A Cidadania Estranhada

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stra: ha ia

IIII III

I"dos os Estados nacionais lutam para administrar as diferenas sociais .11 in ruem entre seus habitantes. Algumas das medidas por eles adotadas

ti

I.ISI

i as, como escravido, migrao forada e genocdio. Mas a maior

I' 1111' I 'I 's administra essas diferenas de acordo com as formulaes de igualti" 11- c de desigualdade que definem suas cidadanias. As democracias, em I' ,,11 ular, prometem cidadanias mais igualitrias e, com isso, mais justia e dll\lIi lade na organizao dessas diferenas. Na prtica, porm, a maioria das ti, mocracias vivencia conflitos tremendos entre seus cidados, na medida em ti \ Il' seus princpios entram em choque com preconceitos quanto aos termos da uu orporao nacional e da distribuio de direitos. Na realidade, os conflitos 1'1\1 r' cidados aumentaram significativamente com as extraordinrias demo\ rn Iizao e urbanizao do sculo xx. Assim, a insurgncia mundial de cidadaI\

ias democrticas ocorrida nas dcadas recentes rompeu com frmulas estabe-

I ' idas de governo e de privilgio nas mais diversas sociedades. O resultado


11

m emaranhado entre a democracia e seus opositores em que novos tipos de idados surgem para expandir a cidadania democrtica, ao mesmo tempo que novas formas de violncia e excluso a corroem. Alm disso, se as cidades tm

sido, ao longo da histria, palco de desenvolvimento da cidadania, a urbanizao global cria condies especialmente volteis na medida em que as cidades

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P 'ql\IIIt.IV,1 Mlhr' o tema dirc' 'xpli avam como


AlguBrasil (1964-85).

U)!II 'XIOIi,,lI id.HI.IIII.I I' ti .sord 'na Ia 'dl'!>lI,tI('1I1 loru,

111',,11, 1"lIilll!> S' ti -sc r 'Vi,IIIl '111nossas

idathlos hrasilciros militar n

1\.,1l' livro dl' i ladunia

.studa o., '1I1-\,IJ.lIIII'1I10S ti' urna


envolveram

.sp

fi a '1111,11
li o de um tipu '11111 as difcr '",,, a desigualdud de seu r '~i s b o, a di de uma insurnessas de resie subsmuitas

II III.Id,I"i.1 h.wi.i mu Ia 10 sob a ditadura


I
I' ,

pIO '1't~()S de mudan ~ 111' 1'111 a 11, .cntr

a. Toma o ,ISOdo Brasil como paradigrn uma cidadania que legitimam que administra e reproduzem

.onv rsas, as p soas usavam essa palavra tambm como


,pora r clamar que no eram "tratadas como cidaMas ao exi~por exemplo, pelos funcionrios pblicos.

que todas as na o s I os mais comuns: de maneiras se caracteriza,

em algum moment

111"I' IIIIdl,,1O ti, r spcit , .1'''1\


I

OIlH) marginais",

l so iais

I' ializando-as brasileira

'

111111111 11'11IpO,.nt r si, usavam "cidado"


I 111 101 ,lI' ,1Igu
111

para se referir insignificante

A 'idadania 111 ' d . privil


'(lV'1"I1 S

alm disso, pela sobrevivncia legitimadas. prosperando

no mundo, em geral numa circunstncia sujeito um cidado qualquer",

infeliz ou desvalono que significava "um

gios legalizados

e desigualdades e republicano,

Ela persistiu

,.11 1 II/i,lm qu '''aquele "1111111'1"", Faziam-no ,"1 '11, vizinho, '"'1.1 ItI -nti lad I 1111101 r 'Ia

c lonial, imperial

sob a monarquia,

para deixar claro que a pessoa no era da famlia: nem colega, concorrente para estabelecer, ou qualquer um que tivesse

t.idura
idadania g .nt

a democracia. insurgente.

Mas este livro revela tambm

que os mais entrincheirn

onhecido, familiar -

los r girnes de cidadania desigual podem ser desfeitos por movimentos rus v m formulando
p -rif rias nas periferias das cidades brasileiras Argumenta da moradia uma cidadania

em suma, no apenas a ausncia

Mostra que desde a dcada de 1970 as classes trabalhado o entrincheirado. que a experincia contexto

o pessoal, mas tambm a rejeio de uma relao comensurvel


igualmente aplicadas. "Cidado" indicava distncia,

tt",

IlIlpli asse normas

que desestabiliza

em especial asprovaes urbana.

ilegal, da construo do que preveem

1I1""ll1lalo C nada em comum." N -ssa formulao, cidadania 11\lI


'I

uma medida

de diferena

e uma forma de

ti n ias e dos conflitos de terra I, n .ia de uma nova cidadania I -or ias sociais dos sculos
XIX

se torna simultaneamente Ao contrrio

II 1,111inr as pessoas umas das outras. O termo lembra as pessoas do que elas

to _ embora,

paradoxalmente, Chamo

elas prprias essa formulao

sejam cidados de cidadania

e define

e xx sobre as classes trabalhadoras, um processo contudo, prevalente,

integrantes em

'111.1Ia s como outros.

diferenciada,

ti ssas classes se tornaram


to 10 t'

novos cidados,

no por meio de lutas trabalhistas, como proponho, da desigualdade linear. Em vez ao mesComo re-

I" 11I1I1 ' 'Ia se funda na diferenciao 11'111 [isso, a cidadania


, ,I

e no na equiparao considera

de tipos de cidados. e

mas pelas lutas pela cidade Sul do planeta. Portanto,

diferenciada

que o que esses outros merecem mas da lei como desvantagem na mxima brasileira

este livro trata da persistncia uma progresso histricas dominantes

lei _

no no sentido

da lei como direitos,

d ' sua contestao.

No apresenta, e limitam

IlIlIIlilhao, uma noo expressa com perfeio

que diz

[isso, mostra que as formulaes


mo I mpo produzem

da cidadania em contrrio.

"11,lr~l s amigos, tudo; para os inimigos, a lei". Para pessoas co~o eu, aco~tuma-

possveis formulaes permanecem

11"., l retrica de uma democracia


dll 'it e da cidadania 11111,1 articulao radicalmente

liberal que enfatiza a centralidade

da lei como apresentava na ordem imediato meu

xultnd ,o insurgente e o entrincheirado do p .rigoso e corrosivo.


Na primeira p.il.rvra "cidado" ou "cidadania"

ligados num emaranhaouvia a

em todas as relaes sociais, essa expresso diferente de proximidade e distncia

vez em que estive no Brasil, em 1980, eu raramente em conversas cotidianas.

,Ill

ial. Achei isso difcil de entender, que eu interpelava,

e o aforismo, se tornou

que fazia sentido emblemtico

Claro que as pessoas com por ouvia

l.il.rvam sobre seus direitos especficos, mas o faziam sem relao aparente .1 id 'ia de cidadania. out ros estatutos para os brasileiros Era como se os direitos existissem

p,tra os brasileiros 1\111 ingls,

durante

parte, conferidos
Quando

que no o de cidado, como o de trabalhador. de todas as classes. Significava

common. Notar que a ideia do "comum" (commo~) - co~o, mais adiante, em."ex1 H'l'i ncia do comum" -se refere, na formulao do autor, quilo que e Igualmente compartilha-

.t1gu m usar a palavra "cidado", quase sempre ela tinha um sentido .uior no tinha uma relao significativa,
22

diferente

'I

algum com quem o interloum z-ningum

comumdade I I ' , em especial , vigncia de uma igualdade de direitos entre os cidados de uma . d idei polica. O autor no perde de vista, por isso, a acepo frequentemente negativa essa I ela no texto da diferenciao social brasileira.
23

um outro annimo,

, 011

trabalh d arnpo c ll\illh.l~ t '1ll.lliv.IS ti rnap ar UIlI 11'1111111 10 dl's onhc 'i 10 d pr ssupo tos sociais l< itos.' Vinte anos depois da minha desorientao inicial, eu sava em o Paulo durante a vitoriosa campanha presidencial de Luiz Incio Lula da Silva, do Parti do dos Trabalhadores (PT). Foi uma vitria macia e empolgante, comemorada com bandeiras vermelhas de "cidadania': "democracia" e "justia social': Perc bi que os residentes das periferias com quem eu trabalho votaram em Lula no apenas para exigir futuras mudanas, mas tambm para reivindicar como emblematicamente sua uma histria de vida envolvendo tudo que j havia mudado: uma histria de industrializao, de migrao urbana, de transformao dades e de luta pela cidadania que refez o Brasil nos ltimos cinquenta uma histria que muitos desses votantes viveram e que Lula personifica carismtica. Sua figura os estimula no s por sua prpria migrao das cianos, de forma para So

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ia d 'uma gr,1I1 I' riqu '/';1lOIIlIlIIl.I

I'I'IIIIII'C 1I1H'lIlo"l hist iria I' Lula to ou O n .rvc proun 10 10111(', I I"" I 1II1,II'.III.I"I!)popular \ raxil 'ira. Na noit 'da 'I 'i;\o, (,'\11 ou uhrn dc' 11 1""lloldo 0111() n(lI11 .ro I, p .ssoas, a maioria Ia cluss '11"11.d!t.1 1111111,11 '111,11>rtum .nt .p '1'1Sruas d 'Sao Paulo ti 'pois Ia vitr I LIdi' 11,1 lI! ,IV.!IIImuito 'mo ionndas quando rn .falavum sohrc 01.,,1.1 11111' 1111101111\ trabalhador ' um horn '11 das p 'rifcl'i,Is, qll.lll\lo ,,111.111I qlll' '1\1uqu 'Ia .xp 'ri n ia d 's 'r um horn 'J1l 011111111 'o I 11'.11.1'k~ que uqu 'I' homem s r tornasse pr -sid nt '. As 1.11\1 illl," 1111,11 11,1 dolellw,,1 I' apaixona Ia vontade de que () Brasil "ti '~M' 11'110': I' I 111111 dI ~o" i111 -nio.'! h I 'a frust ra ao dos Ira bal hadores lil ,,~dl'l 11I" 1"11 '1 11' II!"I 11vil h '111,ti 'pois ti, tantos .quvocos, que SI'\1 II.lh."11I1 ' ""11/11111.'1111' ~II," I' ',dizao 'S sejam r xonh 'idas' as il1jlll>li\,l~1~.III.HI.I 11111 11111 1111101 p.lllilh.1 justa dos im 'I1S0S r' 'ursos 10 purs, dl'~d" "1111')1 ""1",11/11111. I'c'l.l h.lhilllal .litc urontosa, mimada 'imp"IH' qu "11111\1 I \I 1111111.IWIIlH'llll' 110 ontrolc do ti .stino do Brasil. 11 ti 10\1 .11,1,'1,,10,1,111,1 I' 'pr '1' 'nl.iv,l .ssc Brasil dos trai .d!t,ldol('" c' ,11.1 ,I 1"'1 \I di pC'1irc'l i,ll>"auto onstru lI;JS" 10 tipo d,l pl'l'if '11,1111 h,llIoI I I" ItI I 11.1 qll,d .1 III.IiOl i,l los I r.isilciros mora hoj - 'JlI di.1 l' olld(, com 111 1I11'1 .11 11111 pIlHl'~sodlill11,ll!)dl'allt() ollslrllao,slI,ISpIOpll,l" .1,1 I I 1'"1111 I id.1 IlIh,III,I, Ncss.r lut.i, 'k~ tnmh -m coustrumun 11111,1 II\lV.! "~ t. 1'11111Ip.I,.\II, dc' lill'ilol> 'd' id.ul.rni.t. Em outras pnluvi.rs, 1.111.11 'pll

Paulo, vindo do Nordeste quando garoto, se identificar com a deles, mas tambm porque suas experincias de pobreza e de realizaes na cidade exemplificam uma narrativa de mudana urbana com as quais se identificam. Embora Lula tenha continuado pobre, as condies urbanas da pobreza no eram estagnante : ele se tornou um trabalhador de fbrica e um pioneiro urbano, na medida em qu ele e legies de outros migrantes alimentaram o crescimento industrial da cidad de So Paulo e transformaram suas periferias ao converter os barracos que tiveram de construir em casas de tijolo e ao urbanizar seu entorno. Com seu trabalh , eles se tornaram trabalhadores de indstria modernos em periferias urbanas qu ' construram no "mato': Em 1980, desafiaram o regime militar com a mobilizao nas fbricas. Mais importante, fundaram um partido poltico prprio, o
PT,

I"

que

ganhou uma fora impressionante organizando os bairros da periferia por meio de uma mistura de polticas de esquerda e catolicismo popular. Depois de trs tentativas fracassadas Presidncia, Lula e o PT venceram, com mais de 60% dos votos do pas, ao comprometerem-se com a construo de um "pacto social" en volvendo todos os cidados e de uma "justia social" para os pobres. As classes trabalhadoras de todo o Brasil no votaram maciamente 111 Lula apenas para comemorar uma histria de ascenso. Afinal, seu adversrio, Jos Serra, superou a infncia de classe baixa para se t rnar um renomado O nomista. Quem elas finalmente homem que fez sua campanha elite 'I

decidiram 'kg 'r para o mai alto post foi um xpli ilanWlllc' c01110I idadao nao p rt n ntc . igll,lI .I VI\I
I ",

1II ,,\11 11'1'11.1".IIII(lrOIIIl"~.\O iudividu.il de 11111,1 S.IO P:wlll ilJ1igl,lIl1c'(' in I 1111' I li, ( l'IIIplllll.1 t.uuhcu: ,I~" P 'I i \ll i,l~ ol'liv.11> d.1 fOI 111,1",111 d, 1111 I I I 11\11.111.1', ( dc' 11111.11 id"d.IIIi.1 d\'( (li Il'II11'c'IIIII1c!1I li 1\I.Isil. 11111, I" 1111.1\clc'~'" li."\' (.11\'.111.1111,11111 dI' cnvolviuu-ut d,I~ d".! 1I)I"d'IHI.II~ 1'1,,1,1 ,10 li 11 ,,!,I, .I 1IIIIIII.IIIIIIII"I I\I.I"l"I.IO.II('I\ldll

no apenas c mo "o brasileiro

'1"1' loi o sloga n da primcirn

IIH'II -nfoqu . Um ponlo, 1'1111'111, ' '~P' i.ilm .ntc rclcv.mu- () gov -rno lc Lula ilIl.lIi:t,ou os 'anhos si inif .lIIVO,~ ,k 10 I 'r aqui itivo (L11i I,I~S"Strubalhador.i 01110lima da principais r 'ali:t.I~'() s de seu mandato.' Essa nfasc no nSlIIlIO in omodou muitos de seu partid: rios. Eles argumentam que de mobiliza I1
-nvolvirn nto poltico dos cidados com "sedues do mercado", desarmando
l' .1'" '1.

