Te Farei Minha
Te Farei Minha
Te Farei Minha
Dulce: Quer parar de me olhar? Isso incomoda. Christopher: No posso. Voc linda demais. ........................... Christopher: Pense o que quiser. Apenas estou dizendo o que sinto. Voc vai me amar. Acredite no que digo. Dulce: Isso eu duvido. Christopher: Quer apostar? Eu farei voc me amar. Voc ficar louca por mim. .......................... Christopher: O que foi, Dulce? Est com medo de sair perdendo e de se entregar a mim? Dulce: O que? Mas claro que no! Apenas acho que perderemos tempo nessa aposta ridcula. ................................ Christopher: Pra chegar at voc, terei que passar por trs etapas antes. E cada etapa vale um beijo, o que acha? Uma dica: Nunca converse com Christopher Uckermann bebendo alguma coisa. Provavelmente voc ir se engasgar com as suas idias mirabolantes... Dulce: E posso saber que etapas so essas? .......................................................... Risadas... uma nova amizade... um grande amor.... .................................................... Christopher: E ento...trato feito? ................................................... Muitas pessoas pensam que para se contar uma linda histria de amor, precisa-se de um enredo elaborado com as mais fantsticas histrias e os mais perfeitos personagens. Algo como a novela das oito ou um filme de romance recm lanado. Porm elas esto redondamente enganadas. Nem sempre as histrias de amor so perfeitas. Quero dizer, elas nunca so. Por que? Pelo simples fato de os personagens serem seres humanos, que cometem erros e se confundem a todo momento. Porque somos de carne e osso, sentimos, choramos, gritamos e, por vezes, at magoamos algum que amamos. E quando somos adolescentes, esses sentimentos so multiplicados por mil. Ento lhes pergunto...existe mesmo a frmula para o amor perfeito? Hoje, eu sei a resposta para essa pergunta...mas no serei eu que irei responde-la...pelo menos no por agora... Sempre me ensinaram a acreditar no amor verdadeiro. Exemplos em minha famlia que no faltam. Mas...serei alguma pecadora se no seguir o mesmo caminho que eles? Estarei agindo errado se desejar outra coisa para minha vida? Eu sou ambiciosa, gosto de sonhar alto. Prefiro me tornar independente, ter meu prprio trabalho, meu prprio canto, ao invs de perder tempo sonhando com algo que talvez nunca acontea. Sou inteligente e tenho capacidade para conseguir o que quiser, se realmente desejar. Mas mesmo sendo to controlada, no estou imune a um sentimento que pode aparecer quando menos espero. Algo que entra em seu corpo e toma conta de seu corao, e parece que nunca mais vai deix-lo. Como fazer para que esse sentimento te deixe em paz de uma vez por todas? Hoje eu sei que, por mais que voc tente, um verdadeiro amor jamais esquecido. Mesmo que voc mova cu e terra para que isso acontea...
001 Ser algum importante no fcil. Dar ateno a todos, ser simptico, sorrir quando no est a fim, essas coisas. Algumas pessoas me chamam de popular, mas eu no gosto de rtulos e no gosto que me chamem assim. Sou o capito do time de futebol da escola e fao sucesso com as garotas. Posso ser considerado o que as pessoas chamam de V.I.P : very important people. Mas isso no me afeta. Porque por trs dessa imagem de garoto feliz, se esconde algo muito mais srio. Se esconde um garoto que sonha em ser mais do que algum importante na escola. Sonha algum que quer ser importante na vida. No so s os feios que sofrem preconceito. Os bonitos tambm. Posso parecer arrogante, mas sei bem das virtudes que possuo. No vou ficar usando de falsa modstia, pois se tem uma coisa que eu no sou hipcrita. Por ser possuidor de tal graa, h gente que pensa que no h nada no meu crebro. Gente que pensa que s ela tem cabea pra ir adiante e conquistar o mundo. Gente como Dulce Maria. Estudo com ela desde quando ramos do jardim, se no me engano. Nos falamos poucas vezes e, todas elas, resultaram em brigas. No por minha parte, pois sou bem tranqilo. Mas por ela, que tem um gnio insuportvel. s vezes me pergunto porque h pessoas assim no mundo, de to mal humor. Minha vida longe de ser perfeita, mas nem por isso ataco pedras na primeira pessoa que vejo. Vai ver que por isso que ela sozinha. Nunca a vejo com ningum, sempre est almoando ou fazendo qualquer outra atividade s. De verdade, tenho pena de gente desse tipo. Ainda vai sofrer muito na vida, se continuar se achando a ltima bolacha do pacote... X___x Ser algum inteligente no fcil. Estou sempre procura de novas informaes, de novas descobertas. Nunca deixo de acompanhar o telejornal e estou sempre ligada nos best-sellers do momento. Sou o orgulho da minha me e do meu pai. Alm de ter nascido com o crebro privilegiado, sou comportada, no gosto de sair pra essas noitadas, no bebo, no fumo, ou seja, sou a filha perfeita, aquela que todo pai queria ter. Mesmo com tudo isso, no sou feliz. Afinal de contas, quem ? Se pararem pra pensar, o homem est sempre procura da felicidade, mas por algum motivo nunca a alcana. Bom, pelo menos no por muito tempo. Devo ter visto isso num livro que eu li. Quero ser algum importante para o mundo, algum ajude as pessoas. E no preciso ningum no meu caminho, atrapalhando. No vou mentir e dizer que no me sinto s. Isso s vezes acontece, mas logo ponho na minha cabea que preciso disso para seguir meus objetivos. Alm do mais, no estou completamente sozinha. Tenho minha famlia e Maite. Ela no uma grande amiga minha, mas serve pra me fazer companhia. s vezes paro pra olhar meus pais e no fundo, bem no fundo, queria que o amor batesse minha porta tambm. Pode soar um pouco contraditrio, mas por poucas vezes me pego pensando no que deve sentir uma pessoa apaixonada... X_____x 002 ***: E ento, voc vai ou no vai? Meu amigo Jack me perguntou. A primeira semana de provas do ano estava para comear e eles queriam que eu roubasse o gabarito da prova de fsica na sala do diretor... Christopher: No sei, acho muito arriscado. Vocs no acham uma idia melhor pegar o livro e estudar? Todos meus amigos comearam a rir da minha cara e eu me senti pattico...
Poncho: No seja tolo Christopher. Voc sabe muito bem que mesmo quando ns estudamos no conseguimos uma nota decente, incluindo voc. Christopher: Tem razo...mas no sei, entrar na sala do diretor e roubar o gabarito da prova resulta em expulso. E, caso eu for pego, quem vai pagar o pato sou eu. Christian: Voc no vai ser pego Christopher, tira isso da sua cabea. Vai amarelar agora ? Jack: O que pensaro as pessoas do colgio quando souberem que Christopher Uckermann, o capito do time de futebol, tem medo de roubar uma prova? Bom, creio que seu conceito cair muito, meu amigo. Ele havia atingido meu ponto franco. Como havia dito antes, realmente no gosto desse rtulo de popular, mas estaria mentindo se dissesse que no gosto de ser o centro das atenes de todos. E se Jack contasse a todos que eu me neguei a fazer algo aparentemente simples, isso arruinaria minha reputao... Christopher: Ok, ok...hoje, exatamente s oito da noite, quando o diretor j tiver sado, invadirei a escola e roubarei essa maldita prova... X____x A semana de provas estava chegando, mas eu j tinha comeado a estudar desde o incio do ms. Pra falar a verdade, desde quando comearam as aulas. Esse seria mais um ano de notas mximas no boletim. Mas infelizmente algumas coisas no estavam saindo como eu esperava. Pela primeira vez estava com uma certa dificuldade nas aulas de laboratrio. Conversei com a professora sobre o meu pequeno problema e graas a Deus ela me entendeu perfeitamente... Snia: Te entendo Dulce. Como voc uma aluna muito aplicada e interessada, posso te dar uma ajuda. Se quiser esperar, hoje podemos ficar at mais tarde no laboratrio e fazer algumas experincias que podem te ajudar nas provas. Dulce: Isso seria perfeito professora, muito obrigada. O meu colgio tinha tempo integral. Os alunos entravam s oito da manh e saam s seis da tarde. Acho isso fantstico porque assim temos mais aulas. De manh, tnhamos as aulas obrigatrias. De tarde, eram as matrias que ns poderamos escolher, como filosofia, artes cnicas, canto, pintura e etc. Havia tambm o grupinho que se dedicava aos esportes. O mais famoso do colgio, era o de futebol, composto pelos mais belos rostos e pernas-de-pau que eu j vi na minha vida. Aposto que se no fosse pela beleza superficial de seus jogadores, aquilo ali no faria sucesso. Sim, o fato de eu ser mulher e muito inteligente no quer dizer que no acompanhe partidas de futebol pela tv. Ao contrrio, essa a minha paixo. Mas ningum precisa ficar sabendo disso, certo? A minha aula favorita era a de filosofia. Fico fascinada cada vez que ouo algo citado por Nietzche, Voltaire, Plato, Scrates e etc. Tambm amos as aulas de Literatura internacional. Damos todo o tipo de Literatura, dentre elas a brasileira, Portuguesa, Inglesa, Alem, Italiana e outras. Me encanta saber as culturas de outros pases. Para mim no h ningum mais fantstico do que Shakespeare. Creio que j li e decorei todas as suas obras. Alm disso, tambm assisto as aulas de laboratrio e, nas horas vagas, passo meu tempo na biblioteca. Pode parecer cansativo, mas na verdade, tudo isso me fascina. Tenho orgulho de saber tudo o que sei. E posso lhes dizer que no pouco. Tenho pena de gente como Christopher Uckermann que acha que o fsico vale mais do que o crebro. Coitado, o que aquele ser humano vai ser no futuro? Afinal, popularidade s existe no colgio. No mundo real, ele no ser ningum... X__X 003 Eu estava com medo. Com muito medo mesmo. J tinha problemas suficientes em casa e no queria arranjar mais um. O meu plano estava todo preparado, no tinha como falhar. Mas nunca se sabe o que pode acontecer, verdade?
De acordo com as minhas informaes, o diretor sai s sete da noite, uma hora depois da sada dos alunos. Ento, l pelas oito j no devia haver ningum no colgio. Tinha a chave da porta, pois Jack j havia feito uma cpia, quando tambm precisou entrar no colgio manipular seu boletim. No concordei muito com isso, mas enfim, a vida dele e que faa o que achar melhor. Meus amigos me acompanharam at a porta, dizendo que me dariam uma espcie de apoio... Jack: J ta com tudo pronto? Christopher: Sim...sei exatamente o que vou fazer. Jack: timo! Voc est provando ser um timo amigo Christopher, obrigado. Jack tinha todos os defeitos do mundo, mas gostava dele. Talvez no final das contas, se arriscar por um amigo vale pena... Poncho: isso a cara. Contamos com voc. Christian: Estaremos te esperando aqui. Confie que nada v dar errado e siga em frente. Christopher: Tudo bem pessoal. Agora me deixem ir, antes que o medo tome de vez conta de mim. E assim dizendo, dei as costas pra eles e fui at a porta. Entrei facilmente. Tudo estava completamente silencioso, prova de que no tinha ningum aqui. Mas por via das dvidas, fui caminhando como um gato, sem fazer nenhum rudo. Subi as escadas e, por fim, achei a sala do diretor. Para minha sorte, ela estava aberta. O velho deve ter sado e esquecido de trancar a porta. Tudo estava saindo melhor do que eu planejava. Agora era s achar o maldito gabarito e sair correndo daqui... X___x No tinha palavras para agradecer professora Snia. Ela tinha me explicado tudo perfeitamente e acabamos perdendo a hora. J eram sete e meia da noite quando terminamos com tudo... Dulce: Nossa professora, muito obrigada. Tenho certeza que depois dessa aula gabaritarei a prova da senhora, como sempre. Snia: Tenho certeza que sim. Bom, agora melhor irmos para a casa. J est tarde e a senhorita j estudou o dia inteiro, precisa descansar. Dulce: A senhora tem razo. Apenas passarei na biblioteca para pegar uns livros, para estudar pra prova de histria e irei pra casa. Minha me deve estar preocupada. Snia: No demore muito. Queria muito ter uma filha como voc Dulce. comportada, inteligente, educada. Sua me tem muita sorte. Dulce: Obrigada professora, de verdade. At amanh! Snia: Tchau Dulce! Sa do laboratrio e me dirigi ao outro prdio, onde ficava a biblioteca. Sim, este colgio gigante, parece um condomnio. Havia quatro prdios ao todo, mais as quadras de esporte e a piscina. No toa que um dos mais caros do pas. O que eu mais gostava aqui era a biblioteca. Assim como a escola, era gigante, cheia de livros por todas as partes. Poderia passar minha vida aqui trancada e lhes juro que no me importaria nem um pouco. Os minutos passaram to rpido que eu nem me dei conta. J eram oito da noite quando dei por mim. Minha me j devia estar louca. No morava muito longe, mas me sempre se preocupa. Fui andando at as escadas, quando vi a porta da sala do diretor entreaberta. Resolvi agradece-lo por ter feito o sacrifcio de ficar at tarde por minha causa. Mas quando abri a porta, tive uma grande surpresa... Dulce: Mas...o que voc pensa que est fazendo aqui? X_____X 004
Eu no achava por nada o maldito gabarito. Isso estava muito bem escondido. J tinha procurado por toda a sala. S faltava a gaveta principal. E ali estava. O gabarito da prova de fsica. Sorri triunfante, depois de tanto esforo. Mas meu sorriso no durou por muito tempo. Quando escutei o ranger da porta, meu sangue gelou. Havia sido descoberto e tudo estava perdido pra mim... ***: Mas...o que voc pensa que est fazendo aqui? Quando eu ouvi aquela voz fina e irritante todo o meu corpo relaxou. Ela s podia ter vindo de... Christopher: Dulce Maria! O que voc est fazendo a essas horas no colgio? Dulce: Eu que pergunto! O que voc est fazendo na sala do diretor essa hora? Christopher: No se responde uma pergunta com outra! Dulce: No comece com esses joguinhos irritantes Christopher! O que voc estava querendo roubar aqui? Christopher: Roubar? Dulce, caso voc no saiba, meu pai dono da maior empresa de artigos esportivos do pas. Voc realmente pensa que eu quero roubar alguma coisa? Dulce: No sei, mas o que parece. Garanto que voc no estava aqui at essa hora estudando, verdade? Christopher: Isso realmente no te importa. Dulce: Tem razo, no me importa. Mas garanto que o diretor ficar muito curioso em saber o que voc fazia a essa hora na sala dele. Christopher: Ele no est no colgio e sem provas voc no pode me acusar de nada, ok? Dulce: a que voc se engana, playboyzinho. Ele est aqui sim. Tanto ele, quando Snia, a minha professora de laboratrio. Eu acho que voc est bastante ferrado, viu? Eu no podia acreditar nisso. Ela estaria blefando ou falando a verdade? Minha comunicao com ela era bastante limitada e eu no sabia se ela estava sendo sincera ou no. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, comecei a ouvir vozes vindo do corredor... Dulce: Ora, ora...acho que seu fim est mais prximo do que eu pensava. O diretor est vindo a. Eu estava perdido. No tinha a mnima idia do que iria fazer. Agindo por instinto, a peguei pelo brao e a levei para trs de um dos armrios que havia na sala. Espero realmente que ele no nos veja aqui. Seno, no sei que fim terei... X___X Me assustei bastante quando ele me puxou pelo brao, levando pra trs de um dos armrios da sala. O espao era bastante pequeno e nossos corpos ficaram bastante colados. Nunca havia ficado to perto assim de uma pessoa do sexo oposto e isso me deixou bastante nervosa... Dulce: Me solta agora, eu vou gritar! Christopher: No, voc no vai fazer isso porque voc no quer me ferrar. Dulce: Quer apostar? Ele me olhou de cara feia e o diretor entrou na sala, falando com algum do lado de fora. Enchi meus pulmes para poder berrar e, sem que me desse conta, senti seus lbios colando nos meus. Senti meu corao bater acelerado devido ao contato. Fiquei completamente perdida, no sabia como reagir. No sabia se fechava os olhos, se mexia a boca ou qualquer coisa do tipo. No, eu nunca tinha beijado. Em meus dezessete anos de vida, esse era meu primeiro beijo. Mas no pensem coisas, nunca havia beijado por opo minha. Nunca fui muito atraente, mas pedidos pra ficarem comigo que no faltaram. Mas como nunca achei ningum que me interessasse, sempre recusei. E agora aqui estou eu. Sendo beijada por algum que mal conheo. Por que, apesar de termos estudado juntos desde o jardim, ele era um perfeito
estranho pra mim. Apenas sabia seu nome e sobrenome. Enquanto todas essas coisas passavam pela minha cabea, ouvi o diretor saindo e fechando a porta. Christopher se afastou e olhou em meus olhos. Estava to absorvida pelas minhas emoes que nem sabia o que dizer. Ele continuava olhando pra mim, enquanto eu tentava saber porque meu corao batia descompassadamente... X____X 005 Havia feito esse sacrifcio no desespero. Percebi que ela iria gritar e foi a nica forma que encontrei de calar sua boca. No comeo pensei que fosse ser algo repulsivo, mas ao sentir seus lbios junto aos meus, tive uma grande surpresa. Era macios e quentes, com que minha boca se encaixava perfeitamente. Assim que percebi que o diretor saiu da sala, me afastei dela. No pude deixar de olhar seus olhos assustados. Eles transmitiam medo, mas ao mesmo tempo via uma chama que acabava de ser acesa neles. Teria ela sentido o mesmo que eu? Na verdade, nem eu sei o que senti. S posso assegurar que foi algo muito bom. Passei minha mo pelo seu rosto, sentindo a sua pele macia e fina. Eu no tinha a mnima idia do que estava fazendo. Eu tinha namorada e no devia estar aqui, acariciando seu rosto e querendo beij-la mais uma vez. Mas no pude resistir ao calor que invadiu meu corpo. Queria beija-la novamente e era isso que eu faria. Sem pedir permisso, colei meus lbios nos dela outra vez. Deslizei lentamente minha boca sobre a sua at conseguir uma abertura. Quando ela deu uma brecha, introduzi lentamente minha lngua, que logo se encontrou com a dela. Dulce abriu a boca, dando mais espao para o beijo. No, no havia dvidas. Ela queria isso tanto quanto eu. Tive impresso de que ela no tinha muita experincia com isso, mas logo que o beijo foi se aprofundando nossos lbios se encaixaram perfeitamente, como se fossem feitos um para o outro. Apertei mais ainda meu corpo contra o dela e senti suas mos entrelaarem minha cintura, enquanto eu continuava a acariciar seu rosto, no querendo perder aquele contato nunca. Seus lbios tinham um sabor to inebriante que eu pensei por um momento que poderia passar a minha vida toda beijando-os e acariciando-os. Tinham sabor de mel e pareciam enfeitiar. Por um momento esqueci todos os meus problemas e tudo o que eu tinha que fazer. Apenas me concentrei nela e tudo minha volta ficou azul. Senti como se nuvens deslizassem sobre meus ps. Deus, estaria eu nos cus? Como ela podia fazer isso comigo? Para minha infelicidade, ela afastou seu rosto do meu e continuou me olhando assustada. O que faramos agora? Eu no fazia a mnima idia... X___X Eu no sabia o que fazer. S sei que tive que parar tudo naquele momento ou no sei at onde poderamos ir. Digo, at onde eu poderia ir. Ele havia feito eu sentir coisas que jamais pensei ser capaz. E isso me deixou bastante assustada. Sem poder continuar to perto assim dele, sa detrs do armrio e fui correndo at a porta. Queria sair daquele lugar o mais rpido possvel. Quando sa do colgio, vi os amiguinhos de Christopher rindo atrs de uma rvore, como se estivessem esperando por ele. O que estariam tramando? Se fosse em outro momento poderia at pensar em algo. Mas minha cabea estava dando voltas e eu nem sabia se chegaria at em casa em p. Quando cheguei, minha me estava preocupada, como eu havia imaginado... Blanca: Dulce, minha filha, estava na escola at a essa hora? Dulce: A professora Snia me deu umas aulas particulares de laboratrio. E depois ainda passei na biblioteca. Blanca: Tudo bem, mas da prxima vez me avise, fiquei preocupada. Vou colocar sua comida no prato e... Dulce: No me...no quero jantar. Meu estmago est completamente embrulhado. Vou fazer meus deveres de casa tudo bem? Blanca: Mas no bom ficar sem comer nada. Quer algum remdio? Dulce: No, brigada. Prometo que mais tarde eu como algo ok? E assim dizendo, subi as escadas e fui at o meu quarto. Me deitei na cama e respirei fundo.
Mesmo que eu fizesse um grande esforo, seria impossvel fazer algum dever de casa agora. Levei a mo at minha boca e fechei os olhos. Por um momento, consegui voltar no tempo e senti seus lbios sobre os meus novamente. Como ele conseguia tal feito? Passei quase todos os anos da minha vida ignorando-o e agora, ele no sai dos meus pensamentos. Isso s pode ser uma reao, devido ao meu primeiro beijo. No h outra explicao. E, dentro de algumas horas talvez, esse incidente estaria totalmente esquecido... X___X 006 Eu estava totalmente confuso. Fiquei mais ainda, quando ela saiu correndo pela porta, como se eu a tivesse feito algum mal. Permaneci parado, olhando pro nada, tentando assimilar tudo o que havia acabado de acontecer. Poderia algum se apaixonar por um beijo? Se a resposta for sim, creio que eu me apaixonei. No sei como, simplesmente aconteceu. Resolvi parar de agir feito um idiota e fazer o que tinha que ser feito. Sa detrs do armrio e peguei o gabarito que estava em cima da mesa do diretor. Por sorte, ele no havia visto nada. Sa do colgio e entreguei aos meus amigos o que eles mais queriam. Depois disso, fui direto pra casa. No queria passar mais um minuto na rua. Precisava deitar e pr meus confusos pensamentos em ordem. Quando eu cheguei em casa, minha me encheu os meus ouvidos de perguntas, como : onde voc estava?, sabia que j est tarde?. Apenas a ignorei e subi pro meu quarto. Olhei para o meu retrato e de Dbora em cima da minha mesinha de cabeceira e por um momento parei pra pensar. Nunca havia sentido por ela em quase um ano de namoro, o que Dulce me fez sentir em alguns segundos. Deus, estarei eu louco? Isso algo impossvel de acontecer. Ningum se apaixona com um simples beijo. Tenho o meu lado romntico e sei de algumas histrias de amor, mas em nenhuma delas os personagens se apaixonavam to repentinamente. Serei o primeiro a viver algo assim? X_____x Sempre fui muito controlada e jamais deixei minhas emoes tomarem conta de mim. Mas nessas ltimas horas algo estava mudando. Sempre ouvi dizer que o primeiro beijo marcante na vida de uma garota. Mas nunca pensei que fosse tanto. Nem dormir eu podia mais! Passei a noite inteira rolando na minha cama que nem um frango de padaria. Sorte minha que amanh era sbado e no haveria aula. Isso j estava me deixando louca. Como vi que no ia conseguir dormir to cedo, me levantei e fui procurar um livro pra ler. Fui procurar na biblioteca, na parte da minha me, pois eu j tinha devorado todos os livros da minha parte. Infelizmente s achei romances, coisa que eu queria bem longe de mim. Ser que minha me no lia outra coisa? Por que sempre que a gente quer esquecer algo, s vemos coisas que acabam nos lembrando de justamente daquilo que queremos esquecer? Srio, isso completamente irritante. Voltei pro meu quarto e deitei na cama, abraando com fora minha almofada. O ser humano podia ter um boto de liga e desliga pra pensar e deixar de pensar quando quiser. De verdade, quando eu me formar, essa ser minha primeira criao... X___X 007 A minha noite havia sido pssima. S consegui pregar o olho l pelas cinco da manh. A dvida no me deixava em paz. Aquele beijo havia me deixado extasiado, eu queria mais. Queria correr atrs de Dulce, mas tinha que pesar tudo o que eu iria perder com isso. Minha namorada, meus amigos, minha reputao. O que ia fazer? Estava completamente perdido e no sabia como encontrar o meu caminho. Quando finalmente senti que havia conseguido dormir, sinto um peso caindo sobre mim. Abro os olhos ainda confuso e vejo uma cara sorridente sobre mim... ***: Vamos meu amor, est na hora de levantar! Hoje sbado e est um lindo dia pra passear.
Sento na cama com uma enorme dor de cabea. Olho o relgio e passo a mo pelo rosto. S tinha um ser humano que adorava me tirar da cama s oito da manh. E esse algum s podia ser Anah... Christopher: O que voc est fazendo aqui a essa hora, Any? Any: Estava com tdio e vim te encher o saco. Vamos tomar um sorvete? Christopher: Any, so oito da manh! Se eu tomar um sorvete agora eu no como pelo resto do dia. Voc sabe que de manh eu gosto de comer algo nutritivo. Any: Ai, voc e essa mania de nutrio. gerao sade, ns somos adolescentes e adolescentes tomam sorvete no caf da manh e pizza gelada de madrugada. Christopher: Adolescentes no Anah, voc faz isso. Any: Ta, chega dessa discusso! Anda, vai tomar um banho porque voc ta fedendo. Sorte sua que Dbora no te v quando acorda, ela terminaria contigo na hora. Christopher: No exagere Any, o que eu posso fazer se ta muito calor hoje? Tirando isso, eu preciso falar com voc sobre Dbora. Any: Ta, para de enrolar e vai tomar um banho. Depois a gente conversa sobre isso a. Me levantei da cama muito lentamente e fui tomar um banho. Deixei a gua gelada cair sobre o meu corpo. Estava morto. Havia dormido apenas trs horas. No sabia nem se ia me agentar em p. Depois que acabei o banho, eu e Any samos para passear e nos sentamos num banco da praa... Any: Ento...o que voc queria falar sobre Dbora? Christopher: Eu...eu acho que vou terminar com ela. Any me olhou assustada e depois comeou a rir. Adorava minha amiga, mas s vezes a loucura dela era irritante... Christopher: E agora, do que voc t rindo? Any: To imaginando o que ela fez dessa vez. Jogou suco numa garota porque voc estava olhando inocentemente na sua direo? Ou resolveu te ameaar com uma faca, depois que ficou sabendo que voc saiu comigo? De verdade Christopher, antes de terminar com ela, pense em mim. Sabe que ela ir me culpar por esse trmino e vai acabar com a minha vida. Christopher: Tambm no pra tanto Any. Any: No pra tanto? Christopher, voc sabe que essa garota no bate muito bem da cabea. Depois que voc comeou a namor-la, sempre temos que sair escondidos, j que eu sou sua suposta amante. Christopher: Ela apenas um pouco ciumenta, nada mais. Mas enfim...no, dessa vez ela no fez nada. Acho que cheguei concluso de que no a amo e nunca amarei. E pra ficar ao lado de algum assim, melhor se separar no acha? Any: Claro! Sempre soube que voc no a amava. Mas posso saber como o senhor chegou a essa concluso? Christopher: uma longa histria... Any: Me conte. Tenho todo o tempo do mundo... X_____x ***: Dulce minha filha, acorde. J so nove da manh. Vai comear o jogo que voc queria ver. Abri lentamente os olhos e vi o lindo rosto da minha me. Passei a mo pelo meu rosto, me esforando ao mximo para no fechar os olhos... Dulce: Me, prepara o meu caf da manh por favor? que eu vou tomar um banho rpido, pois j vai comear o jogo. Blanca: Claro, minha filha. Assim que voc acabar seu banho, seu prato de banana com aveia estar te esperando na mesa da sala, em frente tv, para que voc possa ver o jogo comendo. Dulce: Brigada me. por isso que eu te amo.
Dei um abrao nela e corri pro banheiro. Passei gua pelo meu rosto, tentando no fechar meus olhos que ardiam de sono. Ai, como eu queria voltar pra cama! Mas hoje era a final do campeonato espanhol e no perderia isso por nada no mundo. Srio, no entendo como algum consegue marcar um jogo entre Real Madrid e Barcelona a essa hora da manh. Sei que l na Espanha j de tarde, mas essa coisa de fuso-horrio realmente me revolta. Acabei o banho e desci correndo pra sala. O jogo j havia comeado cinco minutos. Meu caf estava na mesa, conforme minha me tinha prometido. Esse era um dos poucos momentos em que eu largava os livros e corria pra tv. Espero que tudo isso valha pena e que o Barcelona seja campeo desse campeonato... X__X Any: O que??????????? Por um minuto pensei que tinha ficado surdo, devido ao grito de Any... Any: Meu Deus do cu, Uckermann! Como que voc entra na escola que nem um marginal pra roubar uma prova? Christopher: O que eu podia fazer? Jack me disse que minha reputao iria pelo ralo se eu no fizesse e ele estava certo. O que pensariam todos, caso soubessem que seu dolo um completo covarde? Any: Elas que pensem o que quiserem! Christopher, se te pegassem, voc seria expulso e sabe disso! Nunca gostei desse Jack, nunca! E o que me revolta mais ainda que voc se deixa manipular por ele! Christopher: Eu no me deixo manipular ok? Olha, sei que o que eu fiz foi errado, mas no posso mudar o que j est feito. Posso continuar com a histria? Any: Pode...at agora no vi aonde a Dbora est envolvida nisso tudo. Christopher: Voc no deixa eu acabar de falar, ta sempre interrompendo. Enfim...quando finalmente tinha achado o maldito gabarito, Dulce entra na sala do diretor e me pega com a mo na massa. Any: Dulce? Dulce Maria? A nerdizinha da sua sala com quem voc j discutiu algumas vezes? Christopher: Sim, a prpria. Como sempre, acabamos discutindo. Mas ela no sabe o que eu queria l. Antes que ela descobrisse, ouvimos o diretor se aproximar e eu, num ato desesperado, a levei at atrs de um dos armrios da sala e me escondi com ela l. Dulce ameaou gritar e, para que no o fizesse, a beijei para calar sua boca. Any explodiu em gargalhadas e eu me irritei... Christopher: Mas ser que voc por um momento pode deixar de rir? Srio, isso irrita! Any: Perdo, mas no pude evitar. Quem diria. O cara mais famoso da escola beijando a nerd desconhecida. At que ela no feia, mas enfim... Christopher: No, ela no feia. maravilhosamente bela. Ningum v isso pois vive se escondendo naquelas roupas fechadas e aquela trana mal feita. Any: srio, agora voc est me assustando. Christopher: Eu acho que me apaixonei por ela, Any. Any: O que?? Mas como isso foi acontecer, meu Deus? Chirstopher: J me fiz essa pergunta milhes de vezes e no encontrei a resposta at agora. S sei que quando o diretor saiu da sala e eu apartei meus lbios, eu queria mais. Queria beija-la novamente e foi isso que eu fiz. A beijei mais profundamente dessa vez, como se fssemos namorados. Any: Jesus! E o que ela fez? Christopher: Correspondeu ao beijo. At colocou suas mos na minha cintura. Ela estava gostando tambm, tenho certeza. Mas sem que eu menos esperasse, ela apartou seus lbios e saiu correndo da sala. Srio, no entendi nada. Any: Eu menos. Mas enfim, o que voc pretende fazer agora? Christopher: Queria ir atrs dela, sabe? Tentar algo. Srio Any, nunca havia sentido isso por ningum. Any: Entendo. Mas se voc a ama de verdade, jamais conte a Dbora que ela ser o motivo da
separao de vocs. Seno, Dulce no saber mais o que viver. Christopher: Ai no exagera Any! No contarei a ela. Apenas direi que tudo o que eu sinto acabou. E ela vai ter que aceitar. Any: Espero que ela aceite a sua deciso to facilmente e no me enforque achando que eu fui o motivo do trmino de vocs. Christopher: Ela saber que a culpa no sua. Mas o problema no s ela, entende? O que todos iro pensar quando me virem com ela? O popular com a nerd? E meus amigos? Vo me zuar pelo resto da vida. Any: Se voc pensa assim, porque no a ama de verdade. Christopher: claro que a amo Any, da onde voc tirou isso? Any: Christopher quando a gente ama verdadeiramente algum, ou outros no importam! A partir do momento em que voc pensa no que os outros vo dizer, j no amor. Pois se voc a ama de verdade, voc s quer ficar com ela e que dana-se o mundo. Parei pra pensar por um minuto e vi que minha amiga tinha razo. Estava pensando demais no que os outros iriam achar e estava esquecendo de mim, dos meus sentimentos... Christopher: verdade. A partir de segunda-feira, irei atrs dela e direi tudo o que sinto. Any: assim que se fala! E pode contar comigo pra ajudar no que for... X___x Graas a Deus o Barcelona venceu, isso me deixou muito mais feliz. Passei o fim de semana todo estudando pras provas que comeariam essa semana. J sabia que iria me dar bem em todas, mas melhor prevenir do que remediar. Isso tudo me ajudou a esquecer aquele fatdico beijo. Mas ele no ficaria longe da minha mente por muito tempo. Na segunda feira, assim que eu chego na escola, me vejo sendo puxada para atrs de uma das rvores do colgio... Christopher: Preciso falar com voc. Dulce: Vai ter que esperar. As provas comeam daqui a pouco. Christopher: Mas eu tenho que falar com voc agora. Dulce: J disse que no! No vou arriscar me atrasar por sua culpa! Agora me d licena! O empurrei longe e sa correndo at a sala. Aquela aproximao havia me deixado bastante nervosa. Tinha que me concentrar na prova e no podia me distrair com a sua presena. Tinha que comear a controlar meus sentimentos por ele antes que seja tarde demais... X___x 009 Tinha que falar com ela. Tinha que lhe explicar o que estava fazendo na sala do diretor naquele dia. Mas ela fugia de mim como um rato foge de um gato. A hora da prova havia chegado. J tinha decorado o gabarito todo, mas errei duas questes de propsito, j que ia ficar muito estranho eu tirar uma nota muito alta e algum podia desconfiar. Na hora do almoo ela no ia escapar. Assim que ela entrou no refeitrio, a peguei pelo brao e a levei at uma salinha privada que tinha ali perto, enquanto ela esperneava... Dulce: Me solta, seu porco nojento! Christopher: Eu adoro seus elogios, mas agora quem tem que falar sou eu. Ela se desvencilhou de mim e cruzou os braos, emburrada. Parecia uma criana e no uma adolescente. Mas ela era linda da mesma forma. Deus, como algum podia se apaixonar em to pouco tempo? Christopher: Eu quero te contar o que estava fazendo na sala do diretor naquele dia. Ser que voc pode me ouvir? Dulce: Por que voc quer me contar? Coisa boa que no deve ser. Est com peso na conscincia e quer desabafar?
Christopher: No nada disso. Cala a boca e me escuta! Faz alguns dias que Jack, um dos meus amigos, me pediu pra roubar o gabarito da prova de fsica. Sabia que era errado, mas no tive outra escolha. Se no fizesse isso, minha reputao seria arruinada. Por isso entrei l e voc me encontrou. Dulce: Isso ridculo! Como pode fazer algo assim? Christopher: Eu sei, foi errado. Mas no me arrependo. Dulce: Como no? Tinha que estar envergonhado! Christopher: Estaria...se no fosse o que passou entre a gente l. Percebi que ela me olhou assustada e por um momento, pensei ter visto um rubor em suas bochechas. Precisava falar o que sentia e seria agora... X___X Quando ele disse aquilo, queria que a terra me engolisse ali mesmo. Pensei que ele j havia esquecido esse incidente, assim como eu. O ar me faltava, no podia mais continuar ali... Dulce: No tenho idia do que voc ta falando, ok? Preciso ir agora... Ia sair correndo dali, quando ele me puxa pelo brao... Christopher: A senhorita no vai a lugar nenhum! E no se faa de sonsa! Sabe muito bem do que falo. Voc no pode ter esquecido o maravilhoso beijo que trocamos assim de uma hora pra outra. Estvamos muito prximos e meu corao batia aceleradamente. Beijo maravilhoso? Ele estava mesmo falando srio? Foi meu primeiro beijo, como poderia ter sido maravilhoso pra ele? Dulce: Maravilhoso? Voc realmente achou maravilhoso? Ele sorriu e eu percebi que tinha dito besteira. Deveria ignorar essa situao e no deixar que ela seguisse em frente... Christopher: Sim, achei maravilhoso. Se eu pudesse repetiria a dose. Mas agora no hora pra isso. Queria apenas te dizer o que eu fiz e pedir pra que voc no pense mal de mim. Dulce: No pensar mal de voc? Mas eu fiz isso a minha vida inteira, seria chato largar esse hbito agora. Ele balanou a cabea e me soltou. Parecia triste com o que eu havia dito. Mas fui completamente sincera. Essa era a impresso que ele passava pra mim... Dulce: Posso saber por que de repente voc se preocupa tanto com o que eu penso ou deixo de pensar de voc? Christopher: Se eu disser talvez no acredite. Dulce: V em frente. Voc no vai morrer se tentar. Christopher: Tudo bem...estou completamente apaixonado por voc Dulce e me preocupo bastante com o que voc pensa de mim. Essa notcia havia sido um choque pra mim. Fiquei parada, olhando pra ele, tentando assimilar a mensagem que ele acabara de me passar. Isso s podia ser brincadeira...e uma brincadeira de muito mal gosto... X__X 010 Ela ficou surpresa, com certeza. Olhava pra mim, mas ao mesmo tempo parece que no me via. Estava distante, perdidas em pensamentos...
Christopher: Voc no vai falar nada mesmo? Ela piscou e pareceu voltar pra realidade... Dulce: Isso...isso ridculo! Christopher: Essa no era a resposta que eu esperava. Voc devia tomar mais cuidado com o que fala, pode magoar as pessoas. Ela ignorou completamente o que eu havia dito e continuou falando... Dulce: Voc est falando srio? Como isso aconteceu? Christopher: Eu me fao a mesma pergunta. No sei, acho que foi depois do beijo que tudo dentro de mim mudou. Dulce: Isso loucura. Christopher: Pode ser. Mas como dizem que entre o amor e a loucura h uma linha tnue... Dulce: Voc est louco. No posso mais ficar perto de voc. Ela ia saindo e eu tentei segura-la mais uma vez, mas Dulce se desvencilhou rapidamente... Dulce: Me solta! Mantenha distncia de mim, como sempre fez, ok? E procura um psiquiatra, vai ser o melhor pra voc. Ela saiu correndo da sala e eu me sentei, confuso. Sentia vontade de chorar e me sentia pattico. Por que to difcil aceitar que eu a amo? S por que quase nunca nos falamos e, quando raramente isso acontecia, acabvamos brigando? tudo bem, pode parecer estranho. Mas agora diferente. Somos adolescentes, estamos quase chegando maioridade. absurdo que ela pense que nem uma criana. ridculo am-la. Havia dito coisas que acabou com o meu orgulho. Me senti humilhado. Deveria odi-la por isso, mas parecia am-la cada vez mais... X____x Sa correndo dali o mais rpido possvel. Ele mexia com meus sentidos, no podia negar. Claro que tudo isso se deve ao fato dele ter sido meu primeiro beijo. Logo isso tudo passaria. Espero realmente que ele caia na real e se de conta de que ele est completamente enganado em relao aos seus sentimentos. At porque ele tem namorada, no tem cabimento sentir algo por mim. Creio que isso tudo seja uma mentira, pra eu no contar sobre a prova. S pode ser isso. Nem voltei pro refeitrio, pois no queria encar-lo. Passei a tarde toda com o estmago vazio, mas quase nem notei. Prestei ao mximo de ateno nas aulas, pra ver se esquecia de uma vez por todas dessa histria maluca. E funcionou muito bem. No lembrei daquela peste a tarde toda. Isso que uma boa aula de filosofia traz. Fui pra casa correndo, tentando ao mximo no encontrar com ele. Sei que no conseguirei evita-lo por muito mais tempo, mas enquanto eu puder fazer isso, vou seguir em frente... X__X 011 Any: O que?? Como assim voc confessou o que sente pra ela? Assim que cheguei em casa, chamei Any pra conversar sobre os acontecimentos do dia. Se soubesse o que iria ouvir, teria ficado quieto... Christopher: Tive que falar. Isso estava me sufocando, eu precisava dizer. Any: Mas no se declara a uma mulher assim. Voc tem que ir chegando aos poucos, ser carinhoso, romntico e no chegar se declarando. Ainda mais em relao a algo to repentino. Christopher: Fiz mal?
Any: Mas claro! Voc tinha que ter mais pacincia, esperar mais. Uma dica sobre mulheres: pacincia tudo. Se voc souber como chegar, rapidamente voc a conquista. Homens rpidos s conseguiro pegar qualquer vadia e no uma mulher direita. Christopher: No acha que est sendo um pouco radical? Digo, algumas mulheres gostam de homens rpidos. Any: Talvez, mas isso minoria. A maioria prefere os romnticos, carinhosos e pacientes, escuta o que eu to te falando. Talvez ela tivesse razo. At porque Any entende mais disso do que eu, j que mulher. Se o segredo era ser paciente, ento eu seria. Dulce vai ficar comigo. Nem que demore anos, mas ela vai ficar comigo... X____x No dia seguinte, assim que cheguei na escola, percebi que ele me olhava de longe. Acelerei o passo, com medo dele vir atrs de mim, mas graas a Deus, no o fez. Hoje era mais um dia de provas e eu estava bastante preparada. No ia deixar por nada no mundo essa situao toda atrapalhar meus estudos. A manh parecia se arrastar. Terminei todas as provas no tempo certo e estou segura de que gabaritei quase todas. Na hora do almoo, me sentei sozinha, como sempre. Assim era melhor. Ficava nervosa com muita gente perto de mim, acho que por isso que no tinha amigos. Maite era a nica da minha sala que falava comigo. Mas ela tinha seus amigos mais prximos e passava a maior parte do tempo com eles. Estava tentando me lembrar de uma certa frase de Goethe, quando vejo algum sentando-se ao meu lado. Meu corao disparou dentro do peito, quando vi Christopher sorrindo pra mim... Dulce: O que faz aqui? Christopher: Vim comer com voc. Posso? Dulce: No, no pode. Agora saia daqui e me deixe em paz. Empurrei sua bandeja para o lado e virei o rosto. Mas pareceu no adiantar muito. Ele colocou a bandeja no lugar e se aproximou mais de mim... Christopher: O que voc ganha sendo solitria assim? Dulce: No sou solitria e voc no tem nada a ver com a minha vida. Christopher: No solitria? Ento me diz porque durante todos esses anos eu sempre te vi sozinha por a? No possvel que voc nunca teve alguma amiga ou algo assim. Nesse momento, senti vontade de chorar. Mas se tem uma coisa que eu sabia fazer era esconder meus sentimentos. Coloquei minha mscara de indiferena e disse tranquilamente... Dulce: Talvez sim, talvez no. Voc sempre vai ficar com a dvida. Virei o rosto e tomei um pouco do meu suco, olhando pro nada. Sentia que ele me olhava e isso j estava me tirando do srio. Por que ele tinha que ser to chato? X__X 012 Ela ficava mais linda ainda estressada, o que aumentava meu prazer de irrit-la. Fiquei olhando fixamente pra ela, que me olhou querendo me matar... Dulce: Quer parar de me olhar? Isso incomoda. Christopher: No posso. Voc linda demais. Dulce: Linda? Voc s pode estar brincando. Ela ia virar o rosto novamente, mas toquei seu queixo e a obriguei a olhar pra mim...
Christopher: Vai dizer que voc feia? Dulce: Sou. Mas isso no vem ao caso. J disse pra me deixar sozinha. Christopher: Sinto muito, mas no farei isso. Dulce: Posso saber por que? Christopher: Porque eu te amo e vou fazer voc me amar tambm. Ela arqueou uma sobrancelha e desviou o olhar... Dulce: Srio, sua loucura cresce cada diz mais e isso j est me preocupando. Christopher: Pense o que quiser. Apenas estou dizendo o que sinto. Voc vai me amar. Acredite no que digo. Dulce: Isso eu duvido. Christopher: Quer apostar? Eu farei voc me amar. Voc ficar louca por mim. Dulce: Voc nunca vai conseguir isso. Quem aposta agora sou eu. De repente, uma brilhante idia surgiu em minha mente... Christopher: Ok, ento vamos apostar. Dulce: Est falando srio? Christopher: Mas claro! Amo desafios. Principalmente quando estou seguro de que sairei ganhando. Ela me olhou assustada, como se eu fosse uma espcie de louco psicopata ou algo assim... Christopher: O que foi, Dulce? Est com medo de sair perdendo e de se entregar a mim? Dulce: O que? Mas claro que no! Apenas acho que perderemos tempo nessa aposta ridcula. Alm do mais, nem meu amigo voc . E pra mim, no existe amor sem amizade. Christopher: Ento ta, tenho uma idia melhor. Nossa aposta ter trs etapas, at eu conseguir alcanar meu objetivo. Dulce: Do que est falando? Christopher: Pra chegar at voc, terei que passar por trs etapas antes. E cada etapa vale um beijo, o que acha? Ela se engasgou com o suco que estava tomando e olhou apavorada pra mim. Se Deus quiser, ela aceitar essa aposta e eu poderei chegar at seu corao... X____x Uma dica: Nunca converse com Christopher Uckermann bebendo alguma coisa. Provavelmente voc ir se engasgar com as suas idias mirabolantes... Dulce: E posso saber que etapas so essas? Christopher: Primeiro, farei voc rir. Dulce: O que uma coisa tem a ver com a outra? Christopher: Desde que eu te conheo quando ramos crianas, nunca te vi rir. Dulce: Isso no verdade. No sou to amarga assim. Christopher: Voc que pensa. J te vi sorrir algumas vezes, mas rir com vontade mesmo, nunca. E esse ser um desafio que eu adorarei vencer. Me senti mal com tudo isso. Ser que realmente era uma pessoa infeliz? Na verdade, nunca parei pra me questionar sobre o assunto... Christopher: A segunda etapa consiste em virar seu amigo, j que isso to importante pra voc. Dulce: Se voc no fez isso durante todo o tempo em que nos conhecemos, o que te faz pensar que ter sucesso agora? Christopher: O simples fato de que farei esforo. Eu vou conseguir Dulce, voc ver. E a terceira etapa consiste em fazer voc me amar. E ento tudo estar terminado.
Dulce: Digamos que eu concorde com essa loucura toda. O que ganhamos com isso? Christopher: Bom...se eu ganhar a aposta, fico com voc. Mas se voc ganhar...no sei. Voc decide, aceito o que voc propor. Parei pra pensar um pouco. Queria algo bem criativo, do qual fizesse com que ele se arrependesse pelo resto da vida dessa loucura. Mas no momento no me vinha nada na cabea... Dulce: Ok...eu ainda no sei, mas com o tempo acharei algo. E at quando durar essa aposta? Christopher: At o final do ano letivo. Se eu perder, prometo nunca mais te incomodar na minha vida. At porque iremos pra faculdade e tomaremos rumos diferentes. Mas se eu ganhar...pode se preparando pra me aturar por toda vida. Porque uma vez que ganhe voc, nunca te deixarei partir, ouviu? Quis rir desse comentrio, mas me segurei ao mximo. Ele estendeu a mo pra mim e me olhou fixamente... Christopher: E ento...trato feito? Olhei pra ele ainda incerta, mas decidi ir em frente. Toquei a sua mo, concordando com tudo isso... Dulce: Trato feito. Mas sem trapaas, viu? Christopher: Voc vai ser minha Dulce. Voc ver... X____x 013 Na hora da sada, meus amigos disseram que queriam conversar um assunto srio comigo. J imaginei o que poderia ser e estava preparado... Jack: Podemos saber o que voc tanto faz atrs daquela nerdizinha? Poncho: mesmo Christopher, voc quase no fica mais com a gente. A vive seguindo o tempo todo. Christopher: Pois ...estamos envolvidos numa coisa... Jack: Que coisa? Vocs esto ficando ou algo assim? Como dizer aos meus amigos que gostava dela? Alm de ser algo fora do comum algum como eu sair com algum como ela, eles tambm eram amigos de Dbora e no queria que soubessem de tudo j. Eu tinha que terminar esse namoro pessoalmente... Christopher: No cara...fizemos uma aposta. Jack: E posso saber qual a aposta? Christopher: Infelizmente no! segredo! Christian: E desde quando voc tem segredos com a gente? Christopher: Desde que fiz uma aposta com ela. Agora se me permitem, tenho muita coisa pra fazer em casa... Sa andando, sem olhar pra trs. No estava com pacincia pra explicar coisas inexplicveis. Alm do mais, tinha que pensar no que falaria pra Dbora. Temos praticamente um ano de namoro e ela gosta bastante de mim. Essa uma situao bastante complicada que terei que resolver j. Assim que cheguei em casa, liguei pra ela, marcando um encontro... Dbora: Mas eu no posso sair hoje, meu amor. Estou doente. No reparou que eu no estou indo na semana de provas? Na verdade, no tinha reparado. Estava to obcecado em falar com Dulce, que acabei
esquecendo da minha prpria namorada... Christopher: Claro que percebi! Mas no pensei que fosse algo to grave. Dbora: No chega a ser grave, mas eu estou com um pouco de febre. Minha me achou melhor ficar em casa. Christopher: Tem razo. Depois te ligo ento. Dbora: Tudo bem. Te amo! Fiquei em silncio, sem saber o que responder. Ela sabia que no a amava, mas parecia me pressionar para diz-lo... Christopher: Um beijo! Tchau! Desliguei o telefone mais rpido que pude, evitando que ela desse algum tipo de ataque. s vezes pensava que Any tinha razo. Ela era um pouco obsessiva em relao a mim. S espero que isso no atrapalhe a minha relao com Dulce...ou ento, termos muitos problemas... X___x Graas a Deus hoje era o ltimo dia da minha semana de provas. No comeo podia at ser excitante, mas o final resultava exaustivo. Durante trs dias, ele no veio falar comigo. No que eu tivesse sentindo falta da sua presena, mas apenas estranhei. Quando algo est muito quieto porque no vem coisa boa por a. Um pouco antes da prova de filosofia tarde, encontrei Maite no banheiro... Maite: Ol Dul! No preciso nem perguntar como est se saindo nas provas, n? Dulce: Pois , creio que estou tendo sucesso em todas. E voc? Maite: Tambm. Exceto a de Espanhol. Voc sabe que eu me complico bastante com os tempos verbais. No creio que tenha tirado nota baixa, mas tampouco gabaritei. Dulce: Eu entendo. Bom, se voc quiser eu posso te dar uma ajuda. Sou boa nisso. Maite: Me diz algo em que voc no seja boa, Dul. Me senti envergonhada e orgulhosa ao mesmo tempo. Eu gostava de parecer arrogante e metida frente aos outros, mas eu gostava de Maite e no queria que ela pensasse isso de mim... Dulce: Ah deve ter algo sim. Mas enfim, quando voc quiser s me dizer. Maite: Tudo bem, muito obrigada. Dulce: Bom, ento eu to indo. A nossa prova de filosofia comea dentro de alguns minutos. Voc no vem? Maite: J estou indo. Estou s terminando de arrumar meu cabelo. Que te parece? Dulce: Est muito lindo, como sempre. Isso no era nenhuma mentira. Os cabelos de Maite eram brilhosos e macios. Eram bastante escuros, apesar de sua pele branca. Nesse ponto eu a invejava um pouco. O meu cabelo normal era de um tom castanho escuro desbotado, algo que eu odiava. Por isso, desde quando eu tinha treze anos, o pinto de vermelho. Mas sou um pouco relapsa com o visual e a minha raiz sempre acaba aparecendo. Acho que se no fosse pela ajuda da minha me, eu jamais poderia manter isso aqui... Maite: Dul, posso te fazer uma pergunta indiscreta? Dulce: Claro. Se eu puder responder... Maite: Bom...eu no quero parecer muito intrometida, mas...todo o colgio est comentando. Dulce: O que? Srio, no sei do que voc est falando. Maite: Todos esto reparando que Uckermann ultimamente vive atrs de voc. Digo, ele tem namorada, no seria legal voc ficar com ele. No me leve a mal, mas eu gosto de voc e no queria te ver envolvida em escndalos. Eu estava surpresa. Ser mesmo o que o colgio inteiro comenta sobre a nossa aproximao?
Eu j deveria ter imaginado. Ele muito popular e tudo que faz, vira notcia. E por estar prxima a ele agora, tambm virei alvo de fofoca... Dulce: Agradeo o seu interesse Mai, mas no tem porque se preocupar. No estamos ficando, nem nada do tipo. Maite: Que bom, fico mais tranqila. Mas porque vocs esto prximos? Me disseram que se conhecem desde o jardim, mas quase nunca se falaram. Dulce: verdade. Mas algo passou...algo que creio que no possa te contar ainda, perdo. Maite: No se preocupe com isso, eu entendo. Mas quando quiser desabafar ou algo assim, pode contar comigo. Alm do mais, acho que voc devia parar de ficar sozinha. Venha se sentar comigo. Assim meus amigos podem te conhecer melhor. Dulce: Receio que seus amigos no gostem de mim. No precisa disfarar Mai, j disseram na minha cara o quanto eu sou arrogante e voc sabe. Maite: Mas porque eles no te conhecem direito. Eles te julgam sem saber... Dulce: Mesmo assim. Eu mesmo no sou hipcrita. No me sentiria bem no meio de gente que sei que no gosta de mim. Alm do mais, no gosto muito de estar perto de muitas pessoas, j te disse. S com a sua amizade eu estou bastante satisfeita. Maite: Fico feliz em saber que voc gosta de mim. Apenas no queria te ver to solitria. Dulce: No se preocupe, j estou acostumada com isso. Minha melhor amiga a solido. Mas enfim...acho melhor irmos pra sala. A prova j vai comear. Ela sorriu pra mim e fomos juntas at a sala. A companhia dela era muito agradvel e apreciava sua amizade. Mas espero que isso no cresa. Por que? Bom, talvez um dia eu conte...talvez no... algo muito ntimo e, de verdade, no quero compartilhar com ningum... .X___x 014 No me aproximei de Dulce esses dias, pois primeiro queria resolver meus problemas com a Dbora. No acho legal ficar investindo em Dulce, namorando outra. noite, ela me ligou, dizendo que j estava melhor e que eu j podia falar com ela. Isso era algo bem difcil, mas que precisava ser feito. Assim que cheguei em sua casa, fui bem direto. Queria acabar com isso de uma vez por todas... Christopher: Temos que terminar, Dbora. O sorriso que estava em seu rosto desapareceu, dando lugar s lgrimas... Dbora: O que?? Mas voc no pode fazer isso comigo! Voc sabe que eu te amo! Christopher: Esse o problema! Voc me ama, mas eu no te amo. No podemos continuar assim. Dbora: Mas claro que podemos! O amor vem com o tempo, se esperarmos um pouco mais... Christopher: Estamos juntos a quase um ano e eu ainda no te amo. No creio que isso v acontecer agora. Dbora: No faz isso comigo, Christopher. Por favor, no seja cruel! Christopher: Cruel eu seria se te trasse com outras porque no agento mais esse namoro. Sempre fui fiel a voc no tempo em que ficamos juntos. Dbora: No seja hipcrita! Sei muito bem que voc me traiu com aquela sua amiguinha. Mas mesmo assim te perdoei! Christopher: O que? Est se referindo a Any? Dbora: Mas claro! Sei que voc me traiu ou me trai com aquela pirralha! Christopher: No seja ridcula Dbora, por favor. Conheo Any desde quando eu nasci e a nossa relao nunca passou da amizade. Dbora: Eu no acredito em voc. Christopher: timo. Mais um motivo pra gente terminar. No posso ficar com algum que no confie em mim. Dbora: Eu estou com nojo de voc Christopher, nojo! V embora daqui e nunca mais olha na
minha cara. Christopher: De verdade, no queria que acabasse assim, pois foi bom enquanto durou. Mas se voc terminar civilizadamente... Dbora: Me esquece Christopher, sa daqui!! Ela comeou a jogar um monte de almofadas em mim e eu achei melhor me retirar logo. O que importa que agora eu estava livre para conquistar Dulce. E ia usar todas as minhas armas para consegui-la.... X____X No dia seguinte, estava planejando procurar Christopher. Tinha algo muito importante pra falar com ele e no podia esperar. Mas ele era mais rpido do que eu. Antes de comear a aula, me sentei debaixo de uma das mil rvores que havia no colgio. Peguei o livro que estava lendo e me concentrei. Se chama Utopia e fala sobre a sociedade londrina na poca do reinado de Henrique VIII. Algo muito interessante, estou amando. Estava no meio da leitura, quando de repente duas mos tapam meus olhos e tudo fica escuro. Escuto uma voz rouca no meu ouvido e imediatamente descubro quem ... Dulce: Tira essas mos de mim, Christopher! Tirei suas mos dos meus olhos e ele me olhou, rindo... Christopher: Como sabia que era eu? Dulce: No sou burra. J conheo sua voz. Alm do mais, voc e a nica pessoa que vive atrs de mim, ento... Christopher: Teoria interessante. Dulce: Quero falar algo muito importante com voc. Christopher: O que foi? J descobriu que est apaixonada por mim? Dulce: Que? Mas claro que no! J te disse que isso algo que nunca acontecer. Christopher: Uma dica: Nunca diga nunca. Dulce: No preciso das suas dicas. Mas enfim...quero desistir da aposta. Ele me olhou surpreso e depois sorriu... Christopher: J entendi...sabe que vai perder e quer desistir antes que passe por essa vergonha, n? Dulce: No nada disso! Fiquei sabendo que todo o colgio est comentando sobre a nossa aproximao. E de verdade, no gosto de ser alvo se fofocas. Christopher: Eu tambm no, apesar de estar constantemente na boca do povo. Me incomoda bastante o que dizem de mim, apesar de no parecer. Mas eu tento ignorar e fingir que no est acontecendo nada. Acho que voc devia fazer o mesmo. Dulce: No d. Sempre fiquei escondida de tudo e de todos e agora me sinto vigiada todo o tempo. Ainda mais porque esto dizendo que voc est traindo sua namorada comigo. Ele arregalou os olhos e desviou o olhar. Parecia preocupado com isso. Ser que se preocupava com o que falavam de mim? Ai claro que no! Ele devia estar pensando na sua reputao, que a nica coisa que importa pra ele... X____x 015 Isso tudo estava tomando um rumo que eu no estava gostando. No queria que falassem dela, ainda mais quando era alguma calnia. Isso j estava me incomodando bastante... Christopher: Bom, se te alivia um pouco, terminei com a Dbora ontem. Assim, as pessoas no falaro mais.
Ela me olhou de repente e por um momento pensei ver um sorriso surgindo em seus lbios. Mas devia ser s impresso, pois ela imediatamente virou a cara e disse com sua arrogncia de sempre... Dulce: As pessoas vo falar mais ainda. Perdo, mas eu no consigo fingir que nada est acontecendo. E no quero que a sua namorada desconte a raiva dela em mim. Christopher: E por que voc est dizendo isso? Dulce: No sei...h boatos de que ela no age com muita sanidade quando o assunto voc. Christopher: Pra quem vive enfurnada em livros e experincias, voc at que est bem inteirada das fofocas. Ela se ruborizou por um instante e eu tive que me segurar pra no rir... Christopher: No ligue pra essas coisas. O povo no tem mais o que fazer. E ento? A aposta continua? Dulce: Tudo bem...vamos ver no que vai dar. Ela fechou o livro que estava lendo e se levantou... Dulce: Temos que ir pra sala. A aula comear dentro de alguns minutos. Christopher: Posso te acompanhar? Afinal, vamos para o mesmo lugar. Dulce: Faa o que voc quiser...desde que no me incomode. E sem dizer mais nada, ela saiu andando rpido na minha frente. Eu apenas ri do seu jeito. Ela ia ser o melhor desafio da minha vida... X___X Os resultados das provas foram entregues. Como eu j havia imaginado, gabaritei todas. Ou melhor, quase todas. Tirei nove e meio em geografia. Algo que no me agradou muito, mas enfim, no vou morrer por causa disso. Por vezes sentia que algum me olhava. Era s virar pra trs, que pegava ele olhando pra mim, com aquele sorriso de sempre. Tenho que confessar que s vezes ele me tirava a ateno das aulas. Ele era muito bonito, isso eu no podia negar. Me perguntei vrias vezes porque que ele tinha que se interessar por mim? Por que eu? Dentre todas as garotas lindas e perfeitas que havia no colgio, porque ele tinha que se apaixonar logo por algum que impossvel pra ele? Somos de mundos completamente diferentes. Isso no faz nenhum sentido. s vezes at duvido que ele me ame mesmo como diz. Pra mim isso tem outro nome. Tudo aconteceu muito de repente, um amor verdadeiro no nasce assim de uma hora pra outra. Eu jamais poderia corresponde-lo. Tenho outros objetivos na minha vida. E alm do mais, no sinto nada por ele. Digo, nada significativo. Ele lindo e foi o meu primeiro beijo, o que s vezes causa certas sensaes em mim. Mas nada mais. No vejo algo profundo e verdadeiro nisso. Sou complicada, preciso do meu espao e um relacionamento qualquer a ltima coisa que eu quero em minha vida. Eu tenho e vou ganhar essa aposta...pelo bem de ns dois... X_____x 016 Passei a aula inteira contando os segundo para o intervalo. Esse era o nico momento em que podia estar com ela, j que no queria nos expor muito sentando perto de Dulce na sala. A notcia do meu trmino com Dbora, rapidamente se espalhou pelo colgio. Ela se fazia de coitada, dizendo o quanto eu a fiz sofrer. Algumas pessoas se sensibilizaram e, outras que j a conheciam bem, ficaram do meu lado. Principalmente as garotas que depois que ficaram sabendo da notcia, vieram como abelhas pra cima de mim. Se eu disser que no gosto disso estarei mentindo. Mas a nica pessoa que eu queria atrs de mim parecia nem se lembrar da minha existncia. Isso machucava s vezes. Estava largando tudo por ela e Dulce nem dava importncia. Mas no ia me trancar no quarto e chorar como um beb porque eu no sou
assim. Ia seguir sempre em frente, lutando pelo que eu mais desejava. Quando finalmente o intervalo chegou, ela saiu da sala o mais rpido possvel. Me levantei e fui atrs dela... Christopher: Posso te acompanhar at o refeitrio? Ela me lanou um olhar de desprezo e disse secamente... Dulce: No. Christopher: Mas e se eu insistir? Dulce: Simplesmente irei te ignorar e fingir que voc no existe. E assim ela fez. No caminho at o refeitrio fiz mil perguntas e falei um monte de coisas, mas ela no disse uma palavra. Simplesmente pegou sua bandeja e se afastou de tudo e de todos. Tambm peguei a minha bandeja com a comida e fui atrs dela. Sentei-me ao seu lado, mas ela continuava me tratando como fantasma... Christopher: Olha Dulce, ns fizemos uma aposta na qual eu teria que te conquistar. Mas se voc continuar me tratando assim, isso nunca poder acontecer. Dulce: Mas essa a inteno, no percebeu? No quero que voc me conquiste. No vou perder essa aposta. Resolvi desistir por hoje e deixar pra outro dia. No era fora que eu iria conseguir conquista-la. E muito menos hoje. Me levantei calmamente e fui me sentar com os meus amigos. Mas me arrependi amargamente em seguida. Acho que preferia ter ficado sozinho... Jack: E ento, Christopher? Vai contar pra gente sobre o que essa aposta que voc fez com aquela nerd arrogante? Christopher: J disse que no posso. Jack: Ns somos os seus melhores amigos. Voc sempre contou tudo pra gente. Christopher: Pois , mas dessa vez diferente. Poncho: Cuidado pra no se misturar demais com ela e ficar igual, viu? Christian: E v se no se esquece da gente. Christopher: No esquecerei. Tanto que estou aqui, no estou? Jack: Pode ser...mas h algo muito estranho nessa histria. Comeando pelo trmino do seu namoro com a Dbora. Ela est sofrendo muito. Christopher: Isso tudo drama. Quis terminar amigavelmente, mas ela preferiu de outro jeito. No posso fazer nada. Poncho: Mas at agora eu no entendi porque vocs terminaram. Christopher: Descobri que no gostava dela o bastante pra continuar com tudo isso. Estava perdendo meu tempo. Quero ser livre. Jack: Sempre te disse pra pegar algumas garotas enquanto estava com ela. Dbora nunca ia ficar sabendo mesmo. Christopher: E eu tambm j disse que no gosto disso. Jack: Voc um banana mesmo. Srio, no sei nem com consegue ser algum to importante. Se o povo do colgio tirasse essa imagem de heri que tem de voc, veria o fracote de verdade que voc ... Christopher: Penso que ser fiel no sinal de fraqueza e sim, de carter. Pena que voc no conhece bem essa ltima palavra, no ? Cansado dessa discusso toda, deixei minha comida na mesa e sa do refeitrio. Havia perdido toda a fome, apenas queria sair dali o mais rpido possvel e fui pra biblioteca. No era o meu lugar favorito no colgio, mas pelo menos era silencioso e eu podia pensar melhor na minha vida. Gostava dos meus amigos, mas s vezes me perguntava se eles sentiam o mesmo. Jack ento, vivia jogando indiretas que acabavam com a minha auto-estima. Caminhei devagar pelos largos corredores da biblioteca e fui olhando os livros, mas nem prestava muita ateno neles. No podia deixar de me questionar sobre tudo o que acontecia minha volta e que s agora me dava conta. Voltei pra realidade, quando meus olhos encontraram um livro bem grosso e marron que estava escondido na ltima prateleira. A textura dele me intrigou e fui
peg-lo pra ver. Tinha muita poeira em cima do ttulo e eu passei minha mo para tir-la. Ele era intrigante e eu comecei a folhe-lo. Aquilo ali era fantstico! E me deu uma magnfica idia... X___X Vi como ele saiu irritado do refeitrio. Com certeza havia discutido com seus amigos. Vai ver ele est percebendo que est andando com gente que no presta. Mas isso no me importa. O segundo bimestre j havia comeado e eu tinha que comear a estudar. Esperava repetir minhas notas do primeiro bimestre. Dois dias depois, ele se manteve afastado de tudo e de todos. No veio falar comigo e nem com seus amigos. Ficou o tempo todo isolado, como se tivesse pensando. A nica vez em que tinha companhia, era quando a amiga dele do segundo ano ia falar com ele. Uma loira, no sei o nome dela. H quem diga que os dois so mais do que amigos, mas enfim, isso no da minha conta. Fui uma das primeiras a chegar na aula de filosofia, depois do intervalo. Me sentei na cadeira e resolvi terminar o livro que estava lendo. Assim que peguei o livro, algo caiu no cho. Me abaixei para pegar e vi que era um pequeno envelope. Ser que isso era meu mesmo? Olhei em volta, mas no havia ningum na sala. Ento creio que isso meu, no? Sem pensar duas vezes, abri o envelope que tinha um cartozinho com os seguintes dizeres: O amor no v com os olhos, v com a mente;por isso alado, cego e to potente. W.Shakespeare. Ass: Calcvu. Eu conhecia essa frase muito bem. Era de Sonho de uma noite de vero, a melhor obra, na minha opinio, de Shakespeare. Mas...quem teria feito isso? Algum havia assinado como Calcvu, mas isso no me dizia absolutamente nada. Seria de algum admirador secreto? Pff, claro que no! Quem nesse colgio iria se apaixonar por mim? O nico louco a esse ponto era Christopher! Mas aquele ali no tinha nada na cabea, ento no podia ser ele. Isso s podia ser uma brincadeira de mal gosto. Coloquei o envelope de volta na minha mochila, e tentei afastar esse acontecimento da minha cabea. o sinal bateu e aos poucos, os alunos foram entrando na sala, seguidos pelo professor. A aula comeou, mas eu no conseguia prestar ateno. Por algum motivo, minha mente no parava de pensar num certo envelope... X____X 018 Havia resolvido me afastar de tudo e de todos por alguns dias. Estava confuso, precisava pr meus pensamentos em ordem. Any s vezes vinha ficar comigo, mas eu sempre a dispensava, dizendo que queria ficar sozinho. Espero que ela no fique chateada comigo. Estava indo para o treinamento, quando a vi sentada em frente rvore de sempre. Sem poder me conter, fui caminhando lentamente at a ela. Me aproximei o suficiente pra ver que ela segurava um envelope que eu conhecia muito bem. Ento ela havia achando. Ponto pra mim. Me sentei ao seu lado sem pedir permisso e ela me lanou aquele olhar de desprezo de sempre. Ignorei tal atitude e comecei a jogar meu jogo... Christopher: Envelope legal. seu? Dulce: No te importa! Christopher: No seja mal educada, Dulce. Deixe-me ver. Peguei o envelope da sua mo e fingi ler. Ela tentava desesperadamente pegar o objeto de minhas mos, mas eu no entreguei at terminar de ler... Dulce: Isso particular, seu fofoqueiro! Christopher: O que isso? Voc tem um admirador secreto agora?
Dulce: No sei. E o que isso te importa? Christopher: Mas claro que me importa! Eu tenho que saber se tenho algum concorrente. Dulce: No diga besteiras, Uckermann! Isso s um envelope que no diz nada. Christopher: Diz nada? Dulce, tem uma linda frase de amor a. Quem quer que seja que te mandou isso, com certeza deve estar apaixonado. Dulce: Ai, j chega! Voc no tem nada a ver com isso aqui, ok? Ento me deixe em paz! Ela se levantou, pegou sua mochila e saiu praticamente correndo. Eu comecei a rir, por causa de sua reao. Eu estava jogando o jogo certo. Ela havia ficado balanada, tenho certeza. J que ela gostou tanto assim...ento vamos continuar com os envelopes misteriosos... X__X Os dias se passaram e no apareceu outro envelope. Ento, conclu que isso s podia ter sido algum engano ou uma brincadeira de muito mau gosto. Havia finalmente acabado de ler o meu livro e j estava ansiosa pra ler outro. No pequeno intervalo entre as aulas, resolvi passar na biblioteca pra pegar outro livro. Enquanto procurava algo interessante nas infinitas estantes, vi Christopher sentado em uma das mesas, lendo um livro bem grosso. Seria esse o apocalipse? Me aproximei sem fazer nenhum barulho, tentando ver o que ele estaria lendo. Mas infelizmente, minha mochila bateu na estante e fez um pequeno barulho. Ele acabou percebendo a minha presena e fechou rapidamente o livro, colocando o brao em cima do ttulo... Christopher: O que voc faz aqui? Dulce: Como o que eu fao aqui? Venho aqui quase todos os dias! a pergunta : o que VOC faz aqui. Agora no a hora de jogar sua pelada? Christopher: Aquilo no pelada, um treinamento intenso para o intercolegial. Dulce: No importa, d na mesma. Agora eu posso saber o que o popular faz aqui na biblioteca dos nerds? Christopher: No. Isso no da sua conta. Ele se levantou com o livro debaixo do brao, ainda escondendo o ttulo e sorriu sarcasticamente pra mim. Se ele soubesse como eu odiava esse sorriso... Dulce: Voc no deve estar lendo coisa muito boa, j que est se empenhando tanto pra esconder. Christopher: Voc muito contraditria, Dulce. H poucos dias me chamou de fofoqueiro por querer ler o enigmtico bilhete, mas agora, est desesperada pra saber o que eu estou lendo. Acho que temos mais coisas em comum do que voc pensa. Eu realmente havia ficado sem palavras. Senti meu rosto queimar, enquanto ele sorria novamente daquele jeito... Christopher: No precisa ficar vermelha, verdade. Voc ainda vai se dar conta disso. E assim dizendo, ele saiu, me deixando com a maior cara de pateta. Ele ainda ia me pagar por isso. Ah, se no ia... X__X 019 Me escondi o mais rpido que pude entre as inmeras estantes da biblioteca. Percebi que ela saiu rapidamente de l e respirei aliviado. No sei como consegui demonstrar aquela aparente calma, quando na verdade, estava tremendo de nervoso. Se Dulce me pegasse lendo um dicionrio de pensadores e filsofos, ia logo desconfiar dos bilhetes. E todo meu plano iria por gua abaixo. Voltei discretamente para o lugar onde estava, anotei o que eu precisava e guardei o livro, saindo de mansinho da biblioteca. Estava cada vez mais difcil seguir com essa histria de aposta. Havia me aproximando novamente dos meus amigos, pois no conseguia
ficar sozinho. Mas as coisas no eram como antes. Percebia que eu era excludo por todos eles, depois da ltima discusso. Se pelo menos Dulce estivesse mais prxima de mim ou fosse minha amiga, as coisas seriam mais fceis. Any no pode me fazer companhia todo o tempo, j que ainda est fazendo o segundo ano. E Dulce...cada vez que eu tento uma aproximao, ela me ignora e me trata mal. No podia viver assim, precisava dos meus amigos. Mas ao mesmo tempo estava cada vez mais difcil conquistar Dulce. Precisava fazer alguma coisa pra ficar mais perto dela. Foi ento, que eu tive uma grande idia. Uma idia facilitaria muito a minha vida, em todos os sentidos... X____X J pararam pra pensar que quando voc est quase esquecendo alguma coisa, ela sempre aparece outra vez, do nada, pra te lembrar de que ela est ali, te perseguindo? Deu pra entender, n? Pois bem. Quando eu j havia esquecido o maldito bilhete, eis que aparece mais um dentro da minha mochila. Isso s podia ser brincadeira. Olhei minha volta, mas ningum parecia notar minha presena, como sempre. Sem poder conter a minha curiosidade, abri rapidamente o bilhete e li sua mensagem... O tempo lento demais para aqueles que esperam, rpido demais para aqueles que temem, grande demais para aqueles que lamentam, curto demais para os que celebram. Mas para aqueles que amam, o tempo eterno. Henry Van Dyke. Ass: Calcvu Por que essa pessoa fazia isso? Por que me mandava essas lindas frases s pra rir da minha cara? Ainda bem que eu no era do tipo que caa de amores por uma frase romntica. E essa pessoa que quer rir s minhas custas, no vai conseguir o que deseja... X__X 020 No fim de semana, como sempre, eu e Any samos para passear por a. Era muito bom saber que eu tinha uma amiga de verdade, algum em quem eu podia confiar. J em relao aos outros, eu no sabia se poderia dizer o mesmo... Any: Chris, eu preciso te contar uma coisa. Christopher: Pode falar Any. Any: Bom, ...voc acredita em amor ao primeiro contato? Christopher: Como? Any: ...tipo, voc j viu uma certa pessoa vrias vezes, mas nunca falou com ela. Mas na primeira vez que vocs se falam, voc sente suas pernas tremerem, borboletas nos estmago e essas coisas. Acha que isso possvel? Christopher: Bom...eu conheo a Dulce desde quando eu tinha quatro anos de idade, mas nunca percebi que ela existia. S foi eu beija-la pela primeira vez que tudo mudou. Ento, eu acredito no amor em qualquer forma. Por que? Por acaso a senhorita est apaixonada? Any: Ai, no sei o que eu sinto. S sei que algo diferente. Christopher: E posso saber quem a pessoa? Any: Bom...voc j a conhece. Christopher: Conheo? Quem? Any: ......o seu amigo, Poncho. Imediatamente parei de andar e olhei assustado pra ela. Isso no podia ser verdade... Christopher: Mas...como? Como voc foi se apaixonar por Poncho, Anah! Any: Ai, no sei! E no me chama de Anah, porque voc sabe que eu no gosto. Christopher: Ele no pra voc! Voc merece algum melhor do que ele. Any: De verdade, pensei que vocs fossem amigos. Christopher: E somos. Por isso mesmo que eu to dizendo essas coisas. Mas enfim, como voc descobriu que estava apaixonada? Any: Ele foi te procurar ontem, pois mais uma vez voc estava atrasado para o jogo. Foi ento
que eu comecei a sentir algumas coisas estranhas. Como ccegas no estmago e minhas pernas tremeram. No sei, algo difcil de explicar. Christopher: Te entendo. o que eu sinto pela Dulce. Cuidado Any, Poncho no flor que se cheire e eu no quero v-la machucada. Any: No se preocupe, Chris. No vou voar em cima de Poncho como todas as garotas fazem. Por falar em Dulce...ainda mantm essa histria de aposta? Christopher: Sim. Ela j quis dar pra trs, mas eu consegui contornar a situao. Any: E...voc acha que pode ganhar essa aposta? Christopher: Eu no acho. Eu tenho certeza... X___X Eu no estava me sentindo muito bem. No sei, creio que deve ser pelo excesso de calor. Nem parecia que estvamos no outono. E com esse aumento de temperatura, meu estmago logo embrulhava. Desde quando eu era pequena sentia isso. Era s a temperatura se elevar que logo ficava enjoada. A nossa sala estava com o ar ligado, mas eu precisava respirar. Sem poder continuar assistindo aquela aula de geografia, me levantei e pedi permisso a professora, para que pudesse lavar meu rosto. Vendo meu estado, a professora me liberou. Cheguei no banheiro e joguei um pouco de gua pela minha face. Me sentia fraca e pensei que poderia desmaiar a qualquer momento. Resolvi tirar a minha blusa de manga comprida e s ficar com a regata debaixo. Pode parecer estranho que eu use tanta roupa assim no calor, mas que eu tenho um pequeno problema. Acho meus seios grandes para a minha idade e isso me envergonha muito. Por isso usava uma certa quantidade de roupa, para escond-los um pouco. J me sentindo um pouco mais refrescada, voltei a colocar a blusa e sa do banheiro. Parei para beber gua no bebedouro que ficava ao lado do banheiro e senti que algum estava atrs de mim. Me virei lentamente at me deparar com aqueles olhos amendoados e o seu sorriso divertido de sempre... Christopher: Como voc ta? Dulce: Por que me pergunta isso? Christopher: Estava plida quando saiu da sala e imaginei que no estivesse se sentindo bem. Dulce: Isso no da sua conta, ok? Agora me d licena, preciso voltar pra sala... Ia saindo, mas ele me puxou pelo brao e fez com que eu ficasse bem prxima ao seu corpo, de uma maneira semelhante ao episdio da sala do diretor. Essa aproximao me deixou bastante nervosa e por um momento pensei que ele fosse me beijar novamente... Christopher: No seja grossa. Sa da sala apenas para ver como voc estava e no mereo esse tipo de tratamento. Ele me soltou de repente e eu tive que me equilibrar, para no cair. Realmente havia exagerado um pouco. Mas sou assim, impulsiva e fao as coisas sem pensar. Olhei em seus olhos e disse com a voz mais doce possvel... Dulce: Me desculpe. X__X 021 No era muito de me estressar, mas realmente havia me aborrecido pela forma que ela me tratou. Havia sado da sala, usando a desculpa de que iria beber gua e fui atrs dela. E, quando a encontro, sou tratado como se fosse um ningum. Queria estrangul-la naquele momento, mas ao pedir desculpas com aquela voz doce e terna que tinha, qualquer vestgio de raiva que havia em mim desapareceu. Eu apenas consegui sorrir e olhei em seus olhos... Christopher: Tudo bem, est desculpada. Pode me responder agora como est?
Ela respirou fundo e apartou a mirada... Dulce: Mais ou menos. Me sinto enjoada e fraca. Com certeza deve ser por causa do calor. Christopher: Mas claro, do jeito que voc est! Anda, venha aqui... Eu peguei em sua mo e sa arrastando-a at o banheiro. Ela comeou a espernear, mas eu ignorei os seus protestos e a coloquei de frente para o grande espelho... Dulce: O que voc est fazendo? Aqui o banheiro feminino! Tecnicamente voc no poderia estar aqui, podem ver! E o que vo pensar da gente? Christopher: No vo pensar nada! Estamos aqui fora e no dentro do box soltando gemidos pra algum pensar em alguma coisa. Ela parecia impressionada com o que eu havia dito e no pude deixar de rir. Coloquei minhas mos na barra de sua blusa, pronta para tira-la, mas tudo o que consegui foi um tapa na cara... Dulce: O que voc est fazendo, seu depravado? Christopher: Estou tentando fazer com que voc se sinta melhor. Confia em mim e cala a boca, no vou abusar de voc! Ela pareceu assustada com o meu tom de voz e calou a boca. Tirei lentamente sua blusa de manga e pude ver a regata branca que havia por baixo, como tinha suspeitado. No sei se foi pela alta temperatura ou no, mas um calor diferente percorreu todo o meu corpo, enquanto passava a blusa pela sua cabea. Dulce me olhou de uma forma diferente. Se no a conhecesse, poderia jurar que ela tinha uma natureza apaixonada e no fria, como aparentava. Ns estvamos muito prximos, prontos para um beijo. Passei lentamente meu dedo pelo seu rosto, acariciando sua bochecha. Ela no deixava de me olhar por um segundo, como se tivesse pedindo pelo beijo apenas com o olhar. Por mais que todo o meu corpo estivesse pedindo por esse contato, eu havia feito uma aposta e devia cumprir com o trato. Reuni todas as minhas foras e me afastei dela... X___X
Eu no entendi o que havia acontecido ali. Num minuto estvamos discutindo e logo em seguida, a atmosfera ao nosso redor havia mudado completamente. Por um momento, entramos em outra dimenso, onde no existia nada mais nossa volta. Bom, pelo menos eu me senti assim. Poderia jurar que amos nos beijar naquele instante. Mas sem que eu esperasse, ele simplesmente se afastou de mim e dobrou minha blusa, colocando-a em cima da pia do banheiro... Dulce: Por que...por que fez isso? Christopher: Pra fazer com que voc melhorasse. No sei como voc consegue andar com duas blusas nesse tempo. Por que voc sempre anda cheia de roupas? Eu havia perguntado porque ele havia se afastado quando estava a ponto de me beijar, mas parece que ele no havia entendido muito bem a minha pergunta... Dulce: Isso no da sua conta, ok? Christopher: Tudo bem...no est mais aqui quem perguntou. Ele cruzou os braos e ficou me encarando. Pensei que ia ser coisa rpida, como ele sempre fazia. Mas no. Continuou me encarando, como se eu fosse um pedao de carne e ele estivesse faminto. E isso me incomodou demais... Dulce: O que foi? Vai ficar parado a me olhando? Christopher: Desculpe...apenas estava admirando sua beleza.
Beleza? Olhei no espelho e vi o meu reflexo sem graa. Ele estaria vendo o mesmo que eu? Dulce: Beleza? Qual beleza? Christopher: A sua. At agora no acredito que voc se acha feia. Dulce: apenas o que vejo, quando me olho no espelho... Christopher: Ento voc est vendo errado! Dulce: Prove-me! Sem que eu esperasse, ele ficou atrs de mim, colocando a mo na minha cintura e apoiando sua cabea em meu ombro. Quem entrasse no banheiro agora, juraria que ramos um casal apaixonado. De verdade, isso j estava ficando estranho demais... X__X 022 Ela devia estar brincando comigo, s pode. Vendo-a ali, apenas com aquela regata que definia perfeitamente as curvas de seu corpo, meu corpo inteiro reagiu. Mesmo no estando com um pingo de maquiagem, seu rosto era perfeito para mim. Adorava quando as bochechas dela se rosavam toda vez que ela ficava com raiva. Como ela no se achava bonita? Isso impossvel! Determinado a tirar essas idias mirabolantes de sua cabea, me coloquei atrs dela, com as mos na sua cintura. Cheguei bem perto de seu ouvido e sussurrei baixinho... Christopher: Olhe bem ao espelho, atentamente. Repare bem em seus olhos. Repare em como eles transmitem uma doce melancolia. Voc expressa muita coisa com os olhos, apenas no sabe. Talvez se voc passasse um pouco de lpis no olho, ficariam ainda mais expressivos, mais vivos. E seus lbios. No so nem finos , nem grossos, apenas feitos na medida certa. E seus cabelos... Tirei o prendedor que estava amarrado no final de sua trana e soltei seus cabelos, colocandoos por cima de seu ombro... Christopher: Olhe como eles brilham. O tom de vermelho me lembra uma fogueira e revela muito da sua personalidade. Dulce: Mas...ele so pintados... Sua voz saiu num sussurro, como se estivesse enfeitiada. Olhava atentamente ao espelho como eu havia pedido, talvez j comeando a ver o que eu via... Christopher: No importa! Voc escolheu a cor certa. O vermelho tem muito a ver com voc. Seus cabelos so lisos, macios e brilhosos. No h porque deixa-los presos nessa trana horrvel. E agora? Me diz o que voc v? X__X Olhava atentamente ao espelho, tentando enxergar o mesmo que ele. Christopher devia gostar muito de mim mesmo, pois eu continuava vendo a garota sem graa de sempre. Um silncio confortvel reinou entre ns e eu parei para olh-lo. Como se soubesse das minhas intenes ele olhou pra mim tambm e ficamos nos encarando. Deus, olhando-o assim agora, era mais bonito do que eu pensava. Seus olhos castanhos tinham um brilho especial quando olhavam para os meus. Sua boca rosada se abria lentamente num sorriso sincero, que o deixava mais belo ainda. E seu cheiro...meu deus, era a melhor coisa do mundo! Fechei meus olhos para sentir melhor o seu aroma e senti que podia ficar assim minha vida toda, em seus braos. De repente, senti minhas pernas tremerem e tudo ao meu redor comeou a girar. Senti que ia cair, mas ele foi mais rpido e impediu a queda de acontecer... Christopher: O que foi? Est se sentindo muito mal? Dulce: Hmm...acho que fiquei tonta. Preciso voltar pra sala, sentar e... Christopher: Nada disso! A senhora vai pra enfermaria agora!
Dulce: Mas Christopher, eu no posso perder a aula! Christopher: Deixa de ser boba! Voc no vai morrer se perder o resto das aulas! Ainda temos o dia inteiro aqui e voc no vai agentar. Anda, vamos at a enfermaria. Sem que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele me levou at a enfermaria. A mdica disse que a minha presso estava baixa e que eu tava com um principio de desidratao. Recomendou que eu voltasse pra cara, para repousar. Droga, perderia mil aulas por causa de nada... Christopher: No se preocupe, eu copio toda a matria e passo pra voc. Ele estava lendo meus pensamentos? Era s o que me faltava agora... Dulce: Obrigada. Mas voc no pode anotar todas as aulas extras pra mim.. Christopher: Se voc quiser eu fico no seu lugar. Ele estava mesmo falando srio? Dulce: O que?? Mas...voc no tem treinamento na mesma hora? Christopher: Eu peo pro Jack ocupar meu lugar, j que ele meu reserva. Dulce: Voc faria isso por mim? Christopher: Claro! Faria tudo por voc! Nessa hora eu senti meu rosto arder completamente. Provavelmente estava vermelha, o que no era muito bom. Ele pegou em minhas mos e deu um beijo em cada uma. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, a mdica entrou na sala, avisando que a minha me j viria me buscar... Dulce: Obrigada por tudo. Mdica: De nada. E v se come melhor, viu? Isso muito importante. Dulce: Tudo bem, pode deixar. Eu ia saindo da sala, quando sinto sua mo se entrelaar com a minha e ouo sua voz rouca em meu ouvido... Christopher: Eu vou at a porta contigo. X___X 023 Ela me olhou assustada, como se eu tivesse cometido um crime. s vezes penso que ela nunca teve nenhum contato com o sexo oposto, alm de mim. Ser que estou certo? Dulce: No! Eu vou sozinha, tenho duas pernas e posso perfeitamente andar. Christopher: Tudo bem, mas agora voc est doente e pode desmaiar. Imagine o que pode acontecer se no tiver algum por perto? Ela pareceu finalmente ceder, mas desvencilhou sua mo da minha... Dulce: Ok...mas nada de mos dadas, ta? No quero essas intimidades entre a gente. Christopher: Agora talvez no, mas no futuro... Ela me fuzilou com o olhar e saiu andando rpido na minha frente. Ela pegou a mochila na sala e eu avisei professora que iria acompanh-la at a porta do colgio. Ficamos esperando alguns minutos por sua me chegar, at que eu resolvi dizer alguma coisa... Christopher: Posso te fazer uma pergunta, mas sem que voc tenha que me bater? Dulce: Depende. Pergunte o que quiser, e ento eu vejo se voc merece um tapa ou no.
Resolvi ignorar o que ela disse e falei... Christopher: Por que voc assim, to sozinha? Digo, nunca pensou em ter amigos ou algo assim? Ela ficou quieta e olhou tudo ao redor, menos a mim. Quando pensei que ela no ia responder, eis que ela abre a boca... Dulce: No tenho tempo pra amizades, sabe? Tenho que me concentrar no meu futuro e ficar farreando por a no vai me levar a lugar nenhum. Christopher: Mas uma coisa no tem nada a ver com a outra. Amigos no s servem pra farrear por a, como voc disse. Tambm fazem companhia, ajudam nas piores horas, compartilham momentos especiais e essas coisas. Voc devia experimentar, no sei. Talvez fosse se sentir menos sozinha. Ela olhou em meus olhos e por um momento pensei em ter visto um certo brilho neles, como se lgrimas quisessem cair. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, escutamos a buzina de um carro. Ns viramos o rosto ao mesmo tempo e vimos sua me. Bom, creio que era a sua me, pois nunca a tinha visto antes... Dulce: Tenho que ir. Obrigada por ter vindo at aqui comigo. E no precisa fazer tudo aquilo por mim, eu peo as anotaes da aula pra Maite. Ela se virou rapidamente e eu segurei em seu brao, fazendo ela voltar e dei um beijo em seu rosto. Dulce me olhou assustada e eu sorri, devido sua reao... Christopher: S quero que voc saiba que eu posso ser seu amigo tambm. Ela no disse nada. Apenas se desvencilhou de mim e saiu correndo at o carro de sua me. Cada vez mais minha confiana ia diminuindo, dando lugar a insegurana. Ser que eu iria conseguir faz-la minha? X__X Assim que eu entrei no carro, a primeira pergunta que minha me fez foi... Blanca: Aquele garoto no Christopher Uckermann? Pensei que voc no falava com ele. Dulce: Pois ...mas algumas coisas mudaram agora. Blanca: Vocs so namorados ou algo assim? Dulce: Claro que no, me! Nem amigos ns somos! Apenas nos falamos e ponto final. Blanca: Tudo bem...como voc est filha? Dulce: Me sinto um pouco fraca, mas nada que precisasse me tirar da escola! Blanca: Dulce, no queira saber mais do que a mdica. Se ela disse que voc no estava em condies de continuar l porque sabia do que estava falando. Agora ns vamos pra casa e voc vai repousar o dia inteiro. J liguei pro seu pai e ele disse que tentar chegar mais cedo do trabalho, pois tambm est muito preocupado. Eu no respondi nada, apenas virei meu rosto, olhando pra janela. Ele ainda estava l, na porta da escola, olhando pra mim. Desviei meu olhar rapidamente e respirei fundo... Dulce: Me podemos ir pra casa logo? Srio, quero deitar. Blanca: De verdade Dulce, no te entendo. Uma hora voc diz que quer continuar no colgio e outra hora diz que quer deitar. Ai meu deus do cu... Minha me parou de reclamar e deu partida no carro. Ela ficou falando coisa com coisa durante o caminho, mas eu nem ouvia direito. Me sentia fraca e meus olhos teimavam em fechar. Ca no sono e nem percebi. Quando acordei, j estava em minha cama. Me sentia pior ainda, com muita dor de cabea e sentia frio. Meu deus, espero no ficar doente de vez...
