A Cidadania Estranhada
A Cidadania Estranhada
A Cidadania Estranhada
IIII III
I"dos os Estados nacionais lutam para administrar as diferenas sociais .11 in ruem entre seus habitantes. Algumas das medidas por eles adotadas
ti
I.ISI
I' 1111' I 'I 's administra essas diferenas de acordo com as formulaes de igualti" 11- c de desigualdade que definem suas cidadanias. As democracias, em I' ,,11 ular, prometem cidadanias mais igualitrias e, com isso, mais justia e dll\lIi lade na organizao dessas diferenas. Na prtica, porm, a maioria das ti, mocracias vivencia conflitos tremendos entre seus cidados, na medida em ti \ Il' seus princpios entram em choque com preconceitos quanto aos termos da uu orporao nacional e da distribuio de direitos. Na realidade, os conflitos 1'1\1 r' cidados aumentaram significativamente com as extraordinrias demo\ rn Iizao e urbanizao do sculo xx. Assim, a insurgncia mundial de cidadaI\
ias democrticas ocorrida nas dcadas recentes rompeu com frmulas estabe-
m emaranhado entre a democracia e seus opositores em que novos tipos de idados surgem para expandir a cidadania democrtica, ao mesmo tempo que novas formas de violncia e excluso a corroem. Alm disso, se as cidades tm
sido, ao longo da histria, palco de desenvolvimento da cidadania, a urbanizao global cria condies especialmente volteis na medida em que as cidades
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li o de um tipu '11111 as difcr '",,, a desigualdud de seu r '~i s b o, a di de uma insurnessas de resie subsmuitas
a. Toma o ,ISOdo Brasil como paradigrn uma cidadania que legitimam que administra e reproduzem
em algum moment
OIlH) marginais",
l so iais
'
gios legalizados
e desigualdades e republicano,
Ela persistiu
,.11 1 II/i,lm qu '''aquele "1111111'1"", Faziam-no ,"1 '11, vizinho, '"'1.1 ItI -nti lad I 1111101 r 'Ia
c lonial, imperial
sob a monarquia,
para deixar claro que a pessoa no era da famlia: nem colega, concorrente para estabelecer, ou qualquer um que tivesse
t.idura
idadania g .nt
a democracia. insurgente.
onhecido, familiar -
los r girnes de cidadania desigual podem ser desfeitos por movimentos rus v m formulando
p -rif rias nas periferias das cidades brasileiras Argumenta da moradia uma cidadania
Mostra que desde a dcada de 1970 as classes trabalhado o entrincheirado. que a experincia contexto
tt",
que desestabiliza
uma medida
de diferena
e uma forma de
ti n ias e dos conflitos de terra I, n .ia de uma nova cidadania I -or ias sociais dos sculos
XIX
II 1,111inr as pessoas umas das outras. O termo lembra as pessoas do que elas
to _ embora,
paradoxalmente, Chamo
e define
integrantes em
diferenciada,
novos cidados,
no por meio de lutas trabalhistas, como proponho, da desigualdade linear. Em vez ao mesComo re-
e no na equiparao considera
de tipos de cidados. e
diferenciada
que o que esses outros merecem mas da lei como desvantagem na mxima brasileira
lei _
no no sentido
No apresenta, e limitam
que diz
da cidadania em contrrio.
"11,lr~l s amigos, tudo; para os inimigos, a lei". Para pessoas co~o eu, aco~tuma-
,Ill
e o aforismo, se tornou
l.il.rvam sobre seus direitos especficos, mas o faziam sem relao aparente .1 id 'ia de cidadania. out ros estatutos para os brasileiros Era como se os direitos existissem
durante
parte, conferidos
Quando
common. Notar que a ideia do "comum" (commo~) - co~o, mais adiante, em."ex1 H'l'i ncia do comum" -se refere, na formulao do autor, quilo que e Igualmente compartilha-
.t1gu m usar a palavra "cidado", quase sempre ela tinha um sentido .uior no tinha uma relao significativa,
22
diferente
'I
comumdade I I ' , em especial , vigncia de uma igualdade de direitos entre os cidados de uma . d idei polica. O autor no perde de vista, por isso, a acepo frequentemente negativa essa I ela no texto da diferenciao social brasileira.
23
um outro annimo,
, 011
trabalh d arnpo c ll\illh.l~ t '1ll.lliv.IS ti rnap ar UIlI 11'1111111 10 dl's onhc 'i 10 d pr ssupo tos sociais l< itos.' Vinte anos depois da minha desorientao inicial, eu sava em o Paulo durante a vitoriosa campanha presidencial de Luiz Incio Lula da Silva, do Parti do dos Trabalhadores (PT). Foi uma vitria macia e empolgante, comemorada com bandeiras vermelhas de "cidadania': "democracia" e "justia social': Perc bi que os residentes das periferias com quem eu trabalho votaram em Lula no apenas para exigir futuras mudanas, mas tambm para reivindicar como emblematicamente sua uma histria de vida envolvendo tudo que j havia mudado: uma histria de industrializao, de migrao urbana, de transformao dades e de luta pela cidadania que refez o Brasil nos ltimos cinquenta uma histria que muitos desses votantes viveram e que Lula personifica carismtica. Sua figura os estimula no s por sua prpria migrao das cianos, de forma para So
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I'I'IIIIII'C 1I1H'lIlo"l hist iria I' Lula to ou O n .rvc proun 10 10111(', I I"" I 1II1,II'.III.I"I!)popular \ raxil 'ira. Na noit 'da 'I 'i;\o, (,'\11 ou uhrn dc' 11 1""lloldo 0111() n(lI11 .ro I, p .ssoas, a maioria Ia cluss '11"11.d!t.1 1111111,11 '111,11>rtum .nt .p '1'1Sruas d 'Sao Paulo ti 'pois Ia vitr I LIdi' 11,1 lI! ,IV.!IIImuito 'mo ionndas quando rn .falavum sohrc 01.,,1.1 11111' 1111101111\ trabalhador ' um horn '11 das p 'rifcl'i,Is, qll.lll\lo ,,111.111I qlll' '1\1uqu 'Ia .xp 'ri n ia d 's 'r um horn 'J1l 011111111 'o I 11'.11.1'k~ que uqu 'I' homem s r tornasse pr -sid nt '. As 1.11\1 illl," 1111,11 11,1 dolellw,,1 I' apaixona Ia vontade de que () Brasil "ti '~M' 11'110': I' I 111111 dI ~o" i111 -nio.'! h I 'a frust ra ao dos Ira bal hadores lil ,,~dl'l 11I" 1"11 '1 11' II!"I 11vil h '111,ti 'pois ti, tantos .quvocos, que SI'\1 II.lh."11I1 ' ""11/11111.'1111' ~II," I' ',dizao 'S sejam r xonh 'idas' as il1jlll>li\,l~1~.III.HI.I 11111 11111 1111101 p.lllilh.1 justa dos im 'I1S0S r' 'ursos 10 purs, dl'~d" "1111')1 ""1",11/11111. I'c'l.l h.lhilllal .litc urontosa, mimada 'imp"IH' qu "11111\1 I \I 1111111.IWIIlH'llll' 110 ontrolc do ti .stino do Brasil. 11 ti 10\1 .11,1,'1,,10,1,111,1 I' 'pr '1' 'nl.iv,l .ssc Brasil dos trai .d!t,ldol('" c' ,11.1 ,I 1"'1 \I di pC'1irc'l i,ll>"auto onstru lI;JS" 10 tipo d,l pl'l'if '11,1111 h,llIoI I I" ItI I 11.1 qll,d .1 III.IiOl i,l los I r.isilciros mora hoj - 'JlI di.1 l' olld(, com 111 1I11'1 .11 11111 pIlHl'~sodlill11,ll!)dl'allt() ollslrllao,slI,ISpIOpll,l" .1,1 I I 1'"1111 I id.1 IlIh,III,I, Ncss.r lut.i, 'k~ tnmh -m coustrumun 11111,1 II\lV.! "~ t. 1'11111Ip.I,.\II, dc' lill'ilol> 'd' id.ul.rni.t. Em outras pnluvi.rs, 1.111.11 'pll
Paulo, vindo do Nordeste quando garoto, se identificar com a deles, mas tambm porque suas experincias de pobreza e de realizaes na cidade exemplificam uma narrativa de mudana urbana com as quais se identificam. Embora Lula tenha continuado pobre, as condies urbanas da pobreza no eram estagnante : ele se tornou um trabalhador de fbrica e um pioneiro urbano, na medida em qu ele e legies de outros migrantes alimentaram o crescimento industrial da cidad de So Paulo e transformaram suas periferias ao converter os barracos que tiveram de construir em casas de tijolo e ao urbanizar seu entorno. Com seu trabalh , eles se tornaram trabalhadores de indstria modernos em periferias urbanas qu ' construram no "mato': Em 1980, desafiaram o regime militar com a mobilizao nas fbricas. Mais importante, fundaram um partido poltico prprio, o
PT,
I"
que
ganhou uma fora impressionante organizando os bairros da periferia por meio de uma mistura de polticas de esquerda e catolicismo popular. Depois de trs tentativas fracassadas Presidncia, Lula e o PT venceram, com mais de 60% dos votos do pas, ao comprometerem-se com a construo de um "pacto social" en volvendo todos os cidados e de uma "justia social" para os pobres. As classes trabalhadoras de todo o Brasil no votaram maciamente 111 Lula apenas para comemorar uma histria de ascenso. Afinal, seu adversrio, Jos Serra, superou a infncia de classe baixa para se t rnar um renomado O nomista. Quem elas finalmente homem que fez sua campanha elite 'I
decidiram 'kg 'r para o mai alto post foi um xpli ilanWlllc' c01110I idadao nao p rt n ntc . igll,lI .I VI\I
I ",
1II ,,\11 11'1'11.1".IIII(lrOIIIl"~.\O iudividu.il de 11111,1 S.IO P:wlll ilJ1igl,lIl1c'(' in I 1111' I li, ( l'IIIplllll.1 t.uuhcu: ,I~" P 'I i \ll i,l~ ol'liv.11> d.1 fOI 111,1",111 d, 1111 I I I 11\11.111.1', ( dc' 11111.11 id"d.IIIi.1 d\'( (li Il'II11'c'IIIII1c!1I li 1\I.Isil. 11111, I" 1111.1\clc'~'" li."\' (.11\'.111.1111,11111 dI' cnvolviuu-ut d,I~ d".! 1I)I"d'IHI.II~ 1'1,,1,1 ,10 li 11 ,,!,I, .I 1IIIIIII.IIIIIIII"I I\I.I"l"I.IO.II('I\ldll
IIH'II -nfoqu . Um ponlo, 1'1111'111, ' '~P' i.ilm .ntc rclcv.mu- () gov -rno lc Lula ilIl.lIi:t,ou os 'anhos si inif .lIIVO,~ ,k 10 I 'r aqui itivo (L11i I,I~S"Strubalhador.i 01110lima da principais r 'ali:t.I~'() s de seu mandato.' Essa nfasc no nSlIIlIO in omodou muitos de seu partid: rios. Eles argumentam que de mobiliza I1
-nvolvirn nto poltico dos cidados com "sedues do mercado", desarmando
l' .1'" '1.
