com alguma forma de doena da tireide. A glndula tireide pode produzir hormnio demais (hipertireoidismo), ou de menos (hipotireoidismo), fazendo o corpo usar energia mais lentamente do que ele deve. O hipertiroidismo, diagnosticado facilmente pelos sintomas clnicos e por exames de laboratrio, uma condio na qual a tireide se encontra hiperativa, produzindo excesso de hormnios. O hipertiroidismo possui vrias causas, incluindo reaes imunolgicas (possvel causa da Doena de Graves). As pessoas portadoras de tireoidite (inflamao da tireide) comumente apresentam um perodo de hipertiroidismo no incio da doena. Posteriormente, entretanto, a hiperatividade inicial substituda pelo hipotireoidismotransitrio ou permanente. A Doena de Basedow (bcio difuso txico) e/ou Doena de Graves, pode ter origem autoimune, cuja natureza parece depender do estresse, pode ser devido um adenoma txico (hiperfuncionamento primrio da glndula) ou decorrente de uma tireoidite subaguda, cuja origem poderia ser viral. Todo quadro clnico do hipertireoidismo pode aparecer rapidamente ou insidiosamente, pode estar associado presena de bcio, taquicardia, palpitaes, pele mais quente, sudorese excessiva, emagrecimento junto com aumento do apetite. Podem estar presentes alguns sinais
oculares prprios na Doena de Basedow, como olhar frio, piscar demorado, retrao palpebral, conjuntivas injetadas e lacrimejamento. Em caso de hipertireoidismo franco, as determinaes de hormnios mostram valores altos de T4 e T3 (totais e livres), e valores baixos ou nem detectveis de TSH. O teste de estimulao de TSH com TRH negativo. Nos casos de hipertireoidismo subclnico, aHipfise "percebe" as pequenas variaes de T4 e T3 livres, e diminui sua produo deTSH, muito antes que o T4 e T3 sejam francamente anormais. No hipertireoidismo pode haver tambm um quadro depressivo, entretanto, aqui adepresso costuma ser do tipo agitado, com alto grau de ansiedade. Com freqncia os pacientes se queixam de fadiga associada a insnia. Alguns transtornos psicticos, de aspeto confusional e delirante, se manifestam em casos de fortes crises agudas ou de fases muito avanadas de hipertireoidismo. Nos idosos a apatia freqente, havendo instabilidade do humor, do tipo disfrico, ansiedade e, menos freqentemente, um quadro de melancolia. Esses sintomas neuropsiquitricos do hipertireoidismo podem desaparecer apenas com um tratamento antitireoideano (por exemplo, com carbimazol, propiltiuracil, etc). Quando existem manifestaes psicticas necessria a prescrio de antipsicticos e neurolpticos, mesmo durante o tratamento endocrinolgico. A produo excessiva de hormnios pela tireide no hipertiroidismo, seja ele devido a qualquer causa, gera um quadro de irritao e ansiedade, alm de suor excessivo, taquicardia, emagrecimento, pele quente, tremores e insnia, podendo ainda ocorrer aumento de volume do pescoo e dos olhos. Por outro lado, a ansiedade tambm pode resultar em hipertiroidismo, pelos mecanismos hipofisrios vistos acima. O hipertiroidismo causado pela Doena de Graves, bastante grave, capaz de afetar substancialmente a qualidade de vida. Acredita-se que a Doena de Graves (bcio difuso txico) seja causada por um anticorpo que estimula a tireide a produzir quantidades excessivas de hormnios tireoidianos. Os indivduos com Doena de Graves apresentam os sinais tpicos do hipertiroidismo. Essa doena incide em aproximadamente 2% das mulheres e 0,25% dos homens. Apesar de ser considerada uma doena autoimune por estar associada Imunoglobulina G (IgG), uma protena que estimula o receptor do Hormnio Estimulador da Tireide(TSH), pode ser desencadeada por fatores ambientais e, principalmente pelo estresse (Romaldini, 2001). Ela produz os hormnios tireoideanos (T4 e T3), que modulam a velocidade com que a energia ser consumida. A glndula tireide estimulada a produzir o T3 e T4 por outro hormnio, o TSH (hormnio treo-estimulante ou tireotrofina), produzido na Hipfise(glndula situada no crebro). A Hipfise, por sua vez, estimulada a produzir o TSH por outro hormnio ainda, o TRH(hormnio liberador da tireotrofina), este produzido no Hipotlamo (uma rea do crebro). Hipotireoidismo O hipotireoidismo tambm diagnosticado facilmente pelos sintomas clnicos e por exames de laboratrio, uma condio na qual a tireide se encontra trabalhando menos do que deveria (hipoativa) e a produo de hormnio tiroideano baixa. Ohipotireoidismo tambm pode ser muito grave.