I IllIhlll'W

11I.!liso IIl'SIl' liviu. I li 11,1 dl'l.ls loi UIll,1"IlI 1"11<,01 na subj .tividasuas asas, as lnss
'$

1111\llIlllp.ISS.lr:1l11:1 xins ruir 'nlOnlar 1111111 1111 .I~ i 1'nli Ia lcs , 11111111,1 'u.ls"a "'1" 111,,111 !'(ll' statu
<

trabalhadoras da e da
peri-

'111prcc .d 'nt s d pr dutor tanto da aquisio

consumidores

as s

rnaram textos legveis que atestam essa mudande bens individuais as prprias

11 11,,1111,111 'S arquitetnicas

'ig

ias d uma verdadeira

mudana social que as classes baixas deveriam

corno do drama coletivo de produzir a se compreender fundamentais

1M

laz .ndo com gratificaes imediatas de ganhos materiais, Esses ganhos, ai '111
I

I 111 1 .ipropriar e transformar I11111 1I1'~ 1.1 idade, eles passaram 111 II .1.1\1',Essa identidade I "" I 0111"lIdll\(IO -

o solo mesmo da cidade. Na condio como portadores para sua economia

de de e

do mais, so muito pequenos comparados queles obtidos pelas classes mais ai Ias durante governo Lula. Os crticos tambm afirmam que esse fator rnistif .1 ,lSprofundas desigualdades que continuam a caracterizar o Brasil, que, a desp 'i 10 dos modestos ganhos dos consumidores, tem a terceira pior colocao ntr /(/(10 os pases no ndice de Desenvolvimento Humano ajustado em termos ti ' ti .sigualdade (IOH-D), de acordo com o mais recente relatrio (UNDP,2010) d.1 Or 'anizao das Naes Unidas. Concordo em muitos pontos com essa crti ";\. () que sses partidrios frustrados costumam esquecer, contudo, que desd ' ()
inl .io d sua carreira Lula vem enfatizando

I 11.1 ida I " orno contribuidores

de parte interessada

na cidade foi a base de uma baseada no uso

I ,,011 11'11('11.im into, at ento inexistente


I

entre eles, por meio da apropria-

a noo, com efeito, de uma propriedade


onsolidou,

1111111 ,qu'
111

por sua vez, um novo tipo de direito adquirido se deu, portanto, em termos de direitos. A e consumidoras como produtoras

I I Id,ltI " As' iunda mudana

Ijl'llvidn I' Ias classes trabalhadoras

a importncia

do consumo

para

ali

1,/1 11111.111.1 I' 'Sl aldou a exigncia de novos direitos: direitos de contribuidor 111.11 IIIIHI \)S d fino. Tais direitos incluem novas protees ao consumidor,
I

lass .s trabalhadoras. E fez isso por causa de suas consequncias na histri tI:I nulo on truo. Ou seja, Lula enfatizou o consumo porque este tem sido cru "illl para o projeto de construo e montagem de uma casa prpria no qual o traba lhador p brc tem se empenhado desde a dcada de 1960. Assim, a motivao dos moradores das periferias de So Paulo para equi p.ir SU'IS asas em construo com mquinas de lavar, televisores e mobilie rio ti ' quartos - normalmente adquiridos a prestao e com altos juros - nao Il'm ori m na presidncia de Lula. Ela tampouco comea com o Plano R .al, que conseguiu eliminar a hiperinflao no Brasil e que foi criado em 1994 p '10 ,11111'.ssor de Lula, Fernando Henrique Cardoso, que merece muito mais r' li 10 do qu '
.uuucuto

I ItIIIl.II.1lillll11 importante 11 1f',lIdi .ido

componente

civil da cidadania nos anos 1990. eles constituem uma alternativa

muito mais abrangente:

II I., 1'1111 d 'I rivil gi que tem sido h sculos o regime de cidadania brutal1111 .lI 11'.\1,11 do Brasil. II 111 11 11 IOV'I' as r alizaes de consumo 11 1111111,1 pl odu ao da idade, Lula transmite 1'. u.uisforma I"I~ I 1111
"SIO

das classes trabalhadoras

e seu O

a seu eleitorado e repete para o e da cidadania. e numa impunidade

c autoconstrudas
I 'r m

da subjetividade

's

se atolado a-quevou

numa corrupo

d hoje pela estruturao

das condies

contempornea

desse

11111.1,1 ,)II~I if an lo-a


.rind.r quc tr

mo forma de garantir o poder de governar, outra examinar mais adiante. sua eleio afirmou o corpo e o esprito a fora nacional sem precedentes

Ia prosperidade. Na verdade, o importante envolvimento da lasses I I .tb.ilhndoras com o consumo do mercado moderno teve incio quando cl.rs I 011Il'(;aru 111 a se estabelecer nas periferias, nos anos 1960. Esse envolvirncnto SI'
l

II , 1"llIuda 110il. d outubro, 1llIllIpkx.1 .rutu .onstru


,

sintetizando

""1'01 idou enquanto transformavam seus barracos em casas de alv naria ma is bem a abadas, um processo que COI11 i a do urncntar no in io dos anos limo nas .idad s-sat lit s de Braslia " ,,11'11111' 1I110S d 'pois, m ao Paulo. I\SSt' .onsumo d ut ilidad 'S 'ohjl'los dIlIlH .... I iros I 'V' orig .m 'r .sultou

111 '1111 I' 11.111. forma 1',1 mas pcri ~ rias. Em poucas dcadas, as classes trabalhaI'11 IlIh,III,ISl()nSlrU rum urna for a vicacapazdebaterfortenaqueleBrasil 111110111111111,1111(' l'lI) qu
'li

norma histri

a Ia idadania

promove

excluso,

I 1 11IId,\lI(', iI1'1\, iIicl,l\k, viol n .iu c ai 19i"a so "iaI do privilgio e da deferncia

('111dll;11i 1I11ldal1\as profund.uucut

111.1111111.1"." .IOS ti 'S .nvolvim '111os d.1

11111111 hl'.I'~cio Pi'III'I\( imcnto , II.I~.IO. () dl'M'lIvolvinl -nto das p riferias urbanas
7

1111111 til 11111.1 I


I

11111111, I .1111,1111111 xmfronto

entr

duns

idad nias, 111111

11111'1 11I 111111 I 111111111 lu u 111.1 I 11 II '111 \l1,dl ,I ti '11I,\I,IIIII.ldo entre as duas com base em trs tipos ti 1111\111111'1110, () I"IIIH'IIII .III.llis.1 .1 trajetria histrica da cidadania brasik-n lOIIHlIIIII.1 omhill,\(,ao de dois f~\l res. Um deles a cidadania formal, fund.ul ('111prin '{pios de in
tunriva
I

1,11111 u pcr] l'llI,I<"IO,II)I',"l1l1l'g,ldo:-;dil"illl1'oIolti os r mai ria dos 11111 uverum S -u a 'S:-;Ot Prol ri .dudc fundi, ria limitado, foram , I !llIdll,O 'S I' r sid n ia se rrcaa Ias' muitas vezes ilegais, postos 111 ti I I11I I -duzidos a trabalhar omo s rviai .Tais discriminaes no 111 .I" Ilm,Io dos bra ileir da prpria cidadania. Se fosse esse o caso, 1111II1 1'11\.11' () S u sentimento de pertencimento nao. Em vez disso, I1 111111111,1(\ )$ por fazerem parte de certas espcies de cidados. A per[11 1111.1<,11, portanto, a que espcies eles pertencem 11I 1'1111 I 111 111 ) 1 idadania gera essas discriminaes. tliI 11II"I~ qu ' i lentifico aqui no a representao e como a aplicao A cidadania que arcaica do Brasil

rp ra a ao Estado-nao;

o outro a distribuio

sul!

los direitos, significados,

d.iqu lcs

instituies e prticas envolvidos na afilia\.111 n iderados cidados. Tal combinao produz uma formula 'sll\'

c rf 'a, qu diferenciou o Brasil de outros pases no estgio da formao dos bH.1 dos na i nais nos sculos XVIII e XIX no mundo: ela gerou uma cidadania na iOI\,d (til" desde o incio, era universalmente includente na incorporao e ma i~.1
m 'nl 'desigual na distribuio. Essa cidadania includente e desigual foi bastanu co r .ntc na manuteno de seus princpios tanto de incorporao como d dis (rihui desde o comeo do Estado brasileiro, h quase duzentos anos.

111\11111 qu .ss um aspecto que continua dominante na modernida, 11.1\\, N,I v -rda lc, um dos meus objetivos explicar a persistncia dessas
ti.! 1.1, I \I 11',\llItlO.ll' 'Llmento que desde os anos 1970 as classes trabalhadoras 1 I 11 I 1\I .11 Ii ula nd u ma formulao diferente de cidadania, depois que se
\I
I 1111 1'''1,1 ," -idad s e formaram periferias urbanas. Essa urbanizao as 1 111111111 I'I,IS foram atradas pelas cidades brasileiras que se industrializa-

Essa formulao de cidadania usa diferenas sociais que no so as ba s d,1 in orp rao nacional - sobretudo diferenas de educao, propriedade, rau, !\
li

'1'0 o upao -

para proporcionar

tratamentos

diferentes para categorias

dif T 'nl s de cidados. Por isso, gera uma gradao de direitos entre eles em que ,I maioria dos direitos est disponvel apenas para tipos especficos de cidados l' (' cx 'r ida como privilgio de categorias sociais especficas. Defino-a, portanto, (Imo li ma cidadania diferenciada, que usa essas qualificaes sociais para orgn niznr suas dimenses polticas, civis e sociais e para regular sua distribui d' 1 I pod 'r .s. E e e quema de cidadania , em resumo, um mecanismo de distribui <, .ro ti 'ti isigualdade. As cidadanias no criam diretamente a maioria das difcr n <, ,Is qu ' usam. Elas so, antes, os meios fundamentais pelos quais os Estados II.I~O'S r' onhecem e administram algumas diferenas como sisternaticamcnt ' )11 ocmin .nt , ao legitim-Ias ou igual-Ias para propsitos diversos. Em geral, 11111 /'t'gin . d idadania legitima e iguala diferenas ao mesmo tempo, e suas unhina cs spe ficas lhe conferem um carter histrico. A formulao brasi I 'il.I iguala as difcr nas sociais no que se refere afiliao nacional, por m I' 'a li",1.ilgumas dcs a diferenas como bases para distribuir de maneira dif rcn ia d.1 di r .itos privil gio entr os cidados. Assim, no incio da R pbli a, 'Ia IH'g.lV.1l' lu nao orno um dir it 10 i lnd.to c IIs.IV.1 () alfabctismo i o g n .ro p,II.1 n'slrillgir n c idaduniu polt i a, t\olq . ,tlil',1I I'\\,IS difcr .nns, 'Ia .onsolidn ~1I.I~ tlll>igll.tld,ld 'S ',IS Il'IJlt'III.I ('111 111111 I 111111\ I 11111 loda ,I sOll'd:ltI"
I

. 1111110",1111 \I nova fora de trabalho de uma sociedade e de uma econo11111111\I IIlOd .rnas. Mas, quando desenvolveram os centros das cidades , 111111,11 ,I~ l." ilais modernizadas desse novo Brasil (figura 1.1), as elites 111 dl/lllll' l' P -lirarn os trabalhadores pobres e os foraram a morar em di I 1111 't-\ 'sul ti senvolvidas. L, eles viveram em condies precrias e I 1111"1 I I, '1.'1). Tiveram de construir suas prprias casas, se organizar 1111 I 1'"11~ 'I vios bsicos e lutar para manter suas casas em meio a diversos

11111111 ,li l'qll('lIl -m .ntc violentos, pela propriedade dos imveis. Ainda assim, 11"111,1 dn.Hhls 'I '5 urbanizaram esses bairros e melhoraram de forma I 1\,\ I 11Il(li~().s d vida (figuras 1.3 e 1.5). Alm disso, como os moradoI I 1111\1 ti ' ,Id.IS transformando barracos em casas de alvenaria mobiliadas,
I I ,,1\ I "1'111.1';11udas, essa autoconstruo se tornou um domnio de elaI I 11 IllIhol ic .t. Ela .xprcssa narrativas coletivas e igualitrias do estabeleci-

111' "I 1 IH'I ti '1i.I:-;-riarrativas individuais de realizaes desiguais (figuras 1.6 I I 11, ,I 101111:1, a nulo onstru transf rrnou as periferias em espao de

1\1111 dll'III,Itivos, produzidos 1111" III0villH'IIIos sociais. I 11 111',.111 H'IIIII~


,~tl'l kos sohrc

nas XI 'ri n ias d s tornar proprietrios, I


part i

de e de

ipur I,

111

'roa 1 s consumidores

as I1ilIlSIIlIII\'1<, I I'~ ti ISl asas.

Asltg\lnls 1.1"
d,I l

1.711'1\1

II,II""IOI~:I

lesses 'olldi\IW,I,IIIIt!I'M'llvolvillll'lllll
S

id.rd ' ti ' Suo Paulo. 1,:1.1" ump.rrum periferias, e tas ltimas r iprcscntadas

prin ipais

111 ',lIl'/>

011

I, fiz

rniuh.i

('llIogr:d'i:.1d s 'ma ran hados da 'i latia nia brasileira:


~II.I/>

.n Iro de

o Pa LI111
,HlH'
IlItI

pelos bairros d Jardim da

liols ,do Lar Nacional. Tais comparaes indicam que a cidade no apenas
10111

.xto d lutas pela cidadania. O capeamento de asfalto, concreto e e tuquc,

sua infra 'strutura de eletricidade e de encanamento so tambm sua SubSI, 11


ia.As p rif rias constituem um espao de construtores da cidade e de sua id"

l.inia desbravadora, transformaram prin

Por meio da auto construo,

as classes trabalhad

r,,~
'nll'

as regies longnquas dos anos 1940 nas periferias densarn

habita Ias, ocialmente organizadas e urbanizadas dos anos 1990 em todas "" ipais cidades brasileiras, Elas as tornaram no apenas seu principal espao
li

r .sid n ial dentro das regies urbanas do Brasil, como tambm um nov li,

,
(I

"1/ '/1/11 c/I/I (11110 dI'

sendo autoconstruido na periferia da zona leste de So 'ler 'sa :aldcira.)


Caiuli:

Pi!',llr"1.1. Centro tlc S(lO Paulo seutlo


1'1\11/

rI('S('lIllo/,'irlll,

11I1II/1'llIiz(ldo

e Reli

I r ifi CfI do,

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111/1111/1

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1111 IIH'IICI~

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dn viaduu: do C/1I1 (tl ("1/.) ('IIV('lIiclll,'o'(/O/1I1111 fovll"\1'1 A l'l VII Inxl i tuto MOH'II" "11,,,,)
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pou 10 de vista da figura 1.2 del/llO,/Y<)O.(FolodcJamesHolston.)

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N",
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11111111, (rISII

rle Jos Raimundo: modelo original de casageminada,


J 996. (Foto de [ames Holston/ Teresa Caldeira.)

com

I'igura l.4. Lar Nacional no comeo, 1973. (Foto de Ezequiel V. dos Reis Filho.)

