Seriguela Dissert Helio
Seriguela Dissert Helio
Seriguela Dissert Helio
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS FLORESTAIS
CARACTERIZAO QUIMICA DE LEOS ESSENCIAIS DE Spondias mombin L., Spondias purpurea L. e Spondias sp (cajarana do serto)
PATOS-PB-BRASIL 2010
CARACTERIZAO QUMICA DE LEOS ESSENCIAIS DE Spondias mombin L., Spondias purpurea L. e Spondias sp (cajarana do serto)
Dissertao apresentada ao Programa de PsGraduao em Cincias Florestais, na rea de Ecologia, Manejo e Utilizao dos Recursos Florestais, da Universidade Federal de Campina Grande no CSTR Centro de Sade e Tecnologia Rural, como requisito parcial obteno do Ttulo de Mestre em Cincias Florestais.
Orientador: Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima Co-orientadora: Profa. Dra. Elisabeth de Oliveira
PATOS-PB-BRASIL 2010
TTULO: CARACTERIZAO QUMICA DE LEOS ESSENCIAIS DE Spondias mombin L.,Spondias purpurea L. e Spondias sp (cajarana do serto)
Dissertao aprovada como parte das exigncias para obteno do Ttulo de MESTRE em CINCIAS FLORESTAIS rea de concentrao Ecologia, Manejo e Utilizao dos Recursos Florestais.
BANCA EXAMINADORA
DEDICO
Ao meu Deus, por ter me dado coragem, sade e sabedoria para enfrentar os obstculos do dia-a-dia e concluir este Mestrado. A minha esposa, Roberta Freitas de Frana Brito e aos meus filhos: Jlia Freitas Brito, Tiago Freitas Brito e Eduardo Freitas Brito, os quais so exemplo de amor e honestidade.
PENSAMENTO
BIOGRAFIA DO AUTOR
HELIO RODRIGUES DE BRITO, filho de Jos Djalma de Brito e urea Rodrigues de Brito, nasceu na cidade de Patos, Estado da Paraba, aos 19 de julho de 1958. Cursou o primeiro e segundo graus no Colgio Estadual Pedro Aleixo em Patos-PB. Ingressou na Universidade Regional do Nordeste (URNe) em 1980, graduando-se em Qumica Industrial em 1983. Ingressou na Universidade Estadual da Paraba (UEPB) em 1988, no Curso de Licenciatura Plena em Qumica e concluindo em 1989. Iniciou em maro de 1991, na Universidade Federal da Paraba (UFPB), Campus de Patos-PB, no Curso de Especializao em Educao, Objetivando Formao do Professor e concluindo em 1991. Iniciou em maro de 2008, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no Centro de Sade e Tecnologia Rural na Unidade Acadmica de Engenharia Florestal, no Programa de Ps-Graduao (STRICTO SENSU) em Cincias Florestais, Campus - PatosPB, na rea de Ecologia, Manejo e Utilizao dos Recursos Florestais e concluindo em fevereiro de 2010.
AGRADECIMENTOS
Ao meu DEUS, por ter me concedido sabedoria, pacincia, discernimento e prudncia, renovando a minha f a cada dia, fazendo com que eu superasse todos os obstculos e desse de mim o melhor possvel com tica e profissionalismo. A todos que direta ou indiretamente contriburam para a realizao deste trabalho, especialmente: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Centro de Sade e Tecnologia Rural (CSTR) ao Programa de Ps-Graduao em Cincias Florestais, pela oportunidade de realizar este Curso; Universidade Regional do Carir (URCA), nas pessoas do Prof. Dr, Jos Galberto Martins da Costa e a Prof. Ms. Fabola Fernandes Galvo Rodrigues, pelo apoio e orientao nas realizaes das extraes dos leos essenciais no Laboratrio de Pesquisa de Produtos Naturais (LPPN), na cidade do Crato-CE. Aos Professores Dr. Ednaldo Queiroga de Lima e sua esposa Dra. Elisabeth de Oliveira, pela confiana, amizade, compreenso e dedicao na orientao em todos os momentos deste estudo; Aos Professores Dr. Juarez Benigno Paes e Dra. Joedla Rodrigues de Lima, pela sempre pronta colaborao e disponibilidade aos alunos mestrandos, quando frente da coordenao do Programa de Mestrado. Prof. Dra. Ivonete Alves Bakke, pela sua dedicao, companheirismo e acompanhamento de todos os alunos mestrandos, tirando dvidas, orientando e encorajando, nos momentos difceis. A todos os Professores do Programa de Ps-Graduao em Cincias Florestais, pela dedicao e profissionalismo com que conduziram os trabalhos. Aos funcionrios da secretaria de Ps-Graduao em Cincias Florestais, na pessoa de Nara Ceclia de Sousa Neves e aos Laboratoristas Jair Moiss de Souza e Carlos Brilhante, pela ateno que sempre tiveram conosco nas horas solicitadas. Eidla Mikaelle Maciel do Nascimento, em nome de todos os bolsistas do Laboratrio de Pesquisa de Produtos Naturais (LPPN), pelo carinho com que nos recebia, pela ajuda nas horas solicitadas e auxlio na execuo dos trabalhos..
Ao IFPB, na pessoa do Prof. Roscellino Bezerra de Mello Jnior pela reduo de minha carga horria, a qual possibilitou uma maior dedicao aos meus estudos. Aos colegas de mestrado pelo convvio, aos quais no citarei os nomes para no correr o risco de esquecer algum. s Professoras do IFPB: Margarida Maria de Arajo, pelo companheirismo e dedicao aos estudos neste mestrado, sempre unidos em nossas atividades cobradas pelos professores e a Jacinta Maria de Figuerdo Rolim, pelas substituies de minhas aulas nos dias em que no pude ministr-las por motivos extras. minha famlia, em especial, aos meus pais, Jos Djalma de Brito e urea Rodrigues de Brito, por todo o apoio, suporte e amor que ofereceram durante todo o perodo de estudo. Ou seja, da alfabetizao ao ensino superior, sem os quais no teria tido foras e vontade de chegar at o final. Obrigado aos que contriburam indiretamente para a realizao deste trabalho.
SUMRIO
Lista de Figuras ................................................................................................................. Lista de Tabelas ................................................................................................................ Resumo .............................................................................................................................. Abstract ............................................................................................................................. 1. INTRODUO ............................................................................................................ 1.1 Caracterizao do Ecossistema Caatinga ............................................................. 1.2 Caracterizao do Municpio de Patos ................................................................. 2. REFERENCIAL TERICO ........................................................................................ 2.1 O Gnero Spondias ............................................................................................. 2.2 Espcies Estudadas ............................................................................................. 2.2.1 A Espcie Spondias mombin L. ........................................................................... 2.2.2 A Espcie Spondias sp (cajarana do serto) ....................................................... 2.2.3 A Espcie Spondias purpurea L. ......................................................................... 2.3 leos Essenciais .................................................................................................. 2.3.1 Metabolismo secundrio de plantas ................................................................... 2.4 Mtodos de Extrao de leos Essenciais ......................................................... 2.4.1 Mtodo de expresso............................................................................................ 2.4.2 Mtodo de destilao .......................................................................................... 2.4.3 Mtodo de extrao com solvente....................................................................... 2.5 Mtodos de Anlise.............................................................................................. 2.5.1 Mtodo cromatogrfico ....................................................................................... 3. MATERIAL E MTODOS ......................................................................................... 3.1 Localizao da rea de Estudo .......................................................................... 3.2 Material Botnico ............................................................................................... 3.3 Extrao do leo Essencial ................................................................................ 3.4 Anlise por Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massaas ----(CG/EM) .............................................................................................................. 4. RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................................. 5. CONCLUSES E RECOMENDAES ...................................................................
i ii iii iv 13 14 16 18 18 19 19 22 24 27 31 36 37 37 38 41 41 44 44 44 45 45 48 55
6. REFERNCIAS............................................................................................................. 57
9i
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Mapa da Paraba onde mostra a localizao de Patos ...................................... Figura 2. Exemplar de cajazeira encontrado no IFPB-Cajazeiras-PB. ............................ Figura 3. Frutos maduros do caj ........................................................................................ Figura 4. Exemplar de cajarana do serto, encontrado no Municpio de Patos-PB.......... .
17 21 22 23
Figura 5. Frutos maduros de cajarana do serto .................................................................. 24 Figura 6. Exemplar de cirigueleira encontrado na UFCG Patos-PB. ............................. Figura 7. Frutos verdes de ciriguela .................................................................................... Figura 8. Representao esquemtica dos diferentes tipos de cromatografia ................. 26 26 43
Figura 9. Fluxograma da metodologia de extrao de leos essenciais das folhas de caj, cajarana do serto e ciriguela . .................................................................... 46 Figura 10. Extrator de leos essenciais tipo Clevenger do LPPNURCACrato-CE. .. Figura 11. Leitura cromatogrfica do leo essencial de caj. .......................................... Figura 12. Leitura cromatogrfica do leo essencial de cajarana do serto. ................... Figura 13. Leitura cromatogrfica do leo essencial de ciriguela. ................................... 47 51 51 52
ii 10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Massa das amostras e dos leos com seus percentuais de rendimento.................................................................................................. 48 Constituintes qumicos do leo essencial das folhas de caj (Spondias mombin L.) ......................................................................................... 49 Constituintes qumicos do leo essencial das folhas de cajarana do serto (Spondias sp).................................................................................. 49 Constituintes qumicos do leo essencial das folhas de ciriguela (Spondias purpurea L.) ............................................................................ 50 Constituintes comuns presentes nos leos essenciais das folhas de caj, cajarana do serto e ciriguela. .................................................................... 50
Tabela 2 -
Tabela 3 -
Tabela 4 -
Tabela 5.-
11 iii
BRITO,
Helio
Rodrigues
de.
CARACTERIZAO
QUMICA
DE
LEOS
ESSENCIAIS DE Spondias mombin L, Spondias purpurea L e Spondias sp (cajarana do serto). Patos-PB: UFCG, 2010, 67 p. (Dissertao Mestrado em Cincias Florestais).
RESUMO
O Gnero Spondias, com um variado nmero de espcies (18) e um sabor extico de seus frutos, apresenta-se na regio sertaneja (semi-rido) com alguns exemplares das espcies: Spondias mombin L.(cajazeira); Spondias purpurea L.(cirigueleira); Spondias tuberosa Arr.Cm. (umbuzeiro); Spondias sp (cajarana do serto) e Spondias spp (umbu-cajazeira). O objetivo deste estudo foi fazer uma caracterizao qumica dos leos essenciais das espcies: Spondias mombin L., Spondias purpurea L. e Spondias sp (cajarana do serto). O Presente estudo foi realizado na UFCG Universidade Federal de Campina Grande - Campus de Patos-PB. As folhas das rvores das espcies selecionadas foram coletadas neste municpio, com as seguintes coordenadas: Caj: 0703593 S e 3716498 W e altitude de 253 metros; Ciriguela: 0703550 S e 3716539W e altitude de 256 metros e Cajarana do Serto: 0703608S e 3716488 W e altitude de 256 metros. As amostras foram coletadas em dois horrios distintos, 7 horas e entre 9 e 10 horas. As extraes foram realizadas no LPPN Laboratrio de Pesquisa de Produtos Naturais da Universidade Regional do Carir URCA na Cidade do Crato-CE, em aparelho tipo Clevenger, destilando-se as amostras de folhas frescas, por um tempo de 3 horas e tendo como solvente de arraste gua destilada. O horrio da coleta teve influncia na composio qumica dos leos, onde os cromatogramas indicaram que os componentes majoritrios das trs espcies estudadas so hidrocarbonetos lineares de cadeias longas (18 a 40 carbonos) e que estes componentes, em sua maioria, de nmero par de carbonos,difere da literatura pesquisada, onde a mesma quantifica os hidrocarbonetos mpares em plantas como majoritrios. Dentre os terpenos encontrados nos cromatogramas, das espcies estudadas, destacaram-se o -cariofileno (caj e ciriguela) e o a-humuleno (ciriguela), os quais apresentam importante ao antimicrobiana. A espcie Spondias sp (cajarana do serto), apresentou em sua constituio o terpeno Fitol, que um componente da clorofila e conhecido por melhorar a tenacidade e balancear o fluxo de leo natural da pele.
iv 12
BRITO,
Helio
Rodrigues
de.
