Aula 02 Parasito Enterobius Vermicularis 230824 165235 4

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PARASITOLOGIA

CLÍNICA
PARASITOLOGIA MÉDICA

Prof. Dra. Michelle M. Rigo


Prof. Dr. Jorge Messias Leal do Nascimento
Juazeiro-BA/2019.1

Prof. Dr. Jorge Messias Leal do Nascimento


ENTEROBIUS VERMICULARIS
Agente etiológico:
ENTEROBIUS VERMICULARIS
CLASSIFICAÇÃO • Conhecido popularmente como oxiúros, devido ao fato
que este verme pertencia anteriormente ao gênero
• Família: Oxyuridae Oxyuris;
• Filo: Nemathelminto
• Classe: Trematoda • Doença chamada de Enterobíase/Enterobiose ou
• Gênero: Enterobius oxiurose ou é o nome da infecção por oxiúros;
• Espécie: E. Vermicularis.
• O gênero Enterobius apresenta 17 espécies, todas
parasitas de primatas, mas somente uma atinge o
homem, o E. vermicularis;

• Localiza preferencialmente no ceco, apêndice, reto e


ânus.
Morfologia
❑ O E. vermicularis apresenta nítido dimorfismo sexual, entretanto, alguns
caracteres são comuns aos dois sexos: cor branca (semelhantes a fios de
algodão), filiformes.

❑ Na extremidade anterior,
lateralmente à boca, notam-se
expansões vesiculosas muito
típicas, chamadas "asas cefálicas".
A boca é pequena, seguida de um
esôfago também típico: é
claviforme, terminando em um
bulbo cardíaco.
Morfologia

Casca fina incolor

Achatado em um lado
Larva desenvolvida
OVOS:

• Um dos lados é achatado; (Apresenta o aspecto grosseiro de um D)


• Possui dupla camada, lisa e translúcido;
• Os ovos deixam o corpo da fêmea, já no seu interior com a larva formada em
desenvolvimento;
• Substância viscosa, albuminosa que favorece a aderência.
Morfologia
ADULTOS:

• As fêmeas, repletas de ovos (5 a 16 mil ovos), são encontradas na região


perianal após migrarem para esta região e causarem o prurido característico da
parasitose;

• Podem estar livres ou aderidos a mucosa do intestino;


CICLO BIOLÓGICO

• É do tipo monoxênico, após a cópula os machos morrem e são


eliminados nas fezes.

• Os seres humanos são os únicos hospedeiros conhecidos;


• A infecção se inicia após a ingestão de ovos larvados infectantes;
CICLO BIOLÓGICO

As fêmeas, repletas de ovos, se


desprendem do ceco e dirigem-se
para o ânus (principalmente à
noite). Alguns autores suspeitam que
elas realizam oviposição na região
perianal, mas a maioria afirma que a
fêmea não é capaz de fazer postura
dos ovos; os mesmos seriam
eliminados por rompimento da
fêmea, devido a algum traumatismo
ou dessecamento. Como ela se
assemelha a um "saco de ovos", com
a cutícula extremamente distendida,
parece que o rompimento da mesma
se toma fácil.
MODO DE TRANSMISSÃO
❑ Heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo
hospedeiro (é também conhecida como primoinfecção);

❑ Indireta: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo


hospedeiro que os eliminou;

❑ Auto-infecção externa ou direta: a criança (fiequentemente) ou o adulto


(raramente) levam os ovos da região perianal a boca. E o principal mecanismo
responsável pela cronicidade dessa verminose;
MODO DE TRANSMISSÃO
❑ Auto-infecção interna: parece ser um processo raro no qual as larvas
eclodiam ainda dentro do reto e depois migrariam até o ceco, transformando-
se em vermes adultos;

❑ Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal (externamente),


penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco,
onde se transformam em vermes adultos.
EPIDEMIOLOGIA

➢ Possui alta prevalência nas crianças em idade escolar.


➢ Transmissão doméstica ou em ambientes coletivos (escolas, creches).

Fatores que colaboram na transmissão:

• As fêmeas eliminam grande quantidade de ovos.


• Em poucas horas os vermes se tornam infectantes.
• Os ovos podem resistir até três semanas em ambientes domésticos,
contaminando alimentos e a poeira.
DIAGNÓSTICO
Clínico: Prurido anal noturno e contínuo.

Laboratorial:
- O exame de fezes tradicional não funciona bem para essa verminose.
- O método mais indicado é o da fita adesiva ou fita gomada.