X___X 024 Durante dois dias eu no a vi na escola. Estava morrendo de preocupao. No tinha seu nmero e no tinha como saber como ela estava. Sentado na sala, vi o seu lugar vazio. O lugar mais prximo ao quadro e perto do professor. S de ver aquilo comecei a pensar mil coisas. Ser que valeria a pena lutar por ela? Cada vez que eu tento me aproximar sou tratado com grosserias. Tento ser gentil, mas s recebo patada. Aonde ser que estou errando? Ser que existe outra forma de chegar at ela? Se existe, qual seria? Podia perguntar pra Any, mas no posso chegar at a minha melhor amiga pra que ela me diga o que fazer. Tenho que tentar sozinho, achar outro jeito de chegar at o seu corao. Ela no do tipo que se derrete com lindas palavras de amor, isso se nota de longe. Era muito intelectual, concentrada nos estudos e sria. Podia chegar at ela fazendo o mesmo...ser? Ser que se me tornasse algum mais srio, mais inteligente e mais esforado ela olharia pra mim? Bom, isso algo que irei descobrir apenas se tentar... X__X Havia ficado com febre e minha me me obrigou a faltar dois dias de aula. Sei que no agentava nem dar um passo, mas tambm no queria perder as aulas. Fiquei todo esse tempo deitada na cama, lendo livros e mais livros de romance, j que no tinha outro tema pra eu ler. Minha me havia me prometido que compraria livros realmente interessantes, mas at agora nada. At que romance no era to ruim assim. Digo, s havia lido os de Shakespeare, mas isso no conta pois ele o mestre dos mestres. No podia imaginar que qualquer escritorzinho de quinta pudesse escrever algo to bom. O ltimo livro que eu livro me arrancou um surpreendente suspiro no final. Uma histria linda e apaixonante, tinha que admitir. Mas era apenas isso, sabem? Histrias. Apenas palavras de algum que sonhava demais e tinha uma imaginao muito frtil. Na vida real as coisas no eram assim. A realidade era mais dura, mais cruel. No que eu seja uma pessoa com muita experincia de vida, mas sei perfeitamente que a no se vive a vida baseando-se em um conto de fadas. por isso que eu prefiro ler os meus livros de cincia e descobertas. Pelo menos isso era real, no? X__X 025 No dia seguinte, nos encontramos na porta do colgio. Ela parecia distante e creio que pensava em mil coisas, pois no me viu. S olhou em meus olhos quando toquei seu brao, chamando a sua ateno... Christopher: Como voc est? Dulce: Melhor... Ela desviou o olhar como sempre fazia e eu me aproximei mais um pouco... Christopher: Voc faltou dois dias...fiquei preocupado. O que houve? Dulce: Ah...eu estava um pouco anmica e ainda peguei um resfriado. Juntou as duas coisas e deu nisso. Mas j estou melhor, pelo menos j consigo me manter de p. Eu apenas sorri e falei baixinho... Christopher: Fico feliz. Mas se voc sentir que vai cair s segurar em mim. Estarei sempre por perto quando precisar. Se ela havia ficado constrangida no mostrou, pois sua cara parecia a mesma pedra de sempre. Me virei para entrar no colgio, mas ela me chamou...
Dulce: Christopher! Me virei, encarando aqueles olhos tmidos e amendoados, que faziam com que meu corao acelerasse s de olhar para eles... Dulce: Obrigada por tudo, de verdade. Acho que talvez se voc no tivesse me levado para a enfermaria, as coisas estariam muito piores. Christopher: De nada. Estarei aqui sempre, nunca tenha medo ou vergonha de me procurar se precisar de algo, viu? Ela assentiu com a cabea e surpreendentemente abriu um lindo sorriso. Sem dizer mais nada, Dulce subiu as escadas s pressas e entrou no colgio. E eu? Fiquei apenas parado, olhando pro nada, tentando me convencer de que ela realmente tinha sorrido pra mim. Bom...se ela j estava sorrindo...acho que no falta muito para as risadas chegarem, n? E ento...a primeira etapa da aposta estaria cumprida... X__X No sei o que deu em mim para sorrir daquele jeito. Foi algo inevitvel. Me senti um pouco envergonhada, por isso entrei que nem uma desesperada no colgio. Passei o dia inteiro evitando ele. No sei, sentia vergonha pela minha reao de mais cedo ou talvez fosse por outra coisa. Na hora do intervalo, como sempre, me sentei sozinha, numa das mesas mais afastadas. Estava sem fome, por isso apenas peguei uma ma e um suco de laranja. Quando ia comear a comer a ma, algum a tira das minhas mos. Olho pra trs e vejo ele segurando minha fruta e novamente com um sorriso no rosto... Dulce: Pode devolver a minha ma, por favor? Christopher: No. Dulce: Como no? Se voc quiser uma ma s pegar, no precisa ficar com a minha. Ele sorriu novamente e se sentou ao meu lado... Christopher: Eu no quero a sua ma, voc poder ficar com ela...mas s depois que comer direito. Voc acha que estando anmica pode almoar somente uma ma? Quer cair doente de novo? Dulce: Mas eu estou enjoada! No to a fim de comer comida. Christopher: Ningum perguntou se voc tava a fim de comer ou no. Voc vai comer e ponto final. Anda, vem... Ele se levantou e saiu me puxando junto... Dulce: Mas aonde voc est me levando? Christopher: Voc vai pegar um prato de comida decente. No quero ter que ficar faltando treinamento pra pegar matria pra voc outra vez. Eu tinha escutado bem? Ele realmente havia feito isso? Parei de repente e ele me olhou, franzindo o cenho... Dulce: Voc fez isso? Christopher: Sim... Dulce: Mas eu disse que no precisava! Maite faz as mesmas aulas extras que eu, ela poderia muito bem me passar a matria. Christopher: Maite faltou ontem tambm caso voc no saiba, por isso que eu ocupei o seu lugar nas aulas. Mais tarde eu te entrego o caderno, para que voc possa anotar tudo. Eu havia ficado sem palavras. De verdade, ele tinha feito isso por mim? Sem que eu pudesse continuar pensando, ele me puxou novamente at a bancada de comidas, me obrigando a
pegar uma bandeja... Christopher: Agora para de enrolao e come direito! Eu revirei meus olhos e peguei uma folhinha de alface. Mas ele era muito teimoso! Pegou mais uma folha de alface e enfiou no meu prato... Dulce: Eu j disse que estou enjoada! No quero comer muito! Christopher: Duas folhas de alface no vo matar ningum! Me d isso aqui, voc no sabe pegar as coisas direito. Ele pegou a bandeja da minha mo e comeou a pegar a comida por mim. Eu apenas cruzei os braos e fiquei olhando pra ele. Quando terminou de pegar tudo, colocou a bandeja na minha mo e disse... Christopher: Volte para a mesa, porque eu vou pegar a minha comida. E a ma, s depois! Ele estava parecendo meu pai! Jesus, o que estava acontecendo com ele? X___X 026 Estava adorando ser seu pai, dando ordens e tudo mais. Tudo comeou com uma brincadeira, mas como ela no havia feito nenhuma objeo precisa, continuei com o meu jogo. E parece que havia dado certo. Estava pegando a minha comida com um sorriso no rosto, quando Jack se aproxima... Jack: E agora, hein? Ela est to doente assim que no pode nem pegar uma comida? Christopher: Do que voc est falando, cara? Jack: Voc ainda pergunta? Vamos voltar um pouquinho no tempo, ok? Trs dias atrs, a nerd sai da sala e voc vai atrs dela. Meia hora depois ela volta pra pegar a mochila, dizendo que tinha liberao pra ir pra casa e voc avisa professora que ia esperar com ela na porta do colgio. Nos dois dias que ela faltou, voc estava totalmente perdido, absorto a tudo. No jogou direito no primeiro dia e no segundo, faltou o treinamento pra fazer sabe-se l o que. E, quando ela volta, no sai um minuto do lado dela e ainda pega a comida por ela! E voc ainda pergunta do que eu to falando? Eu respirei fundo, tentando controlar meus nervos e peguei calmamente a comida... Christopher: Ns somos amigos, isso tudo. Jack: E desde quando vocs so amigos? Te conheo faz tempo e voc nunca dirigiu uma palavra amigvel a ela. Alm do mais, sempre reclamou que qualquer coisa que voc dizia, ela respondia grosseiramente. Christopher: Pois , mas as coisas mudaram... Jack: E posso saber por qu? Me virei pra ele, encarando-o j sem pacincia e disse... Christopher: No, no pode. Isso algo entre eu e Dulce. Nem voc nem ningum nesse colgio tem alguma coisa a ver com isso, ok? Agora me d licena, tenho mais o que fazer... J ia saindo, quando ele toca meu brao e diz... Jack: Muito cuidado com a aproximao com ela, ouviu? Ou seu posto de capito do time pode ir por gua abaixo... Isso era uma ameaa? Quer saber, no me importava! Apenas o ignorei e voltei para a mesa, ao lado de Dulce. Acho que estava me dando conta de que Jack no era a pessoa que eu
pensava que fosse... X__X De longe, vi que o amigo dele, o tal do Jack estava falando alguma coisa. E no foi algo muito bom, pela cara que ele voltou pra mesa... Dulce: O que aconteceu? Ele me lanou um olhar desconfiado, talvez estranhando a minha pergunta. Pra falar a verdade, nem eu sabia porque tinha dito isso. No que a vida dele me importe...bvio que no! Mas ele havia feito tanta coisa por mim...queria retribuir... Christopher: Nada...ele me falou algumas coisas que eu no gostei, mas deixa pra l, isso no importa agora. E posso saber por que a senhorita ainda no comeu a comida? Dulce: J disse que estou sem fome! Foi perda de tempo ter pegado isso tudo pra mim, no vou comer nem a metade! Christopher: Come o mximo que agentar, por favor. Faz isso em retribuio pelo que eu fiz a voc, ok? Eu apenas assenti e comecei a comer, sem muita vontade. Foi ento que eu olhei pro prato dele...continha macarro, farofa, um pedao de bife, pastel e um pouco de arroz, enquanto meu prato estava repleto de alface, tomate, cenoura, salada de soja e beterraba. Ele reparou que eu estava olhando descaradamente para o seu prato e arqueou uma sobrancelha, perguntando... Christopher: O que foi? Dulce: Voc vai comer isso tudo mesmo? Tem medo de engordar no? Ele soltou uma gargalhada e eu continuei olhando pra ele, sem entender nada... Christopher: Quanto a isso, no tenho que me preocupar. Sou um atleta e preciso de carboidratos. Ou voc acha que eu agentaria todo o ritmo de jogo comendo s verduras e legumes? Eu virei o rosto, envergonhada. Realmente, no havia pensado nisso, o que me deixava furiosa. Voltei a comer minha comida, enquanto ns dois ficvamos em silncio. J no agentava mais colocar nada na boca e larguei o garfo no prato... Dulce: Chega! Pra mim j deu. Christopher: Come s mais um pouco! Voc no comeu quase nada! Lembre-se das criancinhas da frica que morreriam pra ter um prato de comida igual ao seu. Dulce: Mas no d, srio. J estou cheia. Sem que eu esperasse, ele colocou uma poro de salada de soja no garfo e levou em direo minha boca... Dulce: O que voc est fazendo? Christopher: Se voc comer s esse pouquinho, prometo que no te encho mais o saco. Dulce: Christopher! Isso ridculo! Alm do mais, olhe quantas pessoas esto nossa volta! O que iro pensar? Christopher: Ao inferno, o que iro pensar! Dulce, no tem ningum olhando pra gente, pelo amor de Deus. Anda, abre a boca! Me vendo sem sada, acabei fazendo o que ele havia pedido. Ele colocou o garfo na minha boca, como se fosse um pai dando comida ao seu beb. Achando aquela situao toda pattica, porm divertida, no pude deixar de rir baixinho. Ele arregalou os olhos e eu me perguntei se tinha feito algo errado...o que tinha de mal nisso?
X____X 027 Ela tinha rido? Realmente tinha rido? Ento isso quer dizer que... Christopher: Voc...voc riu... Dulce: E o que tem isso? Christopher: Como o que tem? Eu passei da primeira etapa da aposta! Te fiz rir! Dulce: O que? Christopher: Vai dizer que no se lembra? Na aposta que ns fizemos, a primeira etapa seria fazer voc rir e voc acabou de rir! Isso significa que agora voc tem que me dar um beijo! Eu estava muito feliz! Havia feito ela rir sem inteno alguma! E de quebra, ainda ganharia um beijo! Mas como dizem, a felicidade dura pouco... Dulce: No bem assim! Pelo que me consta, a primeira etapa da aposta consistia em voc me fazer dar gargalhadas, rir com vontade. E eu no fiz exatamente isso agora. , realmente ela tinha razo. Maldita hora que eu fui dizer isso! Por que eu no poderia ter dito apenas que faria ela dar uma risadinha? Christopher: Ok, voc tem razo. Mas...se eu j consegui fazer voc rir, nem que fosse um pouco, creio que no demorarei a fazer voc dar uma gargalhada, certo? Ela me olhou com um ar desafiador e disse sem pestanejar... Dulce: Farei o possvel pra que isso no acontea. Eu ganharei essa aposta. Christopher: o que vamos ver! X___X Depois do almoo cada um fez o seu caminho e eu consegui me livrar dele. Nossa, Christopher tinha uma presena marcante, que me deixava sufocada. Mas graas ao meu bom Deus passei a tarde toda sem pensar nele, apenas prestando ateno nas aulas. Mas na hora da sada, eu no pude evitar. Ele veio at a mim, correndo e chamando pelo meu nome... Dulce: O que foi? Christopher: Esqueci de te dar isto... Ele estendeu a mo e me entregou o seu caderno... Christopher: So as anotaes das aulas que voc faltou. Peguei o caderno de sua mo e olhei pra ele... Dulce: Ah...obrigada! Pode deixar que amanh eu te entrego. Christopher: No tem pressa. Dulce: Ok...bom, ento...adeus! Christopher: Espera! Dulce: Que foi? Sem que eu esperasse, ele tirou o prendedor da minha trana e soltou meu cabelo... Christopher: J disse que voc fica bem melhor assim. No faa mais essa trana, por favor... Estava to farta dele que disse qualquer coisa pra me livrar logo daquilo...
Dulce: T, t! Tenho que ir, minha me est me esperando. Sem dizer mais nada, me virei e sa andando rapidamente pela rua. meu Deus, ser que ele no percebe o quanto irritante? X___X 028 Nossa. Acho que alm de conquistar-la, terei que dar algumas aulas de educao pra ela. Fiz tudo certo, a tratei da melhor maneira possvel, mas ela continua achando que eu sou um ser sem sentimentos e que pode me tratar da forma que quiser. Assim que cheguei em casa, minha me disse que queria conversar comigo. Sem muito saco, me sentei no sof ao seu lado, encarando qualquer coisa, menos a ela... Alexandra: No acha que j est na hora de acabar com essa briga? Havia brigado com a minha me em julho e estvamos sem nos falar at agora. Digo s falvamos o necessrio, ou ela falava algo quando tinha que me dar uma bronca. Nossa briga como sempre, foi pelo mesmo motivo. A separao dos meus pais que, apesar de fazer um certo tempo, ainda me afetava demais... Alexandra: Voc me disse coisas horrveis naquele dia. Fiquei muito chateada, de verdade. S estou aqui, falando com voc porque voc a nica pessoa que tenho na minha vida. Nossos parentes s aparecem nos momentos felizes, mas nos difceis eles fogem como um rato foge de um gato. Voc meu nico filho e eu no quero te perder... Minha me comeou a chorar do meu lado e eu fiquei sem saber o que fazer. Ainda estava com um pouco de raiva, mas no queria v-la assim...principalmente por minha causa... Christopher: Me...no chora. Olha...eu no aceito at hoje essa separao e os motivos dela, mas vou tentar deixar isso de lado. Sei que te disse coisas horrveis, mas era aquilo que eu sentia na hora e precisava colocar pra fora... Alexandra: Eu posso ter errado muito, mas pode apostar que tudo o que eu fiz foi pensando somente em voc. Quero apenas que saiba disso. Ela continuava chorando e eu senti meu corao partir em dois. Sem poder me conter mais, abri os braos e abracei minha me. Ela chorou no meu ombro e tentou falar, enquanto soluava... Alexandra: Perdo meu filho. Nunca na minha vida quis de afetar. Sei que o divrcio foi algo muito difcil pra voc, mas no pense que foi fcil pra mim. Eu queria te poupar do meu sofrimento, por isso que eu parecia um pouco fria em relao a isso. Mas na poca, enquanto eu sorria de manh, noite eu chorava sempre. Queria apenas que voc soubesse disso. Eu senti algo preso na minha garganta. Queria chorar, mas no preferi no faze-lo, pois o clima ia ficar pior ainda. No penso que com isso serei o melhor amigo de minha me, pois isso eu nunca fui. Mas creio que com essa revelao talvez as coisas possam melhorar entre a gente... X___X Assim que eu acabei de jantar, fui pro meu quarto passar a limpo as matrias. Peguei o caderno de Christopher e comecei a anotar tudo. Sua letra era muito bonita, vindo de um garoto. Era bastante desenhada e redonda, posso at dizer que era melhor que a minha. Assim que terminei tudo, tentei fechar o caderno, mas sem querer amassei uma folha. Abri de novo pra tentar consertar o que eu fiz, mas para minha surpresa, havia um poema na mesma folha. Sem poder conter a minha curiosidade, eu comecei a ler...
Quero fugir para um lugar onde somente haja flores e pssaros cantando em meus ouvidos. Um lugar onde as pessoas so felizes e te aceitam tal como s. Onde no haja brigas nem lgrimas, somente sorrisos verdadeiros e at gargalhadas que enchem o corao de qualquer um. Aonde possa amar e ser amado, falar o que quiser sem temer a nada nem ningum. Utopia? Talvez. Mas algo dentro de mim diz que este lugar realmente existe e que um dia conseguirei alcanlo... Quando acabei de ler, fiquei encarando aquela folha. A letra era de Christopher, sem dvidas, mas...ele tinha escrito aquilo? Ou tinha copiado de algum lugar? Digo, um playboy sem nada no crebro no podia escrever algo assim, com tanto sentimento. Ou poderia? X__X 029 No dia seguinte, percebi que algo em Dulce estava diferente. Ela me olhava de outra forma, algo que no sabia explicar. No falei com ela durante todo o dia. Na hora do almoo, fiquei com Any, pois ela me queria falar algo sobre Poncho e no sei mais o que. E eu, como amigo dos dois, estava tentando ajudar. Talvez uma relao com Any seja bom pra ele, no sei. Acho que j est mais do que na hora de todos sairmos da farra e procurar algum de verdade. Pela tarde, estava no vestirio, colocando o uniforme do time. Tinha que dar ao mximo de mim, j que Jack e eu estamos brigados e ele nitidamente quer pegar o meu lugar como principal jogador. Assim que eu sa do vestirio, ouvi uma voz fina e agradvel gritar o meu nome. Seria...? Christopher: Dul? O que faz aqui? Dulce: A professora de laboratrio faltou hoje e eu vou pra casa depois da prxima aula. Como creio que no vamos nos encontrar, resolvi te devolver logo isto... Ela tirou o caderno da bolsa e eu fiquei espantado... Christopher: J copiou tudo? Dulce: Sim. Ia te entregar mais cedo, mas como seus amigos no saam de perto de voc, preferi no me aproximar. No sei como voc fez pra copiar as matrias de hoje... Christopher: No se preocupe, eu prestei bastante ateno, creio que no haver problemas... Ns ficamos em silncio durante alguns segundos e eu percebi que se eu no dissesse algo, ela nunca me entregaria o caderno... Christopher: Bom...voc vai ficar com o caderno por mais um dia? Ela sorriu , desviando o olhar. Dulce estava sorrindo mais freqentemente ou era s impresso minha? Dulce: No, eu vou te devolver...s queria te perguntar algo antes... Christopher: Pode perguntar. Dulce: Me diga a verdade...foi voc quem escreveu isso? A reao dele foi hilria, mas eu me esforcei pra no rir. Ele arrancou o caderno da minha mo e o fechou rapidamente... Christopher: Por que voc leu isso? Ele parecia bastante nervoso. Fala srio, o que tinha demais em ler um poema? Dulce: Foi voc que escreveu isso?
Christopher: Foi! Algum problema? Dulce: Calma, eu s perguntei, tambm no precisa ser grosso! Christopher: Voc grossa comigo o tempo todo, ta reclamando de que? Eu fiquei sem palavras, pois ele estava totalmente certo. Christopher respirou fundo e mudou de assunto... Christopher: S peo que voc no conte isso a ningum, ok? No legal que todo o colgio saiba que algum como eu escreve coisas como essa... Isso tinha sido a coisa mais ridcula que tinha ouvido em toda minha vida, mas enfim... Dulce: A quem eu iria contar? S falo com voc nesse colgio, esqueceu? Christopher: Tambm fala com Maite... Dulce: Mas no fico contando coisas assim pra ela, pelo amor de Deus! Christopher: Tudo bem, tudo bem, no est mais aqui quem falou. Bom, obrigado por ter me entregado o caderno. Agora tenho que ir treinar. Dulce: Ok, at. Ele se virou e eu percebi o quo bem aquele uniforme caa nele. Tentei no olhar para o seu corpo, pois ainda tinha algo mais a dizer... Dulce: Christopher! X__X 030 Ela me chamou e eu me virei novamente. Parecia insegura do que ia dizer, mas finalmente disse... Dulce: Eu...eu s queria que voc soubesse que...eu acredito que exista este lugar onde voc desejaria estar. E era s isso. E sem dizer mais nada, ela se virou e saiu. Eu no pude deixar de sorrir depois desse comentrio. Ao dizer essas palavras, Dulce me fez um bem to grande que creio que ela nem imagina... X__X No dia seguinte, ns no falamos pela manh. No sei, nossa aproximao estava comeando a me preocupar um pouco. Se continussemos assim, ele ia conseguir o que queria e ganharia a aposta. Mas tenho que confessar que gosto um pouco de tudo isso. Estava lendo mais um livro antes de comear a aula de filosofia, quando o vejo entrar na sala... Dulce: Mas...o que voc est fazendo aqui? Christopher: Vim assistir aula de filosofia... Dulce: Como? Voc est brincando, n? Christopher: Por que eu estaria? Dulce: No sei...voc no tem outra aula agora? Christopher: Eu sa da aula de plo aqutico e resolvi me inscrever na aula de filosofia, mas eu adorei ficar aqui quando voc faltou. Dulce: Pera...voc est dizendo que saiu do plo aqutico pra ir para uma aula de filosofia? Est louco ou o que? Christopher: Por que louco? Eu nem sou to bom assim em plo aqutico! O que eu gosto mesmo de futebol. E os horrios se encaixaram perfeitamente. Dulce: Eu no posso acreditar. Christopher: Pois acredite, Dulce. Serei seu companheiro nas aulas de filosofia at o final do
ano. Resolvi calar a boca e no perguntar mais nada. bvio que ele estava fazendo isso por causa da aposta. Ele sabia como jogar. E sabia muito bem. Era um expert. Mas eu tambm no era burra. Nem de longe. E no ia deixar que ele me conquistasse assim to fcil... X_X 031 Ela no disse nada durante toda a aula. Bom, pelo menos no pra mim. Pois nos prximos cinqenta e cinco minutos eu s ouviria a voz dela. Dulce respondia tudo o que a professora perguntava e debatia algumas questes com ela, enquanto a sala inteira permanecia em silncio. Maite por vezes respondia alguma coisa, mas nada demais. Olhei em volta e percebi que toda vez que Dulce abria a boca, metade da sala revirava os olhos, como se aquilo os irritasse. Realmente, deve ser estressante voc assistir uma aula da qual s um aluno participa. Dulce no deixava os outros dizerem nada. S ela participava e ponto final. Aquilo me pareceu engraado, mas se via perfeitamente que no era o mesmo que os outros pensavam. Quando acabou a aula, samos da sala e eu a puxei pelo brao, arrastando-a para um canto no corredor... Christopher: Posso te dar uma dica? Dulce: Voc? Me dar uma dica? Voc bebeu ou o que? Eu revirei os olhos e ignorei esse comentrio... Christopher: Tente falar um pouco menos nas prximas aulas. Dulce: Por que eu faria isso? No sabia que os professores do ponto pra quem participa das aulas? Christopher: Sim, mas voc no acha que outras pessoas tambm tem direito a esses pontos? Dulce, voc no deixa ningum falar! A sala inteira queria te matar, pois s voc respondia as perguntas. Dulce: Eles tm inveja da minha inteligncia! Assim como voc. Christopher: Eu? Por que eu teria inveja de voc? Dulce: Porque voc simplesmente s se preocupa com o fsico e esquece do crebro! No adianta ser lindo por fora e burro por dentro. Eu devia estar muito ofendido pelo burro, mas fiquei muito feliz pelo primeiro adjetivo... Christopher: Dulce...voc disse que eu sou lindo? X__X Ok, eu havia ficado sem palavras. Ele era lindo sim, quem podia negar? Mas o ego dele j era gigante, e eu to fazendo o favor de aument-lo ainda mais... Dulce: Essa no a questo! No muda de assunto! Christopher: Ok, vou fingir que no ouvi isso. Mas pode ter certeza de que nunca esquecerei esse momento. Dulce: Enfim...o que eu quis dizer que voc tem inveja de mim pois no tem a mesma capacidade e inteligncia que eu. E homem burro pra mim, no serve... Christopher: S porque voc sabe todas as respostas de uma matria que voc estuda h anos e eu no, isso no te faz mais inteligente que eu! Dulce: Ah, por favor! No use a aula de filosofia como desculpa. s comparar nossos boletins nas outras matrias que voc que eu tenho razo. Christopher: Notas de prova no provam inteligncia. Dulce: Pois eu penso o contrrio. Christopher: Pois eu vou te provar que no. Voc vai ver que eu sou inteligente e ver
tambm que eu sou o homem certo pra voc. Dulce: Pode se esforar o quanto quiser, sei que no conseguir. Enfim, tenho uma aula pra assistir agora. Adeus. Eu me virei pra sair, quando ele me chama de novo. Meu Deus, o que ele quer dessa vez? X_X 032 J ia esquecendo da minha outra arma. Eu estava usando tantas que at me confundia... Dulce: O que foi agora? Christopher: Vire-se...sua mochila est aberta...eu fecharei para voc. Sem que ela reclamasse, Dulce virou-se como eu havia pedido. As coisas estavam saindo mais fceis do que pensava. Na verdade, sua mochila no estava aberta. Mas eu a abri rapidamente, jogando um pequeno envelope branco l dentro. Depois fechei sua mochila. Talvez dessa vez ela se desse conta de quem era o seu admirador, mas era um risco que eu tinha que correr... Christopher: Prontinho. Dulce: Brigada. E ela saiu, com a sua simpatia de sempre. Eu fui para o treinamento que j estava para comear e encontrei com o olhar de Jack. Cada dia eu me convencia mais de que nunca voltaramos a ser amigos. O pior disso tudo que Christian e Poncho tambm estavam se afastando de mim. Isso doa um pouco, pois estava me sentindo completamente sozinho. Mas eu j lidei com tanta coisa nessa vida...acho que posso lidar com a solido tambm... X__X Assim que cheguei em casa fui logo jantar, pois estava morrendo de fome. Contei como foi meu dia para minha me e vi o telejornal, antes de subir para o quarto. Abri minha mochila para pegar os livros para estudar, quando vejo um envelope branco l dentro. Isso no podia ser verdade. Depois de tanto tempo, esses malditos bilhetes estavam de volta. Tinha vontade de rasgar aquilo e jogar no lixo. Mas a curiosidade falava mais alto. Sem poder me conter, abri o envelope e li o que estava escrito dessa vez... "Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que no cego, no amor"Honore de Balzac Ass: Calcvu Eu estava ficando cada vez mais irritada com tudo isso. As frases eram lindas, mas...droga, eu queria saber quem estava me mandando isso! Pensava por horas o que poderia significar Calcvu mas no vinha nada em minha mente. At onde essa pessoa levaria essa brincadeira? X__X 033 No dia seguinte mesmo, passei na biblioteca e peguei todos os livros de filosofia que encontrei na minha frente. Passei dias estudando o inicio da filosofia, desde a era de Plato, Scrates, at alguns pensadores contemporneos. Ainda bem que eu gostava da matria, seno seria um desastre. Mas por enquanto, Dulce no ia saber dos meus estudos. Queria estar bem preparado, para fazer uma bela surpresa pra ela. Os dias foram passando e at que paramos de brigar. Digo, pelo menos agora ns
conversvamos civilizadamente. At deixava que me sentasse junto a ela na hora do almoo sem reclamar. As coisas estavam mudando, isso se notava de longe...mas ainda no conseguia de jeito nenhum faze-la rir... Christopher: Escuta essa, muito boa! O que uma vaca disse para a outra? Dulce: No sei... Christopher: Nada, pois a vaca no fala! Hahahahahahahaha! Dulce: Christopher: Credo Dulce! Voc no ri de nada! Dulce: Christopher, voc no vai conseguir me fazer rir contando essas piadas ridculas! Christopher: No so ridculas...talvez eu que no saiba contar, sei l... Dulce: Ok...mude o repertrio e tente de novo depois, ta? Tenho aula de laboratrio agora. Voc no tem um jogo pra jogar? Christopher: Tenho, mas deixa eu tentar mais uma vez... O que so cinco pontinhos coloridos em cima da geladeira? Dulce: Ai meus Deus do cu, Christopher...eu no sei! Fala logo porque eu j estou atrasada! Christopher: So cinco formiguinhas brincando de power rangers! Eu gargalhei mais uma vez, mas ela no esboou nenhum sorriso sequer. Isso ia ser mais difcil do que eu pensava... Dulce: Uckermann...se voc dependesse de piada pra viver, j estaria morto! Bom to indo, at mais. Ela saiu com aquele ar autoritrio de sempre e me deixou sozinho. Meu deus, aquela garota era de pedra! No ria por nada no mundo! O que mais eu posso fazer? X_X Ele estava se esforando, tenho que reconhecer. Mas est tomando o caminho errado! Eu no sou de rir com piada, muito menos as que ele conta. Desse jeito eu ia ganhar a aposta fcil, fcil. J estvamos no final do segundo bimestre e logo entraramos no segundo semestre. E ainda faltavam trs etapas para ele ultrapassar. E j deu pra perceber que eu sou uma pessoa bastante difcil, certo? No dia do meu aniversrio, Maite veio falar comigo. Acho que s ela nesse colgio sabia ou se importava com a data, mas enfim... Maite: Parabns Dul, muitas felicidades! Dulce: Brigada Mai. Maite: Voc j maior de idade, certo? Dulce: Sim, sim...fiz dezoito anos. Maite: Que bom! Voc ainda mais nova que eu. Eu fao dezenove em maro. Ficamos conversando durante um tempo, antes de entrarmos na aula. Eu estava cada dia gostando mais de Maite. No sei porque mais ultimamente estava mais vulnervel s pessoas minha volta... X_X 034 No estava muito longe e pude escutar quando Maite desejou feliz aniversrio a Dulce e depois a abraou. Ento...hoje era aniversrio dela! Tinha que comprar alguma coisa o mais rpido possvel. S no fazia idia do que. At que tive uma idia! Talvez ela fosse gostar. Aproveitei que hoje eu sairia mais cedo e fui comprar o seu presente. Voltei para escola e fiquei esperando uns vinte minutos, at ela sair. Quando eu a vi, imediatamente a chamei... Christopher: Dulce!
Ela se virou pra mim e eu entreguei o presente... Christopher: So pra voc. No sei direito dos seus gostos ainda,mas eu acho que qualquer mulher gosta de flores. Feliz aniversrio. Entreguei o pequeno buqu de violetas para ela, que parecia bastante surpresa... Dulce: Mas...como voc sabia que hoje era meu aniversrio? Christopher: Eu vi Maite te abraando e escutei ela te dando os parabns. Dulce: Muito esperto. Ela sorriu e eu a abracei bem forte. Sem que eu esperasse, ela passou os braos ao redor da minha cintura, retribuindo o abrao. As coisas estavam andando mais rpido do que eu pensava. Senti ela respirar fundo e sussurrar em meu ouvido... Dulce: Obrigada. Elas so lindas. Ns nos desvencilhamos e eu passei a mo pelo seu rosto... Christopher: De nada. S no so mais bonitas que voc. Ela sorriu timidamente e desviou seu olhar. Adorava quando ela demonstrava quem ela era realmente. Sim, porque eu no acredito que ela seja to fria e grossa como parece... Dulce: Bom...eu tenho que ir pra casa. Muito obrigada mais uma vez. Christopher: Ok, at amanh ento. Dei um beijo em seu rosto e suas bochechas ficaram levemente vermelhas. Ela saiu andando pra casa, enquanto eu apenas fiquei olhando de longe cada passo que ela dava. De verdade, nunca pensei que fosse to bom estar apaixonado. Me sinto como se estivesse voando por um lindo cu azul, onde o vento me leva at ela. Adoro perder a respirao quando estou ao seu lado e sentir minhas pernas tremerem. S espero que realmente um dia, ela sinta o mesmo que eu... X_X Eu havia ficado to constrangida que no fazia idia do que falar. Sei que havia sido muito melosa com ele, com o abrao e tudo mais, mas eu no podia fazer outra coisa! Que mulher consegue ser fria e grossa com um homem que acabava de dar um lindo buqu de violetas para ela? Quando cheguei em casa, subi correndo as escadas, fazendo de tudo pra minha me no ver o buqu. Sei que ela um dia iria ver, mas at l eu penso numa desculpa decente. No dia seguinte, quando cheguei na escola, nossos olhares se encontraram e ele sorriu pra mim. No pude deixar de fazer o mesmo, depois de tudo que aconteceu ontem. Mais tarde, antes de ir para o almoo, encontrei mais um bilhete na minha mochila. Sem querer esperar mais, abri o bilhete o mais rpido que pude e li a frase da vez... Nega-me o po, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu sorriso, porque ento, morreria... Pablo Neruda. Ass: Calcvu Meu corao bateu aceleradamente quando eu terminei de ler. Meu sorriso era to bonito assim? Ou essa pessoa colocava isso apenas porque vinha de uma linda poesia? Enfim, isso no importava agora. S sei que essa pessoa est indo pelo caminho certo, com esses bilhetes. Digo, se isso no for apenas uma brincadeira, como eu estou pensando. Srio, Christopher e seus buqus de flores nunca seriam preos para a pessoa que mandava essas lindas mensagens...
X_X 035 Quando entrei na sala, para pegar meu celular, que eu havia esquecido, vi Dulce sentada sozinha, com algo na mo. Me aproximo lentamente por trs dela e percebo o bilhete em suas mos. Quer dizer que ela havia achado o bilhete do dia...isso estava ficando cada vez melhor... Christopher: Mas ser possvel! De novo com esses bilhetes romnticos nas mos? Ela se vira rapidamente para mim e me olha assustada... Dulce: Christopher! Eu no sabia que estava a! Christopher: Vim pegar meu celular. Deixa eu ver qual a frase da vez... Arranquei o bilhete de suas mos, enquanto ela protestava em vo... Christopher: Nossa! Voc no acha isso muito meloso? Dulce: No! Eu gosto! Bom saber. Mais um ponto pra mim... Christopher: Sei no hein...e quem Calcvu? Fala srio, isso nome de gente? Dulce: Isso no deve ser um nome, n? Apenas algum apelido, pra eu no saber quem . Christopher: Ento me responde uma coisa...se a pessoa no quer que voc saiba quem ela , pra que fica fazendo isso? Ainda fica escrevendo isso no computador pra voc no reconhecer a letra. Seria muito melhor vir at voc e se declarar. Dulce: Vai ver a pessoa tmida, no sei. Voc est com cimes, por algum acaso? Christopher: Cimes? Por que eu estaria com cimes? Dulce: Pelo simples fato de que esses bilhetes esto tendo mais sucesso do que suas investidas... Ai, Ai, Dulce...se voc soubesse... Christopher: Prefiro no comentar. Enfim, vou para o refeitrio. No vou almoar com voc hoje, pois Any pediu pra que eu ficasse com ela... Dulce: No to pedindo e nunca pedi pra voc almoar comigo. Ento, faa o que quiser! Pronto, comeou! Quando eu penso que as coisas esto comeando a melhorar, ns voltamos estaca zero... Christopher: T, desculpa! Da prxima vez eu no falo nada tambm. Peguei o celular na minha mochila e sa sem olhar pra trs. Meu deus, ela precisa ser mais educada... X__X No sei o que me deu para falar aquilo, de verdade, no era a minha inteno. Mas confesso que ficava um pouco incomodada quando aquela loira do segundo ano grudava nele que nem um carrapato. Por qu? Bom...eu no fazia a mnima idia. Apenas no gostava. E ningum me tira da cabea que eles tm um caso. E o outro ainda tem a cara de pau de dizer que est apaixonado por mim. Homens! So todos iguais! Desci para o refeitrio e peguei minha comida. Percebia que ele no parava de me olhar, mas nem liguei. Ele que ficasse com a amiguinha que tanto gostava. Enquanto isso, eu pensava sem parar no meu admirador secreto. Acho que no uma brincadeira no. No sei, se fosse, eu j teria descoberto tudo, no? Sei que no sou muito romntica e tal, mas era impossvel no sentir nada com esses lindos bilhetes. No estava apaixonada ainda. Longe disso! At
porque eu tenho muitos objetivos na vida e o amor no um deles. Mas desejava dia aps dia que esses bilhetes continuassem a chegar... X__X 036 A semana de provas do segundo bimestre j estava chegando. Eu estava estudando como um louco, pois queria impressionar Dulce. Mas acabou acontecendo o contrrio. Pela primeira vez, a vejo no colgio com um rabo-decavalo. Isso era mesmo real? Quando estvamos quase entrando na sala, a puxei pelo brao e perguntei... Christopher: O mundo vai acabar amanh? Dulce: No sei... por que? Christopher: Voc fez um rabo-de-cavalo! Meu deus, isso um milagre! Ela sorriu timidamente e passou a mo pelo rabo... Dulce: O que tem? Acho que eu enjoei da trana... Christopher: Resolveu seguir o meu conselho, ? Dulce: No bem assim...apenas me olhei no espelho e achei que ficava bem melhor com o rabo. E isso. Ponto final. Ela no tirava aquele sorriso do rosto, no disfarando que mentia. Resolvi entrar com no seu jogo e disse... Christopher: Tambm acho que voc fica muito melhor assim. Me aproximei de seu ouvido e sussurrei... Christopher: Voc fica mais linda ainda de cabelo solto. Devia tentar um dia. Assim que eu me afastei, pisquei pra ela e entrei na sala. Mas antes, no pude deixar de notar no rubor que havia se formado em suas bochechas... X__X As provas do segundo bimestre finalmente tinham chegado. Eu havia estudado muito, como sempre, mas no pude deixar de sentir um friozinho na barriga. No sei se gabaritarei todas dessa vez, ainda mais agora que tem algo, ou melhor, algum pra tirar toda a minha ateno. Durante toda a semana, o colgio inteiro ficou preocupado com o baile de inverno, que antecediam as curtas frias. Claro que todos iam se ferrar, pois aposto que estavam to preocupados com essa coisa ridcula, que nem pegaram no livro. Os dois primeiros dias foram tranqilos. Pelo menos eu acho que gabaritei tudo. O meu problema, como sempre, era na prova de geografia. Por que ser que eu nunca conseguia me dar bem nessa matria? Quando acabei a prova e entreguei a professora, olhei pra Christopher. Por um momento eu me perguntei se ele estaria se dando bem. Digo, ele no era meu amigo nem nada, mas as coisas entre ns estavam bem melhores. E eu no queria que ele se ferrasse ou coisa assim. Como se lesse meus pensamentos, ele olha pra mim e sorriu, como se tivesse dizendo que tudo estava bem. Eu apenas sorri de volta e sa da sala. Era legal ter uma companhia como ele...pelo menos preenchia um pouco o vazio dentro de mim. Mas isso no pode ir mais adiante...eu no vou perder esta aposta! X__X 037
Estava fazendo minha prova quando sinto que algum est me olhando. Sem demora, encontro com seus lindos olhos olhando pra mim. Sorrio ternamente e ela faz o mesmo. , as coisas estavam indo muito bem. Quando acabei a prova, fui procura-la pelo colgio. Poucos minutos depois, a encontrei lendo mais um livro, num banquinho afastado de tudo e de todos no colgio. Me aproximei lentamente e sentei do seu lado. Para a minha surpresa ela sorriu levemente... Dulce: Como est se saindo nas provas? Christopher: Bem, eu acho. Tenho estudado bastante. Dulce: Srio? Acha que consegue tirar uma nota decente? Christopher: Defina decente. Dulce: Tipo...9 ou 10, por a... Christopher: Pra mim 7 j mais do que decente, mas enfim..., acho que posso me dar bem. Ficamos em silncio por alguns segundos, at que eu puxei outro assunto... Christopher: Voc vai no baile de inverno? Dulce: Voc acha, n? Claro que no! Christopher: Mas por que? Dulce: Porque eu no gosto! Pra mim isso tudo uma baboseira! At porque mesmo se eu quisesse ficaria difcil. Vou viajar noite no mesmo dia. Christopher: De frias? Ento voc no vai passar o natal aqui? Dulce: No, vou pra Frana com os meus pais. E voc, vai ficar aqui? Christopher: Acho que sim...pelo menos at agora minha me no falou em viagem, mas enfim...prefiro ficar por aqui mesmo, com os meus amigos. Dulce: Amigos? Perdo, mas ultimamente eu no vejo voc muito com seus amigos. Eu sorri timidamente e desviei o olhar... Christopher: verdade, voc observa bem as coisas. Digamos que estamos um pouco afastados...mas pelo menos eu ainda tenho a Any. Com ela eu vou poder contar sempre. Percebi que Dulce revirou os olhos e estranhei aquela atitude... Christopher: Voc no gosta da Any, no ? Dulce: No sei...no a conheo... Christopher: Ento porque voc revirou os olhos quando eu falei dela? Dulce: Revirei? No percebi... Christopher: Dulce...voc tem cimes da Any? Antes que ela pudesse responder qualquer coisa, o sinal do almoo tocou. Como se no tivesse escutado a pergunta, ela se levantou e virou pra mim... Dulce: Voc vai almoar comigo hoje? Christopher: Claro...se voc deixar... Ela apenas sorriu e se virou, andando na minha frente. Admirava essa mscara que ela colocava, ocultando todos seus sentimentos. Era quase impossvel saber o que ela sentia, mas eu juro que ainda ia aprender a decifr-la... X___X Tudo j estava pronto para a minha viagem. Estava um pouco tensa, pois os resultado das provas s sairiam depois das mini-frias, mas tenho certeza de que me sa bem em todas. Quando estava guardando as malas, vi dois livros que havia pegado da biblioteca em cima da mesa. Droga, havia esquecido de entregar! J eram seis da tarde, mas eu tinha que entregar esses livros. Falei com a minha me que ia entreg-los e fui para o colgio, que no era muito longe de casa. Quando cheguei l, ouvi uma msica alta. No comeo estranhei, mas logo me lembrei do baile
de inverno. Um bando de patricinhas fteis exibindo seus ltimos vestidos Dolce&Gabanna e um monte de garoto achando isso lindo! Algo que eu prefiro passar bem longe, obrigada. Ainda bem que a biblioteca ficava bem longe do salo, assim podia evitar essas coisas inteis... X__X 038 Nossa, essa festa estava muito chata! Estava completamente sozinho, pois todos os meus amigos fizeram o favor de me ignorar mais uma vez. Em relao Jack eu nem digo nada, pois ele realmente no me importa, mas o que me desapontava era Christian e Poncho terem se afastado tambm. Isso me machucava muito. Estava sentado em uma mesa, tomando o meu refrigerante, quando vejo Poncho se aproximando. Ele estava vindo falar comigo? Que milagre esse? Poncho: E a, o que est achando da festa? Christopher: Horrvel. To sozinho mesmo, n? Poncho: Por que voc no se mistura com o pessoal? Esto todos na pista de dana, vai pra l tambm. Christopher: Pra que? Pra todos virarem a cara pra mim? Jack fez o favor de afastar todos de mim. Acho que no sou mais to popular. Poncho: Jack no fez nada,Christopher. Christopher: Ah no? Ento me explica porque todos quase no falam comigo, coincidentemente depois dele ter me ameaado? Srio Poncho, voc muito inocente. Poncho: Eu no acho que ele seria capaz de fazer algo assim, mas enfim...nem todos esto sem falar contigo. Eu no estou. Christopher: Agora n? Porque voc passou os ltimos dias me ignorando... Poncho: Eu sei...confesso que Jack vive falando mal de voc e no quero perder a amizade dele te defendendo. Nem a sua. Eu devia ficar feliz por esse comentrio? Porque eu juro que isso s ajudou a piorar as coisas... Christopher: Sabe? Uma vez Any disse que eu me deixo manipular. E pensando bem, vejo que no sou s eu. Poncho: Christopher pega leve, eu no quero brigar com voc. Se voc est aborrecido melhor sair da festa antes que arranje confuso. Voc sabe que eu deixo passar as coisas, mas outras pessoas talvez no hajam da mesma maneira. Christopher: , talvez voc tenha razo. Acho que estou um pouco estressado. Poncho: Mas caso voc mude de idia, pode achar diverso ali... Ele apontou pra umas garotas que estavam prximas a nossa mesa, olhando e rindo pra gente... Poncho: Elas nem disfaram que esto a fim de voc. Christopher: Pena, no estou a fim delas. Quem eu quero no me quer, ento... Poncho: Que? Do que voc ta falando? Percebi que havia dito demais e tentei consertar meu erro... Christopher: Nada, esquece! Talvez qualquer dia desses eu te fale. Poncho: Tudo bem. Ele se levantou e ia saindo, quando se virou novamente... Poncho: Christopher...s quero que voc saiba que eu e Christian sentimos sua falta. Tente fazer as pazes com Jack. De repente as coisas voltam ao normal. Christopher: Vamos ver Poncho...vamos ver...
Ele voltou pra pista e eu voltei a ficar sozinho. Tomei um gole de refrigerante e resolvi sair dali. Estava me sentindo horrvel, fora do lugar. Precisava refrescar minha cabea. Me levantei e sa daquele salo. Fui at a piscina e me sentei na borda, colocando apenas meus ps dentro dela. E fiquei ali, olhando as estrelas e refletindo na minha vida. Deus, por que tudo estava dando errado? X__X Por sorte, consegui chegar a tempo. Quando cheguei l, Adriana, a moa da biblioteca j estava de sada... Adriana: Dulce! No est na festa com seus amigos? Dulce: No, no...eu no tenho amigos e nem gosto dessas coisas. Vim apenas entregar os livros. Desculpa, com tanta coisa de prova na minha cabea, eu acabei esquecendo... Adriana: Ah, no se preocupe. Gostou deles? Dulce: Amei! Quando voltar das frias a primeira coisa que eu farei pegar outro livro aqui. Adriana: Que bom! Fico feliz. Ela registrou no computador a minha entrega e ns duas samos da biblioteca... Adriana: Bom, agora eu estou indo para a casa. Duas semanas de frias sero suficientes pra eu descansar. Dulce: Eu tambm. Adoro estudar, mas confesso que s vezes canso um pouquinho. Adriana: Voc uma tima menina Dulce. Bom, vou l. Feliz natal e ano novo para toda a sua famlia. Dulce: Muito obrigada, pra voc tambm. Ns nos despedimos e cada uma foi para o seu lado. Estava indo embora, quando passo pela piscina e vejo Christopher sentado na borda. Como sabia que era ele? No sei...acho que ele j encheu tanto o meu saco que eu j conheo-o at de longe. Fiquei em dvida se falava com ele ou no. Afinal faltavam poucos dias para o natal e era parte da boa educao desejar isso a ele, no? Me aproximei lentamente mas ele tinha uma tima percepo. Ele escutou o barulho dos meus passos e virou a cabea, olhando diretamente em meus olhos... Christopher: Dulce? O que faz aqui? Pensei que no gostava de bailes e essas coisas... Dulce: E no gosto. Vim apenas entregar uns livros que estavam em casa, j que viajo hoje noite e tal. Sem poder resistir, me sentei ao seu lado, tirei minhas sandlias e tambm coloquei os ps na piscina. Nem me perguntem o que eu estava fazendo, pois no tinha a mnima idia. S sei que era bastante agradvel... X__X 039 Finalmente algo bom em minha noite. Ela no sabe o quanto me fez feliz com sua simples presena. Reparei que finalmente ela tinha soltado seu cabelo, mas preferi no comentar nada, pois com certeza ela daria uma desculpa qualquer e diria qualquer coisa pra no assumir que eu tive grande influncia nisso... Dulce: E por que no est l no salo? Christopher: Estava horrvel l dentro. Todos estavam me ignorando e aquela msica alta j estava me irritando. Poncho que deu a idia de eu sair pra esfriar a cabea e parece que adiantou... Dulce: Poncho? Mas voc no disse que todos estavam te ignorando? Christopher: Pois ...mas ele resolveu vir falar comigo. Vai saber o que deu, n?
Ela sorriu timidamente e desviou o olhar, como sempre. Por que ela tinha tanta dificuldade em me encarar? Dulce: Bom, acho que eu j vou indo. Christopher: Mas j? Dulce: Pois ...Pego o avio s 23 horas. S passei aqui pra te desejar um feliz natal e um ano novo tambm... Ela sorriu novamente, um sorriso to lindo que fez meu corao disparar. Quem era essa Dulce e onde estava a Dulce antiga? Sinceramente, espero que esteja bem longe. Porque eu estou amando essa nova verso dela... Christopher: Agradeo e desejo o mesmo para ti. Quer que eu te leve em casa? J est escuro e pode se perigoso voc ficar andando por a sozinha... Dulce: No, no precisa. Eu vou sozinha, pode deixar. Eu me levantei e parei em frente a ela, estendendo minha mo... Christopher: No tem problema, vem. Vai ser at melhor pra mim. Ela pareceu finalmente aceitar e tocou minha mo. Tentei ajuda-la a se levantar, mas ela escorregou de repente e, no reflexo, agarrei sua cintura, tentando evitar a sua queda. Mas foi pior. Ns nos desequilibramos e camos com tudo na piscina... X__X No sei o que aconteceu ali. A borda da piscina estava toda molhada e acabei escorregando. Christopher at tentou me segurar, mas acabou que os dois caram na piscina. Engoli um pouco de gua, mas finalmente cheguei superfcie. Quando abro meus olhos, vejo Christopher com o cabelo todo na cara, cobrindo os olhos, como se fosse um poodle que havia acabado de sair do banho. Juro que tentei com todas as minhas foras, mas foi impossvel evitar. Ele estava to hilrio que eu no pude deixar de soltar uma gargalhada. E o pior de tudo que eu no conseguia, me controlar, tive uma crise de risos! Ele jogou o cabelo pra trs, mas mesmo assim eu ainda continuava rindo. Meu deus, nunca pensei que algo assim pudesse acontecer... X__X 040 Qual era a graa? S porque o meu cabelo ficou na frente do meu olho? O que eu posso fazer? Estava me sentindo ridculo. Mas isso no durou por muito tempo. Suas gargalhadas eram to verdadeiras que preenchiam o meu ser. Nunca pensei que Dulce, aquela menina amarga e arrogante, podia rir desse jeito. E de uma forma to bela. Sem poder evitar, comecei a rir junto tambm. Nossos risos se misturavam no ar ao nosso redor, como se estivesse tocando uma linda msica. A magia do momento era to grande, que s ento me lembrei da aposta. Havia finalmente passado da primeira etapa! E agora eu queria meu prmio. Fui me aproximando lentamente e ela parou de rir, apenas observando meus movimentos. Abracei sua cintura e ela me olhou um pouco tensa... Dulce: O que est fazendo? Christopher: Voc deu uma linda gargalhada agora. Acho que passei da primeira etapa da aposta, no? Dulce: Bom...voc me fez rir sem querer, acho que isso no vale. Christopher: Nem vem! Eu tinha que te fazer rir e fiz, acidentalmente ou no. E foi o que aconteceu. Agora voc tem que cumprir a sua parte da aposta. Claro, se voc no for morrer por isso, j est com tanta averso em me beijar... Ela desviou o olhar outra vez e respirou fundo. No queria obriga-la a me dar esse beijo, mas
tnhamos feito uma aposta e ela tinha que cumprir com sua parte. E ia ser ela que daria o primeiro passo... X__X Eu estava extremamente nervosa. No estava com averso de beij-lo, ao contrrio! Com seus braos ao redor da minha cintura e seu rosto to perto do meu, no momento eu no queria outra coisa. Mas eu tinha medo. Ele gostou da primeira vez que nos beijamos, mas quem garantia que a segunda vez ia ser a mesma coisa? Sei que tinha que cumprir com a minha parte da aposta, mas no podia deixar de pensar nisso. Determinada a encarar a situao, olhei diretamente em seus olhos, coisa que poucas vezes eu fazia, pois ele me deixava muito tmida com o seu olhar intenso. Uma mecha de cabelo ainda caa pelo seu rosto e eu a coloquei para trs. Nossa, ele ficava mais lindo ainda com as pequenas gotas de gua, que pareciam cristais, caindo pelo seu rosto. Meu corao batia acelerado e apesar de estarmos dentro da piscina, eu sentia um calor que percorria todo o meu corpo. Ele estava em silncio e me olhava fixamente, como se estivesse esperando que eu fizesse algo. Passei a mo lentamente pelo seu rosto e logo toquei seus lbios com um dedo, traando toda sua linha, como se estivesse desenhando-o. Christopher fechou os olhos e respirou fundo, como se tivesse sentindo o mesmo que eu. No queria mais fugir disso. Reunindo toda a minha coragem, me aproximei mais um pouco e toquei sutilmente seus lbios. Senti suas mos entrelaarem mais ainda minha cintura, aproximando ainda mais o seu corpo do meu. Sentia que s isso no era suficiente e que eu necessitava de mais. Abri um pouco mais minha boca e senti sua lngua se encontrar ternamente com a minha, se misturando lentamente, como se tivssemos todo o tempo do mundo. Deus, beij-lo era uma das sensaes mais intensas que havia sentido. Era como se ele tivesse algo em si que fizesse com que eu nunca mais quisesse apartar meus lbios dos seus. No estava apaixonada ainda, mas ele tinha um im que me atraa at ele. Era algo que eu no podia controlar e isso me deixava bastante assustada... X__X 041 Deus, havia demorado tanto tempo para acontecer isso de novo que eu at tinha me esquecido como era beij-la. Digo, em parte, pois a imagem do nosso primeiro beijo jamais saa da minha cabea. Estava me sentindo to leve que senti meu corpo deslizar pela gua. Nossos corpos foram se locomovendo por instinto at a parte mais funda da piscina. A gua estava subindo cada vez mais sobre o meu peito, mas eu no queria parar aquele beijo por nada no mundo. Ela no sabe o quanto eu sonho e desejo beij-la todos os dias da minha vida. Queria poder viver ao seu lado at o resto dos meus dias, dando beijos como este e vivendo uma vida a dois. Nunca, nunca mesmo senti por alguma garota o que eu sinto quando toco seus lbios. Diria que o Universo inteiro percebe o quanto fomos feito um para o outro. At nossas lnguas sabem disso, pois se encaixam com uma perfeio sem igual. Apenas ela no via isso, mas enfim, espero que uma dia ela abra os olhos. Senti seu corpo afundando um pouco e seus lbios se afastaram dos meus. Pra mim aquele momento tinha durado muito pouco e eu no queria parar mais. Dulce me olha sem saber o que fazer e eu colo minha testa na sua, deixando bem claro que eu queria que aquele momento continuasse. Ela fecha os olhos e de repente d um impulso, entrelaando suas pernas ao redor da minha cintura. A seguro firmemente pelos quadris e ela me olha de um jeito inexplicvel. Acho que eu sempre soube que por trs dessa mscara que ela sempre se escondia, existia uma menina com uma paixo em seu ser. E ela estava demonstrando isso agora. Dulce podia no estar me amando ainda, mas que existia uma grande qumica entre ns, isso fato incontestvel. No momento, ela queria minha boca tanto quanto eu a dela. Ela torna a abrir os olhos e surpreendentemente sorri para mim, que claro, retribuo tal graa. Percebendo que aquele momento deve durar muito mais, toco seus lbios e inicio outro beijo. Dulce passa os braos ao redor do meu pescoo, enquanto eu me perdia no gosto de seus lbios, que pareciam feitos de doce...como o seu nome...
X__X Esse beijo fez despertar em mim certos sentimentos que eu pensei jamais sentir. Sempre controlei tudo na minha vida, mas ao beij-lo, todas as coisas perdiam o sentido. Era uma necessidade inexplicvel de permanecer em seus lbios por um longo tempo. Nossos corpos estavam to juntos que eu pude sentir o seu corao batendo forte dentro do peito. Ou era o meu? Estvamos no imersos no mesmo sentimento que tudo se confundia. Sua lngua continuava explorando minha boca, enquanto minhas mos faziam um carinho instintivo em seu pescoo. Sentia que o ar comeava a faltar, mas no queria parar agora. Pra falar a verdade, no momento, eu no queria parar nunca mais. Mas foi bem difcil continuar nos beijando com tal intensidade. Acabamos perdendo o flego e nos olhamos fixamente. Eu no sabia o que dizer e muito menos o que fazer. Ainda estava na mesma posio, pois a parte da piscina onde estvamos era muito funda e provavelmente afundaria. Passei a mo mais uma vez pelo seu cabelo e respirei fundo, arranjando coragem para falar algo... Dulce: Acho...acho melhor sairmos daqui. Algum pode ver e no vai ser muito bom pra gente. Christopher: Tem razo. Dulce: Se importa se eu ficar na mesma posio at chegarmos na borda? Pois, aqui est muito fundo e meus ps no tocam o cho. Christopher: Voc est perguntando se eu me importo que voc continue em cima de mim? Est louca? Se eu pudesse no sairia mais daqui, s pra continuar sentindo voc to perto... Eu no pude deixar de rir e ele fez o mesmo. Christopher me levou at a borda e sem demora samos da piscina. Essa era uma situao bastante constrangedora. H poucos segundos estvamos envolvidos numa fogueira de emoes e, agora, a calmaria havia chegado. Nunca passei por nada igual antes...meu Deus, o que eu fao? X__X 042 Eu ainda estava to hipnotizado com o que havia acabado de acontecer que nem raciocinava direito. Quando samos da piscina, ficamos nos olhando, sem saber o que fazer... Dulce: Bom...acho que eu j vou ento... Christopher: Molhada assim? Pera, deixa eu pegar uma toalha pra te enxugar. Fui at um dos armrios que tinha ali perto e peguei o que eu precisava. Voltei at ela e comecei passar a toalha pelo seu brao, mas ela me impediu... Dulce: Pode deixar que eu me enxugo sozinha. Dulce estava constrangida, eu tinha certeza. No me importei com isso e comecei a me enxugar tambm. Quando ela acabou, me entregou a toalha e disse, nervosa... Dulce: Tenho que ir mesmo. Acho que no posso mais ficar aqui. At. Ela veio me dar um beijo no rosto, mas parou no meio do caminho, fechando os olhos, como se quisesse beijar em outro lugar. Por fim, tocou levemente meu rosto e ia saindo, quando eu a puxo pelo brao e encosto minha testa na sua... Christopher: Dulce...saiba que tem passe livre para me beijar, independente de qualquer aposta. Quando quiser, faa, jamais irei recusar um beijo seu. E sem dar chances dela dizer qualquer coisa, a beijei novamente. Um beijo mais rpido dessa vez, com um breve contato mais ntimo, pois se isso se prolongasse, eu jamais a deixaria sair
daqui. Terminei o nosso beijo com um terno selinho e disse... Christopher: Tem certeza de que no quer que eu te leve em casa? Dulce: Sim...ainda mais depois do que aconteceu agora, o melhor ficar longe de voc durante algum tempo. At o ano que vem, Christopher. Ela se virou rapidamente e saiu correndo, como se estivesse fugindo de algo. Eu me sentei na primeira cadeira que vi na frente e comecei a rir quem nem um bobo. Meu Deus, isso tinha acontecido mesmo? Eu espero que sim, pois seria muito ruim despertar de um lindo sonho agora... X___X Eu no tinha a mnima idia pra onde tava indo. No podia mais continuar um segundo naquele colgio ao lado dele, mas ao mesmo tempo no queria voltar pra casa. Parei num parquinho e me sentei no primeiro balano que eu vi na minha frente, tentando relaxar. Se fosse em outro momento,estaria bastante preocupada por estar em um parquinho deserto sozinha noite, mas pra falar a verdade, no momento nada mais me importava. Tentava colocar meus pensamentos em ordem, enquanto meu corao batia aceleradamente dentro do peito. Respirava com dificuldade, enquanto passava a mo pelo meu rosto, tentando me acalmar um pouco. O que eu vivi agora foi bastante intenso. Nunca pensei que podia me comportar assim com um garoto. Sei que tudo isso fazia parte da aposta, mas eu exagerei bastante naquele beijo. No sei se me arrependo ou no. O beijo foi maravilhoso, mas mexeu tanto comigo que eu nem sei o que pensar agora. Sorte minha que eu iria pra Paris curtir as minhas frias e ficaria longe dele por duas semanas. Me levantei do balando e fui correndo at em casa. Assim que cheguei, entrei direto no chuveiro, para que a minha me no percebesse a roupa molhada. Deixei que a gua gelada casse pelo meu corpo, tentando esfriar o fogo que eu ainda sentia, depois de tudo. Essa viagem para Paris no podia ter vindo em melhor hora. O ar da Europa ia me fazer esquecer tudo o que aconteceu nessas ltimas horas. Bom, eu espero que sim... X_X 043 Eu voltei pra casa saltando de alegria. Quem me via na rua, pensava que eu era louco. Mas eu no me importava nem um pouco! H poucos minutos tinha dado o beijo mais intenso da minha vida e ainda por cima com a garota que eu amo. E isso era bom demais pra ser verdade. s vezes pensava que era um sonho e tinha medo de acordar. Me belisquei por vrias vezes, tentando constatar de que aquilo era realmente verdade. E por incrvel que parea, essa noite eu dormi perfeitamente bem. Estava to satisfeito e relaxado que, assim que deitei a cabea na cama, imediatamente dormi. Sonhei com ela, claro. Sonhei que um dia ela chegava de cabelos soltos na escola, corria at a mim e me beijava apaixonadamente. Seria isso um sonho mesmo ou uma previso do futuro? X__X As frias em Paris estavam timas! Mame e papai estavam cada dia mais apaixonados, se que isso era possvel. Achava muito lindo o relacionamento dos dois. E hoje em dia uma relao como a deles praticamente impossvel de existir. Passeamos pelos mais importantes pontos tursticos e estvamos hospedados no Hitz, um hotel maravilhoso. Estava sentindo falta apenas dos meus livros e das aulas de filosofia, mas nada que fosse me matar. Por algumas vezes pensava nele. E no nosso ltimo beijo tambm. S de lembrar, me sentia extremamente envergonhada por ter reagido daquela maneira. Nossa, quando a gente voltar das frias, talvez ele queira me agarrar, pensando que j pode fazer o que quiser comigo! Mas se ele realmente est pensando nisso, a que ele se engana. Vou levar essa aposta at o fim e eu vou ganh-la custe o que custar... X__X
044 Uma semana se passou, mas parecia que eram anos! Nunca pensei que sentiria falta do colgio em toda minha vida! Digo falta de encontrar com Dulce no colgio, porque no estava nem um pouco animado para pisar l novamente. O nico inconveniente dessas frias, era que eu estava completamente sozinho. Poncho falou comigo somente no dia da festa, depois nada. No sei, depois daquilo criei certas esperanas de que a nossa amizade podia ser como antes outra vez, mas pensando melhor eu acho isso meio impossvel. Como sempre, a pessoa que me tirou da solido foi a minha melhor amiga... Any: Preciso de um conselho seu! Christopher: Posso tentar te ajudar. Mas vou logo avisando que se for sobre amor eu estou to ferrado quanto voc. Any: Sim, de amor. Mas voc um pouco mais velho e creio que saber me ajudar de alguma forma. Estou pensando em me declarar pro Poncho. Christopher: O que?? Voc ficou louca? Any: ai, no fala assim! Por que voc est to surpreso? Voc se declarou pra Dulce! Christopher: Mas diferente! Any: Por que com os homens sempre diferente? Christopher: No questo de ser homem e sim ser o Poncho. Any...tenho medo que ele te machuque. Ele no muito delicado com as mulheres, ainda mais novinhas como voc. Any: Ai, eu nem sou to nova! Fao dezessete no meio do ano, fala srio! Christopher: Mas digamos que Poncho esteja na fase da farra e goste de ficar com as mais velhas se que voc me entende. Ela fez uma carinha to triste que eu me arrependi de ter dito aquilo. Mas era a verdade e queria que ela soubesse disso logo antes que ficasse chorando por a... Any: Ento quer dizer que...eu no tenho nenhuma chance, certo? Christopher: No bem assim...digo, por enquanto eu creio que no. Espera mais um pouco. Any: Esperar? Esperar at quando? At que vocs terminem o ano e sigam caminhos diferentes, onde eu nunca mais possa encontr-lo? O que voc quer que eu faa, Chris? Christopher: Olha...eu s acho melhor voc esperar um pouco, no precisa ser at o final do ano letivo. Any: Ok, se voc ta dizendo...s espero que voc esteja certo, Chris. Christopher: Eu estou, voc vai ver... X__X As frias foram timas, mas tudo o que bom acaba cedo, no ? Voltamos para casa um dia antes das aulas comearem. No havia pensando nele nesses ltimos dias, mas hoje era diferente. Talvez porque eu no fazia a mnima idia de como reagir quando falar com ele outra vez. Depois daquele beijo, nem sei se conseguirei olhar na sua cara outra vez. Mas deixando Christopher de lado, tambm me lembrei dos bilhetes. Sentia falta deles, pra falar a verdade. E estava louca pra saber quem era o autor deles. Peguei a caixinha onde eu guardava todos eles e reli todos que haviam me mandado, um por um. Ainda tentava adivinhar quem era Calcvu mas era impossvel decifrar qualquer coisa! Nem o ser mais inteligente poderia decifrar esse enigma...ou podeia? X__X 045 Nunca havia ficado to feliz em voltar para a escola como hoje. Minhas frias foram as mais chatas possveis. Apenas fiquei vendo televiso e jogando no computador durante duas semanas. S Any conseguia me salvar desse cio, mas mesmo assim, ela no podia ficar comigo todos os dias. Estava to animado, que cheguei at mais cedo. Ningum estava na sala, nem mesmo ela,
que sempre chegava cedo. Fiquei um pouco sentado, mas como ningum chegava, fui perambular pelo corredor. Sem que eu menos esperasse, Any vem correndo at a mim, aos prantos... Any: Chris, me ajuda, por favor! Ela me abraa forte e chora em meu peito... Christopher: O que foi, Any? Por que est chorando desse jeito? O que aconteceu? Any: O Poncho..ele...ele... Ela estava to desesperada que nem conseguia falar. A levei para o banheiro feminino e passei uma gua fria pelo seu rosto, pra ver se ela se acalmava um pouco. Ela finalmente conseguiu parar de chorar e respirou fundo... Christopher: Pode me contar o que houve agora? Any: Aham...eu...eu encontrei com o Poncho agora na entrada e...eu me declarei... Christopher: Any! Eu disse pra voc esperar! Any: Eu sei! Mas eu no pude agentar! Vendo ele ali na minha frente, sorrindo pra mim, eu no pude esperar mais! Christopher: Pera! Ele sorriu pra voc? Any: ...eu acenei pra ele que retribuiu com um sorriso. Foi ento que eu fui at a ele e me declarei... Christopher: E...o que ele falou? Any comeou a chorar de novo e eu fiquei sem reao. Abracei minha amiga e tentei confortla da grande tristeza... Any: Ele foi super grosso! Eu disse tudo o que estava sentindo e ele disse que eu estava louca! Disse tambm que nunca ficaria com uma pirralha como eu, pois gosta de mulheres mais velhas. Eu me senti um lixo, Christopher! Ele no obrigado a gostar de mim, mas custava muito ser mais sutil? Ela soluava desesperadamente em meu peito e meu corao se partiu em dois, ao ver minha melhor amiga chorando desse jeito por algum que no a merecia. No sabia o que dizer pra ela, pois palavras nesses momentos eram inteis. Apenas a abracei o mais forte que pude e fiz um pequeno carinho em suas costas, tentando acalma-la um pouco. Minha me um dia me disse que isso adiantava e espero de verdade que ela esteja certa... X__X Esqueci de colocar meu despertador para despertar. Me arrumei o mais rpido que pude e sa correndo para o colgio. Assim que entrei na sala, vi a mochila de Christopher jogada no lugar de sempre, mas ele no estava l. Deixei a minha mochila na cadeira e fui para o banheiro, pois finalmente tinha decidido ir pra escola de cabelo solto. Mas quando chego no banheiro, vejo algo que eu no esperava. Christopher estava abraado aquela loira do segundo ano, de uma forma muito carinhosa. Ela estava com a cara enterrada no seu peito, enquanto ele mexia no cabelo dela e passava a mo por toda suas costas. No sei porque, mas fiquei bastante irritada com aquela cena. No por cimes, bvio que no. Mas por ele dizer que est apaixonado por mim e depois ficar se agarrando com aquelazinha no banheiro feminino. O mesmo banheiro que ele tentou me conquistar, dizendo que eu era linda e no sei mais o que. Fiquei tanto tempo ali parada que em um momento, ele levantou a cabea e me viu. Eu no disse nada, simplesmente sa correndo dali, me afastando daquela cena pattica. Voltei pra sala e graas a deus o professor j estava l. Me sentei furiosa na cadeira e tentei ao mximo prestar ateno na aula. Mas a raiva era to grande que eu no conseguia nem me concentrar direito... X__X
046 Jamais poderia imaginar que Dulce chegaria nesse exato momento. E jamais poderia imaginar que ela interpretaria as coisas de forma errnea. Any pareceu perceber que havia alguma coisa errada e se desvencilhou de mim... Any: O que foi, Chris? Voc ficou estranho... Ela limpou suas lgrimas, olhando em meus olhos, tentando entender a minha mudana de comportamento... Christopher: Dulce...Dulce acabou de aparecer... Ela olhou pra trs tentando acha-la, mas bvio, no achou nada... Any: E cad ela? Christopher: Assim que viu a gente...saiu correndo. Any: Chris...voc acha que... Christopher: Sim, ela pensou que estvamos fazendo outra coisa...ainda mais que ela me disse que sabe dos boatos que existe no colgio sobre a gente. E pelo olhar que ela me lanou, tenho certeza de que ela acha que os boatos so verdadeiros... Any: Ai meu Deus! Acabei de estragar tudo, no ? Que droga, tudo est dando errado hoje! Logo agora que voc ia v-la depois do beijo e... Christopher: Ei, no se preocupe. Eu vou falar com ela e a gente se resolve. Agora v pra sua sala porque ns dois temos aulas. Vou ficar contigo na hora do almoo. Any: Tudo bem...obrigada por tudo Chris, de verdade. Voc e sempre ser meu melhor amigo. Any me deu um abrao carinhoso e nos dois fomos para as nossas respectivas salas. Pedi desculpas ao professor por ter chegado atrasado e me sentei. Durante toda a aula, fiquei pensando no que eu iria dizer pra fera sobre o que ela tinha visto no banheiro. Pra falar a verdade, no sei nem porque ela me lanou aquele olhar, j que no nada minha mesmo...ser que ela estava com cimes? X__X Assim que tocou o sinal do almoo, eu sa andando depressa o mais rpido que pude, mas mesmo assim ele me alcanou... Christopher: Dulce, eu preciso falar com voc. Dulce: No posso! Tenho muita coisa pra fazer. Christopher: O que? Comer? Dulce: Isso no da sua conta. Me deixa em paz e vai correr atrs da sua namorada, tudo bem? Eu tentei sair, mas ele me puxou pelo brao... Christopher: Eu no tenho namorada faz um tempo e voc sabe disso... Dulce: Bom ela pode no ser sua namorada, mas com certeza vocs tem algum caso! Christopher: Dulce, eu j te disse que ela a minha melhor amiga desde quando eu nasci! No somos nada alm de amigos. Dulce: No acredito, ok? Agora me solta porque eu tenho muita coisa pra fazer!! Me desvencilhei dele e sa correndo o mais rpido que pude. Por sorte ele no tentou me seguir. Fui para a biblioteca e fiquei l durante um tempo pois no estava a fim de comer e no queria ver a cara de ningum.. X__X
047 No podia acreditar que depois de tanto tempo que levei pra fazer ela ser nem que seja um pouco simptica comigo, tudo voltou como era antes, pra no dizer pior. De verdade, no entendia porque ela estava daquele jeito. E se eu tivesse mesmo algo com Any? Do que ela poderia reclamar? Dulce no era nada minha, nem amiga pode-se dizer que era! Srio, no entendo as mulheres! Quando cheguei no refeitrio, vi que Dulce no estava l. Devia ter fugido pra qualquer lugar. Era o que ela fazia sempre, no? Pensei que ia ficar sozinho, at que Any se senta do meu lado... Any: Bom...pelo visto voc no conseguiu resolver nada com ela, no ? Vocs no esto almoando juntos. Christopher: Pois ...ela nem quis me ouvir! Est mais do que convencida de que ns temos um caso e sabe-se l mais o que... Any: Que droga! Nunca liguei pra esses boatos, mas agora eles me irritam e muito! Por causa disso atrapalhou a relao de vocs. Digo, eu atrapalhei, n? Christopher: No diga isso, Any! Se aquela teimosa quer pensar que temos algo, ento deixe que pense! De verdade, cansei de ficar correndo atrs! Any: O que? No, no e no! Voc no pode cansar! No agora que estava to perto! Christopher, engula esse orgulho e v atrs dela todas as vezes que for necessrio! Christopher: No questo de orgulho ...ah sei l! Sinceramente? J estou quase desistindo dessa aposta...nunca vou conseguir conquist-la! Dulce tem uma parede de gelo na sua frente, que no deixa ningum passar. E muito menos eu... Any: Ai, homens! So todos uns bananas mesmo! Deixa que eu vou resolver essa histria! Antes que eu pudesse perguntar o que ela ia fazer, Any saiu correndo do refeitrio. E agora, o que aquela louca ia fazer? X__X Ainda estava na biblioteca, vendo alguns livros e tentando me tranqilizar. Achei um bem interessante, sobre a histria das cruzadas que comearam na Europa Ocidental. Me sentei em uma das mesas perto da janela e comecei a ler tranquilamente, at que chegou algum pra tirar a minha paz... Any: Posso falar com voc? A olhei com o maior desprezo que pude e voltei minha ateno ao livro... Dulce: Estou ocupada, no est vendo? Any: O que voc ganha sendo to egocntrica desse jeito, hein? Custa muito ser pelo menos um pouco gentil com as pessoas? Aquele comentrio havia me irritado seriamente. Se fosse em outro dia, eu simplesmente teria sado dali e deixado ela falando sozinha. Mas por algum motivo, hoje eu estava a fim de discutir... Dulce: Voc no me conhece pra dizer que eu sou isso ou aquilo, ok? Any: Bom, mas o que voc demonstra! Eu s vim aqui pra conversar sobre o episdio do banheiro e dizer que voc entendeu tudo errado! Dulce: Sinceramente? O que aconteceu ou acontece entre vocs dois no me importa! Any: Srio mesmo? Pois no parece! Se no se importasse no estaria to incomodada e no teria dado piti pra cima do Chris! Dulce: Ele j te contou ento da nossa discusso? Nossa, as fofocas correm, no? Isso porque ele diz que no gosta dessas coisas... Any: Ele no fofoqueiro, somente comentou comigo um assunto que me envolvia tambm. E por isso eu vim aqui esclarecer tudo, pois Christopher j tava quase desistindo da aposta, pensando que nunca ia conseguir te conquistar!
Dulce: Ele no desistiu ainda? Que pena! Fala pro seu namorado tirar essa idia louca que vai me conquistar da cabea, porque isso nunca vai acontecer. Any: ELE NO MEU NAMORADO! Assim que ela gritou, Adriana, a moa da biblioteca pediu silncio. Eu virei o rosto, encarando tudo, menos a loira, enquanto ela continuava a falar... Any: Olha eu s quero explicar o que aconteceu, tudo bem? Voc no precisa falar nada, apenas deixe que eu faa isso. E eu tinha outra sada? Pedi pra que ela se sentasse e Any comeou a contar a histria... X__X 048 Eu ainda estava no refeitrio, me perguntando o que Any ia fazer. Ainda estava em meus devaneios, quando Christian de repente se senta ao meu lado. J vi que hoje era dia... Christian: Como voc est cara? Christopher: Normal... Christian: Est chateado com a gente, no ? Christopher: No, imagina! Meus melhores amigos me deixaram completamente sozinhos por algo que at agora eu no sei por que e eu entendo perfeitamente isso. Eu estava completamente irritado com tanta falsidade, mas tive que me controlar para no perder a cabea ali mesmo... Christian: , eu sei cara...sei que no devia ter me afastado, mas...Jack andou me contando umas coisas e... Christopher: Pera! O que Jack falou? Christian: No sei se devo contar cara, sei l... Christopher: Ento pra que voc veio aqui? Pra poder conseguir dormir noite? Porque voc com certeza sabe que est errado, no ? Christian: Ok...ele me disse que voc estava namorando a nerd ruiva da nossa sala. Tipo, eu fiquei bem chateado, pois ns somos amigos h bastante tempo e voc sempre me contava tudo. Sei que voc no obrigado a me falar tudo, mas o que me magoou foi voc ter falado primeiro pra ele e no pra mim, entende? Digo...sou seu amigo h mais tempo e pode parecer besteira, mas eu pensei que voc confiasse mais em mim... O que Christian estava dizendo no era totalmente um engano. Conhecia ele desde a primeira srie...ele foi a primeira pessoa que eu chamei de amigo verdadeiro. Os outros chegaram depois e, com eles, a popularidade. Jack chegou por ltimo, o conhecia apenas h trs anos.. Mas Christian era um amigo especial e devia saber disso, ao invs de ficar acreditando em quem no deve... Christopher: Em primeiro lugar, no estou namorando Dulce. Estou mais prximo a ela sim, por causa de uma aposta que eu falei anteriormente e que por enquanto eu prefiro manter em segredo. E em segundo lugar, eu no contei nada a Jack, pois faz um tempo que eu percebi que ele no digno de confiana. E me ameaou, ao me ver com ela e ao parecer cumpriu com o que disse. Christian: Te ameaou? Mas por qu? Christopher: No tenho a mnima idia. S sei que depois disso, vocs e todos os outros se afastaram. Se no fossem pelas garotas que vivem correndo atrs de mim, eu s falaria com a Dulce e a Any nesse colgio. Sabe? Quanto s outras pessoas eu nem me importo. O que mais me doeu foi o que voc e Poncho fizeram. Sempre gostei bastante dos dois e fiquei muito decepcionado com tudo isso. Christian: Eu acho...eu acho que sei porque todos se afastaram de voc. Jack espalhou algo para todos no time de futebol e por isso todos se afastaram...
Christopher: O que?? X__X Any havia me contado toda a sua histria. Dizendo que apenas estava se consolando com Christopher e no sei mais o que. E consequentemente, acabou me contando sobre o seu amor agora no mais platnico... Any: E foi isso que aconteceu. Poncho foi muito grosso comigo, sabe? Voc no imagina o que estar apaixonada por algum e essa pessoa fazer isso com voc. Dulce: Desculpe dizer, mas...voc acha realmente que est apaixonada? Porque as pessoas costumam de dizer que amam apenas por sentir um frio na barriga e as pernas tremendo. E as coisas no so bem assim... Any: Pode ser que sim, pode ser que no. Eu tenho 16 anos apenas e no sei nada ainda sobre o amor. Na verdade, a primeira vez que sinto algo assim por algum. Pode ser que eu o esteja amando ou pode ser que eu esteja apenas perto disso. De verdade, eu no sei... Ela falou com tanta tristeza no olhar que me deu at pena. E, alm disso, estava comeando a sentir uma grande simpatia por ela. Sabe quando voc quase no conhece a pessoa, mas mesmo assim gosta inexplicavelmente dela? Pois , isso que estava acontecendo agora... Any: Eu s te peo uma coisa...no trate o Christopher mal, como voc fazia antes. Ele no demonstra nem pra mim o que sente, mas eu tenho certeza que ele fica mal. No sei se ele te ama mesmo, j que eu concordo com o que voc falou anteriormente, o amor no apenas frio na barriga, mas eu posso garantir que ele gosta muito de voc. Ele deixou tudo pra trs. Os amigos, a popularidade, tudo! E est empenhado em te conquistar. Dulce: Deixou tudo por mim? Mas o que eu tenho a ver com o fato de os amigos no falarem mais com ele? Any: Muito! Christopher vai ficar com raiva se souber que eu te contei isso, mas...Jack o ameaou por estar andando contigo. Disse pra ele se afastar, ou ento ele daria um jeito de fazer com que ele perdesse a vaga de capito e titular do time. E parece que aos poucos, ele est conseguindo chegar aonde quer. E mesmo assim, ele continua indo atrs de voc... Eu no fazia a mnima idia disso. Um mal estar invadiu todo o meu corpo, acompanhado por um sentimento de culpa. Ele havia realmente feito isso por mim? Srio, era difcil de acreditar... Dulce: Ok...prometo que eu vou pegar leve com ele. Any: que bom, te agradeo. E quero que saiba que eu nunca tive algo com Christopher, srio mesmo. At porque ele muito forte pra mim...eu prefiro os magrinhos como o Poncho, sabe? Ns duas rimos desse comentrio e o clima ficou super agradvel. Mas eu ainda tinha uma ltima pergunta pra fazer... Dulce: Mas verdade mesmo disso que voc nunca teve nada com ele? Digo, nem anos atrs, quando eram menores, no sei, vocs nunca se beijaram ou tentaram algo s pra ver se a relao era s de amizade mesmo? Digo, isso acontece com muitos amigos de longos anos... Any: verdade, mas com a gente no. Conheo Christopher desde quando eu nasci, literalmente. Ele 1 ano e alguns meses mais velho que eu. Nossas mes so melhores amigas desde a adolescncia e crescemos juntos. Dividimos bero, dividimos brinquedos e dividimos tambm nossas lgrimas, principalmente quando seus pais se separaram. Beij-lo seria algo nojento, pois ele praticamente meu irmo. Acredita em mim agora? Dulce: Sim...ainda mais quando voc disse que beij-lo seria nojento. Isso j prova suficiente que vocs nunca se beijaram. Eu no sabia porque havia dito isso, apenas saiu. Any comeou a gargalhar do meu lado e eu no sabia onde enfiava a cara... Any: Voc gosta dos beijos dele, no ? Pode falar a verdade...
Dulce: Se voc prometer no contar nada pra ele... Any: Pode confiar, da minha boca no sai nada! Dulce: Aham...isso no quer dizer que eu esteja apaixonada, claro...mas confesso que ele me tira do srio quando me beija. Any: Aaaaaaaaai que lindo! Pena que eu prometi que no ia contar nada, seno ele ia ficar saltando de alegria! O sinal bateu e ns duas nos levantamos... Any: Obrigada por ter me ouvido e tudo mais. Acho que daqui pra frente podemos ser amigas, no? Aquela palavra me causava arrepios. Mas acho que estava mais do que na hora de seguir em frente. s tomar cuidado... Dulce: Sim! E desculpe por ter sido grossa com voc no comeo. Acho que meu jeito de me defender das pessoas. Any: Eu j imaginava. Mas est sendo muito bom descobrir a verdadeira pessoa que voc . Quer almoar l em casa esse fim de semana? Dulce: Almoar? Tem certeza? Digo...sua me nem me conhece e tal... Any: E qual o problema? Passa a conhecer, u! Garanto que ela vai gostar de voc, assim como eu. Ela estava sendo to gentil que eu achei ruim no aceitar... Dulce: Tudo bem ento. Depois a gente marca a hora direitinho. Any: Perfeito. Bom, vou pra minha sala. Que tudo d certo entre vocs dois. Ela me abraou e eu no respondi nada, sem saber o que dizer. Any sorriu pra mim e saiu em direo sua sala, enquanto eu fiquei l, lembrando das coisas que ela tinha me dito. Acredito que eles nunca tiveram algo mesmo, mas o que mais me deixou pasma foi o fato dele ter feito tudo o que fez por mim. Mesmo eu tratando ele mal e dando foras nele. Meu Deus, que monstro que eu sou? X__X Christopher: No me esconda nada, Christian. Eu preciso saber de tudo! Faa isso em nome da longa amizade que ns temos. Christian: Jack espalhou para o time inteiro que voc queria o patrocnio no final do ano s pra voc. Disse que voc falou com o seu pai e que ele ia dar um jeito de fazer com que s voc recebesse tal graa. De alguma forma, seu pai ia conseguir eliminar as outras duas vagas restantes. Christopher: Isso um absurdo! Voc sabe que eu no falo com o meu pai h anos, Christian, como voc pde acreditar nele? Christian: No sei! Eu pensei que se voc no tinha me contado que estava namorando a Dulce, tambm no tinha me contado que tinha feito as pazes com o seu pai. Agora eu vejo que algo idiota, mas na hora me pareceu o correto. Christopher: Agora eu entendo tudo perfeitamente. Ele primeiro contou pra voc a histria da Dulce, pois sabia que voc ia ficar abalado por eu no ter te contado. E depois deu o golpe final com a histria do patrocnio, pois sabe que muito importante pra voc. Christian: Pois ...como ele pode fazer uma coisa dessas? to difcil de acreditar! Se eu no te conhecesse como te conheo, juraria que estava mentindo. Christopher: Mas no estou. E agora bom que voc abra os olhos e veja quem est verdadeiramente do seu lado. Christian: Voc tem razo. Vou cortar relaes com ele. Vou dizer tudo o que eu penso sobre essa histria ridcula e... Christopher: No! Voc no vai dizer nada! No quero que ele faa com voc o mesmo que fez comigo. Christian: Mas Christopher, depois dessa eu nem vou conseguir olhar na cara dele!
