Império Bizantino
Império Bizantino
Império Bizantino
o (cerca de 395) como o imprio dominante do Mar Mediterrneo. Sob Justiniano, considerado o ltimo grande imperador romano, dominava reas no atual Marrocos, Cartago, sul da Frana e da Itlia, bem como suas ilhas, Pennsula Balcnica, Anatlia, Egito, Oriente Prximo e a Pennsula da Crimia, no Mar Negro. Sob a perspectiva ocidental, no errado inserir o Imprio Bizantino no estudo da Idade Mdia, mas, a rigor, ele viveu uma extenso da Idade Antiga. Os historiadores especializados em Bizncio em geral concordam que seu apogeu se deu com o grande imperador da dinastia Macednica, Baslio II Bulgaroctonos (Mata-Blgaros), no incio do sculo IX. A sua regresso territorial gradual delineou a histria da Europa medieval, e sua queda, em 1453, frente aos turcos otomanos, marcou o fim da Idade Mdia. Origem: O embrio do Imprio Bizantino surgiu quando o imperador romano Constantino decidiu construir sobre a antiga cidade grega de Bizncio uma nova capital para o Imprio Romano, mais prxima s rotas comerciais que ligavam o Mar Mediterrneo ao Mar Negro, e a Europa sia. Alm disso, havia muito os imperadores de Roma j no mais usavam esta cidade como capital, por ser muito distante das fronteiras. Em geral, eles tendiam a escolher Milo, mas as fronteiras que estavam em perigo na poca de Constantino eram as da Prsia ao Leste a as do Danbio ao norte, muito mais prximas da regio dos estreitos. A nova capital, batizada de Constantinopla, unia a organizao urbana de Roma arquitetura e arte gregas, com claras influncias orientais. uma cidade estrategicamente muito bem localizada, e sua resistncia a dezenas de cercos prova a boa escolha de Constantino. Em pouco tempo, a cidade renovada tornar-se-ia uma das mais movimentadas e cosmopolitas de sua poca. Sua religio, lngua e cultura eram essencialmente gregas, e no romanas, mas para os bizantinos a palavra grega significava, de maneira injuriosa, pago. Os persas e os
rabes tambm chamavam os bizantinos de romanos. A palavra bizantina vem de Bizncio, o antigo nome da capital bizantina, Constantinopla. Este termo bizantino comeou a ser utilizado somente depois do sculo XVII, quando os historiadores o criaram para fazer uma distino entre o imprio da Idade Mdia e o da Antiguidade. Histria Evoluo: Nos sculos III, IV e V, o Imprio Romano viveu uma desastrosa crise em suas estruturas. Nesse perodo, ocorreu um notvel processo de concentrao de terras no Oriente, em que os pequenos proprietrios confiavam seus lotes proteo de latifundirios, muitos dos quais, em funo do prestgio, passavam a ocupar importantes cargos do governo. J se destacava a estabilidade do Imprio no Oriente, o que levou Constantino a ordenar, em 324, a construo de uma nova cidade no lado europeu do Bsforo. A cidade foi erguida no local da antiga Bizncio, colnia fundada por gregos de Mgara em 657 a.C. Consagrada Virgem Maria, foi inaugurada com o nome de Constantinopla, em 330. Constantinopla tinha uma posio privilegiada. Entre os mares de Mrmara, Negro e Egeu, constituiu, ao longo de sua histria, um verdadeiro entreposto comercial entre o Ocidente e o Oriente. Dinastias latinas: Nesse perodo, os imperadores buscaram combater o helenismo, predominando as instituies latinas. O latim tambm foi mantido como lngua oficial. De 395 a 457, estendeu-se a dinastia Teodosiana, cujo primeiro imperador foi Arcdio, responsvel pela expulso dos visigodos no final do sculo IV. Destacou-se tambm o cerco de tila, o Huno, afastado, em 443, por meio do pagamento de um resgate de seis mil libras de ouro. De 457 a 518, estendeu-se a dinastia Leonina, na qual destacou-se, em 488, o acordo de combate aos hrulos levado a efeito entre o imperador Zeno e o rei dos ostrogodos, Teodorico. A mais importante dinastia latina foi a Justiniana (518-610). Nela, o imperador Justiniano (527-565) buscou restaurar e dispor sob sua inteira autoridade a vastido tpica do Imprio dos Antoninos (96-192). Em 534, sob o comando do general Belisrio, o exrcito de
Justiniano conquistou o Reino dos Vndalos. Em 554, na Itlia, o Imprio abraava tambm o Reino dos Ostrogodos. Para a posteridade, porm, o maior legado desse perodo foi o Corpus Juris Civili, base, ainda hoje, da maioria dos cdigos legislativos do mundo. O Corpus Juris Civili era dividido em quatro partes: o Cdigo Justiniano - compilao de todas as leis romanas desde Adriano (117-138) -, o Digesto ou Pandectas - reunio de trabalhos de jurisprudncia de grandes juristas -, as Institutas - espcie de manual que facilitava o uso do Cdigo ou do Digesto -, e as Novelas ou Autnticas novas leis decretadas por Justiniano e seus sucessores. Justiniano ordenou tambm a construo da Baslica de Santa Sofia, com estilo arquitetnico prprio, o qual convencionou-se chamar de estilo bizantino. No sculo VI, para combater a heresia do nestorianismo, o Patriarca de Alexandria, Discoro, desenvolveu o monofisismo, formulao teolgica tambm condenada pela Igreja Catlica e muito ligada a ideais de emancipao poltica no Egito e na Sria. Desencadearam-se ento movimentos de perseguio aos monofisistas, protegidos, no entanto, pela esposa de Justiniano, a atriz Teodora. Buscando manter a unidade do Imprio, Justiniano desenvolveu a heresia do monotelismo, uma tentativa de conciliao entre o monofisismo e o nestorianismo. O cesaropapismo de Justiniano, que inclusive muito marcou o Imprio Bizantino, gerava distrbios na ordem e insatisfao da populao, j indignada com a cobrana abusiva de impostos. Em 532, estourava a Revolta de Nika, sufocada completamente pelo general Belisrio aps oito dias. Justiniano ainda se viu s voltas com terremotos, fome e a grande peste de 544. Aps sua morte, os lombardos, at ento estabelecidos na Pannia como aliados, invadiram, em 568, a Itlia setentrional. Os bizantinos mantiveram ainda o Exarcado de Ravena, os ducados de Roma e Npoles, a stria, a Itlia Meridional e a Siclia. Os Justinianos ainda enfrentaram as investidas do Imprio Persa Sassnida, no Oriente, e dos varos, no norte. Para tanto, deixaram para segundo plano a proteo dos territrios conquistados na Espanha, no norte da frica e na dos Estados da Igreja. Itlia, o que facilitou a posterior fixao, nestas regies, dos maometanos e
desenvolvimento da arquitetura de igrejas, que combina elementos orientais e romanos. O Imprio Bizantino atacado pelos turcos nos sculos XI e XII, Constantinopla e o Imprio Bizantino. Constantinopla, sede mxima do Imprio Bizantino. Cruzadas colaboraram para a queda do Imprio Bizantino. Chamavam assim a cidade de Constantino: a Ma de Prata. Desde 11 de maio de 330, ela fora a sede mxima do Imprio Romano do Oriente, depois simplesmente designado de Imprio Bizantino. O imperador, que se convertera ao cristianismo, sentindo a decadncia do lado ocidental dos seus domnios, decidira escolher um outro stio mais seguro para servir de sua capital. Voltaire Schilling, Educaterra. Nos onze sculo seguintes sua refundao, ela, rebatizada de Constantinopla - hoje Istambul -, foi uma das mais esplendorosas metrpoles da transio da poca Clssica para a Medieval. Esquina do mundo de ento, vanguarda da cristandade na fronteira da sia Menor, para ela afluiu gente de todos os cantos. De longe, tratavase do maior centro financeiro, mercantil e cultural de toda aquela parte do globo, a referncia viva de um imprio que no seu apogeu chegou a ter 34,5 milhes de habitantes. De certo modo, Constantinopla foi no seu tempo uma espcie de mistura de Nova York com Jerusalm. Isto , uma metrpole que conciliava perfeitamente os negcios e um intenso comrcio com os assuntos da f e da religio. Onde o luxo ostensivo da corte imperial e do patriciado local convivia com a pobreza e mesmo com a misria, o ouro e os trapos circulando por perto um do outro. Enquanto o Imprio Romano do Ocidente, com capital em Roma, extinto em 476, o domnio bizantino estende-se por vrios sculos, abrangendo a pennsula Balcnica, a sia Menor, a Sria, a Palestina, o norte da Mesopotmia e o nordeste da frica. O apogeu do Imprio Bizantino ocorre no governo de Justiniano (483-565) que, a partir de 527, estabelece a paz com os persas e concentra suas foras na reconquista dos territrios dos brbaros no Ocidente. Justiniano constri fortalezas e castelos para firmar as fronteiras e tambm obras monumentais, como a toma posse da Itlia. No sul da Espanha submete os lombardos e os visigodos. Estimula a arte bizantina na produo de mosaicos e o Catedral de Santa Sofia. Ocupa o norte da frica, derrota os vndalos e Formao: A formao do Imprio Bizantino remonta ao sculo IV, quando em meio a crise do Imprio Romano, o imperador Teodsio determinou a diviso do imprio em duas partes, uma no ocidente, com capital em Roma, outra no oriente com capital em Constantinopla. No final do sculo V, as invases dos povos brbaros haviam destrudo e fragmentado o imprio ocidental, enquanto no oriente o poder manteve-se centralizado. O reinado mais importante desde imprio foi o de Justiniano no sculo VI. Exerceu uma autoridade desptica, controlando tanto a vida poltica como religiosa no imprio, dando a seu poder um carter quase sagrado. A preocupao com a questo religiosa marcou o reinado de Justiniano, que passou a exercer forte influncia sobre a Igreja, instituindo o "cesaropapismo" e combateu todas as manifestaes, consideradas como heresias, que pudessem dividir a Igreja e afetar seu poder. Justiniano empreendeu uma poltica expansionista cujo objetivo era recuperar o antigo imprio do ocidente e realizou importantes conquista no norte da frica, derrotando os Vndalos e posteriormente os Ostrogodos na Pennsula Itlica e por ltimo parte da Espanha aps derrotar os Visigodos. mas estes fracassam na tentativa de tomada do Imprio em virtude da desagregao feudal. Desde 1055 que os turcos tinham a direo poltica do mundo muulmano e, com a dinastia otomana, fora adotado o ttulo de sulto para o monarca. Os territrios ocupados eram divididos em feudos militares, administrados por governadores ou paxs. Por causa das guerras externas e civis e das Cruzadas, porm, Bizncio continua se enfraquecendo. Em 1203 Constantinopla tomada pela Cruzada e sofre o maior saque de relquias e objetos de arte que a histria da Idade Mdia registra. O Imprio Bizantino repartido entre os prncipes feudais, originando os diversos Estados monrquicos. Sob assdio constante dos turcos desde 1422, Constantinopla finalmente cai em 29 de maio 1453, marcando o fim do Imprio Romano do Oriente.
As conquista de Justiniano: Do sculo VII ao X o Imprio Bizantino perdeu progressivamente os territrios conquistados e sofreu fortes investidas de outros povos - germnicos, blgaros e persas. A recuperao e fortalecimento do Imprio ocorreu durante o reinado de Baslio II, que derrotou os blgaros, no entanto, nesse mesmo sculo XI novas invases ocorreram, destacando-se os turcos seldjcidas no oriente mdio a partir de 1071. A Quarta cruzada foi responsvel pela desagregao do imprio 1204 a 1261, durante esse perodo grande parte do territrio bizantino ficou sob domnio dos mercadores de Veneza. No sculo XIV comea a invaso dos turcos Otomanos: em 1354 se estabelecem em Galpoli; em 1362 ocupam Adrianplis; em 1422 sitiam Constantinopla sem sucesso, em 1430 dominam Tessalnica e em 1453 tomam Constantinopla sob o comando do Sulto Maom II. Constantinopla e o Imprio Bizantino: O ano de 330 marca o momento da transferncia da capital do Imprio Romano para Constantinopla e demonstra a vontade do imperador Constantino em voltar a ter sob o seu poder os dois imprios: o Oriental e o Ocidental, cuja diviso foi levada a cabo por Diocleciano em 286, de forma a descentralizar o poder e a governar mais eficazmente atravs do sistema da tetrarquia. Apesar do esforo encetado por Constantino, j no era possvel a unio desejada, porque se tinha cavado um fosso entre ambas as partes do imprio. Nesta transformao Bizncio passaria a chamar-se Constantinopla e ficou conhecida como uma nova Roma. Constantino usaria sempre o ttulo de imperador dos Romanos. A passagem de Constantinopla para capital do Imprio Romano s foi possvel graas ao desenvolvimento de um Estado centralizado e ao uso de um sistema hierrquico na administrao. A cidade encontrava-se dotada de todos os meios necessrios para uma defesa eficaz contra os eventuais inimigos e simultaneamente assumia um papel fundamental na rede de rotas comerciais estabelecidas no Oriente, o que a torna na cidade mais importante da Alta Idade Mdia. O desenvolvimento da sua economia foi notvel, nomeadamente a vertente comercial, devido
posio estratgica que ocupava e sua funo na transao de produtos de luxo, beneficiando ainda de uma grande circulao monetria e de uma moeda estvel durante sculos. Era o centro de uma civilizao extremamente helenizada, cuja cultura servia como meio de unio entre os vrios povos que a compunham. A unidade estabelecida atravs da cultura e da lngua - o grego - visvel na abordagem da questo religiosa. O cristianismo elevado a religio do Estado sob o reinado do imperador Teodsio I e o poder imperial passa a ser exercido sobre a Igreja em oposio ao que acontecia no Ocidente. Devido a questes do mbito religioso e poltico, a Igreja Romana e a Igreja Ortodoxa entrariam em inmeras querelas at ao sculo XII. A conjuno de todos estes fatores econmicos, polticos e religiosos tornaram Constantinopla e o Imprio Bizantino alvo da cobia de outros povos. Do sculo IV ao incio do sculo VI v-se ameaado por vagas de Hunos e de Germanos, que vo sendo empurrados para Ocidente, motivando a perda, por parte do Imprio Romano, de alguns territrios, nomeadamente a Itlia, a Glia, a Hispnia e o Norte de frica. Naturalmente que o Imprio Oriental manteve os seus territrios praticamente inclumes aos ataques dos invasores brbaros. O imperador Justiniano, no sculo VI, tenta reaver as antigas possesses ocidentais do imprio, o que efetivamente consegue com a conquista do Norte de frica, do Sul da Hispnia e de importantes cidades italianas. Mas, ao mesmo tempo, fragiliza a economia do imprio e descura a sua defesa. Devido aos constantes ataques de persas, eslavos e turcos, os sucessores de Justiniano acabariam por abandonar Itlia e voltar-se para Constantinopla. J no sculo VII, a partir de 610, o Imperador Heraclito detm um papel fundamental, pois marca definitivamente o Imprio Romano do Oriente e inicia uma civilizao: a civilizao bizantina. Vence os persas em Ninive e repele os rabes, que ameaavam as fronteiras do Imprio Bizantino. O imprio vse pressionado em todas as frentes e no sculo VIII, merc das vagas de persas, eslavos, blgaros e muulmanos, o Imprio Bizantino encontrava-se confinado Grcia e sia Menor. A nvel religioso ocorre a famosa crise iconoclasta (754-843), que proibia o culto das imagens, constituindo um
motivo para se levarem a cabo inmeros martrios a quem no acatasse a ordem emanada pelo Conclio de Hiria. O culto das imagens viria a ser reposto com a subida ao trono da imperatriz Irene no Conclio de Nicia de 787, embora aps a sua morte se tenha recolocado a questo da proibio dando lugar ao segundo perodo iconoclasta que se prolongaria at 843. A partir do sculo IX o Imprio Bizantino, sob o governo de imperadores macednios, reconquista alguns territrios. Sob a autoridade de Baslio, os blgaros saram derrotados, assim como os armnios, os georgianos, os rabes e os normandos, preparando-se para reconquistar territrios em Itlia e em frica. um perodo durante o qual se verifica uma grande prosperidade econmica e cultural que entraria em declnio nos reinados posteriores, pois os sucessores de Baslio no souberam manter as fronteiras conquistadas e o exrcito imperial tonara-se inoperante. Assim, os bizantinos so esmagados pelos turcos seljcidas na batalha de Manziquert em 1071. Simultaneamente, a Itlia caa definitivamente nas mos dos normandos, marcando o fim do esplendor do Imprio Bizantino, que nem por isso perdeu algum do seu fulgor artstico e cultural. O Imprio Bizantino surgiu em meio crise que passava o Imprio Romano no sculo IV, quando o imperador Teodsio dividiu o imprio em duas partes, o Imprio Romano do Ocidente com capital em Roma e o Imprio Romano do Oriente com capital em Constantinopla. No final do sculo V, as invases dos povos brbaros haviam destrudo e fragmentado o imprio ocidental, enquanto no oriente o poder manteve-se centralizado. A cidade de Constantinopla era a capital do Imprio Bizantino e se localizava no estreito de Bsforo entre o Mar de Mrmora e o Mar Negro. Localizada entre a Europa e a sia, era o destino final de importantes rotas comerciais vindas da sia e o destino inicial de rotas comerciais para a Europa. Favorecia o intercmbio cultural e comercial de todas as sociedades desenvolvidas da poca. No governo de Justiniano (527 565), o imprio expandiu seu territrio que visava recuperar o antigo esplendor vivido pelo Antigo Imprio Romano, realizando importantes conquistas no norte da frica, derrotando os
vndalos e posteriormente os ostrogodos na Pennsula Itlica e por ltimo, parte da Espanha aps derrotar os visigodos. Do sculo VII ao X o Imprio Bizantino perdeu progressivamente os territrios conquistados e sofreu fortes investidas de outros povos germnicos, de blgaros e persas. A recuperao e fortalecimento do Imprio ocorreram durante o reinado de Baslio II, que derrotou os blgaros, no entanto, nesse mesmo sculo XI novas invases ocorreram, destacando-se os turcos seldjcidas no oriente mdio a partir de 1071. Governando de forma desptica, Justiniano controlou a vida poltica, econmica e tambm a religiosa exercendo forte influncia sobre a Igreja, instituindo o cesaropapismo e combatendo todas as manifestaes contrrias como as heresias preocupando a igreja e afetando seu poder. Mesmo contando com essa aproximao do mundo romano, o Imprio Bizantino sofreu influncia dos valores da cultura grega e asitica. Um dos traos mais ntidos dessa multiplicidade da cultura bizantina nota-se nas particularidades de sua prtica religiosa crist. Divergindo de princpios do catolicismo romano, os cristos bizantinos no reconheciam a natureza fsica de Cristo, admitindo somente sua existncia espiritual. Alm disso, repudiavam a adorao de imagens chegando at mesmo a liderarem um movimento iconoclasta. Essas divergncias doutrinrias chegaram ao seu auge quando, em 1054, o Cisma do Oriente estabeleceu a diviso da Igreja em Catlica Apostlica Romana e Ortodoxa. Dessa forma, a doutrina crist oriental comeou a sofrer uma orientao afastada de diversos princpios do catolicismo tradicional contando com lideranas diferentes das de Roma. Na Baixa Idade Mdia, o Imprio Bizantino deu seus primeiros sinais de enfraquecimento. O movimento cruzadista e a ascenso comercial das cidades italianas foram responsveis pela desestruturao do Imprio. A Quarta cruzada foi responsvel pela desagregao do imprio 1204 a 1261, durante esse perodo grande parte do territrio bizantino ficou sob domnio dos mercadores de Veneza. No sculo XIV, a expanso turco-otomana na regio dos Blcs e da sia Menor dominaram a cidade e deram o nome de Istambul, uma das principais cidades da Turquia. reduziu o imprio cidade de Constantinopla. Finalmente, em 1453, os turcos
Mundo rabe: A civilizao rabe surgiu e irradiou-se a partir da Pennsula Arbica, localizada na sia entre o Golfo Prsico, o Oceano ndico e o Mar Vermelho. Eles se dividiam em: rabes do litoral: povos sedentrios que moravam em cidades prximas do litoral como Meca e Yathrib. Dedicavam-se ao comrcio; rabes do deserto: povos seminmades que vivam em osis da pennsula. Eram criadores de ovelhas, cabras e camelos e realizam saques e pilhagens. At o sculo VI, os rabes ligavam-se pelos laos de parentesco e por elementos culturais comuns. Falavam o mesmo idioma e possuam a mesma religio politesta, adorando centenas de divindades. Na cidade de Meca havia um templo conhecido como Caaba que reunia as esttuas dos principais deuses. L tambm se encontrava a Pedra Negra venerada pelos rabes que diziam ter sida trazida do cu por um anjo. A cidade, alm de centro religioso, era tambm o principal centro comercial dos rabes. Em 630, Meca foi conquistada por Maom (Mohamed), que estabeleceu uma nova religio, monotesta, denominada Islamismo. Logo, a nova crena se espalhou pela Arbia e os diversos povos foram se unificando em torno da nova religio. Por meio da identidade religiosa, criouse outra organizao poltica e social entre os rabes. A religio islmica prega a submisso total do ser humano a Al, o deus nico criador do universo. Essa submisso chamada de Islo e aquele que tem f em Al chamado de muulmano. Todos os princpios bsicos do islamismo encontram-se reunidos no Coro ou Alcoro que alm de normas religiosas inclui preceitos jurdicos, morais, econmicos e polticos que orientam o cotidiano da vida social. Os princpios bsicos do islamismo so: Crer em Al, o nico Deus e em Maom (Mohamed), o seu grande profeta; Fazer cinco oraes dirias com seu rosto voltado para a cidade sagrada de Meca; Ser generoso com os pobres dando-lhe esmolas; Cumprir o jejum religioso durante o Ramadan (ms sagrado); Ir em peregrinao a Meca pelo menos uma vez na vida. Aps a morte de Maom, a religio islmica sofreu vrias interpretaes, entre as quais se destacaram duas correntes, a dos sunitas que correspondem a aproximadamente 80% dos muulmanos do mundo e a dos xiitas com os outros 20%. Maom e seus seguidores criaram o Estado
muulmano de governo teocrtico que se expandiu por meio de conquistas militares. Essa expanso se deu em trs fases: Primeira etapa (632 661): Conquistas da Prsia, Sria, Palestina, Egito; Segunda etapa (661 750): Conquistas do noroeste da China, norte da frica e de quase toda a Pennsula Ibrica; Terceira etapa (750 1258): Conquistas na Pennsula Balcnica (Europa). Os rabes tiveram grande influncia sobre a civilizao ocidental. Eles se destacaram no comrcio com o controle de rotas comerciais provenientes da sia, revolucionaram a atividade nutica com vrios inventos como barco a vela, a bssola e espalharam para o ocidente a plvora e o papel, na matemtica introduziram o algarismo hindu e o numeral zero, desenvolveram a lgebra e a trigonometria e na medicina, descobriram novas tcnica cirrgicas, causas de doenas como varola e sarampo e ainda contriburam com vrias palavras na lngua portuguesa como lcool, algodo, azeite, esfirra, quibe, aougue, etc. Continuao do Imprio Romano no Oriente: Rica em prestgio, mais
rica ainda em dinheiro. Muito se disse que a f crist foi o problema mais
discutido na sociedade bizantina, levando mesmo ao surgimento de vrias no ocorreu, pelo menos na Alta Idade Mdia, e no difcil entender os motivos. Quando a Europa Ocidental viveu o processo de ruralizao e a sociedade foi se restringindo aos limites do feudo, isso se manifestou no esprito dos homens da poca. Como? Por qu? Poderamos dizer que o esprito dos homens tambm se enfeudou, se fechou em limites bastantes estreitos: no havia espao para discusso, e apenas a doutrina crist pregada pela Igreja Catlica Apostlica Romana povoava o pensamento e o sentimento humanos... As idias crists eram colocadas como dogmas, inquestionveis. Enquanto isso, o que acontecia na sociedade bizantina? L havia uma civilizao urbana, e voc sabe o quanto as condies de vida de uma cidade favorecem o desenvolvimento do pensamento. E voc no pode esquecer tambm o quanto a herana da Filosofia grega, de enorme influncia na sociedade bizantina, contribuiu para um clima de polmicas mais heresias. Nas sociedades da Europa Ocidental isso tambm ocorreu? No,