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d' .spa poltico e sirnb ili o na ' .ografia nacional do 1'.1~. EIIIl'Sp x iul, d di g.t1i Indc das moradias e timulou uma nova participauo rvi a ' um.i 1111I Jll'.ili a de direitos: as condie que criou mobilizaram morador a 'xi!'." 111 I orporao integral cidade legal, que os havia expulsado, por meio da 1('1\.11, 1,1<,<10 d suas reivindicaes de propriedade e da proviso de servio urh.uu. Por isso, afirmo que, no desenvolvimento das periferias autoconstruul.i os m .srnos lugares histricos da diferenciao - os direitos polticos, ,111 11 .\ I 'ITa, a ilegalidade, o servilismo - alimentaram a irrupo de uma cidud.uu., insurg .ntc que desestabiliza os privilegiados. Embora continuem ,'egil11e de cidadania diferenciada, esses elementos representam a sust .nt.u " tal11b~1I1 I

111111''1'111.111.11110 ~1I.lltI" 1','1".1,,10 lOlll() ~I,.III.lI1~I()IIlI.I<,.I() .nquanto 11 II I 111111, 1,.1,11\ li" i,I los ida laos que .stc livro 'Sluda nuo ap nas de re1"1 Ildi, 'SI" .ialm .ntc 111 a teoria [crnini ta, a v r que a agncia 11 11111111'111 prod IZ .ntrin hcirarncnto, persistncia e inrcia. Assim, os I I' '1'I'III.!lllltivam nte rcgimcentrincheiradodacidadania,mesmo I '111 1111111('11I I' .sistarn a ele. Em conformidade com isso, no reduzo o 1I1 I, .11','1\ i.t n 111a u 111nem a outro. Alm disso, extraindo pistas do .1.1111Imia subalterna Ranajit Guha (1983), no situo as possibilida11111111 IH'ir,11l1.nto, insurgncia, persistncia e resistncia como algo I I li 11""~( i n 'ia dc agentes individuais. Embora possam estar l, enfatiI,,, di .I~,II) na .struturao histrica de um paradigma de cidadania em
I, I 1111" 11\1 os ti ' relaes sociais, recursos

ondi oe de sua subverso, na medida em que os pobres urbanos garantir.nn s 'u direito cidade, adquirindo direitos polticos, tornando-se dono de illlll vcis, usando a lei a seu favor, criando novas esferas pblicas de participa ao I' I transformando em consumidores modernos. Dessa forma, as experincias V'VI das na periferias se tornaram ao mesmo tempo o contexto e a substn 'i,1 di 11 ma n va cidadania urbana. Essa insurgncia d 'mo ratizao nacional. local transformou, por lia Vl':t.1 I

e conceitos

em torno do

1'.1, .1111 rubalh , aos servios urbanos e aos direitos, por exemplo, e de 111111111111 ias '01110 ilegal/legal, poltico/domstico e pblico/privado. "li 1.11'111 tuis pos ibilidades como inerentes s estruturas de poder e

I I 11" I 1':Il~' '11loque mostra que o insurgente


111 Idd,llIi . hisLoricamente
I" 1"~do Mas mostra

No estudo esses fenmenos, como fazem alguns tericos e ativista , M'!," rundo a sociedade civil do Estado. Nem vejo a mobilizaco de movimentos .~II iais orno lima resistncia da sociedade ou sua desmobilizao como 001'1.1 <,,1()pcl Estado. Evito tais dicotomias para me concentrar na cidadania 0'1111 r lao entre o Estado e a sociedade, e analiso seus processos para r 'Vl'J.1I os .rnaranhados entre os dois que motivam o surgimento ou a reduo cI ' 11111
lima

dominante,

sem dvida perpetua atricomo o significado da propriealimentar permanee desequili-

I 1,,".11.11',', ,I PI', Li a de legalizao do ilegal e a norma do direito de trataI

tambm que, em vez de meramente I .,,, do h 'g .mnico, o insurgente representa uma ruptura: corrosivo

I" 11.1" ,10 -ntrin heirado, mas num emaranhado

vim int s sociais. Examino esses processos da forma como eles apare .m 11,1 pdti as d s cidados. Isto , enfatizo as experincias dos cidados com os ,li' mentes -tais como propriedade, ilegalidade, tribunais, associaes e id 'ologi.1 que 011 tituern a construo discursiva e contextual de relaes chamadas d, c idudania que indicam no apenas atributos especficos de perten irn 'nlo 11"

111 'I'" .th.rl.i tnnto o Estado como a sociedade. 1." d"1I10 .ra ia poltica alcanada pelos brasileiros em 1985, essa corro111'"1111 p -rv irsa: enquanto as classes trabalhadoras democratizaram o I 11111""10' x .u pblico, novos tipos de violncia, injustia e impunidade I 111111.1111 ti, .lsl i a mente. As cidades brasileiras vivenciaram um clima geneI 111.11IIH'do, rirninalizao dos pobres, apoio violncia policial, aban-

w icda I , ma tambm a imaginao poltica que ao mesmo ternp produz r rompe 'ssa idaclania. Mas, como O que conta como experincia nun a 'po, I !>() 'vidente, pro uro no naturaliz-Ia n m .sscn ializ-la. Em vez disso, '1" '~ Iiono 'ssa .xp 'ri n ia: quan 10 a uso para incli .tr, '111 l rrnos 10 que as pl'SSO,'\ di:tl'1l1ou 1:1:1,l' 111 , a ,fi < ia d 'c;lIl'g()ri,I~, d,' li,/\, ," I' ti' onstru o 'S Ia 'idad:IIII.r, lli'III1It.IIH'.t1ll '111' eles .nvolvo 11111.1 iIIVl'~III',,'I,.IO hi~lori a (urna g '11',dogi.I, 1111 \('1ti ido d . FOI, .11 ilt) 1',11';1 cx 1'1 i, ,11.1 I' 11 IIIlIt .111 tI,I" J!l'rilll i,l d,I id,ld,I 11 i.i, 01 I
\I
I

li I

.,j" I ~JI,I<,O pblico c fortificao das residncias.

O Judicirio

e a polcia

111'111111.1 mais de acreditados. Meu terceiro argumento leva em consideraI 111.11.111 had da democracia a seus contrrios e s eroses que ele causa I 1111111101 A fi rrno que, em razo da persistncia das velhas frmulas de cida1111.111111'11 iada, 111," 11111'111.nt onfronto entre o insurgente frmulas e o diferenciado cria um ese suas
35

in tvel e perigoso

de cidadania

no Brasil contemporde governo

IIIIV.l ti 'mo ra ia perturba

estabelecidas

Ilh'I.llqtli.l:> \I('llIg,11 .I lIr1wnizaao

I'

dI' 1'11 dl'I',lm, (:ilSO nn nu io, 1,1 1I hllllllllis

'qUl'lill', '011111
I

111 ti t ,li 1111 1I1,ISilSlIj',I'1 i' qlll' h Id,lS ,lI> di'llIlH 1.11 I,IS 11 "tllllOI'III,dlll '1IIe disjuutivus .m difcrcntcs
'1Il

VIII 'rg 'nl 'S

dt'llIlH l'I ia uno (: ,I 1Ildlilll)l~,llk


'li

ti 's .stubilizaao,
' I .fcrncia

'~'IIII,I\II,I ,I outras,

Sll:II'l'ali',iI~,1()da .idadania 'a substt n 'ia do desenvolvis histri osenacionais,mas linear ou distribudo e se erode simultaneademocrtica

privatiza.i.

No entanto, incgs v 'I qu 'n ti 'mo ra ia I'l'odl


que conferiam da ordem ao dia a dia S('II reaes viu e outras para cx agora mais visl IlO
I

11 11 'III'II,IS 111'a pror -ssuo I 'Inporal IlhllllhlV,ll'illl11 li'" I I III


'I"

1,11'gorias l itas de dorninauo sl'llIi los de ordem I .ntas, algumas I r .ssar indignao e de segurana. para restaurar

ontcxt

Essa desestabilizao

provoca

,I' dvs -nvnlvirncnto disso, a idadania

nunca cumulativo, sempre se expande a insurgncia

velhos paradigmas

diante da persistncia Minha concluso conseguiram

de seus elementos que, embora

v 'is porque estilhaados, pari 's de violncia

a democratiza

.\. 11111111'1 lcsi iuais. II 1111' .unina, portanto,

da cidadania

nas

Brasil no tenha sido capaz de superar esses problemas, e injustia

tampouco

suas cont rn de m di I

Illh.11"I~, 10 Brasil, seu confronto esses processos

com o regime de cidadania de diferenciao, em quatro dominao,

histrica insurA

evitar o desenvolvimento

"111[' .un onlradioemtermosdeviolnciaeinjustiasobademocra111110 I 1'.11,1 .inalisar .11 I"II~.I(), divido esse conjunto partes. A Parte Um desenr da cidadania. do regime diferenciaA Parte Trs enfoca a de So Paulo, A Parte sob uma democracia

das significativas de inovao democrtica. Acima de tudo, no evitaram uhrangcnte legitimao de uma cidadania democrtica insurgente.
Tais disjunes entre governo e cidadania surgidas na verdade existem em muitas Norte desde meados norma. dos visando d li d 'IlIO .racias eleitorais ui 10 '0I110 patolgico .Iv.di,I\'ao costumeiro, dirvilo e a prpria alm do Atlntico de alguma

I11II 11111,1<;:\0 pa ra refletir sobre o aspecto perturbado


lit

ti

1",1.11) -I .cc as premissas e os alicerces histricos


l'

.II\OS 1970. No descrevo o caso do Brasil nesses termos, contudo, ou desviante suposta tanto entre brasileiros

I 111I ti

-xplica a persistncia

de sua desigualdade. urbanas essa cidadania

Esse tipo de o estado d '

I1 111 1,1d.1 nova cidadania

nas periferias que violam

como entre crticos internacio a democracia, originais das experincias em pases d ' t
I

"I
II "

lI"tli~;1 as disjunes

1I,lis, porque eles em geral compreendem modernidade derivativas e culturas. 1'11 ropcia e norte-americana. WI1 plctas, patticas,

a cidadania,

como formulaes ou falhas quando Pelo contrrio, do moderno

ti, II ,ll1sformam a cidadania em uma esfera instvel de mudana social. I 1\ ti 11 tI.1 gra ndes eventos nacionais, como a eleio de Lula, sem dvida
em prtica, corriqueiros. a maior parte de suas performances Este captulo prossegue cotidiano envolve encom um exemplo

Nesse registro, essas noes s podem parecer intransplantadas meu trabalho que durante corrente no Brasil me leva a sculos vm circu-

11111111,1 I idadania .111111', pblicos

lifcrcntes

histrias

1111 i 111 os para ilustrar ' insurgente

um confronto da cidadania

entre as formulaes da minha anlise-

v 'r tais noes como montagens lando pelo mundo , sempre do das circunstncias, um mosaico .ontradies

"I" 1I.ldll

em So Paulo. Em seguida, usarei esse sobre os termos especficas, a importncia e minha referncia da

e s quais as pessoas recorrem de modo que qualquer de engajamentos e outras abordado disfuncional, as formulaes entre

de forma variada, dependende tempo e lugar sociais Desse ponto caracterizam de vista, e eroexpanses

, 111,,111 para estruturar

uma discusso

,I". u rsf u 10 formal e substantivo

de cidadanias

superpostos, contradies

,I "li .u problema da igualdade e da desigualdade


III' 1,1I gu mento sobre o presente,

histria

entre formas de governo e prticas de cidados, de direitos o problema

soes simultneas

a cidadania inno
I I I'"'I'AO PBLICA E CIDADANIA NO COTIDIANO

moderna

em todo lugar. neste livro no uma modernidade leis ineficientes, nacionalidade do engajamento deficienAo estudar as formulaes I I, u.uncnte, da cidadania e da lei que os brasileiros em encontros aceitam cotitambm como unida comecei a v-las em funcionamento as performances pblicos

Portanto,

0111 plcta, uma cidadania 1 Ou d mocracia Brasil. Dessa perspectiva,

fracassada,

mas sim a especificidade

do Atlntico Norte aparecem ser apresentadas de governo

das 0I110 especificas, embora algumas costumem


v .rsa is. Assi 111,a disparidade a forma

.11,11108. Percebi, por exemplo, que ficar numa fila por servios um lugar priviI, II,Ido para estudar da cidadania, pois essa circunstncia
37

e a substncia

':-\'111 ,I,

l'

cncont ros 111111111110" ,111 nil110S num

'l>p"~1I

1'111111 o que 'xiW

11'go .iuao de pod ires, [ir .itos -vuln .rabilidad

'S. ;1:11'0lU' .ss 'S .n '()IIIIII

S,IOprosai s. Ma a ir ulaac P '10 espao pblico uma das e fera da SOl11 d.idc l110d rna em que aqu I s que moram em cidades vivenciam COI11 11\,11 rI".qu n ia e previsibilidade o estado de sua cidadania." A qualidade des a illll' ra ,I( pr aica pode ser de fato mais significativa para a percepo que as p" soas l '111de si mesmas na sociedade do que as ocasionais atitudes heroi a~ di .idadania, como servir ao Exrcito, ou demonstraes emblemticas, 011111 votar em algum candidato ou fazer parte de um jri. A cidadania cotidiana ',I faz em atitudes que transformam as pessoas, seja qual for a relao entr 1.1. .rn oncidados postos em relao por medidas especficas da cidadania. Esl.l podem ser fortalecedoras ou debilitantes, igualitrias ou diferenciadoras; 111.1~, de e modo, tornam-se evidentes. Alm disso, embora possam reproduzi, .1 autoridade, em geral nessas situaes os cidados se relacionam diretam '111 uns COI11 os outros por meio de uma regulao mtua, sem vigilncia expll 'i LI Elas dependem, antes, da internalizao de pressupostos que se expresso 111 ncs: as performances. Darei aqui um exemplo referente aos encontros nas filas de bancos, datun 10 de meados da dcada de 1990. Desde ento, algumas das condi s qlll' d s revo mudaram de modo significativo. No entanto, como relato a 11111 I ssa histria, tais mudanas no so de modo algum menos indicativas ti" qualidade da cidadania e da persistncia da desigualdade organizada no Brnxi] ntemporneo. Assim como a maioria das interaes
I

11.hl'I'IIVlkgio ou tllI 'ito . >' h.IVi.1luud.uucut 1",1 I~M), .lcs mini111111111'1110 'SP' illl diz 'lido ''', assim que IUII ionn para eles" (os I I11",1111"0h.m () llUt( riza isso" (para ai 'umas p .ssoas), apontan11111 liI 11,1110vidro 10 ui h. s vezes expli avarn que aquele tipo de 1101 t I.II,lIllenlO .spc ial que as autoridades reconheciam isso. Em
ti

I I 11'''111'int .rp lei levantaram questes de autoridade e de auto1"1 1111',111, los dir to diferentes para diferentes categorias de pesIIII 111.1111' lhl r .putao pblica e do merecimento, de necessidades e
I

111 ,11111t I~1Il(.I0 resignao

ao reforo da desigualdade

social nas

1,"1,1"" do dia a dia. Eles no levantavam questes relacionadas ao 111. I lil .111 .1(// (()//I/Iauility ou a outros aspectos da igualdade de direitos. II 11111 -uhmissas s negociaes cotidianas da reputao pblica I 111111:111,1 I i l.rclauia enfraquece o cidado, por mais estranho que isso 11 I I (I I'tllf l( ld .ra mcn to acontece quando o reconhecimento por um I 1111111111111\ obj .tiva de direitos na cidadania implica uma noo cor111 .11 podl'1 suhj nivo - poder de mudar arranjos existentes (legais e I 11'11 11\umprim nto de um direito e de compelir aos comportamenI I'"11.111I11'~. Por sua vez, esse poder do cidado estabelece a responsabili11 I li. I 111 I 1lIIII'OS'111relao a isso. No entanto, quando alguns no tm \111.1 \11 1'111 r -laao a outros, estes se beneficiam de uma imunidade, de 111 I I di' 1l'1-tpollsabilidade jurdica. Um impotente, o outro, imune. Essa 111" I I.dl.l ti -pod 'I' da maioria e a imunidade de uns poucos caracteriza I 1111 dllll\llio pbli O da cidadania brasileira que descrevo." 111 I IIII11 1',1'1,1 i1-t,.ssas relaes de direito estabelecem o pacto da cidada11111 1\111 I di.lrihui<;uo spe fica de vrios tipos de poder na sociedade 1111111111111 \l,1 'pr sSivo,desoberaniaeassimpordiante).Almdisso, lI' 111'11 IIVOd '1-tS,IS r .la e alimenta o interesse individual no fortaleci11I I 1I\1I11~ IlI'S ohj .tivns que constituem sua fonte e justificativa, ou seja, 1111 I d,1 lld,ld,ll1ia. Assim, as pessoas praticam a cidadania cotidiana .I. I 111" I) P I io in I 'r 'S , P rq ue isso lhes d direitos, poderes e priviI I I I' IIpo di' 'f,osmo na 01ipsista ou isolador, pois exige relaes 1'"11.11111). p -i lorman S pbli a para estabelecer suas reivindicaes ItlIJIIIV,I~. I:.s:-.,I-srrutura d n O iao da reputao pblica nos
I

com a burocracia

no Brasil, as fil",

le bancos so notrias por humilhar os pobres e desprivilegiados. As filas S:l11 longas porque todas as contas (de tarifas por servios a pagamentos de pr 'SI,I c e de impostos ao Estado) so pagas nos bancos, e a maioria faz i so pes soalmente. Mas os clientes privilegiados no ficam na fila. Os que dispem di' ontas chamadas especiais recebem tratamento privilegiado dos gerente ban
<

rios. Outros contratam

office boys para pagar suas contas. Existem ainda

out ras categorias privilegiadas. Mulheres grvidas, pessoas de idade e d fi i '11 t 'S flsi s t m direito de entrar na frente da fila ou serem atendidos 111 gui h /I .sp iais. r Sl e pera. Na minha cxp 'ri n 'ia, inf lizmente xt n a 'SI>(' r -sp .iro, OSqu stao na fila nao S' 'lu 'iX.III1,.IOnu-nos '111pbli uando (.'11 p 'di,l n qu '111sofria ao m '11lado 11,1 Id" 1',11.1 I' plicur por [uc ai 'uns tinh.uu

dl.ll \l~'I\'"tlll'

onfronto

'nlr'asforl11l1lae

entrincheiradaein-

111 .I. Ild,ld,IIIi.I.


