Resumo Pessoas Singulares e Colectivas

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DOMICLIO

No domiclio (conceito jurdico) est em causa a determinao de um local a que se associa, em termos jurdicos determinada pessoa singular. As pessoas coletivas no tm domiclio, entes sede. Relevo do domiclio: 1. Na individualizao da prpria pessoa (domiclio um complemento decisivo para a identificao); 2. Na determinao de regras aplicveis, havendo conflitos espaciais de leis (ver arts 31/2 e 32 CC); 3. Na explicitao dos lugares de complemento das obrigaes (ver arts 772 e ss; 885/2 e 1039; 4. Na fixao do tribunal competente. O conceito de paradeiro (conceito fctico) traduz o lugar onde a pessoa concretamente se encontre, no momento considerado. O CC tem o paradeiro no seu artigo 82/2, como ltimo critrio utilizvel para definir o domiclio. O conceito de residncia (conceito fctico): exprime o lugar onde determinada pessoa habitualmente viva, a organizando a sua vida. O CC refere residncia habitual e residncia ocasional. Esta residncia ocasional ser um lugar onde, apesar de tudo e com alguma habitualidade, o visado se encontre. De outro modo, teremos um simples paradeiro. DOMICLIOS CIVIS; O DOMICLIO GERAL VOLUNTRIO Conceitos de domiclio presentes no Cdigo Civil Domiclio geral: releva para uma generalidade de situaes jurdicas; Domiclio especial/particular: opera para situaes jurdicas possveis (exs;: domiclio profissional);

Domiclio voluntrio: dependente da opo do sujeito; Domiclio legal: corresponde a uma estatuio da lei.

Critrios do artigo 82/1 e 2, o domiclio vai sucessivamente corresponder:

residncia permanente, quando o sujeito se encontre, sem interrupo, num determinado local; residncia habitual quando, circulando por vrios locais, o sujeito tenha um de presena claramente predominante; A alguma das residncias alternativas; residncia ocasional, quando no seja possvel apontar uma mais estvel; Ao paradeiro, falta de outro critrio.

Ausncia e morte presumida


Em termos tcnico-jurdicos, a ausncia implica um desaparecimento prolongado e sem notcias. O instituto civil da ausncia visa providenciar, no essencial, aos bens do desaparecido. Sistema do cc o O instituto da ausncia engloba diversos subinstitutos: curadorias provisria e definitiva e morte presumida. (seco V) Curadoria provisria (arts 89 a 98) Curadoria definitiva (arts 99 a 113) Morte presumida (arts 114 a 119) Direitos eventuais do ausente (120 e 121) o Na base deste sistema est o seguinte: Desaparecendo uma pessoa, h que comear a providenciar quanto aos seus bens; Mantendo-se a ausncia, atende-se ao interesse dos sucessores: procede-se justificao da ausncia e os bens so entregues aos herdeiros presumidos; Passando ainda mais algum tempo, sem notcias do ausente, surge a morte presumida, equivalente morte: os bens so definitivamente entregues aos herdeiros e o cnjuge deste pode contrair, em certas condies, novo casamento. Em qq dos casos, regressando o ausente, os bens so-lhe entregues no estado em que se encontrarem.

Curadoria Provisria Inicia-se com a necessidade de prover acerca da administrao dos bens e que tenha desaparecido sem que dele se saiba e sem ter deixado representante, legal ou voluntrio (art 89/1); O mesmo acontece quando, havendo representante, este no possa ou no queira exercer as suas funes (art 89/2);

Quando necessria uma disponibilidade ou localizao mais vincadas, a lei prev a criao de um curador especial (art 89/3);

Para alm da nomeao do curador provisrio, a lei admite que possam ser adotadas as providncias cautelares indispensveis preservao de qsq bens do ausente. Por exemplo: Entrega dos bens a um depositrio; A alienao de bens deteriorveis, que no constitui disposio; Pagamentos urgentes, por conta dos bens do ausente; Procedimentos cautelares relativos a aes de fundo a propor em nome e por conta do ausente. A curadoria provisria e as providncias cautelares podem ser requeridas pelo Min Pblico ou por qq interessado (artigo 91). O curador provisrio escolhido entre: o cnjuge do ausente, algum ou alguns dos herdeiros presumidos ou alguns dos interessados na conservao dos bens (esta enumerao no necessariamente sequencial) (artigo 91/2). Havendo conflito de interesses, deve recorrer-se ao curador especial do artigo 89/3 (p/ o qual o artigo 92/2 remete). De todo o modo, na curadoria provisria, h ainda uma grande expectativa em torno do reaparecimento do ausente. O interesse dominante o deste. Da a existncia do artigo 93/1. Este impe que, antes de entregues ao curador provisrio: o Os bens sejam relacionados; o O curador provisrio preste cauo sob pena de ser nomeado outro curador (93/3 CC). O curador provisrio pode ser substitudo, a requerimento do Min Pblico ou de qq interessado, logo que se mostre inconveniente a sua permanncia no cargo. O curador fica na situao de um mandatrio geral com poderes de representao. (artigo 94/1 e 2). Funes do curador: Poderes gerais de administrao; (paralelo c o mandato geral referido no artigo 1159/1); Poder de intentar as aes que no possam ser retardadas e contestar as intentadas contra o ausente (94/2) Poder de alienar ou onerar imveis, objetos preciosos, ttulos de crdito, estabelecimentos comerciais e qsq outros bens cuja alienao ou onerao no seja ato de administrao 94/3- desde que com autorizao do Min Pblico, a conceder no quadro do artigo 94/4 .