freqentes, para um hbito de questionamento, tpicos do pensamento filosfico. Assim, no obstante o centro dos debates fossem temas religiosos, vrias foram as interpretaes surgidas sobre a origem e a natureza de Cristo. Mais ainda, muito embora as heresias fossem fruto das discusses entre os elementos eclesisticos, elas acabavam por representar interesses polticos e econmicos de grupos sociais diversos. Voc poder perceber bem isso no caso do Monofisismo. Por qu? Essa heresia difundiu-se nas provncias do Imprio Bizantino e acabou por ser identificada com aspiraes de independncia de parte da populao sria e egpcia. Novamente voc poder perceber a relao religio-poltica-economia se prestar ateno no caso da Questo Iconoclasta... Enfim, como sempre, ao estudarmos a Histria das sociedades humanas, precisamos estar atentos . relao de todos os aspectos da vida humana - o poltico, o econmico, o social e o ideolgico. Apesar de ora um, ora outro, assumir um carter dominante, voc sabe que todos so igualmente importantes, embora o aspecto determinante do modo de vida de uma sociedade seja a forma pela qual os homens se organizara entre si, a fim de, agindo sobre a Natureza, produzirem os alimentos e os utenslios de que necessitam para sobreviverem. E voc j sabe qual era a estrutura econmica da sociedade bizantina, no mesmo? "rica em prestgio, mais rica ainda em dinheiro." Surgimento: O Imprio Bizantino, tambm conhecido algum tempo pela Vamos, ento, conhecer melhor a vida dessa sociedade que tinha por capital uma cidade
Desptica e Teocrtica exercida pelo Basileus ou Imperador. O Imprio Bizantino, contudo, teve origem romana, e os Imperadores do Oriente sempre afirmaram ser os herdeiros de Roma A crescente decadncia e ruralizao do Ocidente evidenciaram o contraste com o Oriente, mais rico cultural e economicamente, levando o Imperador Constantino a construir, no Oriente, a cidade de Constantinopla, destinada a ser a nova capital do Imprio Romano (330). A cidade foi erguida no litoral da Tracia, entre o Mar Negro e o Mar de Mrmara, em local onde outrora existira a colnia grega de Bizncio. Este fato explica o emprego das denominaes de Bizncio ou Constantinopla para designar a cidade escolhida pelo Imperador Teodsio para ser a capital do Imprio Romano do Oriente (395). Na diviso ento feita, o Oriente compreendia os Blcs, ilhas do Mar Egeu, a sia Menor, a Sria, a Palestina, o Egito e a Cirenaica: Drama de Romanizao ou Orientalizao? Em seus primeiros tempos, o Imprio Romano do Oriente conservou ntidas influncias romanas, tendo as dinastias Teodosiana (395 457), Leonina (457 - 518) e Justiniana (518 - 610) mantido o latim como lngua oficial do Estado, conservado a estrutura e as denominaes das instituies poltico-administrativas romanas etc. A predominncia tnica e cultural grega e asitica, entretanto, acabaria prevalecendo a partir do sculo VII. Nos sculos IV e V, as invases de visigodos, hunos e ostrogodos foram desviadas para o Ocidente mediante o emprego da fora das armas, da diplomacia ou pelo pagamento de tributos, meios usados pelos bizantinos durante sculos para sobreviver. Essas ameaas externas puseram em perigo a estabilidade do Imprio Bizantino, internamente convulsionado por questes religiosas que tambm envolviam divergncias polticas. o caso do Monofisismo, doutrina religiosa elaborada por Eutiques (superior de um convento de Constantinopla), centralizada na concepo de que s havia a natureza divina em Cristo. Embora considerada heresia pelo Conclio de Calcednia (451), que reafirmou a natureza divina e a natureza humana de Cristo, a doutrina monofisista propagou-se pelas provncias asiticas (sia Menor, Sria) e africanas (Egito), onde se identificou com aspiraes de independncia. No sculo VI, Bizncio teve no reinado de Justiniano (527
denominao de Imprio Romano do Oriente, ofereceu grande contraste com as sociedades da Europa Ocidental: O Imprio Romano do Ocidente foi incapaz de resistir s migraes dos germanos e hunos, fragmentando-se em reinos independentes, enquanto o Imprio Bizantino sobreviveu onze sculos, recorrendo guerra e diplomacia para repelir, desviar ou enquadrar os inmeros povos invasores que se abateram sobre seus domnios; As sociedades ocidentais europias at o sculo XII tenderam ruralizao e descentralizao do poder poltico, enquanto a sociedade bizantina mantevese, essencialmente urbana e politicamente subordinada a uma Monarquia
565) um dos perodos marcantes: a primeira idade de ouro segundo expresso de Paul Lemerle. Empenhado em reagir contra a orientalizao do Imprio e o domnio do Ocidente pelos brbaros, imprimiu a seu governo duas diretrizes bsicas: a consolidao da autoridade imperial e a reconstituio do antigo Imprio Romano, mantendo o Mar Mediterrneo como eixo da economia imperial. Justiniano conservou ou restabeleceu os quadros administrativos romanos em todo o Imprio. O Direito Romano foi revisado e atualizado, para fortalecer juridicamente as bases do poder imperial e dotar o Estado de um sistema jurdico eficiente. O resultado desse trabalho conhecido pela denominao de Corpus Juris Civilis, compreendendo quatro partes: O Cdigo de Justiniano (Novus Justinianus Codex), que continha toda a legislao romana revisada desde o Imperador Adriano; ODigesto ou Pandectas, que inclua um sumrio da jurisprudncia romana; As Institutos, que constituam um resumo para ser utilizado pelos estudiosos de Direito; As Novelas ou Autnticas, que reuniam as novas leis de Justiniano. A importncia do Corpus Juris Civilis pode ser assim avaliada: Foi neste Corpus Juris Civilis, obra-prima do Direito Romano, que os legistas da Idade Mdia e dos Tempos Modernos estudaram esta cincia, e foi tambm ele que serviu de base aos nossos cdigos atuais. Uma poltica de numerosas construes pblicas, atendendo a objetivos militares centenas de fortificaes (fortalezas e castelos) foram erguidos para melhor guarnecer as fronteiras - e polticos - evidenciar o poder imperial mediante obras monumentais como a Baslica de Santa Sofia - constituiu aspecto marcante do perodo. A Corte imperial tornou-se mais requintada, subordinando-se rgida etiqueta perante o Imperador ou Basileus: considerado o representante de Deus na Terra, seus poderes eram concebidos como de origem divina e todos he deviam irrestrita obedincia. O carter teocrtico da Monarquia evidenciava-se nas representaes da figura do Imperador em pinturas, vitrais e outras obras de arte: a cabea imperial era rodeada de um halo, semelhante s imagens de santos. Ainda que continuasse a tradio do Dominato, o Dominus Noster inspirava-se nas Monarquias Despticas e Teocrticas do Oriente. Utilizando-se de poderosa frota de guerra e de
numerosos exrcitos, o imperador Justiniano empreendeu diversas campanhas militares no Mediterrneo Ocidental, onde conquistou o Reino Vndalo (frica do Norte), o Reino Ostrogodo (Pennsula Italiana) e a regio sudeste do Reino Visigodo (Pennsula Ibrica). No dizer de Paul Lamerle, para ressuscitar a parte morta do Imprio, desenvolveu um esforo gigantesco que esgotou a parte viva. Com efeito, as conquistas foram precrias, pois as foras de ocupao demonstraram-se insuficientes e as regies reconquistadas estavam economicamente arruinadas. Alm do mais, as campanhas desviaram recursos humanos e financeiros que deveriam ter sido utilizados contra crescentes ameaas nas fronteiras orientais (a presso da Prsia Sassnida foi contida por meio do pagamento de pesados tributo) e balcnicas (avaros e eslavos realizavam constantes invases, sendo que os ltimos comearam a ser instalados como colonos nos Blcs). A fim de cobrir os gastos com guerras e pagamento de tributos, o governo adotou rigorosa poltica fiscal, fator de inquietao social, como se evidenciou na Sedio Nika. Iniciada no Hipdromo de Constantinopla, resultou de mltiplas causas, como a reao contra a tirania fiscal, o descontentamento de monofisistas contra a opresso imperial etc. O movimento alastrou-se pela cidade e, para sufoc-lo, as tropas imperiais massacraram milhares de pessoas. Em sntese, o balano deste reinado foi decepcionante. A. ameaa persa continuava na fronteira sria; a reconquista do Ocidente foi apenas parcial; os esforos de romanizao pouco sucesso tiveram e o latim, lngua oficial do Imprio, s era compreendido por uma minoria . "Os Brbaros contemplavam com assombro os vestbulos, as salas imensas e os gigantes da guarda. Viam escudos de ouro, lanas rutilantes de ouro, capacetes de ouro, penachos escarlates. Contemplavam as outras maravilhas desta pompa ilustre. Acreditavam que o palcio dos Romanos era um outro cu. Quando a cortina foi aberta o avaro levantou os olhos para o Csar, cuja fronte era cingida por faiscante diadema sagrado. Trs vezes ajoelhou-se, prosternou-se, adorou o Imperador e permaneceu como rosto junto ao cho."
O Imprio se Orientaliza: O final do sculo VI foi marcado pela regresso das fronteiras imperiais. Na Pennsula Italiana, os domnios bizantinos sofreram ataques dos lombardos. Nos Blcs, povos eslavos, juntamente com os avaros, comearam a se sedentarizar, continuando novas ondas migratrias a chegar at o sculo VIII. No Oriente Prximo, a Prsia Sassnida, empenhada em controlar rotas comerciais de acesso ao Mediterrneo, reiniciou guerras ofensivas e se apoderou da Sria, Palestina e Egito. A grave crise que ameaou a continuidade do Imprio exigiu modificaes nas instituies imperiais, o que foi realizado pela dinastia Herclida ou Heracliana (610 - 717). O costume de conceder terras a particulares em troca da prestao do servio militar foi ento iniciado e mantido at o sculo XI. A concesso era hereditria e obrigava um dos membros da famlia ao servio militar. Com isso o Estado resolveu vrios problemas: A reduo das rendas estatais diminura a possibilidade de pagar um soldo aos indivduos recrutados para os exrcitos; Atacou as grandes propriedades, cujos proprietrios constituam uma fora contrria ao poder central; Multiplicou as pequenas propriedades, cujos novos proprietrios eram cultivadores e soldados; Assimilou populaes eslavas que, inclusive, tiveram muitos de seus componentes instalados na sia Menor. A reorganizao do Estado tambm atingiu a administrao, que foi estruturada em bases militares: criaram-se os Temas (subdivises administrativas que dispunham de tropas para a defesa) submetidos aos Estrtegas (governantes dispondo de poderes militares e civis). De grande importncia foi o emprego do fogo grego ou gregus, arremessado de tubos munidos de propulsores. Ao explodir, o projtil espalhava um lquido inflamado, pois era feito base de derivado do petrleo (nafta). Graas ao seu emprego, vrios combates foram vencidos pelos exrcitos e frotas bizantinos. Essas e outras medidas detiveram a desintegrao do Imprio, territorialmente diminudo e com uma populao predominantemente grega e asitica. O embasamento grego e romana e ocidental, acabou impondo-se e caracterizando a Civilizao Bizantina. Foi grega e asitica a religio crist que se desenvolveu em asitico tinha suas razes nos primrdios de Bizncio e, apesar da influncia
Bizncio, com caractersticas bem distintas do Cristianismo romano e ocidental: este se voltou mais para a organizao da Igreja e para a converso dos pagos, enquanto aquele teve no monarquismo e nas controvrsias teolgicas aspectos marcantes. Foi grega e asitica a estrutura econmica que se manteve por longo tempo no Imprio Bizantino, cuja prosperidade contrastou, por sculos, com as regies ocidentais do artigo Imprio Romano. Ainda que a agricultura at o sculo XI apresentasse uma gradual transformao para o modo de produo feudal, como ocorria na Europa Ocidental, a transio do escravismo ao feudalismo foi mais lenta. Alm do mais, o Imprio Bizantino inclua em seus limites, embora em regies da periferia, reas com uma infra-estrutura fundamentada no modo de produo asitico, como foi o caso da Sria, da Palestina e do Egito, incorporados ao Imprio rabe, no sculo VII. Grega e asitica era a tradio urbana do Imprio Bizantino, que tinha no artesanato (refinado e submetido rgido controle do Estado) e no comrcio (monoplio do Estado durante sculos) duas importantes fontes de riqueza. Desde Herclio (610 - 641), fundador da dinastia dos Herclida, o Imprio tornou-se grego e oriental, sendo o latim abandonado como lngua oficial e substitudo pelo grego, utilizado na legislao, na administrao e na denominao dos cargos: Estrtegas, Basileus etc. Com os Herclida nova ameaa abateu-se sobre o Estado bizantino: os rabes. A expanso rabe resultou na perda de diversas regies do Imprio Bizantino: ilhas do Mediterrneo Oriental, o Egito, a Sria e a Palestina, as trs ltimas recm-reconquistadas Prsia Sassnida e de grande importncia econmica. A Questo Iconoclasta: J no sculo VIII, quando os rabes avanando pela sia Menor preparavam o assalto final a Constantinopla, ascendeu ao poder nova dinastia, de origem asitica: a Isurica ou Isuria (717 - 802). Seu fundador foi Leo III (717 - 741), cujo reinado, juntamente com o de seu filho e sucessor Constantino V (741 - 775), caracterizou-se pela contraConstantinopla (717) e rechaados da sia Menor pelos bizantinos. O ofensiva contra os Omada, frustrados no ataque terrestre e naval contra
perodo, no entanto, teve como aspecto marcante a Questo Iconoclasta, de profundas implicaes, inclusive externas. No Imprio Bizantino as influncias helensticas e orientais resultaram na estreita ligao entre Igreja e Estado, concretizada no Cesaropapismo: ao Basileus cabia a chefia da Igreja e do Estado. Tal situao funcionava como arma de dois gumes: na condio de protetor da Igreja poderia gerir seus bens e preencher os cargos eclesisticos, o que reforava o poder imperial; em contrapartida, as reaes ortodoxia religiosa refletiam resistncias de oposies ao poder central, que transformavam controvrsias religiosas em problemas polticos decorrentes de contradies scio-econmicas, como se deu com a Questo Iconoclasta.S podemos entender a Questo Iconoclasta enquandrando-a no contexto da transio do escravismo ao feudalismo. Com efeito, os cones eram as imagens, pequenas ou grandes, representando pessoas santificadas ou o prprio Cristo; feitos nos mais diversos materiais, incorporaram-se s cerimnias de culto da sociedade bizantina. Entre os principais produtores de cones encontravam-se os monges que obtinham grandes lucros com a venda de imagens. Essas riquezas reforavam ainda mais o poderio dos monges, cujas ordens possuam grandes propriedades isentas de tributos, exerciam grande influncia na sociedade e constituam uma ameaa ao poder central porque representavam o avano da feudalizao. certo ainda que o culto das imagens era visto por muitos, sobretudo asiticos, como idolatria, os quais defendiam concepes mais espiritualizadas da religio, onde no haveria prticas supersticiosas como queimar incenso, iluminar crios, crena em relquias ou culto de imagens. Foi Leo III, de origem asitica, quem determinou a proibio do culto de imagens (cones) e sua destruio - ou iconoclastia -, medida que atingiu ainda outras prticas consideradas pags (726). O objetivo visado era enfraquecer o poder dos monges que reagiram provocando revoltas contra o Basileus. A ciso interna aprofundou-se quando os monges obtiveram o apoio das populaes balcnicas, da maioria do clero e dos marinheiros (geralmente gregos), que consideravam a destruio de imagens um sacrilgio e uma heresia. Sustentado pelo exrcito, cujos soldados eram na maioria de origem asitica, Leo III determinou o confisco
dos bens dos mosteiros e a redistribuio das terras entre os soldados, prosseguindo a poltica de reao do poder central contra os setores feudais. Embora fossem reprimidas as sublevaes provocadas pelos monges e mantidas as expropriaes de seus bens, a Questo complicou-se porque o Papado considerou hertica a destruio dos cones e condenou as demais medidas contra os monges. Apesar disso, Leo III e seus sucessores mantiveram-se firmes na poltica adotada contra o culto de cones. A Questo Iconoclasta serviu, no entanto, para aprofundar divergncias com o Papado, que acabou se aproximando dos francos e coroando Imperador a Carlos Magno, o que politicamente representou um desprestgio para os Imperadores bizantinos, face criao do Novo Imprio Romano do Ocidente (800). Alm do mais, a crise interna do Imprio Bizantino impossibilitou o envio de ajuda militar Pennsula Italiana, onde o Exarcado de Ravena e demais provncias bizantinas foram conquistadas pelos lombardos. No sculo IX, a Basilisca Teodora revogou as leis iconoclastas, e restabeleceu o culto das imagens (842). Novamente o poder dos monges voltou a crescer, como se evidencia no depoimento do Basileus Nicforo Focas (963 - 969): Os monges no possuem nenhuma das virtudes evanglicas; no pensam seno na aquisio de terra, na ereo de enormes edifcios e na compra de grande nmero de cavalos, bois, camelos e de todos os tipos de criao. Dedicam todas as energias ao prprio enriquecimento, de sorte que a vida deles em nada difere das pessoas que vivem no mundo. Apogeu e Decadncia de um Imprio: Os sculos IX e X constituram um dos perodos de apogeu da sociedade bizantina, a segunda idade de ouro, segundo Paul Lemerle, e que correspondeu ao governo da dinastia Macednica (867 - 1056). Desenvolvendo uma poltica externa expansionista, os imperadores Macednicos reconquistaram ilhas do Mediterrneo Oriental (Chipre, Creta) e regies da Itlia Meridional, como a Siclia, que era importante celeiro de trigo. Nos Blcs, os blgaros foram submetidos definitivamente, tendo a converso dos hngaros e russos ao Cristianismo ampliado a influncia cultural e a rea de ao comercial bizantina. A
converso dos povos eslavos e a prosperidade do Imprio. Bizantino realaram o prestgio e a importncia do Patriarca de Constantinopla, que se considerava o supremo dirigente da cristandade, no aceitando a teoria da supremacia do poder pontifical. Desde a extino do Imprio Romano do Ocidente, assim como os Imperadores bizantinos afirmavam sua condio de herdeiros de Roma, os Patriarcas apregoavam sua primazia na direo da Igreja. Essa divergncia levara a freqentes atritos entre o Papado e os Patriarcas, ocasionando rompimentos entre a Igreja Crist Ocidental e a Igreja Crist Oriental, como se verificou com a Questo Iconoclasta. O Cristianismo, em sua evoluo, assumiu caractersticas diferentes na Europa Ocidental e em reas do Imprio Bizantino, seja no ritual oriental (celebrado em grego), seja na disciplina (a subordinao da Igreja ao Estado bizantino) e nas crenas (rejeio do Purgatrio pelos orientais). A ciso seria inevitvel e se deu quando o Papa Leo IX e o Patriarca Miguel Seminrio entraram em conflito a respeito da jurisdio sobre dioceses da Itlia Meridional, excomungando-se mutuamente. No se acreditava que a ruptura fosse definitiva, mas a intransigncia do Patriarca e do Papa; explicvel porque a questo envolvia interesses econmicos relativos arrecadao das rendas daquelas dioceses e interesses polticos antagnicos sobre a direo suprema da cristandade - consumou o Cisma do Oriente, em virtude do qual se criaram. Duas Igrejas: a Igreja Crist Ortodoxa Grega, subordinada ao Patriarcado de Constantinopla, e a Igreja Catlica Apostlica Romana, dirigida pelo Papado (1054). A prosperidade alcanada deveu-se sobre tudo s riquezas acumuladas com os rendimentos da terra, da indstria artesanal intensamente desenvolvida era a produo de artigos de luxo realizada nas oficinas estatais - e do comrcio. A atividade mercantil estava submetida ao controle do Estado e, apesar dos ataques rabes, manteve-se florescente, funcionando Constantinopla como intermediria entre o Extremo Oriente e o Ocidente: atravs da "rota da seda", que atravessava toda a sia Central, fluam especiarias, perfumes, seda, pedras preciosas etc, que, chegados ao Mar Negro, eram transportados pelas embarcaes bizantinas aos portos do Mediterrneo.. As cidades italianas, em especial Veneza, redistribuam aquelas
mercadorias pela Europa Ocidental. Constantinopla foi tambm importante centro financeiro, onde os cambistas permutavam moedas das mais diversas procedncias trazidas pelos mercadores estrangeiros. Apesar disso, a feudalizao progrediu com o crescente predomnio dos grandes senhorios em detrimento das pequenas propriedades de cultivadores independentes e de camponeses-soldados, e at mesmo das terras da Coroa. As estruturas feudais foram reforadas sob a dinastia dos Comneno (1081 - 1185), cuja ascenso marcou a vitria dos setores feudais sobre a aristocracia urbana que dirigia o Imprio. Adotando o costume de conceder terras em troca da prestao de servios, sendo a concesso acompanhada do direito de receber impostos dos camponeses e de ministrar justia, os Comneno fortaleceram os mosteiros e a nobreza feudal, convertidos em foras desintegradoras do poder central. Externamente novas ameaas surgiram no sculo XI: nos Blcs, srvios e petchenegues invadiram provncias bizantinas; na Itlia do Sul, os normandos apoderaram-se da Siclia e demais regies bizantinas; no Oriente Prximo, os turcos seldjcidas ocuparam a Sria e. a maior parte da sia Menor, privando o Imprio Bizantino de territrios onde se encontravam importantes rotas de comrcio e eram recrutados elementos para o exrcito. A gravidade da situao levou os Comneno a recorrer ao Papado, pedindo ajuda contra os turcos seldjcidas, precipitando com isso as Cruzadas que acabaram arruinando o Imprio Bizantino. Recorreram tambm, a. Veneza, solicitando o apoio de sua esquadra contra os normandos que atacavam os Blcs; em troca, os venezianos receberam amplas concesses comerciais. Ora, tal situao privou o Estado de uma das principais fontes de receita e retirou ao Imprio Bizantino a condio de intermedirio do comrcio entre o Extremo Oriente e o Ocidente. Reagindo contra isso, a dinastia dos ngelo (1185 - 1204) anulou os privilgios concedidos a Veneza que, em represlia, desviou a Quarta Cruzada contra Constantinopla (1204), cuja conquista resultou no Imprio Latino do Oriente. O altar sagrado da grande igreja de Santa Sofia,
feito de todas as espcies de matrias preciosas e admirado em todo o mundo, foi despedaado e repartido pelos soldados, tal como as outras
objetos duma arte e duma graa inexcedveis (...) e as guarnies de ouro e prata cinzelada (...) e as portas e outros ornamentos foram levados como templo. Alguns de entre eles, que no conseguiam equilibrar-se no lajedo despojo, as mulas e os cavalos arreados foram introduzidos no santurio do escorregadio, eram apunhalados at cair, de tal modo que o admirvel cho
escassez de dinheiro, o esplendor da corte bizantina desapareceu. As jias das coroas eram vidro, os mantos no eram verdadeiro pano de ouro mas apenas couro pintado. brocadilho, os pratos eram- de cobre, e tudo quanto parecia rico brocado era
sagrado ficou [todo] poludo de sangue e esterco. Alm disso, uma prostituta obscena, e danou freneticamente. Constantinopla, glria dos Gregos, rica em prestgio, mais rica ainda em dinheiro.
