Maha Yoga o Caminho Da Não Dualidade
Maha Yoga o Caminho Da Não Dualidade
Maha Yoga o Caminho Da Não Dualidade
O CAMINHO DA NO DUALIDADE
ndice
Falsos Conceitos 9
Apegos 20
Maha yoga, O Caminho da No Dualidade 24
O Mestre 35
Ensinamentos Universais 40
Ramanashram 65
Introduo
O Mestre SRI MAHA KRISHNA SWAMI nasceu na ndia e desde muito pequeno teve
como nico interesse a autopesquisa: descobrir, ampliar e se estender at o Ser Universal.
Foi levado presena de BHAGAVAN SRI RAMANA e dele recebeu a Sagrada Iniciao.
Durante o perodo em que permaneceu com Ramana, Sri Maha Krishna Swami
absorveu tudo da Fora Silenciosa que esse Sad Guru lhe transmitia atravs da Sagrada
Upadesa. Aprendeu como controlar a mente e, como conseqncia, controlar o corpo e os
sentidos. Atravs da prtica da meditao profunda tomou conscincia do Ser Universal, que
a prpria essncia do homem.
Passados alguns anos surgiu a necessidade de viajar para o Ocidente, e Bhagavan Sri
Ramana disse-lhe: No Ocidente ensinar o Caminho Direto da autoconscientizao espiritual
a todos. Aps viajar por vrios pases, Sri Maha Krishna Swami fundou no Brasil o BHAGAVAN
SRI RAMANASHRAM.
A MAHA YOGA foi codificada para que ela pudesse ser revelada a todos, de acordo com
a preparao psicolgica, mental e espiritual de cada um. Ela a unio consciente com o
Divino Ser e com todas as coisas da manifestao. Seu objetivo a autoconscientizao
espiritual. A Maha Yoga uma prtica essencialmente espiritual. Ela no um paliativo para
os problemas da vida. Vai raiz do mal e procura remover suas causas. Pode ser praticada
por todos, independente de condies e circunstncias e est disposio de todos aqueles
que querem viver o estado natural de ser.
SUTRA MAHA DEVI a Me no Bhagavan Sri Ramanashram. Dedica-se desde muito
jovem ao trabalho de divulgao dos sagrados ensinamentos da Maha Yoga. Recebeu a
UPADESA (iniciao silenciosa) de Bhagavan Sri Ramana e tornou-se consciente de sua
misso junto aos Mestres da Maha Yoga.
Sua tarefa no Bhagavan Sri Ramanashram zelar pelo bom funcionamento do trabalho
em todos os seus aspectos, desde os mnimos detalhes prticos at as mais elevadas tcnicas
de autoconscientizao espiritual. Ao lado do Mestre, transmite, diria e incessantemente, os
ensinamentos da mais pura espiritualidade, tanto nos afazeres do dia-a-dia quanto em
ocasies especficas. Ensina de maneira clara e simples, porm bastante incisiva, a Verdade
de todos os Mestres, sua aplicao diria, a vigilncia constante que se deve ter, alerta sobre
as artimanhas do ego, que vai pouco a pouco infiltrando-se, muitas vezes mascarado de
espiritual, de humilde.
Os ensinamentos de ME SUTRA, como chamada pelos adeptos, tm uma
caracterstica inconfundvel: so diretos, sem atenuantes, atingem seu objetivo de forma
precisa, sem permitir apelaes. Cabe a ela a tarefa de revelar a cada um onde est a
dificuldade, o ponto fraco, pux-lo para fora, torn-lo visvel, para que possa, assim, ser
elaborado, transcendido.
FALSOS CONCEITOS
A fonte de toda tristeza, lamentao e sofrimento encontrada na m informao que
os homens tm sobre a verdade de ser. Assim, criam discriminaes, esto sempre
formulando pensamentos errados, emitindo falsas opinies. Conseqentemente eles se
afundam cada vez mais no mar das iluses.
Enquanto o Ser Supremo est aparentemente oculto pela inconscincia espiritual, o
poder da iluso causa muitos problemas a quem se deixa envolver por ela. Estando o homem
apegado iluso, a sua identificao com o irreal a semente que produz inmeras
insatisfaes. Por isso ele deve extermin-la com a prtica da sagrada meditao e devoo
para que tudo seja visto claramente. Assim ser desfeito o tenebroso labirinto dos dogmas,
permitindo que o amor supremo nele resplandea cada vez mais.
