Colisões em Duas Dimensões

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COLISES EM DUAS DIMENSES - PARTE I -Anlise no Referencial Laboratrio Ser estudado o choque no frontal (choque de raspo ) entre uma

esfera em movimento e outra em repouso, em um plano horizontal. Na Parte I da experincia as medidas obtidas so analisadas no Referencial Laboratrio. Na Parte II a anlise feita no Referencial Centro de Massa. Com esta experincia (a mais importante do curso) vamos estudar um fenmeno muito comum no nosso dia a dia: as colises, os choques, as interaes. Colises ou, de uma maneira mais geral, interaes so um dos fenmenos mais comuns no nosso dia a dia e so o mecanismo atravs do qual o ser humano se comunica com o mundo ao seu redor e se insere no seu meio ambiente. Nas inter-aes, como a prpria etimologia da palavra indica, uma ao qualquer acontece entre dois ou mais corpos, uma informao qualquer trocada entre eles. Qualquer tentativa de entender e de medir caractersticas do universo que nos cerca, tanto no microcosmo como no macrocosmo, tambm uma interao. Qualquer medida que se faa uma interao, na qual ou o aparelho de medida, ou o observador, ou ambos, interagem com o objeto (fenmeno) a ser medido (analisado). esse o fenmeno que estudaremos. Qual o modelo que construiremos para tentar explic-lo? Vamos restringir o objeto de nosso estudo interao, coliso, entre apenas dois corpos alm de tudo vamos supor que no haja nenhuma ao de qualquer outro corpo influenciando essa inter-ao entre os dois corpos considerados. Como base no que j vimos at agora nesse nosso curso, podemos afirmar que o estado de movimento do conjunto dos dois corpos (corpo 1 e corpo 2) no ir se alterar, j que no nenhuma ao externa ao sistema (o conjunto dos dois corpos) sendo exercida sobre ele. Portanto, como no h nada agindo sobre eles a partir de fora, devemos esperar que o estado de movimento deles no se alterar. Ou seja, o quanto que eles tm de movimento no muda. Isso, em uma linguagem mais tcnica, significa: a quantidade de movimento total se conserva. A energia total tambm se conserva sempre, mas no a energia cintica, que s se conserva em certo tipo de choque, chamado choque elstico. difcil testar esse modelo em laboratrio, pois sempre existem foras de atrito, que mascaram o resultado final. Como a fora de atrito uma fora de contato, se fosse possvel efetuar o choque no ar e analisar as trajetrias antes e depois do choque tambm no ar , os efeitos das foras de atrito seriam reduzidos praticamente a zero. Isso porque a nica fora dissipativa neste caso seria a resistncia do ar, totalmente desprezvel se as velocidades forem baixas e as trajetrias curtas. A figura a seguir mostra como se consegue efetuar o choque no ar e medir as velocidades. A esfera 1 desce a canaleta e no fim dela ter velocidade apenas horizontal. Essa velocidade antes do choque pode ser medida atravs do alcance da

esfera 1, marcado quando ela bate na mesa sem colidir com a esfera 2 ( Movimento de projteis ). Aps o choque, as velocidades das duas esferas tambm sero medidas pelos seus alcances. Como antes do choque s havia quantidade de movimento horizontal (a esfera incidente sai da canaleta com velocidade apenas na horizontal), a quantidade de movimento nessa direo que deve ser conservada e essa pode ser facilmente medida, utilizando uma tcnica semelhante utilizada na experincia de projteis. Atravs dos resultados obtidos ser possvel verificar se foram conservadas a quantidade de movimento e a energia cintica e tambm calcular a elasticidade do choque. A preciso dos resultados depender criticamente dos cuidados tomados no manuseio do equipamento. Deve-se repetir as medidas se os resultados no forem satisfatrios. a. material utilizado Rampa de lanamento, 3 esferas de ao, duas delas com massas iguais, balana, cartolina, papel carbono, fio de prumo. A Fig. 8 mostra a parte final da rampa de lanamento com um suporte metlico onde se coloca a esfera alvo. O suporte fixado na canaleta de modo a poder girar , possibilitando alterar o parmetro de impacto do choque, como mostra a figura. b. procedime nto A rampa utilizada para garantir que a esfera incidente tenha sempre a mesma velocidade antes do choque, desde que solta sempre do mesmo lugar. Como j foi visto na aula de

