Parasitologia P1

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PARASITOLOGIA

CLASSE CESTODA Hermafroditas Tamanhos variados Apresentam corpo achatado dorsoventralmente So providos de rgos de adeso na extremidade anterior Sem cavidade geral Ausncia dos sistemas digestrio, circulatrio e respiratrio. Possuem um sistema nervoso simples e um sistema excretor. GNERO Taenia O corpo dividido em: Esclex (cabea): - Funciona como rgo de fixao; - Apresenta quatro ventosas, atravs das quais se fixam ao epitlio intestinal; - A T.solium possui o esclex globuloso com um rostelo situado em posio central, entre as ventosas; - A T. saginata tem o esclex quadrangular, sem rostelo e acleos (coroa). Colo (pescoo): - Poro mais delgada; - Est em intensa atividade de multiplicao; - a zona de crescimento do parasito ou de formao das proglotes. Estrbilo: Nessa regio ocorre a produo das proglotes, que so divididas em trs formas: as jovens, que no possuem rgos sexuais diferenciados; as maduras, que so hermafroditas; e as grvidas, que possuem um tero ramificado tubular repleto de ovos. PROGLOTES GRVIDAS T. saginata - Mais de 15 ramificaes uterinas - Ramificaes dicotmicas CLASSE CESTODA TREMATODA GNERO Taenia Echinococcus Schistosoma Fasciola

T. solium - Menos de 15 ramificaes uterinas - Ramificaes dendrticas

As proglotes grvidas sofrem aplise, desprendendo-se espontaneamente do estrbilo: APLISE DAS PROGLOTES GRVIDAS T. solium T. saginata
das defecaes. So mveis e foram o esfncter anal

1 afezes 1 isoladamente deixam o intestino ativamente no intervalo Grupos de 5 a 8 passivamente junto com as

PROTANDRIA: Fenmeno decorrente em cada proglote: o aparelho reprodutor masculino se forma antes do feminino. Aps a fecundao o aparelho masculino involui, desaparecendo por completo, deixando todo o espao no interior da proglote para a formao e maturao dos ovos.

Ovos: contm no seu interior um embrio hexacanto (possuem 6 ganchos), tambm chamado oncosfera, o qual est protegido por uma casca estriada, escura e espessa denominada embriforo.

PATOGENIA
TENASE Presena da forma adulta da Taenia solium ou T. saginata no intestino delgado do homem (hospedeiro definitivo). adquirida atravs da ingesta de carne de boi ou de porco (hospedeiros intermedirios) mal cozida, que contm o cisticerco (larva) e este evolui para a forma adulta no intestino delgado. O verme adulto se fixa e comea a expelir os ovos e proglotes, que so excretados nas fezes humanas e podem contaminar o solo, a gua e os alimentos. TRASMISSO: Hospedeiro definitivo tem que comer a carne crua ou mal passada de sunos ou bovinos que contenha o cisticerco (larva). Hospedeiro intermedirio tem que ingerir os ovos das proglotes eliminados pelo hospedeiro definitivo. CISTICERCOSE Ao ingerir ovos viveis da tnia, estes chegam ao estmago e liberam o embrio que atravessa a mucosa gstrica, vai para a corrente sangunea e se distribui pelo corpo, podendo alcanar diversos tecidos (msculos, corao, olhos e crebro), onde ir se desenvolver o cisticerco (larva). Ao atingir o crebro causam a Neurocisticercose, que a forma mais grave da infeco. TRANSMISSO: Heteroinfeco ingesto de alimentos ou gua contaminados com ovos da Taenia solium. Auto-infeco externa ou direta portadores de Taenia solium quando eliminam proglotes, levam os ovos de sua prpria tnia boca. Auto-infeco interna poder ocorrer durante vmitos ou movimentos retroperistlticos do intestino, levando as proglotes grvidas ou ovos para o estmago, onde vai ser digerido e absorvido no intestino para qualquer parte do corpo. # OBS: A cisticercose s ocorre pela ingesto dos ovos da T. Solium.

OBSERVAES IMPORTANTES: O suno no causa cisticercose no homem. O homem que causa cisticercose no suno; Um homem com tenase uma importante fonte de transmisso de cisticercose e de tenase; O suno no fonte de transmisso, apenas participa do ciclo da doena que transmitida a ele pelo homem; O homem no adquire cisticercose ao ingerir carne bovina ou suna crua ou mal passada, mas pode adquirir a tenase se no tomar os devidos cuidados; Os sunos e bovinos no possuem a tnia, apenas o homem possui a fase adulta.

PROFILAXIA: Consumo de carne bem cozida; Tratamento dos doentes; Educao sanitria e saneamento bsico; Tcnicas seguras de criao de bovinos e sunos; Legislao proibindo o abate clandestino; Inspeo em matadouros (Registro da provenincia dos animais infectados); Exame peridico dos que trabalham na indstria da carne. GNERO Echinococcus O parasita adulto mede de 4 a 6 mm O corpo dividido em: Esclex: 4 ventosas e rostelo com acleos Colo

Estrbilo: Proglotes jovens, maduras e grvidas.


