1844 Coincidência Ou Providência
1844 Coincidência Ou Providência
1844 Coincidência Ou Providência
Ron du Preez Foram os eventos ocorridos no ano de 1844 apenas um acidente? Ou tem esse ano um significado mais profundo na compreenso bblica do plano de Deus na histria da redeno? Como adventistas do stimo dia, deveramos aceitar a segunda posio. Para ns, 1844 o ano em que terminou a profecia dos 2300 dias de Daniel 8:14, o marco que assinala o incio do julgamento pr-advento no cu, e a culminao do mais longo perodo proftico da Bblia, proclamando ao mundo que o fim no vai demorar e que a segunda vinda de Jesus est prxima. O que muitos no sabem, inclusive entre os adventistas, que 1844 importante no apenas em relao histria sagrada, mas tambm em relao a outros eventos mundiais de grande magnitude que fazem desse ano uma espcie de divisor de guas. Antes, porm, vamos traar a importncia de 1844 para a Igreja Adventista do Stimo Dia.
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Uns poucos dentre os desapontados estudaram as Escrituras ainda com mais fervor. No demorou para que aprendessem que embora a data de 22 de outubro de 1844 estivesse correta, o evento estava errado. Esses crentes entenderam que o santurio a ser purificado no estava na terra, mas no cu. Jesus havia entrado no santo dos santos do santurio celestial para dar incio a Sua obra de julgamento. Como Ellen White mais tarde declarou: O assunto do santurio foi a chave que desvendou o mistrio do desapontamento de 1844.2 ngel Manuel Rodrguez comenta: Tendo completado na terra a obra para a qual viera (Joo 17:4, 5; 19:30), Cristo foi elevado ao cu (Atos 1:11) para salvar definitivamente aqueles que, por meio dEle, aproximamse de Deus, pois vive sempre para interceder por eles (Hebreus 7:25), at que em Sua segunda vinda Ele vai aparecer no para tirar o pecado, mas para trazer salvao aos que O aguardam (Hebreus 9:28). Entre esses dois plos, a cruz e o glorioso retorno do Senhor, Cristo atua comosacerdote real no santurio, no verdadeiro tabernculo que o Senhor erigiu, e no o homem (Hebreus 8:2), o advogado (I Joo 2:1) e intercessor daqueles que nEle crem (Romanos 8:34). Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo est ministrando os benefcios de Seu sacrifcio queles que vm a Ele, um ministrio to essencial nossa salvao como Sua morte substitutiva.3 Assim, o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 se tornou uma poderosa mensagem. verdade que Jesus no veio como os mileritas pensavam. Mas, um pequeno grupo de crentes desapontados descobriram nova luz bblica a verdade de que Cristo entrou na fase final de Seu ministrio sumo-sacerdotal no santurio celestial, aps o qual Ele vai finalmente voltar para redimir Seu povo. Assim nasceu a Igreja Adventista do Stimo Dia, com sua f firmemente ancorada no breve retorno de Jesus e com o compromisso de pregar toda a verdade em Jesus. O ano de 1844 , de fato, importante para o nascimento do adventismo. Mas, 1844 de interesse em outras reas tambm. Movimentos surpreendentes e destrutivos f surgiram no panorama mundial na mesma poca, formando um cenrio de desafio e urgncia para a proclamao adventista, e chamando os habitantes do mundo a olhar para a genuna verdade acerca de Deus e Seu papel no final da histria humana. Examinaremos trs desses movimentos.