Christopher: Faa um esforo. Esse patrocnio muito importante para voc e ns dois sabemos que Jack pode muito bem fazer com que voc no o ganhe, mesmo que merea. Christian: voc tem razo. Mas eu no queria continuar afastado de voc. Christopher: Mas no precisa se afastar! Jack no fica 24 horas por dia vendo o que voc faz ou deixa de fazer. Voc est conversando agora comigo, certo? Voc sabe meu endereo, sabe meu telefone...tenho certeza de que a gente vai dar um jeito. Christian: Srio cara, muito obrigado por tudo. Depois do que aconteceu voc ainda consegue ser gente boa comigo. Christopher: Tudo que eu fiz foi em nome de nossa amizade de anos que eu creio ser verdadeira. Christian: sim, pode apostar. Ns nos abraamos e eu me senti extremamente bem com aquilo. Acho que dessa vez as coisas estavam comeando a melhorar... X__X Na aula de filosofia, ele passou o tempo todo quieto. Tambm, depois das coisas que eu havia dito pra ele, eu no podia esperar outra coisa, n? O chato que ele sentava bem do meu lado e com todo esse clima eu nem conseguia prestar ateno direito nas aulas. Decidida a engolir meu orgulho por um instante, arranquei uma folha de papel do meu caderno e escrevi... Quero falar com voc depois da aula. Se tiver tempo, claro Joguei o papel em sua mesa e ele me olhou com cara de interrogao. Sorri pra ele, como se quisesse dizer que estava tudo bem e ele abriu o papel. Leu o que estava escrito e assentiu. Eu voltei a prestar ateno na aula, mas sem deixar de pensar o que iria falar com ele depois... X__X 051 As mulheres so loucas, verdade? Uma hora elas te pisam, te xingam e te batem. Em outra hora, sorriem e dizem que quer conversar com voc como se nada tivesse acontecido algumas horas atrs. O que eu podia fazer n? Estava louco por ela e se Dulce queria conversar, quem era eu pra dizer no? Assim que bateu o sinal, esperei ela terminar de guardar o seu material e samos juntos, porm em silncio da sala. Paramos no corredor e ela se virou para mim, meio sem graa... Dulce: Bom...quero te pedir desculpas pelo episdio de agora h pouco. Acho que exagerei... Christopher: Sim, exagerou. Mas posso saber como voc chegou a essa concluso? Dulce: Any veio falar comigo na hora do almoo. Ela me explicou toda a histria, contou tudo sobre e Poncho, que voc estava apenas consolando-a e etc. E isso a... Como sempre, ela encarava qualquer coisa, menos a mim. Parecia muito envergonhada, como se admitisse que estava errada custasse sua vida... Christopher: Eu tentei te dizer isso, mas voc no ouviu. E por que voc acreditou nela? Voc nunca foi com a cara de Any, no estou certo? Dulce: Pode ser...mas digamos que eu tive que ouvi-la. E comecei a gostar dela. E no creio que ela estava mentindo. Christopher: E no estava, posso garantir. Any no mente, a no ser que ela precise muito, o que no o caso, pois quem precisava era eu. Dulce: Entendo...ento..voc me desculpa? Ela fez uma carinha to fofa que foi impossvel negar. Eu a abracei e senti que ela enrijecia em meus braos. Dulce parecia ter medo quando eu a abraava, sei l. A soltei, enquanto ela
continuava encarando a parede. Meus Deus, custava tanto assim me olhar nos olhos? X__X No gostava quando ele me abraava. No sei, ficava nervosa, ficava inquieta. Apenas no gostava... Dulce: Suponho que isso um sim, certo? Christopher: Pode apostar. Por um momento eu pensei que aquela frase podia ter um duplo sentido, mas logo eu sa dos meus devaneios, quando ele me perguntou... Christopher: S mais uma pergunta...posso saber por que voc ficou to incomodada quando viu eu e Any abraados? Digo, ns no somos nada...voc ficou com cimes, Dulce? Eu havia ficado bastante nervosa com essa pergunta. No era cimes. bvio que no! Fiquei com raiva sim, mas foi por outros motivos... Dulce: Claro que no, Christopher! Eu vi voc abraado com ela, exatamente no mesmo lugar em que faz um tempo voc me disse coisas...lindas. E eu me senti enganada, pois achei que voc fizesse isso com todas, entende? Foi apenas isso, nada mais... Christopher: Sei...mas eu no sou galinha, Dulce. Levei Any pro banheiro porque ela estava chorando muito e eu estava lavando seu rosto. No fao isso com todas, no sou galinha, como voc pensa. Me diga uma coisa...me diz quantas vezes voc me viu aqui no colgio com alguma garota? Posso at ter ficado com uma ou duas daqui, mas namorada mesmo, s tive Dbora. Posso ter muitas atrs de mim, mas apenas sou simptico com elas e ponto final. Por mais que elas queiram, eu nunca deixo elas pensarem que pode ter algo mais comigo. Dulce: Nossa...nem um pouco convencido. Christopher: No sou convencido, apenas a verdade. Dulce: a sua verdade n? Ns dois rimos e apenas por esse momento eu consegui encar-lo. Ele podia derreter qualquer gelo com apenas aquele sorriso... Christopher: Viu, Dulce? Essa uma coisa que temos em comum. Ns dois somos convencidos, no ? Dulce: Bom...eu no sou convencida. Christopher: Ah no? Quem fica falando pra quem quiser ouvir que a melhor aluna da escola, que a nica que gabarita todas as provas e no sei que? Eu estava muito sem graa e no sabia o que dizer. Afinal, ele estava certo... Christopher: Voc sabe que convencida. Mas enfim, tenho que ir agora porque dentro de cinco minutos comea meu treino e eu nem coloquei o uniforme ainda. Quero que saiba que fiquei muito feliz por voc ter me procurado. Dulce: Eu estava errada...era o eu devia ser feito, n? Ele sorriu pra mim e de repente, deu um beijo em meu rosto. Eu fiquei sem reao, enquanto ele piscou pra mim e saiu andando, sem dizer nada. Ele sabia conquistar uma mulher, sem dvidas! Mas eu no era uma mulher qualquer...e no ia cair em seus jogos de conquista...no mesmo... X__X 052 Assim que encontrei com Any na hora da sada, a abracei bem forte e dei um beijo bem estalado em sua bochecha...
Any: Meu Deus, pra que tudo isso? Christopher: Como pra que? Dulce veio falar comigo agora h pouco e foi um doce de pessoa. Acho que devo isso a voc, no? Any: ah, que nada! Eu tinha provocado essa situao toda e queria consertar. E acho que deu certo, no? Christopher: Sim, bastante. Muito obrigado Any, de verdade. Any: No tem o que agradecer. Ainda por cima, acho que ganhei uma amiga. E com crebro! Pois voc sabe que todas as meninas da minha sala so fteis e superficiais. Christopher: Tomara mesmo que vocs se dem bem. As coisas vo ficar bem mais fceis. Any: Sim e eu vou fazer de tudo pra ajudar vocs. Eu abracei a minha melhor amiga e agradeci de novo pelo que ela havia feito. Any j tinha feito sua parte...agora era a minha vez e eu no podia falhar... X__X No dia seguinte, assim que cheguei na escola, fui para a biblioteca, pegar uns livros para um trabalho de histria que tnhamos que fazer. Como sempre, voltei entulhada de livros, pois no sabia qual escolher. Como era um pouco fraca e estava cheia de coisas nas mos, acabei tropeando no meio do corredor e tudo caiu no cho. Me abaixei para peg-los, e vejo que algum se abaixou ao meu lado, para me ajudar. Imaginando que fosse Christopher, que sempre estava em todos os momentos, sorri da forma mais sincera. Mas ao me deparar com o olhar de Jack, meu sorriso desapareceu... Jack: Deixe-me ajud-la. Ele pegou uns livros que estavam no cho e me entregou, sorrindo... Dulce: O...obrigada. Jack: No h de que...voc no devia ficar andando com tantos livros por a. Devia ter algum pra te ajudar. Dulce: Pois , mas eu no tenho amigos e no preciso disso. Jack: E Christopher? Dulce: O que tem ele? Jack: Ele devia estar te ajudando... Dulce: Sempre que ele pode, o faz. Mas Christopher tambm no pode ficar pendente do que eu fao ou deixo de fazer 24 horas por dia. Jack: Ele no...mas talvez eu possa. s voc me pedir. Ok, aquele papo j estava muito estranho. Ele nunca tinha falado comigo e agora vem com essa conversa. Talvez ele no fosse muito normal... Dulce: ...obrigada por ter me ajudado. Agora eu preciso voltar pra sala, pois o professor j deve ter chegado. Sem dizer mais nada, eu sa andando o mais rpido que pude, apesar dos pesados livros. O olhar de Christopher me deixava nervosa, pois era to intenso que eu tinha medo do que podiam provocar em mim. Mas os olhos de Jack...eram estranhos. Maldosos, por assim dizer. Espero realmente que Christopher tenha se afastado de vez dele, pois ele merece amizades melhores... X__X 053 As coisas no podiam estar melhores pra mim. Dulce me tratava muito bem, estava um doce de pessoa comigo. Se eu soubesse que Any ia fazer essa mgica, tinha pedido pra ela conversar com Dulce antes. Na hora do almoo, sentamos os trs juntos. Conversamos
bastante e via que Dulce estava bastante feliz. Era bom saber que eu era o maior responsvel por aquela mudana. Quero dizer, eu acho que eu era, mas enfim...alm disso tudo, eu estava me saindo super bem nos treinos. Mesmo com todo o time me ignorando, na hora do jogo eles sabiam deixar as coisas pessoais de lado e pensar no time. Tirando uma ou duas vezes em que Jack fez algumas faltas duras em mim, mas nada grave. Se notava perfeitamente que ele queria me deixar contundido para ocupar o meu lugar, j que era o meu reserva. Depois do treino, fui tomar banho e tirar todo aquele suor e repor as energias. Quando estava terminando de me vestir, Jack se senta para arrumar suas coisas ao meu lado e puxa assunto comigo... Jack: E a, Christopher? Como vai seu namoro com a ruiva nerd? Christopher: No estou namorando com ela, Jack. Jack: Ah no? Mas voc gosta dela, no ? Christopher: No vou responder isso, voc vai ter que ficar na dvida. Jack: No estou na dvida, eu tenho certeza disso. Vejo como voc corre atrs dela que nem louco. Christopher: Se voc j acha isso, pra que perguntou? Devia economizar saliva, Jack... Jack: E voc devia parar de perder seu tempo com ela. Dulce no gosta de voc e nunca vai gostar. Christopher: E como voc pode ter tanta certeza disso? Jack: Pelo que aconteceu entre a gente hoje de manh. Christopher: Ah t...e eu posso saber o que aconteceu? Jack: Ela estava voltando da biblioteca, quando tropeou e deixou todos os livros carem no cho. Como eu estava perto, me aproximei para ajud-la e ela agradeceu cheia de sorrisos pra mim. Nunca a vi sorrindo assim antes. Ns dois sabemos que ela nunca simptica com ningum. Mas comigo, foi um amor de pessoa. ...acho que ela est interessada em outra pessoa. Sinto muito, Christopher. Jack destilou o seu veneno e saiu do vestirio, me deixando com inmeras perguntas na cabea. Sei que no devia acreditar no que ele diz, mas...ser que era tudo mentira mesmo? Digo...ele detalhou tanto a histria que meio impossvel que seja tudo mentira. Talvez esteja me deixando levar pelo cime. Talvez no. Eu j estava cheio de ns na cabea e a nica pessoa que podia esclarecer toda essa histria era ela... X__X J estava na rua, quando o escuto me chamando. Imediatamente me viro e o vejo correndo at a mim, com o cabelo molhado, pois provavelmente havia sado do banho agora h pouco. De verdade...amo quando o cabelo dele est assim. Esperei ele vir at a mim e, como sempre, evitei o seu intenso olhar... Dulce: Pensei que voc j tinha ido. Christopher: No...o treino acabou mais tarde. Eu...queria s te fazer uma pergunta, posso? Dulce: Claro, o que quiser. Christopher: verdade que Jack te ajudou com uns livros hoje de manh? Dulce: ...o que tem? Christopher: Nada...quero dizer, tudo! No quero dar uma de namorado ciumento, mas...s no entendo porque eu tive tanto trabalho pra fazer com que voc fosse simptica comigo, quando ele apenas por te ajudar com livros conseguiu isso. De verdade, no entendo... Dulce: O que? Srio, quem no est entendendo agora sou eu. Christopher: Jack me contou agora h pouco sobre o encontro de vocs dois, pela manh. Me disse que ele te ajudou com os livros e que voc foi super simptica com ele, sorrindo toda a hora. S queria saber porque comigo voc age diferente, mas se voc tem seus motivos, eu... Dulce: Pera, Christopher! H muita coisa errada nessa histria. verdade sim que ele me ajudou com os livros e tambm verdade que eu sorri. Mas no foi pra ele. Ao sentir que tinha algum perto de mim me ajudando, pensei que fosse voc e fiquei feliz, por isso sorri. Mas ao ver que era ele meu sorriso morreu na hora, te garanto. Os olhos dele comearam a brilhar e ele sorriu daquela forma que me derretia...
Christopher: Ento...voc estava sorrindo porque pensava que fosse eu? Eu passei a mo pelo cabelo, nervosa, e olhei pra baixo... Dulce: Aham...como voc est sempre perto de mim at quando eu menos espero, pensei que era voc e no ele. Jamais iria sorrir pra Jack, eca! Ns dois rimos e Christopher me deu um abrao... Christopher: Fico muito feliz em saber. No gostaria de te ver com ningum, mas com Jack ia ser mortal. Juro que no ia suportar. Dulce: Com isso voc no tem que se preocupar. Jack a ltima pessoa no mundo com quem eu ficaria. Ns nos desvencilhamos e Christopher passou a mo levemente pelo meu rosto... Christopher: Fico muito feliz em saber disso. Quando ele insinuou que voc podia sentir algo por ele, eu fiquei desesperado. Dulce: No fique. O nico que sinto por ele nojo. E acho que essa histria toda est meio invertida. Christopher: Como assim? Dulce: Ele que foi super simptico comigo, quando antes nem olhava na minha cara. E no final da conversa, ainda disse que se voc no pudesse estar pendente de mim todo o tempo, ele poderia. S bastava eu querer. Christopher: Meu Deus! Voc acha que ele tambm est apaixonado por voc? Dulce: No...acho que ele est tentando competir com voc. Jack deve ter notado a nossa aproximao e quer acabar contigo de qualquer jeito. Mesmo afastando todos, no conseguiu tirar sua vaga de capito e artilheiro do time. E agora deve estar tentando te atingir vindo at a mim. Christopher: Verdade, no havia pensado nisso. Mas pra que isso tudo? Nunca fiz nada pra ele! Ao contrrio, sempre quando ele queria fazer alguma besteira eu estava l pra ajudar, mesmo sabendo que era errado. De verdade,no entendo todo esse dio. Dulce: Isso tudo inveja, Christopher! Ele tem inveja por voc ser o mais popular da escola, por voc ter a melhor posio no time, por voc ser bonito, ter fama e... Ele no deixou eu completar a frase e comeou a rir... Christopher: Adoro quando voc diz que eu sou bonito, sabia? Dulce: ...e aumento seu ego cada vez mais. Aposto que por dia, no mnimo dez garotas dizem isso pra voc. Christopher: Pode ser...mas quando isso sai de sua boca mais verdadeiro. Eu sorri timidamente e ele me deu um beijo no rosto...
Christopher: Tambm te acho linda, j disse isso, no? Enfim, agora tenho que ir pra casa. Obrigado por esclarecer toda essa histria. Cada dia mais eu vejo o tipo de pessoa que Jack . Dulce: Somos dois. No se aproxime dele de novo, por favor. Voc merece coisa melhor. Christopher: Juro que no o farei. S com a sua amizade e a de Any eu j estou bem satisfeito. At amanh, Dulce. Ele piscou pra mim e saiu andando. S quando ele se virou que eu notei o quanto meu corao batia aceleradamente. Me odiei por um momento por causa disso, mas s depois notei o quanto a sensao era boa... X__X 054
No dia seguinte, um novo aluno entrou em nossa sala. Digo, no era novo, era apenas da outra sala do terceiro ano. O seu nome era Nicholas e era muito problemtico. Vivia arranjando confuso na escola e volta e meia levava advertncia. A ltima coisa que ele fez foi quebrar o nariz de um garoto de sua sala, numa briga. Depois dessa, pensei que ele ia ser expulso, pois j tinha inmeras advertncias. Mas meu colgio, apesar de ser um dos melhores, pra no dizer o melhor do pas, tambm tinha seus podres. Pelo que eu saiba, Nicholas era filho de um importante deputado e seu pai sempre fazia de tudo pra no expulsarem seu problemtico filho. J at ouvi dizer que ele bancava o colgio em certas ocasies, mas enfim, isso no da minha conta... Professora: Bom, todos vocs devem conhecer o Nicholas. Ele bem famoso aqui no colgio por...bem, no importa. Devido a certos acontecimentos, o diretor achou melhor envi-lo para essa turma, pois mais calma. Tenho certeza de que voc vai se dar muito bem aqui, no Nicholas? A professora de um tapinha simptico em suas costas, que pareceu no ter-lhe agradado muito. Nunca havia conversado muito com ele, mas no parecia ser algum de muito bom carter. Era o tipo de amizade que eu no ia querer pra mim... Professora: Voc chegou bem na hora em que eu ia dar um trabalho em dupla, assim ser mais fcil pra voc interagir com seus colegas. Voc pode se sentar aqui e fazer o trabalho ao lado de Dulce Maria, voc no se importa, no , querida? Juro que naquela hora eu perdi a respirao. O cara mais mal encarado do colgio ia fazer o trabalho ao lado de Dulce. Da MINHA Dulce. Isso s podia ser brincadeira, n? X__X Quando a professora falou meu nome, eu juro que pensei que ia desmaiar. Nunca fui muito ligada em boatos, mas voc no precisa ser fofoqueira pra saber quem so as figurinhas marcadas da escola. Nicholas era estranho, pra no dizer outra coisa. Quando ele se sentou do meu lado, sentir meu corpo enrijecer, pois estava com medo... Nicholas: No precisa ter medo...no vou te morder. Desde quando eu tinha ficado to transparente? Eu sempre soube esconder meus sentimentos das pessoas... Dulce: No estou com medo...apenas no te conheo. Nicholas: Passe a conhecer. Prazer, eu sou Nicholas e tenho 19 anos. E voc? Ele estendeu a mo e ficou esperando uma resposta minha. Se fosse outra pessoa que juro que ignoraria como sempre fiz e fao, mas com ele...sei l n, prefiro no arriscar... Dulce: Ahm...eu sou Dulce Maria e tenho 18 anos. Nicholas: Encantado. Ele sorriu pra mim de uma forma angelical, que diferia totalmente daquele olhar demonaco. Ser que ele poderia ser uma boa pessoa? X__X 055 Eu estava assistindo quela cena toda de longe, muito enciumado. Nem conseguia me concentrar no trabalho, que estava fazendo junto com Christian... Christian: Cara, presta ateno aqui. Daqui a pouco a hora do almoo e a gente no
terminou o trabalho. Christopher: Foi mal, que eu estava concentrado em outra coisa. Christian: Em outra coisa ou em outra pessoa? Eu olhei pra ele, como se no estivesse entendendo o que ele queria dizer e Christian riu... Christian: Cara, no precisa mais fingir. J notei pra onde voc est olhando. Est morrendo de cimes de Nicholas com Dulce, no ? E adiantava esconder? Ele era meu amigo de anos e me conhecia melhor do que eu mesmo... Christopher: Voc tem razo, estou morrendo! Voc sabe como aquele cara, Christian. Tenho medo de que faa algo com ela. Christian: Ser que s isso mesmo? Por mais que ele seja rebelde e problemtico, nunca o vi destratando uma mulher no colgio. Ao contrrio, muitas at acham esse jeito macho que ele tem atraente. Sem contar que ele loiro e de olhos azuis, o que j atrai a mulherada. isso que te preocupa, no? Christopher: Pra falar a verdade, sim. No sei se sou to bonito quanto ele. E tambm no sei se ela vai se interessar por ele. Vai que Dulce tambm gosta dos maches, no ? Christian: Deixa de besteira, cara! Voc sabe muito bem que Dulce no d liberdade pra qualquer um. Christopher: Sei muito bem e isso que me preocupa. Olhe como eles esto conversando bem juntos. Christian: Ai Christopher, eles s esto fazendo um trabalho, no viaja! Christopher: Mas do jeito que eu conheo ela, isso j aproximao demais. Ela est dando uma liberdade pra ele que no deu pra mim no comeo. Christian: Eu desisto! Se quiser continuar com essas coisas na cabea, tudo bem, mas eu tenho um trabalho a fazer e no vou perder ponto por causa das suas paranias. Christian voltou ao fazer o trabalho, enquanto eu continuava observando os dois. Sei que pode ser loucura, mas tinha medo de perd-la de vez. No queria que isso acontecesse...no agora que eu estava to perto... X__X Na hora do intervalo, fui procurar Christopher pra almoar comigo. J estava to acostumada com a sua presena que era impossvel comer sem ele. At porque, ele sempre colocava a comida no prato pra mim e j estava bastante mal acostumada com isso... Dulce: Vamos comer? Christopher: Chama o seu novo amiguinho pra comer com voc. Eu fiquei bastante surpresa com o seu tom de voz, mas no era burra e tinha idia porque ele estava agindo assim... Dulce: Ta falando do Nicholas? Christopher: Claro n! Pois at pouco tempo o nico amigo seu na sala era eu. Dulce: Christopher, eu no acredito que isso tudo cime! Christopher: No cime! Eu apenas percebi o quanto voc estava confortvel fazendo o trabalho com ele que pensei que tambm estaria confortvel almoando com ele. Dulce: Bom, tudo bem ento. Nem estou com muita fome mesmo. Acho que vou pegar s uma ma e deixar que a anemia tome conta de mim de novo. At, Christopher. Eu me virei, sorrindo, pois sabia que essa pirraa no ia durar por muito tempo. E estava completamente certa... Christopher: Dulce, espera! X__X
056 Eu sei que estava louco de cimes, mas no podia deix-la se alimentar mal, certo? Christopher: Ok...eu vou almoar com voc. Dulce: Posso chamar Nicholas para vir junto? Eu fiquei to impressionado com o que ela havia dito que nem tinha palavras para dizer... Dulce: To brincando, seu bobo! Eu respirei fundo, dando graas a Deus por tudo aquilo ser uma brincadeira. Ela comeou a rir daquele jeito que eu amava e por um momento pensei que essa cena toda tinha valido a pena... Christopher: Voc quase me mata agora, sabia? Dulce: Credo Christopher, voc precisa se controlar mais! Nem somos nada ainda e voc nem pode me ver com qualquer pessoa do sexo oposto que j fica louco! Christopher: No somos nada ainda? Eu adoro quando voc se atrapalha com as palavras, sabia? Dulce: E eu odeio quando voc repara cada mancada que eu dou, sabia? Ns dois rimos e eu peguei em sua mo... Christopher: melhor irmos logo. No quero que algum pegue o nosso lugar no cantinho do refeitrio. Dulce: Eu sempre sentei ali e ningum nunca pegou meu lugar, Christopher. Christopher: melhor prevenir do que remediar. Ainda mais agora que todos esto conspirando contra ns. Dulce: Tudo bem ento. E bom voc escolher direitinho minha comida, viu? Christopher: No se preocupe, vou cuidar bem da sua alimentao. Eu pisquei pra ela que sorriu pra mim. Sabia que ela gostava, por isso que agora estava piscando assiduamente. Aquele sorriso no me enganava e eu sabia que Dulce se derretia quando eu fazia isso. Ns dois fomos andando de mos dadas at o refeitrio, sem preocupar com nada nem ningum... X__X No sbado, como havia prometido, fui almoar na casa de Any. Sua me havia feito uma macarronada deliciosa que eu comi com muito gosto. De verdade, nunca pensei que Any pudesse ser assim. Sempre a vi como amiga carrapato do Christopher, que no desgrudava um segundo dele e que era muito chata. Mas era totalmente diferente do que eu havia pensado. Ela e sua me eram pessoas muito alegres. Riam o tempo todo na mesa e acabavam me fazendo rir tambm... Marichelo: Dulce, acho que voc uma tima amiga para a minha filha. Pelas coisas que Any me fala, voc parece ser muito inteligente. Dulce: Any fala de mim? Marichelo: Sim...disse que voc ficou amiga do Christopher e dela. Tambm contou das suas timas notas e de seu jeito reservado. Na sala de Any s existem garotas que pensam que o dinheiro tudo. Ela j trouxe algumas pra c, mas no gostei de nenhuma delas. Ficavam reparando na marca das toalhas, falavam s de coisas fteis e essas coisas. bom saber que Any est em boa companhia agora. Dulce: Muito obrigada pelos elogios senhora, e... Marichelo: Senhora no! Pode me chamar de tia ou Marichelo mesmo, como preferir. Dulce: Ok..tia, eu agradeo muito pelos elogios. Confesso que adoro Any e estou muito feliz de t-la como amiga.
Any abriu um largo sorriso e veio correndo me abraar. Eu ainda no estava acostumada com aquelas demonstraes explcitas de carinho, mas vamos ver se as coisas mudam... Any: Agora vamos para o meu quarto! Podemos fazer mil coisas l, vem! Ela saiu me puxando pela mo escada acima at chegarmos em seu quarto. Parecia de princesa, todo rosa e branco, cheio de bichos de pelcia espalhados por todos os cantos. Ns nos sentamos na cama e e Any veio me trazer uma revista... Any: Olhe, ontem veio essa revista junto com o jornal e eu pensei logo em voc. algo sobre a Grcia antiga e seu povo, se te interessar... Dulce: Ah sim, me interessa muito, obrigada. Any: De nada! Fico muito feliz que voc esteja aqui. Comeamos a conversar sobre diversos assuntos. No sei se ela sabia disso, mas Any era muito inteligente! Podia conversar com ela de igual pra igual...bom, quase isso. Pelo menos ela entendia as coisas que eu falava... Any: Mudando s de assunto um pouco...seus olhos so lindos, sabiam? Dulce: So? Any: Claro! So bem expressivos e tem algo que te atraem at eles. Dulce: ...j me disseram isso antes. Any: Eu imagino quem tenha sido...voc j pensou em passar um lpis no olhos? Digo, sua belez natural, voc no precisa muito de maquiagem, mas acho que um lpis no olho te cairia muito bem. Dulce: Christopher te contou algo sobre isso? Any: No...por que? Dulce: Nada, deixa pra l. Mas eu prefiro ficar assim mesmo...no tenho saco de ficar com maquiagem. Any: Posso tentar: se voc no gostar, a gente tira na hora. s pra voc ver se gosta. Eu pensei bem antes de dizer qualquer coisa, mas acho que eu no ia morrer se tentasse, no? Dulce: Tudo bem. Vou confiar em voc, viu? Any: Pode confiar. Eu me sentei em frente ao largo espelho que tinha em seu quarto e Any comeou o trabalho. No comeo eu pensei que ia ficar cega, mas depois fui me acostumando com aquilo no olho. Any chegou com um potinho branco pequeno pra passar em mim e eu me assustei... Dulce: O que isso? Any: Isso uma sombra. Vai ficar muito bem em voc. Dulce: Mas voc disse que era s o lpis. Any: Confia em mim, a sobra branca vai te deixar mais linda ainda. Eu fiquei quieta e deixei que ela fizesse o que queria. Se eu no gostasse ia tirar tudo e pronto. Depois de um tempinho, ela acabou e mostrou o resultado... Any: Pronto! Voc est linda, no est? Me olhei no espelho, no acreditando no que via. Nunca havia me achado bonita, mas agora as coisas estavam diferentes... Dulce: Sim... X__X
057 Sei que era sbado, mas eu estava a fim de estudar. No tinha nada pra fazer e resolvi retomar meus estudos de filosofia, para impressionar Dulce. Mas ao procurar nas minhas coisas, no encontrei meu caderno. Logo me lembrei que havia deixado na casa de Any ontem, quando havamos estudado Espanhol. Como ainda estava de tarde, resolvi ir at a sua casa, pois era perto da minha e eu queria muito estudar. Assim que cheguei l, sua me abriu a porta para mim, simptica, como sempre... Christopher: Oi tia! Vim pegar um caderno meu que eu esqueci aqui ontem, tudo bem? Marichelo: Claro meu filho! Any est l em cima com sua amiga. Any com uma amiga? Pelo que eu sei, ela nunca gostou das meninas de sua sala. Sempre dizia que era superficiais e no sei mais o que. Vai ver ela encontrou uma que prestasse, no ? O mais estranho foi ela no ter me falado nada, mas enfim...subi as escadas em direo ao seu quarto e pude escutar algumas vozes. Sua porta estava entreaberta e pensei que talvez no tivesse problema em entrar. Assim que abri a porta, meu corao disparou dentro do peito. Agora eu havia entendido quando Marichelo havia me dito sua amiga est l. No era amiga de Any e sim...minha amiga! Dulce estava no quarto de Any e estava maquiada! Eu fiquei to esttico, que no consegui me locomover. Apenas fiquei olhando para o seu reflexo no espelho. E foi ento que nossos olhos se encontraram... X__X Eu no conseguia tirar meus olhos do espelho, pois no estava acreditando o quanto eu estava diferente. Sei que Any no fez nada demais, apenas colocou um lpis preto e uma sombra, mas isso j fazia toda a diferena. Ela comeou a falar um monte de coisas, enquanto eu continuava olhando para o espelho. Mas eu desviei minha ateno para a porta que tinha sido aberta sem nenhum rudo e congelei, ao ver Christopher ali parado, olhando pra mim assustado. Eu fiquei sem saber o que fazer. Any continuava falando, mas eu no prestava nenhuma ateno. Apenas me perdi naqueles olhos marrons que olhavam intensamente para mim... Any: Dulce, est me escutando? O que voc est... Ela acompanhou o meu olhar e tambm olhou para a porta... Any: Christopher! O que faz aqui? Ele pareceu finalmente sair dos seus pensamentos e comeou a piscar confuso, olhando pra Any... Christopher: Eu...eu vim...eu vim pegar o caderno que esqueci aqui ontem. Any: Tudo bem Chris, mas precisa gaguejar desse jeito? Any comeou a rir e eu abaixei a cabea, envergonhada... Christopher: Voc no me avisou que Dulce viria aqui... Any: No? Ah, sabe como eu sou! Estava com tantas coisas na cabea que acabei esquecendo. Seu caderno est l embaixo, fique aqui que eu vou pegar pra voc. O que? Any ia mesmo me deixar sozinha com ele? Eu j estava morrendo de vergonha porque ele havia me visto assim e agora...ia ficar no mesmo lugar que ele ss. Meu Deus, isso era demais para mim...o que fao agora? X__X 058
Antes de sair, Any piscou pra mim. Conhecia to bem a minha amiga que sabia que ela iria demorar tempo suficiente para que eu ficasse um pouco sozinho com Dulce. Depois que Any desceu, olhei pra ela e vi que estava com a cabea baixa. Pelo olhar que me lanou antes, sabia que estava envergonhada. Como que algum consegue sentir vergonha por ser bonita? Christopher: Dulce...? Fui me aproximando lentamente, mas ela no se movia. Parecia uma esttua, nem sabia dizer se ao menos estava respirando. Parei ao seu lado e falei com a voz mais melosa possvel... Christopher: Dulce...olhe pra mim... Ela negou com a cabea, ainda escondendo o seu rosto entre os cabelos. Eu me abaixei e sussurrei em seu ouvido... Christopher: No tenha medo de saber que linda...deixe-me ver o seu rosto, por favor... Ela aos poucos foi levantando a cabea e seu cabelo caiu pra trs. Assim eu pude ver todo o seu rosto. Estava magnfico! Any tinha feito um trabalho maravilhoso... Christopher: Sempre soube que voc era linda, mas no pensei que fosse tanto! Ela olhava para mim pelo reflexo do espelho, totalmente ruborizada. Adorava quando ela ficava tmida perto de mim. Era sinal de que eu estava conseguindo algo, certo? Ou no? X__X Eu no queria, mas tive que olhar pra ele! Ao ouvir sua voz sussurrando em meu ouvido, todos os plos da minha nuca se arrepiaram completamente. Christopher me olhava de uma forma to atrativa, que foi impossvel tirar os olhos dele. por isso que evito ao mximo ao encar-lo. Porque quando o fao, eu me perco completamente. Morria de vergonha quando ele dizia que eu era linda, olhando diretamente em meus olhos. Eram apenas palavras, mas...no podia evitar de ficar mexida com elas. s vezes pensava que Christopher poderia ganhar fcil esse jogo. Mas logo me lembrei que eu odiava perder e me levantei bruscamente, ainda nervosa com aquilo tudo... Dulce: ...obrigada. no sabia que voc ia aparecer aqui hoje. Christopher: E eu digo o mesmo sobre voc. Por que vocs duas no me contaram nada sobre isso? Dulce: E temos que te contar tudo, por algum acaso? Ele assustou com o que eu havia dito e eu imediatamente me arrependi... Dulce: Perdo. que...estou um pouco nervosa. E se fizer piadinha sobre isso, eu te mato! Ele comeou a rir e levantou os braos em defesa... Christopher: Mas eu no falei nada! Dulce: Mas eu j conheo a pea. Repara em cada coisa eu falo e se aproveita disso pra dizer que est disparado na minha frente, em relao aposta. Eu odiava quando estava nervosa. Odiava mesmo. Sempre falava coisa que no devia, como agora... Christopher: E eu estou disparado na sua frente na aposta? Eu fiquei quieta, sem saber o que dizer. Mil respostas passaram pela minha cabea, mas nenhuma era plausvel. Christopher se aproximava cada vez mais de mim. Ele passou a mo pelo meu rosto e perguntou outra voz com uma voz doce...
Christopher: Me responda Dulce...estou na frente nessa aposta? X__X 059 Ela estava bastante nervosa, se notava de longe. Adorava jogar com ela e ver como reagia ante isso... Dulce: ...eu... Ela estava gaguejando demais, com certeza no tinha idia do que dizer. Any chegou no quarto nesse momento e tudo foi por gua abaixo... Any: Interrompo algo? Dulce: Claro que no, Any! Christopher: n... Any: Aqui est seu caderno. Demorei bastante pra achar, no sabia onde tinha colocado. Eu peguei o caderno de sua mo de cara feia e creio que ela j imaginava porque... Christopher: Obrigado Any. Bom, estou indo ento. At segunda, Dulce. Dulce: At... Any: Pode deixar que eu te levo at a porta. Dulce, se importa se ficar um pouquinho aqui sozinha? Dulce: No, claro que no. Any desceu comigo e paramos pra conversar na porta... Any: Arruinei tudo, no ? Vi como vocs estavam prximos quando eu cheguei. Christopher: Sim Any, arruinou. Dulce estava prestes a me dizer que eu estava na frente em relao aposta. Any: Ai, mas a culpa no minha, Christopher! Assim que eu desci, achei seu caderno. Mas como sabia que vocs precisavam de um tempo sozinhos, fui beber gua, comi um biscoito, contei at duzentos e depois subi. Se voc lerdo, eu sinto muito! Fiz o que eu podia. Eu respirei fundo, tentando me controlar para no explodir... Christopher: Eu sei que sou lerdo Any, no precisa me lembrar disso. Descobri quando percebi que Nicholas levou um dia pra fazer o que eu consegui em trs meses. Any: Desculpa, no queria te ofender... Christopher: Deixa pra l, ok? Vou pra casa agora. Obrigado pelo caderno. E assim dizendo, me virei sem nem ao menos dar um beijo nela. Podia estar sendo at injusto, mas eu no estava com cabea para ser simptico. Depois eu me resolvo com ela. Uma amizade assim no vai acabar por causa disso...eu acho... X__X Eu agradeci a todos os santos quando Any apareceu naquele quarto. Se ela no tivesse chegado, eu nem sei o que poderia ter acontecido. Naquela tarde continuamos conversamos e fazendo coisas bobas. Como eu sentia falta disso! Any me deu o seu lpis e sua sombra, alegando que eu precisava mais do que ela. Na segunda-feira, fui pra escola apenas com um lpis no olho. No quis colocar sombra, pois achei que ia ficar exagerado demais. No comeo tive dificuldade para pass-lo, mas logo peguei o jeito. Tentei fazer exatamente o mesmo que Any e o resultado ficou bem parecido com o de sbado. Assim que cheguei, a sala estava vazia, pois no havia ningum. Deixei minha mochila na
cadeira e fui para o banheiro, pois o vento deixava alguns fios do meu cabelo pro alto. Assim que sa da sala, Christopher estava chegando. Eu ainda estava envergonhada pelo episdio de sbado, ento apenas acenei e sorri levemente. Ele piscou pra mim daquele jeito e eu me segurei pra no sorrir mais ainda. Ser que ele j sabia que eu amava quando ele fazia isso? X__X 060 Aproveitei que Dulce tinha sado de sala e peguei rapidamente o pequeno envelope branco da minha mochila. Rezei para que ningum aparecesse nesse momento, seno tudo ia por algo abaixo. Depois que j tinha colocado o envelope na sua mochila, sa da sala e fiquei escondido, esperando ela sair do banheiro. Quando ela saiu, contei at trinta e depois entrei na sala. Percebi que ela j estava com o envelope em suas mos, mas fingi descaso. Ela me olhou intrigada e por um momento eu pensei que ela j estava desconfiando de algo... Dulce: Christopher...voc viu se algum colocou isso aqui na minha mochila? Christopher: No, eu estava no banheiro...por que? Dulce: que...de manh no tinha nenhum envelope na minha mochila. E agora... Ela me mostrou o envelope que eu conhecia bem e eu me segurei pra no rir... Christopher: No, no vi ningum. Vai ver a pessoa esperou a gente sair pra entrar na sala, no? Dulce: ...talvez... Ela olhava para o envelope, como se estivesse pensando em um monte de coisas. Eu j estava ficando nervoso, pois ela no abria de jeito nenhum. Fui me aproximando e perguntei, como quem no quer nada... Christopher: No vai abrir? Dulce: H? Christopher: O envelope...no vai abri-lo? Dulce: Ah sim...vou, mas no com voc aqui perto. Christopher: E por que no? Eu no sou seu amigo? Dulce: Ainda no. Voc sabe muito bem que quando se tornar meu amigo verdadeiro mesmo, eu vou te dar um beijo. Digamos que voc apenas algum prximo. Christopher: E se voc me desse um beijo agora? Eu me aproximei dela, a olhando intensamente e Dulce desviou o olhar e comeou a rir... Dulce: Pra Christopher! Eu que vou dizer quando voc for meu amigo, se que isso um dia vai acontecer. Eu podia ter ficado incomodado com isso, mas ela estava sorrindo tanto que eu pensei em deixar pra l... Christopher: Tudo bem ento. Voc vai ver como eu vou chegar l. Dulce: Voc pode tentar...mas eu no vou deixar! Ns dois rimos e eu voltei para o meu lugar, enquanto outras pessoas j entravam na sala. Fiquei observando de longe como ela olhava confusa para o envelope, talvez tentando adivinhar quem era a pessoa que estava ganhando seu corao com essas mensagens... X__X No tinha aberto o envelope ainda. No sei porque, de verdade. Sei que eram apenas envelopes, mas cada vez que eu lia um deles, meu corao batia aceleradamente. Seria possvel se apaixonar por algum que voc nem conhece? Meu Deus, eu j estava falando em
me apaixonar! Tudo isso estava to louco que eu nem sabia ao certo o que sentia. Christopher almoou comigo como sempre, mas no fez nenhuma pergunta sobre o envelope. Num intervalo de dez minutos entre a aula de filosofia e literatura, eu me sentei em um banco no colgio para abrir o envelope. Respirei fundo e li o que ele dizia... Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que se ama Plato. Ass: Calcvu Ele atingia o meu ponto mais fraco. Essa pessoa sabia o quanto eu gostava de filosofia e Plato foi um dos maiores filsofos. Mas quem? Poderia ser...Christopher? Digo, no comeo eu pensei que no poderia ser ele, pois o julgava sem crebro. Mas ele era a nica pessoa que conhecia essas coisas sobre mim. Ser mesmo que ele seria capaz? Podia continuar refletindo sobre isso, mas assim que vi Nicholas se aproximando, deixei esses pensamentos de lado, pois tinha medo de sua presena... Nicholas: Posso me sentar ao seu lado? Dulce: Sim... Eu tinha tanto medo dele que eu no podia dizer outra coisa... Nicholas: Percebi que voc passou o dia nervosa...aconteceu algo? Meu deus, como ele podia saber quando eu estava nervosa ou no? Dulce: Nada... por causa de algo que recebi hoje. Nicholas: Voc est se referindo a esse envelope a? Na hora, eu pensei que ele iria pegar no envelope como Christopher sempre fazia, mas at que no...ele no era abusado... Dulce: Sim...venho recebendo esses envelopes h algum tempo. Nicholas: De algum admirador secreto? Dulce: Como voc sabe? Percebi que ele havia ficado nervoso e estranhei essa reao... Nicholas: Imaginei...deixa isso pra l. Mas voc j imagina quem pode ser? Dulce: Tenho um nome na minha cabea, mas no sei se estou certa. Nicholas: Apenas um? Voc to linda que deve ter mil homens correndo atrs de voc. Opa! O que estava acontecendo com os garotos nesse colgio? impresso minha ou todo mundo resolveu me achar linda, de repente? Dulce: Obrigada pelo elogio. Nicholas: No precisa agradecer. S estou dizendo a verdade. Por falar nisso...voc no tem nenhum namorado? Ele comeou a passar a mo pelo meu rosto e eu fiquei bastante nervosa. Me vendo sem sada, me afastei um pouco e virei a cara... Dulce: No...nunca tive. Ningum nunca se interessou por mim. Nicholas: Por que eles no sabem o que esto perdendo. Ele me deu um beijo no rosto e eu tremi mais ainda. Tremia tambm com Christopher, mas eram sentimentos diferentes. Christopher me fazia sentir coisas no estmago que nunca havia sentido antes. Era incrvel como ele fazia todos os plos do meu corpo se arrepiarem com
apenas um toque. Nicholas me fazia tremer...mas de medo! Digo, ele era lindo, ningum podia negar. E tinha um sorriso muito conquistador tambm. Se eu no soubesse as coisas que sei sobre ele at poderia v-lo com outros olhos. Mas a sua fama era to grande...nunca ouvi nada sobre ele ter feito algo a alguma garota, mas eu definitivamente no queria ser a primeira... Dulce: Voc est me deixando sem graa. Nicholas: Tudo bem, no vou te perturbar mais. S precisava te dizer isso. Ele se levantou e quando eu pensei que ele iria embora, ele se vira outra vez... Nicholas: E pensa direitinho em quem escreve esses bilhetes. Essa pessoa pode estar mais perto do que voc imagina. Ele sorriu inocentemente pra mim e saiu andando, me deixando confusa. Ser que ele sabia quem me escrevia esses bilhetes? X__X 061 Os dias passavam e aquele Nicholas cada vez mais estava perto de Dulce. Na sala, sentava ao seu lado e ficava cochichando coisas em seu ouvido todo o tempo. Fora que toda vez que tinha algum trabalho em dupla, l estava ele grudando que nem carrapato nela. Pelo menos na hora do almoo ela ficava comigo. Eu j estava com raiva h muito tempo, mas sempre me segurava pra no arranjar briga com ela. Mas ao v-los saindo juntos da escola no dia anterior, eu no me agentei. Passei a manh toda sem falar com ela e no sei se Dulce notou ou no. Mas na hora do almoo, resolvi acertar os pontos com ela. A puxei pelo brao e a levei para um lugar reservado... Christopher: Preciso falar com voc. Dulce: Precisa? Pois h horas atrs no parecia, j que me ignorou a manh inteira. Christopher: Eu tenho meus motivos. Dulce: Tem? Ento diga, porque eu quero entend-los... Christopher: Eu s quero saber o que ele tem que eu no tenho! O que ele fez pra conseguir em to pouco tempo ser seu amigo, enquanto eu levei meses pra conseguir tal feito? Dulce: Christopher, se voc est falando de Nicholas, melhor deixar pra l. J disse que no gosto dessas ceninhas de cimes. Christopher: No estou fazendo nenhuma ceninha. Estou apenas tentando entender algumas atitudes suas. Dulce: Ok...Nicholas algum que eu gosto. Ponto final. Christopher: Ah claro...h pouco tempo voc era sozinha e agora do nada voc j est rodeada de amigos? Dulce: E qual o problema? Qual o problema de eu ter amigos? Christopher: No h nenhum, que...eu s quero saber porque comigo voc agia diferente. Dulce: Christopher...aconteceram certas coisas comigo nessa vida que fez com que eu me fechasse em meu prprio mundo. Mas a voc chegou e mudou tudo. Percebi que legal ter amizades e tudo mais. Agora estou mais sensvel e no trato mal s pessoas. Tive tanto medo de ter amigos depois de... Ela parou de falar de repente e eu pude ver lgrimas em seus olhos... Christopher: Depois do que, Dulce? Dulce: Nada...nada, esquece! Ela limpou as lgrimas que comeavam a rolar pelo seu rosto e eu fiquei confuso ao v-la chorando pela primeira vez... Christopher: Esquece no! Voc est machucada por algo. E eu quero saber o que .
Dulce: Por favor Christopher. No quero dize-lo, ok? Vamos esquecer esse episdio, por favor. E o que eu podia fazer? No podia obrig-la a falar. Resolvi esquecer esse assunto por um momento e perguntei algo que estava na minha cabea h um tempo... Christopher: Tudo bem, ento...s me responda uma coisa...Voc acha que pode se apaixonar pelo Nicholas? Dulce: Como eu posso responder isso? Voc sabe que no mandamos no corao. Ele bom comigo e gosto da sua companhia. Pode ser que acontea, pode ser que no. algo que no fao idia. Isso me deixou pior ainda. Se ela se apaixonasse por Nicholas, tudo estaria perdido! Depois de tanto trabalho que tive pra chegar aqui, s o que faltava era ela se apaixonar por outra pessoa... X__X Sei que no era isso que ele queria ouvir, mas eu estava sendo sincera. No sentia nada por Nicholas ainda, mas estava com algumas coisas na minha cabea que no descartava essa possibilidade. Estava gostando muito da pessoa que me mandava os envelopes e pensava que essa pessoa podia ser Nicholas. Pode ser loucura, mas ele vivia jogando indiretas sobre o bilhete. Perguntava se eu j sabia quem me mandava, se eu gostava dessa pessoa, dentre outras coisas. H pouco tempo, ele me disse que reparava em mim, mesmo sendo de outra sala e que talvez por isso, me conhecesse mais do que eu pensava. E a pessoa que me mandava os bilhetes com certeza conhecia um pouco de mim... Christopher: Tudo bem...no posso obrigar voc a gostar de mim, no ? S espero que voc faa a escolha certa. Ele saiu andando e eu me senti super mal... Dulce: Christopher! No vai almoar comigo hoje? Ele me lanou um olhar triste que partiu meu corao em mil pedaos... Christopher: Perdo Dulce, mas hoje eu prefiro ficar sozinho. No estou com raiva de voc, no se preocupe. Amanh prometo que tudo que eu to sentindo vai passar. Apenas preciso de um tempo sozinho. Eu assenti, sem sada, enquanto ele caminhava com as mos no bolso da cala at sabe-se l onde. Talvez estava sendo um pouco injusta, depois de tudo o que ele fez por mim. Mas eu estava completamente confusa em relao a tudo e no sabia que caminho escolher e muito menos para onde ir... X__X 062 Depois daquele dia, resolvi esquecer daquilo tudo e agir normalmente com ela. Nicholas era apenas mais um desafio que eu ia ultrapassar e ponto final. No vali a pena ficar se estressando por causa dele. Graas a Deus nossa relao voltou ao normal. At porque, ela passava a maior parte do tempo comigo. S ficava com ele mesmo na sala, ento creio que eu no tenho muito com o que me preocupar, certo? Continuava mandando os bilhetes e vibrava cada vez que via seus olhos brilharem. Eu sei que ela amava isso e, pra falar a verdade, eu tambm. Hoje era dia de So Valentin, dia do amor e da amizade na maior parte do Mundo. Havia comprado um presente pra ela que esperasse que fosse gostar, j que no conhecia bem o bastante seus gostos. Assim que samos da aula de filosofia, pedi para que andssemos pelo colgio, para
conversarmos um pouco... Dulce: Mas Christopher, eu tenho aula de literatura daqui a dez minutos. Christopher: No vou demorar muito, prometo. Ela acabou aceitando e ns comeamos a andar de mos dadas. A levei para uma parte afastada de todos no colgio, onde ficava a sala de vdeo. Ningum ia muito ali e eu achei que o ambiente ao redor, cheio de rvores, ia dar um clima especial... Christopher: No sei se voc lembra, mas hoje dia de So Valentin. Dulce: , eu vi algumas pessoas falando sobre isso e dando presentes. Ns paramos de andar e encostei em uma parede, ficando de frente pra ela... Christopher: Bom que...apesar de voc ficar repetindo que no somos amigos ainda, eu j te considero uma amiga. E como hoje dia do amor e da amizade, eu queria te entregar isso... Eu tirei do bolso da cala uma pequena caixinha retangular e entreguei pra ela... Christopher: No algo gigante, apenas uma lembrana. Os olhos dela olharam pra caixa e depois subiram para se encontrarem com os meus... Dulce: Voc me comprou algo? Christopher: Sim...ento, no vai abrir? Ela parecia muito surpresa e seus olhos brilhavam. Dulce pegou a caixinha da minha mo e a abriu lentamente. Enquanto isso, meu estmago embrulhava, pois no sabia se ela iria gostar ou no... X__X Eu estava muito surpresa, realmente no esperava por isso. J fazia muito tempo que o dia do amor e da amizade tinha deixado de existir para mim, j que no tinha amigos e muito menos pretendentes. Eu peguei a caixinha de sua mo e a abri lentamente. Dentro dela, havia um colar de ouro, com um pingente de cupido e com um pequeno cristal em sua flecha. Meu corao acelerou dentro do peito e foi impossvel evitar um sorriso... Dulce: ...simplesmente lindo! Christopher: Voc gostou mesmo? Dulce: Claro! Como algum no pode gostar de algo assim? Christopher: Ufa! Eu fiquei procurando um tempo um presente certo para voc, mas no sabia o que te dar, pois no conheo os seus gostos. Mas imaginei que voc fosse gostar disso. Dulce: Muito obrigada mesmo Christopher, eu amei! Mas...por que um cupido? Ele sorriu ternamente e pegou o colar de ouro da caixinha. Christopher fez sinal para que eu me virasse. Eu fiz o que ele pediu, j sabendo que ia colocar o colar em mim. Pensava que ele no ia mais responder a minha pergunta, mas assim que fechou o colar, ele sussurrou em meu ouvido... Christopher: Um cupido porque foi meu corao j foi flechado h muito tempo. E assim dizendo, ele deu um beijo singelo em meu pescoo, que fez meu corpo tremer. Espero realmente que ele no tenha reparado. Me virei pra ele novamente com o maior sorriso no rosto possvel... Dulce: Muito obrigada. De verdade, eu amei. Christopher: De nada, dei com muito prazer.
Dulce: Mas isso no justo. Voc me deu as flores no meu aniversrio e agora isso. Eu nunca te dou nada. Christopher: Dulce, se eu te dou essas coisas porque eu gosto, no porque espero algum tipo de retribuio. Dulce: Eu sei, mas...assim eu me sinto mal. Christopher: Ok...se quiser me dar algo tudo bem. Dulce: Mas o que? No sei dos seus gostos... Christopher: No sei Dulce, qualquer coisa que voc me der eu vou gostar. Dulce: Hmm...acho que j sei. Christopher: E posso saber o que ? Eu olhei para um lado, olhei para o outro para ver se no tinha ningum passando e mordi meus lbios. Isso podia parecer muito atrevido de minha parte, mas era a nica coisa que eu podia dar pra ele nesse momento, em retribuio. Sem pensar mais, me aproximei um pouco dele e fiquei na ponta dos ps. Fechei meus olhos e, depois de muita coragem, encostei minha boca na sua e envolvi meus braos ao redor de seu pescoo... X__X 063 Eu fiquei extremamente impressionado, quando ela se aproximou e me deu um beijo. Digo, foi apenas um selinho longo, mas foi o suficiente para incendiar todo o meu corpo. Passei meus braos ao redor da sua cintura e, quando ia aprofundar o beijo, ela rapidamente se separa... Dulce: Nem tente...um beijo mesmo s ou te dar caso voc passe da segunda etapa da aposta. Christopher: No custava nada arriscar, n? Ns dois rimos e ela mordeu novamente os lbios. Adorava quando ela fazia isso... Dulce: Acho que tenho que ir pra aula agora. Christopher: E eu tenho treino. Dulce: Ok..como a gente no vai se encontrar depois...at amanh. Christopher: At. Ela j ia saindo, mas eu no resisti e a puxei, dando um beijo no seu rosto... Christopher: Boa aula. Dulce: Bom treino. Ns sorrimos e ela saiu andando. Meu Deus, eu estava nas alturas! Havia ganhado um pequeno beijo sem esperar. Fui para o treino nas nuvens e me sa muito bem, todos elogiaram meu desempenho. Ser que ela era minha inspirao? X__X Hoje no era um dia muito legal para mim. H sete anos, esse dia mudou a minha vida completamente. E relembr-lo era muito doloroso. Passei o dia todo meio confusa e calada. Nicholas pareceu no perceber, pois falava pelos cotovelos e tentava a qualquer custo chamar a minha ateno. Eu apenas respondia com monosslabos e sussurros. No estava nem um pouco a fim de falar. Mas ao contrrio de Nicholas, Christopher percebeu como eu estava. Assim que sentamos juntos na hora do almoo, ele perguntou... Christopher: O que foi? Percebi que voc est calada o dia inteiro. Dulce: No sou muito de falar... Christopher: No comigo. A quem voc est querendo enganar? Sei que voc est mais calada
do que de costume. Dulce: Digamos que hoje no seja um dia muito agradvel para mim. Christopher: E posso saber por qu? Dulce: Voc viu se hoje tem a empada de queijo? No achei... Tentei mudar de assunto e fazer com que ele esquecesse disso tudo, mas parece que no adiantou muito... Christopher: Dulce...se no quiser me dizer, tudo bem, eu compreendo, no precisa mudar de assunto. Dulce: Ok, perdo. Realmente, prefiro no dize-lo. Christopher: Tudo bem ento. Almoamos em completo silncio. Ele parecia no querer mais tocar no assunto e eu no queria abrir a minha boca. Ao acabarmos de comer, surpreendentemente ele me abraa. O gesto foi to sincero e afetuoso que por pouco eu no derramo um rio de lgrimas... Christopher: Eu s quero que voc saiba que eu estou aqui pra qualquer coisa, ok? Se precisar chorar, gritar ou at mesmo bater em algum, saiba que eu estou aqui. Eu sorri da forma mais sincera possvel e agradeci. Eu queria muito que ele fosse meu amigo de verdade, mas...ser que ele estava pronto para isso? X__X 064 Eu no gostava de v-la assim. Seus olhos transmitiam uma tristeza que partiam o meu corao. Mas se ela no queria desabafar, o que eu podia fazer? Na aula de filosofia, ela ficou o tempo todo quieta. Pela primeira vez, todos os alunos puderam responder s perguntas da professora, j que Dulce no dizia nem um ai. Na hora de sada, eu arranjei qualquer desculpa para me aproximar dela... Christopher: Dulce, posso te pedir um favor? Dulce: Uhum... Christopher: Por acaso voc tem algum livro bom sobre gentica, para fazer o trabalho de biologia? Dulce: Tenho sim...at algumas revistas falando sobre isso, se voc quiser... Christopher: Ah claro, seria perfeito! Me entrega amanh? Dulce: Se quiser, posso te dar hoje mesmo. Vamos at a minha casa, depois do seu treino? Nossa, ela devia estar muito mal mesmo, pra estar me convidando para ir at a sua casa. Sabendo do seu estado, eu no devia me aproveitar disso, mas...no pude resistir... Christopher: Tudo bem. E no se preocupe quanto ao treino. O tcnico nos deus dois dias de descanso. At sexta eu saio mais cedo. Dulce: Ah, ento vamos agora. Christopher: Mas voc no tem aula? Dulce: Tenho, mas no estou com cabea para assistir. Christopher: Mas voc vai sair assim, sem avisar ningum? Pode dar algum problema pra ti... Dulce: Se der algum problema eu resolvo com os meus pais depois. Vamos? Christopher: Claro, como voc quiser. Ns samos do colgio e Dulce no falou nada durante todo o caminho. De verdade, ela j estava comeando a me preocupar bastante... X__X
Por mais que eu estivesse mal, parecia que a simples presena dele amenizava a minha dor. Ele respeitava meu silncio e meu sofrimento e gostei muito disso nele. Chegamos na minha casa e meus pais no estavam. Como ele no perguntou, eu tambm no disse nada. Ns subimos para o meu quarto e eu comecei a procurar pelos livros. Dentro de uma gaveta, acabei achando uma foto que eu no devia ver nesse momento. Mesmo me controlando ao mximo, foi impossvel no derramar algumas lgrimas. As limpei rapidamente, para que Christopher no as visse. Entreguei o livro e as revistas para ele, aparentando uma calma que eu no sentia... Dulce: Aqui esto. Se precisar de alguma coisa s me pedir. Ele jogou os livros na minha cama e se aproximou de mim, passando as mos pelo meu rosto... Christopher: Sua voz est trmula. Se voc quiser chorar, faa-o, no segure mais. Eu fechei meus olhos e duas lgrimas rolaram pelo meu rosto. Christopher as limpou sutilmente e eu abri novamente meus olhos, para encontrarem com os seus... Dulce: Eu...eu no sei se devo falar. Christopher: No sei porque voc evita tanto em falar disso, mas se voc quiser realmente desabafar ou chorar eu estou aqui, Dulce e no vou a lugar algum. Dulce: que isso uma coisa muito importante e se eu te contar, voc vai se tornar meu verdadeiro amigo, pois eu nunca contei isso pra ningum. Voc vai passar da segunda etapa da aposta e... Antes que eu pudesse terminar de falar, ele se afastou bruscamente de mim e por um momento eu pensei que ele fosse chutar alguma coisa... Christopher: Mas que droga, Dulce! D pra voc finalmente esquecer essa maldita aposta? Faa o que o seu corao manda e esquea por um momento as regras dessa aposta ridcula! J que voc no quer dar o brao a torcer dizendo que eu no passei, tudo bem, voc no precisa me beijar nem nada, esquea isso! Apenas coloque pra fora o que voc est sentindo, pelo amor de Deus! Ele ficou to ofendido que eu fiquei pior ainda. Podia parece besteira, mas eu era orgulhosa e odiava admitir que ele estava chegando perto do seu objetivo. Mas eu precisava falar, precisava colocar essa dor pra fora de uma vez por todas. E no sei porque, mas sentia que ele era a pessoa certa pra ouvir o que eu tinha pra dizer... Dulce: Voc tem razo, me desculpe. Eu preciso falar. E por algum motivo eu quero falar pra voc...vou te contar o que me aflige, Christopher... X__X 065 Eu me sentei em sua cama olhando pra ela, enquanto Dulce andava de um lado para o outro, nervosa. Ela rodeou seu prprio corpo com os braos como se tivesse protegendo a si mesma. Pensava que ela no ia dizer mais nada, quando ela respira fundo e comea a falar... Dulce: Eu no era assim, sabe? Digo...amarga, antiptica e arrogante. Eu era uma criana alegre, gosta de brincar e at atrevo a dizer que era bastante extrovertida. E tinha amigos, bastantes pra dizer a verdade. Naquela poca eu ainda no sabia distinguir amizade verdadeira, ento acreditava que todos os meus amigos ficariam ao meu lado pelo resto da vida. Mas tinha uma pessoa em especial que eu amava mais do que as outras. A que todos chamam de melhor amiga. E Samantha era a minha. Christopher: Acho que eu lembro dela. Ela te machucou, isso? Por isso que voc fechada assim?
Dulce: No bem assim...no me interrompa, por favor ou isso ficar mais difcil. Christopher: Tudo bem, perdo. Ela se calou novamente e vi uma lgrima rolar pelo seu rosto. Tive uma imensa vontade de ir at ela e enxug-la, mas fiquei no meu lugar, pois Dulce precisava desabafar... Dulce: ramos amigas de verdade, sabe? Mais que isso, ramos irms. Tnhamos apenas onze anos, mas j sabamos que nossa amizade iria durar pra sempre. Dizamos que a gente ia se casar no mesmo dia, que ela seria madrinha do meu filho e vice-versa. Sempre que uma tinha um problema, se apoiava na outra. Ela podia me ligar a qualquer hora da madrugada que eu sempre estaria l pra ela e eu fazia o mesmo. Sempre que algum brigava comigo ela me defendia com unhas e dentes. Eu sempre fui frgil e ficava abalada por qualquer coisa, principalmente quando alguma garota vinha brigar comigo, aquelas coisas de criana. E, apesar de ser bem magra, ela tinha uma fora psicolgica incrvel, nada abalava ela. Prometemos uma a outra que seramos amigas at a morte. Mas Samantha vivia doente e nunca ia a um mdico. Dizia que no gostava deles, por mais que eu falasse o contrrio. Ela tinha anemia e mal podia correr que j ficava cansada e essas coisas. Mas com o tempo as coisas foram piorando. Ela comeou a reclamar de dor nos ossos e s vezes vomitava. Eu continuava dizendo pra ela ir a um mdico, mas ela sempre dizia que os vmitos eram porque ela devia ter comido algo estragado. E seu cansao era por causa da anemia, enfim, tudo ela arranjava um motivo pra no ir a um mdico. Dulce comeou a chorar com vontade e meu corao doeu dentro do peito. J vi que da no ia sair coisa boa. No pude me conter e tive que perguntar... Christopher: Mas e a me dela? Sabendo do problema da filha, ela tinha que lev-la ao mdico, mesmo sendo a fora. A sade est em primeiro lugar, no importa o quanto a pessoa tenha medo de mdico. Dulce: Sua me se importava muito com ela. Mas Samantha sempre escondia tudo dela, s eu sabia dos seus problemas. Ela apenas sabia da anemia claro, mas nunca pensou que fosse algo mais importante. Christopher: E o que aconteceu, Dulce? Dulce: Uma dia estvamos brincando de pique-pega na hora do recreio, quando do nada, a vejo cada no cho. Samantha havia desmaiado e os inspetores a levaram para a enfermaria imediatamente. Chamaram uma ambulncia e a levaram para um hospital. Eu passei o dia todo chorando, no me deixaram sair do colgio, pois nessa poca minha me ainda trabalhava e estava de viagem. Meu pai estava na dando aula na faculdade e no tinha como me liberar. Alis, eles s ficaram sabendo noite, quando eu liguei pra casa l do hospital. Meu pai atendeu e foi imediatamente para l. Foram as horas mais longas da minha vida. Samantha continuava desacordada e j espervamos pelo pior. E foi o que aconteceu. O mdico chegou com alguns exames na mo e disse que ela estava com leucemia. Juro que a nica coisa que eu lembro, foi do choro de seus pais. Eu me sentei numa cadeira e abaixei a cabea, no querendo olhar para ningum. Meu pai me abraou, mas mesmo assim eu continuava com a cabea baixa. No chorei, sabe? Segurei ao mximo as lgrimas naquela hora. Queria ser forte, como ela quis que eu fosse. Depois de mais algumas horas ela acordou e seus pais foram v-la. Quando estavam l eles deram a notcia pra ela. O mdico disse que ela no havia chorado. Ela chamou por mim e eu fui v-la. Assim que eu entrei no quarto, eu no consegui me segurar mais. Ela estava to plida e fraca que meu corao se partiu em mil pedaos. Eu a abracei com todas as minhas foras, enquanto ela dizia que tudo ia ficar bem. De verdade, no sei como ela conseguiu agentar aquela notcia. Ela disse que ia se tratar e que tudo ia ficar bem. E naquele momento eu prometi pra ela que ia ser mdica e que ia curar pessoas como ela. Samantha sorriu pra mim e disse que eu tinha escolhido uma tima profisso, pois era muito inteligente. Dulce chorava cada vez mais e soluava. Eu no sabia se esperava ela acabar de falar, se a abraava ou o que... Dulce: Ela comeou a se tratar intensamente. Fazia sesses de quimioterapia e teve que raspar cabea. me lembro que passamos seu aniversrio de doze anos no hospital. E ela
sempre sorria, sabe? Dizia que ia melhorar e que casaramos juntas, como havamos prometido. Ela ficou seis meses em tratamento. s vezes ficava um pouco em casa, s vezes passava semanas no hospital e etc. e eu estava com esperanas, sabe? De verdade. Mas um dia quando eu fui v-la no hospital cheia de presentes, ela me jogou uma bomba. Disse que no agentava mais as sesses de quimioterapia e que ia parar com o tratamento, pois os mdicos diziam que ela progrediu muito pouco. Eu tentei convence-la do contrrio, disse que sempre h uma esperana. Mas ela dizia que no, que ela j sabia do destino dela e que aceitava isso de bom grado. Eu fiquei revoltada, pois acho que ningum deve desistir de viver. Fiquei nervosa, comecei a dizer que ela era uma covarde, que ela estava se matando, dentre outras coisas. J havia visto ela chorar, mesmo que por poucas vezes, mas nesse dia ela ficou arrasada. Samantha chorava, dizendo que eu no entendia o que ela estava passando, no entendia como era pesado o tratamento e como era difcil pra ela isso tudo. Eu a chamei de egosta e fraca e sa correndo do hospital, no querendo olhar pra cara dela naquele momento. Me sentei em um banco de uma praa ali perto e comecei a chorar. Eu no conseguia entender como algum podia desistir de viver assim. Principalmente quando sabe que isso iria afetar terceiros, como eu. Ficamos quatro dias sem nos falar. Meus pais a visitaram nesses dias, mas eu sempre ficava em casa e no mandava nenhum recado, por mais que eu desejasse dizer que a amava e tudo mais. Meus pais a visitaram nesses dias, mas eu sempre ficava em casa e no mandava nenhum recado, por mais que eu desejasse dizer que a amava e tudo mais. E foi ento que, no quinto dia eu recebo um telefonema. Era sua me aos prantos, dizendo que ela tinha acabado de falecer. Eu simplesmente deixei cair o telefone no cho e me sentei na cama, olhando para o nada. Minha me entrou no quarto nessa hora e pegou no telefone. Ela me abraou e disse que ia ficar tudo bem. Sabe? Eu j estava cansada de ouvir me dizerem que tudo ia ficar bem. Me tranquei no banheiro e fiquei l pela tarde toda. No derramei uma lgrima, pois no sentia nada. De verdade, no estava sentindo nada. Acreditava que tudo era mentira. Que isso era s uma brincadeira da parte dela, porque no estvamos nos falando. Acreditava que no dia seguinte, no funeral ela estaria l, sorrindo pra mim e dizendo que ia continuar o tratamento. Sabe, Christopher? Quando algum no quer acreditar em alguma coisa, nada faz ela enxergar a realidade. Voc fica imaginando mil coisas s pra no admitir que aquilo era verdade. S me dei conta de como tudo isso era certo, quando cheguei l no cemitrio e vi seu corpo deitado no caixo que ainda estava aberto. Sua me chorava sobre ela, enquanto acariciava sua cabea, dizendo o quanto a amava. Nesse momento, meu mundo caiu. Apenas agarrei minha me e chorei como nunca tinha chorado em toda minha vida. Na minha cabea, passou um filme. Me lembrei de nossas lgrimas, de nossas risadas, de nossas brigas e de tudo. E me dei conta de que nunca mais voltaria a v-la na minha vida. E eu nem tive a oportunidade de dizer um ltimo adeus... Dulce teve uma crise de choro muito forte, o que a fez se abaixar e ajoelhar-se. Eu no pensei duas vezes e fui correndo ao seu encontro, abraando-a com toda a minha fora. Suas lgrimas molhavam todo o meu peito e eu no me segurei e deixei rolar algumas lgrimas pelo meu rosto tambm. Ela chorava tanto e soluava que eu at podia sentir a sua dor dentro de mim... X__X Eu nunca tinha contado minha dor para ningum. Meus pais sabiam da briga e o quanto eu fico mal todo dia vinte e dois de fevereiro. Mas eu tenho certeza que eles no imaginam o quanto isso me afeta at hoje. Agora Christopher j tinha uma pequena noo disso... Dulce: Entende agora por que eu sou assim? Primeiro que eu prometi pra ela que iria me tornar mdica e ia estudar muito pra isso. E segundo porque eu no quero mais ter amigos verdadeiros. As pessoas sempre vo embora! Christopher: Isso no verdade, Dul. Eu estou aqui. Dulce: Por enquanto! Mas voc no vai poder ficar comigo a vida toda, entende? Christopher: Se voc deixasse eu ficaria! Dulce: As coisas no so assim, Christopher! Entenda de uma vez por todas! Por mais que tivssemos algo, ns nunca iramos ficar juntos pra sempre, porque o pra sempre no existe,
entende? Nada nesse mundo eterno! Eu chorava cada vez mais e sentia meu corpo todo tomado pela tristeza. Ele me abraava com toda fora e seus braos me confortavam um pouco, mas no tiravam a dor do meu corao. Eu continuei chorando por um longo tempo e ele no me soltava de jeito nenhum. Estvamos os dois ajoelhados no cho, enquanto eu chorava por...dez, vinte, trinta minutos? No sei. Chorava tanto que no tinha nem noo da hora. Chorei tanto que uma hora cansei. Srio, as lgrimas cessaram e eu comecei a respirar. Ele no disse nada nesse tempo, respeitando minha dor. Senti suas mos fazendo uma massagem em meu pescoo e relaxei um pouco... Christopher: Sente-se melhor? Dulce: Acho que sim... Ele se desvencilhou de mim e eu abaixei a cabea, no querendo que ele visse a minha cara. Mas no adiantou muito, pois ele levantou meu queixo e enxugou o meu rosto ainda molhado... Christopher: Vem c... Ele se encostou no p da cama e me colocou de frente pra ele. Eu encostei minha cabea em seu peito e passei meus braos ao redor da sua cintura, tentando de alguma forma buscar proteo... Christopher: Agora que voc ta mais tranqila, eu preciso te falar uma coisa...sei que o que aconteceu com voc foi horrvel, nem imagino a dor que voc sentiu e sente at hoje. Mas no pense que as pessoas sempre te abandonaro de alguma maneira, porque no assim. A morte algo que no podemos evitar e voc deve pensar que ela est l em cima, olhando pra voc. Quando voc olhar para o cu e vir uma estrela brilhante, imagine que ela olhando pra voc e dizendo o quanto te ama. Ele beijou minha cabea e continuou alisando meu cabelo, enquanto algumas lgrimas voltaram a rolar pelo meu rosto... Dulce: Mas ser que ela sabe disso mesmo? Eu disse tantas coisas horrveis pra ela que eu j pensei vrias vezes que ela chegou a duvidar do que eu sentia. Christopher: No acho. Ela sabe que voc disse aquelas coisas pra abrir os olhos dela. Dulce: No sei...s vezes eu penso que ela morreu por minha causa, sabe? Ela deve ter ficado arrasada e isso deve ter debilitado seu organismo. Christopher: No pensei nisso. O tratamento no estava funcionando, mesmo voc estando brigada com ela ou no, isso era inevitvel. Eu levantei um pouco meu corpo e olhei em seus olhos... Dulce: Por que eu no tinha algum como voc do meu lado na poca? Acho que era isso que eu precisava ouvir todo esse tempo. Christopher: E ningum nunca te consolou? Digo, sua me, seu pai, outros amigos...? Dulce: Amigos? Ningum na escola ficou sabendo da leucemia, Christopher. Samantha no queria que ningum soubesse do que ela tinha e pediu para que sua me a tirasse do colgio e no contasse a ningum porque. Todo esse tempo ela ficou sem estudar, apenas no tratamento e a amiga mais prxima que ela tinha era eu. E depois que ela saiu, ningum perguntou mais por ela, nem professores, nem nada. Se bobear, at hoje ningum sabe do que aconteceu. Christopher: Nossa, verdade...eu no sabia. Dulce: Meus pais at tentaram me consolar. Queria me levar para um psiclogo e tudo, mas eu no quis. Christopher: E por que? Dulce: Nenhum tratamento psicolgico ia traz-la de volta, Christopher. Ento pra que eu ia l, contar minhas coisas pra um estranho que iria me encher de remdios? Christopher: No bem assim, Dulce. Talvez voc encontrasse o consolo que voc s est
tendo agora. Dulce: Sabe...eu fico bastante mal porque ela sempre esteve aqui pra mim quando eu precisei. E eu no pude estar pra ela quando ela mais precisou. Eu s queria encontrar com ela uma ltima vez e dizer o quanto me arrependo por tudo. Mas sei que impossvel. Christopher: No impossvel...ela estar l no cu, esperando por voc. E quando chegar a sua vez, espero que daqui a uns cem anos, vocs vo se encontrar e dizer uma pra outra o quanto se gostam. Eu sorri pra ele e deitei novamente a cabea em seu peito. Ficando em silncio e eu apenas ouvia o doce som de sua respirao ofegante... X__X 066 Christopher: Sinta isso... Peguei sutilmente em sua mo e a levei at o meu peito... Christopher: Est sentindo? o meu corao que est batendo acelerado. Dulce: Mas...por que? Christopher: Voc ainda pergunta? Sua proximidade causa sensaes em mim que voc nem imagina. Mal posso respirar, pois meu corao est batendo rpido demais. Ela tentou se afastar, mas eu a segurei pela cintura... Christopher: Aonde pensa que vai? Dulce: Queria me afastar, para que voc no sentisse mais essas coisas. Christopher: E quem disse que eu quero parar de senti-las? Eu apenas queria que voc soubesse o poder que tem sobre mim. E eu adoro essas sensaes ento, por favor, no se afaste... Ela sorriu timidamente para mim e tornou a encostar-se em meu peito. Ficamos em silncio por alguns segundos, at que ela perguntou... Dulce: Christopher...no se ofenda, mas...voc acha que me ama de verdade? Digo...isso que voc sente pra valer ou coisa do momento? Christopher: Eu nunca me apaixonei antes e o que eu sinto por voc algo inexplicvel. Tenho 18 anos, apenas estou aprendendo sobre o amor. Eu penso em voc toda hora e s desejo estar do seu lado. Acredito que sim, que te ame de verdade. Dulce: Obrigada por tudo. Ela se virou um pouco, ficando de frente pra mim. Passou sutilmente a mo pelo meu rosto. Ela fechou os olhos e aproximou seus lbios dos meus, mas eu a afastei... Christopher: Dulce...o que est fazendo? Ela piscou, atnita e respondeu... Dulce: Ia te beijar. Depois de tudo o que voc fez por mim e disse, impossvel no te considerar um amigo verdadeiro. Ento, voc j passou da segunda etapa da aposta e devo te beijar Christopher: Agradeo por j te considerar meu amigo, mas eu disse que no precisava me dar esse beijo. J que eu passei da segunda etapa, me beije quando tiver vontade e no por obrigao. Dulce revirou os olhos e riu... Dulce: Christopher...pensei que a essa altura do campeonato voc j soubesse que te beijar
no nenhum sacrifcio pra mim, ao contrrio... Ela se aproximou novamente, roando seu nariz com o meu. Pude sentir o seu hlito fresco se misturar com o meu de uma forma mgica. Ela sabia como me dominar, mesmo inconscientemente... Dulce: Depois do que aconteceu entre ns na piscina, eu pensei que voc j soubesse que eu adoro isso... Dulce olhou intensamente em meus olhos, antes de me beijar calorosamnete. Eu entrelacei minhas mos ao redor da sua cintura, a atraindo pra mais perto de mim, enquanto nossas bocas se movimentavam num ritmo acelerado. Ela fazia massagens no meu pescoo com seus pequenos dedos, que me deixavam ainda mais excitado. No entendia como ela me fazia sentir quente e frio ao mesmo tempo. Eu estava to imerso nesse beijo, que as emoes se confundiam dentro de mim. Queria faz-la minha, de corpo e alma. Mas ainda no era hora pra isso. Na verdade, isso ainda estava bastante longe... X__X Eu no conseguia me controlar quando beijava-o. Era uma sensao to boa que fazia com que eu me esquecesse de tudo e de todos. Nossas lnguas se tocavam sem receio, apenas aproveitando esse maravilhoso contato. Christopher fazia com que meu mundo preto e branco ficasse mais colorido e eu no sabia explicar por que tudo isso acontecia. Depois de um largo e prazeroso beijo, acabamos ficando sem ar e terminamos esse lindo momento com um selinho... Christopher: Posso te fazer uma pergunta? Dulce: Sim, claro... Ns dois ainda respirvamos com dificuldade e eu estava com medo de sua pergunta... Christopher: Se voc diz que gosta de estar comigo e dos meus beijos, por que no esquecemos essa aposta e voc fica comigo de uma vez por todas? Sei que voc no me ama, mas voc no acha que com um namoro isso pode mudar? Dulce: Christopher...eu gosto sim de estar com voc e de seus beijos, mas no quero te iludir. Voc mesmo me disse que ficou quase um ano com a Dbora e no conseguiu am-la. De verdade, no quero que isso acontea com a gente. E tenho meus princpios e pensamentos...se um dia eu ficar com algum pra valer vai ser porque eu amo essa pessoa. E existem outras coisas que me impedem de ficar contigo. Por enquanto, prefiro que a nossa amizade continue. Ele me lanou um olhar triste e abaixou a cabea. eu sabia que Christopher no havia gostado da resposta, mas melhor viver numa dura realidade do que numa linda mentira... Dulce: No quero que fique chateado comigo, por favor. Ele levantou a cabea, me olhando com aqueles olhos castanhos que me hipnotizavam e surpreendentemente abriu um lindo sorriso... Christopher: No estou chateado com voc, ao contrrio, agradeo por ter sido sincera comigo. Mas j que vamos ser amigos de verdade, acho que devemos nos conhecer melhor... Dulce: Como assim? Christopher: Apesar de nos apoiamos e desfrutarmos de nossa companhia, no sabemos nada um do outro. E acho que isso j um timo passo para chamar essa amizade de verdadeira. Eu sorri timidamente e desviei o olhar... Dulce: Mas o que voc quer saber de mim? Christopher: Hmm, no sei...vamos comear devagar, ok? Primeiro me diga o que voc mais
gosta de fazer...alm de estudar, claro. Eu sorri e dei um tapa em seu ombro... Dulce: claro que eu no gosto s de fazer isso, n? Eu amo ler. Antes eu s lia livros instrutivos e essas coisas, mas ultimamente estou lendo muitos romances e dramas. E desfruto muito fazendo isso. Christopher: No estou surpreso, pois cada vez que te encontro sozinha, voc est segurando um livro. Pra falar a verdade, eu tambm gosto de ler. Mas minha paixo mesmo escrever. Sempre que estou sem nada pra fazer comeo a escrever qualquer coisa e s vezes resulta em algo bom. Dulce: Como aquele poema que eu achei em seu caderno? Christopher: Sim, mas aquele poema eu escrevi num momento difcil, na poca da separao dos meus pais. Eu precisava colocar meus sentimentos para a fora e escrevi aquilo. Dulce: Voc sofreu muito com a separao deles? Christopher: Sim, demais...as coisas foram muito complicadas e h fatos que eu no compreendo at hoje. Dulce: No quer me contar? Talvez assim podemos achar uma resposta para as suas perguntas...
X__X 067 Eu respirei fundo e tentei no chorar pois, assim como ela, eu ainda estava um pouco preso ao passado... Christopher: No sei se voc sabe, mas eu no falo com o meu pai desde os meus treze anos. Dulce: Por causa da separao? Christopher: Sim...o grade responsvel pela dor que eu e minha me sentimos foi ele. Dulce: Mas o que ele fez de to grave? Christopher: Voc j vai entender. Vamos comear do comeo...eu e ele sempre fomos unidos, de verdade. Me lembro que tinha um parquinho perto da minha casa e todo o fim de semana ele me levava pra brincar l, eu devia ter uns sete ou oito anos nessa poca. Me lembro tambm que ele sempre brincava comigo e com os meninos da rua. Por ser dono da maior loja de artigos esportivos do pas, s vezes ele se dava ao luxo de deixar todo o trabalho nas mos dos empregados pra ficar comigo ou com a minha me. Mas com o tempo as coisas foram mudando. Com o passar dos anos, ele ficou cada dia mais imerso no trabalho. Sa cedo e voltava tarde. Havia dias que eu nem via ele. Nos fins de semana ficava mal humorado, quando eu pedia pra ele sair comigo ele dizia que estava muito cansado e que ia ficar em casa. E isso tudo foi matando o amor que eu sentia por ele. E todo o sentimento acabou de vez, quando escutei uma discusso dele com a minha me, onde ele disse que queria o divrcio e que preferia morar com a sua amante de dois anos do que com ns dois. Me lembro da minha me ter ficado arrasada, eu olhava pela brecha da porta entreaberta e a via chorando na cama, enquanto ele arrumava as malas, sem se preocupar com o estado dela. Havia ficado to confuso que nem notei quando ele abriu a porta. Me lembro de seu olhar. Ele olhou para a minha me e logo para mim. Eu fiquei to enojado com aquela cena que sa correndo para o meu quarto e tranquei a porta. Ele ainda tentou falar comigo, mas eu no respondia. E nesse dia eu dormi assim, com lgrimas nos meus olhos. No dia seguinte, minha me veio me explicar as coisas como se no fossem nada. No derramava uma lgrima enquanto me explicava tudo. Eu disse que tinha ouvido a briga e ela simplesmente se retirou. Pensava que ela naum se importava com a ida do meu pai e tambm com meu sofrimento. E por isso desde ento a relao com a minha me no era boa. Brigvamos muito e eu sempre respondia ela, como se ela no fosse ningum. Ainda estava muito amargurado com a separao deles. meu pai chegou at me ligar vrias vezes, mas sempre que eu ouvia a sua voz, eu batia o telefone na sua cara. E depois disso, no nos falamos mais, at hoje. Ele d dinheiro para a minha me, mas ela s o usa em extrema necessidade. Ano passado ela veio conversar comigo, e me disse que ela tambm sofreu com
a separao e depois dessa conversa a vejo com outros olhos. E a nossa relao est muito boa. E acho que s isso... Dulce me olhava com pena e por um momento aquele olhar me incomodou... Dulce: E...voc sente falta de seu pai? Digo, deseja falar com ele outra vez? Christopher: Sinceramente, no sei. s vezes me pego pensando nos momentos bons que ns tivemos e sim, sinto falta dele. Mas ao lembrar de todas as lgrimas que ele fez a mim e a minha me derramar...eu j sinto dio dele. Dulce: Como voc pode odi-lo, Christopher? Ele seu pai, querendo ou no, foi ele quem ajudou a te colocar no mundo. Christopher: Mesmo assim...acho que ns s poderemos resolver a nossa relao com uma boa conversa. Mas se ele no vier at a mim, eu tambm no vou at a ele. Mas vamos mudar de assunto, ok? No quero mais falar sobre isso. Dulce: Tudo bem, como voc quiser... Ela voltou a deitar sobre mim, como se eu fosse um travesseiro ou algo assim. Isso no me incomodava em nada, ao contrrio, ficava muito feliz por t-la assim to perto de mim. Mas quando Dulce comeou a brincar com o boto da minha camisa, ainda que inconscientemente, meu corpo ficou tenso. Mil imagens no muito puras passaram pela minha cabea e eu achei melhor pensar em outra coisa antes que um certo algum acordasse... X__X Assim que eu deitei novamente sobre ele, comecei a pensar em mil coisas. Eu no podia imaginar que ele tinha sofrido tanto assim, j que sempre foi alegre e essas coisas. Eu tenho a mania tola de pensar que s eu sofro no Mundo e quando me deparo com algo assim, fico sem saber o que dizer. Eu ainda estava perdida nos meus pensamentos, quando o ouo perguntar... Christopher: Podemos continuar com o nosso processo de conhecimento? Eu apenas ri pra ele e foi ento que percebi o que estava fazendo com o boto de sua blusa. Senti meu rosto ficar vermelho e no sei se ele notou o meu rubor... Christopher: Conte algo vergonhoso...algo que voc nunca contou a ningum porque sente vergonha. Dulce: Ai no Christopher... Christopher: Vamos combinar uma coisa? Agora que j somos amigos, passe a me chamar de Chris, como todos os meus amigos fazem. Christopher muito grande... Eu ri e olhei pra ele, concordando... Dulce: Ok...ento me chame de Dul tambm...no gosto de Dulce. Christopher: Combinado ento...mas faa o que eu pedi. Diga uma coisa que te envergonhou ou que te envergonhe at hoje. Prometo no contar pra ningum... Dulce: Tudo bem ento... Eu respirei fundo e disse a nica coisa que veio minha cabea... Dulce: Ano passado...quando voc me beijou na sala do diretor...eu...digo, eu nunca...nunca havia beijado ningum antes. Voc foi o primeiro garoto que fez isso. Ele arqueou suas sobrancelhas, no acreditando muito no que eu estava dizendo... Christopher: Ta brincando, n? Eu passei a mo no cabelo nervosa e encarei qualquer coisa, menos ele...
Dulce: No, srio! Eu sempre fui muito fechada e sem amigos, como voc sabe. Alguns garotos j se aproximaram de mim, mas eu nunca dei bola pra nenhum, pois no queria me envolver com ningum. Mas a chegou um certo algum pra me agarrar atrs da porta do armrio do diretor e me roubar um beijo, sabe? Ns dois rimos e ele passou a mo pelo rosto, ainda no acreditando muito... Christopher: Meu Deus, eu jamais poderia imaginar! Eu percebi que quando eu te beijei voc estava meio confusa, mas nunca passou pela minha cabea que voc nunca tinha beijado antes. Dulce: Pois ...eu no tinha a mnima idia do que fazer naquela hora. Christopher: Quem diria...e como voc aprendeu a beijar to bem? Porque foi ali que eu fiquei louco por voc. Por mim, continuaria te beijando pelas prximas vinte e quatro horas, mesmo tendo namorada. E nas outras vezes tambm, voc se saiu to bem... Eu fiquei envergonhada pelo elogio e passei novamente a mo pelo cabelo... Dulce: Bom...eu tive um timo professor, mesmo que no tenha sido de forma intencional. Christopher: E...eu fui o nico que voc beijou at hoje? Digo, no houve outros depois de mim? Dulce: No, ningum... Ele me olhou com uma cara de safado e eu dei um tapa em seu ombro... Dulce: Nem se empolgue, ok? Vamos fazer o contrrio agora... a sua vez. Conte algo vergonhoso. Christopher: No sei se voc vai acreditar... Dulce: Tente, nunca se sabe. At porque, acho difcil voc me ganhar depois do que eu disse. Christopher: Eu no duvidaria, viu? Acho que tenho algo pior. Dulce: Jura? O que poderia ser pior do que nunca ter beijado ningum aos dezessete anos? Christopher: Um homem hoje em dia ser virgem aos dezoito. Dulce: O que?? X__X 068 Christopher: Meu Deus, eu jamais poderia imaginar! Eu percebi que quando eu te beijei voc estava meio confusa, mas nunca passou pela minha cabea que voc nunca tinha beijado antes. Dulce: Pois ...eu no tinha a mnima idia do que fazer naquela hora. Christopher: Quem diria...e como voc aprendeu a beijar to bem? Porque foi ali que eu fiquei louco por voc. Por mim, continuaria te beijando pelas prximas vinte e quatro horas, mesmo tendo namorada. E nas outras vezes tambm, voc se saiu to bem... Eu fiquei envergonhada pelo elogio e passei novamente a mo pelo cabelo... Dulce: Bom...eu tive um timo professor, mesmo que no tenha sido de forma intencional. Christopher: E...eu fui o nico que voc beijou at hoje? Digo, no houve outros depois de mim? Dulce: No, ningum... Ele me olhou com uma cara de safado e eu dei um tapa em seu ombro... Dulce: Nem se empolgue, ok? Vamos fazer o contrrio agora... a sua vez. Conte algo vergonhoso. Christopher: No sei se voc vai acreditar... Dulce: Tente, nunca se sabe. At porque, acho difcil voc me ganhar depois do que eu disse. Christopher: Eu no duvidaria, viu? Acho que tenho algo pior.
Dulce: Jura? O que poderia ser pior do que nunca ter beijado ningum aos dezessete anos? Christopher: Um homem hoje em dia ser virgem aos dezoito. Dulce: O que?? X__X Eu estava gostando bastante de compartilhar segredos com ele. Sentia bastante falta disso. E de repente me deu vontade de confessar algo... Dulce: H mais uma coisa que me envergonha e que quase ningum sabe. Christopher: Srio? E o que ? Eu passei a mo pelo cabelo e mordi os lbios, nervosa... Dulce: Eu...eu amo futebol! Tipo, viciada. Eu posso ter a prova que for no dia seguinte, mas se tiver algum jogo do Barcelona, eu largo qualquer coisa pra ver o jogo. Christopher: Ta falando srio, Dul? Dulce: Claro! Deixa eu te mostrar! Eu sa de cima dele e fui engatinhando at a porta do meu armrio. Abri uma gaveta e pedi pra ele ficar do meu lado. Quando o fez, mostrei a Christopher as revistas, as fotos dos principais jogadores do clube... Dulce: Viu? Pode parecer estranho, mas eu amo tudo isso. Ele pegou uma blusa minha do Barcelona que estava na gaveta e vi seus olhos brilharem... Christopher: Que bom que voc Barcelona. Se voc fosse Real Madrid eu te matava! Eu ri com vontade, enquanto ele fuxicava todas as minhas coisas... Dulce: Essa blusa minha me trouxe de Barcelona mesmo, quando foi jogar l. Christopher: Jogar? Sua me jogava? Dulce: Futebol no...ela jogava vlei. Foi uma das principais lberos de sua poca. Christopher: Pera...qual o seu nome todo? Dulce: Dulce Maria Espinoza Sanvion... Christopher: No me diga que sua me Blanca Savion! Dulce: Sim, ela...nunca a viu pelo colgio? Christopher: Pra falar a verdade, no. Acho que porque eu sempre saio um pouco depois de voc, no sei. Dulce: Ou porque at pouco tempo voc nem reparava na minha existncia. Sentia que ele tinha ficado um pouco sem graa e resolvi perguntar a primeira coisa que veio na minha cabea... Dulce: E voc, Christopher? Qual o seu nome todo? X__X 069 Quando ela perguntou aquilo, meu corpo todo gelou. Se eu dissesse, ela com certeza iria descobrir quem era Calcvu, pois era muito inteligente. Eu respirei fundo e tentei trocar de assunto o mais rpido possvel... Christopher: Mas por que voc Barcelona, j que vive no Mxico? Se Dulce estranhou minha repentina mudana de assunto, no falou nada sobre isso...
Dulce: Os times daqui so podres, pelo amor de Deus. Vou torcer pra quem? Amrica? Aquele time podre? Christopher: Tem razo, por isso que eu sou Barcelona tambm. E aquele goleiro do Amrica? Cara feio! E nem agarra assim como dizem no, acho que ele d sorte. Nunca fui com a cara dele. Dulce: No tenho nada contra, mas tambm acho que ele no l essas coisas. Enfim, e no Barcelona tambm tem o Rafa Mrquez n, que Mexicano. Christopher: Verdade, ele muito bom. Tenho muita vontade de um dia ver o jogo do Bara l no estdio Camp Nou. Dulce: Srio? Pra falar a verdade eu tambm. Christopher: timo! Ento eu prometo que um dia eu vou te levar l. Ela olhou pra mim intrigada e perguntou... Dulce: Mas como? Christopher: Ah, no sei. Dinheiro no problema pra gente e j somos maior de idade. s esperar a oportunidade perfeita e ns vamos...aceita? X__X Eu j achava que ele era maluco, mas agora eu tive certeza. Mas pra falar a verdade, eu gostava disso nele. Esse impulso que ele tinha de achar que qualquer coisa que fizesse daria certo. Admirava-o pois no fundo eu tambm queria ser assim.. Dulce: Ok, ns iremos! S espero que d tudo certo, pois no quero despencar at a Espanha para ver o Barcelona perder, n... Christopher: No vai perder, eu garanto. Ele piscou daquela forma pra mim e no pude evitar um sorriso. J disse que e eu amava quando ele fazia isso? De repente senti uma enorme vontade de bocejar. No sei porque, mas sempre que eu chorava muito assim, ficava morrendo de sono depois, sem contar com a dor de cabea. Ele percebeu que eu estava com sono e perguntou... Christopher: Voc quer dormir? Dulce: Acho que sim. Sempre quando choro assim fico morrendo de dor de cabea. Christopher: melhor voc descansar mesmo, hoje foi um dia muito tenso. Eu j vou. Dulce: Tem certeza? No quer ficar mais um pouco? Ele sorriu pra mim que logo me dei conta que tinha falado demais... Christopher: Adoraria ficar, mas voc precisa descansar para recuperar as energias. Ele se levantou eu levantei os braos, para que ele me puxasse. Mas ao contrrio do que eu esperava, Christopher me pegou em seus braos como se eu fosse um beb... Dulce: Christopher! Ns dois vamos cair! Christopher: Voc est me chamando de fraco ou se chamando de gorda? Eu parei pra pensar em alguma resposta, mas no achei nenhuma... Christopher: No se preocupe Dulce, o caminho at sua cama no muito longo. Ele estava dizendo a verdade. Depois de quatro passos, j estvamos em frente ela Christopher tirou os livros que estavam na cama e tirou tambm a colcha. Enquanto ele fazia isso, no pude resistir em encostar a cabea em seu peito, sentindo o seu perfume Hugo Boss, creio eu. Ele me deitou na cama, colocou a colcha sobre o meu corpo e se ajoelhou frente a mim...
