Aulas de TC
Aulas de TC
Aulas de TC
ASPECTOS HISTRICOS.
A tomografia computadorizada como mtodo de diagnstico por imagem foi apresentada sociedade cientfica no ano de 1972 por Godfrey N. Hounsfield - engenheiro eletrnico na Inglaterra.
O mtodo obteve grande repercusso, particularmente pelas suas propriedades de avaliao de tecidos "moles" como os msculos, as vsceras e o parnquima cerebral, at ento difceis de serem demonstrados.
A introduo desta tcnica revolucionou o diagnstico neurolgico. At a sua introduo, a avaliao do hematoma no trauma cranioenceflico, ou mesmo, do acidente vascular cerebral, s podia ser feito de forma clnica ou com maior segurana na abordagem cirrgica.
O MTODO
A tomografia computadorizada um mtodo de diagnstico por imagem que combina o uso de raios-X obtidos por tubos de alta potncia com computadores especialmente adaptados para processar grande volume de informao e produzir imagens com alto grau de resoluo.
O tubo de raios-X est disposto no interior do corpo do aparelho em um dispositivo rotatrio de forma justaposta a um conjunto de elementos que coletam o residual do feixe de radiao que atravessa o paciente e conhecidos por detectores.
O conjunto de detectores constitui o principal elemento da coleta do sinal da tomografia e responsvel pela transformao da energia residual incidente em correntes eltricas que podem facilmente ser processadas por computador.
O primeiro tomgrafo.
Foi apresentado por Godfrey N. Hounsfield, engenheiro eletrnico, em 1972, na Inglaterra. O equipamento foi fabricado pela empresa EMI. e constava de um tubo de raios-X simples de anodo fixo e alvo de dimenses relativamente exageradas (3 X 13 mm), mas suficientemente potente para suportar o alto "calor" produzido pelos sucessivos bombardeios de eltrons. A construo dos cortes tomogrficos (scans) se fazia por meio de um feixe estreito da espessura aproximada de um lpis que, aps atravessar o corpo do paciente, incidia em dispositivos detectores da radiao residual.
Primeira gerao.
Feixe em forma de lpis; um detector; movimento de translao do sistema tubo/detector; tempo de varredura entre 4 a 5 minutos.
Feixe em forma de leque; Mltiplos detectores (cerca de 30); Movimento linear do sistema tubo/detectores com rotaes maiores (30); Tempo de varredura em torno de 20 a 60 segundos.
Segunda gerao.
Terceira gerao.
Feixe em forma de leque; mltiplos detectores (288 a 700); movimento de rotao do sistema tubo/detectores; tempo de varredura em torno de 1 a 2 segundos.
Quarta gerao.
Feixe em forma de leque; Mltiplos detectores (ate 2 mil); Detectores fixos; Movimento de rotao somente do tubo de raios X; Tempo de varredura em torno de 1 a 2 segundos.
TC helicoidal
O diferencial desse tipo de exame a aquisio volumtrica de dados, feita de modo continuo, enquanto a mesa movida para o interior do gantry em uma velocidade constante e com a radiao ionizante desenvolvendo uma trajetria em espiral.
Evoluo.
E o giro de 360 do conjunto tubo-detectores. O tempo de aquisio dos cortes influencia a velocidade de rotao do conjunto. Nos tomgrafos helicoidais o tempo de revoluo mdio e de 1 segundo.
Pitch
O termo pitch definido na TC helicoidal como distancia percorrida pela mesa - durante um giro de 360 - dividida pela colimao do feixe de raios X. Representa a razo entre o deslocamento da mesa e a espessura de corte.
Nas aquisies de imagens helicoidais com pitch de 1:1, observa-se que a mesa desloca-se na mesma proporo da espessura do corte em cada revoluo.
Se a relao do pitch for alterada para 2:1, a mesa se deslocar em uma distancia equivalente ao dobro da espessura do corte por revoluo. Nessas circunstancias, e possvel concluir que o tempo necessrio para a aquisio de 20 imagens ser de 10 segundos (considerando-se um tempo de revoluo de 1 segundo).
Interpolaco.