39

Eu estava na fila ti Reconheci minha

uma a'

11 ia bancria

no m

'U

bairro em

ao 1'.1111

frente uma manicure domsticas,

que trabalhava a profisso

num salo d . 111 I das outras I' " qu . ,


'Si. 111 nui]]

perto da minha casa. Era fcil imaginar soas na fila: empregadas dvida entrou

da maioria

escriturrios,

office boys, motoristas um adol de classe

conistas de lojas; muitas delas negras. Mais frente havia um homem era de classe mdia, de palet e gravata. De repente, na frente dele na fila. Estava vestido num estilo tambm nem o adolescente disseram

para sua idade. Nem o homem outro ou emitiram concordaram,

uma palavra lIllI

algum sinal que eu pudesse perceber. Pouco depois, a 111.111 "Voc no pode furar a fila". acrescentou: "Voc no pode fazer isso; seu lugai e anunciou: satisfatria.

cure deu um passo frente e protestou: algum atrs". O adolescente

no disse nada e continuou

na frente. Ento o h0J11t'111 ti "Eu autorizo". Se o honu I Mas, a despeito de os d()i~ 111.11111

palet e gravata virou para a manicure sem dvida teria sido uma explicao conhecerem,

tivesse dito "ele meu filho", "ele meu amigo", ou at mesmo "ele est c 1111/'.1' o que no ficou claro, o homem qual seria o resultado tinha usado uma linguag desse encontro

tom de voz e uma atitude de poder e privilgio. quem j supunha identidades a manicure no autoriza brasileiras

Foi uma resposta previsvel d

previsvel

cls i (1 d.

, for 1"0 'S ocxi stcm. infeliz 1I IsslImiu' I mtou Impor. /\s luas 01 mu ,I . , I I .1, , ntr dilrios que consti11\1 ntr, riundo uma mistura de lemento . d ida'I \' obra ileiro N entanto, uma forma Jl1surgente e Cl a \,,'\11 PU) I c t de longa 11I1',mI), e esse surgimento ameaa muitos dPress~p~:d:sbrasileira. , h' dos sobre o pacto a SOCle 1'i,t1l1m\;lm nteentnnc eira fila do a cidadania cotidiana de se esperar na 1 d 111"\I uuado, mu ou , d anicure os 111 ,11111;\$ filas. Na dcada que se seguiu ao protesto I a que ~fe, . d tendimento e etrolllCO I tI.1I,11\1maciamente termmalS ea ...' _ ' ' muitos servios bancrios rotme1ros, incluindo paga IIII'".I IlI, no a I deles , , bm est disponve a to os aqu I 1 .1I'IHlimento pela mternet tam I "0nputador com internet de banda larga - a go Ja c '.0 ,I um COI . di 'do noS . t mbm cada vez mais 1ssemma \111' .1 d.lss 'S mais altas, mas ~ _ ma-se a isso a chegaI. I t 1.lhalhadora nas perifenas de Sao Paulo. So. . m , s 10% a 12% de brasileiros que possue I 1I.111111't\IO via celular para o . hoje usam a ,t irros perifricos que estudo, muitas pessoas N \1'"11' os )al , . 'd omputadores .d des bancanas, atraves e c I I' 11,.tll'lImas de suas neceSSl a 't delas continua indo '11 lan houses. No entanto, a maior par e I ,I I~ .1\1 .' e ali na verdade, o acesso 1111' 111.',IOS bancos para muitos serv1oS ,
~ A

num espao pblico. No entanto, de pressuposies do homem

sem recuar um p.1\ "'. de cabea para b,1i, I' "Aq u i V.II.
I

virou o mundo

"Isso um espao pblico

e eu tenho meus direitos", ela afirmou.

nada. Voc no manda em nada. Voc s manda na sua cozinh.i foi para o fim da fila. o tema "cozinha e mulher", a perforrnunu sobre cidadania entre
.t

na sua mulher". A resposta foi to firme que o homem palavra e o adolescente Deixando da manicure de lado por enquanto

se virou sem dizer lIllI.1

indica a fora de uma nova convico

classes trabalhadoras.

Sua exigncia por respeito e igualdade, a afirmao de classe, gnero articulam

de seu ' I,,~.I

direitos em pblico e para o pblico e o realinhamento nos clculos da reputao frmula de pressupostos cvicos. Esses fatores tambm Estabele 111

pblica no so apenas indcios de enfado c rn a v '111.1 premissas' nem II1ll11i!,lI . em uma medida nuo sao amig radicalm mtc w

" d . d outro tipo. Devemos e a pnnClpal mu ana seja e , 111,11110, pouc sct qu , d' d mandas por maior fat d que as elites respon eram as e I 11I11J1l1ldi'1P' o a o e . as com "contas de diferenciao? HOJe, as pesso 11.\' ,IIIII110VOSe quem as '1 privilegianoespat , 'b 111 um tratamento preferenCla que as I 11 ,.1li,\() I prias sees prdios inteiros, anc\as tm agora suas pr ' I I),\11.)' 11\1I11111\) (. _ b I id ' araelas.Aentrada I re artidas na seao esta e eci a so p . . I' \I .\lltlt" ou a a p I - so intenonzafatiza-se o luxo, e as re aoes 1111. I "I'.\lrana 111xlma,en uma marca , O bancos acrescentam a seus nomes 1\11111111 -ntcs c IUS1V . s 'S tanderVanGoghe Citi'Il'I P .rs nnalit, Bradesco Prime, an d 1I 1111''" , . , - d bano e e II \,.11,I, ma is 10 q LI nunca, criar ~ di~eren~laao o espao ur

111 \I 'I',II,llil, rio.

'

11 IIIi ,I~ d~' Iralam

1110especial privJlegl3do.
, I 'S Ti .ocs ( lta Pcrsonnalit atende "as pes-

senciais de uma nova formulao. apenas cidados nova ivilidad que, para alguns n50 substitui,

mum entre pessoas que no se conh

.fcitos, S;H)il'",lis. Ess,\ p 'rforl111111 ' I' um.t

I -vo rcrOI'~"I, 1111111111'10 hist irico de privMgios

ti.

idadunia

par;\ alguns

,ti 'I'rtld.I~,HI P,II ,I 111111111 ,lq\H'1 ' \(11' o hnnu-m

di

.1 \1,11 li li \'11\01111,1111 ~~' ,ISsq\lI'"I,'~ (.' ,',,;: ',1I0S SIII.riorcs a R$ 80,000 [ ... ] [] uu mvc ~"l , ' \'11 uia d segmentaao - de I' It~7'000 11I",1~,1" 1\ 1 I 11\11 1\'lId,I,I< \lH,III. I \ , . I \ \ld\'~"I\VIIV' \l1I1II\~" M' ,li 1.tIl,"1 .111 11.111111'1110.1111'1 "1\1111 o , , I" IVII ,'\1111.1 I'",I' '1'1'k1 , 1'nl'111'de agncias", \, \iI'"III\ 1111"1'",,111111'" ,.,"VI\'I" \
lI.

-"

Nrs/\ ':-' l':-'P,I\OS 111I11111 .\(Io~ (' int -rinrizados, 0:-' 1110").1 11'1Il 'I) (l1111.1I1I 11I,Ii,~ OSpol res IlO qu 'POdl'1 i,l Sl'I' hamado de spao puhli o .ont estado. 1111 duvida, .ssa 1l0V:Jforma til: privutiza o um reconhc .imcnto cxpl il!l

11111.\ 11I1l'III.1i~, obre ,I ill 01 por""IO,


li"

so i, l.u] '!lI ",sil ,ira.

0111 dis-

.I,

',ll'lIldm slIh~' lU '111-s, 'sS'S ti '1 ai .s I -varnm S"111 ntos de toI 111I'I il sohrc o ti' .sso t idadania polti 'ti '. terra (meados do os (1920-40) d mocracia (a partir de tambm vi brasileiros quei-

101\:1 das d 'mandas urbanos privatizados I 'rs

ont mp rncas por igualdade, em So Paulo democratizar incluindo que emergiram

um dos muit

' 'Sp,I\"

I I .1111'11111> so ioc 'onmi

as residncias, conforme

shoppin 'li 11 as elas 'S 11.111.1 brasilcu.r

I I '11 ",IH'~1I1,lis .sp ntn as e individuais,

cd i f i s de negcios de elite conseguiram

lhadora

em muitos aspectos a cidadania

1111'11 1111 p' 01 .sto ntra aumentos de tarifas e fazendo manifestaes I.!' 1111,1,1.11110 Ia polcia quanto de criminosos. Sem dvida, um IIdll.ll Itljllsli ti de indignao diante da traio de certos valores I 1 ,11111111,11 'S 'r .lgiosos) mobiliza muitos desses protestos. s vezes, a III,IIII.III,ILII'.,1I1,ld,l por um abuso de poder pelo Estado ou sua falta de responI , I" nu-lha. Em uma, muitos integrantes das classes baixas brasileiI 11111.\11 IlIlIslanl 'mente por dignidade, recursos e s vezes por direitos,

Com resposta a esse sucesso, seu objetivo sempre o mesmo: separar 1.111111 quanto possvel o entrincheirado do insurgente, de modo que um nao 111,1\ cn ontre o outro no mesmo espao, face a face, com qualquer dilogo, Uma dcada depois de a manicure nece ida I ' .I. o~ di encenar seu confronto sobr

rcitos reputao pblica, as disjunes da cidadania brasileira perman 'l '111 em dvida, a igualdade entre os cidados aumentou substancialment ,M,I .1 desigualdade entre eles continua a saturar a vida da cidade, em algumas inst, 11 espaos pblicos nos quui-, I ias at mais rigidamente que antes, j que as elites (mais uma vez) conse ruir.un

,I, 11 1qu.into in lividualmente,


1 .\1 I, 11III i,l 'a ornodao 11111111111, s' onsiderarmos I I .\'1 1111l1l's10S populares

embora tenham tambm mantido uma a respeito dos poderes estabelecidos. o curso dos cinco ltimos sculos, o esmado Brasil.

impor novas formas de segregao que eliminam diferenas devem ser negociadas.

tem sido uma norma na histria

111\ I \11,I'.hl 'S, .ss 'S protestos so cooptados, mas, at recentemente, eles 11'11 ItllI 0111balas disparadas pela polcia, porretes de capangas e calI! I 11I lto. ( uns sempre, as vibrantes esferas pblicas de debate tm \ til \.I,I~ pelos que esto no topo da sociedade e no toleram nenhuma 111"li '1Iil' li 'suas posies.' Assim, as elites brasileiras tm, de forma 11 111 ,lI illlpl.lC, vcl, respondido com represso mobilizao popular, e 111 l'IIIIt'~lll pOLI a vezes foi suficiente para evitar o pior. Nessa relao, \ I, 111 ulo muito vulnerveis ao poder das elites, enquanto as elites tm IIlhl" 1.111'..1111 '111' imunes sua fora. Essa relao de vulnerabilidade e 11.11I 1111\ dos n I s da sociedade brasileira que h sculos vem resis1111" 1,111\ ,I."K I 111 ItllI \1111 1,,101'si mificativo nessa persistncia a formao e aplicao I, I 1111', l.OIl~' 'd' "n50 ter leis", de que a lei "no funcione" ou da "inoI" I 1,"'" WIIIO S' ouv com freguncia tanto de brasileiros como de es1\11,\lI,tiS ,ldial1l' lcrnonstrarei que as elites tm usado a lei de forma 11I1111. I'~P' i,1I1I1 '111' a I' isla 50 undiria - para manter conflitos e ti 11.\' .1SI'II I.'VIII"forar disputas a rcsolu I' 's xtralegais em que triun'"11 I, IIIIII\.IS Ik poli 'r, mnut 'I" os privi] ~ios c " imunidade e negar 111111 '\1'"111".,ill,illl., 11,I ~'ssO I r 'I 111 MIl> 1'<11 1,li. I' l'lOIl mi os b icos. Esse

CI DA DANIAS

ESPECFICAS

Na verdade, muitas formas de protesto tiveram importantes resultados .111 longo da histria do Brasil. Elas incluem movimentos milenaristas, r b li ':-' di e cravos, insurreies populares, banditismo social, turbas urbana,
rcvolt.i

agrrias e ocupaes organizadas de terras. Houve incontveis greves m 1~lhll as e agitaes trabalhistas, e desde os anos 1930 muitas se basearam em dir 'illl especificamente autorizados para trabalhadores. Ademais, durante os s uk I e abrangente ab rd.II.1111 e xx, diversos perodos de debates pblicos vibrantes

Bradcsco Prime " um segmento do Bradesco criado para oferecerum tratamento di(,'rl'1l1 1111111

1... 1especialmente para as necessidadese caractersticasdos clientes de alta renda 1... 1 1"llllht\ rede de agn ias exclusivas"e num "espao reservado" Saniandcr Van .ocb ofcrc c "fll'II'IIII' .x lusivose cspa os cliferen iados nas agn ias", 'o (:iligold C mtcr " um espao r''~l'lvlldll ,'li Citigold Privare Clicnt 1... 1 ()111 I n 'f'lcios '~IWi.,i',I' 11\ I'WI pr .fcr.n .ial" Ponl 'S: WWW.rl.11I pcrsonnalit '. .orn.hr i www.hrnd 'SlOpl IIH',U 11 ,I 111, www.s.uu.md'I'. '()I11.hr; www. ilill",tI com.hr/ iligold/). A '~'O~ '111: jul, (1)

\11'0d,I I 'i

11:IO:lp

'11:ISl>.IhUIOl1 '011,1 .rpli 'u~'ao univ 'rsul ao da I i

t(lIll()

lamb

'111

1',1111

maioria dos brasil 'iros d" "mlll i,l institui niisrulc of law:" um sistema dc estratagemas
pelo Estado e por indivduos

OI1l()

alia h I' SU.III.!,' burocrt ti w, li

t
!

niu, Mais do ILlCisso, tornou-se () que harno de mau govemo da I i, '111111II

e complicaes

para ofuscar problemas,

neutralizar

l)()1I1111

iarantir a impunidade
/\0

e, acima de tudo, legalizar o ilegal. No se trata dl' 111111 o direito no 111,1 II da I i. M I, eficaz e persistente

r, n 'ia da lei iunrule of law), como um estudo caracterizou ontrrio,


t .rn

um governo extremamente

I 'i

pouco a ver com justia, e obedec-Ia

reduz as pessoas a uma ':tII'I',11\

. , '111\1'\1) 'SS 1 idlldlllli<t Iikli'lIt Lld.1 ' 'ru 'I: igni1'111.1111.110".1,) "". I .1111 111 H, t' pod 'r ,,' " 01110r .sultudo, vuln -rubilidn I', ,_' , 1 M LL (19l\ I) 1)\'OpCuma visao dIS11\1\11 tllI,llIl -cnsaro, Rob .rto ri a a .'l, ode11,nfirrna (ILI as ciedade brasileira estabelece uma P 1\I, I 1I 1 "11 f 1111101 (11111'o in livduo e a pessoa, na qual o primeiro ~e re ere ~o . d d 'to de relaes ImpeSSOais, "I IllIiv'l's:lis, Ia gualda e, o anOlllma , , ' '!II"II) S' refere ao domnio do tratamento espeClal, das diferenI 'I. 'h" . do .I I 1.!1'lItidlld 'S onhecidas, das relaes pessoais Ierarqmcas e '1:-1' I' I aMatta, os brasileiros sempre promovem a pessoa I 1I11 II 'I' t ,11 1 I, I IlItllvldllO, Por i so a pessoa exige que a lei seja alterada especia 1 I ( t \

inferior, Assim, para os amigos, tudo; para os inimigos, os cidados, os polll

1\ I I, VI IlIdo obter uma aplicao singular da lei. Concordo


I

qu~ es~a

os invasores, os marginais, os migrantes, os inferiores, os comunistas,


tas e outros "outros", a lei. Para eles, a lei significa humilhao, c pesadelos burocrticos. Quando .idados
r

os 1\11 I

vulnerahil i,1,11 I costumam esp


SI'

esse sistema legal traz vantagens, tratamento

os brasileiros

011 I fii d' li 1II,


I

I" l.tI h.\SI';H.laem circunstncias pessoais aco~tece c~m frequ~nCla. \111 I 111 '.11,1 ti .ss ou daquele tipo, por isso a lei deve na ser ~phcada 11.11) d,lqu 'Ia. Mas essa exigncia de um tratamento espeClal acon\lI i -dad 'S, inclusive nos Estados Unidos, apontados p~r Da111"111111 ,L \I 'onLrastante,
\, I

d rar os direitos cornoum

especial para categorias

Meu argumento

contra esse tipo de dicotoDo meu ponto.~e

que o Estado diferencia, regula e recompensa,

Os direitos no

,'''I

III"I,a

anlise histrica e no estruturalista.