I IllIhlll'W
11I.!liso IIl'SIl' liviu. I li 11,1 dl'l.ls loi UIll,1"IlI 1"11<,01 na subj .tividasuas asas, as lnss
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1111\llIlllp.ISS.lr:1l11:1 xins ruir 'nlOnlar 1111111 1111 .I~ i 1'nli Ia lcs , 11111111,1 'u.ls"a "'1" 111,,111 !'(ll' statu
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trabalhadoras da e da
peri-
consumidores
as s
rnaram textos legveis que atestam essa mudande bens individuais as prprias
'ig
1M
laz .ndo com gratificaes imediatas de ganhos materiais, Esses ganhos, ai '111
I
I 111 1 .ipropriar e transformar I11111 1I1'~ 1.1 idade, eles passaram 111 II .1.1\1',Essa identidade I "" I 0111"lIdll\(IO -
de de e
do mais, so muito pequenos comparados queles obtidos pelas classes mais ai Ias durante governo Lula. Os crticos tambm afirmam que esse fator rnistif .1 ,lSprofundas desigualdades que continuam a caracterizar o Brasil, que, a desp 'i 10 dos modestos ganhos dos consumidores, tem a terceira pior colocao ntr /(/(10 os pases no ndice de Desenvolvimento Humano ajustado em termos ti ' ti .sigualdade (IOH-D), de acordo com o mais recente relatrio (UNDP,2010) d.1 Or 'anizao das Naes Unidas. Concordo em muitos pontos com essa crti ";\. () que sses partidrios frustrados costumam esquecer, contudo, que desd ' ()
inl .io d sua carreira Lula vem enfatizando
de parte interessada
1111111 ,qu'
111
por sua vez, um novo tipo de direito adquirido se deu, portanto, em termos de direitos. A e consumidoras como produtoras
a importncia
do consumo
para
ali
1,/1 11111.111.1 I' 'Sl aldou a exigncia de novos direitos: direitos de contribuidor 111.11 IIIIHI \)S d fino. Tais direitos incluem novas protees ao consumidor,
I
lass .s trabalhadoras. E fez isso por causa de suas consequncias na histri tI:I nulo on truo. Ou seja, Lula enfatizou o consumo porque este tem sido cru "illl para o projeto de construo e montagem de uma casa prpria no qual o traba lhador p brc tem se empenhado desde a dcada de 1960. Assim, a motivao dos moradores das periferias de So Paulo para equi p.ir SU'IS asas em construo com mquinas de lavar, televisores e mobilie rio ti ' quartos - normalmente adquiridos a prestao e com altos juros - nao Il'm ori m na presidncia de Lula. Ela tampouco comea com o Plano R .al, que conseguiu eliminar a hiperinflao no Brasil e que foi criado em 1994 p '10 ,11111'.ssor de Lula, Fernando Henrique Cardoso, que merece muito mais r' li 10 do qu '
.uuucuto
componente
II I., 1'1111 d 'I rivil gi que tem sido h sculos o regime de cidadania brutal1111 .lI 11'.\1,11 do Brasil. II 111 11 11 IOV'I' as r alizaes de consumo 11 1111111,1 pl odu ao da idade, Lula transmite 1'. u.uisforma I"I~ I 1111
"SIO
e seu O
c autoconstrudas
I 'r m
da subjetividade
's
se atolado a-quevou
numa corrupo
das condies
contempornea
desse
mo forma de garantir o poder de governar, outra examinar mais adiante. sua eleio afirmou o corpo e o esprito a fora nacional sem precedentes
Ia prosperidade. Na verdade, o importante envolvimento da lasses I I .tb.ilhndoras com o consumo do mercado moderno teve incio quando cl.rs I 011Il'(;aru 111 a se estabelecer nas periferias, nos anos 1960. Esse envolvirncnto SI'
l
sintetizando
""1'01 idou enquanto transformavam seus barracos em casas de alv naria ma is bem a abadas, um processo que COI11 i a do urncntar no in io dos anos limo nas .idad s-sat lit s de Braslia " ,,11'11111' 1I110S d 'pois, m ao Paulo. I\SSt' .onsumo d ut ilidad 'S 'ohjl'los dIlIlH .... I iros I 'V' orig .m 'r .sultou
111 '1111 I' 11.111. forma 1',1 mas pcri ~ rias. Em poucas dcadas, as classes trabalhaI'11 IlIh,III,ISl()nSlrU rum urna for a vicacapazdebaterfortenaqueleBrasil 111110111111111,1111(' l'lI) qu
'li
norma histri
a Ia idadania
promove
excluso,
11111111 hl'.I'~cio Pi'III'I\( imcnto , II.I~.IO. () dl'M'lIvolvinl -nto das p riferias urbanas
7
entr
duns
11111'1 11I 111111 I 111111111 lu u 111.1 I 11 II '111 \l1,dl ,I ti '11I,\I,IIIII.ldo entre as duas com base em trs tipos ti 1111\111111'1110, () I"IIIH'IIII .III.llis.1 .1 trajetria histrica da cidadania brasik-n lOIIHlIIIII.1 omhill,\(,ao de dois f~\l res. Um deles a cidadania formal, fund.ul ('111prin '{pios de in
tunriva
I
1,11111 u pcr] l'llI,I<"IO,II)I',"l1l1l'g,ldo:-;dil"illl1'oIolti os r mai ria dos 11111 uverum S -u a 'S:-;Ot Prol ri .dudc fundi, ria limitado, foram , I !llIdll,O 'S I' r sid n ia se rrcaa Ias' muitas vezes ilegais, postos 111 ti I I11I I -duzidos a trabalhar omo s rviai .Tais discriminaes no 111 .I" Ilm,Io dos bra ileir da prpria cidadania. Se fosse esse o caso, 1111II1 1'11\.11' () S u sentimento de pertencimento nao. Em vez disso, I1 111111111,1(\ )$ por fazerem parte de certas espcies de cidados. A per[11 1111.1<,11, portanto, a que espcies eles pertencem 11I 1'1111 I 111 111 ) 1 idadania gera essas discriminaes. tliI 11II"I~ qu ' i lentifico aqui no a representao e como a aplicao A cidadania que arcaica do Brasil
rp ra a ao Estado-nao;
o outro a distribuio
sul!
d.iqu lcs
instituies e prticas envolvidos na afilia\.111 n iderados cidados. Tal combinao produz uma formula 'sll\'
c rf 'a, qu diferenciou o Brasil de outros pases no estgio da formao dos bH.1 dos na i nais nos sculos XVIII e XIX no mundo: ela gerou uma cidadania na iOI\,d (til" desde o incio, era universalmente includente na incorporao e ma i~.1
m 'nl 'desigual na distribuio. Essa cidadania includente e desigual foi bastanu co r .ntc na manuteno de seus princpios tanto de incorporao como d dis (rihui desde o comeo do Estado brasileiro, h quase duzentos anos.
111\11111 qu .ss um aspecto que continua dominante na modernida, 11.1\\, N,I v -rda lc, um dos meus objetivos explicar a persistncia dessas
ti.! 1.1, I \I 11',\llItlO.ll' 'Llmento que desde os anos 1970 as classes trabalhadoras 1 I 11 I 1\I .11 Ii ula nd u ma formulao diferente de cidadania, depois que se
\I
I 1111 1'''1,1 ," -idad s e formaram periferias urbanas. Essa urbanizao as 1 111111111 I'I,IS foram atradas pelas cidades brasileiras que se industrializa-
Essa formulao de cidadania usa diferenas sociais que no so as ba s d,1 in orp rao nacional - sobretudo diferenas de educao, propriedade, rau, !\
li
'1'0 o upao -
para proporcionar
tratamentos
dif T 'nl s de cidados. Por isso, gera uma gradao de direitos entre eles em que ,I maioria dos direitos est disponvel apenas para tipos especficos de cidados l' (' cx 'r ida como privilgio de categorias sociais especficas. Defino-a, portanto, (Imo li ma cidadania diferenciada, que usa essas qualificaes sociais para orgn niznr suas dimenses polticas, civis e sociais e para regular sua distribui d' 1 I pod 'r .s. E e e quema de cidadania , em resumo, um mecanismo de distribui <, .ro ti 'ti isigualdade. As cidadanias no criam diretamente a maioria das difcr n <, ,Is qu ' usam. Elas so, antes, os meios fundamentais pelos quais os Estados II.I~O'S r' onhecem e administram algumas diferenas como sisternaticamcnt ' )11 ocmin .nt , ao legitim-Ias ou igual-Ias para propsitos diversos. Em geral, 11111 /'t'gin . d idadania legitima e iguala diferenas ao mesmo tempo, e suas unhina cs spe ficas lhe conferem um carter histrico. A formulao brasi I 'il.I iguala as difcr nas sociais no que se refere afiliao nacional, por m I' 'a li",1.ilgumas dcs a diferenas como bases para distribuir de maneira dif rcn ia d.1 di r .itos privil gio entr os cidados. Assim, no incio da R pbli a, 'Ia IH'g.lV.1l' lu nao orno um dir it 10 i lnd.to c IIs.IV.1 () alfabctismo i o g n .ro p,II.1 n'slrillgir n c idaduniu polt i a, t\olq . ,tlil',1I I'\\,IS difcr .nns, 'Ia .onsolidn ~1I.I~ tlll>igll.tld,ld 'S ',IS Il'IJlt'III.I ('111 111111 I 111111\ I 11111 loda ,I sOll'd:ltI"
I
. 1111110",1111 \I nova fora de trabalho de uma sociedade e de uma econo11111111\I IIlOd .rnas. Mas, quando desenvolveram os centros das cidades , 111111,11 ,I~ l." ilais modernizadas desse novo Brasil (figura 1.1), as elites 111 dl/lllll' l' P -lirarn os trabalhadores pobres e os foraram a morar em di I 1111 't-\ 'sul ti senvolvidas. L, eles viveram em condies precrias e I 1111"1 I I, '1.'1). Tiveram de construir suas prprias casas, se organizar 1111 I 1'"11~ 'I vios bsicos e lutar para manter suas casas em meio a diversos
11111111 ,li l'qll('lIl -m .ntc violentos, pela propriedade dos imveis. Ainda assim, 11"111,1 dn.Hhls 'I '5 urbanizaram esses bairros e melhoraram de forma I 1\,\ I 11Il(li~().s d vida (figuras 1.3 e 1.5). Alm disso, como os moradoI I 1111\1 ti ' ,Id.IS transformando barracos em casas de alvenaria mobiliadas,
I I ,,1\ I "1'111.1';11udas, essa autoconstruo se tornou um domnio de elaI I 11 IllIhol ic .t. Ela .xprcssa narrativas coletivas e igualitrias do estabeleci-
111' "I 1 IH'I ti '1i.I:-;-riarrativas individuais de realizaes desiguais (figuras 1.6 I I 11, ,I 101111:1, a nulo onstru transf rrnou as periferias em espao de
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IlolsIOI1.)