A aquisio dos dados no sistema helicoidal gera imagens que, embora no perceptveis ao olho humano, apresentam a forma de hlice, resultado da aquisicdo em espiral. Nos protocolos em que se faz necessrio o uso de pitch superior a razo de 1:1, observa-se que as imagens efetivas apresentam espessura maior que a nominal, resultado do incremento na aquisio espiral. Para evitar que a espessura dos cortes apresentem variaes muito amplas, alguns equipamentos fazem a aquisio dos dados em apenas 180 do movimento do tubo, interpolando dados nos prximos 180, calculados pelo computador com base nas informaes obtidas a partir da primeira parte da aquisio.
TC multislice (multicorte)
Os equipamentos de tomografia possuem mais de uma fileira de detectores,dessa forma, a cada revoluo (giro do gantry de 360), so gerados vrios cortes. Exemplo: para um equipamento com oito fileiras de detectores, sero gerados oito cortes.
EQUIPAMENTOS DA TC
Gantry O gantry constitui-se em um sistema no qual dados so recolhidos para serem processados e transformados em imagens pelo computador. E composto pelo tubo de raios X e pelos detectores, que so grupos de sensores que recebem a radiao atenuada pelo feixe de raios X e transformam-na em impulsos eltricos.
GANTRY
Tubo de raios-X; com potncia de cerca de 50 KW, normalmente refrigerado a leo e com dupla pista focal Conjunto de detectores; DAS (Data Aquisition System);Coleta de dados dos cortes tomogrficos OBC (On-board Computer);tem por funo controlar o kv e o mAe ainda receber os dados coletados pelo DAS STC (Stationary Computer); responsveis pela interpretao dos comandos do painel de controle com sistema. Botes controladores dos movimentos da mesa e do gantry; Painel identificador do posicionamento da mesa e do gantry; Dispositivo laser de posicionamento; Motor para rotao do tubo; Motor para angulao do gantry.
Figura 11: gantry sem a capa de acabamento; R sentido de rotao do tubo de raios x; D conjunto de detectores; X feixe de raios x; T tubo de raios X.
O TUBO DE RAIOS-X DO TC
O tubo de raios X da TC bastante semelhante ao utilizado nos equipamentos de raios X geral Possui um sitema de refrigerao muito eficiente, devido as exposies muito longas e as altas doses de exposio. Normalmente refrigerado a leo Vida mdia de: Helicoidais cerca de 100.000 cortes. mult sliceaproximadamente 500.000 cortes.
O TUBO DE RAIOS-X DO TC
DETECTORES
Os detectores nos equipamentos de tomografia so to importantes quanto o tubo de raios-X. As principais caractersticas dos detectores esto relacionadas com:
Custo; Eficincia; Estabilidade; Velocidade.
O custo dos detectores o principal fator dos altos preos dos TCs atuais. Distinguem-se basicamente dois tipos de detectores: Os de cristais luminescentes e os de cmara de ionizao.
Mesa
A mesa determina o posicionamento dos pacientes; seu movimento interfere no nvel de corte e na sincronizao perfeita com o gantry.
A Mesa de Comando
Monitor para planejamento dos exames; Monitor para processamento das imagens; Teclado alfa-numrico; Mouse; trackball; Sistema de comunicao com o paciente.
Acessrios
Exemplo: uma matriz baixa, de (256 X 256), gera uma imagem de menor resoluo, enquanto uma matriz de 512 X 512 gera uma imagem de maior resoluo, ou seja, quanto maior a matriz, melhor a resoluo da imagem.
Coluna
14 cm
ESCALA DE HOUNSFIELD
Sendo o valor numrico resultante da atenuao dos feixes de raios x, no voxel, a escala de UH a maneira que temos de quantificar estas densidades. Adotando- se a gua como referencial de atenuao zero, as estruturas mais densas, hiperatenuantes, assumiro valores positivos e estruturas menos densas, hipoatenuantes, assumiro valores negativos.
A documentao tomogrfica
Uma boa documentao, alm de demonstrar zelo com o exame, pode ser decisiva para uma correta interpretao do estudo. As imagens devem ser documentadas levando-se em considerao qual o tecido de maior interesse (assunto) e, evidenciando-se, na medida do possvel, o contraste da imagem. O tecido de interesse estabelecido pelo nvel da imagem (Window LeveI) ou WL O contraste da imagem depende da amplitude da janela (Window Width) ou WW. Janelas muito amplas apresentam imagens tomogrficas acinzentadas e, portanto, de baixo contraste.
