Cartilha Lavagem de Dinheiro
Cartilha Lavagem de Dinheiro
Cartilha Lavagem de Dinheiro
Entretanto, assim como todo tipo de crime organizado, o tema merece reflexão,
especialmente se considerarmos que o controle da lavagem de dinheiro depende,
entre outras coisas, da participação da sociedade.
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A principal tarefa do COAF é promover um esforço conjunto por parte dos
vários órgãos governamentais do Brasil que cuidam da implementação de políticas
nacionais voltadas para o combate à lavagem de dinheiro, evitando que setores da
economia continuem sendo utilizados nessas operações ilícitas.
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Lavagem de dinheiro:
O que é? Como e onde acontece?
Em termos mais gerais, lavar recursos é fazer com que produtos de crime
pareçam ter sido adquiridos legalmente.
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Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de
dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o
distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com
o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o
rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente
para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de
lavagem e poder ser considerado "limpo".
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A lavagem de dinheiro pode ser realizada em qualquer lugar. Assim os criminosos escolhem países onde as leis são ou
inexistentes ou flexíveis, ou, ainda, onde os esforços de controle não são fortes o bastante para pegar os envolvidos.
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evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a
origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma
eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente,
em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos
em contas “fantasmas”.
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Depósitos iniciais são usualmente feitos em países onde não há regulamentação. Países com instituições
governamentais frágeis são especialmente vulneráveis.
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Alguns setores são muito visados no processo de lavagem de dinheiro. Entre
eles destacam-se:
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Países que oferecem oportunidades mais vantajosas para empresas e pessoas físicas movimentarem recursos, além do
escudo propiciado pelo sigilo, em alguns casos. Atualmente, mais de 40 países em todo o mundo são considerados
paraísos fiscais.
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Centros bancários extraterritoriais não submetidos ao controle das autoridades administrativas de nenhum país e,
portanto, isentos de controle.
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opção. Enquanto nas quatro primeiras formas se negociam ações, no
mercado de opções o que se negocia é o direito sobre essas ações. Os
investidores, porém, não compram ações diretamente em uma bolsa.
Compram-nas através das sociedades corretoras membros daquela entidade.
O cliente emite uma ordem de compra ou venda à sua corretora e esta se
encarrega de executá-la no pregão. Para isto as corretoras mantém, no
recinto de negociação, seus operadores, que são habilitados por meio de um
exame de qualificação.
Para fechar uma operação na bolsa, qualquer pessoa, banco ou empresa tem
que usar os serviços de uma corretora, que recebe uma taxa de corretagem
por realizar essa transação.
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c) a intermediação, materializada na corretagem, também pode ensejar a
malfadada lavagem nas transações envolvendo terceiros ou clientes
não residentes.
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Instrumentos internacionais de cooperação
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Convenção de Viena - A “Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas”,
aprovada em Viena, Áustria, em 1988, no âmbito das Nações Unidas, mais conhecida como “Convenção de Viena”,
teve como propósito promover a cooperação internacional no trato das questões ligadas ao tráfico ilícito de
entorpecentes e crimes correlatos, dentre eles a lavagem de dinheiro. Trata-se do primeiro instrumento jurídico
internacional a definir como crime a operação de lavagem de dinheiro. O Brasil ratificou a Convenção de Viena em
junho de 1991.
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Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD)
Elaborado pela CICAD e aprovado pela Assembléia Geral da OEA em 1992, o “Regulamento
Modelo sobre Delitos de Lavagem Relacionados com o Tráfico Ilícito de Drogas e Outros Delitos Graves” é
o principal instrumento recomendatório para o continente americano, buscando a harmonização das
legislações nacionais referentes ao combate à lavagem de dinheiro. O Regulamento Modelo trata da
repressão e da prevenção do crime de lavagem e da criação de um órgão central para combatê-lo em cada
país. O Brasil participa ativamente das reuniões plenárias da CICAD.
