XIII ERIAC DCIMO TERCER ENCUENTRO REGIONAL IBEROAMERICANO DE CIGR

Puerto Iguaz Argentina

24 al 28 de mayo de 2009

XIII/PI-B2 -09

Comit de Estudio B2 - Lneas Areas

COMPARAO DA RESPOSTA ESTRUTURAL DAS TORRES E CABOS DE UM TRECHO DE LT PARA MODELO DE TORMENTA EPS COM CRITRIOS DE NORMA Letcia Fleck Fadel MIGUEL* UFRGS, Depto. Eng. Mecnica Brasil Leandro Fleck FADEL MIGUEL Jorge Daniel RIERA UFRGS, Depto. Eng. Civil UFRGS, Depto. Eng. Civil Brasil Brasil Ruy Carlos RAMOS DE MENEZES UFRGS, Depto. Eng. Civil Brasil

Joo KAMINSKI Junior UFSM, Depto. Eng. Civil Brasil

Resumo No presente trabalho parte da incerteza da resposta de torres e cabos de um trecho de LT, submetido a ventos EPS, avaliada comparando as predies realizadas a partir das recomendaes da IEC 60826 com a resposta dinmica do sistema submetido a um campo tridimensional de velocidades do vento simulado numericamente com o espectro de Davenport. A influncia da incerteza de modelo em torres e condutores utilizando enfoques adicionais foi estudada em contribuies prvias dos autores e complementa o estudo apresentado no presente trabalho. Palavras chave: Simulao Numrica Campo de Velocidades do Vento Tormentas EPS Anlise Dinmica Torres e Cabos de LT IEC 60826. 1 INTRODUO

Incerteza de modelo, como entendida neste trabalho, refere-se variabilidade nas predies da resposta devida aos modelos da carga e da estrutura adotados, uma vez que todos os parmetros que definem as aes externas e o prprio sistema so definidos inequivocamente. A influncia da incerteza de modelo no foi explicitamente considerada nos estgios iniciais da Teoria de Confiabilidade Estrutural e como conseqncia permanece ainda largamente ignorada em normas de projeto. Um dos primeiros trabalhos sobre o assunto foi realizado pela CIGR [1], a qual promoveu estudos sobre o efeito da incerteza de modelo no projeto e confiabilidade de torres metlicas de LTs. Em trabalho anterior Kaminski et al. [2] revisaram pesquisas recentes sobre este tpico, fornecendo dados sobre incerteza de modelo na anlise de linhas de transmisso sujeitas ruptura de cabos. Neste contexto, o presente trabalho foca ateno na influncia da definio das cargas em predies numricas da resposta de estruturas de linha de transmisso submetidas a tormentas extra-tropicais, isto , de ventos em eventos EPS (Extended Pressure Systems), que so aqueles comumente abordados pelas normas de projeto. A contribuio dos carregamentos devidos ao vento normalmente corresponde a mais de 60% nas solicitaes de projeto em componentes estruturais de torres e cabos. Apesar disso, seus efeitos so determinados com base em modelos muito simples que prescrevem um fluxo de ar com velocidade mdia horizontal e orientao uniforme ao longo de uma grande regio. Na prtica corrente de engenharia, o projeto de LTs est baseado na determinao numrica de sua resposta a vento turbulento ou em recomendaes de normas. Estimativas da incerteza implcita em quaisquer dos mtodos disponveis de projeto deveriam ser parte integrante do processo de projeto, mas tais estimativas no esto geralmente disponveis. No presente trabalho avaliada a resposta dinmica de um trecho de uma LT submetido a vento EPS, por meio de simulao de Monte Carlo do campo de velocidades do vento, comparando-se os resultados da anlise dinmica do sistema com as obtidas atravs das recomendaes da IEC60826.
* E-mail: [email protected]