O curador provisrio deve prestar contas do seu mandato ao tribunal (95/1) ou aos curadores definitivos, quando seja definida a curadoria definitiva (95/2). O curador tem direito a uma remunerao equivalente a 10% da receita lquida que realizar (96). A curadoria provisria termina, segundo as cinco alneas do artigo 98: 1. Pelo regresso do ausente; 2. Quando o ausente providencie acerca da administrao dos bens; 3. Quando comparea a pessoa que legalmente represente o ausente ou um procurador bastante; 4. Pela entrega dos bens aos curadores definitivos ou ao cabea-de-casal, nos termos do artigo 103; 5. Pela certeza da morte do ausente.

A curadoria provisria terminar, ainda, quando perca qualquer interesse prtico: designadamente, pelo desaparecimento do patrimnio do ausente.

Curadoria Definitiva Segue-se fase da curadoria provisria. constituda por deciso do tribunal, denominada justificao de ausncia. Pressupostos (artigo 99): Terem decorrido dois anos sem se saber do ausente ou cinco, quando tenha deixado representante legal ou voluntrio bastante; O Min Pblico ou algum interessado o terem requerido. Interessados so aqui, segundo o artigo 100: O cnjuge no separado judicialmente de pessoas e bens; Os herdeiros do ausente; Todos os que, sobre os bens do ausente, tiverem dto dependente da condio da sua morte.

Justificada a ausncia, o tribunal requisita certides dos testamentos pblicos e manda proceder abertura dos testamentos cerrados que existam: sero tomados em conta na partilha e no deferimento da curadoria definitiva 101. Os legatrios e outras pessoas que, por morte do ausente, teriam dto a bens determinados podem requerer, logo que a ausncia seja justificada, independentemente da partilha, a entrega dos bens 102. Posto isto:

A administrao dos bens cabe ao cabea-de-casal, designado nos termos do artigo 2080 e ss- 103/2; Segue-se a partilha com a entrega dos bens aos herdeiros do ausente, data das ltimas notcias 103/1. Os herdeiros e demais interessados a quem tenham sido entregues bens do ausente so havidos como curadores definitivos 104 CC. No caso de aparecerem outros interessados com legitimidade bastante, procede-se s competentes correes art 105. Suspende-se a exigibilidade das obrigaes que se extinguiram com a morte do ausente 106 CC. Apesar de todas as medidas apontadas, que nos aproximam j da sucesso por morte, a situao no por lei, considerada definitiva. Assim, h que ter em conta o que nos diz o artigo 107 CC. (O tribunal poder exigir uma cauo aos curadores definitivos ou a algum ou alguns deles, tendo em conta a espcie e valor dos bens que eventualmente hajam de restituir; Enquanto no prestar a cauo que lhe tenha sido fixada o curador est impedido de receber os bens; esses bens sero entregues, at ao termo da curadoria ou at prestao da cauo, a outro herdeiro ou interessado, que ocupar, em relao a eles, a posio de curador definitivo). O cnjuge do ausente, no separado judicialmente de pessoas e bens pode, no mbito do processo de justificao da ausncia, requerer inventrio e partilha, exigindo ainda os alimentos a que tiver direito (artigo 108 CC).

Os designados curadores definitivos podem repudiar a sucesso do ausente ou dispor dos dtos sucessrios respetivos (109/1). A eficcia de todos estes atos fica sujeita condio resolutiva da sobrevivncia do ausente: uma condio legal (109/2). Aos curadores definitivos aplicvel o artigo 94: direitos e obrigaes dos curadores provisrios; cessam os poderes antes conferidos pelo ausente em relao a esses bens 110. Os curadores definitivos so, tal como os provisrios, representantes legais do ausente, agindo na base de um mandato geral. Apurando-se que afinal o ausente j tinha falecido eles sero representantes dos herdeiros do mmo ausente o que, em regra, implicar a extino da representao, por confuso. O esquema de remunerao dos curadores definitivos diferente do dos provisrios. Tratando-se de ascendentes, descendentes ou cnjuges, eles fazem sua a totalidade dos frutos; estando em causa curadores que no tenham nenhuma dessas qualidades, eles devero reservar, para o ausente, 1/3 dos rendimentos lquidos dos bens que administrem (111/1 e 2).

