101 Perguntas Sobre o Santuário e Ellen G
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101 Perguntas Sobre o Santuário e Ellen G
WHITE
NDICE Robert W. Olson Publicado por PATRIMNIO DAS PUBLICAES DE ELLEN G. WHITE AO LEITOR
Desmond Ford, Walter Rea e outros levantaram perguntas que dizem respeito a duas importantes doutrinas da Igreja Adventista do Stimo Dia. Estas perguntas tratam primariamente de assuntos relacionados ao santurio e ao dom de profecia manifesto no ministrio de Ellen G. White. Procuramos fornecer informaes de uma forma que ser til maioria dos membros da Igreja Adventista do Stimo Dia. Nosso propsito no foi apresentar um tratado exaustivo onde se diz tudo o que possvel sobre cada assunto. Antes, esforamo-nos por apresentar os assuntos de forma breve e sucinta atravs do formato simples de perguntes e respostas. Este no um pronunciamento oficial da Igreja Adventista do Stimo Dia. No foi formalmente endossado por qualquer grupo de lderes da igreja. Contudo, foi lido pelos responsveis pelo patrimnio White e algumas outras pessoas. As muitas sugestes e crticas foram profundamente apreciadas. nossa orao que este trabalho ajude o leitor a ver a verdade mais claramente, e a ter, dessa forma, mais firme confiana no dom de profecia, e na mensagem especial que a Igreja Adventista do stimo Dia proclama. Robert. W. Olson
NDICE
A. DUAS DOUTRINAS VITAIS DA IGREJA ADVENTISTA . . . . . . 6
1. Quais So Essas Doutrinas ...........................................................6 2. Por que Estas Doutrinas So Importantes para os Adventistas.........6
B. DANIEL 8:14 E O JUZO INVESTIGATIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3. A Posio da Igreja ASD Sobre o Juzo Investigativo .................8 4. A Posio de Ellen White Sobre o Juzo Investigativo ................9 5. A Posio de Desmond Ford Sobre o Juzo Investigativo............9 6. O Incio do Juzo.........................................................................10 7. Daniel 8:14 Aponta para 22 de Outubro de 1844........................11 8. O Desafio de Ford Data de 22 de Outubro de 1844.................11 9. O Princpio Dia-Ano...................................................................12 10. As Profecias de Tempo Estendem-se Alm do Primeiro Sculo......................................................................14 11. O Princpio Dia-Ano na Histria.................................................15 12. As Setenta Semanas como Parte dos 2.300 dias.........................15 13. O Primeiro Expositor a Iniciar Esses Dois Perodos Juntos........16 14. Porque Escolhido o Decreto de Artaxerxes..............................16 15. Exatido das Datas Profticas.....................................................17 16. Ellen White Apia o Princpio Dia-Ano.....................................17 17. Exatido da Data de 22 de Outubro............................................18 18. Ellen White Apia a data de 22 de Outubro................................18 19. Ford e Antoco Epifnio..............................................................23 20. O Princpios dos Cumprimentos Mltiplos de Ford....................23 21. Impossveis os Cumprimentos Mltiplos para os 2.300 dias..........24 22. O Santurio de Daniel 8:14.........................................................25 23. O Ponto de Vista de Ford Sobre a Purificao............................25 24. O Ponto de Vista Adventista sobre a Purificao.......................26
25. A Posio de Ford Sobre a Conexo Entre Daniel 8:14 e Levtico 16..........27
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 3 27. O Significado de NITSDAQ.......................................................27 28. Necessidade de Purificao do Santurio Terrestre....................28 29. Necessidade de Purificao do Santurio Celestial.....................29 30. Todos os Professos Cristos Vm a Juzo...................................29
31. Ellen White Concorda que os Santos Passaro Pela Investigao...........30
32. Os Livros de Registro..................................................................30 33. Os Verdadeiros Cristos No Necessitam Temer o Juzo...........31 34. O Propsito do Juzo...................................................................32
C. A EPSTOLA AOS HEBREUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
35. O que Hebreus 8 a 10 nos Ensina................................................34 36. Hebreus 6:19, 20.........................................................................35 37. A Posio de Ellen White Sobre Hebreus 6:19, 20.....................35
38. Bblico o Ensino de um Ministrio nos Dois Compartimentos no Cu..................................................................................................36
39. Uma Doutrina Baseada Sobre Tipos e Smbolos........................37 40. A Aparncia do Santurio Celestial............................................38 41. Hebreus 9:8.................................................................................38
D. O QUESTIONRIO DE GLACIER VIEW . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 42. Qual a Posio dos Telogos e Administradores Adventistas ........... 40 E. ELLEN WHITE E A BBLIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
43. A Posio da Igreja Adventista Sobre Ellen White.....................45 44. "O Testemunho de Jesus o Esprito de Profecia".....................45 45. Profecia um Dom Raro.............................................................46 46. Os "Graus de Revelao" de Ford...............................................47 47. A Relao de Ellen White para com a Bblia..............................48 48. A Crena em Ellen White no um Teste de Discipulado.........51 49. Ellen White Como Intrprete das Escrituras...............................51 50. O Papel de Ellen White em Controvrsias Doutrinrias.............55 51. Dissecando os Testemunhos........................................................57
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 4 52. No Citeis Meus Escritos At que Obedeais a Bblia...............57
F. ALEGAES DE ERROS E EQUVOCOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
53. As Falhas Pessoais de Ellen White.............................................59 54. Erros Histricos nos Escritos de Ellen White.............................60 55. Apocalipse 9 e Josias Litch.........................................................63 56. Apocalipse 11 e a Revoluo Francesa.......................................64 57. Apocalipse 14 e Roma "Apenas"................................................65 58. Discrepncia na Narrao de Eventos Bblicos...........................66 59. Equvocos de Natureza Doutrinria............................................67 60. O Uso da Carne de Porco............................................................67 61. O Horrio de Incio do Sbado....................................................68 62. Benevolncia Sistemtica e Dzimo............................................69 63. A Lei em Glatas.........................................................................70 64. Os Dois Concertos.......................................................................71 65. A Porta Fechada..........................................................................71 66. A Parbola das Dez Virgens........................................................76 67. O Abalo das Potestades do Cu...................................................77 68. O Terremoto de Lisboa e os Sinais nos Cus..............................77 69. As Vises sobre Astronomia.......................................................78 70. A No Respondida Carta de Ballenger.......................................78
G. ELLEN WHITE COMO ESCRITORA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
71. A Acusao de Plgio.................................................................80 72. Leis Sobre Direitos Autorais e Plgio no Sculo Passado..........80 73. Por que Foram Admitidas as Aspas............................................82 74. Por que Foram Includas as Referncias Marginais....................85 75. Ellen White uma Enganadora?....................................................85 76. As Palavras .... So Minhas.....................................................87
77. Por que Ellen White fez Emprstimos Literrios de Outros Autores.......88
78. Ellen White Admite seus Emprstimos Literrios......................92 79. Uso dos Escritos de Urias Smith Sobre o Santurio.......................93
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 5 80. Exemplos de Cpia Palavra por Palavra.....................................96 81. Critrios de Dependncia de Outros Escritos............................100 82. Integridade de W. C. White.......................................................103 83. A Carta de W. W. Prescott de 6 de Abril de 1915....................104 84. A Posio da IASD Sobre Inspirao Verbal............................109 85. Os Assistentes Literrios de Ellen White..................................110 86. A Obra dos Assistentes Literrios.............................................111 87. Usadas Apenas as Idias de Ellen White..................................112 88. Exemplos de Revises de Manuscritos.....................................112 89. Erros de Impresso....................................................................119 90. Ellen White Estimula a Crtica Construtiva..............................122 91. As Fontes Bsicas Utilizadas por Ellen White..........................123
92. Marian Davis, "a Compiladora do Material para Meus Livros"........125
93. A Beleza Literria de O Desejado de Todas as Naes............129 94. Ellen White D a Aprovao Final...........................................131 95. Requer-se Mais Informaes?...................................................132 96. Suas Idias Provinham de Deus................................................133 97. Escritos Inspiradas que no Provieram de Vises.....................134 98. Os Escritores Bblicos Fizeram Emprstimos Literrios..........135 99. O Assistente Literrio de Pedro................................................137
100. Por que o Patrimnio das Publicaes White No nos Conta?..........139
Nem Sempre os Profetas Foram Bem-Vindos .................... 145 Ellen G. White e o Uso das Fontes ....................................... 146 "Simplesmente No H Motivos" ........................................ 150 A Histria Por Trs Desta Pesquisa .................................... 158 "Esta Obra de Deus ou No " ........................................ 161
Que duas reas de doutrinas esto includas nas questes que os adventistas esto discutindo na dcada de 1980? Na sesso da Conferncia Geral em Dallas, Texas, em abril de 1980, a Igreja Adventista da Stimo Dia reafirmou formalmente as posies doutrinrias que os adventistas tm sustentado por mais de um sculo. Duas dessas doutrines esto agora sendo questionadas. So elas: 1) a crena de que Cristo iniciou um ministrio especial no santurio celestial em 22 de Outubro de 1844, que inclua uma obra de julgamento e (2) a autoridade de Ellen G. White como mensageira inspirada de Deus.
2. POR QUE ESSAS DOUTRINAS SO IMPORTANTES PARA OS ADVENTISTAS
Por que essas doutrinas so importantes para os adventistas? A doutrina do santurio, incluindo o ensino do juzo investigativo e a crena de que Ellen White foi divinamente inspirada, so peculiares aos adventistas do stimo dia. Se Cristo no iniciou um ministrio que consistia no juzo investigativo no Cu em1844, e se Ellen White no foi a mensageira escolhida por Deus, a Igreja Adventista do Stimo perderia dois ensinos que a identificam como um movimento proftico, suscitado por Deus a fim de preparar o caminho para o segundo advento de Cristo. Na realidade a credibilidade de Ellen White est intimamente entrelaada com a interpretao adventista do santurio celestial e sua purificao, que inclui a doutrina do juzo investigativo. Em seu sermo no sbado pela manh na Conferncia Geral de 1891, Urias Smith, editor da Review and Herald, enfatizou a
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 7 inseparabilidade entre a doutrina do Santurio e o Esprito de Profecia. Ele declarou: "Dentro de algumas semanas aps o desapontamento, e enquanto os sinceros de corao estavam aguardando pacientemente para ver o que a bondosa providncia de Deus faria por eles, surgiu luz sobre o grande tema do santurio. Isto abriu diante de ns, um novo e vasto campo de luz e verdade; e o esprito de profecia iniciou tambm sua obra justamente naquele local e naquela poca para advertir a igreja, a fim de que esta no renunciasse verdade do passado. E dessa forma a luz sobre o santurio e o dom do esprito de profecia, de mos dadas, surgiram para levar avante este povo, a uma ampla esfera de luz, conhecimento, e verdade adicionais, para preparar para a vinda do Filho do homem". Boletim da Conferncia Geral, 18 de maro de 1891, Testemunho dos Pioneiros, p. 63. Ellen White sustentava, em 1906, que "a questo do santurio permanece em justia e verdade, da mesma forma que a temos mantido por tantos anos", e que esta verdade "foi revelada a ns pelo Esprito Santo" (Carta 50, 1906; cpia do manuscrito # 1760, p. 23). luz destas e de outras declaraes similares, uma rejeio do juzo investigativo tambm uma rejeio de Ellen White.
Que posio a Igreja Adventista do Stimo Dia mantm quanto ao juzo investigativo? O pargrafo 23 do pronunciamento sobre doutrinas votado na sesso da Conferncia Geral de 1980 em Dallas diz o seguinte: O Ministrio de Cristo no Santurio Celestial
"H um santurio no Cu, o verdadeiro tabernculo que o Senhor erigiu, no o homem. Nele Cristo ministra em nosso favor, tornando disponveis aos crentes os benefcios de Seu sacrifcio expiatrio oferecido uma vez por todas sobre a cruz. Ele foi empossado como nosso grande Sumo Sacerdote e iniciou Seu ministrio intercessrio no tempo de Sua ascenso. Em 1844, no fim do perodo proftico de 2.300 dias, Ele entrou na segunda e ltima fase de Seu ministrio expiatrio. uma obra de juzo investigativo que parte da erradicao final de todo o pecado, tipificado pela purificao do antigo santurio hebreu no Dia da Expiao. Nesse ritual tpico o santurio era purificado com o sangue da sacrifcios de animais, mas as coisas celestiais so purificadas com o perfeito sacrifcio do sangue de Jesus. "O juzo investigativo revela s mentes celestiais quem dentre os mortos dormiu em Cristo e por conseguinte, nEle, so considerados dignos de ter parte na primeira ressurreio. O juzo tambm torna manifesto quem, dentre os vivos, tem permanecido em Cristo, guardado os mandamentos de Deus e a f de Jesus e nEle, portanto, esto prontos para a transladao ao Seu reino eterno. Este julgamento vindica a justia de Deus em salvar os que crem em Jesus. Declara que aqueles que tm permanecido leais a Deus recebero o reino. O trmino deste ministrio de Cristo marcar o fim do perodo de teste da humanidade antes do segundo advento (Heb 8:1-5; 4:14-16; 9:11-28; 10:19-22; 1:3; 2:16 17; Dan 7:9-27; 8:13, 14; 9:24-27; Nm. 14:34; Eze. 4:6; Lev. 16; Apoc. 14:6, 7; 20:12; 14:12; 22:12)". 1981 Seventh-Day Adventist Yearbook, p. 8.
Ellen White apia a interpretao adventista da Bblia com respeito a doutrina do juzo investigativo? Sim. Ele declarou:
"O assunto do santurio e do juzo de investigao, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posio e obra de seu grande Sumo Sacerdote. Alis, ser-lhes- impossvel exercerem a f que essencial neste tempo, ou ocupar a posio que Deus lhes deseja confiar". O Grande Conflito, p. 488. Veja o captulo todo, pp. 479-491. "Nos ltimos cinqenta anos, cada aspecto da heresia utilizou-nos como alvo, para anuviar nossas mentes em relao ao ensino da Palavra especialmente no que concerne ministrao de Cristo no santurio celestial, e a mensagem do Cu para estes ltimos dias, dada pelos anjos do captulo 14 de Apocalipse. Mensagens de toda ordem e tipo foram impelidas sobre os Adventistas do Stimo Dia, para tomar o lugar da verdade, a qual, ponto por ponto, foi buscada por estudo secundado de orao e testificada pelo poder milagroso do Senhor. "Mas os marcos que fizeram de ns o que somos, devem ser preservados, e s-lo-o, como Deus o expressou atravs de Sua Palavra e atravs do testemunho de Seu Esprito. Ele nos concita a nos segurarmos firmemente, com a mo da f, aos princpios fundamentais que esto baseados sobre inquestionvel autoridade". Manuscrito 44, 1905. Veja tambm Mensagens Escolhidas, V. l, pp. 124-125. 5. A POSIO DE DESMOND FORD SOBRE O JUZO INVESTIGATIVO
Como Desmond Ford caracterizou a doutrina adventista do juzo investigativo? Ford declara:
" completamente impossvel provar a partir de Daniel, Hebreus, Apocalipse, ou qualquer outra parte, que um julgamento dos crentes comeou como resultado de uma mudana no ministrio celestial de Cristo em 1844". "Nem h qualquer passagem que ensine um juzo investigativo dos santos comeando muito tempo antes do (segundo) advento". "Ou,
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nossa doutrina bsica do santurio encontrada no nico captulo do Novo Testamento que trata deste tema, ou absolutamente no encontrado na Escritura". Ford, pp. 630, 5, 41.*
A crena de Ford no "juzo pr-advento" no a mesma que o ensino adventista de um juzo investigativo. Ford declara:
"Uma deciso num juzo pr-advento quando Cristo estiver para terminar Sua intercesso bblico, mas, no um processo investigativo atenuado... Nosso mtodo tradicional de explicar o juzo pr-advento no resistir a um exame crtico. No h texto algum que ensine um juzo investigativo da forma como o proclamamos". Ford, pp. 595, 651.
6. O INCIO DO JUZO
Onde descrito na Bblia o incio do juzo investigativo? Em Daniel 7:9, 10, 21, 22, 26. A profecia de Daniel 7 retrata quatro imprios mundiais sucessivos, aps os quais deveriam entrar em cena as naes da Europa. Daniel 7:1-7, 23, 24. Estas naes, por sua vez, testemunhariam o desenvolvimento e a longa supremacia do poder papal. Daniel 7:8, 24, 25. Daniel declara que, aps o papado ter magoado os santos por trs tempos e meio ou 1260 anos (538-1798 AD.), o juzo comearia. Daniel 7:8, 26. Este juzo, quando os livros seriam abertos e inspecionados diante da hoste anglica, teria lugar antes que se estabelecesse o glorioso reino de Cristo. Daniel 7:11, 26, 27. Pode-se ver que Daniel 7 localiza o juzo investigativo aps o ano de 1798, mas antes do retorno de Cristo. Uma data mais precisa para o juzo, 22 de outubro de 1844, pode ser computada de Dan. 8:14 (o conceito de um juzo investigativo tambm encontrado em Mat. 13:47; 22:1-14; II Cor. 5:10, etc).
As referncias das pginas nas citaes de "Ford" aqui e nas pginas seguintes so de seu documento de 991 pginas, "Daniel 8:14, O Dia da Expiao e o Juzo Investigativo" que foi discutido em Glacier View Ranch, em Denver, Colorado, no vero de 1980.
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Como a data de 22 de outubro de 1844 pode ser encontrada em Daniel 8:14? O Comentrio Bblico Adventista d uma resposta detalhada. os cindo pontos seguintes so bsicos para a interpretao adventista: 1) Tanto os 2.300 dias de Daniel 8 quanto as setentas semanas de Daniel 9 devem ser explicados com base no princpio dia-ano (isto , um dia proftico equivale a um ano do calendrio). 2) As setenta semanas formam a primeira parte da profecia dos 2.300 anos, e, dessa forma, ambas tm o mesmo ponto de incio. 3) A "ordem para restaurar e construir Jerusalm" que d incio aos dois perodos de tempo, saiu com o decreto de Artaxerxes em 457 AC. 4) Quando esses perodos de tempo so iniciados em 457 AC, chegamos a data de 27 AD para o batismo de Cristo, 31 AD para sua crucifixo, e 1844 para a purificao do santurio. 5) A purificao do santurio em 1844 comeou no dia em que ocorreu o Dia Judaico da Expiao naquele ano, que foi 22 de outubro.
8. O DESAFIO DE FORD DATA DE 22 DE OUTUBRO DE 1844
Ford desafia estas interpretaes? Sim, todas as cinco. Ele declara: 1) " completamente impossvel provar que o princpio dia-ano um dado fornecido pela Bblia". "No h nenhuma base bblica para assumir que o princpio dia-ano deva ser aplicado a Daniel 8 e 9". (Ford, pp. 288, 8). Ford em realidade admite que "na providncia de Deus... o princpio dia-ano foi esposado depois que a esperana da igreja primitiva quanto ao Advento havia se desvanecido". Ele insiste que isto "no um dado Bblico primrio, mas uma estratgia providencial de Deus, relevante apenas aps os longos sculos de demora desnecessria". (Ford, pp. 294, 643, 644).
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 12 2) "No h forma de provar que a separao de 490 anos sejam 'cortados' dos 2.300". (Ford, p. 288). 3) "No h maneira de provar que o decreto de 457 AC o mesmo referido em Daniel 9:25". (Ford, p. 35). 4) " completamente impossvel ser dogmtico sobre as datas precisas dos cumprimentos profticos". (Ford, p. 470). 5) "No h qualquer evidncia segura de que 22 de Outubro era o dcimo dia do stimo ms em1844". (Ford, p. 470).
9. O PRINCPIO DIA-ANO
o princpio dia-ano um padro de medida bblico, vlido, que pode ser usado na interpretao de profecias de tempo simblicas? Sim. Por exemplo, Apocalipse 12:6, 14 e 13:5 declaram que o papado exerceria controle sobre o mundo cristo por 1260 dias. Registros histricos revelam que o poder papal dominou o mundo, no por 1260 dias literais, mas por 1260 anos, de 533 a 1798 AD. A profecia faz sentido apenas quando interpretada pelo princpio dia-ano. No que respeita aos 2.300 dias, o anjo Gabriel disse que esse perodo atingiria at "o tempo do fim" (Dan. 8:17). Adicionando-se 2.300 dias literais a 457 AC traz-nos apenas a 451 AC, que no est no tempo do fim. Mas quando 2.300 anos so somados a 457 AC chega-se data de 1844, que est no tempo do fim. Portanto a profecia requer que os dias sejam interpretados como anos. A viso de Daniel 8 inclua o carneiro, o bode e as atividades desoladoras da ponta pequena (Dan. 8:1-12). Quando o anjo perguntou, "At quando durar a viso...?" (v. 13), ele estava perguntando quanto tempo decorreria do tempo do carneiro (Medo-Prsia) ao tempo da ponta pequena (o papado). Outro anjo respondeu que seriam 2.300 dias. Seria absurdo insistir que o intervalo de tempo da Medo-Prsia ao papado foi de apenas 2.300 dias literais. Apenas quando interpretado pelo princpio dia-ano, este perodo de tempo se coaduna com os registros da histria.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 13 Daniel posteriormente declara que o perodo de setenta semanas (490 dias) comearia nos dias da Medo-Prsia com o decreto de Artaxerxes (Dan. 9:25) e continuaria alm do tempo da crucifixo de Cristo (Dan. 9:26). Os 490 dias, ento, devem comear no quinto sculo AC e terminar no primeiro sculo AD. A profecia faz sentido apenas quando interpretada pelo princpio dia-ano. A idia do dia-ano sugerida tambm em Nm. 14:34 e Ezeq. 4:6. (As Profecias de tempo tambm podem ser computadas na base de jubileus; veja artigos de Jean Zurcher na Adventist Review, 29 de janeiro e 5 de fevereiro de 1981). Em seu comentrio sobre Daniel publicado pela Southern Publishing Association em 1978 Desmond Ford defendeu energicamente o uso do princpio dia-ano ao interpretar as profecias de tempo de Daniel. Ele escreveu:
"Cada um dos contextos dos 2.300 dias dos 1290 e dos 1335 dias enfatiza os eventos cataclsmicos associados com o final do grande conflito entre Cristo e Satans (Veja Dan. 8:17, 25, 26; 12:3, 4, 9-13). "O ponto precedente, que diz respeito importncia divinamente indicada dos tempos profticos encontra apoio no fato que dias comuns no podem ser aqui o intento dessas profecias. Como as prprias vises envolvem temas abarcantes e no insignificantes, assim os perodos de tempo enfatizados so simblicos de eras extensivas e no limitados... "O contexto tanto de Dan. 7 quanto de Dan. 8 exclui a idia de que os perodos mencionados pudessem ser literais. No primeiro caso a ponta pequena emerge do quarto imprio mundial e dura at o tempo do juzo e do advento, e 7:25 declara que o perodo de 'um tempo, dois tempos e metade de um tempo' estende-se sobre a maior parte deste tempo. Quo impossvel seria isso se significasse apenas trs anos e meio. "Semelhantemente, em 8:14 o fato ao profeta que os 2.300 dias se estenderiam da restaurao do santurio at 'o tempo do fim'. Isto significo que um perodo de aproximadamente 2.300 anos est envolvido. O fato de ser pisado o santurio, trazido a cena em 8:11-13 no poderia iniciar-se antes da restaurao mencionada em 9:25, no quinto sc. AC. E alm disto, declara-se expressamente que seu trmino pertence aos ltimos dias,
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justamente antes do final proclamao do evangelho pelos 'sbios' (Veja 12:3, 4). "Em larga escala tm os crticos passado por alto que o cap. 8;17, quando ligado ao cap, 12: 3, 4, 9, 10, 13, torna conclusivo que o perodo de 2.300 dias cobre muitos sculos. E, de forma semelhante, em Apoc. 12 o perodo de 12 meses cobre a maior parte do tempo entre o primeiro e o segundo adventos, quando a igreja estaria no deserto da perseguio durante a Idade Escura. Isto admitido por quase todos os expositores". (Ford, Daniel, pp. 301, 302).
Em algum ponto entre 1978 e 1980 Ford aparentemente mudou de idia, de forma que j no advoga estes bem expressos pontos de vista. Seus argumentos, contudo, eram firmes em 1978 e ainda so vlidos.
10. AS PROFECIAS DE TEMPO ESTENDEM-SE ALM DO PRIMEIRO SCULO Ford declara que em Mat. 24:34 "a evidncia irresistvel de que Cristo estava dizendo que planejava retornar para aquela prpria gerao a quem Ele estava se dirigindo", e que um grande argumento contra o princpio dia-ano que ele no compatvel com um fim do mundo que ocorreria no primeiro sculo. Ford ainda sustenta que "profecias tais como Dan. 7:25; 8:14; Apoc. 11:2; 12:16; 13:5, teriam encontrado cumprimento numa escala de tempo muito menor se a igreja tivesse prontamente captado o evangelho e o tivesse proclamado em sua pureza". (Ford, pp. 297, 296, 306). Isto razovel?
A profecia de Daniel 9:25 localizava o primeiro advento de Cristo no tempo do Imprio Romano, enquanto a profecia de Daniel 2:41-44 colocava a segunda vinda de Cristo em um ponto substancialmente posterior no tempo. Dificilmente poderiam os dois adventos de Cristo ser destinados a mesma gerao. Daniel 7 predisse o surgimento das dez potncias europias aps a queda, de Roma. As naes europias deveriam testemunhar ento o surgimento do papado. Parece difcil crer que todas estas profecias devessem ser cumpridas antes do fim do primeiro sculo.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 15 Paulo salientou que o segundo advento no ocorreria at que a grande apostasia papal se tivesse desenvolvido (II Tes. 2:1-5). Joo, prximo ao fim do primeiro sculo, declarou enfaticamente que Cristo no havia prometido voltar dentro de um perodo em que ele ainda estivesse vivo (Joo 21:23).
11. O PRINCPIO DIA-ANO NA HISTRIA
Por quanto tempo o princpio dia-ano tem sido usado por expositores bblicos? algo novo? Ellen White indica que o prprio Cristo deve ter usado este princpio (veja pergunta 16), o rabi Akiba j reconhecia o princpio diaano em 130 AD. Julius Africanus, em 240 AD, interpretou as 70 semanas sobre esta base. Benjamin Nahawendi, que viveu no nono sculo AD, interpretou os 2.300 dias como anos. Martinho Lutero usou este princpio na interpretao de profecias que envolviam tempo. (Veja L. E. Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, Vol. I, p. 280; Vol. II, pp, 194, 195, 279).
12. AS SETENTA SEMANAS COMO PARTE DOS 2.300 DIAS
Que dizer do segundo ponto dentre os cinco mencionados acima? Qual a base bblica para se considerar as setenta semanas como parte dos 2.300 dias? Isto procede de uma comparao cuidadosa de Daniel 8 com Daniel 9. Note a lgica desta posio: a) Daniel 8:16 - Ordena-se a Gabriel que explique a viso de Daniel 8:1-14. b) Daniel 8:17-25 - Gabriel explica tudo, exceto os 2.300 dias. c) Daniel 8:26, 27 - Daniel no compreendeu a "viso da tarde e da manh" (os 2.300 dias), embora esta o tivesse deixado atnito.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 16 d) Daniel 9:1-20 - Doze anos mais tarde Daniel estava empenhado em fervorosa orao e estudo da Bblia. e) Daniel 9:21 - Gabriel, o mensageiro da viso precedente, retorna. f) Daniel 9:22 - Gabriel disse que daria compreenso a Daniel. g) Daniel 9:23 - Gabriel relembrou Daniel da viso anterior. Esta deve ter sido a viso de Daniel 8, pois no h registro de qualquer outra apario posterior de Gabriel. h) Daniel 9:24 - A explicao de Gabriel era claramente a de uma profecia de tempo.
13. O PRIMEIRO EXPOSITOR A INICIAR ESSES DOIS PERODOS JUNTOS
Quem primeiramente elaborou esta explanao? Foi Guilherme Miller? No, esta explanao foi usada antes que Miller ou o Movimento Milerita nascessem. Pode ter sido Johann Petri, um pastor da Igreja Reformada na Alemanha, quem publicou um tratado em 1768 no qual declarava que os 2.300 dias comeavam em sincronia com as setenta semanas (ver L. E. Froom, Prophetic Faith of our Fathers, Vol. 2, p. 714).
14. PORQUE ESCOLHIDO O DECRETO DE ARTAXERXES
Por que o decreto de Artaxerxes de 457 AC escolhido como o ponto de partida da profecia, de preferncia aos decretos anteriores de Ciro e Dario? Os decretos de Ciro (Esdras 1:1-4) e Dario (Esdras 6:1-12) tratavam apenas da reconstruo do templo. O decreto de Artaxerxes em 457 AC restaurou o governo civil (Esdras 7:25), o que ia alm de qualquer dos dois decretos anteriores e que era uma das especificaes declaradas em Daniel 9:25. O decreto de Artaxerxes autorizava Esdras a ensinar tanto a
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 17 lei Judaica quanto a lei do Imprio, e a fazer cumprir a mesma com pena capital (Esdras 7:26). Est implcito o estabelecimento de cortes de justia e uma fortaleza para reforar os decretos da corte, a construo de lojas para fornecer suprimentos, de casas para fornecer habitao e um muro para proteo da comunidade. Este decreto restaurou Jerusalm a posio de cidade-capital.
15. EXATIDO DAS DATAS PROFTICAS
Que dizer da alegao que coloca em dvida "as datas precisas dos cumprimentos profticos"? H falta de certeza quanto a data de 457 AC? Drs. Lynn Wood e Siegfried Horn estabeleceram com absoluta certeza a data da 457 AC como o ano em que Artaxerxes publicou seu decreto. Com a data de 457 AC definitivamente conhecida, as outras datas na profecia, tais como 27, 31, 34 e 1844 AD tornam-se igualmente certas (ver o Comentrio Bblico Adventista, Vol. 3, pp, 100-109; Horn e Wood, A Cronologia de Esdras 7 (em ingls).
16. ELLEN WHITE APIA O PRINCPIO DIA-ANO
Apia Ellen White o uso do princpio dia-ano e a exatido de outras interpretaes envolvendo as setenta semanas? Sim. Ela declara:
"A nota predominante da pregao de Cristo, era: 'O tempo est cumprido, e o reino de Deus est prximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.' Mar. 1:15. Assim a mensagem evanglica, segundo era anunciada pelo prprio Salvador, baseava-se nas profecias. O 'tempo' que declarava estar cumprido, era o perodo de que o anjo Gabriel falara a Daniel. 'Setenta semanas', dissera o anjo, 'esto determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgresso, e dar fim aos pecados, para expiar a iniqidade, e trazer a justia eterna, e selar a viso e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.' Dan. 9:24. Um dia, profeticamente, representa um ano. Nm. 14:34. Ezeq. 4:6. As setenta semanas, ou quatrocentos e noventa dias, representam quatrocentos e
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noventa anos. dado um ponto de partida para esse perodo: 'Sabe e entende: desde a sada da ordem para restaurar e para edificar Jerusalm, at ao Messias, o Prncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas' (Dan. 9:25), sessenta e nove semanas, ou quatrocentos e oitenta e trs anos. A ordem para restaurar e edificar Jerusalm, confirmada pelo decreto de Artaxerxes Longmano (Esd. 6:14; 7:1), entrou em vigor no outono de 457 a.C. Da, quatrocentos e oitenta e trs anos estendem-se ao outono de 27 d.C. Segundo predio dos profetas, esse perodo devia chegar ao Messias, o Ungido. No ano 27, Jesus recebeu, em Seu batismo, a uno do Esprito Santo, e pouco depois comeou Seu ministrio. Foi ento proclamada a mensagem: 'O tempo est cumprido'." O Desejado de Todas as Naes, p. 233.
Que evidncia temos de que 22 de outubro a data correta para o Dia da Expiao judaico em 1844? Esta evidncia fornecida por L. E. Froom que, em Prophet Faith of Our Fathers (A F Proftica de Nossos Pais), Vol. 4, pp. 790, 792, d seis testemunhos mostrando como a data de 22 de outubro indisputavelmente correta como equivalente de 10 de Tishri, o dia no qual caiu o Dia da Expiao judaico em 1844.
18. ELLEN WHITE APIA A DATA DE 22 DE OUTUBRO
Ellen White afirma a exatido da data de 22 de outubro de 1844? Sim. Ela declara:
"O dcimo dia do stimo ms, o grande dia da expiao, tempo da purificao do santurio, que no ano 1844 caa no dia vinte e dois de outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor. Isto estava de acordo com as provas j apresentadas, de que os 2.300 dias terminariam no outono, e a concluso parecia irresistvel. ... "O cmputo dos perodos profticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestao." O Grande Conflito, pp. 400, 457.
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DIAGRAMA F CONCORDNCIA ENTRE O 10 TISHRI (10 DIA DO 7 MS) COM O 22 DE OUTUBRO DE 1844
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Diagrama A: Revises progressivas das trs datas da profecia dos 2.300 anos, ocorridas entre os anos 1822 e 1844, e realizada por Miller e seus companheiros. A linha grossa inferior representa a posio ou exposio final do Movimento do 7 Ms. Suas descobertas foram o resultado de anos de pesquisas pacientes e intensas. Diagrama C. Mostra a data errada calculada por Miller para o ano sagrado judaico 1843 AC de equincio (21 de maro de 1843) a equincio (21 de maro de 1844), com relao aos anos gregorianos. Em seguida mostra a reviso final, realizada depois de muitos estudos, que levou a 19 de abril de 1844 como o primeiro dia do primeiro ms (Nis) do ano "1844". Basearam-se no clculo mosaico restaurado, que conheciam graas ao calendrio carata. Diagrama D. Concordncia do primeiro e stimo ms judaico (Nis e Tishri) com nossos meses de abril e outubro; e mtodo de calcular o tempo entre a Pscoa (14 de Nis) e o Dia da Expiao (10 de Tishri). EQUIVALENTE CIVIL DO DIA DA EXPIAO EM 1844 Diagrama E. Comparao e contraste entre o dia rabnico da expiao (23 de setembro) e o verdadeiro Dia da Expiao, estabelecido pelo clculo mosaico uma lua depois (22 de outubro). Esse clculo confirmado pela regra da colheita da cevada na lua nova, no ms de Nis e era regulado pela mesma. Diagrama F. Mostra como o dcimo dia chega a ser 22 de outubro, ao fixar-se o dia 13 de outubro como o 1 de Tishri. Estas relaes devem ser levadas em conta para compreender a forma como os mileritas fizeram os clculos. Relao entre o dia civil (de meia-noite a meia-noite) e o dia judaico (de pr-do-sol a pr-do-sol) que mostra que o 10 de Tishri comea com o prdo-sol de 21 de outubro e termina com o pr-do-sol de 22 de outubro. Assim abrange parte dos dois dias civis: 21 e 22 de outubro.
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Como a interpretao de Ford dos 2.300 dias e da ponta pequena de Daniel 8 diferem da posio da Igreja Adventista do Stimo Dia? Em seu comentrio sobre Daniel, publicado em 1978, Ford essencialmente endossou a interpretao histrica adventista da ponta pequena de Daniel 8, aplicando-a primariamente a Roma, antes que a Antoco Epifnio. Ele escreveu:
"A razo bvia para tal repdio da interpretao com base em Epifnio a admisso pela maioria de que o clmax da viso simplesmente no se ajusta, com o mnimo de preciso, ao que aconteceu durante a poca de Antoco. ... Esta falta de adequao de um cumprimento no tempo dos macabeus para o verso 14 alia-se a outras. ... Suas aplicaes primrias so para Roma pag e papal e apostasia final, como o prprio Cristo indica. ... Estes versos (Dan. 8:23-25) explicam a ponta pequena. O que e dito ajusta-se a Roma pag e papal com considervel exatido (e Antoco Epifnio numa extenso muito menor)". Ford, Daniel, pp. 173,174,191 (veja tambm p. 200).
Em seu documento de 1980 preparado para o Comit de Glacier View, Ford afastou-se da posio adventista quando escreveu: "Apenas Antoco Epifnio preenche as principais especificaes da ponta pequena de Daniel 8" e "o perodo aproximado de opresso por Antoco foi de 2.300 dias", de 171 a 165 AC. (Ford, pp. 469, 383).
