A Historia Do Jornalismo Brasileiro
A Historia Do Jornalismo Brasileiro
A Historia Do Jornalismo Brasileiro
Atravs dos tempos, no importa em que poca ou sob quais influncias, a liberdade de expresso foi defendida ou sufocada. A histria do jornal no Brasil se confunde com a histria do prprio desenvolvimento do jornalismo no pas. Militanas polticas, inovaes tecnolgicas, diversos so os fatores que predominam a cada instante. Porm, o principal elemento que se faz presente no decorrer de todo esse perodo a expresso da opinio, a luta por objetivos atravs da palavra escrita e da solidificao de um pas sob o desenvolvimento da imprensa. A histria que segue se mescla com a histria do prprio Brasil! Todo esse trabalho baseado no excelente livro de Juarez Bahia, "Jornal, Histria e Tcnica: histria da imprensa brasileira", publicado em 1990 e que se encontra na bibliografia.
O Comeo
Tentou-se, em 1706, fazer funcionar um prelo em Pernambuco, mas este sofre bloqueio da autoridade colonial. Em 1746, no Rio de Janeiro, Antnio Isidoro da Fonseca abre uma tipografia, para ser logo fechada, em 1747, pela Carta Rgia de 10 de maio, que probe a impresso de livros ou de papis avulsos. Antnio chegou a publicar o impresso O Exame de Bombeiros antes de ser preso e ter seu prelo destrudo. A inaugurao da imprensa no pas acontece em 1808, quando aqui chega a Coroa portuguesa de D. Joo VI, inicialmente com a Impresso Rgia, em maio, e posteriormente com a Gazeta do Rio de Janeiro, em setembro. Porm, em junho, o Correio Brasiliense ou Armazm Literrio era editado em Londres por Hiplito da Costa. Caracteriza-se por ser muito crtico, moderno e dinmico. Possui forte opinio e informao poltica. Costa
se tornou o patrono da imprensa brasileira. O Correio circulou at dezembro de 1822, quando, sabendo da Independncia, Costa julga terminada a sua tarefa de assegurar ao Brasil instituies livres e costumes polticos civilizados e fecha o Correio com o propsito de voltar ao Brasil. Ele foi, no entanto, nomeado pelo imperador cnsulgeral em Londres. Em 11 de setembro de 1823 morre aos 49 anos. O seu jornal foi proibido, apreendido, censurado, processado. No s no Brasil, mas em Portugal a sua leitura violao da lei. A administrao do Reino edita avisos e mobiliza a polcia para impedir a sua circulao, que j no seu stimo nmero alcanava as provncias e ostentava uma influncia e um prestgio significativos. O Correio alcanou marcas impressionantes para a poca, com 175 nmeros e 29 volumes. Foi graas a essa transferncia do poder real para o Brasil que o nosso jornalismo impresso surgiu. O ento prncipe-regente trouxe para c dois prelos e a biblioteca real. Pode-se ento imprimir no Brasil livros, papis diplomticos, leis, cartas de jogo, alm da Gazeta do Rio de Janeiro de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, sob licena da censura. Estvamos atrasados, pois a primeira tipografia do continente data de 1533, no Mxico. A segunda, de 1584, no Peru. A Gazeta do Rio de Janeiro comea com periodicidade semanal, saindo aos sbados, depois passa a ser bisemanal, saindo s quartas e sbados. Mais tarde, sai s teras, quintas e sbados. Fora as edies extraordinrias, sempre com quatro pginas cada. De 10 de setembro, data do primeiro nmero, at 31 de dezembro de 1808, das 32 edies publicadas 19 so extraordinrias. O assunto da primeira edio extraordinria traz a notcia sobre "uma fermentao geral em todo o Portugal" contra os invasores franceses. As notcias da Gazeta sobre a invaso e ocupao de Portugal e Espanha pelos exrcitos de Napoleo rivalizam com as informaes internacionais do Correio Brasiliense, mesmo que chegando atrasadas entre quatro e seis meses devido a dependncia do correio martimo. A Gazeta se coloca unilateralmente em relao a esses acontecimentos e a expe como um veculo oficial, apesar de nota afirmando o contrrio. At que tenha chegado a notcia da vitria inglesa sobre os franceses, a Gazeta, com pequenas excees como algumas notcias curtas e anncios locais, serve apenas para os relatos, proclamaes, ordens e contra-ordens militares, decretos, exortaes, editais. Nisso tambm as edies