A curadoria definitiva cessa por qq das segs 4 razes (artigo 112): Pelo regresso do ausente; Pela notcia da sua existncia e do lugar onde resida; Pela certeza da sua morte; Pela declarao da morte presumida;

Se o ausente regressar ou se verificar qq notcia da sua existncia e do lugar onde resida, os bens ser-lhe-o entregues, logo que o requeira- 113/1. Morte Presumida a ltima fase do processo de ausncia; No depende dos processos de curadoria, pode ser requerida diretamente; Requisitos Legais: Artigo 114 Que tenham decorrido dez anos sobre a data das ltimas notcias ou tenham decorrido cinco anos, no caso de o ausente ter completado 80 anos de idade; Os interessados que a podem recorrer so os mencionados no artigo 100. No pode ser proferida antes de terem decorrido cinco anos, desde a data em que o ausente atingiria a maioria. Efeitos da declarao de morte presumida: So os mesmos do que a morte, salvo quanto ao casamento (no dissolve o casamento artigo 115). A este respeito consultar o artigo 116; Os bens so entregues aos sucessores do ausente, nos termos do artigo 101 e ss (artigo 117); No h lugar a cauo; se esta tiver sido prestada, pode ser levantada (117); Quando se prove que o ausente morreu em data diferente daquela que foi fixada pela sentena de declarao de morte presumida, o dto herana compete aos que naquela data lhe deveriam suceder, sem prejuzo das regras da usucapio. Os sucessores de novo designados apenas gozam de direitos atribudos pelo artigo 119 ao ausente, em relao aos antigos. Se o ausente regressar ou dele houver notcias, o patrimnio -lhe devolvido no estado em que se encontrava, com as especificaes presentes no artigo 119: o devolvido o preo dos bens alienados ou os bens diretamente subrogados; o So devolvidos os bens adquiridos mediante o preo dos alienados, quando no ttulo de aquisio se declare expressamente a provenincia do dinheiro.

Havendo m-f dos sucessores, o ausente tem dto a ser indemnizado do prejuzo sofrido, ao abrigo do n2 do artigo 119 (a m f dos sucessores o conhecimento de que o ausente sobreviveu data da morte presumida ou esse desconhecimento, desde que seja culposo);

Menoridade
Pelo nascimento a pessoa adquire uma capacidade de gozo, tendencialmente plena. No pode, porm, agir pessoal e livremente: trata-se de uma incapacidade de exerccio, ditada pela natureza das coisas. Segundo o artigo 123, os menores carecem de capacidade para o exerccio de direitos. Mas esta no uma incapacidade geral. Veja-se o artigo 127 CC: O menor pode celebrar: o Os negcios jurdicos da sua vida corrente, ao alcance da sua capacidade natural e que impliquem despesas ou disposies de bens de pequena importncia*; o Os negcios jurdicos relativos profisso, arte ou ofcio que tenha sido autorizado a exercer e os praticados no exerccio dessa profisso, arte ou ofcio; o Os negcios relativos administrao ou disposio de bens que o menor de dezasseis anos tenha adquirido pelo seu trabalho. *a pequena importncia deve ser prudentemente ponderada, de acordo com o caso concreto e, particularmente, com a condio econmica do menor em jogo. A celebrao de contratos de trabalho por menores possvel desde que o menor tenha completado 16 anos de idade e no haja oposio escrita dos seus representantes legais; se tiver menos de 16 anos, esses representantes devero dar autorizao por escrito (podendo porm prestar apenas tarefas leves) A grande maioria dos negcios que todos celebram so prprios da vida corrente que implicam despesas ou disposies de bens de pequena importncia. Quais so as situaes perante as quais os menores tm capacidade de exerccio? o Capacidade para ser representante, desde que possa entender querer o negcio concretamente em causa 263;

o Capacidade para efeitos de responsabilidade civil, a partir dos sete anos- 488/2; o Capacidade para adquirir a posse, desde que tenha o uso da razo, ou mesmo quando no a tenha, no tocante a coisas suscetveis de ocupao 1266; o Capacidade para adquirir por usucapio- 1281; o Capacidade para contrair casamento a partir dos 16 anos 1601; o Capacidade para perfilhar a partir dos 16 anos 1850/1; o Capacidade para decidir quanto sua educao religiosa, a partir dos dezasseis anos 1886; o Capacidade para ser testemunha 616; o Capacidade para aderir a organizaes polticas juvenis; o Capacidade para aderir a associaes de menores, com idade inferior a 14 anos, desde que previamente autorizados por quem detenha o poder paternal;