20. O PRINCPIO DOS CUMPRIMENTOS MLTIPLOS DE FORD
A Igreja Adventista ensina que a ponta pequena de Daniel 8 representa Roma, no Antoco Epifnio. Como Ford agora caracteriza essa interpretao? Segundo Ford, "dizer que a ponta pequena do captulo 8 Roma confunde completamente o simbolismo". Contudo ele explica que a profecia de fato aplica-se a Roma "num sentido mais amplo". Ele defende que as profecias podem ter cumprimentos mltiplos, um conceito que ele denomina "princpio apotelesmtico". Ele considera
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 24 esse princpio como a "chave" para o que ele chama de "nossos problemas com relao ao santurio" (Ford, pp. 389-391, 485). Usando esta chave, Ford afirma que "cada era de reavivamento das verdades simbolizadas no santurio pode reivindicar ser um cumprimento de Daniel 8:14". Ele aplica Daniel 8:14 a (a) Antoco Epifnio (b) a cruz (c) o movimento adventista (d) o juzo final e (e) "todo reavivamento da verdadeira piedade", mas no o aplica purificao do santurio celestial em 1844 (Ford, pp. 486, 344, 356, 624, 648). Bsico ao "princpio apotelesmtico" de Ford o conceito de que a profecia sempre tinha relevncia direta para o povo a quem primeiramente foi dada (Ford, p. 392). Contudo, Daniel foi instrudo em que certas partes, pelo menos, de seu livro, no possuam relevncia para os seus dias. No at que chegasse o "tempo do fim" devia o livro de Daniel ser desselado (Dan. 12:4). Neste tempo (aps 1798) muitos correriam de um lado para outro no livro de Daniel, e o conhecimento das profecias de Daniel se multiplicaria.
21. IMPOSSVEIS OS CUMPRIMENTOS MLTIPLOS PARA OS 2.300 DIAS
Quantos cumprimentos pode-se esperar da profecia dos 2.300 dias? Algumas profecias bblicas tm mais de um cumprimento. Por exemplo, Joel 2:28-32; Mal. 4:5, 6 e Mat. 24:14, todas tiveram um cumprimento no primeiro sculo (veja Atos 2:16; Mat. 17:12, 13; Col. 1:23), e obviamente todas requerem tambm um cumprimento nos ltimos dias. Mas no h qualquer base slida para sustentar que as profecias de tempo na Bblia tm cumprimentos mltiplos. Os 2.300 dias-anos terminam apenas em 1844, quando ento devia ser purificado o santurio. Este perodo de tempo no se ajusta em qualquer outro lugar.
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Como Ford e a Igreja ASD diferem em sua interpretao do "santurio" de Daniel 8:14? Ford adverte seus leitores contra a suposio de que "o santurio de Daniel 8:14 significa o santurio no cu" porque, diz ele, "o contexto sobre o santurio na terra" (Ford, pp. 289, 290). Entretanto, de acordo com o seu "princpio apotelesmtico", Ford tambm sustenta que o santurio terrestre o smbolo do reino de Deus em todas as eras, tanto no Cu como na Terra. A Igreja Adventista do Stimo Dia, por outro lado, defende que o santurio de Daniel 8:14 o santurio no Cu. Quando o vu do templo rasgou-se por ocasio da morte de Cristo, o santurio terrestre deixou de ser um lugar honrado e reconhecido por Deus. Portanto o santurio a ser purificado em 1844 somente poderia ser o do Cu (veja Heb. 8:1, 2; 9:11, 12, 23, 24).
23. O PONTO DE VISTA DE FORD SOBRE A PURIFICAO
Quando Ford cr que ocorreu a purificao do santurio celestial? Em sua discusso da epstola aos Hebreus, Ford declara:
"Aquilo que o sumo-sacerdote fazia uma vez por ano ao entrar no santssimo, Cristo fez por Sua morte e ascenso". "A purificao do santurio celestial era tambm sua dedicao, e apontava, por conseguinte, para um evento primariamente no incio da era crist, e no no fim". "A purificao do santurio e a entrada de Cristo no mesmo j ocorreu na poca em que foi escrita a epstola aos Hebreus". - Ford, pp. 228, 229, 180.
No que respeita aos livros de Levtico e Daniel, Ford declara que ele "no questiona a purificao escatolgica do santurio, e o fato de que o Dia da Expiao e Daniel 8:14 apontam para isso". (Ford, p. 595). Quando Ford fala da "purificao escatolgica do santurio", ele se refere, em parte, a um evento na terra. Declara ele: "A purificao do santurio em seu trmino (o trmino dos 2.300 dias) foi cumprida pelo
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 26 restaurao do evangelho eterno no Movimento do Advento de 1844" (Spectrum, Vol. II, n. 2, p. 32). A aplicao de Daniel 8:14 para um evento em 1844 chamado por Ford de "uma reinterpretao providencial e um cumprimento apotelesmtico, em vez de uma inteno primria da passagem apocalptica" (Ford, p. 367). Ford ainda declara que "o fato de que... 1844 repousa sobre vrias pressuposies impossveis de serem demonstradas, no invalida o fato de Deus ter suscitado um povo especial" neste tempo (Ford, p. 648). Usando seu "princpio apotelesmtico", Ford diz tambm que Daniel 8:14 "aponta no meramente para uma purificao local do santurio nos dias de Antoco, mas antes a resoluo final do problema do pecado pelo juzo final, que comea antes do Segundo Advento, e termina no fim do milnio" (Ford, p. 347).
24. O PONTO DE VISTA ADVENTISTA SOBRE A PURIFICAO
Como a igreja adventista interpreta a palavra "purificado " em Daniel 8:14? A Igreja Adventista do Stimo Dia tem sustentado, em toda a sua histria, que a "purificao" do santurio celestial inclui um apagamento dos registros de pecados que deve ser precedido por uma obra de juzo. Alcana-se esta compreenso pela comparao de Daniel 8:14 com Levtico 16 e Levtico 23:26-32. Segundo Levtico 23:23, o Dia da Expiao era um dia de juzo: "Porque toda alma, que nesse dia se no afligir, ser eliminado do seu povo" (leia o Comentrio Bblico Adventista, Vol. 9, pp. 62, 63, para o ponto de vista judaico sobre o dia da expiao).
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Como Ford considera a conexo de Daniel 8:14 a Levtico 16? Ford aparentemente prefere no associar esses dois textos, e referese a alguns eruditos adventistas que, diz ele, declaram que "no h qualquer evidncia lingstica para associar Daniel 8:14 com Levtico 16" (Ford, p. 98).
26. RAZES PARA ASSOCIAR DANIEL 8:14 E LEVTICO 16 H qualquer evidncia lingstica que permita associar Daniel 8:14 com Levtico 16?
Sim. Daniel usou a Palavra QODESH (traduzida por "santurio") em Daniel 8:14. Moiss usou a mesma palavra (traduzida por "lugar santo" em Levtico 16:2, 3, 16, 17, 20, 23, 27). Mais importante, no entanto, que esta relao lingstica entre os dois captulos, o fato de que Daniel 8:14 e Levtico 16 tm idias paralelas. Ambos tratam da purificao do santurio. Desde que o santurio terrestre foi construdo segundo o modelo do celestial (Heb. 8:5; 9:23), lgico estudar a purificao do santurio terrestre em Levtico 16 a fim de compreender a purificao do santurio celestial em Daniel 8:14.
27. O SIGNIFICADO DE NITSDAQ
Qual o significado de NITSDAQ (traduzido por "purificado") em Daniel 8:14? Ford adverte contra a pressuposio de "que 'purificado' seja uma traduo exata em Daniel 8:14", pois, diz ele, "certamente este no o caso". Por outro lado, ele tambm declara: " verdade que entre os muitos sentidos secundrios de TSADAQ" poder-se-ia invocar o de 'purificar'" (Ford, pp. 290, 348). Quais so os fatos?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 28 A raiz hebraica TSADAQ, da qual formada a palavra NITSDAQ tem muitas nuances de significado. Significa "declarar justo", "justificar", "vindicar", e pode tambm significar "ser limpo ou puro", como demonstram vrios paralelismos no livro de J. Em J 4:17 TSADAQ (justo) igualado a TAHER (puro). Em J 11:9 TSADAQ (justo) igualado a TAHER (puro). Em J 15:14 TSADAQ (justo) igualado a ZAKAH (puro). Assim que a raiz TSADAQ transmite a idia de ser puro ou limpo. Portanto a traduo da King James, "e ento o santurio ser purificado", pode ser considerada uma traduo correta. Os setenta sbios judeus que traduziram o Velho Testamento do hebraico para o grego antes do tempo de Cristo escolheram a palavra "purificado" como sendo o sentido de NITSDAQ em Daniel 8:14. Outras verses antigas tambm empregaram aqui palavras com o sentido de "purificar".
28. NECESSIDADE DE PURIFICAO DO SANTURIO TERRESTRE
O que tornou necessria a purificao do santurio terrestre? Ford diz que "Nmeros 19:13, etc, indicam que o santurio era contaminado quando uma pessoa pecava, independentemente de uma confisso ter sido ou no feita" e adverte contra a pressuposio de que "o santurio no dia da expiao era purificado da contaminao causada pela confisso do pecado e ministrao do sangue" (Ford, pp. 287, 290). O sangue da oferta pelo pecado no dia da expiao purificava o santurio. Levtico 16:19, 33. Este purificao era necessria por causa dos pecados confessados que tinham sido transferidos, em figura, do pecador para o sacerdote e o santurio atravs do carne e do sangue da oferta pelo pecado. Levtico 10:17, 18; 16:20,21. No dia da expiao tambm o povo era considerado purificado, exceto aqueles cujo corao no era reto para com Deus. Levtico 16:30; 23:29.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 29 Vrios tipos de contaminao so mencionados em Levtico 15 e 20, e em Nmeros 19. indubitvel que o santurio tambm era considerado purificado de todas estas contaminaes no dia da expiao. Mas estes textos no confirmam a idia de que todos os pecados eram registrados no santurio, quer confessados ou no, os pecados dos gentios no eram registrados l. Eles no tinham parte alguma nos rituais do dia da expiao, a menos que, e at que, se unissem ao povo de Deus.
29. NECESSIDADE DE PURIFICAO DO SANTURIO CELESTIAL
O que torna necessria a purificao do santurio celestial? Segundo Daniel 8:11, 13 a ponta pequena (o papado) fez com que "o lugar do seu santurio" fosse "deitado abaixo" e "o santurio e o exrcito... pisados". Isto deve ser retificado pela restaurao do santurio celestial a sua legtima posio no corao e na mente dos filhos de Deus. H tambm o registro dos pecados do professo povo de Deus que deve ser tratado na purificao, ou julgamento, que ocorre. I Tim. 5:24.
30. TODOS OS PROFESSOS CRISTOS VM A JUZO
Ford alega que "a ponta pequena, no os crentes", o objeto de investigao no julgamento de Daniel 7. Novamente ele diz: "Nunca so os santos o enfoque da investigao divina" (Ford, pp. 6, 355). verdade que apenas a ponta pequena investigada en Daniel? No. Sem dvida a fase papal da ponta pequena investigada, pois o juzo trata de todo o professo povo de Deus. No obstante, os livros de registro incluem o livro da vida e o livro memorial, bem como um relato dos pecados do povo. Mal. 3:16; Ecles, 12:14; Mat. 12:36. Todos estes devem ter seu lugar no juzo. Quando Miguel se levanta e termina o juzo, "naquele tempo ser salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro". Daniel
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 30 12: 1, 2, os nomes dos verdadeiros crentes permanecem no livro da vida aps o juzo ser completado. Todos os outros tero seus nomes apagados. Apoc. 3:5. Paulo declara: "Importa que todos ns compareamos perante o tribunal de Cristo" (II Cor. 5: 10). Mesmo os crentes tero o registro de suas vidas trazidas a juzo. Esta obra de investigao ensinada na parbola da rede (Mat. 13: 47-50), e na parbola do homem sem a veste nupcial (Mat. 22:1-14).
31. ELLEN WHITE CONCORDA QUE OS SANTOS PASSARO PELA INVESTIGAO
Como Ellen White apia esta interpretao? Ela declara: "No tempo indicado para o juzo o final dos 2300 dias, em 1844 iniciou-se a obra de investigao e apagamento dos pecados. Todos os que j professaram o nome de Cristo sero submetidos quele exame minucioso". (O Grande Conflito, p. 486; veja tambm Parbolas de Jesus, pp. 122, 310).
32. OS LIVROS DE REGISTRO
Ford sustenta que "os livros so a memria de Deus", e "quanto ao apagamento dos nomes (Apoc. 3: 5), isto era um fato nos dias de Joo e tem continuado atravs de todo o ministrio sacerdotal de Cristo" (Ford, pp. 626, 478). esta uma interpretao aceitvel? No sabemos com que se parecem os "livros" do Cu, mas eles so abertos a inspeo dos anjos (Dan. 7:9, 10). A fim de os registros celestiais serem examinados pelos anjos, seria necessrio que existissem em alguma forma mais tangvel que "a memria de Deus". Seria difcil que o apagamento dos nomes ocorresse antes do trmino do julgamento, que se dar prximo ao fim do mundo.
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Deve um cristo viver em temor constante de que seu nome seja apagado do livro da vida? D-se o caso de que a doutrina do juzo investigativo roube automaticamente do cristo a paz e a certeza da salvao? Ford assevera: "Temores no que respeita situao pessoal no juzo investigativo tm diminudo o vigor de um testemunho jubiloso para muitos membros da igreja. Legalismo um dos resultados, e falta de segurana, outro, quando o juzo apresentado na forma tradicional, pois a primazia da graa e da justia imputada geralmente negligenciada" (Ford, p. 42). Indubitavelmente muitas de nossas apresentaes sobre o juzo investigativo no tm sido to cristocntricas quanto deveriam. Contudo, este no um argumento contra a validade da doutrina em si. Certamente no h necessidade de que um verdadeiro cristo tenha quaisquer temores a respeito de sua posio pessoal diante de Deus. Romanos 5:1; 8:1, 16; I Joo 3:14, 24; 4:13, 17 e Joo 3:36 so versos repletos das mais confortadoras promessas. Ellen White declara: "Uma confiana que no se renda, firme f em Cristo, traro paz e certeza a alma". (Santificao, p 100). "Atravs da justia imputada de Cristo, o pecador pode sentir que est perdoado, e pode saber que a lei j no o condena, porque ele est em harmonia com todos os seus preceitos, seu privilgio considerar-se inocente quando ele l e pensa sobre a retribuio que cair sobre os incrdulos e mpios". (Filhos e Filhas de Deus, p. 240). Quando nos entregamos a Cristo, Ele perdoa todos os nossos erros passados. "O carter de Cristo substituir o vosso carter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se no houvsseis pecado" (Caminho para Cristo, p. 62). Com a perfeita vida de Cristo substituindo nossa vida imperfeita, temos toda a segurana que o Cu pode oferecer. Esta certeza maravilhosa nossa enquanto mantivermos um relacionamento pessoal
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 32 com o Senhor. Ellen White declara: "Se estais em dia com Deus hoje, estais prontos como se Cristo viesse hoje" (Nos Lugares Celestiais, p. 227). Uma garantia muito prtica e confortadora encontra-se na explicao de Ellen White de que "se est no corao obedecer a Deus, se so feitos esforos nesse sentido, Jesus aceita esta disposio e esforo como o melhor servio do homem, e supre a deficincia, com Seu prprio mrito divino". (Mensagens Escolhidas, Vol. I, p. 382).
34. O PROPSITO DO JUZO
Qual o propsito do juzo? Segundo Ford, "Deus no necessita de livros e de 140 anos para decidir o destino dos homens. Nem os anjos, ou mundos no cados, ou habitantes desta terra obtm qualquer proveito de um juzo investigativo da forma como o descrevemos" (Ford, p. 651). Um juzo investigativo de fato no teria propsito se a Bblia ensinasse o conceito da perseverana dos santos de Joo Calvino. Mas esta doutrina, comumente chamada "uma vez salvo, sempre salvo", no est em harmonia com os seguintes textos: I Samuel 10:6, 9; 28:6, 15; Ezeq. 18:24; 28:14,15; Mat. 24:13; I Cor. 9:27; Gl. 5:4; Heb. 3:12-14; 6:4-6; II Pedro 2:4, 20, 21. (A doutrina "uma vez salvo, sempre salvo" no defendida por Ford nem pelos adventistas em geral). verdade, Deus no necessita de livros ou de 140 anos para decidir o destino de homens e mulheres. A Bblia no diz que Deus precisa de livros, mas diz efetivamente que livros foram abertos. Antes de nascermos Deus j sabia quem se salvaria e quem se perderia. I Pedro 1:2. Mas os seres que Ele criou no sabem o fim desde o princpio, os habitantes de outros mundos esto assistindo aos eventos na Terra com o mais vivo interesse. Paulo diz: "Somos... um espetculo para todo o Universo tanto a anjos quanto a homens" (I Cor. 4: 9, New English Bible).
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 33 O Senhor sabia quo mpias eram Sodoma e Gomorra, mas ainda tomou tempo para investigar um juzo investigativo, se voc quiser. Este foi o mtodo de Deus para convencer a Abrao de que Ele estava sendo justo em Seu trato para com as cidades da campina (veja Gn. 18:23-33). No final Deus deseja um universo seguro, e toma qualquer medida que seja necessria para que Seus filhos para sempre cofiem nEle implicitamente. Ele permite at mesmo que Suas criaturas, em certo sentido, julguem ou avaliem Suas aes. Romanos 3:4. Ellen White declara: "Deus tem consigo a simpatia e aprovao do universo inteiro, enquanto passo a passo Seu grande plano avana para o completo cumprimento". (Patriarcas e Profetas, p. 79; veja tambm O Desejado de Todas as Naes, p. 48, e o belo captulo "Josu e o anjo" em Profetas e Reis).
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Ford declara que a epstola aos Hebreus "claramente afirma que, em cumprimento do tipo do dia da Expiao, Cristo, pelo evento da cruz-ressurreio-ascenso, entrou no ministrio prefigurado pelo segundo compartimento do santurio". Ele ainda declara, "Hebreus 9:23 no pode legitimamente ser interpretado como aplicando-se ao futuro. Todo o uso que os Adventistas fazem deste verso como parte de uma apologia para a data de1844, errneo". "Hebreus 9 ensina que o Dia da Expiao foi cumprido por Cristo em 31 AD" ( Ford, pp. 160, 169, 192). A epstola aos Hebreus confirma essas asseres?
No. Paulo, a quem muitos consideram como o autor da epstola, fala do sangue de touros, e bodes, que eram oferecidos no Dia da Expiao (Heb. 9:13; 10:3, 4). Mas ele tambm menciona outros sacrifcios animais que nada tinham a ver com esse dia, tais como a novilha vermelha (Heb. 9:13) e o sacrifcio oferecido na dedicao do primeiro concerto (Heb. 9:19-21). Obviamente Paulo no estava se dirigindo especialmente ao assunto do Dia da Expiao e seu cumprimento. Antes, ele estava tentando mostrar quo superior o Novo Concerto ao velho. O Novo Concerto tem um sacerdote superior, um sacrifcio superior, sangue superior, superiores promessas, um santurio superior e um acesso superior. A perfeio no poderia ser atingida sob o Velho Concerto, mas pode s-lo sob o Novo. Tudo isto est em Hebreus 8, 9, e10. Paulo usou ilustraes e aluses do Dia da Expiao apenas na medida em que ajudavam, servindo a seu propsito principal o de descrever a superioridade do Novo Concerto sobre o Velho.
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Diz Hebreus 6:19, 20 que Cristo entrou no lugar santssimo em Sua ascenso? Ford diz que sim (Ford, p, 123). Em auxlio a sua posio, Ford apela para Ellen White, que diz: "Cristo veio para demolir toda parede de separao e abrir todos os compartimentos do templo a fim de que toda alma possa ter livre acesso a Deus" (Parbolas de Jesus, p. 386; veja tambm O Desejado de Todas as Naes, p. 757).
No h dvida de que o lugar santssimo est includo em Hebreus 6:19, 20. Mas Joo, o Revelador, evidentemente viu Cristo tambm em outra parte. (Veja Apoc. 1:12, 13). Parece claro que desde o dia de sua ascenso Cristo tem sido acesso a todo o Cu, e atravs de toda a humanidade tem tido desimpedido acesso ao trono de Deus. A mensagem da epstola aos Hebreus no de que Cristo esteja em uma parte especfica do santurio celestial em oposio a outra, mas de que Ele est no Cu, no na terra, e que Seu ministrio vastamente superior obra dos sacerdotes levticos. Os filhos de Deus so instados a ir a Ele l, a fim de achar graa para socorro em tempo oportuno. (Veja Heb. 4:14-16; 10:19-21).
37. A POSIO DE ELLEN WHITE SOBRE HEBREUS 6:19, 20
Como Ellen White explica Hebreus 6:19, 20? Em parte alguma Ellen White d uma exegese tcnica de Hebreus 6:19, 20, mas ela cita, sim, o texto em conexo com o ministrio de Cristo, tanto no lugar santo como no santssimo da santurio celestial. Com referncia a ministrao de Cristo no "primeiro compartimento" no Cu, Ellen White declara:
"O ministrio do sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santurio, "para dentro do vu" que formava a porta e separava o lugar santo do ptio externo, representa o ministrio em que entrou Cristo ao ascender ao Cu. Era a obra do sacerdote no ministrio dirio, a fim de apresentar perante Deus o sangue da oferta pelo pecado,
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bem como o incenso que ascendia com as oraes de Israel. Assim pleiteava Cristo com Seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores, apresentando tambm, com o precioso aroma de Sua justia, as oraes dos crentes arrependidos. Esta era a obra ministerial no primeiro compartimento do santurio celeste." O Grande Conflito, pp. 420, 421.
38. BBLICO O ENSINO DE UM MINISTRIO NOS DOIS COMPARTIMENTOS NO CU A Sra. White no a nica a defender que Cristo comeou um ministrio no primeiro compartimento no Cu em Suo ascenso e um ministrio especial no segundo compartimento em 1844. Esta uma crena sustentado pelos Adventistas do Stimo Dia em geral. esta uma doutrina bblica? Nesse caso, em que lugar da Bblia ela ensinada?
Sim, este um ensino bblico. encontrado em Daniel 7:9, 10,13, 14; e Hebreus 8:5 e 9:23. Como explicado anteriormente, a purificao do santurio celestial (o juzo investigativo) iniciou-se em 1844. Se este ministrio especial no segundo compartimento comeou em 1844, um ministrio especial no primeiro compartimento deve t-lo precedido. Os primeiros pronunciamentos doutrinrios dos adventistas falavam de "compartimentos" no santurio celestial (veja SDA Yearbook de 1689, p.
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Ellen White aparentemente se refere aqui aos Adventistas mileritas que rejeitaram o significado de 22 de outubro de 1844, e que no creram que Cristo iniciou um ministrio especial no lugar santssimo no Cu neste dia.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 37 149), enquanto que os pronunciamentos doutrinrios mais recentes falam de duas "fases" no ministrio celeste de Cristo. (Veja SDA Yearbook de 1931, p. 378; SDA Yearbook 1981, p. 8, citado acima). O Ancio de Dias, Deus o Pai, representado como vindo sala do tribunal celestial a fim de iniciar o juzo (Dan. 7:9, 10, 21, 22). Depois disso o Filho do homem descrito como vindo ao Ancio de Dias nesse juzo (Dan. 7:13, 14). No h contradio alguma entre esta passagem e outras que se referem a Cristo como estando na presena do Pai desde Sua ascenso. Hebreus 6:19, 20 e Apocalipse 3:21 do-nos a certeza do constante acesso de Cristo ao Pai enquanto que Daniel 7:9, 10, 13, 14 falam de uma ocasio formal, o incio de um ministrio, que tem lugar no Cu e que se equipara ao que era realizado pelo sumo sacerdote no Dia da Expiao aqui na terra. Hebreus 8:5 e 9:23 declaram que o tabernculo terrestre com seus rituais era uma sombra, ou figura do santurio celestial. Desde que o tabernculo terrestre possua tanto um ministrio sacerdotal dirio quanto um anual, razovel concluir que h tambm duas fases no ministrio de Cristo no Cu.
39. UMA DOUTRINA BASEADA SOBRE TIPOS E SMBOLOS
Ford declara: "No legtimo estabelecer uma doutrina fundamental sobre tipos ou smbolos", e "o esquema de dois compartimentos... j no est mais em uso" (Ford, pp. 471, 540). Ford tem razo aqui? O conceito de juzo permeia toda a Bblia. Veja, por exemplo, Atos 17:31; 24:25; Romanos 14:10; Tiago 2:12; I Pe. 1:17; 4:5. "Tipos" no so empregados nestes versos, nem to pouco em Daniel 7:9, 10, onde est baseada a doutrina adventista do juzo investigativo. No obstante, legtimo estabelecer uma doutrina importante sobre tipos e smbolos. O mais importante ensino na Bblia que Cristo morreu em favor dos pecadores, a fim de que pudssemos receber salvao eterna. A morte
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 38 vicria de Cristo era conservada diante de Israel cada dia de sua vida pelos tipos e smbolos dos servios do santurio.
40. A APARNCIA DO SANTURIO CELESTIAL
O que se sabe sobre a aparncia do santurio celestial? Os dois compartimentos do santurio terrestre eram "reprodues terrenas de realidades celestiais". Eles eram "apenas um smbolo da realidade", "apenas uma cpia e sombra do que celeste" (Heb. 9:23, Phillips; Heb. 9:24; 8:5, New English Bible). A sombra de uma rvore ou de um edifcio d alguma informao, mas no detalhes precisos. Ellen White declara:
"Do templo celestial, morada do Rei dos reis, onde milhares de milhares O servem, e milhes de milhes esto diante dEle (Dan. 7:10), templo repleto da glria do trono eterno, onde serafins, seus guardas resplandecentes, velam o rosto em adorao; sim, desse templo, nenhuma estrutura terrestre poderia representar a vastido e glria. Todavia, importantes verdades relativas ao santurio celestial e grande obra ali prosseguida em prol da redeno do homem, deveriam ser ensinadas pelo santurio terrestre e seu cerimonial." Patriarcas e Profetas, p. 367.
Ford argumenta que "o primeiro tabernculo" em Hebreus 9:8 significa "o primeiro compartimento", e que Hebreus 9: 9, 10 um "comentrio a respeito do ministrio no primeiro compartimento". Do termo grego TA HAGIA em Hebreus 9:8 (traduzido "santurio" na verso King James), Ford declara que "impossvel sustentar que o termo abranja os dois compartimentos". Ele interpreta esta passagem como querendo dizer que "o primeiro compartimento representa o perodo antes da cruz, mas o segundo compartimento representa o perodo aps a cruz" (Ford, pp. 165-167). Est correta a posio de Ford?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 39 Algumas tradues da Bblia, tais como a New International Version, parecem apoiar a concluso de Ford, mas o contexto no o faz; nem to pouco as tradues de Phillips, Rotherham, Knox ou a New English Bible. O contraste em Hebreus 9:8 no entre o primeiro e o segundo compartimentos e o que eles representam, mas entre o santurio terrestre e o santurio celestial. O contexto de Hebreus 9:8-10 requer que "o primeiro tabernculo" do verso 8 seja compreendido como o santurio terrestre inteiro, no apenas o primeiro compartimento do santurio. Ademais, Ford est enganado ao insistir que TA HAGIA no pode significar os dois compartimentos, pois isto precisamente o que a expresso significa em Hebreus 13:11, onde TA HAGIA ("o santurio") inclui claramente os dois compartimentos. Veja Lev. 4:13-21; 16:15, 27. Hebreus 9:8 no ensina que em 31 AD Cristo tinha iniciado um ministrio celestial que fosse o fac-smile do ministrio do sumosacerdote no segundo compartimento do santurio terrestre.
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Segundo o South Bend Tribune de 10 de dezembro de 1980, "Ford disse em uma entrevista, a semana passada, que seu debate no tanto com os telogos adventistas, como com os administradores da igreja. Ford disse que no conhecia nenhum telogo do Novo Testamento, e apenas um telogo do Velho Testamento, que discorda de seus pontos de vista". O que crem os telogos adventistas sobre os tpicos que foram discutidos no encontro de Glacier View?
Dos 115 delegados que estavam presentes no Comit de Anlise do tema do Santurio de Glacier View (Colorado) em agosto de 1980, pelo menos 59 tinham estado a servio da igreja por algum tempo, ou ainda estavam, como professores de religio ou teologia em colgios, universidades ou seminrios. Obviamente estes indivduos tinham atingido certo grau de competncia em estudos de assuntos bblicos. Em 11 de agosto um questionrio foi preenchido de forma annima pelos delegados. Quatro dias depois, em 15 de agosto, o mesmo questionrio foi repetido, para ver se poderiam ter ocorrido mudanas de opinio. As 21 perguntas com as respostas dos delegados so dadas abaixo. O leitor pode decidir se justificada a reivindicao de Ford quanto ao apoio quase total dos telogos adventistas. Deve ser compreendido, logicamente, que mesmo os melhores eruditos em assuntos bblicos podem algumas vezes tirar concluses errneas. Lutero e Calvino eram brilhantes, dedicados, e altamente educados, mas isto no garantiu a exatido de suas posies teolgicas. No seria sbio presumir que as Escrituras podem ser compreendidas apenas por telogos profissionais.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 41 11 de agosto 15 de agosto Para cada item numerado, circule a letra antes da frase que expressa com mais exatido sua compreenso atual. 1. Profecias de tempo no Velho Testamento 21 22 a. destinava -se a ser cumpridas na experincia de Israel aproximadamente no tempo da igreja do 1 sculo. 75 70 b. destinavam-se, em certos casos, a atingir quase 1900 anos dentro da era crist. 6 2 c. no estou certo. 2. As profecias de tempo em Daniel 42 22 a. so condicionais 50 67 b. so incondicionais 8 2 c. no estou certo 3. Nas profecias de Daniel 36 50 a. cada profecia tem um nico cumprimento 53 36 b. cada profecia tem mais de um cumprimento 6 4 c. no estou certo 4. A aplicao do princpio dia-ano para interpretar profecias simblicas na Bblia 15 10 a. no encontra apoio nas Escrituras 75 83 b. encontra apoio nas Escrituras 12 1 c. no estou certo 5. As palavras de Jesus levam-nos a crer que Ele esperava que o segundo advento ocorresse durante a vida de Seus contemporneos 42 38 a. concordo 53 55 b. discordo 4 2 c. no estou certo 6. Um longo lapso de tempo entre os dois adventos 41 60 a. apresentado no VT 49 33 b. no apresentado no VT 10 1 c. no estou certo
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 42 7. O trmino da profecia dos 2300 dias 68 75 a. refere-se a 1844 como a nica aplicao 27 18 b. refere-se a 1844 como aplicao secundria 7 2 b. no estou certo 8. "E o santurio ser purificado" refere-se purificao do santurio celestial da contaminao causada 22 18 a. pela ponta pequena 22 9 b. pelos pecados dos santos tanto pela ponta pequena quanto pelos pecados dos santos 49 65 c. no estou certo 9. O sangue sacrifical, no servio dirio do santurio 67 55 a. transferia o pecado do pecador para o santurio 24 35 b. purificava o pecado, mas no transferia 9 8 c. no estou certo 10. A purificao do santurio celestial, anttipo do ritual do dia da expiao, comeou em 1844 80 78 a. concordo 10 8 b. discordo 9 9 c. no estou certo 11. O juzo investigativo um conceito 75 81 a. apoiada pela Escritura 14 10 b. sem apoio da Escritura 9 4 c. no estou certo 12. O ministrio realizado no primeiro compartimento do santurio terrestre representa 27 17 a. a dispensao mosaica 65 72 b. o ministrio de Jesus de Sua ascenso a 1844 5 6 c. no estou certo 13. O santurio celestial 63 64 a. deve ser purificado dos pecados que foram confessados 17 17 b. no necessita de purificao 11 9 c. no estou certo
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 43 14. "A hora de seu juzo" (Apoc. 14:7) 73 80 a. Inclui um juzo investigativo daqueles que aceitaram a Jesus como Salvador 17 17 b. refere-se apenas ao juzo de Deus sobre os mpios 6 1 c. no estou certo 15. O ministrio efetuado no segundo compartimento do santurio terrestre representava o ministrio de Jesus 31 27 a. que comeou com Sua ascenso 65 64 b. que comeou em 1844 6 6 c. no estou certo (Citado o pargrafo 23, "O Ministrio de Cristo no Santurio Celestial", da Declarao de Crenas Fundamentais de 1980. Para o texto, veja a pergunta n. 3, acima). 16. Com a declarao acima eu 60 71 a. concordo veementemente 27 17 b. concordo um pouco 3 0 c. no estou certo 14 7 d. discordo um pouco 0 1 e. discordo veementemente (Quando este exame foi dado em 11 de agosto alguns dos delegados no viram as perguntas 17 a 21, que estavam na ltima pgina do questionrio) 17. A inspirao de Ellen G White 68 83 a. igual dos profetas bblicos 12 11 b. menos que a dos profetas bblicos 2 1 c. no estou certo 18. Os escritos de Ellen G. White 12 8 a. todos os seus ensinos devem especificamente estar declarados na Bblia 68 85 b. nenhum de seus ensinos ir em realidade contradizer a Bblia 0 0 c. no estou certo
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 44 19. Os escritos de Ellen G. White 12 8 a. so pastorais e devocionais, mas no tm qualquer autoridade doutrinria 68 88 b. tm autoridade doutrinria no estou certo 20. Os escritos de Ellen G. White tm 33 35 a. autoridade equivalente da Bblia 44 56 b. menos autoridade que a Bblia 3 3 c. no estou certo (Citado o pargrafo 17, "O Dom de Profecia", da Declarao de Crenas Fundamentais de 1980. Para o texto, veja pergunta 43, abaixo). 21. Com a declarao acima eu 72 87 a. concordo veementemente 11 6 b. concordo um pouco 0 0 c. no estou certo 1 1 d. discordo um pouco 0 0 e. discordo veementemente
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Qual a posio oficial da Igreja Adventista do Stimo Dia com relao o Ellen White? A declarao sobre o Dom de Profecia, aprovada na sesso da Conferncia Geral em Dallas, 1980, diz o seguinte: O Dom de Profecia
"Um dos dons do Esprito Santo o de profecia. Este dom um sinal distintivo da igreja remanescente e foi manifestado no ministrio de Ellen.G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos so uma fonte de verdade duradoura e autorizada, que prov para a igreja conforto, guia, instruo e correo. Estes escritos tambm tornam claro que a Bblia o padro pelo qual devem ser testados todo ensino e prtica. (Joel 2:28, 29; Atos 2:14-21; Heb. 1:1-3; Apoc. 12:17; 19:10)" Seventh-Day Adventist Yearbook, 1981, p. 7.
O que significa o texto: "O testemunho de Jesus o esprito de profecia" (Apoc, 19:10)? Em Apoc. 19:10 so citadas as palavras do anjo a Joo: "Sou... dos teus irmos que mantm o testemunho de Jesus". Esta frase paralela a "Sou... dos teus irmos, os profetas" em Apoc. 22: 9. Em outras palavras, aquele que tivesse o testemunho de Jesus possua o dom proftico. O termo "esprito de profecia", da forma como usado em Apoc. 19:10, devia ento aplicar-se a qualquer um que possusse o dom proftico, inclusive o anjo, Joo, e os irmos de Joo. Os adventistas crem que Ellen White possua o "esprito de profecia", e comumente usam o termo como um ttulo, aplicando-o aos
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 46 escritos dela. No sentido bblico mais estrito, contudo, a frase "esprito de profecia" aplica-se ao ministrio e ensinos de todos os profetas, tanto antigos quanto modernos. Segundo Apoc. 12:17 a igreja remanescente deveria ter "o testemunho de Jesus Cristo". Esta frase, tanto no grego quanto no portugus, pode significar ou testemunho sobre Cristo ou testemunho de Cristo. Desde que todos os grupos de cristos falam sobre Cristo, isto dificilmente poderia ser uma caracterstica distintiva da verdadeira igreja de Deus nos ltimos dias. Todavia, ter comunicaes divinas de Cristo um ressurgimento do dom proftico facilmente identificaria o verdadeiro remanescente de outros grupos religiosos. Os adventistas do stimo dia afirmam que a frase "O testemunho de Jesus" em Apoc. 12:17 uma referncia ao dom de profecia da forma como visto no ministrio de Ellen G. White. Esta interpretao est em harmonia com o sentido da frase em Apoc. 1:2 e 1:9.