Ovo: Apresenta embriforo e embrio hexacanto com seis acleos.

PATOGENIA
HIDATIDOSE Parasitismo desenvolvido por formas larvrias de E.granulosus no hospedeiro intermedirio. EQUINOCOCOSE Infeco dos hospedeiros definitivos pelas formas adultas do parasito. HD: co domstico HI: ovino, homem (acidental) O co se contamina ao comer as vsceras dos animais doentes, as quais contm cistos hidticos. O co o hospedeiro definitivo, albergando o verme adulto que libera as proglotes grvidas contendo os ovos que chegam ao ambiente junto com suas fezes. Esses ovos contaminam a gua, o solo, e chegam s pastagens, onde so ingeridos pelos hospedeiros intermedirios (ovinos, bovinos e sunos), nos quais se formam os cistos. Os ovinos desenvolvem a maior porcentagem de cistos viveis. O homem um hospedeiro acidental, e se infecta ao ingerir os ovos em vegetais ou na gua contaminada. Ele pode se infectar tambm pelo contato estreito com o co portador. Os ovos se rompem no intestino e liberam a larva (cisto hidtico). O ciclo no homem termina com a formao do cisto hidtico no fgado ou pulmo e no h eliminao de formas de contgio. A contaminao sempre acidental, do co para o homem. CISTO HIDTICO (larva): Grande cisto cheio de lquido, revestido por epitlio germinativo Contm numerosas vesculas originadas por brotamento interno que formam esclex no seu interior. Estas vesculas prolgeras so denominadas de areia hidtica. O cisto coberto por uma cpsula fibrosa. Ocorre em hospedeiros vertebrados, a larva caracterstica do Echinococcus granulosus. LOCALIZAO: Parasita Adulto: intestino delgado do co

Larva (cisto hidtico): fgado e pulmes (principalmente) do HI. PROFILAXIA: Controle sanitrio do gado abatido Pastagens cercadas Higiene pessoal Cuidado ao ingerir alimentos CLASSE TREMATODA So endo ou ectoparasitas. Possuem ventosas para fixao, uma na regio oral, outra ventral. Possuem cutcula protetora na epiderme e no possuem clios. So hermafroditas, mas o S. mansoni diico. A fmea vive numa cavidade do macho chamada canal ginecforo. Fazem fecundao cruzada e interna. Como representante hermafrodita temos a Fasciola heptica. GNERO Schistosoma

ESPCIE: Schistosoma mansoni Causa a esquistossomase intestinal ou mansnica Nomes populares da doena: barriga dgua, xistosa, doena do caramujo Nutrio: sangue, globulinas e atravs de pinocitose Habitat: Veias do sistema porta heptico VERMES ADULTOS Fmea Toda cilndrica Ventosas oral e ventral

Schisto = fenda + Soma = corpo Schistosoma (corpo em forma de fenda) Fenda: Dobra do corpo

Macho Cilndrico anteriormente Achatado posteriormente Ventosas oral e ventral Canal ginecforo OVO Formato oval Dupla casca transparente Espcula lateral Contm embrio chamado de miracdio. MIRACDIO (larva ciliada) a larva do Schistosoma mansoni. O miracdio o primeiro estgio de vida livre do Schistosoma. Tem formato oval e revestido por numerosos clios. Quando fezes infectadas so lanadas em rios e lagos, os miracdios tm a chance de nadar ao encontro do hospedeiro intermedirio, o caramujo, dando continuidade ao ciclo evolutivo do parasito e possibilitando a transmisso da parasitose ao homem. ESPOROCISTOS Ao penetrar nas partes moles do molusco, o miracdio perde parte de suas estruturas. As clulas remanescentes se reorganizam e transformam-se em um saco repleto de clulas germinativas. Esse saco o esporocisto. Os esporocistos primrios geram os secundrios e as clulas germinativas desse ltimo so transformadas em cercrias.

CERCRIA (larva flagelada) A cercria representa a segunda fase de vida livre do parasito. Ela passa pela parede do esporocisto e migra para as partes moles externas do caramujo. uma larva com corpo e cauda, adaptada vida aqutica. Na pele do homem, a penetrao consumada pela ao ltica e pela ao mecnica devido aos movimentos intensos da larva. Nesse processo, que pode durar at 15 minutos, a cercria perde sua cauda. Depois de atravessar a pele, ela passa a ser chamada de esquistossmulo. ESQUISTOSSMULOS Os esquistossmulos so adaptados ao meio interno isotnico do hospedeiro definitivo e penetram em seus vasos sangneos ou linfticos. Muitos deles so vencidos pelo sistema de defesa humano. Os demais conseguem chegar at o corao e os pulmes e, posteriormente, migram para o fgado, onde esses pequenos vermes se alimentam e tornam-se adultos. O ciclo evolutivo se completa quando os vermes adultos migram para os vasos mesentricos do hospedeiro e iniciam a oviposio.