CHEMICAL CHARACTERIZATION OF
ABSTRACT
The genus Spondias, with a varied number of species (18) and an exotic taste of fruits, is present in serto (semi arid) with some examples of the species: Spondias mombin L. (yellow mombin); Spondias purpurea L. (purple monbin); Spondias tuberosa Arr.Cm. (Brazil plum);Spondias sp (cajarana do serto) and Spondias spp (umbucajazeira). The aim of this study is to make a chemical characterization of essential oils of the species:
Spondias mombin L., Spondias purpurea L. and Spondias sp (cajarana do serto). The Present
study was accomplished in UFCG Federal University of Campina Grande Patos Campus PB. The leaves were collected from trees located in Patos-PB, with the following coordinates: yellow mombin: 07 03'593''S and 37 16'498''W and altitude of 253 meters; purple monbin: 07 03'550''S and 37 16'539'' W and altitude of 256 meters and cajarana do serto: 07 03'608 "S and 37 16'488''W and altitude of 256 meters. The samples have been collected at two different times, at 7 oclock and between nine and ten oclock. The extractions were performed in LPPN - Laboratory for Natural Products Research at Carir Regional University - URCA - Crato city-CE, in Clevenger apparatus by distilling the samples (1000 g of fresh leaves) for 3 hours and having distilled water as solvent drag. The time of collection has influenced the chemical composition of oil,
in which
chromatograms have indicated that the major components of the three species studied are long linear hydrocarbon chains (18 to 40 carbons) and that these components mostly of even-carbon number differ from literature, which quantifies odd hydrocarbons as being a majority in plants. Among the terpenes found in the chromatograms of the species studied, we highlight the -caryophyllene (yellow and purple mombin fruit) and ahumulene (purple mombin fruit), which have a significant antimicrobial effect. . The species Spondias sp (cajarana do serto),has presented in its constitution Phytol terpene, which is a component of chlorophyll and seems to improve toughness and balance the flow of natural oil from skin.
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1 INTRODUO
O Gnero Spondias, com um variado nmero de espcies, com um sabor extico dos seus frutos encontrados na regio semi-rida nordestina, tem aceitao muito grande por parte da populao, onde so consumidos dentre outras formas in natura, em sucos, polpas, picols, sorvetes, doces, etc. que, para algumas famlias, no perodo de safra, a venda dos mesmos nas estradas ou nas feiras livres das cidades, serve como um complemento na renda familiar, ou seja, representa um valor socioeconmico local (SOUSA, 2005). Na regio sertaneja, esse gnero pode ser encontrado prximo s residncias, nos pomares de chcaras, stios e fazendas, com alguns exemplares das espcies Spondias mombin L. (cajazeira); Spondias purpurea L.(cirigueleira); Spondias tuberosa Arr.Cm. (umbuzeiro); Spondias sp (cajarana do serto) e Spondias spp (umbu-cajazeira). A crescente demanda por produtos processados de frutas tropicais fez com que muitas agroindstrias se instalassem no Nordeste brasileiro, existindo uma procura no mercado por frutos de qualidade. Dessa forma, tem-se observado o interesse de fruticultores no cultivo de espcies de Spondias, o que confirma o potencial agro-scio-econmico dessas espcies. No entanto, para viabilizao dos cultivos h necessidade de serem solucionados os problemas tecnolgicos que impossibilitam a sua explorao comercial (SOUZA & ARAJO, 1999). O estudo das Spondias cajazeira, cirigueleira e cajarana do serto, no que se refere a extraes de leos essenciais, poder fornecer subsdios para formulao de planos de diversificao da forma de utilizao racional, ampliando o leque de produtos no madeirveis passveis de aproveitamento sustentvel. O conhecimento sobre leos essenciais de plantas data desde alguns sculos antes da era crist. As referncias histricas de obteno e utilizao desses leos esto ligadas, originalmente, aos pases orientais, com destaque para o Egito, Prsia, Japo, China e ndia. A evoluo de conhecimentos tcnicos sobre os leos essenciais deu-se em meados do sculo XVIII, quando se iniciaram os estudos para suas caracterizaes qumicas. Atualmente bastante grande o nmero de plantas conhecidas para a produo de leos essenciais em bases econmicas. Tal ocorrncia vai desde plantas rasteiras, como o caso da hortel, at plantas de porte arbreo, como o caso do eucalipto. O interesse do homem pelos leos essenciais est baseado na possibilidade da obteno de compostos aromticos, os quais, de uma forma ou de outra, fazem parte do nosso dia-a-dia. Muitos desses compostos so atualmente obtidos sinteticamente, por razes
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econmicas por dificuldades na continuidade na obteno das plantas produtoras, bem como pelo interesse na obteno de novos componentes aromticos. Contudo, a busca pelo naturalismo tem feito crescer a demanda pelos produtos originais obtidos diretamente das plantas. Alm do mais, h dificuldades para que os aromas sintticos se aproximem da perfeio dos aromas naturais. A extrao de leos essenciais de folhas destas espcies descutido neste estudo como alternativa, que pode ser viabilizada por meio de manejo florestal apropriado, sem sacrificar as rvores nativas, que poderiam ser cultivadas e melhoradas geneticamente. O objetivo deste estudo foi fazer uma caracterizao qumica dos leos essenciais das espcies: Spondias mombin L., Spondias purpurea L. e Spondias sp (cajarana do serto) e dependendo de suas composies qumicas, prever uma possvel aplicao na indstria farmacutica, na produo de cosmticos, perfumes, culinria, entre outras.
1.1 Caracterizao do Ecossistema Caatinga O Nordeste brasileiro, com uma superfcie de 1.600.000 Km2, representa mais de 18% do territrio nacional e nele est incrustado o Polgono das Secas com um pouco mais de 1.000.000 Km2, representando 62% da rea. A maior parte de seu territrio revestido por uma vegetao xerfila de fisionomia e composio florsticas variadas, que tem mantido desde o tempo do perodo colonial a antiga denominao indgena de Caatinga, que significa mata branca, tpica do clima semi-rido (IBGE-2007). Cerca de 70% da superfcie do Polgono das Secas so caracterizadas por uma vegetao caduciflia e tm como trao comum a deficincia hdrica durante a maior parte do ano, baixa profundidade do solo, descontinuidades litolgicas nos perfis e alta salinidade (RODAL, SAMPAIO, FIGUEIREDO, 1992). O ecossistema Caatinga abriga, alm da vegetao caduciflia espinhosa (VCE), a Caatinga propriamente dita, outras formas de vegetais com fisionomia e flora diferenciadas, como as florestas e cerrados situados nos enclaves e submidos, e extensas faixas ecotonais com o cerrado e a floresta atlntica. Das diferentes formaes vegetais daquele ecossistema, as florestas situadas nas serras so, sem dvida, as de maior riqueza florstica (RODAL & NASCIMENTO, 2002). A Caatinga subdivide-se ainda em agreste, que a transio da Mata Atlntica para o Semi-rido, e Serid, uma vegetao hiperxerfila do Cear, Rio Grande do Norte e Paraba (MAIA, 2004).
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O ecossistema Caatinga possui uma extenso territorial de 844.453 Km no Nordeste do Brasil, ocupando uma rea em torno de 9,92% do territrio nacional englobando de forma contnua parte dos estados do Maranho, Piau, Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do norte de Minas Gerais (IBGE-2007). Apresenta vegetao tpica de regies semi-rida com perda de folhagem pela vegetao durante a estao seca. A vegetao xerfila caracterstica afetada pela longa e irregular seca, altas temperaturas e elevada radiao ultravioleta. Possui uma populao em torno de 27 milhes de habitantes, onde em sua grande maioria formada por famlias de baixa renda. Segundo Magalhes & Oliveira, (1999), a regio semi-rida nordestina, delimitada pelo polgono das secas, se caracteriza pela baixa pluviometria (mdia de 700 mm). As precipitaes quase sempre se concentram nos meses de fevereiro a maio. O potencial de evaporao bastante elevado (podendo a chegar a 3.000 mm/ano), essa regio tem temperaturas mdias variando de 20 a 28C. Segundo Duque (1980), esse aspecto de alta taxa de evaporao devido associao de elementos caractersticos da regio que propiciam a acelerao da demanda evaporativa: altas temperaturas, baixa umidade relativa, disponibilidade de energia, ventos fortes e quentes. De forma resumida, quanto maior a temperatura, menor umidade relativa, maior disponibilidade de energia, predominncia maior de ventos, maior a demanda evaporativa e consequentemente maior a evapotraspirao. Segundo dados do IBGE-2007, seu ndice pluviomtrico varia entre 300 e 800mm anuais, embora em algumas micro regies este ndice ultrapassa os 1200mm. considerado um bioma exclusivamente brasileiro. Dentro deste contexto situa-se o estado da Paraba que apresenta uma vegetao bastante diversificada devido as suas condies ambientais e geomorfolgicas. Est situado na poro oriental do Nordeste brasileiro, entre os meridianos de 344545 e 384545 longitude Oeste e os paralelos de 06212 e 081918 latitude Sul, ocupando uma rea de 56.732 Km2. Seguindo do Leste para o Oeste, ou seja, do Litoral para o Serto, temos: Vegetao Litornea, Campos e Matas de Restinga, Manguezais, Mata mida, Cerrado, Agreste, Caatinga e Matas Serranas. O clima predominante na Paraba caracterizado por altas temperaturas e chuvas escassas e irregulares. Na poro interior do Estado predomina o clima semi-rido, registrando-se nesta rea altas mdias mensais de temperatura, de 25 a 30C, e baixos ndices pluviomtricos de 300 a 1.000 mm de chuva mal distribuda ao longo do ano, o que condiciona a uma vegetao fortemente xeroftica (NURIT et al., 2005).
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1.2 Caracterizao do Municpio de Patos O Municpio de Patos situa-se no Estado da Paraba, na depresso sertaneja semirida, distante 301 Km da capital Joo Pessoa e sua sede localiza-se no corao do Estado, com vetores virios interligando toda a Paraba e viabilizando o acesso aos Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Cear. Sua extenso territorial de aproximadamente 512,79 Km com uma populao de 100.732 habitantes (IBGE-CIDADES, 2010). Suas coordenadas geogrficas so: 7,02 S e 37,27 W, com uma altitude de 242 m. O clima da regio conforme a classificao de Kppen do tipo Bsh-semi-rido quente e seco, temperatura mdia anual de 28 C e umidade relativa do ar de 55%. O perodo mais seco compreende os meses de julho a fevereiro e o mais chuvoso no perodo de maro a junho. A pluviosidade mdia anual de 675 mm com distribuio irregular de chuvas, embora nos ltimos anos este ndice vm ultrapassando os 1000 mm. Seus solos em sua maioria so rasos e pedregosos, tpicos de solos litlicos, representados basicamente pelos solos Bruno no clcicos. Segundo o IBGE, at meados do sculo XVII, toda a zona que abrange o territrio do atual Municpio de Patos era habitada pelos ndios Pegas e Panats. Os primeiros elementos civilizadores a penetrarem regio foram os membros da famlia Oliveira Ledo, que fundaram algumas fazendas de gado, tendo encontrado forte resistncia por parte dos gentios. Pouco a pouco foram os nativos obrigados a abandonar a regio, medida que seus domnios eram conquistados pelos brancos. Depois das fazendas de gado fundadas por Oliveira Ledo, outras foram sendo formadas por colonizadores portugueses, que ali se estabeleceram com seus escravos (IBGE-2009). O lugar primeiramente devassado chamava-se Itatiunga nome dado pelos gentios que significava pedra branca. Mais tarde, passou a chamar-se Patos. Segundo a tradio, a denominao de Patos originou-se do nome de uma lagoa, hoje aterrada, situada s margens do Rio Espinharas, a qual era conhecida por Lagoa dos Patos, em virtude da grande quantidade dessas aves ali existentes (IBGE-2009). Em 1752, o Capito Paulo Mendes de Figueiredo e sua mulher Maria Teixeira de Melo, que residiam nos stios de Patos e Pedra Branca, doaram parte de suas terras a Nossa Senhora da Guia. nessas terras que est edificada a cidade de Patos (IBGE-2009).