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d' .spa poltico e sirnb ili o na ' .ografia nacional do 1'.1~. EIIIl'Sp x iul, d di g.t1i Indc das moradias e timulou uma nova participauo rvi a ' um.i 1111I Jll'.ili a de direitos: as condie que criou mobilizaram morador a 'xi!'." 111 I orporao integral cidade legal, que os havia expulsado, por meio da 1('1\.11, 1,1<,<10 d suas reivindicaes de propriedade e da proviso de servio urh.uu. Por isso, afirmo que, no desenvolvimento das periferias autoconstruul.i os m .srnos lugares histricos da diferenciao - os direitos polticos, ,111 11 .\ I 'ITa, a ilegalidade, o servilismo - alimentaram a irrupo de uma cidud.uu., insurg .ntc que desestabiliza os privilegiados. Embora continuem ,'egil11e de cidadania diferenciada, esses elementos representam a sust .nt.u " tal11b~1I1 I
111111''1'111.111.11110 ~1I.lltI" 1','1".1,,10 lOlll() ~I,.III.lI1~I()IIlI.I<,.I() .nquanto 11 II I 111111, 1,.1,11\ li" i,I los ida laos que .stc livro 'Sluda nuo ap nas de re1"1 Ildi, 'SI" .ialm .ntc 111 a teoria [crnini ta, a v r que a agncia 11 11111111'111 prod IZ .ntrin hcirarncnto, persistncia e inrcia. Assim, os I I' '1'I'III.!lllltivam nte rcgimcentrincheiradodacidadania,mesmo I '111 1111111('11I I' .sistarn a ele. Em conformidade com isso, no reduzo o 1I1 I, .11','1\ i.t n 111a u 111nem a outro. Alm disso, extraindo pistas do .1.1111Imia subalterna Ranajit Guha (1983), no situo as possibilida11111111 IH'ir,11l1.nto, insurgncia, persistncia e resistncia como algo I I li 11""~( i n 'ia dc agentes individuais. Embora possam estar l, enfatiI,,, di .I~,II) na .struturao histrica de um paradigma de cidadania em
I, I 1111" 11\1 os ti ' relaes sociais, recursos
ondi oe de sua subverso, na medida em que os pobres urbanos garantir.nn s 'u direito cidade, adquirindo direitos polticos, tornando-se dono de illlll vcis, usando a lei a seu favor, criando novas esferas pblicas de participa ao I' I transformando em consumidores modernos. Dessa forma, as experincias V'VI das na periferias se tornaram ao mesmo tempo o contexto e a substn 'i,1 di 11 ma n va cidadania urbana. Essa insurgncia d 'mo ratizao nacional. local transformou, por lia Vl':t.1 I
e conceitos
em torno do
1'.1, .1111 rubalh , aos servios urbanos e aos direitos, por exemplo, e de 111111111111 ias '01110 ilegal/legal, poltico/domstico e pblico/privado. "li 1.11'111 tuis pos ibilidades como inerentes s estruturas de poder e
No estudo esses fenmenos, como fazem alguns tericos e ativista , M'!," rundo a sociedade civil do Estado. Nem vejo a mobilizaco de movimentos .~II iais orno lima resistncia da sociedade ou sua desmobilizao como 001'1.1 <,,1()pcl Estado. Evito tais dicotomias para me concentrar na cidadania 0'1111 r lao entre o Estado e a sociedade, e analiso seus processos para r 'Vl'J.1I os .rnaranhados entre os dois que motivam o surgimento ou a reduo cI ' 11111
lima
dominante,
tambm que, em vez de meramente I .,,, do h 'g .mnico, o insurgente representa uma ruptura: corrosivo
vim int s sociais. Examino esses processos da forma como eles apare .m 11,1 pdti as d s cidados. Isto , enfatizo as experincias dos cidados com os ,li' mentes -tais como propriedade, ilegalidade, tribunais, associaes e id 'ologi.1 que 011 tituern a construo discursiva e contextual de relaes chamadas d, c idudania que indicam no apenas atributos especficos de perten irn 'nlo 11"
111 'I'" .th.rl.i tnnto o Estado como a sociedade. 1." d"1I10 .ra ia poltica alcanada pelos brasileiros em 1985, essa corro111'"1111 p -rv irsa: enquanto as classes trabalhadoras democratizaram o I 11111""10' x .u pblico, novos tipos de violncia, injustia e impunidade I 111111.1111 ti, .lsl i a mente. As cidades brasileiras vivenciaram um clima geneI 111.11IIH'do, rirninalizao dos pobres, apoio violncia policial, aban-
w icda I , ma tambm a imaginao poltica que ao mesmo ternp produz r rompe 'ssa idaclania. Mas, como O que conta como experincia nun a 'po, I !>() 'vidente, pro uro no naturaliz-Ia n m .sscn ializ-la. Em vez disso, '1" '~ Iiono 'ssa .xp 'ri n ia: quan 10 a uso para incli .tr, '111 l rrnos 10 que as pl'SSO,'\ di:tl'1l1ou 1:1:1,l' 111 , a ,fi < ia d 'c;lIl'g()ri,I~, d,' li,/\, ," I' ti' onstru o 'S Ia 'idad:IIII.r, lli'III1It.IIH'.t1ll '111' eles .nvolvo 11111.1 iIIVl'~III',,'I,.IO hi~lori a (urna g '11',dogi.I, 1111 \('1ti ido d . FOI, .11 ilt) 1',11';1 cx 1'1 i, ,11.1 I' 11 IIIlIt .111 tI,I" J!l'rilll i,l d,I id,ld,I 11 i.i, 01 I
\I
I
li I
O Judicirio
e a polcia
111'111111.1 mais de acreditados. Meu terceiro argumento leva em consideraI 111.11.111 had da democracia a seus contrrios e s eroses que ele causa I 1111111101 A fi rrno que, em razo da persistncia das velhas frmulas de cida1111.111111'11 iada, 111," 11111'111.nt onfronto entre o insurgente frmulas e o diferenciado cria um ese suas
35
in tvel e perigoso
de cidadania
estabelecidas
I'
'qUl'lill', '011111
I
111 ti t ,li 1111 1I1,ISilSlIj',I'1 i' qlll' h Id,lS ,lI> di'llIlH 1.11 I,IS 11 "tllllOI'III,dlll '1IIe disjuutivus .m difcrcntcs
'1Il
ti 's .stubilizaao,
' I .fcrncia
'~'IIII,I\II,I ,I outras,
Sll:II'l'ali',iI~,1()da .idadania 'a substt n 'ia do desenvolvis histri osenacionais,mas linear ou distribudo e se erode simultaneademocrtica
privatiza.i.
1,11'gorias l itas de dorninauo sl'llIi los de ordem I .ntas, algumas I r .ssar indignao e de segurana. para restaurar
ontcxt
Essa desestabilizao
provoca
velhos paradigmas
a democratiza
da cidadania
nas
tampouco
suas cont rn de m di I
histrica insurA
evitar o desenvolvimento
"111[' .un onlradioemtermosdeviolnciaeinjustiasobademocra111110 I 1'.11,1 .inalisar .11 I"II~.I(), divido esse conjunto partes. A Parte Um desenr da cidadania. do regime diferenciaA Parte Trs enfoca a de So Paulo, A Parte sob uma democracia
das significativas de inovao democrtica. Acima de tudo, no evitaram uhrangcnte legitimao de uma cidadania democrtica insurgente.
Tais disjunes entre governo e cidadania surgidas na verdade existem em muitas Norte desde meados norma. dos visando d li d 'IlIO .racias eleitorais ui 10 '0I110 patolgico .Iv.di,I\'ao costumeiro, dirvilo e a prpria alm do Atlntico de alguma
ti
.II\OS 1970. No descrevo o caso do Brasil nesses termos, contudo, ou desviante suposta tanto entre brasileiros
I 111I ti
-xplica a persistncia
como entre crticos internacio a democracia, originais das experincias em pases d ' t
I
"I
II "
lI"tli~;1 as disjunes
1I,lis, porque eles em geral compreendem modernidade derivativas e culturas. 1'11 ropcia e norte-americana. WI1 plctas, patticas,
a cidadania,
ti, II ,ll1sformam a cidadania em uma esfera instvel de mudana social. I 1\ ti 11 tI.1 gra ndes eventos nacionais, como a eleio de Lula, sem dvida
em prtica, corriqueiros. a maior parte de suas performances Este captulo prossegue cotidiano envolve encom um exemplo
Nesse registro, essas noes s podem parecer intransplantadas meu trabalho que durante corrente no Brasil me leva a sculos vm circu-
lifcrcntes
histrias
um confronto da cidadania
v 'r tais noes como montagens lando pelo mundo , sempre do das circunstncias, um mosaico .ontradies
"I" 1I.ldll
em So Paulo. Em seguida, usarei esse sobre os termos especficas, a importncia e minha referncia da
e s quais as pessoas recorrem de modo que qualquer de engajamentos e outras abordado disfuncional, as formulaes entre
de forma variada, dependende tempo e lugar sociais Desse ponto caracterizam de vista, e eroexpanses
uma discusso
de cidadanias
superpostos, contradies
histria
soes simultneas
a cidadania inno
I I I'"'I'AO PBLICA E CIDADANIA NO COTIDIANO
moderna
em todo lugar. neste livro no uma modernidade leis ineficientes, nacionalidade do engajamento deficienAo estudar as formulaes I I, u.uncnte, da cidadania e da lei que os brasileiros em encontros aceitam cotitambm como unida comecei a v-las em funcionamento as performances pblicos
Portanto,
fracassada,
.11,11108. Percebi, por exemplo, que ficar numa fila por servios um lugar priviI, II,Ido para estudar da cidadania, pois essa circunstncia
37
e a substncia
':-\'111 ,I,
l'
'l>p"~1I
S,IOprosai s. Ma a ir ulaac P '10 espao pblico uma das e fera da SOl11 d.idc l110d rna em que aqu I s que moram em cidades vivenciam COI11 11\,11 rI".qu n ia e previsibilidade o estado de sua cidadania." A qualidade des a illll' ra ,I( pr aica pode ser de fato mais significativa para a percepo que as p" soas l '111de si mesmas na sociedade do que as ocasionais atitudes heroi a~ di .idadania, como servir ao Exrcito, ou demonstraes emblemticas, 011111 votar em algum candidato ou fazer parte de um jri. A cidadania cotidiana ',I faz em atitudes que transformam as pessoas, seja qual for a relao entr 1.1. .rn oncidados postos em relao por medidas especficas da cidadania. Esl.l podem ser fortalecedoras ou debilitantes, igualitrias ou diferenciadoras; 111.1~, de e modo, tornam-se evidentes. Alm disso, embora possam reproduzi, .1 autoridade, em geral nessas situaes os cidados se relacionam diretam '111 uns COI11 os outros por meio de uma regulao mtua, sem vigilncia expll 'i LI Elas dependem, antes, da internalizao de pressupostos que se expresso 111 ncs: as performances. Darei aqui um exemplo referente aos encontros nas filas de bancos, datun 10 de meados da dcada de 1990. Desde ento, algumas das condi s qlll' d s revo mudaram de modo significativo. No entanto, como relato a 11111 I ssa histria, tais mudanas no so de modo algum menos indicativas ti" qualidade da cidadania e da persistncia da desigualdade organizada no Brnxi] ntemporneo. Assim como a maioria das interaes
I
11.hl'I'IIVlkgio ou tllI 'ito . >' h.IVi.1luud.uucut 1",1 I~M), .lcs mini111111111'1110 'SP' illl diz 'lido ''', assim que IUII ionn para eles" (os I I11",1111"0h.m () llUt( riza isso" (para ai 'umas p .ssoas), apontan11111 liI 11,1110vidro 10 ui h. s vezes expli avarn que aquele tipo de 1101 t I.II,lIllenlO .spc ial que as autoridades reconheciam isso. Em
ti
I I 11'''111'int .rp lei levantaram questes de autoridade e de auto1"1 1111',111, los dir to diferentes para diferentes categorias de pesIIII 111.1111' lhl r .putao pblica e do merecimento, de necessidades e
I
ao reforo da desigualdade
social nas
1,"1,1"" do dia a dia. Eles no levantavam questes relacionadas ao 111. I lil .111 .1(// (()//I/Iauility ou a outros aspectos da igualdade de direitos. II 11111 -uhmissas s negociaes cotidianas da reputao pblica I 111111:111,1 I i l.rclauia enfraquece o cidado, por mais estranho que isso 11 I I (I I'tllf l( ld .ra mcn to acontece quando o reconhecimento por um I 1111111111111\ obj .tiva de direitos na cidadania implica uma noo cor111 .11 podl'1 suhj nivo - poder de mudar arranjos existentes (legais e I 11'11 11\umprim nto de um direito e de compelir aos comportamenI I'"11.111I11'~. Por sua vez, esse poder do cidado estabelece a responsabili11 I li. I 111 I 1lIIII'OS'111relao a isso. No entanto, quando alguns no tm \111.1 \11 1'111 r -laao a outros, estes se beneficiam de uma imunidade, de 111 I I di' 1l'1-tpollsabilidade jurdica. Um impotente, o outro, imune. Essa 111" I I.dl.l ti -pod 'I' da maioria e a imunidade de uns poucos caracteriza I 1111 dllll\llio pbli O da cidadania brasileira que descrevo." 111 I IIII11 1',1'1,1 i1-t,.ssas relaes de direito estabelecem o pacto da cidada11111 1\111 I di.lrihui<;uo spe fica de vrios tipos de poder na sociedade 1111111111111 \l,1 'pr sSivo,desoberaniaeassimpordiante).Almdisso, lI' 111'11 IIVOd '1-tS,IS r .la e alimenta o interesse individual no fortaleci11I I 1I\1I11~ IlI'S ohj .tivns que constituem sua fonte e justificativa, ou seja, 1111 I d,1 lld,ld,ll1ia. Assim, as pessoas praticam a cidadania cotidiana .I. I 111" I) P I io in I 'r 'S , P rq ue isso lhes d direitos, poderes e priviI I I I' IIpo di' 'f,osmo na 01ipsista ou isolador, pois exige relaes 1'"11.11111). p -i lorman S pbli a para estabelecer suas reivindicaes ItlIJIIIV,I~. I:.s:-.,I-srrutura d n O iao da reputao pblica nos
I
com a burocracia
no Brasil, as fil",
le bancos so notrias por humilhar os pobres e desprivilegiados. As filas S:l11 longas porque todas as contas (de tarifas por servios a pagamentos de pr 'SI,I c e de impostos ao Estado) so pagas nos bancos, e a maioria faz i so pes soalmente. Mas os clientes privilegiados no ficam na fila. Os que dispem di' ontas chamadas especiais recebem tratamento privilegiado dos gerente ban
<
out ras categorias privilegiadas. Mulheres grvidas, pessoas de idade e d fi i '11 t 'S flsi s t m direito de entrar na frente da fila ou serem atendidos 111 gui h /I .sp iais. r Sl e pera. Na minha cxp 'ri n 'ia, inf lizmente xt n a 'SI>(' r -sp .iro, OSqu stao na fila nao S' 'lu 'iX.III1,.IOnu-nos '111pbli uando (.'11 p 'di,l n qu '111sofria ao m '11lado 11,1 Id" 1',11.1 I' plicur por [uc ai 'uns tinh.uu
dl.ll \l~'I\'"tlll'
onfronto
'nlr'asforl11l1lae
entrincheiradaein-
uma a'
11 ia bancria
no m
'U
bairro em
ao 1'.1111
perto da minha casa. Era fcil imaginar soas na fila: empregadas dvida entrou
da maioria
escriturrios,
conistas de lojas; muitas delas negras. Mais frente havia um homem era de classe mdia, de palet e gravata. De repente, na frente dele na fila. Estava vestido num estilo tambm nem o adolescente disseram
algum sinal que eu pudesse perceber. Pouco depois, a 111.111 "Voc no pode furar a fila". acrescentou: "Voc no pode fazer isso; seu lugai e anunciou: satisfatria.
