Decreto Lei 79 2006de4deabril
Decreto Lei 79 2006de4deabril
Decreto Lei 79 2006de4deabril
O Regulamento dos Sistemas Energticos de Climatizao em Edifcios (RSECE) foi aprovado pelo Decreto-Lei n. 118/98, de 7 de Maio, e veio substituir o Decreto-Lei n. 156/92, de 29 de Julho, que no chegou a ser aplicado e que visava regulamentar a instalao de sistemas de climatizao em edifcios. O RSECE procurava introduzir algumas medidas de racionalizao, fixando limites potncia mxima dos sistemas a instalar num edifcio para, sobretudo, evitar o seu
sobredimensionamento, conforme a prtica do mercado mostrava ser comum, contribuindo assim para a sua eficincia energtica, evitando investimentos desnecessrios. O RSECE exigia tambm a adopo de algumas medidas de racionalizao energtica, em funo da dimenso (potncia) dos sistemas, e considerava a necessidade da prtica de certos procedimentos de recepo aps a instalao dos sistemas e de manuteno durante o seu funcionamento normal. A prtica da aplicao do RSECE veio a demonstrar alguma indiferena por parte da maioria dos intervenientes no processo. Assim, a instalao de sistemas de climatizao foi sendo tratada, maioritariamente, directamente entre fornecedores e clientes, remetendo-se, na prtica, a aplicao do Regulamento exclusivamente para o nvel da responsabilidade tcnica dos projectistas ou dos instaladores ou, simplesmente, dos fornecedores dos equipamentos. Entretanto, na ltima dcada, acentuou-se significativamente a tendncia de crescimento da procura de sistemas de climatizao no nosso pas, desde os mais simples e de pequena dimenso, no sector residencial e dos pequenos servios, aos sistemas complexos de grandes dimenses, sobretudo em edifcios do sector tercirio. Isto surge em resposta melhoria do nvel de vida das populaes e do seu maior grau de exigncia em termos de conforto, mas, tambm, como consequncia da elevada taxa de crescimento do parque construdo. Da evoluo referida resultou para o sector dos edifcios a mais elevada taxa de crescimento dos consumos de energia de entre todos os sectores da economia nacional, nomeadamente para o subsector dos servios, traduzida em valores mdios da ordem dos 12% por ano. Por sua vez, a no existncia de requisitos exigenciais quanto a valores mnimos de renovao do ar, o pouco controlo da conformidade do desempenho das instalaes com o respectivo projecto aquando da sua recepo e a continuada falta de uma prtica efectiva de manuteno adequada das instalaes durante o seu funcionamento normal tm levado ao aparecimento de problemas de qualidade do ar interior, alguns dos quais com impacte significativo ao nvel da sade pblica.
No contexto internacional, em relao com o programa de combate s alteraes climticas, Portugal, em articulao com os compromissos da Unio Europeia no mbito do Protocolo de Quioto, tambm assumiu responsabilidades quanto ao controlo das emisses de gases de efeito de estufa. Nesse quadro, h um consenso sobre a importncia de melhorar a eficincia energtica dos edifcios e de reduzir o consumo de energia e as correspondentes emisses de CO(ndice 2) do sector dos edifcios como parte do esforo de reduo das emisses a envolver todos os sectores consumidores de energia. assim que a Unio Europeia publicou, em 4 de Janeiro de 2003, a Directiva n. 2002/91/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa ao desempenho energtico dos edifcios, que, entre outros requisitos, impe aos Estados membros o estabelecimento e actualizao peridica de regulamentos para reduzir os consumos energticos nos edifcios novos e reabilitados, impondo, com poucas excepes, a implementao de todas as medidas pertinentes com viabilidade tcnica e econmica. A directiva adopta, tambm, a obrigatoriedade de uma verificao peridica dos consumos reais nos edifcios de maior dimenso e a disponibilizao desta informao ao pblico que os utilizar, mediante afixao de um certificado apropriado em local bem visvel junto da entrada do edifcio. neste enquadramento que se impe a reviso do RSECE com um qudruplo objectivo: 1) Definir as condies de conforto trmico e de higiene que devem ser requeridas (requisitos exigenciais) nos diferentes espaos dos edifcios, em consonncia com as respectivas funes; 2) Melhorar a eficincia energtica global dos edifcios, no s nos consumos para climatizao mas em todos os tipos de consumos de energia que neles tm lugar, promovendo a sua limitao efectiva para padres aceitveis, quer nos edifcios existentes, quer nos edifcios a construir ou nas grandes intervenes de reabilitao de edifcios existentes; 3) Impor regras de eficincia aos sistemas de climatizao que permitam melhorar o seu desempenho energtico efectivo e garantir os meios para a manuteno de uma boa qualidade do ar interior, quer a nvel do projecto, quer a nvel da sua instalao, quer durante o seu funcionamento, atravs de uma manuteno adequada; 4) Monitorizar com regularidade as prticas da manuteno dos sistemas de climatizao como condio da eficincia energtica e da qualidade do ar interior dos edifcios. O primeiro dos objectivos deve recorrer s orientaes e prtica da comunidade internacional, de acordo com o estado da arte dos conhecimentos sobre o conforto trmico e a qualidade do ar interior, na sequncia dos valores guia da Organizao Mundial de Sade (OMS) e das normas nacionais e internacionais [International Organization for Standardization (ISO), Comit Europen de
Normalisation (CEN)].
O segundo dos objectivos indicados impe a adopo de mtodos detalhados de previso de consumos energticos na fase de projecto, o que constitui uma alterao importante na forma como vm sendo elaborados os respectivos projectos. Tem de ser promovida a formao especfica das equipas projectistas como condio da sua competncia especializada, reconhecida pelos seus pares, no quadro das respectivas associaes profissionais. A responsabilizao profissional necessariamente um dos suportes essenciais boa introduo das alteraes subjacentes aos restantes dois objectivos, para alm da integrao da monitorizao dos desempenhos dos edifcios e sistemas de climatizao num esquema de inspeco definido no Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do Ar Interior nos Edifcios (SCE). O terceiro conjunto de objectivos implica que se ampliem, ao nvel do projecto, os requisitos tcnicos aplicveis aos sistemas a conceber. Os projectistas devem favorecer sistemas centralizados como forma de tirar partido de economias de escala, quer a nvel de um edifcio com vrias fraces autnomas, quer a nvel de grupos de edifcios, com recurso a redes urbanas de calor e de frio, sempre que possvel, e a solues energeticamente mais eficientes, incluindo as que recorram a sistemas baseados em energias renovveis, mesmo que de custo inicial mais elevado, se tiverem viabilidade econmica traduzida por um perodo de retorno aceitvel. Finalmente, e a nvel do prprio projecto, tm de ser previstas as condies e componentes necessrias para uma manuteno e monitorizao adequadas, para que se possa concretizar tambm o quarto e ltimo dos objectivos apontados. Tal como para a verso anterior, o sucesso do presente Regulamento est sobretudo na sua aplicao na fase de licenciamento, garantindo que os projectos licenciados ou autorizados satisfaam integralmente os requisitos regulamentares. Nesta sua reformulao, o RSECE impe, entretanto, mecanismos mais efectivos de comprovao desta conformidade regulamentar e aumenta as penalizaes, sob a forma pecuniria e em termos profissionais, para os casos de incumprimento. Aumenta tambm o grau de exigncia de formao profissional dos tcnicos que possam vir a ser responsveis pela verificao dos requisitos do presente Regulamento, de forma a aumentar o nvel da sua competncia e a conferir mais credibilidade e probabilidade de sucesso satisfao dos objectivos pretendidos. Para alm desta interveno no licenciamento, o RSECE impe tambm mecanismos de auditoria peridica dos edifcios. A exemplo do que sucedeu no mbito do Regulamento das Caractersticas de Comportamento Trmico dos Edifcios (RCCTE), optou-se por consagrar um modelo de certificao energtica que salvaguarda um conjunto de procedimentos simplificados e geis no domnio do licenciamento e da autorizao das operaes de edificao, na linha do esforo de desburocratizao que tem vindo a ser prosseguido pelo Governo.
Dada a natureza especfica das medidas preconizadas, com novas exigncias tcnicas e administrativas, cuja eficcia h que salvaguardar desde o incio, impe-se que a sua adopo seja feita de forma gradual, comeando pela sua aplicao aos edifcios mais consumidores e de maior dimenso e alargando a sua aplicao sucessivamente a todos os edifcios com sistemas de climatizao abrangidos pelo presente Regulamento, segundo calendrio a definir pelos ministros da tutela face evoluo da implementao de cada fase e sempre com o objectivo ltimo de cumprimento dos prazos fixados para a total implementao das medidas impostas pela Directiva n. 2002/91/CE, de 16 de Dezembro, publicada em 4 de Janeiro de 2003. No seio da Subcomisso de Regulamentao de Eficincia Energtica em Edifcios foram conduzidos os trabalhos de reviso do Regulamento das Condies Trmicas em Edifcios, pelo que o presente decreto-lei foi elaborado e concertado com as seguintes entidades: representantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Faculdade de Arquitectura da Universidade Tcnica de Lisboa, Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Algarve, Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovao, Instituto Superior Tcnico, associaes representativas do sector, Associao Nacional dos Municpios Portugueses, Direco-Geral de Geologia e Energia, Instituto de Meteorologia, Laboratrio Nacional de Engenharia Civil, Ordem dos Arquitectos e Ordem dos Engenheiros. Foram ouvidos os rgos de governo prprio das Regies Autnomas e a Associao Nacional de Municpios Portugueses. Assim: Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 198. da Constituio, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1. Objecto 1 - aprovado o Regulamento dos Sistemas Energticos de Climatizao em Edifcios (RSECE), que se publica em anexo ao presente decreto-lei e que dele faz parte integrante. 2 - O presente decreto-lei transpe parcialmente para a ordem jurdica nacional a Directiva n. 2002/91/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa ao desempenho energtico dos edifcios. Artigo 2. Aplicao nas Regies Autnomas 1 - O presente decreto-lei aplica-se s Regies Autnomas, sem prejuzo das competncias cometidas aos respectivos rgos de governo prprio e das adaptaes que lhe sejam introduzidas por diploma regional.
2 - As funes de fiscalizao e inspeco previstas no presente decreto-lei so exercidas pelos rgos prprios da administrao pblica regional. 3 - O produto das coimas resultantes das contra-ordenaes previstas no artigo 25. aplicadas nas Regies Autnomas constitui receita prpria destas. Artigo 3. Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do Ar Interior nos Edifcios As exigncias do RSECE que dependem do Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do Ar Interior nos Edifcios (SCE) ficam condicionadas ao faseamento da entrada em vigor dos respectivos requisitos por ele previsto. Artigo 4. Norma revogatria revogado o Decreto-Lei n. 118/98, de 7 de Maio. Artigo 5. Entrada em vigor O presente decreto-lei entra em vigor 90 dias aps a data da sua publicao. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Janeiro de 2006. - Jos Scrates Carvalho Pinto de Sousa - Antnio Lus Santos Costa - Diogo Pinto de Freitas do Amaral - Fernando Teixeira dos Santos - Alberto Bernardes Costa - Francisco Carlos da Graa Nunes Correia - Manuel Antnio Gomes de Almeida de Pinho - Mrio Lino Soares Correia - Antnio Fernando Correia de Campos. Promulgado em 5 de Maro de 2006. Publique-se. O Presidente da Repblica, JORGE SAMPAIO. Referendado em 6 de Maro de 2006. O Primeiro-Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto de Sousa.