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Figura 1 Mapa da Paraba, onde mostra a localizao do Municpio de Patos-PB Fonte: www.viagemdeferias.com/.../mapa-paraiba.gif
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2 REFERENCIAL TERICO
A famlia Anacardiaceae destaca-se por agrupar diversas espcies frutferas importantes, como as Spondias, o cajueiro (Anacardium occidentale L.), a mangueira (Mangifera indica L.) e o pistache (Pistacia vera L.), que so exploradas economicamente em vrias reas tropicais e subtropicais do mundo.(SOUZA-2005). Do gnero Spondias, destacam-se a cajazeira (S. mombin L.), o umbuzeiro (S. tuberosa Arr. Cm.), a cajaraneira do serto (Spondias sp), a cirigeleira (S. purprea L.), os hbridos caja-manga (S.cytherea Sonn) e a umbu-cajazeira (Spondias spp.). Essas espcies so exploradas extrativamente ou em pomares domsticos e no fazem parte das estatsticas oficiais, mas, mesmo assim, tm grande importncia socioeconmica para as regies Norte e Nordeste do Brasil. Seus frutos so consumidos na forma in natura ou processados como polpas, sucos, gelias, nctares e sorvetes de excelente qualidade e alto valor comercial, o que torna vivel a explorao agroindustrial dessas fruteiras (SOUZA-2005). O gnero Spondias pertence a famlia Anacardiaceae e possui 18 espcies, 6 dessas ocorrem no Nordeste e so rvores frutferas tropicais em domesticao e exploradas pelo seu valor comercial (MITCHELL & DALY, 1995). No Brasil, notadamente no Nordeste, estas espcies tm considervel importncia social e econmica, fato comprovado pela crescente comercializao de seus frutos e produtos processados em mercados, supermercados, restaurantes e lanchonetes da regio. As pesquisas com as espcies de Spondias ainda so escassas, existindo questionamentos a serem respondidos. A propagao vegetativa desse gnero por estaquia apresenta limitaes e no dispe ainda de tecnologia para produo comercial de mudas. Tradicionalmente, estas so propagadas por estacas talo (estacas lenhosas grandes) plantadas diretamente no campo, as quais demoram a enraizar e a formar a copa da nova planta. Uma das provveis causas dos freqentes insucessos de propagao das espcies de Spondias por estaquia a poca da coleta dos propgulos, que deve ser realizada no final da fase fenlica de repouso vegetativo da planta, ou seja, poucos dias antes da emisso das brotaes, dos ramos, das folhas e das flores (SOUZA & ARAJO, 1999) Algumas pesquisas foram concludas e outras esto em andamento quanto propagao de algumas destas espcies por estaquia utilizando hormnios enraizadores. .Dentre estas pesquisas, pode-se destacar: Efeito das folhas e do tipo de estaca no
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enraizamento de cajarana (Spondias sp), estudadas por RIBEIRO, et al. 2007; Propagao de Cajarana (Spondias sp) e ciriguela (Spondias purpurea L.) por meio de estacas verdes enfolhadas, nas condies climticas de Mossor-RN, estudadas por Lima, et al. (2002); Spondias agroindustriais e os seus mtodos de propagao, estudadas por Sousa & Arajo (1999); Umbuzeiro como porta-enxerto de outras Spondias em condies de sequeiro:
avaliaes aos cinco anos, estudado por Santos, et al. (2002). A enxertia, apesar de pouco estudada, vem apresentando resultados promissores na clonagem de cajazeira, umbu-cajazeira e umbuzeiro. As investigaes sobre os mtodos de propagao das Spondias esto em execuo. Espera-se, em curto prazo, ser possvel a divulgao de tecnologias e de recomendaes tcnicas para a produo de mudas das principais espcies exploradas na regio (SOUZA & ARAJO, 1999). A crescente demanda por produtos processados de frutas tropicais fez com que muitas agroindstrias se instalassem no Nordeste brasileiro, existindo uma procura no mercado por frutos de qualidade. Dessa forma, tem-se observado o interesse de fruticultores e agroindstrias no cultivo de espcies de Spondias, o que confirma o potencial agro-scioeconmico dessas espcies. No entanto, para viabilizao dos cultivos h necessidade de serem solucionados os problemas tecnolgicos que impossibilitam a sua explorao comercial (SOUZA & ARAJO, 1999).
A cajazeira uma rvore frutfera tropical lenhosa, ainda em domesticao. Tem porte alto, folhas caducas, tronco revestido por casca grossa e rugosa que esgalha e ramifica na parte terminal, o que confere um porte alto a planta. A copa ampla, vistosa e imponente quando em fase de florao e frutificao (SOUZA & BLEICHER, 2002). Os frutos da cajazeira so nuculnios perfumados com mesocarpo carnoso, amarelo de sabor agridoce, contendo carotenides, acares, vitaminas A e C (BARROSO et al.,1999) A cajazeira (Spondias mombin L.), tambm chamada de ambal, caj-mirim, cajazinha, tapereb ou tapiriba, uma espcie frutfera da famlia Anacardiaceae, originria da regio tropical do continente americano. As espcies de Spondias so melhores adaptadas as terras baixas do trpico quente. As rvores crescem melhor em solos frteis bem drenados, mas se adequadamente nutrida tambm podem se desenvolver satisfatoriamente em vrios
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solos pobres (CAMPBELL & SAULS, 1994). A cajazeira uma rvore frondosa que pode atingir at mais de 15 m de altura. Seus frutos so bem apreciados in natura ou em forma de polpa, gelias e sorvetes. No Brasil, as cajazeiras so encontradas isoladas ou agrupadas, notadamente em regies da Amaznia e da Mata Atlntica e nas zonas mais midas dos Estados do Nordeste, principalmente na faixa litornea e nas serras, e de forma espontnea e subespontnea, em matas, campos de pastagens e pomares domsticos (SOUZA, 2000). Na Amaznia, a cajazeira encontrada nas florestas de terra firme e de vrzea, sendo comum em lugares habitados, porm em estado subespontneo (CAVALCANTE, 1976). Segundo Sampaio (2002), a cajazeira uma fruteira tpica de zonas midas e submidas, s aparece na Caatinga quando plantada, principalmente nas regies costeiras de maior precipitao, nos limites mais midos do agreste e nas regies e ps de serra do Cear e do Rio Grande do Norte (Portalegre e So Joo do Sabuj). Na Paraba, as cajazeiras podem ser encontradas em vrias regies do Estado, porm mais freqentemente em povoamentos naturais na micro-regio do Brejo-Paraibano,onde existem em campos abertos e em convvio com outras espcies encontradas na mata paraibana (COSTA, 1998). No Cear, ocorre com maior freqncia nas zonas litorneas prximas a Fortaleza e nas serras de Guaramiranga, Baturit, Meruoca e Ibiapaba. Na Bahia, a cajazeira encontra-se presente nas reas de plantio de cacau da regio Sul, principalmente entre os paralelos 14S e 16S, numa faixa de 100 km a partir do litoral, com maior concentrao nos municpios onde h explorao comercial de cacau (SACRAMENTO & SOUZA, 2000). Apesar de no se encontrar plantios de cajazeiras tecnicamente formados, vrios pesquisadores j identificaram a ocorrncia de pragas e doenas, que prejudicam o desenvolvimento e a produo dessa fruteira. Dentre estas pragas pode-se destacar a moscadas-frutas (Anastrepha sp) que inicia seu ataque quando o caj se encontra verdoengo ou de vez; os ovos so depositados no interior dos frutos (CARVALHO & NASCIMENTO, 2000). A colheita dos frutos feita manualmente, onde so coletados os frutos maduros cados ao cho, onde se recomenda colocar uma lona plstica para que os mesmos no venham a ser contaminados por impurezas do solo. Nos Estados produtores, o perodo de safra varia. Na Bahia e no Esprito Santo, a cajazeira floresce e inicia a frutificao a partir de outubro a novembro e os frutos amadurecem de fevereiro a abril (VINHA & MATTOS, 1982). Segundo Prance & Silva (1975), em Manaus a cajazeira floresce geralmente de agosto a setembro, com o pico da produo de dezembro a fevereiro. Na micro-regio do brejo paraibano, as plantas
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ficam completamente desfolhadas; essa perda de folhas, no entanto, no simultnea em todos os exemplares de uma mesma regio (SILVA & SILVA, 1995). A comercializao dos frutos feita em feiras livres, s margens de rodovias prximas s unidades de produo e nas indstrias de processamento de polpas localizadas na regio. Atualmente, a polpa congelada de caj uma das mais apreciadas em nvel nacional, e a demanda a cada dia aumenta apesar da pouca existncia de plantios comerciais. Devido a problemas de colheita, condies de acesso e transporte dos frutos estima-se que menos de 30% da produo de caj, na regio sul da Bahia e em outras regies produtoras, sejam aproveitados atualmente para consumo humano (MARTINS & MELO,2008). Para o plantio, recomenda-se abertura de covas com 40 x 40 x 40 cm e espaamentos de 8 x 8 m (156 plantas/ha), previamente adubadas com esterco curtido.
Figura 2 Exemplar de cajazeira encontrado no IFPB Cajazeiras-PB Fonte: BRITO, H.R. maro de 2009
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Figura 3 Frutos maduros do caj Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/.../caja-14.jpg 2.2.2 A Espcie Spondias sp (cajarana do serto)
A Cajarana do serto (Spondias sp), anacardiaceae, uma planta originria das Ilhas da Sociedade, na Oceania. rvore de rpido crescimento, com ramos grossos e quebradios, folhas compostas de 11 a 13 fololos. Flores dispostas em grande panculas terminais. Os frutos se apresentam em cachos. So drupas elipsides ou ligeiramente obovides, amarelas de pele fina, medindo aproximadamente 3,0 cm. A polpa compacta, amarelo-plida, sumarenta, acdula ou doce, que cobre uma semente eriada de compridos feixes lenhosos entranhados profundamente na massa da polpa. Comestvel ao natural, saborosos, os frutos do bons refrescos, picols e sorvetes (MARTINS & MELO, 2008) Lima et al. 2002, estudando a umbu-cajazeira (Spondias spp), que um hbrido semelhante a cajarana do serto (Spondias sp), relata que os frutos possuem excelente sabor e aroma, boa aparncia e qualidade nutritiva, muito consumidos na forma in natura, apresentando rendimento mdio de 55 a 65 % em polpa, com potencial para a sua utilizao na forma processada como polpa congelada, sucos, nctares e sorvetes. A poca de colheita, na Paraba, ocorre no perodo de abril a julho. O mtodo de colheita pode ser o manual, pois a cajaraneira apresenta altura menor que a cajazeira, facilitando a coleta dos frutos, que devem ser colhidos nos estgios verdosos ou de vez, tendo em vista serem classificados como climatricos, o que proporciona uma melhor seleo dos frutos e qualidade de seus produtos.