na frente. Ento o h0J11t'111 ti "Eu autorizo". Se o honu I Mas, a despeito de os d()i~ 111.11111
palet e gravata virou para a manicure sem dvida teria sido uma explicao conhecerem,
tivesse dito "ele meu filho", "ele meu amigo", ou at mesmo "ele est c 1111/'.1' o que no ficou claro, o homem qual seria o resultado tinha usado uma linguag desse encontro
tom de voz e uma atitude de poder e privilgio. quem j supunha identidades a manicure no autoriza brasileiras
previsvel
cls i (1 d.
, for 1"0 'S ocxi stcm. infeliz 1I IsslImiu' I mtou Impor. /\s luas 01 mu ,I . , I I .1, , ntr dilrios que consti11\1 ntr, riundo uma mistura de lemento . d ida'I \' obra ileiro N entanto, uma forma Jl1surgente e Cl a \,,'\11 PU) I c t de longa 11I1',mI), e esse surgimento ameaa muitos dPress~p~:d:sbrasileira. , h' dos sobre o pacto a SOCle 1'i,t1l1m\;lm nteentnnc eira fila do a cidadania cotidiana de se esperar na 1 d 111"\I uuado, mu ou , d anicure os 111 ,11111;\$ filas. Na dcada que se seguiu ao protesto I a que ~fe, . d tendimento e etrolllCO I tI.1I,11\1maciamente termmalS ea ...' _ ' ' muitos servios bancrios rotme1ros, incluindo paga IIII'".I IlI, no a I deles , , bm est disponve a to os aqu I 1 .1I'IHlimento pela mternet tam I "0nputador com internet de banda larga - a go Ja c '.0 ,I um COI . di 'do noS . t mbm cada vez mais 1ssemma \111' .1 d.lss 'S mais altas, mas ~ _ ma-se a isso a chegaI. I t 1.lhalhadora nas perifenas de Sao Paulo. So. . m , s 10% a 12% de brasileiros que possue I 1I.111111't\IO via celular para o . hoje usam a ,t irros perifricos que estudo, muitas pessoas N \1'"11' os )al , . 'd omputadores .d des bancanas, atraves e c I I' 11,.tll'lImas de suas neceSSl a 't delas continua indo '11 lan houses. No entanto, a maior par e I ,I I~ .1\1 .' e ali na verdade, o acesso 1111' 111.',IOS bancos para muitos serv1oS ,
~ A
sem recuar um p.1\ "'. de cabea para b,1i, I' "Aq u i V.II.
I
virou o mundo
nada. Voc no manda em nada. Voc s manda na sua cozinh.i foi para o fim da fila. o tema "cozinha e mulher", a perforrnunu sobre cidadania entre
.t
na sua mulher". A resposta foi to firme que o homem palavra e o adolescente Deixando da manicure de lado por enquanto
classes trabalhadoras.
direitos em pblico e para o pblico e o realinhamento nos clculos da reputao frmula de pressupostos cvicos. Esses fatores tambm Estabele 111
pblica no so apenas indcios de enfado c rn a v '111.1 premissas' nem II1ll11i!,lI . em uma medida nuo sao amig radicalm mtc w
" d . d outro tipo. Devemos e a pnnClpal mu ana seja e , 111,11110, pouc sct qu , d' d mandas por maior fat d que as elites respon eram as e I 11I11J1l1ldi'1P' o a o e . as com "contas de diferenciao? HOJe, as pesso 11.\' ,IIIII110VOSe quem as '1 privilegianoespat , 'b 111 um tratamento preferenCla que as I 11 ,.1li,\() I prias sees prdios inteiros, anc\as tm agora suas pr ' I I),\11.)' 11\1I11111\) (. _ b I id ' araelas.Aentrada I re artidas na seao esta e eci a so p . . I' \I .\lltlt" ou a a p I - so intenonzafatiza-se o luxo, e as re aoes 1111. I "I'.\lrana 111xlma,en uma marca , O bancos acrescentam a seus nomes 1\11111111 -ntcs c IUS1V . s 'S tanderVanGoghe Citi'Il'I P .rs nnalit, Bradesco Prime, an d 1I 1111''" , . , - d bano e e II \,.11,I, ma is 10 q LI nunca, criar ~ di~eren~laao o espao ur
'
1110especial privJlegl3do.
, I 'S Ti .ocs ( lta Pcrsonnalit atende "as pes-
senciais de uma nova formulao. apenas cidados nova ivilidad que, para alguns n50 substitui,
ti.
idadunia
par;\ alguns
di
.1 \1,11 li li \'11\01111,1111 ~~' ,ISsq\lI'"I,'~ (.' ,',,;: ',1I0S SIII.riorcs a R$ 80,000 [ ... ] [] uu mvc ~"l , ' \'11 uia d segmentaao - de I' It~7'000 11I",1~,1" 1\ 1 I 11\11 1\'lId,I,I< \lH,III. I \ , . I \ \ld\'~"I\VIIV' \l1I1II\~" M' ,li 1.tIl,"1 .111 11.111111'1110.1111'1 "1\1111 o , , I" IVII ,'\1111.1 I'",I' '1'1'k1 , 1'nl'111'de agncias", \, \iI'"III\ 1111"1'",,111111'" ,.,"VI\'I" \
lI.
-"
Nrs/\ ':-' l':-'P,I\OS 111I11111 .\(Io~ (' int -rinrizados, 0:-' 1110").1 11'1Il 'I) (l1111.1I1I 11I,Ii,~ OSpol res IlO qu 'POdl'1 i,l Sl'I' hamado de spao puhli o .ont estado. 1111 duvida, .ssa 1l0V:Jforma til: privutiza o um reconhc .imcnto cxpl il!l
0111 dis-
.I,
',ll'lIldm slIh~' lU '111-s, 'sS'S ti '1 ai .s I -varnm S"111 ntos de toI 111I'I il sohrc o ti' .sso t idadania polti 'ti '. terra (meados do os (1920-40) d mocracia (a partir de tambm vi brasileiros quei-
um dos muit
' 'Sp,I\"
as residncias, conforme
lhadora
1111'11 1111 p' 01 .sto ntra aumentos de tarifas e fazendo manifestaes I.!' 1111,1,1.11110 Ia polcia quanto de criminosos. Sem dvida, um IIdll.ll Itljllsli ti de indignao diante da traio de certos valores I 1 ,11111111,11 'S 'r .lgiosos) mobiliza muitos desses protestos. s vezes, a III,IIII.III,ILII'.,1I1,ld,l por um abuso de poder pelo Estado ou sua falta de responI , I" nu-lha. Em uma, muitos integrantes das classes baixas brasileiI 11111.\11 IlIlIslanl 'mente por dignidade, recursos e s vezes por direitos,
Com resposta a esse sucesso, seu objetivo sempre o mesmo: separar 1.111111 quanto possvel o entrincheirado do insurgente, de modo que um nao 111,1\ cn ontre o outro no mesmo espao, face a face, com qualquer dilogo, Uma dcada depois de a manicure nece ida I ' .I. o~ di encenar seu confronto sobr
rcitos reputao pblica, as disjunes da cidadania brasileira perman 'l '111 em dvida, a igualdade entre os cidados aumentou substancialment ,M,I .1 desigualdade entre eles continua a saturar a vida da cidade, em algumas inst, 11 espaos pblicos nos quui-, I ias at mais rigidamente que antes, j que as elites (mais uma vez) conse ruir.un
embora tenham tambm mantido uma a respeito dos poderes estabelecidos. o curso dos cinco ltimos sculos, o esmado Brasil.
impor novas formas de segregao que eliminam diferenas devem ser negociadas.
111\ I \11,I'.hl 'S, .ss 'S protestos so cooptados, mas, at recentemente, eles 11'11 ItllI 0111balas disparadas pela polcia, porretes de capangas e calI! I 11I lto. ( uns sempre, as vibrantes esferas pblicas de debate tm \ til \.I,I~ pelos que esto no topo da sociedade e no toleram nenhuma 111"li '1Iil' li 'suas posies.' Assim, as elites brasileiras tm, de forma 11 111 ,lI illlpl.lC, vcl, respondido com represso mobilizao popular, e 111 l'IIIIt'~lll pOLI a vezes foi suficiente para evitar o pior. Nessa relao, \ I, 111 ulo muito vulnerveis ao poder das elites, enquanto as elites tm IIlhl" 1.111'..1111 '111' imunes sua fora. Essa relao de vulnerabilidade e 11.11I 1111\ dos n I s da sociedade brasileira que h sculos vem resis1111" 1,111\ ,I."K I 111 ItllI \1111 1,,101'si mificativo nessa persistncia a formao e aplicao I, I 1111', l.OIl~' 'd' "n50 ter leis", de que a lei "no funcione" ou da "inoI" I 1,"'" WIIIO S' ouv com freguncia tanto de brasileiros como de es1\11,\lI,tiS ,ldial1l' lcrnonstrarei que as elites tm usado a lei de forma 11I1111. I'~P' i,1I1I1 '111' a I' isla 50 undiria - para manter conflitos e ti 11.\' .1SI'II I.'VIII"forar disputas a rcsolu I' 's xtralegais em que triun'"11 I, IIIIII\.IS Ik poli 'r, mnut 'I" os privi] ~ios c " imunidade e negar 111111 '\1'"111".,ill,illl., 11,I ~'ssO I r 'I 111 MIl> 1'<11 1,li. I' l'lOIl mi os b icos. Esse
CI DA DANIAS
ESPECFICAS
Na verdade, muitas formas de protesto tiveram importantes resultados .111 longo da histria do Brasil. Elas incluem movimentos milenaristas, r b li ':-' di e cravos, insurreies populares, banditismo social, turbas urbana,
rcvolt.i
agrrias e ocupaes organizadas de terras. Houve incontveis greves m 1~lhll as e agitaes trabalhistas, e desde os anos 1930 muitas se basearam em dir 'illl especificamente autorizados para trabalhadores. Ademais, durante os s uk I e abrangente ab rd.II.1111 e xx, diversos perodos de debates pblicos vibrantes
Bradcsco Prime " um segmento do Bradesco criado para oferecerum tratamento di(,'rl'1l1 1111111
1... 1especialmente para as necessidadese caractersticasdos clientes de alta renda 1... 1 1"llllht\ rede de agn ias exclusivas"e num "espao reservado" Saniandcr Van .ocb ofcrc c "fll'II'IIII' .x lusivose cspa os cliferen iados nas agn ias", 'o (:iligold C mtcr " um espao r''~l'lvlldll ,'li Citigold Privare Clicnt 1... 1 ()111 I n 'f'lcios '~IWi.,i',I' 11\ I'WI pr .fcr.n .ial" Ponl 'S: WWW.rl.11I pcrsonnalit '. .orn.hr i www.hrnd 'SlOpl IIH',U 11 ,I 111, www.s.uu.md'I'. '()I11.hr; www. ilill",tI com.hr/ iligold/). A '~'O~ '111: jul, (1)
\11'0d,I I 'i
11:IO:lp
t(lIll()
lamb
'111
1',1111
maioria dos brasil 'iros d" "mlll i,l institui niisrulc of law:" um sistema dc estratagemas
pelo Estado e por indivduos
OI1l()
t
!