'111 cidadania per se, incondicionalmente, registrados (uma pequena

mas a um status que apenas 111',1111 suas cidadanias. Por ex mplo. minoria) tm direito a b
'li

.idados tm por razes que no determinam trabalhadores .rnpregatcios ante

Ih 111

que outros no tm, as mulheres podem se aposentar

in 'o ,11111

que os homens, a Polcia Militar tem direito de ser julgada por trihllllll tm direito a cela especial na pll \11
t 'r

militares, os que tm diploma universitrio somente os alfabetizados


T

podiam votar entre 1881 e 1985. Como os din'lllI especial, e como as pessoas querem acabou formulada dllll
(lIl!

ralmente significam tratamento

tos com base nisso, a prpria cidadania distribuir a esso a esses direitos os consideram
is nto tambm

como um meio di privilgio no sellllll" alheias e porluutu diferen iado


poli

direitos a alguns cidados e neg-Ios a outros. Os grupos so iais um privilgio seu -

d Hohfeld (1978), de se sentir isento ante as reivindicaes

de deveres. Para esses grupos, o tratamento d

diferentes categorias de cidados, chamado


, NOI '-8' traduzi qu o

idadania, signifi a privilvgilll

ti

'r

011 cito de iuisrul (lf II/w ti .rivn d" 1IIIlIl'ilO "nglo-saxni 'o til' mil' 0/1,111 imcdiatam nt 01110 "gllVl'1'Il1I ti" 11'1" 1I,,""IIPl-I'io ti" I 'i" ('111 opo~i~tlo 11111'" govl:rllam'lllulllrhilr, rio), . WI'II'SP"lltll'IIII' 1111 dlll'lllIllIlI~iI\'il'() ,10 rou "ilo ti\' (.. ~llIdll.t,

10mais

I 111I tll'\I ,I j, P '\'sonalizada, desenvolvida desde o~ tem~os, C~lOlll~IS ,\I til 1\l,IO, N .nhuma exigncia especial necessna, O indivduo e o , 1 1 - um certo 1111 011.111,iloS qu lhe so conferidos porque e e ou e a sao, 'I1\ /\ I 'i no divide o indivduo da pessoa, mas SIm une os " I '.111 , I 1.111',111,1 ti 'ulTla idadania diferenciada explcita e legalmen~e, se~ ',I 0111certeza como mostraremos adiante, a legislao 111 I' I' ,p' 1.1. , , , d dio de particularismos (atos 11111 11I11I,1.lss\I\11lraforma eumcompen , oh me lida para pessoas especficas ou para determmados ' 1 ge de opor o indivduo e 1111.) NI) -ntaruo, o ponto-c h ave e que, on , . _ . " " de acordo com as dIstmoes I li I II .11.lio los os Indlvlduos como IguaIS , " , te o que o pnncipio de .ssc Lratamento e exatamen I.I~ " , .' , . 10 II f I I11,1\ 1 I "I, .1111\\1' d,1 I 'i" si inifica no Brasil, como dlscutuel ~a p~oxlma seao, 11 1111' ,I ,I( r 'se 'nU.H que todas as cidadanias naClonalS que conheo li di ' m pe \1 \11\.ltll'l i'tI iolt" .ntc a maioria das categorias de rertos, em _u 11111111111, \0,111 g '1':11'Ias usam diferenas de propriedade, e~ucaao, ra~, lif - t de alm dISSO a ser mais 11111',"111 1'.\1';1 disril11inar.Talquallcaao en., .. ' " 11 11 IlIll illltlI do ti .s 'nvolvim nt das cidadalllas naClonals. O pr~xll~o
A

"I" ,

1111\1 1.1 I'~.~,I hisl Iri:l 'omparal iva para \11 strar que, durante a prrmeira
45

dirritu,

(N, le '1',)

11

parte do se .ulo XIX,o Br,l.'illl.IO.,' mostru tuo difer '111'tIlIlll,lIol i:1dos po!>t ti
Europa .m t .rrn S de ida I.llli.\. N.l vcrdad

II

'li

1Id,lIk 1'111 ll'111I\l~ d ' SII,I posi~,I(l ti" \ Id,ld,IOS

lia

.ionais. De como forimpondo-a pla-

, em alguns ,I~P' tos 'h "a a Sl'l I1


sem .lhantcs para 11

I I 1 11"I',ilV"IIIOS11,1iOll,\is v 111 onfiun 10 na 'i ladania 1di.! 1011 h,l~i .\ 11,\orgunizaao ,li 111111 d ' suas front I1I ' , 1'1'111los. til 111".111" d -ssu .idadania Iljl' I1 moderna que, embora

mais generoso.

Em ambos Os rasos, sao usados critrios

d i s .us Estados-naes.

tringir o exerccio da cidadania tratamento brasileira cidadanias dos cidados. na Europa

entre os cidados. No me refiro aqui dif '11'11 um regime de escravido, no transcurso Unidos hipocrisias e tratamento do sculo mas ap 11.1,' ,111
I

iras por meio de programas,

polticas,

a bvia de que o Brasil mantinha Contudo,

como mostra a segunda parte, a cidad.uu


XIX,

seja uma das o Esta

se torna ainda mais restritiva e nos Estados

quan 10.1

11.1101, ,I~sm intivas que as pessoas normalmente


I

assumem,

se expandiam

substancialnu-uu

tltI"1 111' I qualqueroutraassociao.Emborasejaparteda .m a molda. Embora o Estado seja uma associao, Portanto, diferente como principal outro status em e dos senveio se nacional que estabelece as regras de outras assode qualquer os outros

com base em lutas por incluso, igualdade dade que existem muitos problemas, direitos

legal uniforme.

E VII
s, ~1.1

I I 101"t.unl
I

e falhas nessas expans enquanto enquanto

1 111 1,1,,\0 I' associaes

no pode haver dvida de que na Europa e na Amrica do Norte a igualdade li, se torna uma fora motivadora de uma cidadania da cidadania, igualitria, no Bra il i~ " apoi.un 1:1\., no Brasil no acontece. Alm disso, em muitos aspectos significativos A questo opem de forma resoluta. que este livro analisa, portanto, de uma cidadania especfico brasileira fundada no a singularidade em diferenas. problema no 131'01 ti '.1 o ( " p
'li" ,

ul : ,I ,",IS formas de incorporao.


11 I 'li 1,1,,10 ao E tado, a cidadania '"II,II,III'S I ,I

casos as elites locais e nacionais

I m mais efeito, pois ela articula

11111111,1 n,p .clf a ela lei, das instituies, 1"01,, n.iuo. I a mesma maneira, I III 1l11l1,1~ formas ele unio, e a domin-Ias, I1 I 1I11 111111 to.nd min istrando 11 "I ti as diferenas 1II'"lllp,II';I~aO com o cenrio mundial I1 1111,\I,dO da so iedade, a cidadania Ademais,

das exigncias a cidadania

onde o Estado moderno

do desenvolvimento desenvolvimento por que a cidadania outras dialogaram -

A maioria, histri

entre outras identidades. contuComo de igual-

no todos os Estados-naes, tncia da desigualdade. especialmente

fez isso. O importante do Brasil, que permitiu permaneceu

dos Estados-naes,

uma avassaladora captulos examinam

111\1'1110 I .ssa cieladania no tem sido nada homogneo. 1 I ',I " I '.1 iOI1< ria, includente e excludente, um projeto

Assim, os quatro prximos

0111111 ~nqu,1I111I

tem sido, antes, ao mesmo esses modos em geral ocorcomo uma comuns

calcada na desigualdade, sobretudo Frana e Estados

aquelas de naes com as quais os brasileiros formal e substancial

scrnpn
Unido

I 1111111111 ",,10 da desigualdade.

sobre temas da modernidade, em direo a uma igualdade revelar a trajetria capaz de sustentar fundamentais especialmente

di 111'11111'1111' na 111' ma sociedade.

Por um lado, para as pessoas cona cidadania de padres

avanaram Portanto,

signifi ativ 1.1 (.1.1' 'di VIII. P,II,I 111",I as di fI da nlck-i.r,


I

I I I ',~, 11111 iIos Estados- naes promoveram


0111' IIld,lIll'. Sobrepujando 1,011111"1'lIldl'l1I hi .rarquias, I "ti outros

mente maior para seus cidados, nos ltimos dois sculos. de cidadanias comparaes especficas significa estud no tempo e no espao. Desde o sculo mais em um contexto da cidadania sequilibra estabelecer subjetividade, culdades

'1"1 ,tllllI'din;1 l das as outras a uma estrutura privilgios

ttulos com um ttulo universal, e status locais em favor de juannimos. Dessa democrtica entre cidados

desafiador,

pois ao mesmo tempo constitui tem sido o uso da cidadania social. A cidadania, ao, '111V z da vizinhana,
'Ul'SUlpO.

'I" tllIl .iis, ti ir .itos iguais e respeito pelos cidados 111,IV""~,II' UI11pr jeto de igualdade IllItI" 111,,""1;1

estruturas

da sociedade moderna.

uma das marcas definidoras tais estruturas o parentesco

da modernidade de pertencimento

111,11 1,1111111111 -nsurs v i . Por outro lado, a maior parte das cidadanias 'i laelania como meio de excluso e discriminao i Ia lnni: IOUI'III1 I, diferenciadora lif 'I' -nas produz e mantm a 111 oIl1l'II'II"IS ~ 'I .cionadas entre os cidados. Atravs de leis, institui11'1"Itllil~ ~lll i,lis, ssa 1011011 1)1' III0dlll\ -rul, as naco 'S I 111.mpr gado esse tipo de cidadania
I ,

ou o credo, tem d fi11 ido as prerroga tiva eu s

dessa afiliao, e foi o Estado-na das pe oa a ahou

da cidade ou da regio, que estabele do, a maioria

Em muitas regia s do 1111111 sua I' ritirnidudc (llllo

olllplt'I'lldl'lIdo

I, 1111.11 I 'gilll '~ duru

' preconceitos

sociais,
47

r arti ulando-os

'11)1'1IllOS 1.1li"

'lia'

'111mo 1'1'1\.1dv dll('III1S ' I od '11', ti

Estado, De [alo, os idaduos xistumarn reler em us slalllS .ssas 011' 'p~1I opostas simultaneamente, m ugiro em minhas ob erva es da abc: 1111 I "cidado" pode ser ao mesmo tempo um status de privilgio, com os 1>1 \I opostos, de "marginal", ou de "um ningum", A cidadania , portant 11111111 mais que uma instituio poltica formal. Sua histria vivida se desenv lvc 111 tenses entre produes conflitantes da vida social, na medida em qu ' 1.111111 motiva lutas pela incluso e pela igualdade quanto alimenta desejos de cx '111',,111 profundos e comuns, Para analisar essa histria vivida no Brasil de forma capaz de sust '111 11 comparaes, concentro-me nos engajamentos entre projetos de gov '1'1111 , prticas das pessoas que conferem vitalidade tanto aos aspectos formais qU:l1I111 aos substantivos da cidadania, Por formal, me refiro incorporao c 11111111 dade poltica, modernamente baseada no pertencimento nacional. Isso sl;lI11 lece quem e quem no cidado, se existem graus de cidadania (includ '1111 ou restritivos), e quem-deve obedincia comunidade e deve ser protegi 101'1.1 ela. Por substantivo, me refiro distribuio de direitos, deveres e recursos qlll esse status formal abrange e s pessoas que realmente os exercem, A s '111111.1 parte analisa como esses dois aspectos se combinam para produzir e sust nt.u I' regime brasileiro de uma cidadania includentemente desigual. A terceira P"II, demonstra como a urbanizao das classes trabalhadoras criou condi s p.1111 solapar essa combinao especfica. A experincia da cidade , portanto, crucial para a insurgncia de u ma nll\.1 formulao de cidadania. Essa desestabilizao urbana da cidadania na
ion.r]

I 11111 1111111 '111di' p ~MI.I:-' '1\1pl ' ('dl'IIII' .1\ I \I.I~ I,IS idad s I 1.\1IIIH\.Hks d 'Il'rril()ri(), ontrutu ' , lu ;\~lj() a outras qualitaI 11111 1,11I,IIIIlura 'g l1'ro.SlIasl11l1ltido's 'alalisamessasnovas

1111111',11111 '111'salivosd'l11ovimenl spolti o que desenvolvem I, .\1111\l1~(' ag -ndus de idadania rel.acionadas s condies mesI 1.\1.11 )I.~S.I qurni a, por sua vez, transforma os significados e as 1111 '1lo1~.11l lia ional. Assim, as cidades fornecem a densa articulaI I 1\.111011'. ,10
';1

is '11'1 resposta qual as prprias pessoas pensam e

1111'I 11I111.llldo-s' novos tipos de cidados. Nesse processo, as cidaI I 111 1111 ,111111 mpo O lugar e a substncia, no apenas das incertezas 111.,,1.111.1,111,,5 tambm de suas formas emergentes." 111\'"'' dl'sl ,livro analisa como as periferias urbanas de So Paulo 11111 1.\' ~,ISar nas. Mostra que os moradores geraram novos tipos 11111I\l11l .1, on epes de direitos e usos da lei para remediar as 1I 11.1 .t undio 's de moradia, principalmente ao lutar para desen111/11 \I.I~ c.isas. onsidero que esses novos pblicos constituem sob quatro condies: 11111111Ih.111.1 quando eles se desenvolvem