Christopher: Descansa, ta? Dulce: Pode deixar. Ns nos olhamos fixamente, enquanto Christopher passava a mo pela minha larga franja, tirando-a do meu olho. Ele me olhava daquela forma intensa de sempre, como se pudesse ler todos os meus pensamentos. Eu fechei meus olhos, no podendo encar-lo mais, pois meu corao j batia acelerado. Senti ele me dando um beijo no rosto, que me deixou tmida. De repente, passou algo pela minha cabea e eu o chamei de novo... Dulce: Chris! X__X 070 Eu j estava pegando as minhas coisas do cho, quando ela me chama. Eu volto a me ajoelhar frente a ela e torno a mexer na sua franja. No sei porque, mas adorava fazer isso... Christopher: Que foi, Dul? Precisa de mais alguma coisa? Dulce: No...quero dizer, sim! Ela estava nervosa e eu no sabia porque. Dulce me encarou e respirou fundo, como se j soubesse o que ia falar... Dulce: Se lembra do dia em que fizemos a aposta? Christopher: Claro, como poderia esquecer? Dulce: Ento...voc disse que se ganhasse, ficaria comigo, certo? Christopher: Sim...e voc disse que caso voc ganhasse, no sabia o que eu teria que fazer. Dulce: Exatamente. Mas agora eu sei. Eu parei de mexer na sua franja e arqueei uma sobrancelha... Christopher: Sabe? E o que ? Dulce: Ainda est disposto a fazer qualquer coisa, como voc disse naquele dia? Christopher: Claro! Fao o que for... Dulce: No vai ser algo fcil pra voc, mas... Christopher: Fale Dul, por favor... Ela fechou os olhos e respirou fundo se preparando para dizer. Meu Deus, ser que isso era to grave assim? X__X Ele me olhava ansioso, esperando o que eu ia dizer... Dulce: Eu quero que...caso voc perca...quero que voc v falar com o seu pai. Eu fiquei esperando ele explodir ou algo assim, mas ele fez totalmente o contrrio. Seu rosto endureceu um pouco, como se estivesse tentando reprimir algum tipo de sentimento negativo e afastou o olhar... Dulce: Eu disse que no seria fcil e... Christopher: No se preocupe, Dul. Se eu perder, eu fao o que voc pediu. Dulce: Mesmo? Seus olhos passavam uma melancolia que cortava meu corao. Mas de repente, ele abriu um sorrido inesperado e disse... Christopher: Claro! Esse era o acordo, certo? E vai ser at bom, pois agora eu vou me
empenhar ainda mais para te conquistar. No vou perder essa aposta Dul e voc ser minha. Dulce: Voc sempre foi to metido assim? Christopher: Metido no...confiante! Ns dois rimos ao mesmo tempo e ele tornou a mexer na minha franja... Christopher: Dorme agora, ok? At amanh. Ele me deu um beijo na testa, pegou suas coisas e saiu pela porta. Apesar de estar com sono, no dormi de imediato. Fiquei lembrando de todas as coisas, do beijo, de como eu me senti segura e protegida em seus braos e das confisses que compartilhamos. Um sorriso sincero surgiu em meu rosto e eu afundei mais ainda a cabea no travesseiro. Mas uma coisa ficou estanha pra mim...por que ele no disse qual era o seu nome todo? Seria to feio? Christopher no feio, nem Uckermann...o que teria no meio? X__X 071 Desci as escadas que nem um bobo, lembrando de tudo que tinha acontecido minutos atrs. Estava sorrindo que nem um palhao, pois as lembranas ainda mexiam com os meus sentidos. Mas meu sorriso desapareceu imediatamente, quando eu abri a porta de sua casa e vi seus pais com algumas compras nas mos... Fernando: Quem voc? Eu engoli seco, sem saber o que dizer. Por sorte, sua me salvou a minha vida...eu acho... Blanca: Voc Christopher, no ? Christopher: Sim...Dulce j falou de mim? Blanca: Poucas vezes...mas eu conheo voc. Filho de Kevin Von Uckermann, dono da maior loja de artigos esportivos do pas. Christopher: A senhora conhece meu pai? Blanca: Claro! Na minha poca a loja de seu pai patrocinava os uniformes da Seleo Mexicana feminina de Vlei. J falei com ele algumas vezes. Christopher: Ah que legal, eu no sabia. Eu era muito fan da senhora, de verdade. No sei como conseguia pegar aquelas bolas impossveis. Blanca: Muito obrigada Christopher, e pode me chamar de voc. O seu pai estava totalmente excludo e olhava pra gente com cara de poucos amigos... Fernando: Eu ainda no entendo o que um garoto estava fazendo sozinho com a minha filha em casa. Eu senti que meu corao ia sair pela boca, diante do olhar dele. Nem o julgo, porque realmente deve ser estranho encontrar com um garoto em sua casa sabendo que a sua filha estaria sozinha... Christopher: Eu sou s um amigo senhor, juro! Eu s vi pegar uns livros... Eu mostrei o que Dulce havia me emprestado e no sei se ele estava convencido... Christopher: E...Dulce tambm me contou sobre o dia de hoje e o que representa pra ela. A ajudei como pude e creio que ela j est dormindo agora, pois desabafou comigo e chorou um pouco. Os seus pais se entreolharam e eu estava cada vez mais nervoso....
Blanca: Dulce falou sobre Samantha com voc? Christopher: Sim, me contou toda a histria...mas eu a consolei como pude e creio que ela j est melhor. Blanca: Uau...voc deve ser um amigo muito especial mesmo, pois Dulce no gosta de tocar no assunto. Christopher: Eu fiz o que pude, posso garantir-lhes. Bom, agora tenho que ir. Foi um prazer. Cumprimentei seus pais da forma mais educada possvel e sa andando, ainda nervoso. Esperava conhecer os pais de Dulce quando j tivesse namorando com ela, e no antes. Apesar de ter sido pego de surpresa, creio que me sa bem. Mas havia ficado com medo de seu pai. Ele estava bastante desconfiado de mim...espero que Dulce explique tudo o que aconteceu, seno estarei ferrado.... X__X Minha me havia me contado sobre o encontro com Christopher. Eu expliquei que no tnhamos feito nada demais, pois ramos apenas amigos e parece que ela acreditou. No dia seguinte, quando cheguei na escola, ele estava me esperando na porta... Christopher: Como voc est? Ele me deu um abrao que foi muito bem retribudo... Dulce: tima. Me fez bem desabafar ontem. Acho que j est na hora de deixar o passado pra trs, certo? Christopher: Tambm acho. E eu e Any iremos te ajudar a superar tudo isso. Dulce: Muito obrigada mais uma vez, Christopher. Christopher: No tem nada que agradecer. Tambm foi muito bom desabafar e contar os meus segredos pra voc. Ns dois sorrimos e eu desviei o olhar, sem saber o que dizer. De repente, senti Christopher segurar em minha mo e fui obrigada a encar-lo outra vez... Christopher: Vamos entrar? Hoje temos mais um dia de aula. Dulce: Vamos! Ns fomos de mos dadas at a sala, como se fssemos mais do que amigos... X__X 072 Na hora da aula, eu a olhava e sentia coisas maravilhosas em meu estmago. Nem estava prestando ateno no que a professora dizia, pois s conseguia olhar pra ela. De repente, vrios versos e palavras passaram pela minha mente. Resolvi escrever algo, para tirar colocar o que eu estava sentindo pra fora. Imediatamente abri meu caderno e comecei a rabiscar qualquer coisa. Quando terminei, o li novamente e acabei gostando. Ser que ela iria gostar tambm? Rapidamente abri minha mochila e comecei a procurar um envelope branco. Por azar, no tinha nenhum comigo, apenas em casa. Mas na secretaria com certeza tinha algum e na hora do almoo eu ia l pegar. Horas depois, tentei sair discretamente da sala sem que ela me visse, mas foi impossvel... Dulce: Christopher! No vai esperar por mim? Eu fiquei meio sem graa, enquanto ela cruzava os braos e olhava pra mim... Christopher: Ah......que... que eu tenho que fazer uma coisa. Dulce: Que coisa? Christopher: ....minha me pediu pra eu perguntar algo na secretaria! Me espere no
refeitrio, j estou indo pra l, ok? Sa rapidamente, antes que ela pudesse perguntar outra coisa. Fui correndo at a secretaria e por sorte, tinha um envelope igual aos que eu mandava l. Voltei para a sala, reli o poema e pensei duas vezes antes de colocar em sua bolsa... X__X Ele estava demorando um pouco. No queria pegar minha comida, pois queria que ele pegasse pra mim, como sempre. Esperei mais dez minutos e ele no apareceu. Fala srio, quem que demorava dez minutos pra dar um recado da me na secretaria? Fiquei preocupada, pois no sabia se tinha acontecido alguma coisa. Sa do refeitrio determinada a encontr-lo. Resolvi ir at a sala, pegar o meu celular para mandar uma mensagem pra ele, mas nem foi preciso, pois assim que eu cheguei l, Christopher estava com a minha mochila na mo e eu no entendi nada... Dulce: O que voc est fazendo? Ele soltou rapidamente a mochila, como se tivesse roubando algo...eu hein... Christopher: Dul! Eu te falei pra esperar no refeitrio! Dulce: Eu sei, mas voc demorou e eu vim aqui pra sala pegar o meu celular, pra te mandar uma mensagem! E o que voc est fazendo com a minha mochila na mo? Ele ficou bastante nervoso e passou a mo pelo rosto... Christopher: Eu...eu vim pegar o seu celular! Mas eu no to achando... Dulce: Mas pra que voc quer o meu celular? Christopher: No sei, talvez voc fosse precisar n? Eu achei muito estranha aquela situao, mas ele nem me deu tempo para pensar e j foi logo dizendo... Christopher: Estou morrendo de fome, preciso almoar! Vem comigo? Dulce: Claro! S vou pegar o meu celular, que voc no achou. Christopher: Ok, te espero l fora! Ele saiu praticamente correndo, como se tivesse fugindo de algo. Ser que estaria mesmo? Resolvi deixar isso de lado e pegar o meu celular. Mas assim que abri minha mochila, vi mais um daqueles envelopes l dentro. Olhei pra Christopher e por um momento me perguntei se ele tinha visto quem teria colocado isso aqui dentro. Abri o envelope rapidamente, ansiosa pra ler a frase da vez... De que serve ter um cu cheio de estrelas e no poder alcan-las? De que serve ter um mar com mil peixes e no poder explor-los? De que serve ter asas e no poder voar? E de que serve te ter to perto e no poder te beijar? Porque te necessito...porque morreria por ti...e tudo isso por que? Simplesmente porque te amo. E um dia...um dia eu te farei minha... Ass: Calcvu Dessa vez no era uma frase e sim um poema. Um lindo poema. De repente, um filme passou pela minha cabea. Um poema feito claramente por algum que gostava dessas coisas...um poema no mesmo estilo que eu encontrei no caderno de um certo algum. Algum que sabe muitas coisas de mim. Algum que estava mexendo na minha mochila antes de eu encontrar o envelope. Algum que vivia dizendo que eu ia ser dele. Algum que s podia ser ele! Meu Deus! Christopher era o meu admirador secreto!
X__X 073 Estava esperando por Dulce no refeitrio, que parecia no chegar nunca. Demorava tanto tempo assim apenas pra pegar o celular? Ou ser que ela achou o bilhete? A vi entrando no refeitrio e fui at ela... Christopher: Nossa, voc demorou. Dulce: Foi mal, que eu achei mais um daqueles envelopes. Voc viu quem colocou na minha mochila? Eu percebi que estava segurando uma risada e no entendi o porque... Christopher: No vi nada no. Vai ver que quando eu cheguei l j tinham colocado. Dulce: Verdade. Sabe? Eu estou morrendo de curiosidade pra saber quem me escreve isso. Christopher: Srio? Por que? Dulce: No sei...ele parece ser bem romntico e queria saber se ele gosta de mim de verdade. Christopher: Voc...ficaria com ele se descobrisse quem ? Dulce: Quem sabe, no? Enfim, melhor a gente comer, pois o intervalo ta acabando e a gente nem almoou ainda. Escolhe minha comida? E sem dizer mais nada, Dulce saiu andando na minha frente. Eu comecei a pensar em vrias coisas. Ser que j estava na hora de revelar quem era o Calcvu? ser que se eu fizesse isso ela continuaria comigo? No, melhor no arriscar. Eu podia at dar mais pistas de quem era o Calcvu, mas ela teria que descobrir por si mesma. No ia falar nada at que ela descobrisse. Mas...ser que ela iria descobrir algum dia? Dulce: Christopher! Vai ficar parado a o tempo todo ou vai pegar minha comida? Christopher: J to indo Dul, j to indo... Ela cruzou os braos e ficou me esperando, sorrindo. Adorava quando Dulce estava com esse bom humor. Peguei a sua comida e a minha e nos sentamos para comer... X__X Ns nos sentamos pra comer e eu no conseguia deixar de sorrir. Ele era muito cnico! Fingia que no sabia quem era Calcvu. Ser que era ele mesmo, ou eu estava viajando? Digo, tudo indica que ele,mas sei l n, no tenho completa certeza ainda. E se ele no dissesse nada, eu tambm no iria falar. Ia continuar com esse jogo, at ter completa certeza de tudo. E ia provocar muito...a se no ia... Dulce: Sabe, dessa vez o meu admirador me mandou um poema. Muito bonito por sinal... Eu vi que ele sorria e perguntei... Dulce: Est sorrindo, por que? Pensei que voc no gostasse dele. Christopher: E no gosto. Nem sei porque sorri. Christopher podia ser bom pra fazer poemas, mas pra dar desculpas era pssimo... Dulce: Sei...mas mesmo assim, no sei se ficaria com ele. Christopher: E posso saber por qu? Dulce: Porque ele no diz quem , e eu odeio homem covarde. Se gosta de mim de verdade, j est mais do que na hora de mostrar a cara, no acha? Vi que Christopher engoliu em seco e eu tive que me segurar pra no rir...
Christopher: Ah sei l...vai ver ele tem medo de confessar quem . Ele te v comigo e pensa que temos algo, por isso quer se aproximar de voc de outra maneira. Dulce: De verdade Chris, eu no te entendo. Voc falava mal dele e agora est defendendo-o? Ele comeou a gaguejar e a passar a mo no cabelo... Christopher: No...no to defendendo ningum Dul. Apenas estou sendo imparcial. Dulce: Imparcial...sei... Eu voltei a prestar a minha ateno na comida, enquanto percebia que suas mos tremiam. Com essa atitude, cada vez mais ele se entregava... X__X 074 Essa conversa toda j estava me deixando bastante nervoso. Tentei mudar de assunto o mais rpido possvel e logo achei algo timo pra falar... Christopher: Voc gostou mesmo do cordo, n? Percebi que no tira do pescoo. Dulce ficou vermelha e desviou o olhar. Havia reparado que desde o dia do amor e da amizade, ela no tirava aquele cordo, mas sempre esquecia de comentar. Mas agora era a oportunidade perfeita... Dulce: Sim, eu amei...voc acertou em cheio. Christopher: Fico muito feliz, de verdade. Voc no vai mais tir-lo, no ? Dulce: Bom...depende... Christopher: Como assim? Ela me olhou de uma forma zombeteira e sorriu... Dulce: Depende de como estiver meu humor em relao a voc. Se eu estiver de bem contigo, eu estarei usando o colar. Mas se voc no vir esse lindo cupido no pescoo, saiba que tem algo errado. Christopher: Agora assim, ? Voc manda? Dulce: Claro! Sempre foi assim e sempre ser. Eu fiquei de boca aberta, enquanto Dulce dava uma gargalhada. Eu ri junto com ela e voltei a comer a comida. Ela era folgada, mas o que eu posso fazer? Gostava dela assim mesmo... X__X Depois da aula de filosofia, Christopher pediu pra eu passar l no treino dele pra me entregar as coisas de biologia que eu tinha emprestado pra ele. E foi o que eu fiz. Assim que acabou a aula de literatura eu fui procur-lo. Como sabia que ele saia um pouquinho depois de mim, fiz uma horinha no banheiro e depois fui para o pequeno campo, onde ele jogava. De longe, vi que o jogo j tinha acabado, mas no o vi entre as poucas pessoas que estavam l. No sabia se esperava por ele ou se ia embora. Mas antes que eu pudesse tomar uma deciso, sinto algum chegando por trs de mim e sussurrando em meu ouvido... ***: Ol Dulce! Imediatamente reconheci aquela voz e senti meu corpo tenso. Me virei e o vi sorrindo pra mim, de uma forma que eu no gostava... Dulce: Oi Jack.
Jack: O que faz aqui? Quer aprender a jogar futebol? Dulce: No, vim falar com Christopher. Sabe se ele j saiu?
Ele fez uma cara de nojo e respondeu... Jack: Ele est terminando o banho ainda. Vocs no se desgrudam n? Esto namorando? Eu no devia responder a isso, mas achei melhor falar a verdade... Dulce: No, somos apenas amigos, nada alm disso. Jack: Que bom. Assim os outros tambm tem chances, no? Primeiro o Christopher, depois o Nicholas. Sabe que a concorrncia ta grande, n? Ele comeou a passar a mo pelo meu rosto e eu fiquei tensa. Meu corpo todo gelou e eu fiquei sem saber o que fazer... Dulce: Eu...eu no sou um prmio pra que todos concorram por mim. Jack: Voc que pensa... um prmio precioso, s no descobriu isso ainda...mas eu j sei disso h muito tempo. Ele foi se aproximando lentamente de mim e eu podia jurar que ele ia me beijar. Sabe quando seu corpo todo congela e voc no sabe como reagir a uma certa situao? Pois , eu estava assim. Ele ia me beijar e eu no conseguia correr dali... ****: O que voc pensa que est fazendo, Jack? X__X 075 Assim que lembrei que Dulce devia estar me esperando, acelerei o banho o mais rpido que pude. Vesti a roupa de qualquer jeito e sa do vestirio. Tive uma grande surpresa, ao ver Dulce e Jack conversando muito prximos. Estava um pouco longe, mas sa correndo em direo a eles e consegui evitar algo desagradvel... Christopher: O que voc pensa que est fazendo, Jack? Ele se afastou de Dulce e pude perceber que ela respirava fundo... Jack: Christopher! Pensei que estava no banho! Christopher: E estava, mas no foi isso que eu perguntei! O que estava fazendo to prximo de Dulce? Ela se aproximou de mim e sussurrou apenas para que eu pudesse ouvi-la... Dulce: Chris, no fique com cimes. Eu no estava fazendo nada e ele... Christopher: No se preocupe Dul, no vou brigar com voc. Conheo bem o tipo de Jack... Eu olhei pra Jack, que estava com os braos cruzados e me olhava com o cenho franzido... Jack: Dulce havia me dito que vocs no so namorados, mas sinceramente, vocs no agem como amigos. Eu percebi que Dulce tinha ficado vermelha de vergonha e tentei contornar a situao... Christopher: Ela minha amiga e eu sempre protejo quem eu gosto. Se agimos ou no agimos como amigos, isso no da sua conta, Jack. Agora v embora e nos deixe em paz! Jack: Ok, ok, vou deixar o casal de pombinhos ss...mas no se esquea da forma que voc
est me tratando, Christopher, porque um dia voc pagar por isso. Antes de ir embora, ele ainda piscou pra Dulce. J ia saindo para mat-lo por tal ousadia, mas ela me segurou pelo brao... Dulce: No, Chris! No vale a pena! Eu respirei fundo e tentei me controlar... Dulce: No v que isso que ele quer? No perca a cabea por besteiras, por favor! Eu olhei pra ela e me tranqilizei... Christopher: Tem razo, no vou me estressar por causa dele. Dulce: Tenho muito medo. Ele tem algo que eu no gosto e ainda por cima te ameaou! Christopher: Eu no tenho medo dele! Ele s fala, mas fazer que bom, no faz! Dulce: Eu no teria tanta certeza. melhor voc tomar cuidado. Tenho tanto medo que quando ele foi me beijar, eu fiquei imvel, sem saber o que fazer. Mas graas a Deus, meu heri chegou e me salvou. Ela me chamou de heri? Me chamou mesmo de heri? s vezes eu acho que Dulce toma uma gua diferente da minha... X__X Eu tinha que aprender a controlar a minha boca. s vezes eu dizia coisas que s faziam aumentar o ego dele... Christopher: Agora eu sou heri ? Eu revirei os olhos e sorri pra ele, sem graa... Dulce: Christopher, meu heri. Agora ser que o meu heri poderia me devolver o que emprestei pra ele? Christopher riu e abriu a mochila, me entregando os livros... Christopher: Muito obrigado, foi de muita ajuda. S no sei se vai servir pra prova, mas enfim... Dulce: O que voc quer dizer com isso? Christopher: Estou com dificuldade em biologia e matemtica. E o pior que eu preciso de nota, mas no sei se vou recuperar. Dulce: Bom, se quiser, eu te ajudo. Podemos comear a estudar juntos. Christopher: Srio Dul? Dulce: Claro! Voc pode ir l em casa ou eu posso ir na sua, no sei. Pra mim tanto faz. Christopher: Muito obrigado Dul, de verdade. Ele me abraou e senti sua camisa gelada, como se estivesse molhada... Dulce: Chris...voc no se enxuga quando acaba de tomar banho no, ? Ele riu ainda com os braos em minha cintura e sussurrou em meu ouvido... Christopher: O heri tinha que salvar uma donzela em perigo e nem teve tempo para se enxugar. Ele falou isso com uma voz to sensual que meu corpo todo enrijeceu. Christopher deu um beijo em meu pescoo e eu me arrepiei da cabea aos ps...
X__X 076 No sei porque, mas naquela hora eu tive uma enorme vontade de provocar Dulce. Percebi quando o seu corpo enrijeceu ao escutar minha voz sussurrando em seu ouvido e lhe dei um beijo muito carinhoso em seu pescoo. Passei minha mo por toda extenso do seu brao e senti seus plos arrepiados. Eu sorri triunfante e resolvi provocar mais ainda... Christopher: Dul...voc gosta quando eu fao isso, n? Eu a beijei outra vez no pescoo e ela suspirou... Dulce: No...no gosto... Ela no me enganava, tinha certeza de que ela estava amando... Christopher: Tem certeza? Ento porque voc se arrepia toda quando eu fao isso? Eu a beijei novamente, mas dessa vez de uma forma intensa. Comecei a passar a lngua de leve por sua clavcula e ouvi Dulce soltar um leve gemido. Eu sorri ante a sua reao e mordi levemente seu pescoo, antes de me afastar... Christopher: Voc uma pssima mentirosa, Dulce. Ela piscou, meio confusa, e logo comeou a me bater... Dulce: Cachorro! Voc no presta, Christopher! Ela tinha a mo pesada pra algum do tamanho dela. Mas eu me diverti tanto com a sua reao que nem senti dor... Christopher: Est to revoltada por que, Dul? Porque eu te excitei ou porque voc queria mais? Ela me bateu mais ainda e eu a abracei... Christopher: Perdo, Dul. Mas no venha dizer que no gostou porque eu ouvi o seu gemido. Ela ficou pior que um pimento e passou a mo pelo cabelo, nervosa... Dulce: Bom, to indo, at amanh! Ela j ia saindo, mas eu a puxei pelo brao, fazendo-a olhar pra mim... Christopher: No ficou com raiva de mim, no ? Dulce: No Christopher, pode ficar tranqilo. Agora me deixe ir antes que eu morra de vergonha. Adeus. Eu a deixei ir e comecei a rir, satisfeito. Ela podia fingir que no sentia nada quando estava comigo, mas as suas reaes demonstravam totalmente o contrrio. Ser que o dia de faze-la minha j estava perto? X__X Eu no sabia se ficava com raiva ou feliz pelo que ele havia feito. Christopher me deixou sem reao e com pernas bambas, apenas com pequenos carinhos no pescoo. Nunca pensei que pudesse sentir coisas to...to boas com apenas alguns beijos naquela regio.
Quando acordei no dia seguinte, percebi que tinha algo diferente. No sei ao certo o que era, pra falar a verdade. Acho que estava com um brilho especial em meus olhos ou meu cabelo resolveu acordar de bom humor, no sei. Resolvi deixar isso pra l e ir pra escola. Assim que cheguei na sala, Christopher j estava l e eu lhe dei um beijo no rosto... Dulce: Como est? Christopher: Eu to bem? Mas...voc ta bem? Dulce: Sim, por que? Christopher: No sei...parece que voc ta mais feliz hoje. Aconteceu algo que eu no sei? Dulce: No...apenas acordei de bom humor. Christopher: Que bom, gosto de te ver assim. Vamos beber gua? Dulce: Sim, claro. Deixei a minha mochila na cadeira e ns dois samos da sala. Quando estvamos no meio do corredor, Christopher para e coloca a mo na cabea... Christopher: Esqueci de pegar um cd da Any que tava na minha mochila. Pera que eu volto j! Dulce: Mas precisa pegar agora? Christopher: ...aham... Eu percebi que ele tinha ficado um pouco nervoso e j imaginei o que ele ia fazer na sala. E era a oportunidade perfeita para pegar o meu admirador no flagra... Dulce: Tudo bem, pode ir. Eu prometo que no vou sair daqui. Ele sorriu e foi para a sala. Eu esperei ele entrar para segui-lo, mas no andei nem dois passos e escutei algum me chamando... ***: Dul! X__X 077 Fugir dela tinha sido mais fcil do que eu pensava. Precisava colocar mais um envelope em sua mochila, antes que ela visse. Havia escrito um outro poema pra ela ontem e queria que Dulce visse logo. Peguei o envelope da minha mochila, olhei para um lado, olhei para o outro e vi que no tinha ningum. O coloquei rapidamente l e, quando ia saindo da sala, trombei com Nicholas... Nicholas: Eu te vi mexendo na bolsa da Dulce, ou foi s impresso minha? Eu congelei e fiquei sem saber o que dizer... Nicholas: Quem diria, hein? Filho de uma pessoa importante como o seu pai, roubando coisas na escola. Isso porque voc diz que Dulce sua amiga, imagina se no fosse. Christopher: Eu no estava roubando nada! No fale o que voc no sabe! Nicholas: Ah ? Ento por que voc estava mexendo nas coisas dela? Christopher: Isso no da sua conta, seu imbecil! Nicholas: No se atreva a me chamar de imbecil! Eu sou amigo de Dulce e o meu dever proteg-la! Christopher: Perdo, mas voc chegou tarde, amigo! Dulce j tem o heri dela e garanto que no voc! Eu sa da sala, sem dar ateno pra ele, mas tendo a plena certeza de que ele estava furioso comigo... X__X
Maite havia parado pra me pedir a matria de histria e eu quase pulei no seu pescoo... Dulce: Tudo bem, depois da aula pode deixar que eu te empresto meu caderno. Maite: Muito obrigada Dul, voc um anjo. Agora deixa eu ir pra sala, que a minha mochila j est pesando aqui. Dulce: Ok, vai l. Quando ela estava saindo, Christopher veio em minha direo, mas eu no vi o cd em suas mos... Dulce: U! Voc no ia pegar o cd? Christopher: Pois , mas eu acabei de perceber que o esqueci em casa. Amanh entrego pra ela. Eu no falei mais nada, fingindo acreditar na sua mentira deslavada. Percebi tambm que Nicholas saa de l e olhava pra gente de uma forma estranha. Mas resolvi deixar isso pra l, vai ver era s uma impresso minha. Quando ns voltamos pra sala, achei o envelope na minha mochila, como j esperava. Mas decidi abrir s depois do almoo, quando me afastei de todos e sentei sozinha num banco. Abri o envelope e comecei a ler lentamente o seu contedo... Hoje, parei para observar o cu e encontrei voc. Encontrei com o seu olhar ao ver as estrelas que brilhavam para mim. Encontrei o seu lindo sorriso, ao ver a lua minguante sorrindo para mim. Aonde quer que eu olhe, l est voc. Porque vejo o seu rosto em todas as partes. Te tenho to dentro de mim que me acompanha aonde quer que eu v. Mas ainda no s minha de verdade. O que posso fazer para que me ame como eu te amo? Por que em verdade te digo...te amo. Ass: Calcvu Assim que acabei de ler aquele lindo poema, soltei um largo suspiro. Cada vez tinha mais certeza de que era ele que escrevia essas coisas pra mim. Quem mais poderia ser, verdade? Ainda estava suspirando, quando Nicholas se aproxima de repente e se senta do meu lado... Nicholas: Est suspirando por qu? Por causa do seu admirador secreto? Dulce: Sim, recebi mais um envelope hoje. Nicholas: Entendo...ento, j descobriu quem ele? Creio que voc j tem pistas demais. Dulce: Sim, acho que sei quem . Nicholas: E...quem ? Dulce: Christopher, no? Quem mais poderia ser? Nicholas se levantou bruscamente e eu me assustei... Dulce: O que houve? Nicholas: No, no, isso no est certo! Dulce: O que no est certo, Nicholas? Juro que no entendo nada! Nicholas: Christopher no o seu admirador secreto! Voc est enganada! Dulce: No ? Eu estava confusa com tudo aquilo e ainda no entendia a sua reao... Dulce: Voc sabe quem ele ? Nicholas: Sim, eu sei! O seu admirador secreto sou eu! X__X 078
Dulce havia sado igual um foguete da sala e nem me esperou pra almoar com ela. No entendi essa atitude sua...ser que eu havia feito algo? Creio que no, pois o colar que havia dado pra ela estava em seu pescoo. Resolvi procur-la no refeitrio, mas ela tambm no estava. Vi que Any estava sentada, conversando com uma garota e fui falar com ela... Christopher: Any, voc sabe se a Dul passou por aqui? Any: Bom...se passou eu no vi. Mas por que eu tenho que saber? No voc que estuda com ela? Christopher: Eu sei, mas ela saiu correndo da sala assim que bateu o sinal e eu nem pude falar com ela. Any: O que voc fez dessa vez, Uckermann? Christopher: O que? Como assim, o que eu fiz? Any: sempre que Dulce sai assim porque voc fez alguma coisa. Christopher: Nem sempre, viu? Dessa vez eu juro que no fiz nada. Bom, pelo menos eu acho. Any: Sei...e o que voc est fazendo parado a, homem?! V atrs dela e v logo o que ela tem. Christopher: Mas eu no sei onde procur-la! Any esse colgio enorme, ela pode estar em qualquer lugar! Any: Voc tem trinta minutos pra ach-la e sei que vai conseguir. Voc a conhece melhor do que eu, ento pense nos lugares que ela pode estar e procure. Christopher: Ok, voc tem, razo. Brigado Any. Eu dei um beijo no rosto da minha amiga e sa do refeitrio. Parei em frente ao ptio do colgio e olhei tudo ao redor. Meu Deus, por onde eu comeo a procur-la? X__X Dulce: O que? No, isso no verdade! Eu no estava entendendo mais nada. Tudo me dizia que era Christopher quem me mandava esses envelopes e agora Nicholas est dizendo que ele? Tem alguma coisa errada... Nicholas: verdade sim, Dulce. Dulce: Mas...como? quando eu comecei a receber esses bilhetes, voc no era da minha sala. Como fazia para coloc-los na minha mochila? Nicholas: Mesmo no sendo da sua sala, eu j gostava de voc. E muito. Queria me aproximar de alguma maneira e no sabia como. Ainda mais depois que voc e Christopher viraram amigos, eu vi minhas chances diminurem. Ento, um dia resolvi tomar uma atitude. Puxei conversa com Maite, pois sabia que ela falava contigo e perguntei algumas coisas pra ela. Ela me disse que voc gostava de filosofia e essas coisas, por isso que eu comecei a te mandar frases de pensadores e filsofos. Antes eu tirava essas frases da internet, mas depois resolvi escrever algo para voc do meu prprio punho. Foi a ento que comearam os poemas. Eu ainda estava bastante confusa. Ser que ele estava dizendo a verdade? Digo...pra que ele iria mentir? Dulce: No sei...as coisas ainda no fazem sentido. Tenho algumas perguntas... Nicholas: Pode perguntar o que quiser. Estou aqui para tirar todas as suas dvidas. Dulce: Ok...ento v explicando o que quer dizer Calcvu. Ele respirou fundo e me olhou diretamente nos olhos... Nicholas: um apelido carinhoso, que s minha famlia conhece. Meu irmo menor quando era criana no conseguia falar meu nome e s falava Calcvu. E o apelido acabou ficando. Eu franzi o cenho, tentando acreditar naquilo tudo... Dulce: Ta...digamos que eu acredite em voc. No sabia que gostava de escrever poesias.
Nicholas: Pois ...esse o efeito que voc causa nas pessoas. At poemas pra voc eu escrevo. Voc mudou a minha vida, Dulce. Eu te amo! Eu fiquei assustada com aquela revelao, pois no imaginava que ele gostava tanto de mim assim. Mas ser que ele me amava mesmo? Dulce: Tem certeza de que me ama? Nicholas: Mas claro que tenho! Como voc pode duvidar disso, depois de todos os envelopes e poemas que te escrevi? Dulce: No me leve a mal, mas...as pessoas hoje em dia dizem eu te amo com a mesma facilidade que dizem bom dia. E s vezes isso falso. Nicholas: Eu ainda no acredito que voc est duvidando dos meus sentimentos. Dulce: No isso. No duvido que voc goste de mim. Mas amar...amar outra coisa. Nicholas: Eu te amo, Dulce. Deixa eu te provar isso? Ele pegou em meu queixo e aproximou o seu rosto do meu. Sabia que ele ia me beijar, mas no sabia se ia correspond-lo ou no. Finalmente havia descoberto quem era meu admirador secreto, mas isso no causou o efeito que eu esperava. Eu pensava estar apaixonada pela pessoa que me escrevia essas coisas, mas ao descobrir que Nicholas era o autor delas havia me deixado...frustrada. Isso! Frustrada. No sei, a magia acabou. Pra falar a verdade, queria mesmo que fosse Christopher. Parei de pensar quando senti sua boca encontrando com a minha. Nicholas comeou a me beijar lentamente e eu abri minha boca, fazendo com que nossas lnguas se encontrassem. O beijo estava bom, mas faltava algo. No sei explicar exatamente o que era, mas sentia que aquilo ali no estava completo. Onde estava o frio na barriga que sentia quando beijava Christopher? Onde estava os sinos que apenas eu escutava tocar e a vontade de me perder em sua boca para sempre? Onde estavam aqueles lbios macios e quentes que faziam com que eu perdesse o total controle sobre mim e agir somente impulsionada pela paixo? Onde estava aquela lngua que se encaixava perfeitamente com a minha e que fazia com que eu quisesse continuar tocando-a sempre? Onde estava finalmente tudo o que eu sentia quando beijava Christopher? X__X 079 Eu a procurava por toda a escola, mas ainda no a tinha encontrado. Onde Dulce havia se metido? E por que esse colgio tinha que ser to grande tambm? J havia procurado por todo o canto e nada! Encontrei Christian no meio do caminho e resolvi perguntar pra ele, de repente, ele sabia de algo... Christopher: Christian, Voc viu Dulce por a? Estou tentando encontr-la h muito tempo, mas esse colgio enorme e eu no a acho. Christian: Sim, h vi faz uns dez minutos. Ela passou por mim correndo e foi em direo sala de vdeo. No sei o que ela foi fazer l, mas enfim... Claro! Como eu poderia ter esquecido? O mesmo lugar onde eu havia dado o cordo pra ela e o mesmo lugar que ela tinha me dado um selinho, no dia do amor e da amizade. Sorri que nem um bobo ao lembrar daquele dia e Christian percebeu... Christian: Que sorriso besta esse? Christopher: H? Ah, nada no. Enfim, obrigado por me dizer. Eu j ia saindo, quando Christian me chama outra vez... Christopher: O que foi? Christian: No sei se do seu interesse, mas...um pouco depois que ela passou por mim, vi Nicholas seguindo o mesmo caminho que ela. Espero ter ajudado.
Eu pisquei confuso, enquanto Christian ia embora. O que esse garoto queria dessa vez? Sa correndo em direo sala de vdeo e, quando cheguei l, meu corao disparou. A vi sentada num banco com Nicholas, e os dois estavam se beijando. E no era apenas um beijinho, era um dos beijos que costumvamos dar. Eu senti imediatamente o cho faltar sobre os meus ps e uma dor aguda atravessou o meu acelerado corao. Ento era isso? Dulce estava apaixonada por ele e estava me fazendo de palhao? Eu no podia acreditar. No podia acreditar mesmo. Um filme passou pela minha cabea e eu me lembrei de todos os meus momentos com ela. Primeiramente, do beijo na piscina. At hoje posso sentir suas pernas entrelaadas em minha cintura, enquanto ela me beijava apaixonadamente. Era tudo mentira? O selinho que ela havia me dado no dia do amor e da amizade, o beijo no dia que ela havia me contado os fantasmas do passado...eram tudo mentira tambm? Todas as vezes que ela me sorriu...todos os olhares que trocamos...a forma que ela reagiu quando eu a provoquei, beijando seu pescoo...no podia ser mentira! Ou poderia? As lgrimas quentes rolavam pelo meu rosto, enquanto uma grande ira crescia dentro de mim. Deus, eu estava chorando por uma mulher! Chorando porque meu corao estava partido em mil pedaos, porque estava destroado! Sei que Dulce no obrigada a me amar, mas...eu pensei que estava to perto! E agora sinto que dei cem passos pra trs. Esse sentimento era cruel, te matava por dentro, fazia com que voc quisesse desaparecer ali mesmo, para no presenciar tal cena. Sem poder mais continuar olhando para aqueles dois, sa dali e fui correndo para o banheiro. L, lavei meu rosto e limpei as minhas lgrimas. No ia deixar que todos me vissem chorando por causa dela. No ia deixar que ela destrusse meu corao assim. Hoje, ela pode aproveitar o tempo que quiser com o seu prncipe encantado. Mas amanh...amanh teremos uma conversa bastante sria... X__X Eu j estava enjoando daquele longo beijo e me afastei assim que pude. Nicholas olhou em meus olhos e passou a mo pelo meu rosto... Nicholas: Ento, linda? Est convencida de que ns podemos dar certo? Dulce: Voc...voc est me pedindo em namoro? Nicholas: Digamos que sim...diz que aceita, por favor. Eu respirei fundo tentando achar alguma soluo pra tudo isso. Mas naquele momento, eu estava to confusa que nem conseguia pensar em nada... Dulce: Eu acho que eu no posso te responder isso agora. Tenho que pensar. Nicholas: Mas pensar pra que? Se eu te amo e sei que voc tambm gosta de mim! Dulce: Sim gosto, mas apenas como um amigo. No sei se poderia te ver com outros olhos. Nicholas: Tudo bem, eu entendo. S no demore muito, ok? J esperei tempo demais por voc. O sinal bateu e eu me levantei... Dulce: Ok, mas agora eu tenho que ir, minha aula j vai comear. At, Nicholas. Nicholas: At, meu amor. Meu amor? Isso estava muito estranho. Resolvi deixar isso pra l e fui at minha sala. Tentei achar Christopher em algum lugar para explicar o meu desaparecimento, mas ele havia sumido. Nem na aula de filosofia ele foi. E, quando sa, o treino havia acabado e ele j tinha ido embora. Alguma coisa estava estranha...apenas no sabia o que era... X__X 080
Eu havia decidido que no ia chorar por ela. No mais. Quando fui dormir, a cena do beijo ainda estava na minha cabea. Tentava esquec-la, mas era inevitvel. Segurei tanto o meu choro que fiquei at com dor de garganta. No dia seguinte, assim que chego na escola, ouo sua voz atrs de mim... Dulce: Chris! Eu a ignorei e segui andando. Dulce pegou em meu brao e me obrigou a olhar pra ela... Dulce: Chris! Eu te chamei, no me ouviu? Christopher: Ouvi, mas no queria falar contigo. Eu voltei a andar e, sem demora, Dulce parou na minha frente, impedindo minha passagem... Dulce: Eu fiz alguma coisa? Christopher: Depois a gente conversa Dulce, vamos para a sala. Dulce: No, espera! Voc est super estranho comigo. Se eu fiz algo que no te agradou, diga logo, eu quero saber! Christopher: J disse que depois a gente conversa. Me encontre na frente do colgio, depois do treino. Dulce: Mas Chris, eu... Christopher: QUE DROGA DULCE, SAIA DA MINHA FRENTE! Ela calou a boca e eu pude jurar que vi lgrimas em seus olhos. Se fosse em outro momento, poderia estar me martirizando por ter sido um grosso, mas agora...agora ela merecia tudo o que eu estava fazendo... X__X Eu juro que no estava entendendo nada. Por que ele estaria me tratando assim? Fiquei to magoada que, depois que ele saiu, deixei que algumas lgrimas rolassem pelo meu rosto. Queria saber de uma vez por todas o que eu tinha feito, pois daria um jeito de consertar de qualquer maneira. Fiquei um pouco l fora ainda, tomando coragem para entrar na sala. Passei o dia todo cabisbaixa, sem querer prestar ateno na aula, apenas com a cabea abaixada, tentando ao mximo segurar as lgrimas. Me sentia muito mal, no queria que ele tivesse com raiva de mim, seja por qualquer motivo. Ele novamente no foi aula de filosofia e eu tive certeza que era por minha causa. Quando finalmente acabou todas as minhas aulas, eu corri para fora do colgio e o encontrei l, sentado na escada. Parece que dessa vez ele saiu mais cedo... Dulce: Pode me explicar agora o motivo desse comportamento? Christopher se levantou e olhou pra mim de um jeito que parecia estar com nojo... Christopher: Vamos conversar em outro lugar, aqui no. Eu assenti e, como ltima tentativa, tentei pegar em sua mo para que fssemos de mos dadas, mas ele imediatamente recuou. Eu abaixei a cabea e deixei que ele me levasse aonde quisesse. Chegamos numa praa vazia, onde s tinham dois velhinhos jogando dama em uma mesa. Christopher deixou a mochila em cima de um banco e eu fiz o mesmo... Dulce: Por favor Chris, fale logo! Essa angstia est me matando... Ele riu sarcasticamente e cruzou os braos... Christopher: Ah ? Te matando? Poxa, que pena. Dulce: No fale assim, por favor...isso machuca muito. Christopher: Aposto que o seu corao no est doendo mais do que o meu ontem, depois
daquela cena... Meu corao disparou dentro do peito nesse momento. No era possvel! Ser que ele... Dulce: O que...o que voc viu? Christopher: Bom, caso voc no lembre, pode deixar que eu refresco a sua memria. Pelo que me conste, ontem na hora do almoo, voc estava muito empolgada beijando aquele marginal, no ? O que voc pensa que est fazendo Dulce? Acha bonito jogar com as pessoas como voc est fazendo? Eu sabia que era isso. Sem poder me conter mais, comecei a chorar, pois eu juro que a ltima coisa que eu queria nessa mundo, que ele presenciasse essa cena... Dulce: No Christopher, espera! As coisas no so como voc pensa! Christopher: Ah no? No seja hipcrita, Dulce! Eu sei o que eu vi ontem! E no venha com essas lgrimas de crocodilo, porque dessa vez elas no vo colar! Eu comecei a chorar mais ainda, machucada por suas palavras. Sei que o tinha machucado com o beijo e tudo, mas ele estava fazendo pior, pois queria me machucar de propsito, enquanto eu nunca podia imaginar que ele pudesse ver aquilo... Dulce: Para com isso, por favor! No fale assim comigo, Christopher! Me deixe explicar! Christopher: E voc vai me explicar o que? Vai contar mais mentiras e me iludir cada vez mais? Vai continuar cheia de sorrisos e olhares para mim enquanto beija outra pelas minhas costas? Se voc for falar isso, eu no quero ouvir! J estou cansado de suas mentiras, Dulce, cansado! Eu vi lgrimas rolando do seu rosto e me senti pior ainda, ao perceber que isso o machucava tanto. Sem saber o que dizer, apenas abaixei a cabea e sussurrei... Dulce: Eu sinto muito... X__X 081 Eu estava segurando as lgrimas o tempo todo, mas chegou um momento em que eu no pude agentar. Dulce chorava junto comigo e eu no sabia se acreditava naquele choro ou no... Christopher: Voc sente? Eu tambm sinto, sabe? Sinto por ter me apaixonado por voc desde a primeira vez que te beijei. Porque foi naquele momento em que eu te entreguei meu corao e voc pisou em cima dele. Dulce comeou a chorar mais ainda e eu me perguntei se estava exagerando nas palavras... Dulce: J CHEGA, OK? VOC J DISSE TUDO O QUE EU QUERIA E FEZ COM QUE EU ME SENTISSE UM LIXO! AGORA QUEM VAI FALAR SOU EU! Ela chorava compulsivamente e eu me assustei com a sua reao. Sem poder dizer mais nada, apenas fiquei quieto e deixei que ela falasse... Dulce: O que voc quer de mim, Christopher? Que corra at seus braos e diga que te amo, quando nem eu mesma sei do que sinto? Que seja realmente hipcrita e finja um amor que ainda no existe? Christopher: No...quero apenas que voc seja sincera comigo. Dulce: Eu sou sincera! Uma vez te disse que no sabia como reagiria se descobrisse quem era meu admirador secreto, pois sentia algo por ele. E quando descobri que Nicholas era meu admirador, eu fiquei confusa e...
Christopher: Pera, Dulce...o que voc disse? Dulce: Que fiquei confusa, quando descobri que Nicholas era meu admirador... De repente minhas lgrimas cessaram e eu arregalei os olhos... Christopher: Mas...de onde voc tirou que ele o seu admirador? Dulce: Bom...ele mesmo me disse. E eu no soube o que pensar na hora e deixei ele me beijar, mas... Christopher: No Dulce, espera! H algo errado nisso tudo! Dulce: No Chris, no h! Quando Nicholas disse que era meu admirador, eu... Christopher: Dulce, deixa eu falar dessa vez e para de chorar! Eu a segurei pelos ombros e ela me olhou assustada... Christopher: Entenda de uma vez por todas! Nicholas no o seu admirador secreto, ele no o Calcvu! Dulce: No? Mas...como que voc pode ter tanta certeza? Eu ri, pensando que j estava mais do que na hora de Dulce saber certas coisas e a olhei diretamente nos olhos... Christopher: Eu sei porque...eu sou seu admirador secreto, Dulce. Eu sou o Calcvu... X__X Eu havia ficado sem palavras. Christopher havia me dito aquilo com tanta sinceridade que foi impossvel no acreditar... Dulce: Voc? Ele sorriu e passou a mo sutilmente pelo meu rosto. Aonde estava o Christopher frio e grosso de agora h pouco? Sinceramente, eu no quero nem saber... Christopher: Sim Dul, sou eu. Nicholas mentiu pra voc. Eu tentei falar algo, mas as palavras no saiam de jeito nenhum... Christopher: Deixa eu s te fazer uma pergunta...voc s deixou ser beijada porque pensou que ele fosse seu admirador secreto? Dulce: Sim...ele foi to convincente...mas, por que ele tinha que mentir? Christopher: Como, por que? Porque ele te quer Dulce, assim como eu. Mas a diferena que eu jogo limpo e ele no. Falar nisso...o que ele disse pra te convencer? Como ele explicou o que era Calcvu? Dulce: Ele me disse que era um apelido que sua famlia o chamava. Christopher: Nossa, que ridculo. E como ele fez pra explicar os envelopes dentro da sua mochila, mesmo antes de ser da nossa sala? Dulce: Segundo ele, sempre gostou de mim e queria arranjar um jeito de se aproximar. Ele disse que pegou as frases na internet e depois comeou com os poemas. Perguntou a Maite sobre os meus gostos e comeou a colocar os envelopes na minha mochila. S no explicou como. Ele riu mais um pouco e eu me senti ridcula... Christopher: Eu tenho explicaes bem melhores. Primeiro...como sou da sua sala, colocava os envelopes dentro da sua mochila, cada vez que voc saa da sala ou algo do tipo. Segundo...no perguntei a ningum sobre os seus gostos, com o convvio contigo, j sabia o que te agradava. Terceiro...as frases no foram tiradas da internet e sim de um livro de pensadores e filsofos que encontrei na biblioteca. Se lembra daquela vez que voc me pegou l com um grande livro na mo e eu no deixei voc v-lo de jeito nenhum?
Dulce: Sim, claro que me lembro... Christopher: Pois ento...estava preparando mais um dos bilhetes para voc. Eu abaixei a cabea envergonhada, mas ele colocou o dedo no meu queixo, fazendo com que eu o encarasse... Christopher: E por ltimo...Calcvu no nenhum apelido de famlia, pelo amor de Deus! Calcvu quer dizer Christopher Alexander Luis Cassillas Von Uckermann...meu nome completo. Por isso que eu no queria dizer meu nome todo pra voc naquele dia em sua casa, pois fiquei com medo que descobrisse tudo. Aqui est a prova. Ele tirou a carteira de identidade do bolso e colocou em minha mo. Eu me sentei no banco, sem poder continuar me mantendo de p. Olhei para sua carteira, mas nem reparei no nome, pois estava me perguntando como ele conseguia ser bonito at em foto 3X4... Dulce: Estou me sentindo uma idiota no momento. Sempre disse que era inteligente e no sei o que, mas ca no conto de um homem. Ele se ajoelhou na minha frente e apoiou suas mos em minhas pernas... Christopher: Voc no a primeira nem a ltima mulher a ser enganada por um homem, Dul. Nicholas um canalha e eu j sabia disso h muito tempo. Dulce: Tem razo. Amanh eu vou ter uma conversa bem sria com ele e vou mand-lo pro inferno! Christopher: Voc no sabe o quanto estou feliz por ter sido apenas isso o motivo daquele beijo. Pensei que estava apaixonada por ele... Eu ri e passei a mo carinhosamente pelo seu rosto, tentando resgatar a pouca intimidade de antes... Dulce: Eu cheguei a desconfiar que era voc sabia? No sei se voc percebeu, mas eu andei jogando umas indiretas. Tenho que confessar que quando Nicholas me disse que ele que era o Calcvu, fiquei bastante frustrada, pois queria que fosse mesmo voc. Ele me olhou com os olhos brilhando e abriu aquele lindo sorriso que eu amava... Christopher: Srio? Ento fique feliz em saber que o seu admirador secreto est bem na sua frente e te amando tanto quanto antes. Dulce: Eu fico muito feliz em saber disso. Christopher apoiou a cabea em meu colo e entrelaou minha cintura com seus braos. Amando aquilo tudo, apoiei meu queixo nele e comecei a acariciar seus cabelos. Meu corao batia acelerado dentro do peito e queria que ele nunca mais se afastasse de mim. Mas Christopher levantou o olhar, olhando em meus olhos e perguntou com sua voz rouca... Christopher: Dul...me perdoa por tudo que fiz e falei? X___X 082 Eu meio que j sabia sua resposta, mas no custava nada perguntar, certo? Dulce: Perdo sim, porque gosto muito de voc. Mas voc tem que parar com isso Chris! Christopher: Parar com o que? Dulce: Voc quando est com cimes, perde o controle! Ao invs de vir esclarecer qualquer coisa comigo primeiro, voc prefere me acusar com palavras brutas, que partem meu corao em mil pedaos. E de verdade, isso me magoa muito.
Eu fiquei sem saber o que dizer por um momento. Era verdade que eu no conseguia me controlar e me doa saber que a machucava... Christopher: Desculpe, Dul. Prometo que evitarei ao mximo meus ataques de cimes. E prometo que tambm conversarei contigo antes de tirar concluses precipitadas. Tudo bem? Ela sorriu e passou a sua mo carinhosamente pelo meu rosto... Dulce: Ok. Espero que voc cumpra sua promessa... Christopher: Eu vou cumprir, voc vai ver. Eu me levantei do cho, limpando meus joelhos que estavam com um pouco de terra e ajudei Dulce a se levantar tambm. Ainda segurava em sua mo quando Dulce e eu ficamos nos olhando por um bom tempo, frente a frente, como se quisssemos dizer algo com o olhar. Acariciei seus dedos lentamente, enquanto ela aproximava seu corpo do meu, como se estivssemos sendo atrados por um im invisvel. Eu comecei a sentir que o ar me faltava, quando com a outra mo, Dulce comea a passar os dedos sob os meus lbios. Ela fechou os olhos e eu acabei fazendo o mesmo, desejando ardentemente por um beijo que no podia acontecer. No nesse momento, pois eu ainda tinha que passar da terceira etapa da aposta. Mas nesse momento, sinceramente, eu no estava dando a mnima pra isso. S queria sentir seus lbios junto aos meus novamente e me esquecer do mundo minha volta... Dulce: Eu s queria saber...s queria saber porque nenhuma boca como a sua...beijar voc to diferente de beijar Nicholas. No senti nem metade do que eu sinto com voc, quando estava com ele. Christopher: Voc quer voltar a sentir essas coisas? Eu posso fazer voc senti-las agora, independente de qualquer aposta; pra falar a verdade eu tambm quero senti-las. E ento Dulce, aceita? Eu abri os olhos por um momento para ver a sua reao, mas ela continuava com os olhos fechados. Dulce respirou fundo e sussurrou... Dulce: Sim, Christopher. Me faa sentir isso de novo, por favor... X__X Eu no sei aonde estava com a cabea. Pra falar a verdade, nem queria saber. Estava to imersa nesse sentimento avassalador, que fazia com que meu corao disparasse, que no momento no queria saber de nada. Somente queria tocar em seus lbios e sentir as borboletas voando dentro do meu estmago e aquele arrepio que ia da cabea aos ps. Christopher soltou a mo que ainda estava segurando, passou os dois braos ao redor da minha cintura, e atraiu mais ainda meu corpo junto ao seu, fazendo com que nossos corpos ficassem completamente colados. Aquela espera toda estava me matando e eu resolvi tomar uma atitude logo. Passei meus braos ao redor do seu pescoo e toquei seus lbios. Deus, ningum sabe o quanto eu ansiava por esse contato novamente. Abri minha boca propositalmente, para que a lngua de Christopher tivesse passe livre. E assim o fez. Quando nossas lnguas se encontraram, senti que o mundo todo minha volta tinha desaparecido. Aquele arrepio engraado e as doces ccegas no estmago estavam l, fazendo com que eu me perdesse completamente. O calor de seu corpo, suas mos deslizando por minhas costas, tudo isso me fazia sentir coisas inexplicveis. Como das outras vezes, eu no queria parar nunca aquele beijo,que ia ficando cada vez mais intenso, mais desesperado. Tudo estava perfeito e eu queria que continussemos assim por longos minutos, mas Christopher e eu escutamos assovios e palmas e paramos de nos beijar subitamente, para ver da onde vinha esse som... ****: Como o amor lindo!
Eu e Christopher nos olhamos assustados, ao vermos os velhinhos que estavam jogando dama na praa assistirem toda a cena... Velho: Isso mesmo jovens, essa idade pra aproveitar. Velho: Tem razo. Nada de brigas, ok? Vocs formam um lindo casal. Faz lembrar eu e minha velha nos bons tempos. Ns nos encaramos e rimos constrangidos. Eu percebi que ainda estava completamente colada em seu corpo e me soltei rapidamente... Velho: Perdo, no queramos atrapalhar. Mas podem continuar se beijando, ns vamos fingir que no estamos vendo nada. Christopher e eu rimos e ele disse... Christopher: Muito obrigado pelos conselhos, mas acho que j est na hora de voltar para a casa, no Dulce? Eu encarei qualquer coisa e respondi gaguejando... Dulce: ... sim...aham. Velho: Vo com Deus jovens e lembrem-se! Sempre use proteo! Nesse momento, eu senti meu rosto inteiro queimar. Olhei pra Christopher que sorria sem graa e agradeceu aos simpticos velhinhos. Peguei minha mochila e sa andando na frente, tendo a plena conscincia de que ele estava em meu encalo... X__X 083 Dulce saiu correndo na minha frente, completamente constrangida por causa dos velhinhos. Seu rosto parecia um pimento e eu fiquei at com pena dela... Christopher: Espera Dul, anda mais devagar! Ela parou no meio da rua e abaixou a cabea, fazendo com que seu cabelo casse todo na cara. Eu me aproximei dela e levantei seu queixo, fazendo com que me encarasse... Christopher: No fique com vergonha, Dul. Eles s estavam brincando... Ela passou os braos ao redor do corpo, como se quisesse se proteger de algo, e me olhou... Dulce: Eu sei, mas...no s por isso que eu estou com vergonha. Sei l, a forma que eu agi, me atirando pra cima de voc...na hora eu no pensei, mas agora, ao lembrar do que aconteceu, fico extremamente envergonhada. No sei o que aconteceu comigo. Eu me aproximei dela e sussurrei em seu ouvido... Christopher: Eu sei o que houve. Voc apenas agiu movida pela paixo que sempre esteve a dentro, mas agora est querendo se libertar. Ela se afastou e me olhou assustada... Dulce: No, Christopher! Eu ainda no... Christopher: Ainda no me ama, sei disso. Mas no pode negar que sente uma atrao, ou talvez at uma certa paixo por mim. Porque, como voc mesmo disse, s comigo que voc
sente essas...coisas! Certo? Vi que Dulce ficou mais vermelha ainda e desviou o olhar... Dulce: ...vamos pra casa? J ficamos tempo demais na rua. Eu assenti e peguei em sua mo. Percebi que Dulce tinha ficado um pouco ruborizada e ri daquele jeito dela. Assim que chegamos em frente a sua casa, ela se virou para mim e respirou fundo... Dulce: Assim que bater o sinal do intervalo amanh eu vou falar com Nicholas. Vou acabar de uma vez por todas com a relao que um dia chamei de amizade. Por isso, no me espere para comer, pois acho que vou estar um pouco ocupada. Christopher: Eu espero mesmo que tudo isso acabe. E eu ainda estou com vontade de dar um jeito naquele cara. Juro que se pudesse, matava ele! Percebi que Dulce me olhava assustada e me arrependi por ter dito aquilo. Ser que tinha exagerado? X__X De verdade, tinha medo desses cimes de Christopher. No sei se ele pensava que eu era algum tipo de posse ou o que, mas ainda no estava acostumada com isso... Christopher: Perdo, eu...eu falei sem pensar. Dulce: Tudo bem, deixa pra l. S no faa nada que possa se arrepender depois, por favor. Ele sorriu pra mim e me deu um beijo no rosto, fazendo com que um sorriso inevitvel brotasse de meus lbios. Eu entrei em casa e fechei a porta, respirando fundo. Fechei os olhos e passei a mo pelos meus lbios, ainda lembrando do maravilhoso beijo que trocamos. Me dei conta que estava na sala e subi correndo para o meu quarto, antes que minha me pudesse ver algum tipo de comportamento estranho em mim. No dia seguinte, no deixei que Nicholas sentasse perto de mim. Fui sentar do lado de Christopher, quase no fundo e ele se surpreendeu com a minha atitude... Christopher: Dulce Maria no fundo? Juro que no acredito! Dulce: Aqui ainda no fundo e creio que posso suportar. O que eu no vou agentar a presena daquele maldito hipcrita. Prefiro mil vezes ficar aqui...posso? Christopher: E voc ainda pergunta! Mas claro! Christopher chegou a cadeira mais pro meu lado e eu ri. Percebi que Nicholas me olhava de longe, mas nem liguei. Continuei conversando com Christopher antes de comear a aula. Eu sorria de cada coisa que ele falava, enquanto ele fazia doces carinhos na minha mo. Ser que algum estaria percebendo algo? X__X 084 Dulce estava mudando aos poucos e eu estava amando tudo aquilo. Ela j me dava liberdade para acariciar seu rosto ou ficar mexendo em sua mo na frente das pessoas. s vezes percebia que ela no estava vontade ali. Sempre fica tensa quando algum professor notava sua mudana de lugar e a sala inteira comea a fofocar sobre isso. Vendo que ela j est bastante nervosa, sussurrei em seu ouvido... Christopher: A partir de amanh, vamos sentar l na frente, ok? Dulce: Chris, no precisa, eu... Christopher: Voc est muito desconfortvel aqui, se nota de longe. Vamos pra frente amanh, ok?
Ela sorriu timidamente e abaixou a cabea... Dulce: Obrigada. Dulce voltou a prestar ateno na aula e eu no conseguia tirar os meus olhos dela. Acho que agora, com ela sentando do meu lado, sua presena ser prejudicial para mim, pois acho que no conseguir parar de olh-la um minuto. Assim que acabou a aula, Dulce foi atrs de Nicholas. Enquanto eu guardava meu material, assistia a pequena conversa dos dois. Sem que eu esperasse, Nicholas saiu pela porta olhando de cara feia pra mim e Dulce se aproximou... Christopher: J falou com ele? Dulce: No! Apenas pedi que me esperasse no ptio, pois queria falar algo muito srio com ele. S vim te falar pra procurar a Any, pra no almoar sozinho. Christopher: E voc no vai comer nada? Dulce... Dulce: J sei, j sei! Depois eu vejo o que fao. Agora preciso esclarecer as coisas com ele. Me deseje sorte. Christopher: Boa sorte. Ela me deu um beijo no rosto e mordeu os lbios, tmida. Dulce saiu da sala, enquanto me sentei na cadeira, decidindo de ia espiar a conversa ou no... X__X Assim que cheguei no ptio, Nicholas me esperava sentado num banco. Assim que percebeu a minha presena se levantou e olhou pra mim... Nicholas: O que ele fez agora? Eu olhei pra ele sem entender nada, enquanto Nicholas no estava com uma cara muito boa... Dulce: O que voc disse? Nicholas: Isso mesmo que voc ouviu! O que Christopher fez dessa vez? Dulce: Christopher no fez nada! Do que voc ta falando? Nicholas: Voc est super estranha comigo e eu s posso pensar que culpa dele. E o que foi aquele showzinho particular na sala, hein? Pareciam j ntimos, como se fossem namorados! Foi completamente ridculo! Eu fiquei totalmente surpresa com o que ele estava dizendo e creio que Nicholas reparou... Nicholas: Voc tava pensando o que? Que ningum ia reparar no que vocs dois estavam fazendo? Olha Dulce, eu no quero ser enganado, ta bom? Voc ter que decidir se fica com ele ou se fica comigo... Eu no pude evitar soltar uma gargalhada e ele me olhou com clera... Nicholas: Do que voc ta rindo? Isso no tem graa nenhuma! Dulce: Ah, tem sim! E como tem! Como voc pode ser to cnico? Nicholas: Eu? Cnico? Voc brinca com os dois e depois a culpa cai sobre mim? Dulce: No se faa de inocente, Nicholas! Eu nem acredito que quase ferrei minha amizade com Christopher por sua culpa! Eu j sei de toda a verdade, no precisa continuar fingindo! Nicholas: Do que...do que voc ta falando? Dulce: No se faa de desentendido, voc sabe muito bem do que eu falo. J sei que voc mentiu descaradamente pra mim. J sei sobre tudo em relao ao meu admirador secreto e descobri que no voc! J sei de uma vez por todas quem o Calcvu... X__X
085 Juro que tentei ao mximo, mas no consegui. No pude resistir ao impulso de ir at l e ver tudo o que eles estavam falando. Precisava saber o que Dulce ia dizer, o que Nicholas ia responder e essas coisas. Meu estmago estava roncando, mas ele que esperasse mais um pouco. Sa correndo da sala e fui procur-los. Eles estavam num lugar afastados no ptio, onde as pessoas no poderiam ouvir a conversa, a no ser um interessado como eu. Me escondi atrs da parede onde eles estavam conversando e comecei a escutar atentamente o que eles diziam... Nicholas: No...isso no verdade! Ele est mentindo, Dul! Dulce: No, no est! Me mostrou prova mais concretas do que as suas! No acredito que voc pde mentir assim pra mim, seu estpido! Um sorriso surgiu em meus lbios, ao ver que ela estava se defendendo como devia. Apesar de Nicholas ser conhecido como uma pessoa bruta, ele parecia estar com medo da pequena ruiva na sua frente... Nicholas: Eu posso explicar tudo, Dulce! As coisas no so como voc est pensando! Dulce: Ah no? Ento me explica! Quando ia comear a ouvir o que Nicholas ia dizer, sinto um tapa bem forte no meu brao... Christopher: Any! Any: O que voc pensa que est fazendo escondido aqui desse jeito? Ela viu a briga que eu estava bisbilhotando e eu recebi outro tapa... Christopher: Ai! Isso di! Any: Mas pra doer mesmo! Desde quando voc fica ouvindo conversa dos outros, Christopher? Que falta de educao! Christopher: Eu sou o maior interessado no assunto, ok? Deixa eu ouvir mais um pouquinho! Any: Voc no vai ouvir nada, isso uma conversa privada! Se ela quiser, ela te conta depois! Christopher: , mas eu acho que ela no vai contar os detalhes. Any: Se Dulce no contar porque voc no precisa saber! Christopher: Deixa eu ficar s mais um minutinho Any, por favor! Quero ver o que esse safado vai falar! Any: O que ele fez? Aff, ningum me conta nada! Christopher: Depois eu te explico, agora cala a boca! Any ficou quieta e assim, eu pude escutar melhor com a conversa... Nicholas: Eu errei, eu sei! E peo desculpas por isso! Mas me d uma chance, Dulce, por favor! Eu fiz isso tudo porque estou completamente apaixonado por voc! Dulce: Apaixonado? isso que voc chama de paixo? Enganar a pessoa que gosta desse jeito? Perdo, mas acho que ns dois temos conceitos diferentes dessa palavra. Nicholas: Me perdoa, por favor! Eu sei que voc sente alguma coisa tambm! Aquele nosso beijo...foi maravilhoso! Vai dizer que tambm no achou? Dulce: Foi bom, mas nada alm disso. Tem uma pessoa que faz isso melhor que voc. Nicholas: Quem? Christopher? Quando ele disse meu nome, meu corao disparou. O que ser que Dulce ia dizer? Por favor, no me decepcione... Dulce: Sim, ele mesmo! Nicholas: Ento quer dizer que vocs esto mesmo de caso? Dulce: Ns no temos nada, ok? Ns beijamos algumas vezes e posso dizer que foi muito melhor que o seu beijo. Agora baixa a bola porque o nico sentimentos que eu tinha por voc
naquele momento era amizade. No pense que s porque eu retribu seu beijo, eu j sinto algo por voc! Naquele momento, um largo sorriso brotou em meus lbios e no saiu mais dali. Olhei pra Any que ria tambm e disse... Christopher: Eu ouvi certo, Any? Ouvi mesmo o que eu acho que eu ouvi? Any: Deixa de ser bobo, Christopher! Sim, ela disse isso mesmo! Acho que voc j ouviu o que queria certo? Vamos almoar e deixar Dulce em privacidade? Eu estava to feliz, que nem senti quando Any me puxou pelo brao, me tirando dali. Estava to feliz com Dulce agora que podia lhe dar mil beijos que ela tanto gostava... X__X Nicholas estava com muita raiva, isso se notava de longe. Tentava no demonstrar nenhum tipo de medo, mas estava alerta, caso ele fizesse alguma coisa... Nicholas: Muito obrigado por acabar de partir meu corao completamente. Voc me enganou com aquele beijo, me enganou quando disse que ia pensar se namoraria comigo e... Dulce: Eu te enganei? Nicholas, voc s pode ser louco! Voc me contou inmeras mentiras e eu ca no seu jogo que nem uma idiota! Nicholas: Mas diferente! Fiz o que fiz porque te queria a qualquer custo. Dulce: E da? Isso no te torna uma pessoa mais honesta. E se voc quer saber, eu no te enganei. Eu estava sentindo algo sim pelo meu admirador secreto e quando pensei que era voc, cogitei a possibilidade de termos algo. Mas ainda bem que descobri tudo antes, seno ia cometer o maior erro de minha vida. Nicholas: Ento...voc est apaixonada por Christopher certo? Meu corao deu um salto dentro do peito e eu arregalei os olhos... Dulce: Como? Nicholas: Agora tudo se encaixa. Voc acaba de dizer que sentia algo pelo seu admirador secreto, e tambm disse que j beijou Christopher algumas vezes. Hoje na sala, pareciam que namoravam h tempos, trocando ternas carcias. Me diga se eu estou enganado, Dulce. Eu comecei a gaguejar e nem sabia o real motivo de tanto nervosismo... Dulce: Est... sim. Christopher apenas uma pessoa que eu gosto muito, mas no estou apaixonada por ele. Nicholas: Talvez no...mas isso est muito perto de acontecer. Ainda mais do jeito que ele te persegue, ele vai acabar conseguindo o que eu quero, que voc. Dulce: Eu no sou um trofu para os dois ficarem disputando por mim, ok? E mesmo que Christopher consiga algo comigo, pelo menos eu sei que ele far isso da maneira mais honesta possvel, e no tentando me enganar, como voc fez. Nicholas ficou quieto. Tambm o que ele poderia dizer, certo? Ele sabia que estava completamente errado nessa histria toda e creio que no tinha mais argumentos... Dulce: Eu gostava de voc Nicholas, de verdade. Pensei que era diferente do que todas as pessoas diziam, mas agora percebo que elas no estavam muito enganadas ao seu respeito. Eu escutei o sinal bater e respirei fundo... Dulce: Acho que a nossa conversa termina por aqui. Tenho aula agora. Eu j ia saindo quando ele me chama outra vez. Cruzo os braos, enquanto esperava ele dizer alguma coisa. Parecia que a raiva agora havia passado e eu s via tristeza em seus olhos...
Nicholas: Eu...eu queria saber se a gente podia tentar de novo. Digo, pelo menos como amigos. Dulce: No sei se isso ser possvel, de verdade. A no ser que voc mude muito, mas tambm no acredito nisso. Se voc fizer por onde, talvez eu pense em resgatar a amizade que um dia tivemos. Passar bem, Nicholas... Eu me virei e sa andando, sem olhar pra trs. Bem l no fundo, eu me sentia um pouco mal, pois sei que havia dito coisas pesadas que o tinham machucado. Mas ele tinha me enganado e tudo que ouviu, foi por merecer. Agora s esquecer dessa historia toda e seguir em frente, como sempre fiz e fao... X__X 086 Eu estava indo para a aula de filosofia, quando encontro com Dulce no corredor. No conseguia tirar aquele sorriso bobo do rosto e, pelo visto, ela percebeu meu estado... Dulce: Que sorriso esse? Aconteceu alguma coisa que eu no sei? Christopher: Nada Dulce, apenas estou feliz, no posso? A vida bela, gatita. Eu toquei o seu nariz com o indicador e Dulce franziu o cenho, rindo... Dulce: Gatita? Chris, voc ta bem? Eu soltei uma gargalhada e tirei a mochila dela que estava em meu ombro... Christopher: Estou perfeitamente bem. Aqui est sua mochila. A peguei na sala, para te poupar trabalho. Ela pegou a mochila da minha mo e sorriu... Dulce: Ah, muito obrigada. Quero saber qual foi o passarinho verde que voc viu hoje. Christopher: No foi verde no, foi vermelho. E ele disse coisas maravilhosas. Dulce arqueou uma sobrancelha e eu acho que ela no tinha entendido a indireta... Dulce: Acho melhor irmos para a sala, antes que essa loucura toda seja contagiosa. Christopher: Espera! Como foi a conversa? Dulce: Ah...foi chato ter que falar certas coisas, mas ele merecia ouvir. Deixei bem claro que no queria nem amizade com ele, pelo menos por enquanto. Christopher: S isso? Dulce: Bom, foi o bsico. Ele assumiu que me enganou e tudo mais e eu o coloquei em seu devido lugar. Christopher: No h mais nada que voc queira me contar? Dulce: Acho que no...Christopher, o que est acontecendo? Srio, estou comeando a ficar preocupada. Christopher: Nada Dul, deixa. Vamos pra sala, ok? Eu passei meu brao ao redor de seus ombros e fomos juntos para a sala. Se Dulce no queria me contar a histria do beijo, tudo bem, era direito dela. Eu j sabia mesmo... X__X Christopher estava muito, mas muito estranho. No tirava aquele sorriso bobo do rosto, parecia estar em um mundo paralelo ao nosso. Eu resolvi ficar quieta, antes que fosse chamada de paranica, mas que algo estava diferente...ah, isso estava! Na aula de filosofia ento, as coisas pioraram. Como sempre, a professora fazia perguntas ao alunos valendo pequenos pontos. Mas toda vez que eu tentava responder algo, Christopher era
mais rpido e respondia na minha frente. Eu o olhava assustada, enquanto ele me lanava aquele sorriso zombeteiro. Eu no estava entendendo nada, de verdade. De onde ele tirou tanta informao? Ele sempre fora calado nas aulas de filosofia, no respondia a uma questo se quer. Eu at pensava que era por falta de conhecimento, mas agora vejo que estava completamente enganada. Assim que acabou a aula, eu fui esclarecer certas coisas com ele no corredor... Dulce: Voc tomou alguma coisa hoje? Christopher: De novo com isso, Dul? Dulce: Mas claro! Voc do nada comea a responder todas as perguntas da aula de filosofia e no quer que eu estranhe? Christopher: Viu como bom voc querer responder algo para ganhar ponto, mas algum nerd do seu lado no deixa? Eu abri a boca pra responder algo, mas no saiu nada. Afinal, o que estava acontecendo? Christopher: Estou estudando, por isso que acertei todas as perguntas hoje. Tambm tenho direito a certos pontinhos, certo? Voc j tem uma coleo mesmo... Eu cruzei os braos e fiquei emburrada. No sei por que, mas nesse exato momento eu estava me sentindo muito idiota... Dulce: Eu sempre respondi a todas as perguntas e gostava disso. E agora me sinto substituda. Ele se aproximou de mim e passou a mo pelo meu rosto, enquanto eu continuava enfadada... Christopher: No fique com raiva, ok? bom voc comear a perceber que no a nica pessoa inteligente no colgio. Deixe de ser um pouquinho arrogante e admita que h outras pessoas tambm querendo participar da aula. Dulce: Ento isso? Voc deu esse show todo por que queria que eu deixasse outras pessoas responderem? Christopher: Serviu pra isso tambm, mas no foi meu objetivo principal. Dulce: Ah no? Ento qual era o seu objetivo principal? Christopher: Fazer voc enxergar que eu posso ser inteligente e, de uma vez por todas, ficar comigo... X___X 087 Nesse momento, a cara de enfadada dela mudou para uma cara assustada. Dulce arregalou os olhos e descruzou os braos, comeando a gaguejar... Dulce: ...eu...eu... Christopher: No precisa dizer nada, Dul. O que eu disse a mais pura verdade. S queria que voc soubesse disso. Eu pisquei pra ela e me virei pra ir embora, mas sem demora, escuto sua voz me chamando... Dulce: Chris, espera! As coisas no so assim! Eu me virei de novo pra ela, enquanto Dulce me olhava com o rosto um pouco ruborizado... Dulce: Eu nunca te achei burro. Christopher: No minta, Dulce. Quantas vezes voc j disse que eu no tinha nada na cabea, etc, etc, etc? Ela sorriu sem graa pra mim e passou a mo pelo cabelo...
Dulce: Bom, verdade. Mas era porque eu no te conhecia direito e te julgava precipitadamente. Mas depois que achei o poema em seu caderno, a minha viso sobre voc mudou. Ningum pode fazer um poema daqueles e ser burro. Eu no fao. Me aproximei dela e olhei bem no fundo de seus olhos, tentando expressar com eles o que o meu corao sentia... Christopher: Fico feliz em saber que pensa assim agora. Mas creio que no fiz nada em vo. Queria te mostrar que posso ser to inteligente como voc, que estou sua altura. Dulce: Christopher...no precisava fazer isso por mim. E no voc sendo inteligente ou no que vai fazer com que eu fique contigo. H muitas coisas no caminho e... Christopher: Eu sei Dul, no precisa explicar. Acho que no fundo eu j imaginava que isso no ia adiantar muita coisa, mas decidi arriscar, pois no ia me custar nada, certo? Ela piscava sem parar e no emitia nenhum som. Provavelmente estava nervosa e no sabia o que dizer. Eu lhe dei um singelo beijo no rosto e me afastei... Christopher: Vou para o treino agora, ta bom? Se cuida... Ela apenas assentiu, enquanto eu me afastava, deixando-a sozinha no corredor. Dulce era imprevisvel. Antes, tudo que eu falava ela rebatia. Agora parecia perder a voz cada vez que eu falava dos meus sentimentos. Acho que as coisas estavam mudando e Nicholas ajudou indiretamente pra isso. Por falar nisso, tinha algo pendente com ele. Dulce j resolveu a sua situao com aquele estpido, mas eu no. E no ia deixar isso barato. No dia seguinte, fiquei esperando por ele na porta da escola. Esperei durante uns quinze minutos, at que ele chegou. Me coloquei eu sei caminho e ele trombou comigo... Nicholas: Voc est louco? Saia da minha frente! Ele tentou passar, mas novamente no deixei... Nicholas: O que voc quer, seu idiota?! Christopher: Esclarecer certas coisas com voc. Dulce j disse o que pensava, mas agora minha vez. Temos muito o que discutir... Ele me olhou com muita clera, mas eu no me intimidei, pois estava possudo por uma coragem que nem eu sabia que tinha... Nicholas: No temos que discutir nada! O que eu tinha pra resolver, resolvi com ela. Voc no tm nada a ver com a histria! Christopher: Mas claro que tenho! Voc usou o meu nome, se passou por mim e ainda acha que eu no tenho nada a ver? Srio, voc louco! Nicholas: Se voc acha isso, problema seu! Ele ia saindo outra vez, mas tornei a ficar na sua frente... Christopher: Eu ainda no acabei!! Nicholas: Mas eu j! Sem que eu esperasse, senti o punho de Nicholas acertar meu rosto, ao lado do lbio. Eu cambaleei um pouco, mas no ca. Uma raiva enorme cresceu dentro de mim e eu fui com tudo pra cima dele. Nicholas e eu camos rolando pelo cho e eu lhe dei um soco na barriga. Ouvia as pessoas gritando ao nosso redor, mas nem ligava. Estava to concentrado em fugir de seus golpes que, para mim, o mundo tinha desaparecido. Ele tentou me acertar outro soco na cara, mas eu desviei rapidamente. Eu nunca tinha participado de uma briga assim e, pra falar a verdade, estava assustado com a satisfao que estava sentindo ao brigar com aquele idiota... X__X
Eu estava me aproximando do colgio, quando vejo uma confuso em frente a ele. Vrias pessoas estavam reunidas e gritando. J sabia do que se tratava: de uma briga. Me aproximei para ver o que estava acontecendo e meu corao deu um salto dentro do peito, ao ver Christopher e Nicholas se atracando quase no meio da rua. E o mais incrvel, que ningum fazia nada para separar os dois. Com muita coragem, entrei no meio da roda e me aproximei cuidadosamente dos dois... Dulce: Christopher, deixa de ser idiota, para com isso! Eu batia em suas costas, pra ver se ele me dava ateno, mas nem parecia ter notado a minha presena. Nesse exato momento, Christian tambm se aproximou de mim e eu clamei por ajuda... Dulce: Me ajude a separ-los, antes que se matem! Eu tentei puxar Christopher pelo brao, mas ele era muito pesado. Christian puxou Nicholas e finalmente consegui puxar Christopher tambm. Mas ele estava possudo por uma raiva que eu jamais pensei que pudesse existir. Christopher se soltou do meu brao e partiu pra cima de Nicholas novamente, acertando-lhe um soco no nariz. Ele tentou revidar, mas Christian o segurava com fora. Eu fiquei assustada, quando vi o nariz dele sangrando e empurrei Christopher com toda a fora que tinha... Dulce: Voc ficou louco!? O que voc pensa que est fazendo, Christopher?? Olha o seu estado!! Christopher estava com a blusa um pouco rasgada, com os lbios um pouco cortados e o cabelo todo desarrumado... Christopher: ESSE IDIOTA TEVE O QUE MERECEU! Ele estava to vermelho e gritava tanto, que por um momento pensei que fosse bater em mim tambm... Nicholas: E EU VOU TE MATAR, SEU ESTPIDO! Christopher: ENTO PODE VIR! Christopher quis se aproximar dele novamente, mas eu o empurrei... Dulce: J CHEGA VOCS DOIS! OLHEM PARA VOCS! PARECEM DOIS MARGINAIS! ESSA BRIGA RIDCULA ACABA AQUI! VAMOS PRA SUA CASA, CHRISTOPHER! Eu o empurrei novamente, tentando afast-lo cada vez mais da briga. Christopher pegou sua mochila que estava no cho e saiu andando e bufando. Eu ia segu-lo, quando ouo Nicholas falando atrs de mim... Nicholas: Isso, vai atrs do seu amorzinho mesmo! Ele que comea a briga e voc ainda fica do lado dele. Vocs se merecem mesmo! Dulce: Sei que nos merecemos! por isso que estou com ele, no com voc. Eu fiquei com vontade de dar um tapa na cara dele, mas Nicholas j estava com hematomas suficientes. Resolvi dar meia volta, enquanto eu ouvia Nicholas me xingando de todas as formas possveis. Consegui alcanar Christopher que tinha sado em disparada na minha frente e lhe dei um belo tapa no ombro... X__X 088
Eu ainda estava com o sangue na cabea, me lembrando da briga, quando sinto meu ombro latejar por causa de um tapa forte... Christopher: Ei! Por que isso? Dulce: Pra voc aprender a no sair rolando que nem um pivete no meio da rua por causa de uma briga! No que voc estava pensando, Christopher? Nem parece que tua me te deu educao! Christopher: Eu tinha que resolver o meu assunto com ele! Dulce: E precisava usar a violncia pra isso? Christopher: Eu tentei conversar, mas ele que comeou me dando um soco! Bem feito tambm, quis brigar comigo e acabou todo machucado. Voc viu como ficou o rosto dele... Eu soltei uma risada bastante satisfeita e recebi outro tapa no ombro... Christopher: Ai! Tudo que eu no apanhei do Nicholas to apanhando de voc! O que foi agora? Dulce: Como voc consegue sentir orgulho de ter brigado que nem um animal, hein! Homens! Christopher: Eu gostei de bater nele sim porque me senti vingado por tudo que ele me fez. Voc j reparou que ele podia ter arruinado tudo o que eu levei meses pra conseguir? Ela ficou quieta e cruzou os braos, emburrada. O silncio prevaleceu entre ns e fomos andando em direo minha casa calados. Quando chegamos l, foi que eu me dei conta de algo... Christopher: Dul...por que viemos para a minha casa? Dulce: Como por que? Primeiro, que voc est parecendo um mendigo com esse aspecto e merece um banho. Segundo que eu tenho que cuidar desse corte. Olha como ta isso aqui! Ela tocou o canto dos meus lbios e eu soltei um gemido... Dulce: Viu! E depois ainda pergunta o que estamos fazendo aqui. Anda, abre logo essa porta! Eu arqueei uma sobrancelha e olhei pra ela... Christopher: Voc no acha que est parecendo minha me, no? Dulce: Voc me trata como se fosse meu pai todos os dias, com o negcio da comida e no sei o que. Acho que s vezes temos que trocar de lugar, no? Ns rimos ao mesmo tempo e eu peguei as chaves do bolso, abrindo a porta. Eu e Dulce subimos as escadas e fomos para o meu quarto... Dulce: Pega uma roupa, entra no banho e tira essa sujeira do corpo! Christopher: Sim senhora! Dulce: Sem deboches, ok? Vou l embaixo pegar as coisas para cuidar de voc. Tem pano, um pequeno balde, lcool e essas coisas na cozinha? Christopher: Tem sim, s fuxicar que voc acha. Dulce: Ok. Entra logo nesse banheiro antes que essa sujeira te afogue! Eu arregalei os olhos e Dulce saiu do quarto. Ela parecia uma sargenta falando assim, mas pra falar a verdade, eu estava encantado com esse seu jeito. Ainda rindo, peguei uma roupa limpa no armrio e entrei no banho. Fiquei l durante uns quinze minutos, tentando tirar toda aquela raiva e energia negativa de cima de mim. Quando acabei, coloquei a bermuda jeans que havia pegado e uma blusa branca. Passei bastante perfume, pois tinha a plena conscincia de que ela gostava. Assim que sa do banheiro, ela j estava com um pano na mo e um balde em cima da cadeira que tinha em meu quarto... Dulce: J est tudo pronto. Desinfetei o pano com lcool e o molhei na gua morna. Nunca cuidei de ningum, no sei se so os procedimentos certos, mas creio que voc no tenha muita opo agora.
Christopher: Eu no estou reclamando de nada, Dul. Sei que voc vai fazer um timo trabalho. Ela sorriu meio constrangida pra mim e eu se sentei na cama... Dulce: O corte nem to grande, creio que nem vai precisar de curativo. Acho que s uma compressa j resolve. Christopher: Tudo bem doutora, manda ver. Dulce se aproximou meio receosa de mim e eu a olhei intensamente. Se notava de longe que estava nervosa, mas eu no ia falar nada. Ainda meio receosa, Dulce tocou o pano em meus lbios, sem tirar seus olhos dos meus... X__X Eu passei lentamente o pano pelos seus lbios, tentando limpar o pequeno corte. Ele no tirava seus olhos dos meus e eu no conseguia me concentrar. De repente, sinto suas mos me aproximando um pouco mais pra perto dele, encaixando minhas pernas entre as suas. Ele no estava fazendo nada de mais, apenas entrelaou seus braos ao redor da minha cintura enquanto eu fiquei ali, limpando seu pequeno ferimento. Mas esse pequeno gesto j foi o suficiente para incendiar todo o meu corpo. Parei de limpar o corte e olhei em seus olhos. Eles brilhavam tanto que at contagiavam. Ficamos parados por um tempo, apenas nos encarando, perdidos novamente naquele momento. Acho que estvamos nos perdendo demais ultimamente. Joguei o pano na cama e comecei a passar a mo pelo seu cabelo, como gostava de fazer. Ele fechou os olhos, desfrutando das minhas carcias. Eu olhava sua boca, desejando toc-la. No fazia muito tempo desde nosso ltimo beijo, mas...eu queria beija-lo outra vez! como se ele tivesse um antdoto mgico, que fizesse desejar beijar sua boca cada vez mais. Sei que tinha o lance da aposta e tudo mais, em que s podamos nos beijar quando ele passasse das 3 etapas, mas no momento isso realmente no me importava. Colei a minha testa na sua e pude sentir sua respirao ofegante. Eu podia me arrepender disso depois, mas no momento eu precisava daquilo... Dulce: Me beija, Chris... Ele abriu os olhos e se afastou um pouco de mim, totalmente surpreso pelo meu pedido... Christopher: Voc...tem certeza disso? Eu mordi meus lbios, tentando no voltar atrs e assenti... Christopher: Se voc me beijar agora...eu terei passado da ltima etapa da aposta? Dulce: No...eu s quero que voc me beije. Uma vez voc disse que nunca recusaria um beijo meu. E espero que voc tenha dito a verdade. Ele sorriu daquele jeito que eu amava e me puxou novamente at ele. Christopher passou lentamente o polegar sobre o meu queixo e me deu um pequeno selinho. Depois outro...e mais outro. Eu abri os olhos e pude v-lo sorrido. Sem poder evitar, fiz o mesmo. Tentando no esconder minha decepo, pois queria um beijo de verdade, fui me afastando lentamente, porm ele no deixou. Sem que eu esperasse, Christopher me puxa rapidamente, fazendo meu corpo cair sobre o seu na cama. Nos olhamos por alguns instantes, at que ele segura meu rosto em suas mos e deposita um beijo apaixonado em meus lbios. Abro rapidamente minha boca, louca por um contato mais ntimo. Ele parecia saber tudo o que eu pensava, pois imediatamente sua lngua se encontra com a minha e elas se misturam de uma forma especial. Ele acariciava meus cabelos durante o beijo, enquanto as minhas mos apenas ficaram paradas em sua cintura. Pois no podiam se mover. Meu corpo todo estava assim. Eu no conseguia pensar, no conseguia fazer nada. Apenas movia minha boca no mesmo ritmo que a sua, enquanto sentia os plos do meu corpo arrepiados. Eu ainda queria saber que antdoto mgico Christopher tinha pra me deixar assim. Srio, ainda no conseguia achar uma definio exata pra descrever o que eu sentia quando o beijava assim. Eram sensaes cada vez mais novas, cada dia mais inesperadas, algo que eu j no conseguia mais controlar. Era algo bom,
mas ao mesmo tempo muito...estranho. sim, estranho. Porque a simples idia de ficar longe dele de qualquer maneira me deixava com um vazio inexplicvel dentro do peito... X__X 089 Eu nem podia acreditar que isso estava mesmo acontecendo. Meses atrs eu mal podia encostar em Dulce que ela j protestava. Hoje em dia, ela era que pedia pra ser beijada. Eu no fazia a mnima idia do que podia estar passando pela cabea dela, mas s sei que estava sendo muito bom pra mim. A beijava com calma, usufruindo de cada toque. Passava a lngua pelos seus lbios, deslizava minhas mos por suas costas, tocava seus cabelos, enquanto a sentia suspirar. Minha boca estava um pouco machucada e doa com certos movimentos, mas eu no estava nem ligando. No era todo dia que Dulce pedia para beij-la, mesmo que ultimamente isso esteja acontecendo com freqncia, mas eu no ia desperdiar essa chance. Sabe-se l quando eu poderei fazer isso outra vez. Eu envolvi meus dois braos ao redor de sua cintura, enquanto ela acariciava meus cabelos ternamente. Dei trs pequenos beijos molhados em seu queixo, mas logo voltei para a sua boca. Sentia que em breve meu corpo todo ia explodir com esse contato e eu provavelmente ficaria constrangido. Minha boca comeou a doer mais do que eu esperava e eu fui forado e me afastar. Dulce tinha o olhar confuso, como se tivesse tentando entender o que poderia ter acontecido, e eu logo tratei de explicar... Christopher: Perdo. Juro que tentei, mas minha boca estava doendo demais e... Dulce: Meu Deus, eu havia esquecido! Ela tentou se levantar, mas eu apertei meus braos que estavam abraando sua cintura e no a deixei sair... Christopher: No, fique assim mesmo, nessa posio. Dulce: Mas eu no posso! Eu tenho que terminar de cuidar desse ferimento a. Christopher: E no pode cuidar assim, em cima de mim? Eu peguei o pano que estava do nosso lado e entreguei pra ela... Christopher: Pronto, ta a. Agora s terminar o que estava fazendo. S no saia de cima de mim, por favor. Dulce: E...posso saber porque o senhor faz tanta questo de que eu fique assim? Ela arqueava a sobrancelha e eu tinha um sorriso zombeteiro nos lbios. Eu sorri pra ela e passei a mo pelo seu rosto... Christopher: Simplesmente porque estou com frio e seu corpo me esquenta. Dulce: Frio? Mas hoje a temperatura est boa, no est frio. Christopher: Ok, mas eu tenho presso baixa...sabe como ... Eu mordi os lbios, tentando acreditar na minha prpria mentira e Dulce comeou a rir... Dulce: Sei, sei...s vezes eu acho que voc esquece que eu sou inteligente o bastante para cair numa mentira dessas. Christopher: E...ser que eu posso usar meu charme pra te fazer acreditar numa mentira assim? Eu mordi de leve o seu queixo e Dulce arregalou os olhos... Dulce: O que est tentando fazer, Christopher?