Quando que os menores podem intervir? o Maior de catorze anos ouvido em questes de poder paternal (1901/2) e quanto nomeao de tutor (1931); o Desde que tenha 12 anos, no se pode opor interveno de entidades com competncia em matria de infncia e de juventude e de comisses de proteo de crianas e jovens, ou estas no podero intervir; Ou seja, na realidade as incapacidades dos menores so no mbito das obrigaes e, mesmo a, s no campo dos negcios mais significativos. Meio de Suprimento poder paternal (124CC) A incapacidade dos menores suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente, pela tutela; O poder paternal corresponde a um conjunto de dtos e poderes funcionais, todos a exercer no interesse dos filhos e que engloba - artigo 1878/1 o Velar pela sua segurana; o Velar pela sua sade; o Prover ao seu sustento; o Dirigir a sua educao; o Exercer a sua representao; o Administrar os seus bens. Quanto ao poder de representao, ver o artigo 1881/1 (o grosso da representao legal tem a ver com a administrao dos bens dos filhos.

Tutela

O poder paternal pertence a ambos os pais (1901/1). Ver tb 1902, 1903, 1904, 1905, 1907 e 1908. O poder paternal pode ser inibido ou limitado nos termos do artigo 1913 e ss; A adoo d aso a poder paternal tb;

Aplica-se subsidiariamente em relao ao poder paternal- artigo 124; Quando que o menor est obrigatoriamente sujeito a tutela (artigo 1921)? o Se os pais tiverem falecido; o Se estiverem inibidos do poder paternal quanto regncia da pessoa do filho; o Se os pais estiverem h mais de 6 meses impedidos de facto de exercer o poder paternal; o Se os pais forem incgnitos. Como meio destinado a suprir o poder paternal, a lei prev o regime de administrao de bens, quando os pais estejam excludos de o fazer ou quando a entidade que designar o tutor indique outra pessoa para o fazer (1922). A tutela pode ser oficiosamente promovida (1923) sempre no interesse do menor; A tutela exercida pelo tutor e pelo conselho de famlia (1924); O tutor ser designado pelos pais ou pelo tribunal de menores (1927); o Pelos pais, para o caso de virem a falecer ou de se tornarem incapazes (1928); o Pelo tribunal, nos restantes casos (1931). Excees tutela: o Inibies (pessoas que no podem ser nomeadas tutoras, segundo o que est listado no artigo 1933/1); o Escusas (pessoas que podem escusar-se da tutela, artigo 1934) O tutor deve exercer o cargo como um bom pai de famlia (artigo 1935). Aspetos patrimoniais: o O tutor s pode usar os rendimentos doa bens do filho no sustento e educao deste e na administrao dos seus bens 1936; o So-lhe proibidos atos gravosos para o menor, elencados no artigo 1937, sob pena de nulidade 1939; outros ficam dependentes da autorizao do Ministrio Pblico 1938, sob as cominaes do artigo 1940; o -lhe atribuda uma remunerao que no exceda a dcima parte dos rendimentos dos bens do menor 1943 - e a prestar contas 1944; o O tutor pode ser responsabilizado 1945 - tendo direito a certas indemnizaes;

o Pode ser removido da tutela o tutor que mostre inaptido para o seu exerccio ou que falte ao cumprimento dos deveres prprios do cargo (artigo 1948); o O tutor pode pedir a exonerao, nas hipteses do artigo 1950.

O QUE O CONSELHO DE FAMLIA? o Est previsto no artigo 1951; o um rgo composto pelo agente do Min Pblico, que preside, e por dois vogais, escolhidos no termo do artigo 1952. o As funes do Conselho de famlia so de vigilncia sobre o modo por que so exercidas as funes do tutor, alm das que a lei atribua (1954). o A fiscalizao feita permanentemente por um dos vogais do conselho de famlia: o protutor 1955, com funes de cooperao e de administrao, de substituio e representao previstas no artigo 1956.