DESCRIO DO SISTEMA ESTRUTURAL

Neste trabalho foi analisado um segmento de uma LT composto por torres conhecidas como SY, cadeias de isoladores, cabos condutores e pra-raios (Figura 1). A torre SY uma torre de suspenso autoportante, para 138kV, circuito duplo, com 33,4 metros de altura e 5,0 metros de abertura da base, que tem servido de exemplo em vrios trabalhos no mbito dos grupos de trabalho da CIGR. Os cabos condutores so compostos de fios de alumnio na camada externa e com ncleo de fios de ao (Aluminum Conductor Steel Reinforced - ACSR). Os cabos pra-raios so de ao do tipo alta resistncia (Extra High Strength - EHS). A resposta dinmica do segmento de LT composto por quatro torres, como mostra a Figura 1, determinada numericamente. Os resultados das simulaes so comparados com resultados obtidos a partir de cargas de projeto usuais, descritas na Seo 7. O modelo estrutural da torre foi selecionado a partir do conjunto de modelos analisado por Kaminski [3] na avaliao de incerteza de modelo estrutural em projeto de LT. No presente trabalho, o modelo estrutural considerado determinado, isto , com propriedades conhecidas, estudando-se somente o modelo da carga Figura 1. Segmento de uma LT com 4 torres. de vento EPS. 3 DESCRIO DO CAMPO DE VELOCIDADE DO VENTO

Considera-se que ventos EPS podem ser descritos por um fluxo tridimensional (3D) turbulento, homogneo e estacionrio, caracterizado por uma velocidade mdia com orientao constante na regio de interesse. O perfil vertical da velocidade mdia do vento tambm admitido invariante com as coordenadas horizontais. Assim, o campo de vento definido por uma velocidade de referncia na altura de 10m, pelo perfil vertical e pelos espectros das componentes flutuantes da velocidade (horizontal e vertical), as quais so consideradas processos aleatrios independentes. So geradas amostras do campo de velocidade do vento em pontos prselecionados, os quais formam uma grade 3D no volume de interesse, como descrito nas Sees 4 e 5. O espaamento dos pontos nas direes transversal, vertical e ao longo do escoamento de vento deve ser tomado igual aos correspondentes comprimentos de correlao das componentes flutuantes da velocidade. Por sua vez, as componentes do vetor velocidade flutuante do vento so determinadas pelo processo de interpolao proposto por Riera e Ambrosini [4] para analisar estruturas unidimensionais, o qual foi estendido para campos bi ou tridimensionais. Para vento normal LT, as maiores dimenses do sistema nesta direo ao longo do vento, tipicamente menores que 10m, so desprezadas em relao ao correspondente comprimento de correlao, o qual facilmente excede 100m. Desta forma, apenas as componentes flutuantes do vento no campo bidimensional definido pelo plano da LT devem ser simuladas. As Figuras 2 e 3 mostram comprimentos de correlao L2 e L3 observados, para vrias alturas e condies de rugosidade da superfcie, citados por Blessmann [5] e curvas de regresso linear vlidas para alturas de at 60m, a qual cobre a maioria das situaes em projetos de LTs. Estas expresses empricas foram usadas na Seo 5 para determinar os comprimentos de correlao a serem usados na simulao dos campos de vento.
240 200 160
L2 (m)
L3 (m)

L2 = 1,6z + 22,1

140 120 100 80 60 40 20 0

L3 = 0,93z + 29,3

120 80 40 0 0 10 20 30 z (m) 40 50 60

10

20

30 z (m)

40

50

60

Figura 2. Comprimento de correlao L2 vs. altura e equao de regresso linear (direo transversal).

Figura 3. Comprimento de correlao L3 vs. altura e equao de regresso linear (direo vertical). 2

SIMULAO DE COMPONENTES FLUTUANTES DA VELOCIDADE

O procedimento para gerar o campo de vento proposto neste trabalho requer primeiro a gerao de registros de velocidades de vento no correlacionados para a funo densidade espectral de potncia (usualmente designada pela abreviatura em ingls psdf) especificada das componentes flutuantes do vento. Em um sistema de coordenadas cartesiano (x,y,z), no qual z denota a altura acima do solo erx a direo ao longo do vento, admite-se que a velocidade do vento consiste de uma velocidade mdia V (z) e uma componente r flutuante V(x,y,z,t) , a qual considerada um processo aleatrio estacionrio com mdia zero: r r r V(x,y,z,t) = V (z) + V(x,y,z,t) (1) r O perfil da velocidade mdia do vento V (z) descrito usando a lei logartmica:
r z 1 V (z) = u* ln z k 0