111111 111111111.\1\;1 'a base da mobilizao,quando as reivindicaes de I I 1111'.1\' P 'ri n ia urbana compem sua agenda, quando a cidade " I 1111 11 11 lid.1 I' poltica de referncia para esses desenvolvimentos e 111111 .\lIIIIl'~ I 'gi ti marn essa agenda de direitos e prticas participati111\ '.\1.IS Ol1lribuies
I

para a prpria

cidade. No caso de So

I" 111\1,.1 1<lS:; 'S trabalhadoras desenvolveram um novo sentido de I' 11111 dI' ~1I:lS onlribuies para a construo da cidade, ao erigir de impostos; e para a sua 11111 111 '1\I dll nnsumo. Assim, ao construir as periferias urbanas, os
.\11

comparativamente significativa porque durante a maior parte da era rnod '111,1. no Brasil e em outras localidades, a nao e no a cidade tem sido o prin ip.d domnio da cidadania. Na verdade, um dos projetos fundamentais da onsu u o de uma nao moderna tem sido o desmantelamento da primazia clssi '(111.1 cidadania urbana e a sua substituio pela cidadania nacional. Entretanto, '01\111 j argumentei com mais detalhes alhures (por exemplo, Holston e Apa IUI011 1999), as cidades permanecem sendo arenas estratgicas para o de nvolvimcuto da cidadania. Longe de desmaterializar sua importn ia, a globaliza o do .'111 tal, da indstria, da migrao, das 01l1U 11 i ,I~OI-t 1.' da demo ra ia 11( 111111\dll atual tornam as cidades ma is 'si 1';11 "gil.IS: .111 i II~\Ievcr 'SSilS(oras glol ais 111 I, espaos e rcla s da vida olidi,III.I, oI~\ \11.1111". \ !l111l'1l1pOI'. 11'.IS .IS 101'11.1111

li 111 111. 1'.\1.1o S 'li governo, com o pagamento I I1 .11

P.1lI10se l rnaram proprietrios

de imveis, fiscais e condessas identidades sem dotados de di-

IIllIdl'lllIlS, At rav S do desenvolvimento I


11\1

1,.1 .11.11\1;1 S' v r como cidados-contribuidores,

1111" 111" I 1',11 I '~ in ler 'S5 das da cidade. 11111\111.11'1 ,11-t.lrll'lI\ao selimitaesdessamudana,meuestudosed I I I \11di' dll.l~ P 'rsp , '1ivas hi l rica, Uma a promoo, por agncias I 111'.,111",1(\l'~ de clit ., ti' proj 'l). para transformar a populao pobre 11, \11111101 1111.1di' 1I ,111.11110 mod .rnu, I ro lut iV<1 idis iplinada - projetos de 11," 11111 1I\t111111.1110, rl'rOI'111\1 [und], I i.1 'l'1I11H -cn lirn ntos pblicos. A
49

outra'

O in 'ajam '1110 1,1 I.I~M' u uh.rlhadora n

'SS 'I>

Pllll '101>, que in 'viii 'S d,1 mod 'rnil' ..l,,1I1

.1

I I,

I ")1,11111.\ 101111,1 ti' 111111.1 li,1 il ',.11 'I


r:

'W

M'VI'I.I:-' OI1S' ~uncias apenas a certos que organizou brasileira, as

mente as rcforrnula. Brasil propunham trabalhadores Porm, moradias quando

Assim, IIOS ,1I10S 19 0, promotor

.I.
\I

I, 11111 I ivil. () ,lPlllllo I1 .\1 IIH\) l' 1l.>I\O I 11.\""


01110

.1I1.llis.1 o ti 's -nvolvim .nto I' direitos sociais lir .itos 'sp' iais lisponlveis urbana

a propricdad 'da residncia como forma d ,"ra ionaliv.u e da moradia abriram empreendedores pblicos e privados produzindo as P rir'll"

em torno dos valores da propriedade a segregao previram.

unif:lllldl.tI

111 h,\l1()s, assim '01110 a s 'grega ia histricas

1 1111' .1', '11[:11)\ .nto de uma fora de trabalho 11\'I" 11.110rm,1 'a substn "1\ 111 II~.IO. sua 'xpresso I' 1'\.1111\1,1 ti -las,

industrial. confiEm para a .~a e nas prticas

para a classe trabalhadora,

urbana que criaram polilllllll uma nova ra i 11.11111. form.u 'p 1.1 I1

da cidadania

os trabalhadores Examino distribuies

que l se estabeleceramem especial trs maneiras

na legislao, na burocracia

de, mas no a que os promotores substantivas

em dvida, essa perspectiva

tem limitaes. tambm

de como essas qualificaes nesses engajamentos de projet especfico de cidadanias: de desigualdade a prpria

I1I1I I I1II 'o t .x lO legislado e a prtica social grande o bastante I I' I '..lI' '1l1 da pr pria histria. .\, 11I' 1111111'I' pIO xllmcntos
I

se combinam histrico

Mas essa passagem

ca para produzir performances

um confronto

enfo 0:1\ 11 e igualdade. I (e as 0111 ()III"

\1,1 liSLribuio de direitos e deveres, poderes e responsablhestabelece no s as exigncias formais para o os meios para sua prtica. legal. Alm disso, a legislao as concepes como Mesmo represua eficcia de alque a elite tem gerais e, po~tanparte de proJ~tos imporesse suas complicamas tambm na estrutura

laes de ilegalidade e legalidade, os significados cidads. A primeira no Brasil para legalizar ilegalidades plicaes burocrticas modo de constituir vras, uma intimidade ilegalidade e, portanto,

se refere ao persistente

e confivel uso d,l I1I ilegalidade

111.1.1 I i l.ulunia,

1111111.11111' 'S 'SLimulam o exerccio da cidadania, 11111Itllld,lI\1 .ntada 11 I 111 11 l.tI para a ao, especialmente
I

e manipulaes

legislativas que lhe so cmplice)

o poder legtimo. O legal e o ilegal mantm, porosa. Se a cidadania os unem produzem quando

em outras p.II"

estabelece relaes cornplc .. I~ d"


()('I>

I' 11 I I' t,I\,\() su brnete casos especficos a princpios fato sociais especficos .\, IIIII~IS P .ssoas elaboram a legislao e exploram

que o direito legal entre indivduos, que tambm

grupos e o Estado, ento as condi uma racionalidade a cidadania

d, .

I' 1111111' 1111 -rrogar " '"


I

da cidadunu

da lei muito diferente daquela imaginada dos da cidadania moderna, direta de ser membro que um patrimnio todo da cidadania Considero de uma comunidade comum"

por T. H. Marsha1l, o decano d S '~III como "uma 110 .111 de Id,l dividiu 11 11)I 1',11,1 '11111' \, li' baseada na lealdade a uma civil il''' .11' nos quais Marshall

I1,lll'I,i,IS, ou estratagemas,

de ao social. Especialmente

descreveu

1111 "I

h' .11I.dis'
.111 lI,\.

'o farto uso no Brasil de estratgias para legalizar

da lei para legitimar em condio geral de

I' I .rra

o ilegal, como descrevo

(1977: 101). Para analisar esse conjunt

111111110 de a il galidade ter se transformado 11 1111.,11)111,111(\0 por sa a diferena u i, I 11I 1,.,I,lbl'l " 1111111 \I dl\IHlll vcis 1.\'
I

es legais e ilegais, fao uso dos trs "elementos" essa tipologia til por expandir

entre o legal e o ilegal. Mesmo na a lei tambm a espee na-

ou seja, o poltico, o civil e o social (ou socioeconmi a concepo legal de cidadania faz a intermedia

o termos, se no o meio, do conflito. stratgias tipo de ao e argumentao, especficosdecidadosparaencenaracidacontribuintes

alm da estreiteza poltica, sugerir como a cidadania Estado e a sociedade e burocracias jeito o esquema e ajudar a distinguir progressivo, a disjuno, atravs das quais a cidadania histrico

1\llllvill1'nlOd

as prticas assim como as in lilui,llI' se torna substantiva, No entanto, cumulativo a disparidade e fiel lei elab e a ilegalidad o limitado rado 1'111 a e p.lll

I 11111 I 11'11 11ti ' ti m 1/ /fi I i 5 personae que molda seus personagens nuo ai enas os eleitores, soldados, fraudadores, jaapena 111 I (.lIIt1H111 os paLr ',o os capangas

10 tI,IIIt!.ld,llIi,l:

e os moradores

Marshall em favor de um modelo que enfatiza a mistura, a montagem, so e a eroso simultneas, Assim, o captulo propriedade
50
.11

111 I 1111 t \lI IIIIIlil1l ,I r 'SI ito de sua po sibilidades 111\ rll .lI "VIII, Assim, 'l11t oras

e que por isso povoam

partedahistria,aleiestrutu-

3 examina a excluso dn maioria d s brasil ;:11 tulo illOll\idcrn viv n indo pd,1 v.ivl.: 111.111111.1 dos brasileiros,

iros I" I ill.1 a . isso Iq;.tI " qu fOI~1I11

dania poltica de 1881 a 1985. fundiria

til' '11111"'1 igll tiOS pr lximos '<l\ tulos: a alllocompreenso de cidadaI" 1I1I"', 11 1\1'l'IIII''1;l' 11,1 i11 Il'I':>'\.m d,IS uIri bu iocs Ia in orporao geral 11I1"'"1\111' dI' dill'itll:> ',10., Pl'lloll\l,lIll " do~ idndaos.

"" 10111111 ,I \l'1I.... IO:" 'I'HA'I'ANIl(l () IIH.'I(;IIAI _ As qualifica 1111'.1101'I MI'.N'I'H I 1 """I\"lIdo ,.11 Itll\m'~~o o 'S rorm,lil> ',IS distribui
qll

dil-I 111\1) '~~() i.,i. Ml po I '1\1~'h,ls 'ar na uti([\I ' \ltH,1

pritl tpio signifi ';\ iaisl'gaiss'

,ISSO"ia o poltica

.stas ihc or'ml'is,massaquelas

cs ub tantivas de idadunu
Todas as cidadanias

"lltllIl""',Aultimaparl'u

ti .fin 'r~luma f rrnula o spc fi a d 'pendem,


'Ia~ as diferenas sociais entre os cidados

em ltima anli e, d s Sigllilh


!\l" I li

l,ul'l
I

'I

artigo spc ifi a os critrios de tais id. luos s .ndo iguais aoS seus olhos (da lei), so igualde acordo com e de seus taEsse princpio

I.)s de Igu~ldade e de de igualdade que corporificam.

I I "111m os 'ar ic s pbli os, locais e empregos,

de acordo com esses signili ,111"

11.1, ",,'111 out ra listin o que no as de suas virtudes I I \'11I' 1 11 ,,\ ,1\" puhli 'o baseadas no mrito individual.

subja entes. Como observou Aristteles (1962: 119) muito tempo atr , na 11II ti Nicmaco, diferentes tipos de cidadania concordam em que aqueles c nsirl 'I
los iguais merecem mocratas a mesma "justa poro", porm discordam ser consideradas merecedoras qual as pessoas deveriam na nobreza, e os aristocratas revolucionria na onstituio importante

,,,, ,,\! ,I IIIlVOl"idadania francesa, a lei pode legalizar diferenas soI

,lU

do crit rio 111111

",,11I'; dl'Vl'n1 s submeter


,10

s mesmas regras de qualificao

indi.

dessa poro: "O d.

I' posies e recursos pblicos,

avaliadas por critrios radical, mas de tipos ~Iirrevogvel, como mpara

dizem que nascer livre, os oligarcas dizem que a riqueza ou 11,1\11 I dizem que a excelncia". A Declarao dos ditO/li
<1 ~

11 111'11\ ,II 'gorias sociais imputadas, I I 1111\1 \10 11\Ila de uma igualdade 11.\1 11"l\li~,I() , I"
'li I'

como a origem famili~r.

" 1'1111ipios s referem a uma igualdade substantiva

rio homem e do cidado (1789) da Frana promove o primeiro padro. E


da Independncia

",l.I

para a minha histria porque teve partes copi.ul.i do Brasil de 1824. O famoso artigo ini .iul d,l nascem livres e permanecem suficiente para determinar livres ' 111 li uma iguul.l. uma igu(/ltI"tll natural da lib rdl'lll

U 'direitos fundamentais;

o segundo, de uma igualdade uma medida

11.11, "i 'unidade

diante da lei". O ltimo

Declarao prope que "Os homens


do po~o (em virtude do nascimento)

direitos iguais". Em outras palavras, prope que a condio

~1I'"IIII.1II I' !lI I'tll~ I' 'ais da nobreza, contra a qual os franceses havia~ se reI I 111111",j\lris li o privada e as esferas legais s quais a SOCiedade
I

111',I IlIdivduos

om base em seus status de grupo, posio e famiindividuais. Essa nova igualdade de mrito

d universal entre todos. Alm disso, essa igualdade substantiva,

ri direitos, significando
as. O artigo 2 especifica poltica a preservao

I'" I 111"'\I"~ r '"Iizaes

que pessoas consideradas

iguais (isto , pela natur '/11 i:I\,1I1 1'11 ondl

1II\lIH 111 (\11'a I i do Estado junta todos os seus sditos igualmente, '1111111\'II,lIm '111' P rlencem I" 11.111,\ .il, qu 'invalida
I

lodos) devem ter a mesma distribuio

de direitos, a despeito de outras difc: eu e imprescritveis dos homens': uma

ao Estado. Em ambos os casos, tambm jurdico anterior. de cidadania contra~ a lei de e perante

o que so esses direitos: ''A meta de toda as segurana e resistncia

O ordenamento

dos direitos naturais

,\,1, 111,' t' q\l


I ,\'"

'

'5S '5 dois padres revolucionrios

sao "l~b~rdade, propriedade, ao habilitada,

opresso". Ainda ([\I ' II tm dir 'ilo

\ I' ,111 I I1 "I"'"

iuis um do outro. O princpio que sejam reduzveis quanto a pu idade da cidadania

de igualdade a capacidades

pr pria Igualdade no aparea entre esses direitos fundamentais, pois o artigo 6 estabelece da prpria formulao a participar, a distribuio e substantiva que todos os cidados da lei, "pessoalmente da constituio i ruais de participar seu~ .representantes" pio de Igualdade

pio I' i 'ualdade

de direitos, pois permite utilidade

o flor~sci~.ento. mdlVlduals pblica.

ou por m .io da a

d.

li I ," ",I IIpO, ti -sd


" I

.lv,di.I,,\\) dos I gi Jadores

Por isso,

portanto, igualitria

i;l\ ,111 pri l\ll (\ UIII,I ' poli I" li' ru

I" "" 1\,1,11'S de I 11',\I,d de dil'l'itos,


I

que produzem

uma distri-

P?lttIC~ que salvaguarda natural

de direitos. O primeiro

da Declarao de fato radical.

orn base, por exemplo, na riqueza individual ..Perlivida a idadania em cidados ontradiz atIVOSe passiVOS e a primeira par~e a lei a cerca de 3 mi-

I" ,,"\'i I,' ( :Ol1stitu iao francesa (1791), alguns cap~tulos dep~ls da ,\OS ltimos.
,10

l~oria de origens cuja inteno uco denva da desigualdade Contudo, iado a outro 52 esse princpio conceito

estabelecer um novo tipo de comunidad hierrquica fundamental entre as pessoas. "1

t~ca, em. oposio ao antigo e at ento dominante inerentemente de igualdade

conceito de que o pod 'r poli

""1 '111'.1 illlllldllZ,


01'0 "fi

,[", IliI IHlllli

Essa provis

imediatarn

.1,1 /l('t/I/lt/\'IIII,

n 'gllr o lir -ito I' formular

mt 'lSMI 'SI;) "li

.\, 1\l11I1\'1I~ 11.1I1\\'M'S, ~ '1' a til' \l>IYc, dos vol.lnlS (Sobou!

1974: 180). O 53

de igualdade

no prim

ir: artigo,

m o qual

I'llvll 'I\i\l~ 11i"lm 1,111\11\ 11,1 lei. Ad '111,\1,"III.di/,I.l m


5111

IIIIH,,\() .ornpcnscs,eladeclaraque ou mili(artigo e virtudes"

I rin ipio P '1Inill.I.\ A"~I'llIhki,1 1,\'/ -r dislill~lll'

oux ilu ion.u

111 ilul.,,1

I I .I 1 I,'i. II\.\S h.\1>'.llIdo .\ 1111 111 '1ilo indivi .lI 11\II>I.IIl1slllrihu do. POl'isso,Llo

lu.i] '11.1"ut ili Ia de pblica" s ivis, polticos

homens e mulheres,

bas ,,,das '111 supostus


5

lifcr inas
01110

I' suas .upn idadl',. 1II \I

'opiarosrral1 pbli

sa,r o. direit~ de greve a com base em afimdades . Portanto,

trabalhador
ri

'S

uma

ontrav .nao l
d

ul

I"
I

loI.Id.IO pode s 'r 11\\1\111.1 ti i r 'r


'11

LI

lrnit i 10 aos

argo

publica, e amda f~cultar ao

s a f rrnao de associaes

mprq',.Idlll

a, qu 'na

seja a dos seus talentos, contudo, um conceito

individuais.