Eu ignorei essa pergunta e fui subindo meus lbios, at encontrar novamente com os seus. Ela no protestou de nenhuma maneira, ao contrrio, passou a lngua pelo meus lbios, me excitando completamente. Eu fui abrir a boca pra beij-la com mais intensidade, mas senti uma dor aguda e foi impossvel continuar... Christopher: Eu desisto. Dulce: Viu? Bem feito! Isso que dar ficar cheio de fogo pra cima de mim. Christopher: Est tentando sair inocente desta situao, Dulce Maria? Pois, no me pareceu nada inocente a forma que voc passou a lngua pelos meus lbios... X__X Eu senti meu rosto todo enrubescer e as palavras me faltaram. Christopher ainda esperava por uma resposta minha e eu fiquei sem ao. O que eu ia dizer? Que perdia totalmente o controle sobre mim quando estava com ele? Que amava ser atrevida com ele s vezes e me sentia bem com isso? No, definitivamente eu no podia dizer isso... Dulce: Eu tenho que limpar isso aqui, Christopher, ento fecha a boca e no fala nada ta? Christopher: Muito esperta, senhorita. Vou fingir que no aconteceu nada, ok? Christopher fechou a boca pra que pudesse limp-la melhor. Enquanto limpava o pouco sangue que tinha ali, ele me olhava de uma forma intensa, que j estava me deixando nervosa. Eu tentava no olhar pra ele, mas s vezes isso era impossvel... Dulce: Christopher...no me olha assim... Christopher: Assim como? Eu parei de limpar sua boca e comecei a passar a mo no seu cabelo. No sei porque, mas eu amava fazer isso... Dulce: Desse jeito...voc me deixa nervosa me olhando assim. Ele continuou me olhando em silncio e eu lhe dei um tapa... Dulce: Para com isso, Chris! Christopher: Eu gosto de te olhar Dul! Dulce: Ta, mas eu fico incomodada. Fico bastante nervosa. Ainda mais assim, em cima de voc. Eu estava sentindo a cala de Christopher um pouco volumosa na parte da frente e ficar assim, em cima dele, estava me deixando bastante nervosa... Christopher: Ok. Se voc est to incomodada, vamos trocar. Antes que eu pudesse perguntar o que ele queria dizer com isso, Christopher pega na minha cintura e vira seu corpo junto com o meu, me fazendo ficar debaixo dele na cama... X__X 090 Dulce: Christopher! Ela me olhou assustada, enquanto eu ria, segurando-a ainda pela cintura... Dulce: Eu tenho que terminar com isso a! Christopher: Voc j terminou, Dulce! No tem mais nenhuma gota de sangue aqui. J estou curado. Dulce: Mas Christopher, eu ainda no...
Eu colei meus lbios nos dela e Dulce no emitiu mais nenhum som. Dei mais dois selinhos nela, at me afastar... Christopher: Voc meu remdio mgico. s te beijar que eu j me sinto curado. Ela parecia em outro mundo. Apenas piscava demasiadamente, sem tirar os olhos dos meus. Parecia que estava enfeitiada ou algo assim. Resolvi me aproveitar disso e a beijei outra vez. Dessa vez foi um beijo puro, sem lngua, apenas tocava e roava meus lbios nos seus. Dulce suspirava e eu estava muito satisfeito em saber que ela estava gostando tambm. Mas, sem que eu esperasse, Dulce abriu de repente os olhos e colocou a mo em meu peito, me afastando... Dulce: No, Chris... Eu sa de cima dela e Dulce se levantou. Ela ficou de frente pra mim de braos cruzados e um olhar perdido, enquanto eu ainda estava sentando na cama, tentando entender aquilo tudo... Christopher: O que foi, Dul? Fiz algo de errado? Dulce: No isso, que...temos que parar, Chris. X__X Eu estava com muito, mas muito medo mesmo do que sentia. Meu corao pedia pra eu ficar ali em seus braos e me perder em sua boca durante todo o tempo que ele quisesse, mas minha mente implorava pra eu ir devagar e no meter os ps pelas mos... Christopher: Parar? Mas...por que? Eu pensei que voc estava gostando e... Dulce: E estava! Mas as coisas no so assim. Pelo menos no pra mim. Christopher: O que voc quer dizer? Dulce: Ns somos amigos, Christopher. E o que estamos fazendo no exatamente o que dois amigos fazem. Christopher: Pelo amor de Deus, Dulce. Voc sabe que eu te amo e eu sei que h um sentimento a dentro tambm em relao a mim. Ento no me venha com essa de amigos. Voc tem razo, o que fizemos agora no so coisas que amigos fazem. Acho que isso j prova coisa o suficiente. Dulce: No, isso no prova nada. E ainda temos a aposta. O combinado seria eu te beijar cada vez que voc passasse de uma etapa, e olhe quantas vezes ns nos beijamos! Christopher: Tem razo. Mas se voc sente algo por mim, porque no me d o beijo final logo e diz que eu ganhei? Dulce: No to simples. Primeiro que eu no gosto de perder. Segundo que eu tenho medo. Eu abracei minha cintura, como se quisesse me proteger de alguma coisa. Christopher se levantou da cama e veio at mim, passando a mo carinhosamente pelo meu brao... Christopher: Medo de que? Dulce: De tudo! De sofrer, de te machucar, de me machucar. Eu ainda no estou preparada pra isso Chris, entenda, por favor. E eu no se algum dia eu ficarei. Ele respirou fundo e se afastou. Christopher voltou a se sentar na cama e passou a mo pelo rosto... Christopher: Ok, voc que sabe. Dulce: Eu...eu acho melhor eu ir. Eu esperei por alguma resposta, mas ele ficou em silncio. Peguei minha mochila que estava no cho e fui em direo a porta. Foi ento que me dei conta de algo. Olhei em meu relgio e vi que ainda eram nove horas. Me virei pra ele, que parecia perdido em seus pensamentos e
disse... Dulce: Chris...eu acho que no posso ir pra casa agora. X__X 091 Eu no sabia o que fazer numa situao dessas. Dulce queria ficar comigo, eu sabia disso. S no entendia esse medo que ela sentia. Custa alguma coisa tentar? Acho que levarei a minha vida toda para entender as mulheres. Ou melhor, para entend-la. Ainda estava pensando nisso, quando escuto sua voz e volto para a realidade... Christopher: No pode? Por que? Dulce: Ainda so nove da manh. Minha me est em casa agora e se eu voltar pra l, ela vai ver que eu matei aula. S posso ir pra casa s sete da noite. Christopher: E...o que voc pensa em fazer at l? Dulce: Pois ...isso que eu no sei. Acho que eu vou andar por a... De repente, tive uma brilhante idia. Me levantei de um salto da cama e fui at ela, segurando em sua mo... Christopher: No, eu tenho uma idia melhor. Quer passar a tarde comigo? Dulce: Que? Voc realmente vai me aturar por dez horas? Christopher: Eu te aturaria pela eternidade, se voc deixasse. Eu vi seu rosto ficar levemente vermelho e Dulce passou a mo pelo cabelo... Christopher: Mas enfim...voc fica comigo e eu te deixo em casa de noite, tudo bem? Dulce: T, digamos que eu aceite...o que vamos fazer? Eu parei pra pensar num minuto e logo tive a resposta... Christopher: Est tendo uma feira do livro no shopping. Comeou ontem, se eu no me engano. Estava pensando em te levar e acho que descobri a oportunidade perfeita. O que acha? Ela abriu um largo sorriso e eu acho que j sabia sua resposta... Dulce: Ok! Mas...vamos ficar as prximas dez horas s vendo livros? Eu comecei a rir e me afastei, mexendo na minha gaveta e achando meu carto... Christopher: Veremos os livros, comeremos num restaurante italiano timo que tem l e, se voc quiser, faremos algumas compras. Dulce: Chris! Eu no quero que gaste seu dinheiro comigo! Christopher: Como seu eu fosse ficar pobre. Anda Dulce, no seja chata! Vamos? Dulce: Ok, mas com uma condio! Eu revirei os olhos, j esperando vir alguma bomba pela frente e perguntei... Christopher: O que? X__X Ele revirou tanto os olhos que eu at senti vontade de rir. Eu tenho que admitir, Christopher tinha muita pacincia comigo. No qualquer um que agentaria esse meu jeito de mandona. Eu mordi os lbios e disse, um pouco constrangida...
Dulce: Sem mais beijos na boca! Te darei um beijo agora s se voc passar pela ltima etapa. O que eu no creio que v acontecer, mas enfim... Ele riu baixinho e balanou a cabea... Christopher: Ai Dul, s voc mesmo. Tudo bem, sem mais beijos na boca. Mas em outros lugares pode, n? Eu arregalei os olhos e me segurei pra no rir... Dulce: Chris! No seja inconveniente! Christopher: Foi s uma pergunta! Dulce: Eu no vou respond-la. Christopher: Ento eu vou aceitar isso como um sim. Eu joguei minha mochila de novo em sua cama e me virei pra ele, recordando de algo... Dulce: No se esquea que a aposta vai at o fim do ano letivo. J estamos no final de maro e voc s tem mais trs meses at conseguir o que quer. Christopher: No se preocupe. At l muitas coisas podem acontecer. Ele piscou pra mim e eu no pude evitar de sorrir... Dulce: Ok ento, tudo resolvido. Agora acho que j podemos ir. Christopher: Por mim j teria ido h muito tempo. S estava esperando a princesa parar de ditar regras. Eu fiz uma cara de ofendida, que no convenceu Christopher, e sa na sua frente... Dulce: Bota uma coisa na sua cabea, Christopher...eu que mando! Christopher: Vai achando, Dulce...vai achando... Ns dois rimos e descemos as escadas. Christopher pegou as chaves, guardou o carto e samos em direo ao shopping... X__X 092 Fomos andando de mos dadas at o shopping em silncio. Dulce parecia estar com vergonha de algo. No sei do que, depois de tudo que fizemos em meu quarto. Fechei os olhos e lembrei de tudo que havia acontecido minutos atrs. Um sorriso inevitvel surgiu em meus lbios e parece que ela percebeu... Dulce: Posso saber que sorriso bobo esse? Christopher: Nada no...apenas estava lembrando de certas coisas... Eu sorri pra ela, que franziu o cenho... Dulce: No que, por exemplo? Christopher: Nada Dulce, deixa pra l. Olha s, a feira est bem ali. Assim que entramos no shopping, vimos um monte de estantes e pessoas na regio central. Os olhos de Dulce comearam a brilhar e eu fiquei bastante feliz pela sua reao... Dulce: Olha quantos livros! Ela soltou a minha mo e foi correndo em direo a eles. Parecia uma criana que tinha acabado de entrar em um parque de diverses. Ela olhava livro por livro encantada, enquanto
eu acompanhava cada passo que ela dava... Dulce: Olha esse aqui! Uma linda histria de amor entre um vampiro e uma mortal. Adorei a capa, queria ler. Christopher: Pensei que s lia livros cientficos e filosficos. Dulce: Antigamente sim...mas agora acho que estou mais sensvel. J disse que eu amei essa capa? Christopher: J sim, Dul. Se voc gostou tanto do livro, ento leve-o. Dulce: Mas Chris! Voc no pode simplesmente... Christopher: Posso e vou fazer sim! Me d isso aqui. Eu peguei o livro de suas mos e o coloquei debaixo do brao... Christopher: Anda, pode escolher outros. Escolha quantos voc quiser. Dulce: No vou ficar gastando seu dinheiro. Christopher: Dul...voc faz com que eu me sinta pobre ao seu lado. Por favor, ns dois sabemos que eu tenho dinheiro para uma vida toda sem trabalho. Ela sorriu constrangida e passou a mo pelo cabelo... Dulce: Tudo bem, tudo bem...j que voc insiste... Ela se virou e comeou a fuxicar os outros livros. Deixei que ela ficasse em seu mundo, enquanto fui vendo uns livros para mim. Achei um de poemas de Pablo Neruda e comecei a folhe-lo... ****: Uau! No sabia que um homem gostava desse tipo de livros... X__X Eu estava encantada com tudo aquilo. Christopher no podia ter me lavado para um lugar melhor. Tinha tantos livros lindos que eu no sabia qual levar.... Dulce: Christopher, o que voc acha desse aqui? A histria parece legal e... Calei a boca ao ver que ele no estava do meu lado. Olhei ao redor e no vi nenhum sinal dele. Onde Christopher havia se metido? Fui olhando de estante e estante at que o encontrei. Estava muito entretido, conversando com uma loira, alta e de olhos azuis. Eu cruzei os braos e emburrei a cara. Christopher me chama pra sair e depois me deixa sozinha pra flertar por a? Os dois estavam sorrindo, como se j fossem amigos ntimos. A loira, tocava seu brao toda hora e ria que nem uma papagaia. Pena que no tenho o mesmo sangue de barata de antes, pois as coisas seriam diferentes. Mas agora o sangue me subia cabea e eu no pude me controlar. Me aproximei dos dois e usei o tom mais irnico que pude... Dulce: Interrompo algo? X__X 093 O papo com Giovanna estava muito bom. Ela era uma pessoa muito simptica e ficamos discutindo sobre poemas por um tempo. Acabei perdendo a noo da hora e, quando escuto uma certa voz atrs de mim, percebo que tinha passado tempo demais... Christopher: Dul! Perdo, eu acabei me distraindo. Dulce: Eu percebi bem isso.
Eu pigarreei, tentando abafar o clima chato que estava no ar e resolvi fazer alguma coisa... Christopher: ...Dulce, essa aqui Giovanna. Giovanna, essa Dulce. Giovanna: Muito prazer. Dulce apenas deu um sorriso amarelo e no disse nada... Giovanna: Desculpe, no sabia que tinha namorada. Christopher: Ela no minha namorada. apenas uma amiga. Vi uma clera nos olhos de Dulce e fiquei me perguntando o que eu teria dito de errado... Dulce: Quem tem que pedir desculpas sou eu, no devia ter interrompido, no ? Com licena, tenho mais o que fazer. Dulce saiu com uma cara de poucos amigos e eu fiquei bastante confuso... Giovanna: Desculpe, no quis arrumar nenhuma confuso. Christopher: No se preocupe, Dulce assim mesmo. Giovanna: Ento quer dizer que ela sempre d esses ataques quando te v com outra mulher? Tem certeza de que so amigos mesmo? Christopher: Tenho. Infelizmente. Giovanna: Como? Christopher: Ah nada, que...eu quero, mas ela no...sabe como ? Giovanna: Se ela no quer...por que fez essa cara? Christopher: No fao a mnima idia. De verdade, no sei o que passa na cabea de Dulce. Giovanna: Talvez ela esteja com medo. Christopher: Foi o que ela disse, mas eu no consigo entender isso. Giovanna: J vi que voc no entende muito sobre mulheres. Quando ns queremos algo srio, sempre ficamos com medo de nos machucar. Sabe como , sexo frgil. Ainda mais com um namorado bonito como voc, vai dar muito trabalho pra ela. Aposto que tem vrias atrs de voc e ela sabe disso. Confesso que at eu fiquei um pouco encantada. Eu passei a mo pelo cabelo e sorri, constrangido... Christopher: Obrigado. Mas quando estou com uma mulher sou cem por cento fiel e creio que ela sabe disso tambm. Giovanna: Por mais que s vezes queremos acreditar nos homens, nunca sabemos quando eles vo fraquejar. Christopher: Mas eu no sou como os outros. Estou perdidamente apaixonado e j disse a ela. Mas parece que no adianta. Queria poder convenc-la de que daremos certo juntos. Giovanna: E o que est fazendo aqui, conversando comigo ainda? V atrs dela e a convena disso! Uma dica: as mulheres gostam quando os homens correm atrs delas. Isso mostra que voc est disposto a tudo e acaba ganhando uma confiana. Eu sorri sinceramente pelos seus conselhos e a abracei forte... Christopher: Muito obrigado por tudo! De verdade, voc me deu um novo gs para conquistla. Giovanna: De nada. Fico muito feliz em ter ajudado. Eu j ia sair correndo atrs de Dulce, quando a ouo me chamar... Giovanna: Mais uma coisa: no a faa sofrer, viu? Christopher: Pode deixar. Eu pisquei pra ela e sa correndo atrs de Dulce. Meu Deus, ser que ela j tinha ido embora? X__X
Eu parecia um elefante andando, de tanto que eu andava batendo o p no cho, com raiva. Ia sair daquele shopping e deixar Christopher conversando sozinho com a sua loira de olhos azuis. Quando j estava quase alcanando a sada, sinto algum segurar seu brao e j sabia que era ele.. Dulce: O que voc quer?? Christopher: Calma Dulce, precisamos conversar. Dulce: Ns? Pensei que voc estava mais entretido com a Giovanna. Citei o nome dela com desprezo e Christopher comeou a rir... Dulce: Qual a graa? No to vendo nenhum palhao aqui!! Christopher: A graa voc. Reclama que eu tenho ataque de cimes e no sei o que, mas est fazendo o mesmo. Dulce: O que voc quer dizer? Ele tocou o meu nariz com a ponta do dedo e abriu um largo sorriso... Christopher: Dulce...voc est morrendo de cimes! Nesse momento, eu engoli em seco e soltei uma risada muito falsa... Dulce: Voc est brincando, no est? Christopher: Claro que no! At Giovanna percebeu. Dulce: Vocs se merecem, os dois so loucos! Como eu ia sentir cimes de voc? Eu cruzei os braos e revirei os olhos, inconformada com tudo aquilo... Christopher: Dul...eu como ciumento assumido, posso te garantir que so todos os sintomas de cimes. Dulce: Pois eu digo que no , ok? Agora me deixe ir... Eu j ia saindo de novo, quando ele me puxa pelo brao... Christopher: Aonde pensa que vai? Dulce: Pra casa. Pra que voc possa conversar ss com a sua nova admiradora. Ele riu novamente e eu praguejei baixinho, sabendo que tinha dito uma besteira... Christopher: E depois ainda diz que isso no cime. Anda Dul, deixa de besteira. Ainda temos a tarde toda pela frente. No estrague tudo isso por causa de cimes. Eu suspirei, vendo que ele estava certo e o olhei... Dulce: Ok! Mas se eu escutar mais uma vez a palavra cimes sair da sua boca, eu juro que eu saio desse shopping e no h ningum que possa me segurar! Christopher: Ok, ok, eu prometo! Eu fao a cara mais arrogante que posso e saio em sua frente. Escuto ele rindo atrs de mim, mas resolvo ignorar, antes que comessemos a brigar... X__X 094 Dulce escolheu mais trs livros e eu comprei um de poemas pra mim...
Dulce: Voc gosta mesmo, no ? Christopher: Claro. Posso te confessar algo? Dulce: Claro... Christopher: Apesar de eu amar futebol e essas coisas, eu no quero ser jogador profissional. Dulce: O que? srio isso, Christopher? Christopher: Aham...meu sonho ser escritor. Eu amo futebol, mas eu prefiro as palavras. Dulce: Uau, por essa eu no esperava. Mas...no tem o patrocnio ou algo assim? Dizem que voc o mais cogitado para isso. Christopher: Eu sei. Mas eu no quero isso, de verdade. Vou jogar s at esse ano. Eu pretendo fazer faculdade de letras. Dulce: Que bom, Christopher. Espero que voc consiga realizar o seu sonho. Bom, vamos comer? Estou morrendo de fome. Christopher: Claro! O que voc acha de uma lasanha de quatro queijos, cheia de molho branco? Dulce mordeu os lbios e eu vi seus olhos brilharem... Dulce: Acho perfeito! S de pensar, j sinto gua na boca! Ns dois fomos at a praa de alimentao e colocamos nossas coisas na mesa. Pedi que Dulce ficasse esperando na mesa, enquanto eu fazia os pedidos... Atendente: Ol! Qual o seu pedido? Christopher: Queria duas lasanhas de quatro queijos, com muito molho branco, pode ser? Atendente: Claro. Temos os tamanhos pequeno, mdio e grande. Qual o senhor prefere? Eu olhei para as caixinhas em cima do balco e tive uma idia. Olhei pra Dulce e olhei de novo para as caixinhas e sorri, triunfante... Christopher: Vou mudar o pedido. Quero apenas uma lasanha, de tamanho grande, por favor. Atendente: pra j, senhor... X__X Estava distrada, quando vi Christopher chegar. Percebi que na bandeja havia apenas um caixinha e perguntei... Dulce: Por que s uma caixinha? Voc no vai comer? Christopher: L s tinha a grande. E como achei que ia ser muita coisa pra ns, peguei s uma mesmo. Se importa de comer na mesma caixinha que eu? Dulce: No, claro que no! Ele se sentou e me entregou os talheres. Eu peguei um pedao e coloquei na boca, saboreando-o... Dulce: Meu Deus! Isso aqui est timo! Coma, Chris! Ele fez o que pedi e concordou comigo... Christopher: Verdade! Essa a melhor lasanha que eu j comi na minha vida. Adoro esse lugar! Ns comemos a lasanha falando sem parar. Eu nem sabia que podamos conversar sobre tantas coisas ao mesmo tempo. Enquanto conversvamos, Christopher quebrou o grafo de plstico e eu comecei a rir... Christopher: No tem graa nenhuma, viu? Que culpa eu tenho se eles no fazem algo com qualidade? Dulce: Ai, ai, s voc mesmo. Quer meu garfo emprestado?
Ele me olhou com malcia e sorriu daquele jeito safado dele... Christopher: Prefiro que voc me d na boca...eu vou adorar. Dulce: Christopher! Christopher: Deixa de ser boba, Dul! Anda, ainda estou com fome. Dulce: Bobo! Anda, abre a boca! Ele fez o que eu pedi e eu coloquei o garfo em sua boca, rindo... Dulce: Tpica cena de namorados. Isso muito estranho. Christopher: Estranho nada...isso o que vai acontecer com a gente no futuro. Vai se preparando. Eu fiquei um pouco constrangida e desviei o olhar... Dulce: Se voc ganhar essa aposta n? O que eu acho difcil... Christopher: Eu vou ganhar Dulce... Ele se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido... Christopher: E ainda fao uma promessa...quando estivermos namorando, vou sujar sua boca e limp-la com a minha. Pode cobrar essa promessa depois. Eu senti meu rosto virar um pimento e joguei o guardanapo na cara dele. Christopher ria com vontade, enquanto eu no sabia onde enfiar a cara... X__X 095 Eu adorava v-la ficar constrangida. Ela ficava ainda mais linda, se que isso era possvel. Assim que acabamos de comer, Dulce e eu fomos andar pelo shopping. Paramos em frente a uma locadora e eu propus algo... Christopher: Quer alugar um filme? Acho que a gente no tem mais nada pra fazer aqui, a a gente pode ver filme na minha casa, o que voc acha? Dulce: Por mim, tudo bem. Mas que filme? Voc quer algum especial? Christopher: Acho que no, e voc? Dulce: Tambm no. Christopher: Ento vamos entrar para escolher... Ns dois entramos na locadora e comeamos a ver filme por filme... Christopher: Olha esse aqui, Dul! Rambo III. Deve ser muito bom. Ela me olhou de olhos arregalados e eu comecei a rir... Christopher: Tava brincando, gatita. Dulce: Por que voc me chama de gatita? Christopher: Porque voc parece uma gata, j reparou? Dulce: No...pra falar a verdade, no vejo nenhuma semelhana. Christopher: Eu sim. Voc quieta e calada, mas quando algum pisa no seu calo, voc afia as unhas e briga com toda vontade. Por mais que no admita, eu sei que gosta de ateno. Principalmente vinda de mim. Estou errado? Ela colocou as mos no bolso da cala e pigarreou... Dulce: O que voc acha desse aqui?
Eu revirei os olhos e respirei fundo... Christopher: Como mudar de assunto: by Dulce Maria. Srio, voc devia dar aulas sobre isso. Ela me olhou de cara feia e praticamente jogou o filme na minha cara... Dulce: Heeeeeeeeeeeein! O que voc acha desse aqui? Dulce me mostrou o dvd do filme Uma verdade inconveniente e eu enruguei o nariz... Christopher: At pra filme voc cdf, Dul? Credo! Dulce: Que foi? legal saber dos desastres naturais que esto acontecendo no mundo. Christopher: Ta bom, Dulce, outro dia...ser que voc no quer assistir algo menos cientfico? Dulce: Ah sei l...escolhe a... Christopher: Escolhe um tambm ento...vamos levar dois. Ela deu de ombros e foi vendo os outros filmes. Eu peguei um romance que estava com vontade de ver e fui at ela... Christopher: J escolheu algum filme? Dulce: J. Acho que sou o nico ser do mundo que nunca viu Uma linda mulher. Queria ver, se importa? Christopher: Claro que no. Eu peguei um romance tambm, Dirio de uma paixo. O que voc acha? Dulce: Parece ser muito melado, mas enfim... Christopher: Ai Dulce, voc no tem jeito. Vamos levar os dois ento? Dulce: Ok. Christopher: Nossa tarde ser de muito romance... X__X Senti meu corao bater forte dentro do peito e arregalei os olhos. Christopher comeou a rir e eu fiquei sem saber o que dizer... Christopher: Eu estava me referindo aos filmes, Dul, no a gente. Dulce: Voc fez de propsito, admita! Christopher: Quem sabe...quem sabe... Ele sorriu pra mim e piscou, fazendo meu corao derreter todo. Eu tentei afastar esses sentimentos de mim e fiquei olhando outros dvds, enquanto Christopher pagava. Depois que samos da locadora, fomos direto para sua casa. Christopher colocou a sacola com os livros na mesa da sala e eu me sentei no sof, enquanto ele pegava o dvd... Christopher: Vai querer ver qual primeiro? Dulce: Pode ser uma linda mulher? Christopher: Claro, como voc quiser. Enquanto ele colocava o dvd, eu me deitei no sof. Ele se virou pra mim com o controle na mo e riu... Christopher: Folgada, n? Dulce: Estou muito cansada. Senta ali na poltrona se quiser... Christopher: No, prefiro ficar perto de voc. Ele se sentou no cho, em frente ao sof e eu engoli em seco... Dulce: No vai ser incomodo a pra voc? Christopher: No se preocupe, estou perfeitamente bem aqui.
Ele sorriu pra mim e colocou sua mo por cima da minha, acariciando-a. Eu olhei para a televiso, tentando me concentrar no filme que acabava de comear, mas isso foi impossvel... X__X 096 O filme at que tava legal. Eu e Dulce ficamos comentando as cenas por algum tempo. Depois, ficamos uns minutos em silncio, prestando ateno nas lindas cenas de amor. Quando eles finalmente se beijaram no filme, eu falei... Christopher: Finalmente. Eles realmente fazem um lindo casal. No , Dul? Eu no escutei nenhuma resposta e me virei pra ela. Dulce estava dormindo como um anjo no sof. Eu at parei de ver o filme, para olh-la. Por um momento, imaginei como seria acordar todos os dias ao seu lado e ver essa paz no seu rosto. Dormindo assim, Dulce nem parecia aquela menina arrogante e grossa de sempre. Eu juro que poderia ficar olhando pra ela a minha vida inteira. Quando acabou o filme, eu desliguei a tv e a peguei cuidadosamente no colo. Subi as escadas devagar, ainda olhando o seu lindo rosto. Como que por instinto, Dulce passou a mo pelo meu pescoo e encostou a cabea em meu peito. Eu encostei de leve meu nariz em seu cabelo, sentindo seu doce aroma e senti meu corao dar mil saltos dentro do peito. Meu deus, quando ser que poderia estar junto dela de verdade? Beijar sua boca quando quisesse, dizer eu te amo inmeras vezes por dia e finalmente faz-la minha de verdade? Eu respirei fundo, colocando na minha cabea que precisava ter mais pacincia. Eu no ia perder essa aposta por nada no mundo. Eu abri a porta do meu quarto devagar e a coloquei em minha cama. Dulce segurou o travesseiro e ajeitou a cabea como se fosse mesmo um gatinho. Depois ainda perguntava porque a chamava de gatita. Eu me ajoelhei em frente a cama e acariciei seu rosto. Olhei para os seus lbios e senti uma enorme vontade de toca-los. Sei que a tinha beijado a manh inteira, mas nunca estava satisfeito. Queria voltar a beij-los e sentir o seu doce sabor. Ela havia dito que no queria mais beijos at que ela desse o ltimo, mas como Dulce estava dormindo, no creio que iria perceber. Colocando uma mecha que caa pelo seu rosto pra trs, eu me aproximei devagar dela e colei de leve meus lbios nos seus. Colocando uma mecha que caa pelo seu rosto pra trs, eu me aproximei devagar dela e colei de leve meus lbios nos seus. Foi um contato breve e puro, apenas para satisfazer meu desejo de tocar a sua boca de alguma forma. Me afastei de Dulce e vi que ela mantinha um pequeno sorriso nos lbios. Eu sorri tambm, olhando maravilhado para ela, quando senti a presena de algum. Olho para a frente e vejo minha me parada l, encostada na lateral da porta. Eu engulo em seco e me levanto. Vou at ela olhando pra baixo, porque estava constrangido demais para olhar em seus olhos. Fecho a porta atrs de mim e escuto sua voz... Alexandra: O que significa isso? Eu sou obrigado a encar-la e, para a minha surpresa, minha me tinha um olhar doce e compreensivo... Christopher: No sei o que dizer...chegou mais cedo do trabalho? Alexandra: Sim...e imagino que voc tambm chegou cedo do colgio, no? Christopher: Sim...depois eu te explico. Alexandra: Ok...agora eu quero saber o que essa menina faz aqui. sua namorada? Eu estava preocupado em acordar Dulce e sa andando devagar... Christopher: Vamos conversar l embaixo...deixe-a dormir.
Vi que minha me me seguia e continuei andando. Descemos as escadas e no sentamos no sof. Ela se virou pra mim com o mesmo olhar doce de antes e disse... Alexandra: Podemos falar agora? Christopher: Sim..acho que sim... Alexandra: Aquela menina... sua namorada? Eu sorri e olhei para baixo... Christopher: No me...Dulce no minha namorada. Alexandra: Mas...voc queria que fosse? Eu a olhei sem saber o que dizer. Como ela tinha descoberto? Alexandra: Eu vi a cena toda. Subi guardar umas coisas e o vi ajoelhando para olh-la. Vi tambm quando voc colocou uma mecha do cabelo dela para trs e quando a beijou. E depois o seu olhar apaixonado. Estou errada? Eu respirei fundo e assenti. Essa situao toda era um pouco estranha. Minha me nunca tinha sido minha confidente e, falar dos meus sentimentos agora era no mnimo, desconfortvel... Christopher: No, no est. Eu gosto dela. Alexandra: No, no gosta. Eu arqueei a sobrancelha e tentei entender o que ela queria dizer com aquilo. Minha me sorriu pegou em minha mo, acariciando-a em sinal de conforto... Alexandra: Gostar, voc gostava da Dbora. Por ela as coisas so diferentes, no ? Nem tente negar. Em quase um ano de namoro, voc jamais olhou e foi to carinhoso com Dbora do jeito que com ela. Christopher: No sabia que era to observadora. Alexandra: No sou observadora, sou me. E, por mais que ns nunca tenhamos tido uma relao de melhores amigos, sei perceber quando meu filho est apaixonado. Christopher: verdade...estou apaixonado. Mas ela no me corresponde. Alexandra: Se ela no te corresponde, o que est fazendo deitada em sua cama ento? Christopher: Para ela, somos apenas amigos. Nada mais alm disso. Alexandra: Ser? Christopher: Tenho certeza. Alexandra: O sentimento pode vir com o tempo. Christopher: Eu estou lutando para que isso acontea, de verdade. Minha me sorriu e me abraou. Assim que se desvencilhou de mim, notou algo em meus lbios e franziu o cenho. Sabia que no vinha coisa boa por a... Alexandra: O senhor pode me explicar o que isso? Ela colocou as mos no meu rosto e se aproximou, verificando mais de perto o ferimento... Christopher: Pois ...esse o motivo de eu ter voltado cedo pra casa. Ela se levantou de repente do sof e eu fiquei assustado... Alexandra: No me diga que se meteu numa briga! Eu sorri sem jeito e tentei encar-la naturalmente... Christopher: , mas foi pra algo bom! Alexandra: Bom?? Christopher, nenhuma agresso fsica algo bom, no importa o motivo.
Christopher: Mas pra mim era um bom motivo. E no se preocupe, j levei sermes suficientes de Dulce. Alexandra: Que bom! Fico feliz que algum tenha juzo por aqui! Meu deus! Eu vou se chamada na escola e o diretor vai... Christopher: No me! Eu briguei fora da escola. No tem como eu levar alguma suspenso ou algo. Minha me respirou fundo e sentou no sof, levando as mos cabea... Christopher: Perdo...eu fiz sem pensar. Prometo que no vai voltar a acontecer. Alexandra: Espero mesmo, Christopher. No quero ser chamada na escola pra ouvir que meu filho agrediu um colega. At parece que voc no tem educao! Christopher: Ta bom, me! J pedi desculpas. Ela balanou a cabea negativamente e se levantou... Alexandra: Bom, vou tomar um banho. E v se no me arranja mais problemas, ouviu? Eu assenti, j de saco cheio daquele assunto. Minha me saiu e eu me deitei no sof. Toquei o pequeno ferimento ao lado dos meus lbios e fechei meus olhos, me lembrando de tudo que aconteceu pela manh por causa dele. Sorri e toquei meus lbios com a ponta dos dedos, ainda podendo sentir o gosto da boca de Dulce junto com a minha... X__X Eu acordei de repente, olhando as coisas ao meu redor. Pisco rapidamente, tentando descobrir que lugar era esse. Ainda estava um pouco afetada pelo sono. Me sentei na cama e logo me lembrei do lugar onde estava. Na cama de Christopher. A mesma cama em que nos beijamos vrias vezes hoje pela manh. Toquei meus lbios e sorri, me lembrando do toque da sua boca. Balancei minha cabea negativamente, tentando afastar esses pensamentos da minha cabea e me levantei. Entrei no banheiro que havia em seu quarto e me olho no espelho, ajeitando o cabelo que estava um pouco bagunado. Olho para a pequena prateleira na parede e vejo um pente de cabelo, um desodorante, um gel e ele...o responsvel pela minha loucura. O que faz com que eu caia aos seus ps cada vez que chego perto de Christopher. Pego o vidro do perfume Hugo Boss que estava ali e fecho os olhos, me lembrando de como eu perdia os sentidos cada vez que Christopher usava pequenas gotas disso. Coloquei o vidro no lugar e me olhei no espelho mais uma vez. Sa do seu quarto e desci as escadas lentamente, procurando por ele. As luzes da sala estavam acesas, ento eu calculei que ele estivesse por aqui. Olhei para a televiso que estava ligada e o observei cochilando. Estava com o controle remoto no peito e os ps esparramados para fora do sof. Eu me aproximei e me sentei no cho, em frente ao sof, observando-o dormir. Meu corao comeou a bater forte dentro do peito e eu tive que respirar fundo para no perder o ar. Como se tivesse notado a minha presena, Christopher abre os olhos lentamente e olha pra mim... Christopher: J acordou? Ele esfregou os olhos com as costas das mos e se virou de lado, olhando pra mim... Dulce: Aham...e vejo que o belo adormecido tambm. Ele sorriu pra mim e tocou a ponta do meu nariz com o indicador... Christopher: A senhorita queria muito ver o filme, n? Dormiu no meio dele.
Dulce: Hoje foi um dia estressante e eu estava cansada. Acabei adormecendo. Christopher: Sabia que voc parece um anjo quando dorme? At sorri! Dulce: Srio? Nunca me disseram isso. Apesar de estar dormindo, eu senti algo muito bom, no sei explicar o que era. Vai ver que por isso que eu estava sorrindo. Christopher pigarreou e se remexeu no sof, como se tivesse nervoso. Eu no entendi essa atitude sua, mas no tive tempo de pensar muito, quando escuto uma voz feminina atrs de mim... Alexandra: Oh! Voc j acordou! Como est? Mulher loira de cabelos longos estava enxugando as mos com um pano de prato e veio em minha direo. Eu me levantei, nervosa, e sorri levemente... Dulce: Eu...eu estou bem. Alexandra: Desculpe, eu no me apresentei: sou Alexandra, me do Chris. Mas pode me chamar de Ale ou de tia mesmo. Dulce: Ah, obrigada. E pode me chamar de Dulce. Ela me deu um beijo no rosto e se afastou, com um largo sorriso... Alexandra: Gostei muito de te conhecer. Christopher! Depois, leve a menina pra casa. J est escurecendo e no bom vocs ficarem andando sozinhos por a. Pegue as chaves do carro e dirija com cuidado. Sua me sorriu mais uma vez e saiu da sala. Eu me virei pra Christopher, que tinha um sorriso singelo nos lbios... Dulce: Voc sabe dirigir? Christopher: Aham. No sou muito de sair de carro, porque no gosto muito, mas quando necessrio... Dulce: Uau! Essa eu no sabia! Ele se levantou e veio at a mim, sussurrando em meu ouvido... Christopher: Pois ...eu sou cheio de surpresas. Ele me deu um beijo no rosto e eu sorri inevitavelmente... Christopher: Vou trocar de roupa rapidinho e te deixo em casa. Se importa de esperar um pouco aqui? Dulce: No...claro que no. Ele piscou pra mim e se virou, subindo as escadas. Eu me sentei no sof e coloquei a mo no peito, tentando amenizar as fortes batidas do meu corao. Mas isso foi realmente impossvel... X_X 097 Fui dirigindo bem devagar, pois, alm de no ter muita prtica nisso, queria ficar o maior tempo que podia ao seu lado. Dulce estava em silncio no carro e eu resolvi puxar alguma conversa... Christopher: Gostou do dia de hoje? Dulce: Aham...digo, tirando a briga n? Christopher: Ai Dul, esquece isso. Espero que tambm tenha gostado dos livros. Dulce: Sim, amei! Assim que chegar em casa eu vou comear a ler.
Christopher: Que bom, fico feliz. No sabe o quanto agradvel ver um sorriso assim em seu rosto. Eu coloquei uma mo em seu joelho, acariciando-o lentamente e Dulce ficou tensa... Dulce: Christopher...por favor. Christopher: Ok, desculpe. Eu retirei minha mo, sem vontade e voltei a me concentrar no calmo trnsito. Depois de cinco minutos, eu j estava parado em frente porta da sua casa... Christopher: Pronto. Est entregue. Dulce: Muito obrigada. Ela sorriu de lado e abriu a porta do carro. Antes que ela pudesse sair, a puxei delicadamente pelo brao e dei um beijo em seu rosto. Dulce sorriu pra mim e pulou pra fora do carro apressada, correndo at a sua casa. Acenou pra mim antes de entrar e eu fiz o mesmo. Assim que a porta fechou, eu dei partida no carro e voltei pra casa... X__X Eu entrei em casa com um largo sorriso nos lbios. Mas assim que me virei, vi minha me de braos cruzados atrs de mim e o meu sorriso sumiu na hora... Blanca: Posso saber aonde voc estava at essa hora? Dulce: Ora! Estava no colgio! Onde mais poderia estar? Blanca: isso que eu quero saber! So oito horas e, pelo que me consta, voc sai s seis no ? Dulce: Sim...mas voc sabe que eu sempre me atraso quando fico na biblioteca. E foi o que aconteceu hoje. Blanca: Sei...e quem foi que te trouxe aqui? Foi a bibliotecria tambm? Nesse momento eu engoli em seco e olhei pra qualquer lugar... Dulce: Vo...voc viu? Blanca: Claro, eu estava olhando pela janela. Me diga, voc estava com algum, no estava? O que eu poderia dizer? Que matei aula o dia inteiro pra ficar com Christopher? No, definitivamente essa era a ltima coisa que eu poderia dizer. Respirei fundo e disse a primeira histria que veio na minha cabea... Dulce: Sim, era Christopher. Voc o conhece, no ? Ele tinha ficado at mais tarde no colgio por causa do treinamento e a gente se encontrou na hora da sada. Ele me ofereceu uma carona e me trouxe at aqui, satisfeita? Minha me ainda no estava convencida. Olhou para as sacolas em minha mo e formulou outra pergunta... Blanca: E o que isso? Dulce: Ah...isso so livros que ele comprou pra mim. Ela sabe que eu gosto de ler e tudo mais. Bom, vou subir para o meu quarto e vou tomar um banho. J deso pra jantar. Antes que a minha me pudesse fazer outra pergunta,eu subi correndo as escadas e entrei no meu quarto, trancando a porta. Respirei fundo, feliz por ter escapado do interrogatrio da minha me. Joguei as sacolas na cama e entrei no banheiro, para tomar um banho bem gelado... X__X
098 No dia seguinte, assim que entrei na sala, ela j estava l, guardando lugar pra mim. Dei um beijo em seu rosto e Dulce sorriu pra mim... Christopher: Como passou a noite? Dulce: Bem e voc? Christopher: Bem tambm. Nesse momento, Nicholas entra na sala e nos olha com a pior cara do mundo. Ns ficamos nos encarando, at que Dulce pe a mo no meu rosto e faz eu me virar pra ela... Dulce: No olhe pra ele. E no aceite qualquer tipo de provocao. Christopher: Eu sei, mas...s a presena desse cara j me irrita! No suporto nem olhar na cara dele! Dulce: Mas voc vai ter que agentar at o final do ano letivo sem encostar um dedo nele! Por favor Christopher, no v se sujar na diretoria por causa dele. Christopher: Ta, ta! Mas s porque voc pediu. Eu peguei em sua mo e comecei a beij-la, enquanto Dulce sorria, parecendo gostar daquilo. Ainda estava perdido em seu olhar penetrante, quando a professora entra e grita meu nome e o de Nicholas. Soltei sua mo rapidamente e me virei pra professora... Christopher: O que eu fiz? Professora: Isso quem vai te responder o diretor. Ele espera por vocs na sala dele. Nicholas se levantou bruscamente, enquanto eu fiquei l, sem saber o que fazer... Professora: O que est esperando, senhor Uckermann? Christopher: Nada, nada. J estou indo. Antes que eu pudesse me levantar, Dulce pega em minha mo e eu noto um semblante preocupado em seu rosto... Dulce: No briguem, por favor. Christopher: Prometo que no farei nada, gatita, no se preocupe. Eu toquei o seu nariz com a ponta do dedo e pisquei, saindo da sala preocupado. O que o diretor poderia querer justo com a gente? X__X Eu fiquei o tempo todo preocupada com ele. Eu tinha quase certeza de que isso tinha alguma coisa a ver com a briga de ontem. No sei...Christopher e Nicholas na sala do diretor? Era no mnimo estranho. Apenas na aula de geografia os dois deram as caras. Christopher e Nicholas voltaram com um papel na mo e eu j pensei o pior... Dulce: O que houve? Que papel esse? Christopher: Levei uma advertncia por causa da briga de ontem. Eu e ele. Dulce: Mas...como? vocs brigaram fora do colgio! Christopher: Depois eu te explico, Dul. Presta ateno na aula de geografia que eu sei que o seu ponto fraco. Eu fiquei quieta e me virei, para prestar ateno na aula. Assim que bateu a hora do almoo, nos levantamos e fomos at o refeitrio. Eu fiquei em silncio, esperando ele dizer alguma coisa, mas Christopher no disse nada. Como sempre, pegou a minha comida e a dele e nos sentamos na mesa afastada de sempre...
Dulce: E ento? Pode me contar agora? Christopher: Eles viram pela cmera externa. Dulce: Mentira! Christopher: srio! E como a briga foi bem na porta do colgio, o diretor resolveu punir os dois. No s pela briga, mas por ter matado aula tambm. Dulce: E o que ele queria? Que vocs fossem pra escola sangrando? Christopher: No sei. S sei que dos males, esse o menor. Segundo o diretor, se a briga fosse dentro da escola eu levaria uma longa suspenso. Ento, acho que eu fico feliz com a advertncia. Eu fiquei em silncio, cutucando a comida que estava no prato com o garfo, at que escuto sua voz... Christopher: O que eu perdi da primeira aula? Dulce: Ah, a professora mandou eu te entregar isso. Tirei do meu bolso um papel e entreguei pra ele... Christopher: No me diga que outra advertncia? Eu comecei a rir e ele pegou o papel... Dulce: No! Parece que sexta que vem ter um passeio para a UFMX, a faculdade mais importante do pas. A professora quer nos levar l, pra conhecer as instalaes . Parece que vai ter uma palestra tambm e essas coisas. E isso a a autorizao. Ele analisou o papel e olhou pra mim, com um brilho diferente nos olhos... Christopher: Voc vai? Dulce: Claro! Sempre foi meu sonho entrar pra essa faculdade. E eu quero saber mais sobre ela e essas coisas. E voc? Christopher: Vou, mas s com uma condio. Dulce: Qual? Ele se debruou na mesa e sussurrou em meu ouvido... Christopher: Se eu puder ir sentado ao seu lado no nibus. Ele se afastou, com um sorriso safado nos lbios. Eu olhei ao redor, vendo se algum tinha visto algo e me virei pra ele... Dulce: Mas claro que voc vai no nibus comigo. E eu iria com quem? Christopher: Sei l...vai que Nicholas resolve fazer as pazes contigo. Ou at mesmo Jack, pra me irritar. Voc sabe que j tem uma fila se formando atrs de voc. Dulce: No exagera, Christopher. Christopher: De qualquer forma, quem se sentar em meu lugar, ao seu lado no nibus, vai sair voando pela janela. Dulce: E desde quando voc ficou to violento assim? Nunca vi ningum dizer que voc se meteu numa briga no colgio. Christopher: verdade...mas tudo mudou quando eu me apaixonei por voc. X__X 099 Eu percebi que ela enrijeceu o corpo e comecei a rir... Christopher: Por que voc sempre fica assim quando eu falo do meu amor por voc? Dulce: Sei l... estranho.
Christopher: Vou parar ento. Ela ficou quieta e continuou comendo a comida. Dulce de repente levanta o olhar e sorri pra mim... Dulce: Obrigada. Christopher: Porque voc est agradecendo? Dulce: Por voc ser to atencioso comigo. Pela primeira vez eu sinto que algum se importa. Eu peguei em sua mo e depositei um leve beijo nela... Christopher: No tem nada que agradecer. S quero que voc jamais saia do meu lado. Eu j ficarei bastante feliz. Dulce: No se preocupe, no sairei. Ns dois sorrimos ao mesmo tempo e voltamos a comer. Na semana seguinte, no dia do passeio, eu acordei super atrasado. O nibus sairia s oito e eu ainda estava no banho sete e meia. Coloquei a roupa o mais rpido que pude, peguei a autorizao. Peguei minha mochila e sa correndo de casa. A professora j estava entrando no nibus e eu salto pra cima dela, impedindo-a de entrar... Professora: Uckermann! Mas que susto que voc me deu! Parece um marginal, chegando de surpresa! Christopher: Perdo, mas que eu me atrasei e vim correndo. Aqui est a autorizao. Eu entreguei o papel para a professora e ela me repreendeu... Professora: Irresponsvel como sempre, no ? Quase perde o passeio. Anda, entre a no nibus. Christopher: Obrigado professora. Eu pisquei pra ela e subi correndo no nibus. Vi o rosto de Dulce l no fundo e fui at ela. Dulce me olhou e um sorriso repentino surgiu em seus lbios... Dulce: Pensei que voc no viria. Christopher: Perdo, acordei atrasado. J estava preocupada porque ia sentir minha falta o dia inteiro? Ela sorriu e chegou para o lado, para que eu pudesse me sentar... Dulce: Presunoso... Christopher: Realista! Eu pisquei pra ela e Dulce comeou a rir, olhando para a janela. O nibus comeou a andar e fomos em rumo a nossa to sonhada faculdade. Digo, no era a minha faculdade, porque eu nunca sonhei com faculdade nenhuma, mas como ela ir pra l, eu irei junto. Jamais a deixarei sozinha... X__X Christopher veio me provocando a viagem toda. Perguntou se no estava calor pra que eu usasse o cabelo solto e disse que isso era mrito dele. Ficou brincando e mexendo comigo o tempo todo, at com o lugar que eu escolhi no nibus... Christopher: Sentou aqui atrs pra ficarmos escondidos de todos ? Ele passou o brao ao redor do meu ombro, mas eu o tirei imediatamente...
Dulce: No, voc sabe que eu gosto de ficar afastada de todo mundo. Christopher: Mas ficar afastada de todos comigo mais gostoso, n? Ele me deu um beijo no rosto e eu o olhei com o cenho franzido... Dulce: Sonhou com palhacinhos hoje, Christopher? Est to alegre. Christopher: Eu estou feliz, no posso? Dulce: Pode, mas...precisa descontar essa felicidade em mim? Ele arqueou uma sobrancelha e se afastou um pouco... Christopher: Ento ta. Deixa eu descarregar minha alegria na Dbora. Ela est l na frente sozinha, ento... Ele ia se levantando, mas eu imediatamente o puxei e disse um pouco alto... Dulce: No! As pessoas olharam para trs e eu senti o meu rosto queimar. Christopher se sentou rindo e eu disse a primeira coisa que veio na minha cabea... Dulce: No me deixa sozinha...por favor. Eu abaixei a cabea, sem poder encar-lo. Christopher toca meu queixo com o polegar e me obriga a olh-lo. Ele apenas fica me encarando, enquanto eu tentava descobrir o que se passava pela sua mente... Dulce: Por que me olhas assim? Christopher: Porque eu estou morrendo de vontade de te beijar, mas estou me controlando ao mximo para no fazer isso. Eu escapei de seu controle e virei o rosto... Dulce: Voc disse que ia parar com isso. Christopher: Perdo...s vezes no consigo evitar. Eu estava olhando para a janela, mas pude perceber o seu tom de voz triste. Olhei de soslaio para ele e vi que Christopher encara suas prprias mos, com um olhar confuso. Culpada por ter acabado com sua alegria, coloco minha mo sobre as suas e sorrio um pouco. Ele olha pra mim e tambm sorri, beijando de leve minha mo. E assim seguimos a viagem toda...de mos dadas.... X__X 100 O nibus parou em frente a enorme faculdade e todos comearam a descer. Eu ajudei Dulce a se levantar e ela soltou a sua mo da minha, provavelmente com vergonha de algum ver. O sol estava um pouco forte. Assim que descemos do nibus, Dulce espirra ao meu lado e cambaleia um pouco... Christopher: Sade! Dulce: Brigada... Christopher: Est resfriada? Dulce: No... por causa do sol. Christopher: Sol? No entendo! Dulce: Quando eu chego num sol forte assim eu espirro. uma sensibilidade que certas pessoas tm na retina, qualquer dia eu te explico melhor.
Eu deixei quieto, enquanto a professora falava alto atrs da gente... Professora: Sanvion e Uckermann, temos muita coisa pra fazer. Vo ficar de papo at quando? Christopher: J estamos indo. Eu revirei os olhos e Dulce comeou a rir. Ns entramos na faculdade junto com os outros e comeamos a explorar o lugar. A professora ia acompanhada do diretor do lugar, e ele ia nos instruindo. A faculdade era bem grande, dava pra se perder ali fcil, fcil. Meu colgio no era muito diferente, ento eu acho que no ia ter problemas. Fomos at o ptio, onde seria dada uma palestra sobre os cursos. Havia um palco grande e um quadro posto ali de ltima hora. Um psiclogo nos esperava, enquanto sentvamos no cho. Dulce se sentou na minha frente de mau jeito e eu no resisti ao impulso de pux-la pelos ombros at a mim... Dulce: O que voc est fazendo? Christopher: Te colocando em uma posio mais confortvel. Eu abri minhas pernas e a coloquei entre elas, fazendo Dulce encostar em meu peito... Dulce: Chris, eu... Christopher: Shh! Fica quietinha que a palestra j vai comear. Dulce se calou e virou para a frente. Ela amarrou o cabelo em um coque improvisado, deixando o seu pescoo mostra. O cheiro do seu perfume entrou pelas minhas narinas e eu senti que ia ficar louco com essa proximidade. Se ela continuasse assim, eu juro que no ia responder por mim... X__X Eu estava prestando ateno na palestra. Juro que estava. Mas ao sentir os lbios de Christopher em meu pescoo, tudo ao meu redor pareceu desvanecer. Eu me virei um pouco e comecei a gaguejar... Dulce: O...o que...voc est fazendo, Christopher? Christopher: Vi uma gota de suor caindo aqui e no resisti. Ele continuou ali, me acariciando com a lngua, enquanto eu tentava no soltar um gemido na frente de todo mundo. Eu relaxei de vez meu corpo contra o seu, rendida s emoes que tomavam conta de mim e fechei meus olhos. A lngua de Christopher continuava passeando por l, indo da minha nuca at a clavcula. Eu suspirava sem parar, enquanto ele ria s vezes, provavelmente por causa das minhas reaes. Suas mos estavam em minha cintura e eu comecei a acarici-las, fazendo um pequena massagem nelas, tentando retribuir qualquer coisa... Christopher: Sua pele est salgada...mas eu gosto disso. Ele mordeu devagar meu pescoo e eu sorri involuntariamente. Eu juro que poderia me perder facilmente nesses braos, nessa boca e nesse cheiro que me deixavam extasiada. Mas tudo acaba, quando eu ouo uma voz ao longe e Christopher afasta a boca do meu pescoo... Professora: Sanvion e Uckermann, por favor! Todos os alunos olhavam pra gente com um sorriso na cara, menos Dbora, Jack e Nicholas. Eu estava morrendo de vergonha. H quanto tempo ser que eles viram o que estvamos fazendo?
X__X 101 Ao ver que todos estavam nos olhando, Dulce tentou se afastar de mim, mas eu a segurei pela cintura... Diretor: Sei que namorar bom meninos, mas no agora. Christopher: No estamos namorando, senhor diretor...eu apenas estava falando algo baixo aqui no ouvido de Dulce para no atrapalhar a palestra. Diretor: Ham...sei...enfim, como eu ia dizendo... Ele voltou a falar e eu senti Dulce relaxar em meus braos novamente... Dulce: Eles...eles viram? Christopher: No se preocupe. Eles s olharam pra trs quando eu j tinha parado de te acariciar...o nico que viram foi voc aqui, entre meus braos. Dulce: Por que voc no me deixou sair? No queria que eles vissem ns dois to juntos assim. Christopher: Por que no? melhor eles se acostumarem com a idia... Eu aproximei minha boca do seu ouvido e sussurrei... Christopher: Porque voc logo vai ser minha... Dulce ficou quieta o resto da palestra. No sei se ela estava com vergonha ainda pelo flagra ou se foi pelo que eu tinha dito. Quando a palestra acabou, j era uma da tarde. A professora nos levou at a praa de alimentao, que ficava ao ar livre e nos sentamos em uma mesa separada... Christopher: Voc gostou da palestra? Dulce: Sim. Pronto. L estava a antiga Dulce de sempre. A que no abria um sorriso e nem falava nada. Eu tinha que reverter logo essa situao antes que ela voltasse a gostar de ser assim... Christopher: Dulce, se eu fiz algo que voc no tenha gostado melhor voc falar logo. Odeio quando voc fecha essa cara e no diz o que aconteceu. Ela cruzou os braos e encostou na cadeira... Dulce: No gostei do que voc disse. No sei, certas coisas me incomodam e voc j sabe. Diz que no vai mais fazer e faz. Srio, isso me irrita. Eu abaixei a cabea constrangido, pois sabia que ela estava certa... Christopher: Tem razo, desculpe mais uma vez. Prometo de verdade que no voltar a acontecer. Ela sorriu de repente e eu fiquei confuso... Dulce: No precisa parar, que...nas frente das outras pessoas no, entende? Mas com a minha permisso... Ela mordeu os lbios e eu comecei a rir... Christopher: Ai, ai Dul...eu desisto de voc.
Ela pegou em minha mo e a acariciou lentamente... Dulce: No, Christopher...nunca desista de mim. Ela me olhava de um jeito to doce que, por um momento, pensei que aquela frase pudesse ter um outro sentido. Eu acariciei a mo dela tambm e olhei bem fundo em seus olhos... Christopher: No se preocupe, gatita...no vou desistir de voc. X__X Eu falei aquilo sem pensar, mas era o que estava sentindo. De alguma forma, no queria que Christopher se afastasse da minha vida. Depois que almoamos, a professora e o diretor nos levaram para conhecer as instalaes. As salas eram bem espaosas e grandes. O ambiente todo tinha uma infra-estrutura tima. O lugar perfeito pra mim. Por volta das quatro da tarde, ns regressamos para o nibus, em direo casa. Eu estava quieta e Christopher colocou o MP4 no ouvido e fechou os olhos, enquanto eu olhava distrada para a janela. Eu queria falar algo, mas no tinha coragem. Sei que j era ntima de Christopher e podia pedir qualquer coisa, mas no sei como ele iria reagir a isso. Sem pode evitar, me viro para olhar um pouco para ele. Christopher parecia mergulhado no mundo da msica, sem perceber nada, nem ningum ao seu redor. Tinha um semblante calmo, como se tivesse dormindo e sonhando com anjos. Vendo-o assim to vulnervel, me deu vontade de tocar seu rosto e acarici-lo. Mas como se soubesse que o estava olhando, Christopher abre os olhos e vira pra mim. Tentei virar o rosto h tempo, mas no foi o suficiente... Christopher: Estava me olhando, Dul? Eu mordi os lbios e olhei novamente para ele... Dulce: Voc rpido demais. Christopher: Voc que no sabe disfarar. J cansei de ficar olhando para ti na aula, mas voc nunca notou. Dulce: Srio? Christopher: Aham, mas eu sei virar a cara quando devo. Mas...por que estava me olhando? Sou to bonito assim que pra voc impossvel tirar os olhos de mim? Eu lhe dei um tapa no ombro e ele comeou a rir... Dulce: Deixa de ser convencido, Uckermann! Parece que cada dia seu ego cresce mais! Christopher: E voc acha que eu vou dizer que eu sou feio, quando na verdade o contrrio que eu vejo no espelho todos os dias? Eu revirei os olhos e cruzei os braos, voltando a olhar para a janela, cansada daquela arrogncia toda. Christopher tocou em meus braos e me fez encar-lo novamente... Christopher: Fala gatita...eu sei que voc quer me dizer algo, mas no tem coragem. Dulce: J me conhece tanto assim? Christopher: O suficiente, vamos dizer assim. Anda, fale. Dulce: Eu...eu queria te fazer um pedido, mas no quero parecer atrevida ou chata. Ele franziu o cenho e mordeu os lbios.... Christopher: Que pedido? Eu respirei fundo e disse um pouco baixo, pois estava morrendo de vergonha...
Dulce: Ser que...ser que voc pode voltar a escrever pra mim? X__X 102 Ela estava mais vermelha que um pimento e eu abri um largo sorriso... Christopher: Est falando srio, Dul? Ela assentiu e colocou a mo na boca, virando novamente para a janela. Eu toquei seu queixo, fazendo-a virar para mim e disse lentamente... Christopher: Te fiz uma pergunta. Pra que ficar com vergonha? J disse que pode falar do que quiser comigo. Dulce: Eu sei, mas algo inevitvel. Mas...voc se importaria de voltar a escrever pra mim? Eu adorava achar aqueles envelopes na minha mochila com as coisas lindas que voc escrevia. Mas voc parou... Christopher: Parei porque voc j sabia quem era o Calcvu. Eu fazia aquilo pra chegar mais perto de voc e, como voc j descobriu, no vi mais necessidade. Dulce: Mas tm necessidade. De alguma forma eu me sentia...bem! Me sentia muito bem em saber que eu tinha algum que escrevia aquelas coisas lindas para mim. Ela sorriu e eu me aproximei mais. Nossos rostos ficaram muito prximos e eu no parava de olhar para a sua boca um minuto. Dulce tambm olhou para a minha e a tenso que se formou ali s foi quebrada pelo nibus, que tinha acabado de parar... Professora: Chegamos, meninos! Espero que tenham gostado do passeio. At segunda-feira, pessoal. Ela pigarreou e se afastou de mim, pegando sua mochila e se levantando... Dulce: Vamos? Eu assenti e peguei minha mochila tambm. Ns descemos em frente ao colgio e, quando ela j estava se despedindo de mim, eu a puxei pelo brao e disse... Christopher: Tentarei escrever algo esse fim de semana, mas no sei se vai ficar bom. Espero que voc goste. Dulce: Acho que vai ser meio difcil eu no gostar, seus poemas so perfeitos. Ela mordeu os lbios e desviou o olhar. Eu me aproximei e toquei em seu queixo, fazendo-a me encarar... Christopher: Obrigado por dizer essas coisas, no sabe o quo importante para mim. Eu sorri pra ela e lhe dei um beijo no rosto, fazendo-a ficar um pouquinho vermelha... Dulce: Bom, j vou indo pra casa. Obrigada tambm por ter feito companhia no passeio. Christopher: Eu que agradeo. Ela sorriu gentilmente e acenou... Dulce: At segunda...tchau. E ela foi andando, enquanto eu fiquei parado, assistindo atentamente cada passo que ela dava, j elaborando algo para lhe entrar segunda-feira... X__X
O fim de semana foi bastante longo. Eu estava com um frio na barriga, desejando desesperadamente que segunda-feira chegasse logo. Eu tinha o seu telefone e estava louca para ligar, mas me faltava coragem. Queria ser um pouco mais corajosa nessas horas, mas infelizmente eu no possua tal virtude. Quando chegou segunda-feira, eu saltei da cama e entrei no chuveiro. Comecei a cantarolar qualquer msica e ria que nem boba, por nada mesmo. Desci para tomar o caf toda saltitante e minha me olhou assustada... Blanca: O que houve com voc menina? Engoliu palhacinhos hoje? Dulce: No me, eu s acordei feliz, no posso? Blanca: E...por acaso essa felicidade tem a ver com o tal de Christopher? Eu cuspi o suco de laranja que estava bebendo e comecei a tossir... Blanca: Meu Deus! Pra que isso tudo, menina? Dulce: Voc a falando do Christopher! J disse que eu e ele somos apenas amigos, me. Blanca: E quem ta dizendo que vocs so algo mais? Eu no disse nada, s perguntei se ele a deixa feliz. Isso pra mim conscincia pesada, hein, Dulce Maria. Eu dei uma mordida no po, tomei um gole de suco e peguei minha mochila, antes que ela continuasse perguntando mais alguma coisa... Dulce: Mezinha, to indo pra escola, ouviu? At de noite. Blanca: Mas Dul, e seu...? Antes que ela terminasse a frase, eu sa correndo e fechei a porta. Respirei fundo e fui para o colgio, tentando no lembrar das insinuaes da minha me acerca de Christopher. Assim que eu cheguei na sala, ele estava l, j reservando o meu lugar e com o pensamento longe. Eu me aproximo e olho pra ele, me sentando ao seu lado... Dulce: Est pensando demais ultimamente ou s impresso minha? Ele pareceu finalmente notar a minha presena e vira o rosto pra mim, sorrindo daquele jeito conquistador... Christopher: Perdo, eu estava viajando. Dulce: Eu percebi isso. Christopher: So coisas que esto passando pela minha cabea, voc sabe...poemas e essas coisas. Eu sorri, me lembrando que Christopher estava me devendo algo e me levantei, como quem no quer nada... Dulce: Bom, vou no banheiro rapidinho. Cuida da minha mochila, por favor? Ele riu e assentiu, enquanto eu saa da sala, j imaginando o que ele faria enquanto eu estivesse fora... X__X 103 Eu estava adorando esse jogo que ela estava fazendo. Dulce sabia jogar muito bem, s que ela esquece de que eu sou muito melhor do que ela e que eu vou levar essa taa. Assim que ela saiu, eu peguei o envelope que estava na minha mochila e coloquei na dela. Fiquei em dvida no comeo, pois no sabia se o poema estava bom, mas logo desencanei e resolvi deixar que ela mesmo julgasse meu desempenho. Depois de dois minutos, Dulce volta e se senta ao meu lado, com o mesmo sorriso de
sempre... Christopher: Voc est muito sorridente hoje. Passa algo? Ela revirou os olhos e sorriu... Dulce: Minha me me disse a mesma coisa hoje de manh. Est to na cara assim? Christopher: Pra falar a verdade...sim! Pra quem nunca sorria, voc at que est bastante mudada. Dulce: Me mudaram, sabe? Ela estava com um dedo na boca e continuava sorrindo, olhando de uma forma diferente pra mim. Eu no sabia se isso tinha sido uma indireta ou no, mas resolvi deixar pra l. A professora entrou na sala e comeou a dar a aula. Percebi que Dulce no se mexia e resolvi perguntar... Christopher: No vai abr-lo? Dulce: No na sua frente... Christopher: E por qu? Dulce: Porque no tem graa! mais legal abrir longe de ti, porque eu posso fazer cara de boba sem que voc veja. Christopher: E voc faz cara de boba quando l algo que eu escrevo para ti? Ela mordeu os lbios e assentiu... Dulce: Vamos prestar ateno na aula, Christopher, depois eu te digo o que eu achei. Christopher: Tudo bem, como voc quiser. Eu comecei a prestar ateno na aula, como ela havia pedido, mas eu continuava a imaginar sua cara quando visse o poema... X__X Eu estava louca pra ver o que ele tinha escrito, mas tinha que me segurar, pois no queria que ele visse minha cara. Reconheo que parecia uma idiota apaixonada quando lia seus poemas. No que eu estivesse apaixonada, claro...foi apenas uma comparao. No refeitrio, Christopher ficou o tempo inteiro olhando para mim, de uma jeito que me deixou nervosa... Dulce: O que foi? Christopher: Eu to nervoso, Dulce, abre logo isso! Dulce: No! J disse que no posso abrir perto de voc. Ele revirou os olhos e continuou a comer, enquanto eu coloquei os talheres no prato e me levantei... Dulce: Vou ler o poema, antes que o nervosinho exploda. Acho que agora s te vejo amanh, no ? Christopher: Acho que sim...voc sabe, tenho o treino e tudo... Dulce: Certo...se cuida ento. Eu lhe dei um beijo no rosto e sa, correndo para o banquinho mais distante de todos para abrir o envelope. Assim que o fiz, comecei a ler... Te vejo passar e comeo a tremer. Olho em seus olhos e no sei o que dizer. O que sinto to grande que fico at sem saber o que fazer. Porque te amar gritar seu nome em silncio. Te amar ver seu rosto na minha escurido.
Te amar sentir sua presena na minha solido. Te amar querer-te ao meu lado por toda minha vida... Porque um dia eu te farei minha Eu nem sabia o que pensar ou fazer na hora em que li isso. Meu estmago j estava todo revirado pelas emoes e meu corao batia aceleradamente. Era to bom se sentir assim..querida. Christopher tinha o dom de fazer as pessoas carem aos seus ps. Assim que bateu o sinal, eu guardei o envelope e fui para a minha sala, ainda suspirando, pelas lindas palavras que eu tinha acabado de ler... X__X 104 Enquanto terminava de comer, pensei nela e um sorriso surgiu em seus lbios. Mas esse mesmo sorriso logo desapareceu, quando eu sinto algo estranho, como uma sensao ruim perto de mim. Viro um pouco meu rosto e vejo Jack me olhando como se quisesse me matar. O que eu tinha feito dessa vez? Resolvi no ligar e deixar que ele se afogasse na sua amargura. Hoje teria que faltar as aulas de filosofia, pois faltavam apenas dois meses para o intercolegial e os treinos estavam cada vez mais intensos. Entrei no vestirio e coloquei meu uniforme. Antes de comear o treinamento, Christian se aproxima com um sorriso nos lbios e pergunta... Christian: Vocs estavam muito sorridentes hoje. J esto juntos? Christopher: Quem dera. Dulce osso duro de roer. Christian: Estou vendo. Mas segue em frente, voc j deu um grande passo. Christopher: Eu sei, no desistirei dela... Treinador: Uckermann e Chvez! Se posicionem logo, no temos tempo a perder. O treinador separou o time entre os reservas e os titulares. Jack ainda estava com aquele olhar sombrio, mas devia ser alguma coisa pessoal dele. Por incrvel que parea, ele no tentou nada contra mim dessa vez. O jogo foi tranqilo, fiz dois gols no primeiro tempo e Christian fez um. Paramos um minuto para descansar e Poncho se aproximou... Poncho: No acha que Jack est estranho hoje? Christopher: U! Resolveu falar comigo? Seu dono no vai reclamar no? Poncho: Qual , Christopher, eu to aqui conversando na boa. Christopher: Ok, perdo...sim, vi que ele est com um olhar estranho, mas no to nem a, isso problema dele. Poncho: Cuidado cara. Eu j ouvi ele comentando que queria te pegar, pra ocupar o seu lugar. Christopher: E voc acha que eu no reparei nisso? Mas hoje ele ta tranqilo, no to tendo que me preocupar. Poncho: Tudo bem ento, se voc acha. Poncho terminou de beber seu energtico e voltou para o campo. Eu limpei o suor do meu rosto e fiz o mesmo, pois a segunda parte do treinamento j ia comear. Paulo, do time reserva, fez um gol, deixando o placar por 3x1. O jogo j estava no final e, num ltimo lance, Christian passou a bola perfeita pra mim. Com certeza esse seria mais um gol, pois eu estava bem perto do goleiro e, modstia parte, essa eu no perdia. Mas, quando eu fui ajeitar a bola para chutar em gol, vejo Jack chegando com um carrinho em minha direo. E, antes que eu pudesse falar ou fazer qualquer coisa, sua chuteira toca com fora meu tornozelo, fazendo com que eu voasse, e caindo com tudo no cho. Eu escuto o apito do treinador e uma dor enorme e latejante dor em meu tornozelo. Era algo muito forte, nunca na vida tinha sentido algo assim. Fecho os meus olhos, gritando de dor, enquanto escuto vozes de pessoas se aproximando de mim... X__X
A aula de literatura estava um tdio. Talvez porque eu s pensava em Christopher. Ou talvez porque a matria no estava to boa quanto antes. Quando j estava quase dormindo em cima da mesa, batem na porta e Any entra na sala... Any: Professora, a Dulce pode sair da aula mais cedo? urgente! Professora: Sim, Portillo. Sanvion, acompanhe sua colega e se considere liberada por hoje, pois faltam apenas alguns minutos pra acabar a aula mesmo. Dulce: Obrigada professora. Eu peguei a minha mochila e sa da sala. Assim que estvamos no corredor eu me virei pra Any e perguntei com a cara mais sria possvel... Dulce: O que houve, Any? Any: Christopher! Acertaram ele no treino. Est na enfermaria com o tornozelo inchado e eu achei que devia te avisar. Dulce: Claro que tinha que me avisar e eu agradeo! Podemos ir at l? Any: Claro! Acho que ele vai gostar de te ver. Talvez isso diminua um pouco a dor dele. Eu estava morrendo de preocupao at chegar na enfermaria. Assim que entramos, vi ele sentado na cama com o p apoiado em uma cadeira mais alta. Seu tornozelo estava inchado e roxo. Parecia um ovo, mas eu achei melhor no comentar nada para no piorar a situao... Christopher: Dul? O que voc est fazendo aqui? Ai! Ele gritou, quando a enfermeira colocou um pano mido enrolado com gelo naquela regio. Christian e Poncho tambm estavam na sala, olhando pra ele com uma certa pena... Dulce: Meu Deus! O que houve, afinal? Poncho: Jack lhe deu um carrinho violento e Christopher torceu o tornozelo. De verdade, no sei como ele teve coragem de fazer isso sabendo que falta pouco para o intercolegial e que Christopher o melhor jogador do time. Any: simples, Poncho. Isso tudo se chama inveja! Todos vocs sabiam o quanto Jack queria o lugar de titular e fez isso de propsito! Os dois trocaram olhares diferentes e eu estranhei um pouco tudo isso... Christian: E o pior que ele jurou para o treinador que tinha ido na bola e, como ele estava distrado na hora do lance, acabou acreditando. Ao que tudo indica, Jack ser mesmo o titular. Christopher: Mas que droga! Ele deu um soco na cama e seu p caiu um pouco para o lado, fazendo ele gritar. Eu me aproximei e acariciei seus cabelos, tentando amenizar de alguma forma sua dor... Dulce: No se preocupe, Chris. Jack pode ter conseguido sua vaga, mas voc sabe que o melhor. Tudo vai acabar bem, voc vai ver. X__X 104 No sabia se a presena dela era coisa boa ou ruim. Meu tornozelo doa tanto que eu tinha vontade de chorar, mas jamais faria isso na frente dela. Ao mesmo tempo, ter ela ali do meu lado acariciando meus cabelos e me olhando daquele jeito terno e gentil, eu at me esquecia da dor latejante que estava sentindo... Christopher: que me revolta saber que ele conseguiu o que queria! Dulce: Mas ele no to bom quanto voc e no vai jogar to bem. Christopher: isso que me preocupa. Eu no estou preocupado comigo e sim com o
desempenho do time. Dulce ficou quieta, pois sabia que eu estava certo... Christian: No somos to bons quanto voc, mas podemos nos virar. Poncho: , Christopher. Estamos treinando h muito tempo, podemos ganhar esse jogo. Christopher: Tem razo, talvez eu esteja me achando demais. Vocs podem dar conta disso, eu tenho certeza. Os dois assentiram e o clima na sala ficou mais brando. A enfermeira pediu que Any segurasse o gelo no meu p, enquanto ela ligava para os meus pais. Poncho se aproximou de mim e abaixou o olhar, como se tivesse constrangido e disse... Poncho: Desculpa cara, por tudo mesmo. Infelizmente, s agora eu vi que Jack realmente uma m pessoa. Posso te garantir que eu vou tornar a vida dele um inferno nos treinos. Christopher: Tudo bem cara, o que importa que voc percebeu isso a tempo. Christian: Eu estou com Poncho, Christopher. E creio que o pessoal do outro time tambm, porque todos viram o que aconteceu. Christopher: Obrigado pessoal, de verdade. Enfermeira: J liguei para sua me. Ela vir aqui e te levar para o seu mdico particular. Se cuide bem, pois a leso no pouca coisa. Christian: Boa sorte cara. Fala direito com o seu mdico, de repente voc pode se recuperar antes do intercolegial, basta acreditar. Christopher: Creio que no, mas enfim... Any: Adeus meu beb. Se cuida. Ela me deu um beijo no rosto e me abraou. Poncho tambm falou comigo e pediu desculpas outra vez... Christopher: Est tudo bem cara, de verdade. Poncho: Que bom, e a minha promessa de infernizar a vida de Jack ainda est de p. Eu sorri pra ele e me virei para a porta, onde Dulce tinha o seu olhar perdido. Fui me apoiando em Christian, sem apoiar o p direito no cho e cheguei at ela, que me olhou com lgrimas nos olhos... Dulce: Se cuida. E faa tudo o que o mdico disser, nada de teimosias! Eu ri e passei a mo pelo seu rosto... Christopher: Prometo que seguirei risca tudo que me disserem. Dulce: Eu posso...posso passar na sua casa para voc como voc est amanh? A eu aproveito e te passo a matria. Christopher: Mas claro! Voc pode aparecer l quando quiser, no precisava nem pedir permisso. Ela me abraou e eu pude ver que todos na sala estavam com um sorriso bobo no rosto, percebendo o afeto entre ns. Espero que Dulce no tenha reparado o mesmo que eu, seno ia comear a voltar a ser como era antes. Ns nos desvencilhamos e ela me deu um beijo no rosto. Christian me levou, junto com a minha me, at o carro e de l fomos at o consultrio do mdico, ver como estava esse tornozelo... X__X Eu fiquei o resto do dia preocupada, mas eu ainda no tinha coragem de ligar. No sei, eu no gostava de falar no telefone, tinha muita vergonha. No dia seguinte, eu me sentei perto de Christian e Poncho, j que os dois se afastaram de vez do grupinho do Jack...
Dulce: Como ele est? Christian: Est bem. Parece que vai poder voltar a jogar, mas no se sabe se vai dar tempo de jogar o intercolegial. Poncho: Mas ele est confiante. Disse que vai pedir para o treinador ajuda-lo com a fisioterapia. Est determinado a voltar a jogar. Dulce: Que bom, fico mais feliz. Christian: Por que voc no ligou, Dulce? Ele ficou esperando. Dulce: Ah, que no deu tempo. Mas hoje depois da aula eu vou pra casa dele. Poncho e Christian se entreolharam e eu fiquei morrendo de vergonha. A professora foi corrigir alguns exerccios e eu resolvi prestar ateno na aula, antes que ficasse louca de vez. A hora do almoo foi to sem graa. Digo, eu estava acompanhada, pois comi com Any, Poncho e Christian, mas nada era o mesmo sem ele. Mal toquei na comida, pois no estava com a mnima fome. As horas se arrastaram. Os minutos pareciam dias e eu j estava bastante nervosa. Assim que o sinal bateu eu sa correndo e fui at a sua casa. Assim que cheguei, sua me abriu a porta... Alexandra: Dul! Ela me deu dois beijos no rosto e me abraou... Alexandra: Christopher passou o tempo todo falando de voc, reclamando que voc no ligava. Vai ficar muito fez em saber que voc est aqui. Dulce: Perdo por no ter ligado. Mas eu estou aqui, como prometi. E trouxe toda a matria do dia, pra passar pra ele. Alexandra: Ah menina, voc um anjo! Suba, suba! Pode entrar sem bater, ele vai adorar a surpresa! Dulce: Tudo bem ento, vou subir... Subi as escadas lentamente, tentando lembrar onde era seu quarto. Abri a porta lentamente e l estava ele, deitado em sua cama, vendo televiso e com o p apoiado em uma almofada. Eu no disse nada, apenas fiquei ali parada na porta, olhando atentamente para ele... X__X 105 Eu estava assistindo a um filme qualquer, quando eu sinto algo me vigiando. Olho pra porta e a vejo l, linda como sempre, me olhando com meio sorriso nos lbios. Eu tambm no pude deixar de sorrir, muito feliz por ela estar realmente ali... Christopher: Dul, voc veio! Pensei que j tinha esquecido de mim. Ela revirou os olhos e se aproximou, se sentando na cama... Dulce: Como ia esquecer de voc? Tudo l na escola me lembra a ti. O almoo foi to chato... Christopher: Voc ficou sozinha? Dulce: No. Any, Poncho e Christian ficaram comigo, mas...no a mesma coisa sem voc. Ela me olhou mordendo os lbios, enquanto o sorriso bobo no saa da minha cara... Dulce: Trouxe as matrias pra voc copiar. Quer que eu te ajude? Christopher: Ficaria agradecido, porque eu acho que muita coisa. Ela tirou os livros e os cadernos de dentro da mochila e abriu na pgina certa. Ns dividimos as matrias, para que as coisas andassem mais rpido. Enquanto escrevamos, Dulce comeou a puxar assunto...
Dulce: E como foi l no mdico? Christopher: Ah, ele disse que a toro nem foi to grave assim, que a enfermeira estava exagerando. Ele disse pra eu fazer muita fisioterapia e no praticar nenhum tipo de exerccios por enquanto. Dulce: Acha que d tempo de jogar o intercolegial? Christopher: Estou confiante, vou fazer o possvel para que isso acontea. Dulce: Vai dar tudo certo, voc vai ver. Ela apertou minha mo e me lanou um sorriso sincero. Eu beijei sua mo e olhei bem fundo em seus olhos... Christopher: Muito obrigado. Voc no sabe o quanto sua presena aqui essencial. Eu at esqueo minha dor no p. Ela desviou o olhar e tirou sua mo da minha, voltando a copiar a matria... X__X O seu olhar me deixava nervosa e fazia todas as clulas do meu corpo ficarem agitadas. Era incrvel como a minha concentrao desaparecia quando estava perto dele. A caneta em minha mo tremia ao ter a plena conscincia de que ele estava me olhando. A atmosfera do quarto estava tensa, pelo menos pra mim. Ao decorrer dos minutos, a troca de olhares foi inevitvel. Eu queria toc-lo de alguma forma, mas a coragem faltava. J eram oito da noite quando terminamos tudo. Um vento frio entrava pela janela e eu vi que Christopher tremia um pouco... Dulce: Quer que eu feche a janela? Christopher: Sim, isso seria muito bom. Me levantei da cama e fechei a janela, que ficava ao seu lado. Ele olhou pra mim com cara de cachorro pido e eu j entendi logo o recado... Dulce: O que voc quer que eu faa, Christopher? Christopher: Nossa, j sabe at ler meus pensamentos, ? Dulce: Eu aprendo com o tempo. O que voc quer? Christopher: Ser que poderia pegar um casaco na gaveta pra mim? Ainda estou com frio. Eu revirei os olhos e sorri, indo at a gaveta que ele me indicou. Peguei o primeiro casaco que vi e lhe dei... Christopher: Veste em mim? Dulce: Christopher! Voc torceu o tornozelo, no est invlido no! Christopher: Ai Dul, cuida de mim... Ele fez bico de criana e eu comecei a rir... Dulce: Voc fora do srio... Ele riu e levantou os braos, para que eu colocasse o casaco. Assim que eu o vesti, Christopher passou rapidamente os braos ao redor da minha cintura e fez com que eu sentasse em seu colo... Dulce: Christopher! Voc est com o p inchado! Christopher: Eu torci o tornozelo Dulce, no estou invlido! Eu ri ao notar que ele tinha repetido minhas palavras. Minhas mos estavam apoiadas em seu peito e eu podia sentir o seu corao batendo acelerado. Eu podia garantir que o meu batia na mesma intensidade. Ele deslizou uma mo pelas minhas costas, enquanto a outra estava
situada na minha cintura. Minha respirao ficava mais acelerada, conforme ele ia empurrando-me levemente pelas costas, at ele. Ficamos com a testa colada, enquanto ele roava levemente o seu nariz no meu. Eu passei os braos ao redor de seu pescoo, j completamente rendida a ele. Eu no queria nem pensar no que estava fazendo, apenas queria sentir sua boca junto minha a qualquer custo... Christopher: Eu te amo tanto...voc no sabe o quanto eu quero te beijar agora... E ento, ele aproximou seus lbios dos meus e eu senti que ia perder meus sentidos a qualquer momento... X__X 106 Eu queria beija-la at perder completamente o flego. Sua boca estava to prxima da minha e Dulce estava completamente rendida. Sabia que se a beijasse agora, ela no iria protestar, ao contrrio, aposto que corresponderia na mesma intensidade. Mas ela me havia feito prometer que no teria mais beijos entre a gente at que ela dissesse. Ento, eu apenas toquei de leve seus lbios, s pra no ficar na vontade. Imediatamente afastei meu rosto e ela me olhou, piscando rapidamente, com um semblante confuso... Dulce: O que aconteceu? Eu ri baixo, enquanto ela ainda me olhava com as mos ao redor do meu pescoo... Christopher: Quem foi que disse que no haveria mais beijos at o fim da aposta? Estou apenas cumprindo minha promessa, sem beijos. Ela ficou com a boca um pouco aberta, como se quisesse falar algo, mas nada saa... Christopher: Queria me beijar, Dulce Maria? Voc dita as regras e depois quer romp-las? Dulce: No isso, que... que... Ela comeou a gaguejar e eu sorri, vendo sua confuso. Rocei meu nariz com o dela novamente e sussurrei em seu ouvido... Christopher: Eu posso te dar o beijo que voc tanto quer...se admitir finalmente que quer ficar comigo. O semblante dela ficou indecifrvel por um momento. E, sem que eu esperasse, Dulce encosta a cabea em meu peito e abraa minha cintura, num gesto muito carinhoso. Eu retribui seu abrao e encostei de leve meu queixo em sua cabea, esperando qualquer resposta sua... X__X Meu corao estava acelerado e eu sentia que ia parar de respirar a qualquer momento. Eu nunca tinha sentido essas coisas antes e elas eram totalmente desconhecidas pra mim... Dulce: Eu tenho medo...muito medo. Ele me abraou mais ainda, me confortando e eu pude jurar que ele entendeu o que eu sentia... Christopher: J disse que no precisa ter medo. Se formos devagar, as coisas podem dar certo. Dulce: Eu nunca fiz isso antes...no sei como agir num relacionamento. Eu estava sendo muito sincera, afinal era a nica coisa que eu podia fazer por ele no
momento... Christopher: Dulce? Dulce: Hmm? Christopher: Voc me ama? X__X 107 Eu realmente no sabia que resposta ia receber. Uma hora parecia que ela correspondia meus sentimentos, outra hora parecia que no. Eu estava realmente nervoso e no sei o que tinha me dado pra perguntar aquilo... Dulce: Eu gosto muito de voc...muito mesmo... Christopher: Mas no o bastante para namorar comigo, certo? Ela ficou quieta e respirou fundo, como se tivesse tomando coragem para falar algo. Eu a apertei mais ainda contra mim, com medo da resposta que vinha por a... Dulce: Eu... Alexandra: Meus amores, vocs querem... Minha me entrou no meu quarto de repente e arregalou os olhos ao ver Dulce no meu colo. Ela se levantou num salto e eu quase assassinei minha me... Christopher: Me! O que voc quer?? Alexandra: Desculpe, eu no sabia que vocs estavam... Dulce: Ns no estvamos fazendo nada, tia! Eu olhei pra Dulce, que parecia um pimento, e no sabia se ria ou se ficava com raiva da minha me... Alexandra: Eu sei meu amor, eu vi. Mas de qualquer forma,eu no queria atrapalhar. Dulce: No atrapalhou em nada no tia, eu j estava de sada. De sada? Ela estava fugindo de mim, era isso mesmo? Christopher: Dulce, ainda temos que arrumar o material que est espalhado na cama... Alexandra: Bom, ento enquanto vocs arrumam, eu vou esperar por ela l embaixo. Quer que eu te leve em casa, meu amor? Dulce: No precisa tia, pode deixar que eu vou sozinha. Alexandra: Tudo bem ento...e desculpa, mais uma vez. Minha me saiu e Dulce comeou a arrumar o material desesperadamente, como se estivesse fugindo de um assassino... Christopher: Est nervosa por que, Dulce? Dulce: Eu no estou nervosa, s estou com pressa. J est escuro e minha me deve estar preocupada, mesmo sabendo que eu vinha aqui. Ela terminou de guardar tudo num segundo e j ia saindo, mas eu peguei em sua mo e a impedi de tal ato... Christopher: Voc ainda no respondeu a minha pergunta, Dul. Gosta de mim a ponto de deixar seus medos de lado e ficar comigo pra sempre? X__X
Eu tentava dizer alguma coisa, mas da minha garganta no saia nenhuma voz. Ele me olhava, esperando alguma resposta e isso me deixou mais nervosa ainda. Eu respirei fundo e reuni a pouca coragem que tinha, para tentar dizer isso da melhor forma... Dulce: Como eu vou te responder isso, se nem eu mesma sei o que eu sinto? Ele franziu o cenho e desviou o olhar por um momento... Christopher: E...eu posso te ajudar a descobrir de alguma forma? Eu acariciei sua mo que estava junto minha e o olhei, dizendo da forma mais sincera possvel... Dulce: Eu preciso de tempo para pensar, pra saber o que eu sinto mesmo. Eu quero ser justa contigo, depois de tudo que voc fez por mim. S no me pea pra tomar uma deciso agora, porque eu temo me equivocar completamente. Ele sorriu e deu um beijo em minha mo... Christopher: No vou lhe pedir nada e darei esse tempo que voc quer. Mas s peo que voc no se afaste de mim, porque isso eu no poderia suportar. Dulce: Nem eu poderia suportar. J me apeguei muito a voc. No vou te deixar, no se preocupe. Eu me aproximei e dei um leve beijo em seu rosto, vendo que um brilho especial surgia em seus olhos... Dulce: Agora eu tenho que ir mesmo, j est tarde. Christopher: Ok, vai com cuidado. Tem certeza de que no quer que a minha me te leve? Dulce: Tenho, eu posso ir sozinha. Amanh eu volto aqui. Christopher: Ok, ento at amanh. Dulce: At. Eu lhe sorri pela ltima vez e sa do seu quarto, suspirando e sentindo meu corao mil dentro do peito... X__X 108 Eu estava ansioso pra ficar com ela de uma vez, mas precisava ser mais paciente. J tinha andando longos passos at aqui e esperar mais um pouco no vai me matar. Nas duas semanas que passaram, Dulce estava l todos os dias, me ajudando a copiar a matria do dia e at mesmo me ajudando a estudar. Estvamos agindo como dois amigos, eu no a provocava e ela tambm no parecia olhar de uma maneira diferente pra mim. O mdico j disse que eu podia andar e eu passei a ir de muleta para a escola. Fiquei at surpreso, quando todo o povo veio pra cima de mim, perguntar como eu estava. As meninas fizeram uma rodinha minha volta. Todas ficaram me alisando e perguntando se eu ia voltar a jogar, como eu estava e uma srie de perguntas. Assim que eu cheguei na sala, Dulce j estava l. Fui o mais rpido que pude at ela, pois essas muletas no me deixavam locomover rapidamente. Me sentei ao seu lado, mas ele pareceu no notar minha presena... Christopher: Bom dia, Dul. Ela ficou calada e eu estranhei... Christopher: Bom dia, Dulce. Dulce: Pra voc.