De um modo geral o hipotireoidismo mais comum do tipo primrio, geralmente causado por uma tireoidite de Hashimoto, que se caracteriza por uma inflamao crnica da tireide ocasionada por anticorpos que atacam a prpria tireide (doena autoimune). Algumas pessoas j nascem com hipotireoidismo (congnito). Na tireoidite de Hashimoto a tireide freqentemente se encontra aumentada e o quadro completo de hipotireoidismo pode se manifestar anos mais tarde. Nesses casos a glndula vai sendo destruda gradualmente. Por incrvel que parea, a segunda causa mais comum de hipotireoidismo o tratamento muito entusiasmado do hipertireoidismo e algumas dietas inconseqente para emagrecimento. Uma causa muito freqente de hipotireoidismo em pases subdesenvolvidos a carncia crnica de iodo na dieta, acarretando aumento do tamanho da tireide e reduo de sua atividade. Em caso de hipotireoidismo, a produo hormonal da glndula est diminuda, portanto, o T4 total e/ou a FT 4 (T4 Livre) esto diminudos. A vantagem de fazer a dosagem de T4 Livre por se tratar de um mtodo direto, rpido e preciso. O TSH, por sua vez, est alto, devido falta do feedback (retrocontrole) dos hormnios produzidos pela glndula, j que eles esto baixos. Como o defeito no est na Hipfise, nem no Hipotlamo, a estimulao da Hipfisecom o TRH tem uma pronta resposta na secreo de TSH, mas os hormnios tireoideanos no aumentam. Portanto, a pessoa que tem uma combinao de baixos nveis de T4 com um TSH elevado conhecida como portadora de hipotireoidismosubclnico, o qual, no tratado, levar 20% dos casos a desenvolver um hipotireoidismo mais evidente a cada ano que passa. O hipotireoidismo pode ser primrio, quando o defeito da prpria glndula tireide, como por exemplo, na atrofia tireoideana ou na tireoidite de Hashimoto, ambas de origem autoimune, ou nas alteraes da glndula por teraputica hormonal (geralmente em regimes alimentares que usam hormnio tireoideano), nos tratamentos por iodo radioativo ou por cirurgia com retirada da glndula. O hipotireoidismo pode ser ainda secundrio, ou seja, ter origem fora da glndula com repercusses nela. Normalmente isso ocorre quando h diminuio da produo do Hormnio Estimulante da Tireide (TSH), resultado de aliteraes na Hipfise. Pode ainda, o hipotireoidismo, ser tercirio, cuja origem uma falha na secreo do Hormnio Liberador do TSH (TRH) no Hipotlamo. O hipotiroidismo pode gerar sintomas tais como, desnimo, apatia e depresso, alm de fraqueza, diminuio da memria, aumento de peso, pele seca, queda de cabelos, intestino preso, etc. Reciprocamente, a depresso, por sua vez, tambm pode levar ao hipotiroidismo. Sintomas Psiquitricos Quando o hipotireoidismo de intensidade mdia, a sintomatologia predominantemente dominada por um quadro depressivo, ao qual se associam lentificao da fala, diminuio do rendimento intelectual, fadiga, diminuio do apetite e apatia. Como se desenvolve um quadro depressivo no hipotireoidismo ainda no est bem esclarecido, mas em ratos, o hipotiroidismo associado extirpao cirrgica da tireide afeta o sistema noradrenrgico (neurotransmissor importante na regulao do humor), sendo aventada possvel ligao entre esta ocorrncia e alterao em funes neuropsquicas. Outra possibilidade a de que o hipotireoidismo se associa com uma reduo na atividade da serotonina (outro neurotransmissor importante na regulao do humor). Com a reposio de medicamentosa de tiroxina observam-se melhora dos sintomas depressivos e melhora da