extraordinrias se resumem a registros de cartas de portadores do rei, despachos, reprodues de notcias de jornais ingleses e holandeses, e mais comunicaes que desembarcam dos navios de bandeira estrangeira amiga. Aps a derrota francesa, a Gazeta volta a registrar os atos oficiais, porm com mais espao para notcias e anncios. A Gazeta ditava preos para venda avulsa e assinatura, mas, inicialmente, nada cobrava pela insero de anncios. Com o tempo o jornal adere a uma tabela de preos para anncios. Desde o primeiro nmero o jornal cria um sistema de circulao que usa pontos-de-venda (livrarias) e servio de assinaturas com entrega domiciliar, recebendo antecipadamente o pagamento da assinatura. A Gazeta no um jornal de pauta variada, de sees e comentrios, como o Correio Brasiliense. Seu perfil de um rgo criado para informar sobre a vida administrativa e a movimentao social do Reino e que, por ser o nico aqui editado, absorve a histria de forma documental: edital, pequenos anncios, leiles, perdidos e achados, atos do governo. A ltima edio da Gazeta circula em 31 de dezembro de 1821, quando aparece o Dirio do Governo. Nessa ocasio, o acervo da Impresso Rgia passa Imprensa Nacional, inclusive uma fundio de tipos e a Real Fbrica de Cartas (de jogo). Todos os rgos da Impresso Rgia so subordinados, desde junho de 1808, a uma Junta Diretora, que um conselho de censura prvia. A Junta Diretora est encarregada de "examinar os papis e livros que se mandassem publicar e fiscalizar que nada se imprimisse contra a religio, o governo e os bons costumes".
Consolidao
A circulao de jornais estimulada quando, em 1844, os servios de correios passam a entregar correspondncia a domiclio. Porm, para se receber um jornal de outro lugar ainda se deveria ir a uma agncia local ou a um estabelecimento intermedirio. Em 1858, o jornal Atualidade, editado no Rio de Janeiro, mobiliza entregadores (negros, ex-escravos, mulatos) para venda avulsa regular nas ruas da cidade. A partir da, j existe uma estrutura de distribuio organizada: assinaturas domiciliares por via postal, pontos de assinatura (livrarias, lojas de modas etc) e de venda, que iria melhorando de
acordo com o tempo. Em 1872, os pontos-de-venda dos jornais ingressam nos quiosques, que tomam conta das ruas centrais do Rio e de So Paulo. Na parte exterior, os quiosques exibem desenhos e cartazes. No amplo espao interior estocam jornais, revistas, livros, flores, doces, frutas, charutos e cigarros, algumas miudezas, caf e refresco, menos bebidas alcolicas ou fermentadas, proibidas por lei. No sculo XX, os jornais vo para as bancas de jornais e revistas como existem hoje. Prazos e regras da Gazeta serviro de modelo a jornais e revistas que se vo estabelecer no pas. Surgem pequenos anncios que depois sero chamados de classificados. A tipografia atende a clientes os mais numerosos, imprime livros, documentos oficiais e cartazes com transcrio de editais, como este do intendente-geral da polcia: "Aos que publicarem escritos sem exame e licena, sero presos na cadeia pblica e pagaro de pena 200 mil ris alm das mais que se impem aos que procuram quebrantar a segurana pblica". O rigor da administrao reserva Gazeta do Rio de Janeiro e a Idade d'Ouro do Brasil o privilgio de serem os nicos jornais com licena de impresso num perodo de doze anos, de 1808 at 1820 e de 1814 at 1820. At 1821 o Rio no conhece outra tipografia seno a Impresso Rgia. desse ano o Dirio do Rio de Janeiro. O ano de 1821 ganha relevo na histria da imprensa brasileira porque marca uma etapa de liberdade de expresso do pensamento. Em 28 de agosto, D.Pedro, prncipe-regente, com