Aferição de Medidores de Vazão Por Obstrução de Área

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Faculdade de Engenharia Mecnica Departamento de Energia

EM - 847 - LABORAT R!O DE "ALOR E FL#$DO%

AFER!&'O DE MED!DORE% DE (A)'O *OR OB%TR#&'O DE +REA


A experincia trata da aferio de medidores de vazo por obstruo de rea. Estes medidores so aplicados para medir escoamentos de fluidos em tubulaes. Entre os medidores de vazo por obstruo de rea esto os medidores Venturi, a placa de orifcio e o bocal. ma aborda!em mais detal"ada dos fen#menos do escoamento $ue ocorrem nestes medidores pode ser encontrada nas referncias %&' e %('. Em tais dispositivos a vazo ) obtida medindo*se a diferena de presso do escoamento do fluido entre sees convenientes do escoamento. +sto ), a diferena de presso duas sees do escoamento no medidor ) proporcional , vazo $ue escoa por ele. A diferena de presso ) produzida por efeitos inerciais * a acelerao do escoamento devido , obstruo do escoamento -por exemplo, a reduo de rea da !ar!anta do venturi. * e viscosos, isto ), a perda de car!a.
!ar!anta -obstruo.

&

/i!ura &. 0epresentao es$uemtica de um venturi com identificaao da obstruo e dos planos de medida da diferena de presso ,-- E.ua/0o 1eral do2 Medidore2 de (a30o por O42tru/0o de +rea Assumindo $ue o escoamento no medidor por obstruo de rea ) unidimensional e no*viscoso, podemos aplicar a e$uao de 1ernoulli entre as sees & e (. 2estas sees localizam*se as tomadas de presso esttica do escoamento. 3ombinando a E$uao de 1ernoulli com a E$uao de 3onservao da 4assa, obtemos a e$uao destes medidores para o escoamento idealizado incompressvel5 6&7! 8 V&(7( 9 p(7! 8 V((7( V&A& 9 V(A( -&. -(.

&

teorica = m

A obstruao & :

( p

-;.

onde5
teorica m

vazo mssica te<rica, %=!7s'>

Aobstruo rea da seo transversal da obstruo, %m('> 9 -d7?. razo dos di@metros das sees & e ( %m7m' densidade do fludo %=!7m;' ! acelerao da !ravidade %m7s(' p 9 -p& A p(. diferena de presso entre as sees & e (, -" sees de medida recomendadas para cada tipo de medidor.. A E$uao -;. fornece um valor de vazo proporcional , diferena de presso, a $ual resulta da acelerao do escoamento entre as sees de medida. 2ote, entretanto, $ue o valor real da diferena de presso, isto ), o valor medido, contempla tamb)m efeitos viscosos e efeitos inerciais adicionais. Assim, o valor de p medido ) superior ,$uele resultante da acelerao do escoamento devido , reduo de rea entre & e ( -da E$uao de 1ernoulli.. A diferena ) proveniente de fen#menos tais como a perda de car!a -efeito viscoso. , a formao da vena contracta -efeitos inerciais. e mesmo o posicionamento das tomadas de presso esttica. A ttulo de ilustrao, as /i!uras ( e ; mostram visualizaes do escoamento em um bocal e em uma placa de orifcio. 2o bocal, ressalta*se a diferena entre escoamentos lento e rpido. 2ote a formao marcante de v<rtices estacionrios no bocal da /i!. -(b., $uando a velocidade do escoamento ) elevada. B mesmo pode ser observado no escoamento atrav)s do orifcio da placa, na /i!. -;.. 2este caso especfico, note a formao da vena contracta no escoamento ap<s o orifcio. Ce a vazo na E$. -;. ) calculada com o valor medido da diferena de presso, diz*se $ue esta ) a vazo te<rica. 6ara incorporar na e$uao !eral os fatores $ue aumentam a diferena de presso, isto ), $ue a tornam maior $ue a$uela resultante da acelerao entre & e (, usa*se o coeficiente de descar!a 3d. Assim, a vazo real $ue escoa atrav)s do medidor de obstruo de rea ) o produto do coeficiente de descarga com a vazo te<rica5

3d =
-:.

real m te<rico m

Bu seDa, o coeficiente de descar!a 3 d ) um adimensional, a razo entre a vazo real $ue escoa atrav)s do medidor e a vazo te<rica calculada com a E$. -;., $uando a diferena de presso entre & e ( ) o valor medido. 3onse$uentemente, a e$uao !eral dos medidores de vazo por obstruo de rea ) escrita como5
real = 3d m Aobstruo & : (p

-E.

6ode*se mostrar, atrav)s de uma anlise dimensional, $ue o coeficiente de descar!a, 3 d , ) funo da densidade e da viscosidade do fluido, da vazo e de um di@metro caracterstico. Bu seDa, depende do nFmero de 0eGnolds do escoamento. 6ara o caso de um

medidor instalado em uma tubulao, o nFmero de 0eGnolds calcula*se como indicado na E$. -:., podendo estar relacionado ao di@metro da obstruo -d. ou ao da tubulao -?.5

0ed =

:m real d

ou

0e ? =

:m real ?