(2)

na qual k a constante de von Karman, igual a 0,4; z0 o comprimento da rugosidade, e u* a velocidade de corte do escoamento de vento. Este ltimo valor pode ser obtido substituindo a velocidade mdia do vento r conhecida V ( z ref ) na altura de referncia (zref = 10m), na Equao (2), resultando: r V ( z ref ) (3) u* = 0 ,4 z ref ln z 0 r As componentes flutuantes da velocidade V ( x , y , z ,t ) so processos aleatrios gaussianos com mdia zero, simulados neste estudo pela superposio de ondas harmnicas, como descrito, por exemplo, por Shinozuka e Jan [6]:

V ( t ) = 2 S w ( f j )f j cos( 2f j t + j )
j =1

(4)

Para aplicar a Equao (4), a banda de freqncia de interesse deve ser dividida em N intervalos, tal que f j = f j +1 f j . j o ngulo de fase, o qual uma varivel aleatria com uma funo distribuio de probabilidade uniforme entre 0 e 2. Na Equao (5), Sw denota a psdf de Davenport da turbulncia do vento. fS w(f)
2 u*

4n 2 (1 + n 2 )4/3
10

(5)
Fluctuating Longitudinal Component of an EPS Wind

na qual n = fL/V10 , e L = 1200m. A Figura 4 mostra um registro simulado de 600s da componente longitudinal das flutuaes de um vento EPS. Pode ser observado que o registro contm componentes de baixa freqncia, os quais resultariam em uma resposta puramente esttica. Ento, estes componentes podem ser vantajosamente adicionados resposta mdia, por isso a parte da funo densidade espectral de potncia de Davenport abaixo de 0,05Hz foi filtrada. Usando apenas a parte de alta freqncia do espectro, foram geradas amostras independentes de componentes flutuantes da velocidade com 35s de durao, intervalo em que a resposta pode ser considerada estacionria.

5
Velocity (m/s)

-5

-10 0

100

200

300 Time (s)

400

500

600

Figura 4. Registro simulado de 600s de componente longitudinal de flutuao de um vento EPS.

SIMULAO DO ESPACIALMENTE

CAMPO

DE

VELOCIDADE

DO

VENTO

CORRELACIONADO

Riera e Ambrosini [4] propuseram um esquema muito eficiente para gerar um campo aleatrio correlacionado de vento para anlise dinmica de torres verticais altas, baseado na suposio de uma funo de correlao cruzada triangular. Este modelo simples justificado pelo fato de que o ajuste aos dados experimentais disponveis comparvel aos de outros modelos propostos na literatura tcnica, requerendo para sua implementao apenas um parmetro: o comprimento de correlao. Em [4] mostra-se que se realizaes estatisticamente independentes do processo so geradas em pontos (ns) espaados de um comprimento de correlao e amostras nos pontos interiores so obtidas simplesmente interpolando entre as amplitudes do processo nos pontos nodais, o campo de vento resultante caracterizado pela psdf prescrita e uma funo de correlao cruzada triangular. A abordagem pode ser facilmente estendida para duas e trs dimenses. Em tais casos, as coordenadas dos ns em um arranjo 2 ou 3D devem ser especificadas, de forma que a distncia entre ns dada pelo comprimento de correlao. No caso de elementos retangulares bidimensionais com dimenses a e b nas direes x e y, respectivamente, e a notao indicada na Figura 5, a velocidade de um ponto de coordenadas (x, y) dada por:

V (x,y ) = V1 +

V V1 V V3 V2 + V1 V2 V1 x+ 3 y+ 4 xy a b ab

(6)

No caso de trs dimenses (Figura 6), a velocidade em um ponto interior calculada por:

V (x,y,z ) = V1 +

V V V V1 V V3 V2 + V1 V2 V1 x+ 3 1 y+ 5 z+ 4 xy + a b c ab V V5 V2 + V1 V V5 V3 + V1 V V V6 + V5 V4 + V3 + V2 V1 + 6 xz + 7 yz + 8 7 xyz ac bc abc

(7)

y V7

z V8 V4 V5 V6 c x

V3 b V1 a

V4 b V2 x

V3

V1

V2

Figura 5. Esquema de interpolao 2D.