Método da fita gomada:

*Corta-se um pedaço de 8 a 10 cm de fita


adesiva transparente;
*Coloca-se a mesma com a parte adesiva para
fora sobre um tubo de ensaio;
*Opõe-se várias vezes a fita na região perianal;
*Coloca-se a fita na lâmina de vidro como se
fosse uma lamínula;
*Leva-se ao microscópio e examina-se no
aumento de 10 e 40x .

Imagem do livro de neves pagina 330


PATOGENIA

• Na maioria dos casos passa


desapercebida.
• Prurido anal, principalmente a
noite. Verme nas fezes.
• O ato de coçar pode provocar
infecções secundárias, além de
provocar perda de sono e
nervosismo.
• Existem casos em mulheres em
que os parasitas, subindo pela
vagina, determinam
inflamações sérias no útero e
até nos ovários (vulvovaginite e
salpingite). -> ectópico
TRATAMENTO
PAMOATO DE PIRANTEL (Combantrin, Piranver): o medicamento é
apresentado sob a forma líquida e comprimidos; a dose indicada é de
l0mg/kg em dose única, com eficácia de 80-100% de cura.

• Os efeitos colaterais são náuseas e vômitos, cefaléias, sonolência e


erupção cutânea; contra-indicação: gravidez e disfunção hepática.
TRATAMENTO
Albendazol (Zentel): o medicamento é apresentado sob a forma líquida
(suspensão contendo 40mg/ml e comprimidos 200mg); a dose indicada
para tratamento da enterobiose, em crianças acima de 2 anos, é de
100mg em dose única, com eficácia próxima a 100% de cura.

• Os efeitos colaterais são náuseas, vômitos, cefaléias, podendo ou não estar


associados a desconforto gastrintestinais.
TRATAMENTO
Ivermectina (Revectina): o medicamento é apresentado sob a
forma de comprimidos de 6mg; a dose indicada é de 200µg/k em
dose única, para pacientes com mais de 15kg de peso corporal.

Para acelerar o tratamento e garantir a cura é recomendado:

Utilizar a pomada, como Tiabendazol, durante 5 dias


para eliminar os vermes externos e aliviar a coceira;
PROFILAXIA
➢ A roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro não deve ser
"sacudida" pela manhã, e sim enrolada e lavada em água fervente,
diariamente;

➢ Tratamento de todas as pessoas parasitadas da família (ou outra


coletividade) e repetir o medicamento duas ou três vezes, com
intervalo de 20 dias, até que nenhuma pessoa se apresente parasitada;

➢ Corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região


perianal ao deitar-se, banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza
doméstica com aspirador de pós, são medidas complementares de
utilidade.

➢ Não fazer o ato de coçar a região perianal;

➢ Cuidado com oral-fecal.


Trichuris trichiura
Agente etiológico:

Trichuris trichiura
• Conhecido por Trichocephalus trichiura, tem o corpo em
forma de chicote, com a cabeça na extremidade afilada;
• A doença é conhecida como Tricuríase, Tricurose ou
Tricocefalose; Fêmea
• Parasitismo é silencioso;
• Casos em menores de 15 anos;
• Fatores climáticos (temperatura, umidade, pH solo)
favorecem e o IDH aumentam o risco de contaminação Macho
humana por T. trichiura;
• População com maior risco vive na zona urbana e não
rural.
Morfologia

• Típico em forma de barril; (formato elíptico)


• Poro saliente de material lipídico nas extremidades;
• Mede 50 a 55 µm X 25 µm;
• A casca tem três camadas (lipídica externa, quitinosa intermediária e vitelínica
interna) = resistência a fatores ambientais.
• Permanecem sem embrionar dentro do seu hospedeiro;
• Oviposição de 3.000 a 20.000 ovos/dia
• Não se desenvolvem < 9°C ou > 52 °C

• Eclodem entre 13 e 21
dias;
• Podem sobreviver por
12 meses em condições
favoráveis
Morfologia/Biologia

• Medem de 3 a 5 cm de comprimento, machos


menores que fêmeas;
• Extremidade anterior delgada e longa;
• Extremidade posterior mais robusta;
• Vivem no intestino grosso; Fêmea adulta de Trichuris
trichiura
• São dioicos e com dimorfismo sexual;
• Macho = extremidade posterior curvada
ventralmente, apresentando espiculo protegido por
bainha;