Fig. 8

movimento de projteis, o alcance mximo depende da velocidade horizontal do corpo, que constante porque no h fora resultante nessa direo. Portanto, se soltamos a esfera de um certo ponto da canaleta e deixamos ela cair na mesa, a distncia entre a projeo do fim da canaleta at o ponto de impacto proporcional velocidade. Como a esfera incidente tem apenas velocidade na direo horizontal e o choque se d em um plano horizontal (o plano que contm os centros das duas esferas), a esfera alvo tambm receber dela apenas velocidade na direo horizontal, consequentemente, a distncia entre o ponto onde ela caiu na mesa at a projeo do suporte onde ela estava proporcional sua velocidade aps a coliso. E a distncia entre o ponto onde a esfera incidente bate na mesa aps o choque at a projeo do fim da canaleta proporcional sua velocidade aps o choque. Portanto, marcando-se esses pontos e medindo-se as distncias, pode-se testar o modelo fsico do choque em duas dimenses, verificando as leis de conservao. As posies das esferas em um determinado instante sero marcadas utilizando-se o movimento vertical. O tempo de queda poder ser determinado facilmente medindo-se h h. Antes de iniciar as medidas, mea as massas das trs esferas que voc vai utilizar. Comece fazendo alguns lanamentos com e sem choque para regular a melhor altura do fim da canaleta em relao mesa, para evitar que alguma das esferas caia fora da cartolina utilizada para marcar os pontos. Convm que a altura da qual a esfera solta (acima da parte horizontal da canaleta) no seja muito grande e tambm que a altura do fim da canaleta em relao mesa no seja muito alta. Assim se minimizam os efeitos de eventuais irregularidades na canaleta e obtm-se uma melhor distribuio dos pontos experimentais na cartolina. Se esses efeitos fossem iguais para cada lanamento, eles no seriam importantes para o estudo que se quer fazer. Mas eles podem variar a cada lanamento e por isso convm reduzir o percurso da esfera sobre a

canaleta. As medidas sero feitas com esferas de massas iguais e depois (com outra cartolina) com esferas de massas diferentes. Em ambos os casos sero selecionados 7 parmetros de impacto diferentes (isso , 7 posies diferentes da esfera alvo), dispostos razoavelmente espaados e dos dois lados da canaleta. Procure alinhar cuidadosamente os centros de massa das duas esferas na mesma horizontal e sempre evitar que o centro de massa da esfera alvo esteja para trs do centro de massa da esfera incidente. Para cada parmetro sero feitos 5 lanamentos. Em nossa conveno, "1" a esfera incidente e "2" a esfera alvo. Marque as origens: O1 a origem para a esfera incidente (a projeo na mesa do fim da canaleta), O2 a origem para a esfera alvo (a projeo na mesa do pino onde o alvo est apoiado, marque esse ponto cuidadosamente usando o fio de primo fixado no pino). O segmento O1i proporcional velocidade inicial (antes do choque) da esfera incidente, Os segmentos O1j ( j variando de 1 at 7) so proporcionais s velocidades finais (depois do choque) da esfera incidente, para os parmetros de impacto de 1 at 7 (cada j a posio mdia de cada um dos 5 lanamentos, para cada parmetro de impacto), Os segmentos O2j ( j variando de 1 at 7) so proporcionais s velocidades finais (depois do choque) da esfera alvo, para os parmetros de impacto de 1 at 7 (as posies mdias dos 5 lanamentos para cada parmetro de impacto j ), Marque cuidadosamente na cartolina todos os pontos de impacto, seguindo a conveno acima. S coloque o carbono aps efetuar alguns lanamentos e ter uma idia de onde as esferas cairo. Use pedaos pequenos de carbono, s nos pontos de impacto previamente estimados, para possibilitar uma melhor viso do conjunto. c. relatrio (sempre que for o caso, os itens devem ser respondidos para as medidas com esferas de massas iguais e diferentes) 1. Demonstre claramente que os segmentos O1j e O2j so proporcionais s velocidades depois do choque e O1i velocidade da esfera incidente antes do choque. Determine numericamente a(s) constante(s) de proporcionalidade, 2. justifique claramente as diferenas que voc obteve nas medidas com esferas de mesma massa e com massas diferentes, 3. determine as direes dos vetores velocidade de cada esfera e seus mdulos antes e depois do choque, fazendo a mdia (vetorial) para cada parmetro de impacto, 4. determine os vetores quantidades de movimento de cada esfera antes e depois do choque, 5. no caso de esferas de massas diferentes, qual a constante (ou quais as constantes) de proporcionalidade entre os alcances e as quantidades de movimento? Justifique claramente, 6. mostre que no Referencial Laboratrio, a energia cintica a soma da energia cintica de translao do CM mais a energia cintica no Referencial CM. Antes do choque temos: E C L = (1/2)Mv 2 + E C CM , onde M = m 1 + m 2