(...) insultando Cristo, sentou-se na cadeira patriarcal, para cantar uma cano
Herana da Civilizao Bizantina: A Civilizao Bizantina exerceu profunda influncia sobre as sociedades medievais, particularmente sobre as sociedades eslavas, s quais transmitiu muitas de suas instituies polticojurdicas e realizaes culturais. Em sua prolongada existncia, a sociedade bizantina fundiu elementos culturais latinos, gregos e asiticos, condicionados pelo Cristianismo, criando uma civilizao marcada pela originalidade. A Arte expressou-se particularmente na edificao de igrejas, mosteiros e palcios, refletindo a sua subordinao religio e ao Estado. Das construes civis. (palcios, aquedutos etc.) quase nada restou, mas no ocorreu o mesmo com os templos, muitos dos quais sobreviveram at hoje. As igrejas bizantinas apresentavam construes de abbadas mltiplas e formas variadas (planos quadrados, octogonais, em cruz grega etc), mas sua originalidade estava no emprego de cpulas e na singeleza do exterior, contrastando com a suntuosidade da decorao interior, onde sobressaam os mosaicos dos vitrais, paredes e tetos. O templo mais famoso a Baslica de Santa Sofia, em Constantinopla, com monumental cpula sobreposta a uma construo quadrada. A Pintura, essencialmente decorativa, manifestou-se em afrescos representando santos e anjos, os dirigentes etc., cujas figuras geralmente so estticas com fisionomias que apresentam linhas de sofrimento, benevolncia e misticismo. A Escultura foi igualmente decorativa. Baixos-relevos de construes, trabalhos em marfim (capas de livros, por exemplo) e cones constituram as formas mais desenvolvidas. A atividade literria, realizada inicialmente em latim e depois em grego, teve uma produo rica em variedade, qualidade e quantidade. Escritos em prosa ou verso, os manuscritos freqentemente eram ilustrados com iluminuras, em que os
A Derrocada do Imprio Bizantino: Embora fosse efmero o Imprio Latino do Oriente (1204 - 1261), Veneza e os senhores feudais ocidentais s foram expulsos pelos bizantinos com a ajuda de Gnova. Em conseqncia, o Imprio Bizantino restaurado pela dinastia dos Palelogo (1261-1453) reduziu-se a algumas ilhas do Mar Egeu, a pequena parte da sia Menor e da Pennsula Balcnica. Alm do mais, seus recursos econmicos eram limitados, porque os genoveses desfrutavam de isenes fiscais e liberdade de ao comercial no Imprio Bizantino. A agonia do Imprio prolongou-se por mais dois sculos, cada vez mais debilitado pelas lutas internas e pelos ataques ds srvios, que haviam formado poderoso Estado nos Blcs, e dos turcos otomanos, convertidos em novos senhores do antigo Califado de Bagd. Ao longo do sculo XIV, os turcos otomanos ocuparam a sia Menor, os Blcs e reduziram o Imprio Bizantino unicamente cidade de Constantinopla. Quando reinava Constantino XI (1448 - 1453) , o Sulto Maom II cercou a cidade, por terra e por mar. Utilizando-se de poderosa artilharia abriu brechas nas muralhas defensivas de Constantinopla e conquistou a cidade, que foi transformada em capital do Imprio Otomano, com o nome de Istambul (1453). Direitos que se pagam em Constantinopla,
artistas davam asas imaginao para a concretizao da ilustrao, ou subordinavam-se rgida e severa orientao da Igreja. Predominaram as composies de contedo religioso: hinos sacros, assuntos de Teologia, vida de santos etc. Embora tendendo a imitar os clssicos greco-romanos, a Literatura profana exprimiu-se nos mais variados gneros, como a poesia epigramtica e a poesia lrica, tratados sobre diplomacia e tcnicas de guerra, enciclopdias, narrativas de viagens, romances picos (o mais popular foi Digenes Akrites, comparvel em qualidade Cano de Rolando) e narrativas histricas, entre as quais a Histria Arcana, de Procpio de Cesaria (500 565), e a Alexada de Ana Conieno (1083 - 1148). Assumiu particular importncia a compilao de escritos da Antiguidade Clssica, possibilitando a preservao de trabalhos de autores gregos e at latinos. Essas compilaes, realizadas por copistas annimos, eram mantidas em bibliotecas imperiais, dos mosteiros ou de particulares, sendo mais tarde, transmitidas aos ocidentais e a outras sociedades.
bizantinas, foi mantida. Os judeus perseguidos pelos cristos na pennsula Ibrica tambm encontraram refgio nos territrios otomanos . O imprio
comeou a decair no sculo 17. As atividades econmicas dos povos
conquistados eram conduzidas por iniciativa deles prprios, o que fez com que a economia geral do imprio fosse se desintegrando lentamente. A instabilidade poltica aumentava cada vez mais at que, em 1909, o sulto como eram chamados os lderes otomanos - Abdul Hamid II foi deposto por uma rebelio. Essa mudana deu incio modernizao do imprio, bastante influenciada pela Alemanha, ao lado de quem os turcos lutaram na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A derrota no confronto tumultuou ainda mais o j dilacerado imprio, que foi abolido pouco depois, em 1923, quando foi proclamada a Repblica da Turquia. Prontos Para A Briga - Duas Vitrias E Duas Derrotas Marcantes Na Histria Dessa Potncia (Esmagando Os Bizantinos): Em 1453, o Imprio Otomano conquista a cidade de Constantinopla, que passa a se chamar Istambul. A vitria marca a supremacia definitiva dos turcos sobre o Imprio
O QUE FOI O IMPRIO OTOMANO? Ele comeou a nascer no sculo 11, quando tribos turcas nmades se fixaram na Anatlia, regio que hoje parte da Turquia. Tais tribos ajudaram a difundir a religio muulmana em terras que at ento estavam sob o domnio de outro imprio, o Bizantino. "O termo otomano deriva do nome Osman, ou, em rabe, Uthman", diz o historiador ingls Malcolm Yapp, da Universidade de Londres. Osman, ou Otman I (1258-1324), foi um chefe turco que transformou essas tribos nmades em uma dinastia imperial. Durante os sculos 15 e 16, o Imprio Otomano tornou-se um dos estados mais fortes do mundo, englobando boa parte do Oriente Mdio, do Leste Europeu e do norte da frica. Alm do poderio militar, o que ajudou a garantir essa expanso foi a tolerncia dos otomanos com as tradies e as religies dos povos conquistados. "A Igreja Ortodoxa crist, que predominava nas terras
Bizantino, com quem lutavam desde o sculo 11. Expanso Frustrada: Nos sculos seguintes vitria sobre os bizantinos, os otomanos seguem enfrentando os cristos europeus na tentativa de dominar o continente. Entre 1715 e 1718, porm, eles so derrotados pela ustria e a expanso fracassa Triunfo Sobre A Rssia: Entre 1853 e 1856, o Imprio Otomano trava com a Rssia a Guerra da Crimia. Em jogo, territrios onde hoje ficam a Romnia e a pennsula da Crimia, na Ucrnia. Com o apoio da Frana e da Inglaterra, os turcos vencem Fiasco Na Primeira Guerra: Os aliados da Guerra da Crimia viram inimigos na Primeira Guerra. que, na busca pela modernizao, os otomanos se aproximam da Alemanha. Ao lado desse pas, os turcos so
derrotados no grande conflito mundial. Ficou conhecido como Imprio Otomano um importante estado que durou de 1299 a 1922, e que compreendia vastos territrios no norte da frica, sudeste da Europa e Oriente Mdio. Estabelecido por um ramo dos vrios povos turcos que migrou para a pennsula da Anatlia (onde hoje existe o moderno estado da Turquia), o Imprio Otomano considerada a ltima potncia global do mundo islmico at os dias atuais. Seu nome derivado de um de seus mais importantes lderes, Osman I (ou Otman I), o fundador da Dinastia Otomana, que governaria este complexo, poderoso e diverso estado a partir de vrias capitais, sendo a primeira St, depois Bursa, Edime e finalmente a histrica Constantinopla, cuja conquista em 1453 marca o fim da Idade Mdia e incio da Moderna. A caracterstica marcante e explicativa da expanso do imprio era a tolerncia dos otomanos com as tradies e as religies dos povos conquistados. Sob a administrao do sulto em Constantinopla, estavam albaneses, srvios, blgaros, gregos, romenos, croatas, rabes, curdos, turcos, berberes, e muitos outros; tais povos tinham vrias denominaes religiosas, entre elas, cristos catlicos, maronitas, coptas e ortodoxos, muulmanos sunitas e xiitas, judeus, mandeus, drusos, entre outros. Tal era a extenso de seu territrio, que este se dividia em 29 provncias e numerosos estados vassalos (pertencentes ao imprio, mas que haviam chegado a um acordo com o soberano otomano para manter a estrutura administrativa vigente). Com Solimo, o Magnfico, governante de 1520 a 1566, o Imprio Otomano torna-se efetivamente o centro de comunicao entre oriente e ocidente pelos prximos quatro sculos. talvez o projeto de expanso por todo o continente europeu que levar o estado a uma lenta desagregao. Aps as derrotas em dois importantes cercos cidade de Viena, nos sculos XVI e XVII, o imprio entra em um lento processo de estagnao e desagregao. As atividades econmicas dos povos conquistados eram conduzidas por iniciativa deles prprios, o que fez com que a economia geral do imprio fosse se desfazendo lentamente. Ao passar o sculo XIX inteiro perdendo territrios, a instabilidade poltica aumenta cada vez mais at que, em 1909, o sulto Abdul Hamid II
deposto por uma rebelio que deu incio modernizao do imprio. Esta, porm, chega tarde, pois a desagregao continua, com duas guerras balcnicas entre 1912 e 1913, e as investidas colonialistas de Itlia e Frana, que acabam formalmente com a presena otomana na Europa e na frica. Ao participar da Primeira Guerra Mundial, ao lado da aliada Alemanha, o fraco estado oferece pouca resistncia aos aliados. Vencido, o Imprio Otomano extinto em 1922, para dar lugar a uma repblica, a atual Turquia, fundada por um destacado militar otomano, Mustaf Kemal, Ataturk (seu apelido, que significa pai dos turcos). O Imprio Otomano: De origens humildes os Turcos comearam a dominar atravs de toda a Anatlia e mesmo de partes da Europa. Em 1453, Mehmet o Conquistador, capturou Constantinopla e ps fim ao Imprio Bizantino. Os Otomanos conquistaram a maior parte da Europa Oriental e quase todo o Mundo rabe; s a Mauritnia no Ocidente e o Imen, Hadramut e partes da Pennsula rabe ficaram para alm do seu controle. Tiveram o seu apogeu com Sulayman, o Magnfico, cujas hostes alcanaram a Hungria e a ustria. Seis sculos durou o imprio Otomano, que representou o estado muulmano mais importante da era moderna. Os Otomanos, originrios do noroeste de Anatlia, estenderam seu poder at a Europa, dos Balcs Sria, Egito e Iraque. A partir do sculo XVIII, sua decadncia comeou a se manifestar, apesar de tentativas isoladas de revitalizar o imprio, cada vez mais debilitado. As regies europias sob domnio Otomano foram se tornando independentes: Grcia, Srvia, Bulgria etc. O Egito libertou-se tambm e, sob o comando de Mohamad Ali, reorganizou sua estrutura administrativa em moldes ocidentais; o pas obteve a independncia com o apoio britnico e conquistou o Sudo. Mesmo assim, a abertura do canal de Suez limitou essa independncia, devido ao interesse das potncias europias pela atividade comercial naquela regio. A Frana conquistou a Arglia e estabeleceu um protetorado em Tnis. A Itlia conquistou a Tripolitnia. As provncias orientais do imprio Otomano desmembraram-se. A ndia, parcialmente islamizada, foi dominada pelo Reino
Unido no sculo XIX, e o Ir sofreu invases de russos e britnicos. Aps a primeira guerra mundial, os nacionalismos islmicos se acentuaram. A Turquia passou por profunda transformao, convertendo-se em repblica.
Clique Aqui, para ver a animao da expanso do imprio Otomano e o seu declnio em 1924. Imprio Otomano (1300-1922): O Imprio Otomano foi um dos mais
O Imprio Otomano em Sua Maior Extenso: No incio do sculo XIV, Osman, um lder tribal turco, fundou um imprio na Anatlia ocidental (sia Menor), que iria perdurar por quase seis sculos. Esse imprio cresceu, conquistando terras do imprio bizantino e mais alm, chegou a incluir, no auge de seu poder, toda a sia Menor; os pases da pennsula balcnica; as ilhas do Mediterrneo oriental; partes da Hungria e da Rssia; Iraque, Sria, Cucaso, Palestina e Egito, parte da Arbia; e todo o norte da frica, pelo lado da Arglia. Seu momento de glria no sculo XVI, representa o auge da criatividade humana. O imprio construdo foi um dos maiores e mais influentes de todos os imprios muulmanos do perodo moderno e sua cultura e expanso militar cruzou toda a Europa. Nem mesmo a expanso islmica na Espanha, no sculo VIII, conseguiu estabelecer uma presena na Europa to marcante quanto ao dos Otomanos nos sculos XV e XVI. Imprio Otomano em 1600 d.C: Como no primeiro perodo da expanso islmica, os otomanos fundaram um imprio sobre o territrio europeu e trouxeram com eles as tradies e cultura islmicas que permanecem at os dias atuais (os muulmanos da Bsnia so os ltimos descendentes da presena otomana na Europa). Os otomanos foram uma fora que deve ser avaliada, militar e culturalmente, desde o seu incio at a sua fragmentao nas primeiras dcadas do sculo XX. O verdadeiro fim da cultura otomana chegou com a secularizao da Turquia, aps a II Guerra Mundial, acompanhando os modelos de governos europeus. A transio para um estado secular no foi fcil e suas repercusses ainda hoje se fazem sentir na sociedade turca. O imprio Otomano teve fim, em 1924, Ataturk assumiu o poder e aboliu os seis sculos de dominao otomana. quando Kemal
durveis imprios j vistos na histria. Sua histria se estendeu de 1300 a 1922. As riquezas das tribos turcas que inicialmente lutaram contra as hordas mongis passaram a se desenvolver nas lutas contra os cristos do Imprio Bizantino, pois os turcos contavam com o apoio de outros grupos muulmanos. Durante o sculo XIV, os otomanos vieram a governar a sia Menor e parte dos Blcs. Muito cedo os turcos passaram a desenvolver o uso de armas de fogo e da artilharia, ganhando vantagem nas batalhas das quais participou. A importante tomada da Constantinopla (atual Istambul) se deu em 1453, pelos otomanos, sob o governo de Muhamad II, que por conseqncia deu fim ao Imprio Bizantino e, assim, aos ltimos vestgios do Imprio Romano. No sculo XVI o imprio otomano atingiu seu auge, com a expanso de seus domnios territoriais para as terras do norte da frica, das regies dos Blcs, da Prsia, da Hungria e da Arbia. O auge do Imprio Otomano se deu sob o governo de Suleiman, governo este que duraria 46 anos. Aps a morte de Suleiman, em 1566, seu imprio havia alcanado o seu maior grau de poder e influncia, se estendendo desde os territrios da Polnia at o Imen, desde Trpoli at a Prsia. Entretanto, esta fase foi marcada pelo inicio de um longo e lento declnio. Este declnio foi ocasionado por uma srie de conflitos na sucesso ao poder do imprio. A Grande Guerra Turca, que se estendeu no perodo entre os anos de 1683 a 1699, forou o imprio transferncia da maior parte das foras da Hungria para a ustria. Tambm as guerras entre turcos e russos foram responsveis pelo gradual enfraquecimento do poder otomano durante o sculo XVIII. J no sculo XIX, a Grcia e o Egito se desvinculam do imprio. A Europa Ocidental defendeu-se do avano russo atravs dos prprios otomanos, e em 1876, o imprio adotou uma nova constituio, abolida pouco tempo depois pelo prprio sulto. O imprio definitivamente havia se enfraquecido.
Foi no incio do sculo XX que os Jovens Turcos, um grupo reformista, passou a pregar reformas para a modernizao do imprio. O grupo reformista teve xito na deposio do sulto Abd Al-Hamid II, em 1909. Mas ao centralizar o poder, esse grupo engendrou o incio da prpria derrocada do imprio, que foi obrigado a enfrentar a insatisfao geral de libaneses, srios, macednios, albaneses, cretenses, alm de enfrentar as discrdias provindas da Bsnia, da Herzegovina, de Trpoli. Ainda na Primeira Guerra Mundial, os otomanos tinham sob controle grande parte do Oriente Mdio, que se juntava aos Aliados em busca de sua independncia. Os tratados de paz de 1918 dissolveram o Imprio Otomano, e em 1922, Mustaf Kemal Ataturk foi o ltimo sulto. Durante os 15 anos de seu governo, foi responsvel pela introduo de costumes ocidentais, alm da abolio do califado. Os Judeus no Imprio Otomano: O Imprio Otomano abrigou muitos judeus que fugiam da perseguio religiosa. Eles eram acolhidos pelas regies e pases pertencentes ao Imprio. Teto da Sinagoga Zulfaris, atualmente o Museu Judeu da Turquia. Datada de 1671, foi transformada em setembro de 2001 em museu. Durante o fim do sculo XIV e incio do sculo XV, medida que os Otomanos avanavam em direo a Istambul, judeus expulsos da Hungria, da Frana e da Siclia se refugiaram em seus domnios. A eles se juntaram tambm judeus que fugiram de Thessaloniki (Salnica), ento sob domnio veneziano. Em 1470, judeus expulsos da Bavria estabeleceram-se na Turquia. Em 1492, Cristvo Colombo zarpava do porto de Palos, um porto no to importante quanto os de Cadiz e Sevilha. A utilizao destes dois ltimos, no entanto, era impossvel, visto que eles estavam cheios de judeus expulsos da Espanha pelos reis catlicos. A expulso dos judeus da Espanha, em 1492, e a Converso Forada de 1497, em Portugal, produziram a "Dispora Sefaradita", levando judeus a buscar refgio em terras como as do Norte da frica e as do extenso Imprio Otomano. Muitos, ansiosamente, aceitaram o oferecimento feito pelo Sulto Bayezid II para se integrarem vida do Imprio Otomano. Bayezid II fez
questo de favorecer a entrada de judeus e ordenou aos seus governantes para acolh-los cordialmente. No sculo XVI, os judeus expulsos da Bohmia chegaram ao Imprio Turco-Otomano. Judeus expulsos de Apulia, na Itlia, que caram sob domnio do Papa foram resgatados pelo Sulto Suleiman, o Magnfico, que escreveu uma carta ao Papa, exigindo sua liberao. O Papa cedeu, visto que o Imprio Turco Otomano era uma grande potncia da poca. Os judeus eram protegidos pelo estatuto da Dhmmis (aplicado a nomuulmanos que pertencessem aos povos do livro judeus e cristos), que os relegava a cidados de segunda classe, mas garantia sua vida, direito de propriedade e direito de culto. Os judeus encontraram seu espao em certas profisses que os muulmanos no tinham interesse em fazer eles preferiam se dedicar s atividades militares, polticas e religiosas - e nas quais os cristos dos territrios recm conquistados no eram tidos como confiveis. Trazendo sua experincia mercante e algumas inovaes, como a prensa tipogrfica, constituram a classe mdia do pas. No Mediterrneo, os judeus ibricos posicionaram-se em ncleos urbanos, compondo formidvel rede familiar de relaes scio-econmicas, que tornou vlida a idia do Mediterrneo como o "Mar Sefaradita" ou o "Mare Nostrum Sephardicum", expresso por alguns historiadores. Expressando sua opinio sobre a expulso da Espanha, Bayezid II havia declarado na ocasio: "O rei espanhol
Ferdinando erroneamente considerado um sbio, pois com a expulso dos judeus, empobreceu o seu pas e enriqueceu o nosso." Era evidente que os
otomanos sabiam dos benefcios potenciais da emigrao em massa. Aceitavam os judeus parcialmente por interesses econmicos. Os judeus da Espanha eram altamente qualificados, educados e grandes homens de negcios. Bayezid II e seus sucessores, a partir do sculo XV, acolheram os sefaraditas no domnio otomano e valeram-se de seus prstimos e conhecimentos no s para a expanso e desenvolvimento do comrcio regional e internacional, mas tambm para o incremento das finanas, diplomacia, negcios bancrios, corretagem e ourivesaria. Os refugiados de origem ibrica foram designados pelos dirigentes otomanos a importantes cargos poltico-administrativos, participando, inclusive, da estratgia de
colonizao de diversas reas do vasto Imprio. Os positivos contatos mantidos entre sefaraditas e otomanos permitiram que laos de identidade se solidificassem com o tempo, em convivncia de mtuo e duradouro respeito. O sistema poltico-administrativo otomano permitiu s minorias a preservao da religio, do idioma, das tradies e costumes. A imprensa escrita, trazida para Istambul em 1493, por dois irmos refugiados da Espanha um exemplo da sofisticao que os judeus introduziram no Imprio Otomano. Muitos consideravam que o Imprio Otomano lhes proporcionava o porto de entrada para a Terra de Israel. Ainda assim os judeus rapidamente se adaptaram ao renovado sentimento de liberdade e continuaram a se desenvolver culturalmente, financeiramente e espiritualmente. Citamos como exemplo um dos documentos mais sagrados que apareceu no imprio, (com a ajuda da imprensa escrita) o Shulchan Aruch de Rabbi Joseph Caro. Publicado em 1564, continha o cdigo de leis sefaraditas.A literatura judaica revigorou-se. Um importante centro cabalista se firmou em Tzfat. Foram escritas obras como o Shulchan Aruch e a cano Lech Dod. Os judeus foram proeminentes na medicina da corte (A Sublime Porta, nome potico da corte otomana), na diplomacia e como conselheiros e ministros da corte. Com o tempo, a populao judaica no Imprio Otomano chegou a 200.000 habitantes, contra apenas 65.000 na Europa. Eles se assentaram principalmente nas cidades de Istambul, Sarajevo, Salnica, Adrianople, Nicopolis, Jerusalm, Safed, Damasco, Cairo, Bursa, Tokat, Amasya e, mais tarde, em Smyrna. A populao judaica em Salnica cresceu tanto que os judeus tornaram-se maioria na cidade. Esta cidade se tornou o centro da vida judaica sefarad. Suas indstrias e o dinamismo de seu porto (desativado aos sbados), transformaram a cidade de Salnica, numa cidade-lder da rota comercial da indstria txtil do sculo XIX. A maioria dos sefaraditas vivia em Istambul, Salnica e Esmirna, perto dos dirigentes otomanos, seus protetores. Istambul, centro administrativo e comercial do Imprio Otomano, passagem martima do Mar Negro e do Mediterrneo, constitua uma verdadeira praa de cmbios, onde produtos do velho e do novo mundo eram comercializados. Foi nesta cidade que a maior comunidade judaica se organizou. Em 1900 a
decadncia otomana e a ingerncia do imperialismo europeu em terras do Oriente Mdio levaram famlias de negociantes sefaraditas, procedentes de Istambul, Esmirna, Ilha de Rodes, Egito e de outras comunidades a buscar estabelecer-se em terras da Europa Ocidental, em dispora que chamamos de "Retorno ao Ocidente". Constantinopla, Imprio Otomano Turquia: Constantinopla foi a capital do Imprio Otomano at ao seu desaparecimento em 1923. Atualmente, sobre esta cidade assenta uma outra, Istambul. Foi capital do Imprio Bizantino, ou de Bizncio como tambm conhecido, posteriormente do Imprio Otomano e atualmente, com outro nome, Istambul, a capital honorfica da Turquia, pois a capital oficial Ancara. Constantinopla deve o seu nome ao Imperador Constantino, o homem que reconstruiu a cidade, que a fez renascer das suas runas, tendo respeitado a cultura a existente. Construiu-a imagem e semelhana de Roma e durante sculos foi tratada de forma privilegiada, tendo sido tal a sua semelhana com Roma que chegou a ser chamada de Nova Roma. No sculo XV, Constantinopla caiu nas mos dos turcos otomanos, momento no qual os historiadores pem ponto final Idade Mdia na Europa. A partir da, um novo conflito instala-se, o da Igreja Catlica com a Igreja Ortodoxa, pois no queriam coexistir no mesmo local, pois ambas eram intolerantes em relao s restantes religies. Bizantinos e otomanos lutaram durante anos e anos, durante dcadas, pelo poder no apenas de Constantinopla, mas de todo o Imprio at a Bizantino. Constantinopla, o local onde os Otomanos tomaram o poder aos Bizantinos, foi a capital do Imprio at 1922, ano no qual o Imprio Otomano, aps anos de decadncia, caiu definitivamente. Imprio Otomano ( Devlet-i liye-yi Osmniyye, em turco-
otomano) foi um Estado que existiu entre 1299 e 1922 e que no seu auge compreendia a Anatlia, o Mdio Oriente, parte do norte de frica e do
sudeste europeu. Foi estabelecido por uma tribo de turcos oguzes no oeste
da Anatlia e era governado pela dinastia Osmanl . Era por vezes referida em crculos diplomticos como a da "Sublime Porta" ou simplesmente como "a Porta", devido cerimnia de acolhimento com que o sulto agraciava os embaixadores entrada do palcio. Fundado por Osman I (em rabe Uthmn, de onde deriva o nome "otomano"), nos sculos XVI e XVII o imprio constava entre as principais potncias polticas da Europa e vrios pases europeus temiam os avanos otomanos nos Balcs. No seu auge, no sculo XVII, o territrio otomano compreendia uma rea de 11.955.000 km e estendia-se desde o estreito de Gibraltar, a oeste, at o mar Cspio e o golfo Prsico, a leste, e desde a fronteira com as atuais ustria e Eslovnia, no norte, at os atuais Sudo e Imen, no sul. Incio do Imprio - 1300 1481: A dinastia que Osman (1258 d.C a 1326 d.C) fundou era chamada de Osmanli, que significa "filhos de Osman". O nome passou para o ocidente como "otomano". O Imprio Otomano professava a religio muulmana. As tribos mais fortes eram os seljcidas, que se estabeleceram na sia Menor, juntamente com outros grupos de turcos. Aps a derrota dos seljcidas pelos mongis, em 1293 d.C, Osman surgiu como o lder local dos turcos na luta contra o enfraquecido imprio bizantino. A conquista final dos bizantinos s foi alcanada em 1453 d.C, com a queda de Constantinopla (atual Istambul), mas, naquela poca, todo o territrio em volta j estava em mos dos otomanos. As reas iniciais de expanso sob a liderana de Osman I e de seus sucessores - Orkhan (que governou no perodo de 1326 a 1359) e Murad I ( no perodo de 1359 a 1389) - compreendiam o oeste da sia Menor e o sul da Europa, originariamente pennsula balcnica. Durante o reinado de Orkhan, foi iniciada a prtica de exigir um tributo sobre os filhos de cristos. Os meninos eram treinados para se tornarem soldados e administradores. Como soldados eles aumentavam as fileiras da infantaria, e eram chamados de janizaries, a fora militar mais temida na Europa por sculos. Murad conquistou a Trcia, a noroeste de Constantinopla, em 1361 d.C. Mudou sua capital para Adrianpolis (atual Edirne), a capital da Trcia e a segunda cidade do
imprio bizantino. Esta conquista efetivamente separou Constantinopla do resto do mundo. Adrianpolis tambm controlava a rota principal de invaso atravs das montanhas dos Balcs, permitindo o acesso dos otomanos expanso em direo norte. Murad morreu durante a sua ltima batalha vitoriosa contra os aliados balcnicos. Seu sucessor, Bayezid I (governou de 1389 a 1402), foi incapaz de expandir as conquistas do lado europeu. Ele foi forado a voltar sua ateno para a regio oriental da sia Menor para lidar com um principado turco cada vez mais crecente, o Karaman. Murad atacou e derrotou Karaman em 1391 d.C, acabou com a revolta nos Balcs e voltou para consolidar suas conquistas na sia Menor. Seu sucesso atraiu a ateno de Timur Lenk (Tamerlo). Estimulado pelos prncipes turcos que haviam se asilado em sua corte, fugindo das incurses de Bayezid, Timur atacou e o subjugou em 1402 d.C. Capturado por Timur, Bayezid morreria em um ano. Logo Timur se retirou da sia Menor, deixando que os filhos de Bayezid recuperassem o que o pai tinha perdido. Os quatro filhos lutaram entre si pelo controle do poder, at que um deles, Mohammad I, matou os outros trs e assumiu o governo. Ele reinou de 1413 d.C at 1421 d.C, e seu sucessor, Murad II, de 1421 d.C at 1451 d.C. Murad sufocou a resistncia nos Balcs e eliminou todos os principados turcos na sia Menor, com exceo de dois. A tarefa de finalizar a conquista balcnica e apoderarse de toda a sia Menor coube ao sucessor de Murad, Mohammad II (no perodo de 1451 d.C a 1481 d.C). Foi ele quem terminou o cerco de Constantinopla em 1453 d.C e a transformou na capital do imprio otomano. Toda a pennsula balcnica do sul da Hungria foi incorporada, assim como a Crimia, na costa norte do Mar Negro. A sia Menor estava completamente subjugada. Alm de conquistar um grande imprio, Mohammad II trabalhou com afinco pela consolidao e por um sistema administrativo adequado e de impostos. Para isso, contou com o fato de que toda a estrutura burocrtica bizantina estava em suas mos. Ainda que fossem muulmanos, os sultes otomanos no se recusaram a usar qualquer talento que eles pudessem atrair ou capturar.