Macho adulto de Trichuris


trichiura
Morfologia
• Infecções leves: ceco e cólon do hospedeiro;
• Parasita tissular (porção esofagianda na camada epitelial da mucosa intestinal
do hospedeiro);
• Ingere muco e células (restos de enterócitos lisados por esticócitos*), pode
ingerir sangue;

*camada de esticócitos (glândulas secretoras de enzimas proteolíticas)


Morfologia

Macho e fêmea com a


Adultos na mucosa cecal; parte posterior do parte anterior inserida na
corpo livre mucosa
CICLO BIOLÓGICO
• Monoxênico
• Reprodução sexuada -> ovos eliminados com as fezes
• Embrião se desenvolve no ovo eliminado -> larva infectante
• Período pré-patente (entre a infecção e a eliminação de ovos) ->
60 a 110 dias
• As L1 penetram preferencialmente nas criptas cecais;

Ovo – Larva L1, L2, L3, L4 Adulto


Ovos embrionados são ingeridos

Clivagem
avançada

Ciclo de vida
de Trichuris trichiura

Lavas eclodem
Embrião de no intestino delgado
2 células

Ovos não embrionados


nas fezes

Adultos no ceco
MODO DE TRANSMISSÃO

❑ Ingestão de ovos larvados, procedentes do solo, água ou alimentos


contaminados com fezes humanas.

❑ África, Índia e América Latina (alta prevalência) -> Geofagia


(crianças e mulheres grávidas)
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
➢ Distribuição cosmopolita;
➢ 1947 -> primeira estimativa mundial de helmintoses

➢ No mundo existe cerca de 1 bilhão de pessoas infectadas, das quais


aproximadamente 350 milhões apresentam idade inferior a 15 anos;

➢ A tricuríase é mais prevalente em regiões de clima quente e úmido e


condições sanitárias precárias;

➢ O plano de controle dos geo-helmintos está baseado no tratamento em


massa de crianças de áreas endêmicas;

➢ Intensidade da infecção varia com a idade, especialmente onde há baixa


prevalência da doença:
- Infecção se inicia entre 18 e 24 meses de idade, se intensifica ao
máximo entre 6 e 7 anos e diminui em jovens e adultos
DIAGNÓSTICO

➢ Diagnóstico clínico: não é especifico, devendo ser complementado


pelo laboratorial.

➢ Diagnóstico laboratorial: presença de ovos nas fezes: principal


método utilizado é o método Kato-Katz (quantitativo e qualitativo).
PATOGENIA
Depende da idade do hospedeiro, estado nutricional e distribuição
dos vermes adultos no intestino.
Carga parasitária (OMS):

➢ Infecções Leves: < 1.000 ovos / g de fezes


➢ Infecções Moderadas: De 1.000 a 9.999 ovos / g de fezes
➢ Infecções Graves : acima de 10.000 ovos/ g de fezes

Intensidade da infecção é proporcional à gravidade dos sintomas


➢ Infecções leves = assintomáticos ou sintomas leves;
➢ Infecção moderada = graus variados de cefaleia, dor epigástrica e no
baixo abdômen, diarreia, náuseas e vômitos;
➢ Infecção intensa = síndrome disentérica crônica -> diarreia intermitente
contendo muco e possivelmente sangue; dor abdominal; anemia;
desnutrição grave (peso e altura abaixo do aceitável); prolapso retal
PATOGENIA
➢ Importância da idade -> casos de crianças com carga moderada e
sintomas intensos; adultos com carga intensa e assintomáticos.
TRATAMENTO
As drogas mais eficientes no tratamento da tricuríase humana são:

• Albendazol 400 mg (dose única)


• Mebendazol 100 mg 2x/dia por 3 dias (usado em pacientes
sintomáticos);
• Albendazol + ivermectina -> combinação mais eficiente contra a T.
trichiura.
PROFILAXIA

• Saneamento básico;
• Educação em saúde;
• Tratamento Higiene e proteção contra moscas e baratas que
conduzem os ovos.
BIBLIOGRAFIAS

NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana, 13º ed., São Paulo: Editora Atheneu, 2016.

ZEIBIG, Elizabeth A. Parasitologia clínica: uma abordagem clinico laboratorial. Tradução:


Adriana Pittella Sudré. 1º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

REY, Luiz. Bases de Parasitologia Médica. 3º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
Exercícios
1. Faça um quadro para tricuríose e oxiuríose, com as seguintes informações:

a) Agente etiológico.
b) Morfologia
c) Epidemiologia.
d) Tipo de ciclo.
e) Patogenia.
f) Tratamento.
g) Profilaxia.
Obrigado!

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