Durante essa reunião foram adotados seis planos de ação, dentre os quais um
referente à luta contra a lavagem de dinheiro - o Global Plan Against Money
Laundering (GPML), ou Plano de Ação Contra Lavagem de Dinheiro. O GPML é um
programa trienal de investigação e assistência técnica executado pelo Escritório de
Fiscalização de Drogas e Prevenção de Delitos (Office for Drug Control and Crime
Prevention - ODCCP) e tem a finalidade de incrementar a eficácia da luta
internacional contra a lavagem de dinheiro mediante a prestação de serviços de
assistência e cooperação técnica aos Estados membros da ONU.
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O que é o UNDCP?
UNDCP é a sigla para United Nations International Drug Control Programme, ou Programa das Nações
Unidas para o Controle Internacional de Drogas - agência da Organização das Nações Unidas (ONU) cujo
mandato é articular o controle internacional de drogas e crimes correlatos, monitorando as tendências de
produção, consumo e tráfico ilícito.
Com uma década de cooperação no Brasil, o UNDCP coordena as atividades das Nações Unidas no campo
do controle de drogas, o que inclui o combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à produção
ilegal de drogas. Promove o cumprimento dos tratados internacionais sobre o tema, apoiando o
fortalecimento institucional dos governos e auxiliando na formulação de leis e políticas, de acordo com os
compromissos assumidos pela comunidade internacional.
Seu apoio pode acontecer por meio de suporte técnico a um programa nacional ou a projetos específicos.
Paralelamente, o UNDCP ajuda a monitorar e avaliar os resultados dos projetos implementados. Atua,
também, como centro mundial de informações sobre o problema e as alternativas para superá-lo, fomentando
o intercâmbio de experiências e conhecimento.
O Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI/FATF) foi criado em 1989 pelos 7
países mais ricos do mundo (G-7) no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) com a finalidade de examinar, desenvolver e promover políticas de combate à lavagem
de dinheiro. Essas políticas têm por objetivo impedir que os produtos dos crimes de tráfico de drogas e
outros delitos graves sejam utilizados em futuras atividades criminosas e afetem as atividades econômicas
legais dos países.
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Em 1990, o GAFI/FATF publicou as “40 Recomendações” com o intuito de estabelecer ações a
serem seguidas pelos países imbuídos do propósito de combater o crime de lavagem de dinheiro. Duas
metas principais são fornecer instrumentos para o desenvolvimento de um plano de ação completo de
combate à lavagem de dinheiro e discutir ações ligadas à cooperação internacional. Em 1996, as 40
Recomendações foram revisadas a fim de que pudessem refletir as tendências atuais do crime de lavagem e
potenciais ameaças futuras.
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O papel das
Unidades Financeiras de Inteligência
Segundo definição do Grupo de Egmont, Unidade Financeira de Inteligência
(FIU) é a “agência nacional, central, responsável por receber (e requerer), analisar e
distribuir às autoridades competentes as denúncias sobre as informações financeiras
com respeito a procedimentos presumidamente criminosos conforme legislação ou
normas nacionais para impedir a lavagem de dinheiro”.
Grupo de Egmont
Atualmente o Grupo de Egmont congrega 48 FIU. O COAF passou a integrar o Grupo na VII
Reunião Plenária, ocorrida em Bratislava, República da Eslováquia, em maio de 1999. Essa atitude
demonstra o reconhecimento da organização com os progressos alcançados pela FIU brasileira.
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Intercâmbio de Informações
Sabendo-se que as unidades de inteligência financeiras funcionam como uma
espécie de “filtro”, capazes de receber, analisar e transformar as informações em
dados sobre atividades suspeitas, tendo em vista o caráter transnacional do crime de
lavagem, fica evidente a importância do inter-relacionamento entre as FIU – e entre
elas e as autoridades competentes de cada país – para o sucesso de uma operação de
combate a este crime.