7. determine graficamente, na cartolina ou em uma cpia dela, o vetor velocidade relativa de aproximao antes do choque ( v 1i - v 2i ) e o de afastamento ( v 2f - v 1f ) depois do choque, para trs parmetros de impacto diferentes, 8. a partir dos resultados do item 7., voc pode concluir alguma coisa a respeito do tipo de choque? 9. os pontos de impacto das esferas na mesa formam uma circunferncia ou duas. A partir dessa figura voc pode chegar a alguma concluso quanto ao tipo de choque? Demonstre detalhadamente o porque da resposta, 10. mea os raios das circunferncias para cada um dos lanamentos e faa um histograma para o caso de esferas de mesma massa e para o caso de esferas de massas diferentes. Ajuste ao histograma uma gaussiana calculada, de igual rea, valor mdio e desvio padro. Para medir os raios, considere cada um dos 5 lanamentos para cada um dos 7 parmetros de impacto diferentes. Ser um total de 35 valores para cada uma das duas esferas, dando um total de 70 valores. Os raios sero as distncias entre cada um desses 70 pontos e a extremidade do vetor que d a velocidade do Centro de Massa no referencial Laboratrio. 11. o sistema das duas esferas pode ser considerado um sistema isolado na anlise do choque? E a fora gravitacional, no uma fora externa? 12. faa um estudo detalhado da conservao da energia entre o fim da canaleta (logo antes do choque) e o instante em que as esferas tocam na mesa, quando ambas tm velocidades tambm na direo y , 11. na Concluso, faa uma anlise detalhada do choque no Referencial Laboratrio (conservao da Quantidade de Movimento, e, eventualmente, da Energia Cintica), verificando quantitativamente se seu modelo foi ou comprovado e dentro de que preciso. 13. ainda na Concluso, discuta claramente qual o efeito da fora de atrito nesta experincia.

Cada aluno deve apresentar uma cpia da cartolina de dados, com os clculos que ele fez individualmente.

7. COLISES EM DUAS DIMENSES - PARTE II -Anlise no Referencial Centro de Massa Os dados obtidos na aula anterior sero agora analisados no Referencial Centro de Massa, para massas iguais e para massas diferentes. Essa parte da experincia visa a familiarizar o aluno com o Referencial Centro de Massa (rever o conceito de Centro de Massa). Anlises de fenmenos fsicos envolvendo muitos corpos (principalmente em Fsica das Partculas Elementares) podem ser muito simplificadas quando so

feitas em um sistema de referncia chamado Referencial Centro de Massa (CM). Freqentemente no intuitivo perceber o seu significado, mas ajuda muito pensar que ele apenas mais um sistema de referncia, com a nica diferena que a sua origem est no Centro de Massa. Considere na Rodovia dos Bandeirantes, dois carros que se movem no sentido Interior-So Paulo com velocidades constantes, o da frente com 100 km/h e o de trs com 120 km/h. Quando dizemos essas velocidades, mesmo que no o explicitemos, fica claro que so as velocidades em relao ao cho, que o sistema de referncia que chamamos Referencial Laboratrio. Em relao ao carro da frente, isso , em um sistema de referncia no qual o carro da frente est parado (a origem desse sistema est no carro da frente), o carro de trs se aproxima dele a 20 km/h. Isso bastante intuitivo. E em relao a um sistema de referncia cuja origem esteja no Centro de Massa do conjunto dos dois carros? Para visualizarmos melhor como as coisas acontecem nesse referencial, vamos considerar os dois carros com mesma massa. Portanto, em qualquer momento, independentemente das velocidades dos dois carros, o Centro de Massa estar a meia distncia entre eles. Para entender melhor isso, vamos considerar uma situao em que a distncia que separa os dois carros 100km, com o CM a 50 km de cada carro. Aps 30 minutos o carro de trs percorreu 60 km e o da frente percorreu 50 km e a distncia entre eles cai para 90 km, porque o de trs rodou 10 km a mais que o outro. Se a distncia entre eles agora de 90 km, o CM est a 45 km de cada carro, ou seja, em 30 minutos o CM percorreu 55 km. Logo, sua velocidade 110 km/h, que igual a (120 + 100)/2. Isso significa que a velocidade do CM em relao ao cho (portanto, no Referencial Laboratrio) a mdia da velocidade dos dois carros em relao ao mesmo referencial. Vamos deduzir essa velocidade rigorosamente. Para isso, considere uma situao em que o corpo de massa m1 se aproxima do corpo de massa m2, como no esquema abaixo (onde CM representa a posio do Centro de Massa) : m1 CM m2

v1il

vCMl

v2il

v1CM

v2CM

Os ndices i se aplicam experincia de Colises e se referem s situaes antes do choque, os ndices f se referem a depois do choque, CM se refere ao sistema Centro de Massa, se refere ao Sistema Laboratrio, o ndice 1 se refere esfera incidente (que se move no caso particular desta experincia), o ndice 2 se refere esfera alvo (que est parada no caso particular desta experincia), v representa velocidade, m as massas.