O surgimento do marxismo
Em agosto de 1844, Frederick Engels se encontrou com Karl Marx em Paris e eles se tornaram parceiros numa luta revolucionria um relacionamento duradouro que iria mudar o mundo, como disse algum.4 Enquanto os cristos que acreditavam na Bblia pregavam que Jesus logo iria voltar para levar Seu povo para o cu e pr fim ao pecado e sofrimento e prover paz e felicidade eternas, Marx e Engels estavam proclamando que o caminho para a verdadeira felicidade era eliminar Deus da vida; que o caminho para a paz e segurana era atravs dos
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princpios do socialismo e comunismo; que eles podiam e haveriam de libertar os cativos do mundo e promover uma sociedade harmoniosa e sem diviso de classes na terra.5 Marx e Engels, portanto, tentaram direcionar a esperana humana para longe da segunda vinda de Cristo, para uma utopia comunista sob a qual milhes foram subjugados na maior parte do sculo passado. No contexto desse desafio, o movimento do advento de 1844 foi conclamado a proclamar o evangelho eterno do santurio celestial onde todas as nossas esperanas devem estar ancoradas.
preceder esse evento, no mundo natural (Apocalipse 6:12-13), no mundo moral com o aumento da ilegalidade e coraes saturados do pecado (Mateus 24:37-39), e no mundo religioso com falsos profetas enganando a muitos (vs. 24). Quando todos os sinais que apontam para o segundo advento tiverem sido cumpridos, ento Jesus voltar para reunir Seu povo, para ressuscitar os justos mortos, para transformar e receber todos os santos, para destruir os poderes maus e perversos, para vindicar o carter de Deus, para restaurar a terra e para restabelecer a comunho com Deus! A linguagem bblica acerca da segunda vinda no d margem para um arrebatamento secreto. As Escrituras tambm no falam de uma segunda chance de salvao aps a morte. A posio bblica clara: depois da morte, no h nenhuma possibilidade de uma segunda chance; existe apenas um julgamento. O homem est destinado a morrer uma s vez e depois disso enfrentar o juzo (Hebreus 9:27 NVI). Porm, quo sinistra e quo sutil a teoria do arrebatamento. Definitivamente, trata-se de um atentado ao cristianismo, um assalto preciosa doutrina da salvao e da segunda vinda de Cristo.8 Seria apenas um acidente Deus ter escolhido o movimento do advento em 1844, para proclamar as genunas verdades da segunda vinda e do juzo, mais ou menos na mesma poca em que tais doutrinas enganadoras, como o arrebatamento secreto e o dispensacionalismo, entraram em cena no mundo?
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No inverno de 1844, uma senhora chamada Rachel Oakes, uma batista do stimo dia de Nova Iorque, estava visitando a filha em New Hampshire. L, ela visitou a Igreja Crist Washington, onde um servio de comunho estava sendo ministrado por Frederick Wheeler, um ministro metodista que havia aceitado a mensagem milerita. A Sra. Oakes ficou surpresa ao ouvir Wheeler dizer: Todo aquele que confessar comunho com Cristo numa cerimnia como esta deveria estar disposto a obedecer a Deus e guardar Seus mandamentos em todas as coisas. Quando o Pr. Wheeler visitou a famlia Oakes pouco tempo depois, a Sra. Oakes lhe disse que ela quase se levantara aquele dia na igreja para lhe dizer que seria melhor para ele no participar da cerimnia enquanto ele mesmo no estivesse disposto a guardartodos os mandamentos de Deus, incluindo o sbado. Ao voltar para casa, Frederick Wheeler estudou sinceramente sua Bblia, e algumas semanas depois, aceitou o ensino bblico acerca da santidade do stimo dia, o sbado, e pregou seu primeiro sermo sobre o assunto em maro de 1844. Muitos membros de sua igreja abraaram a verdade do sbado. Das sessenta ou mais pessoas daquela vizinhana que experimentaram o grande desapontamento de 1844, umas quarenta aceitaram a doutrina do sbado e mais tarde se tornaram membros da primeira igreja adventista a guardar o sbado. Outro pregador milerita, um batista chamado Thomas Preble, ouviu que a mensagem do sbado estava sendo pregada em New Hampshire, e