Relatório Biologia 12ºano - Actividade Enzimática

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Agrupamento de Escolas Romeu Correia - Feij Escola Secundria Romeu Correia Ano Lectivo 2010/2011

Actividade Experimental

- Propriedades das Enzimas; - Factores que influenciam a actividade enzimtica

Marisa Milhano 12A1 n22 Biologia Professora Leonor Martins 22 de Maro de 2011

Actividade Experimental Propriedades das enzimas; Factores que influenciam a actividade enzimtica

NDICE
Introduo Material Necessrio - Parte I Propriedades das Enzimas - Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica Procedimento Laboratorial - Parte I Propriedades das Enzimas - Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica Resultados - Parte I Propriedades das Enzimas - Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica Anlise dos resultados e Concluses - Parte I Propriedades das Enzimas - Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica Bibliografia Webgrafia 13 16 19 19 7 10 5 6 4 4 3

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INTRODUO
As enzimas so um grupo de substncias orgnicas, de natureza normalmente proteica (protenas globulares com estrutura terciria), existindo porm algumas enzimas constitudas por cidos nucleicos (RNA), denominadas ribozimas, e que possuem como principal funo serem catalisadoras das reaces qumicas que ocorrem nos organismos, aumentando assim a velocidade das mesmas. A ocorrncia de uma reaco qumica implica a ruptura das ligaes qumicas nas molculas dos reagentes (ou substrato) e a formao de novas ligaes qumicas, que do origem aos produtos da reaco. A energia que necessria fornecer ao sistema para se iniciar uma reaco qumica denominada energia de activao. Desta forma, as enzimas actuam nas reaces qumicas, ligando-se ao substrato por uma regio denominada centro activo e diminuindo a energia de activao necessria para que estas ocorram, o que resulta no aceleramento da sua velocidade, e no consequente aumento do nmero de reaces num determinado espao de tempo. Dois exemplos de enzimas so a catalase e a amilase. Esta primeira enzima encontrase presente em locais como o fgado e nas batatas, sendo capaz de desdobrar substncias txicas como o perxido de hidrognio (H2O2), enquanto a segunda principalmente produzida pelas glndulas salivares e pelo pncreas, e desdobra substncias como o amido. A actividade enzimtica assim fundamental para a regulao dos processos metablicos dos organismos, e devido sua importncia, possvel encontrar-se enzimas em quase todas as estruturas celulares ou fluidos corporais; no entanto, a maioria possui localizaes especficas nos organismos. Para alm disso, as enzimas possuem tambm uma importncia extrema para as indstrias, como o caso da indstria farmacutica e a indstria alimentar. Desta forma, no desenvolvimento do estudo das actividades enzimticas, realizou-se as actividades experimentais seguidamente descritas, que possuem como principais objectivos estudar as propriedades e as caractersticas de algumas enzimas (nomeadamente da catalase e da amilase), assim como compreender o funcionamento e analisar alguns factores que podem influenciar a actividade enzimtica, como o caso da temperatura, do pH e da concentrao enzima-substrato.