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Os frutos maduros desprendem-se da planta e caem, ocasionando danos ao se chocarem com galhos e solo, podendo perder lquido e entrar em processo de fermentao, alm de ficarem expostos ao ataque de insetos, deteriorando-se rapidamente. Costa (1998) estudando o desenvolvimento e maturao dos frutos da cajazeira em Areia-PB, a qual pertence ao mesmo gnero da cajarana do serto (Spondias), concluiu que aps o perodo chuvoso, estas rvores perdem suas folhas e atravessam o vero em estado de dormncia vegetativa guardando suas reservas nutritivas. Ao iniciar o inverno, ou seja, nas primeiras chuvas, o clima modificado e da comea a aparecer as primeiras flores e folhas, e em aproximadamente 120 dias, os frutos podem ser colhidos maduros. Pelas descries de Campbell e Sauls (1994), as espcies de Spondias so melhores adaptadas s terras baixas do trpico quente. As rvores crescem melhor em solos frteis bem drenados, mas, se adequadamente nutridas, tambm podem se desenvolver satisfatoriamente em vrios solos pobres. Recomenda-se o seu plantio que pode ser por mudas obtidas por estaquia, com o compasso de 7 x 7 ou 8 x 8 metros.
Figura 4 Exemplar de cajarana do serto encontrado no municpio de Patos-PB Fonte: BRITO, H.R. maro de 2009
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Figura 5 Frutos maduros de cajarana do serto Fonte: BRITO, H.R. maio de 2009
A Cirigueleira (Spondias purpurea L.) tambm chamada de siriguela, ameixa-daespanha, caj vermelho, ciroela, jacote, ciruela mexicana (MARTINS & MELO, 2008). uma rvore caduciflia de 3 a 6 m de altura. Folhas pinadas medindo 18-24 cm, com 9-11 pares de fololos membranceos de cerca de 2,5 cm de comprimento. Flores discretas, unissexuadas (masculinas e femininas) e andrginas na mesma planta e formadas nos meses da primavera junto com a brotao da nova folhagem. Frutos do tipo drupa, com polpa doceacidulada, muito saborosa (LORENZI,2006 ). O fruto de 15 a 20g e de forma elipsoidal de 35 cm de comprimento, liso e brilhante, roxo ou vinho, com epicarpo firme, apresenta um rendimento de 50% de polpa e utilizado na fabricao de sucos, sorvetes, licores, vinho, gelia, compotas e refrigerantes, in natura. Possui um mesocarpo carnoso, amarelo, de 5 a 7 mm de espessura, doce, cido, de sabor muito agradvel. O endocarpo (semente) ocupa a maior parte do fruto (DONADIO; NACCHTIGAL; SACRAMENTO, 1998). uma das espcies mais cultivada do gnero, pois, em quase todos os pomares ela cultivada. uma espcie originria da Amrica Central (LEON & SHAW, 1990), mas, encontra-se distribuda no Mxico, Caribe e vrios pases da regio Norte da Amrica do Sul, provavelmente dispersa pelo homem.
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Segundo Figueiredo, Passador e Coutinho (2006), produz, em solos bem drenados e em locais de clima tropical e subtropical, frutos comestveis com sabor peculiar e agradvel. A planta adulta raramente excede 7 m de altura, dificilmente se propaga por sementes e sua multiplicao, por ao antrpica se d por estacas. Iniciam a frutificao no terceiro ano aps o plantio no campo. Uma planta adulta pode produzir entre 80 e 120 quilos por ano (FREIRE, 2001). Sob o ponto de vista alimentar, trata-se de um fruto extremamente rico em carboidratos, clcio, fsforo, ferro e vitaminas A, B e C. Segundo Leon & Shaw (1990), da polpa podem fazer-se sucos, licores, sorvetes e doces. Esta fruta tambm usada no preparo de bebidas fermentadas (chicha), vinhos e bebidas geladas. No Nordeste brasileiro a ciriguela apreciada como tira-gosto aps a ingesto de certas bebidas alcolicas (PINTO, 1997). Nos ltimos anos tem-se difundido com grande sucesso a caipirinha de ciriguela. Apesar de ser muito apreciada para o consumo fresco, a ciriguela tambm utilizada para o processamento, mas, nesse caso, utilizam-se quando completamente madura, j que apresenta um alto contedo de amido nos estgios iniciais da maturao. Mesmo no fruto maduro o contedo de amido elevado, e em alguns casos pode-se mesmo perceber o sabor amilceo no ciriguela fresca. O teor de pectina total tambm elevado, em comparao com a maioria dos frutos, o que, associado ao elevado teor de amido, pode dificultar a estabilizao de suco ou nctar (MARTINS & MELO, 2008). Para o plantio recomenda-se abertura de covas de 40 x 40 x 40 cm com o espaamento de 7 x 7 ou 8 x 8m, mudas obtidas por estaquia. No serto paraibano, a colheita ocorre nos meses de dezembro a fevereiro (DONADIO, NACHTIGAL, SACRAMENTO, 1998).
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Figura 6 Exemplar de cirigueleira encontrado na UFCG-Patos-PB Fonte: BRITO, H.R.- maro de 2009.
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2.3 leos essenciais A ISO (International Standard Organization) define leo essencial como o produto obtido de partes de plantas por meio de destilao por arraste com vapor de gua bem como o produto obtido por expresso dos pericarpos de frutos ctricos. Para Grossman (2005), muitos consideram o leo essencial equivalente alma da planta pois exatamente a substncia produzida que empresta o aroma e o sabor pelos quais ela conhecida. Diferente dos azeites e leos lipdicos (gordurosos), os leos essenciais so produzidos em quantidade mnima e so bastante volteis (por isso seu odor ocupa todo o ambiente rapidamente). Em geral, so necessrias vrias centenas de quilogramas de plantas frescas para se produzir apenas um quilograma de leo essencial. Isso o mesmo que dizer que o uso de uma simples gota (ou menos) do produto equivale aromaticamente a vrias centenas de gramas da erva, o que abre inmeras possibilidades culinrias e teraputicas. Segundo Angnes (2005), na prtica mdica popular, os leos essenciais possuem uma larga tradio de uso como agentes medicinais. H registros pictricos de seis mil anos atrs, entre os egpcios, de prticas religiosas associadas cura de males, s unes da realeza, e a busca de bem estar fsico atravs dos aromas, obtido das partes especficas de certos vegetais, como resinas, folhas, flores e sementes. As substncias aromticas j eram populares nas antigas China e ndia, centenas de anos da era crist, quando eram incorporados em incenso, poes e vrios tipos de acessrios, usados diretamente sobre o corpo. O termo em si aromaterapia teria sido criado por um qumico francs em 1928 e que se chamava Maurice Ren de Gattefoss. Gattefoss veio a ficar fascinado pelas possibilidades teraputicas dos leos essenciais e a partir de uma experincia pessoal com o leo de lavanda. At ento Gattefoss utilizava os leos essenciais em seus produtos e criaes com o objetivo de perfum-los, mas sem nenhum fundamento teraputico. Fazendo uma destilao em seu laboratrio, houve um acidente onde o produto que era inflamvel, caiu em seus braos, causando uma sria queimadura. Num ato, sem pensar, ele mergulhou seus braos numa tina de lavanda, que pensava ser de gua e percebeu imediatamente que a sensao de dor logo passou. Em poucos dias, o machucado havia sarado e no lugar da queimadura no ficou nenhuma cicatriz. Isto o levou a se interessar em pesquisar as possibilidades teraputicas dos leos essenciais (SERAFINI et al. 2002). Durante a Segunda Guerra Mundial, O Dr Valnet serviu como mdico na Frente Armada Francesa nas muralhas da China. Ao tratar das vtimas, teria ele ficado sem antibiticos, o que levou a tentar fazer uso dos leos essenciais. Para seu espanto, eles
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possuam um poderoso efeito em reduzir e parar com os processos infecciosos, estando assim, o Dr. Valnet, possibilitado de salvar muitos soldados que de outro modo morreriam sem os antibiticos. Tambm teria ele empregado os leos essenciais como parte de um programa atravs do qual tratou com sucesso desordens mdicas e psiquitricas e estes resultados foram publicados em 1964 no livro aromatherapie(SERAFINI et al. 2002). No Brasil, uma das fontes inicialmente exploradas para a extrao de leos essenciais, foi o pau-rosa. Sua explorao foi tamanha que at os dias atuais, o IBAMA a incluiu na Lista de Espcies em Perigo de Extino (Portaria 37/92, de 03.04.1992) (FERRAZ et al. 2009). Outros vegetais tambm foram explorados, como o eucalpto, capim-limo, menta, laranja, e canela. Devido a uma dificuldade de importar essncias, e uma maior demanda mundial pela produo brasileira causada pela segunda grande guerra, o Brasil com isso teve a maior parte de sua venda voltada para a exportao, o que ajudou significativamente para o aumento da produo. Na dcada de 50, mais um fator colaborou para o aumento da extrao de essncias dentro do pas; empresas internacionais produtoras de perfumes, cosmticos e produtos farmacuticos e alimentares se instalaram no pas (BIZZO, HOVELL, REZENDE, 2009). Segundo Bizzo, Hovell e Rezende (2009), flores, folhas, cascas, rizomas e frutos so matrias-prima para a sua produo, a exemplo dos leos essenciais de rosas, eucalipto, canela, gengibre e laranja, respectivamente. Possuem grande aplicao na perfumaria, cosmtica, alimentos e como coadjuvantes em medicamentos. So empregados
principalmente como aromas, fragrncias, fixadores de fragrncias, em composies farmacuticas e comercializados na sua forma bruta ou beneficiada, fornecendo substncias purificadas como o limoneno, citral, citronelal, eugenol, mentol e safrol. Segundo Simes & Spitzer (2003), dependendo da famlia, os leos volteis podem ocorrer em estruturas secretoras especializadas, como plos glandulares (Lamiaceae), clulas parenquimticas diferenciadas (Laureaceae, Piperaceae, Poaceae), canais oleferos (Apeaceae) e em bolsas lisgenas ou esquizolisgenas (Pinaceae, Rutaceae). Os leos volteis podem estar presentes em certos rgos, como nas flores, folhas, cascas, madeira, razes, rizomas, frutos e sementes. Embora todos os rgos de uma planta possam acumular leos volteis, sua composio pode variar segundo a localizao. leos volteis obtidos de diferentes rgos de uma mesma planta podem apresentar composio qumica, caracteres fsico-qumicos e odores bem distintos. Cabe lembrar que a composio qumica de um leo voltil, extrado do
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mesmo rgo de uma mesma espcie vegetal, pode variar significativamente, de acordo com, a poca de coleta, estdio de desenvolvimento, condies climticas e de solo. Em geral, as espcies apresentam pocas especficas em que contm maior quantidade de princpio ativo no seu tecido, podendo esta variao ocorrer tanto no perodo de um dia como em pocas do ano (REIS, MARIOT, STEENBOCK, 2003). As plantas alimentcias, forragens e culturas de fibras no so as nicas de importncia no mercado atualmente. Outras espcies cujo metabolismo secundrio valorizado por suas caractersticas aromticas e teraputicas, ou por serem matria-prima para a indstria, quer como ingredientes ativos de sabor e fragrncias da indstria de perfumaria e cosmticos, quer como constituintes nas formulaes de produtos para higiene e sade, alm de serem tambm muito utilizados na medicina alternativa, tambm possuem importncia econmica (GIRARD, 2005). Devido a isso, a demanda por leos essenciais tem aumentado. Alguns constituintes especficos desses leos so utilizados como auxiliares na qumica orgnica sinttica e nas transformaes de estruturas comuns, visando obteno de substncias altamente funcionais de reconhecido valor econmico. Os leos essenciais so matrias-primas de origem natural, extrados de diversas espcies vegetais. Estes compostos naturais possuem intensa propriedade fragrante e aromatizante, sendo largamente utilizados como matria-prima na produo de fragrncias para as indstrias de perfumaria, cosmtica e higiene pessoal, bem como a aromatizao de alimentos e bebidas. Em geral, apresentam-se como misturas de substncias qumicas de natureza terpnica, incluindo seus derivados alcolicos e aldedicos dentre outros (GIRARD,2005). Santos (2001), constatou que para o perodo de 1990 a 2000 a ascenso e predominncia dos leos essenciais ctricos, responsveis por 80% das exportaes atuais deste setor, decorrente da liderana mundial da indstria citrcola brasileira, no cultivo da laranja e exportao de seu suco. O leo essencial de laranja apresenta-se, como o primeiro item na pauta nacional de produo deste segmento. Santos, aponta tambm a maior utilizao das espcies aromticas naturais e das substncias qumicas deles extradas, por parte, principalmente das empresas de alimentos, perfumaria, cosmtica e higiene pessoal. Isso se deve pela tendncia mundial de aromatizao dos bens de consumo e a existncia de uma demanda mundial crescente. Por parte do consumidor final, por aromas e fragrncias exclusivamente obtidos a partir de fontes vegetais, obrigando a utilizao acentuada dos leos essenciais na produo industrial. Dentre as espcies produtoras de leos essenciais que contribuem
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pipperita), a citronela (Cymbopogon winterianus), o capim-limo (Cymbopogon flexuosos), o eucalipto (Eucalyptus), a rosa (Rosa damacena), o gernio (Pelargonium graveolens), a lavanda (Lavanda officinalis) a camomila (Chamomilla recutita), o sndalo (Santalum lbum) a manjerona (Origanum majorana) e slvia (Salvia officinalis) (GIRARD, 2005). Os leos essenciais destas plantas, contidos nas folhas e ou nas estruturas reprodutivas, bem como nas razes e algumas vezes no tronco, so usualmente extrados por destilao da biomassa. A produo de leos essenciais depende no somente do estado metablico e sntese dos tecidos, mas tambm altamente integrada com a fisiologia de toda a planta. Por outro lado, a produtividade do leo essencial est relacionada com fatores ambientais. Comercialmente essas culturas so vendidas frescas ou na forma de leo delas destilado, dependendo da tecnologia disponvel ou de seu uso final (GIRARD, 2005) O Estado do Paran se destaca na extrao de leos essenciais de pinheiros, por existir no estado, florestas primitivas como tambm florestas implantadas (monitoradas) para explorao industrial desses leos. Dentre as espcies presentes nas florestas remanescentes existem espcies que possuem leos essenciais cujo aproveitamento explorado desde muito, destacando-se entre elas o craveiro (Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum) da famlia das Myrtaceae (GIRARD, 2005). Segundo Girard (2005), existe um desconhecimento da composio qumica de leos essenciais no s das Myrtceas, como tambm de toda flora brasileira to rica no que se refere aos metabolismos secundrios. De acordo com Bakkali, Averbeck e Idaomar (2008), so conhecidos
aproximadamente 3000 leos essenciais, dos quais 300 tem importncia comercial para indstrias farmacutica, alimentcia, de cosmticos e perfumes e para agronomia. O uso intensivo e indiscriminado de agrotxicos tem causado diversos problemas ao meio ambiente, como contaminao do solo, gua e alimentos, alm de contribuir para o aumento do nmero de pragas resistentes (BONALDO et al., 2007). Com o objetivo de reduzir os efeitos negativos do uso dessas substncias e aumentar a produo de alimentos de melhor qualidade, propiciando assim o desenvolvimento de uma agricultura "mais limpa", tm-se buscado novas medidas de proteo das plantas contra as doenas. O emprego de substncias extradas de vegetais que podem atuar na inibio de fungos fitopatognicos representa uma opo no controle de doenas no campo (COUTINHO,ARAUJO, MAGALHES, 1999). Nesse sentido, muitos pesquisadores tm se dedicado busca de produtos naturais com atividade fungitxica e sua aplicao no controle de fungos fitopatognicos que causam grandes prejuzos para culturas de interesse econmico.