Figura 6. Esquema de interpolao 3D.

DETERMINAO DAS FORAS DE VENTO NA ANLISE DINMICA

Considerando que os quatro montantes contribuem para a obteno da fora de arrasto, fora de sustentao e momento de toro, para ngulos entre a velocidade mdia do vento e o eixo de simetria da torre entre 0 e 45, os autores obtiveram as seguintes expresses para os coeficientes aerodinmicos:
C x = 2 ,0 0,00017 2 + 1,8 0 ,00069 2 C y = 0 ,0044 + 0,041 C Mt = (0 ,0044 0 ,041 )

(8) (9)

+ (0,0055 + 0 ,031 )

(10)

nas quais Cx e Cy so coeficientes de fora na direo x e y, respectivamente e CMt o coeficiente de momento torsor. um coeficiente adimensional que leva em conta a reduo das foras do vento nos
4

membros a sotavento. Os coeficientes so baseados em resultados obtidos em tnel de vento para sees L [5], enquanto foi determinado de forma que a fora de arrasto para = 0 coincida com as recomendaes da norma (veja Seo 7). As foras nos cabos foram determinadas considerando em cada passo de tempo a sua posio deformada e a orientao do vetor velocidade do vento no centro do elemento de cabo. Admite-se que a fora resultante no elemento atua na direo da componente do vetor velocidade do vento normal ao elemento.

DETERMINAO DAS FORAS DE VENTO DE ACORDO COM A IEC60826

O segmento de LT selecionado tambm foi analisado quando submetido s cargas determinadas pela IEC 60826 [7]. Este ser o carregamento de referncia, e os esforos nos membros, deslocamentos, etc., a resposta de referncia. Efeitos do vento em torres de linha de transmisso so normalmente determinados por meio de cargas estticas equivalentes, como descrito pela IEC 60826 [7] por exemplo, ou outras normas. A representao do vento em normas usuais corresponde a ventos EPS, isto , tempestades extratropicais, as quais foram escolhidas para este estudo no qual a resposta obtida aplicando a IEC 60826 [7] comparada com a resposta dinmica determinada por simulao. O procedimento para obter a resposta dos componentes da LT (cabos, isoladores e torres) sob ao do vento, de acordo com a IEC 60826 [7], brevemente descrito a seguir. Cargas de vento nos cabos: A carga (Fc) devida ao efeito da presso do vento em um vo de comprimento (L), aplicada em cada ponto deste vo e perpendicularmente ao vo, dada por:

Fc = q o C xc Gc d L sin 2

(11)

em que Cxc denota o coeficiente de arrasto do cabo (geralmente igual a 1,0) e Gc o fator de vento combinado que leva em considerao a turbulncia do vento, a altura mdia zc do cabo acima do solo e a resposta dinmica do cabo, dada nas Figuras 3 a 6 da IEC 60826. d o dimetro do cabo, L o comprimento do vo, o ngulo de incidncia do vento e q0 a presso dinmica de referncia, dada por:
q0 = 1 2 VR 2

(12)

na qual a massa especfica do ar (igual a 1,225kg/m3 a 15C e 1013mbar) e VR a velocidade de referncia do vento (m/s), de acordo com o item 3.2.4 da IEC 60826. Cargas de vento nos isoladores: A carga (Fi) devida ao efeito da presso do vento atuando diretamente nos isoladores dada por:
Fi = qo C xi Gi S i

(13)

em que Cxi o coeficiente de arrasto dos isoladores (tomado igual a 1,2); Gi o fator de vento combinado, funo da rugosidade da superfcie e da altura z do centro de gravidade da cadeia de isoladores acima do nvel do solo. Gi dado na Figura 8 da IEC 60826. Si denota a rea da cadeia de isoladores projetada horizontalmente em um plano vertical paralelo ao eixo da cadeia. Cargas de vento nas torres: As cargas de vento nas torres consistem nas cargas transmitidas pelos cabos e isoladores e tambm nas cargas atuantes sobre as torres, as quais devem ser divididas dentro de diferentes painis, cada um tendo uma altura h. Para uma torre treliada de seo transversal retangular, a carga de vento (Ft), na direo do vento, atuando no centro de gravidade de um painel com altura h, constitudo de vrias barras, dada por:
Ft = qo 1 + 0.2sin 2 2 ST1C xT1cos 2 + ST2 C xT2 sin 2 Gt