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MATERIAL NECESSRIO
Parte I Propriedades das enzimas Material Biolgico: - Fgado fresco - Perxido de Hidrognio - Cozimento de Amido - Saliva - Soluto de Lugol - Dixido de Mangansio - Areia Fina - Banho-maria (a 37C). Material No-Biolgico: - Suporte para tubos de ensaio - Pinas - Bisturi - 6 Tubos de Ensaio - Pilo - Almofariz - Fsforos - Esptula - 2 Pipetas Volumtricas de 10mL e 5mL - Caneta - Placas de Petri. Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica Material Biolgico: - Fgado fresco - Fgado cozido (a mais de 100C) - Fgado congelado (a -4C) - Perxido de Hidrognio - cido Clordrico - Hidrxido de Sdio Material No-Biolgico: - Suporte para tubos de ensaio - Pinas - Bisturi - 5 Tubos de Ensaio - Pilo - Almofariz - Fsforos - Esptula - 1 Pipetas Volumtricas de 10mL - Papel indicador de pH - Caneta - Placas de Petri.
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PROCEDIMENTO LABORATORIAL
Parte I Propriedades das enzimas 1. Enumerou-se 6 tubos de ensaio, de 1 a 6. 2. Aos tubos 1, 2 e 3 adicionou-se 2 cm3 de perxido de hidrognio, utilizando-se uma pipeta volumtrica de 10mL. 3. Cortou-se um pouco de fgado fresco, esmagando-o de seguida no almofariz, com o auxlio do pilo e de um pouco de areia fina. 4. Ao tubo 1 no se adicionou mais nenhum componente. 5. Ao tubo 2, adicionou-se um pouco de dixido de mangansio. 6. Ao tubo 3, adicionou-se um pouco do fgado fresco esmagado anteriormente. 7. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 8. Introduziu-se em cada um dos tubos, 1, 2 e 3, um fsforo com a ponta incandescente. 9. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 10. Esperou-se at a reaco no tubo 3 terminasse. 11. Adicionou-se de seguida ao tubo 3 mais 2 cm3 de perxido de hidrognio. 12. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 13. Introduziu-se no tubo 3 um fsforo incandescente. 14. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 15. Ao tubo 4, adicionou-se 2 cm3 de cozimento de amido, com a ajuda de uma pipeta de 5mL, seguido de duas gotas de soluto de Lugol. 16. Ao tubo 5, adicionou-se 2 cm3 de cozimento de amido, com a ajuda de uma pipeta de 5mL, seguido de duas gotas de soluto de Lugol e um pouco de fgado fresco esmagado anteriormente, 17. Ao tubo 6, adicionou-se 2 cm3 de cozimento de amido, com a ajuda de uma pipeta de 5mL, seguido de duas gotas de soluto de Lugol e um pouco de saliva, 18. Colocou-se os tubos 4, 5 e 6 em banho-maria, a 37C, durante cerca de 15 minutos. 19. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 20. Analisou-se todos os resultados obtidos.

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Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica 1. Enumerou-se 5 tubos de ensaio, de 7 a 11. 2. Adicionou-se 2 cm3 de perxido de hidrognio aos 5 tubos, utilizando-se uma pipeta volumtrica de 10mL. 3. Verificou-se o pH do tubo 7, com o auxlio do papel indicador de pH. 4. Ao tubo 7, adicionou-se um cubo de fgado fresco, previamente cortado. 5. Ao tubo 8, adicionou-se um cubo de fgado cozido, previamente cortado. 6. Ao tubo 9, adicionou-se um cubo de fgado congelado, previamente cortado. 7. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 8. Introduziu-se nos tubos 7, 8 e 9 um fsforo incandescente. 9. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 10. Ao tubo 10, adicionou-se uma gota de soluo de cido clordrico. 11. Ao tubo 11, adicionou-se uma gota de soluo de hidrxido de sdio. 12. Verificou-se o pH dos tubos 10 e 11, com o auxlio do papel indicador de pH. 13. Aos tubos 10 e 11, adicionou-se um cubo de fgado fresco. 14. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 15. Introduziu-se nos tubos 10 e 11 um fsforo incandescente. 16. Observou-se e registou-se os resultados obtidos. 17. Analisou-se todos os resultados obtidos.

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RESULTADOS
Parte I Propriedades das enzimas

Observao 1 Tubo 1.

Observao 2 Tubo 2.

No Tubo 1, no se verificou quaisquer modificaes no respectivo tubo de ensaio, sendo que os 2cm3 de perxido de hidrognio se encontravam com a mesma colorao transparente. Para alm disso, quando se introduziu o fsforo incandescente no interior do tubo, no houve igualmente qualquer tipo de alterao no mesmo. No Tubo 2, observou-se inicialmente a formao duma camada escura-acinzentada, ligeiramente espessa, na parte superior da superfcie do perxido de hidrognio, enquanto na parte inferior verificou-se a formao dum lquido azul-acinzentado, de colorao mais clara. A parte inferior do tubo de ensaio aqueceu ligeiramente, pouco tempo depois do incio da reaco. Por fim, com o avanar da reaco, a camada escura-acinzentada que se formara superiormente comeou a ascender pelo tubo de ensaio, terminando apenas a 4/5 de distncia do fundo do mesmo. Quando foi introduzido o fsforo incandescente no tubo, verificou-se a reacendimento da chama do mesmo.
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Observao 3 Tubo 3.