atividade serotonrgica em todos eles. Esses achados sugerem que a neurotransmisso serotonrgica afetada pelo hipotireoidismo e pode ser revertida com reposio de T4. Miriam Oliveira destaca achados de alto nmero de pacientes hipotiroideanos com sintomas sugestivos de transtornos depressivos, sugerindo que muitos desses pacientes poderiam ser beneficiados com avaliao e atendimento psiquitrico adequados, concomitante ao tratamento endcrino (Miriam C. Oliveira e cols., 2001). O quadro psicolgico classicamente associado ao hipotireoidismo grave de ansiedade severa e agitao, manifestado por alucinaes, comportamento paranide e at demncia, quadro este conhecido por "loucura mixedematosa". Esse tipo de demncia associada ao hipotireoidismo , felizmente, reversvel com a reposio hormonal (Clarnette, 1994). Segundo Rosalinda Camargo (2005), At o raciocnio fica mais lento" na falta de hormnio da tireide. Depresso, ganho de peso, dificuldade para engravidar e at queda de cabelo. .. longa a lista de conseqncias das disfunes da glndula tiride, assunto da hora e da vez nos consultrios mdicos. Apesar de mais casos estarem sendo descobertos hoje em dia, devido ao aprimoramento dos meios de diagnstico, a prpria incidncia tambm tem sido cada vez maior, segundo ainda a endocrinologista Rosalinda Camargo, da Unidade de Tireide do Hospital das Clnicas de So Paulo. O hipotireoidismo na populao geral, antes de 1994, era em torno de 9%. Agora 15 a 20% da populao apresenta tireoidite, que uma das principais causas do hipotireoidismo. Esse assunto deve preocupar, sobretudo, as mulheres. Elas so muito mais propensas a disfunes na tireide, tendo uma incidncia de dez mulheres para cada quatro homens com o problema. A maioria dos pacientes hipotiroideanos apresenta um quadro depressivo, mas o tratamento com antidepressivos no eficaz enquanto o hipotireoidismo no for corrigido pela administrao de tiroxina. de bom senso, nos casos de m resposta da depresso a um tratamento antidepressivo, realizar um exame do funcionamento datireide. Alguns autores acreditam que o hipotireoidismo estaria presente em 8 a 17 % das pessoas deprimidas. Essa incidncia estaria diretamente relacionada ao fato dohipotireoidismo ser autoimune. A par do que se sabe, concretamente, das alteraes da tireide na depresso (e vice-versa), tambm nos casos de estresse o funcionamento da glndula est alterado. H uma diminuio da produo de TSH pela hipfise e uma inibio da converso de T4 em T3. Trata-se de um mecanismo fisiolgico de defesa e proteo no estresse, provocado pelos corticides, com objetivo de conservar a energia durante a reao de alarme. Pacientes com Anorexia Nervosa apresentam tambm uma alterao caracterstica que pode, primeira vista, parecer contraditria. Alguns sintomas da Anorexia so sugestivos tanto de hipotireoidismo (bradicardia, diminuio do reflexo aquileo, aumento do colesterol), como de hipertireoidismo (hiperatividade, aumento do metabolismo basal). Como, exatamente, se desenvolve um quadro depressivo no hipotireoidismo ainda no est bem esclarecido. Em ratos, o hipotireoidismo associado extirpao cirrgica datireide (tireoidectomia) afeta o sistema noradrenrgico, sendo aventada possvel ligao entre esta ocorrncia e alterao em funes neuropsquicas. A forma mais grave de alterao emocional decorrente do hipotireoidismo chamada deloucura mixedematosa (mixedema um quadro de edema geral de origem tireoideano), que se caracteriza por um quadro verdadeiramente psictico, do tipo confusional, delirante e alucinatrio ou, quando no, por um profundo estado melanclico, com freqncia estuporoso. Algumas
outras raras vezes a alterao do humor se d por um quadro de hipomania. Nos idosos essas alteraes podem lembrar um quadro demencial. Sinais Fsicos Os sintomas comeam paulatinamente, no incio com aumento do peso, hipersensibilidade ao frio, pele seca, infiltrao pseudoedematosa do rosto e dos membros (inchao), cabelo seco e fino, freqncia cardaca lenta (bradicardia) e irregularidades do ciclo menstrual.