45. PROFECIA UM DOM RARO
O que queria dizer o apstolo Paulo quando disse que todos devamos desejar a habilidade de profetizar (I Cor. 14:1, 5)? Todos podem se tornar profetas? No. As palavras "profeta" e "profetizar" so aparentemente usadas em sentido bastante amplo em certas passagens escritursticas. "Todos podeis profetizar", escreveu Paulo aos corntios, mas, admoestou ele, apenas um de cada vez (I Cor. 14:31). Na igreja de Corinto os membros estavam divididos em quatro grupos e estavam causando muita ansiedade ao apstolo por causa de suas numerosas irregularidades. Quando disse: "Todos podeis profetizar", no provvel que Paulo os estivesse declarando a todos como profetas divinamente credenciados. Ele podia estar falando de uma reunio de louvores ou testemunhos, ou alguma reunio na qual cada um podia participar. Os msicos de Davi
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 47 "profetizavam com harpas, em aes de graa e louvores ao Senhor" (I Crn. 25:3). Estes msicos no eram nomeados para seu cargo diretamente pelo Senhor, mas por Davi e os chefes do servio (v. 1). Por outro lado, o prprio Deus chamou alguns homens e mulheres para desempenhar um papel singular como profetas e profetizas para ser seus porta-vozes (Jer. 1:5; I Sam. 8:30). No era qualquer um, de qualquer maneira, que tinha ou poderia ter este dom proftico; era algo especial (Nm. 12:6; Ams 3:7), os dons espirituais so conferidos pelo Esprito Santo, que distribui "como lhe apraz, a cada um, individualmente" (I Cor. 12:8-11). Nem todos possuem o dom de profecia (I Cor. 12:28, 29).
46. OS "GRAUS DE REVELAO" DE FORD Ford reconhece "que Ellen White era um profeta verdadeiro", mas, por outro lado, assevera que seu ministrio proftico no foi da mesma qualidade que o dos profetas bblicos. Diz ele: "Pelo fato de a ateno de Deus para com os assuntos ser proporcional a sua importncia, Ele exerceu uma superviso mais miraculosa sobre as Escrituras que sobre os escritos de Ellen G. White. Isto no falar de graus de inspirao, mas antes, de graus de revelao". Ele indica que a autoridade dela deve ser limitada a edificao, exortao e consolo, como menciona I Cor. 14:3 (Ford, pp. 599-600, 602, 619). Este conceito reflete corretamente a concepo de Ellen White acerca de sua prpria inspirao?
Nada existe nos escritos de Ellen White que autorizassem a concluso de que ela possua um "grau de revelao" inferior ao de
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 48 qualquer outro profeta. Em sua introduo ao Conflito dos Sculos, ela escreveu:
"Mediante a iluminao do Esprito Santo, as cenas do prolongado conflito entre o bem e o mal foram patenteadas autora destas pginas. De quando em quando me foi permitido contemplar a operao, nas diversas pocas, do grande conflito entre Cristo, o Prncipe da vida, o Autor de nossa salvao, e Satans, o prncipe do mal, o autor do pecado, ... " medida que o Esprito de Deus me ia revelando mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assim fora revelado." O Grande Conflito, p. 7
Aqui esto asseres to amplas e inequvocos como qualquer uma encontrada na Bblia. indubitvel que Ellen White cria que sua obra abrangia a obra de um profeta genuno.
47. A RELAO DE ELLEN WHITE PARA COM A BBLIA
Ford declara: "Ellen White nunca afirmou ser um agente da verdade que substitusse a Bblia". "Ellen G. White no nossa autoridade. Esta posio somente a Escritura pode ocupar" (Ford, pp. 604, 623). Qual era a concepo de Ellen White quanto a sua relao para com o Bblia? Pode ser que alguns indivduos demasiadamente zelosos, malinformados, de fato coloquem, na prtica, Ellen White acima das Escrituras. No obstante, esta certamente no a posio oficial da igreja, nem representa corretamente o prprio ponto de vista de Ellen White da absoluta primazia da Bblia. Como uma "luz menor" ela invariavelmente dirigia seus leitores s Escrituras, a "luz maior" (Evangelismo, p. 257). Tpicas de suas muitas declaraes sobre a preeminncia da Bblia so os seguintes:
"Pois esta (a Escritura) explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo ensino e experincia devem ser aferidos." O Grande Conflito, p. 7
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"Mas Deus ter sobre a Terra um povo que mantenha a Bblia, e a Bblia s, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opinies de homens ilustrados, as dedues da cincia, os credos ou decises dos conclios eclesisticos, to numerosos e discordantes como so as igrejas que representam, a voz da maioria - nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de f religiosa." Idem, p. 595. "A Bblia, e a Bblia to-s, deve ser nosso credo, o nico lao de unio; todos os que se submeterem a essa Santa Palavra estaro em harmonia entre si. Nossos prprios pontos de vista e idias no devem controlar nossos esforos. O homem falvel, mas a Palavra de Deus infalvel. Em vez de lutar uns com os outros, exaltem os homens ao Senhor. Defrontemos toda oposio, como o fez o Mestre, dizendo: "Est escrito." Ergamos o estandarte no qual est escrito: A Bblia, nossa regra de f e disciplina." Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 416.
No entanto, um reconhecimento da autoridade final das Escrituras em assuntos de f e religio no nega a autoridade dos profetas que Deus usou e que no foram autores de qualquer poro das Escrituras. Elias, Eliseu e Joo Batista eram reconhecidos porta-vozes de Deus embora no tenham contribudo para o cnon. Quando Nat pronunciou o juzo do Cu sobre Davi (II Sam. 12), Davi aceitou a sentena, crendo plenamente que a mensagem de Nat era de origem divina. A existncia do Pentateuco como padro doutrinrio de forma alguma diminuiu a autoridade de Nat como profeta vivo, muito embora seus escritos no pertencessem ao cnon. (Veja I Crn. 29:29; II Crn. 9:29). Da mesma forma hoje, a existncia do cnon sagrado no exclui outras autoridades inspiradas. Dizer que a Bblia nossa autoridade, mas Ellen White no o , uma falsa dicotomia. Podemos possuir ambos a Bblia em sua esfera, e Ellen White na esfera dela. Urias Smith usou uma
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 50 ilustrao que tem ajudado a muitos na compreenso deste ponto. Ele escreveu:
"Suponha que estejamos para iniciar uma viagem. O proprietrio da embarcao nos d um livro de instrues, dizendo-nos que ele contm orientaes suficientes para toda a nossa viagem e que, se as seguirmos, alcanaremos em segurana nosso porto de destino. "Ao nos lanarmos ao mar, abrimos nosso livro para conhecer seu contedo. Descobrimos que seu autor esboa princpios gerais para nortearnos em nossa viagem, e nos instrui quanto a como devemos proceder, mencionando as vrias contingncias que podem surgir at o final da viagem; mas ele tambm nos diz que a ultima parte de nossa viagem ser especialmente perigosa; que os contornos da costa esto sempre se alterando por causa da areia movedia e das tempestades; 'mas para esta parte da viagem' diz ele, 'providenciei para vocs um piloto, que os encontrar e lhes dar as orientaes que as circunstncias adjacentes ou os perigos possam exigir; e a ele vocs devem atender'. "Com estas instrues chegamos ao tempo perigoso especificado, e o piloto, segundo a promessa, aparece. Porm alguns da tripulao, ao oferecer ele seus servios, insurgem-se contra ele. 'Temos o livro de instrues original', dizem eles, 'e isso nos basta. Baseamo-nos nisso, e nisso somente; nada queremos de voc'. Quem, agora, seguiu aquele livro original de instrues? Os que rejeitam o piloto, ou os que o recebem, como aquele livro os instrui? Julgai. "Mas alguns... podem nos confrontar a esta altura, com o argumento: 'Ento vocs querem tomar a irm White como seu piloto, no mesmo?' para evitar desde agora quaisquer esforos nesta direo que escrevemos esta sentena. De forma alguma dizemos tal coisa. O que em realidade dizemos distintamente isto: que os dons do Esprito nos so dados como piloto atravs destes tempos de perigo, e onde quer que seja ou em quem quer que seja que encontremos manifestaes genunas dos mesmos, somos obrigados a respeit-los, e no podemos deixar de fazer isso sem ao mesmo tempo rejeitar a Palavra de Deus, que nos instrui a receb-los". Review and Herald, 13 de janeiro de1863. (Veja Joel 2:28-32; I Cor. 12:8-10, 28; Efsios 4:11-13).
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necessrio crer em Ellen White a fim de ser um adventista do stimo dia? Ford declara: "Da prpria pena de Ellen White vem o conselho de que a crena em sua posio especfica na igreja no devia tornar-se um teste de comunho ou discipulado" (Ford, p. 605). verdade que a crena na posio singular de Ellen White como mensageira inspirada no um teste de discipulado na Igreja Adventista do Stimo Dia. Poder-se-ia inferir, contudo, da declarao de Ford, que um membro da igreja pode manifestar qualquer atitude que desejar com relao a Ellen White e ainda ser considerado numa posio perfeitamente regular. Mas tal no ocorre. Ford cita um pargrafo de Testimonies, vol, 1, pp. 327-328, e outro da p. 329, em apoio a Sua posio, mas omite um importante pargrafo que fica entre os dois citados. Esta passagem omitida diz, daqueles que se opem s vises, que "a igreja pode saber que eles no so corretos" (Testimonies, vol. 1, p. 328).
49. ELLEN WHITE COMO INTRPRETE DAS ESCRITURAS So dignos de confiana as interpretaes de Ellen White sobre a Bblia, e devemos compreender as Escrituras apenas da forma como ela as interpreta? Ford assevera: "Em todo assunto doutrinrio nossos telogos se sentem mutilados, com receio de que a expresso de suas concluses provindas de estudo acurado parecessem contradizer qualquer coisa nos escritos de Ellen White. Esta uma situao deplorvel, e a igreja pouco progresso far at que a situao seja remediada". "Nosso principal erro tem sido fazer com que os escritos de Ellen White tenham autoridade de veto sobre as Escrituras" (Ford, pp. 661, 12).
No esforo de chegar a uma resposta satisfatria questo da autoridade de Ellen White como intrprete da Escritura, vrios fatores devem ser mantidos em mente:
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 52 1. Dar a um indivduo completo controle interpretativo sobre a Bblia era, em realidade, elevar tal pessoa acima do Bblia. Seria um equvoco permitir que mesmo o apstolo Paulo exercesse controle interpretativo sobre todos os outros escritores bblicos. Nesse caso, Paulo, e no toda a Bblia, seria nossa autoridade ltima. 2. Os escritos de Ellen White no estavam disposio de ningum antes do sc. XIX. E mesmo hoje, a distribuio de suas obras atravs do mundo limita-se largamente aos adventistas do stimo dia. Se as Escrituras podem ser compreendidas apenas da forma como interpretadas por Ellen White, muitas pessoas nunca sero capazes de entender a Palavra de Deus. 3. Os escritos de Ellen White so em geral de natureza homiltica e evanglica, e no estritamente exegticos. Em O Desejado de Todas as Naes, p. 211, a Sra. White cita Joo 5:39 como "Examinais as Escrituras", mas em Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 39, ela diz "Examinai as Escrituras".* A primeira citao da Revised Version, enquanto que a ltima da King James Version. Ela se sentia livre para usar qualquer traduo, dependendo do ponto onde queria chegar. preciso estar totalmente certo de como Ellen White est usando um dado texto antes de afirmar que ela est interpretando o texto de um ponto de vista exegtico para o leitor. 4. Segundo W. C. White, algumas das interpretaes de sua me sobre as Escrituras podem no ter sido to perfeitas em certos detalhes de somenos importncia. Ele escreveu:
"Onde ela seguiu a descrio de historiadores ou a exposio de escritores adventistas, creio que Deus lhe deu discernimento para usar aquilo que correto e que est em harmonia com a verdade acerca de todas as questes essenciais salvao. Se por meio de diligente estudo for constatado que ela seguiu algumas exposies da profecia que nalgum pormenor referente a datas no possamos harmonizar com nossa
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Nota do tradutor. Isto ocorre nos originais em ingls, mas no foi mantido nas respectivas tradues em portugus.
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compreenso da histria secular, isto no influir sobre a minha confiana nos seus escritos como um todo, assim como a minha confiana na Bblia tambm no influenciada pelo fato de que no consigo harmonizar muitas das declaraes relacionadas com a cronologia." Mensagens Escolhidas, v. 3, pp. 449-450.
5. Ellen White no tomou posio sobre assuntos doutrinrios que ela no considerava importantes, tais como "o contnuo", os 144 mil, e o rei do norte. 6. Houve casos especficos, contudo, em que ela reivindicou autoridade divina para a interpretao de passagens especficas das Escrituras. Por exemplo, quanto a Gnesis 1, ela escreveu:
"Fui ento levada em retrocesso at a criao e foi-me mostrado que a primeira semana, na qual Deus realizou a obra da criao em seis dias e descansou no stimo, era justamente igual a qualquer outra semana". Spiritual Gifts, v. 3, p. 90.
7. Ellen White tambm reivindica que, em conexo com fervoroso estudo das Escrituras, os principais pontos da f adventista foram-lhe apresentados em viso. Ela declara, no que respeita a reunies realizadas no fim da dcada de 1840:
"Naquele tempo, erro aps erro procurava forar entrada entre ns; ministros e doutores introduziam novas doutrinas. Ns estudvamos as Escrituras com muita orao, e o Esprito Santo nos trazia ao esprito a verdade. Por vezes noites inteiras eram consagradas pesquisa das Escrituras, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era verdade ou erro. Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa f, nossos ps se colocavam sobre um firme fundamento. Aceitvamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstrao do Esprito Santo." Obreiros Evanglicos, p. 302. "Ento o Esprito de Deus descia sobre mim, eu era arrebatada em viso, e concedia-se-me uma clara explicao das passagens que estivramos estudando. ... Uma linha da verdade estendendo-se daquela poca at o tempo em que entraremos na cidade de Deus foi claramente demarcada perante mim". Este Dia com Deus, p. 315.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 54 8. Ellen White foi usada por Deus em mais de uma ocasio atravs dos anos para solucionar controvrsias doutrinrias da Igreja Adventista. Por exemplo, em 1848, muito tempo antes que a igreja fosse organizada, ela resolveu certas controvrsias na reunio no celeiro de David Arnold em Volney, N. Y. A respeito das diferenas manifestadas sobre a Ceia do Senhor e a doutrina do milnio, escreveu Ellen White:
"Meu anjo assistente me apresentou alguns dos erros dos presentes, e tambm a verdade em contraste com seus erros. Essas opinies contraditrias, que eles pretendiam achar-se em harmonia com as Escrituras, estavam apenas de conformidade com a sua opinio no tocante aos ensinos da Bblia; foi-me mandado dizer-lhes que deveriam abandonar seus erros, e aceitar as verdades da mensagem do terceiro anjo. "Nossa reunio encerrou-se triunfantemente. A verdade ganhou a vitria. Nossos irmos renunciaram a seus erros e uniram-se mensagem do terceiro anjo; e Deus grandemente os abenoou e acrescentou muitos ao seu nmero." Vida e Ensinos, pp. 119.
Meio sculo mais tarde, os ensinos doutrinrios de Ellen White ainda estavam trazendo bno e unidade igreja. Em 1898 ela saiu firmemente contra o semi-arianismo de Urias Smith (compare o editorial de Urias Smith na Review de 16 de maro de 1897 com O Desejado de Todas as Naes, p. 507). Em 1901 ela ps fim ao ensino da "carne senta" (veja Mensagens Escolhidas, v. 2, pp. 31-36). De 1903 em diante ele censurou o Dr. Kellogg e seu tipo especial de pantesmo. (Veja Mensagens Escolhidas, v. 8, pp. 193-208; Testimonies for the Church, v. 8, pp. 255-328). Em 1905 ela tirou da igreja os pontos de vista de A. F. Ballenger sobre o santurio. (Veja Mensagens Escolhidas, v. 1, pp. 160162 e Manuscript Release # 760). 9. Ellen White insiste em que ela nunca ensina heresias. Declara ela:
"A Bblia deve ser o vosso conselheiro. Estudai-a e os Testemunhos que Deus tem dado; pois eles nunca contradizem Sua Palavra." Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 32. "H uma corrente de verdade retilnea, sem uma s frase hertica, naquilo que escrevi." Idem, p. 52.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 55 10. Ellen White reconhecia que algumas interpretaes escritursticas podiam no ser inteiramente corretas e que contnuo estudo das Escrituras seria amplamente recompensado. Ela declara: "No processo de ntima investigao de cada jota e til que cremos ser uma verdade estabelecida, de comparao de Escritura com Escritura, pode ser que descubramos erros em nossa interpretao da Bblia. Cristo deseja que o pesquisador de Sua Palavra cave mais fundo nas minas da verdade. Se a pesquisa for conduzida de forma apropriada, jias de valor inestimvel sero encontrados". Review and Herald, 12 de julho de 1898. 11. Ellen White declara positivamente, contudo, que quaisquer novas interpretaes das Escrituras, se corretas, estaro em harmonia com nossas doutrinas distintivas. Eis o que ela diz:
"Aparecer um, e ainda outro, com nova iluminao, que contradiz aquela que foi dada por Deus sob a demonstrao de Seu Santo Esprito. ... "No devemos receber as palavras dos que vm com uma mensagem em contradio com os pontos essenciais de nossa f." Mensagens Escolhidas, v, l, p. 161
12. Finalmente, nos dada a promessa de que "todos os que crem que o Senhor tem falado por intermdio da irm White, e lhe tem dado uma mensagem, estaro livres dos muitos enganos que surgiro nestes ltimos dias". Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 84.
50. O PAPEL DE ELLEN WHITE EM CONTROVRSIAS DOUTRINRIAS
Ellen White pretendia ou no que seus escritos fossem usados para resolver debates doutrinrios na igreja? Segundo Ford, "Ellen G. White recusava ser o rbitro em assuntos de controvrsia doutrinria. Vez aps vez foi-lhe solicitado que pusesse termo controvrsia sobre o "contnuo" por meio de alguma palavra autorizada do Senhor. . . Isto ela recusou fazer, e instou com todos para que estudassem sua Bblia e fizessem a deciso baseados nessa
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 56 autoridade suprema, ao invs de fazerem citaes de seus escritos. Isto preparou caminho para uma correta abordagem em relao a problemas doutrinrios similares, oferecendo igreja um padro de procedimento salutar". (Ford, pp. 606, 616). Ford admite que o Senhor usou Ellen White para resolver controvrsias doutrinrias no incio do movimento do advento. Declara ele:
" verdade que nos primeiros tempos do movimento, quando nossos irmos ainda dependiam do mtodo "texto-prova", e quando cada homem tinha uma interpretao diferente, neste tempo Deus, atravs de Ellen G. White, indicava alguma evidncia da Escritura que decidia o ponto em questo". Ford, p. 605.
Contudo, Ford afirma que a igreja no recebeu diretivas doutrinrias em anos posteriores. Ele assume que a atitude de Ellen White com respeito controvrsia sobre o "contnuo" deve ser tomada como norma para a atitude dela com respeito a todas as controvrsias doutrinrias. fato que Ellen White realmente instrui os irmos a no usarem seus escritos para resolver o debate sobre o "contnuo" ("costumado" Verso Almeida Revista e Atualizada) en Daniel 8:12, 13. Contudo, ela disse que o "contnuo" no era "um assunto de importncia vital" e o Senhor no lhe havia dado nenhuma "instruo sobre o ponto em discusso". (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 164). Alguns debates, por outro lado, eram de importncia vital, e sobre muitos assuntos doutrinrios ela tinha recebido instrues. Com respeito controvrsia com A. F. Ballenger, por exemplo, ela declarou: "Apeguem-se todos verdade estabelecida do santurio. ... Se as teorias que o irmo Ballenger apresenta fossem recebidas, levariam muitos a se apartar da f. Elas iriam contra as verdades sobre as quais o povo de Deus tem se firmado durante os ltimos cinqenta anos. Foi-me ordenado dizer em nome do Senhor que o pastor Ballenger est seguindo uma falsa luz. O Senhor no lhe deu a mensagem que ele est levando sobre o ritual do santurio. ...
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 57 "As provas do pastor Ballenger no so dignas de confiana. Outros e mais outros se levantaro e introduziro pseudo grande esclarecimento, e faro suas afirmaes. "Ns, porm, permanecemos com os velhos marcos". Manuscript Release N 760, pp. 6, 10, 19, escrito em 1905.
51. DISSECANDO OS TESTEMUNHOS
O que Ellen White queria dizer quando declarou: "Se os testemunhos no falarem de acordo com a Palavra de Deus, rejeitaios"? Ellen White nos encoraja a dissecar seus escritos e aceitar apenas o que achamos que est em harmonia com a Escritura? Achava ela que estava certa em alguns lugares mas errada em outros? No, certamente no era essa sua inteno. De fato, ela disse exatamente o oposto. Aqui esto suas palavras:
"No deprimais, pela vossa crtica, a fora, a virtude e a importncia dos Testemunhos. No imagineis que podeis analis-los de modo a acomod-los s vossas prprias idias, pretendendo que Deus vos deu percia para discernir o que luz do Cu e o que mera sabedoria humana. Se os Testemunhos no falarem de acordo com a Palavra de Deus, rejeitaios. Cristo e Belial no se unem." Testemunhos Seletos, v. 2, p. 302.
O que ela estava dizendo era: ou minha obra era: ou minha oba de Deus ou do diabo. uma coisa ou outra. No tenteis fazer seleo do que vlido ou no. Aceitai minha obra em sua totalidade ou rejeitai-a em sua totalidade.
52. NO CITEIS MEUS ESCRITOS AT QUE OBEDEAIS A BBLIA
O que Ellen White queria dizer com a seguinte declarao? "No vos peo que aceiteis minhas palavras. Colocai de lado a irm White. No citeis minhas palavras novamente enquanto viverdes at que possais obedecer a Bblia. Quando fizerdes da Bblia vosso alimento, vossa comida e bebida, quando fizerdes de seus princpios elementos de
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 58 vosso carter, sabereis melhor como receber conselho de Deus. Exalto perante vs hoje a preciosa Palavra. No repitais o que eu disse, dizendo: 'A Sra. White disse isto' e 'a irm White disse aquilo'. Descobri o que diz o Senhor Deus de Israel, e fazei ento o que Ele ordena" (Citado por Ford, p. 589). Estas palavras foram faladas aos lderes da igreja adventista e de suas instituies em uma reunio especial realizada na biblioteca do Colgio de Battle Creek, na vspera da abertura da Conferncia Geral de 1901. Muitos dos conselhos de Ellen White durante a dcada anterior ainda eram quase totalmente ignorados. O sanatrio estava-se desviando de qualquer nfase denominacional, a casa publicadora tinha se tornado em grande medida um apenas um empreendimento comercial, e alguns homens-chave estavam exercendo controle indevido sobre a igreja atravs de comisses diretivas interligadas. Ellen White estava convicta de que uma completa reorganizao era vital para a sobrevivncia da igreja. Ela dirigiu palavras marcantes liderana da igreja: "Como pode o Senhor abenoar os que manifestam o esprito de "no me importa", que os leva a andar em sentido oposto luz que o Senhor lhes deu?" (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 33). E ento segue-se a passagem citada por Ford. O que Ellen White tinha dito, em realidade, era isto: Irmos, no tendes apenas colocado de lado a irm White, mas tendes ignorado a Bblia. No estais em condies de apreciar minhas palavras enquanto continuais a ignorar a Palavra de Deus. Dai prioridade ao que essencial. Comeai a obedecer Palavra de Deus como deveis. Ento, e somente ento, estareis em condies de entender e apreciar meus conselhos. (Ver Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 33, nota de rodap)
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Segundo M. E. Kern, certa vez Ellen White saiu de seu assunto em uma reunio em College View, Nebraska, e criticou os colches do sanatrio. Poderamos esperar tal comportamento de um profeta genuno? Pode ser que os colches do sanatrio merecessem ser criticados, e nesse caso os comentrios de Ellen White seriam apropriados. Contudo, houve vezes em que ela reconheceu que devia desculpas por sua conduta, Por exemplo, encontramo-la pedindo perdo ao marido por algumas observaes impertinentes que ela lhe havia feito numa carta escrita apenas na vspera: "No reivindico infalibilidade, ou mesmo perfeio de carter cristo. No estou livre de equvocos e erros em minha vida. Tivesse eu seguido mais de perto a meu Salvador, e no teria de lamentar tanto minha dessemelhana de Sua querida imagem". Carta 27, 1876. Ao passo que Ellen White era uma pessoa singularmente exemplar em sua vida e carter, no estava ela acima de fraquezas e imperfeies. Artur Spaulding, que a conhecia bem, declara: "A Sra. Ellen White no era relutante em confessar suas prprias feitas quando assim era necessrio. Ela no afirmava ser perfeita. s vezes, sob a tenso de responsabilidades e calnias, ela perdia a pacincia; e confessava ela tais lapsos com tristeza e lgrimas". Origin and History of Seventh-Day Adventists, vol. 1, p. 362 No devia ser surpresa para ns descobrir que os profetas pedem cometer erros. No que respeita s fraquezas que venceram Moiss, Davi, Salomo, e outros, declarou Ellen White:
"Se eles no possussem defeitos, teriam sido mais que humanos, e ns desanimaramos, em nossa natureza pecaminosa, de chegar a atingir tal ponto de excelncia. Mas, vendo onde eles lutaram e caram, onde
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recobraram nimo e vencerem pela graa de Deus, somos encorajados, e levados a enfrentar os obstculos que a natureza degenerada coloca em nosso caminho". Testimonies for the Church, vol. 4, p. 12.
Ford assevera que "os eruditos esto descobrindo erros histricos em captulo aps captulo do O Grande Conflito" (Ford, p. 586). Quais so os fatos? Os fatos so estes: O Grande Conflito no um manual de histria, mas a mensagem que conta foi inspirada pelo Esprito de Deus e completamente digna de confiana. Declara Ellen White: "Fui movida pelo Esprito do Senhor a escrever este livro" (O Colportor Evangelista, p. 127). Em sua introduo a O Grande Conflito, a autora declara:
" medida que o Esprito de Deus me ia revelando mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assim fora revelado - delineando a histria do conflito nas eras passadas, e especialmente apresentando-a de tal maneira a lanar luz sobre a luta do futuro, em rpida aproximao." O Grande Conflito, p. 7.
Muitos episdios importantes na histria do povo de Deus, da criao de Ado nova Terra, foram mostrados em viso a Ellen White. Em seu primeiro relato do grande conflito, encontramos declaraes deste tipo: "Vi tristeza sobrevir ao semblante de Ado" e "Olhei ento, e vi o fogo que havia consumido os mpios" ( Spiritual Gifts, vol. 1, pp. 21, 218). Em outra porte ela declarou especificamente: "Foram-me apresentados acontecimentos na histria dos reformadores." ( Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 110). Ao passo que muitos eventos do passado foram mostrados a ela, nem Ellen White nem seu filho afirmaram, alguma vez, que cada detalhe histrico mencionado em suas obras havia-lhe sido dado pelo Senhor em viso. Ellen White diz que usou "fatos" que eram "bastante conhecidos e
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 61 universalmente reconhecidas" (ver O Grande Conflito, p. 7). Ela escreveu, por exemplo: "Em 1816 fundou-se a Sociedade Bblica Americana" (O Grande Conflito, p. 287). No h razo alguma para crer que este tipo de informao foi dado em viso. W. C. White declara:
"A estrutura do grande templo da verdade sustentado por seus escritos foi-lhe apresentada claramente em viso. Nalguns aspectos desta obra, a informao foi dada detalhadamente. No tocante a outros aspectos da revelao, como os aspectos da cronologia proftica, quanto ministrao no santurio e s modificaes que ocorreram em 1844, o assunto lhe foi apresentado muitas vezes, e pormenorizadamente em numerosas ocasies, e isto a habilitou a falar muito clara e positivamente a respeito das colunas fundamentais de nossa f. "Nalgumas das questes histricas, como as que so realadas em Patriarcas e Profetas, em Atos dos Apstolos e em O Grande Conflito, as partes principais foram tornadas muito claras e evidentes para ela, e quando passou a escrever sobre esses assuntos, teve de estudar a Bblia e a Histria, a fim de obter datas e relaes geogrficas e completar sua descrio dos pormenores." Mensagens Escolhidas, vol, 3, p. 462.
Ao construir sua casa para o futuro, Ellen White edificou no apenas sobre as revelaes que Deus lhe deu, mas tambm sobre os
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 62 registros do passado. Ela no fez qualquer tentativa de escrever um manual autorizado de histria. Antes, nas palavras de W. C. White, "o principal uso das passagens citadas de historiadores no era fazer uma nova histria, nem corrigir erros histricos, mas usar valiosas ilustraes para tornar claras importantes verdades espirituais". (W. C. White a L.E. Froom, 18 de fevereiro de 1932). No h dvida de que Deus guiou Ellen White a confiar naqueles historiadores que escreveram basicamente de Seu ponto de vista. Onde as feies gerais desses autores estavam de acordo com as cenas panormicas mostradas a ela, ela sentia-se livre para extrair de suas obras, muito embora estas obras pudessem no ser perfeitas em todos os aspectos. No nos devamos surpreender com o fato de que, enquanto Ellen White coletava informaes de historiadores seculares para desenvolver seu tema do grande conflito, algumas inexatides se infiltraram em seu prprio livro. Quando se teve de fazer nova montagem dos tipos para O Grande Conflito em 1911, a autora aproveitou a ocasio para corrigir as discrepncias que lhe foram trazidas ateno. Por exemplo, ela mudou o texto da pg. 47, de "Ele se intitula 'Senhor Deus, o Papa'" na edio de1888 para "Tem sido intitulado: 'Senhor Deus, o Papa'" na edio de 1911. Ela modificou o texto pg. 62, de "Os valdenses foram os primeiros de todos os povos da Europa a obter a traduo das Sagradas Escrituras" na edio de 1888 para "Os valdenses estavam entre os primeiros..." na edio de 1911, etc. Mesmo que alguma declarao histrica imprecisa ainda permanea no O Grande Conflito, isto de forma alguma diminui a mensagem do livro. Diz Ellen White: "Deus deu-me a luz contida em O Grande Conflito" (O Colportor Evangelista, p. 129). Esta luz necessria igreja e ao mundo hoje, mais do que nunca dantes.
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Ford declara: "A aplicao, feita por Josias Litch, de Apocalipse 9:15 para o dia 11 de agosto de 1840, estava completamente errada, como ele prprio admitiu em anos posteriores". "Ellen White aceitou as concluses profticas de Josias Litch concernentes a 11 de agosto de 1840". (Ford, pp. 659-660, 584). A Sra. White disse muito a respeito das sete trombetas? No. Esta a nica referncia conhecida a Apoc. em todos os escritos de Ellen White e aparece, no em conexo com um estudo exegtico da Bblia, mas como parte de uma descrio do movimento Milerita. Com base em sua interpretao de Apoc. 9:15 Josias Litch predisse em 1838 que o poder Otomano seria quebrado em 1840. Em 19 de agosto de 1840 ele predisse que isto ocorreria em 11 de agosto. O que ocorreu nessa data confirmou a f de multides na interpretao das Escrituras pelo movimento Milerita e deu grande mpeto ao movimento do advento. Se Ellen White, em O Grande Conflito, p. 334, quer dizer que a profecia de Joo, o Revelador, teve seu cumprimento em 11 de agosto de 1840, estaria ento apoiando a interpretao de Litch sobre Apoc. 9:15. Se ela simplesmente quer dizer que a predio de Josias Litch se cumpriu, ela no est ento necessariamente apoiando a compreenso do texto por Litch.
O Comentrio Bblico Adventista declara: "Falando de modo geral, a interpretao adventista da 5 e 6 trombetas, particularmente no que toca ao perodo de tempo envolvido, , em essncia, a mesma de Josias. Litch", vol. 7, p. 796). A revista Ministry sugeriu as datas de 1453 a 1844 para a 6 trombeta em vez do perodo de 1449 a 1840 que Litch determinou. (Ministry, outubro de 1930, p. 41).
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Ellen White estava errada na explicao que d em O Grande Conflito sobre Apoc. 11? Ford afirma que "no possvel substanciar a exposio de Apocalipse 11 em O Grande Conflito quer exegtica ou historicamente" (p. 575), e "a aplicao (do princpio dia-ano) feito Revoluo Francesa certamente incorreta". Ele diz que prefere a aplicao de Apoc. 11 da forma como se encontra em Testimonies for the Church, vol. 4, p. 594 (Ford, pp. 575, 326). Em Testimonies for the Church, vol. 4, p. 594, Ellen White no est fazendo uma exegese de Apocalipse 11. Ela est simplesmente usando a linguagem de Apoc. 11:3 por questo de convenincia. Em O Grande Conflito, pp. 265- 288 ela discute Apoc. 11 de forma consideravelmente detalhada e d a impresso de que est realmente dizendo a seus leitores qual o significado do captulo. fato que Ellen White fez algumas pequenas mudanas na edio de 1911, neste captulo de O Grande Conflito. "O Grande Sino do palcio" na edio de 1838 foi mudado para "um sino" em 1911; "a Palavra de Deus fora proibida" tornou-se "O culto Divindade fora abolido"; "o decreto que proibia a Bblia" foi alterado para "os decretos que aboliam a religio crist e punham de parte a Escritura Sagrada", etc. (Veja O Grande Conflito, pp. 272, 273, 287). Estas mudanas no entanto, no afetaram a exposio do captulo, que permaneceu, em 1911, a mesma que houvera sido na edio de 1888. Embora nos pontos histricos de menor importncia necessitassem de reviso, dificilmente se pode usar isto como argumento contra a exposio bsica em si mesma. No se escreveu nenhuma interpretao melhor ou mais satisfatria de Apocalipse 11 do que a encontrada em O Grande Conflito.
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Declara Ford: "Em 1911 a palavra "apenas" foi inserida na pg. 383 de O Grande Conflito, mudando consideravelmente o sentido... O argumento da sentena alterada na pg. 383 agora no faz sentido". (Ford, p, 691). obscura a interpretao de Apoc. 14:8 feita pela Sra. White em O Grande Conflito? Em 1888, Ellen White escreveu:
"A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilnia, deve aplicar-se s organizaes religiosas que se corromperam. Visto que esta mensagem se segue advertncia acerca do juzo, deve ser proclamada nos ltimos dias; portanto, no se refere Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condio decada h muitos sculos. Demais, no captulo 18 do Apocalipse, o povo de Deus convidado a sair de Babilnia. De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilnia. E em que corporaes religiosas se encontrar hoje a maior parte dos seguidores de Cristo? Sem dvida, nas vrias igrejas que professam a f protestante." O Grande Conflito, p. 383, ed. de 1888.
W. W. Prescott perguntou como "Babilnia" em Apocalipse 14 poderia se aplicar ao protestantismo quando "Babilnia", em Apocalipse 14, aplicava-se ao catolicismo romano. (Veja W. W. Prescott a W. C. White, 26 de abril de 1910). Para eliminar qualquer mal-entendido que pudesse surgir, Ellen White acrescentou a palavra "apenas" edio de seu livro em 1911. A sentena-chave, agora diz: "Visto que esta mensagem se segue a
advertncia acerca do juzo, deve ser proclamada nos ltimos dias; portanto, no se refere apenas Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condio decada h muitos sculos". (O Grande Conflito, p. 383, ed. de
1911). Prescott ficou muito satisfeito com a palavra acrescentada e mencionou isso na Conferncia Bblica em 1919. Deixamos a cargo do leitor estudando todo o contexto do captulo e do livro, julgar se a sentena foi modificada de forma apropriada.
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Ford diz que Ellen White cometeu um erro ao mencionar o nmero dos aliados de Abrao; que ela disse que foi Deus quem ordenou a Ado e Eva que no tocassem no fruto, e mais tarde escreveu que estas palavras eram de Eva, e no de Deus; ela disse que apenas oito almas receberam a mensagem de No, mas em outra parte disse que houve outros que creram e ajudaram a construir a arca (Ford, pp. 612, A - 253,* 246). Ford tambm salienta que o relato de Ellen White do ministrio dirio no antigo santurio no inteiramente exato (Veja Patriarcas e Profetas, pp. 365-366). Ellen White de fato cometeu erros desta natureza e, nesse caso, o que tais discrepncias nos ensinam?