)(

(14)

em que denota o ngulo de incidncia do vento na face 1 do painel da torre em um plano horizontal (Figura 7); ST1 a rea da superfcie total das barras da face 1, projetada normalmente na face 1 do painel com altura h (Figura 7) e ST2 a rea da superfcie total das barras da face 2, projetada normalmente na face 2 do mesmo painel. CxT1 e CxT2 so os coeficientes de arrasto das faces 1 e 2 para vento perpendicular a cada face. Estes coeficientes so dados na Figura 10 da IEC 60826. Gt o fator de vento combinado, tambm dependente da rugosidade da superfcie e com altura z do centro de gravidade do painel acima do solo. Gt dado na Figura
5

8 da IEC 60826. Para determinar o coeficiente de arrasto necessrio calcular a relao de solidez (), que definida como:
= ST

2 h(b1 + b2 )

(15)

na qual ST a rea total de componentes estruturais de um painel, projetadas na face (rea escura da Figura 7). As dimenses h, b1 e b2 so mostradas na Figura 7.
b1

Face 1

Wind direction Face 2

Panel height h

b2 View normal to face

Figura 7. Definio das cargas de vento nas torres.

MTODO DE ANLISE E COMPARAO COM A NORMA IEC 60826

A integrao numrica direta das equaes de movimento, usando um mtodo explcito (diferenas finitas centrais) apresenta muitas vantagens em problemas no-lineares, pois no requer a montagem e nem a atualizao de uma matriz de rigidez global, por isso foi adotada neste trabalho para a determinao da resposta dinmica. Depois de cada passo de integrao todas as coordenadas do sistema so atualizadas, levando ento em considerao no-linearidade geomtrica. No-linearidade fsica pode, se necessrio, ser incorporada anlise com pouco esforo adicional. A resposta dinmica assim obtida ento comparada com a resposta determinada utilizando a IEC60826 [7], como descrito na Seo 7.
6.2 m

EXEMPLO PRTICO
9.4 m

Um segmento de uma LT (Figura 1) com quatro torres designadas SY (Figura 8) conforme descrito na Seo 2 analisado. A LT submetida a ventos EPS caracterizados por uma velocidade mdia sobre 10min a 10m de altura igual a 21,6m/s, rugosidade da superfcie correspondendo a IEC 60826 [7] terreno tipo B, z0 = 0,05m, expoente da lei potencial para anlise esttica igual a 0,16. Os grficos da carga estacionria em funo do tempo para barras selecionadas das torres e cabos analisados so mostrados nas Figuras 9 a 12. A parte transiente no comeo dos grficos de resposta foi desprezada. Os valores de pico da fora axial nos membros estruturais foram calculados com a Equao (16):
Fmax = F (1 + g CV F )

33.4 m

(16)

em que F denota o valor mdio da fora F(t) e CVF seu coeficiente de variao. g representa um fator de pico admitido neste trabalho igual a 4. Os valores de Fmax calculados desta forma so comparados na Tabela I com as predies da IEC 60826 [7].
5 m

Figura 8. Torre SY.

6 m

18 m

0 -2000 -4000

Tower 1 - Member 100 Tower 2 - Member 100 Tower 3 - Member 100 Tower 4 - Member 100

1200 1000

Axial Force (N)

Axial Force (N)

-6000 -8000 -10000 -12000 -14000 -16000 15 20 25 30 35

800 600 400 200 0 15

Time (s)

20

Time (s)

25

30

35

Figura 9. Esforo axial no mesmo montante das quatro torres adjacentes.

Figura 10. Esforo axial na mesma diagonal das quatro torres adjacentes.
3 2.5 x 10
4

Axial Force (N)

2500 2000 1500 1000 500 0 15 20 25

Axial Force (N)

2 1.5 1 0.5 0 15
Member 2265 Member 1875 Member 2055 Member 1695 Member 1685

Time (s)

30

35

20

Time (s)

25

30

35

Figura 11. Esforo axial no mesmo brao das quatro torres adjacentes.