e complicaes
neutralizar
l)()1I1111
iarantir a impunidade
/\0
e, acima de tudo, legalizar o ilegal. No se trata dl' 111111 o direito no 111,1 II da I i. M I, eficaz e persistente
um governo extremamente
I 'i
. , '111\1'\1) 'SS 1 idlldlllli<t Iikli'lIt Lld.1 ' 'ru 'I: igni1'111.1111.110".1,) "". I .1111 111 H, t' pod 'r ,,' " 01110r .sultudo, vuln -rubilidn I', ,_' , 1 M LL (19l\ I) 1)\'OpCuma visao dIS11\1\11 tllI,llIl -cnsaro, Rob .rto ri a a .'l, ode11,nfirrna (ILI as ciedade brasileira estabelece uma P 1\I, I 1I 1 "11 f 1111101 (11111'o in livduo e a pessoa, na qual o primeiro ~e re ere ~o . d d 'to de relaes ImpeSSOais, "I IllIiv'l's:lis, Ia gualda e, o anOlllma , , ' '!II"II) S' refere ao domnio do tratamento espeClal, das diferenI 'I. 'h" . do .I I 1.!1'lItidlld 'S onhecidas, das relaes pessoais Ierarqmcas e '1:-1' I' I aMatta, os brasileiros sempre promovem a pessoa I 1I11 II 'I' t ,11 1 I, I IlItllvldllO, Por i so a pessoa exige que a lei seja alterada especia 1 I ( t \
qu~ es~a
os 1\11 I
os brasileiros
I" l.tI h.\SI';H.laem circunstncias pessoais aco~tece c~m frequ~nCla. \111 I 111 '.11,1 ti .ss ou daquele tipo, por isso a lei deve na ser ~phcada 11.11) d,lqu 'Ia. Mas essa exigncia de um tratamento espeClal acon\lI i -dad 'S, inclusive nos Estados Unidos, apontados p~r Da111"111111 ,L \I 'onLrastante,
\, I
Meu argumento
Os direitos no
,'''I
III"I,a
mas a um status que apenas 111',1111 suas cidadanias. Por ex mplo. minoria) tm direito a b
'li
Ih 111
in 'o ,11111
que os homens, a Polcia Militar tem direito de ser julgada por trihllllll tm direito a cela especial na pll \11
t 'r
podiam votar entre 1881 e 1985. Como os din'lllI especial, e como as pessoas querem acabou formulada dllll
(lIl!
tos com base nisso, a prpria cidadania distribuir a esso a esses direitos os consideram
is nto tambm
ti
'r
011 cito de iuisrul (lf II/w ti .rivn d" 1IIIlIl'ilO "nglo-saxni 'o til' mil' 0/1,111 imcdiatam nt 01110 "gllVl'1'Il1I ti" 11'1" 1I,,""IIPl-I'io ti" I 'i" ('111 opo~i~tlo 11111'" govl:rllam'lllulllrhilr, rio), . WI'II'SP"lltll'IIII' 1111 dlll'lllIllIlI~iI\'il'() ,10 rou "ilo ti\' (.. ~llIdll.t,
10mais
I 111I tll'\I ,I j, P '\'sonalizada, desenvolvida desde o~ tem~os, C~lOlll~IS ,\I til 1\l,IO, N .nhuma exigncia especial necessna, O indivduo e o , 1 1 - um certo 1111 011.111,iloS qu lhe so conferidos porque e e ou e a sao, 'I1\ /\ I 'i no divide o indivduo da pessoa, mas SIm une os " I '.111 , I 1.111',111,1 ti 'ulTla idadania diferenciada explcita e legalmen~e, se~ ',I 0111certeza como mostraremos adiante, a legislao 111 I' I' ,p' 1.1. , , , d dio de particularismos (atos 11111 11I11I,1.lss\I\11lraforma eumcompen , oh me lida para pessoas especficas ou para determmados ' 1 ge de opor o indivduo e 1111.) NI) -ntaruo, o ponto-c h ave e que, on , . _ . " " de acordo com as dIstmoes I li I II .11.lio los os Indlvlduos como IguaIS , " , te o que o pnncipio de .ssc Lratamento e exatamen I.I~ " , .' , . 10 II f I I11,1\ 1 I "I, .1111\\1' d,1 I 'i" si inifica no Brasil, como dlscutuel ~a p~oxlma seao, 11 1111' ,I ,I( r 'se 'nU.H que todas as cidadanias naClonalS que conheo li di ' m pe \1 \11\.ltll'l i'tI iolt" .ntc a maioria das categorias de rertos, em _u 11111111111, \0,111 g '1':11'Ias usam diferenas de propriedade, e~ucaao, ra~, lif - t de alm dISSO a ser mais 11111',"111 1'.\1';1 disril11inar.Talquallcaao en., .. ' " 11 11 IlIll illltlI do ti .s 'nvolvim nt das cidadalllas naClonals. O pr~xll~o
A
"I" ,
1111\1 1.1 I'~.~,I hisl Iri:l 'omparal iva para \11 strar que, durante a prrmeira
45
dirritu,
(N, le '1',)
11
parte do se .ulo XIX,o Br,l.'illl.IO.,' mostru tuo difer '111'tIlIlll,lIol i:1dos po!>t ti
Europa .m t .rrn S de ida I.llli.\. N.l vcrdad
II
'li
lia
I I 1 11"I',ilV"IIIOS11,1iOll,\is v 111 onfiun 10 na 'i ladania 1di.! 1011 h,l~i .\ 11,\orgunizaao ,li 111111 d ' suas front I1I ' , 1'1'111los. til 111".111" d -ssu .idadania Iljl' I1 moderna que, embora
mais generoso.
d i s .us Estados-naes.
entre os cidados. No me refiro aqui dif '11'11 um regime de escravido, no transcurso Unidos hipocrisias e tratamento do sculo mas ap 11.1,' ,111
I
polticas,
quan 10.1
assumem,
se expandiam
substancialnu-uu
tltI"1 111' I qualqueroutraassociao.Emborasejaparteda .m a molda. Embora o Estado seja uma associao, Portanto, diferente como principal outro status em e dos senveio se nacional que estabelece as regras de outras assode qualquer os outros
com base em lutas por incluso, igualdade dade que existem muitos problemas, direitos
legal uniforme.
E VII
s, ~1.1
I I 101"t.unl
I
no pode haver dvida de que na Europa e na Amrica do Norte a igualdade li, se torna uma fora motivadora de uma cidadania da cidadania, igualitria, no Bra il i~ " apoi.un 1:1\., no Brasil no acontece. Alm disso, em muitos aspectos significativos A questo opem de forma resoluta. que este livro analisa, portanto, de uma cidadania especfico brasileira fundada no a singularidade em diferenas. problema no 131'01 ti '.1 o ( " p
'li" ,
11111111,1 n,p .clf a ela lei, das instituies, 1"01,, n.iuo. I a mesma maneira, I III 1l11l1,1~ formas ele unio, e a domin-Ias, I1 I 1I11 111111 to.nd min istrando 11 "I ti as diferenas 1II'"lllp,II';I~aO com o cenrio mundial I1 1111,\I,dO da so iedade, a cidadania Ademais,
A maioria, histri
dos Estados-naes,
111\1'1110 I .ssa cieladania no tem sido nada homogneo. 1 I ',I " I '.1 iOI1< ria, includente e excludente, um projeto
0111111 ~nqu,1I111I
tem sido, antes, ao mesmo esses modos em geral ocorcomo uma comuns
scrnpn
Unido
sobre temas da modernidade, em direo a uma igualdade revelar a trajetria capaz de sustentar fundamentais especialmente
avanaram Portanto,
mente maior para seus cidados, nos ltimos dois sculos. de cidadanias comparaes especficas significa estud no tempo e no espao. Desde o sculo mais em um contexto da cidadania sequilibra estabelecer subjetividade, culdades
ttulos com um ttulo universal, e status locais em favor de juannimos. Dessa democrtica entre cidados
desafiador,
pois ao mesmo tempo constitui tem sido o uso da cidadania social. A cidadania, ao, '111V z da vizinhana,
'Ul'SUlpO.
'I" tllIl .iis, ti ir .itos iguais e respeito pelos cidados 111,IV""~,II' UI11pr jeto de igualdade IllItI" 111,,""1;1
estruturas
da sociedade moderna.