FILTROS DE IMAGEM
Soft: Tecidos moles em crianas. Standard: Tecidos moles no adulto. Msculos e Vsceras. Detail: Tecidos moles no adulto. Msculos e Vsceras. Bone: nfase aos tecidos sseos. Edge: nfase aos tecidos sseo densos, cortical ssea. Lung: Parnquima pulmonar.
MEIOS DE CONTRASTES
A TC no pode criar contraste onde no existe. No entanto, excepcionalmente sensvel aos meios de contraste e pode detectar anormalidades relacionadas as doenas pela distribuio de uma dose intravenosa de contraste. Em 60 a 80% das TC so utilizados meios de contraste. As vias para sua administrao podem ser oral, intravenosa, vesical e retal. Na tomografia podem ser utilizados dois tipos de contraste: inico de alta osmolaridade - com maior nmeros de reaes adversas e baixo custo - e no inico - com baixa osmolaridade, menor nmero de reaes adversas e alto custo. A dose administrada de contraste iodado inico ou no inico de 2 ml/kg.
O EXAME TOMOGRFICO
DELAY
Na TC existe o delay, que o tempo de espera para que o contraste chegue na regio a ser estudada. Alguns exemplos de delay: Fase arterial: 20 a 40 segundos. Fase venosa: 60 a 120 segundos. Fase de equilbrio: 120 a 360 segundos. Fase tardia: aps 360 segundos.
Na aquisio dos exames de TC, e preciso seguir alguns parmetros tcnicos. Alguns dos termos mais comuns na especialidade so: FOV ou field of view (campo de visdo): rea de interesse. Delay: tempo de espera entre o inicio da injeo do contraste e a aquisio dos cortes. Scout: imagem digital usada no planejamento. Espessura: tamanho do corte realizado. Incremento: deslocamento da mesa de exames por corte. GAP: espao sem imagem entre os cortes. Filtro: recurso algoritmo usado nos processos de reconstruo das imagens. Pitch: razo entre o deslocamento e a espessura do corte. Prone: paciente em decbito dorsal. Supine: paciente em decbito ventral. Head first: paciente com a cabea dentro do gantry. Feet first: paciente com os ps dentro do gantry. Right: referente ao lado direito. Left: referente ao lado esquerdo. WW (window width): janela. WL (window length): nvel.
TC CRNIO
A tomografia de crnio est indicada: Nos tumores do encfalo; Nos processos infecciosos; Nas doenas vasculares; Nas doenas degenerativas; No trauma crnio enceflico; Nas malformaes.
Contraste
O contraste em TC utilizado sempre que houver uma ruptura da barreira hematoenceflica, como nos casos de tumores vascularizados e nos processos infecciosos ou, ainda, quando o objetivo for o contraste de vasos arteriais e/ou venosos. O contraste utilizado base de iodo, sendo prefervel os meios no inicos, pela sua menor toxicidade. O volume a ser administrado determinado pelo mdico que supervisiona o exame. Normalmente: 2 ml/kg na TC convencional. 1 ml/kg na TC helicoidal.
Posisionamento
parmetro paralelos orbitomeatal. cortes linha
Uma posio comum para a obteno de imagens por TC do crnio obtida quando o queixo deprimido e colocado um apoio sob a cabea, de modo que a LIOM fique a 25 da vertical.
Os cortes da fossa posterior so em geral mais finos, variando entre 2, 3, e podendo chegar at 5 mm. Com cortes desta espessura, reduz-se a magnitude dos artefatos produzidos pela massa ssea densa correspondente poro petrosa do osso temporal. Os cortes supratenporiais so realizados em geral com 8 ou 10 mm.
O planejamento abrange um nmero de cortes entre 15 e 20, indo do forame magno at o crtex cerebral. OBS.: Quando o exame for realizado em duas fases (sem contraste e com contraste), ser importante manter o mesmo posicionamento do paciente antes e aps a injeo do meio iodado.