III I I). O que fi a rallando,

tanto na ordem legal do Imprio de igualdade substantiva

a norma da igualdade perante a lei permite a distribui a alguns cidados. diferenciados

ao 1rp,.tI"
,I

I 11I tI.1 It 'pbli

o, exatamente

mal~res po~eres de cidadania geraIS se apliquem medida para grupos

O que ele probe que se apliquem

II 1
,111 \ 11 \I 1\ ut, I 111 .dp,llI11\110m into no final do Imprio

a alguns cidados e no a outros, e que as leis e1ab rad.i legalmente de forma ~dll

(1822-89), o poltico, advogado,


pblica Rui Barbosa recebeu brasileira de direito: na

10

1111 1.1,\ 'publi

an

e defensor da educao

e~tre os membr~s. daquele ou de outros grupos. Assim, as leis da cidadani.r tl~a francesa eXIgIam que todos os cidados se submetessem processual atl~a e passiva e que aquelas para cidados ativos no se aplicassem e vIce-ver~a, D~ssa ~orma, o princpio todo.s os cidados sao formalmente pro~nda contradio com o princpio imperial de igualdade

polt

111" 1

s c1assi fi .1 '" ao pu \I
I'

I \rr 'unhado uma mxima que sintetiza essa formulao 111 1Idoi 1111" que ti .sd ento se tornou um mantra para estudantes I I IImi"I'

-rn tratar igualmente


tambm

o igual e desigualmente

o desigual

estab I' . 1\"'

I II 011 .\1.\ desigualdade", " I t, 1111.11'11 ontrado I111 11dl'I\,lrbosa 11.\I 1i 101 'I

Foi nessa forma que mais li e ouvi essa mxima, uma verso um pouco diferente num famode direito da turma de 1920 da Universidareitera uma viso em geral manuais jurdicos e pergunuma fixao no ensino de direito

iguais nos termos das classifica 'S 'd"l que sejam CI:1S. I 111 da igualdade de direitos, isso perrnitc qu substantivas. III i.l di N '1\1.111 \I, \'1.1 A :011 seu artigo sobre 01' d i 1I 1 literalmente. de direito.

renciaes passveis de aplicao no mbito legal, quaisquer


essa Igualdade formal possa gerar novas desigualdades _A ~onstituiO naao, I~porta tos do Cidado (artigo e:tI~ula a Igualdade a Declarao francesa para elaborar

a estudantes

1111.11110. Em arribas as verses, sua mxima


\ S.\5

orno isso se tornou

do Brasil (1824), a carta de independ

I I I 11.111'quis ,i s u significado

consultando

I \ \1 IIH1.1 11 Il'S ti, direito, professores 11I I 11 I I' IH\ S -ntido 111
I

e juzes de So Paulo, Tanto as fontes a mesma avaliao: eles interpredesigual um meio justo de preexistentes. Nesse desigualdades

179), com boa parte traduzida


metade do primeiro

1I ,"\1111.1'"orais fiz ram essencialmente 11'.II.I"\,\d' niv ilando ou ajustando

to, ~eixa d~ lado a primeira perante

artigo da Declarao.

de que um tratamento

a lei, mas omite a igualdade a palavra igualdade

tituio republicana
da carta imperial

do Brasil (1891) segue esse mesmo modelo. menciona

O arti io I/lI

apenas uma vez nas, lI.11.\ , em prop

I I \ 11 11,11. nilidamente compensatria, Quase todos tambm apresen1 111111111 '.1110 'X .mpl , o mesmo que costuma ser encontrado nos livros I I' 0111 dllcilO brasileiro I' (Silva 1992: 199, por exemplo): a lei permite s I .1\1\1, \'111<11' in o anos antes dos homens. que os homens de direito Essa discriminao as mulheres con-

sees, A S~O13 copiada do francs (artigo 6): "A Lei ser igual para 1(\(1" , quer p~oteJa, quer castigue", e acrescenta: me~eClmentos paragrafo qu.e "Todos elim~~ao 2 do artigo 72 para garantir so iguais perante "e recompensar menciona seguintes perante

ruo di"
k 1\11
I

de ~ada um". A carta republicana aos cidados a lei". Os pargrafos

a igualda

I I ItI \'1 porqu " ao longo de uma vida normal, I 11\111.11'. \'1vio" d

que traba-

e residentes

e tranu 'illl de cada :1\111'.11 i' n itil I I ios 01 j., Assiu: .I


\tI

que trabalham, e acadmico

pois alm da jornaJos Afonso da Silva

I 1.1 ,"\.11'1.1" pn: 'isam cuidar da casa e dos filhos, "pouco ajudadas a pelo 11'\"
I

d~Ix~m claro que, nas duas constituies, das esferas legais privadas tocrat~co~ na lei, o que significa

igualdade

a lei

I 1111\1111.\ 10 proressor

que caracterizavam

os privil

1111 11\ 11'\11 ,\ssim uma sobrecarga '1

de servios que justo seja compensa-

a equiparao tribunais
l'

do status atribudo.

Constituio republicana o imperial nada diz sobr


54

abole os privil os I ulos

ios I 'gais da nobreza,

in lusive

, II\'\dol ia '0111 m n r tempo de servio e de idade". A soluo para 111 111 1.\1 dI' ,ksif.\ualdad' n Sl as - que as mulheres que trabalham IHllljlll'll.lh.llh:lI11 mais nno propor uma mudana nas rela55

dos os ttulos, ordens honorficas,

'SI" iuis c i n CS.AConstilllt

I l.lIdl

privi \"1',11 \S 1')( t rn I ' 'a is da nohr ''/,1, 1\\.1

es so iais de gn 1'0 ' 11';1 h.1I110,III,ISsim produzir


ma do privilgio Nenhum sultei questionava legal dos profissionais

m.iis ti 'si iuald pr oc. ou dos livro

d " 11.1 111


que 111

111" I

porqu'

.stcs fal',i'lIl1 s .nrido para OS' o fundad

'Ias orno uma das funr s do Brasil enfrentaram que regulamentasse que os se determinavam de muitos no~os Elas reconheceram levantou

omp .nsa Ior I' uma apos ntadoria cio dir ito que indaguei

1.1111,\111,1 luruntc 11I .11 101\10 onstruir 111 ti.

ulo XIX" na v rda I" ao I ngo do sculo nacional

II1I I 1'lill'S na ionalizanles,

essa soluo. Nenhum

discutia o fato de que, a despeito refora desigualdad s

ti
1,11 I

uma cidadania

essa funo compensatria existentes ao recompens-Ias. ma jurdico pode tambm para distribuir observou, dade. Ningum

ser de fato realizada, esse tipo de justia no a pl' 11 1 como tambm


S\!\

tllo II'II\.IS so .iais entre seus habitantes, '1,".t1d:ld' que a Revoluo


,I

legaliza uma nova desigualdade

Francesa

Ningum

sugeriu que o artifcio faz uso do si I desigual que atravessa toda a de Barbosa individual,
Mil

ollsl ru o. Por essa razo, os termos

do debate francs

um tratamento

1'1 'o upa


I

o central no desenvolvimento
se apropriaram desses termos itos, porque perceberam,

alm disso, que na mxima

o dt'sigllll

"I

() hrnsilciros

de forma seletlVa da poca, que a enfatizaa lei-, nenhuma

ser a elite, que devido sua educao merece ser tratada de suas diferentes e as recompensas conferidos

sua riqu '/.11111 pela I i: dlh em relauo POI I por ' 1111 11'\

I 1"1\1111 propo

na retrica

s suas realizaes sob o argumento tratamento raciocnio jurdico

de forma diferente. diferentes capacidades

Ser que a ma 1111'

11 1I IIIl '1>,1 havia enredado,

no entendimento

liberal de igualdade, perante

no justifica o tratamento

conferidos

1111111111\11 ti '1l10 rtico que eles queriam li ti.! 1111 ,l]I '!l,IS no entido formal11\ '1111' os indivduos I 111.\ 1111' do I I 111,111', 1 11III , ,li \11.1$ dif renas no mercado,
F.st'IU

evitar. Os liberais

individuais,

uma igualdade

e as recompensas

aos pobres e aos analfabetos?


XIX -,

eram sujeitos de direitos de assegurar

e eram igualmente direitos substantivos essa igualdade entre cidados. que igualava as

,que padro hoje como era no sculo

Mas isso no implicou

plo, o injusto no que o escravo e seu senhor tenham tratamentos


mas apenas tratar um como o outro ou tratar os membros forma diferente pensatria "dignitrios") exemplos, tratamento entre eles. At recentemente legitimava o direito dos alfabetizados

difcrcut:

ou da sociedade

de cada grupo ti a cidnd.uua ( ou 11'I ' Nr-,


,111\ ~I
I

I "I 111\1 (11ol'lUnidades


S

ou implementar enfatizaram

uma medida de justia social precisamente das diferenas indivisvel

(1985), essa mesma lgi a 11II1


de monopolizar em universidades dos demais preso das elites justif

ti .rn crticos

1111,1,111111\,,11111 dlll'ilos I 11111 I'llm ipio

' r cursos a despeito

poltica e continua

a justificar o direito de formados preexistentes da desigualdade

U incorporao

nacional

a priso especial, em cela separada desigual, mesmo que este represente legalizando de privilgio

as medidas

11

li" !.\lIll'nl' 'xislentes por razes de cidadania, 17 " _ I I I I" ill ipios de igualdade se reuniram numa constltmao 111 1111 1111', \.1 os da forana e dos Estados Unidos, estudados I
I I

nacioconflisociais,

um privilgio. 16 uma clcsigll

pelos formu-

A justia de Rui Barbosa pode ser uma forma de compensar dade dos no privilegiados pensar uma desigualdade casos, reproduz o privilgio o privilgio.

li

til 1111\

,'I '$ observaram


.orn

que isso resultou

em tremendos das diferenas

Mas pode tamb

111 0111 Nos 11111


t'

",rlhl

"I"

-viol

n ia em torno da administrao preconceito poltica

ao legalizar mais privilgios.

i 11'1111IIIIdi,.lIll

em speras batalhas e da distribuio captulo,

pelos termos

por todo o sistema social e legal. Alm disso, sociais como condies a priori tanto d

11111

11' 11I ,1111\,\ omunidade I \\lIll1tlll ,( :01110 'xamino I IIldl 1',\11' .\\1$mt II 11111.\1\,,1'
t'

de dir,eitos p.ara nacional universal nunca no que se

conceito esttico de justia. No contesta a desigualdade. existncia de desigualdades do como do no privilegiado sos de acordo mxima diferenciada: de Barbosa mantm e os trata de forma diferente, Assim, o sistema

Em vez di so, '1ll'11.1 I privilq',i


I

no prximo

esses conflitos estive-

do desenvolvimento

da cidadania de igualdade

distribuindo

Il',11!

.rarn p rque os princpios

com essas desigualdades. um padro uma sociedad

de justi a em 1]111'I .1 di

1111\ 11111,",

.uncri .anos a disputar

os termos

da cidadania construda

aceito como n rrna refora uma cidad.IIII,1

1111\ 11\(I ,\I".lgO n '111a van uarda da cidadania I 11 \111 1,\11111", Apr '~'nlo ;\s mnis

no Brasil. como mo-

de diftI'l'Il<,.IS50 iais or ianizandu

I' II 111 ,1I1~(lllIlll,lponl'll' a i Ia tania ranccsa ou americana 11 1111I 11\I[,li ,\11 I " l I i1il .11 ,I Ili 1\. I 1(11 1\li Il.I<, \O
li ' li rn

acordo com privilgios

no privil 'uios I '1\.t1i,.ldm.

orno r 'gi 111 '5 h istricos especficos que r 'T irn e q li e excluiu

As lil 'S brasil 'iras r()f'Inlllar;\llll'.~S,IIIII\oIl1d, 1"'.li .\ inspir.ld,ls '11Il'I"IIIl'IIII1

esses princpios. nacional franceses

Em seu IU""", as 'Iil d 'si rualit

'S

includentemente e os americanos,

imn .in.rrum Lima id.ul \I ria, fundarnentalrncnt ontrria p.1I I


que buscavam

dominantes

I 'nliza 10 I1:t0 d,IO 1,liI.,\()para ntusias11'1lllllll",listno 11\1 111\1 . , . d I I I .111id qunis suo as difcrcn as imporl<1111 'S numa s~Cl~da e, e

pois o tipo de liberalismo da igualdade

ri.u li
p '1.1111 e

ti 11I 1'\t'1I1 r' 'ol1h idas mo tais na I i? e o cI b~te pub.hc.o for.a 1\.11'.1 tirania da maioria ou o terr r de uma CldadamaJaco~l11 I" II pl oprias virtudes? orno a lei evita discriminaes s.e~ega~lza ns que no pnvIleglem 1'1' 1111 .IS para algun ,sem normas comu .. 11 I \1'111,\ I 'gal onferir expresso total s diferena~ cultural~, I~SO

tinha compromisso direitos individuados lei, sem igualdade as elites de muitos elites governaram diferenas ralmente

com a democracia. dependiam ou justia substantivas.

Era liberal apenas no sentido d ' q\ll formal dos indivduos durante econmico os sculos Esse tipo de liberalismo de cidadania. reinou 1'111 I
XIX

pases latino-americanos projetos democrticos liberalismo combinando

xx, 111111
rn

no exigiu nem engatou regimes de cidadanias

Em vez di~\\l. as eJ11l1111

e governo autorit.u

111111 1111111 ,ia de jurisdies em que haver tant~s tipos de direito ' idados? O que significaria a justia em tal configuI )S I 1111111 I 'lI, . 1111"IH lI.tO uniformes? O que constitui uma cultura, e ~uals sao as \11 I1I\I I1 , .llll ) tones e originais, todas categorias notonamente .es'de precedentes discriminativos? O que pode evitar I I I111'.1"'0,\I ) .. 11" IIIH". lI\ajoritrias usem a poltica da diferena para emltIr um I 1'1 i I O de seus valores culturais (a linguagem, por exemp o) e , . 7 A despe'lto das enormes dificuldades dessas quesIIIIIHH\3S. id lti duma CI a101111 1I1.III.IS'\11detalhe na maioria dos casos, a po I ica e . ,,"t1I1'1 . dif"renas sociais legalmente permanece o foco mais p.oid d . tanto nas democracias ohrc novas formas d e CI a ama, .stab lecidas. A soma desses desafios tem perturbado 1111111 11,11' S < b . .d danias nacionais Em ora nao 11.,pr'ssLllostos d e muitas CI a .
'S,

diferenciadas.