CICLO O ciclo do tipo heterxeno: esto envolvidos dois hospedeiros, o definitivo e o intermedirio. Hospedeiro Definitivo O homem o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta, reproduzindo-se sexuadamente, possibilitando a eliminao dos ovos do verme no ambiente pelas fezes. Hospedeiro Intermedirio No Brasil, so os caramujos do gnero Biomphalaria. TRANSMISSO Penetrao ativa das cercrias na pele e mucosas.

IMUNIDADE Aps a maturao, aproximadamente 45 dias aps a infeco, os vermes adultos se alojam no plexo mesentrico e vivem por vrios anos no hospedeiro definitivo. O ciclo se completa com a postura de ovos pela fmea. A grande parte dos ovos eliminada junto s fezes. Contudo, alguns ainda ficam retidos na mucosa intestinal e nos capilares do sistema porta do hospedeiro, onde desencadeiam uma reao inflamatria granulomatosa.

A reao granulomatosa que se forma ao redor dos ovos a principal causa da patogenia da esquistossomose. A reao granulomatosa resulta em fibrose do tecido. A fibrose dos rgos e a obstruo do plexo venoso podem levar hipertenso portal, hepatomegalia, esplenomegalia, aumento do volume abdominal e formao de varizes esofgicas. FASE AGUDA - Surge entre a quarta e dcima semanas aps exposio s cercarias. Dermatite cercariana corresponde fase de penetrao das larvas atravs da pele. Varia desde quadro assintomtico at apresentao de dermatite urticariforme, com edema, prurido e manifestaes alrgicas locais, podendo durar at 5 dias aps a infeco. FASE CRNICA - A fase crnica apresenta-se sob as formas clnicas intestinal, hepatointestinal e hepatoesplnica (compensada ou descompensada) . Forma intestinal caracteriza-se por diarrias que podem ser mucossanginolentas, com dor ou desconforto abdominal. Porm, pode apresentar-se assintomtica; Forma hepatointestinal caracteriza-se pela presena de diarrias e epigastralgia. Ao exame fsico, o paciente apresenta hepatomegalia, podendo-se notar, palpao, nodulaes que nas fases mais avanadas dessa forma clnica, correspondem a reas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal; Forma hepatoesplnica compensada caracteriza-se pela presena de hepatoesplenomegalia. As leses perivasculares hepticas so em quantidade suficiente para gerar transtornos na circulao portal, com certo grau de hipertenso que provoca congesto passiva do bao. Nessa fase, inicia-se a formao de circulao colateral e de varizes do esfago; Forma hepatoesplnica descompensada inclui as formas mais graves de esquistossomose mansnica. Caracteriza-se por fgado volumoso ou j contrado pela fibrose heptica, esplenomegalia avantajada, circulao colateral, varizes do esfago, anemia acentuada e desnutrio. PROFILAXIA 1. Controle dos moluscos 2. Melhoria das condies sanitrias 3. Tratamento das pessoas infectadas 4. Desenvolvimento de uma vacina GNERO Fasciola

ESPCIE: Fasciola hepatica Causa a Fasciolose heptica.

VERME ADULTO Achatado, de corpo foliceo e parte anterior do corpo mais alargada. OVO Amarelado com oprculo em uma das extremidades (uma espcie de tampa que abre para os miracdeos sarem). CICLO EVOLUTIVO Os hospedeiros definitivos deste trematide so ruminantes, coelhas, equinos e acidentalmente o homem. O seu ciclo evolutivo s se completa na presena de gua e de um hospedeiro intermedirio, um caramujo aqutico do gnero Lymnea. Quando os ovos do parasita adulto so eliminados, juntamente com as fezes do hospedeiro definitivo, prximo gua, desenvolve-se dentro dele a primeira fase larval, o miracdio. Esta larva ciliada nada em busca do hospedeiro intermedirio, onde ir se transformar em esporocisto, depois em rdia, at a fase de cercria. As cercrias abandonam o molusco e nadam at se prenderem nas folhas da vegetao aqutica, onde encistam formando as metacercrias, que so formas de resistncia ao ambiente, onde podem sobreviver por muitas semanas. Os hospedeiros definitivos infectam-se quando se alimentam dessa vegetao com metacercrias. Ao chegar ao intestino delgado do hospedeiro definitivo, a metacercria se liberta do cisto e atravessa a parede intestinal, cai na circulao indo se alojar no fgado e ductos biliares.

Os ovos produzidos pelo parasita nos dutos biliares acumulam-se na vescula biliar e atravs do ducto coldoco passam para os intestinos delgado e grosso (modo pelo qual vo parar nas fezes).

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