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Dentre esses produtos, os leos essenciais, caracterizados como metablitos secundrios de plantas e de baixa toxicidade a mamferos, so amplamente testados no controle de tais pragas agrcolas (SILVIA & BASTOS, 2007). As propriedades antimicrobianas de extratos e leos essenciais obtidos de plantas medicinais tm sido reconhecidas empiricamente durante sculos, mas foram confirmadas cientificamente apenas recentemente. Vrios pesquisadores estudam a atividade biolgica de plantas medicinais originrias de diversas regies do mundo, orientados pelo uso popular das espcies nativas, mostrando que seus extratos e leos essenciais so eficientes no controle do crescimento de uma ampla variedade de microrganismos, incluindo fungos filamentosos, leveduras e bactrias (JANSEN, SCHEFFER, BAERHEIM SVENDSEN, 1987).
Segundo Peres (2008), entende-se por metabolismo secundrio de plantas, o conjunto de processos metablicos que originam compostos que no possuem uma distribuio universal nos vegetais, por no serem necessrios a todas as plantas. Diferente do primrio, o metabolismo secundrio no essencial para o desenvolvimento do vegetal, mas imprescindvel para a sobrevivncia de uma espcie dentro de um ecossistema, viabilizando a adaptao do indivduo no ambiente, respondendo pelas relaes e interaes entre plantaambiente (MONTANARI Jr., 2002). Esses metablitos ainda no possuem suas funes fisiolgicas completamente elucidadas, no entanto sua produo associada defesa da planta contra ataque de patgenos, radiao solar e herbivoria (MONTANARI Jr., 2002) ou ainda atuando na competio entre plantas e atrao de organismos benficos como polinizadores, dispersores de sementes e microorganismos simbiontes (PERES, 2008). A complexidade qumica dos leos essenciais dificulta a anlise dos seus componentes bioativos. Em muitos casos registrados na literatura, o constituinte majoritrio responsvel pela atividade biolgica. No entanto, esta pode ser atribuda a ao sinrgica ou antagnica de vrios componentes (BURT, 2004; BAKKALI, AVERBECK,
IDAOMAR,2008). Em geral, terpenides so os constituintes predominantes nos leos essenciais das plantas, mas muitos desses leos so tambm compostos de outros grupos qumicos, tais como fenilpropanides. Na realidade, quase todos os leos essenciais so extremamente complexos em sua composio, em funo da presena de uma grande variedade de
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compostos, pertencentes a diferentes classes qumicas (monoterpenides, sesquiterpenides, fenilpropanides, entre outros). Essas classes so mais adiante diversificadas como pertencentes a uma grande variedade tipos de suporte, tais como limonina, mircnea, terpenos e eugenol. As espcies aromticas, suas variantes genticas e os leos essenciais delas extrados, so freqentemente reconhecidos com base nos constituintes qumicos que elas possuem. Biogeneticamente, terpenides e fenilpropanoides so originados de precursores metablicos primrios diferentes e so gerados por meio de rotas biossintticas especficas. Os terpenides so sintetizados a partir de cinco unidades de carbono de pirofostato de isopentenil, e seu ismero, pirofosfato de dimetilalil. Apesar dos fenilpropanoides no serem constituintes comuns nos leos essenciais, algumas espcies contm pores significantes desse componente. Quando ocorrem, sua natureza e propriedades alteram significativamente o valor sensorial do leo. Estes compostos so sintetizados a partir do aminocido aromtico fenilalamina, da o nome desta classe (GIRARD, 2005). Uma das caractersticas mais importantes do acmulo de leo sua dependncia no estgio ou fase de desenvolvimento da planta como um todo, bem como com as partes, rgos, tecidos e clulas. Turner, Gershenzon, Croteau (2000), observaram que a formao de tricomas glandulares (local de sntese e armazenamento de leo essencial) de M. piperita ocorre at o momento em que a expanso do tecido foliar cessa. A ontogenia tambm afeta a composio do leo, mas somente em poucos casos de forma extensiva. Por exemplo, DHAR & DHAR (1997) verificaram na espcie C. jwarancusa, que o rendimento mais baixo na produo de leo foi no estgio I (plantas verdes) com (0,5%), e o maior rendimento no estgio nove (quando as plantas apresentaram um tero das folhas na colorao marrom), com rendimento de 1,64%. Chalchat, Garry e Lamy (1994) extraram leo em diferentes estgios de florao da Artemsia annua e verificaram que no pico da florao o rendimento foi maior, ficando na ordem de 0,5%. O carbono fixado fotossinteticamente um importante componente do mecanismo fisiolgico da produo de leos essenciais. Desse modo, as caractersticas fotossintticas e o desempenho dos tecidos, entre outros fatores, so o estgio central na construo de carbono divisvel ou disponvel para a sntese dos componentes dos leos (GIRARD, 2005). Parmetros climticos, tais como temperatura atmosfrica e precipitao tm sido apontadas como fatores que influenciam a composio e contedo de leo essencial em vrias plantas aromticas. Por exemplo, em gernio, um aumento na temperatura mxima reduz o contedo de leo, aumentando, no entanto a percentagem de citronelol e seu ster formiato. Thappa et
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al (2004), observaram em plantas de Echinacea purpurea (L.) que tanto a temperatura como a umidade afetam o ndice e a composio do leo essencial. Segundo Girard (2005), o fotoperodo possui um forte componente de suporte no desempenho das plantas, especialmente no que diz respeito aos leos essenciais de plantas que esto presentes nas folhas, onde a proliferao vegetativa e biomassa foliar so normalmente consideradas como a colheita de leo. Alm disso, o fotoperodo pode manifestar sua influncia pela modulao dos mecanismos metablicos relevantes das plantas, a partir da produo e partio fotossinttica de carbono em diferentes vias metablicas, levando s classes (terpenides e/ou fenilpropanoides) ou aos grupos (monoterpenides, sesquiterpenides) dentro das classes de metablicos secundrios, ou na seqncia final da transformao metablica especfica. A qualidade e quantidade de radiao eletromagntica tambm afetam a biossntese dos leos essenciais. Farooqi, Samgwan, Samgwan (1999) observaram com Mentha sp. que a concentrao do leo aumentou em plantas sob dia curto afetando tambm a composio do leo. A aplicao de fertilizantes, geralmente afeta a produo de leo essencial, aumentando a quantidade de biomassa produzida por unidade de rea. O alto custo e a demanda por fertilizantes exigem um ajuste fino quanto s necessidades e manejo das culturas (GIRARD, 2005). De acordo com Paulus et al. (2008), plantas de menta japonesa (Mentha arvensis) em cultivo hidropnico, submetidas a diferentes concentraes da soluo nutritiva, apresentaram diferentes teores de mentol e mentona, compostos majoritrios do leo
essencial. Isto demonstra que estes compostos so diretamente influenciados pela nutrio mineral. Limitao na quantidade de gua uma restrio ambiental importante para a produtividade das plantas. Deficincias de umidade no apenas limitam o crescimento e a sobrevivncia das plantas, mas tambm induzem vrias respostas metablicas e fisiolgicas, tais como fechamento dos estmatos, declnio na taxa de crescimento, acmulo de solutos e antioxidantes e na expresso de genes especficos do estresse (GIRARD, 2005). A produo de metablitos secundrios tambm pode ser estimulada por um estresse ambiental. As quantidades de leos essenciais produzidos sobre condies de dficit hdrico podem ser alteradas ou no, dependendo da espcie e da magnitude do estresse, como por exemplo, no capim-limo. Thappa et al. (2004) verificaram com Echinacea purpurea (L.), que essa espcie floresce de junho at dezembro e os fatores climticos tais como a temperatura e a umidade afetam o ndice e a composio do seu leo essencial.