-H.

-(a. -(b. /i!ura (. Escoamento em um bocal diver!ente> lento -, es$uerda, velocidade I,; JI,: m7s. e rpido -, direita, &,E J (,I m7s.> fluido5 !ua> @n!ulo diver!ente5 (Io> visualizao5 m)todo dos traadores. 0eproduzido da 0ef. %;'.

/i!ura ;5 Escoamento atrav)s de uma placa * orifcio. /ludo5 !ua> velocidade5 &.: m7s> 0e 9 :.;II. Visualizao atrav)s do m)todo das bol"as de "idro!nio. 0eproduzido da 0ef. %;'. 2a referncia %(' so fornecidas e$uaes detal"adas dos coeficientes de descar!a de tipos diversos de medidores de obstruo de rea, em funo do nFmero de 0eGnolds. A aferio de um medidor de vazo por obstruo de rea consiste Dustamente na determinao da sua curva de vazo -real. versus a diferena de presso, -m real versus p.. Bu, em uma representao adimensional, $ue !eneraliza a aferio do medidor, na determinao da curva de 3d versus o nFmero de 0eGnolds, -0ed versus 3d.. E2te25 ent0o5 20o o2 o46eti7o2 da pre2ente e8peri9ncia: a;erir doi2 medidore2 de 7a30o5 um 7enturi e uma placa de ori;<cio . 6ara aferir os medidores deve*se ento medir e re!istrar a vazo em massa do escoamento e a respectiva diferena de presso produzida pelo

dispositivo. 6ara se obter uma cur7a de a;eri/0o, evidentemente, vrios valores de vazo devem ser aplicados. 6ara reforar o conceito de diferena de presso em obstrues, vamos medir tamb)m a perda de car!a em um trec"o do ecoamento $ue cont)m o medidor por obstruo de rea. A id)ia ) distin!uir a diferena de presso produzida por efeitos viscosos -a perda de car!a por atrito. da diferena de presso total no medidor, $ue superpe efeitos viscosos e inerciais -a acelerao provocada pela reduo de rea..

=-- Montagem E8perimental A /i!ura : mostra um es$uema da monta!em experimental disponvel no Kaborat<rio, onde se tem instalados um medidor Venturi e uma placa de orifcio. Estes medidores esto conectados a tubulaes, as $uais so alimentadas por um tan$ue de !ua com nvel constante. B nvel constante no tan$ue !arante um escoamento com vazo tamb)m constante atrav)s do medidor. Bs medidores foram instalados atendendo as condies da norma AC4E, com mais de :I di@metros livres , montante e &I di@metros livres , Dusante de $ual$uer sin!ularidade -cotovelos, vlvulas, etc. da tubulao. Bs re$uisitos da norma visam minimizar efeitos indeseDveis no escoamento -deformao de lin"as de fluxo, vorticidade, etc. induzidos por sin!ularidades. 3ada um dos medidores tem tomadas de presso ade$uadamente posicionadas, se!undo norma pr<pria. As diferenas de presso so medidas por man#metros apropriados -na monta!em atual, man#metros tipo , man#metro de poo, inclinado, e sensores eletr#nicos de presso.. 2a sada da seo de teste da tubulao existe um diversor de fluxo $ue permite desviar o fluxo de !ua para o reservat<rio de suco da bomba ou para o tan$ue*coletor, instalado sobre uma balana. B desvio do fluxo para o tan$ue*coletor permite a determinao da vazo real $ue escoa atrav)s do medidor. 3ronometra*se o tempo $ue uma certa massa de !ua ) descarre!ada sobre o tan$ue*coletor, a $ual ) pesada pela balana. Assim, a vazo real em massa $ue escoa pelo medidor )5
real = m m t

-L.

onde5 m = massa de fludo coletada no tan$ue %=!' t = tempo da coleta %s' >-- "aracter<2tica2 F<2ica2 do %i2tema: *laca de ori;<cio: 4aterial5 ao inox ;&H ?i@metro interno da tubulao5 :E,& mm ?i@metro do orifcio5 (M,L mm 3aractersticas do orifcio5 Nbordas retasO, 6osicionamento das tomadas de presso5 & ? e P ? (enturi: 4aterial5 nGlon ?i@metro interno da tubulao5 E:,: mm ?i@metro da !ar!anta5 ;I,L mm 3aractersticas da !ar!anta5 seo conver!ente * diver!ente de &: * L Qomadas de presso5 , montante e na !ar!anta, por anel piezomtrico. Man?metro2: Qipo5 de tubo em N O e de poo, inclinado /ludo manom)trico5 mercFrio - 9 &;.HII =!7m;.. %en2ore2 de pre220o: 3apacitivos diferenciais