PESSOAS FIU
OBRIGADAS (de outros países)
FIU
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As FIU, em sua maioria, orientam-se de acordo com as recomendações
contidas no Plano de Ação Contra Lavagem de Dinheiro 6:
De acordo com este conceito, a identificação do cliente deve ser satisfatoriamente estabelecida antes
da concretização da operação. Caso o possível cliente se recuse a fornecer as informações requeridas, a
instituição financeira não deve aceitá-lo como cliente. Os melhores documentos para identificação são
aqueles cuja obtenção, de maneira lícita, seja difícil.
O conceito recomenda que se utilize um formulário de identificação, cujo modelo pode ser elaborado
pelas próprias instituições, de acordo com suas necessidades. É preferencial que cada setor tenha regras
similares para elaboração desses formulários.
As instituições devem ainda ter um sistema interno de controle que assegure as regras de
compliance, indicando um indivíduo responsável por coordenar e monitorar esse sistema. Programas de
treinamento também devem ser implementados.
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Veja maiores informações sobre o Plano de Ação contra a Lavagem de Dinheiro à página...
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COAF -
A FIU brasileira
De acordo com o art. 14 dessa Lei, o COAF tem a finalidade de (i) coordenar e
propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações
rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e
valores, (ii) receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades
ilícitas de lavagem de dinheiro, (iii) disciplinar e (iv) aplicar penas administrativas,
sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.
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Além de ser um excelente instrumento para a análise de informações, o
SISCOAF também facilita a comunicação do Conselho com o público. E foi com
essa preocupação que foram disponibilizados endereços eletrônicos do COAF na
internet:
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Estrutura do COAF
O Decreto n° 2.799, de 8 de outubro de 1998, e a Portaria do Ministro de
Estado da Fazenda n° 330, de 18 de dezembro de 1998, aprovaram, respectivamente,
o Estatuto e o Regimento Interno do COAF, determinando a seguinte estrutura
interna:
a) Presidência
O Presidente do Conselho é nomeado pelo Presidente da República, mediante
indicação do Ministro de Estado da Fazenda, sendo exigida dedicação exclusiva.
Entre outras funções, ao presidente do Conselho compete: a edição dos atos
normativos e regulamentares necessários ao aperfeiçoamento dos trabalhos do
Conselho; a assinatura dos atos oficiais do COAF e das decisões do Plenário; a
orientação, coordenação e supervisão das atividades administrativas do Conselho e da
Secretaria-Executiva; e o compartilhamento de informações com autoridades
competentes de outros países e de organismos internacionais.
b) Plenário
Composto7 pelo presidente e por servidores públicos, nomeados pelo Ministro
de Estado da Fazenda, escolhidos no quadro de pessoal:
§ Banco Central do Brasil;
§ Comissão de Valores Mobiliários;
§ Superintendência de Seguros Privados;
§ Procuradoria Geral da Fazenda Nacional;
§ Secretaria da Receita Federal;
§ Subsecretaria de Inteligência do Poder Executivo;
§ Departamento de Polícia Federal; e
§ Ministério das Relações Exteriores.
c) Secretaria-Executiva
A Secretaria-Executiva é dirigida por um Secretário Executivo, nomeado pelo
Ministro de Estado da Fazenda. Suas competências incluem o recebimento de relatos
referentes a operações consideradas suspeitas; a solicitação de informações mantidas
nos bancos de dados dos órgãos e entidades públicas e privadas; e a análise dos
relatos, dos dados e das informações recebidas, além da elaboração e do
arquivamento de dossiês contendo os estudos decorrentes.
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A composição do Plenário reflete a preocupação de se reforçar o caráter multidisciplinar do COAF, garantindo
também maior celeridade ao órgão na condução de suas funções.
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Legislação brasileira
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NORMATIVOS DE OUTROS ÓRGÃOS DO GOVERNO
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