Direito Do Estrangeiro

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Aplicao de direito estrangeiro: Ao aplicar o direito estrangeiro determinado por regra do D.I.P., o magistrado dever atentar para a lei estrangeira na sua totalidade, seguindo todas as suas remisses, includas suas regras de direito intertemporal, normas relativas hierarquia das leis, seu direito convencional, seu direito estadual, municipal, cantonal, zonal, seu direito religioso, suas leis, constitucionais, ordinrias, decretos, etc Em se tratando de matria de fato como realmente o era, at fins do sculo XIX, a sua prova representava uma obrigao imprescindvel de iniciativa da parte interessada, sob pena de no ser reconhecido pelo juiz do foro o seu direito. Como matria de direito, a sua prova pode deixar de ser feita, a no ser naqueles casos em que o juiz, por ignor-la, passa a determinar a sua produo por parte do interessado. Mesmo assim, fica ele tambm obrigado a pesquis-lo, tendo em vista alcanar o ideal de justia. Se a parte alegar direito estrangeiro, o juiz pode pedir a colaborao das partes (auxlio na prova do teor e vigncia do direito). Se a parte no alegar, o juiz deve saber de ofcio, ou seja, se a parte no alega direito estrangeiro, o nus da prova incumbe a quem alegou (CPC art. 337).

Como feita a prova Atravs de certido consular ou parecer de dois advogados estrangeiros. O Cdigo de Bustamante disciplina a matria nos arts. 408 a 411. Diz o Cdigo que a parte que alega lei estrangeira poder provar sua vigncia e sentido atravs de uma certido devidamente legalizada, de dois advogados em exerccio no pas de cuja legislao se trata. Se a parte no puder provar ou houver insuficincia de provas, o juiz ou o tribunal poder solicitar de ofcio, por via diplomtica, antes de decidir que o Estado de cuja legislao se trata fornea certido sobre o texto, vigncia e sentido do direito aplicvel.

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Limites Aplicao do Direito Estrangeiro O direito estrangeiro nem sempre aplicado em toda a sua amplitude. Cada Estado tem o seu sistema regulador de aplicao da lei estrangeira. O juiz, ao julgar uma relao jurdica de direito privado com conexo internacional, aplica sempre as normas de direito internacional privado da lei do foro (lex fori). E como o conceito de ordem pblica varia em relao ao tempo e ao espao, existem, dentro dos diversos sistemas jurdicos da comunidade das naes, salvaguardas que poderamos chamar de imunolgicas, visando no aplicao de certas leis estrangeiras, nos seguintes casos: - Ordem pblica - So os princpios estruturantes do direito privado. Esses princpios esto na Constituio Federal, logo, todos eles so princpios de ordem pblica. Ento, direito estrangeiro que fere a ordem pblica pode at ser vlido, mas ineficaz no Brasil (LICC art. 17). Ex: Ex 1: Divrcio islmico: D-se pela repudia. O Supremo Tribunal Federal no homologa esse tipo de sentena, pois fere a ordem pblica. Ex 2: Direito do consumidor: Contratos celebrados na Internet e contratos de Time Sharing (tempo compartilhado), a eleio do foro no exterior, o CDC ferido, pois segundo o mesmo, o foro privilegiado o do consumidor. - Fraude a lei. - A fraude lei (fraus legis) constitui uma forma de abuso de direito, no sendo admitida perante o direito internacional privado. Ex : Troca de domiclio (para fugir da aplicao da lei tributria), alterao de nacionalidade. -Instituio desconhecida. - So institutos desconhecidos no ordenamento jurdico brasileiro, como, por exemplo, o dote, o trust (forma de organizao empresarial na qual uma propriedade doada por um doador sob os cuidados de um beneficirio), a hipoteca de bens mveis so os exemplos mais freqentemente.