QUANDO QUE A TUTELA TERMINA? (artigo 1961) o Maioridade; o Emancipao; o Adoo; o Termo da inibio do poder paternal; o Cessao de impedimento dos pais; o Estabelecimento de maternidade ou de paternidade;

No havendo condies para exercer a tutela, o menor confiado assistncia pblica, sendo as funes do tutor exercidas pelo diretor do estabelecimento pblico ou particular onde tenha tido lugar o internamento 1962

ANULABILIDADE
o Os atos jurdicos praticados pelos menores so anulveis (artigos 125 e 126) o A anulabilidade em causa estabelecida no interesse do menor (s pode ser invocada pelo prprio menor ou representante: nunca pela contraparte) o A anulabilidade pode ser alegada pelo progenitor que exera o poder paternal, pelo tutor ou pelo administrador de bens, nas circunstncias enumeradas no artigo 125/1, a):

o o

o o o

o Dentro de um ano a contar do conhecimento que o requerente haja tido do negcio; o Nunca depois de o menor atingir a maioridade ou ser emancipado, altura, em que ao prprio incumbe a ao. A anulabilidade pode ainda ser invocada pelo prprio menor no prazo de um ano a contar da maioridade ou da emancipao- 125/1 c); O menor no pode invocar a anulabilidade quando tenha usado de dolo para se fazer passar por maior ou emancipado 126. Ver dolo 253; o Na prtica dever tratar-se de falsificao de documento onde conste a idade. A anulabilidade poder ainda ser invocada pelos herdeiros do menor, em certos prazos, se este no tiver usado de dolo; Mas mesmo com dolo, o representante legal do menor, poder invoc-la; A anulabilidade sanvel, nos termos gerais, mediante confirmao (artigo 288/1)

A maioridade e a emancipao
o Incapacidade dos menores termina quando atinjam a maioridade ou sejam emancipados, salvas as restries da lei (ver art 131); o Artigo 122 e 130 a maioridade atinge-se aos 18 anos; o A pessoa emancipada conserva-se menor- menor emancipado, mas com capacidade de exerccio de direitos; o A emancipao possvel pelo casamento 132. Idade nbil fixada nos 16 anos ver artigo 1601 a); o O casamento de menores requer a autorizao dos pais que exeram o poder paternal ou do tutor 1612/1 podendo a falta de autorizao ser suprida pelo conservador do registo civil, perante razes ponderosas; o Se o menor casar sem autorizao ou sem o seu suprimento, o casamento vlido, simplesmente todos os bens que lhe advenham a ttulo gratuito ou que leve para o casal at maioridade no podem ser por ele administrados. o Mas o artigo 133 atribui ao menor emancipado plena capacidade de exerccio de direitos. o Estes assuntos so todos tratados no tribunal de menores.

Interdio e inabilitao

Princpio da tutela da defesa dos dbeis (cegos, surdos-mudos e deficientes mentais); O CC ocupa-se das interdies nos artigos 138 a 151 e das inabilitaes nos artigos 152 a 156.

Interdio: Instituto aplicvel a maiores que, por anomalia psquica, surdez-mudez ou cegueira, se mostrem incapazes de governar suas pessoas e bem, equiparandoo com as necessrias adaptaes ao menor.

Deficincias conducentes interdio: a anomalia psquica (onde se pode enquadrar a toxicomania e o alcoolismo crnico), a surdez-mudez ou a cegueira que sejam incapazes de governar suas pessoas e bens (artigo 138/1). Para a interdio so competentes os tribunais comuns (140); Pode ser requerida pelo cnjuge do interditando, pelo tutor ou curador deste, por qualquer parente sucessvel ou pelo ministrio pblico (141). Na petio inicial devem ser mencionados os factos reveladores dos fundamentos invocados, o grau de incapacidade e as pessoas que, segundo os critrios legais, devam compor o conselho de famlia e exercer a tutela. A interdio pode ser requerida dentro do ano anterior maioridade, para produzir efeitos quando o menor se torne maior 138/2; A tutela deferida pela ordem indicada no artigo 143/1, salvo circunstncias ponderosas (143/2); Quanto escusa ou exonerao estas so regidas pelo artigo 146. Mas o cnjuge do interdito bem como os seus descendentes ou ascendentes no podem escusar-se da tutela nem dela ser exonerados, salvo violao do artigo 143 a 146;

Actos do interdito e natureza do instituto


Artigo 148 o So anulveis os negcios jurdicos celebrados pelo interdito depois do registo da sentena de interdio definitiva; Anulabilidade s pode ser invocada pelo representante legal do interdito ou pelo prprio interdito, passado um ano contado do levantamento da interdio; Antes da interdio definitiva e do seu registo, pode justificar-se a tomada de medidas provisrias art 142. Medidas podem incluir:

o Nomeao de tutor provisrio, que pratique em nome do interditando os atos necessrios, com a autorizao do tribunal; o Decretamento da interdio provisria, quando haja que providenciar quanto pessoa do interditando ou dos seus bens. Os atos praticados pelo interditando no decurso da ao, depois de anunciada a sua propositura, so anulveis, desde que a interdio venha a ser efetivamente decretada e se mostre que o negcio causou prejuzo ao interdito 149/1; o prazo para a anulao s comea a correr a partir do registo da sentena 149/2; Aos atos celebrados pelo interdito antes de anunciada a proposio da ao aplicvel o disposto acerca da incapacidade acidental 150;