Documentao:
Um filme com 19 imagens + scout (sem contraste). Um filme com 19 imagens + scout (com contraste). Um filme com janela ssea (se necessrio). conveniente manter na primeira exposio o scout com as linhas de referncia.
Em ambos os posicionamentos, no entanto, se faz necessrio angular o gantry para que os cortes se aproximem da perpendicularidade da linha orbitomeatal (LOM).
O exame tomogrfico dos seios paranasais deve ser feito em dois planos. O axial e o caronal. O campo de viso deve estar ajustado s dimenses das cavidades paranasais. (Aproximadamente 15 cm). Os cortes axiais com 5 mm de espessura Incremento 0 (zero) so paralelos ao palato duro e iniciam num plano abaixo dos recessos alveolares e ultrapassam o limite superior dos seios frontais (aproximadamente 20 cortes) (Fig. 3.9).
Seios Paranasais
Os cortes no plano axial: devem ser documentados com duas janelas: Partes moles Tecido sseo. A srie coronal deve, preferencialmente, ser obtida com o paciente em decbito ventral e com o mento apoiado sobre material radiotransparente (isopor) Nesta posio torna-se possvel elucidar eventuais nveis lquidos, comuns nos processos agudos.
Os cortes coronais
A critrio do mdico radiologista, podem ser documentados com duas janelas: Partes moles Tecido sseo. Ou utilizando-se apenas uma janela intermediria. Os cortes no plano coronal frequentemente so de menor espessura que os axiais, 3 mm de espessura com 4 mm de incremento.
Nas sinusopatias, rinites e em outras doenas comuns das vias areas, no se faz necessria a administrao do meio de contraste. Estas patologias representam mais de 90% das solicitaes.
Documentao
Srie Axial Um filme para partes moles. (Figs. 3.11 e 3.12). Um filme para ossos. (Fig. 3.13)
Dezenove imagens por filme + scout com referncia. Srie Coronal Um ou dois filmes com janela intermediria (20 a 30 imagens) (Fig. 3.14).
Trax
O estudo do trax na tomografia computadorizada o mtodo de escolha no diagnstico diferencial das patologias que afetam o parnquima pulmonar. tambm um mtodo altamente eficaz no estudo dos grandes vasos; tromboembolismo pulmonar, processos infecciosos e tumores em geral.
Contraste.
A critrio do radiologista, poder ou no ser realizado com meio de contraste iodado. O volume de contraste em mdia de 1,5 mL por kg de peso. Deve ser administrado por meio de bomba injetora a uma velocidade de 2 a 3 mL por segundo. Os cortes tomogrficos so adquiridos aproximadamente com 30 segundos do incio da injeo.
Os cortes so feitos com aproximadamente 10 mm de espessura a cada 10 mm (incremento de 10 mm) em aquisio helicoidal e, preferencialmente, numa nica apnia. (pitch2:1)
Cortes.
A varredura inicia-se no plano superior aos pices pulmonares e ultrapassa os recessos costo-frnicos. Neste nvel observamos com freqncia as glndulas supra- renais, que, muitas vezes, so a referncia para a concluso do estudo.
Posicionamento do paciente.
O paciente deve ser posicionado em decbito dorsal, com o plano coronal em perpendicular ao plano transversal. Com membros superiores abduzidos. Utilizando o topograma no plano coronal para se marcar o inicio da varredura nos pices pulmonares e o fim nos seios costofrnicos.
Coluna Vertebral
O estudo da coluna vertebral por meio da tomografia indicado nos processos degenerativos, nas compresses radiculares, nos traumas, nos processos infecciosos e nos tumores desta regio.
O exame de rotina da coluna lombar compreende os trs ltimos segmentos, isto : os nveis L3-L4, L4-L5 e L5-S1. A aquisio feita preferencialmente em bloco com cortes em torno de 0,5 mm. O campo de viso deve estar ajustado s pequenas dimenses das vrtebras, cerca de 14 cm. Os cortes so adquiridos em filtro standard, devendo ainda serem reconstrudos com filtro sseo para documentao prpria.
Documentao
Filme formatado 20:1 - Com referncias dos nveis de corte. Janela de partes moles. Janela- ssea