Pela definio de Centro de Massa, sua coordenada (em uma dimenso): (m1 + m2)XCM = m1 x1 + m2 x2 , derivando a expresso acima em relao ao tempo, ns obtemos as velocidades: (m1 + m2) vCMl = m1v1il + m2 v2il Essa pois a velocidade do CM. importante saber distinguir a velocidade do Centro de Massa e a velocidade no Centro de Massa. Velocidade do CM significa a velocidade do Centro de Massa no sistema de referncia do laboratrio (Referencial Laboratrio), que o sistema mais normal de referncia, o sistema do dia a dia, associado a uma mesa, ao cho etc. Velocidade no CM significa a velocidade medida em relao a um sistema de referncia onde o CM est parado , para isso necessrio efetuar uma mudana do sistema de coordenadas, pois no caso desta experincia, o CM est se movendo em relao ao Referencial Laboratrio . Vamos obter as velocidades de cada corpo no Referencial Centro de Massa. A velocidade da esfera 1 em relao ao Centro de Massa a velocidade com que ela se aproxima do CM menos a velocidade com que o CM foge dela. Ou seja, a velocidade da esfera 1 em relao ao Referencial Laboratrio (v1il) menos a velocidade do CM em relao ao mesmo sistema (vCMl). Deve-ser notar que o CM se move em relao ao Sistema Laboratrio. A velocidade da esfera 2 em relao ao Centro de Massa a velocidade com que o CM se aproxima dela menos a velocidade com que ela foge do CM. Ou seja, a velocidade do CM em relao ao Referencial Laboratrio ( vCMl) menos a velocidade da esfera 2 em relao ao mesmo Referencial (v2il). Como estamos orientando o eixo das velocidades de modo que a velocidade da esfera 1 em relao ao CM seja positiva, no caso da esfera 2 a velocidade em relao ao CM fica negativa. Resumindo:

v1iCM = v1il - vCMl

v2iCM = -( vCMl - v2il)


Onde a velocidade do CM aquela que j foi deduzida acima. Os ndices i se referem a antes do choque, mas a situao a mesma antes e depois do choque.

Podemos ainda obter com que velocidade os dois corpos se aproximam um do outro (ou se afastam). Para isso, basta subtrair a primeira equao acima da segunda. obtendo-se: v1iCM - v2iCM = v1il - v2il O resultado acima mostra que a velocidade de aproximao (ou de afastamento) medida no Referencial Centro de Massa igual velocidade de aproximao no Referencial Laboratrio. Isso bastante bvio, porque as velocidades com que os corpos se aproximam ou se afastam no podem depender do particular sistema de referncia. Atravs dos resultados obtidos na cartolina muito fcil visualizar tudo o que foi dito acima. Os quesitos do item "c. relatrio" vo guiar o aluno para verificar se tambm no Referencial Centro de Massa foi conservada a quantidade de movimento (como previa nosso modelo, no Referencial Laboratrio) e tambm calcular a elasticidade do choque. A preciso dos resultados depender criticamente dos cuidados tomados para traar os vetores na cartolina. Cada aluno deve apresentar uma cpia da cartolina de dados, com os clculos que ele fez individualmente. a. material utilizado As medidas so as obtidas na aula anterior, para massas iguais e diferentes.

b. procedimento Idem.

c. relatrio (sempre que for o caso, os itens devem ser respondidos para as medidas com esferas de massa iguais e diferentes) 1. Represente na cartolina todos os vetores velocidades antes e depois do choque no Referencial Centro de Massa. 2. determine as coordenadas do Centro de Massa (CM) antes e depois da coliso; estabelea a trajetria do CM, diretamente na cartolina original ou em sua cpia, 3. verifique experimentalmente (com os dados registrados na cartolina) se houve conservao de energia cintica (antes e depois do choque). Voc pode chegar a alguma concluso quanto ao tipo de choque? Explique claramente porque, 4. o referencial CM chamado de referencial do momento nulo. Verifique isso utilizando as velocidades das duas esferas medidas na cartolina ou em uma cpia dela. Discuta em detalhes os resultados obtidos, 5. use a cartolina com os pontos de impacto para determinar as velocidades do CM antes e depois do choque e verifique se houve conservao da quantidade de movimento no Referencial CM. Verifique isso utilizando as velocidades das duas esferas medidas na cartolina ou em uma cpia dela. Discuta em detalhes os resultados obtidos,