o retorno de D.Joo VI a Portugal, decreta o fim da censura prvia a toda matria escrita, tornando livre no Brasil a palavra impressa. Este ato decorre de deliberao das Cortes Constitucionais de Lisboa em defesa das liberdades pblicas e apaga, em terras de Portugal, uma ndoa de trs sculos por ao do poder do rei, do poder dos bispos e da Santa Inquisio. A essa iniciativa juntam-se dois fatos decisivos: o episdio do Fico (9 de janeiro de 1822) e a Independncia (7 de setembro), ambos em conseqncia da campanha pela separao do Brasil de Portugal desde a sada de D.Joo VI. Diz o aviso de D.Pedro: "Tomando Sua Alteza Real em considerao quanto injusto que depois do que se acha regulado pelas Cortes Gerais Extraordinrias da Nao Portuguesa sobre a liberdade de imprensa encontrem os autores e editores inesperados estorvos publicao dos escritos que pretenderem imprimir: o mesmo Senhor servido mandar que se no embarace por pretexto algum a
impresso que se quiser fazer de qualquer escrito, devendo unicamente servir de regra o que as mesmas Cortes tem determinado sobre este objeto." Aps a Gazeta, surgem na Bahia os primeiros jornais e revistas no oficiais. Em 1812, Idade d'Ouro do Brasil apresenta a primeira revista impressa no Brasil, As Variedades ou Ensaios de Literatura. As Variedades trazem os smbolos manicos. A filha do redator de Idade d'Ouro e de As Variedades, V. A. Ximenes de Bivar e Velasco, torna-se a primeira mulher no Brasil a exercer funes de direo na imprensa, ao fundar e administrar o Jornal das Senhoras, em 1852, na Bahia. Era uma publicao ilustrada sobre modas, literatura, belas-artes, teatro e crtica. Circula de 1852 a 1855. Minas ganha seu primeiro jornal em 1823, O Compilador. Cinco anos mais tarde circula em Ouro Preto o Precursor das Eleies. Em Olinda e Recife circula um rgo estudantil, O Olindense. O Dirio de Pernambuco, tambm de 1823, se tornar o jornal mais antigo em circulao no pas e na Amrica Latina. O Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, de 1o. de outubro de 1827. A imprensa de 1808 a 1880 foi uma etapa de marcante atividade panfletria, talvez a de maiores conseqncias em toda a nossa histria. Reflete as aes polticas revolucionrias que viabilizam a Independncia, pacificam o pas e preparam a Repblica. O que h uma pequena imprensa, simples jornais, e um jornalismo feito por panfletrios, por autores que polemizam, divergem, desafiam, conciliam, lutam, instigam, ensinam, constroem, destroem. Exaltados, radicais, moderados, conservadores. Incontveis, sobretudo se somados os autores annimos, pseudnimos, iniciais que no excluem o imperador. Um cenrio que inclui atentados, prises, deportaes, perseguies.
Segunda Fase
A segunda fase da imprensa brasileira comea em 1880, setenta e dois anos passados da instalao do pesado material de impresso da Gazeta do Rio de Janeiro. um tempo de mais investimentos, renovao do parque grfico, maior consumo de papel, que abre ao jornal a dimenso de empresa. A tipografia perde o seu carter
artesanal para entrar numa linha de produo que exige aparelhamento tcnico e manipulao competente. Resulta, da associao do ttulo a um estabelecimento grfico, uma empresa jornalstica industrialmente vivel e economicamente rentvel. Pequenos jornais de discutvel qualidade ou limitada penetrao desaparecem com mais freqncia que na fase anterior. Uma imprensa mais slida, nos anos da Abolio e da Repblica, est associada a uma tipografia melhor aparelhada, renovada em relao aos anos pioneiros, graas importao de tipos e prelos. As empresas deixam de improvisar, buscam fixar posies de mercado duradouras, mediante a organizao. A economia assinala duas transies: uma para o trabalho assalariado e outra para um sistema industrial. O mbito restrito de um jornalismo mais literrio e mais poltico j no atende s exigncias da sociedade, de um pas em transformao. A