INABILITAO Visa pessoas cuja anomalia psquica, surdez-mudez ou cegueira, embora permanentes, no sejam de tal modo graves que justifiquem a sua interdio (artigo 152/1); A inabilitao aplica-se ainda aqueles que, pela sua habitual prodigalidade ou abuso de bebidas alcolicas ou estupefacientes, se mostrem incapazes de reger convenientemente o seu patrimnio (152/2); A inabilitao no conduz a uma incapacidade geral: s se reporta a determinados atos ou categorias de atos. Por isso, a sentena que a decreta deve especificar os negcios que devam ser autorizados ou praticados pelo curador; No domnio da inabilitao cabe ao curador assistir ao visado: o seu papel fundamentalmente autorizar o que est previsto no artigo 153/1; Na falta de autorizao, os atos praticados pelo inabilitado so anulveis: o que resulta do artigo 148; A autorizao do curador poder ser judicialmente suprida artigo 153/2. O sistema da inabilitao permite ao juiz colocar a administrao do patrimnio do inabilitado, no todo ou em parte, sob o curador 154/1; O curador no pode tomar qsq medidas no tocante a inabilitado, o qual se conserva livre, na esfera pessoal. A inabilitao levantada quando cesse a causa que a determinou (arts 151 e 156). Todavia, quando advenha de prodigalidade ou do abuso de bebidas alcolicas ou de estupefacientes, o seu levantamento s ser deferido quando decorram cinco anos sobre o trnsito em julgado de sentena a que haja decretado ou da deciso que tenha desatendido um pedido anterior de levantamento 155; o (a prodigalidade resulta no apenas de despesas elevadas em relao aos rendimentos, mas de despesas injustificadas e

reprovveis, que ponham em causa o capital ou os seus bens que de que provm os rendimentos).

Pessoas Coletivas
Pessoa coletiva toda a pessoa que no possa ser reconduzida a um ser humano; Pessoas coletivas em formao e em extino A pessoa coletiva prossegue objetivos prticos, surgindo dotada de um substrato: uma organizao, pessoas que a sirvam, bens de afetao e um objetivo geral. Este substrato pode pr-se em marcha antes do ato formal atributivo da personalidade. Do mesmo modo, pode manter-se depois de um ato formal de sentido contrrio, visando a extino da pessoa coletiva, venha suprimir a personalidade. Nessas circunstncias, o direito reconhece ao substrato em jogo, mesmo privado do reconhecimento formal, determinadas potencialidades, enquanto sujeito de direitos. Sociedades Civis Puras o Atuao conjunta de duas ou mais pessoas, para um objetivo econmico que no seja de mera fruio (art 195 e ss); A pessoa coletiva em extino sofre uma evoluo na sua personalidade. Com a extino no desaparece o ente coletivo h que praticar os atos conservatrios e os necessrios, procedendo-se, ainda, s diversas operaes de liquidao 166/1, 184/1 e 194 do CC. A transio da personalidade para a no-personalidade no se faz de modo brusco. H um processo no decurso do qual o ente autnomo vai perdendo a sua existncia.

Associaes no reconhecidas, comisses, sociedades civis e sociedades irregulares A associao sem personalidade dispe de um fundo comum (contribuies dos associados e os bens com elas adquiridos constituem o fundo comum da associao artigo 196/1). Enquanto a associao subsistir, nenhum associado pode exigir a diviso do fundo comum e nenhum credor dos associados tem o direito de o fazer excutir (196/2); As liberalidades feitas em nome da associao. Embora considerando-se feitas aos associados 197/1 (1. As liberalidades em favor de associaes sem personalidade jurdica consideram-se feitas aos respectivos associados, nessa qualidade, salvo se o autor tiver condicionado a deixa ou doao aquisio da

personalidade jurdica; neste caso, se tal aquisio se no verificar dentro do prazo de um ano, fica a disposio sem efeito.) - acrescem ao fundo comum 197/2 (2. Os bens deixados ou doados associao sem personalidade jurdica acrescem ao fundo comum, independentemente de outro acto de transmisso.) Quanto s comisses especiais: os fundos angariados devem ser afetos ao fim anunciado, sendo os membros da comisso pessoal e solidariamente responsveis pela sua conservao 200/1 (1. Os membros da comisso e os encarregados de administrar os seus fundos so pessoal e solidariamente responsveis pela conservao dos fundos recolhidos e pela sua afetao ao fim anunciado.);