Observao 4 Tubo 4.

No Tubo 3, verificou-se uma rpida formao de bolhas, que pareciam ser provenientes do fgado, que manteve sempre a mesma cor castanha-avermelhada. O nmero destas bolhas aumentou exponencialmente, sendo que estas comearam logo a ascender pelo tubo de ensaio, s parando a 3/4 de distncia do fundo do mesmo. Alm disso, quando se introduziu o fsforo incandescente no interior do tubo, verificou-se tambm o reacender da chama do mesmo. No mesmo tubo, aps esta primeira reaco ter terminado, e aps a adio de mais 2cm3 de perxido de hidrognio, verificou-se exactamente as mesmas observaes; uma rpida formao de bolhas, provenientes do fgado, que instantaneamente comearam a multiplicar-se e a ascender pelo tubo de ensaio, apenas parando quase no seu limiar. A reaco estabilizou de velocidade, e novamente, quando se introduziu um fsforo incandescente no interior do tubo, a chama do mesmo voltou a acender. J no Tubo 4, devido ao soluto de Lugol, o tubo de ensaio apresentava uma colorao azul escura. Mesmo aps os 15 minutos em banho-maria, no se observou quaisquer alteraes, continuando o tubo de ensaio com exactamente a mesma cor.
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Observao 5 Tubo 5.

Observao 6 Tubo 6.

O Tubo 5 apresentava, devido ao soluto de Lugol, uma colorao azul-escura, que se manteve intacta mesmo aps 15 minutos em banho-maria. A cor do fgado, primeiramente castanha-avermelhada, tambm se manteve igual aps o aumento da temperatura. No Tubo 6, que apresentava inicialmente uma colorao azul-escura, igual ao dos tubos 4 e 5, aps os 15 minutos em banho-maria, foi j possvel observar-se, com bastante clareza e evidncia, a formao e diferenciao de duas bandas lquidas na parte inferior do tubo de ensaio: a banda superior, de menor dimenso, apresentava uma colorao transparente, enquanto a banda inferior, de maior dimenso, apresentava na mesma a colorao azul-escura do soluto de Lugol. Alm disso, observou-se tambm a formao de uma camada de bolhas brancas, na zona acima da banda transparente do tubo de ensaio.

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Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica

Observao 7 Tubo 7.

Observao 8 Tubo 8.

No Tubo 7, tal como no Tubo 3, verificou-se a formao de bolhas, que tambm pareciam ser proveniente do fgado, que manteve a mesma colorao castanha-avermelhada. Contudo, a intensidade da reaco foi menor, e a rapidez da mesma tambm. A ascenso das bolhas pelo tubo decorreu a uma velocidade moderada, e estas apenas ascenderam at 1/3 de distncia do fundo do tubo de ensaio. Contudo, ao introduzir-se um fsforo incandescente, a chama do mesmo voltou a acender. Ao medir-se o pH da soluo, verificouse que este era igual a 7. No Tubo 8, verificou-se poucas alteraes. Observou-se a libertao de algumas bolhas, que pareciam ser provenientes do interior do fgado. Este possua inicialmente uma colorao creme-amarelada, que se manteve at ao fim da pequena reaco que se formou. A libertao de bolhas foi bastante pequena, e a reaco terminou passado pouco tempo. Ao colocar-se um fsforo incandescente no seu interior, no houve alteraes no mesmo.

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Observao 9 Tubo 9.

Observao 10 Tubo 10.

Observao 11 Tubo 11.

