Estc livro tern como objetivo ensinar ao estud:lllit I, 1111"

correIacionadas na comunica~ao visual. 0 tcm:1 "

apresentado nao como uma l:ingua estrangeira, 111.1', , 1111111
lima l:ingua nativa que 0 estudante "sabe", ma."11.1'IllId
ainda nao consegue "ler". Esta analogia proporci(llli 11111
metodo de ensino util, em parte por nao ser cl:d 1111 ,1.1.181m >:
demasia ou aplicada com excessivo rigor. Estc IIII'Ie"I, I I~ tn, ""

cnsinar aver e a ler dados visuais ja foi posto :1 1"1,\ II I It";

sucesso em varios contextos socioeconomicos.
Nada mais adequado, portanto, que alguns dos (IIlit'11\'''.
mais importantes do livro tenham sido comunic:lt II 1,1,11111
meios visuais. Varios exemplos ilustrados sao lIS:!tIII'. 1111118
esclarecer os elementos basicos do design (a apn.luilltl '
do alfabeto), para mostrar como eles sao usados VIII
combina~oes sintaticas simples (a aprendizagem t I,
"senten~as" simples) e, finalmente~ -para aprescnt;11 .1
slntese significativa da informa~ro visual como 01)1.1dc'
arte acabada (a compreensao da poesia).
Donis A. Dondis e atualmente professora de C0l11l111h ""it..
na Boston UniversitySchool of Communication l' d Ill'll IItI
do Summer Term Public Communication Institute, tit "'III
mesma institui~ao.