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A salinidade do solo, alm de ser um problema agroecolgico, limita a produo de vrias culturas em todo o mundo. A tolerncia de culturas convencionais vasta no que diz respeito aos efeitos da salinidade em vrias culturas, porm rara na produo de leos essenciais. O aumento no estresse salino e cido causa a reduo na produo de brotos e razes em citronela e capim-limo. Ansari, Quadry, Jain (1988), comparando o efeito de diferentes nveis de cloreto de sdio (NaCl) em trs espcies de Cymbopogon, concluram que a salinidade resultou na supresso do crescimento das plantas e um declnio na concentrao de leos essenciais e na produo dessas espcies. O horrio de colheita da amostra para extrao de leos essenciais tem influncia em algumas espcies. Dessa forma, o horrio de colheita do material pode ser um aspecto relevante na produo de leos. Segundo Marco et. al. (2002); Rocha, Ming, Marques (2000) estudando o efeito do horrio de corte do capim-limo[(Cymbopogom citratus (D.C.)Stapf], como para campim-citronela (Cymbopogon winterianus Jowitt) verificaram que a realizao da colheita entre 9 e 11 h proporcionou um melhor teor de leo essencial e maiores percentagens de constituintes majoritrios. Carvalho Filho (2004) estudando manjerico (Ocimum basilicum) observou que o maior teor de leo essencial foi obtido colhendo as 8 horas e destilando as folhas frescas. Borges, Inneccor e Matos (2002) estudando capimcitronela (Cymbopogon winterianus) verificaram que ao serem testados seis horrios de colheita, o melhor teor se deu s 9 horas e os piores as 7 e 17 horas. O horrio de coleta um parmetro relevante para a produo de leo essencial, pois ocorrem variaes no teor e composies qumicas de plantas aromticas ao longo do dia. Rodrigues et al. (2002), verificaram no estudo de leo essencial de folhas de Achyrocline alata, coletadas no perodo de 7 s 14 h, ocorrncia de variao na produo de leo essencial (2,2% a 12,4%) e no teor dos constituintes qumicos. Souza, Queiroga e Honrio (2006), estudando a avaliao do teor e da composio do leo essencial de Mentha piperita (L.) Huds, durante o perodo diurno em cultivo hidropnico, constataram que a anlise estatstica dos resultados revelou diferenas significativas para os teores mdios de leo essencial ao longo do dia. Observaram que os melhores perodos para colheita o da manh entre 7h e 12 h (9 h 1,30% e 12 h 1,33%). Essa informao coincide com o horrio de colheita utilizado por produtores, entre 7 e 9 horas. Altos teores de leo essencial de M. piperita foram observados as 14 h (1,05 %) e s 16 h (1,17 %), porm no se justifica uma coleta comercial no perodo da tarde, pois alteraes significativas podero comprometer a produo total do leo essencial.
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As folhas velhas pertencentes ao dossel de gramneas aromticas so inclinadas a sofrerem danos devido formao de orvalho durante o inverno. Em algumas espcies de citronela e capim-limo, a maior parte das folhas sofre danos irreversveis ou sofre longos perodos de recuperao aps a retomada de temperaturas favorveis. O efeito da temperatura na qualidade do leo de citronela, cultivada sob temperaturas controladas de 21 a 27 C, produziram leo com elevado nvel de citronelol quando comparadas com aquelas sob regimes de temperatura variando de 27 a 32 C. Kim et al. (2005), verificaram que a composio de monoterpenos variou significativamente com a espcie e a idade. As maiores emisses destes compostos para as espcies C. japonica e P. koraiensis, foram encontradas em rvores mais velhas, enquanto que na espcie C. obtusa isto ocorreu em rvores mais novas. As taxas mais elevadas da emisso de monoterpenos nestas espcies foram
encontradas no vero, comparados com as emisses do outono e do inverno. Pinheiro (2002) avaliou o rendimento de leo essencial de arnica (Lychnophora pinaster Mart.) por meio de diferentes mtodos de secagem e triagem fito-qumica. Os resultados demonstraram que o maior rendimento foi obtido de plantas frescas. Santos et al. (2007), estudando a Lantana camara L. (Verbencea), popularmente conhecida como camara, obteve um rendimento do leo essencial de 0,12% e com seu estudo foi possvel observar a ao antibacteriana e a identificao de 86,96% dos constituintes qumicos do leo, tendo como majoritrios: Biclogermacreno (19,42%), Isocariofileno (16,70%) e Delta-Guaieno (12,94%). Nascimento et. al. (2009) estudando o mastruz (Chenopodium ambrosiides), em seu cromatograma do leo essencial das sementes secas mostrou que 13 picos foram detectados, correspondendo a 88,05% da sua constituio sendo estes o (Z)-ascaridol com 60,63%, o (E)-ascaridol com 17,97% e o carvacrol com 3,15%, os componentes majoritrios e que o mesmo apresentou atividade antibacteriana contra duas linhagens de bactrias: S. aureus (Gram +) e S. flexineri (Gram -), sendo o maior halo obtido na concentrao de 10% para S. aureus e que o leo apresentou um rendimento de 0,92%. Compostos fenlicos como timol, carvacrol e eugenol possuem atividades contra uma ampla gama de bactrias e so empregados na indstria para a produo de cremes dentais e enxaguantes bucais. leos essenciais de Melaleuca anternifolia inibem, o crescimento de microorganismos multi-resistentes a drogas como Staphylococcus aureus, Enterococci, Klebsiellae, Pseudomonas aeruginosa e Stenotrophomonas maltophilia, sua ao bactericida atribuda ao terpinen-4-ol (EDRIS 2007). A ao antibacteriana de
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ltimos contra Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa (SONBOLI et al. 2005, SONBOLI, BABAKHANI, MEHRABIAN, 2006), e o primeiro contra Cndida albicans, E. coli e Staphylococcus aureus (PEANA, MORETTI e JULIANO, 1999, SOMBOLI et al. 2005). Alm das atividades antimicrobianas, leos essenciais apresentam propriedades analgssica, antiinflamatria, antimalrica, anticarcinognica, anticonvulsionante,
antioxidante, gastro-protetora (LAHLOU 2004) e anticolinestersica (TREVISAN et al. 2003). Esta ltima propriedade de grande interesse no controle da doena de Alzheimer, patologia neurodegenerativa progressiva, que afeta principalmente a populao idosa responsvel por 50-60% dos casos de demncia em pessoas acima de 65 anos (HOWES & HOUGTON 2003, BARBOSA-FILHO et al. 2006). O principal sintoma a perda de memria, medida que a doena progride aparecem caractersticas como dficit na linguagem, depresso, alteraes de humor, agitao e psicose. Um dos tratamentos mais promissores para a doena o aumento do nvel do neurotransmissor acetilcolina por meio da inibio da enzima acetilcolinesterase (BARBOSA-FILHO et al. 2006). leos essenciais de Salvia lavandulaefolia inibiram a enzima em questo tanto em teste in vitro como in vivo (PERRY et al. 2002). Alguns monoterpenos isolados como alfa e beta-pineno, fenchol e fenchona tambm mostraram-se eficientes na inibio da acetilcolinesterase (MIYAZAVA & YAMAFUJI, 2005). Melecchi (2005), relata que a presena de hidrocarbonetos saturados lineares de cadeia longa (24 a 33 tomos de carbono), encontrados em sua pesquisa no so
componentes comuns a plantas. A caracterizao destes compostos, dada sua escassez em espcies vegetais, foi confirmada pelo emprego de padres.
Os mtodos de extrao variam conforme a localizao do leo essencial na planta e com a finalidade de utilizao do mesmo. Segundo Simes et al (1999), existem cinco mtodos de extrao de leos essenciais, a saber, os mtodos de Enflorao, Prensagem, Extrao com solventes orgnicos, Extrao por fludo supercrtico e Extrao por arraste de vapor dgua. Para Grossman (2005), os mtodos usados para extrao de leos essenciais evoluram com o progresso tecnolgico, mas tanto os processos antigos como os novos podem ser agrupados, basicamente, em trs categorias: Expresso, Destilao e Extrao com solvente.
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O mtodo de expresso a frio o mais simples dos trs grupos. O leo essencial expelido atravs de presso. o caso dos leos essenciais de plantas ctricas, cujas glndulas encontram-se na casca dos frutos. As cascas so esmagadas e o leo essencial ejetado na forma de um fino spray. Posteriormente, o leo essencial separado da emulso formada com a gua por decantao, centrifugao ou destilao fracionada (GROSSMAN, 2005). Apesar da importncia do mtodo de expresso para obteno de leos vegetais fixos exceo dos leos essenciais de citrus o mtodo no praticamente utilizado no universo de leos essenciais (GROSSMAN, 2005).
Agrupa-se o termo destilao um conjunto de trs tcnicas distintas, porm versando sob o mesmo princpio bsico: destilao a seco, hidrodestilao e destilao por arraste a vapor, que sero brevemente descritas a seguir (GROSSMAN, 2005). Todas as tcnicas valem-se do princpio que os componentes volteis da planta, aps contato com vapor de gua ou gua em ebulio, evaporam pelo aumento de temperatura, troca de calor e pela destruio das glndulas que os mantem presos ao material vegetal, sendo carregados para cima pelo vapor de gua fornecido. A seguir, a mistura gasosa de vapor de gua e leo resfriada dentro de condensadores e ambos tornam-se uma mistura lquida com duas fases distintas. Como o leo essencial e a gua tm normalmente densidade, cor e viscosidade diferentes, possvel separ-los fisicamente sem maior dificuldade. Cabe ressaltar que o leo essencial o produto principal deste processo. A gua odorizada, que o subproduto, denominada de hidrolato. No se trata de uma gua qualquer: ela contm uma boa parte dos volteis solveis em gua, tais como lcoois e outros, perfazendo uma gua muito aromtica. Infelizmente no possvel armazenar hidrolatos por muito tempo, uma vez que o processo fermentativo inicia-se imediatamente. Por esse motivo, exceo de gua de rosas e outros poucos produtos, quase no so encontrados hidrolatos venda no mercado (GROSSMAN, 2005). A tcnica de destilao a seco por alta presso empregada nos casos onde a temperatura necessria para evaporao dos leos seja muito alta. o mtodo mais rpido de extrao, mas somente pode ser usado em casos onde o leo no se deteriora com altas
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temperaturas (o que normalmente ocorre). Esta forma de extrao usada para destilar leos essenciais de vrias madeiras, mas considerando o universo global de produo de leos essenciais, tcnica pouco empregada (GROSSMAN, 2005). Na tcnica de hidrodestilao com gua mais vapor, ou mtodo do alambique, o material vegetal se encontra em contato direto com a gua em ebulio, e uma vez evaporados, o mesmo princpio da tcnica de arraste a vapor se aplica para a separao. o mtodo mais usado nos pases de terceiro mundo, justamente por ser mais fcil e econmico para se implementar porm, traduz-se em leos de baixa qualidade (GROSSMAN, 2005). Na destilao por arraste a vapor, o vapor introduzido no sistema por via indireta, ou seja, o material vegetal se situa em dornas e o vapor de gua alimentado atravs de caldeira, entrando nas dornas pela parte inferior. O vapor, ao subir pelo material vegetal, destri as glndulas oleferas arrasta junto o leo essencial, que depois ser condensado e vai obedecer ao mesmo princpio j descrito (GROSSMAN, 2005). Cabe ressaltar que, para o mesmo material vegetal, diferentes tcnicas de extrao conferem distintos resultados ao leo essencial, tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Plantas cultivadas em regies variadas, ou mesmo na mesma regio sob
diferentes tcnicas, ou colhidas em momento separado, tambm se traduzem em leos essenciais diferentes (GOSSMAN, 2005).
A extrao com solventes orgnicos retira do material alm dos leos essenciais, outros compostos lipoflicos produzidos pela planta, por este motivo, tem valor comercial baixo (SIMES & SPITZER 2004). H vrios processos de extrao, cada qual com finalidade e tcnica distintas. Veja na ilustrao abaixo uma simplificao:
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MATERIAL VEGETAL Extrao com gua (destilao) Extrao com Etanol Extrao com solvente
diluio
diluio
ESSNCIAS/AROMAS
A preparao de tinturas a partir de material vegetal no tem expresso fora do universo farmacutico, principalmente devido grande desproporo entre a quantidade de leo essencial e gua na matria-prima, sendo a baunilha talvez a nica exceo notvel (GROSSMAN, 2005). A tcnica de extrao de leos essenciais por solvente utiliza um ou vrios solventes, conforme o tipo de material que se deseja trabalhar. Os solventes mais utilizados so o ter de petrleo, acetato de etila, diclorometano, acetona, etanol e hexana e suas vrias combinaes. Alguns solventes por serem muito txicos no podem ser aplicados na fabricao de aromas para aditivos alimentares. A maior parte dos solventes tem periculosidade no manuseio, sendo muito inflamveis, alm de txicos. O processo de extrao deve retirar praticamente todo o resduo do solvente do produto final, para que tenha condies de atender aos requisitos de produtos benficos para a sade, sejam cosmticos, ou alimentos. As vrias dificuldades operacionais, aliadas ao custo elevado dos solventes, fazem com que esse tipo de obteno de essncias fique direcionado apenas s plantas cujo rendimento de extrao, por destilao, seja muito baixo, ou quando o componente desejado no seja arrastado pela tcnica de destilao. De qualquer forma, os rendimentos com solvente so muito mais elevados, porm o arraste de componentes normalmente no seletivo. Ele acaba trazendo, alm do leo essencial, os componentes responsveis pela pungncia, pigmentos e componentes indesejados, o que obriga um posterior processo de retificao do produto (GROSSMAN, 2005).