Muitos passam grande parte de suas vidas imaginando como ser o futuro que nunca
chega e recordando o passado que nunca existiu. Falam de verdades que eles mesmos no
vivem e nem respeitam quem as segue. Outros matam e morrem em defesa de verdades que
nada tm a ver com a Verdade dos Mestres. Gostam de ser notados pelos homens, mas de
seus conhecimentos pouco ou nada se aproveita no caminho do autoconhecimento. E
insensato aquele que se ocupas de coisas que no conduzem autolibertao. E assim se
auto-enganam, preparando para si mesmos maus dias no planeta Terra. mais sbio quem
vive no estado natural de meditao que o grande filsofo preocupado com teorias
intelectuais totalmente inteis ao conhecimento de si mesmo.
O saber pode ser dividido em dois aspectos: o aprender e o conhecer. O aprender vem
da razo. Mas h um conhecer-sentido que no pode ser explicado pelas pessoas chamadas
instrudas. Estas possuem uma mente muito analtica, e o intelecto desenvolvido no lhes
permite ter uma idia exata das coisas da grande manifestao. No lhes permite sentir,
conhecer ou ver a Verdade, pois cada um tem opinio diferente sobre determinado assunto.
Sempre foi assim a respeito do conhecimento exterior, mas em relao ao conhecimento
central e essencial, nunca houve e nunca haver diferena ou desarmonia. Todo homem tem
desejo natural de saber, mas verdadeiramente sbio aquele que renuncia a esse impulso,
porque nele h muita distrao e iluso.
O autoconhecimento o caminho para se chegar perfeio. Muitos estudam para
saber e no para bem viver, e por isso erram. Seria muito mais proveitoso se empregassem
tanta diligncia em aniquilar os vcios e implantar virtudes. Chegar um dia em que no nos
ser perguntado o que sabemos, mas o quanto estamos conscientes da verdade de ser.
O homem deve pr fim construo de imagens mentais, que a causa de todo mal,
pois delas surge a ao, e da ao resultam novas imagens mentais. Se em todos os lugares,
de todas as maneiras e em todas as coisas o homem fixar seu olhar somente no Eterno,
livrar-se- das imaginaes e das aes. Na medida em que a mente pensante se submete ao
Ser, o homem livra-se das atraes exteriores. Quando ele se liberta completamente dos
desejos, surge a conscientizao da Verdade Suprema.
Qualquer movimento do corpo percebido e discriminado pela mente. Ela discrimina as
imaginrias diferenas criadas pela cobia e outras disposies do ego. A mente est sujeita
s causas e condies, vazia de toda substncia e est em constante mudana. Desde que
os homens acreditam que eles so a mente, a iluso passa a ser parte integrante das causas
e condies que produzem o sofrimento.
Os sentimentos temporrios do bem e do mal, do amor e do dio, que foram criados
pelo ambiente e pelas mutveis condies externas, so apenas reaes momentneas que
tm sua causa nos erros acumulados pela mente e que abriga os desejos e as paixes
mundanas.
De todos os perigos que podem afastar a pessoa do caminho do autoconhecimento, os
pensamentos so os piores, pois eles compem a mente usurpadora. necessrio cuidar para
que nenhum pensamento possa nos afastar do sagrado objetivo. Nada que nos impede sentir
a essncia divina vale a pena. Nada pode ser mais forte que nossa determinao de seguir
sempre em frente no caminho direto da autoconscientizao.
A mente um aglomerado de pensamentos que no permite ao homem sentir a sua
unidade com o divino. Ela a causa de ligaes e conseqentes sofrimentos. Primeiro cria no
homem o apego ao seu corpo e a outros objetos dos sentidos, sejam eles densos ou sutis;
depois produz continuamente as diferentes atividades, qualidades, meios e resultados.
Quando em atividade, conduz o homem aos apegos e, quando purificada, leva-o libertao.
Por isso ela a nica causa de ligao ou libertao do homem. A realidade do Ser
extremamente sutil e no pode ser percebida pela mente pensante.