REGULAMENTO DOS SISTEMAS ENERGTICOS DE CLIMATIZAO EM EDIFCIOS CAPTULO I Objecto e mbito de aplicao Artigo 1. Objecto
O presente Regulamento estabelece: a) As condies a observar no projecto de novos sistemas de climatizao, nomeadamente: i) Os requisitos em termos de conforto trmico e de qualidade do ar interior e os requisitos mnimos de renovao e tratamento de ar que devem ser assegurados em condies de eficincia energtica, mediante a seleco adequada de equipamentos e a sua organizao em sistemas; ii) Os requisitos em termos da concepo, da instalao e do estabelecimento das condies de manuteno a que devem obedecer os sistemas de climatizao, para garantia de qualidade e segurana durante o seu funcionamento normal; iii) A observncia dos princpios da utilizao racional da energia e da utilizao de materiais e tecnologias adequados em todos os sistemas energticos do edifcio, na ptica da sustentabilidade ambiental; b) Os limites mximos de consumo de energia nos grandes edifcios de servios existentes; c) Os limites mximos de consumos de energia para todo o edifcio e, em particular, para a climatizao, previsveis sob condies nominais de funcionamento para edifcios novos ou para grandes intervenes de reabilitao de edifcios existentes que venham a ter novos sistemas de climatizao abrangidos pelo presente Regulamento, bem como os limites de potncia aplicveis aos sistemas de climatizao a instalar nesses edifcios; d) As condies de manuteno dos sistemas de climatizao, incluindo os requisitos necessrios para assumir a responsabilidade pela sua conduo; e) As condies de monitorizao e de auditoria de funcionamento dos edifcios em termos dos consumos de energia e da qualidade do ar interior; f) Os requisitos, em termos de formao profissional, a que devem obedecer os tcnicos responsveis pelo projecto, instalao e manuteno dos sistemas de climatizao, quer em termos da eficincia energtica, quer da qualidade do ar interior (QAI). Artigo 2. mbito de aplicao 1 - O presente Regulamento aplica-se:
a) A todos os edifcios ou fraces autnomas no residenciais existentes com rea til superior aos valores limites definidos no presente Regulamento, actualizveis por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao, em funo da tipologia do edifcio, impondo o valor mximo da globalidade dos seus consumos energticos efectivos, para climatizao, iluminao e em equipamentos tpicos, em funo do uso dos espaos, designadamente para aquecimento de gua sanitria e elevadores, entre outros, em condies normais de funcionamento, bem como os requisitos mnimos de manuteno dos sistemas e de QAI e da respectiva monitorizao; b) No licenciamento de todos os novos edifcios ou fraces autnomas no residenciais com potncia instalada promtio (P(ndice m)) superior aos valores limites definidos por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao, em funo da tipologia do edifcio, impondo: i) O valor mximo da globalidade dos seus consumos energticos especficos previsveis sob condies nominais de funcionamento para climatizao, iluminao e em equipamentos tpicos em funo do uso dos espaos, designadamente para aquecimento de gua sanitria e elevadores; ii) O limite superior da potncia que permitido instalar nesses edifcios ou fraces autnomas para os respectivos sistemas de climatizao (ventilao mecnica, aquecimento e arrefecimento), bem como os limites a partir dos quais se torna obrigatria a centralizao de sistemas de climatizao em edifcios com mais do que uma fraco autnoma; iii) Os requisitos mnimos para garantia da QAI e para a instalao e manuteno dos sistemas de climatizao; c) No licenciamento dos novos edifcios residenciais, ou de cada uma das suas fraces autnomas, que sejam projectados para serem dotados de sistemas de climatizao com uma potncia nominal instalada superior a um limite praseodmio (P(ndice r)) fixado e actualizvel por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao, limitando as necessidades energticas nominais de aquecimento e arrefecimento; d) Aos novos sistemas de climatizao a instalar em edifcios ou fraces autnomas existentes com uma potncia nominal igual ou superior a P(ndice m) referida na alnea b), para edifcios de servios, ou P(ndice r) referida na alnea c), para edifcios residenciais, sendo-lhes aplicveis os mesmos requisitos previstos para os edifcios novos da mesma tipologia;
e) s grandes intervenes de reabilitao relacionadas com a envolvente, as instalaes mecnicas de climatizao ou os demais sistemas energticos dos edifcios de servios, independentemente de serem ou no, nos termos de legislao especfica, sujeitos a licenciamento ou autorizao no territrio nacional, com excepo das situaes previstas no n. 4, sendo-lhes aplicveis os mesmos requisitos previstos para os edifcios novos da mesma tipologia. 2 - Mesmo que abrangidos pelo disposto no nmero anterior, esto isentos dos requisitos do presente Regulamento: a) Pequenos edifcios de servios existentes ou respectivas fraces autnomas sem sistemas de aquecimento ou de arrefecimento ambiente, ou com sistemas de climatizao com potncia nominal inferior ao valor P(ndice m) referido no nmero anterior; b) Igrejas e locais de culto; c) Edifcios industriais e agrcolas destinados a actividades de produo; d) Garagens, armazns ou equivalentes, desde que no climatizados; e) Edifcios em zonas histricas ou edifcios classificados, sempre que se verifiquem
incompatibilidades com as exigncias do presente Regulamento; f) Infra-estruturas militares e imveis afectos ao sistema de informaes ou a foras de segurana que se encontrem sujeitos a regras de controlo e confidencialidade. 3 - No caso de edifcios com mais do que uma fraco autnoma, o presente Regulamento aplica-se individualmente a cada uma delas, caso sejam adoptados sistemas individuais de climatizao para cada uma, ou ao edifcio como um todo, caso seja adoptado um sistema centralizado de climatizao para todo o edifcio. 4 - No caso de ampliaes de edifcios existentes em que a interveno na parte original desse edifcio no atinja o limiar definido para ser considerada uma grande interveno de reabilitao, o presente Regulamento aplica-se apenas zona de ampliao, que deve obedecer aos requisitos correspondentes a um edifcio novo do mesmo tipo e rea til, salvaguardando uma integrao harmoniosa das partes nova e existente dos sistemas energticos. CAPTULO II Princpios gerais, definies e referncias Artigo 3. ndices e parmetros de caracterizao 1 - A caracterizao energtica de um edifcio ou fraco feita atravs de um indicador de consumo especfico, expresso em unidades de energia final ou primria por metros quadrados de rea til por ano.
2 - Em casos especficos, a caracterizao indicada no nmero anterior pode ser feita alternativa ou cumulativamente por um indicador que seja especfico funo do edifcio ou da actividade nele ou em parte dele desenvolvida, segundo lista aprovada por despacho do director-geral de Geologia e Energia. 3 - Para efeitos do disposto nos nmeros anteriores, a contribuio de todas as formas de energia renovvel no includa no clculo dos valores dos indicadores referidos, sendo, no entanto, obrigatria a indicao do valor imputvel s energias renovveis em causa, expresso nas unidades referidas no n. 1. 4 - A caracterizao da eficincia energtica dos edifcios pode tambm ser feita por um indicador de CO(ndice 2) produzido correspondente ao consumo de energia do edifcio por metros quadrados de rea til, utilizando para o efeito a informao sobre o mix energtico nacional de um ano de referncia e os valores de converso entre energia primria e produo de CO(ndice 2) publicados anualmente pela Direco-Geral de Geologia e Energia. 5 - So tambm utilizados outros parmetros com vista a caracterizar a eficincia energtica e a qualidade dos sistemas de climatizao, nomeadamente a potncia instalada e a eficincia nominal de componentes e, ainda, a QAI, nomeadamente a taxa de renovao do ar, a concentrao de alguns gases e, em alguns casos, a presena de microrganismos e de partculas em suspenso nos sistemas ou no ar interior. 6 - Para efeitos da fixao dos requisitos energticos de cada edifcio a que o presente Regulamento se aplica, o Pas dividido em zonas climticas de Inverno e de Vero, de acordo com o estabelecido no Regulamento das Caractersticas de Comportamento Trmico dos Edifcios (RCCTE). Artigo 4. Requisitos exigenciais 1 - Os requisitos exigenciais de conforto trmico de referncia para clculo das necessidades energticas, no mbito do presente Regulamento, so os fixados no RCCTE, tendo ainda em conta que a velocidade do ar interior no deve exceder os 0,2 m/s e que quaisquer desequilbrios radiativos trmicos devem ser devidamente compensados. 2 - Os requisitos exigenciais da QAI so definidos e actualizveis periodicamente por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente, do ordenamento do territrio e habitao e da sade em funo dos progressos tcnicos e das normas nacionais ou europeias aplicveis e assentam em critrios de sucessivo maior rigor, conforme o que determinarem as seguintes circunstncias: a) Valor mnimo de renovao do ar por espao, em funo da sua utilizao e do tipo de fontes poluentes nele existentes, nomeadamente as derivadas dos materiais de construo aplicados;
b) Valores mximos das concentraes de algumas substncias poluentes do ar interior, seja porque estas so reconhecidas como poluentes prioritrios, seja porque podem funcionar como indicadores gerais do nvel da QAI. Artigo 5. Definies As definies especficas necessrias correcta compreenso e aplicao do presente Regulamento constam do anexo I ao presente Regulamento, que dele faz parte integrante, bem como, subsidiariamente e pela ordem indicada, do RCCTE e de outras normas comunitrias ou nacionais. CAPTULO III Requisitos energticos Artigo 6. Condies nominais 1 - Os requisitos energticos so calculados na base de padres nominais de utilizao dos edifcios definidos e actualizveis por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao em funo da evoluo dos consumos dos edifcios existentes. 2 - As condies nominais a aplicar a um edifcio ou a uma sua zona especfica podem ser modificadas a ttulo excepcional quando exista a necessidade de solues especficas, desde que se explicitem as causas especiais que as justifiquem, e que as mesmas sejam aceites pela entidade licenciadora. 3 - Todos os novos edifcios de servios, bem como os existentes sujeitos a grande reabilitao, devem ter envolventes cujas propriedades trmicas obedecem aos requisitos mnimos de qualidade impostos pelo RCCTE. Artigo 7. Requisitos energticos para os grandes edifcios de servios existentes 1 - O consumo global especfico de energia de um grande edifcio de servios em condies normais de funcionamento, nos termos do n. 1 do artigo 2., avaliado periodicamente por auditoria energtica realizada no mbito do Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do Ar Interior nos Edifcios (SCE), no podendo ultrapassar o valor definido no presente Regulamento. 2 - O valor referido no nmero anterior actualizado por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao, a qual tambm determina a periodicidade da auditoria para cada tipologia e dimenso dos edifcios.
3 - Caso o consumo nominal especfico, avaliado de acordo com o n. 1, ultrapasse o consumo mximo permitido, o proprietrio do edifcio ou da fraco autnoma deve submeter um plano de racionalizao energtica (PRE) aprovao da Direco-Geral de Geologia e Energia, ou dos rgos competentes das Regies Autnomas, ou a outras instituies por aquelas designadas para o efeito, no prazo de trs meses a partir da data de concluso da auditoria energtica. 4 - O PRE destina-se a reduzir o consumo especfico para valores conformes com os limites mximos permitidos num prazo correspondente a metade da periodicidade estabelecida para as auditorias desse tipo de edifcio. 5 - So de execuo obrigatria as medidas que apresentem viabilidade econmica aceitvel, segundo critrios a definir periodicamente por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao. 6 - Caso a totalidade das medidas de implementao obrigatria constantes do PRE no seja adoptada no prazo mximo estabelecido no n. 4, o proprietrio do edifcio ou fraco autnoma fica sujeito a coima anual de acordo com o artigo 25. at demonstrao da execuo cabal do referido PRE. 7 - Verificado o cumprimento dos requisitos previstos nos nmeros anteriores emitido o respectivo certificado no mbito do SCE, cuja validade fixada na portaria referida no n. 2. Artigo 8. Requisitos energticos para os grandes edifcios de servios a construir 1 - O consumo nominal especfico de energia de um novo grande edifcio de servios sujeito ao presente Regulamento, nos termos do n. 1 do artigo 2., determinado atravs de uma simulao dinmica multizona do edifcio, utilizando metodologias de simulao que obedeam aos requisitos estabelecidos no n. 2 do artigo 13. e padres tpicos para cada tipologia de edifcio definidos e actualizados por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao, e no pode ultrapassar o valor mximo definido na mesma portaria. 2 - Aps o incio da utilizao do edifcio, ou de cada fraco autnoma, o disposto no artigo 7. integralmente aplicvel, devendo a primeira auditoria ser realizada durante o seu terceiro ano de funcionamento. 3 - Caso a primeira auditoria referida no nmero anterior demonstre um consumo superior ao valor mximo permitido, nos termos do n. 1, o proprietrio do edifcio ou fraco autnoma fica sujeito a coima anual at reposio do consumo especfico dentro dos valores legalmente previstos, salvo demonstrao inequvoca da ocorrncia de razes estranhas ao projecto e instalao dos sistemas energticos para o consumo em excesso.