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O produto da extrao por solvente chama-se concreto no caso das fragrncias, ou leo-resina, no caso dos aromas alimentcios. O concreto, assim denominado devido sua consistncia pastosa ou slida, ser posteriormente extrado com etanol, para que possa ser utilizado em perfumes. Da mesma forma, a leo resina para fins de aromatizao de alimentos ser diluda em carreadores para obteno do aroma (GOSSMAN, 2005). A dificuldade e periculosidade na extrao com solventes convencionais, deu espao para um novo tipo de processo, denominado extrao por gs carbnico supercrtico. Apesar de ser tambm considerado um solvente, no perigoso no manuseio nem agressivo ao meio ambiente. O mtodo de extrao completamente distinto dos anteriores, fazendo-se o uso das valiosas propriedades do gs carbnico (CO2) no estado supercrtico. Aqui definido como estado supercrtico a fase da substncia que, sujeita combinao de altssima presso e certas temperaturas, faz com que o CO2 assuma caractersticas e propriedades tanto do estado lquido quanto gasoso. Neste ponto, testam-se infinitas combinaes de variaes na temperatura e presso para induzir propriedades desejadas de solvncia. Isso quer dizer que possvel selecionar certos componentes como alvo, seja para isol-los da mistura porque tenham valor, ou para retificar a mistura desejada, caso objetivo seja retir-los. O CO2 retira seletivamente o leo essencial e a frao leve das resinas, rejeitando protenas, ceras, carboidratos, pigmentos e clorofila e, extraindo precisamente o aroma e o sabor que o processo de destilao muitas vezes no consegue. Durante o processo de destilao muitas vezes, sempre h degradao do material celular, incluindo protenas e outros componentes. Isso gera quantidades de nitrognio e compostos sulfricos, traduzindo em notas de mau odor. Outra vantagem o aparecimento de notas de sada (volteis) e de fundo que seriam perdidas no processo de destilao. Esses componentes, cujo peso molecular situa-se entre 200 e 400, so muito importantes. Por exemplo, o gingerol e shogaol, componentes mais importantes do aroma e sabor do gengibre, aqui aparecem e esto completamente ausentes no processo de destilao (GROSSMAN, 2005). O mtodo de enflorao j foi muito utilizado, mas atualmente empregado apenas por algumas indstrias de perfumaria. principalmente aplicado em algumas plantas com baixo teor de leo, mas de alto valor comercial. empregado para extrair o leo essencial de ptalas de flores. Essas ptalas so depositadas, a temperatura ambiente, sobre uma camada de gordura, durante um certo tempo. Em seguida, as ptalas esgotadas so substitudas por novas at a saturao total, quando a gordura tratada com lcool. Para se obter o leo essencial, o lcool destilado a baixa temperatura e o produto assim obtido, conforme SIMES et al. (1999).
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Segundo Degani, Casa & Vieira (1998), a cromatografia um mtodo fsico-qumico de separao. Ela est fundamentada na migrao diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes interaes entre duas fases imiscveis, a fase mvel e a fase estacionria. A grande variedade de combinaes entre fases mveis e estacionrias a torna uma tcnica extremamente verstil e de grande aplicao. O termo cromatografia foi primeiramente empregado em 1906 e sua utilizao atribuda a um botnico russo ao descrever suas experincias na separao dos componentes de extratos de folhas. Nesse estudo a passagem de ter de petrleo (fase mvel) atravs de uma coluna de vidro preenchida com carbonato de clcio (fase estacionria), a qual se adicionou o extrato, levou a separao dos componentes em faixas coloridas. Este provavelmente o motivo pelo qual a tcnica conhecida como cromatografia (chrom = cor e graphie = escrita), podendo levar a errnea idia de que o processo seja dependente da cor. Apesar deste estudo e de outros anteriores, que tambm poderiam ser considerados precursores do uso dessa tcnica, a cromatografia foi praticamente ignorada at a dcada de 30, quando foi redescoberta. A partir da, diversos trabalhos na rea possibilitaram seu aperfeioamento e, em conjunto com os avanos tecnolgicos, levaram-na a um elevado grau de sofisticao, o qual resultou no seu grande potencial de aplicao em muitas reas (DEGANI, CASA & VIEIRA, 1998). A cromatografia pode ser utilizada para a identificao de compostos, por comparao com padres previamente existentes, para a purificao de compostos, separando-se as substncias indesejveis e para a separao dos componentes de uma mistura (DEGANI, CASA & VIEIRA, 1998) . As diferentes formas de cromatografia podem ser classificadas considerando-se diversos critrios, sendo alguns deles listados abaixo (DEGANI, CASA & VIEIRA, 1998):
Em relao forma fsica do sistema, a cromatografia pode ser subdividida em cromatografia em coluna e cromatografia planar. Enquanto a cromatografia planar resume-se cromatografia em papel (CP), cromatografia por centrifugao (Chromatotron) e a
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cromatografia em camada delgada (CCD), so diversos os tipos de cromatografia em coluna, os quais sero bem mais compreendidos quando classificados por outro critrio.
Em se tratando de fase mvel, so trs os tipos de cromatografia: a cromatografia gasosa, a cromatografia lquida e a cromatografia supercrtica (CSC), usando-se na ltima um vapor pressurizado, acima de sua temperatura crtica. A cromatografia lquida apresenta uma importante subdiviso: a cromatografia lquida clssica (CLC), na qual a fase mvel arrastada atravs da coluna apenas pela fora da gravidade, e a cromatografia lquida de alta eficincia (CLAE), na qual se utilizam fases estacionrias de partculas menores, sendo necessrio o uso de uma bomba de alta presso para a eluio da fase mvel. A CLAE foi inicialmente denominada cromatografia lquida de alta presso, mas sua atual designao mostra-se mais adequada. No caso de fases mveis gasosas, separaes podem ser obtidas por cromatografia gasosa (CG) e por cromatografia gasosa de alta resoluo (CGAR). A diferena entre os dois tipos est na coluna. Enquanto na CGAR so utilizadas colunas capilares, nas quais a fase estacionria um filme depositado na mesma, a CG utiliza colunas de maior dimetro empacotadas com a fase estacionria.
Quanto fase estacionria, distingue-se entre fases estacionrias slidas, lquidas e quimicamente ligadas. No caso da fase estacionria ser constituda por um lquido, este pode estar simplesmente adsorvido sobre um suporte slido ou imobilizado sobre ele. Suportes modificados so considerados separadamente, como fases quimicamente ligadas, por normalmente diferirem dos outros dois em seus mecanismos de separao.
Por este critrio, separaes cromatogrficas se devem a absoro, partio, troca inica, excluso ou misturas desses mecanismos.
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Para se ter uma viso mais ampla dos diferentes tipos de cromatografia, os mecanismos esto dispostos no diagrama da figura 8.
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O Presente estudo foi realizado no Municpio de Patos-PB, na depresso sertaneja semi-rida, distante 301 Km da capital Joo Pessoa e sua sede localiza-se no corao do Estado, com vetores virios interligando toda a Paraba e viabilizando o acesso aos Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Cear. Sua extenso territorial de aproximadamente 515,6 Km com uma populao de 97.278 habitantes (IBGE-2007). Suas coordenadas geogrficas so: 70128 S e 371648 W, com uma altitude de 249 m. O clima da regio conforme a classificao de Kppen do tipo Bsh-semirido quente e seco, temperatura mdia anual de 28 C e umidade relativa do ar de 55%. O perodo mais seco compreende os meses de julho a fevereiro e o mais chuvoso no perodo de maro a junho. A pluviosidade mdia anual de 675 mm com distribuio irregular de chuvas. Seus solos em sua maioria so rasos e pedregosos, tpicos de solos litlicos, representados basicamente pelos solos Bruno no clcicos.
3.2 Material Botnico Inicialmente, coletou-se no dia 16 de maro, s 7 horas, amostra das folhas da espcie Spondias sp., que apresentava boa sanidade, no sitio Fechado, localizado no Municpio de Patos-PB, nas seguintes coordenadas geogrficas: 0658837S, 3724695W e 254m de altitude. Posteriormente foram coletadas no dia 21.09.2009, em horrio compreendido entre 9 e 10 horas, amostras das folhas das espcies Spondias mombin L. (Caj), Spondias purprea L. (Ciriguela) e Spondias sp.(Cajarana do serto), que apresentavam boa sanidade, situadas no Municpio de Patos-PB, com as seguintes coordenadas: Caj: 0703593 S e 3716498 W e altitude de 253 metros; Ciriguela: 0703550 S e 3716539W e altitude de 256 metros e Cajarana do serto: 0703608S e 3716488 W e altitude de 256 metros; com o auxlio de uma tesoura de poda em dez pontos distintos da copa de cada rvore e misturadas, formando amostras uniformes, acondicionadas em sacos plsticos de cor preta, identificadas e postas em geladeira at o horrio de viagem (23 h deste mesmo dia) para o Laboratrio de Pesquisa de
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Produtos Naturais (LPPN) da Universidade Regional do Cariri URCA na Cidade do Crato-CE. As exsicatas foram depositadas no Herbrio Caririense Drdano de Andrade- Lima da Universidade Regional do Cariri URCA, sob registros n 4754 para Spondias mombin L. (caj); n 4755 para Spondias purprea L. (ciriguela) e n 4756 para Spondias sp (cajarana do serto), no dia 08 de dezembro de 2009.
3.3 Extrao do leo Essencial Os leos essenciais extrados (1000g de folhas de cada planta), (Figura 9 e Figura 10), foram obtidos por hidrodestilao, utilizando aparelho tipo Clevenger, por um perodo de 3 h. Em seguida as misturas leo/gua foram coletadas, secas com sulfato de sdio anidro (Na2SO4), filtradas e armazenados sob refrigerao at as anlises.
As anlises das composies qumicas dos leos obtidos foram realizadas usando um espectrmetro Shimadzu CG-17A / EM QP5050A (sistema de CG/EM): DB-5HT coluna de capilaridade (30 m x 0,251 mm); gs de portador: hlio 1,0 mL/min; presso da coluna 72,3 kPa; velocidade linear = 37,2 cm/seg; fluxo total 85 mL/min; fluxo de portador 85 mL/min; temperatura do injetor 280 C; temperatura de detector 280 C; temperatura da coluna 60 (2min) - 180 C (1min) a 4 C/min, ento 180 - 260 C a 10 C/min (10 min). Operando sob energia de ionizao de 70 eV. Foram injetados padres de hidrocarbonetos, com ndices kovats corrigidos pela equao linha reta. As identificaes das composies qumicas foram realizadas aps anlises dos cromatogramas dos respectivos leos (Figuras 11, 12 e 13), baseada na fragmentao espectral, usando biblioteca de computador (Wiley 229), nos ndices de reteno e comparao com dados de literatura (ADAMS, 2001; ALENCAR, 1990).
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Figura 9 - Fluxograma da metodologia de extrao de leos essenciais das folhas de caj, ciriguela e cajarana do serto.