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ISBN 85-336-0583-8

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9"788533"605831

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9

ALFABETISMO VISUAL: COMO

E POR QuE

o mundo nao atingiu urn alto grau de alfabetismo verbal com ra-
pidez ou facilidade. Em muitos paises, nem mesmo e uma realidade
vhivel. No caso do alfabetismo visual, 0 problema nao e diferente. No
amago do problema do analfabetismo visual existe urn paradoxo. Gran-
de parte do processo ja constitui uma competencia das pessoas inteli-
gentes e dotadas de visao. Quantos de nos veem? Para dize-Io de modo
ostensivo, todos, menos os cegos. Como estudar 0 que ja conhecemos?
A resposta a essa pergunta encontra-se numa defini~ao do alfabetismo
visual como algo alem do simples enxergar, como algo alem da sim-
ples cria~ao de mensagens visuais. 0 alfabetismo visual implica com-
preensao, e rneios de ver e cornpartilhar 0 significado a urn certo nivel
de universalidade. A realiza~ao disso exige que se ultrapassem os po-
deres visuais inatos do organismo humano, aIem das capacidades in-
tuitivas em nos programadas para a tomada de decisoes visuais numa
base mais ou menos comum, e das preferencias pessoais e dos gostos
individuais.
Urna pessoa letrada pode ser definida como aquela capaz de ler
e escrever, mas essa defini~ao pode arnpliar-se, passando a indicar uma
pessoa instruida. No caso do alfabetismo visual tambem se pode fazer
a mesma arnplia~ao de significado. Alern de oferecer urn corpo de in-
forrna~6es e experiencias compartilhadas, 0 alfabetismo visual traz em
si a prornessa de uma compreensao culta dessas informa~6es e expe-
riencias. Quando nos darnos conta dos imimeros conceit os necessarios
para a conquista do alfabetisrno visual, a complexidade da tarefa se
torna rnuito evidente. Infelizrnente, nao existe nenhum atalho que nos
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permit a chegar, atraves da multiplicidade de defini~oes e caracteristi- siol6gicos da percep~ao humana. Sao dados dos quais 0 comunicador
cas do vocabulario visual, a urn ponto que nao ofere~a quaisquer pro- visual pode depender. A consciencia da substancia visual e percebida
blemas de elucida~ao e controle. Ha urn grande mimero de f6rmulas nao apenas atraves da visao, mas atraves de todos os sentidos, e nao
simples, e os manuais estao cheios delas. Em geral tendem a ser unidi- produz segmentos isolados e individuais de informa~ao, mas sim uni-
mensionais, frageis e limitadas, e nao representam a qualidade mais dades interativas integrais, totalidades que assimilamos diretamente,
desejavel dos meios visuais, ou seja, seu ilimitado poder descritivo e e com grande velocidade, atraves da visao e da percep~ao. 0 processo
sua infinita variedade. Existem poucas razoes para nos queixarmos da leva ao conhecimento de como se da a organiza~ao de uma imagem
complexidade da expressao visual quando nos damos conta de seu gran- mental e a estrutura~ao de uma composi~ao, e de como isso funciona,
de potencial e somos capazes de valoriza-Io. uma vez tendo ocorrido.
A questao de que a linguagem nao e analoga ao alfabetismo vi- Todo esse processo pode ser aplicado a qualquer problema visual.
sual ja foi colocada imimeras vezes, e por diferentes razoes. Mas a lin- Para se chegar a interpreta~ao de uma ideia dentro de uma composi-
guagem e urn meio de expressao e comunica~ao, sendo, portanto, urn ~ao, os criterios formulados pela psicologia, sobretudo pela psicologia
sistema paralelo ao da comunica~ao visual. Nao podemos copiar ser- da Gestalt, complementam a utiliza~ao das tecnicas visuais. Tanto no
vilmente os metodos usados para ensinar a ler e a escrever, mas pode- caso de urn esbo~o, quanto no de uma fotografia ou design de interio-
mos to mar conhecimento deles e aproveita-Ios. Ao aprender a ler e a res, grande parte do controle dos resultados finais esta na manipula-
escrever, come~amos sempre pelo nivel elementar e basico, decorando ~ao dos elementos por parte do complexo mecanismo de tecnicas visuais.
o alfabeto. Esse metodo tern uma abordagem correspondente no ensi- A familiaridade alcan~ada atraves do uso e da observa~ao de cada tec-
no do alfabetismo visual. Cada uma das unidades mais simples da in- nica da livre curso a ampla gama de efeitos possibilitados por sua sutil
forma~ao visual, os e.ementos, deve ser explorada e aprendida sob todos grada~ao de uma polaridade a outra. A gama de op~oes e enorme, e
os pontos de vista de suas qualidades e de seu carater e potencial ex- as escolhas sao multiplas.
pressivo. Nao ha por que pretender que esse processo seja mais rapido Os conjuntos compositivos, em conjunto com as escolhas de tec-
que 0 aprendizado do abecedario. Uma vez que a informa~ao visual nicas e sua relativa importancia, constituem urn vocabulario expressi-
e mais complexa, mais ampla em sua.sdefini~oes e associativa em seus vo que corresponde as disposi~oes estruturais e as palavras, no caso
significados, e natural que demore mais a ser aprendida. Ao final de do alfabetismo verbal. 0 aprofundamento das pesquisas e do conheci-
urn longo periodo de envolvimento com os elementos visuais e exposi- mento de ambos vai permitir que se abram novas portas a compreen-
~ao aos mesmos, os resultados deveriam refletir 0 que significa termos sao e ao controle dos meios visuais. Mas isso leva tempo. Precisamos