Falamos em pessoa rudimentar quando o modo coletivo s se aplique parcialmente, falamos em pessoa coletiva quando ele atinja toda a entidade considerada. No dto civil, a trilogia clssica de pessoas coletivas constituda pelas associaes (166 e ss), as fundaes (185 e ss) e pelas sociedades civis (980 e ss). Associaes- do corpo a uma manifestao civil bsica do princpio da liberdade de associao, a que teremos a oportunidade de regressar. Fundaes- tm o sentido de entregas em vida ou de deixas por morte do interessado. Sociedades- correspondem ao produto de celebrao de contratos de sociedade

Actos constitutivos e estatutos O ato constitutivo corresponde a uma ou mais declaraes de vontade, nas quais os fundadores se identificam, nos termos da lei notarial quando aplicvel e do conta da vontade de constituir determinada pessoa coletiva, aprovando os seus estatutos; Os estatutos tm natureza organizatria; regulam o funcionamento e as caractersticas da pessoa coletiva criada. Quer o ato constitutivo quer os estatutos so sujeitos a escritura pblica (168/1: 1. O acto de constituio da associao, os estatutos e as suas

alteraes devem constar de escritura pblica, sem prejuzo do disposto em lei especial.) As fundaes, feitas entre vivos tb (185/3); Contedo necessrio dos estatutos

Arts 167 e 186 Do acto constitutivo: Devem constar elementos circunstanciais atinentes constituio da p coletiva e aos intervenientes no ato; Dos estatutos: Devero constar as regras que, para o futuro, vo reger o ente coletivo, as suas relaes com os associados e as destes entre si, quando os haja e as relaes com terceiros. Estatutos das associaes: sede; fim; a sua durao (quando no seja por tempo indeterminado; os bens ou o patrimnio com que os associados concorram para o patrimnio social; a denominao e a forma do seu funcionamento. artigo 167/1 (podem tambm constar os dtos e deveres dos associados; as condies da sua admisso, sada e excluso; os termos da p coletiva e a consequente devoluo do seu patrimnio.) artigo 167/2 Estatutos das fundaes: fim e bens que lhe so destinados. (podem tb constar a sede, org e funcionamento, a sua transformao e extino, o destino dos seus bens) Apesar de estar mencionado na lei, bvio que a fundao tb tem de ter a sua designao, s assim poder ter p coletiva.

Base dos estatutos Elemento pessoal ou patrimonial (para existir uma associao tem de haver associados (167/1, mas ver tb o 182/1); para haver fundao tem de haver bens suficientes (188/2 mas ver tb o 192/1 c)); Elemento teleolgico ou o fim da p coletiva (afere-se a pessoa coletiva atravs do seu escopo 167/1 e 186/1; Elemento organizacional (abrange a denominao, a sede, a orgnica e a forma do seu funcionamento) arts 162-165, 167/1 e 186/2.

ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO A denominao e a sede; A orgnica; Os titulares dos rgos e a sua responsabilidade.
Denominao: Equivale ao nome das pessoas coletivas; Quando for uma fundao ou associao, o seu nome dever comear por essas palavras; Sede Equivale ao domiclio da pessoa particular; Deve ser fixada nos estatutos da p coletiva; 159 na sua falta, ela havida onde normalmente funcione a administrao; P/ as associaes obrigatria 167/1. rgos (162, 167/1, 186/2) rgo de administrao; rgo de fiscalizao; Os rgos tm de ser colegiais; Tm que ser constitudos por nr mpar e um deles ser o titular. No h obrigatoriedade de aceitao de qsq cargos. Os titulares so responsveis perante a pessoa coletiva (164);

A administrao: gesto e representao O poder fundamental da administrao a gesto; Poder de representao (artigos 258 e ss) o O poder de representao pode ser limitado. o Estas limitaes introduzidas no poder de representao dos administradores ou de qq representante ad hoc s so oponveis a terceiros de boa f, ou seja, a terceiros que sem culpa a desconheam; A fiscalizao Constitudo por um nmero mpar de pessoas, dos quais uma presidente;

A capacidade e a atuao

artigo 160/1; Limitaes ditadas pela natureza das coisas; Limitaes legais; Limitaes estaturias; Limitaes deliberativas; LIMITAES DITADAS PELA NATUREZA DAS COISAS Pessoas coletivas tm situaes jurdicas familiares ou sucessrias; tm dtos como o dto vida ou integridade fsica, o dto ao descanso, sade ou ao sono; Dto ao voto tb n tm. A violao de limitaes impostas pela natureza das coisas implica a nulidade do negcio, por impossibilidade legal 280/1;

LIMITAES LEGAIS Proibies de praticar certos atos; A inobservncia destas limitaes conduz nulidade do ato por violao de lei expressa (294) ou por ilicitude (280/1); LIMITAES ESTATURIAS Limitaes positivas ou negativas impostos pelos estatutos; So meras regras de conduta internas; A violao destes limites conduz anulabilidade prevista nos artigos 177 e 178 e com ressalva dos direitos de terceiros de boa f: O mesmo regime deve ser aplicado s limitaes deliberativas. CAPACIDADE DE EXERCCIO E REPRESENTAO Quando falamos de p coletivas no distinguimos cap de gozo de cap de exerccio; Os representantes, na mesma linha, so apenas representantes orgnicos.

RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS COLETIVAS Artigo 165 Resp do comitente 500 Resp do representante 800 A p coletiva responde diretamente pelos atos ilcitos dos titulares dos seus rgos, desde que tenham agido nessa qualidade O EXERCCIO DAS ACTIVIDADES COMERCIAIS

As associaes e fundaes no tm por fim o lucro: dos associados no primeiro caso (157) e, em geral, no segundo (188/1); Tecnicamente associaes e fundaes no so consideradas comerciantes; Mas podem praticar atos do comrcio e desenvolver atuaes lucrativas.

Os modos de aquisio de personalidade Artigo 158 1. As associaes constitudas por escritura pblica ou por outro meio legalmente admitido, que contenham as especificaes referidas no n. 1 do artigo 167., gozam de personalidade jurdica. 2. As fundaes adquirem personalidade jurdica pelo reconhecimento, o qual individual e da competncia da autoridade administrativa. Levantamento de personalidade A existncia de pessoas coletivas permite limitar a responsabilidade patrimonial e isentar os administradores e agentes das consequncias dos atos imputveis do ente coletivo. Por dvidas do ente coletivo, so chamadas a responder outras pessoas e certos atos no se repercutem totalmente na p coletiva q a hajam sido formalmente imputados, isto devido presena de limites especficos. O levantamento da personalidade quando os limites genricos se vo aplicar ao substrato, pessoal ou patrimonial, da pessoa coletiva em causa. Situaes Tpicas de Levantamento 1. Confuso de esferas jurdicas; 2. Subcapitalizao; 3. Atentado a terceiros e abuso da personalidade.

1. A confuso das esferas jurdicas verifica-se quando no fique clara a separao entre o patrimnio da sociedade e o dos scios ou scio. 2. A subcapitalizao relevante para efeitos de levantamento da personalidade sempre que uma sociedade tenha sido constituda com capital insuficiente; 3. O atentado a terceiros verifica-se sempre que a personalidade coletiva seja usada abusiva ou ilicitamente contra terceiros para os prejudicar.

O abuso do instituto da personalidade coletiva equiparvel ao instituto do abuso de direito ou de exerccio inadmissvel de posies jurdicas. O comportamento que suscita a penetrao vai caracterizar-se por atentar contra a confiana legtima ou por defrontar a regra da primazia da materialidade subjacente. O atentado boa-f deve ser mt ntido, para justificar o levantamento. Nas situaes em que as pessoas coletivas que surgem podem ser usadas fora dos objetivos prprios

da p coletiva, de tal modo que, contra a boa-f, venham causar danos ou promover atuaes pelo quais no possa, depois, responder. Recapitulando, o levantamento da personalidade pode advir de situaes to diversas como: Situaes de violao no-aparente das normas ( separao dos patrimnios; descuradas regras de contabilidade; clareza nas alienaes); Situaes de violao de normas indeterminadas ou de princpio (pessoas q so representantes legais de p coletivas e agem de forma diligente); Situaes de violaes de dtos alheios ou de normas destinadas a proteger interesses alheios, sob invocao da existncia de uma pessoa coletiva; Situaes de emulao nas quais, sem razo aparente, uma pessoa usa uma pessoa coletiva para causar prejuzos a terceiros; Situaes de violao de confiana; PESSOAS COLETIVAS EM ESPECIAL

ASSOCIAES
Associao o Patrimnio pessoal: 2 ou + pessoas que, em princpio vo integrar a assembleia geral; o Orgnica: assembleia geral; administrao e conselho fiscal; o Associao personalizada responde com o seu patrimnio, pelas dvidas prprias; no responde pelas dos associados, assim como estes no respondem pelas da associao. o A associao no pode ter fins lucrativos puros (157) mas pode desenvolver atividades lucrativas (para ter meios econmicos para poder prosseguir os seus fins); o Total separao de patrimnios, c/ a subsequente irresponsabilidade dos associados pelas dvidas da associao; o Natureza no-patrimonial dos associados, com a sua consequente impenhorabilidade; o Repartio, em funo das entradas, o produto lucrativo do ente coletivo pelos associados. o Os seus membros so variveis; o Natureza no transmissvel das posies associativas.

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