dP
placa orifcio venturi placa orifcio

tanque

2 5 6 8 dP 7

9
dreno

10
dreno

diversor de fluxo

4
entrada $ ua rede dreno filtro reservatrios bo!ba

tanque coletor balana

FIGURA 4: Dia ra!a do circuito de teste de aferi"o de !edidores de va#"o

4-- *rocedimento Operacional 6ara sua se!urana e preservao do e$uipamento, leia com cuidado este tem. Em caso de dFvida, no "esite em per!untar ao professor ou t)cnico do laborat<rio. &. A Antes de iniciar $ual$uer procedimento de teste, observe a monta!em do experimento e procure entender a funo dos vrios dispositivos do conDunto> (. * Dua2 7@l7ula2 do con6unto de7em ;icar permanentemente a4erta2 Aa .ue permite a pa22agem da @gua da de2carga da 4om4a para o tan.ue 2uperior5 e a do dreno do tan.ue5 B 8 na Fig- 4C- A2 manopla2 de2ta2 7@l7ula2 ;oram retirada2 para .ue n0o 2e6am operada2- 3ertifi$ue*se $ue todas as outras vlvulas do sistema esteDam fec"adas> ;. A Ki!ue bomba e certifi$ue*se $ue " alimentao de !ua para o tan$ue superior -$uando o tan$ue superior estiver c"eio, "aver retorno para o tan$ue de suco da bomba atrav)s da lin"a de retorno.> :. A Ruando o tan$ue superior estiver c"eio, abra as vlvulas ade$uadas para alimentar o medidor $ue ser ensaiado inicialmente -o venturi.> E. A ?eixe $ue a !ua escoe por um pe$ueno intervalo de tempo atrav)s da tubulao e do medidor e verifi$ue -teste. o funcionamento do diversor e da vlvula na extremidade da tubulao. H. A Verifi$ue a operao da balana e do cron#metro fornecido e estabelea um procedimento de medida do peso da !ua acumulada no tan$ue*coletor>

L. *. A!ora ) o momento de retirar as bol"as de ar das man!ueiras dos man#metros -eventuais bol"as de ar iro provocar rros de medida da diferena de pressoS.> M. A B e$uipamento est pronto para a realizao dos ensaios. 4ea dez valores de vazo, i!ualmente espaados entre a vazo mxima e uma vazo mnima $ue voc vai estabelecer -em funo da resoluo do man#metro utilizado., e as respectivas presses diferenciais. Estabelea com os compan"eiros o tempo mnimo de armazenamento de !ua no tan$ue coletor -ou a massa de !ua coletada., com base em um crit)rio racional -incerte3a da medi/0o da 7a30o realT.> U. *4ea a temperatura da !ua utilizada nos testes -esta ) a temperatura de referncia para a aferio dos medidores.> &I. * 6ara ensaiar a placa de orifcio, repita os procedimentos desde o tem E, sem es$uecer de fec"ar a vlvula $ue alimenta o venturi> &&. A Ruando estiver aferindo a placa de orifcio, mea tamb)m a diferena de presso entre as duas sees do escoamento $ue contm a placa -" um man#metro com mercFrio conectado ,s tomadas de presso.. *rocedimento de parada: &. 3ertifi$ue * se $ue todas as vlvulas esteDam fec"adas -a menos das duas vlvulas sem manoplas.> (. ?esli!ue a bomba. D-- RelatErio &. Apresente numa planil"a os valores medidos da diferena de presso nos medidores e na seo $ue tem a placa de orifcio, e os respectivos pesos de !ua coletada e tempos de medio, nas unidades de medio> (. Apresente em novas planil"as5 -a. os valores processados da diferena de presso, de vazo te<rica -calculada pela E$. &., da vazo real medida, do nFmero de 0eGnolds relativo ao di@metro do orifcio e do coeficiente de descar!a> -b. no caso da placa de orifcio, apresente tamb)m a coluna de perda de car!a atrav)s da placa> -c. apresente na planil"a a incerteza das variveis, medidas e calculadas -utilize o conceito de propa!ao de incerteza.. As variveis devem ter unidades do C+ -no se es$uea de e$uacionar os man#metros.> ;. 3orrelacione a vazo dos medidores com a diferena de presso. Apresente a curva Duntamente com os dados experimentais -inclua a incerteza da medida.. 3orrelacione o coeficiente de descar!a dos medidores com o nFmero de 0eGnolds. Apresente a curva Duntamente com os dados experimentais -inclua a incerteza da medida.. Ce no for possvel obt*la, informe um valor m)dio ade$uado, Duntamente com a faixa de variao do nFmero de 0eGnolds para a $ual ele ) vlido> :. Verifi$ue a consistncia entre as correlaes obtidas e os fundamentos> E. 6rocure na literatura valores do coeficiente de descar!a de placas de orifcio e compare com o obtido na experincia> H. /aa uma anlise !eral do experimento realizado e dos resultados obtidos. F-- Bi4liogra;<a

G,H-- /ox, 0obert V. and 4c?onald, Alan Q.> N+ntroduo , 4ec@nica dos /ludosO, Edit. Wuanabara ?ois, &UM&. G=H --1enedict, 0.6.> N/undamentals of Qemperature, 6ressure and /loX 4easurementsO, Edit. Yo"n VileG and Cons,&ULL. G>H -- Yapan CocietG of 4ec"anical En!ineers, NVisualized /loXO, Edit. 6er!amon 6ress, &UMM. %:' A 0osa, E. C. e 2ebra, C. A. Apostila do curso de +nstrumentao e 4edidas

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