Em geral, os sinais fsicos e psiquitricos, sobretudo se o hipotireoidismo diagnosticado precocemente, melhoram com o tratamento hormonal substitutivo, porm, calcula-se que 10% dos pacientes continua a apresentar sintomas neuropsiquitricos residuais. Os sintomas do hipotireoidismo so os seguintes: Bcio (papo); Aumento de peso; Cansao crnico; Depresso; Dificuldade de concentrao; Lapsos de memria; Pele ressecada; Cabelos speros e quebradios; Constipao intestinal (priso de ventre); Anemia ; Dificuldade para engravidar e abortamentos;V Inchao de tornozelos e face;V Colesterol elevado; Dor e fraqueza muscular; Dores nas juntas. Hipotiroidismo Subclnico e Hipertiroidismo Subclnico O Hipotiroidismo Subclnico uma disfuno caracterizada, curiosamente, por valor srico aumentado do TSH com concentraes normais FT4 e FT3, na ausncia de sintomas clnicos manifestos. Esta entidade j foi denominada de hipotiroidismo pr-clnico ou diminuio da reserva da tiride (Bastenie e cols, 1971).
O hipotiroidismo franco pode, realmente resultar em certo ganho de peso. Isso porque o organismo trabalha mais lentamente, queima menos gordura. bom ter em mente tambm que a incidncia de hipotiroidismo aumenta com a idade. Com o passar dos anos, nosso metabolismo cai, por isso que o ideal seria comermos cada vez menos. Mas, como comer um hbito, a tendncia manter o mesmo volume de comida, seno mais ainda. Tambm com o avano da idade o Hipotiroidismo Subclnico tende a evoluir para hipotiroidismo clnico franco, dependendo da causa e do grau de dano da funo tiroideana. Segundo Vanderprum (1995), quando a causa do Hipotiroidismo Subclnicofor a tireoidite de Hashimoto, a progresso mais rpida. A comunicao principal que todos mdicos insistem em afirmar e o pblico leigo insiste no contrrio, por conforto ou consolo, sobre uma eventual relao forte e obrigatria entre obesidade e tiride. Na realidade no existe essa relao nas gigantescas propores que os(as) amigos(as) da mesa acreditam. Normalmente, a culpa pela maioria dos quilos a mais na balana no da tireide e a grande parte das pessoas engorda porque, de fato, come mais e gasta menos. A Depresso, Doena do Pnico e alteraes de testes cognitivos so freqentes noHipotiroidismo Subclnico e seu tratamento endcrino indicado quando o TSH maior do que 8mU/L e se constata a presena de anticorpos antitiroideanos, e o tratamento do Hipertiroidismo Subclnico, quando existem sintomas, em idosos ou concentrao deTSH menor do que 0,1mU/L (Romaldini, Sgarbi e Farah, 2004). A prevalncia do Hipotiroidismo Subclnico varia com idade e sexo variando entre 2,5 a 10,4%. Quando o quadro acompanhado de valores elevados de anticorpos antitiroideanos, o risco de progresso para hipotiroidismo clnico franco aumenta em 5% ao ano (4-6). Incide mais no sexo feminino, e principalmente em pacientes com mais de 60 anos de idade, podendo alcanar, nesta faixa etria, ndices de 15% (Sawin, 1985;Rosenthal, 1987). Associao de Hipotiroidismo Subclnico com Depresso e Doena do Pnico bem estabelecida. Haggerty e cols. (1993) detectaram maior incidncia de depresso em pacientes com Hipotiroidismo Subclnico (56% a mais) do que em pessoas com tiride normofuncionante (grupo controle). Recentemente, Chueire e cols. (2003), estudando 451 pacientes idosos (acima de 60 anos) na PUC-Campinas e UNICAMP, demonstraram que 14% das depresses nesta faixa etria est associada com elevao de TSH srico, mas maior incidncia ainda nos casos de Hipotiroidismo Subclnico (49%). de extrema importncia para o tratamento da depresso em pacientes idosos, reconhecidamente difcil para qualquer psiquiatra, a pesquisa de Toffe e cols. (1992), na qual demonstraram que idosos deprimidos associados ao Hipotiroidismo Subclnicogeralmente apresentam resposta insatisfatria s drogas antidepressivas, caso no estejam recebendo levotiroxina. H algumas dcadas vrios trabalhos vm mostrando a eficcia do tratamento do Hipotiroidismo Subclnico com hormnios tiroideanos, justificados pelas presenas significativas de sintomas clnicos no Hipotiroidismo Subclnico comparados com pessoas sem problemas de tiride. Cooper e cols (1984) obtiveram melhora em 50% dos pacientes tratados com hormnios (contra 12% dos que receberam placebo), cujo objetivo era a correo da elevao do TSH com levotiroxina. Esse fato sugeria que esta freqncia aumentada de sintomas estava relacionada com uma deficincia mnima nos hormnios tiroideanos. Outros estudos dirigidos para a cognio e a funo mental (memria de curta durao e tempos de reao fsicos), constataram melhora importante em 25% dos pacientes com Hipotiroidismo Subclnico durante o perodo de tratamento com levotiroxina, sugerindo que aquelas deficincias