decidiu investig-la. Ele tambm, em agosto de 1844, abraou a verdade do sbado. Cerca de quatro meses aps o grande desapontamento, Preble escreveu um artigo acerca do sbado no peridico milerita The Hope of Israel. Jos Bates, um capito de navio aposentado, leu-a e no s aceitou o sbado como tambm passou a publicar uma srie de artigos sobre o assunto. Desse tempo em diante, Jos Bates, um dos fundadores da Igreja Adventista do Stimo Dia, tornou-se um lder na proclamao da mensagem do sbado. Como se sabe, a questo do sbado era to importante que se tornou parte do prprio nome da Igreja Adventista do Stimo Dia. Ellen White falou diretamente da importncia do sbado em destacar um Deus-Criador. A suposio infiel de que os eventos da primeira semana requereram sete perodos de tempo vastos e indefinidos para que se completassem atinge o sbado do quarto mandamento diretamente em sua base.10 Seria mera coincidncia Deus ter levantado uma igreja, para que pregasse a verdade do sbado e o poder criador divino, ao mesmo tempo em que Darwin escreveu sua teoria evolucionria negando a atividade criadora de Deus? A mensagem dos trs anjos de Apocalipse 14 e o compromisso adventista de proclam-la seriamente, como a advertncia final de Deus ao mundo, no so mero acaso. Na verdade, so parte do plano de Deus para o fim dos tempos. O cientista adventista Ariel Roth comenta o seguinte desafio: Nossa confiana de que a Bblia a Palavra de Deus no d espao para alternativas criao [bblica] tais como uma criao progressiva, evoluo
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testica, ou evoluo naturalstica. No deveramos nos envolver em especulaes infrutferas. Como o povo do Livro, ns temos uma oportunidade sagrada de apresentar toda a Bblia, incluindo sua mensagem da criao, para um mundo que est desorientado quanto grande questo de como comeou a vida sobre a terra.11
REFERNCIAS
1. Veja Le Roy Edwin Froom. The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical Development of Prophetic Interpretation. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1954, vol. 4. pp. 443-718 (veja especialmente pp. 699-718).
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2. Ellen G. White. O Grande Conflito. 42. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 423. 3. ngel Manuel Rodrguez. Handbook of Seventh-day Adventist Theology. Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn., 2000. p. 375. 4. Disponvel em: <http://www.marxists.org/archive/marx/works/1845/holyfamily/index.htm> Acesso em: 16 jun. 2004 (pgina introdutria). 5. Veja, por exemplo: Preface to Marx-Engels Collected Works, vol. 3: Works 1843-1844. Disponvel em: <http://www.marxists.org/archive/marx/works/cw/volume03/preface.htm> Acesso em 16 jun. 2004. 6. Clarence B. Bass. Backgrounds to Dispensationalism: Its Historical Genesis and Ecclesiastical Implications. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1960. p. 139. 7. Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins. Are We Living in the End Times? Wheaton, Illinois: Tyndale, 1999. pp. 157-58. 8. Uma refutao da teoria do arrebatamento e crenas relacionadas pode ser encontrada em: Steve Wohlberg. End Time Delusions: The Rapture, the Antichrist, Israel, and the End of the World. Shippensburg, Pennsylvania: Treasure House, 2004; e Hans K. LaRondelle. The Israel of God in Prophecy: Principles of Prophetic Interpretation. Berrien Springs, Michigan: Andrews University Press, 1983. 9. Nora Barlow. The Autobiography of Charles Darwin, 1809-1882. Nova York: Norton, 1958. pp. 85-86. 10. Ellen G. White. Spiritual Gifts. Battle Creek, Michigan: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1864, vol. 3. p. 91. 11. Ariel A. Roth. Adventism and the Challenges to Creationism. Adventists Affirm, Spring, 2002. pp. 20-21. 12. Ellen G. White. Mensagens Escolhidas. 3. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 1987, vol. 3. p. 196. Artigo extrado da Revista Dilogo Universitrio Volume 18, Nmero 3, ano 2006 http://dialogue.adventist.org/index_p.htm
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