A Idade de Ouro - 1481 1566: Trs sultes governaram o imprio no seu auge: Bayezid II (1481 - 1512), Selim I (1512 - 1520), e Suleyman, o Magnfico (1520-1566). Bayezid estendeu o imprio na Europa, acrescentou postos avanados ao longo do Mar Negro, e sufocou as revoltas na sia Menor. Tambm transformou a armada otomana na maior fora naval do Mediterrneo. Com a idade mais avanada, ele se tornou um mstico religioso e abdicou ao trono em favor de seu filho mais brilhante, Selim I. A primeira tarefa de Selim foi eliminar toda a competio por sua posio. Ele teve seus irmos e filhos, com exceo de um, todos mortos. Desse modo, ele estabeleceu o controle sobre o exrcito, que durante a sucesso tinha apresentado um candidato prprio ao poder. Durante o seu curto reinado, os otomanos se moveram de sul para leste, na Sria, Mesopotmia (Iraque), Arbia e Egito. Em Meca, o santurio do Islam, ele tomou o ttulo de califa, governante de todos os muulmanos. Os sultes otomanos seriam, dali em diante, os chefes espirituais do Islam, deslocando, assim, o antigo califado de Bagd. Ao ocupar os lugares santos do Islam, Selim sedimentou sua posio como o governante religioso mais poderoso. Isto permitiu o acesso direto dos otomanos rica herana cultural do mundo rabe. Intelectuais muulmanos importantes, artistas, artesos e administradores vinham a Constantinopla de todas as partes do mundo rabe. Eles transformaram o imprio muito mais do que o estado islmico tradicional jamais tinha sido. Um outro benefcio dos esforos de Selim foi o controle de todas as rotas comerciais do Oriente Mdio entre a Europa e o Extremo Oriente. O crescimento do imprio foi, durante algum tempo, um impedimento para o comrcio europeu. Este monoplio otomano levou os estados europeus a procurarem rotas alternativas pela frica para chegarem ndia e China, impulsionando o desenvolvimento das navegaes, o que acabou por levar descoberta das Amricas por portugueses e espanhis. O nico filho de Selim, Suleiman, chegou ao trono em uma situao invejvel. As novas receitas proveninentes na histria otomana. No incio de suas campanhas, ele capturou Belgrado (1521 d.C) e a ilha de Rodes (1522 d.C) e fragmentou o poder militar da extenso do imprio, deixaram-no com uma riqueza e poder sem paralelo
hngaro. Em 1529 d.C, ele sitiou Viena, na ustria, mas foi forado a se retirar por falta de suprimentos. Tambm iniciou trs campanhas contra a Prsia. A Arglia, na frica do Norte, se rendeu sua esquadra em 1529 d.C e Trpoli (Lbia), em 1551 d.C. Em suas buscas menos belicosas, ele enfeitou as maiores cidades do Islam com mesquitas, aquedutos, pontes e outras obras pblicas. Em Constantinopla, ele mandou construir muitas mesquitas e, entre elas, a magnfica Mesquita de Suleyman. Declnio do Imprio - 1566 1807: Durante o longo reinado de Suleiman, o imprio otomano alcanou o auge em poder poltico e o mximo de sua extenso geogrfica. As sementes do declnio, no entanto, j estavam plantadas. Como Suleiman j estivesse cansado das guerras e vivendo mais em seu harm, seus vizires assumiram o poder. Depois de sua morte, o exrcito passou a controlar o sultanato, usando isso em seu prprio benefcio. Poucos sultes, depois de Suleiman, tiveram a habilidade de exercer o poder verdadeiro quando a necessidade se apresentava. A este enfraquecimento no centro do poder, se opunha um poder cada vez mais crescente no ocidente. Os estados nacionais na Europa estavam emergindo da Idade Mdia sob monarquias fortes. Estavam formando exrcitos e esquadras que foram poderosas o suficiente para atacar o poder militar otomano decadente. Em 1571 d.C, um acordo entre Veneza, Espanha e os estados papais da Itlia, derrotou os turcos na grande batalha naval de Lepanto, na costa grega. Esta derrota, que derrubou o mito do turco invencvel, aconteceu durante o reinado de Selim II (perodo de 1566 - 1574). Mas, o imprio reconstruiu sua esquadra e continuou a controlar o Mediterrneo oriental por mais um sculo. A medida em que o governo central se tornava mais fraco, partes do imprio comearam a agir mais independentemente, mantendo apenas uma lealdade nominal ao sulto. No entanto, essa armada ainda era forte o bastante para impedir as rebelies nas provncias. Sob o governo de Murad III (1574-1595), novas campanhas foram desenvolvidas. O Cucaso foi conquistado e o Azerbaijo foi ocupado, quando o imprio atingiu a sua maior extenso territorial. Esforos reformistas foram experimentados pelos sultes durante o
sculo XVII, mas pouco pode ser feito para deter o comeo da decadncia. Os otomanos foram expulsos do Cucaso e do Azerbaijo em 1603 d.C e do Iraque em 1604 d.C. O Iraque foi retomado por Murad IV (1623-1640) em 1638 d.C, mas o Ir permaneceu uma ameaa militar persistente no oriente. Uma guerra com Veneza (1645-1669) exps Constantinopla a um ataque da armada naval veneziana. Em 1683 d.C, a ltima tentativa para conquistar Viena fracassou. A Rssia e a ustria lutaram contra o imprio com ataques militares diretos e fomentando a revolta entre os no muulmanos contra o sulto. Comeando em 1683 d.C, com o ataque a Viena, os otomanos estiveram em guerra com os inimigos europeus por 41 anos. Como conseqncia, o imprio perdeu muito de seu territrio nos balcs e todas as possesses no litoral do Mar Negro. O enfraquecimento do governo central, manifestado pelo declnio militar, tambm implicou numa perda gradual do controle sobre a maior parte das provncias. Governantes locais, chamados de notveis, conquistaram para si regies permanentes as quais eles governavam diretamente, independente da vontade do sulto em Constantinopla. Os notveis foram capazes de construir suas bases de poder, porque sabiam da fragilidade do exrcito do sulto e porque as populaes locais preferiam seus governos administrao corrupta da distante capital. Os notveis formaram seus prprios exrcitos e coletavam seus prprios impostos, enviando apenas as contribuies nominas para o tesouro imperial. Selim III (1789-1807) tinha esperanas de reformar o imprio e o seu exrcito, mas no conseguiu e foi destronado. Quando Mahmud II (18081839) chegou ao trono, o imprio estava em situao extrema. O controle da frica do Norte tinha passado para os notveis locais. No Egito, Mohammad 'Ali estava lanando as bases de um reino independente. Se as naes europias tivessem cooperado eles poderiam ter destrudo o imprio otomano. Em 1826 d.C, cinco anos aps o gregos iniciarem sua luta pela independncia, os janizaries tentaram interromper as reformas. Mahmud os massacrou e construiu um novo sistema militar, nos moldes dos exrcitos europeus. Ele tambm reformou a administrao e assumiu o controle sobre alguns dos notveis provinciais, com exceo do Egito. Por ocasio da morte
de Mahmud, o imprio estava mais consolidado e poderoso, mas ainda sujeito interferncia europia. Os filhos de Mahmud, Abdulmecid I (18391861) e Abdulaziz (1861-1876) implementaram diversas reformas, especialmente na educao e no sistema legal. No obstante, em meados do sculo era evidente que a causa otomana era uma causa perdida. O Czar Nicolau I da Rssia, em 1853 d.C, comentou sobre o Imprio Otomano:
Guerras Turco-Russa: Os interesses conflitantes dos estados europeus sustentaram o imprio otomano at depois da I Guerra Mundial. A GrBretanha, em especial, estava determinada a manter a Rssia afastada do acesso ao Mediterrneo pelo mar Negro. A Inglaterra, Frana e a Sardenha tinham ajudado os otomanos a bloquear os russos, durante a guerra da Crimia (1854-1856). A guerra russo-turca de 1877/1878, trouxe a Rssia quase que a Constantinopla. Os otomanos foram forados a assinar o duro Tratado de Santo Estfano, pelo qual terminavam o seu governo na Europa, com exceo dos estados europeus do Congresso de Berlim. Isso ainda deu um flego ao antigo imprio por umas poucas dcadas a mais. Abdulhamid II (1876-1909) estabeleceu laos fortes com a Alemanha a ponto de na I Guerra Mundial os otomanos lutarem ao lado dos alemes. O Fim do Imprio: Foi no incio do sculo XX que os Jovens Turcos, um grupo reformista, passou a pregar reformas para a modernizao do imprio. O grupo reformista teve xito na deposio do sulto Abd Al-Hamid II, em 1909. Mas ao centralizar o poder, esse grupo engendrou o incio da prpria derrocada do imprio, que foi obrigado a enfrentar a insatisfao geral de libaneses, srios, macednios, albaneses, cretenses, alm de enfrentar as discrdias provindas da Bsnia, da Herzegovina, de Trpoli. Ainda na Primeira Guerra Mundial , os otomanos tinham sob controle grande parte do Oriente Mdio, que se juntava aos Aliados em busca de sua independncia. Os sob a liderana de Mustafa Kemal, conhecido como Ataturk, surgiu em tratados de paz de 1918 dissolveram o Imprio Otomano. Um novo governo,
Ancara. O ltimo sulto, Mohammad VI, fugiu, depois que o sultanato foi abolido em 1922. Todos os membros da dinastia otomana foram expulsos do pas dois anos mais tarde. A Turquia foi proclamada uma repblica, com Ataturk como seu primeiro presidente. Durante os 15 anos de seu governo, foi responsvel pela introduo de costumes ocidentais, alm da abolio do califado.
Romana. De um sistema republicano semelhante ao da maioria dos pases modernos, Roma passa a ser governada por um imperador vitalcio, e que em 395 dividir o poder com outro imperador baseado em Bizncio, (depois rebatizada Constantinopla e atualmente Istambul). Foi em sua fase imperial (por volta de 117 d.C.) que Roma acumulou o mximo de seu poder e conquistou a maior quantidade de terras de sua histria, algo em torno de 6 milhes e meio de quilmetros quadrados, um territrio do tamanho do Brasil, sem os estados do Par e Mato Grosso. O imprio tinha por caracterstica principal uma estrutura muito mais comercial do que agrria. Povos conquistados eram escravizados e as provncias (regies controladas por Roma) eram uma grande fonte de recursos. O primeiro imperador foi Otvio, entre 27 a.C. a 14 d.C. Antes, porm, importante citar Jlio Csar, que com suas manobras polticas acabou por garantir seu governo vitalcio, entre 49 a.C. at seu assassinato em 44 a.C. Apesar de no ser considerado imperador, Csar foi o verdadeiro responsvel pela consolidao do regime; prova disso que todos os seus sucessores passam a receber o ttulo de csar, e seu perfil includo em meio ao dos imperadores romanos na histrica obra As Vidas dos Doze Csares, de Suetnio. O Imprio Romano foi governado por vrias dinastias: Dinastia JlioClaudiana (de 14 a 68). Dinastia dos Flvios (de 69 a 96). Dinastia dos Antoninos (de 96 a 192). Dinastia dos Severos (de 193 a 235). A religio politesta romana, em muitos aspectos similares da Grcia antiga foi a principal do Estado durante boa parte de sua histria, at 313, quando o imperador Constantino institui o Edito de Milo, que tornaria o cristianismo religio oficial do imprio at o seu final. Em 395, o imperador Teodsio divide o imprio, estabelecendo uma duarquia, com um imperador em Roma,
IMPRIO ROMANO Recebe o nome de Imprio Romano (em latim, Imperium Romanum) o
responsvel pela metade ocidental e outro em Bizncio, responsvel pela metade oriental do imprio. Por volta do sculo III, inicia-se a lenta decadncia do Imprio Romano, devido corrupo dentro do governo e os gastos com luxo, o que drenava os investimentos no exrcito. Com o fim das conquistas, diminui o nmero de escravos, e h uma queda na produo
estado existente entre 27 a.C. e 476 d.C. e que foi o sucessor da Repblica
agrcola. Isso gerava por sua vez um menor pagamento de tributos das provncias. As constantes presses dos brbaros, aliados aos problemas j citados culminam com o fim do Imprio Romano do Ocidente, em 476. De acordo com a leitura de muitos historiadores, porm, o Imprio Romano s chegou de fato ao seu fim em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Isto porque, apesar de ser conhecido nos manuais de histria como Imprio Bizantino (imprio cuja capital Bizncio), seu nome oficial era Imprio Romano, e seus cidados geralmente se denominavam romanos, apesar da religio estatal ser a ortodoxa grega e a lngua oficial ser o grego. Alis, o adjetivo romano permaneceu na lngua grega com o mesmo sentido at mesmo depois da unificao grega em 1821. No sculo III, observamos o desenvolvimento de uma grave crise que influenciaria enormemente na desintegrao do Imprio Romano. Tomado por um territrio de grandes propores, o Estado no conseguia manter sua hegemonia poltico-administrativa entre os vrios povos que estavam sob o seu domnio. Ao mesmo tempo em que as riquezas obtidas eram imensas, os problemas e gastos tambm se manifestavam em semelhante proporo. O cenrio veio a se agravar com a crise do sistema escravista, desencadeada pela ausncia de novos territrios a serem conquistados e que, por sua vez, garantiriam o fornecimento da enorme fora de trabalho que sustentava o Imprio. Com o passar do tempo, a falta de escravos determinava um natural processo de retrao econmica, j que os proprietrios de terra no poderiam arcar com a explorao de todas as terras disponveis para a atividade agrcola. Uma vez instalada tal retrao da economia romana, o Estado sofria com a diminuio significativa na arrecadao de impostos que lhe fornecia sustento. A falta desses recursos fazia com que os enormes gastos destinados ao exrcito fossem sensivelmente diminudos. De modo direto, a imposio desse problema financeiro enfraquecia os contingentes militares que realizavam a proteo das fronteiras romanas, at ento, j pressionadas com o avano dos povos brbaros. Nesse cenrio de desestruturao, podemos ver que os grandes proprietrios de terra passaram a realizar o arrendamento de suas terras como meio de garantir a explorao econmica das mesmas. Plebeus
vindos das cidades (em crise por conta da retrao das atividades comerciais), escravos libertos e pequenos agricultores livres, ganhavam o direito de explorao das terras oferecendo em troca, o emprego de sua mo de obra nas terras do proprietrio. Desse modo, percebemos que a rica e dinmica economia sustentada pelo trabalho escravo comeava a ruir progressivamente. Sem foras, o governo romano permitiria a entrada dos brbaros em seus domnios, um grande nmero de escravos seria liberto mediante a retrao da economia e a grande massa plebia, sustentada pelo governo, perdia os seus privilgios. Na esfera econmica, as atividades abandonariam um mercado articulado para ento, voltar-se subsistncia local. Observando o desencadeamento desses acontecimentos, vemos que o Imprio Romano perdia as caractersticas fundamentais que organizaram sua prpria existncia. Em linhas gerais, vemos que ao longo das dcadas, uma vasta parcela daqueles domnios estaria marcada por outras caractersticas e prticas nos mbitos cultural, econmico e poltico. A crise se instalava, para assim, termos o desenvolvimento de experincias que marcariam o incio da Idade Mdia. O Imprio Romano (27 a.C. - 476 d.C.): As lutas polticas internas levaram ao poder Otvio (27 a.C.-14 d.C.), primeiro imperador romano. Desgastados pelas disputas internas e externas, os aristocratas romanos e o povo apoiavam a instalao de um governo forte, que estabilizasse a poltica e a economia de Roma. O poder concentrou-se nas mos de Otvio, com ampla aceitao nas diversas camadas da sociedade romana. Otvio recebeu vrios ttulos concedidos pelo Senado, ampliando seus poderes, entre eles o Augusto (sagrado), Princeps Senatus (principal do senado), Imperador (comandante supremo do exrcito), Pontfices Maximus (sacerdote mximo), Pater Patriae (pai da ptria) etc. Seu governo destacou-se pela preocupao com a estabilidade interna e externa do Imprio. Otvio Augusto tornou-se, na prtica, rei absoluto de Roma. Mas no principalmente o Senado, continuassem sobrevivendo na aparncia. Somando tantos poderes,
seu longo governo, Augusto promoveu uma srie de reformas sociais e administrativas. Incentivou a agricultura, o comrcio e a indstria, construiu obras pblicas que geraram empregos, fortaleceu a vigilncia das fronteiras do Imprio, criou a guarda pretoriana para a sua proteo pessoal e estimulou as artes. O imenso Imprio passou a desfrutar um perodo de dois sculos de relativa paz e segurana, conhecido como Pax Romana (Paz Romana). A prosperidade romana conseguida com as conquistas modificou profundamente o comportamento poltico de patrcios e Homens Novos, que desejavam usufruir de seus bens, preocupando-se apenas com o prprio prazer, dando plenos poderes a Otvio. Augusto fez uma reforma social, dividindo as pessoas em grupos, de acordo com a sua riqueza. Os plebeus ricos ficavam no mesmo grupo social dos patrcios. Para a massa de plebeus pobres, havia o servio militar por vinte anos e a possibilidade de receber, depois, terras nas provncias. Restava ainda um grande nmero de desempregados. A eles se oferecia a poltica de po e circo, ou seja, distribuio de pequena quantidade de trigo e espetculos de luta entre gladiadores, entre homens e feras etc. No final do sculo I, o Imprio Romano atingiu sua mxima extenso; j tinha conquistado toda a Itlia e muitos outros territrios da Europa, do norte da frica e do Oriente Mdio. Para proteg-lo, estenderam-se guarnies militares ao longo das fronteiras. Alm de tropas, deslocou-se tambm um grande nmero de funcionrios para essas regies. O Imprio Romano em sua maior extenso, no sculo II: Os sculos I e II foram notveis, em especial pelas construes feitas em Roma e outras cidades e pelo grande desenvolvimento da arte e da literatura. A cultura romana suas leis, seus costumes, sua lngua e seus templos espalhou-se pelas provncias, principalmente europias. Aps a morte de Augusto, em 14 d.C., o perodo imperial costuma ser dividido em dois perodos: alto imprio e baixo imprio.
Alto Imprio (27 a.C.-235): Sucederam a Augusto, at o fim do sculo II, quatro dinastias de imperadores: (1) Dinastia Jlio-Claudiana (14-68) - Com os imperadores Tibrio, Calgula, Cludio e Nero. Essa dinastia esteve ligada aristocracia patrcia romana. A principal caracterstica dessa fase foram os constantes conflitos entre o Senado e os imperadores. Com a morte de Nero, os exrcitos de fronteira passaram a requerer o direito de opinar na sucesso imperial, privilgio at ento da guarda pretoriana. Em meio s revoltas militares, Roma teve em um ano trs imperadores: Galba, indicado pelo exrcito da Espanha, Oto, indicado pela guarda pretoriana e Vitlio, indicado pelo exrcito do Oriente. (2) Dinastia Flvia (68-96) - Com os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano. Esteve ligada aos grandes comerciantes. Os imperadores dessa dinastia, apoiados pelo exrcito, submeteram totalmente o Senado. Nesse perodo, os romanos dominaram a Palestina e houve a disperso (dispora) do povo judeu. Governos relativamente tranqilos em que se verificou um reequilbrio da economia e das instituies. (3) Dinastia Antonina (96-193) - Com Nerva, Trajano, Adriano, Antnio Pio, Marco Aurlio e Cmodo, Roma conheceu um perodo de grande prosperidade, pois os imperadores dessa dinastia, exceto o ltimo, foram excelentes administradores. Adotaram uma atitude conciliatria em relao ao Senado. Roma jamais voltou a conhecer um perodo de esplendor como este. Aps o assassinato de Cmodo, ltimo dos Antoninos, aumentou a luta pelo poder, da qual participavam os militares, que queriam o ttulo de Imperador. Esse perodo, que caracteriza todo o sculo III, denominado Anarquia Militar. (4) Dinastia Severa (193-235) - Com Stimo Severo, Caracala, Heliogbalo e Severo Alexandre, caracterizou-se pelo incio de crises internas e presses externas, exercidas pelos brbaros, prenunciando o declnio do Imprio Romano, a partir do sculo III da era crist. Baixo Imprio (235-476): Em 235, iniciou-se um longo processo que se
estenderia pelos dois sculos seguintes e culminaria com a desagregao de grande parte do Imprio Romano. As principais caractersticas desse processo foram: As crises polticas, j que no havia um critrio definido de sucesso
para o trono. Muitas vezes, a sucesso era marcada por guerras entre os generais mais poderosos; O colapso do sistema escravista, causado pelo fim das guerras de conquistas a partir do governo de Adriano (117-138). Com o trmino das conquistas, perdeu-se a principal fonte de mo de obra escrava, os prisioneiros de guerra; Os problemas econmicos: para pagar suas despesas, o governo era obrigado a aumentar os impostos e a emitir dinheiro, gerando inflao e descontentamento; As dificuldades para proteger e manter as inmeras fronteiras do Imprio. Sem dinheiro para pagar os soldados, extensas reas ficaram desprotegidas, o que facilitou a invaso de povos inimigos, sobretudo os de origem germnica; A difuso do cristianismo, que pregava valores contrrios manuteno do trabalho escravo e divinizao dos imperadores. Todos esses aspectos provocaram o enfraquecimento do comrcio e da produo em todo o Imprio. Aos poucos, a populao abandonaria as cidades para se abrigar no campo, onde encontraria maior proteo contra a invaso de povos inimigos, chamados brbaros pelos romanos. Tentativas de reformas: Ao longo do Baixo Imprio, os imperadores tentaram introduzir reformas para superar a crise. Diocleciano (284-312), ao assumir o trono, criou uma nova forma de governo, exercida por quatro generais, qual denomina-se Tetrarquia. Com isso, Diocleciano pretendia evitar as disputas por ocasio da sucesso e facilitar a defesa dos territrios. Esse sistema de governo, entretanto, no se consolidou, a tetrarquia foi abandonada por seus sucessores, e as guerras de disputa pelo poder voltaram a agitar o Imprio. No reinado de Constantino (313-337), este restabeleceu o poder centralizado e tambm efetuou reformas. Atravs do Edito de Milo, concedeu liberdade religiosa aos cristos. Aps promover a reunificao do Imprio, transferiu a capital de Roma para Bizncio, situada mais ao oriente, que passou a ser chamada Constantinopla. Mais tarde, o imperador Teodsio (378 a 395), promoveu ainda outras medidas para contornar a crise. Em 391, instituiu o cristianismo como religio oficial do Imprio. No mbito administrativo, realizou, em 395, a diviso do Imprio em
duas partes, uma no Ocidente, com capital em Roma, e outra no Oriente, sediada em Constantinopla. Com a morte de Teodsio, o Imprio foi dividido entre seus dois filhos: a parte mais desenvolvida foi dada a Arcdio, com capital em Constantinopla; a parte decadente ficou para Honrio, com capital em Roma. A fragmentao do Imprio: No Ocidente, o poder central mostrava-se impotente para conter as sucessivas invases das fronteiras por outros povos, que passaram a controlar extensas regies do Imprio Ocidental. Entre os sculos IV e V, a situao se agravaria com a chegada dos hunos Europa. Temido por sua habilidade na guerra, esse povo, vindo da regio central da sia, provocava pnico entre os germanos, que invadiam o Imprio para fugir de seus ataques. Em 476, aps inmeras invases e acordos dos germnicos com o Imprio Romano do Ocidente, Odoacro, rei dos hrulos, destronou Rmulo Augstulo, ltimo imperador romano. Com esse ato, desintegrava-se o Imprio Romano do Ocidente, em cujo territrio surgiria diversos reinos germnicos. Enquanto isso, o Imprio Romano do Oriente, ou Imprio Bizantino, ainda que tambm enfrentando muitas invases, conseguiria manter-se por quase mil anos, at 1453, quando seria conquistado pelos turcos. Crise final e desaparecimento do Imprio Romano do Ocidente. A partir do sculo III, o Imprio Romano atravessou vrias crises, que acabaram por provocar sua decadncia e, finalmente, sua desintegrao. Principais causas dessa decadncia: Crise econmica: a economia baseada no latifndio escravista entrou em decadncia com o fim das conquistas, pois se tornou difcil e cara a aquisio de escravos. Muitos trabalhadores livres e at escravos foram fixados como colonos nas grandes propriedades. Descontentamento com os altos impostos: para sustentar o grande nmero de funcionrios e militares, necessrios em territrio to extenso, era preciso muito dinheiro, que era arrecadado do povo. Esse mesmo dinheiro tambm sustentava o luxo e a corrupo dos governantes.