Hidrolato
Identificao
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Figura 10 Extrator de leos essenciais, tipo Clevenger do LPPN URCA Crato-CE Fonte: BRITO, H.R. setembro de 2009
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4 RESULTADOS E DISCUSSO Neste experimento na primeira coleta, foi constatado que na destilao no continha leos essenciais e que na segunda coleta constatamos a presena de leos essenciais, o que demonstra a influncia do horrio no rendimento em leos essenciais, o que est de acordo com os estudos realizados por Marco et. al. (2002), Rocha et.al. (1999), Carvalho Filho (2004) e Borges et. al. (2002). Na Tabela 1, esto relacionados os dados referentes s coletas e obteno dos leos essenciais das espcies Spondias mombin L. (Caj), Spondias purprea L. (Ciriguela) e Spondias sp.(Cajarana do serto).
Tabela 1 - Massa das amostras e dos leos com seus percentuais de rendimentos Planta Ciriguela Caj Cajarana do serto Massa das folhas (g) 2000 1550 1850 Massa do leo (g) 0,0518 0,0564 0,0746 Rendimento (%) 0,0026 0,0036 0,0040
Observa-se na Tabela 1, que a cajarana do serto apresentou o maior rendimento em leos essenciais seguida das espcies caj e ciriguela, embora sejam valores bem prximos. Os valores encontrados para as Spondias em estudo foram menores do que os encontrados por Dhar e Dhar (19997), estudando a espcie C. jwarancusa, que no estgio I (plantas verdes), obteve um rendimento de 0,5% e no estagio IX (quando as plantas apresentaram um tero das folhas na colorao marrom) rendimento de 1,64%. Santos et. al. (2007), estudando a Lantana camara L., obteve um rendimento de leo essencial de 0,12%. Os leos analisados, embora constitudos de mono e sesquiterpenos, mostraram diferenas em suas composies qumicas, havendo uma diferenciao na concentrao relativa desses constituintes. Os maiores percentuais dos componentes encontrados no leo essencial de CAJ (Spondias mombin L) so: octadecano (43,51%), heptacosano (21,98 %) e hexatriacontano (15,37%) (Tabela 2); no leo de CAJARANA DO SERTO (Spondias sp) predominam as substncias: Octadecano (31.5 %), Indeno (22,53 %) e tetraacantano (10,51%) (Tabela 3 ). Enquanto no leo essencial de CIRIGUELA (Spondias purpurea L.) (Tabela 4) destacam-se: heptacosano (28,80%), nonadecano (19,47%) e tetracosano (17,02 %).
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As anlises permitem ainda identificar alguns componentes como sendo comuns aos trs leos essenciais estudados. Na Tabela 5, pode ser observada claramente essa comparao.
Tabela 2 - Constituintes qumicos do leo essencial das folhas de CAJ (Spondias mombin L.) Constituinte Acetato de etila 4-hidroxi-4-metil-2-Pentanona -cariofileno 2,4,10,15 tetrametilheptadecano Octadecano Tetracosano Heptacosano Hexa-triacontano Total identificado Tempo de Reteno (min) 3,56 4,08 30,83 52,11 53,10 55,33 61,90 65,37 % 0,70 6,41 1,24 1,41 43,51 8,62 21,98 15,37 99,24
Tabela 3 - Constituintes qumicos do leo essencial das folhas de CAJARANA (Spondias sp) Constituinte Indeno Decil-octahidro-indeno cido palmtico Fitol cido eicosatrieno Octadecano Hexanodionato-di-etila Tetra-acantano Total identificado Tempo de Reteno (min) 31,06 37,62 50,78 52,20 52,48 54,21 55,36 61,91 % 22,53 6,19 8,22 6,33 3,07 31,50 9,12 10,51 97,47
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Tabela 4 - Constituintes qumicos do leo essencial das folhas de CIRIGUELA (Spondias purpurea L. Constituinte 2-hidroxi-2-metil-4-pentanona -cariofileno Indeno a-humuleno Germacremo-D -cadineno xido cariofileno Nonadecano Adinol Tetracosano Lupenol Heptacosano Octadecano Total identificado Tempo de Reteno (min) 4,06 30,83 31,03 32,66 34,00 35,95 38,94 53,35 55,35 55,52 59,11 59,23 63,36 % 2,70 2,35 1,43 0,85 2,34 1,94 1,20 19,47 1,07 17,02 4,93 28,80 9,81 93,91
Tabela 5 - Constituintes comuns, presentes nos leos essenciais das folhas de Caj, Cajarana do serto e Ciriguela Constituinte Octadecano Heptacosano -cariofileno Tetracosano Indeno Folhas Cajarana, Ciriguela e Caj Caj e Ciriguela Caj e Ciriguela Caj e Ciriguela Cajarana e Ciriguela
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Na Anlise dos cromatogramas das espcies estudadas, constatou-se a presena de terpenides, dentre eles, mono e sesquiterpenos, sobre os quais so conhecidos cerca de 30.000 terpenos, classificados de acordo com o nmero de unidades de isopreno em: hemiterpenides, C5; monoterpenides, C10; sesquiterpenides. C15; diterpenides, C20; triterpenides, C30 e tetraterpenides, C40 (DUBEY, BHALLA, LUTHRA 2003). Eles apresentam funes variadas nos vegetais. Os monoterpenos so os principais constituintes dos leos volteis, atuando na atrao de polinizadores. Os sesquiterpenos, em geral, apresentam funes protetoras contra fungos e bactrias, enquanto muitos diterpenides do origem aos hormnios de crescimento vegetal. Os triterpenides e seus derivados esteroidais apresentam uma gama de funes como proteo contra herbvoros, alguns so antimitticos, outros atuam na germinao das sementes e na inibio do crescimento da raiz (MAHMOUD & CROTEAU, 2002). Dentre os terpenos encontrados nos cromatogramas, das espcies estudadas, destacamos o -cariofileno (caj e ciriguela) e o a-humuleno (ciriguela), os quais apresentam importante ao antimicrobiana. Estudos feito por Pichette et al.(2006), com leo essencial de Abies balsamea, constatou que 96% do leo essencial eram constitudos dos monoterpenos a e -pineno, -cariofileno e a-humuleno, os quais apresentam importante ao antimicrobiana contra distintos microorganismos patognicos.
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A atividade anticncer de alguns sesquiterpenos tambm tem sido reportada, como ahumuleno, cuja ao foi observada em clulas de tumores slidos MCF-7, PC-3, A-549, DLD-1, M4BEU e CT-26. Este composto foi capaz de induzir de forma dose e tempodependente a diminuio do contedo de glutationa celular e o aumento da produo de EROS (espcies reativas do oxignio). Tais resultados sugeriram que tanto a depleo de glutationa e como a produo de EROS, podem estar implicados em sua ao citotxica (LEGAULT, DAHI, DEBITON, 2003). Olivetti (2005), relata que pesquisas recentes com a espcie Cordia verbencea, que reconhecida cientificamente pelas propriedades antiinflamatria, revelaram que a ao antiinflamatria da planta resultado da ao do leo essencial e que o princpio ativo responsvel pela ao foi identificado como o sesquiterpeno a-humuleno. Constantin et al.(2001), estudando leos essenciais de folhas de Piper regnellii, cujos componentes majoritrios foram mirceno e linalol e de Piper cernuum, com
biciclogermacreno e -cariofileno como majoritrios, apresentaram atividade frente a Candida albicans e Staphylococcus aureus, os autores atriburam tal atividade aos compostos majoritrios. Costa, et al. (2007) estudando leos essncias de Lantana camara L. e Lantana sp., constataram a predominncia dos sesquiterpenos, biciclogermacreno (19,42%), isocariofileno (16,70%), valenceno (12,94%) e germacreno D (12,34%) no leo de L. camara, enquanto o biciclogermacreno (13,93%), germancreno D (27,54%) e -cariofileno (31,50%), destacaramse como majoritrios no leo de Lantana sp. Os ensaios de atividade antibacteriana in vitro mostraram o leo de L. camara como inibidor do crescimento de quase todas as bactrias testadas (principalmente para Proteus vulgris (ACTCC 13315) e Escherichia coli (ATCC 25922), aparecendo a S aureus como resistente ao dos componentes presentes no leo. O leo de Lantana sp. mostrou-se mais significativo contra Sthaphylococcus aureus (ATCC 10390). No cromatograma da cajarana do serto, foi identificado o terpeno fitol, conhecido por melhorar a tenacidade e balancear o fluxo de leo natural da pele, ocasionando amplos benefcios antiidade e que segundo DewicK (2002), o fitol a forma reduzida do geranilgeraniol, que um dos diterpenos mais simples e importantes da natureza, uma vez que forma a cadeia lateral lipoflica da vitamina K e das clorofilas. Tambm foi encontrado na cajarana do serto o cido graxo, cido Palmtico, que segundo Melos et al.(2007), h diversos estudos descritos na literatura relatando atividades alelopticas relevantes para muitas das substncias presentes nas frondes verdes de A. tetraphyllum. Por exemplo,
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sementes de vinte e cinco diferentes espcies vegetais com valor econmico foram tratadas com leos vegetais, com o objetivo de avaliar-se o efeito desses leos sobre a germinao de tais sementes. Observou-se que, dentre as espcies testadas, houve completa inibio de germinao sobre Allium cepa, Zea mays e Tritium aestivum. O leo continha em sua composio, cidos graxos saturados de cadeia longa, onde se destacam os cidos palmtico e olico. Tambm h relatos na literatura identificando os cidos olico, esterico e mirstico, palmtico, linolico e linolnico e outros cidos graxos de cadeia longa como agentes alelopticos, sendo que os cidos mirsticos e palmticos so os mais potentes inibidores de germinao do sorgo e a capacidade inibitria inversamente proporcional ao tamanho da cadeia carbnica dos cidos. Os cidos graxos saturados e insaturados so substncias comuns em vegetais e, evolutivamente, so importantes para as pteridfitas, j que constituem uma barreira contra a perda de gua.
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5 CONCLUSES E RECOMENDAES Com base nos resultados obtidos, possvel concluir e recomendar para as espcies estudadas que:
O horrio de coleta da amostra (folhas) para a extrao dos leos essncias da espcie Spondias sp (cajarana do serto) s 7 h, nas primeiras extraes (16 de maro), revelou que no continha leo essencial. Isto se confirmou que o horrio de coleta sofre influncia na produo desses leos.
A presena dos hidrocarbonetos saturados lineares de cadeia longa (18 a 40 tomos de carbono), foram os componentes majoritrios nas trs espcies estudadas de acordo com os cromatogramas e que estes componentes em sua maioria de nmero par de tomos, difere da literatura pesquisada, onde a mesma quantifica os hidrocarbonetos mpares em espcies vegetais como majoritrios. Por isso, existe pouca literatura, pois em leos essncias so raros a sua existncia.
Tambm foram quantificados em menores concentraes nas amostras: terpenos, steres, cetonas, cidos graxos (na espcie cajarana do serto), alcois, hidrocarbonetos aromticos (Indeno nas espcies cajarana do serto e ciriguela).
Alguns trabalhos so necessrios para que se possa entender com detalhes o comportamento dos leos essenciais estudados. Neste sentido, torna-se importante a apresentao de algumas sugestes que possam contribuir para aprofundar a utilidade destes leos:
As espcies Spondias mombin L (caj) por apresentar em seu leo essencial o terpeno cariofileno, e Spondias purpurea L.(ciriguela) por apresentar os terpenos -cariofileno e ahumuleno mesmo em propores pequenas, merece ateno e poder ser feito ensaios in vitro para testar possveis inibies com ao antibacteriana; antiflogstica; atividade de inibio da enzima acetilcolinesterase (AchE) em combinao com 1,8-cineol e antiparasitria (esquistossomose).
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A espcie Spondias sp (cajarana do serto), por apresentar em seu leo essencial o terpeno Fitol, que um componente da clorofila e conhecido por melhorar a tenacidade e balancear o fluxo de leo natural da pele, onde se converte em cido Fitnico em contato com as enzimas da pele, ocasionando amplos benefcios antiidade e de defesa contra a ao do tempo e o cido graxo cido Palmtico, ensaios que possam confirmar o uso deste leo essencial em formulaes de creme rejuvenescedor.
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