07-O Imperialismo e o Neocolonialismo
07-O Imperialismo e o Neocolonialismo
07-O Imperialismo e o Neocolonialismo
O IMPERIALISMO E O NEOCOLONIALISMO
1. CARACTERSTICAS
No perodo da Primeira Revoluo Industrial (1760-1850), a produo em maior escala forou os comerciantes ingleses a procurar novos mercados e a combater a poltica econmica mercantilista. Os ingleses passaram a pregar a substituio dos pactos coloniais pelo liberalismo econmico. Assim, a Inglaterra tornou-se incentivadora das lutas de independncia das colnias europias no continente americano. A mudana na atitude das potncias europias explica-se, principalmente, pelas modificaes verificadas no capitalismo aps 1830. Com o crescimento da industrializao, surgem, no capitalismo europeu, crises cclicas de superproduo, obrigando as naes industrializadas a buscar mercados externos para onde pudessem escoar o excedente da produo faltando cada vez mais mercados. Alm disso, o aumento da populao europia criou a necessidade de novas terras para onde pudesse ser escoada a mo-de-obra excedente, mantendose sua utilizao em benefcio do pas de origem. Por fim, o operariado europeu, insatisfeito com suas precrias condies de vida e de trabalho, agitava a Europa comandando inmeros movimentos sociais. Os governos europeus perceberam que a explorao colonial poderia possibilitar uma melhora no padro de vida da classe operria do velho continente, freando assim os levantes populares. A expanso colonial, durante a Revoluo Comercial, centralizou-se prioritariamente sobre o continente americano. O novo imperialismo, por sua vez, beneficiava a alta burguesia das grandes potncias, gerando mercado para as mercadorias produzidas e oferecendo novos locais para emprego do excedente de capital. Esse fato se explica pela transformao ocorrida no capitalismo durante a Segunda Revoluo Industrial, quando a produo e o capital concentraram-se em grandes monoplios e os banqueiros e industriais uniram-se, dando origem a uma nova modalidade de capitalismo, o financeiro.
2. A PARTILHA AFRO-ASITICA
frica A Revoluo Industrial revalorizou a frica aos olhos do europeu, sobretudo por sua potencialidade pouco explorada de matrias-primas, e pelo possvel mercado consumidor para os novos artigos industriais.
A descoberta de minerais preciosos, em 1870, como diamantes em Kimberley (Orange) e jazidas de ouro no Transvaal fez aumentar a cobia do europeu. A mquina a vapor e a estrada de ferro foram os dois instrumentos fundamentais desse novo avano imperialista. Funcionara tanto como objeto de comrcio quanto como instrumentos de penetrao para a conquista do continente. A Alemanha foi o ltimo pas europeu a participar da corrida imperialista e, portanto, acabou entrando em conflito com outros pases, cujos interesses j estavam estabelecidos em diversas reas do globo. Tentando evitar esses choques e ao mesmo tempo criando um canal de participao, Bismarck, primeiro-ministro alemo, conseguiu reunir, na Conferncia de Berlim (1884 - 1885), as principais potncias imperialistas, com o objetivo de estabelecer uma ao conjunta na frica. A Conferncia de Berlim estabeleceu alguns pontos: Liberdade de navegao na Bacia do Congo, entrada natural para o interior do continente. Fixao de um Estado independente (Congo) como propriedade pessoal do rei da Blgica, Leopoldo II. Conquista de uma faixa do litoral correspondente a igual parcela do interior, desde que fosse efetivamente ocupado. Exigncia de ser notificada s demais potncias europias qualquer nova conquista. sia O imperialismo no se contentou com a frica. Lanou tambm seus tentculos na sia, bero das civilizaes mais antigas do mundo, que havia conseguido atravessar toda a poca moderna sem sofrer grandes perdas de territrio. At ento, o saldo da expanso comercial europia na regio havia se limitado ao estabelecimento de algumas feitorias no litoral. Particularmente na ndia e na China. A partir da Revoluo Industrial, entretanto, grande parte da sia viu-se conquistada e partilhada no s pelas naes tradicionais, detentoras do capital, como Inglaterra e Frana, mas tambm por aquelas de industrializao mais recente, como Estados Unidos e Alemanha, alm do Japo. O caso da ndia particularmente significativo. At meados do sculo XIX, a dominao inglesa na regio fazia-se por intermdio da Companhia das ndias Orientais, que obtivera a concesso do monoplio do comrcio indiano, fundara entrepostos comerciais no litoral e controlava as principais rotas do interior.