A voz dela era fria e grossa, do mesmo jeito de antigamente... Christopher: O que houve? Dulce: Nada. Christopher: Te conheo, Dul, sei que algo no anda bem. Ela finalmente se virou pra mim e vi uma certa clera no olhar... Dulce: Por que voc se preocupa tanto? Christopher: Porque eu te amo e quero saber o que se passa contigo. Dulce: Ah ? Pois eu no preciso de ningum em cima de mim querendo saber o que eu sinto a cada minuto. Vai ficar com suas fs e me deixa em paz. Christopher: Do que voc ta falando? Dulce: No se faa de sonso! Quando eu cheguei, eu vi a rodinha que se formou ao seu redor e o sorriso bobo que voc deu pra todas! Christopher: Eu sou popular Dul, eu tenho que ser simptico, mesmo que no goste de certas coisas? Dulce: Ah ? No pareceu muito incomodado quando uma garota apertou a sua bunda e voc sabe do que eu to falando! Ela se virou novamente e jogou o cabelo na cara, para que eu no a olha-se. Eu comecei a rir e tentei tirar o cabelo da frente, para ver a sua expresso... Christopher: Est com cimes outra vez, Dulce Maria? X__X Eu sabia que estava sendo bvia demais, mas isso era algo que eu no conseguia controlar. Admito que senti uma raiva muito grande ao v-lo ali, rodeado de garotas e lanando sorrisos pra todas elas. Christopher tentava ver meu rosto, mas eu virava sempre que podia... Dulce: Me deixa, Christopher! Ele tentava me abraar, mas eu me afastava o mximo... Christopher: Para de besteira, Dul! Voc sempre soube do assdio para comigo, no porque essa frescura agora! Dulce: No frescura, que...voc deixa elas fazerem o que quiserem contigo! Isso me irrita! Christopher: Tenho que ser... Dulce: Simptico, j sei. Mas eu no gosto. E essas pequenas coisas me confundem mais ainda, se que voc me entende. Eu finalmente o encarei e encontrei um olhar preocupado... Christopher: No vai ser legal eu afastar das pessoas por sua causa. Mas eu posso tentar. Ele no podia estar falando srio. Ele estaria mesmo disposto a fazer isso por mim? Dulce: No quero tambm que voc largue a sua vida por minha culpa. S quero que voc ponha limites. No foi legal assistir voc rodeado de meninas te comendo com os olhos, mas foi algo suportvel. Mas ao ver que certas garotas ultrapassaram limites e voc gostou daquilo, foi demais para mim. Ele sorriu de leve e eu me senti envergonhada, pensando que talvez estivesse cobrando demais... Christopher: No vou negar que bom receber toda essa ateno. verdade tambm que eu
gosto dessa reao exagerada, mas se voc no gosta, tudo bem, vou falar com elas. O importante de tudo voc. Ele tocou de leve meu queixo e me obrigou a encar-lo. Eu senti meus lbios tremerem levemente e rezei pra ele no ter percebido nada... Dulce:s vezes eu acho que cobro mais do que posso. Christopher: Talvez. Mas eu gosto, sabe? Isso mostra que voc se importa comigo e morre de cimes! Ele abriu aquele lindo sorriso e eu no pude evitar sorrir tambm. Ele se virou, quando a professora entrou na aula e eu fiz o mesmo, tendo prestar ateno em alguma palavra. Na hora do almoo, ele saiu na frente, enquanto eu terminava de guardar o meu material. Queria conversar com ele, perguntar se estava tudo bem e essas coisas, mas desisti imediatamente, assim que entrei no refeitrio e o vi sentado na nossa mesa de sempre, rodeado de garotas. Eu no ia falar mais nada e muito menos ia fazer barraco. Afinal eu era s uma amiga, no tinha direito a isso. Antes que eu pudesse dar meia volta e ir embora dali, escuto uma voz atrs de mim... ***: Finalmente percebeu que vocs dois nunca vo dar certo juntos? X__X 109 Eu sabia que Dulce no ia gostar de ver aqui com essas garotas, mas o que eu podia fazer? Tinha que ser agradvel e manter minha imagem, por mais que ela no gostasse disso. Mas enquanto eu estava recebendo ateno e mimos de pelo menos seis garotas, de longe eu vejo Dbora e Dulce conversando. E eu sabia que isso no podia ser algo bom. Dbora no era uma pessoa muito normal e eu j estava estranhado a sua demora pra fazer alguma coisa contra a gente, j que ela pensa que fomos feitos um para o outro. Fiquei assistindo tudo de longe, caso Dbora fizesse algo mais grave do que apenas conversar. Sei que eu estava incapacitado de defender Dulce, mas tentaria fazer o possvel pra defender o amor da minha vida. E quando essa conversa acabasse, Dulce iria me contar detalhadamente o que ela falou... X__X Dulce: O que voc quer? Dbora: Abrir seus olhos. Voc realmente acha que Christopher iria querer algo com uma menina nerd e sem sal como voc? Acorda pra vida minha filha, a nossa realidade outra. Christopher s quer brincar com voc. Dulce: Pense o que quiser, voc no tem nada a ver com a nossa vida. Eu tentei ir embora, mas ela me pegou pelo brao, me fazendo encara-la... Dbora: Est fugindo porque sabe que eu estou dizendo a verdade, no ? Dulce: Voc est dizendo a sua verdade, mas isso no quer dizer que seja certo. Dbora: Voc vai ver. Um dia Christopher vai te deixar por outra e voc vai ficar chorando pelos cantos. Eu o conheo, sei disso. Dulce: Aposto que deve saber muito bem mesmo, j que ele te deixou por mim, no ? O sorriso irnico que estava em seus lbios desapareceu, dando lugar raiva. Ela levantou a mo par me bater, mas eu a segurei a tempo... Dulce: Sabe? Essa uma tpica reao dos idiotas. No tem palavras inteligentes para usar e partem para a agresso. Se voc quer conseguir Christopher de volta, tenta ser inteligente como eu. Ento talvez ele volte a notar sua presena outra vez.
Eu larguei sua mo e sa dali com um sorriso no rosto e com a sensao de ter feito e dito a coisa certa... X__X 110 Faltando dez minutos para o intervalo acabar, eu consigo me livrar das minhas fs, com diz Dulce, e fui procur-la. Nem precisei pensar muito, pois j sabia que ela estaria no mesmo banquinho de sempre e lendo um livro intelectual. E eu acertei. L estava ela, debaixo do sol que fazia seus cabelos vermelhos brilharem mais ainda. S que, ao invs de estar lendo algum livro intelectual, a histria da vez parecia um romance, chamado Orgulho e preconceito. Me sentei ao seu lado, deixando as muletas ao lado do banco e olhei pra ela, que fingia estar entretida na sua leitura... Christopher: J percebeu que eu estou aqui, no ? Dulce: Aham. Christopher: E est sendo seca comigo porque me viu com as outras garotas no intervalo, no ? Dulce: Aham. Christopher: E est fazendo isso porque est morrendo de cimes e queria estar perto de mim, no ? Dulce: Aha... Ela parou no meio do caminho e me olhou, arregalando os olhos. Eu comecei a rir e levei uma livrada no ombro... Dulce: Christopher! Christopher: O que foi? Estou mentindo? Dulce: Me recuso a responder isso. Ela abriu novamente o livro e fingiu prestar ateno. Eu arranquei o maldito livro de sua mo e ela se virou pra mim, cruzando os braos... Dulce: Chris, me devolve! Christopher: Vou te devolver. Mas antes eu preciso perguntar uma coisa. Dulce: O que? Christopher: Eu podia estar com certas meninas ao meu redor, mas eu no sou cego. Eu vi voc e Dbora conversando. E quero saber sobre o que falavam... X__X Pelo seu semblante, vi que Christopher no ia desistir at que eu dissesse alguma coisa. Eu respirei fundo e olhei para ele... Dulce: Ela veio abrir meus olhos. Christopher: No entendi. Dulce: Segundo ela, voc est apenas brincando comigo e, quando conseguir o que quer, voc vai me abandonar. Ele praguejou e comeou a amassar o livro... Dulce: Christopher, olha o que voc est fazendo! Eu arranquei o livro de suas mos e ele passou a mo pelo rosto... Christopher: Perdo, que...essas coisas me revoltam! Voc no acreditou nisso, no Dul?
Eu hesitei um pouco, mas logo neguei com a cabea... Dulce: Dei uma resposta bem dada. Christopher: Que resposta? Eu mexi no cabelo, um pouco envergonhada e desviei o olhar... Dulce: Ah...ela tinha dito que sabia muito bem como voc era, a eu respondi que devia saber mesmo, pois voc a largou por mim. Eu escutei ele rindo do meu lado, mas eu no conseguia encar-lo de jeito nenhum... Christopher: Adorei a resposta. Acho que voc j sabe se defender, Dul. Dulce: Tive que dar meu jeito, j que meu super-heri est aleijado. Eu coloquei meu dedo na boca e o olhei, encontrando um sorrio arteiro em seus lbios e um olhar mais do que malicioso. Christopher encostou de leve o seu nariz na minha bochecha e eu suspirei... Dulce: O que est fazendo, Christopher? Christopher: Tentando te ajudar a tomar uma deciso mais rpido. Eu virei um pouco meu rosto pra ele, agindo pelo desejo que crescia cada vez mais dentro de mim e consegui falar com a voz que estava presa em minha garganta... Dulce: E acha que est conseguindo? Eu j estava de olhos fechados e sentia sua respirao perto da minha boca... Christopher: No custa nada tentar... Sua boca traioeira foi descendo da minha bochecha at chegar no canto dos meus lbios, depositando um pequeno beijo ali, me deixando completamente sem ar... X_X 111 Eu sei que estava jogando pesado, mas eu no sabia mais o que fazer para conquist-la. Cada dia que passava, ficava mais desesperadora a idia de nunca poder t-la. Senti Dulce sorri debaixo dos meus lbios e me afastei um pouco, roando meu nariz em sua bochecha. Os seus olhos se encontraram com os meus e seu sorriso se desvaneceu. No sei se era coisa da minha cabea ou algo, mas eu pude jurar que eu vi um brilho especial em seus olhos, um fogo que eu geralmente via quando estava perto. Estava a ponto de jogar tudo para o alto e beij-la ali mesmo, com toda a minha vontade, mas o sinal tocou na hora, fazendo os dois darem um salto no banco... Christopher: Droga! Esse sinal ainda vai matar algum do corao! Ela comeou a rir e se levantou... Dulce: Temos aula de filosofia agora. Vou precisar ajudar o meu super-heri a se levantar ou ele pode fazer isso sozinho? Ela tinha um sorriso malicioso no rosto e estava com os braos cruzados. Eu me levantei com certa dificuldade e peguei minhas muletas, virando para ela... Christopher: No se preocupe, porque seu super heri ainda sabe se virar muito bem sozinho.
Ento, donzela em perigo, se algum vilo voltar a correr atrs de voc no hesite em me chamar. Dulce me deu um tapa no ombro e comeou a rir... Dulce: Ta bom Christopher, chega de contos de fadas, ok? Vamos para aula antes que voc no se agente em p a. Ela ainda estava sorrindo, ento eu levei na brincadeira. Ns fomos andando at a sala a passos lentos, por causa do meu problema e ficamos implicando um com o outro o tempo todo, como eu amava fazer com ela... X__X No sei porque, mas implicar com ele era muito bom! Na aula de filosofia, travamos uma guerra entre ns ao ficarmos respondendo todas as perguntas. As pessoas ao redor deviam realmente estar com raiva, pois eu e Christopher no deixvamos ningum falar nada. Mas estvamos levando tudo na brincadeira, j que ambos tinham um largo sorriso no rosto... Professora: Uckermann, hoje o senhor est mais afiado do que de costume! O que est acontecendo? Dulce: porque ele est usando o tempo que perdia no futebol para estudar, sabe? Essa toro no tornozelo fez com o que crebro passasse a funcionar. Christopher: Muito engraada, Dulce Maria. Pode deixar que depois da aula eu vou te mostrar que meu crebro no a nica coisa que funciona em mim. Eu senti meu rosto pegar fogo, enquanto a sala inteira ria. E eu podia dizer mais alguma coisa? Acabei ficando quieta e abaixando a cabea, morrendo de vergonha... Professora: melhor pararmos esse assunto por aqui. Vamos voltar aula. Uns dois minutos depois, vejo uma bolinha de papel cair em minha mesa, enquanto a professora escrevia no quadro. Olhei para Christopher que assentiu, como se tivesse dizendo para eu abrir o papel. E foi o que eu fiz... Voc ficou chateada com o que eu disse? Peo desculpas, falei de brincadeira, no esperava que voc fosse se incomodar. Eu arranquei o pedao de um papel do caderno e peguei uma caneta, escrevendo a resposta. Fiz uma bolinha tambm e joguei em sua mesa, enquanto esperava sua reao... X__X 112 Eu estava realmente preocupado, pois no queria que ela ficasse chateada comigo. Abri o papel que ela jogou volta e respirei fundo... No se preocupe, est tudo bem. Morri de vergonha, mas eu supero. E pode apostar que isso vai ter volta, Sr. Uckermann. Eu sorri pra ela aliviado, mas Dulce virou a cara tentando no me dar ateno, mas com um sorriso no rosto. Assim que o sinal bateu, eu guardei as coisas e peguei as muletas, enquanto ela me esperava... Dulce: Voc sabe jogar bem. Tanto no campo de futebol, como nas palavras. S no melhor do que eu. Christopher: Tem certeza? Ento explique o que aconteceu agora.
Dulce: Foi apenas um lapso e voc teve sorte. Da prxima vez eu vou estar preparada. Christopher: Voc acha que sabe de tudo no ? Ento me responda algo...por que fechamos os olhos pra beijar, pra chorar e pra sonhar? Ela comeou a piscar, como se tivesse pensando na resposta e gaguejou... Dulce: Eu...no sei... Christopher: Por que simplesmente as melhores coisas da vida no podem ser vistas, apenas sentidas. Como o amor, por exemplo. Ela sorriu levemente e se aproximou de mim... Dulce: Como o amor que voc sente por mim? X__X Eu estava provocando, sabia disso. Mas eu precisava saber ao certo dos sentimentos dele, para finalmente tomar uma deciso. E jogando indiretas bem diretas era a nica maneira de descobrir o que eu queria. Christopher passou a mo pelo meu rosto e me lanou um sorriso torto... Christopher: Sim...exatamente como o amor que eu sinto por voc. S basta voc acreditar nisso. Dulce: E o que te faz pensar que eu no acredito? Christopher: Os testes que voc faz para averiguar a intensidade dos meus sentimentos. Voc pode pensar que eu no percebi nada, mas voc mais transparente do que pensa, Dulce. Eu fiquei quieta e engoli em seco, um pouco constrangida por ele ter percebido minhas intenes... Dulce: Me desculpe, eu... Christopher: No precisa se desculpar, eu entendo. Sei que um dia voc vai acreditar no que eu sinto. Agora preciso ir, vou para o treino. Dulce: Treino? Mas voc mal pode colocar o p no cho! Christopher: Eu sei, no vou jogar. O treinador combinou de me dar uns exerccios fisioteraputicos, que vo me ajudar a ficar bom para o campeonato. Bom, pelo menos isso que todos esperam. Dulce: Mas mesmo que voc melhore, vai ser muito em cima da hora. Voc vai conseguir jogar sem o mesmo treino e ttica que seus colegas vo estar preparados? Christopher: eu sei, isso algo a se pensar. Mas vamos torcer pra que tudo d certo. Quero muito jogar nesse campeonato e vou fazer de tudo para conseguir isso. Eu sorri pra ele e o abracei, tentando passar algum tipo de conforto... Dulce: Tudo bem, se cuida ento. Cuidado com o Jack. Christopher: No tenho com que me preocupar, todos os meus amigos esto do meu lado agora, depois que viram a sujeira que ele fez. Dulce: Mesmo assim, melhor prevenir do que remediar. Ele sorriu pra mim e me deu um beijo no rosto, pegando suas muletas e saindo da sala... X__X 113 Com o passar das semanas eu sentia que meu p ia melhorando. J havia deixado as muletas de lado e agora andava apenas uma faixa ao redor do tornozelo. Ainda mancava um pouco, mas nada que me impedisse de andar. Eu acho realmente que os exerccios que o professor estava me passando estavam servindo para algo. Nos treinos, Jack me olhava com fria, como
se estivesse torcendo contra a minha recuperao. E eu aposto que estava mesmo. Faltavam apenas dois dias para as provas do terceiro bimestre e eu no sabia absolutamente nada. E ainda por cima, precisava recuperar notas. Tive que recorrer a algum que pudesse me ajudar, ou melhor, quem tivesse cacife para isso... Christopher: Eu realmente estou precisando Dul, srio. Dulce: Tudo timo, no precisa se preocupar. Acha que conseguimos estar tudo fim de semana? Mas voc vai ter que ter fora de vontade, porque vai ser difcil aprender em dois dias o que voc no aprendeu em um bimestre. Christopher: Eu sei, eu sei. Juro que vou fazer por onde. Posso passar na sua casa amanh? Dulce: Claro, venha logo depois do almoo. O que voc quer estudar? Christopher: Matemtica e biologia, que so as principais. Dulce: timo. Antes de sairmos, vamos passar na biblioteca, para pegarmos alguns livros a mais, aposto que iro te ajudar. Voc me espera? Christopher: Mas claro, professora. Devo sair um pouco mais cedo do treino, ento estarei te esperando em frente biblioteca. Dulce: Ok, at l ento. Ela me deu um beijo e seguiu para suas aulas. Um largo sorriso surgiu em meus lbios s de pensar que eu ia passar todo o fim de semana ao lado dela... X__X Como havamos combinado, Christopher me esperava em frente biblioteca. Eu fui procurando livro por livro, enquanto ele apenas acompanhava meus movimentos. Enquanto estava folheando um livro de biologia, o vejo com um livro meio antigo na mo, escrito Cinderella. Eu comeo a rir e ele olha para a minha cara... Christopher: O que foi? Dulce: Pela f, Christopher. Voc j maior de idade, fica perdendo tempo com esse tipo de coisas. Christopher: Eu gosto, o que tem? Dulce: Tem que isso coisa de criana, mesmo assim inteis. Christopher: No so inteis, esses tipos de contos fazem as crianas sonharem. Dulce: So apenas iluses. Christopher: Dul! At parece que voc nunca foi criana. Dulce: Srio, no sei pra que existem contos de fadas. So s histrias inteis que fazem com que as crianas idealizem um amor. Alm do mais, isso tudo mentira. Christopher: Como assim? Dulce: Ora! Isso tudo que contam mentira. Ou voc acha realmente que existiu a Cinderella e seu lindo sapatinho de cristal? Ou a branca de neve e a ma envenenada? Ah, me poupe! Christopher: U, por que no? Digo, claro que no existiu uma abbora ou algo do tipo, mas pode ter existido sim. Acredito que cada histria tenha o seu toque de realidade. Por que no pode ter acontecido de um prncipe ter se apaixonado por uma plebia e depois se casaram? Pode ter havido algum querendo separa-los tambm, at hoje tem isso. Acredito que os irmos Grimm se inspiraram de algum fato real. Eu olhei pra ele no acreditando que estava ouvindo aquilo. Era muita fantasia pra uma mente s... Dulce: Ah claro! Daqui a pouco voc vai dizer que Hans Christie Andersen viu uma sereia e resolveu escrever a sereiazinha. Christopher: No, isso no. Voc muito inteligente e entendeu o que eu quis dizer Dulce. Dulce: Entendi sim, mas no concordo. Pra mim seu crebro est possudo pelas fantasias de crianas. Christopher: E o seu est possudo pela amargura. Voc muito nova pra ser assim. Eu revirei os olhos e fiz bico, voltando a folhear o livro de biologia. Eu estava to concentrada ali na matria que nem percebi quando ele se aproximou e depositou o queixo em meu ombro.
Eu virei um pouco a cabea e encontrei o seu olhar. Sempre que tnhamos algum tipo de discusso, Christopher vinha atrs de mim, com medo de eu ter ficado chateada ou algo. E de verdade, eu amava isso... X__X 114 Dulce me confundia bastante. Havia horas que eu sabia perfeitamente em que estava pensando. Mas em certos momentos, ela conseguia esconder verdadeiramente o que estava sentindo e eu ficava completamente confuso. Por isso eu tinha essa necessidade de correr atrs dela e saber se estava tudo bem entre a gente. Eu envolvi sua cintura com meus braos e continuei com o queixo apoiado em seu ombro. Ela me olhava de uma forma terna e eu imaginei que estava tudo bem... Dulce: Voc adora me agarrar, n? Christopher: Claro! Sempre que tiver oportunidade eu vou te abraar e ficar bem perto de voc. Eu a apertei mais contra meu corpo e dei um beijo bem estalado em seu rosto. Ela comeou a rir e se desvencilhou de meus braos, olhando pra mim... Dulce: Voc muito bobo, Chris! Olha, esse livro aqui serve, vai te ajudar bastante. Christopher: Eu espero que sim, pois eu estou precisando. Dulce: Eu vou te fazer tirar um dez nessas provas, voc vai ver. Christopher: Eu aposto que vai, confio em voc. Ela sorriu e passou a mo no cabelo. J conhecia aquele gesto, Dulce sempre fazia isso quando estava constrangida ou nervosa. E se dependesse de mim, nesse fim de semana ela ia fazer esse gesto repetidas vezes, pois a pretendia deixar bastante nervosa ... X_X No dia seguinte, eu almocei correndo, esperando ansiosa pela sua chegada. Quando a campanhia tocou eu dei um pulo da cadeira e minha me se assustou... Blanca: Calma menina! Desse jeito voc vai acabar levando um tombo. Eu ignorei o que ela havia dito e fui correndo atender a porta. Quando a abri, vi Christopher com aquele belo sorriso no rosto. E senti que todas as molculas do meu corpo se agitaram... Christopher: Ol gatita, como vai? Ele me deu um beijo no rosto e entrou... Dulce: Eu estou bem. Preparado para uma maratona de biologia? Christopher: Fazer o que n? Se eu quero sair da escola... Dulce: Exatamente. Anda, vamos para o meu quarto. Eu peguei em sua mo e sa arrastando-o escada acima. Durante toda a tarde, eu fiquei explicando pra ele sobre cromossomos, doenas genticas e etc... Dulce: Ento voc faz o quadro e v o gentipo e o fentipo do individuo estudado. Entendeu, Christopher? Eu vi que ele no me respondeu nada e o olhei. Ele estava me olhando de uma forma maliciosa, que me deixou muito constrangida... Dulce: Christopher! Presta ateno, assim no d!
Christopher: Perdo, que com voc to perto, um pouco difcil me concentrar. Dulce: Mas na sala ns ficamos com a mesma distncia e voc no fica a me olhando dessa forma. Christopher: diferente, na sala h pessoas nossa volta e estamos na escola. Agora estamos sozinhos em seu quarto... Ele me lanou um sorriso torto e eu engoli em seco, com medo dele estar pensando em fazer alguma coisa comigo... Dulce: J que assim, ento melhor mantermos certa distncia. Eu cheguei minha cadeira para o lado e Christopher comeou a rir. Ele pegou na cadeira e me puxou, fazendo-nos ficarmos mais prximos do que antes... Christopher: Deixa de besteira, Dul, no vou te atacar no! Ele passou o brao ao redor do meu ombro e sussurrou em meu ouvido... Christopher: Por mais que eu esteja morrendo de vontade de fazer isso... X__X 115 Como eu esperava, Dulce passou a mo no cabelo e fez de tudo pra no me encarar... Dulce: Christopher, voc veio aqui pra estudar ou pra dar em cima de mim? Christopher: Para os dois. Mas deixa que eu dou em cima de voc na escola, acho que agora o mais importante estudar n? Ela riu baixinho e finalmente me olhou... Dulce: Voc no tem jeito mesmo, no ? Eu passei o nariz levemente pela sua bochecha e depositei um beijo ali... Christopher: No, no tenho. Mas diga, como a histria do gentipo mesmo? Ela tornou a me explicar tudo de novo e dessa vez eu prestei ateno. Dulce era uma tima professora, pois ela conseguiu me ensinar em algumas horas o que eu no havia aprendido durante o bimestre todo. Ela passou alguns exerccios pra mim e eu acertei quase todos. J eram sete da noite quando terminamos de estudar. Eu j estava com dor de cabea e precisava ir pra casa... Christopher: Eu j vou, Dul. Acho que vou sair com a minha me pra jantar, ento preciso tomar um banho e essas coisas. Dulce: Tudo bem. Entendeu tudo mesmo? Christopher: Sim. Pode apostar que eu vou fazer uma tima prova de biologia. Dulce: Espero que sim. Vou te levar at a porta. Eu guardei o material e ns descemos a escada em silncio. Dulce abriu a porta de sua casa e se virou pra mim... Dulce: Ento, amanh matemtica, certo? Christopher: Exatamente. Posso vir no mesmo horrio? Dulce: Claro! Estarei te esperando. Christopher: Ok ento. At amanh, gatita. Dulce: At.
Decidido a dar a minha ultima investida da noite, eu a abracei e beijei o canto de seus lbios, fazendo minha pequena gatita tremer em meus braos... X__X Era horrvel no poder controlar as prprias sensaes do seu corpo. Assim que ele tocou o canto dos meus lbios, eu tremi fortemente, como se tivesse com muito frio, e tenho certeza que ele havia percebido. O sorriso triunfante em seu rosto j dizia tudo. E ele foi embora assim, sem dizer mais nada, me deixando completamente confusa na porta da minha casa. No dia seguinte, ele chegou no mesmo horrio. Ainda estava com aquele sorriso no rosto, como se no o tivesse tirado da cara desde ontem. E quando ele sorria assim, eu ficava bastante vulnervel. Dessa vez, a aula foi um pouco mais complicada. Christopher realmente tinha certa dificuldade em matemtica e eu tive que explicar a mesma coisa repetidas vezes. Ficamos estudando a tarde toda e ele estava muito empenhado. Queria realmente melhorar a sua nota e eu fiquei feliz em v-lo assim. J era noite, quando ele ainda estava fazendo alguns exerccios. Vi que ele estava prestes a dormir e o cutuquei... Dulce: Chris! Acorda! Voc ainda tem que terminar essas duas equaes! O bichinho mal conseguia abrir o olho. Mas eu no podia fazer nada! Meu dever era fazer com que ele gabaritasse essa prova e ele ia conseguir! Christopher: Eu to morrendo, Dul. Me deixa ir pra casa! Dulce: No! Voc tem que terminar isso aqui primeiro, depois eu te libero. X___X 116 Eu mal conseguia entender o que ela falava, de tanto sono. Ela me cutucou mais uma vez com o ombro e colocou a folha de exerccios na minha frente. Olhei pra aquilo assustado, no entendendo aqueles hierglifos... Christopher: Dulce, a s tem letra! Como um ser humano pode resolver uma equao composta apenas por letras? Dulce: Se eu consigo, voc tambm consegue! Christopher: a que voc se engana! Seu crebro privilegiado, o meu no. Dulce: Isso tudo besteira. Se voc quiser, voc consegue. Sem poder me agentar mais, me levantei e me joguei na cama. Dulce olhou pra mim de cara feia e sentou-se ao meu lado... Dulce: Ento...voc no vai mais estudar? Christopher: Perdo Dul, mas eu to morto. J estamos h sete horas estudando e isso demais pra mim. Dulce: Desse jeito voc no vai acertar nada amanh. Ignorei esse comentrio e peguei em suas mos, puxando-as at a mim... Christopher: Anda Dul...deita aqui comigo. Ela ficou vermelha e afastou suas mos... Dulce: Est louco? Christopher: por que? Fala srio Dul, no vamos fazer nada demais! S quero que voc deite comigo e ponto. Alm do mais a cama sua. E eu jamais te desrespeitaria na sua prpria
casa. Anda, vem. Eu me afastei um pouco para o lado e ela me olhou com receio. Peguei em suas mos novamente e a puxei devagar, trazendo-a at a mim. Dulce se deitou do meu lado e ficamos mantendo o contato visual por um tempo. Queria beija-la at perder o flego. Mas infelizmente no podia. Ela ainda no era minha. Mas esse momento compartilhado j era o suficiente para encher o meu corao de alegria. Mas esse momento compartilhado j era o suficiente para encher o meu corao de alegria. Acariciei seu rosto, afastando a larga franja que caa sobre seus olhos como uma cascata. Estvamos bastante prximos e podia sentir a sua respirao se misturar com a minha. Ela mordeu os lbios, como se estivesse desejando o mesmo beijo que eu. Dulce fechou seus olhos e eu rocei levemente o meu nariz com o dela. Vi um lindo sorriso aparecer em seu rosto e no pude deixar de sorrir tambm. A vontade de beija-la era enorme, mas eu tive que virar o rosto para no fazer isso. Passei meus braos em volta da sua cintura, abraando-a e afundei meu rosto em seu pescoo, depositando um leve beijo l. Senti Dulce tremer em meus braos e pedia a todos os cus para que finalmente ela estivesse se apaixonando por mim. Estvamos em outra dimenso, onde no existia nada ao nosso redor, apenas uma densa nvoa abaixo de ns, fazendo com que flutussemos. Nem sei dizer ao certo quanto tempo ficamos assim. S sei que esse foi um dos melhores momentos da minha vida. Senti-la assim em meus braos, a ponto de poder t-la para sempre era a melhor coisa do mundo. S faltava ela dizer uma palavra...."Sim"... X__X Eu no sei o que estava passando ali. Na verdade, eu nem queria saber. Aquele momento era to mgico que eu acabei me perdendo em seus braos. E por algum motivo, no queria me encontrar novamente de jeito nenhum. Sentia o seu cheiro entrar pelas minhas narinas e preencherem todo o meu ser. Ansiava por um caloroso beijo, mas sabia que isso no podia acontecer at que eu dissesse sim. Mas infelizmente eu ainda no estava pronta para isso. No estava pronta para viver o grande romance que ele me oferecia, pois ainda tinha muito medo. Deixando de lado todas as minhas inseguranas por uns minutos, deixei que ele fizesse o que quisesse comigo. Sorte minha que ele me respeitava ao mximo, pois no sei se poderia negar qualquer coisa. Quando senti seus braos envolverem minha cintura, me aproximando mais ainda dele, no pensei duas vezes e fiz exatamente o mesmo. Passava levemente as mos pelas suas costas, enquanto ele beijava meu pescoo inocentemente. De verdade, nunca senti meu corao bater to rpido em toda minha vida. Era como se meu corao e o dele quisessem se tornar um s, assim como nossos corpos. Mas ainda no era hora para isso. E realmente, no sei quando essa hora chegar... X__X 117 Se me mandassem escolher entre todas as mulheres do mundo e ela, ficaria com a segunda opo. Se os deuses me mandassem escolher entre a imortalidade e ela, tambm escolheria a segunda opo. Por que? Pelo simples fato de que eu a amo e no vou sentir por ningum o que eu sinto por ela. E prefiro ser mortal e viver mesmo que seja alguns anos ao seu lado, do que viver uma eternidade sem o amor da minha vida. Porque Dulce era minha vida. E eu tenho f que mais cedo ou mais tarde ela ir descobrir isso e se dar conta de que eu posso faze-la feliz. O nico que ela tem que fazer deixar seus medos e suas inseguranas de lado e abrir a porta do seu corao de uma vez por todas, para que eu possa passar. Continuei dando beijos e mais beijos em seu pescoo e a senti suspirar em minha nuca. Ela estava adorando isso, assim como eu. Mas sem que eu esperasse, ela de repente se afasta e se levanta da cama, deixando um vazio indescritvel dentro do meu peito... Dulce: Acho...acho que melhor voc ir para a casa. J est tarde e temos que acordar cedo amanh.
Resolvi fingir que no queria agarra-la desesperadamente e tambm me levantei, pegando a minha mochila e o caderno... Christopher: Voc tem razo. Estou indo ento. Tora por mim amanh. Dulce: Pode apostar. E eu sei que voc se dedicou muito, tenho certeza de que voc gabaritar essa prova. Christopher: Espero que sim. Dei um beijo em seu rosto e sa de seu quarto. Queria chorar, mas tinha que manter o controle at chegar em casa. Sei que esse no era o meu feitio, mas ultimamente estava impossvel no derramar lgrimas por ela... X__X No dia seguinte, quando eu cheguei no colgio, Christopher estava refazendo alguns exerccios antes da prova e eu fiquei bastante orgulhosa dele... Dulce: Est preparado? Christopher: Sim. Acho que vou tirar uma boa nota. Eu percebi uma leve olheira embaixo de seus olhos e resolvi perguntar... Dulce: No dormiu bem essa noite? Christopher: Dormi, por qu? Dulce: Sua cara est um pouco estranha. No sei, parece at que voc chorou a noite inteira. Ela pigarreou um pouco e eu no entendi aquela reao... Christopher: No nada, estou apenas um pouco preocupado. Nesse momento a professora avisou que ia comear a prova e eu me sentei. Separamos um pouco as carteiras e as provas foram distribudas. As questes estavam fceis e caiu praticamente tudo que eu e Christopher estudamos ontem. Durante a prova, o olhei por um momento, tentando ver se estava tudo bem. Como se tivesse lido meus pensamentos, Christopher me olha e sorri, piscando de leve pra mim, indicando que estava tudo bem. Como sempre, fui a primeira a acabar a prova. Sa da sala e fui me sentar no banquinho de sempre, esperando por ele. Mas cinco minutos depois, uma pessoa se senta ao meu lado e, infelizmente, no era Christopher... Nicholas: Posso falar com voc? Eu apenas assenti, mas no o encarei de jeito nenhum... Nicholas: Olha, eu vou ser bem sincero e direto. Ainda gosto de voc e muito. Sei que ns talvez nunca vamos ter nada, mas eu no quero ficar assim, sem poder olhar na sua cara direito. Dulce: Voc fez por merecer e sabe. Nicholas: Sim, eu sei. Mas j disse que fiz porque te amava. E quando amamos fazemos loucuras. Dulce: Mas tudo tem limites e voc no devia me enganar do jeito que me enganou. Nicholas: Ok, eu preo desculpas e digo que estou arrependido. Era isso que voc queria ouvir? Dulce: Se voc tiver realmente arrependido sim, se no, nem se d o trabalho. Ele suspirou ao meu lado e eu cruzei os braos... Nicholas: Ok...no devia ter feito isso, mas j est feito. E voc j resolveu sua situao com Christopher. Eu s queria que voc me perdoasse e que voltasse a pelo menos falar comigo. No precisa sentar perto de mim ou fazer trabalhos comigo como antes, s quero apenas
saber se est tudo bem entre a gente novamente. No precisa confiar em mim, se no quiser. Dulce: Eu nunca confiei em voc, Nicholas. Gostar uma coisa, confiar outra. Nicholas: Bom, que seja. O que eu quero dizer que gosto muito de ti e no quero ficar sem falar contigo, pois isso me machuca. Sei que Christopher no gosta da nossa relao, mas eu prometo no atrapalhar. S quero que voc pelo menos deixe eu tentar ser seu amigo de novo. Eu finalmente o encarei e acreditei ver sinceridade em seus olhos. No sei se deveria perdoar ou no, ainda estava na dvida e no sabia o que fazer... Dulce Sinceramente, eu no sei. Tenho que falar com Christopher primeiro. Nicholas: Ah, agora ele o seu dono? Tem que pedir permisso pelas decises que voc deve tomar? Dulce: No isso, que...ah, deixa pra l! Nicholas: S estou pedindo uma nica chance Dul, a nica. No me negue isso, por favor. Eu suspirei, sendo vencida pelo cansao e tomei uma deciso rpida... Dulce: Ok, podemos at voltar a nos falar, mas no como antes, ok? Voc vai ter que ralar muito pra fazer eu gostar de voc de novo. Nicholas: Vou me esforar ao mximo, pode acreditar. Posso te dar um abrao? Eu dei de ombros e ele me abraou. Eu o abracei tambm pois, afinal, todos merecem uma outra chance, ainda mais essa sendo a ltima. Ele sussurrou um obrigado no meu ouvido e eu apenas dei um meio sorriso. Mas quando me desvencilhei dele, senti algum nos olhando e olhei para o lado. Meu corao disparou no peito, ao ver que Christopher olhava com uma cara de poucos amigos para ns... X__X 118 Eu no estava acreditando no que meus olhos estavam vendo. Dulce estava realmente abraando Nicholas depois de tudo? Isso era inadmissvel! O sangue me subiu cabea e eu fui possudo por uma raiva inexplicvel. Estava cansado de tudo, cansado de sofrer por ela, cansado de chorar e cansado de criar iluses para depois ver que eu nunca vou consegui-la. Resolvi sair dali o mais rpido possvel, mas ela veio correndo atrs de mim e segurou em meu brao... Dulce: Chris, espera! Eu posso explicar! Christopher: Eu no quero explicao nenhuma Dul, me deixa sozinho! Uma chuva fina comeou a cair sobre ns, enquanto eu via lgrimas invadirem os olhos dela... Dulce: Calma, a gente s tava conversando e... Christopher: Eu vi Dul, j sei! Afinal, quem sou eu pra reclamar de algo n? Afinal, sou apenas seu amigo e sempre serei, nada vai mudar isso. Volte para o Nicholas, talvez ele tenha mais sorte do que eu. Eu tentei me soltar, mas ela me segurou de novo... Dulce: Para de ser infantil, Christopher! Eu quero conversar sobre isso! Ser que voc s sabe ser agressivo? O que custa conversar? Eu vi que a sua voz estava trmula e a encarei. Dessa vez eu no ia deixar o seu choro me comover, juro que no ia... Christopher: Tudo bem, voc quer conversar? Faremos isso. Depois do treino me espere no ptio fechado, conversaremos ali. Mas dessa vez ser uma conversa definitiva Dulce, pois eu
j estou de saco cheio! Essa ser a ltima conversa entre ns! E voc vai decidir de uma vez por todas se fica comigo ou no!! X__X Ele nem me deu tempo de questionar ou dizer qualquer coisa. Saiu andando que nem um cavalo, enquanto eu me segurava ao mximo para no chorar.Nicholas tocou meu ombro e disse baixinho... Nicholas: Me desculpe, minha inteno no era essa. J vi que mesmo de longe eu j causo problemas entre vocs. Dulce: Esquece isso, ta? Me deixa sozinha. Eu tirei a sua mo do meu ombro e fui andando debaixo de chuva, de volta para a sala, pois haveria mais uma prova agora. Christopher j estava l e nem olhou na minha cara. Se ele soubesse como isso me doa... Ele sumiu na hora do almoo e eu tive que comer sozinha. Tambm no tinha ido aula de filosofia. E claro que eu sabia que era tudo por minha causa. Os minutos no pareciam passar nunca e eu no via a hora de ter a maldita conversa com ele. Sabia que no poderia decidir nada sobre o nosso futuro hoje e ele tinha que entender isso. Quando finalmente o sinal da hora da sada bateu, eu dei um salto na cadeira e sa praticamente correndo da sala. Cheguei no ptio fechado o mais rpido que pude e ele ainda no estava l. Esperei durante uns dez minutos, at que ele apareceu, com seu rosto ainda endurecido pela raiva. Ele jogou a mochila no cho de qualquer jeito e ficou de frente pra mim, cruzando os braos... Christopher: Ento...vamos conversar? Eu me levantei e cruzei os braos tambm ficando igual a ele... Dulce: Pra que tudo isso, Christopher? Estvamos to bem esses dias e voc est fazendo esse alarde todo por nada! Christopher: Por nada? Dulce, o cara quase consegue ficar contigo se passando por mim e voc diz que por nada? Dulce: Isso foi no passado, ele estava pedindo desculpas! Disse que s queria ficar bem comigo, mas que no ia atrapalhar a gente! Christopher: Voc muito ingnua, ele quer ficar contigo e no vai medir esforos pra isso. Dulce, abra os olhos!! Ns dois j estvamos gritando e eu resolvi respirar fundo, pra no piorar a situao. Eu tinha bastante medo de Christopher quando estava com cimes, pois nunca sabia o que esperar dele... X__X 119 Ela havia ficado quieta e seus olhos estavam arregalados, provavelmente devido minha raiva. Mas o que eu podia fazer? Estava morrendo de cimes sim e dessa vez ela no ia me fazer de trouxa... Dulce: Eu gosto dele, Christopher. Ele foi um bom amigo. Christopher: Ento fique com ele e me esquea! Eu j ia me virar pra sair, quando ela me puxa pelo brao... Dulce: Espera! Eu ainda no acabei de falar!! Christopher: E o que voc vai dizer? Que vai voltar a ser amiguinha dele? Me chame do que quiser, mas eu no vou poder dividir a sua ateno com ele! Voc vai ter que escolher!
Dulce: Pelo amor de Deus, Christopher, no seja infantil! Eu no tenho que escolher ningum, isso completamente ridculo! Depois voc no sabe porque no fico contigo, agindo dessa maneira, eu nunca vou ficar mesmo! Ela conseguiu piorar mais ainda a situao. Eu j nem me preocupava com nada, estava morrendo de raiva e queria colocar isso pra fora... Christopher: No me venha com essas desculpas esfarrapadas! Voc no fica comigo porque no quer, ou porque s quer me enrolar, no sei! Nenhum ser humano tem tanto medo de algo por nada, voc s quer brincar comigo!!!! Dulce: No fala o que voc no sabe, Christopher!! Cala a boca!! Christopher: A verdade di, no ? E eu estou mentindo, Dulce Maria? Voc corresponde a todas as minhas carcias, mas diz que tem medo disso, medo daquilo! Voc est apenas me enganando e agora eu estou caindo na real!! Voc no merece nada do que eu fiz por voc at hoje, nada!! Vi lgrimas comearem a invadir seus olhos e tentei ao mximo no me arrepender das minhas palavras. Afinal, isso era tudo fingimento, no? Pois pra quem antes no demonstrava seus sentimentos, Dulce estava chorando demais ultimamente... X__X Dulce: No fale assim comigo. Minha voz saiu num sussurro, pois meu corao estava lastimado pela suas palavras. Eu lutava a todo custo para no deixar minhas lgrimas carem, mas no sei por quanto tempo eu vou agentar essa situao... Christopher: Perdo, mas eu no consigo falar de outra forma. Sabe quantas vezes j chorei por ti? Sabe quantas vezes gritei seu nome contra o meu travesseiro para que ningum escutasse? Sabe quantas vezes eu disse te amo para uma foto sua, pois no poderia dizer para ti? Creio que voc no faz a mnima idia do que eu senti e ainda sinto. Eu j no posso agentar mais. As lgrimas j rolavam pelos meus olhos e eu abracei meu prprio corpo, me sentindo nauseada por esse sentimento de culpa... Dulce: Voc um dia...voc um dia disse que no desistiria de mim. E eu pensei que voc falava srio. Christopher: E naquele momento eu falava. Mas eu no te amava tanto como amo agora e no sabia o que era sentir meu corao dilacerado por essa dor. Dulce: Se voc me ama tanto quanto diz, por que est desistindo de tudo agora? Por que no seguir? Eu j comeava a falar mais alto, no podendo mais guardar toda a dor que sentia... Christopher; E pra que seguir? Pra que continuar com esse jogo que no vai levar os dois a lugar algum? No sou mais masoquista. Fui muito tempo por voc, mas no mais! J basta, cansei de sofrer! Eu j tentei de tudo para fazer voc me amar, mas foi em vo! Eu apenas perdi tempo. Eu no pude mais controlar as lgrimas ao ouvir aquilo. Perdeu tempo? Ento tudo o que aconteceu entre a gente nesse perodo foi apenas isso pra ele? Uma perda de tempo? Dulce: No foi em vo, seu idiota! No foi em vo! Eu comecei a soluar descontroladamente e minhas pernas no agentaram o peso do meu corpo. No podendo mais continuar de p, me ajoelhei no cho, ainda soluando e com as mos enterradas no rosto. Eu no agentava mais isso. No agentava mais esse sentimento
dentro de mim e precisava colocar pra fora a qualquer custo... Dulce: Eu te amo! Eu te amo, Christopher! X__X 120 A chuva que caa l fora se misturava com as nossas lgrimas. O barulho das gotas de gua batendo do cho foram abafados pelo choro desesperado de Dulce. Eu j estava to desiludido e me sentindo derrotado, que pensei que tinha escutando mal... Christopher: O que...o que voc disse? Dulce: Eu disse que te amo! Ela pareceu chorar mais ainda e meu corao ficou apertado ao ver seu sofrimento. Eu no sabia se ria, se chorava, se ficava com raiva ou o que. Estava uma confuso de sentimentos dentro de mim que eu me perdia em mim mesmo. Sem poder pensar ou falar qualquer coisa, eu me ajoelho frente a ela e a abrao. Dulce tenta se desvencilhar de mim, eu aperto meus braos e no a deixo sair dali por nada no mundo. Ela pareceu finalmente se render, mas disso num sussurro... Dulce: Me solta...por favor, se afaste de mim... A dor na sua voz era tanta, que as minhas lgrimas voltaram a cair. Por que tudo tinha que ser to difcil? Por que o amor tinha que nos deixar assim? Era como ir do cu ao inferno num salto. E isso totalmente cruel... Christopher: Se voc diz que me ama, por que voc quer que te solte? Ela conseguiu se libertar dos meus braos num acesso de raiva, e se sentou no cho... Dulce: Porque eu odeio tudo isso! Odeio quando voc me abraa, odeio quando voc est perto! Odeio quando voc me beija, eu odeio ouvir sua voz! Odeio te desejar todas as noites e odeio querer um beijo seu a cada minuto! Odeio olhar pra voc e sentir meu corao bater acelerado e odeio quando voc sorri pra mim! Eu odeio ter que te amar tanto e me sentir escrava desse sentimento! Ela continuava a chorar e eu fique sem reao, fiquei sem resposta. No entendia porque ela estava agindo assim e queria saber porque ela sofria tanto, j que sabia que eu a amava tambm... Christopher: E por que as coisas tem que ser assim? Por que ns temos que sofrer desse jeito, se nos amamos? Por que precisamos ficar separados, se a nica coisa que queremos ficar juntos? Dulce: As coisas no so to simples. Eu me irritei profundamente e me levantei, deixando-a cada no cho... Christopher: No, as coisas so simples sim! Voc que est fazendo disso tudo um teatro! Dulce: Um teatro? isso que voc pensa dos meus sentimentos? Eu fechei os olhos, passando a mo pelo rosto e respirei fundo... Christopher: No quis dizer isso. S queria que voc enxergasse que podemos ficar juntos! Dulce: Mas por quanto tempo? Um ano? Um ms, uma semana? Christopher: Pra sempre! Ela riu sarcasticamente e se levantou tambm, limpando as lgrimas que ainda caam pelo seu
rosto inchado... Dulce: Amores eternos no existem hoje em dia, Christopher. Isso tudo iluso de romnticos. Chega um momento em que tudo acaba, todo o sentimento. Com todas as pessoas assim. Christopher: assim porque elas no sabem amar direito. Dulce: Ah , e voc sabe? Christopher: Eu nunca tinha amado antes. Mas o que eu sinto por voc to forte e intenso que uma vida no o bastante pra expressar todo esse amor. Dulce: Isso so apenas palavras. Palavras de um lindo poeta, que o que voc . Mas a vida no um conto de fadas. Christopher: Podemos fazer o nosso prprio conto. Ela me olhou de uma forma diferente e, por um momento, pensei t-la convencido. Ela parecia to frgil que a nica coisa que eu queria era abra-la com toda fora e dizer que tudo ficaria bem. Dulce respirou fundo e olhou para baixo... Dulce: Tenho medo. Medo de me entregar demais a voc e me sair machucada. No sei se voc suportaria todas as minhas inseguranas. No sei...no sei se isso daria certo. O amor s no basta. Principalmente quando tem um sentimento to grande dentro de mim ofuscando seu brilho. O medo que eu sinto no me deixa te amar como voc merece. No por agora. Eu j no agentava mais aquilo. Peguei minha mochila que estava no cho e a olhei pela ltima vez... Christopher: Eu desisto de tudo... Dulce: Eu acho que eu preciso apenas um pouco mais de tempo... Christopher: No, voc j teve tempo suficiente para deixar tudo de lado. Mas est tudo bem, Dulce. Espero que voc e o seu medo sejam felizes para sempre. E, sem dizer mais nada, me virei, caminhando a passos largos para fora da escola. A chuva estava forte, mas eu no preocupava em me molhar. S queria chegar em casa, me deitar na cama e esquecer de tudo que vivemos. Eu ia conseguir tir-la da minha mente...era s me esforar um pouco... X__X Ao v-lo me dar as costas de uma maneira to fria, voltei a cair no cho e a chorar descontroladamente. Por que as coisas tinham que ser to difceis? Por que eu tinha me apaixonado por ele dessa forma? E por que ele no podia compreender o que eu estava sentindo? Sei que eu j tinha feito ele esperar demais, mas se Christopher me amava tanto, por que estava desistindo? No desespero, fui engatinhando at a minha mochila, que no estava muito longe de mim. Peguei o meu celular com as mos trmulas e disquei o nmero da minha casa. Quando minha me atendeu, eu tentei controlar a minha voz, mas foi inevitvel... Dulce: Me! Me, vem me buscar! Me tira daqui! Blanca: O que foi minha filha? Aconteceu alguma coisa? Voc ta bem, te fizeram alguma coisa? Dulce: Eu to bem. S preciso sair desse lugar! me leve pra longe daqui, por favor! Blanca: Ok minha filha, se acalme! No mximo em dez minutos eu to a! Eu desliguei o telefone e abracei meu corpo, ainda chorando. A dor que eu sentia era uma dor bem semelhante dor que eu senti quando perdi Samantha. Era algo que arrasava com todos os meus sentidos, me deixava fraca, me deixava perturbada. Era algo cruel. Depois de cinco minutos, me levantei e fui para a porta do colgio. Por sorte, todos j haviam sado pois seria humilhante algum me ver assim. Minha me chegou logo depois e eu entrei em seu carro correndo, um pouco molhada por causa da chuva. Eu a abracei com toda fora, enquanto ela acariciava meus cabelos...
Blanca: O que aconteceu, minha filha? Poucas vezes te vi chorando assim, estou preocupada. Dulce: No nada, me, eu s quero ir pra casa! Por favor! Minha me no disse mais nada e me levou at em casa, enquanto eu soluava descontroladamente dentro do carro... X__X 121 Eu cheguei em casa completamente aborrecido, passando pela minha me na sala e batendo a porta do quarto. Estava com uma enorme vontade de chorar, mas no ia fazer isso em hiptese alguma. Dulce no merecia minhas lgrimas. Nunca mereceu. E eu fui um tolo por acreditar que ela valeria pena. Me joguei na cama, tentando esquecer e relaxar. Mas isso parecia impossvel. As imagens dos ltimos minutos povoavam minha mente. O seu choro desesperado fazia com que meu corao se partisse em mil pedaos. Por mais que ela fosse culpada de toda nossa separao, no podia deixar de sentir nada ao v-la derramando lgrimas de dor. Era trouxa, eu sei. Mas um trouxa completamente apaixonado. Minha me entrou no quarto e se sentou ao meu lado. Eu estava de olhos fechados, fingindo que estava dormindo, mas parece que no fui convincente... Alexandra: Sei que est acordado. O que aconteceu? Vi como voc chegou revoltado e bateu a porta do quarto. Christopher: No nada me, me deixa. Alexandra: Eu sei que aconteceu alguma coisa, voc no est normal. Foram as provas? Voc foi mal em alguma delas? Christopher: J disse que no foi nada, me, mas que saco!! Eu levantei o tom da voz e ela arregalou os olhos... Alexandra: Tudo bem, eu s estava tentando ajudar. Mas j que voc quer sofrer sozinho, ento boa sorte. Ela se levantou e saiu do meu quarto, batendo a porta tambm. Isso s serviu pra me deixar com mais raiva ainda. Por que as coisas quando esto ruins, tendem sempre a ficar piores? X__X Eu abri meus olhos e os senti arder. Uma pequena luz vinda do abajur iluminava meu quarto. Assim que tinha chegado em casa, estava to exausta de chorar que acabei caindo no sono. E por mim, no levantava daqui nunca mais. As coisas pareciam to difceis. Eu queria ficar com ele, gritar que o amava, mas...simplesmente no dava! No queria sofrer do mesmo jeito ou pior do que quando perdi Samantha. Porque o meu amor por Christopher era grande demais. E eu no conseguia acreditar em algo eterno. Isso podia durar, mas no pra sempre. E quando acabasse? E se algo acontecesse, se ele se enjoasse de mim? Se ele morresse, por algum motivo ou outro? Eu no ia agentar, no ia mesmo. E preferia sofrer um pouco agora do que sofrer o dobro depois, quando ele j fosse outra parte de mim. Mas havia um outro lado meu que queria arriscar. Que queria viver intensamente esse amor, que queria entregar tudo pra ele. Afinal, Christopher fez por merecer. Acho que nenhum homem faria por uma mulher as coisas que ele fez por mim. Ainda mais no comeo, quando eu era grossa e insensvel com ele. E s de pensar que esse homem perfeito podia qualquer dia ser de outra, meu corao se rompia como um vidro, ao cair no cho. Deixei mais uma lgrima cair. Uma simples lgrima, mas uma lgrima que expressava toda a confuso que tinha por dentro. Eu no sabia o que fazer, estava completamente perdida. Queria correr atrs dele e pedir perdo por todas as coisas, mas ao mesmo tempo, queria continuar aqui, pensando que melhor no comear algo to srio assim, que ir acabar com os dois depois. No me culpem por no acreditar em amores eternos. No me culpem por no
conseguir acreditar que um homem e uma mulher podem ser felizes para sempre, como num conto de fadas. E no me culpem por ter medo de amar. Quem est de fora, pensa que sabe muito bem das coisas que v. Mas s nem tudo que se v verdadeiro. Assim como olhares podiam enganar, coraes tambm podiam ser enganados. No tem como saber se ele me ama tanto como diz. As pessoas tm conceitos muito diferentes de amor. Como saber que a palavra amor pra ele signifique o mesmo que um sentimento forte e intenso, mas ao mesmo tempo, passageiro? Como saber se cada palavra bonita que ele me dizia, no era apenas um sonho de poeta, que conquistam os coraes alheios com lindos versos? Mas que so apenas isso. Palavras. Letras misturadas, que formam frases, tentando passar uma mensagem irreal. Eu queria achar verdadeiramente meu caminho e saber o que fazer. Mas meu corao estava perdido num labirinto escuro e negro e parecia nunca achar a sada. Enquanto tentava compreender o que se passava dentro de mim, minha me aparece em minha porta. Eu limpo mais uma lgrima que estava prestes a cair e me ajeito no travesseiro, tentando disfarar algo que j estava escrito na minha testa... Dulce: O que foi, me? Blanca: Por que voc no me conta o que est acontecendo com voc? Dulce: No sei...acho que no consigo. Blanca: At hoje eu no sei ao certo o que aconteceu entre voc e Samantha. At hoje eu no sei como voc sentiu com tudo o que aconteceu, porque voc nunca me contou. No confia em mim? Dulce: No nada disso, me, que...no sei o que voc vai pensar sobre o caso. Voc vai me achar uma idiota, sei l. Blanca: O que quer que seja, jamais acharei minha filha idiota. S quero te ajudar Dul, e pra isso preciso saber o que est acontecendo contigo. Dulce: Ok, eu vou dizer... Eu respirei fundo e mordi os lbios, tirando coragem no sei da onde... Dulce: Eu...eu estou amando. O rosto da minha me se iluminou e eu enterrei a cara no travesseiro, morrendo de vergonha... Blanca: Mas...voc est amando ou est apaixonada? Eu a olhei sem entender nada e perguntei... Dulce: Como assim? No a mesma coisa? Ela se sentou na cama e me rodeou com os braos... Blanca: Existe uma diferena. Vou citar meu prprio exemplo: Eu tive um namorado antes de seu pai, que era completamente apaixonada por ele. Meu corao batia quando estava perto dele, sentia as famosas borboletas no estmago e tudo mais. Namoramos por quatro meses e eu gostava bastante dele. Mas faltava algo, que eu no sabia explicar. Por algum motivo, eu no conseguia imaginar minha vida ao lado dele, como marido e mulher, entende? No sei, algo que difcil de explicar. Quando ele terminou comigo, eu sofri, chorei e todas essas coisas. S parei de pensar nele depois de dois meses, quando conheci o seu pai. Assim que eu o vi, senti algo. Talvez tenha sido amor primeira vista, no sei. Mas o fato que nos demos muito bem. Comeamos a namorar e eu senti como se estivesse completa, como se no tivesse faltando mais nada em minha vida. Eu podia ter sido apaixonada pelo meu ex, mas eu amava seu pai. Foi a que me dei conta de que ele era o amor da minha vida. Dulce: E...como voc sabe essa diferena? Digo...quando voc sabe se est simplesmente apaixonada e quando est amando? Blanca: Pense com o seu corao. V se voc se imagina vivendo sem essa pessoa. Tente imaginar beijando outro algum que no seja ele, abraando outro algum que no seja ele ou
se voc imagina um futuro com ele. Pare para pensar se voc quer envelhecer com essa pessoa e am-la todos os dias da sua vida. assim que voc sabe. Reflita sobre isso. Eu fechei os olhos e parei pra pensar. Vrias imagens invadiram minha mente e meu corao disparou ao recordar de cada momento ao lado dele... Blanca: Bom, vou te deixar sozinha para pensar um pouco. Minha me me deu um beijo na cabea e foi em direo porta. Eu mordi meus lbios e pensei rapidamente em tudo que ela havia dito. No precisava pensar muito para ter certeza de algo... Dulce: Me? Blanca: Sim, minha filha. Dulce: No preciso pensar mais...eu estou amando Christopher... X__X 122 Eu s fui para a escola naquele dia porque tinha prova. Por mim, faltaria a semana toda, pois no a queria ver nem pintada de ouro. E o pior de tudo, que eu sabia que, apesar de todas as coisas, meu corao ia bater forte e minhas pernas iam comear a tremer quando a visse. Como sempre. Quando eu entrei na sala, a prova j estava para comear. Ela olhou pra mim com o rosto um pouco inchado e eu virei a cara na hora, evitando deixar-me conquistar por esses olhinhos castanhos de novo. Ainda bem que hoje s tinha prova de espanhol e geografia, pois eram matrias que eu sabia, j que eu no tinha nem pegado no livro ontem. Como sempre, ela foi a primeira acabar. Meus olhos involuntariamente seguiram seus passos e percebi que ela no tirava os olhos de mim. Consegui afastar a mirada e voltei a olhar pra prova, tentando pensar em algo. Uns dez minutos depois, eu consigo terminar a prova. Mas assim que saio da sala, tenho uma surpresa, ao encontrar ela esperando por mim... Dulce: Eu preciso falar com voc. Christopher: J dissemos tudo ontem. Dulce: No, espera! Eu preciso te dizer certas coisas. Christopher: E o que voc vai me dizer? Vai vir com o papo de medo e inseguranas outra vez? De verdade, eu no estou a fim de ouvir. Eu j estava saindo, quando ela me puxa pelo brao, j com a voz embargada... Dulce: Christopher, no faz isso! Voc j est me deixando louca com essas atitudes! Christopher: No estou te deixando, voc louca. Agora me d licena porque eu vou estudar pra outra prova. Eu consegui finalmente me desvencilhar dela e sa andando, sem olhar pra trs. Dulce conseguia fazer com que eu esquecesse de tudo ao olhar aqueles olhos cheios de lgrimas, por isso que tinha que me afastar o mais rpido possvel. Eu s acabei a prova de geografia na hora do almoo. Assim que entrei no refeitrio, ela estava l, comendo no mesmo lugar onde comamos antes. Dulce me lanou um olhar triste, mas eu imediatamente virei o rosto. Peguei minha comida, fingindo que ela no estava ali naquele refeitrio e me sentei numa mesa afastada. Era muito estranho comer sem ela. Depois de todo esse tempo rindo e comendo juntos, ficar sozinho agora era bastante desagradvel. Mas por sorte, algum toca meu brao e eu me viro pra ver quem ... ****: Oi, Christopher. Posso me sentar com voc?
X__X Meu corao j estava em pedaos h muito tempo. O seu olhar frio conseguia congelar cada molcula do meu corpo. Estava arrasada. Tudo que eu precisava era dele ao meu lado. E agora Christopher no estava mais. O pior de tudo, era ter que v-lo aqui e sent-lo distante. O tpico sentimento de so close, but so far. Eu precisava desabafar com algum e jogar o que eu estava sentindo pra fora. Ainda mais quando vi Dbora se aproximar e sentar ao seu lado. Eu s via minha situao piorar cada vez mais. Meus olhos percorreram todo o refeitrio, procurando Any, mas ela no se encontrava ali. Peguei o meu celular e imediatamente enviei uma mensagem... Any, aonde voc est? Preciso falar com voc. Olhei novamente para a mesa de Christopher e o vi conversando com Dbora, com um sorriso nos lbios. Eu vi que tinha perdido a batalha, mas no tinha foras para continuar lutando pra vencer essa guerra. O meu celular vibrou e eu vi a resposta de Any... Pois , a professora prendeu a gente na sala at todos terminarem o dever, ningum merece. Quer falar comigo? J vi que aconteceu alguma coisa. Te encontro aonde? Rapidamente respondi a sua mensagem, pedindo pra ela me encontrar no meu banquinho de sempre e olhei pra mesa deles de novo. Dbora estava cada vez mais perto e Christopher no fazia absolutamente nada para se afastar. A minha vontade era de ir at l e separar os dois, mas do jeito que ele estava agindo comigo, era bem capaz de me mandar pro inferno e eu ficaria com cara de trouxa. O meu celular vibrou novamente e a mensagem de Any me tranqilizou um pouco... Ok, estou te esperando aqui j. Saiba que sempre pode contar comigo para o que for, at mesmo para falar mal de Christopher. Eu ri um pouco, percebendo que ela j imaginava o assunto. Meu corao dava saltos cada vez que Dbora se aproximava mais. Se Christopher no se afastasse a tempo, ela com certeza iria beij-lo... X__X 123 Dbora estava dando em cima de mim descaradamente, at um cego percebia. Tocava meu ombro toda hora, sorria que nem boba, enquanto eu tentava ser simptico com ela. Sabia que ela no era burra e tinha percebido algo... Dbora: A ruiva nerd est toda hora olhando pra c. Vocs brigaram, no foi? Eu olhei para a mesa de Dulce e nossos olhos se encontraram imediatamente. Meu corao disparou dentro do peito e eu resolvi apartar a mirada, antes que fosse correndo at ela... Christopher: Sim. Ns brigamos. Dbora: E por qu? Christopher: Prefiro no falar disso Dbora, se no se importa. O nico que posso dizer que dessa vez definitivo. Ela se aproximou mais ainda de mim e passou a mo pelo meu rosto... Dbora: Ento isso quer dizer que eu tenho mais uma chance? Eu fiquei quieto, enquanto ela se aproximava cada vez mais...
Dbora: Hein, beb? Vamos tentar outra vez? Dbora fechou os olhos e ficou a centmetros da minha boca. Eu poderia recuar, na verdade, eu queria recuar. Mas ao olhar para o lado e ver que Dulce nos olhava de olhos arregalados, deixei que ela seguisse. Podia estar sendo infantil, podia estar sendo insensvel, mas ela precisava ver uma cena dessas. Como eu vi uma vez dela com o Nicholas. Vingana? Podem apostar que sim. Dbora me beijou e eu fechei meus olhos, tentando me concentrar no beijo. E pensar que um dia eu gostei disso. O beijo dela parecia ser to sem graa perto do de Dulce. Eu no senti absolutamente nada, totalmente ao contrrio do que eu sentia quando beijava Dulce. O beijo no durou muito, porque eu no deixei. Assim que consegui apartar os meus lbios dos dela, olhei diretamente para a mesa de Dulce. E ela tinha desaparecido completamente dali... X__X Eu no podia ficar mais nenhum minuto l. No depois que ele correspondeu o beijo dela. Tive que sair correndo, antes que me desfalecesse ali mesmo. Tentei segurar minhas lgrimas ao mximo, at chegar no lugar marcado com Any. Quando cheguei l, vi que ela estava com Poncho. E eu no consegui segurar mais. Meu corpo comeou a tremer e minhas lgrimas rolaram com a maior facilidade do Mundo. Ela me olhou assustada, mas nem lhe dei tempo de dizer alguma coisa. Apenas a abracei forte e tentei dizer entre soluos... Dulce: Me ajuda Any, por favor! Eu no sei mais o que fazer. Tira essa dor de mim!! Ela me abraava e acariciava meus cabelos. Any me perguntava o que tinha acontecido, mas eu simplesmente no conseguia dizer. Sua blusa j estava empapada pelas lgrimas que eu derramava. Depois de um tempo, eu a abracei mais forte e consegui dizer... Dulce: Ele beijou a Dbora, Any! Christopher beijou a Dbora na minha frente!! Any: O que? O que aquele louco tem na cabea? Dulce: Eu no sei, mas foi horrvel! Voc no sabe como estou me sentido agora, estou destroada!! Any: Calma Dul, senta aqui. Eu sentei no banco e ela sentou ao meu lado. Foi s quando olhei pra cima, que vi que Poncho ainda estava ali. Se fosse em outra ocasio, eu provavelmente estaria morrendo de vergonha por ele ter me visto com o rosto inchado e com os olhos vermelhos. Mas a dor que estava sentindo era tanta, que no deixava espao para a vergonha... Any: Poncho, pode nos deixar sozinhas, por favor? Poncho: Sim, claro. Desculpe. Ele j ia saindo, mas Any o chamou outra vez... Any: Me faz um favor? Poncho: Sim, o que quiser. Any: D um tapa em Christopher e diz que um recado meu. E me mande ele esperar depois do treino tambm. Poncho assentiu e comeou a rir. Assim que ele foi embora, me virei pra ela um pouco preocupada e disse... Dulce: No quero que voc brigue com Christopher por minha culpa. Any: No se preocupe, com aquele l eu me resolvo depois. Agora me conta com detalhes: o que verdadeiramente aconteceu entre vocs? X__X
124 Depois daquele beijo, eu dispensei Dbora e disse que era melhor ns no voltarmos. Pelo menos no por enquanto. Ela pareceu entender e disse que ia esperar minha deciso. Como as pessoas mudam. No treino, estava amarrando minha chuteira quanto sinto algum dar um tapa na minha cabea. Olho para o lado e vejo Poncho sentando ali, com um meio sorriso no rosto... Christopher: O que foi? Por que voc fez isso? Poncho: A Any mandou te dar exatamente esse recado. E disse tambm pra esperar por ela depois do treino. Christopher: O que essa louca quer? Poncho: Bom, coisa boa voc no deve ter feito. Estava conversando com Any, quando Dulce chegou l aos prantos. Eu tenho a leve impresso que voc vai levar uma bronca daqui a pouco. Ele me deu um tapinha na perna e se levantou, indo treinar com os outros. Enquanto fazia meus exerccios fisioteraputicos separadamente, j podia imaginar o que Any queria conversar comigo. Provavelmente Dulce foi falar mal de mim pra ela. E como as mulheres sempre se defendem, vi que estava lascado. Assim que sa do treino, levei outro tapa na cabea. Olhei para trs e vi que Any j estava ali, de braos cruzados e com um olhar raivoso... Any: No que voc est pensando, Uckermann? Como voc foi beijar Dbora, aquela...cachorra!! Christopher: No fale assim dela. E como voc sabe? Pelo que me consta, voc no estava l no refeitrio. Any: Tenho minhas fontes. Christopher: Voc quer enganar quem? Pensa que eu no sei que foi Dulce que te contou tudo isso? Eu vi que ela estava me olhando quando Dbora me beijou! Ela riu sarcasticamente e descruzou os braos, apontando o dedo pra mim... Any: Voc ainda admite! Pra voc ter percebido que ela estava te olhando, porque deixou que Dbora te beijasse de propsito, porque sabia que ela ia ver! Bem tpico de voc Uckermann, muito infantil!! Ela me deu dois tapas no brao e eu segurei sua mo antes que ela desse o terceiro... Christopher: Quer parar com isso? No acredito que estamos brigando por uma pessoa que no vale pena! Any: No era o que voc achava at pouco tempo. Christopher: Pois , mas antes eu estava cegamente apaixonado. Any: Ah, e vai dizer que esse amor todo acabou? Christopher: No...no acabou. Any: Ento por que voc no deixa de ser estpido e deixa ela falar contigo? Ela tambm me contou que voc a ignorou completamente. Christopher: Ah ? Agora ela a vtima? Depois de tudo o que houve, ela a vtima? Talvez sua amiguinha no tenha te informado dos fatos direito. Ela te disse que no fica comigo por medo? E disse tambm todas as coisas que eu agentei at o fim, pra depois receber um no? Any: Sim, ela contou. Christopher: A verso dela, n? Any: Claro, porque a sua eu j desisti de ter h muito tempo. Voc j parou pra pensar que nunca mais me contou suas coisas? Voc meu melhor amigo, mas tem um tempo que eu j no sei mais nada o que acontece na sua vida. E vice-versa! Christopher: Isso no verdade! Any: H no? Ok, Christopher. Ento me responde uma coisa: com quem foi que eu sa
ontem? Quem foi o ltimo garoto que eu beijei? Qual foi a ltima vez que eu chorei? Em outra poca, voc responderia a todas essas perguntas, sem pensar suas vezes. Mas agora eu aposto que voc no sabe a resposta para nenhuma delas!! E ela tinha razo. Fazia tempos que eu e Any no conversvamos. Digo, no profundamente. Apenas falvamos qualquer coisa boba, mas nunca mais trocamos confidencias. Eu fiquei quieto, enquanto via pequenas lgrimas enchendo aqueles olhos azuis... Any: Viu Christopher? Viu o quanto voc se afastou? Eu no sei ao certo o motivo. Talvez tenha sido essa obsesso louca em conquistar Dulce que acabou te afastando de mim. E no pense que cime que no . Apesar de estar um pouco chateada com tudo isso, eu entendia a sua situao, pois sabia que voc a queria mas que nada no mundo. Ela j estava chorando e meus olhos se encheram de lgrimas tambm. Eu me aproximei dela e toquei seu rosto, limpando suas lgrimas... Christopher: No faa isso, werita. Voc sabe que ainda sou seu melhor amigo. Any: No, no . Eu estou passando por uma das fases mais confusas da minha vida e meu melhor amigo no est l para me ajudar. Eu estou tendo que resolver tudo sozinha e eu no sei se estou tomando as decises certas. Tudo o que eu precisava era de voc e, quando tento te procurar, voc sempre est atrs dela. Eu amo Dulce, de verdade, como se fosse uma irm. Tanto que segurei seu choro desesperado agora h pouco, depois da ceninha que ela presenciou. E me di muito ver que voc jogou as duas coisas mais importantes da vida fora: o amor e a amizade. Christopher: Any, eu... Any: Vamos fazer uma coisa, Christopher: S fale agora comigo quando deixar de ser um completo idiota, tudo bem? Cresa, veja as coisas que esto acontecendo ao seu redor e depois me procure. Se eu ainda for importante pra voc, n. Eu tentei segur-la e imped-la de ir embora, mas Any saiu correndo dali. Eu no sabia o que pensar depois disso tudo. Um n se formou em minha cabea, enquanto ia andando pra casa, deixando algumas lgrimas carem. Eu tinha um bando de problemas pra resolver e dessa vez estava completamente sozinho. No tinha Dulce nem Any para segurarem minha barra. Meus amigos homens no sabiam dos meus problemas pessoais e desabafar com eles agora no era a melhor sada. O que deveria fazer? A nica coisa que peo que essa nuvem negra que est sobre minha cabea se afaste, deixando o sol entrar de novo, me dando as respostas para todas as minhas perguntas... X__X Hoje era um novo dia e eu coloquei na minha cabea que ia resolver essas coisas de uma vez. Any me ajudou muito ontem, me dando vrios conselhos e tentando me consolar, quando tive aquela crise vergonhosa de choro. Christopher ia me ouvir, nem que fosse pela ltima vez. Eu sei que errei em certas coisas, mas ele no precisava ser to grosso e estpido comigo, sabendo de todos os meus problemas. Fiquei em silncio o tempo todo na sala e ainda sentei longe dele, planejando perfeitamente o que ia falar. O evitei a manh inteira. Nem prestei ateno direito nas aulas, pois na minha cabea eu s conseguia ver o seu rosto. Assim que acabou a minha ltima aula, eu fui correndo para o local do treino e me escondi atrs de umas pilastras. Se ele me visse ali, provavelmente me ignoraria e fugiria de mim. Assim que o treino acabou, eu fiquei esperando um por um sair. Mas no vi Christopher por parte alguma. Ser que ele tinha faltado o treino? Olhei no relgio e vi que j tinha passado dez minutos desde que o treino havia acabado. No havia ningum mais ali, nem um fantasma. O sol j estava se pondo, deixando o cu um pouco alaranjado. Quando j estava indo embora, o vejo sair de dentro dos vestirios, com a mochila no ombro e os cabelos molhados. Provavelmente ele tinha acabado de tomar banho. Um sorriso surgiu em meus lbios, ao ver como ele estava lindo. Respirando fundo e tomando coragem, fui at ele e parei na sua frente, impedindo-o de sair do campo de futebol...
Christopher: O que voc quer, Dulce? Dulce: Falar com voc. Christopher: Mas eu no quero. Dulce: Mas eu sim. E hoje voc no me escapa. Christopher: E o que voc vai fazer? Vai me segurar aqui? Dulce: Se for preciso... Eu coloquei as mos na cintura desafiando-o. Christopher revirou os olhos e tentou passar por mim, mas eu coloquei meu corpo na frente. Eu quase ca, pois ele era mais forte que eu, mas mantive meus ps firmes no cho... Christopher: Para com isso, Dulce! Me deixe passar! Dulce: J disse que no! Voc no sai daqui at falar comigo!! Ele foi tentar passar de novo, mas eu joguei meu corpo sobre o dele, com fora demais. Ns dois camos no cho e ele fez uma cara de dor, que me preocupou muito... Dulce: Voc est bem? Christopher: Sim...s doeu um pouco o tornozelo, mas no foi nada. Ele ia se levantar, mas eu joguei meu corpo por cima do dele, impedindo-o de tal ato. Fiquei deitada por cima dele no campo de futebol, enquanto ele segurava em minha cintura, tentando me tirar dali... Christopher: O que voc est fazendo? Saia de cima de mim! Se algum nos vir assim, vo pensar outra coisa! Dulce: No estamos soltando gemidos para que os outros pensem outra coisa. Ele sorriu com o canto da boca e eu fiquei bastante feliz apenas com aquele simples gesto... Christopher: Eu acho que essa fala minha. Me lembro muito bem desse dia. Dulce: E eu tambm lembro muito bem. Acho que esse o primeiro sorriso que voc me d em dois dias. E voc no sabe o quanto eu senti sua falta disso. Eu mordi meus lbios e passei a mos pelos seus, delineando-os. Christopher segurou em minha mo e a afastou... Christopher: Por favor, Dulce, no! Chega disso. Ele tentou se levantar outra vez, mas eu coloquei as mos em seu peito, empurrando-o de volta pro cho, enquanto estava montada em cima dele... Dulce: Voc vai ficar a! Precisamos conversar! Christopher: No temos nada para falar. Tudo foi dito naquele dia. Dulce: E muita coisa no foi compreendida. Voc no me compreendeu. Christopher: Eu? Ah, pelo amor de Deus! Eu te esperei todo esse tempo para ouvir que voc no ficava comigo apenas por medo? Dulce: Mas verdade! Desculpe se eu no tenho a facilidade de confiar nas pessoas completamente, por mais que eu goste dela. Eu sou assim. E se gostasse tanto de mim mesmo, deveria me aceitar como sou. Ele ficou quieto por alguns segundos, at que falou... Christopher: Se voc ao menos deixasse eu tentar... Dulce: Eu quero deixar voc tentar. E eu quero tentar tambm. Eu te amo. Ser que voc ainda no entendeu o significado dessas palavras? Ele piscou vrias vezes e eu sorri ante essa reao. Deitei um pouco meu corpo sobre o dele e
passei a mo pelo seu rosto, roando o meu nariz com o seu... Dulce: Voc conseguiu, Christopher. Voc ganhou nossa aposta. Agora eu sou sua... X__X 125 Eu no sabia o que a tinha feito mudar de idia to rapidamente. Na verdade, eu nem queria saber. Toda a raiva que estava sentindo se desvaneceu rapidamente. Com Dulce em cima de mim, dizendo que era completamente minha...era impossvel recha-la. Eu segurei em seu rosto, pronto para beij-la, mas Dulce se afastou, rindo... Dulce: Antes, voc deve me prometer algo. Christopher: O que foi agora, Dul? Dulce: Eu no sei se poderei abandonar meus medos e inseguranas. Posso deix-los de lado, mas talvez de vez em quando eu tenha umas recadas. E voc tem que me prometer que vai agentar isso tudo e que no vai deixar eu acabar com a nossa relao por causa disso. Christopher: Eu prometo. E voc tambm tem que prometer que ir agentar os meus cimes. J sabe como eu sou e no que me transformo quando a vejo com outro... Dulce: Ok...s no seja muito cruel. Odeio quando voc fala comigo como se eu fosse um verme. Christopher: Perdo pelas coisas que eu te disse, gatita. Mas saiba que eu s ajo assim porque te quero muito. Mas do que voc imagina. Dulce: Eu te amo. Christopher: Tambm te amo. Eu passei meu brao ao redor do seu pescoo e aproximei meu rosto do seu, mas no para beijar sua boca. No por agora. Ainda tinha que perguntar uma coisa. Encostei levemente minha boca em seu ouvido e perguntei... Christopher: Dul...quer ser minha namorada? X__X Ao sentir ele sussurrar aquelas palavras em meu ouvido, todo o meu corpo se arrepiou. Eu o olhei, com um largo sorriso nos lbios e sussurrei contra sua boca... Dulce: Sim...para sempre... Christopher: Voc dizendo para sempre? Que milagre esse? Dulce: O amor faz milagres, certo? E eu quero acreditar que isso realmente existe...por favor, me faa acreditar nisso. Christopher: Com todo o prazer, meu amor. E sem poder esperar mais, toquei seus lbios com vontade e iniciei um maravilhoso beijo, que me deixou completamente entregue ele, principalmente quando a sua lngua se encontrou com a minha. Um beijo que acabava completamente com a aposta, pois ele havia passado da ltima etapa. Um beijo que iniciava nossa histria como namorados. Um beijo cheio de amor, paixo e promessas de um amor verdadeiro... X__X 126 Isso era um sonho? Porque se for, por favor no me acordem agora. Depois de ter sonhado tanto com isso, finalmente Dulce era minha. E estava me beijando com tanto amor e carinho que eu senti que meu corao podia sair do peito a qualquer momento. Eu peguei em sua cintura e girei nossos corpos, ficando por cima dela. A senti rir sobre minha boca e me desvencilhei um pouco, apenas para olhar em seus olhos...
Christopher: Est feliz? Dulce: Feliz pouco. Eu me sinto feliz, realizada, amada e muito bem comigo mesma. Christopher: Viu, sua boba? Se tivesse dito o sim antes podia estar se sentindo assim h mais tempo. Dulce: No comea, Christopher. Eu disse na hora certa. Mesmo essa hora tendo chegado um pouquinho tarde. Christopher: Nunca tarde para o amor, Dul. O que importa agora que estamos juntos e eu no vou te deixar escapar. Ela me lanou um olhar malicioso e envolveu meu pescoo com os braos, sorrindo... Dulce: E quem disse que eu quero escapar, Sr. Uckermann? Eu no disse nada, apenas a beijei novamente. Minha lngua deslizava pelos seus lbios, pedindo uma passagem que ela logo deu. Nos beijamos com vontade, enquanto ela acariciava e passava seus dedos entre meus cabelos... Dulce: ...eu acho melhor a gente sair daqui. O diretor ainda deve estar no colgio, junto com alguns professores e mesmo que no estejamos soltando gemidos, as coisas no vo ser boas pra gente e voc sabe. Christopher: Tudo bem, Dul. Mas me ajuda a levantar, pois ainda no estou 100% recuperado do meu tornozelo. Dulce: Ento sai de cima de mim, n? Christopher: E se eu no quiser sair? Dulce: Vamos ficar aqui at amanh, sentindo esse grama me espetando. Eu comecei a rir e sa de cima dela. Dulce Se levantou e me puxou pelo brao. Aproveitando o impulso, agarrei ela pela cintura e a beijei novamente... Dulce: Christopher! Desse jeito a gente nunca vai conseguir sair do colgio! Christopher: Nem vem, Dul. Eu te esperei durante todo esse tempo, agora voc vai ficar enjoada de tantos beijos que eu vou te dar. Voc sabe que, tirando a Dbora naquele dia, eu no beijei nem fiquei com ningum durante todo esse tempo. Eu pensei que ela ia ficar feliz com essa declarao, mas Dulce cruzou os braos e fechou a cara... Dulce: Alis, temos que conversar sobre esse beijo. No que voc tava pensando, Uckermann? Queria me matar de tristeza ? Eu passei a mo pelo cabelo e sorri, sem graa... Christopher: Pois ... Dulce: Pois nada, explique-se! Christopher: Que isso? O namoro mal comeou e voc quem manda? Ela apenas deu de ombros e sorriu... Dulce: Claro eu sempre mando, vai se acostumando. Mas voc ainda no me respondeu! Por que aquilo tudo? Christopher: Pode parecer infantilidade, mas de certa forma eu queria me vingar de voc. J tinha sofrido muito por ti e tambm tinha visto seu beijo com Nicholas. Sei l, foi a nica maneira que eu arranjei. Dulce: E voc conseguiu o que queria. Chorei que nem uma desesperada pra Any, pensando que vocs podiam voltar. Christopher: Deus me livre! Quero mais aquela psicopata em minha vida no. Confesso que por um momento pensei nessa possibilidade, mas estava completamente confuso com tudo o que tava acontecendo.
Dulce: Acho bom mesmo. No quero nem que voc se aproxime dela. Christopher: Ta bom Dulce, depois a gente discute isso. Eu peguei minha mochila e a dela que estavam no cho e dei pra ela... Christopher: Temos algo a fazer. Dulce: O que? Christopher: Venha comigo, no caminho eu te explico. X__X Christopher me contou tudo, sobre a briga que teve com Any. Eu fiquei me sentindo mal, pois no queria ser motivo de discrdia entre eles... Dulce: Me desculpe. Eu s queria desabafar, sabe? E Any a amiga mais prxima que tenho e que sinto que posso confiar. No queria que vocs brigassem por minha culpa. Christopher: No foi sua culpa, voc fez o que achava certo. E o motivo maior de nossa briga no foi voc e sim nosso afastamento. Ela tinha razo, quando dizia que eu estava obcecado por voc e esqueci dela. Digo, os dois. Porque pelo que eu entendi, voc s a procurou num momento ruim e se esqueceu dela nos bons, no ? Dulce: verdade. Me sinto culpada. Ser que ela vai nos desculpar? Christopher: Any tem um corao bom, no creio que ela vai continuar essa briga depois de pedirmos desculpas. s no voltarmos a fazer. Dulce: Vou prestar mais ateno. Ns paramos em frente a sua casa e Christopher tocou a campanhia. Em pouco tempo, a porta foi aberta e vimos Any nos olhando com os olhos arregalados... Any: Dulce! Christopher! O que fazem aqui? Christopher: Eu deixei de ser um completo idiota. Any: O que voc... E antes que ela pudesse continuar a frase, Christopher passa o brao ao redor da minha cintura e deposita um leve beijo em meus lbios... Any: No! Vocs finalmente esto juntos? Dulce: Sim. Estamos namorando. Any deu um salto e pulou em cima da gente, abraando os dois. Eu eu Christopher comeamos a rir, pois estvamos feliz em ver que ela no estava com tanta raiva da gente assim... Christopher: E viemos pedir desculpas tambm. Por ter meio que te deixado de lado, depois de tudo. Dulce: E eu tambm peo desculpas, por te ter procurado s no momento que eu precisava. No me dei conta de que voc tambm podia estar com problemas e peo desculpas pelo meu egosmo. Any comeou a chorar e nos abraou outra vez... Any: Tudo bem. O que importa que os dois esto juntos agora. Christopher: E o que est acontecendo com voc, Any? Voc deu a entender que estava sofrendo por algo e eu quero saber o que , para tentar te ajudar. Dulce: Eu tambm. Conte-nos o que for, estaremos do seu lado. X__X 127
Ns 3 fomos para o quarto de Any e sentamos em sua cama. Ela tinha um olhar triste, e eu estava comeando a ficar bastante preocupado... Christopher: Nos conte loirinha, por favor. Estamos aqui pra te ajudar. Any: No sei se vo poder me ajudar, mas enfim...o meu problema Poncho. Uma grande raiva invadiu meu corpo e eu me levantei da cama, alterando o tom da minha voz... Christopher: Aquele idiota vai me pagar! O que ele te fez? Any: Calma Christopher, a culpa no dele. A culpa somente minha, por ainda estar apaixonada por ele. Dulce: Voc no o esqueceu, no ? Any: No...ainda mais tendo que ver seu rosto todos os dias. praticamente impossvel. Christopher: E por que voc no tenta esquec-lo? No sei, fica com outras pessoas, busque algo. Any: No to simples. Voc acha que conseguiria esquecer Dulce, tendo que v-la todos os dias? Eu olhei pra Dulce, que me olhava tambm, e respondi sem sombra de dvidas... Christopher: No...no poderia esquec-la. Any: Entende do que eu estou falando? E no s pelo fato de ver seu rosto. Poncho est todo o tempo perto de mim, diz que quer ser meu amigo. Ele j at me beijou uma vez, mas eu o vejo com outras garotas e fico completamente confusa. No sei o que fazer. Eu me sentei ao seu lado novamente e a abracei... Christopher: Acho que o melhor seria voc se afastar, no sei. No legal ficar se acabando dia aps dia por algum que no te merece. Dulce: Christopher tem razo. Sei que quando ns estamos apaixonados, queremos ficar perto dessa pessoa todo o tempo, mas no seu caso diferente. Se continuar ao seu lado desse jeito, ele vai acabar te matando por dentro. E est quase fazendo isso, olhe como est! Sempre foi uma menina alegre e divertida e agora vejo seus olhos tristes. Any respirou fundo e uma lgrima rolou pelo seu rosto. Ela respirou fundo e disse com convico... Any: ...acho que essa a melhor coisa a se fazer... X__X Depois de termos sado da casa de Any, Christopher disse que ia me levar em casa. Mas eu tive uma idia melhor... Dulce: Podemos passar em um lugar antes? Christopher: Sim, mas aonde voc quer ir? Dulce: Pode parecer estranho, mas...venha comigo, voc vai ver. Ele concordou e no disse nada, apenas pegou em minha mo e deixou que eu o conduzisse para o lugar desejado. Quando chegamos no parquinho que eu conhecia bem, vi Christopher franzir o cenho, mas ele continuou em silncio Sabia que ele estava esperando uma explicao, mas eu precisava pensar em algo. Soltei sua mo e fui andando at um balano, ficando em p nele. Christopher sentou-se em outro ao meu lado e ficou me olhando. Eu o encarei por um tempo tambm, mas quando no pude mais sustentar o seu olhar intenso, olhei pra outro lugar. Respirei bem fundo e vi que j era hora de dizer algo... Dulce: Voc no deve estar entendendo nada, no ?