4 - As grandes intervenes de reabilitao de edifcios de servios existentes so objecto dos mesmos requisitos dos novos edifcios de servios. Artigo 9. Requisitos energticos para os pequenos edifcios de servios existentes Os pequenos edifcios de servios existentes, ou cada uma das suas fraces autnomas com sistemas de climatizao abrangidos pelo presente Regulamento, nos termos do n. 1 do artigo 2., no ficam sujeitos a qualquer requisito de limitao de consumo de energia. Artigo 10. Requisitos energticos para os pequenos edifcios de servios a construir 1 - Os pequenos edifcios de servios a construir com sistemas de climatizao abrangidos pelo presente Regulamento no podem, conforme o disposto no n. 1 do artigo 2., ultrapassar um consumo nominal especfico, baseado em padres de utilizao tpicos calculado segundo uma metodologia de simulao dinmica simplificada que obedea aos requisitos definidos e actualizveis por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao e, na componente de climatizao, no podem ultrapassar 80% das necessidades de energia nominais mximas permitidas pelo RCCTE, quer para o aquecimento, Ni, quer para o arrefecimento, Nv. 2 - Ficam tambm sujeitos aos requisitos definidos no nmero anterior todas as grandes intervenes de reabilitao de pequenos edifcios de servios com sistemas de climatizao. 3 - Para efeitos do disposto no n. 1, caso no seja ainda conhecida a utilizao final de um pequeno edifcio ou fraco autnoma destinada a servios aquando do processo de licenciamento ou de autorizao, este pode ser feito definindo uma qualquer utilizao possvel compatvel com o edifcio ou fraco, sem prejuzo de utilizao posterior para outro fim. Artigo 11. Requisitos energticos para os novos edifcios de habitao com sistemas de climatizao 1 - Os novos edifcios de habitao abrangidos pelo presente Regulamento, conforme o disposto no n. 1 do artigo 2., no podem ultrapassar necessidades nominais especficas, baseadas em padres de utilizao tpicos, correspondentes a 80% das necessidades nominais de energia mximas permitidas pelo RCCTE, quer para o aquecimento, quer para o arrefecimento. 2 - Ficam tambm sujeitas aos requisitos definidos no nmero anterior todas as grandes intervenes de reabilitao de edifcios de habitao, ou de cada uma das suas fraces autnomas, com sistemas de climatizao cuja potncia seja superior a Pr. CAPTULO IV
Requisitos para a manuteno da qualidade do ar interior Artigo 12. Garantia da qualidade do ar 1 - Os novos edifcios a construir, abrangidos pelo presente Regulamento, devem ser dotados de meios naturais, mecnicos ou hbridos que garantam as taxas de renovao de ar de referncia fixadas na alnea a) do n. 2 do artigo 4. 2 - Em todos os edifcios de servios abrangidos pelo presente Regulamento, durante o seu funcionamento normal, devem ser consideradas as concentraes mximas de referncia fixadas na alnea b) do n. 2 do artigo 4. para os agentes poluentes no interior dos edifcios. 3 - Nos edifcios de servios existentes dotados de sistemas de climatizao abrangidos pelo presente Regulamento, nos termos do n. 1 do artigo 2., devem ser efectuadas auditorias QAI, no mbito do SCE, segundo metodologia por este definida, com periodicidade e complexidade adequadas ao tipo e dimenso do edifcio, estabelecidas por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao. 4 - Nas auditorias referidas no nmero anterior, devem ser medidas as concentraes de todos os poluentes referidos no n. 2, bem como, quando se justifique, efectuadas medies adicionais de outros poluentes perigosos, qumicos ou bacteriolgicos, segundo lista e metodologia fixadas na portaria a que se refere o nmero anterior. 5 - Nos casos de edifcios hospitalares em que, por outras razes especficas, forem feitas auditorias QAI fora do mbito do SCE, os respectivos resultados podem substituir os indicados nos n.os 3 e 4, desde que satisfaam, pelo menos, a periodicidade imposta pelo presente Regulamento. 6 - Quando, nas auditorias referidas nos n.os 3 a 5, forem detectadas concentraes mais elevadas do que as concentraes mximas de referncia fixadas pelo presente Regulamento, o proprietrio ou o titular do contrato de locao ou arrendamento do edifcio deve preparar um plano de aces correctivas da QAI no prazo mximo de 30 dias a contar da data de concluso da auditoria, submetendo-o aprovao do Instituto do Ambiente, ou dos rgos competentes das Regies Autnomas, ou a outras instituies por aquelas designadas para o efeito, e deve ainda apresentar os resultados de nova auditoria que comprove que a QAI desse edifcio passou a estar de acordo com as concentraes mximas de referncia previstas na alnea b) do n. 2 do artigo 4. no prazo de 30 dias aps a implementao do referido plano.
7 - Quando algum dos prazos referidos no nmero anterior no for cumprido, ou quando as causas para a insuficiente QAI se deverem a problemas derivados de falta de cumprimento do plano de manuteno exigido no artigo 19., ou quando o excesso de concentrao de algum poluente for particularmente grave, conforme definido por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente e do ordenamento do territrio e habitao, o proprietrio do edifcio fica sujeito s sanes previstas no presente Regulamento. 8 - No caso de ocorrncia de problema grave de QAI, o prazo para a sua correco pode ser reduzido para oito dias ou, se necessrio, pode ser decretado o encerramento imediato do edifcio, nos termos da alnea b) do n. 1 do artigo 26. CAPTULO V Requisitos para a concepo das instalaes mecnicas de climatizao Artigo 13. Limitao da potncia instalada em novos sistemas de climatizao 1 - As potncias trmicas de aquecimento ou de arrefecimento dos sistemas de climatizao a instalar nos edifcios abrangidos pelo presente Regulamento, nos termos do artigo 2., no podem exceder em mais de 40% o valor de projecto estabelecido pelo mtodo de clculo adoptado para dimensionar os sistemas de climatizao do edifcio, quer seja por simulao dinmica multizona, mtodo obrigatrio para os grandes edifcios de servios, quer seja por simulao dinmica simplificada, do tipo zona nica, admissvel para os pequenos edifcios de servios e para os edifcios residenciais. 2 - Os mtodos de dimensionamento adoptados devem ser tecnicamente validados e contabilizar explicitamente, pelo menos, os seguintes factores: a) Para a carga trmica de aquecimento, todos os tipos de perdas contabilizados no mtodo de clculo das necessidades de aquecimento especificado no RCCTE; b) Para a carga trmica de arrefecimento, os ganhos sensveis e latentes, em regime no permanente, devidos conduo atravs da envolvente opaca e dos envidraados, incidncia de radiao solar nos envidraados, s fontes internas de calor, resultantes de ocupantes, iluminao artificial e equipamentos, s infiltraes e renovao mecnica de ar, bem como as cargas derivadas dos prprios componentes do sistema de aquecimento, ventilao e ar condicionado (AVAC), designadamente bombas, ventiladores, sistemas de desumidificao ou de reaquecimento terminal, calculados para cada espao e para o mximo simultneo de todas as zonas servidas pelo mesmo sistema.
3 - Em caso de demonstrada necessidade face aos fins a que se destina o edifcio, nomeadamente em hospitais, empreendimentos tursticos, quando aplicvel, de categoria superior ou igual a 3 estrelas e centros comerciais, onde a falta de capacidade instalada poderia ser inadmissvel, permitido exceder o limite estabelecido no nmero anterior com a instalao de unidades de reserva. 4 - admitida a utilizao de equipamentos de srie com potncia trmica de aquecimento ou de arrefecimento no escalo imediatamente superior obtida por aplicao do disposto no n. 1. 5 - No caso de serem usados equipamentos para aquecimento e arrefecimento do tipo bomba de calor, admissvel que a potncia do equipamento a instalar ultrapasse o limite estabelecido no n. 1, para uma das potncias, garantindo-se a conformidade regulamentar da outra. Artigo 14. Requisitos de eficincia energtica no projecto de novos sistemas de climatizao 1 - Em todos os edifcios de servios novos, bem como nos existentes sujeitos a grande reabilitao, sempre que a soma das potncias de climatizao das fraces autnomas num edifcio, e para um mesmo tipo de uso, seja superior a 4 P(ndice m), obrigatoriamente adoptado um sistema de climatizao com produo trmica centralizada, aplicando-se as restries da EN 378-1, a menos que existam dificuldades tcnicas ou impedimentos de outra natureza, devidamente justificados e aceites pela entidade licenciadora, ou que seja demonstrada a no viabilidade econmica da adopo de um sistema centralizado nesse edifcio. 2 - O recurso a sistemas de climatizao servindo mais de uma fraco autnoma ou edifcio deve salvaguardar o cumprimento do presente Regulamento relativamente a cada fraco autnoma ou edifcio e relativamente aos sistemas no seu conjunto. 3 - obrigatrio o recurso a sistemas de climatizao que utilizem fontes renovveis, desde que constem de lista publicada especificamente para este efeito por despacho do director-geral de Geologia e Energia, em funo da dimenso dos sistemas e da localizao do edifcio, e actualizvel em funo dos progressos tcnicos e das condies econmicas prevalecentes, a menos que seja demonstrada a sua no viabilidade econmica. 4 - obrigatria a ligao de sistemas a redes urbanas de distribuio de calor e de frio, se existirem no local ou nas suas proximidades, a menos que seja aplicvel o disposto no nmero anterior ou que seja demonstrada a no viabilidade econmica dessa opo. 5 - obrigatria a instalao de sistemas prprios de co-gerao nos grandes edifcios com reas teis superiores ao limite fixado no n. 7 do artigo 27., actualizado periodicamente por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente, do ordenamento do territrio e da habitao, sem prejuzo da prioridade das situaes previstas nos n.os 3 e 4, salvo demonstrao da sua no viabilidade econmica.
6 - A potncia elctrica para aquecimento por efeito de Joule no pode exceder 5% da potncia trmica de aquecimento at ao limite de 25 kW por fraco autnoma de edifcio, excepto nos casos em que seja demonstrada no projecto a no viabilidade econmica da instalao de sistemas alternativos, segundo a metodologia definida no presente Regulamento. 7 - Nos sistemas destinados exclusivamente a arrefecimento permitida a instalao de equipamento destinado a reaquecimento terminal, cuja potncia no pode exceder 10% da potncia de arrefecimento a instalar, sendo admissvel o recurso a resistncia elctrica dentro das condies especificadas no nmero anterior. 8 - O recurso a unidades individuais de climatizao para aquecimento ou arrefecimento em edifcios de servios licenciados posteriormente data da entrada em vigor do Decreto-Lei n. 118/98, de 7 de Maio, ou em cada uma das suas fraces autnomas, s permitido nos espaos que apresentem cargas trmicas ou condies interiores especiais em relao s que se verificam na generalidade dos demais espaos da fraco autnoma ou edifcio, ou no ultrapassarem 12 kW de potncia instalada de ar condicionado por edifcio ou fraco autnoma, ou quando houver dificuldades tcnicas ou impedimentos fortes de outra qualquer natureza devidamente justificados e aceites pela entidade licenciadora. 9 - obrigatrio o recurso recuperao de energia no ar de rejeio, na estao de aquecimento, com uma eficincia mnima de 50%, ou recuperao de calor equivalente, sempre que a potncia trmica de rejeio em condies de projecto seja superior a 80 kW, excepto nos casos em que seja demonstrada em projecto a no viabilidade econmica da sua instalao, segundo a metodologia definida no presente Regulamento. 10 - Nos sistemas de climatizao do tipo tudo ar, com um caudal de ar de insuflao superior a 10000 m3/h, obrigatria a instalao de dispositivos que permitam o arrefecimento dos locais apenas com ar exterior quando a temperatura ou a entalpia do ar exterior forem inferiores do ar de retorno, excepto nos casos em que seja demonstrada a no viabilidade econmica da sua instalao, segundo a metodologia definida no presente Regulamento. 11 - Os sistemas de climatizao que so objecto do presente Regulamento tm necessariamente de dispor de meios de registo do consumo prprio de energia. 12 - Todo o sistema de climatizao comum a vrias fraces autnomas ou edifcios tem necessariamente de dispor de dispositivos para contagem dos consumos de energia de cada uma das fraces autnomas ou edifcios servidos pelo sistema. 13 - A eficincia nominal dos equipamentos de aquecimento e de arrefecimento dos sistemas abrangidos pelo presente Regulamento, expressa em termos de energia final, no deve ser inferior aos valores indicados nas directivas europeias aplicveis transpostas para a legislao nacional.