No Tubo 9, foi necessrio esperar alguns momentos para que ocorresse uma reaco significativa. O pedao de fgado, de cor bastante avermelhada, no alterou a sua colorao durante a reaco. Verificou-se uma libertao gradual e progressiva de bolhas, que comearam a ascender pelo tubo de ensaio, mas no ocupando mais do que 1/3 da distncia do fundo do mesmo. Ao introduzir-se um fsforo incandescente no seu interior, verificou-se um pequeno reacendimento da sua chama. No Tubo 10, verificou-se uma reaco pouco intensa, e bastante lenta. Ocorreu a formao de bolhas, mas estas apenas ocuparam uma pequena zona do tubo de ensaio, na parte superior do lquido, enquanto o fgado permaneceu com a mesma colorao castanhaavermelhada. Ao introduzir-se um fsforo incandescente no interior do tubo, no se verificou quaisquer alteraes no mesmo. Ao medir-se o pH da soluo, verificou-se que este era igual a 1.

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No Tubo 11, verificou-se uma reaco bastante intensa e rpida. Observou-se a formao duma grande quantidade de bolhas, que rapidamente ascenderam quase at ao fim do tubo de ensaio respectivo. Esta reaco durou pouco tempo, e durante a mesma a cor (vermelha-acastanhada) do fgado no se alterou. Introduziu-se um fsforo incandescente no interior do tubo de ensaio, e verificou-se o reacender da sua chama. Ao medir-se o pH da soluo, verificou-se que este era igual a 12.

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ANLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSES


Parte I Propriedades das enzimas Nesta actividade experimental utilizou-se o perxido de hidrognio (H2O2), ou como vulgarmente denominado, a gua oxigenada, como substrato da reaco, uma vez que a catalase uma enzima capaz de o desdobrar, conduzindo formao de gua e libertao de oxignio, tal como demonstrado pela seguinte equao qumica: 2 H2O2(l) 2 H2O(l) + O2(g)

Catalase

O perxido de hidrognio uma substncia txica que se forma nas clulas, como consequncia de determinadas reaces catablicas, ou seja, em reaces que conduzem degradao de molculas complexas em molculas mais simples, em que ocorre a libertao de energia. Por ser txica, se esta substncia no for eliminada pela aco da catalase e se acumular no interior das clulas, poder levar morte das mesmas. Desta forma, esta enzima extremamente necessria numa grande variedade de tecidos, como o caso do fgado, onde possvel encontr-la em grandes quantidades. Assim, a aco da catalase poder ser verificvel atravs da introduo dum fsforo incandescente no interior de cada tubo de ensaio, a fim de se confirmar a libertao (ou no) de oxignio proveniente da reaco, cuja presena permitir avivar a chama do respectivo fsforo, uma vez que o oxignio uma substncia comburente, ou seja, que facilita a combusto. A partir das observaes do Tubo 1, foi possvel concluir-se que a reaco de degradao do perxido de hidrognio no uma reaco espontnea, e que a sua velocidade muito pequena. Ou seja, como no se verificou quaisquer alteraes no tubo de ensaio, mesmo quando se introduziu um fsforo incandescente no seu interior, infere-se que a reaco no ocorre com espontaneidade, sendo necessrio um catalisador para a acelerar a fim de a tornar perceptvel, isto , at que a chama do fsforo seja reacendida. Assim, este tubo de ensaio serviu de controlo para os seguintes. No Tubo 2 adicionou-se perxido de hidrognio com dixido de mangansio, um catalisador inorgnico que, tal como foi possvel observar-se, aumentou a velocidade da
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reaco de degradao da gua oxigenada. O tubo adquiriu uma colorao acinzentada devido cor do dixido de mangansio, e no instante em que este entrou em contacto com o substrato, verificou-se o incio da reaco, devido a uma intensa libertao de energia. Esta foi comprovada pelo rpido aumento da temperatura no fundo do tubo e pela libertao de oxignio, demonstrada pelo reacender da chama do fsforo incandescente que foi introduzido no interior do tubo. O gs formado originou tambm bolhas, que ascenderam rapidamente pelo tubo, terminando apenas a 4/5 de distncia do fundo do mesmo. No Tubo 3, onde se adicionou o perxido de hidrognio com uma amostra de fgado fresco esmagado, foi igualmente possvel verificar-se a reaco de degradao do primeiro, desta vez pela aco da enzima catalase, presente no fgado fresco. Para uma melhor diferenciao e separao das clulas existentes no fgado, utilizou-se, ao esmagarmos o mesmo, um pouco de areia fina, com o intuito de desprender e libertar as enzimas catalases que as clulas possuam, aumentando assim o contacto entre enzimas e substrato. Comprovou-se o desdobrar do substrato pela libertao de oxignio, na forma de bolhas, que ascenderam rapidamente pelo tubo de ensaio, e pelo reavivar da chama do fsforo incandescente que foi colocado no interior do mesmo. A partir deste tubo, foi tambm possvel concluir-se que as enzimas no so consumidas nas reaces que catalisam. Aps o terminar da primeira reaco, e ao adicionar-se mais substrato (H2O2), verificou-se que a reaco de degradao do mesmo voltou a ocorrer com a mesma intensidade. Voltou-se a verificar a libertao de oxignio pela formao de bolhas que ascenderam rapidamente pelo tubo, e pelo reacender da chama dum fsforo inserido no seu interior. Assim, conclui-se que, uma vez formados os produtos a partir do substrato existente, as enzimas ficam novamente livres para catalisarem novas reaces, ou a mesma reaco, caso se adicione mais substrato igual. Conclui-se assim que a degradao do perxido de hidrognio tanto pode ser catalisada por substncias inorgnicas (dixido de mangansio) como orgnicas (enzima catalase), sendo a actuao da primeira mais brusca e rpida, enquanto a segunda relativamente mais gradual, mas igualmente eficaz. Isto deve-se ao facto das enzimas se encontrarem maioritariamente no interior das clulas, onde uma libertao violenta e demasiado rpida de energia poderia coloc-las em risco de vida.