Fazendo de seus atos um campo de satisfaes, nutrindo a mente pelas discriminaes,
fertilizando-a com os desejos, os homens acrescentam em si mesmos o conceito do mal, e
com isso carregam consigo mais este fardo de iluso. Na realidade o ego nada mais do que
o produto da prpria mente, assim como o so a tristeza, a angstia, a lamentao, o
sofrimento e a agonia. Tudo isso provm da inconscincia espiritual. Dessa forma, aquele que
medita e devociona sabe que tudo o que reside no ego e na mente pensante nada tem de
divino. Portanto, no tema a dor. Antes, renuncie a ela.
Quando a mente no dominada pelo poder da meditao inicitica, ela moldada
pelos desejos que surgem das circunstncias peculiares a cada pessoa. Essa mente no a
verdadeira essncia do homem: algo que lhe foi acrescentado, como um intruso ou mesmo
um hspede numa casa.
A Lua , muitas vezes, escondida pelas nuvens, mas por elas no movida e sua
pureza permanece inturvvel. No se deve, portanto, estar iludido com o pensamento de que
a mente pensante faz parte da natureza essencial do ser humano. Quem se deixa dominar
pela mente pensante fica preso por suas iluses.
O dia e a noite obedecem a um determinado ciclo. Por isso podemos dizer que a luz se
vai com a ausncia do Sol e que a escurido vem com a noite. Mas o mesmo no se pode
dizer da mente que percebe as mudanas entre claridade e escurido, de acordo com o
nascer e o pr do Sol. Ela tem diferentes sentimentos, de momento a momento, com as
mutveis circunstncias da vida. Apenas o Ser Supremo que permanece imutvel diante dos
acontecimentos.
A mente pensante produz tudo o que falso. Ela obriga o homem a temores,
lembranas e lamentaes, no s do passado, como tambm do presente e do futuro. Assim
como o carro segue o boi que o puxa, o sofrimento segue aquele que insiste em envolver-se
com a mente pensante. Ela leva o homem a cambalear em uma spera e ngreme estrada,
onde h muitas quedas. Quem se deixa dominar pela mente vive de maneira desnorteada.
Pensar sobre os objetos externos somente intensifica as tendncias egostas.
Conhecendo isso, o homem deve evitar o demasiado pensar. Com a mente, o corpo e os
sentidos acalmados, ele toma conscincia de sua prpria essncia divina.
Ainda que seja inteligente, culto, hbil, penetrante no estudo de si mesmo, plenamente
bem informado, um homem no poder ser verdadeiramente sbio se estiver envolvido no
poder da obscuridade que provm da mente pensante, pois ele estar vendo como real aquilo
que foi forjado pela iluso e se apia em qualidades criadas por essa iluso. Quando a mente
pensante for dominada pelo poder da meditao, o Ser Supremo se tornar evidente.
A mente pensante deve ser acalmada e controlada para que emerja o estado natural de
meditao. Quando o homem apercebe-se dessa possibilidade, como se ele renascesse.
Esse o momento genuno do despertar para a verdadeira vida.
Quando o homem no se dedica s prticas espirituais, ou seja, meditao e
devoo, ele nunca pe fim ao terrvel ciclo de nascimentos e mortes, e dessa forma expe-se
constantemente ao mundo inseguro do ego profano e da mente pensante, o qual composto
pelo turbilho de prazer, glria, misria, cobia, inveja, ambio, vaidade, melancolia,
riqueza, pobreza, dio...Enquanto essas tendncias egostas no forem eliminadas, s resta
ao homem envolver-se cada vez mais com o sofrimento.
O conceito de ego algo criado pela mente, mas que deve ser abandonado quando se
est seguindo o caminho da autolibertao. O apego ao ego conduz os homens s iluses e
aos seus conseqentes sofrimentos.
Enquanto houver a mais leve percepo da individualidade preciso entregar-se
sinceramente s prticas espirituais ensinadas pelo Mestre, sem dar a mnima oportunidade a
preocupaes com assuntos mundanos. O homem no deve identificar-se com nomes e
formas, porque tudo isso pertence ao ego escravizantes.