Nem sempre Ellen White narrava eventos bblicos com absoluta preciso, demonstrando dessa forma que ela no era infalvel. A esse respeito tinha ela muito em comum com os profetas bblicos, que tambm no eram infalveis. Moiss descreveu Hobabe como seu cunhado (Nm. 10:29), e portanto Juzes 4:11 apresenta um problema. I Samuel 16:10, 11 indica que Davi era o oitavo filho de Jess, nmero esse diferente do que dado em I Crnicas 2:15. Lucas 3:36 menciona Cain, cujo nome no consta em Gnesis 11:12. O relato de Paulo sobre a ratificao do primeiro concerto no est inteiramente em harmonia com o relato do Velho Testamento. Compare Hebreus 9:19 com xodo 24:3-8. Estas e outras dificuldades semelhantes que poderamos citar, de modo algum provam que as Escrituras so indignas de confiana. A Bblia no foi escrita para resolver detalhes insignificantes da histria, mas para estabelecer doutrinas, e para "a repreenso, correo, para educao na justia" (II Timteo 3: 16). A Bblia um guia infalvel para o Cu, e contudo foi escrita por seres humanos a quem foi permitido, na providncia de Deus, cometer erros em seus escritos em assuntos que no afetassem a salvao de
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 67 ningum. Semelhantemente, a humanidade de Ellen White transparecia de quando em quando em seus escritos.
59. EQUVOCOS DE NATUREZA DOUTRINRIA
Segundo Ford, "Ellen White mudou vrias posies doutrinrias" tais como o horrio de incio do sbado, o uso da carne de porco, benevolncia sistemtica versus dzimo, o significado da porta fechada, a lei em Glatas, etc (Ford, pp. 12, 619, 622, 629). Isso verdade? A concepo de Ellen White acerca de certos pontos das Escrituras de fato mudou, como resultado do estudo da Bblia e da luz progressiva que ela recebia do Senhor. Vrios dos exemplos de Ford so vlidos, mas outros no o so. Os prprios escritores bblicos por vezes encontravam-se em erro quanto a sua teologia, e tinham de ser corrigidos. Pedro interpretava erroneamente textos como Neemias 13:1-13 e Osias 2:23 at que o Senhor o corrigiu (Atos 10); os apstolos todos compreendiam mal Zacarias 13:7 e Isaas 53:7, 8, mesmo quando Cristo tentava explicarlhes Sua vindoura crucifixo (Marcos 9:31, 32). Eles cresceram em compreenso da Bblia, da mesma maneira que outros (Lucas 24:25, 26; Joo 20:8, 9; Atos 1:6). O mesmo ocorreu com Ellen White. Por vezes ela no compreendia certos ensinos bblicos at que eles eram apresentados em viso. Note os exemplos dados nos poucos pargrafos seguintes.
60. O USO DA CARNE DE PORCO Ford declara: "Ellen White enviou uma advertncia a algum que desejava opor-se ao uso da carne de porco, mas em anos posteriores, quando a igreja estava mais estabelecida, ela prpria recomendados com insistncia a atitude que havia anteriormente condenado". (Ford, p. 622).
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 68 A palavra "condenado" muito forte. Ellen White, em 1858, no condenou os pontos de vista da pessoa que estava instando os adventistas a absterem-se da carne de porco. O que ela fez foi solicitar-lhe que no impusesse suas opinies igreja infante desde que causassem diviso. Eis o que ela disse:
"Vi que vossos pontos de vista concernentes carne de porco no causaro dano se os retiverdes para vs mesmos; mas em vosso julgamento e opinio fizestes desta questo um teste, e vossas aes tm mostrado claramente vossa f neste assunto. Se Deus requer que Seu povo se abstenha da carne de porco, Ele os convencer sobre isso. Ele est justamente to disposto a mostrar a Seus filhos sinceros o dever, como o mostrar o dever a indivduos sobre quem Ele no colocou o encargo de Sua obra. Se for dever da igreja abster-se da carne de porco, Deus revelar isso a mais de dois ou trs, Ele ensinar a Sua igreja o dever". Testimonies, vol. 1, pp. 206, 207,
Cinco anos mais tarde o Senhor fez exatamente isso. Na viso de 6 de junho de 1863 em Otsego, Michigan, foi mostrado a Ellen G. White que "Deus nunca teve o propsito de que a carne de porco fosse ingerida em nenhuma circunstncia" (Spiritual Gifts, v. 4, p. 124). Ela cresceu em entendimento, de modo que no h conflito entre suas declaraes de 1858 e as de 1863 (Veja Testimonies, v. 1, p. 206, p da pgina).
61. O HORRIO DE INCIO DO SBADO.
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sbado ao pr-do-sol. Ele escreveu um claro artigo sobre o tema, e me entregou. Este apareceu na Review em 4 de dezembro de 1855. No entanto, este artigo antes de aparecer na Review foi lido na Associao, em Battle Creek, aproximadamente naquela poca... "No fim da conferncia... a Sra. White teve uma viso, e um dos temas foi que a hora do pr-do-sol estava correta. Isto ps ponto final questo com o irmo Bates e outros, e desde ento tem prevalecido uma harmonia geral sobre este tema" (Review and Herald, 25 de fevereiro de 1868, p. 168).
Ellen G. White seguiu o exemplo de Bates entre 1847 e 1855 em observar o sbado desde as seis at as seis. Depois de coordenados estudos bblicos e sua viso de 1855 observou o sbado desde o pr-dosol at o pr-do-sol. Pode-se ver facilmente que ela cresceu em sua compreenso quanto ao significado verdadeiro das Escrituras. Tambm se pode ver que suas duas vises referidas sobre o comeo do sbado estavam em perfeita harmonia. (Veja Testimonies for the Church, v. 1, p. 116).
62. BENEVOLNCIA SISTEMTICA E DZIMO
Ellen G. White no foi culpada de uma contradio doutrinria quando aprovou tanto o plano de benevolncia sistemtica quanto o sistema atual de dzimos. Em sua mente os termos "benevolncia sistemtica" e "sistema de dzimos" eram praticamente sinnimos. (Veja Testemunhos Seletos, v. 1, pp. 550, 551). "A benevolncia sistemtica" baseou-se no sistema do dzimo. Os que possuam propriedades deviam pagar igreja anualmente um por cento do valor de sua propriedade, alm das ofertas. Um por cento era um dzimo de uma entrada terica de lucro de dez por cento representado pelo uso da propriedade. Ellen G. White escreveu em 1859 que este plano era "agradvel a Deus" (Testimonies for the Church, v. 1, p. 190). Quando em 1876 a igreja adotou formalmente o sistema de um dzimo de dez por cento das entradas em vez de um por cento da propriedade, isto no representou uma mudana na doutrina, seno um
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 70 melhor mtodo de computar o dzimo. (Veja Seventh-Day Bible Commentary, v. 10, p. 1288). Ellen G. White prontamente apresentou seu relatrio. Em 1881 escreveu: "Deus pede certa poro dos recursos confiados ao homem um dzimo; mas deixa a todos livres para dizer quanto o dzimo, e se eles querem ou no dar mais do que isto" (Testimonies for the Church,, vol. 5, p. 149).
63. A LEI EM GLATAS
Em 1854 J. H. Waggoner tomou a posio de que a lei em Glatas 3:24 era somente a lei moral. Dois anos mais tarde foi mostrado em viso a Ellen White que Waggoner estava errado, e ela escreveu a ele dizendo-lhe isso. O Senhor no mostrou a Ellen White nessa poca o que o "aio" em Glatas 3 representava de fato, mas cria a maioria dos adventistas que o "aio" devia ser a lei cerimonial, desde que no se restringia somente a lei moral. No se deu maior considerao ao assunto at 1884, quando E. J. Waggoner, editor do Signs, recomeou o assunto ao advogar o ponto de vista de seu pai de que a lei em Glatas 3 era apenas a lei moral. Urias Smith e George I. Butler energicamente se opuseram a Waggoner nisto, pois estavam certos de que a lei em Glatas 3:24 era a lei cerimonial. Deu-se um confronto aberto na Conferncia Geral de Minepolis em 1888, onde Ellen White tentou manter uma certa aparncia de harmonia. Recusou-se ela a apoiar totalmente qualquer um dos dois grupos. "No posso tomar a posio de qualquer dos dois lados" explicou ela, "at que eu haja estudado a questo". (Veja Through Crisis to Victory, p. 292). Conquanto favorecesse a posio de Waggoner acima da de Smith e Butler, dizia contudo que nenhuma das duas estava completamente certa. "Nenhuma das duas tem toda a luz sobre a lei; nenhuma das duas posies perfeita" (Carta 21, 1888). Pouco tempo aps a Conferncia Geral de Minepolis ela escreveu que a questo da lei em Glatas "no deve ser tratada em estilo de
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 71 debate" e que no era "uma questo vital e no devia ser tratada como tal" (Manuscrito 24, 1888). Muitos anos decorreram antes que o Senhor desse a Ellen White uma compreenso do texto controvertido. Ela declarou, em 1896: "Neste texto (Glatas 3:24), o Esprito Santo atravs do apstolo refere-se especialmente lei moral" e, em 1900, escreveu ela: "Que lei o aio que deve nos levar a Cristo? Respondo: tanto a lei cerimonial quanto o cdigo moral dos dez mandamentos". Isto definiu a questo para todos os que criam ser Ellen White a mensageira de Deus. No era apenas uma lei ou outra. Todo o sistema de leis era representado como o aio, "para nos conduzir a Cristo, a fim de que fssemos justificados por f". (Veja o Comentrio Bblico Adventista, vol. 6, p. 1110, 1109).
64. OS DOIS CONCERTOS
A mais clara e abarcante discusso dos dois concertos por Ellen White est em Patriarcas e Profetas, pp. 370-373, publicado em 1890. Ainda est para ser provado que qualquer coisa que ela tenha escrito antes ou depois desta data est em conflito com a declarao de Patriarcas e Profetas.
65. A PORTA FECHADA
O verdadeiro significado da frase "e fechou-se a porta" (Mat. 25:10) desdobrou-se apenas gradualmente aos pioneiros da Igreja Adventista do Stimo Dia. Quando Cristo no retornou em 22 de outubro de 1844, muitos crentes adventistas pensaram que nesta data a porta da graa tinha sido "para sempre fechada para o mundo" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 63). A jovem de 17 anos, Ellen Harmon, era um dos que partilhavam dessa crena. No obstante, ela logo mudou de idia. Aproximadamente um ms aps o desapontamento, Ellen concluiu que o "movimento do
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 72 stimo ms" do outono de 1844 no era em realidade o clamor da meianoite de Mateus 25:6, afinal das contas. Parece que por algumas semanas a data de 22 de outubro perdeu todo o significado para ela. Tiago White declarou em 1847: "Quando ela recebeu sua primeira viso, em dezembro de 1844, ela e todo o grupo em Portland, Maine... haviam abandonado o clamor da meia-noite, e a porta fechada, como estando no passado" (A Word to the Little Flock, p. 22; fac-smile publicada em Ellen G. White and Her Critics, de F. D. Nichol, p. 582). Esta primeira viso destinava-se a dar novamente a certeza, ao pequeno rebanho adventista, da liderana de Deus no movimento Milerita e da integridade da data de 22 de outubro (Ver Primeiros Escritos, pp.14-20). Foram mostrados a Ellen White trs grupos de pessoas: (a) Os santos vivos, em nmero de 144.000, que mantiveram sua f na experincia de 22 de outubro. (b) Os ex-mileritas que olhavam para o movimento de 1844 como um erro e afirmavam que "no fora Deus quem os guiara to longe", e (c) "O mundo mpio a quem Deus havia rejeitado". Ellen interpretou mal esta viso. Ela entendeu corretamente que o dia da salvao havia passado para os ltimos dois grupos. Para eles, a porta estava fechada (ver Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 62). Mas ela concluiu incorretamente que ningum mais poderia aceitar a Cristo aps 22 de outubro, que apenas o pequeno rebanho remanescente na famlia da f seria salva, e que todos os demais se perderiam. De alguma forma ela deixou de ver que o nmero de 144,000, embora representativo, devia seguramente incluir mais do que uns poucos grupos de rebanhos adventistas. Em janeiro de 1845, Ellen Harmon comeou a visitar os pequenos rebanhos adventistas em Maine e New Hampshire para lhes contar o que ela havia visto em viso. No que se refere ao ministrio dela nessa poca, Otis Nichols escreveu para Guilherme Miller:
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"Sua mensagem era sempre acompanhada pelo Esprito Santo, e, onde quer que fosse recebida como vinda do Senhor, ela quebrantava e enternecia seus coraes como de criancinhas, alimentava, confortava, fortalecia os fracos, e os encorajava a ficar firmes na f, e no movimento do stimo ms, e que nossa obra era feita pela igreja nominal e o mundo, e o que restava para ser feito era pelos domsticos da f". (Otis Nichols para Guilherme Miller, 20 de abril de 1846, arquivo dos 0ccumentos do Patrimnio White, # 439b).
Em fevereiro de 1845, enquanto ela estava em sua primeira viagem para a parte ocidental do Maine, o Senhor deu a Ellen outra viso que iluminava ainda mais os eventos de 22 de Outubro de 1844 (veja Primeiros Escritos, pp. 54-56). No que toca a essa viso, ela escreveu a Jos Bates:
"Enquanto estvamos em Exeter, Maine, em reunio com Israel Dammon, Tiago, e muitos outros, muitos deles no criam numa porta fechada... Havia l uma irm que era considerada muito consagrada. Ela havia viajado durante vinte anos e sido uma poderosa pregadora na maior parte do tempo. Certamente tinha sido uma me em Israel. Mas havia surgido uma diviso no grupo com relao a porta fechada. Ela sentia grande compaixo, e no podia crer que a porta estava fechada. (Eu no sabia nada sobre suas controvrsias). A irm Durber levantou-se para falar. Senti-me muito triste. "No momento minha alma parecia estar agonizando, e enquanto ela falava ca da cadeira ao cho. Foi ento quanto tive uma viso de Jesus: vi que Se levantava de seu trono de mediao e passava para o lugar santssimo como um Esposo para receber Seu reino... A maioria deles aceitou a viso e resolveram o assunto da porta fechada" (Carta 3, 1847).
Parece que em 1847 a data desta carta a Bates Ellen G. White ainda mantinha que a porta da misericrdia havia se fechado para o mundo em 1844. No entanto, durante os dois anos seguintes, sua opinio acerca do significado da porta fechada se ampliou substancialmente como se evidencia nos seguintes documentos: Em maio de 1848, Ellen G. White escreveu a famlia Hastings:
"Como vo as crianas? Sentem-se aceitos por Deus? Queridos meninos, no descanseis um momento se no ... sim, eu os amo, meninos,
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e quero que sejam salvos no reino e gozem da beleza da nova terra" (Carta 1, 1848).
Na viso de novembro de 1848, quando viu "torrentes de luz que circundavam o mundo inteiro" (Life Sketches, p. 125). Jos Bates registrou as seguintes palavras tal como Ellen G. White as pronunciou: "Os anjos esto retendo os quatro ventos... Nem todos os santos esto selados... Sim, publicai o que tendes visto e ouvido, e as bnos de Deus cairo ... Tivemos a porta fechada. Deus tem ensinado vez aps vez, mas essa experincia no o selo" (Citado em Ellen G. White and Her Critics, p. 249). Numa viso em 5 de janeiro de 1849, Ellen G. White "viu que Jesus no deixaria o Lugar Santssimo at que cada caso fosse decidido, seja para salvao ou para destruio" (The Present Truth, agosto de 1849, p. 22). Em 24 de maro de 1849 foi-lhe mostrado o seguinte:
"Vi que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santssimo, e que homem algum podia fech-la (Apoc. 3:7 e 8); e que uma vez que Jesus abrira a porta para o santssimo, onde est a arca, os mandamentos tm estado a brilhar para o povo de Deus, e eles esto sendo testados sobre a questo do sbado." (Carta 5, 1849). (Veja Primeiros Escritos, pp. 42-45).
Em janeiro de 1850, Ellen G. White tinha chegado a duas firmes concluses: Que em 22 de outubro de 1844: 1) A porta da misericrdia havia se fechado para alguns indivduos mas no para o mundo em geral.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 75 2) Embora uma porta no Cu tinha se fechado, outra porta havia sido aberta. A porta fechada representava o trmino de uma fase do ministrio celestial de Cristo enquanto que a porta aberta representava o comeo da segunda fase de Seu ministrio celestial. Os adventistas observadores do sbado vieram a ser conhecidos como o povo "do sbado e da porta fechada". Em outras palavras, suas duas doutrinas principais eram que o stimo dia era o dia de descanso e que a purificao do santurio celestial comeou em 22 de outubro de 1844. A "porta fechada" havia se tornado uma frase compacta para "f em 22 de outubro de 1844". Ellen White continuou firmemente a defender este conceito da "porta fechada" durante toda sua vida. Em 1888 e novamente em 1911 ela enfatizou que, aps haver completado dezoito sculos de ministrio no primeiro compartimento, Cristo entrou no lugar santssimo do santurio celestial em 22 de outubro de 1844. (Veja O Grande Conflito, pp. 429-431). Nos cinco anos entre dezembro de 1844 e janeiro de 1850, Ellen White havia ganho uma compreenso muito mais clara e ampla da frase "e fechou-se a porta" de Mat. 5 reconhecidamente, uma mudana fundamental. Contudo, isto de forma alguma invalida a confiana que se pode depositar em suas vises. Anos mais tarde ela resolutamente defendeu a integridade daquelas primeiras vises quando declarou:
"Com meus irmos e irms, aps a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditei que no mais se converteriam pecadores." Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 74.
Algumas vezes, explicou ela, o Senhor lhe dava vrias vises sobre um assunto especifico, antes que ela fosse capaz de entend-lo. Declarou ela:
"Com freqncia me so dadas representaes que a princpio eu no compreendo, mas depois de algum tempo elas se tornam claras pela reiterada apresentao dessas coisas que a princpio eu no entendi, e de
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certas maneiras que fazem com que o seu significado seja claro e inconfundvel." Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 56.
O significado pleno de sua primeira viso estava claro agora. Os que "viram a luz das mensagens do primeiro e segundo anjos e rejeitaram aquela luz, foram deixados em trevas". Mas "os que no viram a luz, no tinham a culpa de sua rejeio". (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 63). A frase "todo o mundo mpio que Deus havia rejeitado" referiase apenas queles que tinham rejeitado luz. A revelao progressiva por Deus havia sido acompanhada pela compreenso progressiva de Ellen White. A fim de evitar outros mal-entendidos, quando ela publicou Seu panfleto de 1846 em seu primeiro livro, em 1851, ela tirou a frase "mundo mpio". Compare Primeiros Escritos, p. 15, com Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 62 (Veja O Grande Conflito, pp. 427-428).
66. A PARBOLA DAS DEZ VIRGENS Ford declara que a aplicao que Ellen White faz de Mat. 25:1-12 ao movimento milerita em O Grande Conflito uma aplicao "de princpio antes que de exegese", mas ele se refere a esta aplicao como uma "posio errnea" e diz que ela "no escriturstica". Ele afirma que "ao passo que Ellen White em O Grande Conflito equiparou Daniel 8:14 com Mat. 25:1-13, e apontou para 1844 como o cumprimento de ambos, ao escrever posteriormente sobre Mat. 25:1-13 ela omitiu inteiramente esta aplicao, e apontou o fim do mundo como seu cumprimento". (Ford, pp. 596, 544, 659). H alguma verdade nesta alegao?
Ellen White aplicou a parbola das dez virgens ao movimento Milerita em Spirit of Prophecy, vol. 4, pp. 248-250, publicado em 1884, e no Grande Conflito, publicado em 1888 e 1911. Ela aplicou a parbola a igreja que vive justamente antes da segunda vinda em Parbolas de Jesus, publicado em 1900. significativo que, conquanto ela tenha feito algumas mudanas na edio de 1911 em O Grande Conflito, como j mencionamos, ela no mudou sua interpretao da parbola das dez
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 77 virgens. bvio que ela ainda cria ser esta vlida. Portanto, no correto dizer que, aps 1900, "ela omitiu inteiramente esta aplicao". Quem pode dizer que destas duas aplicaes da parbola uma deve estar errada? Mateus 24:4-14 tem dupla aplicao. Por que no tambm Mateus 25:1-12?
67. O ABALO DAS POTESTADES DO CU
Em O Grande Conflito, pp. 306-308 e 331-335, Ellen White declara que os sinais no sol, na luz e nas estrelas foram cumpridos em 1780 e1833. Em Primeiros Escritos, p. 41, ela diz que as potestades do cu (o sol, a lua e as estrelas) sero abalados pela voz de Deus, o que ainda um evento futuro. Ford afirma que estas duas profecias apontam para o mesmo evento. (Ver Ford, pp. 547-549). Isto correto? No. Em seu relato em O Grande Conflito Ellen White est discutindo os sinais nos cus a que Lucas 21:25 se refere, enquanto que em Primeiros Escritos ela est discutindo o abalo das potestades do cu mencionado em Luc. 21:26. Estes so o mesmo evento, mas eventos distintos. O sol no foi "abalado" quando escureceu, nem a lua foi "abalada" ao tornar-se como sangue. Ellen White declara que "o sol, a lua e as estrelas se movero em seus lugares" com a voz de Deus. Este claramente um conjunto de eventos diferente do escurecimento do sol, etc.
68. O TERREMOTO DE LISBOA E OS SINAIS NOS CUS
Ford afirma que a explicao de Ellen White sobre Apoc. 6:12, 13 e Lucas 21:25 como "aluses ao terremoto de Lisboa, o dia escuro e a queda das estrelas, uma aplicao adequada ao povo ao qual primeiro se dirigia adventistas do sculo dezenove. Esta aplicao antiquada para o sculo vinte" (Ford, p. 546). Estes eventos ainda tm importncia para os nossos dias?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 78 Ellen White no cria que suas referncias aos eventos de 1755, 1780 e 1833 eram antiquados no sculo vinte. Em 1911 ela fez algumas mudanas no texto de O Grande Conflito, mas no mudou sua interpretao destes trs sinais. A chuva de estrelas em 1833 pode parecer histria antiga para algumas pessoas, mas em termos da histria total da Terra um evento bastante recente e nos assegura que a vinda do Senhor est realmente prxima. Devemos tambm nos lembrar que o Senhor estava preparado para retornar a esta Terra muitos anos atrs e que Seu retorno tem sido retardado por causa da deficincia humana. (Ver Evangelismo, pp. 694697).
69. AS VISES SOBRE ASTRONOMIA
Ford declara que "os astrnomos no tm conhecimento de qualquer grande espao aberto em rion, e as luas planetrias enumeradas em uma antiga viso de Ellen G. White j no so consideradas corretas pelo conhecimento moderno " (Ford, pp. 620621). Quo precisas so as declaraes de Ellen White em Primeiros Escritos, pp. 40-41? Perguntamos, quo completo nosso conhecimento sobre rion? E como pode qualquer um dizer que o nmero de luas que Ellen White mencionou no correto quando no h maneira alguma de saber que planeta ela viu? Ningum pede provar que suas declaraes esto erradas. Uma discusso completa das luas planetrias pode ser encontrado em Ellen G. White and Her Critics, de F. D. Nichol, pp. 91-101.
70. A NO RESPONDIDA CARTA DE BALLENGER
Ford cita uma carta de 5 pginas endereada a Ellen White em 1909 por A. F. Ballenger na qual ele pedia uma refutao escriturstica de seus pontos de vista sobre o santurio. Ford nota
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 79 que esta carta foi "uma que no recebeu resposta pessoal" (Ford, pp. 64-69). Por que Ellen White no respondeu a Ballenger? Ellen White nunca tentou, em tempo algum, escrever um comentrio exegtico detalhado de qualquer passagem escriturstica. Ela deixava este tipo de atividade para outros. Tanto mais era necessrio, com a idade de 82 anos, que ela deixasse a correspondncia argumentativa e a defesa da f nas mos dos irmos. Ellen White havia expressado inteiramente suas opinies sobre os ensinos de Ballenger em 1905, 1906 e 1907. Eu anos anteriores ela havia apresentado exposies fundamentadas na Bblia sobre a verdade do santurio em vrios de seus livros. Havia pouco a adicionar em 1909. (Ver Manuscript Release N 760, de 31 pginas, "A Integridade da Verdade do Santurio").
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The Tribune Chicago de 23 de novembro de 1980, cita as palavras de Walter Rea: "Ellen G. White foi uma plagiadora". H qualquer fundamento nesta acusao? Plgio, como geralmente se entende, inclui o ato de um autor ao fazer extraes dos escritos de outro sem mencion-lo, a prtica de fraude por fazer material de outro passar como se fosse seu, e o ato de privar o autor original de reconhecimento e de seus justos benefcios financeiros. fato que Ellen White verdadeiramente usou obras de outros at certo ponto enquanto empenhada em seus escritos, mas no h nenhuma evidncia de inteno de fraude por parte dela, nem h evidncia de que qualquer outro autor fosse alguma vez privado de seus legtimos benefcios por causa das atividades dela. Nenhum editor ou autor em qualquer parte j processou ou ameaou processar Ellen White sob a alegao de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos. (Veja Brief Statements Regarding the Writings of Ellen G. White*, p. 14; veja tambm F. D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics, pp. 403-467 para uma discusso completa sobre a questo do Plgio).
72. LEIS SOBRE DIREITOS AUTORAIS E PLGIO NO SCULO PASSADO
Existiam direitos autorais cem anos atrs? Os White tinham conhecimento dessas leis? Compreendiam o que constitua o plgio? Sim, existiam de fato leis sobre direitos autorais, e a famlia White, bem como os adventistas em geral, estavam cientes dessas leis. Tambm
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Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 81 compreendiam o que significava a palavra "plgio". Em 1864 Urias Smith escreveu um editorial na Review:
"Plgio: esta uma palavra usada para expressar 'roubo literrio', ou o ato de tomar as produes de outrem e faz-las passar por sua prpria. "Em a World Crisis (Crise do Mundo) de 23 de agosto de 1864, encontramos um poema com o devido cabealho: 'Para a Crise do Mundo' e assinado: 'Luthera B. Weaver'. Qual no foi nossa surpresa, portanto, ao descobrir que esse poema era nosso hino familiar: 'Por muito tempo sobre as montanhas, cansado, / Foi torturado o rebanho disperso'. "Este poema foi escrito por Annie R. Smith, e publicado pela primeira vez na Review, vol. II, n 8, de 9 de dezembro de 1851, e tem estado em nosso hinrio desde que a primeira edio saiu, depois disso. ... "Estamos plenamente de acordo que trechos da Review, ou de qualquer de nossos livros, sejam publicados em qualquer extenso, e tudo que pedimos , que se nos faa simplesmente justia, ao fazer a devida meno do autor ou da obra". Review and Herald, 6 de setembro de1864, p. 120.
Edson White, que havia-se tornado um editor por conta prpria, uma vez aconselhou seu irmo mais novo, Willie, no tocante a direitos autorais (copyrights) de hinos:
"Com respeito a direitos autorais: voc est enganado ao pensar que eles tm apenas uma reserva de direitos autorais geral para o hinrio todo. Cada pea original (de msica) tem sua reserva de direitos autorais. Mesmo que tal no se d eu recebo conselho sobre o assunto do Bibliotecrio da Assemblia Legislativa. Ele diz que uma reserva geral de direitos autorais vlida para cada pea musical do livro a menos que elas devessem ser publicadas separadamente. Eu queria palavras de Biglow e Nain para uma Antfona, mas no ousei us-las at que houvesse escrito. Eu o aconselharia a ser muito cuidadoso sobre a infrao de direitos autorais. O mundo logo passar a usar tudo que puder comandar contra ns, e o que eles permitissem que fosse feito hoje poderia no futuro causar-nos grande dano". James Edson White a W. C. White, 21 de maio de 1878.
O editor de Youth's Instructor em1895 expressou seu desgosto por ter sido ludibriado por alguns colaboradores do peridico. Ele protestou energicamente: "De boa f temos recebido artigos como se fossem originais, que posteriormente, para grande decepo de nossa parte,
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 82 verificou-se terem sido copiados na ntegra de escritos alheios". O editor referiu-se a esta prtica como plgio e roubo. Declarou ele:
"Um plagiador algum que alega ter escrito um artigo original, mas que o tomou emprestado talvez roubou seria uma palavra mais apropriada de outra pessoa. Algumas pessoas que achariam ser um grande pecado roubar uma arroba de mas ou um dlar em dinheiro, no hesitam em roubar pensamentos ou expresses escritos de outros, e ento apresentlas como suas. Tais indivduos necessitam ter suas sensibilidades morais aguadas, a fim de poderem compreender que to verdadeiramente um roubo furtar um artigo de um livro ou peridico e mand-lo para ser publicado como se fosse original, como o furtar qualquer outra coisa.
Em vista do fato de que os Whites estavam familiarizados com as leis sobre direitos autorais, por que nem sempre Ellen White usa aspas e menciona outros autores quando extraiu material deles? A despeito da existncia de leis sobre direitos autorais, no era raro que os escritores de um sculo atrs, tanto religiosos quanto seculares, fizessem emprstimos uns dos outros sem fazer meno especfica do autor. Em sua History in the United States 1800-1860 (Johns Hopkins Press, 1970), George Callcott declara:
"O segundo principal ataque que os eruditos modernos faziam aos historiadores do incio do sculo dezenove girava em torno do juzo, a prtica de usar em suas prprias obras a mesma fraseologia que alguma outra pessoa usou. O historiador do incio do sculo dezenove ficaria assombrado com o ataque e pleitearia nolo contendere,* e simplesmente
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Um apelo do ru em um caso criminal declarando que ele no far uma defesa, mas no admitindo a culpa. Nota do tradutor.
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salientaria que nunca pretendeu ser original quando podia encontrar uma outra pessoa que havia dito de forma satisfatria o que ele tinha em mente. "Um dos primeiros a ser atacados foi William Gordon, por usar material do Annual Register sem aspas. ... "Aps citar suas fontes, um escritor tpico declarou que 'desejava admitir publicamente que ele freqentemente copiava a linguagem, bem como os fatos, e no era minucioso a ponto de tirar a beleza de sua pgina com aspas'. Outro lisonjeiramente explicou que seus 'primeiros cinco captulos... so do esboo histrico admiravelmente escrito no Martin's Gazetteer'. Outros abertamente declaravam que no haviam 'hesitado' em copiar um estudo bem escrito de poca anterior; que eles usaram 'amplamente a linguagem de outros'; que utilizavam obras alheias 'sem fazer apresentao das autoridades nas quais me baseei'; que, ao ser encontrada uma boa fonte, eles haviam 'adotado a fraseologia do autor por completo'; e que eles haviam 'feito uso delas como propriedade pblica'. "O historiador do incio do sculo dezenove no sentia necessidade de provar sua originalidade, e no teria compreendido porque deveria fazer questo de retrabalhar um material quando o que ele queria dizer j havia sido melhor dito por um outro. ... "Os historiadores em geral se sentiam lisonjeados e no insultados quando suas palavras eram usadas por outrem. notvel nesse perodo a ausncia de rivalidade por erudio, e os escritores que faziam emprstimos um do outro continuavam a manter as melhores relaes". pp. 134-136.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 84 Em 1873 W. F. P. Noble publicou seu excelente livro, The Prophets of the Bible, com o seguinte prefcio:
"Ao preparar estes esboos, o autor livremente se utilizou de qualquer material que servisse ao seu objetivo. Reconhece ele sua dvida para com vrios autores que trataram deste mesmo grande tema em qualquer de seus aspectos. Estiveram perante ele as obras de muitos autores e foram usadas tanto quanto podiam ser teis para seu propsito. Esforou-se ele por trazer a essncia de vrios livros perante uma classe de leitores que no tm acesso a essas fontes; e com este fim em vista, foi incorporada qualquer citao de outros autores que parecia Provavelmente comunicar interesse adicional leitura das Escrituras; isto foi feito na medida em que o espao permitia. "No achou ele necessrio, no desenvolvimento deste plano, sobrecarregar as pginas com referncias marginais, ou o texto impresso com aspas, mas julgou ser suficiente fazer esta meno geral no incio".
Conybeare e Howson, de quem acusou-se Ellen White de haver copiado, fizeram emprstimos de outros autores sem fazer-lhes meno ou usar aspas. (Veja Nichol, pp. 424, 425). D. H. Canright, que em 1387 condenou a Sra. White por esta prtica, fez, ele prprio, extensos emprstimos literrios em uma publicao sua de 1878, sem nenhuma indicao no prefcio ou em qualquer outra parte de que ele estava fazendo isto. (Veja Nichol, p. 408). Raymond Cottrell declara que quando estava trabalhando no Comentrio Bblico Adventista, teve ocasio de comparar, um com o outro, trinta comentrios sobre I Corntios. Para seu assombro descobriu ele que muitos desses respeitados comentaristas haviam "copiado significativas quantidades de material uns dos outros, sem mencionar a fonte uma s vez" (The Literary Relationship Between the Desire of Ages, by Ellen G. White, and The Life of Christ, by William Hanna", p. 6). Em 1920 a Review and Herald publicou o Livro de Texto para o 3 Grau, de W. W. Prescott, The Doctrine of Christ, que trazia aspas mas no referncias em mais de 700 dos 1000 pargrafos de material citado de outras fontes. O que os editores atuais no conceberiam por um momento era aparentemente perfeitamente aceitvel em 1920. Prescott
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 85 defendia este emprstimo liberal de outros autores sem fazer referncias. Declara ele em sua nota introdutria:
"Em todas as citaes nas notas tiradas do esprito de profecia h as devidas referncias do livro e da pgina. As outras citaes foram selecionadas de muitas fontes, mas como estas no so citadas como autoridades, mas apenas utilizadas para a expresso de pensamento, no se deu as referncias". The Doctrine of Christ, p. 3.
Quando lhe disseram que ela no havia feito justia aos autores dos quais extrara em sua edio de O Grande Conflito em 1888, qual foi a resposta de Ellen White? Apesar de a maioria das sentenas e pargrafos citadas diretamente na edio de 1888 de O Grande Conflito estarem entre aspas, no se fez referncia aos autores citados. A oportunidade de incluir aspas nos poucos casos em que era necessrio, e de inserir referncias, surgiu quando se fez nova montagem dos tipos de imprensa em 1910, W. C. White escreveu a A. G. Daniells nessa poca:
"Quando apresentei a mame a questo sobre o que devamos fazer no que respeita s citaes de historiadores e referncias aos mesmos, ela foi pronta e segura em sua opinio de que devamos fazer as devidas menes onde quer que fosse possvel". W. C. White a A. G. Daniells, 20 de junho de 1910; Arquivo de Documentos N 83b.
Algumas pessoas acusaram Ellen White de compor seus escritos noite e nas primeiras horas da manh "porque ela no queria que ningum mais soubesse que ela estava copiando de outros autores". H qualquer fundamento nessa acusao? No h absolutamente qualquer verdade nesta insinuao de fraude. Ellen White nos diz muitas vezes porque escrevia nesse horrio. So tpicas as seguintes declaraes:
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"Na quarta-feira, eu no pude conciliar o sono aps uma e meia da manh. Estava com um peso na mente e nas vises da noite certos assuntos me impressionaram e eu acordei. No pude encontrar alvio at que me levantei e comecei a traar no papel aquilo que me oprimia, e que me foro apresentado em lies objetivas. Na quinta-feira dormi at as duas e meia da manh e ento me levantei e novamente encontrei alvio ao escrever". Manuscrito 74, 1894.