Figura 12. Esforo axial em cinco localizaes de cabo condutor.

diferentes

TABELA I. COMPARAO DOS ESFOROS AXIAIS ESTTICOS COM OS PICOS DA ANLISE DINMICA PARA MEMBROS SELECIONADOS DA LT. Anlise Dinmica Anlise Esttica Relao Valor Desvio Coef. de Valor de pico IEC 60826 (1-Fmax/Fs) Localizao mdio (N) padro (N) variao (%) Fmax (N) Fs (N) (%) Montante 1 -11532,6 783,0 6,8 -14669,5 -16027,6 8,5 Montante 2 64232,3 8335,6 13,0 97633,1 113143,0 13,7 Diagonal 1 5952,7 441,9 7,4 7714,7 9032,8 14,6 Diagonal 2 740,8 93,8 12,7 1117,1 1211,0 7,8 Brao 1 2950,6 284,4 9,6 4083,6 3309,6 -23,4 Brao 2 -2395,1 173,6 7,2 -3084,9 -2360,1 -30,7 Condutores 26822,2 275,7 1,0 27895,1 31149,9 10,4

Uma avaliao preliminar das diferenas entre as foras de projeto obtidas atravs da IEC 60826 [7], que uma abordagem esttica, e as predies da anlise dinmica aqui apresentada, resumidas na Tabela I, sugere que a norma conduz a esforos aproximadamente 10% superiores nos montantes, diagonais e cabos. Entretanto, nos braos as diferenas foram maiores e negativas, isto , as foras dinmicas podem exceder 30% as predies da norma. Um esforo numrico extenso ainda necessrio para avaliar a influncia do modelo que descreve o carregamento, considerando-se as diversas propostas existentes na literatura, trabalho que se encontra atualmente em andamento. Por outro lado, Kaminski [3] sugere que a incerteza de modelo devida idealizao estrutural oscila em torno de 4% para montantes, 5% para diagonais, 10% para braos e 2% para cabos. Todos estes valores deveriam ser considerados na estimativa de incerteza de modelo na anlise de confiabilidade de sistemas de LT submetidos a carregamentos de vento.
7

10 CONCLUSES
Neste trabalho comparada a resposta estrutural das torres e cabos de um trecho de LT obtida atravs da anlise dinmica do sistema utilizando um modelo da turbulncia em tormenta extra-tropical (EPS) com critrios da norma IEC 60826. O resultado dessa avaliao mostra que as predies obtidas com a aplicao da IEC 60826 podem tanto ser conservadoras para alguns membros estruturais como contrrias segurana para outros. Tais resultados, especialmente quando agregados outras avaliaes realizadas pelos autores sobre temas correlatos, corroboram a afirmaes de que a incerteza de modelo, mesmo em sistemas estruturais relativamente simples, no pode ser negligenciada, pois exerce influncia significativa no clculo das probabilidades de falha em projetos de engenharia.

11 AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio financeiro do CNPq e da CAPES, Brasil.

12 REFERNCIAS
[1] CIGR - Conseil International des Grands Rseaux Electriques, An experiment to measure the variation in lattice tower design, report 22-90 (WG08) 17, 1990. [2] J. Kaminski Jr., J.D. Riera, R.C.R. de Menezes e Letcia F.F. Miguel, Model Uncertainty in the Assessment of Transmission Line Towers Subjected to Cable Rupture, Engineering Structures, Vol. 30, No. 10, pp. 2935-2944, 2008. DOI: 10.1016/j.engstruct.2008.03.011. [3] J. Kaminski Jr., Incertezas de modelo na anlise de torres metlicas treliadas de linhas de transmisso, Tese de Doutorado, PPGEC, UFRGS, 2007. [4] J.D. Riera e R.D. Ambrosini, Analysis of structures subjected to random loading using the transfer matrix or numerical integration methods, Engineering Structures, Elsevier, Vol. 14, N 3, 1992. [5] J. Blessmann, O vento na engenharia estrutural, Editora da Universidade, 1995. [6] M. Shinozuka e C. M. Jan, Digital simulation of random process and its applications, Journal of Sound and Vibration, 25(1), 111-118, 1972. [7] IEC - International Electrotechnical Commission, IEC 60826/2003, Design criteria of overhead transmission lines, 2003.