cognitivas foram causadas pela insuficincia dos hormnios tiroideanos em nvel celular (Bough e cols., 1978; Bell e cols., 1985). Nystrm e cols. (1988) constataram diminuio em 50% no ndice de sintomas durante o perodo de tratamento sugere que essa sintomatologia independe dos valores sricos de T4. O Hipotiroidismo Subclnico tem as mesmas causas do hipotiroidismo clnico, sendo as doenas auto-imunes as mais freqentes e responsveis por mais de 50% dos casos, com maior proporo (10%) no sexo feminino na menopausa (Tunbridge e cols,. 1981). O tratamento inadequado do hipotiroidismo clnico, com doses insuficientes de hormnio de reposio tambm pode manter o paciente em Hipotiroidismo Subclnico, com TSH elevado. Alguns medicamentos de uso comum na maior idade, como por exemplo a amiodarona (antiarrtmico cardaco) ou carbonato de ltio (usado no Transtorno Afetivo Bipolar) tambm podem alterar a funo tiroideana. Hipertiroidismo Subclnico O Hipertiroidismo Subclnico definido pela combinao de nveis baixos ou ausentes do TSH, juntamente com nveis normais de T4-livre e T3-livre. O termo subclnico sugere a ausncia ou minimizao de manifestaes clnicas de hipertiroidismo. Mas isso no quer dizer que sintomas possam estar presentes em freqncia e intensidade variveis. A prevalncia do Hipertiroidismo Subclnico muito variada, dependendo da etnia, sexo, idade e at mtodo de pesquisa. De qualquer forma o Hipertiroidismo Subclnico muito menos comum que o Hipotiroidismo Subclnico. Whickham (citado por Tunbridge e cols., 1997), um dos primeiros pesquisadores a estudar a prevalncia de Hipotiroidismo Subclnico entre 1972 e 1974, na Inglaterra, alertou para um alto nmero de mulheres com nveis de TSH baixo (10%) e nenhum homem. Houve seguimento de 20 anos desse grupo de pessoas pesquisadas, os mtodos de pesquisa foram aprimorados (Vanderprum, 1995), chegando-se a prevalncia de Hipertiroidismo Subclnico de 0,6%. Canaris (2000), no Colorado, encontrou uma prevalncia de 0,9% de pessoas com valores baixos do TSH entre 25.862 participantes. No Japo, foram encontradas prevalncias entre 0,27 e 0,7% (Konno, 1993). Essa prevalncia baixa do Hipertiroidismo Subclnico aumenta um pouco entre idosos, mas mesmo assim no passa de valores entre 1,3 e 2% (Samuels, 1998). Assim sendo, em qualquer desses estudos oHipertiroidismo Subclnico bem menos comum que o Hipotiroidismo Subclnico, cuja prevalncia de aproximadamente 6%. As pesquisas que envolvem alteraes emocionais relacionadas ao Hipertiroidismo Subclnico no tm sido significativas, tanto quanto so em relao ao Hipotiroidismo Subclnico, entretanto, tendo em vista outras alteraes produzidas no organismo, recomenda-se tratar tambm o Hipertiroidismo Subclnico. Eixo Hipotlamo-Hipfise-Tireoideano e Psiquiatria Em pessoas normais a secreo de TSH aumenta durante a noite, quando os nveis de T3 e T4 diminuem. Em pacientes deprimidos esse ritmo circadiano da TSH pode estar perturbado, chegando a haver ausncia do pico noturno de secreo de TSH (Duval,1990). Estas alteraes tendem a normalizar-se com a cura do Episdio Depressivo (Souetre,1988). antigo o interesse da psiquiatria em relao aos nveis de hormnios tireoideanos e a depresso. Joffe (2000) pesquisou a relao entre o curso vital da doena depressiva e os nveis basais dos hormnios triiodotirodina (T3), tiroxina (T4) e tireotrofina (TSH) em 75 pacientes com Transtorno Depressivo Unipolar e concluiu que o tempo de recorrncia da depresso grave (ou Maior pelo DSM.IV) se relaciona de forma inversa aos nveis de T3, mas no com os nveis do T4.