Era costume de Ellen White, especialmente em seus ltimos anos, deitar-se cedo e levantar-se cedo. Ela escrevia quando sua mente estava clara e descansada, a casa estava quieta e ela estava livre de perturbaes. Se, como se alega, Ellen White estava ansiosa por ocultar seus emprstimos literrios, porque ento fazia citaes de obras clssicas que estava nas bibliotecas de muitos de seus leitores? D'Aubign, Wylie, Conybeare e Howson, e Geikie eram nomes familiares para muitos adventistas. Se Ellen White desejava manter em segredo seus emprstimos literrios, porque instou ela com os que no futuro possivelmente adquiririam seu livro: Sketches from the Life of Paul a que tambm adquirissem a obra de Conybeare e Howson sobre Paulo? O livro dela foi publicado em junho de 1883. No Signs of the Times de 22 de fevereiro de 1823 ela recomendou o volume de Conybeare e Howson aos leitores do Signs como um "livro de grande mrito". Neste mesmo ano 2.000 cpias do livro de Conybeare e Howson foram gratuitamente distribudas como prmios dos assinantes do Signs, trs mil cpias de Geikie foram distribudas na mesma base em 1881-82 (Veja Brief Statements, pp. 14, 15). Tambm recomendou ela a Histria da Reforma de D'Aubign, do qual extraiu extensivamente, como presente ideal de Natal (Veja Review and Herald, 26 de dezembro de 1882). Quando Ellen White extraiu da publicao de Urias Smith sobre o santurio em 1884 e 1888 ela estava usando um livro que era bem conhecido dos adventistas. Ela obviamente no se importava se seus leitores notavam os paralelos entre as obras dela e as de outros. As acusaes ou inferncias de que Ellen White usava de fraude em seus emprstimos literrios no tm fundamento.
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The Chicago Tribune, de 25 de novembro de 1980, declarou: "White, uma reformadora pr-sade que dizia haver experimentado vises divinas, sempre sustentou que seus princpios religiosos eram inspirados por Deus. Escreveu ela em 1867: 'Embora eu seja to dependente do Esprito do Senhor para escrever minhas vises como para receb-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi so minhas, a menos que sejam ditas por um anjo'." Cita-se ento as palavras de Walter Rea: "Deparamo-nos ento com a escolha de viver com a verdade amarga em vez de com a doce mentira". Na mesma data Rea citado no Independent Press-Telegram de Long Beach, dizendo: "Por que ela mentiu? Eu no sei". Que queria Ellen White dizer quando afirmou que as palavras que empregava eram dela prpria? Ellen White havia escrito que o vestido segundo a reforma deveria "estar afastado da sujeira da rua uma polegada ou duas" e "deve estar pouco abaixo do cano da bota" a "mais ou menos nove polegadas acima do cho" (Testimonies, vol. 1, pp. 458, 461, 521). Quando um de seus leitores pensou ter visto uma contradio nestas trs declaraes, ela explicou:
"A distncia apropriada do vestido ao cho no me foi dada em polegadas. Nem me foram mostradas as botinas das senhoras; mas diante de mim passaram trs grupos de mulheres, tendo seus vestidos como se seque no que respeita ao comprimento: "O primeiro era do comprimento segundo a moda. Sobrecarregando os membros, impedindo o passo, varrendo a rua e juntando as sujidades: do qual declarei os maus resultados. Esta classe, serva da moda, parecia fraca e lnguida. "O vesturio da segunda classe que passou diante de mim era a muitos respeitos como devia ser, os membros estavam bem vestidos. Achavam-se livres das cargas que a tirana moda impusera primeira classe; foram, porm, a um estremo de vestidos curtos que desgostavam e suscitavam preconceitos a pessoas boas, destruindo em grande medida sua prpria influncia...
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"Uma terceira classe passou diante de mim com semblantes animados, e passo desembaraado e lpido. Seu vesturio era do comprimento que descrevi como apropriado, modesto e saudvel. Estava umas poucas polegadas acima da sujeira da rua e do passeio e de acordo com todas as situaes, como subir ou descer degraus, etc. "Como anteriormente declarei, o comprimento no me foi dado em polegadas, e no me foram mostradas as botinas das senhoras. E desejo aqui declarar que, se bem que eu seja to dependente do Esprito do Senhor ao escrever minhas vises como ao receb-las, todavia as palavras que emprego so minhas mesmo, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas. Quando escrevi sobre o questo do vesturio, a viso daqueles trs grupos reavivou-se em minha mente de modo to claro como quando a tivemos foi-me permitido descrever o comprimento do vesturio em minha prpria linguagem, o melhor que me fosse possvel". Review and Herald, 8 de outubro de 1867, pp. 260, 261.
Ellen White estava dizendo, em realidade: "O palavreado exato de meus testemunhos no me dado por Deus. s vezes so-me mostradas cenas sem quaisquer palavras. Ao escrever, tenho de eu mesma escolher as palavras e expresses. As palavras so minhas, no de Deus". Era precisamente porque Deus no ditava Suas mensagens palavra por palavra que ela sentia a necessidade de ajuda de outros escritores para se expressar da melhor maneira possvel. injusto para com Ellen White tomar uma declarao que ela fez num contexto especfico e fazer com que parea significar exatamente o oposto do que ela pretendia.
77. POR QUE ELLEN WHITE FEZ EMPRSTIMOS LITERRIOS DE OUTROS AUTORES Por que Ellen White tomou material emprestado de outros autores?
H pelo menos quatro respostas a essa pergunta. Primeiro, era para ajud-la a bem expressar o que ela havia visto e ouvido em visto. Ela freqentemente aludia a sua sensao de insuficincia diante da tarefa de colocar pensamentos e cenas de origem divina em linguagem humana. Com apenas trs anos de escolaridade
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 89 formal, ela descobriu que ler vastamente a ajudava. Ela ficava de sobreaviso para descobrir expresses mais claras melhores para usar na composio de seus artigos e livros. Se seus pensamentos fossem comuns, poderia ser bem mais fcil para ela express-los por escrito. Mas havia-lhe sido mostrado em viso, por exemplo, a paixo da Cruz, e ela se encontrou em angstia para encontrar as melhores palavras para comunicar as supremas profundezas de significado e sentimento com os quais havia sido inspirada. Quando encontrava frases em outros escritores cristos que a ajudavam na expresso do que sentia, ela se sentia grata. W. C. White declara:
"Ao escrever seus livros, ela achou algumas vezes muito difcil e trabalhoso colocar em palavras as cenas a ela apresentadas; e quando encontrou na linhagem de outrem uma representao correta do pensamento apresentado a ela, algumas vezes copiou oraes e pargrafos sentindo que era seu privilgio utilizar as corretas declaraes de outros escritores sobre as cenas que lhe haviam sido apresentadas". W. C. White a J. J. Gorrell, 13 de maio de 1904.
Em segundo lugar, ela extraiu detalhes histricos, geogrficos, cronolgicos, e de outros tipos, no revelados a ela em viso. W. C. White escreve, como foi acima mencionado:
"Nalgumas das questes histricas, como as que so realadas em Patriarcas e Profetas, em Atos dos Apstolos e em O Grande Conflito, as partes principais foram tornadas muito claras e evidentes para ela, e quando passou a escrever sobre esses assuntos, teve de estudar a Bblia e a Histria, a fim de obter datas e relaes geogrficas e completar sua descrio dos pormenores." Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 462.
Ellen White nunca afirmou ter recebido em visto todas as mincias de suas informaes histricas. Declarou ela:
"Os grandes acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma nas pocas passadas, constituem assunto da Histria, bastante conhecidos e universalmente reconhecidos pelo mundo protestante; so fatos que ningum pode negar. Esta histria apresentei-a de maneira breve" O Grande Conflito, p. 7.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 90 Em terceiro lugar, por vezes o Senhor a guiava descoberta e uso de lindas gemas da verdade nas obras de outros autores. W. C. White e O. E. Robinson escreveram:
"No incio de sua experincia, quando ela estava extremamente angustiada com respeito dificuldade de colocar em linguagem humana as revelaes de verdades que lhe haviam sido comunicadas, foi-lhe trazido lembrana o fato de que toda sabedoria e conhecimento vem de Deus e foilhe assegurado que Deus lhe concederia graa e guia. "Foi-lhe dito que, ao ler livros e peridicos religiosos, ela encontraria preciosas gemas da verdade expressas em linguagem aceitvel, e que serlhe-ia dada ajuda divina para reconhec-las e separ-las do refugo do erro com o qual ela algumas vezes as encontraria associadas". Brief Statements, p. 6.
Ao usar gemas encontradas nos escritos de outros, no h dvida de que para Ellen White ela estava seguindo um exemplo estabelecido pelo prprio Deus. Cristo deu-nos a regra urea (Mat. 1:12), mas o Rabi Hillel J havia escrito uma gerao antes: "O que detestvel para ti, no o faas a teu vizinho; esta toda a Lei, enquanto o resto o comentrio a respeito disto". Os pensamentos, e mesmo algumas das palavras da orao do Senhor podem ser encontradas em oraes rituais judaicas de poca anterior, conhecidas como Ha-Kaddish (veja Comentrio Bblico Adventista, vol. 5, pp. 346, 356). No que respeita ao uso de tais obras por Cristo, escreveu Ellen White:
"Cristo era o originador de todas as antigas gemas da verdade. Atravs da obra do inimigo essas verdades haviam sido deslocadas, haviam sido desligadas de sua verdadeira posio, e colocadas no encaixe do erro. A obra de Cristo consistia em reajustar e estabelecer as preciosas gemas no encaixe da verdade. ... "O prprio Cristo podia usar qualquer dessas antigas verdades sem estar Se apropriando da mnima partcula do que outros haviam dito, pois Ele as havia originado a todas. Ele as havia projetado nas mentes e pensamentos de cada gerao, e quando veio a nosso mundo, reorganizou e deu vida s verdades que haviam-se tornado mortas, tornando-as mais vigorosas para beneficio das futuras geraes. Era Jesus Cristo quem
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possua o poder de resgatar do refugo as verdades, e novamente d-las ao mundo com louania e poder superiores ao que originalmente possuam". Manuscrito 25, 1890 (veja tambm O Desejado de Todas as Naes, p. 287).
Em quarto lugar, ela se utilizou de alguns dos escritos doutrinrios de seus companheiros de labuta, uma vez que eles haviam desenvolvido seus conceitos doutrinrios atravs de estudo conjunto. Declaram W. C. White e D. E. Robinson:
"Quando eram publicados tratados e panfletos, as exposies da verdade nelas contidas freqentemente representavam o resultado de estudo conjunto, combinado, e as formas de se expressar das vrios escritores eram muito similares, e s vezes idnticas. Todos sentiam que as verdades a ser apresentadas eram propriedade comum e onde quer que um pudesse ajudar ao outro ou obter ajuda do outro para expressar as verdades bblicas, era considerado correto assim proceder. Por conseguinte, havia muitas declaraes excelentes da verdade presente copiadas por um autor de um outro. E ningum dizia que aquilo que ele havia escrito era sul propriedade exclusiva. "Com o decorrer do tempo muitas coisas que a Irm White escreveu e disse eram usadas por outros sem fazer-lhe meno, e ela por sua vez, quando tratando de exposio de profecias ou declaraes doutrinrias, sentia-se livre para usar, sem dar a referncia, as declaraes e ensinos de escritores importantes dentre os pioneiros, quando encontrava nos escritos dos mesmos a idia exata do que ela desejava apresentar. ... no delineamento de exposies profticas e doutrinrias que a encontramos usando palavras de outros ou parafraseando-as de perto". Brief Statements, pp. 10, 19.
Em sua introduo a O Grande Conflito, primeiramente em 1888 e novamente em 1911, Ellen White admitiu ter-se valido dos escritos no s de historiadores, mas tambm dos que "levam avante a obra da Reforma em nosso prprio tempo" (p. 7). Parece que ela tem em mente aqui escritores tais como Urias Smith, J. N. Andrews, e Tiago White.
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A Sra. White alguma vez admite seus emprstimos literrios em outro lugar alm da introduo de O Grande Conflito? No que saibamos. O Grande Conflito foi o primeiro dos cinco livros da srie "Conflito dos Sculos" a ser publicado, e o nico que contm uma introduo de sua prpria autoria. Pode ser que Ellen White pretendeu que a introduo de O Grande Conflito fosse considerado como introduo a toda a srie de cinco livros. Ellen White parece no ter considerado a parfrase uma prtica irregular para um escritor, ou ter achado que isso requeresse uma meno ao autor. W. C. White fala do hbito dela "de usar partes de sentenas encontradas nos escritos de outros e completar com uma parte de sua prpria redao". Diz ele que este "hbito" no era questionado por ningum at por volta do ano de 1885. Mesmo ento, diz ele, "quando os crticos indicaram esse aspecto de sua obra como uma razo para pr em dvida o dom que a habilitara a escrever ela deu pouca ateno para isso." (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 460). W. C. White uma vez concordou com seu irmo que seria prprio usar o mtodo de parfrase, uma vez que a parfrase eliminaria a necessidade de aspas e, presumivelmente, de referncias, Ele aconselhou a Edson:
"No que se refere do 'Passado Presente e Futuro' (um livro de Edson White) estamos muito interessados no que voc escreveu concernente s sugestes feitas por nossos irmos em Washington e sua inteno de reescrever as pores do livro nas quais h numerosas citaes dos escritos de mame e de outros autores de nossa denominao.... Eu tendo a crer que Dores Robinson tem muito dom para essa tarefa de dizer de outra forma as verdades ressaltadas nos escritos de mame e de outros autores, de forma que possam ser usadas sem aspas". - W. C. White a J. E. White, 19 de maro de 1913.
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O jornal Los Angeles Times de 23 de outubro de 1980, declara que alguns dos argumentos de Ford contra a doutrina adventista do juzo investigativo "eram baseadas na evidncia de Ellen G. White ter-se valido, para seus trs captulos sobre o Juzo Investigativo no Cu, dos escritos anteriores dos companheiros adventistas Urias Smith e J. N. Andrews" . O artigo do Times ento cita as palavras da Ford: "Foi Rea quem primeiro mencionou os paralelos para mim. No apenas estava sentena aps sentena copiado ou parafraseada, como tambm suas fontes continham erros que ela repetiu". Quo semelhante o relato de Ellen White sobre o santurio e o juzo ao de Urias Smith? Em seu primeiro pargrafo de O Grande Conflito, p. 409, Ellen G. White usou fragmentos do fraseado de seis pginas do livro de Smith. Note as comparaes dadas abaixo. Elas so extradas do estudo de Delmer Johnson. "Uma comparao do captulo XIII de O Grande Conflito de Ellen G. White, edio de 1911, e The Sanctuary and the Twenty-Three Hundred Days of Daniel VIII, 14" de Urias Smith, 2. edio de 1877". Ao avaliar o significado destes paralelos, o leitor pode desejar referir-se ao quarto ponto mencionado na questo 77. Ellen G White O Grande Conflito, p. 409. A passagem que, mais todas as outras, havia sido tanto a base como a coluna central da f do advento foi: Urias Smith The Sanctuary, cap. 1. Digamos ento, antecipadamente, que o santurio um grande objeto central no plano da salvao. p. 10 O santurio ocupa esta posio central. Nele as grandes verdades da revelao encontram seu ponto focal. p. 11. Ele os levou a uma plena renncia das posies uma vez reconhecidas
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 94 como sendo a base e coluna da f do advento. p. 24 "At duas mil e trezentas tardes "At duas mil e trezentas tardes e e manhs; e o santurio ser e manhs; e o santurio ser purificado". Daniel 8: 14. Estas purificado, eram palavras familiares palavras haviam sido familiares a todo feliz crente na prxima vinda do a todos os crentes na prxima Senhor. Elas estavam gravadas no vinda do Senhor. escudo de todo soldado nas fileiras do "Era esta profecia repetida pelos Advento. Eram elas alegremente lbios de milhares, como a senha proferidas por muitos lbios como a de sua f. Todos sentiam que senha de seus mais ardentes desejos dos acontecimentos nela preditos e suas mais brilhantes esperanas. p. 17 dependiam suas mais brilhantes expectativas e mais acariciadas esperanas. Ficar demonstrado que esses Haviam sido produzidos argumentos, dias profticos terminariam no invulnerveis a todos os ataques de outono de 1844. opositores, e inteiramente satisfatrios a todos os que amavam a doutrina do advento nessa poca, que os 2300 dias findariam em 1844, p. 19 Em conformidade com o resto O santurio a Terra, ou pelo menos do mundo cristo, os adventistas alguma parte da Terra. Sua purificao admitiam, nesse tempo, que a deve ocorrer pelo fogo. Mas a renovao Terra, ou alguma parte dela, era da Terra pelo fogo deve ocorrer apenas o santurio. Entendiam que a por ocasio da segunda vinda do Senhor. purificao do santurio fosse Portanto o Senhor vir no trmino dos a purificao da Terra pelos fogos 2.300 dias. O tempo indicado chegou do ltimo grande dia, e que ocorreria finalmente; mas o Senhor no por ocasio do segundo advento. chegou. p. 20 Da a concluso de que Cristo voltaria Terra em 1844.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White Mas o tempo indicado passou Deus no podia ser o autor da e o Senhor no apareceu, os confuso que existia desde este crentes sabiam que a Palavra tempo em alguns ramos do corpo de Deus no poderia falhar; adventista. p. 20 deveria haver engano na Onde havia sido cometido interpretao da profecia; onde, o engano? p. 20 porm, estava o engano?
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Johnson chegou seguinte concluso de como Ellen White provavelmente usou os escritos de Smith: "Parecia razovel assumir que durante os anos entre sua apresentao do santurio em 1858 e o tempo em que ela escreveu 4SP (Spirit of Prophecy, vol. IV), Ellen White obteve uma cpia da edio de 1877 de The Sanctuary (O Santurio) de Urias Smith e a leu. Provavelmente ela achou que a obra de Smith era "uma apresentao do assunto, pronta e positiva". Smith fornecia alguns detalhes histricos e uma descrio conveniente do interior do santurio terrestre. Ela deve ter-se lembrado disto quando se assentou para escrever em 1884 e recorreu a The Sanctuary como fonte de auxlio para apresentar o assunto que ela disse, em 1858, haver visto em viso. Ela tambm usou sua Bblia e talvez uma concordncia ao compor este captulo. Em 1888 ela usou tambm o volume quarto de Spirit of Prophecy e freqentemente copiava largas pores verbalmente. "Quer parecer que Ellen White lia um captulo ou dois do livro de Smith e ento escrevia alguns pargrafos sobre o assunto. medida que escrevia pode ser que tenha recorrido a alguns lugares especialmente teis pelos quais j passara. evidente, contudo, que ela no simplesmente 'copiou' The Sanctuary. Ela pensava entre o tempo que lia e o tempo que escrevia. No h uma s sentena, exceto citaes bblicas, no qual Smith foi citado palavra por palavra. s vezes ela resumia uma pgina numa nica sentena. Em alguns lugares,ela resumiu captulos inteiros com uma sentena. Em outras ocasies,
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 96 quando estavam sendo descritos a aparncia do interior do santurio e o ritual do dia da expiao, ela tomou a liberdade de seguir mais de perto os escritos dele". Delmer Johnson, Comparison, etc., pp. 54, 55, Arquivo de Documentos do Patrimnio White, N 615).
80. EXEMPLOS DE CPIA PALAVRA POR PALAVRA
O uso dos escritos de Urias Smith por Ellen G. White tpico do modo como ela usava outros autores ou h exemplos de cpia mais prxima palavra por palavra, possivelmente de sentenas inteiras? O uso dos escritos de Smith por Ellen White era bem tpico de seu mtodo de fazer emprstimos literrios. H, contudo, alguns casos de cpia ou dependncia muito prxima. So dados abaixo vrios exemplos: Outros Autores "A guia dos Alpes algumas vezes derribada pela tempestade nos estreitos desfiladeiros das montanhas. As nuvens em negras e furiosas massas passam entre a
poderosa ave e os pncaros ensolarados onde ela constri seu ninho e se aquece na plenitude do dia. Por um momento ela bate aqui e acol, esbofeteando a
Ellen G. White "A guia dos Alpes algumas vezes derribada pela tempestade pelos estreitos desfiladeiros das montanhas A esta poderosa ave das florestas rodeiam nuvens tempestuosas, cujas
negras massas a separam dos pncaros batidos de sol em que ela estabeleceu
tempestade com as fortes asas e despertando, com seus guinchos selvagens, ecos nas montanhas, tentando inutilmente encontrar uma sada de sua priso escura e cercada por altas muralhas" (Daniel March, Our Father's House, p. 254)
o lar. Parecem infrutferos seus esforos para escapar. Bate aqui e acol, aoitando o ar com seus guinchos, ecos nas montanhas." (Educao, p. 118)
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 97 "A grande necessidade nesta poca "A maior necessidade do mundo de homens. Homens que no estejam de homens homens que no se venda. Homens que sejam honestos, comprem nem se vendam; homens ntegros do interior para o exterior, que no ntimo da alma sejam verdadeiros at o mago do corao verdadeiros e honestos; homens homens que condenaro o erro em que no temam chamar o pecado um amigo ou inimigo, em si mesmos pelo seu nome exato; homens, tanto quanto nos outros. Homens cujas cuja conscincia seja to fiel ao conscincias sejam to firmes como a dever como a bssola o ao plo; bssola ao plo. Homens que permaneam homens que permaneam firmes firmes pelo que reto mesmo que os cus pelo que reto, ainda que caiam se abalem e a Terra vacile". (Annimo os cus." (Educao, p. 57) na Review and Herald de 24 de janeiro de 1877, p. 47 "Seu nome deveria ser para Eles senha, "O nome de Cristo devia ser a insgnia, o princpio de sua piedade, o senha, a insgnia, o lao de unio, lao de sua unio, o fim de suas aes, a autoridade para sua norma de a autoridade para sua conduta, e a fonte conduta, e o fonte de seu sucesso. de seu sucesso. Nada deveria ser Nada deveria ser reconhecido em reconhecido ou recebido em Seu reino Seu reino que no trouxesse Seu que no trouxesse a inscrio de Seu nome e inscrio. (Atos dos nome. (John Harris, The Great Apstolos, p. 28) Teacher, p. 32 (ed. 1842). "Ele poderia ter proferido uma nica "Poderia haver desvendado mistrios sentena, que, ao fornecer a chave de que patriarcas e profetas almejavam
muitos mistrios, e possibilitar um vislumbre de arcanos nunca dantes conhecidos, teria reunido e concentrado ao redor de si a diligente reflexo de cada gerao sucessiva at o fim dos perscrutar, que a curiosidade humana desejava ansiosamente compreender. ... Jesus no recusava repetir antigas verdades familiares, pois era o Autor
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 98 contanto que sua meno delas servisse que tinham sido desvirtuadas e a seu grande propsito; pois, embora se mal empregadas e que foram
propusesse a erigir um segundo templo de desligadas de sua posio correta; verdade, cuja glria eclipsaria o esplendor apresentando-as como preciosas do primeiro, ele planejou apropriar-Se de jias em seu prprio fulgor, quaisquer dos materiais antigos que ainda tornou a coloc-las em seu estivessem disposio. Verdades, que o devido engaste, e ordenou que
permanecessem firmes para desligadas de sua verdadeira posio, como todo o sempre." (Fundamentos se diz terem as estrelas se afastando de seus da Educao Crist, p. 237)
trilhos originais, ele as tornou a chamar e as
para todo o sempre." (Idem, p. 51) "Puxando o vu que encobria sua glria de nossos olhos, Ele mostrado em Seu alto e santo lugar, no em um estado de silncio e solido, mas circundado por
"A Bblia nos mostra Deus em Seu alto e santo lugar, no em um estado de inatividade, no em silncio e solido, mas mirades de mirades e milhares de milhares circundado por mirades de de seres santos, felizes, e cada um deles mirades e milhares e milhares
esperando por cumprir-Lhe as ordens; no em um estado de inatividade e indiferena de seres santos, todos esperando
moral, mas em um estado de ativa comunicao com todas as partes de Seus vastos domnios." (Idem, p. 61)
"Cristo veio para demolir toda parede
por fazer a Sua vontade. Por meio desses mensageiros Ele est em ativa comunicao com
todas as partes de seus domnios"
de separao, e abrir todos os de separao e abrir todos os compartimentos do templo da criao, compartimentos do templo a fim para que cada adorador pudesse de que toda alma possa ter livre
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 99 ter igual e livre acesso ao Deus do acesso a Deus." (Parbolas de Jesus, templo." (Idem, p. 71) p. 386) "Ele ergueu o vu da eternidade passada Cristo reporta a mente atravs
reportou-lhes os pensamentos atravs de sculos incontveis antes que o mundo surgisse em direo ao inimaginvel e de sculos incontveis. Afirma-nos
que nunca houve tempo em que Ele no estivesse em ntima comunho com o eterno Deus." (Evangelismo, p. 615)
E o Pai demonstra Seu infinito Cristo, recebendo e dando as boas vindas amor por Cristo, que pagou nosso
aos amigos de Cristo como a seus prprios amigos. Ele se comprometeu a fazer isso, e est to complacentemente deleitoso em Cristo, to completamente satisfeito com a resgate com Seu sangue, recebendo e dando as boas vindas aos amigos
efetuada. Ele glorificado pela indizivelmente glorificado pela encarnao e encarnao, a vida, morte, e vida, a morte e mediao de Cristo, por tudo mediao de seu filho." que ele fez pela honra do governo divino e a (Testimonies, v. 6, p. 364).
salvao do homem, que, se assim posso diz-lo, Ele abriu o corao e o Cu para todos os amigos de Cristo. (Idem, p. 107).
traria consigo todas as outras bnos, que oferecido em abundncia correspondente desejoso de dar do que um pai sua infinita plenitude, uma abundncia, da deseja oferecer boas ddivas qual a capacidade do recipiente ser nico a seus filhos; aquilo que
limite, ... vem mais copiosamente que as abundantemente oferecido, e influncias oferecidas pelo Esprito Santo, que, se recebido, traria consigo e nos reprova com a sequido espiritual todas as outras bnos." da igreja." (Idem, p. 147) (Conselhos aos Professores, p. 322)
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 100 "Mas a igreja de Cristo, dbil e "Testifico a meus irmos e irms que defeituosa como possa ser, este a igreja de Cristo, dbil e defeituosa o nico objeto na Terra ao qual Ele como possa ser, o nico objeto na dispensa Seu supremo cuidado. Terra ao qual Ele dispensa Seu (Idem, p. 255, ed. 1836) supremo cuidado. (Testemunhos para
Ministros e obreiros Evanglicos, 15) 81. CRITRIOS DE DEPENDNCIA DE OUTROS ESCRITOS
O dirio Chicago Tribune de 23 de novembro de 1980, cita as palavras de Walter Rea: "Ela copiava e tomava emprestado quase tudo". A revista Newsweek em sua edio de 19 de janeiro de 1981 declara: "A acusao de cpia foi levantada por Rea. ... No todo, ele estima que 80% dos escritos da Sra. White foi plagiado quase palavra por palavra de obras anteriores. 'Os emprstimos no eram de uma sentena aqui, uma palavra ali', diz ele, 'era o hbito dela de copiar do comeo de seu fraseado at o fim'" (p. 12). H alguma maneira de saber quanto material emprestado h nos escritos de Ellen White? As evidncias agora disponveis no apiam as afirmaes de Rea. Na realidade, seria uma tarefa impossvel e infrutfera tentar descobrir a origem exata de cada palavra ou frase encontrada nos escritos de Ellen White ou dos escritores bblicos, no que diz respeito a isso. A pedido do Patrimnio das Publicaes White, em 1919, Walter Specht e Raymond Cottrell passaram vrios meses comparando Life of Christ de William Hanna e O Desejado de Todas as Naes. Cottrell encarregando-se da primeira metade e Specht da segunda. Em seu relatrio de 85 pginas Specht salientou as dificuldades envolvidas na tentativa de chegar a firmes concluses neste tipo de estudo. Em resposta pergunta: "Ellen White copiou Hanna?" Specht declara: "Ao responder uma pergunta deste tipo deve-se primeiro explicar o que significa copiar. Se por cpias queremos dizer reproduzir Life of Christ de Hanna verbatim et literatim, ento a resposta claramente
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 101 'No'. No encontramos uma nica sentena em O Desejado de Todas as Naes, pp. 419-835, que corresponda verbalmente com Life of Christ de Hanna. Mas o problema bem mais complicado do que este fato sugere. "Como se determina dependncia literria? No estudo literrio do Novo Testamento um dos mais complicados problemas que os eruditos enfrentam a soluo do problema sintico. Este problema concerne relao literria que existe entre os primeiros trs evangelhos. o problema de explicar a grande quantidade de concordncia no uso de palavras que existe entre eles, e ao mesmo tempo a marcante divergncia que ocorre. "Alfred H. Perry estabeleceu alguns critrios crticos para determinar a dependncia literria que se mostraram teis no estado do problema sintico: "Os dois critrios de dependncia de fontes escritas so semelhana e contInuidade. As provas aqui no repousam sobre similaridade casual, ms sobre as seguintes bem definidas semelhanas: "1. Semelhana de contedo: contar as mesmas histrias. "2. Semelhana na seqncia: contar as histrias na mesma ordem. "3. Ordem similar de oraes e palavras: contar as histrias da mesma maneira. "4. Extensiva concordncia (50 a 60 por cento) nas palavras usadas, "5. Concordncia no uso de palavras incomuns ou construes incorretas .. ("The Growth of the Gospels", Interpreter's Bible, vol. 1, p. 62). ... "Ao aplicar estes critrios ao problema presente, contudo, h certas qualificaes que devem ser analisadas. Primeira, 'semelhana de contedo: contar as mesmas histrias', por exemplo, no pode nos levar muito longe. Desde que tanto White como Hanna basearam seus escritos no relato dos evangelhos, o fato de que eles contam as mesmas histrias no uma evidncia de dependncia literria de um para com o outro. O mesmo se aplica segunda, 'semelhana na seqncia: contar as mesmas
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 102 histrias na mesma ordem', Seria de esperar que eles estivessem de acordo ao dar as histrias na mesma ordem. "Os outros critrios, contudo, tm mais validade. Necessitar-se- verificar se White segue a mesma ordem de oraes e palavras que Hanna (n. 3), Pode-se declarar imediatamente que este no freqentemente o caso. Hanna tem uma tendncia de usar oraes longas e emaranhadas. Ellen White usa oraes muito mais curtas, e aparentemente almeja clareza e simplicidade. "Critrio nmero quatro 'extensa concordncia de palavras usadas', um critrio vlido. Mas no h tal concordncia extensiva (50 a 60 por cento) entre White e Hanna da forma como Perry requer para mostrar dependncia literria. "O quinto critrio tambm vlido a menos que ambos os escritores hajam usado as palavras em questo da verso King James, o texto bsico de ambos. evidente, ento, que a tarefa da qual nos encarregamos uma tarefa complicada e difcil." ("The Literary Relationship Between The Desire of Ages by Ellen G. White and Life of Christ, by William Hanna, part II", pp. 1-3). Com referncia s similaridades entre Hanna e O Desejado de Todas as Naes, declara Specht: "Parece duvidoso que Ellen White tivesse Life of Christ de Hanna diante de si ao escrever. Em sua busca de palavras adequadas para representar o que ela tinha em mente, contudo, ela pode ter-se recordado de algumas das exatas palavras e frases que Hanna havia usado na obra que ela havia cuidadosamente lido. ... A semelhana de pargrafos entre os dois autores uma semelhana de idias antes que de estrutura literria". (Idem, pp. 19, 20). Specht tambm nota as dessemelhanas entre Hanna e O Desejado de Todas as Naes. Declara ele: "H um nmero de declaraes em Hanna que Ellen White evidentemente sustentava serem incorretas. De qualquer forma, O Desejado de Todas as Naes faz asseres que contradizem o que Hanna havia escrito". (Idem, p. 49).
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 103 A maior diferena entre Hanna e Ellen White, nota Specht, a constante nfase por parte dela sobre o grande conflito entre Cristo e Satans: " a interpretao de Jesus Cristo Sua vida, Seu ministrio, Sua morte, Sua ressurreio como uma parte neste grande conflito que constitui o tema central de O Desejado de Todas as Naes. Esta a contribuio distintiva de Ellen G. White vida de Cristo, e contribui para tornar seu livro o grande clssico que ele ". (Idem, p. 83) Cottrell trabalhou independentemente de Specht, e contudo chegou s mesmos concluses. Ele declara que a "contribuio singular, original" de Ellen White foi sua interpretao da vida de Cristo na Terra "em termos do papel que esta desempenhou no milenar conflito entre as foras do bem e do mal e no concluso do plano da salvao". ("The Literary Relationship Between The Desire of Ages by Ellen G. White and Life of Christ, by William Hanna, part I", p. 30).
82. A INTEGRIDADE DE W. C. WHITE
A carta de W. W. Prescott de 6 de abril de 1915, virtualmente acusa W. C. White de reter importantes informaes sobre o composio dos livros de Ellen White. Que tipo de homem era W. C. White? Teria ele tentado enganar o povo? Ellen White declara:
"Aps a morte de meu esposo, fui instruda que o Senhor havia designado W. C. White para fazer uma obra especial em conexo com meus escritos. O Senhor prometeu dar-lhe Seu Esprito e Sua graa, e um esprito de sabedoria e so juzo. Isto o habilitaria a ser um sbio conselheiro. O Senhor previu que meu filho no agiria precipitadamente, mas sabiamente ponderaria suas aes; ele no tornaria a verdade de Deus em mentira por lucro". Carta 328, 1906.
Pode-se encontrar uma indicao da integridade de W. C. White em umas poucas linhas tiradas de um carta que ele escreveu para o
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 104 presidente da Conferncia Geral em 1913, A. G. Daniells. Referindo-se a vrias cartas de sua me que lhe causavam problemas, ele declarou:
"Parece-me que a nica forma objetiva e satisfatria de tratar com elas dizer a verdade, e deixar que nossos irmos, com a ajuda de Deus, tratem das dificuldades. Seria muito mais fcil repudiar alguns documentos que nos deixam perplexos, e dizer que eles foram forjados, mas a verdade que nos torna livres, e eu no sei de qualquer outra maneira em harmonia com a lei de Deus seno tratar desses assuntos justamente como eles so". W. C. White a A. G. Daniells, 31 de dezembro de 1913.
Como se explica a carta de 6 de abril de 1915 de W. W. Prescott a W. C. White? Os pargrafos relevantes da carta de Prescott dizem o seguinte:
"Parece-se que uma grande responsabilidade repousa sobre aqueles dentre ns que sabemos haverem srios erros em nossos livros autorizados e contudo no fazemos qualquer esforo especial para corrigi-los. O povo e nossos ministros em geral confiam que lhes forneamos declaraes dignas de confiana, e usam nossos livros como autoridade suficiente em seus sermes, mas ns lhes permitimos prosseguir ano aps ano afirmando coisas que sabemos no serem verdadeiras. No posso crer que isto seja certo. Parece-me que estamos traindo a confiana que eles depositam em ns, e enganando os ministros e o povo. Parece-me que h mais preocupao em evitar um possvel choque para algumas pessoas que nos tm confiana do que em corrigir o erro. "Sua carta indica um desejo de sua parte de ajudar-me mas temo que seja um pouco tarde, a experincia dos ltimos seis ou oito anos e especialmente as coisas sobre as quais lhe falei tiveram efeito sobre mim de vrias formas. Tive de vencer alguns choques difceis, e aps dar o melhor de minha vida a este movimento tenho pouca paz e satisfao em relao a ele, e sou levado a concluir que a nica coisa que me resta fazer fazer em silncio o que posso fazer conscientemente, e deixar que os outros prossigam sem mim. Sem dvida, isto est longe de ser um final feliz para a obra qual consagrei minha vida, mas isto parece ser o melhor ajuste que posso fazer.
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"A forma como os escritos de sua me tm sido manipulados e a falsa impresso sobre eles que ainda acariciada entre o povo tm-me trazido grande perplexidade e aflio. Parece-me que o que chega a ser fraude, embora provavelmente no intencional, tem sido praticada na composio de alguns de seus livros, e que nenhum esforo srio tem sido feito para desiludir a mente do povo quanto ao que se sabia ser sua concepo errada sobre os escritos dela. Mas intil entrar nesses assuntos. Falei com voc durante anos sobre eles, mas isso no traz mudana alguma. Creio contudo que estamos indo deriva em direo a uma crise que vir mais cedo ou mais tarde, e talvez mais cedo. J se faz sentir um forte pressentimento de reao". (Arquivo de Documentos do Patrimnio White # 198).