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Por outro lado, no Tubo 4 foi adicionado um pouco de cozimento de amido com duas gotas de soluto de Lugol. O soluto de Lugol um indicador que, na presena de amido, adquire uma colorao azul. Assim, devido presena do amido, o Tubo 4 adquiriu uma colorao azulada. Contudo, mesmo aps 15 minutos em banho-maria, temperatura de 37 C (temperatura ideal do corpo do ser humano), no se verificou nenhuma alterao no tubo. Infere-se assim, que a degradao do amido tambm no uma reaco que ocorra com espontaneidade, e cuja velocidade bastante pequena, sendo portanto necessrio a aco de um catalisador para que a reaco seja perceptvel. No Tubo 5 adicionou-se tambm um pouco de cozimento de amido, duas gotas de soluto de Lugol e um pouco de fgado esmagado anteriormente. Aqui tambm no ocorreram alteraes no tubo de ensaio, que tinha uma colorao azul devido ao soluto de Lugol, mesmo aps 15 minutos em banho-maria, temperatura de 37C. Contrariamente, no Tubo 6, onde se adicionou um pouco de cozimento de amido, duas gotas de soluto de Lugol e um pouco de saliva, aps 15 minutos em banho-maria temperatura de 37C, ocorreu j uma reaco no interior do tubo de ensaio. O tubo, de colorao inicial azul, diferenciou-se em duas bandas lquidas diferentes, uma banda superior, de menor dimenso, que apresentava uma colorao transparente, e uma banda inferior, de maior dimenso, apresentava na mesma a colorao azul do soluto de Lugol. Conclui-se assim que ocorreu parcialmente a reaco de degradao do amido, na parte superior, uma vez que a colorao azul desapareceu, devido aco da enzima amilase, presente na saliva. Por outro lado, havia ainda algum substrato (amido), na parte inferior, que ainda no tinha sido desdobrado pela enzima amilase, e que por isso, o soluto de Lugol ainda possua uma colorao azul. Alm disso, a reaco foi tambm comprovada pela formao de uma camada de bolhas brancas, na zona acima da banda transparente do tubo de ensaio. Com os resultados do Tubo 5 e 6 infere-se que existe especificidade entre enzimas e substrato; no fgado existiam catalases que no foram capazes de desdobrar o amido (Tubo 5), enquanto na saliva existiam amilases, que j foram capazes de o degradar (Tubo 6). A especificidade da aco enzimtica resulta da conformao tridimensional das enzimas, particularmente da compatibilidade entre a forma do centro activo e a forma do substrato.
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Parte II Factores que influenciam a actividade enzimtica Nesta actividade experimental, pretendeu-se tambm compreender o funcionamento e analisar de que forma alguns factores podem influenciar a actividade enzimtica. Desta forma, foi testado a influncia de diferentes temperaturas e de diferentes condies de pH, de modo a concluir-se qual as condies ptimas para o funcionamento da enzima catalase. No Tubo 7, em que se adicionou um pouco de perxido de hidrognio com um cubo de fgado, verificou-se, tal como no Tubo 3, a reaco de degradao do substrato. Ocorreu a formao de bolhas de gs (oxignio), que ascenderam pelo tubo, e tal como no Tubo 3, tambm se verificou o acender da chama dum fsforo incandescente quando este foi introduzido no interior do tubo. A grande diferena entre os dois tubos prendeu-se no entanto com a intensidade e a velocidade da reaco; no Tubo 7 a intensidade da reaco foi menor, tal como a sua rapidez, comparativamente com o Tubo 3. Conclui-se desta forma que a reaco ocorreu de forma mais lenta no Tubo 7, uma vez que a maioria das enzimas se encontrava ainda no interior das clulas, no existindo um grande contacto destas com o substrato, a fim