O quase desaparecimento da moeda romana: como a produo diminuiu, faltavam produtos para vender; assim, as importaes aumentaram e, em conseqncia, grande quantidade de moeda saa e no voltava. Desorganizao poltica e militar: a disputa pelo poder, a corrupo e o descuido com a administrao eram constantes. Cada exrcito obedecia mais a seu general do que ao imperador. Alm disso, o assassinato de imperadores era freqente. As Invases dos Brbaros: Inicialmente, eles penetraram no territrio do exrcito. No sculo IV, grupos armados de brbaros foram vencendo os romanos, at derrot-los definitivamente em 476. O sculo V marcou a decadncia definitiva da parte ocidental do Imprio. Entre os fatores que provocaram a queda de Roma, podem ser citados: a deteriorao da economia da Itlia, as lutas internas, a fuga de capitais para o Oriente, a corrupo administrativa e, para dar o golpe de morte, a invaso dos brbaros. Odoacro. Em 476, quando era imperador Rmulo Augusto, a capital do O Imprio Romano do Ocidente chegou ao fim com as invases Imprio Romano do Ocidente caiu nas mos dos brbaros, chefiados por brbaras. Em 476, os hrulos (povo brbaro) chefiados por Odoacro, invadiram Roma e depuseram o ltimo imperador do Ocidente, Rmulo Augstulo. A queda do Imprio Romano do Ocidente marcou o fim da Antiguidade e o incio da Idade Mdia. O Imprio Romano do Oriente durou ainda quase mil anos, at 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos otomanos. Esse fato marcou o fim da Idade Mdia e o incio da Idade Moderna. Otvio tornou-se o primeiro Imperador, governando de 27 a.C. a 14 d.C. Suas primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administrao do novo Estado Imperial: restringiu as funes do Senado; criou uma nova ordem administrativa (as prefeituras); melhorou as formas de cobranas de impostos; instituiu a guarda pretoriana com a funo de garantir a proteo do imperador. Na economia, Otvio incentivou a produo e protegeu as
rotas comerciais. Empreendeu a construo de vrias obras pblicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus. Para ganhar popularidade, Otvio adotou a poltica do po e circo. A paz, a prosperidade e as realizaes artsticas marcaram o governo de Otvio Augusto. O sculo I, em que transcorreu seu governo, ficou conhecido como a pax romana. Aps o governo de Otvio, o Imprio Romano foi governado por vrias dinastias: 1 Dinastia Jlio-Claudiana (do ano 14 ao 68). 2 - Dinastia dos Flvios (do ano 69 ao 96). 3 - Dinastia do Antoninos (do ano 96 ao 192). 4 - Dinastia dos Severos (do ano 193 ao 235). Crise e Decadncia Do Imprio: O imprio Romano, no sculo III, foi afetado pela crise geral do escravismo, iniciada nos reinados dos ltimos Antoninos. A prosperidade romana estava alicerada na agropecuria e, nessa poca, ocorreu uma decadncia na produo de tcnicas agrcolas, sobretudo na Itlia. Somou-se a isso a interrupo da expanso romana no Ocidente, que levou falta de mo-de-obra escrava, barateando,assim, o trabalho livre e assalariado. Os proprietrios passaram a arrendar suas terras aos colonos, instituindo o sistema de colonato (a permanncia do campons na terra). Desses fatores, resultou a diminuio da arrecadao de tributos, levando o Estado a dificuldades de manter a mquina administrativa, principalmente o exrcito, o que culminou com as invases brbaras. O Dominato: Era uma monarquia desptica e militar, semelhante ao helenstico, ou seja, o poder do governante tinha uma fundamentao religiosa. O nome dessa instituio derivou de dominus (senhor), que foi como passaram a se intitular os imperadores a partir de Diocleciano. No governo de Diocleciano, foi criada a Tetrarquia. Para melhorar a defesa das fronteiras, principalmente com a presso dos brbaros, o Imprio foi dividido em quatro partes, cada uma delas com governo prprio. Na economia, Diocleciano tentou reduzir a inflao, por meio do Edito Mximo que consistia na fixao dos preos mximos para os produtos comercializados e um limite de ganhos sobre a jornada de trabalhos. Em 313, Constantino assumiu o
poder e restabeleceu a unidade imperial, valorizando a idia de que a base do Imprio estava fundada nas provncias do Oriente. Estabeleceu, em 330, a capital do Imprio Romano na antiga colnia grega de Bizncio, rebatizada com o nome de Constantinopla. Alm disso, instituiu o Edito de Milo, no qual reconheceu a religio crist, transformando-a na mais importante de Roma. Ainda no sculo IV, os brbaros iniciaram as invases em busca de terras frteis. Em 378, os visigodos investiram contra o Imprio Romano, vencendo-o na batalha de Adrianpolis. Teodsio foi o ltimo imperador uno, instituiindo o Edito de Tessalnica, em 330, pelo qual a religio crist tornava-se oficial do Imprio. Por ocasio da morte de Teodsio (395), o Imprio foi divido em Ocidente, governado por Honrio, e Oriente, governado por Arcdio ambos filhos do Imperador. O Imprio Romano decaiu em 476, invadido pelos hunos. O Cristianismo: O surgimento e expanso do cristianismo estiveram ligados diretamente ao Imprio Romano. A princpio, os romanos tinham uma religio politesta dividida entre domstica e oficial. Na domstica, as famlias consideravam seus antepassados protetores e os cultuavam. Todas as casas possuam um altar onde eram realizados os cultos. Os romanos cultuavam diversas divindades herdadas dos gregos como Jpiter, Vnus, Diana, Baco, Minerva, Netuno e outros. O cristianismo surgiu na Palestina, uma provncia romana e, progressivamente, difundiu-se por todo o Imprio Romano. uma religio monotesta, messinica e proftica. Jesus Cristo ensinou o amor a um nico Deus, ao prximo, assim como pregou a humildade e a fraternidade. Os princpios do cristianismo so: a crena na Trindade, crena em anjos, no juzo final, na ressurreio da carne e na vida eterna. A Boa Nova dos cristos foi pregada pelos apstolos, no Oriente, e chegou at Roma, posterior a morte de Cristo. Inicialmente, essa religio foi muito perseguida pelo Estado romano. Mas, aps sua oficializao por Teodsio, constituiu-se como a religio universal e a mais importante do Ocidente.
Cultura: A cultura romana foi influenciada pela cultura grega. Aps sua expanso pelo Mediterrneo Oriental, essa influncia intensificou-se, na medida em que os romanos entraram em contato direto com a cultura helenstica. O Direito romano foi um dos aspectos mais importantes que os romanos deixaram para outros povos. Ele surgiu como resultado de um processo histrico lento, fruto de lutas sociais distintas entre patrcios e plebeus. A igualdade civil conseguida entre as duas camadas sociais possibilitou o aprimoramento do jus civili romano. Por outro lado, a conquista de outros povos exigiu um tratamento especial para os mesmos, originando o jus gentium. de suma importncia a introduo dos princpios de um direito natural, como por exemplo, o direito vida. Na literatura, destaque para Ccero, orador; os poetas Horcio, Ovdio e Virglio; e como historiador, Tito Lvio, autor de Histria de Roma. A Arquitetura foi a arte mais desenvolvida, marcada pela grandiosidade de suas construes: muralhas, estradas, teatros, anfiteatros, templos, aquedutos, termas e outros. Histria de Roma Antiga e o Imprio Romano: Mito da fundao de Roma - loba amamentando Rmulo e Remo. A histria de Roma Antiga fascinante em funo da cultura desenvolvida e dos avanos conseguidos por esta civilizao. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores imprios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma srie de caractersticas culturais. O direito romano, at os dias de hoje est presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a lngua portuguesa, francesa, italiana e espanhola. Origem de Roma (explicao mitolgica): Os romanos explicavam a origem de sua cidade atravs do mito de Rmulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gmeos foram jogados no rio Tibre, na Itlia. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma. por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e
Origens de Roma (explicao histrica e Monarquia Romana - 753 a.C a 509 a.C): De acordo com os historiadores, a fundao de Roma resulta da mistura de trs povos que foram habitar a regio da Pennsula Itlica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na regio uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta poca, era formada por patrcios ( nobres proprietrios de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesos e pequenos proprietrios ). O sistema poltico era a monarquia, j que a cidade era governada por um rei de origem patrcia. A religio neste perodo era politesta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porm com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influncias gregas. Repblica Romana (509 a.C. a 27 a.C): Durante o perodo republicano, o senado Romano ganhou grande poder poltico. Os senadores, de origem patrcia, cuidavam das finanas pblicas, da administrao e da poltica externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cnsules e pelos tribunos da plebe. A criao dos tribunos da plebe est ligada s lutas dos plebeus por uma maior participao poltica e melhores condies de vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licnia, que garantia a participao dos plebeus no Consulado (dois cnsules eram eleitos: um patrcio e um plebeu). Esta lei tambm acabou com a escravido por dvidas (vlida somente para cidados romanos). Formao e Expanso do Imprio Romano: Aps dominar toda a pennsula itlica, os romanos partiram para as conquistas de outros territrios. Com um exrcito bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras Pnicas (sculo III a.C). Esta vitria foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrneo de Mare Nostrum. Aps dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grcia, o Egito, a Macednia, a Glia, a Germnia, a Trcia, a Sria e a Palestina. Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por
significativas mudanas. O imprio romano passou a ser muito mais comercial do que agrrio. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o imprio. As provncias (regies controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Imprio Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou. Principais imperadores romanos: Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibrio (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192). Luta de gladiadores (po e circo): Com o crescimento urbano vieram tambm os problemas sociais para Roma. A escravido gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condies de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a poltica do Po e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentao e diverso. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estdios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribudos alimentos. Desta forma, a populao carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta. Cultura Romana: A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega. Os balnerios romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem poltica e ampliar seus relacionamentos pessoais. A lngua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do imprio, dando origem na Idade Mdia, ao portugus, francs, italiano e espanhol. A mitologia romana representava formas de explicao da realidade que os romanos no conseguiam explicar de forma cientfica. Trata tambm da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao imprio. Entre os Proserpina. principais mitos romanos, podemos destacar: Rmulo e Remo e O rapto de
Religio Romana: Os romanos eram politestas, ou seja, acreditavam em vrios deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteo grego, porm os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regies conquistadas tambm foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomrficos, ou seja, possuam caractersticas ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, alm de serem representados em forma humana. Alm dos deuses principais, os romanos cultuavam tambm os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a famlia. Principais deuses romanos : Jpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vnus, Ceres e Baco. Crise e decadncia do Imprio Romano: Por volta do sculo III, o imprio romano passava por uma enorme crise econmica e poltica. A corrupo dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exrcito romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o nmero de escravos, provocando uma queda na produo agrcola. Na mesma proporo, caia o pagamento de tributos originados das provncias. Em crise e com o exrcito enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salrio, deixavam suas obrigaes militares. Os povos germnicos, tratados como brbaros pelos romanos, estavam forando a penetrao pelas fronteiras do norte do imprio. No ano de 395, o imperador Teodsio resolve dividir o imprio em: Imprio Romano do Ocidente, com capital em Roma e Imprio Romano do Oriente (Imprio Bizantino), com capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Imprio Romano do Ocidente, aps a invaso de diversos povos brbaros, entre eles, visigodos, vndalos, burgndios, suevos, saxes, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e incio de uma nova poca chamada de Idade Mdia. Legado Romano: Muitos aspectos culturais, cientficos, artsticos e lingsticos romanos chegaram at os dias de hoje, enriquecendo a cultura ocidental. Podemos destacar como exemplos deste legado: o Direito Romano,
tcnicas de arquitetura, lnguas latinas originrias do Latim (Portugus, Francs, Espanhol e Italiano), tcnicas de artes plsticas, filosofia e literatura. Histria da religio romana, influncia grega, deuses, cultos domsticos, cristianismo, politesmo. Jpiter: deus dos deuses da religio romana. Durante o perodo republicano e imperial, os romanos seguiram uma religio politesta (crena em vrios deuses), muito semelhante religio praticada na Grcia Antiga. Esta religio foi absorvida pelos romanos, graas aos contatos culturais e conquistas na pennsula balcnica. Porm, a religio romana no era, como muitos afirmam, uma cpia da religio grega. Os romanos incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regies da pennsula itlica. Os deuses romanos eram os mesmos da Grcia, porm com outros nomes. Zeus Hera Poseidon Atena Ares Artemis Hermes Dionsio Jpiter Juno Netuno Minerva Marte Diana Mercrio Baco
Uma prtica religiosa muito comum na Roma Antiga era a existncia de santurios domsticos, onde eram cultuados os deuses protetores do lar e da famlia (deuses lares e penates). Templos para o culto pblico aos deuses tambm foram erguidos em diversas provncias romanas. Os rituais religiosos romanos eram controlados pelos governantes romanos. O culto a uma religio diferente a do imprio era proibida e condenada. Os cristos, por exemplo, foram perseguidos e assassinados em vrias provncias do imprio romano. Para realizarem seus cultos, muitos cristos encontravam-se nas catacumbas romanas. Muitos imperadores, por exemplo, exigiram o culto pessoal como se
fossem deuses. Esta prtica comeou a partir do governo do imperador Jlio Csar. Com seu significativo crescimento, no sculo IV, o cristianismo passou a ser considerada religio oficial do Imprio Romano. A prtica do politesmo foi, aos poucos, sendo abandonada. Legio Romana: Um dos principais braos militares do Imprio Romano. A legio romana era uma unidade militar de infantaria bsica que existiu durante a Repblica e o Imprio Romano. A legio romana era formada por 10 mil legionrios e centenas de cavaleiros. A palavra legio deriva do latim (legio = recrutamento, alistamento). As legies romanas eram diferenciadas por um nome e um nmero. Durante o auge do Imprio Romano, historiadores afirmam que existiram cerca de 50 legies. Ao legionrio eram recrutados em pocas de necessidades militares, ou seja, quando Roma estava em expanso atravs de guerras. O legionrio romano era um soldado muito bem equipado e seu armamento lhe oferecia totais condies para uma batalha da poca. Seu armamento principal era composto por: elmo de bronze (cassis), capacete metlico (galea), couraa de metal que protegia o peito (lorica), escudo de madeira ou couro (scutum), espada curta (gladio), lana de metal (hasta) e dardo de madeira com ponta de metal (pilo). A fora militar do Imprio Romano estava centrada nestas legies. Grande parte das conquistas militares romanas na Europa, sia e norte da frica ocorreram graas fora e ao preparo militar destes soldados. Diviso do Imprio Romano: Aps a morte do imperador Teodsio em 395, a unidade do Imprio definitivamente quebrada com a diviso feita pelos seus dois filhos: Arcdio (Augusto desde 383), o mais velho, obteve o Oriente com sede em Constantinopla; Honrio (Augusto desde 393), recebeu o Ocidente com sede em Milo ou Ravena. Na poca, este ato no representava qualquer inovao, j que a partilha das responsabilidades e atribuies era prtica corrente. Alm disso, a ideia de unidade mantinha-se devido figura de Estilico, general de origem vndala, imposto por Teodsio como tutor dos jovens soberanos. Nas duas partes do imprio mantinham-se
tambm idnticas instituies, tanto nas provncias como nos organismos centrais. Porm, no h dvida que se vinha j produzindo uma diferenciao econmica e social profunda entre Ocidente e Oriente, iniciada muito antes de 395, e que se acentuou nos anos seguintes, entre 395 e 410, devido, sobretudo, ao problema germnico. O Ocidente apresentava-se militarmente frgil e permevel s investidas brbaras. A partir de 401, os Ostrogodos invadem as provncias do Danbio superior. A partir de 406, so os Vndalos, os Srmatas, os Alanos e os Alamanos que devastam a Glia Ocidental, e Alarico saqueia Roma (410). O prprio Estilico, internamente perseguido pelo partido antibrbaro, decapitado a 22 de agosto de 408. O Ocidente ficou sob o poder dos chefes brbaros e em 476, Odoacro, chefe dos Hrulos, deps o ltimo imperador romano do ocidente, Rmulo Augusto, e devolveu as insgnias ao imperador do Oriente cujos sucessores reinaram em Constantinopla at 1453. O Imprio Romano comeou o seu lento declnio em o sculo III dC, uma das principais causas de sua queda foi uma srie de pragas, especialmente a praga de Cipriano, que dizimou a populao do imprio, tornando mais difcil aumentar impostos suficientes e recrutar exrcitos. Em 284 dC, Diocleciano tornou-se imperador. Ele viu o grande imprio desregrado e o dividiu ao meio, o Imprio Ocidental e Imprio Oriental. Cada era governado por um imperador independente. Sob o governo de vrios imperadores subseqentes, o Imprio Ocidental e Oriental foram novamente unidos em uma nica entidade. Teodsio I foi o ltimo imperador que governou um unificado Imprio Romano. Aps sua morte em 395 dC, o Imprio Romano foi dividido de forma permanente, o Imprio Romano do Oriente governada a partir de Constantinopla, enquanto o Imprio Romano do Ocidente foi governada de forma intermitente entre Roma, Mediolanum e Ravena. Nos sculos IV e V dC, os povos nmades da sia Central comearam a emigrar da sua terra natal e causou danos considerveis em todo o continente euro-asitico. Um destes grupos eram os hunos, que imediatamente chamou um grande movimento involuntrio dos povos germnicos que, sculos antes tinha se mudado da Escandinvia e se chegaram Europa cerca de 370 dC. A chegada dos hunos na Europa
instalaram na margem norte do Imprio Romano. Estes povos germnicos foram forados a deixar seus pases de origem e entrou no mundo mediterrneo, por vezes assentando-se calmamente, por vezes atacando cidades romanas ou, por vezes, oferecendo os seus servios como mercenrios para defender as cidades romanas contra outros invasores brbaros. Os visigodos eram um dos primeiros grupos germnicos a cegar, varrendo os Balcs, derrotando um exrcito romano grande na Batalha de Adrianpolis, em 378 dC e, em seguida, emigrando para a Itlia e saqueando Roma em 410 dC. Finalment acabaram assentando-se e criando um reino na regio da Aquitnia. Logo depois seguiram outros grupos germnicos como os vndalos, que invadiram a Europa Ocidental e frica, onde eles conquistaram Cartago e estabeleceram um reino l. As invases germnicas eram implacveis, os anglos e os saxes invadiram a Bretanha, obrigando Roma a sair da ilha em 410 dC. Os francos tomaram o controle de toda a Glia, e os ostrogodos conquistaram na Itlia. Em 500 dC, o Imprio Romano do Ocidente no existia, tendo sido substitudo por uma srie de reinos germnicos. O Imprio Romano do Oriente manteve-se intacta e ainda sobreviveu por mais mil anos, como o Imprio Bizantino.
No Perodo Pr-Homrico (XX XII a.C.), temos o processo de ocupao da Grcia e a formao dos primeiros grandes centros urbanos da regio. Nessa poca, vale destacar a ascenso da civilizao creto-micnica que se desenvolveu graas ao seu movimentado comrcio martimo. Ao fim dessa poca, as invases dricas foram responsveis pelo esfacelamento dessa civilizao e o retorno s pequenas comunidades agrcolas subsistentes. Logo em seguida, no Perodo Homrico (XI VIII a.C.), as comunidades gentlicas transformam-se nos mais importantes ncleos sociais e econmicos de toda a Grcia. Em cada genos, uma famlia desenvolvia atividades agrcolas de maneira coletiva e dividiam igualmente as riquezas oriundas de sua fora de trabalho. Com o passar do tempo, as limitaes das tcnicas agrcolas e o incremento populacional ocasionou a dissoluo dos genos. Entre os sculos VIII e VI a.C., na Fase Arcaica da Grcia Antiga, os genos perderam espao para uma pequena elite de proprietrios de terra. Tendo poder sobre os terrenos mais frteis, as elites de cada regio se organizaram em conglomerados demogrficos e polticos cada vez maiores. aqui que temos o nascimento das primeiras cidades-Estado da Grcia Antiga. Paralelamente, os gregos excludos nesse processo de apropriao das terras passaram a ocupar outras regies do Mediterrneo. No perodo Clssico, que vai do sculo V at o IV a.C., a autonomia poltica das vrias cidades-Estado era
H mais de quatro mil anos, uma regio excessivamente acidentada da Pennsula Balcnica passou a abrigar vrios povos de descendncia indoeuropia. Aqueus, elios e jnios foram as primeiras populaes a formarem cidades autnomas que viviam do desenvolvimento da economia agrcola e do comrcio martimo com as vrias outras regies do Mar Mediterrneo. Mal sabiam estes povos que eles seriam os responsveis pelo desenvolvimento da civilizao grega. Ao longo de sua trajetria, os gregos (tambm chamados de helenos) elaboraram prticas polticas, conceitos estticos e outros preceitos que ainda se encontram vivos no interior das sociedades ocidentais contemporneas. Para entendermos esse rico legado, estabelecemos uma diviso fundamental do passado desse importante povo.