da modernidade de pertencimento
111,11 1,1111111111 -nsurs v i . Por outro lado, a maior parte das cidadanias 'i laelania como meio de excluso e discriminao i Ia lnni: IOUI'III1 I, diferenciadora lif 'I' -nas produz e mantm a 111 oIl1l'II'II"IS ~ 'I .cionadas entre os cidados. Atravs de leis, institui11'1"Itllil~ ~lll i,lis, ssa 1011011 1)1' III0dlll\ -rul, as naco 'S I 111.mpr gado esse tipo de cidadania
I ,
olllplt'I'lldl'lIdo
' preconceitos
sociais,
47
r arti ulando-os
'11)1'1IllOS 1.1li"
'lia'
Estado, De [alo, os idaduos xistumarn reler em us slalllS .ssas 011' 'p~1I opostas simultaneamente, m ugiro em minhas ob erva es da abc: 1111 I "cidado" pode ser ao mesmo tempo um status de privilgio, com os 1>1 \I opostos, de "marginal", ou de "um ningum", A cidadania , portant 11111111 mais que uma instituio poltica formal. Sua histria vivida se desenv lvc 111 tenses entre produes conflitantes da vida social, na medida em qu ' 1.111111 motiva lutas pela incluso e pela igualdade quanto alimenta desejos de cx '111',,111 profundos e comuns, Para analisar essa histria vivida no Brasil de forma capaz de sust '111 11 comparaes, concentro-me nos engajamentos entre projetos de gov '1'1111 , prticas das pessoas que conferem vitalidade tanto aos aspectos formais qU:l1I111 aos substantivos da cidadania, Por formal, me refiro incorporao c 11111111 dade poltica, modernamente baseada no pertencimento nacional. Isso sl;lI11 lece quem e quem no cidado, se existem graus de cidadania (includ '1111 ou restritivos), e quem-deve obedincia comunidade e deve ser protegi 101'1.1 ela. Por substantivo, me refiro distribuio de direitos, deveres e recursos qlll esse status formal abrange e s pessoas que realmente os exercem, A s '111111.1 parte analisa como esses dois aspectos se combinam para produzir e sust nt.u I' regime brasileiro de uma cidadania includentemente desigual. A terceira P"II, demonstra como a urbanizao das classes trabalhadoras criou condi s p.1111 solapar essa combinao especfica. A experincia da cidade , portanto, crucial para a insurgncia de u ma nll\.1 formulao de cidadania. Essa desestabilizao urbana da cidadania na
ion.r]
I 11111 1111111 '111di' p ~MI.I:-' '1\1pl ' ('dl'IIII' .1\ I \I.I~ I,IS idad s I 1.\1IIIH\.Hks d 'Il'rril()ri(), ontrutu ' , lu ;\~lj() a outras qualitaI 11111 1,11I,IIIIlura 'g l1'ro.SlIasl11l1ltido's 'alalisamessasnovas
1111111',11111 '111'salivosd'l11ovimenl spolti o que desenvolvem I, .\1111\l1~(' ag -ndus de idadania rel.acionadas s condies mesI 1.\1.11 )I.~S.I qurni a, por sua vez, transforma os significados e as 1111 '1lo1~.11l lia ional. Assim, as cidades fornecem a densa articulaI I 1\.111011'. ,10
';1
1111'I 11I111.llldo-s' novos tipos de cidados. Nesse processo, as cidaI I 111 1111 ,111111 mpo O lugar e a substncia, no apenas das incertezas 111.,,1.111.1,111,,5 tambm de suas formas emergentes." 111\'"'' dl'sl ,livro analisa como as periferias urbanas de So Paulo 11111 1.\' ~,ISar nas. Mostra que os moradores geraram novos tipos 11111I\l11l .1, on epes de direitos e usos da lei para remediar as 1I 11.1 .t undio 's de moradia, principalmente ao lutar para desen111/11 \I.I~ c.isas. onsidero que esses novos pblicos constituem sob quatro condies: 11111111Ih.111.1 quando eles se desenvolvem
111111 111111111.\1\;1 'a base da mobilizao,quando as reivindicaes de I I 1111'.1\' P 'ri n ia urbana compem sua agenda, quando a cidade " I 1111 11 11 lid.1 I' poltica de referncia para esses desenvolvimentos e 111111 .\lIIIIl'~ I 'gi ti marn essa agenda de direitos e prticas participati111\ '.\1.IS Ol1lribuies
I
para a prpria
cidade. No caso de So
I" 111\1,.1 1<lS:; 'S trabalhadoras desenvolveram um novo sentido de I' 11111 dI' ~1I:lS onlribuies para a construo da cidade, ao erigir de impostos; e para a sua 11111 111 '1\I dll nnsumo. Assim, ao construir as periferias urbanas, os
.\11
comparativamente significativa porque durante a maior parte da era rnod '111,1. no Brasil e em outras localidades, a nao e no a cidade tem sido o prin ip.d domnio da cidadania. Na verdade, um dos projetos fundamentais da onsu u o de uma nao moderna tem sido o desmantelamento da primazia clssi '(111.1 cidadania urbana e a sua substituio pela cidadania nacional. Entretanto, '01\111 j argumentei com mais detalhes alhures (por exemplo, Holston e Apa IUI011 1999), as cidades permanecem sendo arenas estratgicas para o de nvolvimcuto da cidadania. Longe de desmaterializar sua importn ia, a globaliza o do .'111 tal, da indstria, da migrao, das 01l1U 11 i ,I~OI-t 1.' da demo ra ia 11( 111111\dll atual tornam as cidades ma is 'si 1';11 "gil.IS: .111 i II~\Ievcr 'SSilS(oras glol ais 111 I, espaos e rcla s da vida olidi,III.I, oI~\ \11.1111". \ !l111l'1l1pOI'. 11'.IS .IS 101'11.1111
1111" 111" I 1',11 I '~ in ler 'S5 das da cidade. 11111\111.11'1 ,11-t.lrll'lI\ao selimitaesdessamudana,meuestudosed I I I \11di' dll.l~ P 'rsp , '1ivas hi l rica, Uma a promoo, por agncias I 111'.,111",1(\l'~ de clit ., ti' proj 'l). para transformar a populao pobre 11, \11111101 1111.1di' 1I ,111.11110 mod .rnu, I ro lut iV<1 idis iplinada - projetos de 11," 11111 1I\t111111.1110, rl'rOI'111\1 [und], I i.1 'l'1I11H -cn lirn ntos pblicos. A
49
outra'
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I I,
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.1I1.llis.1 o ti 's -nvolvim .nto I' direitos sociais lir .itos 'sp' iais lisponlveis urbana
a propricdad 'da residncia como forma d ,"ra ionaliv.u e da moradia abriram empreendedores pblicos e privados produzindo as P rir'll"
unif:lllldl.tI
1 1111' .1', '11[:11)\ .nto de uma fora de trabalho 11\'I" 11.110rm,1 'a substn "1\ 111 II~.IO. sua 'xpresso I' 1'\.1111\1,1 ti -las,
urbana que criaram polilllllll uma nova ra i 11.11111. form.u 'p 1.1 I1
da cidadania
na legislao, na burocracia
de como essas qualificaes nesses engajamentos de projet especfico de cidadanias: de desigualdade a prpria
I1I1I I I1II 'o t .x lO legislado e a prtica social grande o bastante I I' I '..lI' '1l1 da pr pria histria. .\, 11I' 1111111'I' pIO xllmcntos
I
se combinam histrico
um confronto
\1,1 liSLribuio de direitos e deveres, poderes e responsablhestabelece no s as exigncias formais para o os meios para sua prtica. legal. Alm disso, a legislao as concepes como Mesmo represua eficcia de alque a elite tem gerais e, po~tanparte de proJ~tos imporesse suas complicamas tambm na estrutura
laes de ilegalidade e legalidade, os significados cidads. A primeira no Brasil para legalizar ilegalidades plicaes burocrticas modo de constituir vras, uma intimidade ilegalidade e, portanto,
se refere ao persistente
111.1.1 I i l.ulunia,
1111111.11111' 'S 'SLimulam o exerccio da cidadania, 11111Itllld,lI\1 .ntada 11 I 111 11 l.tI para a ao, especialmente
I
e manipulaes
o poder legtimo. O legal e o ilegal mantm, porosa. Se a cidadania os unem produzem quando
em outras p.II"
I' 11 I I' t,I\,\() su brnete casos especficos a princpios fato sociais especficos .\, IIIII~IS P .ssoas elaboram a legislao e exploram
d, .
da cidadunu
da lei muito diferente daquela imaginada dos da cidadania moderna, direta de ser membro que um patrimnio todo da cidadania Considero de uma comunidade comum"
por T. H. Marsha1l, o decano d S '~III como "uma 110 .111 de Id,l dividiu 11 11)I 1',11,1 '11111' \, li' baseada na lealdade a uma civil il''' .11' nos quais Marshall
I1,lll'I,i,IS, ou estratagemas,
de ao social. Especialmente
descreveu
1111 "I
h' .11I.dis'
.111 lI,\.
I' I .rra
111111110 de a il galidade ter se transformado 11 1111.,11)111,111(\0 por sa a diferena u i, I 11I 1,.,I,lbl'l " 1111111 \I dl\IHlll vcis 1.\'
I
es legais e ilegais, fao uso dos trs "elementos" essa tipologia til por expandir
ou seja, o poltico, o civil e o social (ou socioeconmi a concepo legal de cidadania faz a intermedia
alm da estreiteza poltica, sugerir como a cidadania Estado e a sociedade e burocracias jeito o esquema e ajudar a distinguir progressivo, a disjuno, atravs das quais a cidadania histrico
1\llllvill1'nlOd
as prticas assim como as in lilui,llI' se torna substantiva, No entanto, cumulativo a disparidade e fiel lei elab e a ilegalidad o limitado rado 1'111 a e p.lll
I 11111 I 11'11 11ti ' ti m 1/ /fi I i 5 personae que molda seus personagens nuo ai enas os eleitores, soldados, fraudadores, jaapena 111 I (.lIIt1H111 os paLr ',o os capangas
10 tI,IIIt!.ld,llIi,l:
e os moradores
Marshall em favor de um modelo que enfatiza a mistura, a montagem, so e a eroso simultneas, Assim, o captulo propriedade
50
.11
111 I 1111 t \lI IIIIIlil1l ,I r 'SI ito de sua po sibilidades 111\ rll .lI "VIII, Assim, 'l11t oras
partedahistria,aleiestrutu-
3 examina a excluso dn maioria d s brasil ;:11 tulo illOll\idcrn viv n indo pd,1 v.ivl.: 111.111111.1 dos brasileiros,
til' '11111"'1 igll tiOS pr lximos '<l\ tulos: a alllocompreenso de cidadaI" 1I1I"', 11 1\1'l'IIII''1;l' 11,1 i11 Il'I':>'\.m d,IS uIri bu iocs Ia in orporao geral 11I1"'"1\111' dI' dill'itll:> ',10., Pl'lloll\l,lIll " do~ idndaos.
"" 10111111 ,I \l'1I.... IO:" 'I'HA'I'ANIl(l () IIH.'I(;IIAI _ As qualifica 1111'.1101'I MI'.N'I'H I 1 """I\"lIdo ,.11 Itll\m'~~o o 'S rorm,lil> ',IS distribui
qll
,ISSO"ia o poltica
cs ub tantivas de idadunu
Todas as cidadanias
"lltllIl""',Aultimaparl'u
l,ul'l
I
'I
artigo spc ifi a os critrios de tais id. luos s .ndo iguais aoS seus olhos (da lei), so igualde acordo com e de seus taEsse princpio
11.1, ",,'111 out ra listin o que no as de suas virtudes I I \'11I' 1 11 ,,\ ,1\" puhli 'o baseadas no mrito individual.
subja entes. Como observou Aristteles (1962: 119) muito tempo atr , na 11II ti Nicmaco, diferentes tipos de cidadania concordam em que aqueles c nsirl 'I
los iguais merecem mocratas a mesma "justa poro", porm discordam ser consideradas merecedoras qual as pessoas deveriam na nobreza, e os aristocratas revolucionria na onstituio importante
,lU
indi.
dizem que nascer livre, os oligarcas dizem que a riqueza ou 11,1\11 I dizem que a excelncia". A Declarao dos ditO/li
<1 ~
11 111'11\ ,II 'gorias sociais imputadas, I I 1111\1 \10 11\Ila de uma igualdade 11.\1 11"l\li~,I() , I"
'li I'
",l.I
para a minha histria porque teve partes copi.ul.i do Brasil de 1824. O famoso artigo ini .iul d,l nascem livres e permanecem suficiente para determinar livres ' 111 li uma iguul.l. uma igu(/ltI"tll natural da lib rdl'lll
U 'direitos fundamentais;
~1I'"IIII.1II I' !lI I'tll~ I' 'ais da nobreza, contra a qual os franceses havia~ se reI I 111111",j\lris li o privada e as esferas legais s quais a SOCiedade
I
111',I IlIdivduos
om base em seus status de grupo, posio e famiindividuais. Essa nova igualdade de mrito
ri direitos, significando
as. O artigo 2 especifica poltica a preservao
1II\lIH 111 (\11'a I i do Estado junta todos os seus sditos igualmente, '1111111\'II,lIm '111' P rlencem I" 11.111,\ .il, qu 'invalida
I
ao Estado. Em ambos os casos, tambm jurdico anterior. de cidadania contra~ a lei de e perante
O ordenamento
'
de igualdade a capacidades
pr pria Igualdade no aparea entre esses direitos fundamentais, pois o artigo 6 estabelece da prpria formulao a participar, a distribuio e substantiva que todos os cidados da lei, "pessoalmente da constituio i ruais de participar seu~ .representantes" pio de Igualdade
ou por m .io da a
d.
Por isso,
portanto, igualitria
que produzem
uma distri-
de direitos. O primeiro
orn base, por exemplo, na riqueza individual ..Perlivida a idadania em cidados ontradiz atIVOSe passiVOS e a primeira par~e a lei a cerca de 3 mi-
I" ,,"\'i I,' ( :Ol1stitu iao francesa (1791), alguns cap~tulos dep~ls da ,\OS ltimos.