Prescott menciona 3 problemas em sua carta. Um o choque que ele pessoalmente havia sentido nos seis ou oito anos anteriores. Outro que "h srios erros em nossos livros autorizados"* O terceiro que o povo tinha uma concepo errada da composio dos livros de Ellen White e "nenhum esforo srio tem sido feito" para corrigir essa concepo errnea. Quais eram os "srios erros" aos quais Prescott referncia? Ele no fala detalhadamente, mas em sua carta de 26 de abril de 1910 a W. C. White, ele menciona seu desacordo com O Grande Conflito de Ellen White sobre vrios cmputos. Ele defendia as datas 533 a 1793 para o perodo de 1260 anos, enquanto que Ellen White dava 538 a 1798. Ele insistia em que os 2300 anos comearam na primavera de 457 AC, enquanto ela dizia que eles comeavam no outono. Ele dava 30 AD para a crucifixo, enquanto ela sustentava 31. Ele discordava da explanao dela sobre 11 de agosto de 1840, a interpretao dela sobre a palavra "tambm" em Hebreus 9:1, etc. Prescott estava seriamente perturbado porque "o povo e nossos ministros em geral" estavam usando "nossos livros como autoridade suficiente em seus sermes", e ao assim fazer estavam eles "ano aps anos afirmando coisas que sabemos no serem verdadeiras". Parece que
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Prescott no mencionou os livros que tinha em mente. Um dos principais alvos era Thoughts on Daniel and the Revelation, de Urias Smith e outro era O Grande Conflito.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 106 ele queria que W. C. White dissesse ao povo e aos ministros que eles deviam parar de citar O Grande Conflito como autoridade final, no apenas em assuntos histricos mas tambm na interpretao de certas profecias bblicas. W. C. White no podia ir to longe quanto Prescott queria. Ele podia e o fez permitir que alguns detalhes em O Grande Conflito pudessem ser contestados. Mas ele no podia e no o fez renunciar s interpretaes doutrinrias de sua mie ou aprovao dela a datas bsicas usadas em interpretaes profticas. Prescott no era o nico ministro a ter fortes convices. Outros homens determinados tambm tinham opinies, e eles estavam puxando na direo oposta. Prescott queria que W. C. White cedesse muito. Haskell, Loughborough e Leon Smith, por outro lado, estavam advogando o que comumente chamamos de doutrina da inspirao verbal. Preso entre os dois lados, VW. C. White apelou a Haskell:
"No que concerne aos escritos de mame, ela nunca desejou que nossos irmos os tratassem como autoridades em histria. Quando foi primeiramente escrito O Grande Conflito, ela freqentes vezes deu uma descrio parcial de alguma cena apresentada a ela, e quando a irm Davis lhe perguntava sobre o tempo e o lugar, mame a encaminhava para o que j estava escrito nos livros do pastor (Urias) Smith e nos historiadores seculares. Quando o "Conflito" foi escrito, mame nunca pensou que os leitores o tomariam como autoridade em datas histricas e o usariam para definir controvrsias, e ela no sente agora que ele deva ser usado desse forma. ... "Creio, irmo Haskell, que h o perigo de causarmos dano s obras de mame por reivindicarmos para elas mais do que ela reivindica, mais do que papai reivindicou, mais do que os pastores Andrews, Waggoner ou Smith j reivindicaram para elas. No posso ver coerncia em reivindicarmos uma inspirao verbal quando mame no faz tal reivindicao, e certamente penso que cometeremos grande erro se deixarmos de lado a pesquisa histrica e tentarmos solucionar questes histricas pelo uso dos livros de mame como uma autoridade, quando ela prpria no deseja que eles sejam usados dessa forma". (W. C. White a S. N. Haskell, 31 de outubro de 1912, arquivo de cartas de W. C. White # 52). Na ltima pgina da corta
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esto as palavras manuscritas: "Aprovo as observaes feitas nesta carta. Ellen G. White". (Veja tambm pergunta 54, acima)
Anos mais tarde, L. E. Froom perguntou a W. C. White se sua me j houvera alguma vez censurado "as posies extremistas expostas por Loughborough, Haskell, e alguns outros". Ele adicionou:
" claro que o senhor entende, irmo White, que tenho esses irmos em elevada considerao. Reconheo o lugar que eles ocupam na obra de Deus, mas sinto que tomaram posies injustificadas em alguns desses assuntos que por sua vez trouxeram a este movimento grande perplexidade, e em alguns casos, ridculo de todo o dom de profecia". (L. E. Froom a W. C. White, 28 de fevereiro de 1932)
Com Loughborough e Haskell puxando de um lado e Prescott do outro, W. C. White tentou manter um equilbrio, que aos olhos de Prescott no era absolutamente satisfatrio, os comentrios de Prescott na Conferncia Bblica de 1919 revelam que este problema ainda era sua preocupao dominante. Cedo nas discusses relacionadas ao dom proftico, ele perguntou: "Como devemos usar os escritos do Esprito de Profecia? Como uma autoridade para definir questes histricas?" No dia seguinte ele indagou: "Devo inferir que o ponto de vista do irmo Benson que uma declarao como a de O Grande Conflito de que os 1260 anos comearam em 538 e terminaram em 1798, resolve infalivelmente o assunto?" (Ata da Conferncia Bblica de 1919). Prescott censurou o Patrimnio White por no publicar algo que explicasse esses assuntos. Quando H. Camden Lacey sugeriu: "No seria esplndido se fosse escrito um pequeno panfleto expondo os fatos como so, de maneira clara, simples, direta?" Prescott respondeu: "Tenho certeza absoluta de que um fervoroso apelo foi feito para que o escritrio editasse um pronunciamento sobre isso, e eles no quiseram faz-lo"* (Idem).
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W. C. White trabalhou praticamente sozinho no Patrimnio White por muitos anos aps o morte de sua me. provvel que ele no pudesse atender s reivindicaes de Prescott mesmo que quisesse. Pode ser que ele no encarava estas coisas do mesmo modo que Prescott.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 108 Prescott queria um documento que expusesse uma concepo verdadeira sobre a inspirao de Ellen White, especialmente com respeito a seu uso de fontes histricas. Ele se sentia s, suspeito, e alvo de desconfiana, porque no sustentava a doutrina do inspirao verbal de Ellen White. Ele perguntou:
"Podeis explicar como que dois irmos podem discordar sobre a inspirao da Bblia, um defendendo a inspirao verbal, e o outro se opondo a isto, e contudo no se criar qualquer distrbio n denominao? Esta situao est bem aqui diante de ns. Mas se dois irmos tomam esta mesma atitude com relao ao Esprito de Profecia, um defendendo a inspirao verbal, outro desacreditando dela, aquele que no defende a inspirao verbal fica desacreditado". (Idem)
Quem iria escrever o volume que Prescott estava solicitando? Faltanos evidncias diretas que liguem a Conferncia Bblica de 1919 com a escolha de A. G. Daniells, entretanto, por qualquer razo, ele foi eventualmente escolhido para esta tarefa altamente delicada. Em 1930 Froom escreveu a W. C. White: "Estou felicssimo pelo fato de que o pastor Daniells em breve dever iniciar a preparao do livro sobre o Esprito de Profecia. Se h um livro que seja necessrio no tempo atual para auxiliar a desenvolver a unidade dentro de nossas prprios fileiras, para silenciar os opositores, e para colocar este abenoado dom em seu verdadeiro e adequado contexto, um livro semelhante ao que foi proposto. H alguns que defendem a inspirao verbal de todos os escritos da irm White. H outros que vo para o extremo oposto. E h indivduos determinados que tm conexes to estranhas que realmente necessitamos ter uma apresentao competente, razovel, escriturstica, em harmonia com os fatos e com a posio histrica, com a posio daqueles que tiveram o mais intimo contato com a manifestao desse dom na igreja remanescente. Oro para que Deus abenoe grandemente ao irmo Daniells ao escrever. "Possuo solene convico, irmo White, de que uma das maiores crises que confrontam este movimento est diante de ns antes que
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 109 cheguemos a uma compreenso s, racional, escriturstica e histrica do lugar, do carter, da autoridade e da relao do Esprito de Profecia para com este movimento. Infelizmente temos algumas pessoas doentias que crem na inspirao verbal de tudo o que a irm White escreveu, em vez de na inspirao de pensamento, que fazem para ela reclamos que ela prpria nunca fez, e cuja atitude to rude e arbitrria que temo que alguns destes homens, quando confrontados com coisas que so inexplicveis segundo suas idias, sero inclinados a lanar tudo para o alto como alguns fizeram no passado. Naturalmente, por outro lado, h outros que vo para o outro extremo. A exposio do irmo Daniells sobre o assunto sem dvida suscitar a reao de alguns, mas creio que isso inevitvel mais cedo ou mais tarde. Possa Deus nos guiar, atravs de perplexidades desta natureza, a uma compreenso sadia, proveitosa, escriturstica." (L. E. Froom a W. C. White, 28 de setembro de 1930) Quando o livro de Daniells, The Abiding Gift of Prophecy (O Permanente Dom de Profecia) foi publicado em 1936, demonstrou ser uma exposio histrica antes que teolgica. Ainda no haviam sido satisfeitas as preocupaes de Prescott. Daniells tencionava dizer mais coisas do que fez em realidade, mas infelizmente o cncer que o acometeu ps um fim repentino sua carreira. A outra preocupao de Prescott tinha a ver com a composio dos livros de Ellen White. Em sua viagem ao redor do mundo ele passou dez meses na Austrlia, onde teve a oportunidade de observar em primeira mo a obra dos secretrios de Ellen White. Ele aparentemente queria que o povo entendesse o processo pelo qual os artigos, cartas, etc, de Ellen White tornavam-se livros. Para uma discusso sobre este ponto, veja a pergunta 92.
84. A POSIO DA IASD SOBRE INSPIRAO VERBAL
A Igreja Adventista do Stimo Dia j aprovou alguma vez oficialmente o conceito de "inspirao verbal"?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 110 No, nunca o fez. De fato, a Conferncia Geral de 1883 formalmente endossou o conceito da inspirao de pensamentos em vez da inspirao verbal. Ao decidir remover imperfeies gramaticais dos primeiros quatro volumes de Testimonies, os delegados tomaram a seguinte atitude:
"Considerando que cremos ser a luz que Deus deu a Seus servos provir pela iluminao da mente, dessa forma comunicando os pensamentos, e no (exceto em raros casos) as prprias palavras nas quais as idias devem ser expressas; portanto: "Ficou resolvido que na republicao desses volumes sejam feitas as mudanas verbais que removam as imperfeies acima referidas, tanto quanto possvel, sem em qualquer medida mudar o pensamento; e ainda: "34. Ficou resolvido que este corpo apontou uma comisso de cinco pessoas encarregadas da republicao destes volumes". ( Review and Herald, 27 de novembro de 1883, p. 741)
Da comisso apontada faziam parte W. C. White, Urias Smith, J. H. Waggoner, S. N. Haskell e G. I. Butler. Ao final, o trabalho bsico foi feito por Marian Davis, que era uma das assistentes literrias de Ellen White, e Mary Kelsey White, a esposa de W. C. White. (Veja a carta de W. C. White a L. E. Froom, de 18 de fevereiro de 1932).
85. OS ASSISTENTES LITERRIOS DE ELLEN WHITE
Quem eram os "assistentes literrios" de Ellen White? Ellen White foi instruda quanto a em quem ela podia confiar e quem no era digno de confiana. Entre os que ajudavam Ellen White na preparao de seus escritos para publicao atravs dos anos estiveram Tiago White, Mary Kelsey-White, Lucinda Abbey-Hall, Adelia PattenVan Horn, Anna Driscol-Loughborough, Addie Howe-Cogshall, Annie Hale-Royce, Emma Sturgess-Prescott, Mary Clough-Watson, Sra. J. I. Ings, Sra. B. L. Whitney, Eliza Burnham, Fannie Bolton, Marian Davis, C. C. Crisler, Minnie Hawkins-Crisler, Maggie Hare, Sarah Peck, e D. E. Robinson.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 111 Provavelmente a mais notvel assistente d Sra. White foi Marian Davis, que trabalhou para ela de 1879 a 1904. Ela auxiliou no preparo para publicao de Spirit of Prophecy, vol. IV; Historical Sketches of SDA Foreign Missions; O Grande Conflito; Patriarcas e Profetas; Caminho a Cristo; O Desejado de Todas as Naes; Parbolas de Jesus; Educao; Cincia do Bom Viver e outros livros. C. C. Crisler e virias secretrias auxiliaram Ellen White na seleo e arranjo do material para Atos dos Apstolos; Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes; Profetas e Reis. (Veja Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 50; vol.3, pp. 453-461 para mais detalhes).
86. A OBRA DOS ASSISTENTES LITERRIOS
Quanta liberdade possuam os assistentes literrios de Ellen White para editar ou modificar os manuscritos de Ellen White? Ellen White nem sempre usava perfeita gramtica, ortografia, pontuao, ou construo de frases e pargrafos ao escrever. Ela reconhecia francamente sua deficincia em tais habilidades tcnicas. Em 1873 ela comentou: "No sou uma erudita. No posso preparar meus prprios escritos para publicao. ... No sou uma especialista em gramtica" (Mensagens Escolhidas, vol, 3, p. 90). Ela sentia necessidade da ajuda de outros na preparao de seus manuscritos para publicao. W. C, White descreve os limites que sua me colocava para seus assistentes:
"Aos copistas de mame era confiada a obra de corrigir erros gramaticais, de eliminar repeties desnecessrias, e de agrupar pargrafos e sees na melhor ordem... "Os assistentes mais experientes de mame tais como a irm Davis, Burnham, Bolton, Peck e Hare, que esto muito familiarizados com seus escritos, so autorizados a eliminar uma orao, pargrafo ou seo de um manuscrito e incorpor-lo a outro manuscrito onde o mesmo pensamento foi expresso, mas de forma no to clara. Mas nenhum dos assistentes de mame est autorizado a aumentar os manuscritos introduzindo seus
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prprios pensamentos". (W. C. White a G. A. Irwin, 7 de maio de 1900). (Veja pergunta 94, "Ellen White d a aprovao final").
Qualquer de seus secretrios alguma vez ousou acrescentar seus prprios pensamentos, contrariamente instruo de Ellen White? D. E. Robinson diz que no. Eis seu testemunho: "Visto que correm boatos e rumores de que os assistentes da Sra. White eram responsveis por muitas das idias, ou pelo menos pela beleza do estilo literrio de alguns de seus livros, e como muitos que ouvem esses boatos no esto em posio de conhecer por si mesmos os fatos, considero um privilgio testificar do que tenho visto e sabido a respeito deste assunto. ...
"Nos ltimos anos, foi meu privilgio receber para editar centenas de pginas de manuscritos escritos pela Sra. White, e tambm auxiliar os outros secretrios na preparao de cpias para artigos nos peridicos e para alguns dos livros mais recentes. Em s conscincia posso testificar que nunca fui to ousado a ponto de acrescentar idias minhas, ou fazer outra coisa seno seguir com o mais escrupuloso cuidado os pensamentos da autora. E a minha observao da obra de meus secretrios associados, bem como minha confiana no integridade dos mesmos, fazem com que me recuse a crer que qualquer deles alterou os escritos, a no ser no aspecto gramatical, ou talvez no fazer transformaes para efeito retrico, clareza do pensamento ou nfase". (D. E. Robinson, How the Books of Mrs. E. G. White Were Prepared, pp. 1-3, arquivo dos documentos do Patrimnio White 107 G).
Por favor, d um exemplo de um dos manuscritos da Sra. White tanto antes quanto depois de seus assistentes literrios terem trabalhado nele.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 113 Nas pginas seguintes mostrado o Manuscrito 30a, 1896, p. 1, primeiramente na prpria caligrafia de Ellen White, e ento em uma transcrio exata do original, com correes editoriais indicadas. Dois pargrafos deste manuscrito como se encontram agora em In Heavenly Places so tambm mostradas. Tambm reproduzida a primeira pgina do original manuscrito da Carta 2, 1874, bem como a verso publicada. Notar-se- que o Manuscrito de 1896 exigiu considervel reviso, enquanto a Carta de 1874 precisou de muito pouco. Isto tpico da obra literria de Ellen White. Alguns de seus manuscritos exigiram mais ateno dos copistas que outros. W. C. White explica a diferena:
"Algumas vezes, quando a mente de mame est descansada e livre, os pensamentos so apresentados em linguagem que no apenas clara e vigorosa, mas tambm bonita e correta; e s vezes, quando ela est cansada e opressa com pesados fardos de ansiedade, ou quando o assunto de difcil apresentao, h repeties e sentenas gramaticalmente incorretas". (W. C. White a G. A. Irwin, 7 de maio de 1900)
Fannie Bolton, que auxiliou Ellen White por vrios anos na Austrlia, concorda com W. C. White. Declarou ela: "Muitas vezes os manuscritos dela no necessitam de qualquer reviso, freqentemente necessitam apenas de ligeira revisto, e novamente muitos necessitam de certa elaborao literria" (Arquivo de Documentos do Patrimnio White # 445).
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For this cause also thank we God without ceasing, because, when ye received the word of God which ye heard of us, ye received it not as the word of men, but as it is in truth, the word of God, which effectually worketh also in you that believe. 1 Tess. 2:13
The Bible is God's voice speaking to us just as surely through we could hear Him with our ears. The word of the living God is not merely written, but spoken. Do we receive the Bible as the oracle of God? If we realized the importance of this Word, with what awe would we open it, and with what earnestness would we search its precepts. The reading and contemplating of the Scriptures would be regarded as an audience with the Most High. God's Word is a message to us to be obeyed, a volume to be perused diligently, and with a spirit willing to take in the truths written for the admonition of those upon whom the ends of the world are come. It must not be neglected for any other book. ... When we open the Bible, let us compare our lives with its requirements, measuring our character by the great moral standard of righteousness (Manuscript 30, 1896). The life of Christ, that gives to the world, is in His Word. It was by His word that Jesus healed disease and cast out demons; by His word He stilled the sea, and raised the dead; and the people bore witness that His word was with power. He spoke the Word of God, as He had spoken to all the prophets and teachers of the Old Testament. The whole Bible is a manifestation of Christ. It is our source of power. As our physical life is sustained by food, so our spiritual life is sustained by the Word of God. As we must eat for ourselves in order to receive nourishment, so we must receive the Word for ourselves. We are not obtain it merely through the medium of another mind. Yes, the Word of God is the breath of life. It gives immortal vigor to the soul, perfecting the experience, and bringing joys that will abide forever (Review and Herald, 11-6-1908). [Meditaes Matinais 1968, Nos Lugares Celestiais]
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 117 Reproduction of the first page of the Letter 2, 1874. Original page size 5 x 7 inches. The published version is from Selected Messages, book 1, p. 74.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 118 Traduo da carta cujo fac-smile aparece na pgina anterior. Battle Creek, Michigan, 24 de agosto de 1874 Prezado Irmo Loughborough:
Pelo presente, testifico, no temor de Deus que as acusaes de Miles Grant, da Sra. Burdick, e outros, publicadas no Crisis, no so verdadeiras. As declaraes referentes minha direo em quarenta e quatro so falsas. Com meus irmos e irms, aps a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditei que no mais se converteriam pecadores. Nunca, porm tive uma viso de que no se converteriam mais pecadores. E acho-me limpa e livre para declarar que ningum me ouviu nunca dizer ou leu de minha pena declaraes que os justifiquem nas acusaes que eles me tm feito quanto a esse ponto. Foi em minha primeira viagem ao leste para relatar minhas vises que me foi apresentada a preciosa luz relativa ao santurio celeste e foram-me mostradas as portas aberta e fechada. Acreditvamos que o Senhor viria em breve nas nuvens do cu. Foi-me mostrado que havia uma grande obra a ser feita no mundo por aqueles que no haviam tido a luz e rejeitado. Nossos irmos no podiam compreender isto em face da f que tnhamos no imediato aparecimento de Cristo. Alguns me acusaram de dizer que meu Senhor retardava Sua vinda, especialmente os fanticos. Vi que em 44 Deus abrira uma porta e ningum a podia fechar, e fechara uma porta e ningum a podia abrir. Os que rejeitaram a luz que fora trazida ao mundo pela mensagem do segundo anjo, entraram em trevas, e quo grande era a treva! Nunca declarei nem escrevi que o mundo estava condenado ou perdido. Nunca, sob quaisquer circunstncias, empreguei esta linguagem com ningum, embora pecador. Tenho tido sempre mensagens de reprovao para aqueles que usavam essas speras expresses. Carta 2, 1874.
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Ellen White ou seus assistentes literrios cometeram alguma vez erros no processo editorial? Sim. Por exemplo, quem quer que tenha posto aspas em Testimonies, vol. 6, p. 59, colocou-as no lugar errado. O original escrito pela prpria Ellen White do manuscrito parcialmente publicado nessa pgina foi perdido. Contudo, temos a cpia datilografada feita do original pouco depois que saiu da pena de Ellen White, e est no contm aspas, exceto para textos escritursticos. Quando este material foi publicado na Review and Herald em 1899, no se usou aspas. Elas foram inseridas pela primeira vez em 1900 quando o manuscrito foi em parte publicado no vol. 6 de Testimonies. A citao de Cristo obviamente termina no meio do segundo pargrafo. Dever-se-ia ter fechado aspas neste ponto e no no fim do pargrafo seguinte. Dificilmente teria Cristo falado as sentenas que sublinhamos. O ltimo pargrafo semelhante, em muitos aspectos, a uma passagem da introduo de Heman Humphrey ao livro de John Harris, The Great Teacher. Escreve Humphrey: "Voltamo-nos uma vez mais para o discpulo amado, e lhe perguntamos o que ele viu e ouviu nas vises de Patmos, e ele responde: 'Vi, e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos ancios'... "Aqui ento, leitor cristo, est um tema digno da pena de um anjo.Sim, mais do que do intelecto de um anjo. Aqui est o grande e radiante ponto, para onde convergem todos as atraes: Infinita sabedoria, infinito amor, infinita justia, infinita misericrdia! Profundidades, alturas, comprimento, largura todo o sumo conhecimento! Inumerveis penas tm sido empregadas na vida, no carter, na pregao e na obra mediatria de Cristo". (The Great Teacher, pp. xiv, xvi (edio de 1836). Note as diferenas entre as publicaes de 1899 e 1900 que esto reproduzidas lado a lado na pgina seguinte.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 120 Review and Herald, 4 de Testimonies for the Church, abril de 1899, pp.209, 210. vol. 6, pp. 59 (1900) No incio do sbado meu corao Na reunio campal de Queensland se elevou em orao para que Deus em 1898, foi-me dada instruo desse sabedoria a estes obreiros, e para nossos obreiros bblicos. Nas
nas vises da noite muitas palavras vises da noite, ministros e obreiros
de instruo e encorajamento foram-nos ditas. Ministros e obreiros estavam em uma reunio onde estavam sendo dadas lies bblicas. Dissemos: Temos o Grande Mestre
conosco hoje, e ouvimos com interesse
suas palavras. Disse ele: H uma grande obra diante de vs neste local. Necessitareis apresentar a verdade em
sua simplicidade. Trazei o povo s guas
que haja uma pessoa de experincia ao vosso lado para defender. Em tudo
que disserdes, certificai-vos de que tendes algo que seja digno do tempo que tomais para diz-lo, e do tempo dos ouvintes para
essenciais ,as coisas que instruiro, trazendo luz com cada palavra. Aprendei a encontrar as pessoas onde elas esto. No permitais que vosso estudo "Aprendei a encontrar as pessoas das Escrituras seja de natureza barata e onde elas esto. No apresenteis casual. No permitais que vossa instruo assuntos que sus citaro debates.
obreiros pareciam estar em uma reunio onde estavam sendo dadas lies bblicas. Dissemos: "Temos o Grande Mestre conosco hoje", e ouvimos com interesse Suas palavras. Disse Ele: "H uma grande obra diante de vs neste local. Necessitareis apresentar a verdade em sua simplicidade. Trazei o povo s guas da vida. Falai-lhes das coisas que mais dizem respeito a seu bem presente e eterno. No permitais que vosso estudo das Escrituras seja de natureza barata e casual. Em tudo o que disserdes, certificai-vos de que tendes algo que seja digno do tempo que tomais para diz-lo, e do tempo dos ouvintes para para ouvi-lo falar das coisas que so essenciais, as coisas que instruiro, trazendo luz com cada cada palavra.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 121 seja de molde a deixar perplexa a No permitais que vossa instruo mente. No faais com que o povo seja de molde a deixar perplexa a se preocupe com coisas que podeis mente. No faais com que o povo ver, mas que eles no vem, a menos se preocupe com coisas que podeis
que sejam de importncia vital para a salvao da alma. No apresenteis as Escrituras de forma a exaltar o eu, e ver, mas que eles no vem, a menos
que sejam de importncia vital para a salvao da alma. No apresenteis encorajar vanglria no que abre a as Escrituras de forma a exaltar o eu Palavra aos outros. A obra para este e encorajar vanglria no que abre a tempo treinar estudantes e obreiros palavra. A obra para este tempo a tratar dos assuntos de maneira clara, treinar estudantes e obreiros para sria e solene. No deve haver tempo tratar dos assuntos de maneira clara, empregado inutilmente nesta grande sria e solene. No deve haver tempo
obra. No podemos falhar na consecuo empregado inutilmente nesta grande de nosso propsito. O tempo demasiado obra. No podemos falhar na
curto para tentarmos revelar tudo que consecuo de nossos propsitos. poderia ser descerrado mente. Ser O tempo demasiado curto para necessria toda a eternidade para que tentarmos revelar tudo o que possamos conhecer todo o comprimento e poderia ser descerrado mente. largura, a altura e profundidade, das Escrituras. Ser necessria todo a eternidade H algumas almas para quem certas verdades para que possamos conhecer todo so mais importantes que outras. o comprimento e largura, a
necessria habilidade em vossa educao em profundidade e altura das Escrituras. termos de Bblia. Lede e estudai Sal. 40:7, 8; H algumas almas para quem certas
Joo 1-4; I Tim. 3:16; Fil. 2: 5-11; Col. 1:14-17; Apoc. 5:11-14. Para o apstolo Joo na ilha de Patmos, foram reveladas as coisas que
em vossa educao em termos de Bblia. Lede e estudai Sal. 40: Deus desejava que ele desse ao povo. 7,8; Joo 1-4; S. Tia. 3:16; Estudai estas revelaes. Aqui esto temas Fil. 2:5-11; Col. 1: 14-17; dignos de nossa contemplao, lies Apoc. 5:11-14 amplas e abarcantes, que todas as hostes "Para o apstolo Joo na ilha
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 122 anglicas esto agora procurando de Patmos foram reveladas as coisas comunicar. Contemplai a vida e o que Deus desejava que ele desse carter de Cristo, estudai sua obra ao povo. Estudai estas revelaes. mediatria. Eis aqui infinita sabedoria, Aqui esto temas dignos de nossa infinita justia, infinita misericrdia. contemplao, lies amplas e
Eis aqui as profundidades e alturas,
comprimentos e larguras, para nossa considerao. Inumerveis penas tm Contemplai a vida e o carter de
sido empregadas na apresentao ao mundo Cristo, e estudai sua obra mediatria da vida, do carter e da obra mediatria de Eis aqui infinita sabedoria,
Cristo; e contudo cada mente atravs da infinito amor, infinita justia, qual tem operado o Esprito Santo, tem infinita misericrdia. Eis aqui apresentado estes temas em uma luz fresca as profundidades e alturas, e nova, segundo a mente e o esprito do comprimentos e larguras, para agente humano. para nossa considerao. Inumerveis penas tm sido empregadas na apresentao do mundo da vida, do carter, e da obra mediatria de Cristo, e contudo cada mente atravs da qual tem operado o Esprito Santo, tem apresentado estes temas em uma luz viva e nova".
90. ELLEN WHITE ESTIMULA A CRTICA CONSTRUTIVA
Ellen White alguma vez submeteu seus manuscritos aos irmos para correo doutrinria? No. Ellen White por vezes procurou conselho dos irmos, no sobre o contedo de seus escritos, mas sobre a eficincia do modo como elo havia se expressado, bem como sobre o uso a ser feito dos materiais. Ela informou a W. H. Littlejohn:
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"Mando examinar rigorosamente todas as minhas publicaes. No desejo que nada seja impresso sem cuidadosa investigao. Logicamente no desejaria que homens que no possuem uma experincia crist ou a quem falta a habilidade de apreciar o mrito literrio de algo, fossem colocados como juizes do que essencial que seja, apresentado ao povo, como gro separado da palha. Coloquei diante da comisso encarregada dos livros, todos os meus manuscritos de Patriarcas e Profetas e de Spirit of Prophecy, vol. IV, para fins de exame e crticas. Tambm coloquei tais manuscritos nas mos de alguns de nossos ministros para que os examinassem. Quanto mais crticas fizerem, melhor para estas obras". (Carta 49, 1894)
Quando se descobriu em 1910 que devia haver novo arranjo dos tipos para O Grande Conflito, Ellen White nos informa:
"Determinei que tudo fosse rigorosamente examinado, para ver se as verdades que ele continha estavam declaradas da melhor forma possvel, a fim de convencer os que no pertenciam nosso f de que o Senhor haviame guiado e sustentado ao escrever aquelas pginas". (Carta 56, 1911).
Estas palavras foram transmitidas a diferentes pessoas, inclusive W. W. Prescott, editor de The Protestant Magazine. Em resposta, Prescott escreveu a W. C. White em abril de 1910, oferecendo-lhe 105 sugestes sobre pontos que ele considerava precisarem ser melhorados no livro. Aproximadamente metade dos sugestes de Prescott foram aceitas. Estas referiam-se principalmente a referncias, ou insero de apndices, ou a maior exatido de expresso, enquanto algumas tinham a ver com fatos histricos. Ellen White no aceitou nenhuma das recomendaes de Prescott para que fossem feitos alteraes nas posies doutrinrias dela.
91. AS FONTES BSICAS UTILIZADAS POR ELLEN WHITE
Qual foi a fonte bsica da qual Ellen White extraiu informaes para O Desejado de Todas as Naes? Foi a Bblia? Foram outros autores do sculo dezenove? Foram vises dadas pelo Senhor?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 124 Ellen White disse que o Senhor lhe dera a luz que se encontra em seus livros. Aps mencionar O Grande Conflito, O Desejado de Todas as Naes e Patriarcas e Profetas, ela disse:
"Em meus livros a verdade declarada, fortalecida por um 'Assim diz o Senhor'. O Esprito Santo traou essas verdades sobre meu corao e mente de maneira to indelvel como a lei foi traada pelo dedo de Deus nas tbuas de pedra. ... "Agradaria a Deus ver O Desejado de Todas as Naes em cada lar. Neste livro est contida a luz que tem sido dada sobre Sua Palavra." O Colportor Evangelista, p. 126.
No tempo de sua viso sobre o grande conflito entre Cristo e Satans, em 1858, foram-lhe mostrados muitos episdios da vida de Cristo. Notai suas afirmaes:
"Vi ento a Jesus no jardim. ... Contemplei a hoste anglica assistindo com indizvel interesse o lugar da sepultura de Jesus. ... Vi a guarda romana. ... Foram-me mostrados os discpulos a olhar tristemente para o cu". Spiritual Gifts, vol. I, pp. 46, 64, 68, 79.
Foram dadas a Ellen White muitos vises que retratavam eventos. Foram as informaes fornecidas nestas vises, bem como o prprio relato bblico, que constituram as fontes primrios nas quais ela se baseou para escrever O Desejado de Todas as Naes. O mesmo ocorreu com os outros livros dela. Segundo V. C. White, "a estrutura do grande templo da verdade sustentado por seus escritos foi-lhe claramente apresentada em viso", sendo alguns aspectos "apresentados a ela muitas vezes, e de forma detalhada em muitas ocasies. Foram-lhe deixados claros e definidos os esboos principais". "Os grandes eventos que ocorreram na vida de nosso Senhor", disse ele, "foram-lhe apresentados em cenas panormicas, como tambm o foram as outros pores de O
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 125 Grande Conflito. ..." Ela presenciou "cenas em rpida sucesso" e ouviu conversas e discusses (Mensagens Escolhidas, vol. 3, pp. 462, 459). As afirmaes de W. C. White estio em perfeita harmonia com os que Ellen White fez em sua introduo ao Grande Conflito, ocasio esta em que escreveu:
"Mediante a iluminao do Esprito Santo, as cenas do prolongado conflito entre o bem e o mal foram patenteadas autora destas pginas. De quando em quando me foi permitido contemplar a operao, nas diversas pocas, do grande conflito entre Cristo, o Prncipe da vida, o Autor de nossa salvao, e Satans, o prncipe do mal, o autor do pecado. ... O Esprito de Deus me ia revelando mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro." O Grande Conflito, p. 7.
O material que Ellen White extraiu de outros autores, sob a direo do Esprito Santo, de fontes no provenientes de vises nem da Bblia, auxiliou-a consideravelmente ao escrever, mas foram estas fontes apenas de importncia secundria quando comparadas com a instruo que ela recebeu mediante revelao divina.
92. MARIAN DAVIS, "A COMPILADORA DO MATERIAL PARA MEUS LIVROS"
Qual foi a natureza do trabalho de Marian Davis na preparao de O Desejado de Todas as Naes? O trabalho de Marian Davis quanto ao Desejado de Todas as Naes inclua no apenas as responsabilidades de rotina dos "copistas" de Ellen White (veja pergunta 86), mas tambm o argumento e organizao dos anotaes adequadas de Ellen White em captulos. Em uma carta a G. A. Irwin, o presidente da Associao Geral, a Sra. White descreveu o trabalho de Marian em contraste com o de Fanny Bolton:
"O senhor viu meus copistas. Eles no modificam minha linguagem. Ela permanece do jeito como o escrevi. O trabalho de Marian de um tipo totalmente diferente. Ela a compiladora do material para meus livros. Fanny nunca foi minha compiladora.
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"Como so feitos meus livros? Marian no reclama reconhecimento. Ela faz seu trabalho dessa forma: Ela toma meus artigos que so publicados nos peridicos, e os cola em livros em branco. Ela possui tambm uma cpia de todas as cartas que escrevo. Ao preparar um captulo para um livro, Marian se lembra de que eu escrevi algo sobre aquele tpico que pode tornar o assunto mais convincente. Ela comea a procurar isto, e se quando ela o encontra percebe que tornar o captulo mais claro, ela o acrescenta. "Os livros no so produo de Marian, mas minha, coletados de todos os meus escritos. Marian tem um vasto campo de onde extrair o material, e sua habilidade em arranjar a matria me de grande valia. Poupa-me o trabalho de reler uma massa de material, o que no tempo de fazer". (Carta 61a, 1900; Ver Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 91).
Marian menciona certas cartas que ela achou serem especialmente teis no fornecimento de material para o livro sobre a vida de Cristo. Escreveu ela a Ellen White:
"Tenho usado material reunido aos poucos das ltimas cartas, testemunhos, etc. Achei algumas dos coisas mais preciosas, algumas daquelas cartas ao irmo Corliss. Elas tm sido para mim como um depsito de tesouros. H algo nesses testemunhos pessoais, escritos com profundo sentimento, que atinge o corao. Parece-me que coisas coletadas desta forma do um poder e significado ao livro que nada mais pode dor". (Arquivo dos cartas recebidas pelo Patrimnio White, 25 de novembro de 1895).