Muitas pesquisas foram realizadas com o teste de estimulao com TSH em pacientes psiquitricos. O fato de ter-se constatado que 25 a 30% das pessoas deprimidas, e sem alterao prvia de tireide, apresentavam uma diminuio na resposta de TSH mediante a administrao de TRH, animou muitos pesquisadores quanto uma pretensa maneira laboratorial de se detectar a depresso (Loosen, 1982; Baumgartner, 1995; Holsboer, 1995). Entretanto, esta anomalia no se mostrou especfica da Depresso Maior (ou Grave, pelo CID.10). Ela aparece tambm nos pacientes manacos, esquizofrnicos, esquizoafetivos, em alcoolistas e nos pacientes que sofrem ataques de pnico. Outros estudos procuraram definir, ento, o perfil clnico dos pacientes cujas respostas do teste de estimulao pelo TSH estavam diminudos. O que se pode constatar que estes pacientes, se tm algo em comum, era uma maior freqncia de agitao, de caractersticas psicticas, de risco de suicdio, de ataques de pnico ou de depresso crnica (Joffe & Levitt, 1993). Apesar do teste de estimulao para o TSH alterado no acontecer nos Transtornos de Personalidade com sintomatologia afetiva, ele no especfico para depresses como gostariam muitos pesquisadores. Alm disso, h inmeras possibilidades de resultados falsos positivos e falsos negativos, o que acaba por tornar problemtica sua utilizao na prtica clnica. Uso de Hormnios como Tratamento Psiquitrico Coadjuvante Assim como conhecida a associao entre hipotireoidismo e depresso, tambm o uso dos hormnios tireoideanos como coadjuvantes dos antidepressivos tem sido uma prtica comum em pacientes portadores de depresso resistente ao tratamento habitual. Como se sabe, os hormnios tireoideanos podem estimular a atividade dos sistemas noradrenrgico e serotoninrgico, ambos intimamente relacionados depresso, notadamente depresso do tipo aptico. O T3, para esse propsito, seria mais eficaz que o T4 nas depresses unipolares, diminuindo bastante o tempo de resposta aos antidepressivos. Alguns poucos trabalhos sugerem o uso do T4, profilaticamente para as crises de oscilao do humor em pacientes bipolares (Bauer, 2001). Nesse ltimo caso, no temos nenhuma experincia. Ballone GJ, Tireide e Emoes, in. PsiqWeb, Internet, disponvel empsiqweb.med.br, revisto em 2007.
Bibliografia - Bastenie PA, Vanhaelst L, Bonnyns L, Nene P, Staquet M. Preclinical hypothyroidism: a risk factor for coronary heart disease. Lancet 1971;1:203-4. - Bauer M, Whybrow PC. Thyroid hormone, neural tissue and mood modulation. World J Biol Psychiatry 2001; 2 : 59-69 - Baumgartner A- Longitudinal TRH test and thyroid hormone evaluations in psychiatry disorders. In Abstracts: IV World Congress of Biological Psychiatry, Philadelphia, USA, 1995. 134.2 pp 67. - Bell GM, Todd WTA, Forfar JC, Martyn C, Wathen CG, Gow S, et al. End-organ response to thyroxine therapy in subclinical hypothyroidism. Clin Endocrinol (Oxf) 1985;22:83-7 - Bough EW, Crowley WF, Ridgway EC. Myocardial function in hypothyroidism. Relation to disease severity and response to treatment. Arch Int Med 1978; 138:1476-80. - Canaris Gj, Manowitz Nr, Mayor G, Ridgway EC. The Colorado thyroid disease prevalence study.Arch Int Med 2000;160:526-634. - Caron PH, Calazel C, Parra HJ, Hoff M, Louvet JP. Decreased HDL, cholesterol in subclinical hypothyroidism: The effect of l-thyroxine therapy. Clin Endocrinol (Oxf) 1990;33:519-23. - Chueire VB, Silva ETB, Perrotta E, Romaldini JH, Ward LS. High serum TSH levels are associated with depression in the elderly. Arch Geront Geriatr 2003;36:281-8