,10
l~oria de origens cuja inteno uco denva da desigualdade Contudo, iado a outro 52 esse princpio conceito
Essa provis
imediatarn
.1,1 /l('t/I/lt/\'IIII,
1974: 180). O 53
de igualdade
no prim
ir: artigo,
m o qual
111 ilul.,,1
I I .I 1 I,'i. II\.\S h.\1>'.llIdo .\ 1111 111 '1ilo indivi .lI 11\II>I.IIl1slllrihu do. POl'isso,Llo
homens e mulheres,
lifcr inas
01110
'opiarosrral1 pbli
trabalhador
ri
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ontrav .nao l
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I"
I
LI
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mprq',.Idlll
a, qu 'na
individuais.
ao 1rp,.tI"
,I
o, exatamente
II 1
,111 \ 11 \I 1\ ut, I 111 .dp,llI11\110m into no final do Imprio
a alguns cidados e no a outros, e que as leis e1ab rad.i legalmente de forma ~dll
10
an
e defensor da educao
e~tre os membr~s. daquele ou de outros grupos. Assim, as leis da cidadani.r tl~a francesa eXIgIam que todos os cidados se submetessem processual atl~a e passiva e que aquelas para cidados ativos no se aplicassem e vIce-ver~a, D~ssa ~orma, o princpio todo.s os cidados sao formalmente pro~nda contradio com o princpio imperial de igualdade
polt
111" 1
s c1assi fi .1 '" ao pu \I
I'
I \rr 'unhado uma mxima que sintetiza essa formulao 111 1Idoi 1111" que ti .sd ento se tornou um mantra para estudantes I I IImi"I'
o igual e desigualmente
o desigual
I II 011 .\1.\ desigualdade", " I t, 1111.11'11 ontrado I111 11dl'I\,lrbosa 11.\I 1i 101 'I
Foi nessa forma que mais li e ouvi essa mxima, uma verso um pouco diferente num famode direito da turma de 1920 da Universidareitera uma viso em geral manuais jurdicos e pergunuma fixao no ensino de direito
iguais nos termos das classifica 'S 'd"l que sejam CI:1S. I 111 da igualdade de direitos, isso perrnitc qu substantivas. III i.l di N '1\1.111 \I, \'1.1 A :011 seu artigo sobre 01' d i 1I 1 literalmente. de direito.
a estudantes
I I I 11.111'quis ,i s u significado
consultando
I \ \1 IIH1.1 11 Il'S ti, direito, professores 11I I 11 I I' IH\ S -ntido 111
I
e juzes de So Paulo, Tanto as fontes a mesma avaliao: eles interpredesigual um meio justo de preexistentes. Nesse desigualdades
artigo da Declarao.
de que um tratamento
tituio republicana
da carta imperial
O arti io I/lI
I I \ 11 11,11. nilidamente compensatria, Quase todos tambm apresen1 111111111 '.1110 'X .mpl , o mesmo que costuma ser encontrado nos livros I I' 0111 dllcilO brasileiro I' (Silva 1992: 199, por exemplo): a lei permite s I .1\1\1, \'111<11' in o anos antes dos homens. que os homens de direito Essa discriminao as mulheres con-
sees, A S~O13 copiada do francs (artigo 6): "A Lei ser igual para 1(\(1" , quer p~oteJa, quer castigue", e acrescenta: me~eClmentos paragrafo qu.e "Todos elim~~ao 2 do artigo 72 para garantir so iguais perante "e recompensar menciona seguintes perante
ruo di"
k 1\11
I
a igualda
I I ItI \'1 porqu " ao longo de uma vida normal, I 11\111.11'. \'1vio" d
que traba-
e residentes
I 1.1 ,"\.11'1.1" pn: 'isam cuidar da casa e dos filhos, "pouco ajudadas a pelo 11'\"
I
d~Ix~m claro que, nas duas constituies, das esferas legais privadas tocrat~co~ na lei, o que significa
igualdade
a lei
I 1111\1111.\ 10 proressor
que caracterizavam
os privil
a equiparao tribunais
l'
do status atribudo.
in lusive
, II\'\dol ia '0111 m n r tempo de servio e de idade". A soluo para 111 111 1.\1 dI' ,ksif.\ualdad' n Sl as - que as mulheres que trabalham IHllljlll'll.lh.llh:lI11 mais nno propor uma mudana nas rela55
I l.lIdl
111" I
porqu'
'Ias orno uma das funr s do Brasil enfrentaram que regulamentasse que os se determinavam de muitos no~os Elas reconheceram levantou
omp .nsa Ior I' uma apos ntadoria cio dir ito que indaguei
ti
1,11 I
uma cidadania
essa funo compensatria existentes ao recompens-Ias. ma jurdico pode tambm para distribuir observou, dade. Ningum
Francesa
Ningum
sugeriu que o artifcio faz uso do si I desigual que atravessa toda a de Barbosa individual,
Mil
do debate francs
um tratamento
o central no desenvolvimento
se apropriaram desses termos itos, porque perceberam,
o dt'sigllll
"I
() hrnsilciros
ser a elite, que devido sua educao merece ser tratada de suas diferentes e as recompensas conferidos
sua riqu '/.11111 pela I i: dlh em relauo POI I por ' 1111 11'\
I 1"1\1111 propo
na retrica
no entendimento
no justifica o tratamento
conferidos
1111111111\11 ti '1l10 rtico que eles queriam li ti.! 1111 ,l]I '!l,IS no entido formal11\ '1111' os indivduos I 111.\ 1111' do I I 111,111', 1 11III , ,li \11.1$ dif renas no mercado,
F.st'IU
evitar. Os liberais
individuais,
uma igualdade
e as recompensas
e eram igualmente direitos substantivos essa igualdade entre cidados. que igualava as
difcrcut:
ou da sociedade
ou implementar enfatizaram
ti .rn crticos
poltica e continua
U incorporao
nacional
a priso especial, em cela separada desigual, mesmo que este represente legalizando de privilgio
as medidas
11
li" !.\lIll'nl' 'xislentes por razes de cidadania, 17 " _ I I I I" ill ipios de igualdade se reuniram numa constltmao 111 1111 1111', \.1 os da forana e dos Estados Unidos, estudados I
I I
nacioconflisociais,
pelos formu-
A justia de Rui Barbosa pode ser uma forma de compensar dade dos no privilegiados pensar uma desigualdade casos, reproduz o privilgio o privilgio.
li
til 1111\
",rlhl
"I"
-viol
i 11'1111IIIIdi,.lIll
pelos termos
por todo o sistema social e legal. Alm disso, sociais como condies a priori tanto d
11111
11' 11I ,1111\,\ omunidade I \\lIll1tlll ,( :01110 'xamino I IIldl 1',\11' .\\1$mt II 11111.\1\,,1'
t'
conceito esttico de justia. No contesta a desigualdade. existncia de desigualdades do como do no privilegiado sos de acordo mxima diferenciada: de Barbosa mantm e os trata de forma diferente, Assim, o sistema
no prximo
do desenvolvimento
da cidadania de igualdade
distribuindo
Il',11!
de justi a em 1]111'I .1 di
1111\ 11111,",
os termos
da cidadania construda
1111\ 11\(I ,\I".lgO n '111a van uarda da cidadania I 11 \111 1,\11111", Apr '~'nlo ;\s mnis
I' II 111 ,1I1~(lllIlll,lponl'll' a i Ia tania ranccsa ou americana 11 1111I 11\I[,li ,\11 I " l I i1il .11 ,I Ili 1\. I 1(11 1\li Il.I<, \O
li ' li rn
orno r 'gi 111 '5 h istricos especficos que r 'T irn e q li e excluiu
'S
includentemente e os americanos,
dominantes
I 'nliza 10 I1:t0 d,IO 1,liI.,\()para ntusias11'1lllllll",listno 11\1 111\1 . , . d I I I .111id qunis suo as difcrcn as imporl<1111 'S numa s~Cl~da e, e
ri.u li
p '1.1111 e
ti 11I 1'\t'1I1 r' 'ol1h idas mo tais na I i? e o cI b~te pub.hc.o for.a 1\.11'.1 tirania da maioria ou o terr r de uma CldadamaJaco~l11 I" II pl oprias virtudes? orno a lei evita discriminaes s.e~ega~lza ns que no pnvIleglem 1'1' 1111 .IS para algun ,sem normas comu .. 11 I \1'111,\ I 'gal onferir expresso total s diferena~ cultural~, I~SO
tinha compromisso direitos individuados lei, sem igualdade as elites de muitos elites governaram diferenas ralmente
Era liberal apenas no sentido d ' q\ll formal dos indivduos durante econmico os sculos Esse tipo de liberalismo de cidadania. reinou 1'111 I
XIX
xx, 111111
rn
e governo autorit.u
111111 1111111 ,ia de jurisdies em que haver tant~s tipos de direito ' idados? O que significaria a justia em tal configuI )S I 1111111 I 'lI, . 1111"IH lI.tO uniformes? O que constitui uma cultura, e ~uals sao as \11 I1I\I I1 , .llll ) tones e originais, todas categorias notonamente .es'de precedentes discriminativos? O que pode evitar I I I111'.1"'0,\I ) .. 11" IIIH". lI\ajoritrias usem a poltica da diferena para emltIr um I 1'1 i I O de seus valores culturais (a linguagem, por exemp o) e , . 7 A despe'lto das enormes dificuldades dessas quesIIIIIHH\3S. id lti duma CI a101111 1I1.III.IS'\11detalhe na maioria dos casos, a po I ica e . ,,"t1I1'1 . dif"renas sociais legalmente permanece o foco mais p.oid d . tanto nas democracias ohrc novas formas d e CI a ama, .stab lecidas. A soma desses desafios tem perturbado 1111111 11,11' S < b . .d danias nacionais Em ora nao 11.,pr'ssLllostos d e muitas CI a .
'S,
diferenciadas.
sociais dessas naes com uma poltica da diferena. a poltica da diferena ser oferecida como ali '11\I supostamenl so vist ' 1\1\I
S li
til
tiva a um regime liberal de cidadania tros em relao s diferenas, principais identidade demos mente comuns
em direitos tambm
e americanos
11 1111
chamada
liberal de d srl'~1'1 I
tar diferenas
diferenas a igualdade
em denominador liberal-
11111111 r- \Illllo
I
uma ~u-
que so pouco mais do que reflexos dos interesses particulares Para as minorias
cultura dominante. da diferena geneizao verdade que respeite perturbadora suas diferenas brevivncia. Embora costumem vincent
no de modo algum neutra. A poliu. I alegando que a h01l1l1 qu: 11,1 de iguald.uh ao criar uma norma de assimilao um novo princpio se torna se convencem sua dignidade Essa exigncia esfera privada
rejeita essa igualdade-corno-equivalncia, Em vez disso, reivindica grupos minoritrios culturais no apenas diminui
discrimina.
regular diferenas. . . . . d b al ns dos quais discuto em 1I111t11,1 iol '11 a r visar tais e ates, gu .' . 11\I . "1.1" pOSlaria de fazer duas afirmaes. Pn~eIro, que a CI~ada,'II'"II"} um caso de uma poltica de diferenas legalIzadas I I11., I li' I 1,.1 , . d . me 1\111"11~I'I ulo. Ela prosperou sob todos os principais tipos ~ ret
e convices
, plllllll
,.IH
que definem como essen iais pr pria idcntidad r a vali lati' d '1,lili
reconhec
111111111\ 10,1111 narquia, as ditaduras militares e a democraCl~ ~ eito'f as possibilidades e os problemas dessa poltica, se IIIUI ('o I 'I 'I < I ISI 'Z() v i s questes citadas, crucial investIgar esse tipo I'tl:-., .,' . , . d as cidadanias 'si lido d ' sa perslstencla sugere que, quan o , di estrutura muitos dos debates, \tI tl1ll1 ,111\('01', Ca\. a a Icotomla, que . .c . d d nias que marcam diferenas 1"\11111 qll' 1I'ulraliz<I\1l dif r n as e CI a a . d . . " 'ficas todas as cida amas 1111"11110 Ik vista I' suas hist )f\'}S sp I , I 1 1,11' id d e entre I 1\ 1.""1"11.,11,11.1, lil 'n'll~.lsq\lnlbtillg\l '111 -ntr scus ci a aos
19
,til! Ild,1I1
nia, .ssu r' iula ao ' 'ra um I ()Illlilo cr ni o. /\ avaliar as difcr '11 as, m \ ItI daos se onfrontarn na lama Ia ti' I .is cs sobre seus signif a I $,11:111111111 gem das rcgulaes para a sua a lministrao, e na prtica delas. NI avaliaes, eles calculam as consequncias da legalizao das difcrcn.r-, 1,,1 legitimar a desigualdade ou neg-Ias por meio de princpios de igualdudc .1" trata. Um direito especfico pode ser legislado para ignorar diferen as SII I' - e dessa forma ser considerado neutro em termos de diferenas -, m.11> .1I I dadania que o dota de sentido teve de problematizar essas diferenas pa 101 11111 duzi-lo. Todas as cidadanias implicam esse clculo de diferenas e iguald.uh so, ainda, foradas a reavali-lo periodicamente. dadas em termos histricos. Portanto, em vez de categorizar cidadanias como neutralizadoras de diferenas ou marcadoras
investigar de que modo uma cidadania
I I I I ti Moi',/l11.1 r 'prodll~,'()
I 111,'\,1 I Id,ltl.llli.IS do 1IIIIIIdo \111-111 do AlI. Illi\ o Norl 'S' parcc r "ir,1 da ti 'si~tI.lklad 'raramente 11111111.11 ,\111'111' 'Olllparad~1 uma p .rsist n ia revelada no I 11I I11ttllH ional, mas .m estudos que tambm analisam a cida-
\111'\' ..!IIII1.1I1i'1110de pI'O e sos, mecanismos, categorias e prtiI I, 11 1111 1011 ii'. ru )(J scstabiliza essas cidadanias diferenciadas, sua I I 1101 '.t h.ls 'ar nao mais numa crtica oca da cidadania liberal
tilll
I, I, ,I Itll', IItHI I uma politica da diferena. O estudo da cidada11,,111:/0 11'Sl' livro demonstra que as polticas da diferena 1",,11111'1'1 I 'S slabilizadaspormovimentosdecidadaniainsurli\. 1110\1 ,qu ' novas diferenas no se tornam necessariamente
$ 'I ('
111 u,
I I 111111 I" ivil 'gios. Mas isso tambm mostra que regimes entrinti, '1',11 tld,,(\ 'S I galiladas seguem sendo o terreno, pantanoso e '1" tlII11VolS cl 'mo racias e suas cidadanias precisam se enraizar.