Marian estava profundamente envolvida no plano geral do livro, no arranjo do material em cada captulo, na seqncia cronolgica dos captulos, na escolha dos ttulos para os captulos, e na correspondncia com a Pacific Press em Oakland quando os tipos estavam sendo compostos. Em 1897, quando o livro estava quase completo, Marian o colocou de lado por um instante, e ento fez nele uma reviso nova e crtica. Ela
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 127 e Ellen White concordaram que muitos ajustes de natureza editorial ainda precisavam ser feitos. Ao descrever esses melhoramentos, ela explicou a W. C. White:
"Vejo que nem na carta do irmo Jones nem na do senhor declarei de maneira definida o que eu estou precisamente fazendo no manuscrito e por qu. Em primeiro lugar, estou procurando dar um incio melhor aos captulos. Quanto ao sucesso deste esforo, qualquer revisor que examine as pginas que enviei ao irmo Jones pode testificar. "Os captulos do antigo manuscrito comeavam muito freqentemente com alguma informao de Jesus indo aqui e ali, at que o livro parecesse mais um dirio. Isso foi corrigido. Ento tentei iniciar tanto os captulos quanto os pargrafos com sentenas curtas, e fazer simplificaes onde fosse possvel, eliminar toda palavra desnecessria, e tornar a obra, como disse, mais compacta e vigorosa. "Para alguns captulos eu tinha material novo, vivo, que aumentar grandemente o interesse do livro. Se me oferecessem pessoalmente mil dlares pelo trabalho que foi feito no livro durante os poucos anos passados, eu no daria ateno a isso. Nunca percebi o poder da simplicidade e conciso como desde que iniciei esta obra". (A cursiva dela.) (Arquivo de Correspondncias recebidas pelo Patrimnio White, 11 de abril de 1897)
Mesmo aps o manuscrito ter sido enviado a Oakland e ter-se iniciado a composio dos tipos, Marian ainda estava acrescentando novo material. Ela escreveu Sra. White:
"Tenho extrado coisas preciosos destes novos manuscritos sobre a infncia de Jesus. Enviei um nmero de novas pginas para a Califrnio pelo correio de Vancouver, e enviarei mais para os captulos posteriores pelo prxima remesso do correio. Dei dois destes novos artigos sobre a obra missionria de Cristo ao irmo James paro que lesse na igreja. No ltimo sbado ele leu um que fala do Salvador privando-se de comida para d-lo aos nobres. Estas coisas so indizivelmente preciosas. Espero que no seja tarde demais para inclu-las no livro. Tem sido um deleite trabalhar sobre este assunto". (Arquivo de Correspondncias recebidas pelo Patrimnio White, 10 de maro de 1898.)
Que Marian gozava da completa confiana de Ellen White torna-se evidente de uma corto escrita pela Sra. White sua nora alguns anos antes. Declara ela:
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"Mary, o Willie fica em reunies o tempo todo, arquitetando, planejando para fazer o melhor e mais eficiente trabalho na causa de Deus. Apenas o vemos hora das refeies. "Marian tem levado a ele alguns assuntos de pouca importncia que parece que ela pode resolver sozinha. Ela est nervosa e apressada e ele to cansado que s pode cerrar os dentes e controlar os nervos o melhor que pode. Tive uma conversa com ela e lhe disse que ela deve resolver por si mesma muitas das coisas que tem trazido a Willie. "Ela tem a mente em cada ponto e nas conexes, e a mente dele tem labutado numa grande variedade de assuntos difceis at que seu crebro vacila e ento sua mente no est de forma alguma preparada para absorver estas pequenas mincias. O que ela precisa fazer levar algumas desses coisas que pertencem parte dela no trabalho, e no traz-los a ele, nem preocupar a mente dele com elas. s vezes eu penso que ela vai nos matar a ambos, e tudo desnecessariamente, com suas pequenas coisas, que ela pode muito bem resolver por si mesma em vez de traz-las ns. Cada pequenina mudana de uma palavra ela quer que vejamos. J estou cansada disso". (Carta 64a. 1889; veja Mensagens Escolhidas, vol. 3, pp. 92, 93).
Quaisquer mudanas que Marian fazia nas palavras recebia eventualmente a aprovao de Ellen White (veja pergunta 94), Marian considerava sua contribuio a O Desejado de Todas as Naes como sendo estritamente a de um editor. Quando C. H. Jones solicitou com insistncia que o manuscrito fosse completado imediatamente, Marian escreveu a W. C. White:
"A irm White est constantemente incomodada pelo pensamento de que o manuscrito deve ser mandado imediatamente para o prelo. Gostaria que fosse possvel aliviar a mente dela, pois a ansiedade torno-lhe difcil escrever e, a mim, trabalhar. ... A irm White parece propensa a escrever, e no tenho dvidas de que ela produzir muitos coisas preciosas. Espero que seja possvel inclu-las no livro. H uma coisa, contudo, que nem mesmo o mais competente editor poderio fazer e isto preparar o manuscrito antes de ele ser escrito". (Arquivo de Correspondncias Recebidas pelo Patrimnio White, 9 de agosto de 1897.
Em 1904, quatro semanas antes da morte de Marian, Ellen recordava o belo relacionamento de trabalho que elo e Marian haviam
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 129 gozado por tantos anos. Em seu manuscrito: "Um Tributo a Marian Davis", ela escreveu: "Marian, minha assistente, fiel e verdadeira em seu trabalho como uma bssola ao plo, est morrendo. ... Minha alma est ligada menina agonizante que me serviu pelos ltimos vinte e cindo anos. Estivemos lado a lado no trabalho, e em perfeita harmonia nesta obra. E quando elo estava coletando os preciosos jotas e tis que haviam sado em peridicos e livros e os apresentava a mim: 'Agora', ela dizia, 'h alguma coisa faltando. Eu no posso preench-la'. Eu a examinava, e em um momento podia traar a linha que faltava imediatamente.
"Trabalhvamos juntas, e trabalhvamos juntos em perfeita harmonia o tempo todo. Ela est morrendo. E devoo ao trabalho. Ela sente a intensidade disto como se fosse realidade, e ns ambas entramos nisto com intensidade, para que cada pargrafo esteja no lugar certo e cumpra corretamente sua obra". (Manuscrito 95,1904). (Veja ainda Mensagens Escolhidas, vol. 3, pp. 115-120).
Muitas pessoas consideram O Desejado de Todas as Naes seu livro favorito, depois da Bblia. Como se explico a excepcional beleza da linguagem deste livro? H uma resposta quntupla a esta pergunta. Primeiro, era o assunto favorito de Ellen White. Declarou ela: "Sabeis que todo o meu tema, tanto no plpito como em particular, pela voz e pela pena, a vida de Cristo." (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 118). Ela escreveu abundantemente sobre vrios aspectos da vida de Cristo, o que dava a Marian um grande reservatrio de onde extrair material. Marian usou apenas o melhor. Segundo, Ellen White ficava profundamente comovido ao meditar na vida de Cristo, e transmitiu este profundidade de sentimento a seus escritos. Declarou ela:
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"Ao escrever sobre a vida de Cristo fico profundamente agitada. Esqueo-me de respirar como devia. No posso suportar a intensidade de sentimentos que me sobrevm quando penso no que Cristo sofreu em nosso mundo" Idem, pp. 118, 119.
Terceiro, algumas escolhidas jias de pensamento que Ellen White colheu das obras de outros foram inseridas no livro. Por exemplo, o seguinte pargrafo excepcional de Life of Christ de Hanna, p. 754, ela parafraseou no Desejado de Todas as Naes, pp. 739-740.
(Citando So Gregrio) "Os cus o conheceram, e sem demora enviaram uma estrela e uma comitiva de anjos para contar seu nascimento. O mar o conheceu, e se fez de caminho para ser pisado pelos seus ps; a terra o conheceu, e tremeu por ocasio de sua morte; o sol o conheceu, e escondeu os raios de sua luz; as rochas o conheceram, pois se partiram em dois; o Hades o conheceu, e devolveu os mortos que havia recebido. Mas muito embora os elementos irracionais perceberam que ele era seu Senhor, os coraes dos incrdulos judeus no o conheceram como Deus, e, mais duros que as rochas, no foram partidos pelo arrependimento".
Quarto, as singulares qualidades de Marian Davis a qualificaram a ser a "compiladora" para O Desejado de Todas as Naes. Ela era uma mulher com a mente verdadeiramente voltada para coisas espirituais, com uma apreciao natural por coisas belas. Concernente a Marian, escreve D. E. Robinson:
"Era ela uma mulher versada, constante estudante da Bblia, uma mulher de profunda devoo e espiritualidade, e conscienciosa at o ltimo grau. Fisicamente frgil, no obstante possuidora de notvel valor mental. Caracterizavam-na raro amor e apreciao pelo belo, quer na natureza, arte ou literatura". (How the Books of Mrs. E. G. White Were Prepared, p. 4, Arquivo dos Documentos do Patrimnio White # 107g)
Quinto, Marian colocou todo seu corao e sua alma na preparao deste livro. Elo viveu com esta tarefa seis anos, de 1892 a 1898. Sua correspondncia revela que isto era a paixo que consumia sua vida. Escreveu ela certa vez a W. C. White: "Quando penso nos muitos milhares que lero este livro, desejo o mnimo possvel de imperfeies humanas que maculem sua divina beleza." (Marian Davis a W. C. White 11 de abril de1897).
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 131 Mesmo aps todo o manuscrito ter recebido o que parece ter sido o final arranjo dos tipos, Ellen White estava adicionando material e Marian estava ainda fazendo aperfeioamentos. Ela mudou "indicar" para "mostrar" e "as cortes do alto" para "as cortes celestiais" ( O Desejado de Todas as Naes, p. 99, linha 6). A sentena: " de Gabriel que o Salvador fala quando diz no Apocalipse que pelo Seu anjo as enviou e as noticiou a Joo Seu servo" foi alterada para: "De Gabriel, diz o Salvador em Apocalipse: 'Pelo Seu anjo as enviou, e as noticiou a Joo Seu servo'." claro que ests e muitas outras mudanas editoriais foram feitas tendo em mente apenas um objetivo, e este foi o de elevar a qualidade literria da livro. (Veja tambm How the Desire of Ages Was Written, de Olson e Graybill, pp. 35-37).
94. ELLEN WHITE D A APROVAO FINAL
Como se pode ter certeza de que o trabalho de Marian Davis e de outros assistentes literrios de Ellen White representavam verdadeiramente os desejos dela? Enquanto estavam sendo preparados os captulos para cada livro Ellen White era constantemente consultada, e quando a obra estava completa, ela dava mesma sua aprovao final. Com a idade de 75 anos, ela explicou sua obra sua irm no adventista, Mary:
"Agora, minha irm, no pense que eu a esqueci; pois no o fiz. Voc sabe que eu tenho livros para compor. Meu ltimo esforo um livro sobre a verdadeira educao. A obra de escrever este livro me foi muito probante, mas est quase terminado. Estou agora completando o ltimo captulo. No haver neste livro tanta matria como em alguns de meus livros maiores, mas as instrues que ele contm so importantes. Sinto a necessidade da ajuda de Deus continuamente. "Ainda estou to ativa como sempre estive. No estou num mnimo decrpita. Sou capaz de fazer muito trabalho, escrever e falar como fazia anos atrs.
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"Releio tudo o que copiado, para verificar se tudo est como deveria. Leio todo o manuscrito do livro antes de ser mandado para o impressor. Assim voc pode ver que meu tempo inteiramente ocupado". (Carta 133, 1902).
Dever-se-ia dar aos leitores dos livros de Ellen White mais informaes concernentes preparao desses livros? Alguns tm sugerido que a introduo cada um dos livros de Ellen White deveria apresentar certos agradecimentos, reconhecendo o auxlio dos assistentes literrios. Mas os assistentes literrios no fornecem qualquer poro do texto. De forma alguma foram eles co-autores. Seu trabalho foi mecnico e de reviso, como foi explicado na pergunto 92. H os que consideram que deveriam ser introduzidas aspas no Desejado de Todas as Naes nos lugares onde Ellen White extraiu das obras de outros. Isto, contudo, parece no ser uma possibilidade prtica, uma vez que difcil que qualquer coisa tenha sido citada diretamente. Um captulo de amostra, "Lzaro, Sai Para Fora" (captulo 58) foi cuidadosamente comparado com as obras de nove autores do sculo dezenove que escreveram sobre a vida de Cristo. A semelhana mais prxima no palavreado foi a frase: "o maior dos milagres de Cristo" ( O Desejado de Todas as Naes, p. 524), que tem trs palavras sucessivas idnticas s usadas na frase de Hanna: "o maior dos Seus milagres" (Christian Life, p. 452). Dificilmente seria necessrio usar aspas nestas trs palavras. Ellen White escreveu: "Jesus lhe animou a f" (p. 530), enquanto John Fleetwood disse: "Jesus, que estava disposto a encorajar esta f imperfeita" (The Life of Our Lord and Saviour Jesus Christ, p. 281). Ellen White escreveu: "Lzaro foi acometido de repentina molstia" (p. 525), enquanto Hugh MacMillan disse: "Lzaro foi atingido por uma daquelas febres malignas agudas" (Our Lord's Three Raisings from the
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 133 Dead, p. 146). Pode-se ver que aspas teriam pouco objetivo e realmente seriam inadequadas aqui. Enquanto Ellen White pode ter lido vrios dos nove autores examinados, no h muita evidncia de que elo tenha dependido deles para suas idias. De vinte e quatro pontos extra-bblicos discutidos pelos vrios autores, Ellen White menciona quinze. Em oito casos ela concordou com todos os outros que discutiram os mesmos incidentes ou idias, em dois pontos ela concordou com alguns e discordou de outros, enquanto em cinco pontos ela manteve uma posio nica. Assim, enquanto a sugesto de que se faa a devida meno aos vrios autores pode parecer simples e prtica, a execuo seria complexa e talvez impraticvel.
96. SUAS IDIAS PROVINHAM DE DEUS
Tanto Walter Specht quanto Raymond Cottrell declaram que Ellen White obteve algumas "idias" de Hanna. No afirmou ela consistentemente que Deus era a fonte direta de todas as suas "idias"? Ellen White declarou:
"Nestas cartas que escrevo, nos testemunhos que dou, estou vos apresentando aquilo que o Senhor me tem apresentado. No escrevo nenhum artigo, expressando meramente minhas prprias idias. Eles so o que Deus me tem exposto em viso - os preciosos raios de luz brilhando do trono. Isto verdade quanto aos artigos de nossas revistas e aos muitos volumes de meus livros." Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 29.
Ellen White usou a palavra "idia" para significar conceitos bsicos espirituais ou teolgicos. Specht e Cottrell usaram a palavra com um sentido menos especfico em mente. Em seu estudo "Ellen White's Alleged Literary and Theological Indebtedness to Calvin Stowe", David Neff d exemplos de como Ellen White dependeu de Stowe quanto linguagem, mas no quanto s idias. Note as similaridades e diferenas entre Stowe e Ellen White:
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 134 C. E. Stowe, Origin and History Mensagens Escolhidas, vol.1, p. 21 of the Books of the Bible, p. 20 "No so as palavras da Bblia "No so as palavras da Bblia que que foram inspiradas, no so os so inspiradas, mas os homens pensamentos da Bblia que foram que o foram. A inspirao no atua inspirados; os homens que escreveram nas palavras do homem ou em suas a Bblia que o foram. A inspirao expresses, mas no prprio homem no atua nas palavras do homem, no que, sob a influncia do Esprito nos pensamentos do homem, mas no Santo, possudo de pensamentos".
prprio homem; de forma que ele, por
sua prpria espontaneidade, sob o impulso do Esprito Santo, concebe certos pensamentos"
97. ESCRITOS, INSPIRADOS QUE NO PROVIERAM DE VISES
H precedentes bblicos para se incluir num livro inspirado informaes no provenientes de revelao divina em viso? Sim. Paulo escreveu aos Corntios: "Havendo entre vs cimes e contendas" (I Cor. 3:3). Mas isto no lhe foi mostrado em viso. Ele foi informado deste problema pelos membros da casa de Clo. Veja I Corntios 1:11. No obstante ele afirma que I Corntios 3:3 foi escrito sob inspirao. Outras passagens, tais como II Tim. 4:9-14, 19-21, no foram reveladas a Paulo em viso, mas eles formam to seguramente parte do relato sagrado como qualquer outra coisa que ele escreveu. Semelhantemente, no caso de O Desejado de Todas as Naes no necessrio crer que cada fato mencionado no livro foi primeiro visto por Ellen White em viso, a fim de crer que o livro todo proveio de uma pena verdadeiramente inspirada. (Veja tambm pergunta 98).
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H qualquer precedente bblico poro um autor extrair de outro sem fazer-lhe meno? Sim. Miquias (4:1-3) extraiu de Isaas (2:2-4). O escriba que compilou II Reis (18-20) tambm extraiu de Isaas (36-39). Mateus e Lucas extraram extensivamente de Marcos bem como de outra fonte comum. Nenhum deles fez referncia ao autor de quem se utilizaram. (Veja o Comentrio Bblico Adventista, vol. 5, pp. 178, 179). Paulo citou os poetas gregos Aratus (Atos 17:28), Epimnides (Tito1:12), e Menander (I Corntios 15:33). Judas citou o assim chamado "livro de Enoque" (Judas 14, 15). Joo, o Revelador, aparentemente extraiu muitas linhas do livro de Enoque.* Note as seguintes citaes:
"Depois disso vi..., uma multido que ningum podia contar ou enumerar, que estava em p diante do Senhor dos Espritos". Enoque 40:1 (cf. Apoc. 7: 9). "E vi... e eis uma estrela cada do cu" Enoque 86:1 (cf. Apoc. 9:11). "Todos eles foram julgados e considerados culpados e lanados dentro deste inferno de fogo". Enoque 90:26 (cf. Apoc. 20:15). "E o primeiro cu partir e passar, e aparecer um novo cu". Enoque 19:16 (cf. Apoc. 21:1). "O cavalo correr at a altura do peito no sangue dos pecadores". Enoque 100:3 (cf. Apoc. 14:20). "Seus nomes sero apagados do livro da vida". Enoque 108:3 (cf. Apoc. 3:5).
Sabe-se que o livro de Enoque estava em circulao j na metade do primeiro sculo AC, uns 150 anos antes de Joo escrever o livro do Apocalipse. A evidente escolha, por porte de Joio, da linguagem de um autor anterior desconhecido, no razo para questionar a inspirao de seu prprio livro. Estas frases, previamente escritas por outro, ajudaram- no a dizer o que ele queria, e ele portanto sentiu-se em liberdade para us-las.
*
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 136 Lucas fez considervel investigao em fontes disponveis antes de escrever seu evangelho. Diz ele:
"Visto que muitos houve que empreenderam uma narrao coordenada dos fatos que entre ns se realizaram... igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigao de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentssimo Tefilo, uma exposio em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instrudo." Atos 1:1, 3, 4.
Lucas no adquiriu suas informaes atravs de sonhos ou vises, mas atravs de sua prpria pesquisa. E contudo, conquanto o material no evangelho de Lucas no tenha sido dado por revelao direta, foi no obstante escrito sob a inspirao divina. Ele no escreveu para contar algo de novo a seus leitores, mas paro assegur-los do que era verdadeiro: "para que tenhas plena certezas das verdades em que foste instrudo". O que Lucas escreveu no era original, mas baseado em outros. Deus guiou a Lucas no uso das fontes certas. (Veja o Comentrio Bblico Adventista, vol. 5, p. 669). Uma dos fontes de Lucas foi um registro genealgico dos ancestrais de Cristo. Em Lucas 3:23-27 h uma srie de nomes que no so encontrados em nenhuma outra parte da Bblia. No h dvida de que Lucas encontrou esses nomes fielmente preservados nos arquivos do templo. Depreendemos de I Crn. 9:1 que os judeus tinham por costume preservar este tipo de registros. Alguns dos paralelos entre os livros apcrifos e o Novo Testamento so dados abaixo. A maioria das citaes so da Revised Standard Version of the Apocrypha. Para exemplos adicionais, veja An Introduction to the Apocrypha de Bruce Metzger, pp. 151-173.
"Acautela-te, no faas nunca a outro o que no quererias que outro te fizesse". - Tobias 4: 16 (cf. Mat. 7:12). "Jerusalm ser construda com safiras e esmeraldas, seus muros com pedras preciosos, e suas torres e muralhas com puro ouro. As ruas de Jerusalm sero pavimentados com berilo e rubi e pedras de Ofir". Tobias 13:21, 22 (cf. Apoc. 21:18-21). "O Senhor tomar seu zelo como armadura, e armar sua criao para repelir os inimigos; ele vestir a justia como uma couraa, e usar o juzo
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imparcial como capacete; tomar ele a santidade como invencvel escudo e afiar sua ira inflexvel como uma espada". Sabedoria 5:18-21 (cf. Efe. 6: 13-17). "Pois eles se desviaram muito nos caminhos do erro, aceitando como deuses aqueles animais que mesmo seus inimigos desprezaram; foram enganados como crianas tolas". Sabedoria 12:24 (cf. Rom. 1:22, 23). "Pela grandeza e formosura das coisas criadas se pode chegar a um conhecimento correspondente do seu Criador. ... Ainda outra vez, nem mesmo eles devem ser escusados; pois se possuam o poder de saber tanto que puderam investigar o mundo, como deixaram de encontrar antes o Senhor destas coisas?" Sabedoria 13:5, 8, 9 (cf. Rom. 1:20). "Sede prontos para ouvir, e tardios em responder". Eclesistico 5:11 (cf. Tiago 1:19). "No tagareleis na assemblia dos ancios, nem useis de repeties em vossas oraes". Eclesistico 7:14 (cf. Mat. 6:1). "H um homem que fica rico atravs de sua diligncia e abnegao. E esta a recompenso que lhe toca: Quando ele diz: 'Encontrei descanso, e agora desfrutarei dos meus bens!' No sabe ele quanto tempo se passar at que ele os deixe para outros e morra". Eclesistico 11:18,19 (cf. Luc. 12:16-21). "Aqueles que me comem (sabedoria) estaro famintos por mais, e aqueles que me bebem estaro sedentos por mais". Eclesistico 24:21 (cf. Joo 6:35). "Perdoa ao teu vizinho o mal que ele cometeu, e entre teus pecados te sero perdoados quando orares". Eclesistico 28:2 (cf. Mat. 6:14,15; Mar. 11: 25).
Teriam qualquer dos profetas bblicos possudo secretrios ou assistentes literrios que os ajudaram a produzir seus livros? Sim. De fato, Pedro aparentemente dava muito mais liberdade a seu secretrio do que Ellen White alguma vez deu a Marian Davis. A qualidade do grego em Primeiro Pedro to diferente do de Segundo Pedro que alguns eruditos crem que eles no poderiam ter sido escritos pelo mesmo autor. Declara Michael Green:
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"A linguagem diferente (e de forma surpreendente no original), e o pensamento tambm bem diferente. ... H uma diferena de estilo muito grande entre essas duas cartas. O grego de I Pedro polido, refinado, nobre; est entre os melhores do Novo Testamento. O grego de II Pedro pomposo; muito parecido com arte barroca" (The Second Epistle General of Peter and the General Epistle of Jude, p. 16).
Ao referir-se questo de autores bblicos e seus assistentes, Allen A. MacRae, um dos mais capazes expositores do Antigo Testamento na Amrica, declara:
"Aproximando-se do fim da epstola aos Glatas, Paulo indica que estava escrevendo de prprio punho, implicando talvez que isso no fosse geralmente seu costume. Pode ser que ele estivera seguindo um procedimento tambm utilizado em partes do Velho Testamento onde o material foi ditado a um escriba. Jeremias, por exemplo, ditou suas profecias a Baruque. Tambm no podemos excluir a idia de que por vezes um escritor pode ter dado a um assistente uma idia geral do que queria, dizendo-lhe para colocar isso em forma escrita. Neste caso, ele teria posteriormente revisado este material para certificar-se de que representava o que ele queria dizer, e portanto ele poderia verdadeiramente ser chamado seu autor. O Esprito Santo teria guiado todo o processo, de forma que o que estava finalmente escrito expressava as idias que Deus desejava transmitir a Seu povo. "Provavelmente Paulo raras vezes seguiu este ltimo procedimento, uma vez que era altamente educado e provavelmente tinha confiana em sua habilidade de se expressar em grego. Mas a situao pode ter sido diferente no caso de Pedro e Joo, os estilos de Primeiro e Segundo Pedro diferem tanto que alguns crticos tm sugerido que uma delas constitui uma fraude. Contudo Pedro bem poderia ter ele prprio escrito um livro em grego (II Pedro?) e, quanto ao outro, expressou seu pensamento em aramaico para um companheiro que fosse mais experiente em escrever em grego (I Pedro). Este companheiro poderia ento ter escrito as idias de Pedro em seu prprio estilo, fazendo posteriormente as alteraes que Pedro pode ter sugerido. Assim, as duas cartas difeririam em estilo; contudo, sob a direo do Esprito Santo, ambas expressariam o pensamento de Pedro to verdadeiramente como se ele houvesse ditado cada palavra. Joo Calvino sustentava este ponto de vista, mas no tinha dvida alguma de que ambas apresentavam precisamente os pensamentos de Pedro" (Christianity Today, 10 de outubro de 1980, p. 34).
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100. POR QUE O PATRIMNIO DAS PUBLICAES WHITE NO NOS CONTA? Por que o Patrimnio das Publicaes White no nos conta sobre estas situaes e fatos problemticos antes de outros os tirarem da toca?
Atravs dos anos o quadro de funcionrios do Patrimnio White tem sido pequeno e tem estado muito ocupado para se dedicar puramente pesquisa. No entanto, ele tem feito esforos para compartilhar com outros seu crescente corpo de informaes.
Em 1933 W. C. White e D. E. Robinson publicaram um documento, Brief Statements, citado anteriormente, onde se expressa reconhecimento especfico de que Ellen White, sob a direo do Esprito Santo, apropriou-se de jias de pensamentos dos escritos de outros. Este documento foi posto venda, a 25 "cents" por 27 pginas. Aparentemente no eram muitos os que estavam preocupados com o assunto, uma vez que a existncia do documento foi logo esquecida. No foi ressuscitada, seno at que discusses atuais suscitaram o interesse nas atividades literrias de Ellen White.
Em 1935 W. C. White dirigiu o debate na Escola Avanada de Bblia em Angwin, na Califrnia. Perguntou ele: "Podem as descries de eventos e cenas copiados de outros autores encontrar lugar adequado entre os escritos inspirados de um mensageiro de Deus?" Ele ento respondeu pergunta. (Veja "Address to Faculty and Students at the Advanced Bible School", 18 de junho de 1935, p. 11). Em 1951, F. D. Nichol publicou sua obra Ellen G. White and Her Critics, que inclua sessenta e cinco pginas (pp. 4D3-467) sobre assuntos relacionados com plgio. Durante os vinte e cinco anos seguintes parece ter havido pouca ou nenhuma preocupao entre os adventistas quanto legitimidade do uso de obras de outros autores por Ellen White. At mesmo Walter Rea pde escrever em1965:
"De tempos em tempos tm surgido debates concernentes a notveis semelhanas ou francas adaptaes extradas de outras fontes contemporneas nos escritos de Ellen White. ... Se Deus em Sua infinita sabedoria escolhe santificar as idias de Conybeare e Howson, Wiley, ou
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Edersheim e traz-las nossa ateno pela pena de Ellen White ou qualquer outra pessoa, que assim seja. ... Firmei-me sobre os escritos da Sra. Ellen G. White a despeito dos problemas humanos envolvidos". (Claremont Dialogue, vol. II, n 2, 1965, pp. 31, 34, 36).
Em 1969 Artur L. White tratou da questo do uso de fontes histricas por Ellen White (veja seu suplemento, Spirit of Prophecy, vol, lV, pp. 507-549); em 1973 (veja The Ellen G. White Writings, pp. 107136); em 1974 em uma srie de palestras na Sua; em 1978 quando os discursos pronunciados na Sua foram publicados na Review and Herald (edies de 12 de janeiro a 2 de fevereiro); e em 1979 em uma srie de sete artigos na Review (12 de julho a 23 de agosto). As duas ltimas sries, agora disponveis em uma reedio, incluem trs artigos sobre a composio de O Desejado de Todas as Naes. Tambm em 1979 o Patrimnio White publicou panfletos sobre "Ellen White's Use of Uninspired Sources" (O Uso de Fontes no Inspiradas por Ellen G. White) e "How The Desire of Ages Was Written" (Como Foi Escrito O Desejado de Todas as Naes). Da mesma forma, o fato de uma conferncia de professores de Bblia e histria ter sido realizada em 1919 foi completamente olvidado at que um membro do quadro de funcionrios do Patrimnio White notou uma referncia acidental conferncia numa antiga Review. Isto levou a uma procura das atas, que foram eventualmente localizadas nos Arquivos da Associao Geral. As "atas" realmente no eram atas propriamente ditas, mas um relatrio taquigrfico de 1250 pginas das discusses dirias da conferncia. Os cinqenta delegados no puderam decidir o que fazer com este relatrio, por isso A. G. Daniells simplesmente o arquivou entre as lembranas desorganizadas da Conferncia Geral. O estabelecimentos dos arquivos da Associao Geral em 1973 tornou este e outros materiais accessveis aos interessados na histria da Igreja Adventista do Stimo Dia. Parecer-nos-ia que injustificada a crtica de que o Patrimnio White e os lderes da igreja "escondem informaes".
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O artigo do Los Angeles Times de 23 de outubro de 1980 insinua que Tiago e Ellen White possuam motivaes egostas para escrever. O que queria dizer Tiago White quando disse que ainda havia "riqueza" na pena deles? Aproximadamente seis meses antes de sua morte, Tiago White escreveu sua esposa:
"Temos de produzir certos livros. No os completaremos na Califrnia, ou em Battle Creek, a menos que nos afastemos do escritrio e seus negcios. Nossos assuntos financeiros esto bem, e ainda h riqueza em nossa pena, se nos mantivermos afastados do alvoroo, dos cuidados e do trabalho, e usarmos a pena. Desta forma podemos deixar algo que continuar falando aps termos partido deste mundo" (Tiago White a Ellen G. White, 7 de fevereiro de 1881).
A ltima sentena, que no foi citada no artigo do Times fornece a chave do pensamento de Tiago White. A outra carta citada no Times tambm omite as passagens que mostravam que os White no estavam pensando egoisticamente. Sob a data de 18 de abril de 1880, escreveu Tiago sua esposa:
"Prefiro no receber nada de volta do Sanatrio e do Colgio, e para ter meios, para fazer nossa parte no tocante a dar para outros empreendimentos, devemos receber liberalmente por nossos livros. Com a crescente demanda de nossos escritos, e o novo quadro intitulado "O Caminho da Vida", haver uma renda de vrios milhares de dlares anualmente, alm da imensa quantidade de bem que faro nossos escritos. ... No encontrarei dificuldades para levantar os 20.000 dlares necessrios para colocar nossos livros em vapores e navios, em bibliotecas e em companhias recm abertas". (Tiago White a E. G. White, 18 de abril de 1880).
Tiago White no era apenas um editor, pregador, e administrador; era tambm um timo negociante. Vendia Bblias, concordncias e artigos de papelaria em suas viagens entre as igrejas e em reunies campais. A renda provinda dessas vendas fornecia meios que ele e sua
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 142 esposa podiam usar para promover os interesses gerais da causa. Eles consistentemente faziam generosas contribuies para o estabelecimento de igrejas, hospitais, escolas, e outros empreendimentos da igreja. Ellen White escreveu em 1888:
"No regateio um centavo do que coloquei na causa, e tenho continuado a fazer isto at que meu marido e eu temos mais de 30.000 dlares investidos na causa de Deus. Fizemos isso um pouco de cada vez e o Senhor viu que podia nos confiar Seus meios, e que no os utilizaramos para proveito prprio. Ele continuou a conced-lo a ns liberalmente, e ns liberalmente continuamos a do-lo" (Manuscrito 3, 1888).
Atravs de toda a sua vida, Ellen White constantemente compartilhou seu lar e sua carteira com outros. So tpicas as seguintes linhas de uma carta escrita na Austrlia:
"Vejo muitas coisas que devem ser feitas para construir mesmo um incio, para levantar a bandeira nestes novos campos. De todas as direes ouo o clamor dos Macednios por ajuda. 'Passa daqui e ajuda-nos'. Tambm tenho chamados para ajudar os jovens a freqentar a escola, e tambm para abrir escolas primrias em diferentes localidades, onde as crianas possam ser educadas. Esta uma obra que precisa ser feita. "Desejo fazer alguns acrscimos a Christian Education, e ento, se a Review and Herald desejar public-lo, poder faz-lo se me pagarem uma pequena quantia como porcentagem de direitos autorais, para ser investida na educao de muitos que no podem freqentar a escola e pagar seus estipndios. Em Melbourne eu arcava com os estipndios de nada menos que quatorze estudantes. Durante o primeiro semestre da escola em Cooranbong, mantive vrios na escola, pagando seu internato e estipndio escolar" (Carta 7a, 1897).
Quando Ellen White faleceu em 1915 seus livros demonstraram um equilbrio de crdito. Segundo a estimativa da corte, contudo, seus haveres no davam para saldar as dvidas. Nem ela nem seu esposo acumularam qualquer riqueza na terra; seu tesouro estava acumulado no cu. Para uma discusso detalhada dos assuntos financeiros de Ellen White veja Ellen G. White and Her Critics, pp. 516-530.
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"Deus tomou amplas medidas para estabelecer a f de todos os homens, caso eles estejam dispostos a tomar sua deciso em face da fora das evidncias. Se, porm, esperam que sejam removidas todas as aparentes objees, para ento crerem, nunca viro a ficar estabelecidos, arraigados e firmados na verdade. Deus nunca afastar todas as aparentes dificuldades de nosso caminho. Os que desejam duvidar, encontraro oportunidade para isso; os que desejam crer, acharo abundncia de provas em que basearem a f." (Testemunhos Seletos, vol 1, p, 582).
esmagadora a evidncia de que Deus guiou Ellen White no apenas em seus escritos, mas tambm na orientao que ela deu igreja atravs dos anos. "Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros; crede em seus profetas e prosperareis". (II Crnicas 20:20).
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APNDICE
(El material que reproducimos en este Apndice fue publicado en la Revista Adventista de enero de 1982.)
NEM SEMPRE OS PROFETAS FORAM BEM-VINDOS
Quando Don Joo Donoso Corts ingressou na Academia espanhola proferiu sua famosa dissertao sobre a Bblia. Dessa pea magistral, extramos o seguinte pargrafo:
"Ningum est firme a no ser em Deus, tudo o mais passa e morre, como passa e morre a espuma que vai quebrando a onda. "Em meio de to procelosas tempestades, Deus despertou os Seus grandes profetas. "No sei se existe na Histria uma mais belo espetculo que o dos profetas do povo de Deus lutando armados com apenas o ministrio da palavra contra todos os poderes da Terra. E no sei se houve no mundo poetas mais elevados, oradores mais eloqentes, mais dignos homens, mais santos e mais livres; nada faltou em sua glria, nem a santidade de vida nem a santidade da causa que sustentavam, nem a coroa do martrio."
O ofcio do profeta chamado por Deus, sempre foi rduo. Jesus deu importncia ao sofrimento do profeta: "Jerusalm, Jerusalm, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!" (Mat. 23:37). Quando So Paulo resume a sorte de vrios mensageiros de Deus, o faz com referncias igualmente difceis para a vida desses "santos homens de Deus" (Heb. 11:36-38). Esses mensageiros do Senhor foram recebidos por alguns lderes do povo de Deus e rejeitados por outros. Em sua mensagem, prximo de sua lapidao, Estvo pergunta corajosamente: "Qual dos profetas vossos pais no perseguiram?" (Atos 7:52). Infelizmente, no poderamos esperar que o dom proftico manifesto em Ellen G. White escapasse da oposio nestes ltimos dias.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 146 Tambm, paralelamente, alguns homens destacados, como outrora, se oporiam ao seu ministrio. Os profetas estavam a servio de Deus, de forma semelhante, atravs dos sculos. s vezes tinham que escrever mensagens reveladas diretamente de Deus. Outras vezes, guiados pelo esprito Santo, como Lucas (cap. 1:1-4), tinham que reunir materiais ou parcial ou totalmente conhecidos, e ampli-los sob a superviso do Esprito Santo, para entreg-los ao povo de Deus. Recentemente um par de homens tentaram diminuir a influncia da mensageira do Senhor. Afirmam que fez uso de material de autores que falaram de temas s vezes em parte semelhantes aos que ela apresentou ao povo de Deus. No entanto, estes poucos crticos no consignaram que o Esprito Santo guiou Sua mensageira para no aceitar erros, que s vezes estavam junto com o que o Senhor a inspirou a usar com acerto. Falam das semelhanas, no das diferenas. Os leitores da Revista Adventista, que durante anos apreciaram de modo pessoal e experimental os escritos de Ellen G. White, poderiam dar testemunho dessas mensagens na prpria vida. Esses mesmos leitores apreciaro as notcias que damos, extradas do trabalho sobre dependncia literria, que foi realizado pelo estdio jurdico Diller, Ramik & Wight, Ltd., e que entregamos a seguir. A Redao.