14 - obrigatrio o recurso repartio da potncia de aquecimento em contnuo ou por escales, de acordo com o indicado no anexo II, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante, excepto nos casos em que, pelos seus baixos consumos, seja demonstrada a no viabilidade econmica desta repartio, segundo a metodologia definida no presente Regulamento. 15 - Todos os equipamentos dos sistemas de climatizao com potncia elctrica instalada superior a 12 kW, ou potncia trmica mxima em combustveis fsseis superior a 100 kW, que integram os sistemas que so objecto do presente Regulamento, tm de dispor de meios de registo individual para contagem dos consumos de energia, autnomos ou atravs de sistemas centralizados de monitorizao. 16 - Os elementos propulsores dos fluidos de transporte, cujos motores devem ter classificao mnima EFF2, conforme classificao nos termos do acordo voluntrio entre os fabricantes de motores elctricos e a Comisso Europeia, so seleccionados de modo que o seu rendimento seja mximo nas condies de funcionamento nominal, e as respectivas potncias devem ser adequadas s perdas de carga que tm de vencer, sendo que, no caso dos equipamentos de caudal varivel, este requisito se aplica sob condies de funcionamento mdio ao longo do respectivo perodo de funcionamento anual. 17 - Todas as redes de transporte de fluidos e respectivos acessrios e componentes devem ser termicamente isolados, e ter barreira contra vapor no caso das tubagens de gua arrefecida, devendo as espessuras de isolamento obedecer aos valores mnimos definidos no anexo III, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante, em funo da dimenso dos componentes a isolar, do tipo de isolamento e da temperatura do fluido em circulao. 18 - obrigatria a especificao no projecto de todos os acessrios que permitam uma fcil monitorizao e manuteno preventiva dos sistemas, de acordo com lista especificada no anexo IV, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante. Artigo 15. Sistemas de regulao e controlo 1 - A adopo de sistemas de regulao e controlo obrigatria em qualquer sistema de climatizao, com vista a garantir, pelo menos, as seguintes funes: a) Limitao da temperatura de conforto mxima e mnima, conforme o que for aplicvel, em qualquer dos espaos ou grupos de espaos climatizados pelo sistema em causa; b) Regulao da potncia de aquecimento e de arrefecimento das instalaes s necessidades trmicas dos edifcios; c) Possibilidade de fecho ou reduo automtica da climatizao, por espao ou grupo de espaos, em perodo de no ocupao.
2 - O sistema de regulao e controlo, quando aplicvel, deve permitir a sua integrao num sistema de gesto tcnica de energia, o qual pode sobrepor-se quele, alterando as condies ambientais interiores, sempre que tal seja considerado necessrio em face do resultado da anlise de todos os dados disponveis, mas sem pr em causa a QAI. Artigo 16. Sistemas de monitorizao e de gesto de energia 1 - A monitorizao e a gesto de energia so obrigatrias a partir do limiar de potncia trmica do sistema de climatizao a instalar definido no n. 6 do artigo 27., actualizvel por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente, do ordenamento do territrio e da habitao. 2 - O sistema de gesto de energia obrigatrio a partir de um limiar de potncia trmica do sistema de climatizao a instalar, conforme definido e actualizvel por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente, do ordenamento do territrio e da habitao. 3 - A portaria referida no nmero anterior fixa tambm um segundo limiar de potncia instalada, a partir do qual o sistema de gesto de energia tem de permitir a optimizao centralizada da parametrizao do sistema de climatizao. CAPTULO VI Construo, ensaios e manuteno das instalaes Artigo 17. Equipamentos instalados 1 - O equipamento de srie instalado nos sistemas de climatizao deve possuir certificado de conformidade, nos termos do disposto no artigo 9. do Decreto-Lei n. 113/93, de 10 de Abril. 2 - Os equipamentos devem ostentar chapa de identificao em local bem visvel e ser acompanhados de documentao tcnica em lngua portuguesa. 3 - Os sistemas de climatizao devem possuir mecanismos de proteco, de acordo com as instrues dos fabricantes e a regulamentao existente, para cada tipo de equipamento constituinte da instalao. Artigo 18. Ensaios de recepo
Todas as instalaes dos sistemas sujeitos ao presente Regulamento tm de ser submetidas a ensaios de recepo segundo metodologia definida, actualizvel por portaria conjunta dos ministros responsveis pelas reas da economia, das obras pblicas, do ambiente, do ordenamento do territrio e da habitao. Artigo 19. Conduo e manuteno das instalaes 1 - Todos os sistemas energticos dos edifcios, ou fraces autnomas, devem ser mantidos em condies adequadas de operao para garantir o respectivo funcionamento optimizado e permitir alcanar os objectivos pretendidos de conforto ambiental, de QAI e de eficincia energtica. 2 - As instalaes e equipamentos que so objecto do presente Regulamento devem possuir um plano de manuteno preventiva que estabelea claramente as tarefas de manuteno previstas, tendo em considerao a boa prtica da profisso, as instrues dos fabricantes e a regulamentao existente para cada tipo de equipamento constituinte da instalao, o qual deve ser elaborado e mantido permanentemente actualizado sob a responsabilidade de tcnicos com as qualificaes e competncias definidas no artigo 21.
3 - Do plano de manuteno preventiva devem constar, pelo menos: a) A identificao completa do edifcio e sua localizao; b) A identificao e contactos do tcnico responsvel; c) A identificao e contactos do proprietrio e, se aplicvel, do locatrio; d) A descrio e caracterizao sumria do edifcio e dos respectivos compartimentos interiores climatizados, com a indicao expressa: i) Do tipo de actividade nele habitualmente desenvolvida; ii) Do nmero mdio de utilizadores, distinguindo, se possvel, os permanentes dos ocasionais; iii) Da rea climatizada total; iv) Da potncia trmica total; e) A descrio detalhada dos procedimentos de manuteno preventiva dos sistemas energticos e da optimizao da QAI, em funo dos vrios tipos de equipamentos e das caractersticas especficas dos seus componentes e das potenciais fontes poluentes do ar interior; f) A periodicidade das operaes de manuteno preventiva e de limpeza; g) O nvel de qualificao profissional dos tcnicos que as devem executar;
h) O registo das operaes de manuteno realizadas, com a indicao do tcnico ou tcnicos que as realizaram, dos resultados das mesmas e outros eventuais comentrios pertinentes; i) O registo das anlises peridicas da QAI, com indicao do tcnico ou tcnicos que as realizaram; j) A definio das grandezas a medir para posterior constituio de um histrico do funcionamento da instalao. 4 - A existncia do plano de manuteno preventiva, cuja conformidade com o especificado no nmero anterior deve ser comprovada pelo SCE, condio necessria emisso do certificado emitido por perito qualificado, no mbito do SCE. 5 - As operaes de manuteno, executadas sob a responsabilidade do tcnico referido no n. 2, devem ser executadas por tcnicos de manuteno certificados, com as qualificaes e competncias definidas no artigo 22. 6 - Todas as alteraes introduzidas nas instalaes de climatizao devem ser obrigatoriamente registadas no projecto e em livro de registo de ocorrncias, que faz sempre parte integrante dos procedimentos de manuteno do edifcio. 7 - Todos os equipamentos componentes das instalaes de climatizao tm de estar acessveis para efeitos de manuteno, assim como as portas de visita para inspeco e limpeza da rede de condutas, se existirem. 8 - Na sala das mquinas deve ser instalado um ou mais diagramas facilmente visveis em que se representem esquematicamente os sistemas de climatizao instalados, bem como uma cpia do projecto devidamente actualizado e instrues de operao e actuao em caso de emergncia. Artigo 20. Auditorias a caldeiras e equipamentos de ar condicionado 1 - Todas as caldeiras de sistemas de aquecimento com potncia superior a um limiar definido por despacho do director-geral de Geologia e Energia, em funo da fonte de energia que utilizarem, ficam sujeitas a inspeces peridicas com vista determinao da sua eficincia e anlise de eventual recomendao de substituio, em caso de viabilidade econmica, mesmo em edifcios no sujeitos a quaisquer outras exigncias do presente Regulamento. 2 - Os sistemas de aquecimento com caldeiras de potncia nominal superior a 20 kW ficam sujeitos a uma inspeco pontual, a realizar no prazo de seis meses aps o decurso de 15 anos desde a data da sua entrada em funcionamento, ou no prazo de 3 anos a contar da data de entrada em vigor do presente Regulamento, para as instalaes que j tenham 15 anos de idade nesta data, com vista determinao da sua eficincia e anlise de eventual recomendao de substituio, em caso de viabilidade econmica, mesmo em edifcios no sujeitos a quaisquer outras exigncias do presente Regulamento.
3 - Todos os edifcios ou fraces autnomas de edifcios com uma potncia de ar condicionado instalada superior a um limiar fixado por despacho do director-geral de Geologia e Energia ficam sujeitas a inspeces peridicas com vista determinao da sua eficincia e anlise de eventual recomendao de substituio, em caso de viabilidade econmica. 4 - As inspeces referidas no presente artigo devem ser requeridas pelo proprietrio do edifcio ou fraco autnoma a elas sujeito, ou seu representante, e realizadas no mbito do SCE. Artigo 21. Tcnico responsvel pelo funcionamento 1 - Para cada edifcio de servios, ou fraco autnoma, abrangido pelo presente Regulamento, nos termos do n. 1 do artigo 2., deve existir um tcnico responsvel pelo bom funcionamento dos sistemas energticos de climatizao, incluindo a sua manuteno, e pela qualidade do seu ar interior, bem como pela gesto da respectiva informao tcnica. 2 - O tcnico responsvel indicado ao organismo responsvel pelo SCE pelo proprietrio, pelo locatrio ou pelo usufruturio, se tal obrigao constar expressamente de contrato vlido. 3 - A indicao referida no nmero anterior deve ser acompanhada do respectivo termo de responsabilidade e efectuada no prazo de 10 dias aps a emisso do alvar de licena de utilizao ou da autorizao, ou no prazo de um ano aps a entrada em vigor do presente Regulamento, no caso de edifcios ou fraces autnomas j existentes e cuja utilizao esteja licenciada ou autorizada. 4 - O proprietrio promove a afixao no edifcio ou fraco autnoma, com carcter de permanncia, da identificao do tcnico responsvel, em local acessvel e bem visvel. 5 - A alterao de responsvel tcnico deve ser comunicada pelo proprietrio ou locatrio ao SCE, acompanhada da indicao do novo responsvel e respectivo termo de responsabilidade, no prazo mximo de 30 dias. 6 - Os tcnicos responsveis referidos no n. 1 devem ter qualificaes tcnicas mnimas exigidas para o exerccio dessa funo, a estabelecer em protocolo entre a Direco-Geral de Geologia e Energia, o Instituto do Ambiente e as associaes profissionais e do sector do AVAC, que salvaguarde a sua formao de base, o seu currculo profissional e a sua adequada actualizao profissional em prazo no superior a cinco anos. 7 - Nos pequenos edifcios ou fraces autnomas de servios, a responsabilidade referida no n. 1 pode ser assegurada pelo respectivo tcnico de manuteno. Artigo 22. Tcnico de instalao e manuteno de sistemas de climatizao e de QAI
1 - A montagem e manuteno dos sistemas de climatizao e de QAI acompanhada por um tcnico de instalao e manuteno de sistemas de climatizao e por um tcnico de QAI ou por um tcnico que combine ambas as valncias. 2 - O tcnico de instalao e de manuteno de sistemas de climatizao at uma potncia nominal limite de 4 P(ndice m) deve satisfazer uma das seguintes condies: a) Habilitao com o curso de formao de Electromecnico de Refrigerao e Climatizao do Instituto do Emprego e Formao Profissional (IEFP), nvel II, ou outro equivalente aprovado pelo SCE, e com mais de dois anos de experincia profissional; b) Experincia profissional como electromecnico de refrigerao e climatizao com mais de cinco anos de prtica profissional devidamente comprovada e aprovao em exame aps anlise do seu curriculum vitae por uma comisso tripartida a estabelecer em protocolo entre o SCE e as associaes profissionais e do sector de AVAC. 3 - O tcnico de instalao e manuteno de sistemas de climatizao com potncias nominais superiores a 4 P(ndice m) deve satisfazer uma das seguintes condies: a) Habilitao com o curso de formao de Tcnico de Refrigerao e Climatizao do IEFP, nvel III, ou com outro curso equivalente aprovado pelo SCE e com mais de cinco anos de prtica profissional, aps aproveitamento em curso de especializao em QAI aprovado pelo SCE; b) Experincia profissional como electromecnico de refrigerao e climatizao com mais de sete anos de prtica profissional devidamente comprovada, aps aproveitamento em curso de especializao em qualidade do ar interior aprovado pelo SCE e aprovao em exame aps anlise do seu curriculum vitae por uma comisso tripartida a estabelecer em protocolo entre o SCE e as associaes profissionais e do sector de AVAC. 4 - Na operao de manuteno dos sistemas de climatizao que contenham substncias que empobrecem a camada de ozono, o disposto nos nmeros anteriores no prejudica a aplicao do Decreto-Lei n. 152/2005, de 31 de Agosto. 5 - O tcnico de QAI deve satisfazer uma das seguintes condies: a) Dois anos de experincia profissional devidamente comprovada no sector e ter frequentado, com aproveitamento, curso complementar em QAI, nvel II, aprovado pelo SCE; b) Aprovao em exame aps anlise do seu curriculum vitae por uma comisso tripartida a estabelecer em protocolo entre o SCE e as associaes profissionais e do sector de AVAC.