imprensa ento deve situar-se num plano de interesse pblico, de identificao com os sentimentos de valorizao da ordem jurdica, de aperfeioamento das instituies e de conquistas sociais voltadas para o indivduo. O Jornal do Brasil nasce com a primeira Constituio republicana. Seu nmero inaugural de 9 de abril de 1891. A Carta Magna que se manteve em vigor at 1930 de fevereiro de 1891. O JB aparece com a Repblica, de tendncia liberal e inclinao conservadora, mas no aceita vnculo partidrio. Assume a condio de jornal livre e independente. A morte de Pedro II leva o JB a dar uma edio especial sobre "O grande morto". uma forma de manifestar a sua simpatia pela monarquia. Joaquim Nabuco assina dois artigos preconizando a restaurao da monarquia e em 16 de dezembro de 1891 a redao atacada a bala por invasores que gritam: "Mata, mata Nabuco". As oficinas so depredadas. O ministro da Justia responde a Nabuco que no poderia "garantir a vida dos jornalistas que trabalham nos jornais monarquistas". Para salvar o jornal, Nabuco, entre outros, abandonam seus postos na empresa e na redao. Cria-se uma sociedade annima. Dois dias depois, aparece no cabealho uma linha: Sociedade Annima Jornal do Brasil. Em maio de 1893 Rui Barbosa assume a direo do JB. No cabealho aparece como redator-chefe. O estilo do jornal muda. Os fatos polticos tem predominncia sobre notcias policiais. A linguagem dura, direta. Rui quer um jornalismo livre, independente e "dentro
da lei". Publica na primeira pgina a defesa de um dos almirantes signatrios do manifesto dos treze generais. Floriano Peixoto acusa o JB de incitar a Revolta da Armada. Na madrugada de 1o. de outubro, o jornal assaltado e ocupado militarmente. Rui se exila na Inglaterra. De Londres escreve para o Jornal do Commercio. O JB s reaparece um ano e quarenta e cinco dias depois. Na revoluo de 30, o JB, ento legalista, alvo de depredaes e deixa de circular por uma semana. Em 1937 sofre censura por condenar o Estado Novo. Em 64, igualmente, apesar de ter apoiado o movimento contra Joo Goulart. E enfrenta a seguir as limitaes liberdade de imprensa editadas pelo regime militar e que culminam no longo perodo de arbtrio sob o Ato Institucional 5. O JB o ltimo dos grandes a ingressar no processo editorial eletrnico, nos anos 80. Os governos republicanos de Deodoro e Floriano fecham vrios jornais em todo o pas. O primeiro historicamente a sofrer violncia, a Tribuna Liberal (18881889), do Rio de Janeiro, provoca intensa repercusso e expe uma nascente repblica pouco tolerante com a imprensa em comparao com o Segundo Imprio. Por essa poca, os jornais tem por hbito, sobretudo no Rio, de hastear bandeiras nas fachadas. Uns para simbolizar rebeldia, outros sua identificao com o regime. O JB desfralda, em 1891, uma bandeira com o seu ttulo em letras pretas sobre um campo branco, para significar neutralidade. Isso no impede Floriano de investir contra o jornal, acusando-o de tentar desestabilizar o governo. A partir de 1910, grandes jornais do Rio e de So Paulo instalam ou ampliam escritrios para os seus correspondentes em Londres, Paris, Roma, Lisboa, Nova York, Buenos Aires, Montevidu e Santiago do Chile. Neles operam servios fotogrficos que so despachados por via martima para a edio de fotogravuras. O livro ainda influi poderosamente no estilo do jornal e da revista. Ea de Queiroz, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco assinam correspondncias do exterior ou textos locais. Entre as dcadas de 1920 e 50, o cinema, o rdio e o disco, assim como o livro e a TV criaro novas necessidades no pas e imporo mdia impressa alternativas limitadas. A fotografia reduz o espao do desenho, porm no afeta a caricatura, que se define nas prioridades da charge, do cartum etc. O sculo XX coloca a notcia como prioridade para o jornalismo brasileiro. A informao diria se populariza.