- Clarnette RM, Peterson CJ. Hypothyroidism: does treatment cure dementia? J Geriatr Psychiatry Neurol 1994;7:23-7. - Cooper DS, Halpern R, Wood LC, Levin AA, Ridgway EC. L-thyroxine therapy in subclinical hypothyroidism: a double-blind placebo-controlled trial. Ann Intern Med 1984;101:18-24. - Duval F, Macher JP, Mokrani MC. Difference between evening and morning thyrotropin responses to protirelin in major depressive episode. Arch Gen Psychiatry1990; 47: 443-448 - Haggerty Jr JJ, Stern RA, Mason GA, Beckwith J, Morey CE, Prange Jr. AJ. Subclinical hypothyroidism: a modifiable risk factor for depression? Am J Psychiatry 1993;150:508-10. - Holsboer F- Neuroendocrinology of Mood Disorders. In: Bloom F. and Kupfer D. Psychopharmacology the IV Generation of Progress. New York, USA. Lippincott -Raven. Bibliomed, Reference Library 1995 - Joffe RT, Levitt AJ - The thyroid and depression. in: Joffe RT, Levitt AJ eds. The thyroid axis and psychiatric illness. Washington: American Psychiatrlc Press, 1993: 195-253 - Joffe RT, Michael Marriott M. Thyroid Hormone Levels and Recurrence of Major Depression. Am J Psychiatry. 2000 oct;157(10) - Kahaly GJ. Cardiovascular and atherogenic aspects of subclinical hypothyroidism. Thyroid 2000;10:665-79. - Konno K, Yuri K, Taguchi H, Miura K, Taguchi S, Hagiwara K, et al. Screening for thyroid diseases in a iodine sufficient area with sensitive thyrotrophin assays, and serum thyroid autoantibody and urinary iodide determinations. Clin Endocrinol 1993;38:273-81. - Loosen PT, prange AJ - Serum thyrolropin responso lo Ihrolropin.releasing hormone in psychialric palienls: a review. Am. J. Psychlatry, 1982; 1 39: 405-416 - Oliveira MC, Pereira Filho AA, Schuch T, Mendona WL - Sinais e sintomas sugestivos de depresso em adultos com hipotireoidismo primrio Arq Bras Endocrinol Metab v.45 n.6 So Paulo dez. 2001 - Nystrm E, Caidahl K, Fager G, Wikkelso C, Lundberg P-A, Lindstedt G. A double-blind cross-over 12 months study of l-thyroxine treatment of women with subclinical hypothyroidism. Clin Endocrinol (Oxf) 1988;29:63-75 - Romaldini JH, Sgarbi JA, Farah CS. Disfunes mnimas da tiride: Hipotiroidismo Subclnico e Hipertiroidismo Subclnico, Arq Bras Endocrinol Metab v.48 n.1 So Paulo fev. 2004 - Rosalinda Camargo R, entrevista UolNews, de 14.12.2005, disponvel na internet em:< http://noticias.uol.com.br/ uolnews/saude/ entrevistas/2005/ 12/14/ult2748u85.jhtm> - Rosenthal MJ, Hunt WC, Garry PJ, Goodwin JS. Thyroid failure in the elderly. Microsomal antibodies as discriminant for therapy. JAMA 1987;258:209-13. - Samuels MH. Subclinical thyroid disease in the elderly. Thyroid 1998;9:803-13. - Sawin CT, Castelli WP, Hershman JM, McNamara P, Bacharach P. The aging thyroid. Thyroid deficiency in the Framingham Study. Arch Intern Med 1985;145:1368-80. - Souetre E, Saivati E, Wehr TA, Sack DA, Krebs B, Darcourt G. Twenty-Four-hour profiles of body temperature and plasma TSH in bipolar patients during depression and during remission and in normal control subjects. Am I psych;atty1988; 145: 1133-1137 - Toffe RJ, Levitt AJ. Major depression and subclinical (grade2) hypothyroidism.Psychoneuroendocrinology 1992;17:215-21. - Tunbridge WM, Brewis M, French JM, Appleton D, Bird T, Clark F, et al. Natural history of autoimmune thyroiditis. Br Med J 1981;282:258-62. - Tunbridge WM, Evered DC, Hall R, Appleton D, Prenis M, Clark E, et al. The spectrum of thyroid disease in a community: the Whickham survey. Clin Endocrinol (Oxf) 1997;7:481-93. - Vanderprum MP, Tunbridge WM, French JM, Appleton D, Bates D, Clark F, et al. The incidence of thyroid disorders in the community: a twenty-year follow-up of the Whickham survey. J Clin Endocrinol Metab 1995;43:55-68. http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=43