Luxria, inveja, ira, avareza, rancor so qualidades do ego profano. Aqueles que
expressam essas tendncias so dominados pelas paixes e por isso no se desapegam
facilmente dos sofrimentos. No conseguem sentir ou compreender a natureza do Ser
Absoluto. O que uma ilusria projeo, eles consideram como real e confundem-se com
seus efeitos. Quem assim percebe o mundo e a si mesmo, alimenta dvida, e o poder dessa
projeo causa-hes inquietantes sofrimentos.
A fora das aes passadas alimenta a personalidade. Por isso, preciso apoiar-se na
autoconfiana e pr fim sensao do ego, rejeitando tudo aquilo que no eterno. A
verdadeira essncia do homem o Ser Universal e no o ego, que formado pelo jogo das
aparncias enganadoras. Renunciando s aes do ego, o homem permanece no silncio, em
busca da bem-aventurana, livre do sentimento de separatividade. Mesmo quando o ego for
destrudo, se ele for evocado um s momento pela imaginao, voltar vida e causar
perturbaes. Por isso no se deve nunca permitir que a imaginao do ego permanea nas
coisas dos sentidos.
Somente pondo fim mente pensante, ao ego profano e s muitas formas por eles
criadas, poder o homem alcanar a libertao. Deve rejeitar completamente a idia que
origina o desejo de recompensa, a qual impede sentir a Verdade. A mente e o ego impem ao
homem a interminvel aflio da decadncia e da dor.
No esforo de conscientizar-se do Ser Supremo, o homem deve rejeitar a iluso do
corpo, o qual apenas um instrumento de autoconscientizao. preciso abandonar,
portanto, a atribuio do ego a essa forma de carne, porque o ego apenas um pensamento.
necessrio despojar-se da auto-identificao com a raa, cl, nome, forma e posio social
que esto ligados decadente investidura fsica. At que um homem no renuncie
identificao com o corpo, com a mente e com os sentidos, no h possibilidade de
autoconscientizao para ele, mesmo que seja muito versado nas escrituras sagradas.
Os homens praticam o ritual funesto de nascer e morrer porque esto apegados ao
sofrimento, apegados ao nascimento e morte. preciso sentir que tudo isso ilusrio, pois
s existe a Verdade Suprema, a verdade de ser. E a nica razo de se estar no fsico para
que tomemos conscincia do divino que somos. Aquele que se negar como ser divino, nega a
si mesmo e est apegado ao sofrimento.
As caractersticas do corpo so o nascimento e a morte. Suas condies so infncia,
juventude e velhice. H vrias restries a respeito da posio social e est sujeito a
enfermidades. Tambm recebe diferentes tratos como adorao, insultos, honrarias. Sente-se
alegre quando so agradveis os objetos dos sentidos e triste quando so desagradveis. Por
isso, alegria e tristeza so caractersticas do ego profano. Quando ele for destrudo pelas
constantes prticas da meditao e da devoo ensinadas pelo Mestre, o Ser Supremo
manifestar-se- por si s, pois ele a prpria essncia do homem. Aquele que se livra dos
desejos do ego est preparado para tornar-se consciente da Verdade Absoluta.
O corpo formado de alimentos, existe pelo alimento, vive pelo alimento, perece sem o
alimento. composto de gua, sangue, ossos, msculos, pele. estranho que algum,
mesmo sabendo que seu corpo lhe pertence, pois apenas um veculo de
autoconscientizao, age como escravo dele. O Ser a Conscincia Suprema, o corpo
limitao. O Ser iluminador, o corpo opaco e denso. O Ser eterno, o corpo transitrio,
porque em sua essncia inexistente. O corpo, a mente, os sentidos, a personalidade, todos
so atributos do ego. Aquele que se identifica com o corpo, pensando que o efmero real,
fica preso pelo poder dos sentidos, porque na falta de discernimento que se origina a iluso.
Estando apegado ao corpo, o homem entrega-se alegria ou tristeza, proporcionadas pelos
objetos dos sentidos.
Muitos afirmam que manter-se numa disciplina espiritual fanatismo. Porm, essas
pessoas dedicam muito tempo ao cuidado do seu prprio corpo. Imaginam ser isso til,
importante. Outros mantm hbitos estranhos de alimentao, acreditando que com isso
mantar-se-o esbeltos e livres de doenas. preciso sempre buscar o equilbrio nas aes.