aprendido to do 0 alfabeto. E preciso que haja uma grande familiari- examinar nossos metod os com 0 mesmo rigor que aplicamos a lingua-
dade com os elementos visuais. Precisamos conhece-Ios "de cor". Em gem ou a matematica, ou a qualquer sistema universal mente com par-
outras palavras, seu reconhecimento ou sua utiliza~ao deve al~ar-se a tilhado e portador de significado.
urn nivel mais alto de conhecimento que os incorpore tanto a mente De alguma forma, por algum motivo ou varios deles, 0 modo vi-
consciente quanta a inconsciente, para que 0 acesso ate eles seja prati- sual e visto ou como inteiramente fora do alcance e controle das pes.
camente automatico. Devem estar ali, mas nao de modo for~ado; de- -
soas sem talento, ou, pelo contrario, como imediatamente quando
vem ser percebidos, mas nao soletrados, como acontece com os leitores nao instantaneamente - acessivel.A suposta facilidade de expressao
princi piantes . visual talvez esteja ligada a naturalidade do ato de ver, ou a natureza
o mesmo metoda de explora~ao intensiva deve ser aplicado na fa- instantanea da camera. Todo esse ponto de vista por certo se ve rcfor-
se compositiva de input ou output visual. A composi~ao e basicamente ~ado pela falta de uma metodologia que possibilite a conquista do al
influenciada pela diversidade de for~as implicita nos fatores psicofi- fabetismo visual. Sejam quais forem suas fontes exatas, ambos os
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pressupostos saD falsos e provavelmente responsaveis pela baixa quali- c fundamental beneficio esta no desenvolvimento de criterios que ul-
dade do produto visual em tantos meios de expressao visual. Os edu- trapassem a resposta natural e os gostos e preferencias pessoais ou con.
cadores devem corresponder as expectativas de todos aqueles que dicionados. So os visual mente sofisticados podem elevar-se acima dos
precisam aumentar sua competencia em termos de alfabetismo visual. modismos e fazer seus proprios juizos de valor sobre 0 que considc-
Eles proprios precisam compreender que a expressao visual nao e nem ram apropriado e esteticamente agradavel. Como meio ligeiramente su-
urn passatempo, nem uma forma esoterica e mistica de magia. Have- perior de participa~ao, 0 alfabetismo visual permite dominio sobre 0
ria, entao, uma excelente oportunidade de introduzir urn programa de modismo e controle de seus efeitos. Aifabetismo significa participa-
estudos que considerasse instruidas as pessoas que nao apenas domi- ~ao, e transforma todos que 0 a1can~aram em observadores menos pas-
nassem a linguagem verbal, mas tambem a linguagem visual. sivos. Na verdade, 0 alfabetismo visual impede que se instaure a
Uma metodologia e importante; imersao profunda nos elementos sindrome das "roupas do imperador" , e eleva nossa capacidade de ava-
e nas tecnicas e vital; urn processo lento e gradativo e uma necessidade liar acima da aceita~ao (ou recusa) meramente intuitiva de uma mani-
iminente. Essa abordagem pode abrir portas ao entendimento e ao con- festa~ao visual qualquer. Alfabetismo visual significa uma inteligencia
trole dos meios visuais. Mas 0 caminho a percorrer e longo, e 0 pro- visual.
cesso lento. De quantos anos precisa uma crian~a ou urn adulto que Tudo isso faz do alfabetismo visual uma preocupa~ao pratica do
fala perfeitamente para aprender a ler e a escrever? Alem disso, de que educador. Maior inteligencia visual significa compreensao mais facH
maneira a familiaridade com 0 instrumento do alfabetismo verbal afe- de todos os significados assumidos pelas formas visuais. As decisoes
ta 0 controle da linguagem escrita como meio de expressao? 0 tempo visuais dominam grande parte das coisas que examinamos e identifica-
e 0 envolvimento, a analise e a pratica, saD todos necessarios para unir mos, inclusive na leitura. A importancia desse fato tao simples vem
inten~ao e resultados, tanto no modo visual quanta no verbal. Em am- sendo negligenciada por tempo longo demais. A inteligencia visual au-
bos os casos, ha uma escala cujos pontos podemos marcar diferente- menta 0 efeito da inteligencia humana, amplia 0 espirito criativo. Nao
mente, mas 0 alfabetismo significa a capacidade de expressar-se e se trata apenas de uma necessidade, mas, felizmente, de uma promcs-
compreender, e tanto a capacidade verbal quanta a visual pode ser sa de enriquecimento humano para 0 futuro.
aprendida por todos. E deve se-lo.
Essa participa~ao e essa supera~ao das limita~oes falsamente im-
post as a expressao visual saD fundamentais para nossa busca do alfa-
betismo visual. Abrir 0 sistema educacional para que nele se introduza
o alfabetismo visual, e responder a curiosidade do individuo ja consti-
tuem urn primeiro passo firme e decidido. Isso tambem pode ser feito
por qualquer urn que sinta necessidade de expandir seu proprio poten-
cial de frui~ao do visual, desde a expresao subjetiva ate a aplica~ao
pratica. Como ja dissemos, trata-se de algo complexo, mas nao miste-
rioso. E preciso que nossa refIexao abranja desde os dados individuais
ate uma visao mais ampla dos meios, e que tambem observemos em
profundidade aquilo que experimentamos, verificando como os outros
alcan~am seus objetivos e fazendo nossas proprias tentativas.
Que vantagens traz para os que nao saD artistas 0 desenvolvimen-
to de sua acuidade visual e de seu potencial de expressao? 0 primeiro