Christopher: Pra alar a verdade, no. H algo de especial neste lugar? Dulce: Sim, mas do que imagina. Christopher: alguma lembrana de infncia, ou... Dulce: No. Esse lugar me lembra voc. Christopher: A mim? No sei do que est falando. O que um parquinho tem a ver comigo? Dulce: Se lembra do beijo na piscina? Eu resolvi olhar pra ele e encontrei com um sorriso malicioso em seus lbios. Um sorriso terrivelmente conquistador, que fazia meu corao bater mil por hora... Christopher: Como esquecer? Dulce: Pois . Depois que eu sa correndo do colgio, eu vim pra c. Sentei exatamente no mesmo balano que voc est sentado. Christopher: E o que voc veio fazer aqui? Dulce: Pensar. Eu estava completamente confusa depois daquele beijo. Comecei a sentir coisas estranhas no meu estmago e... Christopher: Foi a que voc comeou a gostar de mim? Eu olhei pra frente, encarando o nada e comecei a pensar. Me lembrei exatamente do que havia sentido naquele momento e respondi com toda a sinceridade... Dulce: Eu no sei. Acho que o mgico do meu amor por voc isso. Simplesmente no sei quando aconteceu. Quando dei por mim, o sentimento j estava ali, fazendo com que eu ficasse completamente rendida aos seus ps. Eu ri que nem uma boba da minha declarao e o olhei, quando ouvi sua voz me chamar... Christopher: Dul? Dulce:Hmm? Christopher: Vem aqui... X__X 128 Era to bom ouvir Dulce dizer essas coisas. Houve um tempo que eu pensei que jamais ouviria essas palavras sarem da sua boca. Mas o destino me provou o contrrio e me fez ver que sim, tudo possvel, quando se quer realmente algo. Dulce desceu do balano e veio at a mim, sentando-se em meu colo. Eu abracei sua cintura e ela encostou a cabea em meu peito, fechando os olhos... Christopher: No magnfico? Dulce: O que? Christopher: Sentir-se assim. Saber que amado, que a outra pessoa sente o mesmo que voc. Me deixaste na dvida por muito tempo, pensei at que nunca te teria em meus braos. Dulce: Christopher Uckermann duvidando da sua prpria capacidade de conquista? No estou te reconhecendo. Eu ri e a apertei mais contra o meu corpo... Christopher: Com voc, at o mais confiante dos homens fica inseguro. Digo, a no ser Nicholas n, que... Dulce: Ei! Ela colocou o indicador sobre os meus lbios, me impedindo de falar e me olhou de cara feia... Dulce: No vamos estragar o momento lembrando de gente que no presta. Seno, eu vou comear a falar de Dbora... Christopher: Ok, no vamos mencionar-los. Esse momento s nosso e vamos lembrar disso
quando estivermos com cinqenta anos e bem velhinhos. Dulce: Voc vai ser um velhinho lindo. Daqueles tipos que arrasam coraes at na terceira idade. Christopher: Mas eu quero arrasar s um corao durante minha vida inteira... Ela sorriu pra mim e eu toquei seus lbios, iniciando um sutil beijo. Foi apenas um encontro de lbios, algo bem puro, mas suficiente para deixar o meu corao disparado... Dulce: Se voc continuar assim, vai realmente conseguir o que quer at o fim de nossas vidas... X__X Era incrvel como ele me fazia sentir nas nuvens, apenas com esse toque sutil. Christopher fazia com que eu quisesse beij-lo a todo minuto, como se fosse uma droga, da qual eu estava completamente dependente. Eu encostei a cabea em seu peito outra vez e fechei os olhos. Estava sentindo o cheiro do seu perfume, quando o sinto o balano comear a se mexer. Imediatamente abro os olhos e o vejo dando impulso com os ps... Dulce: Christopher, o que est fazendo? Christopher: O que acha de balanar um pouquinho? Eu arregalei os olhos, enquanto ele sorria traioeiramente. O balano comeou a ficar cada vez mais alto e eu senti meu corpo escorregar... Dulce: Chris, eu vou cair! Christopher: Segure-se bem que voc no cai. Eu agarrei nas duas correntes que nos sustentava e fechei os olhos, rezando para no cair dali. Christopher estava completamente louco e essa loucura poderia resultar num acidente... Dulce: Chris, para! A gente vai se machucar! Christopher: Confie em mim Dul, no tema. Eu dei um grito ao abrir os olhos e ver que estvamos indo a muito longe do cho. Christopher comeou a rir e eu s no lhe dei um tapa porque minhas mos estavam ocupadas... Christopher: Dul, deixa de ser boba e abra os olhos. Sinta o vento batendo em seu rosto e esquea de qualquer acidente... Eu resolvi fazer o que ele tinha proposto e deu certo. Estava ainda com um pouco de medo, mas a sua risada contagiante fez com que eu risse tambm. Parecamos dois pssaros, voando e traando um nico destino. Queria poder abrir os braos e sentir melhor essa sensao, mas a prudncia falou mais alto. O balano foi parando aos poucos e eu comecei respirar fundo, percebendo s agora que me faltava ar... Dulce: Meu cabelo deve estar todo pro alto, devo estar parecendo um espantalho. Christopher: Aposto que o espantalho mais lindo do milharal. Eu lhe dei um tapa e ns dois comeamos a rir ao mesmo tempo... Dulce: Besta! Voc ainda vai me matar. Christopher: S se for de amor. Ele me deu um singelo beijo no pescoo, me fazendo tremer completamente. Ns dois ficamos assim em silncio, apenas ouvindo o rudo dos carros que passavam pela rua na nossa frente. Foi ento que algo se passou pela minha cabea. Algo que eu j havia pensando antes, na casa de Any. Talvez Christopher no gostasse muito, mas era algo que eu precisava propor...
Dulce: Chris...posso te pedir uma coisa? X__X 129 Eu ajeitei o seu cabelo despenteado pelo vento e dei um singelo beijo em sua testa... Christopher: Claro gatita, voc sabe que pode me pedir o que quiser. Dulce: Olha, eu sei que quando fizemos a aposta o trato era...se voc ganhasse, ficaria comigo. Se eu ganhasse, voc falaria com o seu pai. Sei que voc ganhou e tudo mais, mas eu ficaria muito feliz se voc fosse falar com ele. Eu imediatamente fechei a cara e soltei sua cintura, me levantando do balano. Fiquei de costas pra ela, olhando a rua e de braos cruzados, enquanto Dulce tentava me convencer... Dulce: No fiquei chateado, s um pedido. Eu vou com voc, se quiser. Christopher: As coisas no so to simples, Dulce. No falo com o meu pai h muito tempo. Dulce: Pode ser uma boa hora para recomear. Vai ver ele quer te ver tanto como voc a ele. Eu me virei pra ela e arqueei uma sobrancelha... Christopher: E como voc sabe que eu o quero ver? Dulce: Eu vejo em seus olhos. Sei que voc quer tirar suas dvidas e saber o que aconteceu. Faa isso. Aposto que ser muito melhor pra voc. Dulce veio at a mim e me abraou. Eu no tive outra opo, a no ser enterrar meus pescoo entre seus cabelos e abraar a sua cintura tambm... Dulce: Eu s quero que voc saiba que eu vou aceitar e apoiar qualquer deciso que voc tomar. Christopher: Obrigado. Eu posso pensar um pouco? Dulce: Claro, no tenha pressa. S peo que pense direito. Isso pode ser muito bom pra voc. X__X E depois de nossa sria conversa acerca de seu pai, Christopher me levou at em casa. Nos despedimos com um singelo beijo e ele esperou que eu entrasse. Ainda estava sorrindo que nem uma boba, quando vejo minha me de braos cruzados, olhando pra mim... Blanca: Aonde estava? J so nove e meia Dulce! Dulce: Desculpe me, perdi a hora. Sabe como ...estava com o meu namorado. Os olhos da minha me se arregalaram e eu comecei a rir... Dulce: Sim me, Christopher e eu estamos namorando. Resolvi seguir os seus conselhos e fui atrs dele. Voc no sabe o quanto estou feliz! Eu abracei minha me, que tambm retribuiu o abrao... Blanca: Fico realmente feliz em ter ajudado em algo. Christopher um bom garoto, bom pelo menos o que eu vi, quando ele veio aqui. Dulce: Sim, Christopher ...perfeito! Blanca: Ai, o amor! Seu pai est l em cima, vamos contar pra ele! Dulce: Eu tenho vergonha, me! Blanca: Deixa de ser boba, ele seu pai! Dulce: Eu sei, mas...preciso de um tempo ta? Sabe como papai super protetor, no sei como
ele vai reagir quando souber. Blanca: Tudo bem filha, como quiser. S no demore muito, pois se ele souber que escondemos isso por muito tempo dele vai virar uma fera. Dulce: Tudo bem me, agora deixa eu subir, porque tenho que fazer um trabalho pra entregar amanh. Blanca: No vai jantar? Dulce: No estou com fome me, talvez mais tarde eu coma alguma coisa, tudo bem? E eu subi as escadas, antes que ela reclamasse que eu ia ficar com o estmago vazio. Mas no meu estmago apenas voavam borboletas, nem sabia o que era fome. Fiz as minhas tarefas pensando unicamente em seus beijos. Quando acabei, at conferi tudo, pra ver se no tinha colocado nada relacionado a Christopher, amor ou beijo no trabalho. Eu comecei a bocejar e vi que j eram onze horas. Resolvi trocar de roupa e dormir. Mas assim que eu deitei na cama, meu celular comeou a tocar e eu fui correndo atend-lo... X__X 130 Assim que cheguei em casa, me dei conta que no tinha feito o trabalho que era pra entregar amanh. Pensei que ia demorar menos tempo, mas como s fiquei pensando no dia perfeito que passei hoje, o trabalho demorou mais do que o esperado. Quando acabei, j estava morrendo de sono. Mas no podia dormir sem ouvir a voz da minha linda namorada. Tive que ligar pra ela, mesmo sendo um pouco tarde. Assim que ela atendeu, eu deitei em minha cama e pus os braos atrs da cabea, e sorri que nem um bobo... Christopher: S liguei pra dar boa noite, meu amor. E pra sonhar comigo. Dulce: Como no sonhar com voc se pensei em ti nas ltimas horas? Christopher: S pra garantir. Fez o trabalho pra amanh? Dulce: Sim, acabei de fazer. E voc? Christopher: Tambm. Mas no estudei nada para as duas provas de amanh. Dulce: Eu tambm no. Christopher: Mas voc inteligente Dul, at de olhos fechados tira noto. Dulce: Ai no comea, Chris, por favor. Voc prestou ateno nas aulas, vai se dar bem. Christopher: Espero que sim. Agora eu vou dormir, estou morrendo de sono. Dulce: Eu tambm, meus olhos j esto fechados. Christopher: Ento...boa noite e sonhe comigo. Eu a escutei rir do outro lado da linha e fechei os olhos, imaginando seu sorriso... Dulce: Eu te amo, Chris. Christopher: Eu tambm te amo. Nos despedimos com mais palavras doces e desligamos. Eu respirei fundo, sentindo o meu corao bater a toda velocidade dentro do peito. De agora em diante, ir pra escola ia ser muito melhor que eu pensava... X__X Assim que acordei no dia seguinte, entrei no chuveiro, tomando uma ducha quentinha. Coloquei o uniforme e passei bastante perfume, pelo motivo bvio. Me olhei atentamente no espelho e vi algo diferente em mim. No sei explicar eu me sentia mais...bonita! Essa a palavra correta. Sempre tive auto-estima baixa e me achava o pior dos seres, mas hoje eu estava completamente diferente. No conseguia tirar o sorriso dos meus lbios e meus olhos brilhavam mais do que diamante. Era inegvel o tamanho da minha felicidade. Peguei minha mochila e sa correndo de casa, pois estava atrasada. Nem comi nada, no estava com a mnima fome. Por coincidncia, ou no, Christopher estava chegando na mesma hora. Ele me abraou bem forte e me deu um selinho. Eu o afastei imediatamente e ele ficou confuso...
Christopher: O que foi? Dulce: No me beije aqui na escola, na frente de todos. Christopher: E por que no? Sou seu namorado, no sou? Dulce: Sim, . Mas eu fico com vergonha. Ningum precisa saber que estamos namorando, Chris. Ainda mais voc que popular, as pessoas vo ficar comentando. Ele respirou fundo e pegou em minha mo... Christopher: Tudo bem, fazer o que n? Pelo menos de mos dadas ns podemos ficar? Dulce: Claro. Ns ficvamos antes quando ramos amigos, por que no podemos ficar agora? Christopher: Que bom, pelo menos isso. Ele sorriu um pouco, mas eu percebi que era um sorriso falso. Se conhecia bem Christopher, sabia que ele no tinha gostado disso tudo, mas o que eu podia fazer? No me sentiria confortvel em beija-lo na frente de todos, as pessoas iam ficar comentando. Eu s espero que esse pequeno detalhe no desencadeie a primeira briga do nosso recente namoro... X__X 131 Eu realmente no havia gostado de seu pedido. Qual era ao problema em nos beijarmos na frente das pessoas? Alis, j nos beijamos na escola antes, no sei porque somente agora ela estava se preocupando com isso. Eu fiquei quieto, pois no queria criar desavenas logo no incio, pois no fazia nem vinte e quatro horas que ramos namorados. Mas se ela continuar achando que pode controlar tudo no nosso namoro, Dulce est bem enganada. Durante o dia, resolvi deixar isso pra l, pois no adiantava ficar guardando mgoa toa. O que eu mais queria era estar junto dela, mesmo que no fossemos nos beijar. Depois de termos acabado as provas, que eu no me sa to mal como pensava, nos levantamos para ir ao refeitrio almoar... Dulce: Chris, eu vou entregar um livro na biblioteca, voc me espera l no refeitrio? Christopher: Claro gatita, vou guardar o nosso lugar. Eu ia lhe dar um beijo na boca, mas ela virou o rosto e eu me lembrei da ordem... Christopher: Desculpe, havia esquecido. Ela olhou de um lado para o outro, vendo se ningum nos olhava e sorriu timidamente... Dulce: Tudo bem. J volto, me espera l. E ela saiu em direo biblioteca, enquanto eu fui pro refeitrio respirando fundo, tentando controlar minha raiva. Assim que entrei no barulhento lugar, escuto uma voz atrs de mim me chamando e me viro, pra ver quem ... Christopher: Dbora! Dbora: Ol amorzinho... Ela me abraa e eu fico sem reao, rezando pra Dulce no aparecer nesse momento... Dbora: Como voc est? Christopher: Bem e voc? Dbora: tima! Sabe? Eu no esqueci do nosso beijo daquele dia, foi perfeito! Christopher: ...eu... Dbora: No precisa dizer nada, eu sei que voc gostou tambm. Christopher: Olha Dbora, eu preciso...
Ela no me deixou terminar e colocou o indicador sob os meus lbios... Dbora: Shh! No fala nada, Chris. Acho que...acho que voc j percebeu que fomos feitos um para o outro no ? Ela comeou a passar a mo pelo meu peito de cima a baixo, me deixando nervoso e eu comecei a gaguejar... Christopher: Olha, eu...eu...eu acho melhor, ns... Dbora: Que lindo! Voc est nervoso com a minha presena! Oh, eu sabia que voc ainda ia se apaixonar por mim! Ela me abraou de novo e eu fechei os olhos, pensando em algo a dizer a ela. Assim que Dbora se desvencilhou de mim e passou a mo novamente pelo meu peito, eu vi Dulce parada na porta do refeitrio, de braos cruzando e olhando de cara feia pra ns. E foi ento que eu percebi que as coisas iam ficar complicadas para o meu lado... X__X Isso no podia ser verdade. Eu mal comeava a confiar em Christopher e ele j se deixava tocar por aquela vbora. Uma grande raiva subiu por todo o meu corpo e eu tive que respirar fundo pra no explodir ali mesmo. Os olhos de Christopher se encontraram com os meus e eu apenas balancei a cabea negativamente, demonstrando que era totalmente contra aquela cena. Imediatamente sa correndo dali, querendo me afastar completamente deles. Me sentei no mesmo banco de sempre, sabendo que Christopher ia me achar ali. Eu poderia estar com raiva, mas queria que ele me procurasse. Afinal, se ele realmente se importasse, viria atrs de mim, preocupado, no? E ele veio. O vi se aproximando e fiz a minha cara feia. Sabia como era Dbora e imaginei que ele no tinha a culpa, mas tinha que mostrar que isso no me agradava em nada... Christopher: Posso falar com voc? Eu dei de ombros e deixei que ele se sentasse ao meu lado. Christopher tocou o meu rosto e fez com que eu o olhasse... Christopher: Eu me recuso a acreditar que voc pensa que eu tenho algum interesse em Dbora. Dulce: Eu no disse nada, disse? Christopher: No, mas percebi pelo seu olhar. Dulce: Voc est lendo meus pensamentos agora? Ele respirou fundo e eu fiquei com medo dele se irritar comigo... Christopher: Eu estou tentando no brigar Dul, por favor, no comea. Dulce: Eu no to brigando. Se tivesse j teria te mandado pro inferno, mas no, estou aqui te ouvindo, no estou? Christopher: Tudo bem. S pra voc saber, foi ela que se aproximou de mim. Dulce: Isso eu j imaginava, mas...por que voc no a afastou? Christopher: Eu tentei, juro que tentei, mas ela ficou insistindo. Pensou que eu queria voltar com ela. Dulce: Ento como voc conseguiu se livrar agora? Christopher: Disse que minha namorada estava me esperando. Dulce: Christopher! Christopher: Mas no disse quem era, no se preocupe. Tirei ela de cima de mim e vim aqui falar com voc, satisfeita? Dulce: No. No vou ficar satisfeita enquanto aquela bruxa continuar em cima de voc. Christopher: Se voc no quer que ela continue, voc deveria tomar alguma atitude, no
acha? Dulce: Do que voc ta falando? Christopher: Dulce...Dbora no a nica que anda atrs de mim e voc sabe disso. Muitas garotas aqui tambm me querem, seja por interesse ou no. E voc no mostrando que eu j tenho dona, elas vo continuar atrs, no vo respeitar mesmo. J sabendo que tem namorada no respeitam, porque quando eu namorava a Dbora o assdio no mudou. Mas Dbora as afastava entendeu? Dulce: No quero que voc me compare com a Dbora. Ele balanou a cabea negativamente e levou as mos ao rosto. Eu sabia que estava sendo chata, mas no podia evitar. Ele disse que agentaria e agora era a hora de provar... X__X 132 Eu juro que queria esganar Dulce. Se fosse outra, j teria mandado ela pro inferno h muito tempo. Mas ela no era outra qualquer, era a mulher da minha vida. E eu prometi que agentaria tudo, ento vou agentar... Christopher: Minha inteno no foi essa, apenas quis mostrar a voc que, se continuarmos agindo como amigos na frente de todo mundo, ningum vai respeitar. Nicholas vai continuar atrs de voc, talvez Jack tambm, e as meninas atrs de mim. Dulce: E o que fazemos? Christopher: Acho que essa resposta bvia, n Dul? Deixe-me te tratar como namorada. Deixe-me te beijar quando quiser, abraar quando quiser, sem me preocupar se outras pessoas vo estar olhando. Dulce: Mas...eu tenho vergonha. O que as pessoas vo pensar? Christopher: Elas vo pensar que estamos namorando e que nos amamos. Dulce, todos que namoram na escola se beijam, no vejo problema nenhum de ns fazermos o mesmo. Dulce: mas as pessoas vo ficar falando, voc muito popular, Chris. Christopher: Deixe que elas falem, Dul. Posso tentar? Eu prometo que comeo devagar, at voc se acostumar. Ela mordeu os lbios e assentiu. Dulce se virou pra mim e apoiou as mos em meu joelho, fechando os olhos. Eu me aproximei dela e vi algumas pessoas olhando com a sobrancelha arqueada para ns. Antes que ela desistisse, toquei seus lbios sutilmente, apenas dando um selinho. Dulce sorriu de leve e abriu os olhos... Dulce: Tem muita gente olhando? Christopher: Aham. Dulce: Ento me d outro, quero mostrar como voc s meu. Christopher: Eu adoro quando voc muda de opinio to rapidamente. Dulce: Voc tem um poder muito grande sobre mim. Christopher: Bom saber disso. E eu a beijei outra vez. Apenas com um lbios, um beijo puro, sem lngua e eu senti ela sorrindo debaixo de meus lbios. Eu coloquei as mos em sua cintura, com um pouco de medo, mas Dulce no protestou. Me afastei dela novamente e a vi olhando ao redor, preocupada... Christopher: Quer parar? X__X At que no estava sendo muito ruim. Christopher tinha razo. No podia ficar me escondendo a vida toda, ainda mais sabendo o quanto ele assediado. Quando ele perguntou aquilo, eu comecei a rir e ele no entendeu nada...
Christopher: Est rindo toa agora? Dulce: Claro, eu to apaixonada. Quem ama ri toa mesmo. Ele abriu o sorriso mais lindo do mundo e eu mordi meus lbios... Dulce: Deixa eu mostrar pra essas oferecidas que elas no tm nenhuma chance contigo. Christopher: Ai, ai Dulce...queria que voc fosse sempre assim. E antes que ele dissesse mais alguma coisa, segurei em seu pescoo e lhe dei um beijo apaixonado. Eu no me preocupava mais se tinha algum olhando ou no, apenas queria beij-lo sem parar. Nossas lnguas se misturavam e se tocavam rapidamente, num desesperado beijo. Assim que perdermos o ar, ns nos afastamos e rimos das pessoas que nos olhavam e cochichavam... Dulce: , acho que seremos alvo de fofocas. Christopher: Voc se importa? Dulce: No...se eu tiver com voc, no. Ele sorriu e passou a mo pelo meu rosto. Christopher respirou fundo e seu sorriso desapareceu rapidamente, como se estivesse pensando em algo no muito agradvel... Dulce: O que foi? Voc ficou estranho. Christopher: que eu tomei uma deciso, mas eu no sei e foi a melhor. Dulce: E o que ? Christopher: Resolvi que vou falar com o meu pai... X_X 133 Eu ainda no estava muito certo disso, mas ao ver o sorriso nos lbios de Dulce, vi que no teria como voltar atrs. Ela pegou em minha mo e a apertou bem forte, olhando bem fundo em meus olhos... Dulce: Fico feliz que tenha tomado essa deciso, aposto que foi a melhor. Christopher: Ele vai achar que estava certo, se eu for atrs dele. Dulce: Engula um pouco o orgulho, Christopher. Aposto que ele sabe que est errado, voc vai ver quando falar com ele. Eu vou estar com voc, no se preocupe. Christopher: Obrigado. Voc a melhor namorada que eu podia ter. Ela fez um biquinho to lindo, que foi impossvel no beij-la. Eu iniciei outro beijo lento, que fazia meu corao dar saltos. Enquanto provava mais uma vez de seus doces lbios, escuto vozes atrs da gente... ***: Uhuuul! Isso que amor! Ns nos desvencilhamos e vimos Poncho e Christian sorrindo debochadamente... Christopher: O que vocs querem? Christian: Nossa, que estresse! Viemos apenas parabenizar aos dois. Finalmente admitiram que se amam. Dulce riu e me abraou... Dulce: Pois , demorou, mas finalmente estamos juntos. Poncho: Fico feliz pelos dois. ...vocs viram Any? Quero falar com ela. Eu fiquei profundamente irritado e Dulce olhou pra mim, como se soubesse. Eu me levantei e fiquei de frente pra Poncho, com cara sria...
Christopher: Quero falar com voc sobre isso. Poncho: Tudo bem ento. Vamos dar uma volta enquanto o intervalo no acaba. Christopher: Se importa se eu for com ele, Dul? Dulce: Claro que no, podem conversar. Eu vou ler meu livro j na aula de filosofia, te encontro l Chris. Eu assenti e ela me deu um selinho, saindo em direo aos prdios do colgio. Christian tambm se retirou e eu e Poncho ficamos ss... Christopher: Agora que estamos sozinhos, poderemos conversar sobre a sua situao e a de Any... X__X Conforme eu ia andando pelo colgio, via que as pessoas me olhavam com uma cara estranha. Algumas garotas viravam a cara pra mim e eu j sabia o motivo. Mas eu no estava nem a. Eu tinha o que todas queriam e isso elas no iam me tirar. Enquanto estava indo para a sala, Any veio correndo at a mim... Any: Dul! Voc viu o Poncho? Quero falar com ele. Dulce: Ele e Christopher saram pra conversar agora. Parece que ele queria falar com Poncho sobre voc. Any: Sobre mim? Ai meu deus, j sei que Christopher vai falar besteira! Eu tenho que impedir isso...onde eles esto? Dulce: Perto do parque principal, no banco onde eu sempre sento. Eles devem estar por ali, pois acabei de sair de l. Any: Ta bom, muito obrigada Dul! Ela me deu um beijo no rosto e saiu correndo atrs deles. Eu dei de ombros e fui para a sala, tentar ler meu livro. Sentei na minha cadeira de sempre e comecei com a leitura. Depois de mais ou menos uns dez minutos, vejo Nicholas entrando na minha sala e me assusto... Dulce: Nicholas! O que est fazendo aqui? Que eu saiba, voc no tem aula de filosofia. Nicholas: E no tenho. Mas eu preciso falar algo contigo. Dulce: E o que ? Ele se sentou na carteira ao meu lado e me olhou nos olhos... Nicholas: algo importante. E acho que voc no vai gostar nada. Ele parecia bem srio e eu j estava bastante preocupada... Dulce: Por favor Nicholas, fale logo! Nicholas: A notcia do seu namoro com Christopher se espalhou rapidamente pelo colgio, todos j esto sabendo. Dulce: Eu j imaginava, mas no sei aonde voc quer chegar. H algum problema no meu namoro com Christopher? Nicholas: No, pra mim no. Digo, no nego que fico um pouco chateado, pois ainda gosto de voc, mas eu fico feliz se voc tambm est. Mas h muitas pessoas que no pensam a mesma coisa. Dulce: O que voc quer dizer? Ele parecia bem srio e eu j estava bastante preocupada... Dulce: Por favor Nicholas, fale logo! Nicholas: A notcia do seu namoro com Christopher se espalhou rapidamente pelo colgio, todos j esto sabendo. Dulce: Eu j imaginava, mas no sei aonde voc quer chegar. H algum problema no meu
namoro com Christopher? Nicholas: No, pra mim no. Digo, no nego que fico um pouco chateado, pois ainda gosto de voc, mas eu fico feliz se voc tambm est. Mas h muitas pessoas que no pensam a mesma coisa. Dulce: O que voc quer dizer? Nicholas: H poucos minutos, Jack veio at a mim, para fazer uma proposta. Dulce: E que proposta essa? Nicholas: Ele sabe de alguma forma sobre meus sentimentos em relao a voc e pediu ajuda, para acabar com o namoro de vocs dois. Eu fiquei quieta, tentando assimilar o que ele estava me dizendo. Um medo repentino me invadiu, s de imaginar que algum esteja querendo destruir nossa relao, quando esta mal havia comeado... Dulce: Isso...isso no pode ser verdade. Nicholas: Mas . Sei que j contei muitas mentiras, mas dessa vez estou falando srio, Dul. Jack est determinado a acabar com os dois e queria a minha ajuda pra isso. Dulce: E o que voc disse? Nicholas: Que no, bvio. J fiz besteiras demais, no arriscaria te perder. Penso que se voc est no meu destino mesmo, o tempo ir nos colocar frente a frente, para tentarmos algo. Mas se o seu destino for mesmo Christopher, eu vou ter que me conformar. Eu fiquei feliz em saber que Nicholas pensava assim e passei a mo pelo seu rosto... Dulce: Obrigada por me avisar, voc fez muito bem. Nicholas: Fale com Christopher sobre isso tambm. Talvez os dois juntos podem impedir que algo de ruim acontea. Dulce: Eu falarei. Pode deixar que Christopher vai saber de tudo. Christopher: Eu vou saber do que? Eu quase dei um pulo na cadeira, quando ouvi a sua voz rouca e o encontrei parada na porta, nos fuzilando com o olhar... X__X 134 Era incrvel que era s eu me afastar do pote de acar, que as formigas j comeavam a atacar. No podia ficar nem um segundo longe de Dulce, sem que esse panaca se aproximasse dela. E o que mais me deixava nervoso, era v-la acariciando seu rosto, como se ele fosse o melhor ser da face da Terra... Christopher: Hein, Dulce? Do que eu tenho que saber? Nicholas se levantou rapidamente e parou frente a mim... Nicholas: Eu no quero causar problemas, de verdade. S vim dar um aviso, que Dulce logo de contar. Felicidades aos dois. E sem dizer mais nada, Nicholas passa por mim correndo. Eu me sentei na mesma carteira que ele estava, de frente pra ela, e cruzei meus braos... Christopher: O que ele estava fazendo aqui? Odeio quando ele se aproxima de voc assim, como se fosse seu melhor amigo. E o que voc estava fazendo acariciando o rosto dele, hein? Pensa que eu no vi? Dulce: Chris, por favor, no comea com os seus ataques de cimes. Nicholas veio nos dar um aviso. Sobre Jack. Christopher: Jack? O que um tem a ver com o outro? Dulce: Jack j sabe do nosso namoro e, por algum motivo, quer acabar com o nosso
relacionamento. E queria a ajuda de Nicholas pra isso. Christopher: Como? Eles iam armar pra cima da gente, como os viles fazem com os mocinhos em filmes? Dulce: Parece que sim. Temos que tomar cuidado, Chris. Jack perigoso, ns dois sabemos disso. Tenho medo de que ele consiga separar a gente. Eu segurei o seu rosto em minhas mos e a fiz olhar em meus olhos... Christopher: Olha pra mim, gatita...voc confia em mim? Dulce: Sim, confio. Christopher: Pois eu tambm confio em voc. E nada nem ningum vai conseguir separar a gente enquanto nos amarmos e confiarmos um no outro, est me ouvindo? Ela assentiu, com lgrimas nos olhos e me abraou... Dulce: Eu te amo. Christopher: Eu tambm, minha gatita. Ns nos desvencilhamos e eu lhe dei um selinho, acariciando seu rosto... Christopher: Vamos at o meu pai sbado? Eu s vou se voc for. Dulce: Claro! Eu vou estar sempre contigo, Chris. Christopher: Pra sempre? Dulce: Pra sempre... X__X No sbado, noite, Christopher parou com o carro na minha porta, para me buscar. Ele ficou esperando l fora mesmo, pois meu pai ainda no sabia do nosso namoro. Vi o seu carro estacionado em frente minha casa e desci correndo as escadas. Quando j ia sair para encontr-lo, minha me me para na porta... Blanca: No volte muito tarde. Dulce: J sei me, no vamos demorar muito. Acho que at umas 11 j estamos de volta. Blanca: Acho bom. E o que eu digo pro seu pai? Dulce: Ah, fala que eu fui na casa de Any. Blanc: Ai, ai, jovens! V com Deus, filha. Divirta-se. Minha me no sabia que ns amos tratar de um assunto to srio. Isso era algo muito pessoal de Christopher e achei melhor no dizer nada a ningum, at que ele permitisse... Dulce: Obrigada me. At mais. Peguei meu casaco que estava no cabideiro e sa finalmente de casa. Abri a porta do carro dele e me sentei no banco no carona... Dulce: Como voc est? Christopher: Muito nervoso. Me d um beijo pra me acalmar um pouco? Eu comecei a rir e segurei seu rosto entre minhas mos, lhe dando um longo e lento beijo. Assim que me separei dele, ele fez aquele biquinho novamente... Christopher: Me d outro? Acho que eu ainda estou nervoso. Dulce: Chris! Eu lhe dei um tapa no ombro e ele comeou a rir... Christopher: Que foi? No posso beijar minha namorada? Dulce: Claro que pode, mas temos toda a eternidade pra nos beijar. Agora voc tem que falar
com o seu pai, que mais importante. Ele revirou os olhos e deu marcha no carro, indo em direo casa do pai... X__X 135 Quando eu disse para a minha me que queria procurar o meu pai, ela quase caiu pra trs. Depois de passado o susto, eu expliquei pra ela os motivos que me levaram a tomar essa deciso, principalmente um pedido de minha namorada. Ela quase desmaiou de novo, pois ainda no sabia de minha relao com Dulce. Mas para a minha sorte ela aprovou com muita felicidade, perguntando at qual era a data do casamento. Ela me deu o endereo do meu pai e aqui estava eu, dirigindo o carro at a casa dele, sem ter idia do que ia falar ou fazer. Dulce pareceu perceber que estava viajando em pensamentos e colocou a mo por cima do meu joelho, acariciando-o e me tranqilizando um pouco... Dulce: Vai dar tudo certo, Chris. Para de enrugar essa testa. Christopher: Eu estou enrugando? Dulce: Est. E sei que geralmente faz isso quando est preocupado. Eu peguei em sua mo e depositei um leve beijo nela, arrancando um sorriso de seus lbios... Christopher: Obrigado por tudo. Por estar aqui e me dar essa fora que eu s posso tirar de voc. Dulce: E voc tem que agradecer alguma coisa, amor? Eu fao isso por que te amo. Eu beijei novamente sua mo e voltei a prestar ateno no trnsito. S de saber que Dulce estava ao meu lado me sentia muito melhor. Ela tirou sua mo que estava junto minha e puxou um cordo que estava dentro da blusa... Dulce: Se lembra disso? Eu olhei para o colar com o cupido que havia dado pra ela no dia do amor e da amizade e sorri... Christopher: claro que eu lembro. Dulce: Eu voltei a usar hoje. O encontrei dentro da minha bolsa. Havia tirado-o depois da nossa briga. Mas como agora j est tudo bem, voltei a us-lo. Christopher: Ele cai perfeitamente em voc, sabia? Dulce: Eu o adoro. o presente perfeito. Eu finalmente cheguei a rua que minha me havia anotado e parei o carro frente uma casa bem grande, de dois andares e com um belo jardim. Exatamente como minha me havia descrito...essa era a casa do meu pai... X__X Ele parou em frente uma linda casa e eu imaginei que fosse a de seu pai. Christopher no fez absolutamente nada, apenas ficou olhando atentamente para o imvel... Dulce: O que foi? No vai entrar. Christopher: Estou com medo. Muito medo. Acho que vou desistir. Ele encostou a testa no volante, respirando fundo e eu me virei pra ele... Dulce: Agora que j est aqui? Vai morrer na praia? Christopher: Eu...simplesmente no posso, Dul.
Eu peguei o seu rosto em minhas mos e o fiz olhar diretamente em meus olhos... Dulce: Eu no ou deixar voc desistir. Estamos aqui e j est na hora de voc enfrentar seu destino. Voc tem muitas perguntas a fazer-lhe e sabe disso. No continue com essas dvidas pelo resto de sua vida. Sei que difcil, mas vou estar ao seu lado. No acredita em mim? Christopher passou a mo pelo meu cabelo e me deu um selinho... Christopher: claro que acredito, gatita. Mas minhas pernas esto tremendo demais. No sei se posso ir at l. Dulce: Se sentir que vai cair, se apie em mim. Christopher: A ns dois camos juntos, eu sou mais pesado que voc. Dulce: No importa. Cados ou no estaremos juntos. Isso o importante. Christopher no disse nada e seu semblante ficou indecifrvel. Ele ficou me olhando por vrios segundos, me deixando nervosa com a intensidade daquele olhar... Dulce: O que foi? Disse algo errado? Ele no disse nada, simplesmente tocou sutilmente meus lbios e iniciou um beijo doce e saboroso. Eu passei os braos ao redor do seu pescoo, atraindo-o mais ainda para mim, aprofundando o beijo. Eu sabia que ele estava tentando buscar fora e eu estava aqui para dla. Ns nos afastamos um pouco e eu mordi de leve seu lbio inferior... Christopher: Vamos entrar. Dulce: assim, que se fala! E eu vou estar ao seu lado, meu gatito. X__X 136 Eu arregalei os olhos e Dulce comeou a rir, encostando e cabea em meu ombro... Christopher: Do que voc me chamou? Dulce: De gatito! Voc me chama de gatita, no ? Ento voc meu gatito. Eu comecei a rir tambm e dei um beijo em sua testa... Christopher: Ai, ai, Dulce...s voc pra me fazer sorrir em um momento como esses. Dulce: No enrolemos mais, Christopher! Daqui a pouco vamos passar a noite toda nesse carro e no vamos conseguir falar com o seu pai. Christopher: Tem razo, vamos enfrentar a fera. Eu sa do carro e dei a volta, abrindo a porta pra ela. Dulce pegou em minha mo e a apertou forte, enquanto caminhvamos em direo porta... Dulce: Voc quer que eu toque a campanhia? Christopher: No, no precisa...eu tenho que fazer isso. Eu fechei os olhos e respirei fundo, enterrando o dedo no boto. Esperamos apenas alguns segundos, at escutarmos passos se aproximando da porta. Eu e Dulce nos olhamos e finalmente porta se abriu. E ento, meus olhos se encontraram com os do meu pai. Ele no havia mudado muito durante todos esses anos, apenas seu cabelo estava mais grisalho. Ele pareceu assustado em me ver e no disse nada, apenas continuou parado, olhando pra mim... Christopher: Ol...meu pai. X__X
O senhor parado na nossa frente ficou branco e, por um momento, eu pensei que ele fosse desmaiar. Ele ficou olhando pra Christopher, enquanto eu observava suas semelhanas. Kevin Uckermann era muito bonito, por isso que Christopher no podia ter sado diferente. Os dois ficaram em um completo silncio, apenas se olhando e eu resolvi tomar uma atitude... Dulce: Ol senhor! Me chamo Dulce Maria. Sou a namorada do seu filho. Seu pai finalmente tirou os olhos dele e os colocou sobre mim. Eu fiquei um pouco nervosa, mas ele sorriu de leve, estendendo a mo pra mim... Kevin: Muito prazer, senhorita. s muito bonita, Dulce. Dulce: Obrigada senhor. Eu cutuquei Christopher, pra ele tomar uma atitude logo e ele finalmente abriu a boca... Christopher: ...vim para...eu vim para ns conversarmos, pai. Ser que podemos entrar? Kevin: Claro, desculpe a minha falta de educao! Entrem, entrem! Kevin saiu da aporta, deixando-nos entrar. Escutamos uma voz de uma mulher descendo as escadas e nos olhamos... ****: Amor? Quem est a? Uma mulher morena e de olhos verdes parou em frente a ns, e eu senti Christopher apertando fortemente minha mo. Pela sua reao eu j imaginava quem era e no sabia o que fazer para confort-lo... Kevin: Garoto, essa a minha esposa, Tereza. Tereza: Oh Christopher, seu pai fala muito de voc! A mulher foi apertar a mo dele, mas Christopher no se moveu. Ele apertava cada vez mais minha mo, e eu cheguei at a sentir um pouco de dor... Christopher: Ento voc a mulher por quem meu pai deixou a mim e a minha me. Muito prazer. O clima na sala ficou tenso e eu quis mat-lo por ter sido to mal educado. Seu pai estava de olhos arregalados e eu vi lgrimas nos olhos da sua mulher... Kevin: Tereza, Dulce, nos deixem ss por favor. Acho que eu e meu filho precisamos ter uma conversa sria. Eu me virei pra Christopher e sussurrei em seu ouvido... Dulce: Eu disse que no ia sai do seu lado. Se voc quiser eu fico e... Christopher: No Dul, obrigado. Mas eu prefiro ficar sozinho com ele mesmo. O semblante dele estava muito tenso e eu vi que era melhor fazer o que ele queria. Dei um beijo de leve em seu rosto e me virei pra Tereza, que sorria pra mim... Tereza: Vamos menina...vamos comer alguma coisa na cozinha. Eu sorri pra ela constrangida e a acompanhei, lanando um ltimo olhar para Christopher. Eu no sei o que ia acontecer naquela sala, s esperava que essa conversa no virasse um campo de guerra... X__X 137
Eu no estava a fim de ser educado, muito menos simptico. Estava muito nervoso pra tratar bem a mulher que foi a razo da runa da minha famlia. A nica coisa que eu queria era falar com o meu pai logo e esclarecer tudo de uma vez por todas... Kevin: Sente-se filho, eu... Christopher: Prefiro ficar de p. Meu pai suspirou e sentou-se no sof... Kevin: O que voc quer com essa atitude? Acha que assim vai conseguir mudar o passado? Christopher: No, mas no me pea pra tratar bem a mulher que foi a causa da runa da famlia. Kevin: Tereza no tem culpa, Christopher. Voc no sabe das coisas... Christopher: E como eu poderia saber? Voc deixou a mim e a minha me, sem se preocupar como iramos ficar. Kevin: Sua me sempre ganhou um bom dinheiro com o seu trabalho e eu jamais deixei de ajudar com as despesas... Christopher: Pelo amor, de Deus, quem aqui est falando de dinheiro?? Eu j estava perdendo a pacincia e alterando o meu tom de voz... Christopher: Eu preferia morar debaixo da ponte do que sofrer o que eu sofri todos esses anos! Voc sabe o quanto eu senti falta de uma figura paterna? Voc faz idia de quanto eu senti falta de um pai? Kevin: Christopher, eu... Christopher: No, me deixe falar! Voc no faz idia de como eu senti falta dos conselhos de um pai ao gostar da primeira garota. Minha relao com a minha me se tornou insuportvel desde que voc partiu! Eu no pude contar a ningum como foi o meu primeiro beijo, como foi o meu primeiro namoro e o quanto eu estou apaixonado hoje em dia!! Graas a Deus tenho Any ao meu lado e sempre me apoiou em tudo, mas eu precisava de um pai, ser que voc no entende? Eu comecei a chorar e vi lgrimas em seus olhos tambm. Eu me sentei numa cadeira de frente pro sof e abaixei a cabea, deixando que as lgrimas cassem dos meus olhos... Kevin: Eu...eu sinto muito. Christopher: Agora a minha vez de perguntar. Voc acha que com simples desculpas vai conseguir mudar o passado? Kevin: Eu sei que no, mas no coloque a culpa de tudo o que aconteceu em cima de mim, Christopher. Eu tentei te ligar, mas sempre que o fazia voc batia o telefone na minha cara. No tente negar. Eu engoli em seco e fiquei quieto. Ele estava com a razo. Mas ainda assim no era justificativa... Christopher: Voc ligava logo depois de tudo o que aconteceu, como esperava que eu reagisse? Depois de ver aquela briga com a minha me, da qual ela estava aos prantos, eu peguei dio de voc. Mas...com o tempo esse sentimento foi passando. Eu s queria que voc me explicasse tudo o que aconteceu de verdade e porque voc deixou de me amar. Kevin: Deixar de te amar? Isso nunca! Christopher: Ento por que voc no me procurou? Por que no quis saber mais nada de mim? Kevin: Voc que pensa. Eu achava que voc no queria mais falar comigo, por isso no quis ficar forando a barra. Mas durante todos esses anos sua me me manteve informado sobre voc. E eu comprei presentes de aniversrio pra voc, durante todos esses anos. Apenas nunca entreguei, porque estava esperando o momento certo pra isso. Christopher: Presentes? Que tipo de presentes? E por que minha me nunca me disse nada? Kevin: No a culpe, eu pedi para manter isso em segredo. S um minuto.
Meu pai se levantou e foi at uma mesinha, abrindo uma pequena caixa de madeira. Ele tirou uma chave l de dentro e entregou pra mim... Christopher: O que isso? Que tipo de presente esse? Kevin: a chave do seu apartamento. Eu o comprei logo depois da separao e o mobilhei todo. Toda moblia presente l representam seus aniversrios, comprava pelo menos trs coisas a cada ano. E ele j est completo. todo seu. X__X Tereza colocou um copo de suco de maracuj em frente a mim, e eu agradeci cordialmente. No estava com vontade de beber, nem comer nada, mas o fiz para no fazer desfeita. Eu estava realmente preocupada com Christopher e sobre o que ele ia dizer para o pai... Tereza: Est bom de acar? Dulce: Est sim, obrigada. Tereza: Se quiser mais alguma coisa, s pedir. Dulce: Estou bem, obrigada. A mulher sorriu para mim e pegou um copo pra ela tambm e colocando a bebida pra ela. Tereza sentou-se frente a mim e comeou a falar... Tereza: Acho que vou tomar bastante desse suco. Estou muito nervosa. Dulce: Nervosa? Por qu? Tereza: Por causa de Christopher, pra ser-te sincera. Sabia que esse momento um dia ia chegar, mas no assim, de surpresa. Ele me surpreendeu muito, quando me acusou de arruinar a famlia dele. Dulce: Olha, eu sei que Christopher no foi educado em dizer-te aquilo, mas eu no tiro sua razo. Somos namorados h pouco tempo, no sei o que ele passou na infncia, pois no estava l. Mas pelas coisas que ele me conta, eu vejo que ele sofreu muito. Kevin errou em abandonar o filho, mas voc tambm tem uma parcela de culpa. Afinal, voc foi amante dele por dois anos, no ? impossvel voc me dizer que no sabia que ele tinha famlia. Eu vi lgrimas surgirem em seus olhos e imediatamente me arrependi de ter dito isso. Teresa me olhou nos olhos e disse, limpando uma lgrima... Tereza: Eu sei que eu errei. Mas era jovem e amava verdadeiramente Kevin. Ele no queria se separar por causa do filho. Mas a relao com a esposa estava insuportvel. Dulce: o que todos dizem. E todos mentem. Tereza: Kevin eu sei que no. Ele esperou o momento certo para se separar, eu compreendo isso. Dulce: O momento certo? Ele enganou a famlia por dois anos e voc ainda diz que o momento certo? Tereza: Talvez voc esteja muito nova pra entender. Eu errei Dulce, admito isso. Mas no podemos mudar o passado. Eu sinceramente no queria que nem voc, nem Christopher me odiassem. Eu faria qualquer coisa pra ganhar o carinho de vocs. Dulce: Voc tem que ganhar o carinho de Christopher, no o meu. Tereza: Queria ganhar o seu tambm, pois voc a namorada dele. Dulce: Bom, de um dia pro outro voc no vai conseguir isso. No depois de tudo que passou. Mas quem sabe com o tempo? Christopher uma tima pessoa, eu tenho certeza de que ele vai te perdoar. Tereza: ...espero que sim. X__X 138 Eu arregalei os olhos e olhei pra chave. Ele estaria falando srio? Teria realmente um apartamento esperando por mim?
Christopher: Voc acha que pode comprar meu amor e meu carinho com presentes? Kevin: A inteno no essa, filho. Eu s quero mostrar que eu jamais esqueci de voc todos esses anos. Juro que s me afastei porque voc no queria mais olhar na minha cara e pensava que voc no queria mais um pai. S peo que aceite esse presente, como desculpas. Eu olhei pra ele e tornei a olhar pra chave. Meu pai parecia estar realmente arrependido e no tinha porqu no perdo-lo. Todos merecem uma segunda chance e com ele no podia ser diferente. E se ele estava me oferecendo um apartamento, quem era eu pra negar? Peguei a chave de suas mos e o vi sorri. Por impulso ou no, o abracei, com lgrimas nos olhos tambm... Christopher: Eu acho que posso te perdoar. No podemos mudar o passado, mas podemos fazer um novo futuro. Kevin: Obrigado filho, muito obrigado por me perdoar. O abrao foi bem apertado e eu tive que me segurar pra no chorar. Meu pai se desvencilhou de mim e colocou a mo sobre meus ombros... Kevin: Eu espero que voc tambm faa ao menos um esforo para tratar Tereza bem. Christopher: Ta n. No quero mais nenhum tipo de problema, ou briga. Kevin: Espero mesmo. Espero que goste do apartamento. Vai v-lo hoje? Christopher: Acho que sim. Vou levar Dulce pra ir comigo, se ela quiser. Kevin: J vi que esse apartamento vai ter muita utilidade. Eu imediatamente enrubesci e virei o rosto... Christopher: ...depois conversamos sobre isso pai. Quero falar com Dulce. Onde a cozinha? Kevin: Por aqui, filho. X__X Assim que vi Christopher chegando com o seu pai na cozinha, senti um alvio inexplicvel. Pela cara dos dois, eles pareciam ter resolvido a situao, pois ambos mantinham um sorriso no rosto. Eu corri at Christopher e o abracei, recebendo um beijo no rosto... Christopher: Est tudo bem agora, gatita. Dulce: Tem certeza? Christopher: Absoluta. O seu pai se aproximou de mim e pegou em minha mo, dando um beijo nela... Kevin: Dulce: Kevin: Dulce: Eu espero que d tudo certo pra vocs. Fazem um lindo casal. Obrigada senhor. Estamos em famlia menina, no precisamos de cordialidades. Me chame de voc. Como quiser.
Christopher se afastou de mim e foi em direo Tereza, que assistia a cena toda calada. Ele colocou as mos no bolso da cala e olhou pra ela, dizendo... Christopher: Desculpe pelo que eu te disse na sala. O passado fico pra trs, melhor deixarmos isso de lado. Os olhos da mulher se encheram de lgrimas e ela abraou Christopher, que retribuiu o abrao tambm... Tereza: Obrigada. Muito obrigada. Kevin: Vocs no sabem o quanto eu fico feliz, em saber que tudo agora est bem. Voc sabe que sempre ser bem vindo aqui, no , meu filho?
Christopher: Sim pai. Kevin: Vou me esforar para te dar o melhor. Espero que goste do apartamento. Dulce: Apartamento? Que apartamento? Christopher tirou um chaveiro do bolso e eu franzi o cenho, no entendendo aquilo... Christopher: Meu pai me deu um apartamento, por todos os anos perdidos. Est mobilhado e tudo. Kevin: E vocs j deviam estar l. Eu vou anotar o endereo, s um minuto. Kevin saiu da cozinha e eu me aproximei de Christopher, abraando-o... Dulce: Vamos agora pra l? Christopher: Voc quer ir? Dulce: No sei...est tarde? Christopher: Ainda so nove e alguma coisa. Dulce: Prometi pra minha me que voltava s onze. Christopher: Garanto que voltamos antes. Mas se voc no quiser, tudo bem, podemos ir amanh. Dulce: No, sem problemas. Vamos hoje. Pra falar a verdade, tambm fiquei curiosa. O seu pai voltou com o endereo na mo e entregou para Christopher... Kevin: Aqui est, no muito longe. Dentro de dez minutos vocs chegam l. Christopher: Obrigado, pai. J estamos indo ento, Dulce no pode demorar. Kevin: Vai com Deus e dirija com cuidado. Ns nos despedimos de todos e fomos at o carro. Christopher seguiu dirigindo at o endereo que seu pai havia lhe dado, enquanto segurava minha mo... Christopher: Muito obrigado por tudo. No teria conseguido sem voc. Dulce: To aqui sempre, voc sabe. E no precisa mais agradecer. Agora as coisas esto resolvidas, espero que tudo continue assim. Ele deu um beijo na minha mo e seguiu em direo ao seu mais novo apartamento... X__X 139 Parei em frente a um prdio bem grande, que tinha umas grades cor preta, na rua que meu pai me indicou. O nmero do prdio era o mesmo, ento meu apartamento s podia ficar a... Dulce: esse o prdio? Christopher: Provavelmente, pelo menos o que est no papel. Dulce: Uau! um prdio muito bonito, seu pai escolheu bem. Christopher: Estou ansioso pra ver. Vamos entrar? Dulce: Claro! Ns samos do carro e entramos na portaria. Falei com o porteiro que era filho de Kevin Uckermann e ele deixou que eu subisse. O apartamento era no oitavo andar e parece que o elevador demorou sculos para chegar at l. Procuramos o apartamento 803 e finalmente o achamos, no final do corredor. Eu enfiei a chave na fechadura e a girei, abrindo a porta. Dulce e eu nos olhamos, ao mesmo tempo que entramos no meu apartamento. A sala era bem espaosa, toda branca, com dois sofs tambm brancos. Uma mesinha de vidro separava os dois sofs e, frente a ele, uma estante mogno, com uma grande Tv tela plana. Eu peguei na mo de Dulce e fui andando pela casa, no acreditando no que estava vendo...
Christopher: Dul, isso aqui ...perfeito! Dulce: Eu estou vendo! E estou muito feliz por voc ter a partir de agora esse espao s seu. Eu parei no corredor e me virei pra ela, pegando seu rosto em minhas mos... Christopher: Tudo que meu, seu tambm. Ento considere-se proprietria desse apartamento tambm, ok? Vou fazer uma cpia da chave pra voc, assim voc pode entrar aqui quando quiser. Dulce: Est falando srio? Christopher: Claro! Usaremos esse apartamento para quando nos casarmos. Ele grande, tem trs quartos, vai dar muito bem para os nossos filhos. O que voc acha? Ela comeou a rir e passou a mo pelo rosto... Dulce: Eu acho que voc est sonhando rpido demais. No temos nem um ms de namoro ainda, Chris e voc j ta pensando em filhos? Christopher: O que tem? Voc no quer se casar comigo? Dulce: Quero mas...voc sabe. Tenho medo de ficar criando expectativas, pra depois as coisas no sarem como eu pensava. Christopher: Dul, para com isso! Vamos viver o presente e planejar o futuro. Eu j disse que s com voc que eu quero compartilhar minha vida e vai ser assim, ponto final. Ela fechou os olhos e sorriu, enquanto eu apenas depositei um leve beijo em seus lbios. Eu peguei na mo de Dulce e a conduzi pelo corredor, tentando achar o nosso quarto. E por fim chegamos. O ltimo cmodo da casa, bem no final do corredor, estava o quarto que tinha uma cama de casal, com uma mesa cor creme ao lado, onde estava um lindo abajur. Eu estava olhando maravilhado tudo aquilo, enquanto Dulce tocava em cada objeto que tinha nas prateleiras... Christopher: Eu nem to acreditando que vou morar aqui. s trazer minhas roupas e comprar pequenas coisas. O resto est todo pronto. Dulce: E quando voc vai vir pra c? Christopher: Ainda no sei. Tenho que falar com a minha me ainda, pra ver o que ela vai achar disso tudo. Dulce se aproximou de mim e apoiou o brao em meu ombro, ainda olhando o quarto ao redor... Dulce: Seu pai podia ser decorador. Isso aqui ficou perfeito. Christopher: Voc acha que foi ele que fez isso? Dulce: No sei. Mas quem quer que seja, fez um timo trabalho. Essa cama est divina! Ser que ela boa pra dormir? Christopher: No sei. Quer test-la agora? Dulce me olhou franzido o cenho. E antes que ela pudesse responder qualquer coisa, eu agarrei sua cintura e me joguei na cama com ela... X__X Eu nem pude pensar em nada, apenas senti o corpo de Christopher cair em cima de mim na cama. Eu peguei a almofada e comecei a tacar nele, rindo ao mesmo tempo. Mas Christopher imediatamente a tirou da minha mo, jogando-a do outro lado do quarto... Christopher: Mas que menina violenta! Dulce: Eu estou sofrendo um atentado e voc me chama de violenta? Christopher: No parece que est sofrendo um atentado, est rindo que nem o Bozo. E isso era verdade. Por algum motivo eu no conseguia parar de rir, enquanto ele me olhava com o cenho franzido...
Dulce: Sai de cima de mim, Uckermann... Christopher: Voc est dizendo isso com uma voz to melosa que parece que quer o contrrio. Ele levantou meus braos e prendeu meus pulsos com suas mos, um pouco acima da minha cabea, me deixando completamente imvel... Dulce: O que est fazendo, seu louco? Christopher: Te fazendo verdadeiramente sofrer um atentado. O riso ficou sufocado na minha garganta, quando o vi aproximar seu rosto. Eu fechei os olhos, completamente certa de que ele ia me beijar, mas ao invs disso, Christopher depositou seus lbios em meu pescoo. Eu imediatamente arregalei os olhos e enrijeci meu corpo. Mas logo ele colocou os lbios em meu ouvido e sussurrou docemente... Christopher: Calma, no precisa se preocupar. Eu no vou fazer nada que voc no goste. E ento, ele voltou a mergulhar seus lbios no meu pescoo, explorando cada canto daquela regio com a sua lngua. As carcias eram to tentadores que eu fechei automaticamente meus olhos, sentindo sua boca fazer carcias extremamente pecadoras... Dulce: J faz algum tempo que voc no faz isso em mim. Christopher: Sentiu saudades? Dulce: Demais... Eu escutei ele rindo de leve contra o meu ouvido e mordi os lbios, assim que ele continuou com as suas carcias. Eu no sabia explicar o que estava acontecendo comigo, s sei que no queria que o fogo que estava incendiando o meu corpo se apagasse agora... X__X 140 Minha inteno no comeo era apenas brincar e provocar Dulce, como eu sempre gostei de fazer. Apenas ia dar leve beijos em seu pescoo, de brincadeira como sempre. Mas as coisas tinham tomado uma proporo inesperada. Eu comecei a intensificar mais minhas carcias, me perdendo no doce sabor da sua pele. Deslizava minha lngua pelo seu pescoo, passeando pela sua clavcula e subindo novamente para a sua garganta. E quando ela disse com sua voz fraca que sentia saudades disso , eu no pensei em mais nada. Apenas continuei com os meus movimentos. Eu fui afrouxando lentamente as suas mos e ela as colocou sobre minhas costas. Eu j estava com o corpo em chamas e s queria continuar beijando-a. Dulce puxou minha blusa e eu escutei um pequeno gemido sair de sua garganta. Eu me afastei um pouco e pude ver seus lbios entreabertos, respirando com dificuldade e seus olhos ficaram mais expressivos, me indicando que eu no parasse. Nossos olhares no se desviavam por nada. E foi ento que eu toquei sua boca com volpia, tocando a sua lngua com vontade, fazendo amor com ela. Dulce levantou um pouco a perna e foi a desculpa perfeita para a minha mo percorrer toda a sua extenso, subindo e descendo sem parar. Eu me separei um pouco e olhei em seus olhos, que estavam fechados. Encostei minha testa na sua com a respirao ofegante e disse baixinho... Christopher: J disse que eu te amo hoje? X__X Eu estava perdida em algum lugar em minha mente, quando o escuto dizer essas doces palavras. Sorrio, ainda de olhos fechados e respondo pra ele... Dulce: J, mas eu quero que voc diga sempre, pra eu continuar acreditando cada vez mais. Christopher: Eu te amo...muito.
E ele me beijou outra vez, ainda com mais paixo, se que isso era possvel. Christopher me agarrou pela cintura e girou nossos corpos, me colocando por cima dele. Eu pude sentir imediatamente o volume na sua cala e sorri automaticamente. Colei minha boca na dele outra vez, acariciando o seu rosto, enquanto as mos de Christopher desceram devagar pelas minhas costas, fazendo um leve carinho e entrando no bolso traseiro da minha cala. Enquanto me perdia completamente em seus beijos, escuto um barulho familiar ao longe. Sinto Christopher tirar alguma coisa do meu bolso e paro de beij-lo, vendo que ele segurava algo... Christopher: Gatita...seu celular. Eu ainda estava confusa, pela maratona de beijos e carinhos que havamos passado. Aquele barulho ficou mais alto, quase me deixando surda e eu peguei o celular da sua mo, vendo que era a minha me. Eu sa de cima de Christopher e atendi o telefone com raiva... Dulce: Me o que voc quer?! Blanca: O que eu te fiz meu deus? Pra que essa raiva toda? Eu vi Christopher saindo da cama e indo ver o banheiro que tinha no quarto, sorrindo pra mim.. Dulce: Nada, desculpa...o que foi? Blanca: S pra perguntar que horas voc vai chegar. Seu pai ta perguntando por voc e eu disse que voc saiu com uma amiga, mas ele acha que est demorando demais. Temos que contar logo a verdade pra ele, filha. No podemos continuar escondendo algo to importante do seu pai. Dulce: Ta bom me, j to indo pra casa. Depois ns resolvemos o que vamos dizer ao meu pai, tudo bem? Blanca: Ok, mas volte logo. Estou esperando. Eu desliguei o celular e olhei pra frente, vendo Christopher encostado na lateral da porta do banheiro, me olhando com um sorriso nos lbios. Eu no consegui dizer nada, apenas olhei pra ele tambm. Ns dois comeamos a rir ao mesmo tempo e eu resolvi perguntar... Dulce: Voc acha que...se no fosse pela minha me, teramos ido at o final? Christopher: No tenho preservativos ou algo do tipo aqui. Jamais arriscaria ns dois a algo assim sem segurana alguma. Dulce: E eu tambm acho que ainda no estou preparada. Christopher: No? No foi isso que voc me mostrou agora h pouco. Eu taquei uma almofada na cara dele e Christopher comeou a rir... Christopher: O que foi? To mentindo? Dulce: Ta! Uma coisa dar...dar uns amassos e outra muito diferente ficar nua na sua frente. Ele sentou-se ao meu lado e me abraou... Christopher: Eu tava brincando. Ns dois sabemos que ainda no hora. Ainda no estamos preparados. Vamos esperar o tempo que precisar, ok? Ele passou a mo pelo meu rosto e eu assenti, mordendo os lbios... Christopher: Bom, a cama j foi muito bem testada. O que voc acha de irmos pra casa agora? Sua me te espera, no? Dulce: Sim. E temos que contar para o meu pai sobre o nosso namoro, Chris. Christopher: Quer contar hoje? Se quiser, quando eu te deixar em casa ns falamos com ele. Dulce: No, hoje no. Eu tenho que me preparar psicologicamente.
Christopher me deu um pequeno beijo e pegou em minha mo, me ajudando a levantar... Christopher: Voc que sabe. Assim que voc estiver pronta s avisar que eu vou correndo na sua casa assumir o namoro para o seu pai. Eu lhe dei outro beijo e o abracei... Dulce: Obrigada por ser um namorado to perfeito. X__X 141 Meu estmago dava voltas s de pensar em parar frente ao pai dela e lhe informar que ele teria que dividir a filhinha dele com outro homem. Mas eu no podia demonstrar isso a ela, teria que fingir pelo menos que estava tudo bem. Ns colocamos as almofadas jogadas pelo quarto em cima da cama outra vez e apagamos as luzes, saindo do apartamento. A deixei em casa e fui direto para a minha, pois minha me tinha que saber das novas mudanas que iam acontecer a partir de agora em nossas vidas. Quando cheguei em casa, ela estava no sof, vendo televiso e eu me sentei ao seu lado... Christopher: Me, ns precisamos conversar. Alexandra: Sobre o seu pai? Como foi l? Christopher: Bem...eu acho que bem. Ns fizemos as pazes. E ele me disse que voc sempre lhe dava informaes sobre mim. verdade? Alexandra: Sim. No lhe disse nada porque pensei que no quisesse saber. E como a nossa relao no era das melhores, eu no quis piorar as coisas. Eu fiquei calado, vendo que ela tinha os motivos dela para fazer o que fez. E agora que as coisas estavam ficando bem, brigar seria a pior coisa a se fazer... Christopher: Tudo bem. E eu vou me mudar, me. Ela arregalou os olhos e deu um salto no sof, gritando... Alexandra: O que? Voc enlouqueceu? Voc vai morar com o seu pai depois de tudo e me deixar aqui? Christopher: No me, calma. Meu pai me deu um apartamento. E eu vou morar sozinho. Demorou muito para eu convencer minha me. Mas no final das contas ela entendeu que eu precisava do meu espao e deixou de bom grado. De agora em diante era s resolver pequenas coisas e ir morar no meu mais novo apartamento... X__X Segunda feira na escola ns recebemos os resultados das provas. Christopher tinha ido super bem em todas e eu fiquei me achando a melho professora do mundo... Dulce: Viu? O que seria de voc sem mim? Essas notas a so mrito meu, pode falar! Christopher: Nossa. Qualquer outra professora ia dar parabns ao aluno e dizer que ele fez um timo trabalho. Mas esqueci que o seu ego te impede de tal coisa... Eu soltei uma gargalhada e agarrei seu rosto, lhe dando um beijo, sem me preocupar com as pessoas ao redor. Eu tava at gostando de fazer isso, beij-lo na frente das outras. A cara de raiva que elas faziam eram hilrias... Christopher: Tenho que ir pro treino. O tcnico disse que meu tornozelo est cada vez melhor
e que talvez eu consiga treinar antes do intercolegial. Dulce: Isso significa que voc vai jogar? Christopher: Eu ainda no sei. Ele disse que no ia garantir nada at ter uma certa certeza. Dulce: Bom, tomara que d tudo certo. Vai l ento, eu tenho que ir pra aula de literatura. Ns nos despedimos com um beijo e eu fui pra minha sala, sentindo um grande vazio no peito. Ultimamente eu estava assim. No podia me separar um minuto dele que sentia que uma falta faltava no meu quebra-cabea. A aula de literatura estava cada vez mais chata. A professora falava em Pablo Neruda, mas s vinha Christopher Uckermann na minha cabea. O seu cheiro, o gosto da sua boca, o seu toque, eram lembranas suficientes para me tirar de rbita. E como se estivssemos conectados, eu sinto o meu celular vibrar e vejo uma mensagem... Estou te esperando em frente ao bebedouro, do lado do banheiro feminino.Tenho que falar algo muito importante contigo. No me deixe esperando muito tempo. Christopher. Eu achei um pouco estranho, pois no era o nmero do seu celular. Mas eu fiquei curiosa pra saber o que ele queria falar comigo de to importante e pedi a professora para ir ao banheiro. J no corredor, eu no vi Christopher no bebedouro. No tinha ningum ali, o local estava vazio... Dulce: Christopher? Chris, voc est a? Eu parei em frente a porta do banheiro feminino e me virei olhando todos os lados, mas no havia nenhum sinal dele. Mas de repente, sinto uma mo em minha cintura e outra em minha boca, me arrastando para dento do banheiro... X__X 142 Ela comeou a se debater em meus braos, enquanto eu a arrastava para o banheiro e fechava a porta. Assim que a soltei, Dulce me olhou e comeou a me bater no ombro... Dulce: Voc ta maluco? Quer me matar do corao? Christopher: O que foi? Te mandei a mensagem, no foi? Dulce: O que voc quer que eu pense? O nmero no era seu, temos Jack e Dbora contra a gente, de repente algum me ataca no meio do corredor e me arrasta para o banheiro! Pensei nas piores coisas! Ela levou mo ao corao e eu comecei a rir do seu estresse... Christopher: O meu celular estava sem crdito, por isso que eu pedi o de Poncho. E queria te agarrar de surpresa e, como eu sabia que voc ao gritar, tapei sua boca, seno tudo isso iria por gua abaixo. Dulce: Voc foi to frio na mensagem. Christopher: Fui? Nem percebi. Mas deixemos isso pra l. Ainda quero falar contigo. Dulce: Ah, verdade! O que voc queria me dizer com tanta urgncia? Christopher: Vem c. Eu a puxei pela mo e entrei em um dos boxs, fechando a porta. Ela me olhava, no entendendo nada e eu simplesmente a beijei. Um beijo calmo e rpido. Assim que separei nossos lbios, ela perguntou... Dulce: Fala logo o que voc queria falar comigo, Chris! Christopher: J disse. Dulce: J? O que? Christopher: Isso...
Eu segurei seu rosto e a beijei outra vez. Dessa vez um beijo de verdade, onde a minha lngua se encontrou com a dela, se tocando, se conectando de uma forma nica. Senti Dulce rindo de encontro aos meus lbios e cheguei concluso de que ela j sabia o assunto que eu queria falar com ela... X__X Christopher no prestava! Primeiro quase me mata do corao, me arrastando pro banheiro como se fosse um seqestrador e depois, me mata de beijos amorosos... Dulce: Eu toda preocupada como tal assunto importante que voc ia falar, quando acaba, voc s queria me encher de beijos, no ? Christopher: Claro! Voc quer conversar? Tudo bem, temos sete minutos at eu voltar para o treino. Ele se sentou em cima da privada, cruzando os braos e suspirando... Christopher: Voc decide. Eu comecei a rir e me sentei em seu colo, beijando-o devagar. Suas mos simplesmente rodearam minha cintura e ns nos perdemos no doce sabor de um beijo verdadeiramente apaixonado. Era incrvel como eu no conseguia separar meus lbios dele, antes de ficar sem ar. E acho que ele sentia ao mesmo, pois ns s separvamos nossas bocas para respirar por alguns segundo, mas depois voltvamos a nos beijar com a mesma intensidade de antes... Dulce: Quantos minutos temos? Eu disse entre um beijo e outro e ele olhou no relgio... Christopher: Um minuto. Quer conversar sobre alguma coisa? Aproveite porque s temos sessenta segundos. Dulce: Quero conversar sim, mas na nossa lngua. Ou melhor, com as nossas lnguas. Foi ento que eu segurei seu rosto em minhas mos, o beijando intensamente mais uma vez. Ele se levantou, mas ainda sem deixar de me beijar e foi abrindo a porta do box. Ele olhou mais uma vez no relgio e comeou a contar... Christopher: Vinte...dezenove... Eu ria, enquanto seguia beijando-o e saindo do box ao mesmo tempo. Olhamos em volta pra ver se no havia ningum e seguimos nos beijando, enquanto ele dizia contra a minha boca... Christopher: Dez, nove... Dulce: Para de contar essa budega Christopher e se concentra no beijo! Ele comeou a rir e me empurrou contra a parede, terminando um longo beijo mordendo meu lbio inferior. Eu j estava completamente sem ar, no conseguia nem falar direito. Christopher me abraou e sussurrou em meu ouvido... Christopher: Eu j devia estar no treino, mas no consigo me separar de voc. Dulce: A professora vai achar que eu estou com dor de barriga, pois j estou h sculos aqui. Ele soltou uma gargalhada e se desvencilhou de mim, me dando um ltimo selinho... Christopher: Deixa eu ir. Na hora da sada eu te pego, ok? E ns podemos ir pro meu apartamento. Dulce: No inventa Chris. Tu j ta pensando em besteira n? Christopher: To pensando em nada. Enfim, passa no treino depois que acabar sua aula, pois
eu acho que acaba antes. Dulce: Ok, tudo bem. Christopher: Deixa eu ir, vou levar bronca. Te amo e obrigado por repor minhas energias com os seus beijos. Ele me deu um beijo no rosto e saiu correndo que nem um desesperado pelo corredor. Ele realmente estava cheio de energia, enquanto eu ainda respirava fundo, tentando me recuperar da seqncia de beijos que havamos trocados... X_X 143 Dulce: Preencha. Eu estava na sala tranqilo, dois dias depois, quando Dulce chega de repente, com dois papis na mo... Christopher: Bom dia, meu amor, como vai? Passou a noite bem? Sentiu minha falta? Educao por favor, n? Ela revirou os olhos e me deu um rpido beijo... Dulce: Foi mal que eu estou super empolgada! Christopher: O que isso? Eu peguei o papel que ela tinha colocado na minha frente e o encarei, tentando entender... Dulce: Inscries para a UFMX. As provas vo ser daqui a trs semanas. Christopher: Eu no vou fazer, Dul. Dulce: O que?? Mas claro que vai fazer! Christopher: Essa a melhor faculdade do pas. Eu no vou passar na prova. Dulce: At pouco tempo atrs voc achava impossvel tirar uma nota boa em biologia e olha a. Eu vou te ajudar, gatito. Confia em mim. Christopher: Em voc eu confio. Eu s no confio em mim. Dulce: Mas vai aprender a confiar! Chris...meu sonho sempre foi ir pra essa faculdade. E o sonho vai ser ainda melhor se voc puder estar ao meu lado. No quero me separar de voc. Ela me abraou e eu apoiei a testa em seu ombro, dizendo... Christopher: Ok, vou fazer por voc. S espero que no fique decepcionada comigo, caso eu no passe. Dulce: No vou ficar decepcionada, eu prometo. Ento, j podemos comear a estudar? Christopher: Mas j? Dul, ainda faltam trs semanas. Dulce: Chris! Deixa de ser preguioso! Voc quer passar ou no quer? Christopher: Quero, mas... Dulce: Ento pronto! Agora vamos ficar quietos porque a professora acabou de entrar na sala. Eu revirei os olhos e peguei na mo de Dulce, dando um pequeno beijo nela. Pelo visto eu ia ter que fazer essa prova mesmo e esperava de verdade no decepcion-la. X__X Christopher: Vamos jantar na minha casa hoje? Ele disse pra mim sorrindo, enquanto amos de mos dadas at a aula de filosofia... Dulce: Srio? Christopher: Aham. Minha me disse que desde que estamos namorando eu nunca mais a
levei l. E ela est louca pra te ver. Dulce: Nossa, que honra. Tudo bem, eu vou. Que horas? Christopher: Vamos depois do colgio? Passa l no treino, como sempre, a depois vamos para a minha casa, ok? Dulce: T. Quando acabar a aula ento eu vou ligar pra minha me, pra avisar que eu no jantarei em casa. E na aula de filosofia voltamos quela nossa batalha de quem sabia mais. Mas dessa vez amigavelmente, com um provocando o outro na medida certa. Quando ele foi pro treino, eu fui pra minha aula de literatura. Essa havia se tornado a pior aula do dia, a ltima. Eu ficava contando os segundos para a aula acabar e eu sair correndo at o seu treino. s vezes eu sentia que essa necessidade de ficar perto dele o tempo todo me incomodava. Eu no viva mais pra mim, somente pra ele. Mas como toda a histria tem dois lados, eu tambm amava depender dele dessa forma e sentir que ele me dava toda a ateno e o amor que eu precisava. Quando finalmente bateu o sinal, eu peguei a minha mochila e sa correndo at o seu treino. Todos j estavam saindo, mas eu no o via. Perguntei a Poncho por Christopher e ele me disse que havia ficado no campo. Fui at l e o vi treinando algumas cobranas de falta com o goleiro. S havia os dois em campo e eu vi que Christopher estava determinado a voltar ser o capito e principal jogador do time. Eu sorri, vendo a sua dedicao e orgulhosa por meu namorado ser um exmio cobrador de falta. Assim que ele me viu, foi dizer algo ao goleiro e os dois se cumprimentaram, tomando caminhos diferentes. Ele veio at a mim e me deu um selinho rpido, tentando no encostar em mim... Christopher: Eu estou completamente suado e atrasado, perdo. Dulce: No tem problema. A gente vai agora? Christopher: Espera s eu tomar um banho? Juro que no mximo em dez minutos ns vamos, tudo bem? Dulce: Claro, eu espero. Ele me levou at a porta do vestirio masculino e me deixou sentada num banquinho ali fora. Eu peguei meu caderno e comecei a dar uma revisada na matria, aproveitando para estudar tambm para as provas da UFMX. Mas a minha ateno logo roubada, assim que escuto chamarem meu nome e vejo Jack vindo em minha direo. Essa no! Eu nem me movi, apenas revirei os olhos e continuei lendo o que estava no caderno. Ele se sentou ao meu lado e comeou a puxar conversa... Jack: Como voc est, Dulce? Nunca mais nos falamos. Dulce: Pois ... Jack: J est sabendo das inscries para a UFMX? Dulce: Aham... Jack: Voc vai se inscrever? Dulce: Aham... Jack: Ah, mas voc inteligente, com certeza vai passar. Dulce: Pois ... Jack: Voc s sabe falar aham e pois ? Dulce: s o que voc merece. Ele suspirou ao meu lado e tocou minha mo. Eu a afastei imediatamente e olhei de cara feia pra ele... Jack: O que eu te fiz, Dulce? Dulce: A mim talvez nada. Mas ao meu namorado, sim. E muito. Sua inveja no tem limites, Jack. Jack: Inveja? Eu vou ignorar isso. E agora o est chamando de namorado? Eu sempre soube que vocs eram mais que amigos. Dulce: ramos amigos antes, mas agora somos namorados. E por que voc est to interessado?
Surpreendentemente, ele segurou meu rosto entre suas mos e se aproximou cada vez mais... Jack: Eu gosto de voc Dul. Muito mais do que voc pode imaginar. Muito mais do que qualquer um possa imaginar. Ser que voc no v isso? Eu gelei completamente, enquanto ele se aproximava cada vez mais. Eu queria me afastar, mas no conseguia de jeito nenhum. Foi a que eu me perguntei: Onde est meu super-heri? X__X 144 Eu estava vestindo minha roupa, quando eu escuto a voz da Dulce e de outra pessoa l fora. Algum estava conversando com ela, sem dvidas. Me concentrei mais um pouco em sua voz e meu corao disparou no peito ao constatar quem era: Jack. Eu vesti a blusa de qualquer jeito e peguei minha mochila, saindo correndo do banheiro. Quando abri a porta, Jack estava muito prximo de Dulce, indo beij-la. O sangue subiu pela minha cabea e eu dei um soco na parede, gritando... Christopher: O QUE VOC PENSA QUE EST FAZENDO? Os dois deram um salto no banco e eu vi Dulce respirando aliviada. Peguei Jack pela gola da camisa e o fiz seus olhos ficarem na mesma altura que os meus, j que ele era mais baixo... Christopher: Ser que ta difcil entender que ela minha namorada??? Jack conseguiu se desvencilhar de mim e me olhou com cara de poucos amigos. Ele pegou a sua mochila e se virou outra vez... Jack: melhor tomar cuidado com o que voc faz ou diz, Christopher. Ou o seu outro tornozelo pode sofrer tambm uma toro. Assim que ele me deu as costas, eu fui com tudo pra cima dele, mas Dulce colocou o corpo na minha frente, me impedindo de quebrar-lhe a cara... Dulce: No, Christopher!! No vale pena!! Christopher: Me solta, Dulce! Ou voc gostou demais do que ele estava fazendo e no quer que eu d uma lio nele? O olhar dela ficou sombrio, mas ela no me soltou de jeito nenhum... Dulce: Voc um idiota! J no basta o que aconteceu com o Nicholas? Quer levar outra advertncia? Ou pior, quer ser expulso? Logo agora que as provas finais esto chegando e que estamos prestes a entrar na faculdade? No seja burro, Christopher!! Eu respirei fundo e vi que ela estava certa. Me desvencilhei dela e joguei minha mochila no cho, dando outro soco na parede... Christopher: Mas que droga!! Ser que esse imbecil nunca mais nos deixar em paz? Ser que vai continuar nos enchendo at que eu tenha que lhe partir em dois? E por que voc no se afastou, quando viu que ele ia te beijar? Dulce: Christopher, eu... Christopher: E se eu no tivesse chegando, hein? Ia deixar que aquela boca asquerosa encostasse na sua? Dulce: Christopher, eu tenho que... Christopher: No Dulce, agora voc vai escutar!! Imagine se eu no tivesse aqui? Imaginou o que podia ter acontecido? Dulce: Chris, presta ateno!
Christopher: Eu no entendo porque voc no consegue se afastar dele!! S de pensar no que poderia ter acontecido eu sinto nojo e... Dulce: CHRISTOPHER, D PRA ME ESCUTAR? Dulce me empurrou com toda a fora que tinha no banco, me deixando completamente surpreso, piscando sem parar... Dulce: Voc no entendeu ainda? No entendeu porque ele nos persegue toda hora? Christopher: Eu...eu acho que no. por inveja de mim, certo? Dulce: No, Chris. Jack gosta de mim. Christopher: O que?? Dulce: Exatamente o que voc ouviu. Jack est completamente apaixonado por mim... X__X Ele piscava sem parar e no dizia absolutamente nada. Eu j estava ficando nervosa com essa reao e me sentei ao seu lado no banco, dando um leve tapa em seu brao... Dulce: Christopher, reage! Christopher: Eu...eu no sei o que dizer. Dulce: Eu posso estar errada, mas...v como tudo no faz sentido? Essa mania dele de se aproximar e tentar me beijar toda hora, de ficar nos olhando de cara feia, querer se juntar a Nicholas pra separar a gente. E ainda mais depois do que ele me disse agora. Christopher enrijeceu e se virou pra mim, com aquela cara de hulk que ele fazia quando algum garoto se aproximava de mim... Christopher: E posso saber o que ele te disse? Dulce: Simplesmente que gostava de mim, mas do que eu podia imaginar. E ele falou com tal seriedade que eu acreditei. Por isso que eu tenho quase certeza que ele gosta de mim. Christopher: Pode ser. Mas que e saco, mais um pra eu disputar! Dulce: Deixa de ser besta Chris, at parece que voc est me disputando com algum! Voc sabe que eu s quero a voc, no sabe? Eu fiz um biquinho de criana pra ele e Christopher riu, abraando minha cintura e me aproximando dele... Christopher: Sei sim, minha gatita...sei sim... E ento ele beijou minha boca, me fazendo sentir aquelas sensaes adorveis no estmago, como sempre. At hoje eu no entendia essa ciumeira toda, j que sua boca era a nica que eu queria beijar at o fim dos meus dias... X__X 145 Depois que acabamos de nos beijar, eu a abracei. Ainda no conseguia tirar da minha cabea a cena de Jack quase beijando-a. Me deixava doente s imaginar o que poderia ter acontecido se eu no tivesse chegado. Assim que nos separamos, Dulce mordeu os lbios e olhou pra mim, logo descendo os olhos para a minha camisa. Meu corao disparou no peito, quando ela tocou a barra da minha camisa e comeou a tir-la.... Christopher: Dul, eu te quero tambm, mas por Deus, estamos na escola. Ela comeou a rir e me deu um tapa, tirando completamente minha blusa... Dulce: Ela est do lado avesso, seu idiota.
Eu fiquei constrangido, enquanto ela ajeitava minha camisa... Dulce: Pronto! Voc j maior de idade Christopher, no sabe nem colocar uma camisa direito! Ela ria que nem uma palhaa, e realmente pensava que eu no estava vendo o seu olhar caindo disfaradamente pelo meu abdmen... Christopher: Eu fiquei louco quando vi a voz de Jack aqui fora que sa do banheiro correndo, sem pensar em nada. E acabei colocando a blusa ao contrrio. Ela continuava rindo, enquanto eu colocava a blusa direito... Dulce: Seu pervertido! J estava pensando em outras coisas, n? Christopher: E o que voc queria que eu pensasse? Acabamos e nos beijar e voc me olha como se quisesse me comer, logo tirando minha blusa. Eu s podia pensar naquilo. Dulce: Ok, admito que fiz de propsito. Christopher: Voc no presta Dulce Maria! Eu peguei em sua mo e me levantei, arrastando-a at o vestirio... Dulce: Christopher! J no basta aquele dia no banheiro feminino, quer ficar comigo aqui tambm? Agora foi a minha vez de rir. Eu simplesmente peguei o celular que estava no mrmore e mostrei pra ela... Christopher: No queria te deixar l fora sozinha de novo e vim pegar meu celular, sua pervertida. Ela havia ficado mais vermelha que um pimento e eu ri mais ainda... Christopher: Acho que ns dois estamos com certas impurezas na cabea, certo? Dulce: Pois . melhor irmos para a sua casa Chris, sua me j deve estar esperando. Christopher: Tem razo, vamos descarregar nossos hormnios na comida. Ela me deu um tapa no ombro e ns dois rimos, saindo em direo minha casa... X__X Assim que chegamos l, sua me me recebeu com um abrao apertado e um sorriso muito simptico no rosto... Alexandra: Ah, voc no sabe como eu fiquei feliz em saber que os dois estavam juntos! Sempre achei que formariam um belo par. Dulce: Muito obrigada, tia. Alexandra: Voc gosta de pizza? Dulce: Claro! Alexandra:Pois eu comprei duas caixas de pizza e aluguei um filme, o que acha? Dulce: Perfeito! Christopher: Vamos para o meu quarto, enquanto minha me arruma tudo. Alexandra: Olha l o que vocs vo fazer, hein! Christopher: Me! Dulce: Pode deixar tia, eu controlo o seu filho. Christopher fez cara feia pra mim e ns subimos as escadas, em direo ao seu quarto. Assim que chegamos l, eu me sentei em minha cama e ele logo a mochila de qualquer jeito no cho...
Christopher: Do jeito que voc falou, parece at que eu sou o pervertido da relao. Dulce: E no ? Eu sorri brincalhona e Christopher me olhou mordendo os lbios... Christopher: Voc ta pedindo, n? Dulce: O que? Eu no to fazendo nada! Ele comeou a rir e veio em minha direo, sentando-se ao meu lado na cama e me colocando em seu colo... Dulce: Chris! Sua me vai chamar a gente daqui a pouco. Christopher: Quando ela chamar a gente desce. E antes que eu pudesse responder, a sua boca j estava beijando a minha, num beijo rpido e excitante. Christopher deitou por cima de mim na cama, mas ao me lembrar de um certo episdio, o empurrei devagar e sa debaixo dele... Dulce: No pense que depois do que aconteceu em seu apartamento eu vou deixar que me beije e me toque de uma forma mais ousada. Christopher: Est com medo de no resistir aos meus encantos, Dulce Maria? Dulce: Como se voc tambm no resistisse aos meus. Ele comeou a rir e me deu um leve beijo no rosto... Christopher: verdade. Voc sabe que eu no resisto mesmo. Mas ao contrrio de voc eu admito. Escutamos a voz de sua me nos chamando l embaixo e imediatamente descemos. Minha barriga estava roncando, ainda mais quando soube que o jantar seria pizza, parecia que a fome havia ficado maior ainda... Alexandra: Sentem-se como quiserem a, eu vou pegar o dvd. Eu fiquei olhando para os lugares, vendo onde ia sentar, mas Christopher pensou por mim. Ele deitou no sof e me colocou entre suas pernas, fazendo com que eu encostasse a cabea em seu peito... Dulce: Chris! O que sua me vai pensar? Christopher: Ela vai pensar a verdade. Que eu te amo e no consigo me desgrudar de voc. Relaxa Dul, ela no se importa no. Ento eu dei de ombros e relaxei contra seu corpo, esperando sua me voltar com o tal filme, enquanto meus olhos no saiam da pizza que estava em uma mesa frente a ns... X__X 146 Minha me serviu a pizza pra ns e Dulce pareceu comer com vontade. Parecia uma criancinha faminta. Minha me alugou um desenho da Disney qualquer, do qual as duas estavam adorando. Mas eu estava achando aquilo tudo muito chato. Dei graas a deus quando o filme acabou. Minha me saiu da sala para guardar as coisas e eu aproveitei para beijar Dulce, coisa que eu no pude fazer o filme inteiro... Dulce: No! A pizza de calabresa me deixou com gosto de cebola na boca. Christopher: Eu adoro cebola!
E antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu toquei seus lbios, como queria fazer h um tempo atrs. Mas Dulce imediatamente se afastou de mim, assim que minha me voltou. No sei que tanta vergonha ela tinha, mas... Dulce: Tia, obrigada por tudo! Mas j est tarde, eu tenho que ir. Alexandra: Oh, uma pena. Mas volte quando quiser querida, voc sabe que sempre bemvinda aqui. Dulce: Claro que sim, eu voltarei. Vou pegar minhas coisas l em cima. Christopher: No, pode deixar que eu pego. Eu tirei Dulce do meu colo e subi as escadas correndo. No meu quarto, abri a gaveta da minha cmoda e tirei de l um pequeno envelope branco, colocando-o na sua mochila. Desci com suas coisas e a encarei como se eu no tivesse feito nada... Christopher: Vamos,gatita? Vou te levar em casa. Dulce se despediu da minha me e ns dois fomos em direo sua casa. No carro, Dulce no parava de mexer naquela mochila e eu estava com medo que ela descobrisse o envelope antes da hora... Christopher: Deixe pra ver o que tem pra ver em casa, gatita. Dulce: E por qu? Christopher: Porque sim. X__X Ele estava com aquele cenho franzido e eu sabia que estava nervoso. Logo juntei todas as peas e vi que ele devia ter posto algo ali, quando foi pegar a minha mochila. Parei de mexer ali e resolvi esperar chegar em casa, para ver o que ele tinha escrito. Ns nos despedimos com um beijo e ficamos de estudar para as provas da faculdade essa semana. Assim que cheguei em casa, minha me me esperava na sala. Apenas dei um boa noite e subi correndo para o meu quarto ver o que tinha dentro da minha mochila. Achei o envelope branco de sempre e sorri que nem uma boba. Me sentei na cama e o abri, lendo atentamente cada palavra escrita ali... assim que te quero, amor, assim, amor, que eu gosto de ti, tal como te vestes e como arranjas os cabelos e como a tua boca sorri, gil como a gua da fonte sobre as pedras puras, assim que te quero, amada, Ao po no peo que me ensine, mas antes que no me falte em cada dia que passa. Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai, apenas quero que a luz alumie, e tambm no peo noite explicaes, espero-a e envolve-me, e assim tu po e luz e sombra s. Chegastes minha vida com o que trazias, feita de luz e po e sombra, eu te esperava,
e assim que preciso de ti, assim que te amo, e os que amanh quiserem ouvir o que no lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque cedo para tais argumentos. Amanh dar-lhes-emos apenas uma folha da rvore do nosso amor, uma folha que h de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lbios, como um beijo cado das nossas alturas invencveis para mostrar o fogo e a ternura de um amor verdadeiro. Pablo Neruda Eu me deitei na cama suspirando, com o corao mil. S ento que eu vi que tinha mais um bilhetinho com a letra dele e o abri tambm... Desculpe por no ter feito nada de minha autoria para ti desta vez, mas que ultimamente eu no ando muito inspirado. Mas espero que tenha gostado. Te amo. Calcvu. Christopher era to bobo. At parece que eu no ia gostar de algo to lindo assim. Eu guardei os papis numa caixinha onde eu j guardava todos os seu poemas e corri at o telefone para ligar pra ele... X__X 147 Assim que entrei em meu quarto, o telefone tocou. J imaginava quem podia ser e fui correndo atender... Christopher: Al? Dulce: Eu amei! O poema perfeito! Christopher: Mesmo? No ficou chateada por eu no ter feito algo da minha cabea? Dulce: Mas claro que no, se bobo! Tudo que voc me d eu gosto, independente se foi feito por ti ou no. De verdade Chris, muito obrigada. Christopher: Eu sei que voc gosta. Ento eu fao com gosto. Ela riu timidamente e um silncio reinou entre a gente. Eu escutava a sua respirao do outro lado da linha e fechei os olhos, pensando em como ela estaria agora. Mas sua voz quebrou a onde de meus pensamentos, falando sobre uma certa coisa que eu no tava a fim de ouvir... Dulce: Depois de amanh voc vai vir pra c, porque temos que estudar para as provas finais e para a UFMX. Christopher: J sei, Dulce, j sei. Dulce: sempre bom lembrar, n? Conhecendo o preguioso como eu conheo. Christopher: Ok. Agora vamos desligar porque amanh acordamos cedo. Dulce: Ah t me expulsando ? Christopher: No, somente estou pensando nas nossas olheiras e na cara de sono. Dulce: Sei. S perdo porque voc tem razo. Amanh a gente se v no colgio ento. Te amo. Christopher: Eu te amo mais. E ento desligamos. Eu respirei fundo, muito mais aliviado por ela ter gostado tanto assim do poema. E eu iria fazer nossa tarde de estudos muito mais agradvel do que poderia ser...