6 - Os tcnicos referidos no presente artigo devem estar inseridos em empresas de instalao e manuteno de sistemas de climatizao ou empresas de higiene ambiental devidamente habilitadas pelo Instituto dos Mercados de Obras Pblicas e Particulares e do Imobilirio (IMOPPI) nos termos da legislao aplicvel e demonstrar a sua adequada actualizao profissional em prazo no superior a cinco anos, segundo protocolo a estabelecer entre a Direco-Geral de Geologia e Energia, o Instituto do Ambiente e as associaes profissionais e do sector do AVAC. CAPTULO VII Licenciamento Artigo 23. Licenciamento ou autorizao de construo 1 - Os procedimentos de licenciamento ou de autorizao de operaes urbansticas de edificao devem assegurar a demonstrao do cumprimento do presente Regulamento. 2 - O procedimento de licenciamento ou de autorizao de edificao deve incluir: a) O projecto de licenciamento das instalaes mecnicas de climatizao que descreva as solues adoptadas e a sua total conformidade com as exigncias do presente Regulamento; b) Uma ficha de sumrio da situao do edifcio face ao Regulamento dos Sistemas Energticos e de Climatizao dos Edifcios (RSECE), conforme modelo da ficha n. 1 no anexo V, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante; c) Um levantamento dimensional para cada fraco autnoma do edifcio, segundo o modelo da ficha n. 2 do referido anexo V, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante, que inclui uma descrio sumria das solues construtivas utilizadas; d) O clculo dos valores das necessidades nominais especficas de energia do edifcio e das potncias mximas que permitido instalar, nos termos regulamentares; e) Termo de responsabilidade do tcnico responsvel pelo projecto declarando a satisfao dos requisitos do presente Regulamento; f) Declarao de conformidade regulamentar subscrita por perito qualificado, no mbito do SCE. 3 - O requerimento de licena ou autorizao de utilizao deve incluir o certificado emitido por perito qualificado, no mbito do SCE. 4 - O disposto nos n.os 2 e 3 aplicvel, com as devidas adaptaes, s operaes urbansticas de edificao promovidas pela Administrao Pblica e entidades concessionrias de obras ou servios pblicos, isentas de licenciamento ou autorizao. Artigo 24.
Responsabilidade pelo projecto e pela execuo A responsabilidade pela demonstrao do cumprimento das exigncias decorrentes do presente Regulamento tem de ser assumida por um engenheiro, reconhecido pela Ordem dos Engenheiros (OE), ou por um engenheiro tcnico, reconhecido pela Associao Nacional dos Engenheiros Tcnicos (ANET), com qualificaes para o efeito. CAPTULO VIII Sanes e coimas Artigo 25. Contra-ordenaes e aplicao de coimas 1 - Constitui contra-ordenao punvel com coima de (euro) 1250 a (euro) 3500, para pessoas singulares, e de (euro) 5000 a (euro) 40000, para pessoas colectivas: a) Nos edifcios de servios existentes, a violao do disposto nos n.os 1, 2, 6, 7, 8, 11, 12, 15 e 18 do artigo 14., nos artigos 15. e 17. e nos n.os 6 e 8 do artigo 19.; b) Nos edifcios de servios existentes, a no implementao do plano de aces correctivas da QAI previsto no n. 6 do artigo 12. no prazo mximo de 30 dias a partir da data de concluso de uma auditoria em que sejam detectadas concentraes mais elevadas do que as permitidas, ou quando as causas para a insuficiente QAI detectadas na auditoria se deverem a problemas derivados de falta de cumprimento do plano de manuteno exigido no artigo 19.; c) O atraso injustificado na implementao das medidas de carcter obrigatrio aplicadas na sequncia das auditorias e inspeces peridicas; d) A no comunicao entidade gestora do SCE, no prazo legalmente estabelecido pelo RSECE, a designao dos tcnicos responsveis pelo edifcio e pela sua manuteno. 2 - violao dos consumos mximos permitidos, nos termos dos artigos 7. e 8., corresponde anualmente, durante os dois primeiros anos contados a partir da data de concluso da auditoria que originou o PRE, por ano ou fraco, a um valor entre 1,5 e 2,5 vezes o custo da diferena entre o consumo real do edifcio e o mximo permitido para a respectiva tipologia e localizao durante a totalidade do ano correspondente, com um valor mnimo de (euro) 1000 por ano para pessoas singulares e de (euro) 12500 por ano para pessoas colectivas e um mximo de (euro) 3740,98 por ano para pessoas singulares e de (euro) 44891,81 por ano para pessoas colectivas, terminando a aplicao da coima anual quando forem tomadas todas as medidas necessrias correco do excesso de consumo identificado, conforme comprovao por entidade no mbito do SCE.
3 - A partir do final do segundo ano de no correco das causas de excesso de consumo referidas no nmero anterior, a coima acrescida, anualmente, de 50% do valor da aplicada no ano anterior, na observncia dos respectivos limites legais mximos. 4 - A negligncia e a tentativa so punveis. 5 - A iniciativa para a instaurao e instruo dos processos de contra-ordenao previstos nas alneas a), c) e d) do n. 1 e nos n.os 2 e 3 compete Direco-Geral de Geologia e Energia, na sequncia de comunicao da entidade competente do SCE, face aos resultados das auditorias a projectos e a instalaes onde se indiquem as violaes do articulado do presente Regulamento. 6 - A aplicao das coimas correspondentes s contra-ordenaes previstas no nmero anterior da competncia do director-geral de Geologia e Energia. 7 - A iniciativa para a instaurao e instruo dos processos de contra-ordenao previstas na alnea b) do n. 1 compete Inspeco-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Territrio, na sequncia de comunicao da entidade competente do SCE, face aos resultados das auditorias a projectos e a instalaes onde se indiquem as violaes do articulado do presente Regulamento. 8 - A aplicao das coimas correspondentes s contra-ordenaes previstas no nmero anterior da competncia do inspector-geral do Ambiente e do Ordenamento do Territrio. 9 - O produto das coimas referidas na alnea b) do n. 1 reverte em: a) 60% para os cofres do Estado; b) 40% para a Inspeco-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Territrio. 10 - O produto das restantes coimas reverte em: a) 60% para os cofres do Estado; b) 40% para a Direco-Geral de Geologia e Energia. Artigo 26. Sanes acessrias 1 - Cumulativamente com a coima, pode a autoridade competente determinar a aplicao das seguintes sanes acessrias, em funo da gravidade da contra-ordenao: a) Suspenso de licena ou autorizao de utilizao; b) Encerramento do edifcio; c) Suspenso do exerccio das actividades e funes previstas nos artigos 21. e 22.
2 - As sanes referidas nas alneas a) e b) do nmero anterior apenas so aplicadas quando o excesso de concentrao de algum poluente for particularmente grave e haja causa potencial de perigo para a sade pblica. 3 - As sanes referidas na alnea c) do n. 1 so aplicadas pela autoridade competente no mbito do SCE, conforme os n.os 5 e 7 do artigo 25., quando os tcnicos que praticaram a contra-ordenao o fizeram com grave abuso da funo ou com manifesta e grave violao dos deveres que lhe so inerentes e tm a durao mxima de dois anos contados a partir da deciso condenatria definitiva. 4 - As sanes referidas no nmero anterior so notificadas OE ou ANET, no caso de tcnicos nelas inscritos, entidade competente do SCE e ao IMOPPI, quando as sanes forem aplicadas s empresas ou aos respectivos tcnicos. CAPTULO IX Disposies transitrias Artigo 27. Limites mnimos para aplicao do presente Regulamento 1 - At publicao da portaria referida na alnea a) do n. 1 do artigo 2., o presente Regulamento aplica-se a todos os grandes edifcios de servios existentes com uma rea til superior a 1000 m2. 2 - Para edifcios existentes do tipo centros comerciais, supermercados, hipermercados e piscinas aquecidas cobertas, o limite referido no nmero anterior reduzido para 500 m2. 3 - At publicao da portaria referida na alnea a) do n. 1 do artigo 2., consideram-se abrangidos pelos requisitos de QAI previstos para os pequenos edifcios de servios existentes todos os edifcios ou fraces autnomas de edifcios existentes com rea til inferior ao limite fixado nos n.os 1 ou 2 do presente artigo, conforme a tipologia do edifcio. 4 - At publicao da portaria referida na alnea b) do n. 1 do artigo 2., o presente Regulamento aplica-se ao licenciamento de todos os grandes edifcios de servios novos e para os pequenos edifcios de servios novos com uma potncia instalada P(ndice m) superior a 25 kW para climatizao. 5 - At publicao da portaria referida na alnea c) do n. 1 do artigo 2., o presente Regulamento aplica-se ao licenciamento de todos os edifcios ou fraces autnomas residenciais novos com uma potncia instalada P(ndice r) superior a 25 kW para climatizao. 6 - At publicao das portarias referidas no artigo 16., obrigatria a instalao de: a) Sistema de monitorizao a partir de uma potncia instalada de 4 P(ndice m); b) Sistema de gesto de energia a partir de uma potncia instalada de 8 P(ndice m);
c) Sistema de gesto de energia com possibilidade de optimizao centralizada da parametrizao a partir de uma potncia instalada de 10 P(ndice m). 7 - At publicao da portaria referida no n. 5 do artigo 14 ., obrigatrio o estudo da viabilidade econmica de sistemas de co-gerao nos seguintes tipos de edifcios com mais de 10000 m2 de rea til: a) Estabelecimentos de sade com internamento; b) Empreendimentos tursticos, quando aplicvel, de 4 ou mais estrelas; c) Centros comerciais; d) Piscinas aquecidas com mais de 200 m2 de plano de gua. Artigo 28. Requisitos de conforto trmico At publicao de portaria especfica, usam-se os mesmos valores definidos pelo RCCTE, no que se refere aos requisitos de conforto trmico. Artigo 29. Requisitos de qualidade do ar 1 - At publicao da portaria referida no n. 2 do artigo 4. para satisfao do disposto na respectiva alnea a), no projecto dos novos edifcios dotados de sistemas de climatizao com ventilao mecnica abrangidos pelo presente Regulamento devem ser garantidos os caudais mnimos de ar novo que constam do anexo VI publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante, para renovao do ar interior e qualidade do ar aceitvel em espaos em que no haja fontes atpicas de poluentes e sem fumadores. 2 - Em espaos onde seja permitido fumar servidos por novas instalaes de climatizao sujeitas aos requisitos do presente Regulamento, os valores da tabela referidos no mencionado anexo VI passam a, pelo menos, 60 m3/(h.ocupante), devendo esses espaos ser colocados em depresso relativamente aos espaos contguos onde no seja permitido fumar. 3 - Em espaos de no fumadores em que sejam utilizados materiais de construo ou de acabamento ou revestimento no ecologicamente limpos, os sistemas de renovao do ar em novas instalaes de climatizao sujeitas aos requisitos do presente Regulamento devem ser concebidos para poderem fornecer, se necessrio, caudais aumentados em 50% relativamente aos correspondentes referidos no n. 1, por forma a garantir as concentraes mximas de referncia de poluentes indicadas no n. 8 do presente artigo durante o funcionamento normal do edifcio.
4 - Em espaos com fontes atpicas de poluentes servidos por novas instalaes de climatizao sujeitas aos requisitos do presente Regulamento, os caudais de ar novo de renovao devem ser suficientes para garantir, em funcionamento normal, as concentraes mximas de referncia de poluentes referidas no n. 8. 5 - Os valores referidos no n. 1 podem ser aumentados para tipologias especficas, nomeadamente edifcios escolares, hospitais e similares, locais de entretenimento, e outras, sempre que as entidades oficiais que tutelam o sector assim o determinem. 6 - Os caudais de ar novo de renovao referidos nos n.os 1 a 5 referem-se a valores efectivamente introduzidos nos espaos ocupados, devendo o dimensionamento dos sistemas ter em conta a eficincia til de ventilao introduzida. 7 - At publicao da portaria referida no n. 1 do presente artigo, no projecto dos novos edifcios dotados de sistemas de climatizao abrangidos pelo presente Regulamento que recorram exclusivamente ventilao natural devem ser garantidas solues da envolvente que tenham aberturas permanentes ou controlveis que permitam taxas de renovao mdias do ar interior equivalentes s referidas nos n.os 1 a 4, em total observncia do disposto na NP 1037-1. 8 - At publicao da portaria referida no n. 2 do artigo 4., para satisfao do disposto na respectiva alnea b), as concentraes mximas de referncia de poluentes no interior dos edifcios existentes abrangidos pelo presente Regulamento so: a) As que constam da lista publicada como anexo VII ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante; b) Para microorganismos, 500 unidades formadoras de colnias (UFC), sendo detectados bactrias e fungos; c) 400 Bq/m3 de Radon, sendo a sua pesquisa obrigatria apenas em edifcios construdos em zonas granticas, nomeadamente nos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu e Castelo Branco. 9 - Em edifcios com sistemas de climatizao em que haja produo de aerossis, nomeadamente onde haja torres de arrefecimento ou humidificadores por gua lquida, ou com sistemas de gua quente para chuveiros onde a temperatura de armazenamento seja inferior a 60C as auditorias da QAI incluem tambm a pesquisa da presena de colnias de Legionella em amostras de gua recolhidas nos locais de maior risco, nomeadamente tanques das torres de arrefecimento, depsitos de gua quente e tabuleiros de condensao, no devendo ser excedido um nmero superior a 100 UFC. 10 - Para efeitos das auditorias de QAI especificadas no n. 3 do artigo 12. as medies das concentraes referidas no n. 8 devem ser feitas quando as condies exteriores forem normais, isto , em que no tenham sido atingidos os nveis de poluio atmosfrica exterior que correspondam a metade dos valores limites permitidos no nmero anterior.