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A Revoluo Industrial aprofundou a dominao inglesa em extenso, com a conquista de uma rea territorial maior, e em profundidade, pois ocorreu uma mudana qualitativa nas relaes comerciais anglo-hindus. A preocupao maior da Inglaterra, entretanto, residia em comprar a preo baixo a imensa gama de produtos que a ndia oferecia e revend-la em outros mercados, alm de comercializar os artigos que levava para l. Mas o controle da mquina poltico-administrativa serviu de ponta-de-lana para a expanso inglesa na sia.
3. A GUERRA DO PIO
4. CONSEQUNCIAS DO IMPERIALISMO
Pela primeira vez na histria, o mundo encontrava-se inteiramente partilhado, direta ou indiretamente, submisso s grandes potncias europias e aos Estados Unidos. Em 1905 estavam conquistados: 90,4% da frica, 56,6% da sia, 100% da Austrlia, 27,2% da Amrica e 98,9% da Polinsia. No haveria novas apropriaes, pois j no existiam territrios sem dono. As grandes potncias entrariam agora em choque permanente entre si na tentativa de expandir suas reas de dominao econmica e poltica.
ESTUDO DIRIGIDO
Inicialmente, os ingleses compravam ch, sem conseguir vender aos chineses algum produto em igual quantidade, mas descobriram que o pio era uma mercadoria de grande aceitao entre a populao chinesa. Com a aprovao do governo ingls, a Companhia das ndias Orientais lanou-se venda do pio, que era produzido na ndia e Birmnia. Os efeitos foram devastadores. Em 1842, as tropas britnicas vitoriosas submetem a China ao Tratado de Nanquim, estabelecendo entre outras clusulas: abertura de cinco portos chineses ao livre comrcio, imunidade e privilgios especiais aos sditos ingleses na China e a transferncia da ilha de Hong Kong Inglaterra. Em 1851, eclodiu uma revolta de camponeses, apoiada por populares das cidades, que se espalhou da comarca do rio Yang-ts para outras regies chinesas. Conhecida como a Revolta Taiping, s foi sufocada em 1864. No fim do sculo XIX, Inglaterra, Frana, Alemanha, Rssia, Estados Unidos e Japo dividiam o imenso territrio chins, em diversas esferas de influncias.
O que motivou os pases industrializados a investirem na dominao imperialista? Defina capitalismo financeiro. Mencione as conseqncias do Imperialismo.
EXERCCIOS
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Uma das principais caractersticas do Imperialismo era: a) o incentivo de tcnicas de produo para o desenvolvimento total da sia e frica. b) buscar novos territrios para imigrao do povo europeu, uma vez que a presso demogrfica na Europa exigia uma soluo. c) busca de locais capazes de atender s necessidades de consumo, produzindo lucro garantido aos investidores. d) busca de territrios fornecedores apenas de matrias-primas. Com relao histria contempornea, julgue as alternativas abaixo: I - O novo imperialismo europeu no sculo XIX se estendeu, em especial, frica e sia. II - A unificao italiana e a alem na segunda metade do sculo XIX. III - O socialismo evoluiu do estgio utpico para o cientfico. IV - O grande desenvolvimento das cincias tcnicas, do sculo XIX, possibilitou a conquista do progresso tecnolgico atual. V - Ao nacionalismo exagerado de certos pases europeus atribui-se uma das principais causas da Primeira Guerra Mundial. Assinale uma NICA alternativa: a) Se todas forem corretas; b) Se apenas I e II forem corretas;
Esta caricatura do sculo XIX representa a partilha da China pelas potncias imperialistas.
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c) Se apenas I III e V forem corretas; d) Se apenas II IV e V forem corretas. 3 Na evoluo histrica contempornea, a expanso imperialista do sculo XIX trouxe como conseqncia: a) a descolonizao da Amrica e a independncia dos Estados Unidos. b) a diviso do mundo em dois blocos e o aparecimento das naes subdesenvolvidas. c) o domnio econmico americano sobre o ocidente e a hegemonia sovitica sobre o oriente. d) a partilha da frica e a dominao europia sobre as vastas reas da sia. A partilha da frica (1870-1914) perodo tambm conhecido como Paz Armada, resultou do interesse das potncias capitalistas europias em: a) provocar uma nova partilha territorial dos pases do primeiro mundo. b) investir seus capitais excedentes nas colnias, obter mercados fornecedores de matriasprimas e reservar mercados para seus produtos industrializados. c) promover o desenvolvimento das colnias atravs da aplicao de recursos (capitais) excedentes na industrializao desses pases. d) desenvolver a produo de gneros alimentcios nas colnias, para suprir o mercado europeu que estava em decadncia. 1
GABARITO
Estudo Dirigido Busca por matria-prima; mercados consumidores; mo-de-obra; e escoamento de excedente populacional. Sistema econmico baseado na ao conjunta de bancos e indstrias.
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