problematiza a legalizao e a Cqllll' I rao de diferenas e como enfrenta os problemas de justia resultant s. /\11'.11 mas cidadanias ditas neutras em relao s diferenas tm gerado distrlu extraordinrios na estruturao das diferenas e igualdades de seus cidaduo ' Outras tm administrado diferenas legalizando-as de formas que r ill'lld,1 mente legitimam e reproduzem a desigualdade. Assim, a cidadania arn 'ri til' indisps legies de pessoas umas com as outras e construiu bibliotecas I 11111 nies legais para descobrir como ao mesmo tempo equiparar e legal iza r ti Ili renas - por exemplo, se admitir negros livres como cidados plenos ou 'X 1111 -los peremptoriamente, se conferir tratamento especial a veteranos (em 'X.1l11t para servio pblico), fazendeiros (subsdios para a agricultura) e m i 11 \li 1.1 (admisso universidade). As duas ltimas questes permanecem sendo dl'h I tidas de modo passional. Dessa forma, a cidadania americana combina pruhh mas de equiparao e diferenciao em termos tanto de incorporao o 11l( I 111 distribuio, lutando com a legitimidade de cada combinao." Em OI1lP,1II o, a cidadania brasileira tem administrado as diferenas entre os brasilchu - no menores que as existentes entre os americanos - de form b '111ddl rente. Enquanto os americanos disputaram em torno da incluso, o brasiki I11 optaram pela incorporao universal. Mas, a n 'gar a esperana da iguald,ldl na distribuio, a cidadania brasilei ra s' tornou lim r' li m nt ri 11 h 'i r:\(10 d privilgios legalizados e desigual 1,1t1 'S kl\il ill!.ltI,tl>,
60
I
1(:UMIlNTO
SOBRE O PRESENTE
I I' 1111111\1\11 l'll1ografia e histria para estudar esse emaranhado de '1t1111l1110I11 Ut11trabalho de campo sobre disputas de terra que 111 111111 Idlll\'s tI,1Speriferias urbanas de So Paulo. Meu objetivo era , I dll !I.II.I l'l'giSlrar esses conflitos com profundidade e preciso. 111\1 1\111 do rrabalho de campo sempre me indicaram que um " til 11('111'0 '11 ontrado no campo assume uma articulao es"1"1 I u.i Iormuln hi t6ricacontinuaaestruturarsuaspossibili111 '.1111, P 'r 'bi que o uso da lei para legalizar a posse ilegal de II I III I I
t.,~111111 -mporncas
I 1I11I1',1\,lt) I' I .rras no Brasil, que tornou o assentamento ilegal 11I , 111 II I 11 to:> d r .sidncia. Nesse caso, alm disso, o relato histrico
t \I I
Itil 11',1 ,11 h o: lo~() d '5 bri 9ue todas as partes nos conflitos de terra 11111111 Ih"t1i:-.tnnos lutavam pelo significado da histria. Buscavam 11I "I Itll!.tI SII.IS ai . '~I o s de direito s terras, seguindo as disputas "1,,,1 1t11\1I,tI.tI"OS"uloXIX s v z satosculoxvI,paraconstruir ssoasusamessahistriaso 11'os si nificativos. Mas so
61
importantes exalam 'nl ' porqll 'O que .strutura 'S1I1I1'1\1.1 'SS '$ onllit vrios episdios de uma r ilaao nt r a terra e a lei dcscnv rlvi Ia prirn 'il ,1111 te na poltica fundiria de Portugal como instrumento de coloniza ,rt'11I1I I lada nas tentativas imperial e republicana de usar a reforma agrria pa ru 11,1 imigrantes livres da Europa para o Brasil para substituir os escravo, e Ir 1" reiterada no desenvolvimento de periferias urbanas segrega das para :11111 uma fora de trabalho industrial. nua a estruturar o presente, A cidadania contempornea trincheiradas e insurgentes, Essa histria no ficou no passado, Ela (11111 se desenvolve em montagens de forrn.r-, 1111\
ao mesmo tempo produzem e linut " Como se poderia prever, o insurg '1111II
rompe nos mesmos lugares que sustentam o entrincheirado, mas sob iu 1111 tncias alteradas, No caso em questo, os mesmos fatores que fragmen I;11.1111 subjugaram os pobres rurais - acesso restrito a terra e a direitos polti o!>.11 galidade na moradia, mau governo da lei mobilizaram os trabalhad
n' 11 I
periferias urbanas, O insurgente inevitavelmente soterrado por esse P:ISS.I. I1 por ser moldado e constrito pelos termos que esses fatores pressup - {.'III,.11 mesmo tempo que os desestabiliza. O sentido de "insurgente" que utilizo para estudar esse emaranhado normativo. No tem valor moral ou poltico inerente. Cidadanias 11.11'
insur '('1I1i
no so necessariamente justas ou democrticas, populistas ou sociali ta .. ( "11 II caso deve ser avaliado. Sem dvida o nazismo lanou um movimento de 1.1,1 dania insurgente na Alemanha, assim como o fez a direita fundarncnt.ilr-j
I
, , 'I' 1 10 lU' ,I '1>l'}.1 I ' OI\\pOSLOe trans, 11111 11('11'1(11\ 11'os P 11111 11 1111!tll LI \l,II,1 .rr rum '1\\,11'sobre o pr 'S '11\ '. 'r, " i as ntcnde como um I1 l ikil'O~ [uc mora na' peru fias 11 I III I , (' dessas re, " nstrurarn, iranstorman o 111111IIIIll.I~,)() porqu .15 , ' d que no , bani d s Mas a malOna os I ,I I Id,llk '\11 bairros ur aruza o' . c , 'fi d ," . ntista de sua formao e seu s1gm lCa o, 111 11," \11\\.1VISdOpr s d d 1 m geral as rogresso Na ver a e, e es e I II P 11'.1 a 10 em' d fi I li, 111\111111 ," eten o o a,. . "favelas infestadas pelo cnme , com I I" .11111 11""1> qu c d sseiros Eles d eus mora ores sao po ' 11 I di 1 's:-,upor que to os os s , feri 1 lado de fora, I til 11,1\ 01110 algo em que se deve nter enr pe ,o_ m 'b as pela telev1sao ou passa 1I1\1\\ 11.11.1 h,I i o nos av iocs, o servam-An 1 de propostas id dem ve-las como a vos I 111.\"I \\I gr,ll1t1 's averu as, po 'I E ' o , . m futuro diferente no Brasil. ssa ViS , 11.1111\1 ,I ,1,>:-'0 iadas para LI 'h' " porque fun. ' . doxalmente anti- rstonca "1,"111 d.1 IIIsI61"1a , para, nte , proposta para o prese 11111111 tuiuro imaginado para uma h " fora no recon ece as peI 1111'\1\,111, (1,11 IlInnl palra acima e por -asil t b m um ao d e o presente do Bras per ur a 11I1I1I111l\,tlol\l'opassa o _ 'rtanteagente 'I. . turbaao como um irnpo 11,.1111 IIII~10llSIt .ra essa per 'c ' per'h t ografia das peruenas " \1 \1111 tuturo dif r ntc. Se min a e n I' h bsi' " se propusesse 111 as a '1111' I 'SI)\'ovido de histona, ou , iand o o 111\',( , dois" mas neg I'1genClan \1\1101 \11\1lana do upo antes e ep, _ d tiva , d m lice desse tipo de negaao re u 1 , 1II,",1'1I1'~I;\n;1snoc P 'h't" ,t ao confenr uma 1S oria ItVII) In1balha na dlreao opos a,
<,
"li
1\
americana nos Estados Unidos. A insurgncia define um processo qu "11111 I ao na contramo, uma contrapoltica, que desestabiliza o presente o 10111 I frgil, desfamiliarizando a coerncia com que geralmente se apresenta, 11I~1I1 gncia no uma imposio de cima para baixo de um futuro j orq u SII,IIli, Ela borbulha do passado em lugares onde as circunstncias present pare 1111 propcias a uma irrupo. Desse ponto de vista, o presente como um p, 111.1111' vazando, cheio de furos, lacunas, contradies e mal-entendidos, xisl '1111 logo abaixo de todas as pressuposies tcita, que confer ma prcs '1111' 11.1 aparente coerncia. Estudo esse pre ente 'I no!'r; fico m I rrnos hixt Hi o!>11.111 para fazer um relato complet orno h islOI i.ulnr, 1\1llv "I. disso, IIIi Ii:t,o u ,,".11I'. histrica para mo trar
orno () p.l~sado '>1'1111'11 V.tl,1 P,II';I o PITSI'I1It', 1'<11"111'11
, _ trabalho acadmico, mas 01111,1'1 (\lll r<l prodUZir nao apenas um , ' - d ue I I ( rtt i . I Por rtica no quero dizer a enunClaao oq 11 11I1 I 1" 1 , '' mo as coisas so, julgando-as por alguma I 1I11 111111\11,11\\0 \ forma' tos e aes se , t como pensamen 1111\ (1111 V1''/.diSSO, quer aponar , 'I o-e na-o examinadas, e as con eitos .m sup 11I'" \lIHI',III~ 1.1 I o: . d f , f T e de sua es arru'l'ar'lzaao I, (lI' I I tll,\ ti"" Ilido daqulI'o qu, arm lar, I n d l stu 10, O g , 11 11,1ItI -irn '01110 as oisas sao. 1\5511n,ao 11111 .\111, , l ' rti as , I . I .: I 1 '11'<1 I .smas ';lrar as v. nas po lt as, P c <. 11111 11111,\, ,I I\~ \lI I. 1 , I ' 'l' , I' 111111 ')'1111 -nto LI\')a\10 que 11 .," \I \li ,'111)0\'1): l' 101' PI,III .. I , , '" I I . ,,'. il ",11 ,lcl"tll\lIl' 1111111.1\1\ -ntum a pIO(IS!>.1O 111111 1i dl . IIII~IH:-l n n I li, Iil' .. dI' 1"lltlilll, til \11111\',11.11 1111110 ,I!>po I ,11i I HIIII'I 111111111111\,11110 1
> ,
11\
ti
mos pelos quais a usurpa de l rra legalizada; argum ntar que a d '11111 polticas, sozinhas, so inadequadas para avaliar o desenvolvimento d '1110 tico e que as democracias polticas no produzem necessariamente um (' tI democrtico de direito. Alm disso, estudo os lugares histricos e etnogr ,dI da cidadania insurgente para abrir o presente para as suas possibilidade, I estudo no apenas as torna evidentes, mas indica tambm oportunidade,
I'
novas mudanas no baseadas em imposies utpicas, e sim funda I;t~ 1111 presente etnogrfico desfamiliarizado e desarrumado, no qual projet s '1111 valorizo - de democracia social, de justia e de igualdade de florescer. tm mais
111111