11 - A persistncia de poluio atmosfrica exterior acima dos nveis definidos no nmero anterior, nomeadamente em ambientes urbanos ou locais prximos de fontes especiais de poluio, deve justificar a adopo de medidas especiais, incluindo aumento das taxas de renovao ou instalao de dispositivos especiais de limpeza do ar novo ou do ar interior, por forma a atingir valores de concentraes abaixo das indicadas no n. 8, durante o funcionamento normal do edifcio. 12 - Os nveis de poluio interior considerados particularmente graves, nos termos do n. 7 do artigo 12., so os indicados nos n.os 8 e 9 acrescidos de 50%. Artigo 30. Mtodos de clculo das necessidades energticas especficas 1 - At publicao das portarias referidas no n. 1 do artigo 8. e no n. 1 do artigo 10., as metodologias de clculo dinmicas simplificadas a adoptar no mbito do presente Regulamento, incluindo os mtodos de previso de consumo de energia e os padres de referncia de utilizao para cada tipologia de edifcio, so os que constam dos anexos VIII e XV, publicados em anexo ao presente Regulamento e que dele fazem parte integrante. 2 - Para efeitos da aplicao do disposto no n. 2 do artigo 13., a norma aplicvel acreditao de programas de simulao detalhados, salvo despacho em contrrio do director-geral de Energia e Geologia, a ASHRAE 140-2004. Artigo 31. Valores limites energticos especficos dos edifcios 1 - At publicao da portaria referida no n. 2 do artigo 7., os consumos globais especficos dos edifcios de servios existentes acima dos quais necessria a elaborao obrigatria de um PRE so traduzidos pelo respectivo indicador de eficincia energtica (IEE), calculado pela metodologia fixada no anexo IX, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante. 2 - Os valores limites dos consumos globais especficos dos edifcios so expressos em energia primria de acordo com o anexo X, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante. 3 - At publicao das portarias referidas nos n.os 1 dos artigos 8. e 10., os valores de referncia limites dos consumos nominais especficos dos novos edifcios de servios a construir traduzidos pelo respectivo IEE esto indicados no anexo XI, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante.
4 - Para edifcios ou fraces autnomas que incluam espaos de mais de uma tipologia das indicadas no nmero anterior, o valor limite do IEE deve ser calculado numa base proporcional aos limites de cada tipologia, em funo da rea til respectiva, ou em funo de outros parmetros ou metodologias de clculo propostos pelos interessados ou por associaes representativas de um sector, desde que devidamente justificados e aceites pelo SCE. 5 - Para as tipologias indicadas no anexo XII, e at publicao do despacho do director-geral de Geologia e Energia referido no n. 2 do artigo 3., o IEE pode ser alternativamente calculado com base no indicador constante da lista publicada como anexo XII, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante. 6 - Para tipologias de edifcios que no constem das listas includas no presente artigo, os limites so fixados por despacho do director-geral de Geologia e Energia, sob proposta do SCE. Artigo 32. Critrio de definio de viabilidade econmica das medidas de melhoria de eficincia energtica em edifcios 1 - At publicao da portaria referida no n. 5 do artigo 7., so de implementao obrigatria todas as medidas de eficincia energtica que tenham um perodo de retorno simples, calculado segundo a metodologia especificada no anexo XIII, publicada em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante, de oito anos ou menor, incluindo como custos elegveis para o clculo do perodo de retorno os correspondentes a um eventual financiamento bancrio da execuo das medidas. 2 - At publicao do despacho do director-geral de Geologia e Energia referido no n. 3 do artigo 14., so de considerao prioritria obrigatria nos edifcios novos e nas grandes reabilitaes, salvo demonstrao de falta de viabilidade econmica pelo projectista, utilizando a metodologia referida no nmero anterior, ou por outros impedimentos devidamente justificados e aceites pela entidade licenciadora, os seguintes sistemas de energias alternativas: a) Sistemas de colectores solares planos para produo de gua quente sanitria (AQS); b) Sistemas de aproveitamento de biomassa ou resduos, quando disponveis; c) Sistemas de aproveitamento da energia geotrmica, sempre que disponvel; d) Sistemas autnomos, combinando solar trmico, solar fotovoltaico, elico, etc., em locais distantes da rede elctrica pblica. Artigo 33. Requisitos de manuteno da qualidade do ar interior 1 - At publicao da portaria referida no n. 3 do artigo 12., a periodicidade das auditorias de QAI a seguinte:
a) De dois em dois anos no caso de edifcios ou locais que funcionem como estabelecimentos de ensino ou de qualquer tipo de formao, desportivos e centros de lazer, creches, infantrios ou instituies e estabelecimentos para permanncia de crianas, centros de idosos, lares e equiparados, hospitais, clnicas e similares; b) De trs em trs anos no caso de edifcios ou locais que alberguem actividades comerciais, de servios, de turismo, de transportes, de actividades culturais, escritrios e similares; c) De seis em seis anos em todos os restantes casos. 2 - At publicao da portaria referida no n. 4 do artigo 12., nas auditorias referidas no n. 3 do mesmo artigo devem ser tomadas, em casos julgados justificveis, as seguintes medidas: a) Avaliao das condies higinicas do sistema AVAC, por inspeco visual e medio quantitativa da sujidade (poeiras) no interior de condutas e das UTA, incluindo o tabuleiro de condensados e tanques das torres de arrefecimento, caso existam, por forma a evitar a presena de agentes patognicos transmissveis por via respiratria em nmero considerado significativo, pelas normas europeias; b) Avaliao da capacidade de filtragem do sistema, por verificao do estado dos filtros e da sua eficcia. Artigo 34. Periodicidade das auditorias energticas nos grandes edifcios de servios existentes At publicao da portaria referida no n. 2 do artigo 7., a periodicidade das auditorias para quantificao dos consumos energticos globais nos edifcios de seis anos. Artigo 35. Ensaios de recepo de instalaes 1 - At publicao da portaria referida no artigo 18., os ensaios de recepo obrigatrios so os definidos no anexo XIV, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante. 2 - Para cada ensaio devem ser previamente estabelecidos as metodologias de execuo e os critrios de aceitao. 3 - Dos ensaios indicados deve ser feito relatrio adequado comprovativo da data da sua realizao, dos respectivos tcnicos responsveis, bem como dos resultados obtidos que satisfaam os critrios pretendidos, devidamente validado pelo dono da obra ou seu representante. 4 - Os ensaios que no produzem resultados satisfatrios devem ser repetidos, aps as medidas de correco apropriadas na instalao, at que os critrios pretendidos sejam integralmente satisfeitos.
5 - O relatrio referido no n. 3 condio necessria para que o edifcio, ou as suas fraces autnomas, possam receber licena ou autorizao de utilizao, devendo ser entregue cpia do mesmo entidade do SCE a quem for solicitada a emisso do certificado energtico, bem como entidade licenciadora. Artigo 36. Periodicidade de inspeces a caldeiras e equipamentos de ar condicionado At publicao do despacho do director-geral de Geologia e Energia referido no artigo 20., a periodicidade das inspeces a realizar a seguinte: a) Caldeiras alimentadas a combustveis lquidos ou slidos de potncia nominal til de 20 kW a 100 kW - seis anos; b) Caldeiras alimentadas por combustveis lquidos ou slidos no renovveis com uma potncia nominal til superior a 100 kW - dois anos ou um ano, se superior a 500 kW; c) Caldeiras que utilizem combustveis gasosos com uma potncia nominal til superior a 100 kW trs anos ou dois anos, se superior a 500 kW; d) Equipamentos de ar condicionado com uma potncia nominal til superior a 12 kW mas inferior a 100 kW - trs anos; e) Equipamentos de ar condicionado com uma potncia nominal til superior a 100 kW - um ano. ANEXO I Definies a) Aquecimento - forma de climatizao pela qual possvel controlar a temperatura mnima num local. b) Ar condicionado - forma de climatizao que permite controlar a temperatura, a humidade, a qualidade e a velocidade do ar num local. Pode tambm designar, por simplificao corrente, um sistema de arrefecimento servindo apenas um espao (v. definio de unidade individual). c) Ar de extraco - ar que extrado do local pelo sistema de climatizao. d) Ar de infiltrao - ar exterior que penetra no local climatizado de forma natural atravs de frinchas ou outras aberturas informais nas diferentes componentes da envolvente, por fora das diferenas de presso que se estabelecem entre o exterior e o interior nas diferentes faces da envolvente em funo da sua orientao relativa direco do vento. Tambm designado apenas por infiltraes. e) Ar de insuflao - ar que introduzido pelo sistema de climatizao no local climatizado.
f) Ar de rejeio ou ar de exausto - ar que extrado do local pelo sistema de climatizao e que lanado no exterior. Pode ser todo ou apenas parte do ar de extraco (v. definio de ventilao). g) Ar de retorno - ar de extraco no rejeitado no exterior e misturado com o ar novo para, aps tratamento, se tornar no ar de insuflao. h) Ar exterior - ar exterior ao espao ou local climatizado e que se identifica em geral com o ar ambiente (v. definio de ventilao). i) Ar novo - ar exterior que introduzido no sistema de climatizao para renovao do ar do local com fins de higiene e sade. Identifica-se no todo ou em parte com o ar de insuflao (v. definio de ventilao). j) rea til - soma das reas, medidas em planta pelo permetro interior das paredes, de todos os compartimentos de um edifcio ou de uma fraco autnoma, incluindo vestbulos, circulaes internas, instalaes sanitrias, arrumos interiores rea habitvel e outros compartimentos de funo similar, incluindo armrios nas paredes. l) Arrefecimento - forma de climatizao que permite controlar a temperatura mxima de um local. m) Auditoria - mtodo de avaliao da situao energtica ou da QAI existente num edifcio ou fraco autnoma e que, no caso do presente Regulamento, pode revestir, no que respeita energia, conforme os casos, as formas de verificao da conformidade do projecto com o Regulamento ou da conformidade da obra com o projecto e, por acrscimo, dos nveis de consumo de energia dos sistemas de climatizao e suas causas, em condies de funcionamento, mas, tambm, no caso da energia como da qualidade do ar, a verificao das condies existentes no edifcio em regime psocupacional. Para efeitos do presente Regulamento, o termo auditoria tem significado distinto e no deve ser confundido com o conceito correspondente ao contexto da aplicao da norma NP EN ISO 9000-2000. n) Bomba de calor - mquina trmica, usando o princpio da mquina frigorfica, que extrai o calor a baixa temperatura (arrefecimento) e rejeita o calor a mais alta temperatura (aquecimento), tornando possvel o uso til de um ou simultneo daqueles dois efeitos. o) Caldeira - mquina trmica em que um fluido aquecido, com ou sem mudana de fase, com recurso queima de combustvel slido, lquido ou gasoso ou energia elctrica. p) Climatizao - termo genrico para designar o processo de tratamento do ar ou forma de fazer alterar individual ou conjuntamente a sua temperatura, humidade, qualidade ou velocidade no local. Identifica-se, assim, respectivamente, com as funes aquecimento ou arrefecimento, humidificao ou desumidificao e ventilao. No caso de todas as funes serem passveis de ser activadas de forma conjugada, tem-se o ar condicionado.