de o desdobrar devido forma do pedao de fgado. Por fim, ao medir-se o pH da soluo, verificou-se que este era igual a 7. Contrariamente, no Tubo 8, a reaco de degradao da gua oxigenada presente ocorreu duma forma muito lenta e com diminuta intensidade, reaco esta que terminou aps um pequeno momento. Observou-se tambm a libertao de bolhas provenientes do fgado, mas em reduzido nmero, comparativamente com outros tubos de ensaio (por exemplo, o Tubo 3), o que se traduziu na ausncia de alteraes no fsforo incandescente que foi introduzido no seu interior. Isto deveu-se ao facto de o fgado ter sido submetido anteriormente a temperaturas superiores a 100C. Desta forma, quando as enzimas presentes no fgado foram sujeitas a estas elevadas temperaturas, romperam-se as suas ligaes, o que conduziu a alteraes permanentes na conformao das mesmas, com a consequente modificao do seu centro activo. Este tipo de alterao na conformao denomina-se desnaturao, por estar associada perda da actividade biolgica. Desde modo, mesmo que a temperatura regresse a valores inferiores, tal como foi efectuado, no possvel voltar a estabelecer-se as mesmas ligaes qumicas, tornando-se as enzimas permanente e irreversivelmente inactivas.
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A pouca reaco que ocorreu deveu-se provavelmente aco de um pequeno nmero de enzimas que, por se encontrarem na parte interior do fgado, possam ter resistido s elevadas temperaturas, sem se terem desnaturado. Por outro lado, no Tubo 9 tentou-se estudar uma condio oposta. Neste tubo, introduziu-se um cubo de fgado congelado temperatura de -4C em perxido de hidrognio, e aps uns momentos, iniciou-se a reaco de degradao do substrato. Como tal, verificou-se uma libertao gradual e progressiva de bolhas de gs (oxignio), que ascenderam um pouco pelo tubo de ensaio, e ao introduzir-se um fsforo incandescente no seu interior, verificou-se apenas um pequeno reacendimento da sua chama. Assim, conclui-se que, quando as enzimas so submetidas a temperaturas baixas, no ocorre o rompimento das suas ligaes, mas apenas a compactao da molcula, comprimindo a sua estrutura, e modificando um pouco os centros activos, o que dificulta as ligaes entre estes e o substrato, fazendo com que as enzimas se tornem temporariamente inactivas. No entanto, uma vez restabelecida a temperatura normal, as enzimas tornam-se novamente activas, de uma forma gradual e progressiva. Infere-se ento que a influncia da temperatura na actividade enzimtica da catalase resulta do facto de este factor interferir com as ligaes intramoleculares da enzima, responsvel pela sua estrutura globular. Quando a temperatura aumenta, as partculas ficam mais agitadas, e portanto colidiro mais por falta de espao; no entanto, se a temperatura continuar a aumentar significativamente, a energia cintica molecular aumenta de forma excessiva, sendo que as ligaes que se estabelecem entre as molculas tendem a quebrar-se. Por outro lado, quando a temperatura diminui, diminui tambm a agitao das partculas, o que faz com que estas colidem com menor intensidade, diminuindo por sua vez a aco destes biocatalisadores nas reaces. No Tubo 10, em que se adicionou um pouco de perxido de hidrognio, juntamente com um cubo de fgado fresco e uma gota de cido clordrico, o que fez com que o pH da soluo fosse igual a 1, verificou-se apenas uma reaco pouco intensa e bastante lenta. Observou-se tambm a formao de bolhas de gs (oxignio), mas estas apenas ocuparam uma pequena zona do tubo de ensaio. Alm disso, ao introduzir-se um fsforo incandescente no interior do tubo, no se observou quaisquer alteraes no mesmo.