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Nesses casos, o juiz deve procurar se h algum instituto similar, e havendo, deve-se aplicar esse instituto similar. No havendo um instituto similar no ordenamento jurdico brasileiro, afasta-se a aplicao do direito estrangeiro e aplica-se o direito nacional. - Questo prvia - So questes preliminares que resolvem a questo principal (questo de fundo). As questes prvias do DIPr so todas aquelas cuja soluo condiciona a da ao original que forma o tema principal do pleito. Ex: Contrato: Questes prvias = Requisitos de Validade - Objeto lcito ordem pblica (LICC art. 17); - Capacidade Lex Loci Domicili (LICC art. 7); - Remisso normativa: (Reenvio) - Ocorre o reenvio quando o DIPr de um pas, ao aplicar o DIPr de outro pas (normas de conflito), permite a remisso normativa para o direito de um terceiro pas. O projeto da nova LICC prev o reenvio, mas s o reenvio do primeiro grau. Ex: O Brasil diz que a lei aplicvel a francesa, e a lei de DIPr da Frana remete para a aplicao da lei alem.

- Qualificaes - Cada legislao estabelece seus prprios critrios de qualificao, resultando da diversidade no enquadramento das instituies, conceitos e relaes de direito nos diferentes ordenamentos jurdicos. Pode ocorrer o conflito de qualificaes quando um sistema classifica um mesmo instituto de maneiras distintas. Utiliza-se: - Lex Fiori: Lei do foro LICC art. 7 e art 10, II utiliza-se no Direito de Famlia, sucesses e societrio. - Lex Causae: Lei da causa do ato ou negcio jurdico utiliza-se para os casos que envolvam bens (LICC art. 8) e obrigaes (LICC art. 9).

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NACIONALIDADE E CIDADANIA
A nacionalidade representada pelo vnculo jurdico-poltico entre o indivduo e o Estado. A cidadania confere determinados direitos pessoa, prprios da condio de nacional resultando na regra geral de que a cidadania pressupe a nacionalidade, contendo exceo assentada to-somente quanto aos portugueses que exercem alguns direitos no Brasil sem a qualidade de nacionais. De igual modo, cidadania est relacionada eminentemente ao liame das relaes internas e a nacionalidade entre o dado internacional: A teoria da nacionalidade, em direito pblico, tem por fim distinguir o nacional do estrangeiro, distino importante porque o regime do ltimo especial, restrito, abrangendo, em particular, apenas o gozo dos direitos privados.

Aquisio da nacionalidade Diversas so as maneiras de se estipular a aquisio de nacionalidade das pessoas. Distintos critrios de classificao so impostos para a nacionalidade, dentre os quais: a) aquisio originria ou de nascimento: 1.) aquisio ius soli: a nacionalidade corresponde sempre ao local do nascimento, independente da nacionalidade dos pais. o critrio adotado no Brasil 2.) aquisio ius sanguinis: os filhos adquirem a nacionalidade de seus pais, o filho incorpora a nacionalidade dos pais poca de seu nascimento, sem a influncia da mutao de nacionalidade posterior. Ter a nacionalidade do pai na diversidade de nacionalidade dos pais; a nacionalidade da me, quando desconhecer o pai e ter nacionalidade ius soli na ausncia de ambos os pais.

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b) aquisio derivada ou secundria: 1) naturalizao: (arts. 111 a 124 da Lei n 6.815/1980) constitui ato unilateral e discricionrio de um Estado no exerccio de sua soberania, sendo-lhe permitido conceder ou negar a nacionalidade ao estrangeiro que a requer.
OBS: A satisfao das condies previstas nesta lei no assegura ao

estrangeiro o direito naturalizao.


a) aquisio derivada extraordinria - o estrangeiro pode requerer a

naturalizao, que obrigatoriamente ser atendida com a prova dos requisitos temporal, (15 anos de residncia) e ausncia de condenao criminal, com sentena transitada; b) casamento: tende a promover a unificao das nacionalidades entre os cnjuges; c) ius labori: o fato de prestar servios ao Brasil reduz o prazo para a contagem destinada naturalizao (arts. 113,III, e 114,II da Lei n 6.815/1980);

Estrangeiro E um principio aceito em Direito Internacional que toda nao soberana tem o poder, inerente sua soberania e essencial sua auto-preservao, de proibir a entrada de estrangeiros em seus domnios, ou admiti-los somente em casos e segundo condies que lhe paream adequados. (Suprema Corte americana). A Constituio de 1988 dispe no artigo 5, inciso XV, que livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens, repetindo no artigo 22, inciso XV, a competncia da Unio para legislar sobre emigrao e imigrao, entrada, extradio e expulso de estrangeiro. Entretanto, para entrar em nosso territrio o estrangeiro necessita de visto em seu passaporte, do consulado ou embaixada