q) Consumo especfico de um edifcio - energia utilizada para o funcionamento de um edifcio durante um ano tipo, sob padres nominais de funcionamento, por unidade de rea ou por unidade de servio prestado. r) Consumo nominal - energia necessria para o funcionamento de um sistema ou de um edifcio sob condies tpicas convencionadas, quer em termos de clima quer em termos de padro de utilizao (horrio de funcionamento, densidade de ocupao, taxa de renovao do ar, etc.). s) Desumidificao - processo de reduo da humidade especfica do ar. t) Eficincia de ventilao - razo entre o caudal de ar novo que insuflado ou entra num dado espao e o caudal de ar novo que chega efectivamente zona ocupada desse espao, definida como o volume correspondente rea til at um p-direito til de 2 m. u) Eficincia energtica nominal (de um equipamento) - razo entre a energia fornecida pelo equipamento para o fim em vista (energia til) e a energia por ele consumida (energia final) e medida em geral em percentagem, sob condies nominais de projecto. No caso das bombas de calor, a eficincia geralmente superior a 100% e designada por COP (Coefficient of Performance). v) Energia final - energia disponibilizada aos utilizadores sob diferentes formas (electricidade, gs, lenha, etc.) e expressa em unidades com significado comercial (kilowatt-hora, metros cbicos, quilogramas, etc.). x) Energia primria - recurso energtico que se encontra disponvel na natureza (petrleo, hdrica, elica, biomassa, solar). Exprime-se, normalmente, em termos da massa equivalente de petrleo (quilograma equivalente de petrleo - kgep - ou tonelada equivalente de petrleo - tep). H formas de energia primria (gs natural, lenha, Sol) que tambm podem ser disponibilizadas directamente aos utilizadores (energia final). z) Energia renovvel - energia proveniente do Sol (sob a forma de luz, trmica ou fotovoltaica), da biomassa, do vento, da geotermia, hdrica ou das ondas e mars. aa) Envolvente - componente do edifcio que marca a fronteira entre o espao interior e o ambiente exterior. Est intimamente ligada arquitectura e construo da pele do edifcio propriamente dita mas tambm depende das relaes fsicas desta com as fundaes, a estrutura e os demais elementos construtivos. bb) Grandes edifcios - edifcios de servios com uma rea til de pavimento superior ao limite definido no artigo 27. do presente Regulamento ou correspondentes alteraes por portaria referida no n. 1 do artigo 2., por tipologia de edifcio. cc) Grande interveno de reabilitao - uma interveno na envolvente ou nas instalaes, energticas ou outras, do edifcio, cujo custo seja superior a 25% do valor do edifcio, nas condies definidas no RCCTE.
dd) Humidificao - processo de aumento da humidade especfica do ar. ee) Mix energtico - distribuio percentual das fontes de energia primria na produo da energia elctrica da rede nacional. varivel anualmente, nomeadamente, em funo da hidraulicidade. ff) Monitorizao - acompanhamento do funcionamento de um edifcio ou de um sistema mediante um programa de leituras e registos peridicos regulares dos parmetros caractersticos pertinentes em tempo real. gg) Pequenos edifcios - todos os edifcios de servios com rea til inferior ao limite que os define como grandes edifcios. hh) Plano de aces correctivas da QAI - conjunto de medidas destinadas a atingir, dentro de um edifcio ou de uma fraco autnoma, concentraes de poluentes abaixo das concentraes mximas de referncia, por forma a garantir a higiene do espao em causa e a salvaguardar a sade dos seus ocupantes. ii) Plano de racionalizao energtica - conjunto de medidas de racionalizao energtica, de reduo de consumos ou de custos de energia, elaborado na sequncia de uma auditoria energtica, organizadas e seriadas na base da sua exequibilidade e da sua viabilidade econmica. jj) Potncia trmica nominal de aquecimento - potncia trmica que seria necessrio fornecer a um local para compensar as perdas trmicas nas condies nominais de clculo. ll) Potncia trmica nominal de arrefecimento - potncia trmica que seria necessrio extrair a um local para compensar os ganhos trmicos nas condies nominais de clculo. mm) Potncia trmica de aquecimento do sistema - potncia trmica mxima de aquecimento que o sistema instalado pode fornecer. nn) Potncia trmica de arrefecimento do sistema - potncia trmica mxima de arrefecimento que o sistema instalado pode fornecer. oo) Potncia trmica instalada do sistema - potncia trmica mxima de aquecimento ou de arrefecimento que o sistema instalado pode fornecer. pp) Proprietrio - titular do direito de propriedade do edifcio ou de outro direito real sobre o mesmo que lhe permita usar e fruir das suas utilidades prprias, ou, ainda, no caso de edifcios ou partes de edifcios destinados ao exerccio de actividades comerciais ou de prestao de servios, excepto nas ocasies de celebrao de novo contrato de venda, locao, arrendamento ou equivalente, as pessoas a quem por contrato ou outro ttulo legtimo houver sido conferido o direito de instalar e ou explorar em rea determinada do prdio o seu estabelecimento e que detenham a direco efectiva do negcio a prosseguido sempre que a rea em causa esteja dotada de sistemas de climatizao independentes dos comuns ao resto do edifcio.
qq) Propulsores de fluidos de transporte - conjuntos motor-ventilador e motor-bomba, incluindo todos os seus acessrios e acoplamentos, utilizados para fazer a movimentao de fluidos gasosos e lquidos, respectivamente, nos sistemas de climatizao. rr) Reaquecimento terminal - aquecimento de ar arrefecido centralmente, entrada num espao num edifcio multizona, para regulao fina da temperatura pretendida nesse espao. ss) Recuperao de calor - processo utilizado para aproveitamento do calor transportado pelo fluido de extraco (ar de extraco ou efluente lquido) para aquecimento do fluido admitido no sistema (ar novo ou fluido trmico). tt) Redes urbanas - circuitos de distribuio de fluidos trmicos (quente e ou frio) numa rea confinada em que os fluidos trmicos so preparados numa central comum e disponibilizados para utilizao em cada um dos edifcios servidos pela rede. Aqui a energia final a energia-calor. uu) Simulao dinmica detalhada - mtodo de previso das necessidades de energia correspondentes ao funcionamento de um edifcio e respectivos sistemas energticos que tome em conta a evoluo de todos os parmetros relevantes com a preciso adequada, numa base pelo menos horria, ao longo de todo um ano tpico. vv) Sistema de climatizao - conjunto de equipamentos combinados de forma coerente com vista a satisfazer a um ou mais dos objectivos da climatizao (ventilao, aquecimento, arrefecimento, humidificao, desumidificao e purificao do ar). No caso de satisfazer a todos, tem-se o ar condicionado. xx) Sistema centralizado - sistema em que o equipamento necessrio para a produo de frio ou calor (e filtragem, humidificao e desumidificao, caso existam) se situa concentrado numa instalao e num local distinto dos locais a climatizar, sendo o frio ou calor (e humidade), no todo ou em parte, transportado por um fluido trmico aos diferentes locais a climatizar. zz) Sistema de gesto de energia - sistema electrnico para a gesto do sistema de climatizao, incluindo a superviso, monitorizao, comando e manuteno dos equipamentos e o uso de energia. aaa) Unidade individual - equipamento de climatizao compacto, repartido e autnomo, de pequena capacidade, servindo apenas uma sala ou uma parte de um edifcio ou fraco autnoma (comummente designado tambm por aparelho de ar condicionado). bbb) Ventilao - processo de renovao do ar, num dado espao, por meios naturais ou mecnicos. ccc) Ventilao hbrida - renovao do ar interior por ar novo atmosfrico exterior recorrendo a ventilao natural, sempre que as condies permitam caudais suficientes de renovao, e a ventilao mecnica, quando a ventilao natural insuficiente, de forma alternativa ou complementar. caso comum ter a admisso de ar exterior por meios naturais estimulada pela extraco mecnica de ar (exausto).
ddd) Ventilao mecnica - renovao do ar interior por extraco de ar do espao (ar de extraco) e insuflao de ar exterior ou de ar tratado numa mistura de ar novo vindo do exterior e de ar de retorno utilizando um sistema de condutas e ventiladores como propulsores do ar. eee) Ventilao natural - renovao do ar interior por ar novo atmosfrico exterior recorrendo apenas a aberturas na envolvente com rea adequada, autocontroladas ou por regulao manual e aos mecanismos naturais do vento e das diferenas de temperatura causadoras de movimento de ar. fff) Zona ocupada - espao de uma sala onde pode ocorrer a ocupao humana, geralmente o espao desde o nvel do pavimento at cerca de 2 m acima deste. ANEXO II Repartio de potncias de aquecimento Nmero mnimo de escales das instalaes de aquecimento (ver documento original) ANEXO III Espessuras mnimas de isolamento Fluido interior quente (ver documento original) Fluido interior frio (ver documento original) Condutas e acessrios (ver documento original) Equipamentos e depsitos (ver documento original) Notas 1 - Tubagens e acessrios - os dimetros indicados so sem isolamento. 2 - As espessuras so vlidas para um isolamento com condutibilidade trmica de referncia, (lambda)(ndice ref), de 0,040 W/(m.K) a 20C. Se forem utilizados isolamentos com condutibilidade trmica diferente, a espessura deve ser corrigida na proporo directa do respectivo (lambda) em relao ao valor de referncia atrs indicado. 3 - Quando os componentes estiverem instalados no exterior, s espessuras adicionado como mnimo 20 mm para os fluidos frios nos casos em que D (maior que) 60 mm, e 10 mm nos restantes casos de fluidos quentes e frios.