visivelmente confrontada com o aparecimento de grandes conflitos. Inicialmente, os persas tentaram invadir o territrio grego ao dispor de um enorme exrcito. Contudo, a unio militar das cidades-Estado possibilitou a vitria dos gregos. Logo depois, as prprias cidades da Grcia Antiga decidiram lutar entre si para saber quem imperaria na Pennsula Balcnica. O desgaste causado por tantas guerras acabou fazendo de toda a Grcia um alvo fcil para qualquer nao militarmente preparada. A partir do sculo IV a.C., os macednios empreenderam as investidas militares que determinaram o fim da autonomia poltica dos gregos. Esses eventos marcaram o Perodo territrio grego. Helenstico, que termina no sculo II a.C., quando os romanos conquistam o
Sociedade Grega: Organizao social na Grcia Antiga, o caso de Atenas, as principais camadas da sociedade grega antiga. Aristocracia grega: domnio das terras e da vida pblica. A sociedade grega era marcada por profundas desigualdades sociais. Embora houvesse uma diferenciao na organizao social de cada cidade-estado, no geral quase todas seguiam certo padro. Vamos usar a cidade-estado de Atenas como exemplo. (1) Os cidados - Os homens livres e nascidos nas cidades-estados eram proprietrios de terras, formavam a aristocracia rural, e possuam uma boa condio econmica e social. Conhecidos como euptridas em Atenas, eram os nicos que possuam direitos polticos. Vale lembrar que as mulheres e crianas de Atenas no eram considerados cidados e, portanto, no podiam participar da vida pblica. Formavam a minoria da sociedade. (2) Os estrangeiros - Originrios de outras cidades-estados, colnias ou regies, os periecos trabalhavam com artesanato e comrcio. No podiam participar da vida pblica de Atenas, pois no possuam direitos polticos. Os periecos tambm no podiam ser proprietrios rurais. (3) Os escravos - Era a grande maioria da sociedade. Eram, principalmente, prisioneiros de guerras, capturados e comercializados. Executavam quase todo tipo de trabalho, desde atividades domsticas at trabalho pesado na extrao de minrios. A base da mo-de-obra na agricultura tambm era escrava. Tinham uma vida marcada por sofrimento, pobreza e desrespeito. Em funo destas condies, ocorreram vrias revoltas sociais envolvendo os escravos gregos. MITOLOGIA GREGA (Caractersticas da Mitologia Grega, principais mitos e lendas, deuses gregos, Minotauro, Medusa, Hrcules, a influncia da religio na vida poltica, econmica e social dos gregos) Os gregos criaram vrios mitos para poder passar mensagens para as pessoas e tambm com o objetivo de preservar a memria histrica de seu povo. H trs mil anos, no havia explicaes cientficas para grande parte
dos fenmenos da natureza ou para os acontecimentos histricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos polticos, econmicos e sociais, os gregos criaram uma srie de histrias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, atravs da literatura oral. Grande parte destas lendas e mitos chegou at os dias de hoje e so importantes fontes de informaes para entendermos a histria da civilizao da Grcia Antiga. So histrias riqussimas em dados psicolgicos, econmicos, materiais, artsticos, polticos e culturais. Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicaes para tudo. A imaginao frtil deste povo criou personagens e figuras mitolgicas das mais diversas. Heris, deuses, ninfas, tits e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espcie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus orculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e tambm sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicaes mitolgicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condio fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comrcio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho. Os principais seres mitolgicos da Grcia Antiga eram: - Heris: Seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Hercles ou Hrcules e Aquiles. - Ninfas: Seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade. - Stiros: Figura com corpo de homem, chifres e patas de bode. - Centauros: Corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo. - Sereias: Mulheres com metade do corpo de peixe, atraam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Grgonas: Mulheres, espcies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa. - Quimera: mistura de leo e cabra que soltava fogo pelas ventas. - O Minotauro: um dos mitos mais conhecidos e j foi tema de filmes, desenhos animados, peas de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabea de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moas gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porm acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro. Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de l e uma espada. O heri entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de l que havia marcado todo o caminho percorrido. - Deuses gregos: De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grcia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relaes sociais e polticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porm possuam caractersticas de seres humanos. Cimes, inveja, traio e violncia tambm eram caractersticas encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta unio entre deuses e mortais surgiam os heris. - Conhea os principais deuses gregos: Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Cu. Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza. Poseidon - deus dos mares. Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitrios e do subterrneo. Hera - deusa dos casamentos e da maternidade. Apolo - deus da luz e das obras de artes. rtemis - deusa da caa e da vida selvagem. Ares - divindade da guerra. Atenas. Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de
Cronos - deus da agricultura que tambm simbolizava o tempo. Hermes - mensageiro dos deuses, representava o comrcio e as comunicaes. Hefesto - divindade do fogo e do trabalho. HISTRIA DA GRCIA ANTIGA
(Expanso grega, sociedade grega, mitologia grega, arte grega, economia, civilizao grega, religio, plis, cidades-estados, Atenas e Esparta, cultura grega, Olimpadas, Guerra do Peloponeso, mapa da Grcia, resumo) A civilizao grega surgiu entre os mares Egeu, Jnico e Mediterrneo, por volta de 2000 AC. Formou-se aps a migrao de tribos nmades de origem indo-europia, como, por exemplo, aqueus, jnios, elios e drios. As plis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida poltica dos gregos, surgiram por volta do sculo VIII a.C. As duas plis mais importantes da Grcia foram: Esparta e Atenas. Por volta dos sculos VII a.C e V a.C. acontecem vrias migraes de povos gregos a vrios pontos do Mar Mediterrneo, como conseqncia do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territrios para a prtica da agricultura. Na regio da Trcia, os gregos fundam colnias, na parte sul da Pennsula Itlica e na regio da sia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colnias da sia Menor e o Imprio Persa ocasiona as famosas Guerras Mdicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos. Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as plis gregas so dominadas e controladas pelos Macednios. Economia da Grcia Antiga: A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cermica, teve grande a aceitao no Mar Mediterrneo. As nforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da pennsula. Com o comrcio martimo os gregos alcanaram grande desenvolvimento,
chegando at mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mo-de-obra na Grcia. Cada cidade-estado tinha sua prpria forma poltico-administrativa, organizao social e deuses protetores. Cultura e religio: Foi na Grcia Antiga, na cidade de Olmpia, que surgiram os Jogos Olmpicos em homenagem aos deuses. Os gregos tambm desenvolveram uma rica mitologia. At os dias de hoje a mitologia grega referncia para estudos e livros. A filosofia tambm atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no sculo V ( Perodo Clssico da Grcia). Plato e Scrates so os filsofos mais conhecidos deste perodo. A dramaturgia grega tambm pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuam anfiteatros, onde os atores apresentavam peas dramticas ou comdias, usando mscaras. Poesia, a histria, artes plsticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega. A religio politesta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuam caractersticas humanas e de deuses. Os heris gregos (semideuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos: Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), rtemis (deusa da caa e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Demter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega tambm era muito importante na vida desta civilizao, pois atravs dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes. Os gregos costumavam tambm consultar os deuses no orculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questes importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro. Na arquitetura, os gregos ergueram palcios, templos e acrpoles de mrmore no topo de montanhas. As decises polticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na gora (espao pblico de debate poltico). A Grcia Antiga ou
Hlade influenciou profundamente a formao da cultura ocidental. Dos gregos ou helenos antigos herdamos uma gama de conhecimentos cientficos, os grandes fundamentos do pensamento filosfico e poltico, presentes nas obras de Scrates, Plato e Aristteles. Tambm nossos padres estticos de arte e beleza foram herdados dos gregos. Grcia em grego . Grego o nome pelo qual os romanos designavam os helenos, habitantes da Hlade que ficou conhecida como Grcia. Hlade Hells - dos, que desde os tempos de squilo designa a totalidade da regies habitadas pelos helenos. As formas portuguesa Grcia, castelhana e italiana Grecia, francesa Grce, inglesa Greece, so um eruditismo calcado sobre o latim Grcia (com o etnnimo respectivo grego, griego, greco, grec e greek, do latim grcus). A Grcia antiga abrangia o sul da pennsula Balcnica (Grcia europia), as ilhas do mar Egeu (Grcia insular) e o litoral da sia menor (Grcia asitica). A partir do sculo VIII a.C., os gregos ampliaram seu territrio de ocupao, fundando colnias no Mediterrneo e no sul da Itlia, que passou a chamarse Magna Grcia. Do sculo XII ao VIII a.C., os grupos humanos que estavam estabelecidos na Grcia encontravam-se organizados em genos, ou seja, famlias coletivas constitudas por um grande nmero de pessoas sob a liderana de um patriarca. Foi o perodo das comunidades gentlicas. Na organizao hierrquica dos genos, o patriarca, ou pater, era a autoridade mxima, exercendo as funes de juiz, chefe religiosos e militar. O critrio que definia a posio social dos indivduos na comunidade era o seu grau de parentesco com o pater. Para enfrentar um inimigo comum, algumas comunidades gentlicas se uniram, formando uma fratria. As fratrias reunidas constituram uma tribo, a qual se submetia a autoridade do filobasileu, o comandante do exrcito. A unio de vrias tribos, deu origem ao demos (povo ou povoado), que reconhecia como seu lder o basileu . A crise da sociedade gentlica alterou a estrutura interna dos genos. A terra deixou de ser propriedade coletiva. As melhores terras passaram a ser dominadas pelos parentes mais prximos do pater, que passaram a ser chamados de georgis (agricultores), parentes mais distantes do patriarca. Nesse euptridas (Bem-nascidos). O restante das terras foi dividido entre os
processo, os mais prejudicados foram os thetas (marginais), para os quais nada restou. Entre os sculos VIII e VI a.C., vrias tribos se uniram formando comunidades independentes, que deram origem s polis ou cidades-estados. A Grcia possuiu mais de cem cidades-estados independentes ou autonomas que, de modo geral, possuiam seus regimes polticos prprios, algumas se mantiveram oligrquicas outras tornaram-se democrticas. As duas plis mais importantes da Grcia antiga foram Atenas (a democrtica) e Esparta (a oligrquica). Atenas: Atenas situa-se na tica. Em grego antigo, Atenas era chamada (Athnai), em homenagem deusa grega Atena. A ocupao inicial da tica foi realizada pelos aqueus, seguidos posteriormente por elios e principalmente jnios, todos povos indo-europeus. Atenas ficou famosa por ter sido poderosa Cidade-Estado e um centro cultural e intelectual muito importante nos tempos antigos (atualmente a capital de Grcia). Atenas conservou a monarquia por muito tempo, at a aristocracia (Bem -nascidos) solaparem o poder do basileu, que foi substitudo pelo arcontado composto por nove arcontes com mandatos anuais. Foi tambm criado um conselho o aerpago composto por euptridas, com funo de regular a ao dos arcontes. As leis draconianas tm um importante papel na histria do Direito, por serem o primeiro cdigo de leis escrito. Estas leis eram sempre favorveis aos euptridas e cobriam penas extremamente severas aos infratores. Para os crimes graves, aqueles submetidos ao Arepago, as penas eram a morte ou o exlio. Tanto o furto como o assassinato recebiam a mesma punio: a morte. Essa severidade fez que o adjetivo draconiano chegasse posteridade como sinnimo de desumano, excessivamente rgido ou drstico. Alm dos euptridas, georgis e thetas, a sociedade ateniense ainda tinha: os Demiurgos, que eram artesos ou comerciantes, em geral, georgis direitos polticos. As lutas entre classes sociais, a instabilidade e o empobrecidos ou thetas; os Escravos, geralmente prisioneiros de guerra, sem
crescimento de Atenas foram fatores que motivaram o surgimento de reformas, feitas por legisladores. Dentre esses legisladores, destacou-se Drcon. Arconte, de origem aristocrtica, Drcon recebeu em 621 a.C. poderes extraordinrios para preparar um cdigo de leis escritas (at ento eram orais), Drcon elaborou um rgido cdigo de leis baseado nas normas tradicionais arbitradas pelos juzes. Em 594 a.C., Slon (em grego, Sln, na transliterao), um legislador ateniense, iniciou uma reforma mais ambiciosa, onde as estruturas social,poltica e econmica da plis ateniense foram alteradas. Ele cria a Eclsia (assemblia popular), na qual participavam todo homem maior de 30 anos, livre (no escravo), ateniense e de pai e me ateniense. Contudo, a participao no por nascimento, agora ela censitria. O critrio da riqueza possibilitou a asceno poltica dos demiurgos. Criava-se, assim, a Timocracia (do grego, timos = riqueza, e kratos = poder). Slon criou o Conselho dos Quatrocentos, ou Bul. A Eclsia aprovava as medidas da Bul. Criou tambm o tribunal de justia, o Helieu, aberto a todos os cidados. Na sua reforma, Slon proibiu a hipoteca da terra e a escravido por endividamento atravs da chamada lei Seixatia, dividiu a sociedade pelo critrio censitrio (pela renda anual). Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que no queria perder seus privilgios oligrquicos, e o Povo, que desejava mais que uma poltica censitria, e sim a promoo de uma reforma agrria. A conturbao poltica que se seguiu a reforma de Slon permitiu o surgimento dos tiranos, ditadores que usurparam o poder. O primeiro e mais importante deles foi Pisstrato, que governou Atenas de 561 a 527 a.C. Ele foi sucedido por seus filhos Hiparco e Hpias, que logo no perderam o apoio do povo. Em 510 a.C., eclode uma revolta, liderada por Clstenes, um nobre ateniense, que finaliza a tirania e estabelece a Democracia ateniense. Democracia Representativa e Direta: Democracia direta refere-se ao
sistema onde os cidados decidem diretamente cada assunto por votao. Em democracias representativas, em contraste, os cidados elegem representantes em intervalos regulares, que ento votam os assuntos em seu
favor. A democracia direta tornou-se cada vez mais difcil e necessariamente se aproxima mais da democracia representativa, quando o nmero de cidados cresce. Historicamente, a democracia mais direta foi o antigo sistema poltico de Atenas. O sistema de eleies que usado em alguns pases ocidentais de Estado, pode ser considerado como uma forma de democracia representativa, onde o povo elege seus representantes locais. A Democracia um regime de governo onde o poder de tomar importantes decises polticas est com os cidados (povo). A palavra Democracia vem do grego demos (povo) e kratos (poder), significando poder do povo, ou seja, governo feito pelo povo. O povo torna-se soberano para decidir seu prprio destino. O filosofo grego Aristteles, em seu livro Poltica, discute as caracteristicas da cidadania: O governo civil pertence a todos os que so
tambm tinha o poder de votar o ostracismo exlio por um perodo de dez anos contra todos os que pusessem em perigo a democracia ateniense. A Pnyx (Assemblia) de Atenas com vista da Acrpole, rea mais alta da cidade onde se localizava os principais templos e palcios da regio. A assemblia popular era realizada em praa pblica ou gora, um smbolo da democracia direta, e, em especial, da democracia ateniense, na qual todos os cidados tinham igual voz e direito a voto. Em Atenas, a Eclsia se reunia em um local especfico, um anfiteatro natural, na colina denominada Pnyx (em grego: , pronunciado Pnuks). Para votar alguma lei na assemblia, os atenienses no contavam com partidos, pois no existiam, mas sim com seus parentes ou crculos sociais. O perodo de apogeu da democracia ateniense compreende a poca do governo de Pricles (em grego ), estratego e poltico grego, que governou Atenas de 461 a 429 a.C.. Foi um dos principais lderes democrticos de Atenas e a maior personalidade poltica do sculo V a.C.. Sua poca chamada de a Era de Ouro de Atenas.
livres e iguais. No a residncia que constitui o cidado: os estrangeiros e os escravos no so cidados, mas sim habitantes. No participam, o que constitui propriamente o cidado, sua qualidade verdadeiramente ento, a no ser de um modo imperfeito, dos direitos da Cidade. Portanto, caracterstica, o direito de voto nas Assemblias e de participao no
Nossa constituio poltica no segue as leis de outras cidades, antes lhes serve de exemplo. Nosso governo se chama Democracia, porque a administrao serve aos interesses da maioria e no de uma minoria.
reformas de Clstenes era um sistema poltico do qual participavam todos os cidados atenienses livres e iguais, isto , os homens, adultos, filhos de pai e me atenienses. Estes, entretanto, constituiam uma minoria da qual estavam excludos as mulheres, os estrangeiros (metecos) e os escravos. A democracia ateniense era baseada em trs conceitos bsicos relacionados a cidadania: a igualdade perante a lei ou isonomia (Do grego isos = igual, e nomos = norma), ou seja, as leis e os direitos eram iguais e os mesmos para todos; a isotimia (de isos = igualdade, e timos = riqueza), pois todos os cidados podiam participar da vida pblica; "isagoria" (de isos = igual , e agos = orador), era igualdade de todos para falar na gora, para debater os negcios pblicos, enfim, liberdade de pensamento, de palavra e de crtica. Com a democracia, a Eclsia, assemblia popular composta por seis mil cidados, teve seus poderes decisrios aumentados, fiscalizando a atuao das demais instituies polticas e votando as propostas da Bul. A Eclsia
negcios privados. Quanto participao na vida pblica, porm, cada qual obtm a considerao de acordo com seus mritos e mais importante o valor pessoal que a classe a que pertence; isso quer dizer que ningum sente o obstculo de sua pobreza ou condio social inferior quando seu nossa cidade digna de admirao. Pricles nasceu de uma famlia da
Eleito e reeleito vrias vezes como estratego-chefe (strategos-arconte), acumulou a chefia civil e a liderana militar da cidade, fazendo com que Atenas alcanasse a maior projeo poltica, econmica e cultural em toda a sua histria. Isto se deu aps a ecloso das Guerras Prsicas ou Mdicas. A partir do sculo VIII a.C., com a crise da sociedade gentlica e a consolidao da apropriao da propriedade privada das terras pelos
De acordo com nossas leis somos todos iguais no que se refere aos
valor o capacite a prestar servios cidade. Por essas razes e muito mais,
nobreza ateniense, os Alcmenidas, descendente do lder reformista Clstenes.
euptridas ou Bem-nascidos (eu = Bom, ptrida = parido), o cultivo da terra assumiu grande importncia em Atenas. A aristocracia ateniense formada pelos euptridas, que eram os cidados, nutria grande averso a qualquer espcie de trabalhos manuais, voltando-se para as atividades exclusivamente polticas, intelectuais e artisticas. Para exercerem a poltica necessitavam do cio (schle), ou seja, de tempo livre, para isso necessitavam de outros elementos sociais que para eles trabalhassem. Os georgis eram pequenos proprietrios rurais, que trabalhavam com seus familiares e produziam para a subsistncia. Eles no possuam direitos civis, no sendo, portanto, considerados cidados. Os Demiurgos, que eram artesos ou comerciantes, em geral, georgis empobrecidos ou thetas. Eles eram principalmente carpinteiros, ferreiros e ceramistas. Com o desenvolvimento do comrcio, um grande nmero de estrangeiros fixou-se em Atenas. Estes eram os metecos (em grego, metokos), que eram comerciantes e artesos, mas havia tambm metecos banqueiros, mdicos, trabalhadores de obras pblicas. Os metecos no possuiam qualquer direito poltico. O crescimento da cidade de Atenas e o seu desenvolvimento econmico levou ao crescimento do uso do trabalho de escravos, obtidos atravs da guerra, do comrcio ou por dividas. A escravido (denominada tambm escravismo ou escravatura) a prtica social em que um ser humano tem direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual imposta tal condio por meio da fora. Antes das reformas de Slon, um ateniense, principalmente gergoi ou theta, podia ser obrigado a pagar suas dvidas com a liberdade, tornando-se escravo de outro ateniense. A guerra, a pirataria e o comrcio eram as principais fontes de trabalhadores escravos. Os mais importantes mercados de cativos encontravam-se na costa da sia menor, Macednia, Sria, Trcia e Egito. Os escravos eram legalmente considerados como uma mercadoria. Podiam ser vendidos, comprados, penhorados, emprestados, etc. Sua condio de escravo era vitalcia e hereditria. A totalidade da produo de seu trabalho pertencia ao seu senhor. Trabalho escravo na agricultura era comum em Atenas. Os escravos eram explorados no trabalho do campo nas terras dos euptridas e na indstria artesanal. Havia tambm escravos que
eram pedagogos, professores, conselheiros, etc. Fiao, tecelagem, confeco de roupas e trabalhos domsticos eram realizados por escravas que tinham suas atividades dirigidas pela senhora da casa. Alguns escravos trabalhavam para seus senhores fazendo servios diversos para outras pessoas ou vendendo artigos sob a obrigao de entregar uma renda ao final do servio ao seu senhor. Estes escravos no podiam possuir bens imveis ou participar da vida poltica, mas podiam juntar um peclio, que poderia ser utilizado para a compra de sua liberdade, ou seja, a manumisso. O escravo liberto ascendia a categoria de meteco, ou seja, era um estrangeiro sem direitos pblicos. Muitos escravos eram explorados pelo estado como funcionrios pblicos, sendo empregados como varredores, agentes policiais, carrascos, remadores, operrios, etc. Aristteles considerava legitima a escravido, sendo duas as possibilidades para a escravizao humana: uns nascem destinado por natureza, outros os so quando capturados em guerra: O homem que,
natureza: uma posse e um instrumento para agir separadamente e sob as ordens de seu senhor. No apenas necessrio, mas tambm vantajoso que haja mando por um lado e obedincia por outro; e todos os seres,
desde o primeiro instante do nascimento, so, por assim dizer, marcados pela natureza, uns para comandar, outros para obedecer. Todos os que no tm nada melhor para nos oferecer do que o uso de seus corpos e de seus membros so condenados pela natureza escravido. Numa palavra,
naturalmente escravo aquele que tem to pouca alma e poucos meios que mais ou menos o mesmo e tiram-se deles os mesmos servios para as necessidades da vida. Alm da escravido natural, existe aquela que chamamos escravido estabelecida pela lei; esta lei uma espcie de vencedor.
Guerras Mdicas: D-se o nome de Guerras Mdicas (ou Guerras Medas, Guerras Greco-Persas, Guerras Greco-Prsicas e Guerras Persas) aos
enfrentamentos entre os antigos gregos e o Imprio Persa durante o sculo V a.C. As Guerras Mdicas ocorreram entre os povos gregos (aqueus, jnios, drios e elios) e os medo-persas, pela disputa sobre a Jnia na sia Menor. Em 490, Dario (522-486 a.C.) decidiu enviar Grcia continental uma expedio punitiva. Ertria foi arrasada e saqueada, mas os atenienses e plateenses, chefiados por Milcades (550-489 a.C.), conseguiram rechaar os persas na Batalha da plancie de Maratona. Xerxes (486-465 a.C.), filho de Dario, comandou dez anos depois (480 a.C.) uma invaso Grcia em grande escala. As tropas helenicas decidiram det-los ao mximo no desfiladeiro das Termpilas (que significa Portas Quentes). Neste lugar, o rei espartano Lenidas colocou cerca de trezentos soldados espartanos e mais mil de outras regies. Naquele desfiladeiro to estreito os persas no podiam usar sua famosa cavalaria, e sua superioridade numrica estava bloqueada. Mas ocorreu que os gregos foram trados por Efaltes, que conduziu Xerxes atravs dos bosques para chegar pela retaguarda sada das Termpilas. As cidades-estados gregas esqueceram as disputas internas que existiam entre elas e uniram-se, comandados pelo ateniense Temstocles venceram os persas na Batalha naval de Salamina (480 a.C.) e na de Platias (479 a.C.), acabando com as intenses de domnio de Xerxes. Esparta: Esparta (em grego , em grego moderno Sprti, em grego antigo, Sprt) era uma cidade-estado da Antiga Grcia (atualmente um municpio da Grcia), fundada no sculo IX a.C. e situada nas margens do rio Eurotas, no sudeste da regio do Peloponeso, na planicie da Lacnia. Esparta, tambm conhecida como Lacedemnia, foi formada pelos drios, povo indo-europeu essencialmente guerreiro. Esparta possuia uma estrutura social extremamente rgida, dividindo-se em: (1) Espartanos ou esparciatas ou ainda lacedemnios: Os descendentes dos conquistadores drios, eram os nicos detentores da cidadania em Esparta e, portanto, com direitos polticos. Formavam uma classe privilegiada que monopolizava o poder militar e, por decorrncia, o poltico e o religioso. (2) Periecos: Eram os habitantes dos arredores das cidades, descedentes das populaes nativas submetidas pelos
drios. Livres, deicavam-se ao comrcio e ao artesanato. (3) Hilotas: Eram os servos pertencentes ao Estado, descendentes da populao dominada pelos drios. Politimente, Esparta organizava-se sob uma diarquia, ou seja, uma monarquia composta por dois reis, que tinham funes guerreiras e religiosas. As funes executivas, entretanto, eram exercidas pelo Eforato composto por cinco membros eleitos anualmente, que administravam os negcios pblicos da cidade. Havia a Gersia, composta por 28 membros da aristocracia, com idade superior a sessenta anos, que tinham funes legislativas. Na base da estrutura poltica espartana estava a pela ou assemblia popular, formada por todos os cidados iguais maiores de trinta anos, os homoioi (em grego, iguais ou semelhantes), que tinha a funo de votar leis e escolher os gerontes. A educao espartana, que recebia o nome tcnico de agog, estava concentrada nas mos do Estado, sendo uma responsabilidade obrigatria do governo. Estava orientada para a interveno na guerra e a manuteno da segurana da cidade, sendo particularmente valorizada a preparao fsica que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patritico. Desde o nascimento at morte, o espartano pertencia ao estado. Os recm-nascidos eram examinados por um conselho de ancios que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficincia fsica ou mental ou no fossem suficientemente robustos, ou seja, praticavam a eugenia. A partir dos 7 anos de idade, os pais (cidados) no mais comandavam a educao dos filhos. As crianas eram entregues orientao do Estado, que tinha professores especializados para esse fim, o paidnomo. Os jovens viviam em pequenos grupos coletivos, levando vidas muito austeras, realizavam exerccios de treino com armas e aprendiam a tctica de formao. A fama do guerreiro espartano perpassa a histria, sendo uma das principais caractersticas conhecida desta sociedade grega. Cena do Filme 300 de Esparta que descreve a Batalha das Termpilas (480 a.C.), quando 300 guerreiros espartanos comandados pelo Rei Lenidas lutaram at a morte para refrear o avano do exrcito persa do Rei Xerxes no territrio grego. Os homens espartanos (esparciatas) eram mandados ao exrcito aos sete anos de idade, onde recebiam educao e aprendiam as artes da guerra
e desporto. Aos doze anos, eram abandonados em penhascos sozinhos (s contavam uns com os outros), nus (para criarem resistncia ao frio) e sem comida (para caarem e pescarem). Essa educao estava voltada para ensinar aos esparciatas valores guerreiros como fora, resistncia, seriedade, bravura, disciplina, solidariedade e astcia. Com 18 anos, os esparciatas ingressavam no exrcito, tornando-se hoplitas. Os jovens lacedemnios, chamados de eiren, poderiam atacar a qualquer momento servos (hilotas), a fim de lutar e se preparar para a guerra, isto era chamado de Kriptia. Aos 30 anos de idade o esparciata tornava-se cidado, adquiria plenos direitos polticos, podendo, ento, participar da Assemblia do Povo ou dos Cidados (pela). Depois de concludo o perodo de formao educativa, os cidados de Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, continuavam a viver em grupos e estavam obrigados a participar na guerra. O poeta espartano Tirteu foi o grande pensador do estilo guerreiro do espartano. Em seus poemas costumava exaltar os valores guerreiros desejaveis pela sociedade espartana: Eu no quereria guardar memria de
singularidade, ningum se atreve a prejudic-lo ou ofend-lo. Quando chega velhice, infunde um respeito profundo, e onde quer que chegue todos lhe do lugar.