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Assim, conclui-se que, para a catalase, um valor de pH muito baixo interfere com a sua actuao, por alterar a distribuio das cargas positivas e negativas da enzima (em meio cido existe uma maior quantidade de cargas positivas), interferindo com a conformao do centro activo e tornando-a inactiva. Por fim, no Tubo 11, e contrariamente ao tubo anterior, a adio de um pouco de perxido de hidrognio, juntamente com um cubo de fgado fresco e uma gota de hidrxido de sdio, levou a uma reaco bastante intensa e rpida de degradao do substrato por parte da catalase. Ocorreu a formao de uma grande quantidade de bolhas de gs (oxignio), que ascenderam rapidamente pelo tubo, tal como foi verificvel pelo rpido reacender dum fsforo incandescente que foi introduzido no seu interior. Isto deveu-se ao facto de o pH da soluo ser igual a 12. Assim, infere-se que para a catalase, um pH bsico interfere com a sua actividade enzimtica, devido alterao nas distribuies das cargas da enzima (em meio bsico existe uma maior quantidade de cargas negativas), facilitando a actuao da mesma sobre o substrato. Desta forma, a reaco de degradao da gua oxigenada foi mais rpida e intensa, do que comparativamente com o Tubo 7, cujo pH era igual a 7. Para alm disso, a partir da experincia realizada no Tubo 3, foi tambm possvel concluir-se que a concentrao enzima-substrato tambm um factor que influencia a actividade enzimtica, na medida em que com o aumento de substrato ocorre igualmente o aumento da velocidade da reaco, at esta atingir um valor mximo, a partir do qual a velocidade se mantm constante. Isto resulta do facto de, quanto maior for a quantidade de molculas de substrato disponveis no meio, maior vai ser a velocidade da reaco at que todas as enzimas estejam ocupadas. Estando todos os centros activos das enzimas ocupados, atinge-se um ponto de saturao, a partir do qual, por mais que a concentrao de substrato aumente, a velocidade da reaco mantm-se constante. Por fim, conclui-se tambm que a catalase uma enzima que se adapta a diversas condies, especialmente de diferentes temperaturas e pH, pois a actividade experimental no Tubo 7 (Temperatura=20C e pH=7) no decorreu nas condies ptimas de temperatura e pH desta enzima que, como foi provado, ronda os 37C e pH=12 (Tubo 12), o que corresponde s condies normais de localizao do fgado nos mamferos.

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BIBLIOGRAFIA
MATIAS, Osrio, MARTINS, Pedro, Biologia 12 parte I, Areal Editores, 1 edio, 1 reimpresso, 2009 ISBN: 978-989-647-050-0 Pginas: 7 a 18.

WEBGRAFIA
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Nota [1]: Todos os sites encontravam-se em perfeito funcionamento no dia de entrega do relatrio. Nota [2]: Todas as observaes presentes neste relatrio so da minha autoria.

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