4 - Quando o fluido estiver a temperatura inferior do ambiente, deve ser evitada a formao de condensaes superficiais e intersticiais mediante utilizao de barreira anti-vapor. 5 - Para tubagens enterradas, pode justificar-se no projecto uma soluo diferente da aqui exigida. 6 - Exceptuam-se destes requisitos as tubagens de redes de gua quente sanitria sem circulao permanente em anel, em fraces autnomas destinadas habitao em edifcios sem sistemas centralizados, dado que a sua utilizao muito pontual. ANEXO IV Pontos de medio obrigatrios para monitorizao das instalaes Em todas as novas instalaes de AVAC executadas em edifcios sujeitos ao presente Regulamento devem ser previstos em projecto todos os acessrios necessrios monitorizao dos seguintes parmetros, quando aplicveis, dependendo do tipo de instalao: 1) Consumo elctrico de todos os motores com potncia superior a 5,5 kW; 2) Estado de colmatagem dos filtros de ar; 3) Estado de colmatagem dos filtros de gua; 4) Estado aberto/fechado dos registos corta-fogo; 5) Gases de combusto de caldeiras com potncia superior a 100 kW; 6) Temperatura do ar exterior; 7) Temperatura mdia do ar interior, ou de cada zona controlada a temperatura distinta; 8) Temperatura da gua em circuitos primrios ida/retorno; 9) Temperatura de insuflao das unidades de tratamento de ar (UTA); 10) QAI por grande zona a climatizar (sempre que existirem espaos especiais com ndices de ocupao elevados ou condies de funcionamento especficas, estes devem considerar sistemas de QAI prprios). ANEXO V Fichas para licenciamento Para licenciamento deve ser preenchido para cada edifcio um conjunto de fichas conforme o modelo anexo. (ver documento original) ANEXO VI Caudais mnimos de ar novo
(ver documento original) ANEXO VII Concentraes mximas de referncia de poluentes no interior dos edifcios existentes (ver documento original) ANEXO VIII Mtodos de previso de consumo de energia 1 - As simulaes detalhadas de edifcios sujeitas ao presente Regulamento devem se efectuadas utilizando metodologias que considerem os seguintes elementos mnimos: a) Caractersticas trmicas do edifcio (envolvente e divises internas, etc.); b) Instalao de aquecimento e fornecimento de gua quente, incluindo as respectivas caractersticas de isolamento; c) Instalao de ar condicionado; d) Ventilao mecnica e natural; e) Instalao fixa de iluminao; f) Posio e orientao dos edifcios, incluindo condies climticas exteriores; g) Sistemas solares passivos e de proteco solar; h) Condies climticas interiores, incluindo as de projecto. 2 - Nos casos em que seja admissvel o recurso a metodologias simplificadas de previso de consumos de energia, a metodologia a adoptar uma simulao horria anual baseada no modelo monozona descrito de seguida, implementado no programa STE-2005 (simulao trmica de edifcios) distribudo pelo INETI. Este mtodo pode tambm ser considerado como simulao detalhada multizona desde que aplicado isoladamente a cada zona distinta de um edifcio e os respectivos resultados sejam adequadamente adicionados para obter o desempenho energtico global do edifcio. O STE-2005 baseia-se numa simulao horria anual (oito mil setecentas e sessenta horas) de um espao monozona representado por um circuito de analogia reo-elctrica tal como representado no diagrama seguinte: (ver documento original)
O programa STE-2005 calcula as necessidades de aquecimento e de arrefecimento necessrias para manter o espao (representado por T(ndice i)) temperatura de referncia definida pelo RSECE para as estaes de aquecimento e de arrefecimento, conforme apropriado. T(ndice m) representa a temperatura mdia da massa trmica do espao, T(ndice s) representa a temperatura mdia das superfcies interiores da envolvente do espao, e T(ndice e) representa a temperatura exterior, integrando o STE-2005 uma base de dados interna de anos climticos horrios representativos para todos os concelhos de Portugal (continente e Regies Autnomas). Este mtodo efectua um balano dinmico do espao contabilizando, em cada hora, o balano entre as perdas e os ganhos trmicos, pelos vos envidraados e pela envolvente opaca, bem como os ganhos internos: Q(ndice he) = Q(ndice v) + Q(ndice w) + Q(ndice em) + Q(ndice g) ... [W] As diferentes componentes do balano trmico, representadas no diagrama atravs de fluxos e resistncias trmicas, so as seguintes: Q(ndice hc) - energia necessria para a climatizao (aquecimento e arrefecimento, conforme o resultado do balano horrio do espao); Q(ndice v) - ganho ou perda de calor correspondente renovao do ar, calculada com base na taxa de renovao nominal aplicvel, admitindo-se regime permanente, traduzido pela resistncia H(ndice v); Q(ndice w) - ganho ou perda de calor correspondente s trocas de calor por conduo atravs dos vos envidraados, calculada conforme o modelo do RCCTE - anexos iv e v, admitindo-se regime permanente, traduzido pela resistncia H(ndice w); Qem - ganho ou perda de calor correspondente s trocas de calor por conduo atravs da envolvente opaca, sem considerao dos efeitos da radiao solar incidente, admitindo-se regime permanente, traduzido pela resistncia H(ndice em); Q(ndice g) - ganhos totais, incluindo ganhos derivados da ocupao, dos equipamentos e da iluminao, ganhos solares atravs dos envidraados, e ganhos solares atravs da envolvente opaca, sendo esta ltima parcela calculada a partir da aplicao do conceito de temperatura ar-sol correspondente a cada uma das orientaes da envolvente exterior (paredes e cobertura). A transferncia de calor atravs da envolvente, com base no conceito de temperatura ar-sol, traduzse pela equao seguinte: Q(ndice opaco) = U . A . (T(ndice air-sol) - T(ndice i)) = U . A . (T(ndice ar) + ((alfa) . E(ot)/h(ndice e)) - T(ndice i)) ... [W] que pode tambm ser expressa atravs de:
Q(ndice opaco) = U . A . (T(ndice ar) - T(ndice i)) + U . A . ((alfa) . E(ot)/h(ndice e)) ... [W] O primeiro termo desta equao corresponde a Q(ndice em), enquanto o segundo, no modelo adoptado pelo STE-2005, contabilizado, para cada uma das orientaes, em Q(ndice g). Os ganhos solares atravs dos envidraados so calculados por metodologia semelhante definida no RCCTE (anexos iv e v), para cada orientao: Q(ndice solar) = S(ndice v)Asol(ot) ... [W] Os ganhos totais (Q(ndice g)) so repartidos entre o ar interior do espao (fraco dos ganhos que contribui imediatamente para a carga trmica) e a envolvente do espao, a que se associa o fenmeno do armazenamento parcial na massa trmica, em funo do grau de inrcia trmica do espao. Esta classificada de acordo com o disposto no anexo VII do RCCTE (inrcia fraca, mdia ou forte), correspondendo a cada classificao valores convencionados para a capacidade trmica (C(ndice m)) e para a rea superficial da massa trmica (A(ndice m)) que, no modelo adoptado, definem o comportamento dinmico do espao simulado. A transferncia de calor entre as superfcies interiores e o ar e entre a massa de armazenamento trmico e a superfcie so caracterizadas, respectivamente, pelas resistncias H(ndice is) e H(ndice ms). 3 - Para a previso dos consumos de energia, segundo as metodologias especificadas nos n.os 1 e 2 deste anexo, devem ser utilizados os padres de referncia de utilizao dos edifcios que constam do anexo XV, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante. 4 - Em casos devidamente justificados, em que haja dados mais precisos sobre o padro previsto para a utilizao do edifcio, o projectista pode optar, para a previso dos consumos, pela utilizao desse padro em vez do especificado no nmero anterior, desde que tal seja aceite pela entidade licenciadora. ANEXO IX Mtodos de clculo do indicador de eficincia energtica (IEE) O IEE calculado a partir dos consumos efectivos de energia de um edifcio durante um ano, convertidos, utilizando os factores de converso a seguir indicados, para uma base de energia primria. Dado que h variaes de clima e, portanto, de consumos de energia de ano para ano, o IEE pode ser calculado com base na mdia dos consumos dos trs anos anteriores auditoria. Factores de converso das fontes de energia utilizadas - os factores de converso utilizados no clculo do IEE, at publicao de despacho do director-geral de Geologia e Energia a alterar os valores, em funo do mix energtico nacional, so os seguintes: Electricidade: 0,290 kgep/kWh; Combustveis slidos, lquidos e gasosos: 0,086 kgep/kWh;
Correco climtica. O IEE calculado pela seguinte frmula: IEE = IEE(ndice I) + IEE(ndice v) + Q(ndice out)/Ap em que: IEE - indicador de eficincia energtica (kgep/m2 . ano); IEE(ndice I) - indicador de eficincia energtica de aquecimento (kgep/m2 . ano); IEE(ndice V) - indicador de eficincia energtica de arrefecimento (kgep/m2 . ano); Q(ndice out) - consumo de energia no ligado aos processos de aquecimento e arrefecimento (kgep/ano); A(ndice p) - rea til de pavimento (m2). Por sua vez: IEE(ndice I) = Q(ndice aq)/Ap x F(ndice CI) e IEE(ndice V) = Q(ndice arr)/Ap x F(ndice cv) em que: Q(ndice aq) - consumo de energia de aquecimento (kgep/ano); F(ndice CI) - factor de correco do consumo de energia de aquecimento; Q(ndice arr) - consumo de energia de arrefecimento (kgep/ano); F(ndice CV) - factor de correco do consumo de energia de arrefecimento. Para o clculo dos factores de correco do consumo de energia de aquecimento e de arrefecimento (F(ndice CI) e F(ndice CV)), adopta-se, como regio climtica de referncia, a regio I1-V1 norte, 1000 graus-dia de aquecimento e 160 dias de durao da estao de aquecimento. Correco da energia de aquecimento (F(ndice CI)): F(ndice CI) = N(ndice I1)/N(ndice Ii) em que: N(ndice I1) - necessidades mximas de aquecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifcio em estudo, como se estivesse localizado na zona de referncia I1 (kWh/m2 . ano); N(ndice Ii) - necessidades mximas de aquecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifcio em estudo, na zona onde est localizado o edifcio (kWh/m2 . ano). Correco da energia de arrefecimento (F(ndice CV)): F(ndice CV) = N(ndice V1)/N(ndice Vi)
em que: N(ndice V1) - necessidades mximas de arrefecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifcio em estudo, como se estivesse localizado na zona de referncia I1-V1 (kWh/m2 . ano); N(ndice Vi) - necessidades mximas de arrefecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifcio em estudo, na zona onde est localizado o edifcio (kWh/m2 . ano). Os valores dos factores de converso tm em conta as diferenas de necessidades de aquecimento ou de arrefecimento derivadas da severidade do clima, corrigidas pelo grau de exigncia na qualidade da envolvente aplicvel a cada zona climtica, mesmo que o edifcio no esteja sujeito s exigncias do RCCTE. ANEXO X Valores limite dos consumos globais especficos dos edifcios de servios existentes (ver documento original) ANEXO XI Valores de referncia limite dos consumos nominais especficos dos novos edifcios de servios (ver documento original) ANEXO XII Valores alternativos de IEE para algumas tipologias de edifcios (ver documento original) ANEXO XIII Mtodo de clculo do perodo de retorno para medidas de eficincia energtica A viabilidade econmica das medidas de eficincia energtica, para efeitos do presente Regulamento, calculada atravs do parmetro perodo de retorno simples (PRS), cuja definio a seguinte: PRS = C(ndice a)/P(ndice 1) em que: C(ndice a) - custo adicional de investimento, calculado pela diferena entre o custo inicial da soluo base, isto , sem a alternativa de maior eficincia energtica, e o da soluo mais eficiente, estimada aquando da construo do sistema, com base na melhor informao tcnica e oramental ao dispor do projectista;
P(ndice 1) - poupana anual resultante da aplicao da alternativa mais eficiente, estimada com base em simulaes anuais, detalhadas ou simplificadas do funcionamento do edifcio e seus sistemas energticos, conforme aplicvel em funo da tipologia e rea til do edifcio, nos termos do presente Regulamento, da situao base e da situao com a soluo mais eficiente. Esta metodologia avalia a situao a custos de energia constantes e iguais aos do momento do investimento e no considera quaisquer custos financeiros nem efeitos da inflao, dada a incerteza inerente previso de quaisquer dos parmetros financeiros necessrios sua considerao numa outra metodologia, porventura mais precisa, mas tambm necessariamente mais complexa. Quando vrias solues energeticamente mais eficientes possam ser analisadas em sucesso, conforme vrios graus de aumento de eficincia possam ser aplicados, o projectista deve aplicar o modelo de modo a identificar um eventual ponto em que o PRS mude de valor menor para valor maior do que o critrio regulamentarmente imposto para obrigatoriedade de implementao da medida mais eficiente. Este modelo s necessita de ser aplicado, para efeitos regulamentares, para demonstrar que uma dada medida no tem viabilidade econmica. ANEXO XIV Ensaios de recepo de instalaes 1 - Antes da recepo das instalaes, so de execuo obrigatria, no mnimo, os ensaios que constam da lista seguinte, desde que os componentes a que se referem estejam presentes na instalao: a) Estanqueidade da rede da tubagem: a rede deve manter uma presso de 1,5 vezes a presso nominal de servio durante vinte e quatro horas. O ensaio deve ser feito a 100% das redes; b) Estanqueidade da rede de condutas: as perdas na rede de condutas tm de ser inferiores a 1,5 l/s.m2 de rea de conduta quando sujeitas a uma presso esttica de 400 Pa. O ensaio pode ser feito, em primeira instncia, a 10% da rede, escolhida aleatoriamente. Caso o ensaio da primeira instncia no seja satisfatrio, o ensaio da segunda instncia deve ser feito em 20% da instalao, tambm escolhidos aleatoriamente, para alm dos 10% iniciais. Caso esta segunda instncia tambm no satisfaa o critrio pretendido, todos os ensaios seguintes devem ser feitos a 100% da rede de condutas; c) Medio dos caudais de gua e de ar: em cada componente do sistema (radiador, ventiloconvector, UTA, registo de insuflao e de extraco), para o que devem ser previstos em projecto os acessrios que permitam estas medies de forma prtica e precisa; d) Medio da temperatura e da humidade relativa (nos circuitos de ar): em complemento das medies indicadas no nmero anterior;
e) Medio dos consumos: em cada propulsor de fluido, caldeira e mquina frigorfica; f) Verificao das proteces elctricas: em todos os propulsores de fluido, caldeira e mquina frigorfica; g) Verificao do sentido de rotao: em todos os motores e propulsores de fluidos; h) Verificao da eficincia nominal: em todos os motores e propulsores de fluidos, bem como das caldeiras e mquinas frigorficas; i) Verificao de sentidos de colocao de filtros e vlvulas anti-retorno: confirmao de que todos estes componentes esto devidamente montados; j) Drenagem de condensados: deve ser comprovado que os condensados, produzidos em cada local onde possam ocorrer, drenam correctamente; l) Sistema de controlo: deve ser verificado que este reage conforme esperado em resposta a uma solicitao de sentido positivo ou negativo; m) Pontos obrigatrios para monitorizao: deve ser verificado o funcionamento de todos os pontos indicados no anexo V do presente Regulamento; n) Sistemas especiais: devem ser verificados todos os componentes especiais e essenciais, tais como sistemas de anti-corroso das redes de tubagem, bombas de calor desumidificadoras, desgaseificadores, sistemas de deteco de gs, vlvulas de duas e trs vias motorizadas, etc.; o) Limpeza das redes e componentes: deve ser confirmada a limpeza e desempenho de todos os componentes previstos no n. 1 do artigo 33. do presente Regulamento. 2 - A recepo das instalaes s pode ter lugar aps a entrega das telas finais, do manual de operao e do relatrio dos ensaios descritos no nmero anterior. ANEXO XV Padres de referncia de utilizao dos edifcios Os padres de referncia de utilizao dos edifcios so os representados de seguida para cada uma das tipologias definidas no n. 1 do artigo 31. do presente Regulamento: (ver documento original)