As mulheres espartanas recebiam educao quase igual dos homens, participando dos torneios e atividades desportivas. O objetivo era dot-las de um corpo forte e saudvel para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia na prtica do exerccio fsico ao ar livre. Assim como os homens, tambm iam aos quartis quando completavam 7 anos de idade para serem educadas e treinadas para a guerra mas dormiam em casa. A xenofobia (em grego, xeno estrangeiros e fobia medo) era uma das caracteristicas da sociedade espartana. Xenofobia comumente associado a averso a outros povos e culturas. tambm associado fobia em relao a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivduo ou o grupo social que apresenta a fobia habitualmente no entra em contato e evita. Esparta era uma cidade conservadora, os espartanos limitavam ao mximo relaes com estrangeiros, inclusive gregos de outras cidades, a fim de dificultarem a penetrao de idias perigosas ou nocivas sociedade espartana. Laconismo um modo breve ou conciso de falar ou de escrever. Foi uma das principais caractersticas da sociedade espartana, na regio da Lacnia, de onde deriva o termo. A educao intelectual espartana compreendia um pouco de leitura e de escrita. Mas os espartanos aprendiam sobretudo a dizer muita coisa em poucas palavras. Para a sociedade conservadora e militarista de Esparta, o laconismo era um mecanismo de preservao da ordem, porque contribua para formao de um ambiente social e poltico acrtico e alienado, gerando conformismo ideolgico, o que impedia que os indivduos questionassem o sistema em Esparta. em suas prprias terras, pois desprezavam essas atividades, e tinham como ofcio a guerra e a defesa de sua cidade. O trabalho necessrio sua manuteno era realizado pelos hilotas. Os hilotas (em grego Helotai O espartano no se preocupava com trabalhos manuais e no trabalhavam
um homem nem falar dele devido virtude dos seus ps ou sua destreza na luta, ainda que ele tivesse a fora dos ciclopes e ganhasse em velocidade do trcio Breas. E ainda se tivesse todas as glrias do mundo, mas no possusse o valor guerreiro, no quereria honr-lo. No dar boas provas de si na luta se no for capaz de encarar a morte sangrenta na
peleja e de lutar corpo-a-corpo com o adversrio. Isso arete (virtude), este o ttulo mais alto e mais glorioso que um jovem pode alcanar entre os homens. bom para a comunidade, para a cidade e para o povo que o
homem se mantenha com o p firme frente aos combatentes e afaste da sua cabea qualquer idia de fuga. Mas aquele que cai entre os combatentes e perde a vida bem-amada cobre de glria a sua cidade, os seus concidados e o seu pai, ao ser chorado por todos, novos e velhos, quando jaza, com o peito, o cncavo escudo e a armadura trespassada por muitos projteis; a sua dolorosa memria enche a cidade inteira e so honrados entre os
homens o seu sepulcro e os seus filhos, e os filhos dos seus filhos e toda a
ou Helotes) eram os servos de Esparta.O hilota tinha um senhor mas este no era o seu possuidor, o senhor no podia vender o hilota, expuls-lo, mat-lo. Os hilotas eram servos que pertenciam ao estado espartano, trabalhavam nos kleros (lotes de terra), entregando metade das colheitas ao Espartano e eram duramente explorados. Deviam cultivar essa terra a vida inteira e no podiam ser expulsos de seu lugar. Levavam uma vida muito dura, sujeita a humilhaes constantes. Foram protagonistas de vrias revoltas contra o estado espartano. Para controlar as revoltas e manter os hilotas sob clima de terror, os espartanos organizavam expedies anuais de extermnio (krypteia ou criptias). Alguns deles trabalhavam em construes de templos, nas casas dos espartanos, no auxlio aos soldados do exrcito e na cozinha pblica que preparava e servia repastos para os esparciatas. Outro grupo social subordinado era o dos periecos. Eram homens livres, porm no eram cidados. Os periecos eram, em sua grande maioria, artesos, pequenos proprietrios de terras pouco frteis e comerciantes, podendo possuir terras e bens mveis; gozavam de certa autonomia, vigiada por funcionrios espartanos, os Harmostes, e eram obrigados a pagar tributos. Os periecos eram convocados constantemente para participarem do exrcito e lutavam por vezes separados por vezes lado a lado com os esparciatas. Guerra do Peloponeso: As relaes entre Atenas e Esparta tornaram-se tensas aps as Guerras Mdicas, com lutas freqentes e trguas cclicas, tudo pela disputa da hegemonia grega. Atenas, aps a guerra contra os persas formou politicamente a Liga de Delos (tambm chamada de Liga Martima Ateniense), que controlava o comrcio martimo com a sua poderosa frota, desfrutando igualmente de uma boa situao financeira. Esparta, por seu lado, assentava a sua estratgia poltica num exrcito imbatvel e bem treinado, respondendo Liga de Delos com uma confederao de cidades, a Liga do Peloponeso, que reunia, alm da importante cidade martima de central. A guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre Atenas e Corinto, as cidades do Peloponeso (pennsula no sul da Grcia) e da Grcia
Esparta de 431 a 404 a.C. Sua histria foi detalhadamente registrada por Tucdides e Xenofonte. De acordo com Tucdides, a razo fundamental da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que o mesmo despertava entre os espartanos. Aps longas batalhas, em 421 a.C., foi assinada a Paz de Ncias, rompida por Atenas sete anos depois, reiniciando as batalhas que s se encerrariam com a vitria espartana na batalha de gos Potamos, em 404 a.C. Iniciou-se o perodo de hegemonia espartano, com a ascenso dos governos oligrquicos e o fim da democracia ateniense. Religiosidade e pensamento entre os gregos: A Grcia antiga nunca constituiu um estado unificado. De fato, os gregos das diversas cidadesestados autnomas tinham conscincia de que pertenciam a uma mesma cultura, sendo, pois unidos pela lngua que falavam e pela religiosidade comum entre eles. Os grandes santurios pan-helnicos, como Olmpia, Delfos ou Delos, eram os locais de reunio dos helenos. Mesmo sangue e mesma lngua, santurios e sacrifcios, costumes e hbitos semelhantes eram os elementos de identidade e que uniam os gregos antigos. Assim, na Grcia antiga, as vrias cidades-estados eram parte de uma mesma comunidade religiosa: tinham as mesmas crenas e rituais, tanto que se faziam representar num santurio comum, Delfos, e se uniam para rituais, como, por exemplo, os que aconteciam nas festas pan-helnicas, como as Olimpadas. Entre os gregos, a tradio religiosa era transmitida oralmente por poetas como Homero e Hesodo, que viveram entre os sculos IX e VIII a.C., inspirados por divindades ligadas msica e poesia, as Musas. O filsofo grego pr-socrtico Xenfones de Clofon (580-460 a.C) em um fragmento de uma de suas Stiras enfatiza o politesimo e o antropomorfismo da religiosidade grega: Homero e Hesodo atriburam aos deuses tudo o que
para os homens oprbrio e vergonha: roubo, adultrio e fraudes recprocas. Mas os mortais imaginaram que os deuses so engendrados, tm vestimentas, voz e forma semelhantes a eles.
religiosas. A religio grega tambm era antropomrfica, pois os deuses eram a imagem e semelhana fsica e psquica dos homens, inclusive compartilhando vcios, desejos e defeitos. Era tambm Pragmtica, ou seja, os deuses existiam por causa das necessidades humanas: segurana, alimentao, guerra; Idealista, isto , as divindades expressavam o desejo de imortalidade, poder e prazer; Fatalista, os acontecimentos da vida eram traados pelos deuses. Acreditava-se que esses deuses habitavam o monte Olimpo, na Tesslia. Os deuses gregos no so eternos, pois nasceram um dia, mas so imortais. So doze os principais deuses gregos, tendo cada um um poder especfico: Zeus, o mais poderoso dos deuses e pai da maioria dos outros deuses, era senhor dos cus e lder dos deuses, comandava as estaes do ano, os dias e as chuvas, quando enfurecido, enviava raios sobre a Terra; Hera, deusa das esposas e protetora dos nascimentos, casada com Zeus, era bastante vingativa com as vrias amantes do marido; Poseidon, deus dos mares, reinava sobre o oceano e comandava a chuva e a seca, provocava catstrofes com o seu tridente, para vingar os mortais que agiam contra a sua vontade; Demter, deusa da fertilidade da terra; Apolo, deus do sol e da luz, chamava a ateno pela beleza e fora, inspirava poetas e adivinhos porque tinha o poder de prever o futuro; Atena, deusa das artes, das cincias e da sabedoria, era guerreira, mas inimiga da violncia, preferia o debate e a negociao na hora de resolver confrontos; Afrodite, deusa do amor e da beleza, era a divindade mais linda, inspirava a paixo nos mortais, mas tambm cime e loucura naqueles que no a homenageavam; Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia; Ares, deus da guerra; Hermes, deus da eloqncia e do comrcio, smbolo da rapidez, levava mensagens do Olimpo para os mortais, ajudava tanto os mercadores quanto os ladres; Artemis, deusa caadora; Hstia, deusa dos lares. Havia tambm Hades, senhor do reino dos mortos; Dionisio, deus do vinho e da euforia, instaurou festas nas quais se chegava ao xtase por meio da msica, da dana e da bebida; Hebe, deusa da juventude; Eros, filho de Ares e Afrodite, em algumas verses considerado filho do Caos, sua verso romana a de Cupido, ele o deus do amor. Havia tambm heris
divinizados ou semideuses, dentre os quais os mais famosos foram: Hrcules, famoso por sua fora; Teseu, que matou o minotauro do palcio de Creta; Perseu, que matou a Medusa, monstro que convertia em pedra todos que a olhavam. Parthenon, templo de devoo dedicado a deusa Atena. Localizado na Acrpole de Atenas, Grcia. A mitologia grega ente ns sobrevive nas palavras que se usam hoje, como Deus, justia, cereal, etc. e nos nomes dos planetas. As nossas Olimpiadas uma herana dos gregos. O teatro foi inventado pelos gregos em um rito para o deus Dionisio. Enquanto as artes em nossa sociedade so ainda hoje profundamente influenciadas pela cultura grega, a arquitetura ainda hoje usa colunas, prticos e naves dos antigos templos gregos. PERODOS DA GRCIA ANTIGA (Pr-Homrico - 1900-1100 a.C: Perodo antes da formao do homem grego. Nessa poca, estavam se desenvolvendo as civilizaes Cretense ou Minica - ilha de Creta - e a Micnica - continental) Homrico (1100-700 a.C): Perodo de Homero, marco na histria por suas obras, Odissia e Ilada. Perodo que iniciou a ruralizao e comunidade gentlica (na qual um ajuda o outro na produo e colheita). Obscuro (1150-800 a.C.): Chegada dos aqueus, dricos, elios e jnicos; formao dos gnos; ausncia da escrita. Arcaico (800-500 a.C.): Formao da plis; aparecimento do alfabeto fontico, da arte e da literatura, progresso econmico com a diviso do trabalho no comrcio, na indstria e processo de urbanizao. Clssico (500-338 a.C.): O perodo de esplendor da civilizao grega. As duas cidades consideradas mais importantes desse perodo foram Esparta e Atenas. Neste momento a Histria da Grcia marcada por uma srie de conflitos externos (Guerras Mdicas) e interno (Guerra do Peloponeso).
Helenstico (338-146 a.C.): Crise da plis grega, invaso macednica, expanso militar e cultural helenstica, a civilizao grega se espalha pelo Mediterrneo e se funde a outras culturas. ECONOMIA E SOCIEDADE NA GRCIA ANTIGA: DIFERENAS ENTRE ATENAS E ESPARTA Atenas: (1) No havia atividades em que os escravos no estivessem envolvidos fora a poltica e a militar, e mesmo essas duas categorias devem ser entendidas muito estritamente, pois os escravos predominavam na policia e no que chamaramos de servios administrativos inferiores. (2) Os escravos eram estrangeiros em duplo sentido. Depois da abolio da escravido por dvida realizada por Slon, nenhum ateniense podia ser escravo em Atenas. Portanto, todos os escravos que ali se encontrassem ou tinham sido importados de fora do Estado, ou nascido dentro do Estado, de me escrava. Mas as provas parecem mostrar que a grande maioria era de fato nogregos, brbaros como eles os chamavam, e por isso digo estrangeiros em duplo sentido. (3) Os proprietrios de escravos tinham o direito de libertar seus escravos. (4) A atitude contempornea foi resumida por Aristteles quando escreveu (Retrica, 1367a32): A condio do homem livre
Lacnia e Messnia, a quem os espartanos dominaram e depois mantiveram subjugados em seus prprios territrios de origem. (4) Os hilotas pertenciam ao Estado e no aos espartanos a quem eram atribudos. (5) Em conseqncia do item anterior, apenas o Estado podia libertar os hilotas. Isso s aconteceu em um tipo de situao: quando foi inevitvel usar hilotas para o servio militar, os selecionados tornavam-se livres, ou antecipadamente ou como recompensa subseqente. O Mundo Grego A histria da Grcia, como de outras civilizaes, foi fortemente condicionada pelo ambiente geogrfico. A pennsula Balcnica e muito recortada e cercada por centenas de ilhas - tanto no mar Egeu, no mar Jnio e no mar Mediterrneo. O seu relevo muito montanhoso e com um solo rido. Em decorrncia disto, os gregos iro atribuir uma enorme importncia s atividades mercantis. O solo e o clima auxiliam o desenvolvimento da cultura de oliveira, de vinho e ao pastoreio (cabra e ovelha). Para suprir as necessidades de sua populao, os gregos iro se dedicar ao comrcio martimo, resultado o processo de colonizao. Dos povos do mundo antigo, os helnicos foram os que melhores refletiram o esprito do homem ocidental. A idia de liberdade, o racionalismo, o conceito de cidadania, a filosofia e as bases da cincia moderna surgiram como glorificao grega ao esprito humano. O processo histrico da civilizao Helnica est assim dividido: 1. Perodo Pr-Homrico - sculo X a.C ao sculo XII a.C.
alforriados eram homens livres. A distino entre cidado e no-cidado livres no era meramente poltica o direito de votar ou de ter cargos pblicos , ia muito mais longe. Escravos alforriados no eram cidados, embora livres no sentido amplo, e portanto sofriam todas as limitaes de liberdade. Esparta: (1) Os espartanos propriamente ditos eram um grupo relativamente pequeno, talvez nunca mais de 10.000 homens adultos. (2) Os escravos de propriedade pessoal, tal como existiam, representavam um total insignificante. Em seu lugar havia uma populao servil relativamente numerosa, conhecida como hilotas. (3) A origem dos hilotas controvertida. Podem ter sido gregos, para comear, mas sendo ou no eram o povo da
2. Perodo Homrico - sculo XII a.C ao sculo VIII a.C. 3. Perodo Arcaico - sculo VIII a.C ao sculo VI a.C. 4. Perodo Clssico - sculo V a.C ao sculo IV a.C. As caractersticas de cada perodo sero analisadas a seguir.
Perodo Pr-Homrico. Do povoamento da pennsula Balcnica Primeira Dispora. A pennsula Balcnica j era habitada pelos pelasgos desde o final do perodo Neoltico. partir de 2000 a.C., povos de origem indo-europia os Helenos - comeam a entrar na regio. Os helenos eram uma mistura de raas que falavam uma lngua de filiao indo-europia e possuam essencialmente a mesma cultura. Os primeiros helenos foram os Aqueus que dominaram as cidades de Micenas, Tria, Tirinto e, por fim, conquistaram a ilha de Creta. Com o domnio aqueu sobre Creta originou-se a Civilizao Micnica. A seguir, nova onda de helenos sobre a pennsula, desta feita so os chamados Jnios e Elios, que se fixaram na tica e na sia Menor. A ltima leva foi a dos Drios ( 1200 a.C. ) que se estabeleceram no Peloponeso. Possuindo armas de ferro, os drios arrasaram as principais cidades da Hlade, provocando uma onda de horror e destruio, causando uma disperso dos povos para fora da pennsula - a chamada Primeira Dispora grega e um regresso na organizao social, econmica e poltica das comunidades. Como conseqncia deste retrocesso resulta a formao do sistema gentlico. A Primeira Dispora ocorreu em direo s ilhas do mar Egeu e Asia Menor. Perodo Homrico. O sistema gentlico e a sua crise. A principal fonte histrica para a compreenso deste perodo tm sido os poemas picos Ilada e Odissia , atribudos Homero. Ao que tudo indica, as obras foram escritas em momentos diferentes, sendo que a Ilada descreve a Guerra de Tria e a Odissia narra as peripcias do astuto Ulisses, em sua viagem de volta para taca aps a Guerra de Tria. Com a invaso dos drios, h um acentuado declnio da organizao social, que retrocedeu formas muito simples. Formaram-se os GENOS que eram grupos de parentes consangneos, descendentes de um mesmo antepassado. Os genos constituam uma unidade econmica, social, poltica e religiosa. A seguir as suas principais caractersticas: ECONOMIA - De consumo, ou seja, autosuficiente; os bens de produo eram coletivos; predomnio da agricultura e ausncia da propriedade privada. SOCIEDADE - Uma relativa igualdade social em virtude da ausncia da propriedade privada. POLTICA - O exerccio do
poder poltico estava com os paterfamilias (o patriarca) responsvel pelo culto dos antepassados. Com o passar do tempo, a comunidade gentlica comea a enfrentar problemas, sendo que o principal ser o crescimento demogrfico. Este crescimento demogrfico um enorme desequilbrio econmico, pois a produtividade agrcola continua a mesma. Tal situao provoca uma onda de fome, misria e epidemias. Com estes problemas a serem solucionados, tem incio o surgimento da propriedade privada: terra, gado e instrumentos so divididos. Nesta diviso, alguns sero beneficiados - origem dos grandes proprietrios; outros se tornaro pequenos proprietrios e um grande nmero de indivduos ficaro sem terras. Como consequncia desta crise, h a desintegrao do sistema gentlico e o incio de uma nova organizao poltica, que ser a marca principal do mundo helnico: a PLIS. A crise gentlica tambm ser a responsvel pela chamada Segunda Dispora grega, que ser o processo de colonizao grega de reas do mar Mediterrneo (norte da frica, sul da Itlia, da Frana e Espanha ). Perodo Arcaco. A formao e o desenvolvimento das Pleis. Como vimos, partir da crise do sistema gentlico, os gregos conhecem a formao das cidades-estado (Plis) e realizam a colonizao do mar Mediterrneo. Primeiro observe os fatores desta colonizao: - crescimento demogrfico e a crise dos genos; - existncia de um nmero muito grande de pessoas sem acesso terra; - escassez de alimentos e terras frteis; O processo de colonizao grega deu-se no mar Mediterrneo, mar Negro, o sul da Itlia e da Glia. Destas reas coloniais provinham o trigo, o azeite, o vinho, ferro e estanho para a Hlade. Deve-se Ter em mente que as colnias gregas no ficam submetidas s metrpoles - cidades fundadoras - nem poltica, nem militarmente. O vnculo da colnia com a metrpole era de carter econmico e cultural. Como conseqncias da colonizao tm-se: o desenvolvimento do comrcio martimo grego, a introduo da moeda para facilitar as trocas comerciais, o desenvolvimento da escrita, o processo de codificao da lei e o urbanismo. A importncia do perodo arcaco se estende. Foi nesta poca que a cidade-estado desenvolveu-se. Suas principais caractersticas sero agora analisadas. Toda cidade-estado rigorosamente autnoma: leis
prprias, moeda prpria e sistema poltico prprio. Este arraigado sentimento de liberdade foi, em boa parte, influenciado pelo relevo grego: entre as plancies surgem as cidades, separadas uma das outras por macios montanhosos. Uma plis era constituda pela Acrpole- construo na parte mais elevada da cidade e com funo militar e religiosa; a gora - praa pblica, que era o espao utilizado para o debate poltico. Desenvolveu-se no mundo grego mais de 160 pleis, primitivamente governadas por um rei, o Basileu. Destas duas merecem destaques: ATENAS e ESPARTA, agora analisadas. ESPARTA e o Militarismo: Localizada na plancie da Lacnia e tendo como fundadores os drios, Esparta, ao longo do sculo VIII a.C. passa por grandes transformaes. Estas transformaes esto ligadas ao processo de conquista da plancie da Messnia, o que acarretou um enorme afluxo de escravos. A escravido levou Esparta a realizar uma alterao no regime de terras. As centrais - que eram as mais frteis, passaram a ser do estado, que cedia seu usufruto aos cidados espartanos. Cada lote de terra j vinha com um certo nmero de escravos. As terras perifricas eram entregues aos periecos, que pagavam impostos ao estado. Desta forma, Esparta vai apresentar o seguinte quadro social: Espartanos ou Espartatas: grupo dominante com direitos polticos e militares; Periecos: homens livres, porm sem direitos polticos e que se dedicavam aos trabalhos rurais e urbanos; Hilotas: os escravos pertencentes ao Estado. A sociedade espartana era voltada para as atividades blicas, da ser a educao eminentemente militar. Este militarismo ir desenvolver a xenofobia, ou seja, uma averso aos estrangeiros e o laconismo, que significa o no desenvolvimento do senso crtico. Tambm ao longo do sculo VIII a.C. Esparta atinge a maturidade poltica, consolidando o regime oligrquico, no qual o exerccio do poder poltico e de exclusividade dos grandes proprietrios de terras. A constituio poltica de Esparta, atribuda a Licurgo apresenta o seguinte organizao: GERSIA - Principal instituio. Composta por 28 gerontes, responsveis pelas leis, escolha dos membros dos foros e da Diarquia.O cargo era
vitalcio. FOROS - Formavam o poder executivo. Composto por 05 magistrados indicados pela Gersia e aprovados pela pela. Mandato anual. PELA - A Assemblia dos cidados. De carter consultivo e aprovava as decises da Gersia. DIARQUIA - Os dois reis, indicados e com poderes vitalcios. Possuam as funes militar e sacerdotal. Constituda pela unio de aldeias da tica, Atenas possua uma localizao geogrfica privilegiada: um excelente porto e uma proteo natural contra ataques estrangeiros. Desde cedo, a atividade mercantil ter um importante papel. Atenas ser uma cidade com intensa atividade comercial, o que vai representar o desenvolvimento de uma complexa sociedade, esquematizada abaixo: EUPTRIDAS - Grupo politicamente dominante, formado pelos grandes proprietrios de terras. GEORGIS - Camada dos pequenos proprietrios. A situao de pobreza deste grupo tanta que muitos se transformam em escravos por dvidas. DEMIURGOS - So os trabalhadores urbanos. THETAS - Grupo marginalizado e sem terras. Muitos se dedicam s atividades comerciais. METECOS - Comerciantes estrangeiros. ESCRAVOS - Ou por dvidas ou adquiridos em guerras. Constituem a principal fora de trabalho. Produtores da riqueza no mundo grego. Os conflitos polticos de Atenas: A classe comerciante de Atenas, organizada no partido Popular, pressiona o governo, representado pela aristocracia, reunida no partido Aristocrtico. O partido Popular tinha como metas o fim das leis orais, o fim da escravido por dvidas e exigia uma maior participao nas decises polticas. Da presso das camadas populares - algumas bastante violentas - a aristocracia ateniense fez algumas concesses. Em 621 a.C., Drcon elaborou uma legislao escrita e, em 594 a.C. Slon foi o responsvel por um conjunto de reformas na economiacriando um padro monetrio, de pesos e medidas; na sociedade - abolindo a escravido por dvidas e, no campo poltico estabeleceu o voto censitrio, onde a participao poltica dar-se-ia pela riqueza do indivduo. As tenses de Psstrato, o primeiro tirano de Atenas, no ano de 560 a.C. A fase da sociais no diminuram, apesar das reformas acima, possibilitando a ascenso
tirania prossegue com Hpias, Hiparco e Isgoras. A tirania caracterizada pela realizao de obras pblicas e pela ampliao de reformas, para conseguir o apoio popular. A Democracia ateniense. Durante o governo de Isgoras, houve uma aliana de alguns nobres atenienses com Esparta, resultando em novos conflitos sociais. Destes conflitos, Clstenes - um aristocrata - assume o poder e inicia uma srie de reformas polticas e sociais, sendo por isto reconhecido como o pai da democracia ateniense. Entre suas reformas destacam-se: - aumento no nmero de ciadados, organizados nos DEMOS (unidade poltica que forma a tribo. O cidado deve estar inscrito em uma tribo.); - implantao da isonomia, que significa a igualdade dos cidados perante as leis; - criado o ostracismo, ou seja, a cassao dos direitos do cidado que fosse considerado perigoso para o Estado. A democracia ateniense vai apresentar a seguinte constituio: ECLSIA Assemblia dos cidados, possua o poder de vetar as leis.
cidades gregas contra os persas, atravs de uma liga militar, A Confederao de Delos. No ano de 448 a.C., com a assinatura do Tratado de Susa, os persas reconhecem o domnio dos gregos no mar Egeu. Com o fim da guerra, Atenas passa a exercer uma hegemonia poltica e cultural sobre as demais pleis. A Confederao de Delos foi mantida - sob o argumento de que os persas podiam voltar - e o pagamento de tributos voltados para a guerra continuaram a serem cobrados. Estes recursos foram aplicados para o desenvolvimento de Atenas. Este perodo de esplendor ateniense, o sculo V a.C. conhecido como o "Sculo de Pricles", ou "Sculo de ouro", marcado pelo aperfeioamento das instituies democrticas, pela construo de obras pblicas e pelo grande desenvolvimento das artes e do pensamento filosfico. Fdias, Sfocles, Herdoto e Scrates so alguns dos nomes deste perodo. Guerras Do Peloponeso.( 431 A 404 A.C.): Trata-se de uma guerra civil, contra a hegemonia de Atenas e contra a Confederao de Delos. A cidade de Esparta declara guerra Atenas no ano de 431 a.C. e organiza uma liga militar, a Liga do Peloponeso. Com o final das guerras em 404 a.C., Esparta inicia uma hegemonia militar sobre as cidades gregas. As guerra civis continuam por um certo perodo, Tebas exercer tambm um domnio sobre as pleis. Estas guerras internas enfraquecem as cidades gregas, possibilitando a invaso de um povo estrangeiro, os macednicos. Perodo macednico (o mundo Helenstico): A histria autnoma do mundo grego estende-se at o ano de 338 a.C. , quando Filipe da Macednia conquista a Grcia, aps a Batalha de Queronia. A vitria macednica foi facilitada pelas rivalidades internas das cidades gregas. Com a morte de Filipe, seu filho Alexandre Magno ocupa o poder inicia uma grande expanso territorial, formando o Imprio Helenstico. Este imprio era formado pela Macednia, Grcia, sia Menor, Egito, Mesopotmia, Assria e Prsia. A civilizao helenstica consequncia da fuso cultural helnica (grega) com a oriental ( Egito e Prsia), caracterizada pela poltica de casamento entre os gregos e os orientais, pela manuteno dos cultos
Composta por todos os cidados. HELIIA - Formada por doze tribunais, responsveis pela BUL - Responsvel pela elaborao das leis. Formada por 500 cidados indicados pela Eclsia. Aplicao da justia. ESTRATEGOS - Poder Executivo composto pelos estrategos, eleitos pela Eclsia. Mandato anual. A democracia ateniense ser direta e limitada. Direta pois os cidados esto reunidos em praa pblica tomando as decises e limitada. Estavam excludos do exerccio poltico os escravos, pequenos proprietrios, trabalhadores urbanos e todas as mulheres. A atual democracia ilimitada, significa dizer que partir de uma certa idade, todos tm direitos polticos. No entanto esta democracia no direta, mas sim representativa. Durante o governo de Pricles (4 a 429 a.C.) a democracia ateniense atinge o seu apogeu. Perodo Clssico (a poca das hegemonias): Perodo marcado pelo imperialismo e pelas hegemonias. O imperialismo antigo est caracterizado pelas Guerra Mdicas, disputa das cidades gregas contra o expansionismo Maratona. partir desta vitria, os atenienses passam a liderar as demais dos persas. Em 490 a.C. os atenienses venceram os persas na plancie da
religiosos e pelo predomnio do grego como idioma oficial. Os principais centros de difuso do helenismo foram as cidades de Alexandria, Prgamo e Antiquia. Em 323 a.C. com a morte de Alexandre Magno, o imprio foi dividido em quatro partes: Mesopotmia, Egito, sia Menor e Grcia. RELIGIO - elemento fundamental da unidade cultural grega. Caracterizada pelo politesmo e antropomorfismo, quer dizer, os deuses gregos assemelhavam-se aos homens, tendo a imortalidade como a nica distino. TEATRO - Muito apreciado pelo gregos a ponto de existirem os festivais anuais. Os principais gneros foram a tragdia e a comdia. Seus principais representantes so: Tragdia- squilo, autor de Os Persas, Os sete contra Tebas e Prometeu Acorrentado. Sfocles, com as peas dipo-rei e Antgona. Eurpedes, com enorme senso crtico e autor de Mdeia. Comdia Aristfanes, que escreveu As rs, As vespas e A paz.
grande revoluo que ocorreria no ano de 1917 e transformaria significativamente a estrutura do pas.