ELLEN G. WHITE E O USO DAS FONTES
Um advogado de Washington, especialista em direitos autorais, chegou concluso que Ellen G. White no cometeu plgio e que suas obras no infringem as leis de direitos autorais. Ellen G. White no culpada de infringir as leis de direitos autorais nem de plgio. Esta a opinio de Diller, Ramik & Wight, Ltd., um advogado que se especializa em leis relacionadas com patentes, marcas e direitos autorais, em Washington, D. C.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 147 O Dr. Ramik comeou a investigar os escritos de Ellen G. White, depois que Warren L. Johns, chefe do Departamento Jurdico da Conferncia Geral, solicitou os servios de Diller, Ramik & Wight, Ltd. em abril do ano passado, por causa das acusaes feitas contra a Sra. White por Walter Real, na poca pastor em Long Beach, Califrnia. Ramik, que catlico romano, dedicou mais de 300 horas investigao de mil casos relevantes na histria legal americana. Conclui sua opinio legal de 27 pginas com uma declarao inequvoca: "Com base no estudo dos fatos e os procedimentos legais . . . Ellen G. White no cometeu plgio, e suas obras no constituem uma violao das leis de direito autoral nem pirataria". O processo legal foi entregue no escritrio de Johns no fim de agosto do ano passado. Responde especificamente seis perguntas: 1. Havia uma lei federal de direito autoral entre os anos 1850 (quando Ellen G. White comeou a publicar) e 1915 (o ano de sua morte) que concedia aos autores direitos sobre sua produo literria? Se houve, qual era a essncia dessa lei? Diferia substancialmente das leis vigentes em 1981? 2. O pagamento de favores da parte dos editores era uma prtica comercial e legal naquela poca? 3. Os acordos de permisso para o uso da propriedade literria era uma prtica comercial comum naquela poca? 4. Havia uma norma literria que estabelecesse o uso de aspas, notas de rodap e citaes bibliogrficas nas obras literrias que usaram material literrio de outros autores? 5. Que lei havia entre 1850 e 1915 que pudesse sugerir as caractersticas da proteo de um autor contra a pirataria literria? 6. H algo entre as obras produzidas por Ellen G. White que pudesse sugerir a existncia de pirataria literria (infrao da lei federal de direitos de autor) de acordo com as normas existentes entre 1850 e 1915? A produo literria de Ellen G. White tem uma extenso de aproximadamente 25 milhes de palavras numa carreira como escritora
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 148 de quase 70 anos. Uma boa quantidade de mais de 90 livros, inclusive compilaes, que resultaram de sua pena foram traduzidos em mais de cem lnguas. O fato de que Ellen G. White incorpore citaes e material parafraseado de outros autores (principalmente historiadores da Reforma e escritores devocionais contemporneos do sculo XIX) em seus livros e artigos no o que tem estado em discusso. Durante sua vida, ela e os lderes da igreja reconheceram esse uso repetidamente. Walter Rea deuse ao trabalho de identificar as diferentes fontes que usou. Esse estudo demonstrou que a Sra. White usou outras fontes com mais profuso do que antes se pensava. Livros Sem Direito de Autor Ramik descobriu que muitos dos livros que Ellen G. White usou no tinham direito de autor. Mas, continuou dizendo que embora protegidos por lei, o uso da fraseologia e inclusive o de vrios pargrafos constitua uma infrao da lei de direitos autorais, no plgio. "Se o problema fosse levado s cortes entre 1850 e 1915, Ellen G. White no seria declarada culpada de infrao da lei de direito autoral", concluiu Ramik. O especialista em leis achou irnico o fato de os mais encarniados crticos de Ellen G. White oferecessem "a melhor evidncia" para sustentar a posio da no infrao. "Em momento algum assinalou Ramik pudemos mostrar que os livros de Ellen G. White seguiram virtualmente o mesmo plano e carter que o de seus antecedentes. To pouco encontramos, nem a ele se referiram seus crticos, uma inteno em Ellen G. White de colocar suas obras no mercado para o mesmo tipo de leitores e compradores". Em vez disso, invariavelmente introduziu uma considervel quantidade de material novo ao que tinha usado, indo mais alm de meras "mudanas superficiais", e o efeito criou uma obra literria completamente original.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 149 Alm disso, "a cabal compilao das obras de Ellen G. White reflete necessariamente seu trabalho e habilidade. Visto que no copiou (e a evidncia o estabelece claramente) as obras anteriores num grau substancial, fica perfeitamente dentro das margens legais do 'uso honesto'. Alm do mais, sendo que os materiais foram selecionados de uma variedade de fontes, e foram dispostos e combinados com certas passagens do texto da obra original, demonstrando de alguma forma o exerccio da discrio, habilidade, experincia, juzo, o uso foi 'honesto'." A inteno um ingrediente principal que deve ser apresentado nos casos de plgio; e Ramik acredita que provou no apenas por meio das declaraes publicadas pela prpria Sra. White mas pelo que os prprios crticos admitiram, de que ela no teve inteno de cometer fraude ao servir-se de outras produes literrias. "Agindo unicamente com as mais elevadas intenes e motivos disse Ramik a Sra. White modificou, exaltou e melhorou" muito do que outros escreveram, de uma forma completamente tica e legal. " impossvel imaginar-se que a inteno de Ellen G. White, tal como refletem seus escritos e o esforo prodigioso realizado por ela, no foi nada mais que um esforo motivado pela sinceridade e a falta de egosmo para dizer as verdades bblicas de uma forma coerente para que todos as vissem e as compreendessem. "Mais ainda. A natureza e o contedo de seus escritos tinham uma esperana e inteno: que a humanidade pudesse compreender a Palavra de Deus". Em seu documento Ramik concluiu: "Considerando todos os fatores necessrios para chegar a uma concluso justa sobre este assunto, declaramos que os escritos de Ellen G. White definitivamente no constitui plgio".
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Entrevista com o advogado Vincent L. Ramik, scio de Diller, Ramik & Wight, Ltd., Washington, D. C., especialistas em casos de marcas, patentes e leis de direitos autorais, sobre os escritos de Ellen G. White. Revista Adventista: Dr. Ramik, quanto o senhor conhecia acerca dos adventistas em geral e de Ellen G. White em particular antes que lhe fosse pedido pesquisar os assuntos legais envolvidos no uso das fontes literrias de Ellen G. White? Vincent L. Ramik: Na verdade, meu conhecimento era muito
limitado. Nossa firma fez algum trabalho para os adventistas h uns 50 anos, antes de eu me incorporar a ela. E continuamos representando os adventistas em diferentes assuntos ao longo dos anos. Mas meu conhecimento deles era mnimo. E no sabia acerca de Ellen G. White a no ser o que havia lido em algum jornal e, claro, a publicao do Washington Post em novembro do ano passado, que no foi muito favorvel que digamos. Revista: Lembra como se envolveu no caso presente? Ramik: Sim. O Dr. Warren Johns, do Departamento de Servios Legais da Conferncia Geral, me chamou para fazer-me uma meia dzia de perguntas sobre plgio, pirataria literria, infraes de direitos autorais , e outras coisas do estilo. Mas no citou nomes. Como eu lera o artigo no Post pouco tempo antes, perguntei ao Sr. Johns: "Isto tem relao com o tema de Ellen G. White em sua igreja?" Respondeu afirmativamente. E continuamos desde ento. Revista: Uma vez que o caso lhe foi entregue, que preparao fez por meio de leituras, antes da pesquisar a lei relacionada com assuntos literrios? Ramik: Consegui um exemplar de O Grande Conflito que li de capa a capa. Consegui cpias de outros trabalhos de Ellen G. White. Tive uma entrevista com Ron Graybill, da Conferncia Geral, e ele me deu uma
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 151 quantidade de material um livro da Life of Christ por Hanna, e outras coisas do estilo. Tambm me deu material dos crticos, desde Canright at Walter Rea. E me entregou uma quantidade de obras de autores adventistas que tentavam defender a Sra. White. No relatrio menciono muitas obras que foram consultadas. Revista: Qual foi sua reao depois de revisar todos esse material? Ramik: Bem, esta uma pergunta interessante. Comecei, creio, sendo neutro com relao s acusaes literrias. Mas de alguma forma, ao ler uma defesa de Ellen G. White feita por um autor adventista, fiquei com a sensao de que no estava sendo bem defendida. Revista: Que quer dizer com isso? Ramik: Bem, fiquei pensando que a Sra. White era, se se pode usar uma expresso usada por outros, uma pessoa que "pedia material emprestado" de outras fontes literrias. E que se havia servido de uma quantidade delas com muito pouca candura e honestidade fiquei predisposto contra ela no sentido de que era culpada de plgio, como havia sugerido seu ltimo crtico, Walter Rea. Revista: Uma vez que pde mergulhar em seus prprios escritos, essa impresso negativa se fortaleceu ou foi mudada de algum modo? Ramik: Gradativamente dei uma volta de 180 em direo contrria. Descobri que as acusaes simplesmente no eram verdadeiras. Mas precisei descobri-lo em seus prprios escritos; no me convenci pelo que diziam os que pensavam que cometeu plgio, nem pelos que a defendiam. Tive que ler seus escritos e logo matar em minha mente o preconceito que tinha construdo. Mas me tomou mais de 300 horas de leitura incluindo algumas histrias legais, claro. Revista: De modo que foi a leitura de seus escritos o que mudou seu pensamento? Ramik: Foi a leitura das mensagens em seus escritos que mudou meu pensamento. E creio que h uma diferena muito grande nessa distino.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 152 Revista: Poderia descrever a diferena que o senhor v? Ramik: Creio que os crticos se equivocaram ao focalizar os escritos de Ellen G. White em vez de focalizar as mensagens dos escritos de Ellen G. White. Revista: Que encontrou nas mensagens, Dr. Ramik? Como o afetaram? Ramik: A Sra. White me comoveu. Com toda sinceridade, me comoveu. Sou catlico romano, mas parte disso, me comoveu. E creio que seus escritos comovero a qualquer um, a menos que esteja constantemente preconcebido e extraviado. Revista: Poderia explicar o que quer dizer? Ramik: Bem, uma pessoa pode caminhar por esta Terra fazendo boas obras e dizendo-se a si mesmo (e talvez a outros): "Sou uma pessoa excepcional". E depois de algum tempo voc chega a pensar que o . Mas quando foi a ltima vez que voc viu-se a si mesmo e descobriu o que realmente era? Agora, h uma quantidade de coisas que Ellen G. White ps no papel que, sendo lido seriamente, podem levar a pessoa a olhar ao seu interior com sinceridade. E se o faz, o verdadeiro eu fica manifesto. Creio que conheo um pouco melhor o verdadeiro Vincent Ramik do que o conhecia antes de comear a ler a mensagem de Ellen White, e no simplesmente seus escritos. Revista: Esta reao o surpreendeu? Ramik: Creio que se disser "agradavelmente surpreendido" seria fazer uma declarao muito simples. Porque ela diz algumas coisas muito profundas, to francamente, muito embora soem como se algum j as tivessem dito antes. Sinceramente, creio que terminei essa tarefa recebendo mais do que dei. A Sra. White me fez conhecer melhor a Cristo. Penso que por isso hoje sou uma pessoa melhor do que quando comecei esta tarefa. Revista: E a mensagem? Ramik: A mensagem crucial. O crtico l uma frase, e no pode encontrar significado. Pode, e com freqncia o faz, inclusive tira-la do
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 153 contexto. Mas leia a mensagem completa. Qual a mensagem do autor? O que que est dizendo realmente? De onde provem as palavras no nesse caso o mais importante. Qual a mensagem por trs delas? Se se descuida a mensagem, ento a prpria Bblia no mereceria ser lida. Isto, se no caso o nico importante fossem as palavras. Revista: Qual dos livros de Ellen G. White achou mais til? Ramik: O nico que li integralmente foi O Grande Conflito. Mas na verdade, antes de terminar minha pesquisa, pude folhear uma grande quantidade de seus livros. Na verdade no creio que seja to importante qual dos livros se l; creio que ocorre o mesmo com qualquer das obras que a pessoa tenha diante de si, por qualquer motivo que o necessite. Revista: No o incomodou, ou lhe preocupou o que algumas pessoas disseram que ela tomou muito de outros livros e escritores? Ramik: Dizer quarenta ou quatrocentos algo totalmente imaterial. No haveria nenhuma diferena para mim mesmo que ela tivesse tomado tudo de outras obras. Revista: O que diria ento acerca do plgio? Ento o plgio no existe? Ramik: Nas leis no existe tal coisa como "plgio". Os delitos literrios so os de infrao da lei de direito autoral. O roubo literrio no algo to fcil de provar. No se pode ler os escritos de algum e encontrar uma palavra, uma frase, uma orao, e dizer: "Aqui est. Encontrei. Tomou de outro escritor". Deixem-me explicar desta maneira: Ontem noite li meu relatrio sobre este caso, e descobri que havia usado o adjetivo "prodgio" ao referir-me Sra. White como escritora. Por coincidncia, li tambm ontem noite um livro que me emprestaram chamado The Vision Bold. Falava da Sra. White como uma "prodigiosa" escritora. Logo, quando entrei neste lugar esta tarde, algum a chamou "prodigiosa" escritora. Bem, eu no usei esse termo porque outros o tivessem usado; usei porque uma palavra que uso naturalmente. Mas os crticos tomam esse tipo de coisas e fazem uma montanha.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 154 Outro assunto que os crticos geralmente ignoram este: As declaraes que o suposto plagiador tomou de um escritor anterior, eram realmente originais do autor anterior, ou talvez ele as tomou consciente ou inconscientemente de outro autor ainda mais antigo? Agora falemos um pouco de Walter Rea. Ele l Ellen G. White e diz: Achei uma frase aqui, e outro pargrafo ali, que provinham deste predecessor. Bem, isso no uma prova; uma suposio. Creio que o primeiro passo de toda crtica exata voltar ao verdadeiro original pode ter sido Virglio, Homero, ou a Bblia. Mas, como fazer para saber se era algo original do predecessor, como fazer para saber se no o conseguiu de alguma outra fonte que ao mesmo tempo a obteve de uma fonte ainda mais antiga. No disse Salomo que "nada h novo debaixo do sol"? Revista: Em processo legal, Dr. Ramik, o senhor assinala que algumas das obras das que se acusa a Ellen G. White de ter tomado pores, na verdade no tinham sido registradas com direitos autorais nem de publicao, portanto eram de propriedade pblica. O senhor assinala mais, que embora tivessem tido direitos autorais, o uso que faz Ellen G. White desses materiais est dentro dos limites prescritos como de "uso honesto", tal como o definiam as leis de seus dias. No entanto, um crtico contemporneo pe na pauta o assunto da tica e da propriedade. Era moral que Ellen G. White usasse com profuso as produes literrias de outras pessoas e no reconhecesse pelo menos as fontes? Poderia nos dizer alguma coisa com respeito tica? Ramik: Bem, lhe direi. Walter Rea disse publicamente (ouvi o cassete gravado com uma de suas apresentaes e li cuidadosamente a transcrio textual) que no h nada "moral" numa definio puramente legal de plgio. Por outro lado, ataca a Sra. White no terreno moral ao referir-se ao uso tico dos materiais de outros. Bem, em primeiro lugar est totalmente equivocado ao dizer que no h elementos de moral na acusao de plgio. H. N. Paull, que escreveu Literary Ethics cerca de
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 155 1928, ainda reconhecido como autoridade no assunto. Casualmente, embora ele nunca definiu o "plgio" em seu livro (porque, tal como o disse anteriormente, "plgio" por si no um delito), contrasta o plgio com a pirataria. O pirata literrio no se preocupa se o pegaro; mas o que comete plgio se preocupa que o descubram. (H algum que diz que no h elementos de moralidade no plgio?) Acusar a Ellen White de plagiar Life of Paul de Conybeare & Howson que no tinha direitos autorais absurdo, ao menos pelo fato de que publicamente instou a seus leitores a tomar um exemplar e l-lo pessoalmente. Revista: Muito bem, mas se incomodaria de comentar que Ellen G. White entrava na esfera da tica ao utilizar materiais citaes, parfrases, idias, etc. de outros, sem declarar publicamente de onde os tinha conseguido? Ramik: No h razo pela qual Ellen G. White no pudesse utilizar as idias de outros ao expressar os pensamentos que ela queria entregar. Nem sequer racional esperar que algum escreva sobre um tema teolgico, por exemplo, e que o faa abstratamente, sem pesquisar o que outros fizeram antes inclusive seus contemporneos ou com relao ao assunto. Em mediados do sculo XIX justo quando Ellen G. White estava comeando a escrever para a imprensa, em 1845 no caso legal de Emerson vs. Davies, o distrito judicial de Massachusetts exonerou o escritor que usara palavras e idias de outra pessoa e as havia misturado em sua composio. Com efeito, o relatrio do juiz diz: Somente os insensatos tentam tornar a fazer o que foi bem feito no passado; ningum dono exclusivo de uma linguagem. Em outras palavras, as palavras em si mesmas existem desde muitos anos. O ponto crucial como so dispostas, e o efeito que se tenta produzir com estas palavras. Agora, se algum no passado, consoante o relatrio do juiz, escreveu algo que est esplendidamente bem algo que histrico, algo
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 156 que uma experincia comum e cotidiana do ser humano por que matar-se tentando dizer melhor se algum j o disse? Nesse tipo de escritos nada h de mau ou incongruente. Pelo contrrio, o homem sensvel, o homem sbio aquele que utiliza o que j foi dito, quando foi bem dito. Em algum lugar de nossos arquivos legais h uma inscrio na porta que diz: "O passado prlogo". Creio que isso se aplica aos escritos tambm. Ellen G. White utilizou os escritos de outros; mas a maneira como os usou transformou-os em nicos, tica e legalmente. E interessante notar que invariavelmente melhorou o que tinha "selecionado". Revista: H algo que gostaria de acrescentar a este assunto fascinante? Ramik: Sim. Creio que foi Warren Johns que compartiu esta analogia comigo quando estvamos discutindo este caso: A situao semelhante do construtor que deseja construir uma casa. H certos elementos bsicos, essenciais os materiais de construo que tem sua disposio: janelas, portas, tijolos, etc. H tambm alguns estilos e projetos perfeitamente reconhecveis que foram criados com diferentes variaes mas com esses materiais, por construes anteriores. O construtor toma vrios desses elementos e os utiliza. Entretanto, o desenho da casa, a aparncia final, a ltima forma, tamanho, encanto, so patrimnio exclusivo do construtor contemporneo. Ele coloca individualmente seu prprio selo sobre o projeto final, e inteiramente seu. (E no precisa dizer: tomei este tijolo daqui, aquela porta de l, esta janela de acol.) Creio que assim ocorreu com o uso que Ellen G. White faz com palavras, frases, clusulas, oraes, pargrafos, e inclusive pginas dos escritos dos que a precederam. Ela se manteve dentro dos limites legais do "uso honesto" e criou algo era substancialmente melhor (e ainda mais belo) que a mera compilao de componentes. Creio que a tragdia que os crticos no reconhecem este fato.
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 157 Tenho sido perguntado se penso que Ellen G. White foi "inspirada". Bem, a inspirao uma palavra teolgica, no uma palavra legal. Sinto-me mais vontade com palavras legais do que com termos teolgicos. Eu no sei se ela foi inspirada no sentido teolgico. Creio sim que foi altamente motivada. E se no foi Deus quem a motivou, ento no sei quem pde faz-lo. Por isso posso adverti-lo simplesmente de seus prprios escritos. No estava ali quando escreveu, e suponho que to pouco estavam ali seus crticos. Tenho a impresso de que a menos que se tenha alguma forma de "motivao", voc no pode pr em palavras o que eu recebi dela graas a seus escritos. Agora, pessoalmente no me incomoda o pensamento de que Deus a tenha inspirado para escolher algo de um determinado livro. E se Deus a inspirou a escolher algo que j tinha sido escrito melhor do que ela podia escrever, qual o problema? Na verdade, em ltima anlise creio que tudo se reduz a uma questo de f. E quanto a mim, no tenho problema em aceitar o que ela escreveu como um assunto de f. O ponto : o que realmente importa a mensagem de Ellen G. White, no meramente a mecnica da escrita: palavras, clusulas, frases. Os telogos, segundo me disseram, distinguem aqui a inspirao verbal e a inspirao dinmica. Muitos dos crticos falham nesse ponto. E creio que lamentvel. Pessoalmente fiquei comovido, profundamente comovido, por esses escritos. Me transformaram. Creio que sou um homem melhor graas a eles. E anelo que os crticos possam descobri-lo! Revista: Dr. Ramik, como resumiria o caso legal contra Ellen G.
White com respeito s acusaes de plgio, e infrao dos direitos autorais?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 158 Ramik: Se eu fosse envolvido legalmente neste caso, preferiria estar na defesa e no na promotoria. Simplesmente no h motivos para acus-la!
A HISTRIA POR TRS DESTA PESQUISA
Uma entrevista com Warren L. Johns, conselheiro chefe do Escritrio de Assessoria Legal da Conferncia Geral dos Adventistas do Stimo Dia.
Revista Adventista: Dr. Johns, como e sob que circunstncias o Departamento de Servios Legais da Conferncia Geral est envolvido na contratao da firma Diller, Ramik & Wight, Ltd., para investigar assuntos referentes a Ellen G. White e seu uso de fontes literrias? Warren L. Johns: Bem, no ms de outubro de 1980, um pastor
adventista da costa oeste ocupou um lugar de destaque nas colunas do Times de Los Angeles. Apresentou srias acusaes de plgio contra Ellen G. White. A notcia, transmitida pelo servio de teletipo e um sindicato de notcias, apareceu em dezenas de dirios e jornais dos Estados Unidos. Chegou at a ser publicado no Guardian de Manchester, Inglaterra. Como se pode imaginar, despertou um quantidade de perguntas nas mentes de nossos membros de igreja, bem como entre os leitores no-adventistas. Em abril passado seis meses mais tarde nosso escritrio decidiu que devamos ir bem fundo nos aspectos legais e as implicaes do caso. Por isso, contratamos os servios de uma firma muito respeitvel, especialista em patentes, marcas registradas e leis de direito autoral (copyright). Recentemente nos fizeram chegar sua opinio legal de modo mais completo.
Revista: Poderiam os oficiais da Conferncia Geral ou os do White Estate que procederam neste sentido? Johns: No. Agimos por iniciativa prpria. Nenhuma das entidades
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 159 o que nos propnhamos fazer; mas nem seu departamento nem os oficiais da Conferncia Geral tomaram a iniciativa. Ademais, nenhum de ns sabia o rumo que estava tomando a investigao ou as concluses a que se chegaria at que o, at que o trabalho terminou e recebemos o relatrio. O custo deste tipo de investigao legal substancioso, mas nosso escritrio considerou importante conseguir um relatrio srio e verdadeiro.
Revista: Por que vocs escolheram a firma Diller, Ramik & Wight, Ltd., para esta tarefa? Johns: As acusaes de plgio apresentavam assuntos de implicaes legais incrivelmente profundas e complexas. Sentamos que precisvamos
de um especialista, e isso o que conseguimos. As melhores firmas do ramo da lei aqui em Washington, e temos trabalhado com o escritrio do Dr. Ramik em outros casos nos ltimos quatro ou cinco anos. Durante este tempo comprovamos seu nvel altamente profissional e sua notvel competncia. Pelo grande respeito profissional que temos por ele, solicitamos seus servios.
Revista: O senhor ficou preocupado enquanto considerava a possibilidade de contrata-lo que o Dr. Ramik, catlico, teria que necessariamente ler O Grande Conflito na ntegra (livro que alguns catlicos acham ofensivo)
Johns: Reconhecemos que alguns adventistas podem perguntar se ele estaria em condies de ser objetivo. Mas, por outro lado, se contratssemos um advogado adventista e chegasse a uma concluso favorvel, alguns talvez podiam dizer: "Oh, ele tinha interesse particular, que outra coisa poderia se esperar? Por outro lado, conhecamos o Dr. Ramik como um homem altamente profissional e objetivo e, o mais importante, queramos conhecer a verdade. Que os fatos cassem onde devessem. Consideramos que devamos descobrir os fatos, aplicar a lei, e resolver o assunto para a igreja de uma vez por todas.
Revista: O senhor acredita que este abrangente relatrio de 27 pginas, resolve os pontos objetados?
160
Revista: Na sua opinio, qual o significado deste relatrio para nossa igreja?
Johns: As acusaes de plgio, pirataria literria, infrao de direitos autorais (copyright), e outros, foram achados sem fundamento legal. A Sra. White, ao usar material literrio de outros autores estava completamente dentro da definio legal de "uso honesto". Pelas definies estabelecidas na prpria lei, podemos v-la no s agindo corretamente dentro da lei, como tambm de uma forma elevada e tica. As acusaes feitas contra ela simplesmente no resistem s provas. Ela no agiu clandestinamente, ou com falta de tica como declaram as acusaes. Foi uma mulher e escritora crist honesta e honrada. Posso acrescentar tambm que com relao lei, h uma prova legal de um fator casual que bem pode ser aplicado ao ministrio da Sra. White. s vezes nos referimos a esta prova como a "se no fosse por": se no fosse por este fato particular, ou causa, aquele resultado particular no teria ocorrido. E eu vejo Ellen G. White sob essa luz. Se no tivesse sido por Ellen G. White, no teria havido Igreja Adventista do Stimo Dia como hoje a conhecemos.
Revista: Isso interessante? E como v o futuro?
Johns: Estou de acordo com o socilogo Ingard Simon, estudante avanado de uma universidade em Mnster, Westphalia, Alemanha, o qual em 1965 escreveu em sua tese doutoral (que versava sobre o adventismo e Ellen G. White): "Os adventistas ainda vivem no esprito de Ellen G. White, e enquanto esta herana continue viva, tm futuro". Em 19 de janeiro de 1981, o redator especialista em religio da revista Newsweek, Kenneth L. Woodward, usou uma linguagem semelhante: "Se perder sua me fundadora, a igreja pode ver que tambm perdeu sua alma visionria distintiva".
Revista: Qual ser o impacto do relatrio de Ramik na igreja, e os crticos de Ellen G. White? Silenciar os crticos?
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 161 Johns: Bem, estou certo de que confirmar a f dos que se sentiram incomodados pela acusaes que agora se demonstram sem fundamento. E pode levar alguns dos crticos a refletirem. Mas na anlise final, para os que escolhem crer, nenhuma prova necessria; e para os que escolhem duvidar, nenhuma prova suficiente!
ESTA OBRA DE DEUS OU NO
Durante dcadas, os amigos e os crticos discutiram o uso da parte de Ellen G. White das fontes literrias e seus escritos. Os crticos tm-na acusado de que seu "emprstimo" chegava ao ponto do plgio e violao dos direitos autorais (copyright). Os defensores refutaram, dizendo que seu "emprstimo" devia ser classificado como "uso honesto". O debate foi to intenso h trs dcadas que F. D. Nichol, em seu livro Ellen G. White and Her Critics, dedicou 64 pginas (pp. 403-467) a esse tema. At 1981, entretanto, no dispnhamos de nenhuma opinio pesquisada escrupulosamente da parte dos homens das leis. Todos os que intervieram no debate foram leigos neste sentido: ministros, educadores, mdicos. No entanto, agora pela primeira vez um advogado de primeira linha passou umas 300 horas revisando o cenrio editorial de 1790 a 1915 , estudou cuidadosamente as definies de plgio, examinou o uso das fontes da parte de Ellen G. White, e deu sua opinio: "Ellen G. White no foi uma plagiadora e suas no constituem violao dos direitos autorais". No somos to ingnuos para pensar que esta declarao to extraordinariamente franca e inequvoca terminar a discusso. Outro advogado, com credenciais semelhantemente respeitveis, pode estudar o problema e chegar a uma concluso menos firme, ou diferente. Com freqncia, inclusive ao argumentar com dados idnticos, os advogados divergem. Se assim no fora, seriam desnecessrias as cortes e os juzes. claro que os juzes s vezes diferem, mesmo os da Suprema Corte. s vezes dada uma deciso majoritria, como tambm minoritria. A lei
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 162 suprema da nao raramente o que os nove jurados dizem que ; com freqncia, o que apenas cinco deles dizem que . O relatrio de 27 pginas do Dr. Ramik cita fartamente casos legais que tm que ver com violao de direitos autorais e plgio. Gastamos tempo considervel lendo e estudando esses casos. Como exemplo, reproduzimos dois. No caso de Emerson vs. Davies, et al., o senhor Story, quem, de acordo com o Dr. Ramik, " reconhecido como o juiz mais influente na rea da lei dos direitos autorais da poca em questo", concluiu que "o problema no se os materiais usados so inteiramente novos e nunca foram usados, nem sequer se nunca antes foram usados com o mesmo propsito. A questo vital se o mesmo plano, organizao e combinao de materiais foram usados antes com o mesmo propsito ou com qualquer outro propsito . . . [o autor] pode ter reunido detalhes para seu plano e disposio, ou para uma parte deles, de fontes existentes e conhecidas. Pode ter tomado emprestado de outros muito de seu material, mas se est combinado de uma forma diferente da usada antes, e se seu plano e disposio so autnticas melhoras das idias existentes, merece um copyright no livro que abriga tal melhora'." No caso de Lawrence vs. Dana et al., o juiz Storrow reconheceu: "Poucos juzes delinearam regras mais seguras sobre o tema do que o juiz Story. Ele sustenta que . . . se se toma tanto emprestado que o valor do original fica substancialmente diminudo, ou o esforo do autor original foi por outro apropriado substancialmente, ou at um limite injurioso, isto suficiente do ponto de vista da lei para constituir uma violao; que, ao decidir questes desse tipo, as cortes devem 'observar a natureza e os objetivos das escolhas que feitas, a quantidade e o valor dos materiais usados, e o grau em que o uso pode prejudicar a venda, ou diminuir os lucros, ou invalidar os objetivos da obra original'." O advogado Ramik comenta: "A forma de tomar, a extenso do que se toma, a inteno envolvida e o dano provocado so todos fatores determinantes da existncia ou no de plgio". Ele cita a deciso do juiz Story no caso de Emerson vs. Davies, et al.: "Penso que pode dar-se por
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 163 sentado que o claro resultado das autoridades em casos desta natureza, que a verdadeira prova de pirataria (violao do copyright) ou no, esclarecer se o acusado usou, de fato, o plano, as disposies e ilustraes do demandante como modelo de seu prprio livro, com alteraes e variaes s para encobrir o uso posterior; ou se sua obra resultado de seu prprio trabalho, habilidade e uso de materiais e fontes comuns de conhecimentos abertos a todos, e as semelhanas so ora acidentais ou surgem da natureza do tema. Em outras palavras, deve-se determinar se o livro do demandado uma imitao servil ou evasiva da obra do demandante, ou uma compilao original de boa f de outras fontes comuns ou independentes'." Conclumos estas declaraes para destacar o fato de que embora os fatos referentes profisso legal, ao comparar as normas legais com a forma como Ellen G. White usou suas fontes, esto virtualmente de acordo ao chegar a concluses idnticas s do Dr. Ramik. Quanto Inspirao Para os editores da Review os esforos de outras pocas ou os contemporneos, de rotular a Sra. White como violadora dos direitos autorais nunca os impressionaram muito. A maioria se originou de uma compreenso falsa ou inadequada do processo de revelao-inspirao. Com relao a isso importante reconhecer que o estudo do Dr. Ramik no resolve a questo da inspirao da Sra. White. Embora possamos considerar resolvida a questo de se ela violou os direitos autorais, ainda temos que determinar por ns mesmos se cremos que ela foi inteiramente inspirada por Deus, como os antigos profetas e apstolos. Foi ela inspirada? Respondemos: Sim, baseados no peso da evidncia. 1. Temos aplicado as numerosas provas bblicas de um profeta verdadeiro a Ellen G. White e cremos que as supera mais que adequadamente. 2. Temos provado individual e coletivamente o valor de seus conselhos, em nossos respectivos ministrios nos continentes ao redor do
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 164 mundo. Temos provado e comprovado sua obra. A Sra. White e suas obras suportam a prova do pragmatismo. 3. Seus escritos alimentam nossas prprias almas como nenhum outro livro, exceto as prprias Escrituras. Alm disso, seus escritos esto de acordo com a Bblia: exaltam a Jesus como nosso Salvador, nosso Substituto e Exemplo; esto acompanhados de um poder sobrenatural para mudar vidas; so de qualidade que se autentica a si mesma; e tm sido aceitos de forma esmagadora atravs das dcadas pela comunidade adventista. Do nosso ponto de vista, uma pessoa no pode assumir uma posio neutra com relao Sra. White e seus escritos. Ou a aceita como enviada por Deus ou a rechaa, considerando-a emissria de Satans. Ela prpria tomou esta atitude. Por exemplo, escreveu:
"Se voc est convencido de que Deus no falou por nosso meio, por que no age segundo sua f e deixa de ter algo a ver com um povo que est sob to grande engano? Se voc tem estado agindo de acordo com os ditames do Esprito de Deus, voc est correto e ns estamos equivocados. Deus est ensinando Sua igreja, reprovando seus erros e fortalecendo sua f, ou no o est. Esta obra de Deus ou no . Deus no faz nada em parceria com Satans. Minha obra dos ltimos trinta anos traz o selo de Deus ou o selo do inimigo. No h meio termo neste assunto" ( Testimonies, v. 4, p. 230).
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estabelecida pelo movimento, se tornar mais confiado em sua prpria opinio, e ficar cada vez mais em trevas quanto obra de Deus para este tempo, at confundir a luz com as trevas e as trevas com a luz" (Ibid, p. 231).
Nos dias de Jesus, o povo rechaou o querido Filho de Deus porque rejeitou as provas que o Esprito Santo lhe deu e olhou ao redor para ver o que os lderes pensavam sobre Ele. Quando os guardas do templo foram enviados para prender a Jesus, voltaram de mos vazias, e explicaram o fracasso nas palavras: "Jamais algum falou como este homem" (Joo 7:46). Ficaram profundamente convencidos de que Ele no era uma pessoa comum. Mas quando os lderes religiosos perguntaram sarcasticamente: "Porventura, creu nele algum dentre as autoridades ou algum dos fariseus?" (v. 48), rechaaram a evidncia da razo e dos prprios sentidos. A prova aplicada foi simplesmente a credibilidade na fonte. Pareciam tomar a posio de que se um assunto certo ser aceito pela maioria, ou pelo menos, pela classe dirigente: lderes, sacerdotes, mestres e outros. A Sra. White apresenta esta contundente observao:
"Aqueles aos quais pregada a mensagem da verdade, raras vezes perguntam se ela verdadeira, mas sim: "Por quem ela defendida?" Multides a avaliam pelo nmero dos que a aceitam; e faz-se ainda a pergunta: "Creu qualquer dos homens eruditos ou dos guias religiosos?" ... No um argumento contra a verdade que grande nmero de pessoas no estejam dispostas a aceit-la, ou que ela no seja recebida pelos grandes do mundo, ou mesmo pelos guias religiosos." (O Desejado de Todas as Naes, pp. 459, 460).
Pensamos novamente no testemunho pessoal do Dr. Ramik, um leigo catlico, que declarou que ele sentia que os problemas dos crticos de Ellen G. White que se concentram em seus escritos enquanto deixam de lado a mensagem de Ellen G. White. Os eruditos liberais tm se preocupado durante muito tempo mais com o texto da Bblia, a metodologia dos profetas, o pano de fundo histrico cultural e outros fatores associados com a comunicao de Deus humanidade, que por chegar-se Palavra de Deus com reverncia, para escutar nela a voz de Deus e ento obedecer Suas ordens. Aparentemente, muitos crticos de
Perguntas Sobre o Santurio e Ellen G. White 166 Ellen G. White esto seguindo esse caminho, muito palmilhado, que finalmente tem levado muitos ao ceticismo. O fato de que o mensageiro chefe do Departamento Jurdico da Conferncia Geral pediu firma Diller, Ramik & Wight para investigar a questo legal sobre se a Sra. White violou ou no direitos autorais, prov maior evidncia de que a igreja quer a verdade e a continuar buscando a qualquer preo. Mas nunca esqueamos que a f sempre ser o elemento essencial para o cristo, tratando-se dos escritos da Bblia ou dos de Ellen G. White. Como o Dr. Johns diz: "Para os que escolhem crer, nenhuma prova necessria; e para os que escolhem duvidar, nenhuma prova suficiente". E a maneira como cada um se relaciona com o propsito de Deus de alcanar a alma pela mensageira moderna de Deus, pode determinar seu destino eterno. K. H. W.