6. determine graficamente, na cartolina ou em uma sua cpia, o vetor velocidade relativa de aproximao antes do choque (v1i - v 2i ) e o de afastamento ( v 2f - v 1f ) depois do choque, para trs parmetros de impacto diferentes, no Referencial Centro de Massa, 7. a partir dos resultados dos itens 6., voc pode concluir alguma coisa a respeito do tipo de choque? 8. usando os resultados que voc obteve, determine a energia cintica em relao ao Referencial CM, 9. Na Concluso, faa uma anlise detalhada do choque no Referencial CM (conservao da Quantidade de Movimento, e, eventualmente, da Energia Cintica), mostrando quantitativamente se seu modelo foi ou no comprovado e dentro de que preciso.
Este Relatrio deve ser feito nos moldes usuais: Ttulo, Resumo, Introduo, Teoria, Procedimentos, Resultados, Concluso e Bibliografia. No item "Teoria" reveja os conceitos de Centro de Massa e de Sistemas de Referncia

Coliso bidimensional
Prof. Luiz Ferraz Netto [email protected]

Normalmente se discutem choques mecnicos entre esferas que colidem frontalmente, ou seja, a direo de suas velocidades a mesma antes e aps a coliso. o denominado choque (ou coliso) unidimensional, uma vez que os centros de massa permanecem sempre sobre a mesma reta. Para entender, por exemplo, casos de espalhamento de partculas leves que se chocam com partculas pesadas, coisa comum no mundo atmico, devemos estender nossa anlise para mais de uma dimenso. Vejamos um caso bidimensional. Consideremos a coliso perfeitamente elstica da esfera (1) com a esfera (2), negligenciando-se os atritos. Assumiremos que a esfera (2), de massa m 2, est em repouso antes da coliso e a esfera (1), de massa m1, apresenta antes da coliso a velocidade v. A velocidade v1 da esfera (1) e a velocidade v2 da esfera (2) aps a coliso depender da distncia , indicada na ilustrao a seguir, que justamente a distncia (medida do segmento de perpendicular) entre o centro de massa da esfera (2) e a trajetria inicial do centro de massa da esfera (1). Observe que a coliso s acontecer se < r1 + r2, onde r1 e r2 so os raios das esferas (1) e (2), respectivamente. Na fase de coliso a fora que a esfera (1) aplica na esfera (2) ter a direo da linha que une os centros das esferas ... pois no h atrito (obviamente, pela 3a lei de Newton, a fora que (2) aplicar sobre (1) tambm ter essa direo). Desse modo, como se ilustra, aps a coliso a esfera (2) ter uma certa velocidade v2 far ngulo com a direo do movimento inicial da esfera (1) --- com a horizontal nessa ilustrao. A esfera (1) assumir uma velocidade v1 a ser determinada tanto em mdulo como em direo.

Da geometria da situao podemos tirar a seguinte relao: (r1 + r2) sen =

Antes, durante e aps a coliso haver conservao da quantidade de movimento e da energia cintica do sistema; logo:

Resolvendo esse sistema de equaes obtemos:

Demonstre isso! Se m1 << m2 o diagrama vetorial das quantidades de movimento ser o ilustrado abaixo, onde Q = m.v (quantidade de movimento inicial da esfera 1), Q1 = m.v1 (quantidade de movimento da esfera 1 aps o choque) e Q2 = m.v2 (quantidade de movimento da esfera 2 aps o choque).

O que est "escrito" nessa ilustrao : a soma vetorial das quantidades de movimento das esferas (1) e (2) aps a coliso (Q1 + Q2) igual quantidade de movimento da esfera (1) antes da coliso (Q) (isso porque a 2 estava em repouso!); Q = Q1 + Q2 . Podemos observar ainda dessa ilustrao que, caso a coliso fosse frontal ( = 0), teramos Q2 > 2Q e Q1 > -Q (demonstre isso!). Nesse caso, a velocidade da esfera (1) variar quanto ao sentido e no em seu valor absoluto. A velocidade da 'pesada' esfera (2) no poder exceder ao valor dado por: v2 = 2vm1/m2 (demonstre isso!).

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