Dessa forma, administraram sobre cidadania, baseado

sociais dessas naes com uma poltica da diferena. a poltica da diferena ser oferecida como ali '11\I supostamenl so vist ' 1\1\I
S li

Nos debates contemporneos no se apresenta

nesse contexto. Costuma do qual franceses -

til

tiva a um regime liberal de cidadania tros em relao s diferenas, principais identidade demos mente comuns

em direitos tambm

e americanos

11 1111

exemplos. A poltica da diferena e de multiculturalismo importantes Afirma

chamada

de polti, 01 1I os 11111 supo I I d '111111 ond ' I'. 11


I

acusa essa cidadania

liberal de d srl'~1'1 I

tar diferenas

de muitos povos e culturas que esse liberalismo para homogeneizar culturais, -

que constituem usa princpios

Estados-naes. cegos a diferenas

diferenas a igualdade

em denominador liberal-

11111111 r- \Illllo
I

s desafios indicam rico da cidadania,

que est a ca~in.ho

uma ~u-

que so pouco mais do que reflexos dos interesses particulares Para as minorias

I 1111 \,.1\1('1hisl I II 111 11 .ulo par

tal como a maio na das naoes

cultura dominante. da diferena geneizao verdade que respeite perturbadora suas diferenas brevivncia. Embora costumem vincent

quer dizer o molde da equivalncia desrespeita diferenas quando e empobrece importantes.

no de modo algum neutra. A poliu. I alegando que a h01l1l1 qu: 11,1 de iguald.uh ao criar uma norma de assimilao um novo princpio se torna se convencem sua dignidade Essa exigncia esfera privada

rejeita essa igualdade-corno-equivalncia, Em vez disso, reivindica grupos minoritrios culturais no apenas diminui

discrimina.

especialm '1111 de que a rcdu.io ti


lihl'I.t1

regular diferenas. . . . . d b al ns dos quais discuto em 1I111t11,1 iol '11 a r visar tais e ates, gu .' . 11\I . "1.1" pOSlaria de fazer duas afirmaes. Pn~eIro, que a CI~ada,'II'"II"} um caso de uma poltica de diferenas legalIzadas I I11., I li' I 1,.1 , . d . me 1\111"11~I'I ulo. Ela prosperou sob todos os principais tipos ~ ret

e convices

sob a cidadania e legalizado

insensvel diferena para as diferenas

como arnca a SII.' \11

Nesse ponto, eles exigem um apoio pblico os defensores de a idadanin suposinm

, plllllll
,.IH

que definem como essen iais pr pria idcntidad r a vali lati' d '1,lili

.ntc alh 'ia 11dir'\"lII,.1 1)11"Oli ,1111011

reconhec

IIlil.l\, deI> .ilc '<1111 que () V:t10111111

111111111\ 10,1111 narquia, as ditaduras militares e a democraCl~ ~ eito'f as possibilidades e os problemas dessa poltica, se IIIUI ('o I 'I 'I < I ISI 'Z() v i s questes citadas, crucial investIgar esse tipo I'tl:-., .,' . , . d as cidadanias 'si lido d ' sa perslstencla sugere que, quan o , di estrutura muitos dos debates, \tI tl1ll1 ,111\('01', Ca\. a a Icotomla, que . .c . d d nias que marcam diferenas 1"\11111 qll' 1I'ulraliz<I\1l dif r n as e CI a a . d . . " 'ficas todas as cida amas 1111"11110 Ik vista I' suas hist )f\'}S sp I , I 1 1,11' id d e entre I 1\ 1.""1"11.,11,11.1, lil 'n'll~.lsq\lnlbtillg\l '111 -ntr scus ci a aos
19

de lima outra 110\';tOd ' il'."lt1d,ldl' II1111t.IIIIu' 'squivo,,'

id,idllOS t 1l1l0 'idnd,lOs. 1\lllIHlI.1Mj.1um prop silO pll'dlllltlllllll

,til! Ild,1I1

nia, .ssu r' iula ao ' 'ra um I ()Illlilo cr ni o. /\ avaliar as difcr '11 as, m \ ItI daos se onfrontarn na lama Ia ti' I .is cs sobre seus signif a I $,11:111111111 gem das rcgulaes para a sua a lministrao, e na prtica delas. NI avaliaes, eles calculam as consequncias da legalizao das difcrcn.r-, 1,,1 legitimar a desigualdade ou neg-Ias por meio de princpios de igualdudc .1" trata. Um direito especfico pode ser legislado para ignorar diferen as SII I' - e dessa forma ser considerado neutro em termos de diferenas -, m.11> .1I I dadania que o dota de sentido teve de problematizar essas diferenas pa 101 11111 duzi-lo. Todas as cidadanias implicam esse clculo de diferenas e iguald.uh so, ainda, foradas a reavali-lo periodicamente. dadas em termos histricos. Portanto, em vez de categorizar cidadanias como neutralizadoras de diferenas ou marcadoras
investigar de que modo uma cidadania

I I I I ti Moi',/l11.1 r 'prodll~,'()

I 111,'\,1 I Id,ltl.llli.IS do 1IIIIIIdo \111-111 do AlI. Illi\ o Norl 'S' parcc r "ir,1 da ti 'si~tI.lklad 'raramente 11111111.11 ,\111'111' 'Olllparad~1 uma p .rsist n ia revelada no I 11I I11ttllH ional, mas .m estudos que tambm analisam a cida-

\111'\' ..!IIII1.1I1i'1110de pI'O e sos, mecanismos, categorias e prtiI I, 11 1111 1011 ii'. ru )(J scstabiliza essas cidadanias diferenciadas, sua I I 1101 '.t h.ls 'ar nao mais numa crtica oca da cidadania liberal
tilll

I, I, ,I Itll', IItHI I uma politica da diferena. O estudo da cidada11,,111:/0 11'Sl' livro demonstra que as polticas da diferena 1",,11111'1'1 I 'S slabilizadaspormovimentosdecidadaniainsurli\. 1110\1 ,qu ' novas diferenas no se tornam necessariamente

Por isso elas tm de

$ 'I ('

111 u,

de uma forma anti-hisuu

de diferenas, o irnj 011.1111

I I 111111 I" ivil 'gios. Mas isso tambm mostra que regimes entrinti, '1',11 tld,,(\ 'S I galiladas seguem sendo o terreno, pantanoso e '1" tlII11VolS cl 'mo racias e suas cidadanias precisam se enraizar.

problematiza a legalizao e a Cqllll' I rao de diferenas e como enfrenta os problemas de justia resultant s. /\11'.11 mas cidadanias ditas neutras em relao s diferenas tm gerado distrlu extraordinrios na estruturao das diferenas e igualdades de seus cidaduo ' Outras tm administrado diferenas legalizando-as de formas que r ill'lld,1 mente legitimam e reproduzem a desigualdade. Assim, a cidadania arn 'ri til' indisps legies de pessoas umas com as outras e construiu bibliotecas I 11111 nies legais para descobrir como ao mesmo tempo equiparar e legal iza r ti Ili renas - por exemplo, se admitir negros livres como cidados plenos ou 'X 1111 -los peremptoriamente, se conferir tratamento especial a veteranos (em 'X.1l11t para servio pblico), fazendeiros (subsdios para a agricultura) e m i 11 \li 1.1 (admisso universidade). As duas ltimas questes permanecem sendo dl'h I tidas de modo passional. Dessa forma, a cidadania americana combina pruhh mas de equiparao e diferenciao em termos tanto de incorporao o 11l( I 111 distribuio, lutando com a legitimidade de cada combinao." Em OI1lP,1II o, a cidadania brasileira tem administrado as diferenas entre os brasilchu - no menores que as existentes entre os americanos - de form b '111ddl rente. Enquanto os americanos disputaram em torno da incluso, o brasiki I11 optaram pela incorporao universal. Mas, a n 'gar a esperana da iguald,ldl na distribuio, a cidadania brasilei ra s' tornou lim r' li m nt ri 11 h 'i r:\(10 d privilgios legalizados e desigual 1,1t1 'S kl\il ill!.ltI,tl>,
60
I

1(:UMIlNTO

SOBRE O PRESENTE

I I' 1111111\1\11 l'll1ografia e histria para estudar esse emaranhado de '1t1111l1110I11 Ut11trabalho de campo sobre disputas de terra que 111 111111 Idlll\'s tI,1Speriferias urbanas de So Paulo. Meu objetivo era , I dll !I.II.I l'l'giSlrar esses conflitos com profundidade e preciso. 111\1 1\111 do rrabalho de campo sempre me indicaram que um " til 11('111'0 '11 ontrado no campo assume uma articulao es"1"1 I u.i Iormuln hi t6ricacontinuaaestruturarsuaspossibili111 '.1111, P 'r 'bi que o uso da lei para legalizar a posse ilegal de II I III I I

t.,~111111 -mporncas

s6 faz sentido como estratgia em relao

I 1I11I1',1\,lt) I' I .rras no Brasil, que tornou o assentamento ilegal 11I , 111 II I 11 to:> d r .sidncia. Nesse caso, alm disso, o relato histrico
t \I I

Itil 11',1 ,11 h o: lo~() d '5 bri 9ue todas as partes nos conflitos de terra 11111111 Ih"t1i:-.tnnos lutavam pelo significado da histria. Buscavam 11I "I Itll!.tI SII.IS ai . '~I o s de direito s terras, seguindo as disputas "1,,,1 1t11\1I,tI.tI"OS"uloXIX s v z satosculoxvI,paraconstruir ssoasusamessahistriaso 11'os si nificativos. Mas so
61

I tllIl'.101dndil!'iI().S~ 'nl qu'pOl1loasp 111 I 1111111',1.111( os . polili os l()IlII'IHpor.

importantes exalam 'nl ' porqll 'O que .strutura 'S1I1I1'1\1.1 'SS '$ onllit vrios episdios de uma r ilaao nt r a terra e a lei dcscnv rlvi Ia prirn 'il ,1111 te na poltica fundiria de Portugal como instrumento de coloniza ,rt'11I1I I lada nas tentativas imperial e republicana de usar a reforma agrria pa ru 11,1 imigrantes livres da Europa para o Brasil para substituir os escravo, e Ir 1" reiterada no desenvolvimento de periferias urbanas segrega das para :11111 uma fora de trabalho industrial. nua a estruturar o presente, A cidadania contempornea trincheiradas e insurgentes, Essa histria no ficou no passado, Ela (11111 se desenvolve em montagens de forrn.r-, 1111\

numa relao tensa e em geral perigosa,

formulaes histricas dominantes possveis formulaes em contrrio,

ao mesmo tempo produzem e linut " Como se poderia prever, o insurg '1111II

rompe nos mesmos lugares que sustentam o entrincheirado, mas sob iu 1111 tncias alteradas, No caso em questo, os mesmos fatores que fragmen I;11.1111 subjugaram os pobres rurais - acesso restrito a terra e a direitos polti o!>.11 galidade na moradia, mau governo da lei mobilizaram os trabalhad
n' 11 I

periferias urbanas, O insurgente inevitavelmente soterrado por esse P:ISS.I. I1 por ser moldado e constrito pelos termos que esses fatores pressup - {.'III,.11 mesmo tempo que os desestabiliza. O sentido de "insurgente" que utilizo para estudar esse emaranhado normativo. No tem valor moral ou poltico inerente. Cidadanias 11.11'

insur '('1I1i

no so necessariamente justas ou democrticas, populistas ou sociali ta .. ( "11 II caso deve ser avaliado. Sem dvida o nazismo lanou um movimento de 1.1,1 dania insurgente na Alemanha, assim como o fez a direita fundarncnt.ilr-j
I

, , 'I' 1 10 lU' ,I '1>l'}.1 I ' OI\\pOSLOe trans, 11111 11('11'1(11\ 11'os P 11111 11 1111!tll LI \l,II,1 .rr rum '1\\,11'sobre o pr 'S '11\ '. 'r, " i as ntcnde como um I1 l ikil'O~ [uc mora na' peru fias 11 I III I , (' dessas re, " nstrurarn, iranstorman o 111111IIIIll.I~,)() porqu .15 , ' d que no , bani d s Mas a malOna os I ,I I Id,llk '\11 bairros ur aruza o' . c , 'fi d ," . ntista de sua formao e seu s1gm lCa o, 111 11," \11\\.1VISdOpr s d d 1 m geral as rogresso Na ver a e, e es e I II P 11'.1 a 10 em' d fi I li, 111\111111 ," eten o o a,. . "favelas infestadas pelo cnme , com I I" .11111 11""1> qu c d sseiros Eles d eus mora ores sao po ' 11 I di 1 's:-,upor que to os os s , feri 1 lado de fora, I til 11,1\ 01110 algo em que se deve nter enr pe ,o_ m 'b as pela telev1sao ou passa 1I1\1\\ 11.11.1 h,I i o nos av iocs, o servam-An 1 de propostas id dem ve-las como a vos I 111.\"I \\I gr,ll1t1 's averu as, po 'I E ' o , . m futuro diferente no Brasil. ssa ViS , 11.1111\1 ,I ,1,>:-'0 iadas para LI 'h' " porque fun. ' . doxalmente anti- rstonca "1,"111 d.1 IIIsI61"1a , para, nte , proposta para o prese 11111111 tuiuro imaginado para uma h " fora no recon ece as peI 1111'\1\,111, (1,11 IlInnl palra acima e por -asil t b m um ao d e o presente do Bras per ur a 11I1I1I111l\,tlol\l'opassa o _ 'rtanteagente 'I. . turbaao como um irnpo 11,.1111 IIII~10llSIt .ra essa per 'c ' per'h t ografia das peruenas " \1 \1111 tuturo dif r ntc. Se min a e n I' h bsi' " se propusesse 111 as a '1111' I 'SI)\'ovido de histona, ou , iand o o 111\',( , dois" mas neg I'1genClan \1\1101 \11\1lana do upo antes e ep, _ d tiva , d m lice desse tipo de negaao re u 1 , 1II,",1'1I1'~I;\n;1snoc P 'h't" ,t ao confenr uma 1S oria ItVII) In1balha na dlreao opos a,
<,

"li
1\

americana nos Estados Unidos. A insurgncia define um processo qu "11111 I ao na contramo, uma contrapoltica, que desestabiliza o presente o 10111 I frgil, desfamiliarizando a coerncia com que geralmente se apresenta, 11I~1I1 gncia no uma imposio de cima para baixo de um futuro j orq u SII,IIli, Ela borbulha do passado em lugares onde as circunstncias present pare 1111 propcias a uma irrupo. Desse ponto de vista, o presente como um p, 111.1111' vazando, cheio de furos, lacunas, contradies e mal-entendidos, xisl '1111 logo abaixo de todas as pressuposies tcita, que confer ma prcs '1111' 11.1 aparente coerncia. Estudo esse pre ente 'I no!'r; fico m I rrnos hixt Hi o!>11.111 para fazer um relato complet orno h islOI i.ulnr, 1\1llv "I. disso, IIIi Ii:t,o u ,,".11I'. histrica para mo trar
orno () p.l~sado '>1'1111'11 V.tl,1 P,II';I o PITSI'I1It', 1'<11"111'11

, _ trabalho acadmico, mas 01111,1'1 (\lll r<l prodUZir nao apenas um , ' - d ue I I ( rtt i . I Por rtica no quero dizer a enunClaao oq 11 11I1 I 1" 1 , '' mo as coisas so, julgando-as por alguma I 1I11 111111\11,11\\0 \ forma' tos e aes se , t como pensamen 1111\ (1111 V1''/.diSSO, quer aponar , 'I o-e na-o examinadas, e as con eitos .m sup 11I'" \lIHI',III~ 1.1 I o: . d f , f T e de sua es arru'l'ar'lzaao I, (lI' I I tll,\ ti"" Ilido daqulI'o qu, arm lar, I n d l stu 10, O g , 11 11,1ItI -irn '01110 as oisas sao. 1\5511n,ao 11111 .\111, , l ' rti as , I . I .: I 1 '11'<1 I .smas ';lrar as v. nas po lt as, P c <. 11111 11111,\, ,I I\~ \lI I. 1 , I ' 'l' , I' 111111 ')'1111 -nto LI\')a\10 que 11 .," \I \li ,'111)0\'1): l' 101' PI,III .. I , , '" I I . ,,'. il ",11 ,lcl"tll\lIl' 1111111.1\1\ -ntum a pIO(IS!>.1O 111111 1i dl . IIII~IH:-l n n I li, Iil' .. dI' 1"lltlilll, til \11111\',11.11 1111110 ,I!>po I ,11i I HIIII'I 111111111111\,11110 1
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mos pelos quais a usurpa de l rra legalizada; argum ntar que a d '11111 polticas, sozinhas, so inadequadas para avaliar o desenvolvimento d '1110 tico e que as democracias polticas no produzem necessariamente um (' tI democrtico de direito. Alm disso, estudo os lugares histricos e etnogr ,dI da cidadania insurgente para abrir o presente para as suas possibilidade, I estudo no apenas as torna evidentes, mas indica tambm oportunidade,
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novas mudanas no baseadas em imposies utpicas, e sim funda I;t~ 1111 presente etnogrfico desfamiliarizado e desarrumado, no qual projet s '1111 valorizo - de democracia social, de justia e de igualdade de florescer. tm mais
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PARTE DOIS DESIGUALDADES

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