O futebol ingressa no espao nobre da imprensa depois do carnaval e do jogo do bicho. Os jornais criam concursos para atrair leitores e garantir ndices elevados de venda avulsa e de publicidade. De 1924 em diante, com o rdio, o jornal perder o monoplio da descrio dos fatos esportivos, sendo obrigado a dividir uma cobertura que era exclusivamente sua. At que aparea a televiso, dominar, porm, a vantagem da narrativa precisa, do detalhe que o leitor pode conferir na fotografia ou no desenho. Os anos 20 marcam o incio da circulao de dois dos grandes jornais: O Globo, do Rio, e A Folha de S. Paulo (ento Folha da Manh). A Noite, fundado por Irineu Marinho em 1911, passa logo depois ao controle de Geraldo Rocha. Em fins dos anos 20, um jornal influente, dinmico. Popular, explora a reportagem policial, os fatos da cidade, os eventos esportivos. gil, bem-feito, conquista o mercado da tarde com notcias exclusivas. Mais competitiva que qualquer outra, a imprensa do Rio encontra em A Noite o modelo de vespertino que se torna exemplar e que vai inspirar iniciativas semelhantes, at que em fins dos anos 60 a produo industrial determina novas regras de veiculao e inviabiliza os jornais da tarde, restaurando a predominncia dos matutinos. A Noite comea a declinar em 1937, com a censura e a ditadura que cairo em 1945. Rocha adversrio de Getlio Vargas e obrigado a fugir para o exterior. O grupo privado de A Noite deixa de existir em 1940, com a criao por decreto das Empresas Incorporadas ao Patrimnio da Unio (todas as organizaes do jornalista Geraldo Rocha, incluindo o vespertino e as rdios Nacional e Mayrink Veiga). O ttulo principal de Rocha (A Noite) prolonga sua existncia at 1962, alternando a sua propriedade, interrompendo vrias vezes a sua circulao, alterando a aparncia e perdendo em qualidade.
Terceira Fase
A terceira fase da imprensa brasileira registra, com o Estado Novo, um dos mais lamentveis episdios da histria do periodismo latino-americano. quando se d o advento da censura, a partir de 1939, estruturada no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). A
expanso industrial do jornalismo no se interrompe, pois os recursos governamentais empregados na publicidade dos atos oficiais beneficiam os meios de divulgao. Em 1945, a nao liquida a ditadura. So abolidos instrumentos de opresso, a imprensa readquire sua plena liberdade. O governo cria em 1953 a Lei de Imprensa. Porm, o AI 2 baixado pelo general Castelo Branco em 1965 d chances ao presidente da Repblica de violar a liberdade de imprensa. Essas graves restries s liberdades aumentam com o AI 5 de 1968, que fecha o Congresso Nacional e censura qualquer manifestao do pensamento. O AI 5 impe total controle dos meios de comunicao de massa, sujeitando a todos censura prvia. Muitos jornais so invadidos, depredados ou fechados pela Polcia. O Correio da Manh e o JB deixam de circular, tem seus diretores presos, so ocupados por foras policiais e militares. O Correio da Manh desaparece de circulao. O Estado de S. Paulo e o Jornal da Tarde tem suas edies apreendidas. Os atentados atingem os grandes, mdios e pequenos veculos que ousam desafiar com a notcia a censura militar. A Tribuna da Imprensa submetida a repetidos atos de violncia, entre os quais oito anos de censura prvia. Seu diretor foi preso vrias vezes, a redao invadida e depredada em atentado no esclarecido. ltima Hora sobrevive at 1971, quando seu fundador obrigado a vend-la. A imprensa alternativa nesse perodo acusa um rigor da censura ainda maior que a grande e mdia imprensa. O Pasquim teve seus diretores e principais redatores presos. S aps o fim do AI 5, com a liberdade de imprensa e a abertura poltica, a anistia e as eleies, nos anos 80, os meios de comunicao fazem o balano da tortura, do terrorismo, da censura e do autoritarismo. Verifica-se, ento, que os presos morriam em atropelamentos, fugas, tiroteios, posteriores sua deteno. A histria do jornal no Brasil continua sendo escrita e documentada nos dias de hoje e todos somos coadjuvantes dela. Hoje a imprensa brasileira ocupa lugar relevante no moderno jornalismo mundial. Nas ltimas dcadas do sculo XX ela reflete a prpria situao do pas. Quatro dos dez principais jornais da Amrica Latina circulam em So Paulo e no Rio de Janeiro: O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo e Folha de S. Paulo. No existe mais a censura e a represso do Estado, somente os interesses comerciais de cada publicao.
Bibliografia
BAHIA, Juarez, "Jornal, Histria e Tcnica: histria da imprensa brasileira", Vol. 1, 4a. ed., Editora tica, So Paulo, 1990. Voltar