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do Brasil, isto , do local da respectiva procedncia. Em matria de visto de entrada para estrangeiro o governo brasileiro segue poltica de reciprocidade, dispondo o Decreto 82.307 de 1978 que as autorizaes de vistos de entrada de estrangeiros no Brasil e as isenes e dispensas de visto para todas as categorias, somente podero ser concedidas se houver reciprocidade de tratamento para brasileiros. So vrios os tipos de visto de entrada que podem ser concedidos ao estrangeiro, especificados na lei como sendo: - de trnsito, - de turista, - temporrio, - permanente, - de cortesia, - oficial - diplomtico.

Entre ns o art. 7 da Lei n. 6.815/80 disciplina: No ser concedido visto ao estrangeiro: I - menor de dezoito anos, desacompanhado do responsvel legal ou sem a sua autorizao expressa; II - considerado nocivo ordem ou aos interesses nacionais; III - anteriormente expulso do pas, salvo se a expulso tiver sido revogada; IV - condenado ou processado em outro pais por crime doloso passvel de extradies segundo a lei brasileira; ou V que no satisfaa as condies de sade estabelecidas pelo

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Ministrio da Sade.

Direitos e deveres do estrangeiro Direitos e Deveres EE. arts.95-105 Vedaes ao estrangeiro (art.106 EE ) e Constituio Federal de 1988: a) igualdades de direitos com limitaes constitucionais; b) exibir documentao comprobatria de sua estada quando solicitado de autoridade; c) exerccio de atividade remunerada e matrcula em estabelecimento de Ensino; d) vedao atividade remunerada com visto de turista, trnsito ou temporrio; e) vedao atividade remunerada com visto temporrio; f) limitao ao exerccio atividade remunerada na entidade contratante; g) limitao de mudana de domiclio; h) comunicao de mudana de domiclio; i) averbamento de aquisio de nacionalidade diversa; j) visto de cortesia = exerccio de atividade remunerada em favor de estado estrangeiro; k) vedao ao exerccio como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira estrangeira; l) vedao de armao ou comando de navio nacional;

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m) vedao de propriedade de empresa jornalstica/radiodifuso; n) vedao de gerir empresas nacionais; o) vedao de explorao de aeronave; p) vedaes constitucionais (cargos privativos brasileiros natos:- Presidente e Vice-Presidente da Repblica; - Presidente da Cmara dos -Deputados; - Presidente do Senado Federal; - Ministro do Supremo Tribunal Federal; - Ministro de Estado de Defesa; - de carreira diplomtica - de oficial das Foras Armadas).

Expulso Expulso o processo pelo qual um pas expele de seu territrio estrangeiro residente, em razo de crime ali praticado ou de comportamento nocivo aos interesses nacionais, ficando-lhe vedado o retorno ao pas donde foi expulso. Na expulso, pressupe-se o estrangeiro com entrada ou

permanncia regular no Pas. Porm, ser expulso se de qualquer

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forma atentar contra a segurana nacional, a ordem poltica ou social, a tranqilidade ou moralidade pblica e a economia popular; ou cujo procedimento o torna nocivo convenincia e aos interesses nacionais.

OBS: Este talvez seja o ponto principal que distingue o nacional do estrangeiro; enquanto aquele tem o direito inalienvel de permanecer em seu solo ptrio (s os regimes de fora ousam banir seus nacionais).

Deportao O motivo da entrada no Brasil irregular, nos casos em que cessou o motivo para permanecer em territrio brasileiro, estando o estrangeiro em situao irregular no Brasil, muito embora tenha ele entrado de forma regular. Uma vez sendo deportado, o estrangeiro no poder mais retornar ao Brasil, salvo se a critrio de autoridades brasileiras publique-se um decreto revogando a deportao.

Extradio o instituto cujo procedimento se inicia com o pedido de entrega do indiciado ou criminoso, formulado pelo Estado onde se deu o delito, ao Estado no qual se refugiou, para ser processado ou para cumprir a pena que lhe foi imposta. OBS: E lamentvel que esse dever exista sempre em funo de um tratado. Na ausncia de um tratado, no est o Estado obrigado a extraditar o criminoso, a no ser quando houver reciprocidade.

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