Quem se ocupa somente em alimentar o corpo, esquecendo que este apenas um
instrumento de autoconscientizao, no se esfora para libertar-se da ignorncia espiritual.
Pensa no corpo como: Isto sou eu. Mas aquele que se conscientiza do Ser Supremo percebe
a sua unidade com esse Ser, a afirma: Sou o Ser Eterno. O pensamento de que o corpo o
Ser a semente da qual brotam o nascimento, a dor e a morte. Aquele que vive no estado
natrual de meditao no v diferena entre si mesmo e o Ser Supremo.
O corpo fsico apenas uma morada que pode ser utilizada para a emancipao
espiritual ou para a perdio. Tudo depende dos apegos de cada um. Apenas quem medita e
devociona pode viver no estado natural do Ser Supremo. Dessa forma ele no ser atingido
pelo mal do mundo profano. Os que so apegados s coisas do mundo, sero arruinados
pelas suas prprias aes.
Os olhos no se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir. Portanto, necessrio
desapegar-se das coisas visveis. Toda vez que o homem deseja algo, torna-se inquieto. Se
no h conscincia do divino, a vida fsica nunca ter repouso, por mais que se pratique uma
quantidade enorme de atividades benficas e de aes caridosas. Enquanto forem sentidos o
prazer e a dor, as antigas obras estaro ainda produzindo seus efeitos. Pelo pleno
discernimento so dissolvidas as obras acumuladas e o homem livra-se de se prender a obras
futuras.
H muitas cadeias que prendem o homem e que so a causa dos repetidos nascimentos
e mortes, mas na raiz de todas elas est o ego usurpador da realidade divina. Ele faz o
homem acreditar que deve sofrer para ser feliz. Essa identificao do homem com o ego a
causa da ignorncia espiritual. o fato de ele confundir sua essncia, o Ser, com o ego. Por
essa ignorncia, o homem considera como real o corpo transitrio e, identificando-se com ele,
preserva-o com objetos agradveis e, assim, torna-se prisioneiro dele. Quem est dominado
por essa ignorncia est sempre em confuso porque tenta viver atravs das coisas ilusrias.
A personalidade sujeita ao desejo forma-se pela identificao com o corpo, e essa a causa
da escravido ao mundo.
Jamais o homem deve confundir sua essncia, que divina, com o corpo fsico, o qual
constitudo por um agregado de elementos transitrios. Embora algum seja muito rico e
poderoso, no pode evitar a decrepitude do corpo fsico nem a velhice. A sua fortuna e
desejos nada podem fazer para evit-las.
Ningum pode evitar a velhice, quando se est envelhecendo; evitar a doena, quando
o corpo est predisposto enfermidade; negar a dissoluo do corpo; negar a extino,
quando tudo deve extinguir-se.
Deve-se vencer a iluso do ego profano, do corpo fsico, da mente pensante, dos
sentidos. O corpo, por exemplo, algo que nasce e apodrece ainda em vida se no cuidarmos
dele. Pode ficar cego, surdo, ter enfermidades e deformaes. Ele no nada alm de
msculos, sangue, vsceras, ossos, e h muitos maus pensamentos, muitos desejos ligados a
ele. Somente com a meditao e a devoo possvel cortar em ns a vibrao dos apegos,
de posses, de prazeres de todos os tipos, que atualmente a humanidade experimenta em
grande escala e afirma que evoluo, emancipao, liberdade. Mas se isso fosse algo
positivo para os homens, no seria necessrio virem Mestres ensinar sobre como libertar-se
de tudo isso.
A Yoga fsica trata inteiramente do corpo fsico. Ensina mtodos pelos quais podem
purificar os diferentes sistemas do corpo e melhorar a sade. Ensina tambm como
conquistar vrios poderes das energias vitais dos msculos, rgos e nervos do corpo. Um
hata-yogue, por exemplo, pode possuir vrios poderes, como a levitao. Mas tudo isso so
meras manifestaes fsicas, carecendo da Verdade Suprema que conduz o homem
perfeio e que o verdadeiro objetivo da Yoga. O ignorante identifica-se com o corpo, mas
aquele que medita, que transcende o corpo, conhece o Divino Ser, independente de seu
corpo. Identificando-se com o Ser, o homem alcana a paz.