UNIO SOVITICA A Unio Sovitica foi o pas que representou o bloco comunista a partir de 1922 e combateu a polaridade capitalista at 1991. No comeo do sculo XX, a Rssia ainda era um pas muito atrasado em relao aos demais. O modo de produo russo ainda era feudal, o pas era absolutista e governado por um czar. Ainda no final do sculo XIX, foi construda uma estrada que permitiu uma rpida industrializao de regies como Moscou e So Petersburgo, s que a Rssia no tinha estrutura para suportar uma drstica mudana. Os camponeses acabaram ficando na mesma situao de misria. Em 1905, as insatisfaes da populao russa culminaram em um movimento de contestao ao sistema que, mesmo sem uma liderana definida ou propsitos muito claros, resultou na chamada Revoluo Russa de 1905. O evento considerado um ensaio geral para a no mundo
Em 1905, o czar perdeu a admirao que sustentava dos sditos, conseguiu ainda se sustentar no poder at 1917, mas a Revoluo Russa de 1917 condenou o czar Nicolau II morte. Este movimento foi conduzido pelo Partido Bolchevique, o qual reunia um grupo mais radical que defendia mudanas atravs da ao revolucionria. Foi em 1922 que se constituiu oficialmente a Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS). Esta se formou como um grande pas de dimenses continentais e reuniu Rssia, Ucrnia, Bielorrssia, Transcaucsia, Estnia, Litunia, Letnia, Moldvia, Georgia, Armnia, Azerbaijo, Cazaquisto, Uzbequisto, Turcomenisto, Quirguizo e Tadjiquisto. O transcorrer da Primeira Guerra Mundial foi vital para o novo movimento revolucionrio na Rssia e a formao de um grande pas de cunho comunista. Lnin foi o grande nome da formao da Unio Sovitica, ele foi o responsvel por conduzir os trabalhadores na revoluo e por estruturar a poltica e a economia do novo pas. Aps sua morte, Stalin assumiu o controle da Unio Sovitica, instalando uma ditadura socialista que se estenderia at a dcada de 1950. A Unio Sovitica conheceu grande crescimento e, por se tratar de um pas com bases comunistas, passou ilesa pela Crise de 1929 que abalou profundamente vrios pases capitalistas. Na Segunda Guerra Mundial, a Unio Sovitica foi uma das grandes vencedoras, ao lado dos Estados Unidos. Os dois pases foram os grandes ganhadores da guerra, entretanto um deles, Estados Unidos, defendia a ideologia capitalista, enquanto a Unio Sovitica defendia a ideologia comunista. A polaridade entre os dois pases dividiu o mundo em um novo confronto a partir de 1945, a Guerra Fria. A Guerra Fria foi um confronto ideolgico que colocou em choque as ideologias capitalistas e comunistas no mundo. Os lderes do capitalismo eram os Estados Unidos e do comunismo era a Unio Sovitica. Como ambos os pases, vencedores da Segunda Guerra Mundial, desfrutavam de armamento capaz de realizar uma mtua destruio, o confronto direto entre eles no ocorreu. Em lugar disso, vrios conflitos surgiram no mundo tendo a influncia e o apoio, militar e econmico, de tais pases. O grande smbolo da Guerra Fria foi o Muro de Berlim, o qual cortou a cidade alem de Berlim em lado ocidental e lado oriental, sendo ocidental
capitalista e oriental comunista. A Unio Sovitica travou grande conflito com os Estados Unidos pela influncia ideolgica no mundo durante algumas dcadas. No incio da dcada de 1980, entretanto, a Unio Sovitica j se mostrava desgastada e incapaz de se sustentar em sua ideologia. Seus produtos e estrutura poltica j estavam sucateados, vrias medidas foram implantadas para tentar dar sobrevida ao sistema. A populao j no estava mais satisfeita com as promessas comunistas e se revoltara contra as rgidas regras impostas pela Unio Sovitica ao longo dos anos. Em 1989 foi derrubado o Muro de Berlim, smbolo da Guerra Fria. Muitos consideram a ocasio como o marco do fim do socialismo no mundo, mas o mais certo seria dizer que o marco da vitria do capitalismo no mundo. A Unio Sovitica, por sua vez, chegou realmente ao fim em 1991 quando foi desmembrada em vrios outros pases. ASCENSO E QUEDA DA UNIO SOVITICA A Unio Sovitica, que findou em 1991, durante muitos anos teve uma tendncia: a fragmentao. Com uma tendncia contrria aos outros pases que se globalizavam, a antiga superpotncia se fragmentava territorialmente, politicamente e economicamente, caminhando a crise e ao racionalismo. Em dezembro de 1991, foi criada a CEI (Comunidade de Estados Independentes), que composta de ex-republica sovitica. Constitui-se de vrios pases que mantm um vnculo econmico militar e poltico entre si. A Unio das Republicas Socialista Sovitica, em sua fase de maior expresso aps a guerra, chegou a ser composta por quinze republica e a ocupar um territrio de 22,4 milhes de quilmetros quadrados, englobando cerca de 290 milhes de habitantes. As origens da Unio Sovitica remontam desde o sculo XVI, quando o Czar Ivan IV conquistou parte da Sibria, dando inicio ao processo de expanso russo. Mas a Unio Sovitica ficou mesmo estruturada em 1922, aps vitria das bolcheviques, na revoluo de outubro de 1917. No governo de Josef Stalin (1924-1953), a Unio se consolidou politicamente sob um regime de partido nico centralizado e autoritrio. Assim, foi substituda
uma ditadura czarista, por uma ditadura da burocracia dos PCUS (Partido comunista da Unio). Os burocratas, a maioria russos, que realmente controlavam o destino do pas. A economia passou a ter forte influncia do Estado, sendo a maioria dos meios de produo controlados por ele. Os planos elaborados pela Gosplan - rgo de planejamento central - visavam uma quantidade e no qualidade dos produtos. Sob essa economia estatal planificada a Unio Sovitica passou a ter posio elevada na economia mundial. Tornando-se tambm, uma superpotncia nuclear e aeroespacial, se tornando rival dos Estados Unidos. Apesar das ideologias contrrias aos soviticos, a economia cresceu rapidamente e avanou em termos tecnolgicos e militares. At o perodo em que o mundo era guiado pelos padres impostos na segunda Revoluo Industrial, a economia dos soviticos ia bem. Enquanto os ndices de produo e competitividade tinham como referncia s indstrias que surgiram na segunda Revoluo Industrial, a Unio Sovitica estava em igualdade com os pases capitalistas. Os planejadores soviticos, at a dcada de 70, davam prioridade s indstrias de bens de produo, e investiam na infra-estrutura necessria para ajudar no processo de industrializao. No terceiro plano qinqenal, quando o pas entrou em guerra (1938-1944), deu-se prioridade a indstria Blica, estimulando o deslocamento industrial para o leste. Os planos aps a guerra foram direcionados para recuperar a economia e a reconstruo das indstrias destrudas pela guerra. Logo continuaram colocando em foco o poder blico e o setor industrial pesado, no contexto Guerra-fria. DECADNCIA DE UMA POTNCIA Numa poca em que do iniciava a terceira Revoluo Industrial, os pases capitalistas desenvolvidos, principalmente EUA e Japo, investiam grandemente em pesquisa e desenvolvimento e melhora da qualificao da se novas tecnologias, como a robtica, informtica e tcnica de miniaturizao. A Unio Sovitica, por outro lado continuava com o mesmo mo-de-obra. O capitalismo entrava no perodo tcnico-cientfico, em quedava-
ritmo, no passou a investir mais na tcnica de produo, por isso no conseguiu competir com os pases capitalistas desenvolvidos. A partir da dcada de 70, ficou evidente at mesmo aos soviticos que a superpotncia estava perdendo sua fora. Era um imprio apenas em sentido blico, pela sua capacidade de destruio em massa. Seu setor industrial no era capaz de produzir produtos em quantidade nem mesmo para os prprios soviticos. As filas enormes j faziam na vida da populao e o descontentamento aumentava. Era importante e necessrio implantar reformas polticas e econmicas, alm de fazer concesses aos separatistas. Com a campanha dos republicanos na dcada de 80, foi eleito Ronald Reagan, como novo presidente dos Estados Unidos, e ele prometeu triplicar o oramento destinado para a defesa. Visto que a Unio Sovitica no tinha condies de continuar com a corrida armamentista, foram necessrios os acordos de paz entre as duas potncias. Nesse perodo chegou ao cargo de secretrio-geral do PCUS Mikhail Gorbatchev, posio mais alta na estrutura de poder da extinta Unio Sovitica. Esperava-se dele recolocar o pas no mesmo patamar tecnolgico do mundo ocidental e aumentar a oferta e a qualidade dos produtos para a populao. Era importante atrair investimentos estrangeiros e firmar acordos com empresas ocidentais. Gorbatchev props uma reestruturao da economia sovitica, chamado de Perestroika. Mas para o sucesso da Perestroika, seriam necessrio reformas no sistema polticoadministrativo. Era preciso por fim a ditadura erigida na era Stalin. E tambm, por fim a corrida armamentista. Gorbatchev sempre tomou a iniciativa para a assinatura de acordos de paz, e esses acordos eram precisos para ter as condies polticas e econmicas necessrias para implantao de suas reformas. Um novo passo foi dado, a glasnost, que foi uma nova fase de transparncia poltica. Deu-se inicio, assim, uma abertura poltica na Unio Sovitica. Com isso, vrios grupos nacionalistas comearam a reivindicar autonomia em relao Moscou. Antes, durante a existncia da Unio fora bruta e pelo controle ideolgico. Assim, ao primeiro sinal de relaxamento na denominao, surgiram vrios movimentos separatistas. As Sovitica, as minorias eram oprimidas pelos russos, foram controlados pela
republicas blticas foram as primeiras, declarando sua independncia. Depois os ideais de liberdade espalharam-se pela sia Central, e outras regies, levando a fragmentao total da anterior superpotncia. A SUPERPOTENCIA CHEGA AO FIM Gorbatchev, j estava sendo pressionado pela crise econmica e pelo fracasso da Perestroika, teve de tentar amenizar as presses dos separatistas. Tentando manter a unio territorial do pas, props acordos com as republicas, concedendo-lhes maior autonomia no mbito de uma renovada federao. Mas os comunistas conservadores no admitiam que a Unio Sovitica fosse rumo a se tornar uma confederao. Um dia de o acordo firmado entre Gorbatchev e representantes das republicas entrar em vigor, os comunistas ortodoxos, deram um golpe de Estado, sob a liderana de Guenedi Ianaev. A tentativa golpista, durou de 18 a 20 de agosto de 1991, e fracassou por falta de apoio popular, por divises no PCUS e nas foras militares e pela resistncia liderada por Boris Yeltsin, presidente eleito da Rssia. Aproveitando-se dessa crise, os pases blticos proclamaram sua independncia poltica. Com a tentativa de golpe, Gorbatchev foi reconduzido ao poder, tendo o apoio de Boris Yeltsin. Mas o poder central foi enfraquecendo. Uma a uma, as republicas proclamaram sua independncia poltica. O golpe fatal veio em dezembro de 1991, quando a Rssia tambm proclamou a sua independncia, acabando de vez com a outrora superpotncia. Em 9 de dezembro de 1991, um encontro de presidentes da Rssia, da Ucrnia e da Belarus, em Minsk, marcou o fim da Unio Sovitica, e surgiu a CEI (Comunidade de Estados Independentes), vrios das antigas repblicas soviticas abriram a CEI. Com o surgimento da CEI, vrias mudanas ocorreram. Elas foram maiores no plano poltico. O poder foi descentralizado e, a democracia foi consolidada nos pases independentes. O cargo mais importante de poder agora o de presidente da Republica, que cada um dos vrios pases. O ultra-reformista, Boris Yeltsin, foi eleito o governa com o parlamento. Eles so eleitos diretamente por voto popular em
presidente da Rssia, e na verdade o grande vencedor nessa historia, pois a Rssia era a mais importante das ex-republicas Soviticas e a herdeira da antiga superpotncia, que passou a ocupar o lugar que pertencia a Unio Sovitica como membro permanente do conselho de segurana de ONU. Boris Yeltsin foi apoiado pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais porque, era o poltico que mais contribuiu com mudanas rpidas e profundas em direo a economia ocidental. Yeltsin com o tempo deu demonstraes de seu autoritarismo, em dezembro de 1993 ele fundou o parlamento Russo. Esse ato foi uma reao aos empecilhos colocados ao projeto ultra-reformista no s pelo parlamento, mas tambm pela prpria constituio. Quando tomou essa atitude, Yeltsin buscou tirar os empecilhos que dificultavam suas reformas, tendo sido apoiado pelos Estados Unidos e pases europeus. Boris Yeltsin convocou eleies em dezembro de 1993, mas no foi bem sucedido nas urnas, embora tenha conseguido aprovar em plebiscito a nova constituio, que lhe deu mais poderes. Em novas eleies parlamentares, realizados em 1995, o grande vencedor foi o partido comunista. Isso foi reflexo do descontentamento da populao com a longa crise. Assim os partidos reformistas diminuram sua representao no parlamento. A Rssia, assim como os outros pases que entregavam a extinta Unio Sovitica, comearam entrar em um perodo delicado. Desmontaram a economia planificada, mas no conseguiram criar algo slido para substitu-la. Com isso, a crise se agravou. Os russos comearam a variar com algo que no estavam acostumados: a misria. A economia russa diminuiu mais nesse perodo do que a norte-americana durante a crise de 29. O capital estrangeiro, que era a esperana de salvao econmica, no estava entrando no pas, devido instabilidade econmica e poltica. Uma coisa certa, os movimentos separatistas continuam na Rssia, mas a Unio Sovitica foi extinta. Revoluo Russa (Queda da monarquia, Revoluo de 1917, Bolcheviques no poder, socialismo, comunismo, Lnin, consolidao da revoluo, formao da URSS, economia e administrao): No comeo do
sculo XX, a Rssia era um pas de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produo de gneros agrcolas). Rssia Czarista. Os trabalhadores rurais viviam em extrema misria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rssia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mos no abrindo espao para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indstria russa, viviam descontentes com o governo do czar. No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exrcito fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraado Potenkim tambm foram reprimidos pelo czar. Comeava ento a formao dos sovietes (organizao de trabalhadores russos) sob a liderana de Lnin. Os bolcheviques comeavam a preparar a revoluo socialista na Rssia e a queda da monarquia. A Rssia na Primeira Guerra Mundial. Faltava alimentos na Rssia czarista, empregos para os trabalhadores, salrios dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rssia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuzos fizeram aumentar ainda mais a insatisfao popular com o czar. Greves, manifestaes e a queda da monarquia. As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo territrio russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do prprio exrcito russo. As manifestaes populares pediam democracia, mais empregos, melhores salrios e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisrio. A Revoluo Russa de outubro de 1917. Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rssia. Os bolcheviques, liderados por Lnin, organizaram uma nova revoluo que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, po, liberdade e trabalho, Lnin assumiu o governo da Rssia e implantou o socialismo. As terras foram redistribudas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fbricas passaram para as mos dos trabalhadores. Lnin tambm retirou seu pas da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido
nico: o PC (Partido Comunista). A formao da URSS. Aps a revoluo, foi implantada a URSS ( Unio das Repblicas Socialistas Soviticas). Seguiu-se um perodo de grande crescimento econmico, principalmente aps a NEP (Nova Poltica Econmica ). A URSS tornou-se uma grande potncia econmica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porm, aps a revoluo a situao da populao geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestao considerada contrria aos princpios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS. Os lderes da Unio Sovitica durante o regime socialista. Vladimir Lenin (8 de novembro de 1917 a 21 de janeiro de 1924). Josef Stalin (3 de abril de 1922 a 5 de maro de 1953). Nikita Khrushchov (7 de setembro de 1953 a 14 de outubro de 1964). Leonid Brejnev (14 de outubro de 1964 a 10 de novembro de 1982). Iri Andopov (12 de novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984). Konstantin Chernenko (13 de fevereiro de 1984 a 10 de maro de 1985). Mikhail Gorbachev (11 de maro de 1985 a 24 de agosto de 1991). Bolcheviques: Os bolcheviques (em russo significa majoritrios) era um grupo poltico russo, formado por integrantes do POSDR (Partido Operrio Social-Deocrata Russo). Formado no comeo do sculo XX, o movimento bolchevique fazia oposio ao governo czarista de Nicolau II. Defendiam uma revoluo armada de carter socialista. Por outro lado, os mencheviques, liderados por Martov, defendiam primeiro a instalao da democracia e s depois o socialismo. Liderados por Lnin, o Partido Bolchevique comandou o processo da Revoluo Russa de 1917, que derrubou o governo czarista e implantou o sistema socialista na Rssia. Um ano aps a Revoluo Russa de 1917, os bolcheviques mudaram o nome do partido para Partido Comunista da Unio Sovitica. URSS - Unio Sovitica: No comeo do sculo XX, a Rssia passou por uma crise social e econmica. A desigualdade era enorme entre os camponeses e a nobreza (dona de terras). O regime do czar Nicolau II foi
seriamente abalado por protestos, em 1915. As lideranas socialistas organizaram os operrios em conselhos, os sovietes, nos quais se debatiam decises polticas. O czar prometeu reformas; estabeleceria um governo constitucional e convocaria eleies para o parlamento (Duma), responsvel de elaborar uma constituio. Os mencheviques e outros partidos deram-se por satisfeitos. J os bolcheviques socialistas revolucionrios liderados por Lnin, exigiram o fim da monarquia. O governo procedeu represso aos focos de revolta interna, prendeu lderes revolucionrios e deixou as promessas que havia feito de lado. Em 1917, inicia-se em Petrogrado (atual So Petersburgo) a revoluo que resultaria na renuncia do Czar. Neste momento instalado o governo provisrio com dois poderes o Soviete de Petrogrado e a Duma, controlado pelos mencheviques e sem representantes dos bolcheviques. Lnin retornou do exlio e reorganizou os bolcheviques que em 25 de outubro, cercaram Petrogrado onde ficava o governo provisrio para tomar o poder. O czar Nicolau II foi condenado morte e juntamente com a famlia imperial foi fuzilado, em 1918. Da o ento Partido Bolchevique passou a se chamar Partido Comunista. Assim em 1922 surgi a URSS (Unio das Repblicas Socialistas Soviticas), com a unio das seguintes repblicas; Rssia, Ucrnia, Bielorssia, Transcaucsia e as repblicas da sia Central. A Era de Stlin: Josef Stlin foi nomeado secretrio-geral do Partido Comunista em 1922. Muito ambicioso, conseguiu apoio para suceder Lnin. Para tentar converter a Rssia agrcola, numa potencia industrial, Stlin instituiu o primeiro plano qinqenal para impulsionar a industrializao. No ano de 1930, ele instalou uma poltica de terror, executando, deportando e expurgando os opositores. Em 1939, com o avano das tropas nazistas, Stlin firmou acordo de no-agresso, pois tinha medo de que Hitler pudesse invadir seu pas. Em 1942, o exrcito alemo entrou na URSS e Stlin se uniu aos 25 pases aliados para combater as potencias do Eixo. No ano seguinte, as tropas de Hitler foram derrotadas na Batalha de Stalingrado
pelos russos. O ditador j havia assegurado posse de boa parte da Europa, em 1945 no final da Segunda Guerra Mundial. Muro de Berlim: Tinha 155 km, interrompia 8 linhas de trens urbanos na cidade, quatro metrs, 193 ruas e avenidas e atravessava 24 km de rios e 30 km de bosques. Sem dvida foi um dos principais smbolos da denominada Cortina de Ferro. Seu surgimento se deu no auge da Guerra Fria em 1961, sua existncia durou quase 28 anos. O muro era smbolo no s da diviso da capital alem em oriental (comunista) e ocidental (capitalista), mas tambm da separao do mundo em dois blocos de poder. Houve uma significativa mudana na URSS a qual levou ao aumento das presses contra o Muro, na dcada de 80. EM 1989 era muito grande a presso para o governo socialista facilitar viagens dos alemes orientais. Em conseqncia veio a queda do muro em novembro do mesmo ano. Aps o anuncio sobre a queda do muro de Berlim uma multido se aglomerou nos postos de fronteira, todos queriam participar da derrubada de um smbolo que marcou durante anos as suas vidas. Junto com o muro tambm caram o sistema socialista europeu e a Guerra Fria. O fim da URSS: Em 1985 Mikhail Gorbatchov assumiu, aos 54 anos, a secretaria do Partido Comunista, chegando ao poder com projetos de reformas democrticas. O lder atraiu os holofotes quando declarou reduzir a censura, moratria nuclear unilateral, retirar tropas do Afeganisto aps nove anos de interveno sovitica e lber presos polticos. Para definir sua relao com a sociedade Gorbatchov usou o termo glasnost (transparncia) e para definir a necessidade econmica utilizou a Perestroika (reconstruo). No perodo que compreende os anos de 1917 a 1990, os soviticos haviam tido o regime de partido nico, o qual controlava a vida de todos os cidados. Coma liderana de Gorbatchov, a Unio Sovitica teve uma nova ordem foi gerada entre conservadores e reformistas. Com isso Gorbatchov deu autonomia s repblicas, na tentativa de evitar uma guerra civil. Em setembro poltica, com sindicatos livres e pluripartidarismo. Em 1991, uma forte tenso
de 1991, o parlamento votou na dissoluo da URSS, e em dezembro Iltsin declara a independncia da Rssia e a formao da Comunidade de Estados Independentes (CEI). Estava assim extinta a URSS, e no dia 25 de dezembro Gorbatchov renunciou. RESUMO DA HISTRIA DA URSS 1905 a 1917 - Guerra russo-japonesa de 1904 provoca Revoluo de 1905, Czar obrigado a fazer concesses Duma (Parlamento). Em 1906 inicia-se a contra-revoluo e o czar recupera seus poderes autocrticos. Rssia na guerra mundial contra o Imprio alemo e austraco (1914-18). Derrota russa e dissoluo do exrcito. Agitao nas trincheiras e na cidades. Greves operrias e motins de fome. 1917 - Revoluo de fevereiro em S.Peterbsurgo. Priso do czar. Formao do governo provisrio (prncipe Lvov e depois Kerenski). Retorno de Lenin do exlio. Acirra-se as diferenas entre mencheviques e bolcheviques. Golpe de estado bolchevique (em 25 de outubro). Derrubada do governo provisrio, formao do governo dos sovietes. Incio da ditadura bolchevique. Lenin chefe de estado e presidente do Comit Central do Partido Bolchevique. Negociaes de paz (Tratado de Brest-Litovsk) com a Alemanha para retirar a Rssia da guerra. 1918 a 1921 - Guerra civil entre Vermelhos (bolcheviques) e Brancos (czaristas). Fuzilamento do czar e de sua famlia em Ekaterinburgo. Comunismo de Guerra (poltica de expropriaes foradas) Pas arrasado pela guerra. Criao da Tcheka (GPU). Fundao da III Internacional socialista (Komintern). Trotski lidera o Exrcito Vermelho na vitria. Novo Manifesto Comunista. Ditadura do Partido Comunista sobre todo o pas 1921 a 1924 - Rebelio dos marinheiros do Kronstat. Fim do comunismo de guerra. Nova Economia Poltica: restaurao de prticas capitalistas e abertura aos investimentos estrangeiros. Mudana definitiva da capital de Petrogrado para Moscou. Lenin lder absoluto do partido e do estado. Morte de Lenin (em janeiro de 1924). Petrogrado rebatizada como Leningrado
1924 a 1928 - Troika assume no lugar de Lenin (Stalin, Zinoviev e Kamenev) Trotski excludo. Rivalidade entre Stalin (socialismo num s pas) e Trotski (revoluo permanente). Trotski e Zinoviev so banidos, proclamao do socialismo num s pas. Incio da autocracia de Stalin. 1929 a 1936 - Planos Qinqenais. Projeto de industrializao acelerada do pas. Coletivizao das terras (kolkozes e solfkozes), eletrificao total, indstria pesada e controle sobre consumo. Campanha de educao elimina com analfabetismo. Formao de tcnicos e administradores em massa. Tecnocracia apoiada por Stalin afasta os militantes partidrios. 1936 a 1938 - Grandes expurgos. Elite do Partido , do Exrcito e da Policia Secreta (NKVD) eliminada. Processos contra Bukarin, Radeck, Piatakov e Tukashevski. Yezov e Iagoda.coordenam o Grande Terror (800 mil fuzilados). Ascenso de L.Beria (segundo homem mais importante). Domnio socio-politico da tecnocracia e da burocracia partidria que se materializa na autocracia stalinista 1939 a 1941 - Pacto Germano-sovitico de no-agresso (Pacto Ribbentrop- Molotov). Stalin acerta-se com Hitler em torno da Polnia (que ser partilhada por ambos em 1939) e assina acordo econmico com a Alemanha nazista (mquinas e equipamentos por matrias-primas). 1941 a 1945 - Invaso nazista destruiu Rssia ocidental: 20 milhes de mortos. Contra-ofensiva sovitica iniciada em 1943 leva conquista de Berlim. Todo o leste europeu cai sobre controle sovitico. Partilha da Alemanha com aliados ocidentais. URSS super-potncia mundial rivaliza com os E.U.A. 1945 a 1953 - Guerra Fria. Stalin retoma controle autocrtico. Expurgo dos valores ocidentais.Apogeu do Culto Personalidade. Ampliao do GULAG (sistema de campos de concentrao). Poltica de reconstruo acelerada e corrida armamentista. Deslocamento de povos e etnias suspeitas de colaboracionismo. Bomba atmica sovitica (1949). Morte de Stalin provoca comoo nacional. Incio do degelo. Em 1956, Krushev denuncia Stalin e sua poltica no 20 Congresso do PCURSS. princpio da desestalinizao.