X__X Christopher j estava me deixando nervosa, pois no se concentrava nunca. Eu tentava explicar a matria, fazer exerccios, mas ele no parava de me beijar um minuto... Dulce: Chris, j chega! Eu disse num tom autoritrio, que o fez se afastar... Christopher: Que foi? Deixou de gostar dos meus beijos de uma hora pra outra? Dulce: No isso e voc sabe! Mas as provas esto chegando e pelo menos eu quero me sair bem! Christopher: Mas eu tambm quero! Dulce: Pois no parece! Eu to tentando te explicar a matria aqui, mas voc no ta dando a mnima ateno; Christopher: que o seu perfume me distrai. Ele voltou a pousar os lbios em meu pescoo, mas eu o afastei imediatamente... Dulce: Se voc for prestar ateno, da prxima vez ento eu estudo contigo fedendo. Christopher: Eita Dul, deixa de ser chata. Dulce: No questo de ser chata, questo de ser racional. O meu sonho sempre foi ir para essa faculdade. Se voc no quer isso, tudo bem, s no me atrapalhe, pois eu estou perdendo o meu tempo aqui tentando te ajudar. Ele desviou o olhar e ficou quieto. Por um momento eu pensei que Christopher havia ficado chateado, mas ele logo virou com um meio sorriso no rosto... Christopher: Voc tem razo, desculpa. Eu tambm quero ir pra essa faculdade, para estar ao seu lado. Dulce: Ento se esfora mais pra conseguir isso. Christopher: Ok, eu vou prestar ateno. Mas me promete uma coisa? Dulce: O que? Christopher: Assim que acabarmos de estudar, vamos tirar uns quinze minutinhos para ficarmos juntinhos? Ele me olhava com aquele sorriso pcaro no rosto e eu no tive outro remdio, a no ser sorrir tambm... Dulce: Tudo bem! Te darei quantos beijos quiser, mas depois! Podemos agora prestar ateno aqui? Christopher: Claro professora! Mas ento...como se faz esse problema mesmo? Eu voltei a explicar a matria pra ele e dessa vez Christopher ficou quieto. Claro que durante as prximas horas eu via o seu olhar caindo sobre minha boca e sua mo fazia carcia leves em minha cintura. Nada que pudesse atrapalhar os estudos, pelo menos no pra ele. Porque eu sempre sentia arrepios pelo meu corpo e ficava nervosa cada vez que ele fazia algo assim. E depois que ele fez todos os exerccios e prestou ateno, eu cumpri a minha parte do trato e o enchi de beijos, at deix-lo sem nenhum resqucio de ar no corpo. E posso garantir que ele adorou tudo isso. E pra pra falar a verdade, eu tambm... X__X 148 Faltava apenas dois dias para a prova da UFMX. Dulce estava estudando que nem louca, mais eu no. Estava muito ocupado com os treinamentos para o intercolegial. Agora que meu tornozelo tinha melhorado, eu passava mais tempo ainda treinando, para conseguir ser titular
do time. Mas o treinador disse que eu ainda no estava pronto. Faltava exatamente um ms para o intercolegial e ele iria ter que escalar Jack para iniciar o jogo no meu lugar. E o meu sangue ferveu s de ouvir aquele nome sendo pronunciado... Christopher: Mas eu j estou bem! Ainda no peguei o ritmo de jogo, mas garanto que em trinta dias eu voltarei ser o mesmo de antes! Treinador: No! No quero te prejudicar, sua leso acabou de ser curada, no quero que porventura acontea algo outra vez. A responsabilidade vai ser minha. Christopher: A responsabilidade tambm vai ser sua se o nosso time perder. Treinador: Quem voc pensa que ? Algum leva o time todo nas costas? Todos tm seu valor Christopher e ainda que voc tenha sido o melhor jogador da equipe, eles podem se virar se voc. Christopher: Mas treinador, eu... Treinador: J basta! No vou mais discutir esse assunto com voc. Jack ser o titular da partida e ponto final. Agora eu acho melhor voc tomar uma chuveirada pra se acalmar, pois est bastante nervosinho pro meu gosto. Eu sa do campo chutando tudo o que eu via pela frente e fui para o chuveiro mesmo. J que eu no podia ser o titular tambm no ia treinar. Meia hora antes de acabar o treino, peguei minhas coisas e sa do campo, escutando os gritos do treinador para que eu voltasse. Eu simplesmente o ignorei e sa em direo sala de Dulce, para esperar sua aula acabar...
X__X Assim que eu coloquei os ps para fora da sala, sinto algum agarrar minha cintura e dou um grito, fazendo todas as pessoas olharem pra mim... Christopher: Calma, sou eu. Dulce: Que susto! E o que voc est fazendo aqui? Christopher: Vim buscar minha namorada na aula, no posso? Dulce: Pode, mas...voc no deveria estar no treino? Christopher: Sim, mas sa mais cedo. Discuti com o treinador. Dulce: E por que? Christopher: Porque acabei de receber a linda notcia de que Jack vai jogar no meu lugar, no intercolegial. Dulce: O que? No brinque, Christopher! Christopher: No estou brincando. Parece que o filho da me conseguiu o que queria. Ferrou com o meu tornozelo e conseguiu me tirar do time. Dulce: Isso no possvel! injusto! Christopher: Nem me fale. Sabe o que mais di? Alm de ele ser o meu pior inimigo, eu levei o ano todo treinando pra esse time. Fui o capito, liderei a equipe por anos, em todas as competies. Treinei mais do que nunca esse ano, pois o time da outra escola est com timos novos jogadores e sabemos que vai ser um jogo difcil. Agora, um ms antes do intercolegial, no vou poder jogar por causa de uma vingana de Jack que no faz sentido nenhum. Isso totalmente revoltante! Eu o abracei e fiz um leve carinho em sua nuca, tentando acalm-lo... Dulce: No vai ter problema voc ter sado do treino dessa forma? Christopher: Se estiver tambm no to nem a. Ns comeamos a andar para fora do colgio, enquanto ele continuava desabafando... Christopher: To cansado disso tudo,sabe? E o que mais me irrita que ningum no time faz nada por mim! Todos viram o que Jack fez e parece que eles aceitam a presena dele, como se fosse o melhor amigo de todo mundo. Dulce: E ele no ?
Christopher: Talvez. Mas no de Christian e Poncho. Eles no fazem nada por mim, Dul. Eu to me sentindo de certa forma trado, seu l. Dulce: No fica assim. Se estressar desse jeito no vai adiantar nada. Christopher: Mas a nica forma que eu tenho pra extravasar o que eu to sentindo. Posso ir pra sua casa agora? No to a fim de ir pra minha. Dulce: Claro que pode, acho que meu pai ainda no chegou do trabalho. E se chegou eu digo que eu vou te ajudar em algum dever, invento qualquer coisa. Christopher: Ta tanto, faz. X__X 149 Estvamos indo em direo casa de Dulce, enquanto eu continuava revoltado pelo que tinha acontecido hoje. Eu imaginei que poderia relaxar em seu quarto, tendo ela em meus braos enquanto vamos televiso e beijando o seu pescoo, daquela forma que ela gostava. Mas Dulce comeou a falar de escola e todo o meu plano de uma noite agradvel foi por gua abaixo... Dulce: Eu vou estudar, Christopher. As provas so daqui a dois dias e eu quero realmente passar. Christopher: Ai Dulce, eu no quero estudar no. J to aborrecido por causa disso. Dulce: Mas a faculdade mais importante que um intercolegial, n? Christopher: Pra voc, pra mim no! Eu falei num tom mais alto e Dulce me olhou assustada... Dulce: Ento pra que voc quer entrar na faculdade? Vai ser jogador de futebol ento. Ningum consegue nada sem estudo, Christopher. Christopher: Ai Dulce, no enche voc tambm! Vou pra essa faculdade por que voc quer, pra mim tanto faz! Ela parou de andar e arregalou os olhos... Dulce: Se voc no quer fazer faculdade, no precisa fazer esse enorme sacrifcio por mim! Christopher: No exagera! Dulce: Foi o que voc acabou de dizer, no ? Deu a entender que eu to te forando a ir pra UFMX! Christopher: Ah voc que sabe Dul! Olha, vai sozinha pra casa, ta? Sinto que no sou uma boa companhia pra ningum hoje! Dulce: , eu to sentindo a mesma coisa! Vai logo, Christopher! E no faa nada que no queira, ok? no quero ningum jogando nada na minha cara depois! Eu deixei ela falando sozinha e dei meia volta, indo em direo minha casa. No estava a fim de ver ningum, parecia que o mundo estava contra mim. Nem minha prpria namorada se compadecia e continuava falando de estudo o tempo todo! Por que as coisas ruins tem que acontecer tudo ao mesmo tempo? X__X Idiota! Acha que pode ficar dando patada em todo mundo s porque est estressado? Christopher muito infantil mesmo, sempre soube disso. Acha que o mundo gira ao seu redor, mas comigo as coisas vo ser bem diferentes. Cheguei em casa quieta, pois no queria falar com ningum. Minha me ficou perguntando uma srie de coisas, que eu apenas respondia com a cabea. Jantei quieta, tentando no explodir, pois no queria descontar na minha me a raiva que eu estava de Christopher. Mas ela j me conhecia h dezoito anos e viu que tinha algo errado... Blanca: Passa algo? Voc est diferente hoje.
Dulce: Briguei com Christopher. Blanca: E por qu? Dulce: Ele se estressou l na escola e descontou a raiva em mim. O mandei pro inferno e ns brigamos. Blanca: Se ele estava revoltado voc tinha que ajud-lo, no o deixar mais estressado ainda. Dulce: Me, ele me acusou de for-lo a fazer a prova da UFMX. Blanca: Ele estava irritado. Quando estamos irritados falamos coisas que no queremos e... Dulce: No! Quando estamos irritados que colocamos a verdade pra fora. E se ele no quer fazer a prova da faculdade, ento ele que v virar jogador de futebol e viver contundido por a. Dei a ltima garfada no prato e me levantei... Dulce: Vou estudar. No to a fim de pensar em Christopher agora, as provas so daqui a dois dias. E subi as escadas correndo, indo para o meu quarto. Me afundei nos livros e nos estudos, para no pensar em Christopher e conter a vontade que eu estava de ligar pra ele... X__X 150 No dia seguinte, mesmo com o meu despertador irritante me acordando, eu j estava mais calmo. Me sentei na cama e refleti sobre o que tinha acontecido ontem. Havia explodido e tratado Dulce mal, coisa que ela no merecia. Precisava reparar meu erro e no sabia se desculpas eram suficientes. Tomei um banho, coloquei muito perfume, porque sabia que ela gostava e desci para tomar o caf. Minha me falava comigo sem parar, mas a nica coisa que eu conseguia pensar era em algo pra me desculpar. Mas essa hora da manh no devia ter nada aberto, o que dificultava minha situao. Resolvi deixar pra l e encarar a cara emburrada dela logo de manh. Com certeza ela estaria chateada e iria me ignorar na escola. Quando estava indo pra l, vi uma carrocinha de madeira, onde um velinho vendia vrios buqus de flores. Ento tive uma tima idia. Olhei o pouco dinheiro que tinha trazido no bolso e perguntei o que dava pra comprar com aquilo. O velhinho me deu um pequenino buqu, com aproximadamente 8 rosas vermelhas e eu lhe paguei. Mudei o meu rumo e fui em passos largos casa de Dulce. Eu esperava realmente que isso adiantasse. Respirei fundo assim que parei em frente sua porta, tocando a campanhia. Coloquei o buqu na minha cara, para que ela no visse meu rosto e escutei a porta se abrindo... X__X Eu no acreditei quando o vi parado ali na porta, com aquele pequeno buqu na cara. Tive que me segurar pra no rir, pois supostamente ainda estava chateada com ele... Dulce: O que voc est fazendo aqui, Christopher? Ele tirou o buqu do rosto e me lanou um sorriso muito tmido, tpico de pessoa que estava verdadeiramente arrependida. Mas eu simplesmente coloquei as mos na cintura e esperei que ele falasse... Christopher: Desculpa? Dulce: Por que? Eu tinha que fazer o meu charme, claro... Christopher: Pelo meu estresse de ontem. Olha, eu no fiz por mal ou pra brigar contigo. porque eu realmente estava estressado. Essa coisa do time e Jack me tira do srio. No queria descontar minha raiva em voc, me perdoa?
Ele me ofereceu o buqu e eu o peguei, sorrindo... Dulce: Se no resolver descontar mais seus problemas em cima de mim... Christopher: Eu prometo. Christopher se aproximou de mim e segurou meu rosto entre suas mos, fazendo com que o sorriso desaparecesse da minha boca, dando lugar tenso... Christopher: E sobre a UFMX...eu me expressei mal. No vou fazer s porque voc quer ou algo assim. Vai ser porque eu quero. Porque quero continuar ao seu lado, at mesmo na faculdade. Nunca foi meu sonho entrar l, verdade. Mas voc o meu sonho agora. E eu vou estar onde voc estiver. Eu fiquei quieta, apenas encarando aqueles olhos castanhos que me deixavam completamente hipnotizada. Meu corao batia rapidamente dentro do peito e meu corpo ansiava por um abrao seu... Christopher: Voc...voc no vai dizer nada? Dulce: Eu te amo. Foi somente o que eu consegui dizer. Essas pequenas palavras, mas que substituam qualquer outra coisa que eu poderia dizer ele nesse momento... X__X 151 Eu vi seus olhos marejarem e percebi o quanto essas palavras significavam pra ela. No eram apenas ditas da boca pra fora. Era o seu corao me mostrando o quanto queria o meu, e sua alma me dizendo o quanto queria estar com a minha. Por sorte, tudo o que ela sentia era completamente recproco. O mais engraado era olhar para trs e me lembrar do quanto ela me odiava ou tinha nojo de mim. Agora ela estava dizendo que me amava e era como msica para os meus ouvidos. Lhe dei um beijo de repente e a senti enrijecer em meus braos. Nem pude aprofund-lo muito porque Dulce me empurrou de leve e fechou a porta atrs de si... Dulce: Voc est louco? Meu pai est em casa, se te ver aqui eu estou morta! Christopher: At quando vamos continuar escondendo isso dele, Dul? Faz mais de um ms que namoramos e ele ainda no sabe de nada. Dulce: Eu s estou criando coragem pra contar. No sei como ele vai reagir. Acho que meu pai pensava que eu fosse ficar solteira para sempre ou algo assim. Christopher: Bom, eu no o culpo, pois at um tempo atrs algum pensava assim tambm. Ela simplesmente sorriu e mordeu os lbios... Dulce: verdade. Mas ento voc resolveu entrar na minha vida repentinamente e tudo mudou. Christopher: Est reclamando? Dulce: No, estou agradecendo. E ento, ela ficou na ponta dos ps e me deu um rpido beijo. Eu comecei a debochar dela, imitando a sua voz... Christopher: Est louca? Seu pai est casa, se nos ver voc est morta! Recebi um tapa no ombro por isso, mas ns dois comeamos a rir...
Christopher: Est louca? Seu pai est casa, se nos ver voc est morta! Recebi um tapa no ombro por isso, mas ns dois comeamos a rir... Christopher: Vamos pra escola? No estou de carro, vamos ter que ir a p. Dulce: No tem problema. Espere s um minuto que eu vou pegar minha mochila e colocar as flores num vaso. Eu assenti, enquanto esperava por ela fora de sua casa. Respirei fundo, vendo que as coisas agora estavam se acertando. Poderia estar tranqilo, mas no estava. Ainda tinham coisas decisivas na minha vida, como a prova da UFMX e o intercolegial, que eu iria jogar. Nem que tivesse que fazer alguma coisa pra tirar Jack do time... X__X Faltava apenas um dia para as provas, que seriam domingo. Eu estava surtando j, completamente nervosa e cheia de dvidas em minha cabea. Estava passando os ltimos exerccios a limpo, quando sinto suas mos macias taparem meus olhos. Imediatamente sorrio, tocando suas mos e falando... Dulce: Quem te deixou entrar, Christopher? Eu tirei as mos dos meus olhos e olhei pra ele, que tinha um semblante frustrado... Christopher: Como voc sabia que era eu? Dulce: Bom, as mos de Any que no podiam ser. Nem Nicholas, nem Jack nunca vieram aqui, ento...s podia ser voc. Christopher: Podia ser seu pai tambm, no? Dulce: Ele est dormindo. Christopher: Ele podia ter acordado. Dulce: Ai Christopher, deixa! D pra responder quem te deixou entrar? Eu percebi que tinha sido um pouco grossa e o olhei, vendo que ele tinha os olhos arregalados... Christopher: Credo, o que aconteceu contigo? Dulce: Perdo. Eu estou estressada, com todo o lance das provas e etc. Estou cheia de dvidas na cabea, no sei o que fazer. Christopher pegou uma cadeira e sentou-se ao meu lado. Ele comeou a acariciar minhas costas e me lanou um olhar de compreenso, me mostrando que eu podia verdadeiramente desabafar com ele... Christopher: Que tipo de dvidas? Pensei que voc estivesse certa sobre a UFMX. No o seu sonho estudar l? Dulce: Sim , no estou falando disso. Quando me inscrevi, coloquei que queria fazer medicina. Mas eu no estou muito certa em relao isso... Christopher: No? Mas no me disse uma vez que depois do que houve com Samantha voc ia cursar medicina? Dulce: Exatamente. Mas no era o que eu verdadeiramente queria, sabe? Eu ia fazer isso por ela, no por mim. Christopher: Srio? Eu pensei que voc quisesse isso. Levei as mos cabea e tentei no entrar em desespero. Eu tinha que escolher o que ia fazer o resto da vida em apenas alguns dias e isso no era fcil para uma garota de dezoito anos. Christopher pegou em minhas mos e as acariciou, me fazendo sentir um pouco mais tranqila... Christopher: Bom, voc tem at o dia que entrar na faculdade para decidir.
Dulce: Se eu passar n? Christopher: E voc ainda tem dvidas disso? Dul, voc a melhor aluna da nossa sala desde quanto eu te conheo. Vem estudando que nem louca para essas provas, tenho certeza de que ir passar. Dulce: No sei...posso ter um branco na hora, ficar nervosa... Christopher: No creio. Mas caso isso acontecer s respirar fundo e pensar em mim. Aposto que toda a matria vai voltar na sua cabea. Eu comecei a rir e dei um tapa bem leve em seu rosto... Dulce: Besta! Se eu pensar em voc s vai ser pior, pois vou ficar mais nervosa ainda. Ele me lanou um sorriso safado e me segurou pela cintura, me aproximando dele e colando sua testa na minha... Christopher: Voc ainda fica nervosa quando est comigo? Dulce: Claro. Principalmente quando voc sorri dessa maneira pra mim. As borboletas no meu estmago comeam a voar e meu corao bate num ritmo to acelerado que eu mal posso respirar. Como agora. Sinta. Eu peguei em sua mo e coloquei em meu peito, vendo sorrir ao constatar que eu estava dizendo a verdade... Dulce: Viu? esse tipo de coisas que voc causa em mim. Ele arqueou uma sobrancelha e me lanou um sorriso debochado... Christopher: De verdade? Isso apenas com o meu sorriso? Dulce: Fazer o que n? Voc tem o sorriso mais perfeito do mundo, eu simplesmente me derreto, no posso evitar. Christopher: Bom saber. Se com apenas um sorriso voc j reage dessa maneira, imagina o que voc sente quando eu fao isso... Eu no pude pensar em nada, apenas senti seus lbios sobre os meus, que fizeram meus batimentos cardacos aumentarem absurdamente. Passei os braos ao redor de seu pescoo pra aprofundar o beijo, pois isso me deixava bastante relaxada e me fazia esquecer de todos os problemas ao redor. Christopher tinha algo em si que me acalmava e a cada dia mais eu tinha certeza de que j no conseguiria viver sem ele ao meu lado... X__X 152 Estava realmente muito feliz em saber que ela sentia as mesmas coisas que eu. Mesmo estando namorando h um tempinho, aquelas sensaes que invadem seu corpo quando voc se apaixona pela primeira vez ainda assaltavam meu corpo completamente. Era algo muito bom e gostoso, que s acontecia quando eu ficava do lado dela. Mas eu tinha que falar algo com ela e temia outra briga. Ia falar com jeitinho, para que ela me entendesse e isso no causasse qualquer tipo de conflito entre ns. Finalizei com o nosso beijo e percebi que ela ofegava bastante, o que me agradava bastante... Christopher: Ento isso que voc sente quando eu te beijo? Dulce: Como se voc no soubesse. Um dia vou morrer sem ar, somente com esses beijos avassaladores. Christopher: Bom, como dizem por a...se for pra morrer, que seja de amor, no? Dulce abriu um lindo sorriso e acariciou ternamente meu rosto... Christopher: Vamos dar uma volta? Voc j est louca de tanto estudar.
Dulce: No Chris, preciso terminar isso aqui. Christopher: Eu acho que voc estudou bastante por hoje. Ela comeou a protestar quando eu fechei seus cadernos, mas nem liguei. Dulce tinha que sair dessa casa, antes que sua cabea soltasse fumacinhas como nos desenhos animados... Christopher: Voc tem que relaxar, Dul. E vai ter que fazer isso comigo, ok? Dulce: Acho que no tenho muita opo, no ? Christopher: Tem mesmo no. Dulce: Ok, ok...vamos ento. A temperatura estava amena e ns andvamos pela rua, sentindo o vento fresco em nosso rosto. Eu tinha que falar sobre o Jack e ia ser agora. Dulce tinha que me entender, pois no ia suportar a idia daquele idiota sendo o principal do time... Christopher: Dul, eu to pensando em fazer algo, mas talvez voc no goste muito. Dulce: O que ? No me assuste, Christopher. Christopher: Eu andei pensando esses dias...e descobri que no vou agentar ver o Jack sair vitorioso depois de tudo. Ento, pensei em fazer algo. Dulce: O que voc quer dizer com isso? Christopher: Vou fazer algo contra Jack, pra que ele no jogue no dia. Claro, que no vou cair to baixo a ponto de quebrar alguma parte do seu corpo, mas vou pensar em algo que no o faa jogar no dia. O que voc acha disso? Ela parou de andar de repente e me olhou, com os olhos arregalados... Dulce: E eu posso saber o que voc est pretendendo fazer? Christopher: Ainda no sei, mas tenho algumas semanas para pensar. No vou machuc-lo nem nada, apenas quero algo que no o faa jogar. Voc pode pensar o que quiser de mim Dulce, mas eu no tenho sangue de barata pra ficar vendo ele sair vitorioso depois de jogar sujo comigo. Desculpe, mas nada do que voc disser vai mudar a minha opinio. Dulce simplesmente cruzou os braos e suspirou... Dulce: Ok, Chris. Vou pensar em algo pra te ajudar tambm. X__X Ele arregalou os olhos e ficou de queixo cado, como se eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo. Apenas arqueei uma sobrancelha, enquanto esperava ele sair desse estado pattico... Dulce: O que foi? Christopher colocou a mo na minha testa e no meu pescoo e eu me afastei... Dulce: Que que , Christopher? Christopher: Voc est com febre? Ta passando bem? Dulce: Sim, muito bem. D pra dizer o motivo da palhaada? Christopher: Eu me preparei horas pra te contar o que eu pretendia fazer, pensando que voc ia me jogar mil pedras e quando acaba, voc est me oferecendo sua ajuda? Dulce: Sim, o que tem? Christopher: Voc realmente mudou muito, Dul. To comeando a achar que eu to te fazendo mal. Eu revirei os olhos e bufei... Dulce: Deixa de besteira, Christopher. Eu no sou boba. No quero brincar de ser a chapeuzinho vermelho enquanto o lobo mal ataca. Voc merece mais do que ningum estar nesse time, depois de tudo o que fez. Jack jogou sujo, tanto em relao ao time, quanto
comigo, querendo acabar com o nosso namoro. Voc acha que eu quero que ele se d bem? Nem pensar! Estou contigo e conte comigo para o que precisar. Eu o vi sorrindo que nem bobo e logo depois ele me abraou, me dando um beijo gostoso no pescoo, arrepiando todos os plos do meu corpo... Christopher: por isso que eu te amo, sabia? No podia existir namorada mais perfeita. Ele me deu um beijo repentino e eu ri contra seus lbios... Dulce: Claro que eu sou perfeita. No toa que voc demorou pra me conquistar, eu sou pra poucos. Christopher: Muito modesta tambm. Mas eu te amo assim mesmo, minha gatita. Eu apenas sorri, enquanto passava os braos ao redor do seu pescoo e lhe dava m beijo lento e bem demorado, no dando a mnima pra quem passava na rua naquele momento. Ns continuamos andando pela rua e eu j estava me sentindo bastante relaxada. A presso das provas havia diminudo e a nica coisa que eu queria era continuar andando de mos dadas com ele... Christopher: Por que voc nunca me contou sobre a sua vontade de ser veterinria? Dulce: Pra falar a verdade, eu no sei. Talvez seja porque eu estava determinada a ser mdica, ento deixei a veterinria de lado. Christopher: E o que te fez mudar to de repente? Dulce: Um sonho que eu tive na noite passada. Christopher: No quer me contar como foi? Eu mordi o dedo e olhei pra ele... Dulce: No sei se devo... Christopher: Por qu? Dulce: Porque voc vai ficar mais metido do que j . Ele me olhou franzindo o cenho e eu senti meu rosto ficar vermelho... Christopher: Diz de uma vez com o que voc sonhou, Dul. Dulce: Ok...j que voc insiste... X__X 153 Dulce estava enrolando tanto para falar que eu pensei que ela tinha tido um sonho ertico ou algo assim. No entendia o porque desse medo e pressionei mais um pouco, mas j estava bastante ansioso... Christopher: Meu Deus Dulce Maria, fala logo! Dulce: Nos casamos. Ela disse isso muito rpido, mas por sorte eu consegui entender... Christopher: E o que tem de mau nisso? Eu quero me casar contigo, voc no quer? Dulce: Sim, quero...mas tem mais coisa. Christopher: O que? Sonhou com a nossa lua de mel tambm? Ela me deu um tapa no ombro e eu comecei a rir... Dulce: Sem graa! No isso. Christopher: Ento o que , gatita?
Dulce: Eu tinha um escritrio de veterinria. Estava muito feliz Christopher, podia sentir isso. Cuidava de um poodle branco lindo que estava com ferimento superficial na orelha. E de repente...voc entra na sala, com um livro debaixo da mo e com dois garotos ao seu lado. Christopher: E quem seriam eles? Dulce: Nossosfilhos. Ela disse mais rpido do que da outra vez e eu no conseguir entender... Christopher: O que voc disse? Dulce: Nossos filhos, Christopher! F.I.L.H.O.S. Entendeu agora? Dulce parecia realmente muito constrangida e at agora eu no via nenhum problema nisso. Eu tambm havia sonhado com um futuro ao seu lado, ainda que acordado. A abracei para confort-la e dei uma leve mordida em seu pescoo... Christopher: Ento quer dizer que a minha profeta est me avisando que teremos dois filhos e um casamento muito feliz? Dulce: Isso o que eu espero... X__X O abrao dele me confortava tanto que ningum podia imaginar. Eu me sentia to mais segura sentindo-o assim to prximo de mim que as dificuldades do mundo pareciam pouca coisa quando estava perto dele. Talvez eu estivesse falando coisa com coisa em relao ao sonho, mas de certa forma, era algo que somente eu compreendia... Christopher: No entendi porque voc ficou com tanta vergonha de contar. E no que isso est influenciando na sua deciso em relao sua carreira. Dulce: Voc vai me achar uma louca, mas...se eu fizer medicina eu vou estar to feliz? Vou estar me sentindo completa mesmo tendo voc ao meu lado e possveis filhos? No sei por que, mas eu passei a me perguntar isso quando acordei. Christopher: Eu s tenho uma opinio formada em relao a isso : ns teremos muito mais chances de sermos felizes se fizermos aquilo que gostamos verdadeiramente. Poucas pessoas so felizes em profisses que pais escolheram pra ela ou por outro qualquer outro motivo. Dulce: Voc acha? Christopher: Sim. Se o que voc quer fazer veterinria Dulce, faa. Voc sabe que muito inteligente e vai conseguir isso. E tenho certeza de que Samantha tambm ficaria muito feliz em ver que voc est tendo sucesso naquilo que gosta. Dulce: Mas a eu no poderei cuidar de pessoas que tinham a mesma doena que ela, como eu queria. Veterinria no grande coisa. Christopher: Voc que pensa! Tem pessoas que amam mais seus animais que prprios parentes. E j pensou na felicidade que voc vai proporcionar a essa gente, salvando seus bichinhos da possvel morte? Eu nunca tinha parado pra pensar nisso. S Christopher mesmo pra me fazer enxergar alm das coisas... Dulce: verdade! Voc um gnio! Christopher: Espero que seja um gnio na prova amanh. Dulce: Voc vai ser, meu amor...voc vai ser. E ento eu o beijei, tentando lhe passar a mesma tranqilidade que ele havia me passado agora h pouco. E o grande e temido dia havia chegado. As provas. As salas foram organizadas em ordem alfabtica e Christopher e eu tivemos que nos separar. Estava bastante preocupada com ele, pois queria que ele passasse mais que tudo. Mas no podia desconcentrar, tinha que me focar no meu objetivo e passar para a faculdade que eu sempre sonhei. At que as questes no estavam muito difceis, pensei que iria ser pior. Fui a quinta a acabar da sala e fui esperar por Christopher na praa de alimentao da faculdade. Vinte minutos
depois, ele veio at a mim, com uma cara no muito boa... Dulce: E a? Como foi? Christopher: Sei l...no sei se vou conseguir tirar 8.5 pra passar no. Dulce: Eu acho essa mdia aqui muito alta, prejudica muito as pessoas. Christopher: Mas de propsito, pra eliminar, n? O que me ferrou mais foi biologia, mas espero que tudo d certo. Dulce: Vamos ver. O resultado s sai seis da tarde, no ? Ainda meio dia. Vamos comer em algum lugar? Christopher: Por mim, tudo bem. Ns samos da faculdade juntos e fomos comer num restaurante ali perto. Eu nem estava com muita fome, pois o nervosismo era maior que tudo. E as horas pareciam se arrastar. Depois que samos do restaurante, ficamos andando por um shopping. Pra ajudar a passar o tempo depois, ficamos nos divertindo no parquinho. Aquilo ajudou a aliviar a tenso e eu por um momento ns dois voltamos a ser crianas outra vez. Mas assim que o sol comeou a se pr, ns dois fomos para a faculdade, para pegar o resultado, que seria dado tambm por ordem alfabtica. Quando chegamos l, haviam acabado de dar os resultados da sala B. Ainda tivemos que esperar meia hora para a correo da prxima sala. E assim que a mulher anunciou que o resultado da sala C j tinha sado, aos mos de Christopher comearam a tremer e eu fiz um carinho em suas costas... Dulce: Vai l meu gatito. Voc vai conseguir. Christopher: No tenho tanta certeza disso. Dulce: Quer que eu v com voc? Christopher: No precisa. Dulce: Ok, ento estou te esperando aqui. Eu estava nervosa em dobro, porque o que eu mais queria era que ele passasse. Christopher no havia estudado tanto quanto eu e isso me preocupava bastante. Cinco minutos depois, ele j estava de volta com um papel na mo e um semblante bastante srio, que fez meu corao bater mais rpido... Dulce: E ento? Passou? X__X 154 Dulce me olhava realmente preocupada. Eu respirei fundo e olhei pra ela, com a cara mais triste que eu podia fazer... Christopher: Eu...eu passei! Passei Dul, tirei 8.5 cravado!! D pra acreditar? Os olhos dela se encheram de lgrimas e Dulce logo pulou no meu pescoo, me abraando fortemente... Dulce: Estou to orgulhosa de voc!! Christopher: Eu tambm mal posso acreditar! Eu passei! Agora poderemos estudar juntos por mais tempo! O rosto dela de repente se fechou e eu no entendi a sua reao... Christopher: Que foi? Dulce: Se eu passar, voc quer dizer... Christopher: Dul, se eu passei, claro que voc vai passar tambm! Deixa de besteira, voc ainda acha que foi bem.
Dulce: Eu sei, mas no deixo de ter medo. E se eu no passar? Esse o sonho da minha vida Chris e eu vou ficar muito frustrada se eu no passar. Eu a abracei, tentando conforta-la de alguma maneira... Christopher: Voc vai passar sim, Dul...eu confio em voc, ok? Dulce: Obrigada Chris. Obrigada por tudo mesmo. Christopher: Eu estarei sempre aqui, voc sabe no ? Ela assentiu, sorrindo e na mesma hora escutamos a mulher dizendo que o resultado da sala D tinha acabado de sair... Christopher: Vai l, gatita. Confio em ti. Ela me deu um selinho e saiu em direo sala para pegar o resultado... X__X Eu sentia que ia desmaiar at chegar no lugar onde estavam os resultados. Muitas pessoas estavam na frente da folha grudada no mural e eu sabia que se entrasse ali naquela hora, ia desmaiar. Resolvi esperar o povo se afastar um pouco e, quando isso aconteceu, me aproximei e fechei os olhos, com medo de olhar minha nota. Fui olhando debaixo pra cima, mas ver se achava meu nome. E nada de aparecer. Eu comecei a sentir um frio no estmago e minhas pernas tremiam. Meu nome no estava em lugar nenhum. Foi ento que por acaso olhei para o primeiro lugar e me assustei. Dulce Maria Espinoza Sanvion estava ali. Minha nota? 9.6. A maior da minha sala. Isso era mesmo verdade? Eu no s tinha passado, como tinha ficado em primeiro lugar? Isso era realmente incrvel! Eu sa correndo que nem louca pelo colgio atrs de Christopher. Me joguei em cima dele e ns dois quase camos no cho... Dulce: Eu passei, Chris!! Passei em primeiro, d pra acreditar? Eu j estava praticamente chorando e Christopher me rodou no ar... Christopher: Eu sabia que voc ia conseguir! Dulce: Eu nem to acreditando! Vamos estudar juntos Christopher! Vou ter que te agentar mais tempo! Ele fechou a cara de repente e eu dei um tapa em seu ombro, rindo... Dulce: Deixa de ser besta, Christopher eu estava brincando. Christopher: Sei, sei. Dulce: Vamos comemorar? Christopher: Como? Dulce: No sei. Quero comer no Mc Donald's e ver filme. Christopher: Dul, uma coisa ou outra, no Mc Donalds no tem dvd. Dulce: No seu bobo! A gente vai pra minha casa e pede por telefone! Christopher: Ah, entendi. Ento vamos, sua me vai amar saber que voc passou. Dulce: Sim, vai dar pulos que nem eu! Ns dois fomos at a minha casa e, assim que minha me abriu a porta eu j dei logo a notcia. Ela ficou bastante feliz, como eu imaginava. Nos parabenizou e s ento eu percebi que ela estava saindo de casa... Dulce: Onde voc vai? Blanca: Visitar uma amiga. No demoro muito, ela s quer falar alguma coisa comigo. Dulce: Ok. Eu e Christopher vamos pedir um lanche no Mc Donalds e ver filme, tudo bem? Blanca: Sim...desde que s faam isso mesmo.
Minha me lanou um olhar repreensivo para os dois e eu vi o rosto de Christopher ficar um pouco vermelho... Dulce: Vamos nos comportar me, eu prometo. Minha me saiu e ns fomos para o meu quarto. Eu peguei o telefone e a lista dos pedidos. Me deitei na cama e Christopher deitou ao meu lado, tirando o folheto da minha mo... Christopher: Voc vai comer o que eu comer. Dulce: At parece. Escolhe um a vai, depois eu vejo. Christopher: Preciso nem escolher, eu s como o Cheddar Mcmelt, como sempre. Dulce: Ta, agora deixa eu ver o meu. Eu ia pegar o papel da sua mo, mas Christopher no deixou, afastando o papel cada vez que eu tentava pega-lo... Dulce: Chris, me d isso aqui! Christopher: Tenta pegar u! Ele afastou tanto aquele troo que quando eu dei por mim, j estava em cima dele. Christopher jogou o folheto em cima da cama e me prendeu em seus braos, em dando um beijo lento e apaixonado. Eu me rendi aos seus beijos e deixei que sua lngua explorasse minha boca, me fazendo sentir arrepios e sensaes gostosas no estmago. Acariciei seu cabelo, toquei seus rosto e mordi seus lbios, cada vez mais hipnotizada por essas emoes que s ele me fazia sentir. Mas toda essa mgica e esse sonho desapareceu quando escutei a voz do meu pai repentinamente adentrar meu quarto... Fernando: O que est acontecendo aqui?? X_X 155 Eu estava to concentrado e hipnotizado com os seus beijos, que quando eu ouvi aquela voz grossa adentrar o quarto, eu dei um pulo e meu corao disparou. Eu e Dulce olhamos imediatamente para a porta, vendo seu pai parado, com cara de poucos amigos e eu juro que pensei que ia enfartar naquele momento. Dulce saiu imediatamente de cima de mim e se levantou, olhando assustada para o pai. Eu fiquei ao lado dela e senti minhas pernas tremerem, no tendo a mnima idia do que poderia acontecer agora... Dulce: Pai, pai, eu... Fernando: Desde quando voc namora e eu no sei? A voz dele parecia ficar cada vez mais grossa e eu e Dulce nos olhamos... Dulce: H mais de um ms. Eu engoli em seco, esperando qualquer tipo de reao dele. Mas ento, o seu olhar feroz caiu sobre mim e eu me assustei mais ainda... Fernando: Nos deixe ss por favor. Christopher: Sim, claro. Vou pra casa, Dul. Dulce: No! Pai, voc no pode fazer isso! No pode expuls-lo assim! Fernando: Eu no estou expulsando ningum, s quero falar contigo a ss! Ele pode esperar na sala. Dulce: Nos espera ento, Chris?
Eu apenas assenti e sa dali imediatamente. O pai dela estava realmente furioso e eu tinha medo do que ele podia fazer com ela. Desci as escadas e me sentei no sof, esperando desde j que eles me chamassem de novo... X__X Eu estava com o choro preso na garganta, com medo do que meu pai poderia fazer. Ele nunca foi agressivo, duvido que fizesse algo do tipo, mas morria de medo que ele mandasse eu terminar com Christopher ou algo assim. No podendo mais me manter de p, eu sentei na cama e logo ele sentou-se ao meu lado... Fernando: O foi o que eu presenciei aqui? Dulce: No estvamos fazendo nada demais pai, eu juro! Fernando: Mas vocs estavam se beijando na cama. Dulce: Eu sei, mas no o que voc est pensando. Eu ia ligar pra pedir um lanche no Mc Donalds, ele ficou tirando o folheto da minha mo e eu acabei em cima dele, mas eu juro que foi algo bastante inocente. Minha voz j estava embargada e eu esperava realmente que ele acreditasse em mim. Meu pai respirou fundo e seu semblante suavizou... Fernando: Por que voc no me contou antes do namoro? Dulce: No sei. Eu sempre fui fechada, depois da Samantha, nunca tive amigos. Que dir namorado. Mas as coisas foram acontecendo e eu e Christopher nos apaixonamos. Fiquei com medo que voc no aceitasse e por isso resolvi esperar o melhor momento pra falar. Digo, at eu arranjar coragem. Fernando: E por que eu no ia aceitar? Dulce: No sei, passou vrias coisas pela minha cabea. Voc nunca me viu com nenhum amigo e de repente eu apareo com um namorado. Fiquei com medo de voc no gostar ou at me proibir de namorar. Eu virei o rosto e mordi os lbios, com medo da sua resposta. Mas meu pai pegou em minha mo e eu imediatamente encontrei com um meio sorriso em seu rosto, que me surpreendeu bastante... Fernando: Eu sei que s vezes sou um pouco protetor demais, mas tambm no sou um ditador. Comecei a namorar muito mais novo que voc e seria ridculo da minha parte se te proibisse ficar com algum que voc gosta. Digo...voc gosta mesmo dele n? Dulce: Eu o amo, pai. Fernando: Ento no h nada mais pra discutir. Confesso que vou ficar com cimes, pois ele vai se tornar o homem mais importante da sua vida, me deixando pra trs. Mas pela sua felicidade, ento eu aceito. Eu j estava chorando, no podendo acreditar. Abracei meu pai com toda a minha fora e ele me deu um beijo na cabea... Dulce: Obrigada, pai! Muito obrigada por me entender! Fernando: No tem o que agradecer. Agora eu quero falar com ele, pra que ele me prometa que far a minha filha a mulher mais feliz do mundo. Eu comecei a rir e me levantei, arrastando meu pai escada abaixo... Dulce: melhor irmos logo. Se eu conheo bem Christopher, ele deve estar nervoso, esperando por alguma resposta. X__X 156
Eu j estava quase rasgando o tapete da sala, de tanto que eu andava de um lado para o outro. J estava at pensando em ir embora, quando escuto passos vindos da escada. Logo vejo Dulce e seu pai em frente mim e, sem que eu esperasse, ela simplesmente pula em meu pescoo e me abraa bem forte, sussurrando em meu ouvido... Dulce: Est tudo bem, meu amor. Ele aceitou. Eu respirei fundo e a abracei tambm. O pai dela pigarreou atrs da gente e nos desvencilhamos... Dulce: Desculpe pai, eu me empolguei. Dulce me empurrou, me fazendo dar dois passos pra frente e eu olhei pra ela assustado.. Dulce: Meu pai tem algo a dizer, Chris. Fernando: S queria fazer uma pergunta: voc ama a minha filha? Eu fui pego de surpreso naquela hora, mas respondi com toda a sinceridade do mundo... Christopher: A amo mais que minha prpria vida. Isso eu garanto. Fernando: Ento est tudo bem. Eu espero que voc faa minha filha muito feliz. Ele estendeu a mo para mim e s ento eu pude respirar aliviado... Christopher: Eu farei. X__X Tudo estava perfeito agora. Meu pai j sabia do namoro, j sabia tambm que os dois haviam passado para a faculdade e havia nos felicitado. A nica coisa que estava me deixando nervosa eram as provas finais da escola. As aulas em si j haviam acabado. Agora s restava a ltima semana de provas e, por ltimo, o intercolegial. Eu j havia passado direto em quase todas as matrias, mas o que me preocupava era Christopher. Ele no estava estudando nada, s treinava todo o tempo. Tentei avis-lo que, se ele no passasse na escola, no ia pra faculdade. Mas ele no me ouvia nunca e continuava com a obsesso de treinar. Eu que no ia falar mais nada. Sabia que isso sempre era motivo de discusso. Mas quando ele comeava... Christopher: No fica com essa cara. Era o primeiro dia da semana de provas e ns estvamos almoando, antes de termos ir que fazer a prova de filosofia de tarde... Dulce: Que cara? Christopher: Essa cara de voc no estudou nada, estou preocupada. Dulce: Aprendeu a ler pensamentos agora? Christopher: No, eu s j te conheo o bastante. Eu to indo bem nas provas, Dul. Hoje eu fui bem. E filosofia nem to complicado assim. Ao contrrio, sabe que sou bom nisso tambm. Dulce: Mas e amanh? biologia, voc sabe, n? Christopher: Sei sim. Prometo que hoje eu saio antes do treino e vou estudar, ok? Dulce: Tudo bem. E voc j est em condies de jogar? Christopher: Sim, perfeitamente. Mas o tcnico ainda quer Jack no time. Dulce: Ridculo. Voc j pensou em algo para ele no jogar? Christopher: No.No tenho a mnima idia do que posso fazer. Eu acabei de comer e sorri pra ele... Dulce: Pois eu tenho. Tive uma idia, e acho que pode funcionar. Christopher: E o que ?
X__X 157 Eu estava gostando dessa nova verso de Dulce. A que lutava a favor do que achava justo, sem ser boa com quem no merecia. Mas o que me preocupava bastante era pensar que ela mudou tanto assim depois de mim. De verdade, no sabia se isso era bom ou no. Dulce me lanou um sorriso traioeiro, como se tivesse muito empolgada com a primeira maldade que ia fazer na vida... Dulce: Ento...voc acha que, antes de comear o jogo, consegue pegar as chuteiras de Jack? Christopher: No sei, depende se ele estiver distrado ou no. Mas por que a pergunta? Ela revirou os olhos e bufou... Dulce: Ai Christopher, deixa de ser burro. Sabe que um jogador com uma chuteira sem travas no consegue jogar direito... Christopher: Voc quer que eu tire as travas da chuteira dele? Dulce: Exatamente. E assim que ele se esforar um pouco mais para correr, ele escorregar. Simples assim. Christopher: Dul...voc um gnio! Eu a abracei e comecei a lhe dar beijo por todo o rosto, fazendo soltar lindas gargalhadas... Dulce: Eu sei, obrigada. Viu o que fao por voc, Christopher? At viro diabinha pra te ajudar. Christopher: Mas ser diabinha s vezes bom. Eu comecei a mordiscar sua orelha e ela enrijeceu em meus braos... Dulce: Chris, se controla. Estamos no meio do refeitrio. Christopher: E da? No devo nada a ningum mesmo. E voc minha namorada. Eu continuei mordiscando sua orelha, mas ela me empurrou levemente... Dulce: A comida vai esfriar e temos prova daqui a pouco. Christopher: O que tem a prova? Dulce: Eu vou me desconcentrar se voc continuar. Por isso, pra! Eu comecei a rir, enquanto via suas bochechas coraram suavemente... Christopher: Ok, ok...j parei. X_X Ser que depois de tudo ele ainda no sabia o quanto me deixava nervosa com suas carcias? De verdade, a lerdeza de Christopher me deixava abismada. A semana de provas foi passando e eu via que Christopher continuava no estudando. E segunda feira seguinte saiu o resultado. Eu passei, como j era esperado. Mas ele? Christopher: Recuperao em matemtica e biologia. Se no passar nessas provas eu repito de ano e no vou pra faculdade, olha que legal! Dulce: Eu falei pra voc. Mas me escutam? No. Ento agenta a. Christopher revirou os olhos e jogou o papel de aprovao de qualquer jeito na mesa... Christopher: Eu vou passar, ok? Voc vai ter que me aturar nessa faculdade, Dulce Maria. Deixa s passar o intercolegial pra voc ver. Dulce: No vou te dar aulas, cansei se estudar.
Christopher: Nunca pensei que eu fosse ouvir voc dizer que cansou de estudar, mas enfim...eu sei que errei e eu mesmo tenho que corrigir esse erro. Jamais te pediria pra estudar comigo, quando voc j passou de ano. Pode deixar que eu vou me resolver sozinho. Dulce: Tem certeza? Christopher: Absoluta. E eu vou ganhar esse campeonato, Dulce. Voc vai ver. Dulce: Eu tenho certeza que vai, Christopher. Confio em voc. Te amo. Christopher: Tambm te amo. Eu vou ganhar esse campeonato por ns dois, voc vai ver. E ento ele selou sua promessa com um beijo, me fazendo acreditar cada vez mais que tudo ia dar certo pra ns nesse intercolegial. Jack se meteu com as pessoas erradas. Ele se meteu com duas pessoas que se amam muito e que vo sempre lutar contra tudo e contra todos pra ficarem juntos... X__X 158 E ento o dia que eu mais esperei durante todo o tempo, finalmente havia chegado: o intercolegial. Nem vi Dulce nesse dia. Fiquei a manh inteira me preparando pra esse jogo, que eu tinha que jogar. E estava arquitetando a melhor forma de pegar as chuteiras de Jack. O jogo ia comear s seis da tarde. Os bancos iam se enchendo aos poucos, enquanto ns j nos preparvamos no vestirio. O treinador havia dito que havia um olheiro que ia levar um do time pra jogar futebol fora do pas e se profissionalizar. Olhei logo para Christian, pois sabia que esse era o sonho dele. Assim que o treinador acabou de falar, ns fomos para o chuveiro, nos arrumar. Mas antes disso, Christian chegou perto de mim, falando... Christian: Acha que se o treinador te colocar hoje voc consegue jogar? Christopher: Sim, no sinto mais qualquer tipo de dor no tornozelo. Christian: Ah, que bom! Se o treinador te deixar jogar, voc com certeza vai ser eleito pelo olheiro. Christopher: No faz mal, no vou aceitar mesmo. Christian: Pensei que fosse seu sonho. Christopher: No...meu sonho est l fora, esperando pra me ver jogar. Christian sorriu e colocou a mo sobre meus ombros... Christian: Voc a ama de verdade, no ? Christopher: Mais do que eu jamais pensei em amar algum na vida. Christian: Ento no a deixe escapar meu amigo, pois um amor assim, poucos tm o privilgio. Christopher: Eu sei disso, Christian. E Dulce minha vida, jamais vou deix-la. X__X Dulce: Ai, eles no vo entrar nunca! Eu j estava nervosa, comendo desesperadamente o saco de m&m na minha mo... Any: Calma menina, eles devem entrar daqui a pouco. Dulce: Quero saber se ele conseguiu tirar as travas da chuteira de Jack. Any: Voc me surpreendeu, sabia? Nunca pensei que voc fosse fazer algum tipo de maldade com algum. Dulce: Ele j tentou acabar com o nosso namoro Any, mais do que merecido o que estamos fazendo. Any: Eu sei disso e concordo tambm. Apenas me surpreendi. O time finalmente entrou e a arquibancada ficou de p. Assim que vi Christopher entrando, sorri, vendo como ele ficava perfeito naquele uniforme. Ia comentar qualquer coisa com Any, mas percebi que os olhos dela estavam bem fixados em uma pessoa especial. Segui a direo
e vi que ela olhava para Poncho, que estava logo ao lado de Christopher. E no era um olhar qualquer...era um olhar de menina apaixonada... Dulce: Voc ainda gosta dele, no ? Any: O que? Dulce: Poncho. Estou vendo como o olha. Ela respirou fundo e se sentou novamente... Any: Por mais que eu me odeie por isso...sim. No consigo evitar. Dulce: E pra que evitar? Por que no desiste logo do seu orgulho e fica com ele? Any: Porque at hoje eu no sei o que verdadeiramente Poncho quer comigo. Dulce: Mas ele j no te disse uma vez que te amava? Any: Sim e no momento seguinte eu o vi muito carinhoso com uma garota. Como eu vou acreditar numa pessoa assim? Eu dei ombros, sem saber o que dizer. No final das contas, ela estava certa... Any: Vamos at l? Dulce: Fazer o que? Any: Voc no quer saber se Christopher conseguiu pegar as chuteiras de Jack? Ento, uma tima hora pra perguntar, o jogo no comeou ainda. Dulce: A gente vai atrapalhar Any, melhor no. Any: Deixa de ser boba menina, que atrapalhar que nada! Eles vo gostar de nos ver! Dulce: Eles? Any: Claro! Vou falar com Poncho tambm, lhe desejar boa sorte. Dulce: Pensei que no tinha esperanas com ele. Any: E no tenho. Mas ele meu...quase amigo e tenho que lhe desejar boa sorte, no? Ela me lanou aquele sorriso de criana e ento eu entendi tudo. isso que acontece quando estamos apaixonados. No conseguimos ficar longe da pessoa que amamos, mesmo que ela no merea seu amor... Dulce: Tudo bem Any, vamos l... X__X 160 Eu estava de cara feia, pois era a primeira vez que comeava um jogo sentado no banco de reservas. Jack estava sorrindo, com seus outros amigos e vrias vezes olhava pra mim, vendo se eu estava olhando pra ele tambm. Minha raiva crescia cada vez mais, a nica coisa que me consolava era saber que ele ia escorregar bastante no jogo de hoje. Faltava apenas pouco tempo para o jogo comear, quando eu escuto algum berrar meu nome do meu lado direito. Assim que me viro, vejo duas cabecinhas, uma loira e uma ruiva, junto grade que separava a torcida do campo e rapidamente fui at elas... Christopher: O que esto fazendo aqui? O jogo j vai comear! Dulce: Viu, Any? Eu falei que a gente ia atrapalhar. Any: No estamos atrapalhando, no Christopher? Any fez uma cara to brava que eu no sabia se ficava assustado ou se eu ria... Christopher: No loirinha, claro que no. Any: Bom, sua namorada quer te perguntar uma coisa e eu vou falar com o Poncho. Onde ele est? Christopher: Em campo, grita por ele, com sorte, voc poder falar uns minutinho com ele. Any: Ok, vou deixar os dois sozinhos. Boa sorte melhor amigo, espero que voc jogue.
Ela piscou pra mim e me jogou um beijo no ar, se afastando para gritar por Poncho. Eu revirei os olhos e toquei os pequenos dedos de Dulce que estavam na grade... Christopher: O que voc quer me falar, gatita? Dulce: Queria saber se voc conseguiu o que combinamos... Christopher: Sobre as chuteiras? Dulce assentiu e eu olhei pra Jack, sorrindo... Christopher: Est tudo preparado, meu amor. Jack vai cair bastante hoje, acredite. Eu tentei beij-la, mas a grade me impediu de tal coisa... Christopher: Que saco, pra que colocaram essa grade aqui? Dulce: Pra impedir da gente se beijar, isso porque no nos vimos o dia inteiro. Christopher: , deve ser mesmo. Mas independente do resultado do jogo, eu vou te dar um beijo que vai valer por todos que eu no te dei hoje. Dulce: Isso uma promessa? Christopher: Pode apostar. Eu pisquei pra ela e apenas beijei seus dedos que estavam na grade, fazendo-a sorrir. Nesse momento, uma grande trovoada ecoou no cu nublado... Dulce: Acho que vai chover. S espero que chova depois do jogo. Nesse momento, o tcnico me chamou e eu olhei pra Dulce pela ltima vez... Dulce: Boa sorte, meu amor. Vai dar tudo certo pra voc e pro time. Ela me lanou um beijo no ar e saiu correndo, em direo s arquibancadas. Eu me sentei no banco de reservas e observei os jogadores tomarem suas posies. O juiz colocou o apito na boca e meu corao acelerou...o jogo que eu esperei durante todo o ano ia comear... X__X Eu estava agoniado naquele banco. O time tomou o primeiro gol e todo mundo ficou apreensivo. Jack escorregava toda hora e eu no estava rindo, ao contrrio, estava bastante srio. O treinador parecia no ver que aquilo nunca ia dar certo, mas teimava em manter Jack ali jogando, quando eu estava perfeitamente bem pra jogar. E por causa dessa teimosia, o time tomou o segundo gol. Isso realmente no era pra estar acontecendo. Faltavam dez minutos pra acabar o primeiro tempo e as coisas pareciam cada vez piores. Christian estava errando os passes, Poncho no acertava a finalizao e Jack s caa dentro de campo. Ainda mais depois que uma chuva fina comeou a molhar o campo, a situao piorou. Foi ento que tomamos o terceiro gol. E eu s estava vendo as coisas piorarem cada vez mais. Faltando cinco minutos, o tcnico finalmente me chamou. Me deu as instrues que eu j sabia de cor e o jogo foi parado, para que eu entrasse no lugar de Jack. Com a substituio j feita, fui direto em Christian, passar algumas dicas, que s quem estava fora do jogo observava... Christopher: Para de lanar a bola pelo meio, a marcao ali est forte demais, isso nunca vai dar certo. Vire o jogo para a direita, onde est Poncho e se acalme, porque eu sei que voc est nervoso com o olheiro. Christian: Estou mesmo. E sei que estou jogando mal Chris, assim eu nunca vou ser selecionado. Christopher: Vai sim, s fazer o que eu estou lhe dizendo. Agora presta ateno que o outro time vai bater o escanteio. Eu me posicionei na rea, de olho na bola que vinha pelo alto e a tirei de cabea, caindo nos ps de Pablo, um dos nossos companheiros. Eu estava marcado, mas sa correndo em direo rea, tentando fugir da marcao.
Christian seguiu bem o que eu falei, pois deixou de tentar passar a bola pelo meio e virou para Poncho, que estava na lateral direita. Poncho cruzou na medida pra mim, que subi para cabecear, passando pelo goleiro e vendo a bola raspar a trave, indo direto pra fora. Ouviu-se uma alta exclamao de desespero, pois a bola s no entrou por muito pouco. Enquanto corria para o meio de campo, acompanhando a reposio do goleiro, escutei dois gritos estridentes atrs de mim. Quando me viro, vejo Dulce e Any gritando que nem duas loucas o meu nome e eu no pude deixar de rir. E depois de dois minutos sem muito lances perigosos, o juiz apitou o fim do primeiro tempo. Eu olhei pro placar e fiquei tenso ao ver aquele trs contra zero nosso. E eu esperava poder mudar esse resultado no segundo tempo... X__X Quando o juiz apitou o jogo, todos se sentaram, nervosos pelo pssimo desempenho do time no primeiro tempo. No era porque ele era meu namorado, mas depois que Christopher entrou no finalzinho, o time teve outra cara. Como o tcnico era to burro a ponto de deix-lo no banco de reservas? Any: At o final do jogo eu j viro um defunto, srio. Dulce: Somos duas. Estou muito nervosa, a diferena muito grande. Any: O time agora vai recuperar, por pouco no fazemos um gol nesse finalzinho. Bom, eu vou comprar alguma coisa pra comer, voc quer tambm? Dulce: No, brigada. Eu vou tomar uma gua, pra relaxar um pouco. Enquanto Any foi comprar algo, eu fui direto para dentro do colgio, procurando o bebedouro perto do banheiro feminino, j que eu ia aproveitar pra olhar meu cabelo, que estava um pouco molhado pela chuva. Bebi um pouco de gua e entrei no banheiro, ajeitando alguns fios rebeldes do cabelo. Estava escutando uma falao no corredor, enquanto me arrumava. A voz parecia de Jack...e quando eu ouvi o nome Christopher, logo fui para perto da porta e prestei bastante ateno no que se dizia l fora... ***: Mas eu no entendo. Por que voc quer que o seu time perca? Jack: Eu escorreguei o tempo inteiro, algum filho da me acabou com as travas da minha chuteira. J estou fora, o olheiro nunca vai me chamar pra nada, ento pra que eu vou querer que o time ganhe? Um silncio se fez l fora e eu tive vontade de matar Jack, por estar dizendo algo assim. Foi ento que eu ouvi uma terceira pessoa suspirar e dizer... ****: Se voc est dizendo...espero que no esteja de trapaa, viu? Ou ir pagar muito caro. Jack: De forma alguma, estou sendo bem sincero com vocs. s pegar o nmero 9 pela frente, no meio de campo, no tornozelo esquerdo que ele vai cair imediatamente, pois ainda est debilitado. E o mximo que iro conseguir de punio um carto amarelo. Mas isso s se no for uma falta de ataque, por Deus! Se um de vocs forem expulsos, nosso plano todo vai por gua abaixo. ***: Pode deixar, j sabemos perfeitamente o que vamos fazer. Nosso time vai ganhar, eu garanto. Foi ento que eu senti um grande aperto no corao. Nmero 9...era o nmero de Christopher! Jack estava novamente armando para machuc-lo. Assim que no escutei mais ningum falando, coloquei a cabea pra fora do banheiro, pra ver se todos eles j tinham ido. E quando vi que a barra estava limpa, sa correndo em direo ao vestirio dos meninos, passando por qualquer obstculo que pudesse me impedir de chegar at l. Eu tinha que avisar a Christopher sobre o que tinha ouvido, ou Jack ia conseguir o que queria mais uma vez... X__X 161
O time j estava voltando para o campo, quando eu escuto Dulce gritando meu nome na grade. Eu olhei pra ela, ainda meio indeciso se ia ou no, mas ela gritava to desesperadamente que eu corri at l... Christopher: O que foi? No posso parar agora, o jogo vai comear. Dulce: urgente! Acabei de ouvir uma conversa entre Jack e dois meninos do outro time, l perto do banheiro feminino! E eles querem acabar com voc, Chris!! Christopher: O que? Como assim? Dulce: Jack contou pra eles sobre o seu tornozelo e os dois esto armando pra te pegar! Toma cuidado, pelo amor de Deus! Christopher: Voc viu o rosto deles ou o nmero das camisas, pra que eu possa reconheclos? Dulce: No, eu estava escondida no banheiro, no vi nada, apenas ouvi. Toma cuidado com todos que se aproximarem de ti Christopher, no quero v-lo machucado. Eu vi seus olhos se encherem de lgrimas, no mesmo momento em que Poncho gritou meu nome, pois estavam me esperando para comear... Christopher: No chore, eu ficarei bem. Muito obrigado por avisar, voc a melhor namorada do mundo! Agora volte pro seu lugar, tudo vai dar certo gatita! Eu joguei um beijo no ar pra ela e fui em direo ao campo, j olhando todos os garotos do outro time, vendo como ia fugir de carrinhos perigosos, que podiam prejudicar meu tornozelo. O juiz apitou o inicio do segundo tempo do jogo e todos tomaram suas posies. O outro time teve um lance perigoso, mas o nosso goleiro fez uma grande defesa. Ele reps a bola em jogo para um dos nossos zagueiros, que passou pra Christian. Ele fez uma tima jogada, driblando pelo menos trs jogadores, at virar a bola para mim, que j me encontrava na meia-lua na rea. Vi um garoto do outro time correndo at mim, num carrinho perigoso e eu pulei imediatamente, para que ele no acertasse meu tornozelo. Nessa distrao, o zagueiro me roubou a bola, mas Poncho foi mais esperto e tirou a bola dos seus ps, dominando completamente a mesma, e chutando de fora da rea. O chute foi certeiro, nenhum goleiro pegaria. E o nosso time havia feito o primeiro gol. Todos corremos at a Poncho, abraando, dando tapas,naquela tpica comemorao eufrica de um time que estava buscando a virada. A bola voltou para o meio de campo e o juiz apitou o reinicio do jogo. O outro time tentou um ataque, que foi mal finalizado pelo seu atacante, que chutou a bola pra fora. O nosso goleiro bateu o tiro de meta e a bola caiu exatamente em meus ps, que estava no meio de campo. Driblei dois jogadores do outro time e procurei Poncho, que j se encontrava dentro da rea. Dei um passe na medida e fiquei olhando, pra ver se Poncho mataria a bola no peito, pois ela tinha ido um pouco alta. Mas esse momento de distrao foi o suficiente para que o nmero dez do outro time viesse com um carrinho certeiro em meu tornozelo direito, fazendo com que eu casse com tudo no cho, sentindo uma dor latejante no tornozelo... X__X Assim que vi Christopher caindo no campo, meu corao apertou. Todos da arquibancada se levantaram, querendo saber o que estava acontecendo. Ele no devia ter se distrado! Alguns mdicos entraram logo em campo e o examinaram, enquanto todos estvamos aflitos pra saber se ele estava bem ou no... Any: Droga! Agora sim tudo est acabado! Eu estava j a ponto de chorar, quando observei os mdicos dando mais ateno ao tornozelo direito de Christopher...e foi ento que eu sorri, sentindo uma grande esperana nascer em mim... Dulce: No Any, olhe! Algum acertou o tornozelo direito de Christopher e o que est machucado o esquerdo!
Any fixou o olhar na mesma direo e pareceu ver o mesmo que eu... Any: verdade! Mas voc acha que ele foi muito machucado a ponto de no poder jogar mais? Christopher a nossa esperana para virar o placar! Dulce: No sei...mas Christopher forte, tenho certeza de que pode agentar isso pelo time! Ele sempre disse o quanto se dedicou a esse jogo e sei que est faminto pela vitria. Any: Eu espero que ele se levante logo, ou estaremos perdidos. Dulce: Ele vai se levantar, Any...eu tenho certeza. Eu cruzei minhas mos e fechei os olhos, fazendo uma reza silenciosa, torcendo para que Christopher ficasse bem e voltasse a jogar... X__X 162 Meu tornozelo estava doendo um pouco, mas com a massagem e o spray mgico do mdico, essa dor foi amenizada. Haviam me tirado do campo, para ser atendido fora dele, enquanto o juiz recomeava o jogo. O treinador acompanhava todo o rpido tratamento, at que disse o que eu j imaginava... Treinador: Vamos ter que substitu-lo! Sabia que no devia arriscar voc com o tornozelo machucado! Christopher: No!! Acertaram meu tornozelo direito, no o esquerdo, que era o que de fato estava machucado. Eu ainda posso jogar sim! Treinador: Pior ainda! Voc no pode jogar com os dois ps machucados! Christopher: J disse que o esquerdo est perfeitamente bem! Por favor, me deixei jogar! Foi visvel a melhora do time com a minha entrada, podemos virar esse placar! Apenas enfaixe meu p e tudo estar resolvido. Apenas me d um voto de confiana, por favor. Ele parou pra pensar um minuto, enquanto o mdico enfaixava meu p. Por fim, ele suspirou e me respondeu... Treinador: Ok, vai l! Mas s uma contuso a mais e eu te tiro do jogo, ok? Eu apenas assenti e me levantei rapidamente, j pronto pra entrar em campo. O juiz parou o jogo e eu retornei a campo... Christian: Voc est bem? Christopher: Perfeitamente bem. Agora vamos ganhar esse jogo. X__X Christopher voltou a campo e eu fiquei muito mais aliviada. Esperava realmente que agora tudo desse certo pro nosso time, sem roubos, num jogo limpo. E ento, a partida recomeou, com a posse de bola para o nosso time. Any continuava gritando que nem uma desesperada o nome de Poncho ao meu lado, enquanto eu me limitava a comer todas as minhas unhas e assistir ao jogo, tensa. E os prximos dez minutos seguiram sem nenhum tipo de lance perigoso. A chuva comeou a apertar e todos na arquibancada colocaram capas, mas eu fiquei pegando chuva mesmo, pois odiava aquele plstico em cima de mim. Fizeram uma falta perigosa em Poncho, na meia lua da rea e Christopher se preparou pra bater. Eu fiquei apenas olhando, nervosa, quando a chuva s parecia aumentar cada vez mais. Fiz figa, rezei, fechei os olhos, os abri de novo e mordi os lbios, esperando que aquela bola entrasse. Christopher bateu a falta e eu fiquei acompanhando a bola, at que ela sacudiu a rede dentro do gol. A arquibancada toda pulou e vibrou com o segundo gol e Any me abraou... Any: S faltam dois pra gente virar!!
Dulce: Mas s temos mais dez minutos para fazer dois gols, ser que d tempo? Any: Claro que d!! s acreditar Dul...eles vo conseguir! Eu voltei minha ateno pro jogo, que j tinha recomeado. Meu olhar no saa do placar, vendo tambm quantos minutos ainda restavam. O outro time teve dois lances perigosos, que me deixaram com o corao na boca. Se algum do outro lado fizesse um gol, estvamos perdidos. Nosso time correu pro contra-ataque e o lateral esquerdo, Julio, arriscou um chute de fora da rea, do qual o goleiro espalmou para fora, numa bela defesa. Christian correu para bater o escanteio, enquanto alguns jogadores se posicionavam no meio da rea. Fiz o mesmo ritual de antes, figas, rezas e tudo mais, enquanto Christian bateu o escanteio. A bola caiu na rea e Poncho cabeceou em cima do goleiro, que espalmou pra frente, mas Christopher estava logo atrs e chutou com o p esquerdo, com muita fora, que foi impossvel do goleiro pegar. E mais um gol para o nosso time, agora estava tudo empatado... X__X 163 Eu vi estrelas quando chutei aquela bola. Havia chutado muito forte com o p esquerdo e ele voltou a latejar. Tentei disfarar, para que o treinador no me tirasse do time agora, mas Poncho percebeu que estava mancando um pouco... Poncho: O que houve, voc est bem? Christopher: Sim, estou. Apenas chutei a bola com o p machucando, mas no foi nada. Poncho: Tem certeza? No quer que o mdico faa uma massagem? Christopher: No precisa, faltam trs minutos pra acabar, eu agento. Poncho: Tudo bem, voc que sabe. O juiz recomeou o jogo e eu fiquei de olho no tempo. Tnhamos poucos minutos para virar esse jogo, mas eu sei que iramos conseguir. Passamos os minutos finais sem nenhum perigo de gol, at que Christian chutou contra um zagueiro, jogando a bola para escanteio. E o mesmo foi bater. Esse seria o ltimo lance do jogo. Era nossa ltima chance e eu tinha que fazer esse gol. Me posicionei em frente rea, tentando tapar a viso do goleiro. Christian bateu o escanteio, mas para a surpresa de todos, no cruzou pra area, chutando pro gol. E foi ento que a bola entrou, no minuto final do jogo. Christian havia feito um gol olmpico e deu a vitria ao nosso time! O juiz apitou o fim do jogo e todo o time correu at ele, comemorando a to merecida vitria do nosso time... X__X Eu e Any gritamos muito quando Christian fez aquele gol olmpico. No s ns duas, mas a arquibancada inteira. Nos abraamos e corremos para o campo, pois j tinham aberto a grade. Todas as pessoas foram em cima do time, comemorar, inclusive Any. Mas eu preferi ficar encostada na grade, pois no gostava de muvuca e essa era a comemorao de Christopher. A chuva estava forte, mas era boa a sensao. Ainda mais quando o vi sem camisa, comemorando com os amigos, todos lhe abraando, lhe dando tapas e etc. Eu passei a mo no cabelo, jogando a franja pra trs, j completamente encharcada. Meus olhos no saam de cima de Christopher e eu mantinha um sorriso bobo no rosto, bastante feliz por ele ter conseguido o que ele tanto queria. Os olhos de Christopher se encontraram com os meus, mesmo ele estando na multido. Ele estava extremamente lindo com o cabelo molhado e jogado pra trs, por causa da chuva. Christopher veio andando at a mim, ignorando quem falava com ele. Eu mordi meus lbios e corri at ele, que me pegou no colo e me girou no ar. Ns dois estvamos rindo que nem crianas, estvamos muito felizes. Christopher foi me colocando no cho lentamente, fazendo meu corpo roar com o dele, sentindo a sua pele fria e molhada. Eu imediatamente segurei seu rosto e lhe dei um beijo, porque ele merecia isso e muito mais. Christopher me agarrou
pela cintura e nossas lnguas se encontraram, causando mais uma vez aquelas cosquinhas no estmago. Eu nunca tinha provado antes e no sabia que beijar na chuva era to bom! Eu j havia me esquecido de todo o mundo, apenas queria continuar beijando Christopher, j que eu no tinha feito isso o dia inteiro e realmente senti muita falta. Assim que perdemos o flego, apartamos nossos lbios e eu passei a mo pelo seu cabelo, colando minha testa na sua... Dulce: Esto to orgulhosa de voc! Eu sabia que voc ia conseguir, meu amor! Eu o abracei bem forte e ele me apertou em seus braos... Christopher: Obrigado pela fora que voc e Any me deram. Isso ajudou bastante no meu desempenho, pode acreditar. Dulce: Eu nunca fiquei to nervosa com um jogo na minha vida! Nem com o do Barcelona! Christopher riu e Christian o chamou, dizendo que eles tinham que receber as medalhas... Christopher: Agora eu preciso ir l, meu amor. No queria te deixar sozinha outra vez, mas... Dulce: No se preocupe, eu ficarei com Any outra vez. Christopher: Tudo bem. Quando acabar a premiao eu venho aqui te buscar. Dulce: Me buscar? Mas voc no vai ficar aqui na festa que vai ter no colgio? Christopher: No. Eu prefiro fazer uma festa dois contigo, no meu apartamento. E sem dizer mais nada ele me deu um selinho e correu at o grupo, para receberem a medalha. Enquanto isso eu fiquei l, com a maior cara de assustada do mundo, pensando no que ele estava se referindo quando disse festa dois comigo... X__X 164 A chuva estava bastante forte, mas mesmo assim a cerimnia da premiao foi feita. Coloquei minha blusa de volta, enquanto o diretor da escola colocava a medalha em cada um, com uma capa de chuva cobrindo-o. Quando ele colocou aquela medalha em meu pescoo, eu senti um enorme orgulho de mim mesmo, pois sabia o quanto tinha batalhado por tudo aquilo. Percebi que Jack, assim que recebeu a medalha, saiu do pdio. Foi a melhor coisa que ele podia ter feito, pois eu no queria um traidor como esses comemorando com o time. Entregaram um pequeno trofu para a gente e comemoramos bastante, enquanto a nossa torcida gritava e aplaudia. Eu vi Any tirando algumas fotos e abracei meus amigos e companheiros de time, posando pra ela. Ficamos comemorando durante um tempo, at que o povo resolveu ir pra festa, que j havia comeado na quadra fechada do colgio... Poncho: Vamos ento? Christopher: Vo vocs, eu vou pro meu apartamento. Christian: E tu vai deixar de curtir uma festana pra ficar sozinho no seu apartamento? Christopher: E quem disse que eu vou sozinho? Os meus amigos arregalaram os olhos e comearam a rir, me zuando e j fazendo insinuaes maliciosas... Poncho: Ui, ento a noite vai ser boa, no ? Christopher: Nem comecem. No vou fazer nada que Dulce no queira, ento... Christian: E voc acha que ela no vai querer? Christopher: No sei. E esse assunto s nosso, no quero ningum intrometendo na minha vida, ok? Poncho: Calma, a gente s tava brincando, cara. Christopher: Ok. Deixa eu ir ento, pois se demorar mais um pouco eu no vou conseguir chegar l, do jeito que est chovendo. Christian: Vai l ento, boa sorte com a sua garota.
E ns nos despedimos, enquanto eu fui em direo Dulce. Ela estava conversando com Any perto da grade e eu a abracei por trs, lhe dando um beijo bem estalado no rosto... Any: No se movam!! Essa foto est perfeita! E sem que ao menos pudssemos respirar, Any tirou uma foto nossa... Christopher: Esse troo no vai pifar com a chuva no? Any: prova dgua, querido. Eu sou chique. Eu revirei os olhos e comecei a rir... Christopher: Ah, claro. Por isso voc a nica aqui com uma cmera na mo. Enfim, vamos gatita? Dulce: Por mim...s to esperando voc. Any: E vocs vo pra onde? Christopher: Ficar um pouco no meu apartamento. Any tossiu foradamente, quase colocando o pulmo pra fora e eu arqueei uma sobrancelha... Any: Vocs no perdem tempo mesmo! Dulce: Any! Christopher: Deixa de ser pervertida, menina! Ns s vamos ficar um pouco l u, depois eu a levo pra casa. Any: Sei, sei. Enfim, vo se divertir sozinhos, que eu vou pra festa. Christopher: Juzo, viu? Sei muito bem porque voc quer ficar nessa festa. Any: Eu j vou fazer dezessete anos Christopher, no enche. Any se despediu de Dulce e logo de mim. Assim que ficamos sozinhos, ela se virou pra mim, passando os braos ao redor do meu pescoo... Dulce: Deixa ela. Any s quer amar. Christopher: Amar quem no a merece. Dulce: Voc no pode dizer isso, no sabe o que se passa entre os dois. Christopher: Ta bom, Dul. Vamos ento? Parece que no para de cair gua do cu, vamos ter que chegar no meu apartamento nadando. Eu tirei a medalha do meu pescoo e coloquei no dela, surpreendendo-a... Dulce: Por que voc fez isso? Christopher: Porque eu quero d-la a voc. Dulce: Mas sua! Voc lutou muito por isso, o seu maior tesouro! Christopher: No...o meu maior tesouro voc. Dulce ficou quieta, mas seus olhos brilharam tanto que j diziam tudo. Peguei em sua mo, para sairmos do colgio, mas algum nos parou... ****: Voc Christopher, no ? Posso falar contigo? Eu larguei a mo de Dulce e olhei para o homem na minha frente... Christopher: Sim, mas...quem voc? ****: Ricardo, o olheiro que estava na arquibancada, vendo todo o desempenho do time. Voc tem muito futuro garoto, no sei o que estava fazendo na reserva. Christopher: Eu estava com o tornozelo machucado, por isso fui poupado. Ricardo: Entendo. Mas mesmo assim conseguiu resolver o jogo em meio tempo. Acho que voc poderia ser um bom reforo para as divises de base do Amrica do Mxico, o que acha?
X__X Eu estava um pouco atrs de Christopher, olhando pra qualquer lado, mas meu ouvido estavam bem atento conversa. Eu entrei em desespero quando o olheiro lhe fez essa proposta, j imaginando Christopher virar um jogador profissional, viajando pelo mundo, no tendo tempo pra nada e o pior, cheio de maria-chuteira em volta, para o meu desespero. Mas antes que eu pudesse pensar em mais coisas, eu escutei algo que eu no esperava... Christopher: No, obrigado. Eu imediatamente olhei pra cara de Ricardo, que arregalou os olhos... Ricardo: Mas...mas...tem certeza? Christopher: Sim. Meu sonho no ser jogador de futebol, apesar de eu amar fazer isso. Mas eu tenho outros planos para o meu futuro e tem minha garota aqui, no vou deix-la. Ele passou o brao sobre os meus ombros, enquanto eu olhava pra ele, de olhos arregalados... Ricardo: Tudo bem, eu entendo. uma pena, mas a deciso sua. Christopher: Posso te dar uma dica? Ricardo: Claro, fale. Christopher: Eu posso ter feito a diferena no jogo, mas Christian tambm teve uma participao importante. O chute dele no ltimo segundo do jogo foi certeiro, ele tem muita categoria e esse o maior sonho dele, a coisa que ele mais quer na vida. Voc pode ir tentar falar com ele, se quiser. Ricardo: Claro, vou procur-lo, obrigado pela dica. E o olheiro saiu, nos deixando ss novamente. Eu abracei Christopher e ele ficou meio confuso com esse gesto repentino... Dulce: Cada vez eu fico mais orgulhosa de voc, sabia? Christopher: E por que? Dulce: Voc falando do Christian, pedindo pro olheiro falar com ele. Foi muito bonito da sua parte. Christopher: Nada, fiz pra ajudar um amigo. Enfim, vamos? Dulce: Claro. Mas vamos molhar o carro da sua me, estamos encharcados. Christopher: Ela no se importa no e eu avisei que o carro no voltava pra casa hoje, ento... Eu dei de ombros e ns fomos at o seu carro. O trnsito estava horrvel, levamos quase uma hora para chegar casa dele, que em situaes normais chegaramos em quinze minutos. As ruas estavam completamente alagadas, nem sei como o carro conseguiu passar. Quando chegamos em seu prdio, Christopher colocou o carro na garagem e ns dois pegamos o elevador, chegando at o seu apartamento. Ele ligou a televiso e vimos que no noticirio estavam falando sobre a forte chuva que tinha cado, sem a previso dos metereologistas. Me aproximei da janela e vi que l embaixo a rua parecia uma piscina... Dulce: Meu Deus, o mundo est acabando! Christopher: Veja pelo lado positivo...ns vamos morrer juntos! Eu apenas ri, enquanto ele se sentava no sof, tirando o tnis e as meias encharcadas... Dulce: Parece que a chuva no vai parar hoje. Christopher: Verdade. Acho que no sairemos mais daqui hoje. Eu me virei pra ele e arregalei os olhos... Dulce: O que voc est querendo dizer? Christopher: No vai dar pra eu te levar pra casa assim. Voc vai ter que passar a noite aqui,
gatita. X__X 165 Dulce fez uma cara de assustada e eu tive que me segurar para no rir. Fingi que no entendia o seu medo para provoc-la um pouco e disse... Christopher: Por que essa cara, Dul? Qual o problema de dormir aqui? Dulce: Ah, no sei, que... Christopher: Est com medo de no resistir mim? Ela jogou uma almofada na minha cara e eu comecei a rir... Christopher: Eu to brincando, gatita. Dormir no significa transar, podemos dormir sem fazer absolutamente nada, deixa de ser boba. Ela ficou quieta, e eu me levantei, j tirando minha blusa... Christopher: Vou tomar um banho, pois estou encharcado por causa da chuva. Depois voc toma tambm? Dulce: Eu queria tomar, mas como? No tenho roupa aqui, Christopher. Christopher: Eu te dou alguma blusa grande pra usar, at suas roupas secarem. Dulce: E voc vai me ver desfilando pela casa, apenas com uma blusa sua? Christopher: E o que tem? J te vi usando vestido, sei como so suas pernas. O rubor que invadiu seu rosto foi muito gracioso e eu amei aquilo... Dulce: Mas diferente! O vestido era na altura do joelho! Eu comecei a rir e passei a mo pelo rosto... Christopher: Voc que sabe Dul, depois voc decide. Vou tomar um banho agora. Dulce: Posso ligar pra minha me, pra dizer que eu vou dormir aqui? Christopher: Claro, no precisava nem pedir. E eu me virei, com um largo sorriso no rosto, indo em direo ao banheiro... X__X Ele entrou no banheiro e eu me sentei no sof, ainda tentando assimilar tudo. Eu sabia que Christopher no me foraria a nada, mas era muito estranho dormir na casa do meu namorado, ainda mais sabendo que eu no resistia ele. Peguei o telefone e liguei pra minha me, com medo da sua reao quando lhe desse a notcia... Dulce: Me? Blanca: Filha, eu estava preocupada! A chuva que est caindo est muito forte, fiquei com medo de ter acontecido algo. Dulce: No, eu to bem. Estou no apartamento de Christopher, viemos pra c depois do jogo. E...vou ter que dormir aqui. Minha me ficou em silncio e eu j estava esperando por um ataque. Mas ao contrrio disso, ela falou calmamente... Blanca: Seu pai vai a te buscar. Dulce: No me! As ruas esto alagadas, ele no vai conseguir chegar aqui! Blanca: Mas...voc vai dormir a? Voc ainda muito nova pra essas coisas!
Eu no sabia se ria ou se chorava com a insinuao da minha me... Dulce: Me, eu no vou fazer nada, ok? Ainda no estou preparada, no se preocupe. Blanca: No quero que voc fique virgem a vida toda, mas entenda...voc ainda meu bebezinho, minha filha nica, estranho pensar em voc fazendo essas...coisas. Dulce: Ento no imagine, ok? No vai acontecer nada, fica tranqila. Amanh assim que eu acordar, peo pra Christopher me levar pra casa. Blanca: Tudo bem ento, vou tentar fazer com que seu pai no entre em desespero. Se cuida viu, filha? Dulce: Pode deixar me. Beijos. Blanca: Pra voc tambm. E ento eu desliguei o telefone, pensando em qual seria a reao do meu pai. Ainda bem que eles confiavam em mim. O problema que ao lado de Christopher, eu no conseguia confiar em mim mesma. Depois de 10 minutos, ele saiu do banheiro, j com uma cala e um casaco, pois a temperatura estava caindo cada vez mais... Christopher: Ento? Falou com a sua me? Dulce: Sim, ela deixou que eu dormisse aqui, pois viu que no tinha opo. Christopher: E j resolveu se vai tomar banho ou no? Dulce: Sim, mas no agora. S depois que voc j tiver ido dormir. Christopher: E por que? Dulce: Porque s assim voc no vai me ver semi-nua. Christopher: Que semi-nua Dulce, deixa de besteira! E quando voc for dormir no meu quarto eu vou ver, n? Dulce: E quem disse que eu vou dormir no seu quarto? Christopher: E no vai? Dulce: No, vou dormir no quarto de hspedes! Ele revirou os olhos e vi que Christopher estava comeando a se irritar... Christopher: Ta bom Dulce, se no confia em mim, faz o que voc quiser. Eu me levantei indo em direo ele, tocando seu rosto e tentando explicar meus motivos... Dulce: No que eu no confie em voc, que...eu no confio em mim quando estou com voc entende? No estou preparada ainda, voc sabe... Christopher: Sei sim e no vou te forar a nada. Mas j que voc quer assim, tudo bem, te respeito. Dulce: Obrigada. De verdade. E depois disso, ficamos pelo menos duas horas juntos. Eu com a roupa molhada ainda, pois ainda estava paranica de ficar semi-nua na frente dele. Quando deu onze horas, Christopher disse que ia se deitar e me deu uma toalha e um casaco grande, para que eu pudesse dormir. E assim que ele fechou a porta do quarto, eu fui para o banheiro, tirar aquela roupa j mida do corpo. No sabia se tinha decepcionado a Christopher ou no, mas era como eu me sentia no momento e no seria muito aconselhvel dormir com ele, ainda mais vendo aquele cabelo molhado caindo pelo seu rosto. Enrolei uma toalha no corpo e sa do Box, tendo uma surpresa ao olhar para o grande espelho minha frente. O vapor da gua embaou o espelho e ali estava escrito: Eu te amo, gatita. Um sorriso imediatamente surgiu em meus lbios, me sentido a garota mais boba do mundo, sabendo que tinha o namorado perfeito. E sem pensar duas vezes, eu me aproximei do espelho e escrevi: Eu te amo tambm... X__X 166
Depois que entrei no quarto, no consegui pregar o olho. J sabia que no ia acontecer nada essa noite, Dulce no estava preparada...e devo confessar que eu tambm tinha meus medos. Mas eu queria pelo menos dormir com ela...fazer carinho em seus cabelos, lhe dar beijos inocentes no rosto, abraar o seu corpo nessa noite fria, queria mesmo estar com ela. Mas eu no sei o que se passa na cabea de Dulce, ela me confunde bastante. Tentava relaxar, mas no conseguia. Tentei todas as tcnicas de relaxamento, mas no adiantou. Eu s dormiria com ela hoje e sabia disso. J era quase 1 da manh quando eu sa do quarto. O apartamento estava num completo silncio e tudo estava apagado. Fui andando devagar at o quarto de hspedes e quando abri a porta, a vi dormindo que nem um anjo na cama. Dulce estava toda encolhida, pois estava coberta s com um pequeno lenol nessa friagem toda. Me aproximei lentamente, tirei o lenol do seu corpo e me deitei ao lado dela, me espremendo naquela cama de solteiro. Comecei a deslizar minha mo por aquelas pernas perfeitas, que Dulce teimava em esconder e senti que ela acordava aos poucos, virando seu corpo em direo ao meu. Dulce arregalou os olhos ao me ver ali e tentou me empurrar, mas eu a segurei pela cintura, impedindo-a de tal coisa... Dulce: Chris!! Meu Deus do cu, o que est fazendo aqui?? Ela rapidamente cobriu o corpo com o lenol, desesperada, e eu comecei a rir... Christopher: Dul, deixa de ser boba. Vim dormir com voc, no estou conseguindo dormir sozinho. Eu abracei o seu corpo, mas ela logo me empurrou, com um semblante bastante preocupado... Dulce: No, Christopher! Eu s to com roupa ntima debaixo do seu casaco! Christopher: E da? O casaco chega at seu joelho! Dulce: No, ele chega nas cochas! Christopher: Que seja, no d pra ver nada! Ela estava um pouco confusa e eu comecei a passar a mo pelo seu rosto, fazendo cara de pobre coitado... Christopher: Deixa eu dormir aqui contigo, deixa? Prometo que no vou fazer nada, s quero passar a noite ao seu lado e dormir abraado contigo. Deixa, por favor? X__X Eu estava morrendo de vergonha, mas ele me pedia aquilo com uma carinha to inocente e fofa que eu no pude recusar. Me virei de costas pra ele e apenas virei a cabea, para lhe dizer... Dulce: Pode dormir aqui, mas eu vou ficar de costas pra voc! E no se atreva a olhar debaixo do lenol! Ele comeou a rir e se sentou na cama, me deixando sem entender aquele gesto. Depois que eu havia deixado-o dormir comigo, ele ia sair? Mas sem que eu esperasse, Christopher me pegou no colo, e eu fiz malabarismo para no deixar que o casaco subisse pelas minhas cochas, enquanto ele andava comigo no colo... Dulce: Christopher! O que voc est fazendo, seu louco? Christopher: Voc aceitou dormir comigo, mas voc acha que ns dois cabemos naquela cama sem cair? Eu me remexo muito quando durmo, gosto de espao. S quando ele acabou de falar que eu vi que j estava em seu quarto. Christopher me deitou na cama e eu me cobri imediatamente com o edredom ali. Ele logo deitou do meu lado e tambm se cobriu com o edredom, me abraando...
Christopher: Assim est muito melhor! Agora eu vou conseguir dormir. Eu ri sozinha e virei um pouco minha cabea, lhe dando um beijo no rosto... Dulce: Boa noite, gatito. Christopher: Pra voc tambm, gatita. E ento eu fechei meus olhos, sentindo sua respirao quente em meu pescoo e dormi que nem um anjo naquele noite...simplesmente porque havia outro ao meu lado... X__X 167 Eu acordei no dia seguinte, sentindo uma leve carcia em meus cabelos. Abri meus olhos pouco e a pouco e encontrei com aquele sorriso perfeito e aqueles olhos marrons, que mexiam com meus sentidos logo de manh. Dulce estava virada de frente pra mim e eu franzi o cenho, me acostumando com a luz fraca da manh nublada, que entrava pela janela... Dulce: Bom dia! Christopher: Est virada pra mim? Mudou de idia? Dulce: Bom...contanto que voc no olhe pra baixo. Eu olhei pra baixo, de brincadeira e em troca, recebi um tapa no ombro... Dulce: srio, Christopher! Christopher: Ok, perdo, foi s uma brincadeira. Dulce: Sabe qual a coisa mais linda do mundo? Christopher: Sei, sou eu. Eu recebi outro tapa, mais fraco dessa vez, e ns dois rimos... Dulce: Pelo amor de Deus! Christopher: Agora srio, fala. Ela comeou a acariciar meus cabelos e eu comecei a prestar ateno no que ela ia dizer... Dulce: Homem quando acorda de manh...com a cara amassada e esse cabelo pro alto. Srio, isso me encanta. Eu sorri num primeiro momento, mas logo meu sorriso desapareceu, quando eu me dei conta de algo... Christopher: Homem quando acorda...ou eu quando acordo? Dulce: Como? Christopher: Por acaso voc j acordou com outro homem, Dul? Eu fechei mais ainda minha cara e cruzei os braos, sentindo o meu estmago apertar s de imagin-la na cama com outro homem... X__X Eu arqueei uma sobrancelha e fiquei sem resposta, percebendo o que ele estava querendo dizer. Era incrvel que ele pudesse pensar algo assim, mas como j sei dos seus intensos cimes, a nica coisa que eu consegui fazer foi rir... Christopher: Eu no to achando graa nenhuma aqui! Dulce: Perdo meu amor, foi inevitvel.
Christopher: Voc me deve uma resposta, Dulce Maria! A no ser que esteja com a conscincia pesada demais para respond-la. Eu no conseguia tirar o sorriso dos lbios, enquanto pensava na resposta perfeita... Dulce: Sim, Christopher. J acordei com outro homem antes. O semblante dele endureceu mais ainda e ele se apoiou nos cotovelos, bastante bravo... Christopher: E posso saber quem foi o desgraado?? Dulce: Meu pai, quando eu tinha seis anos de idade. Eu ia de madrugada para a cama deles quando tinha algum pesadelo e minha me sempre levantava primeiro. Eu acordava e ficava vendo a cara do meu pai, ainda dormindo e sempre adorava ver aquela cena. S no deixe que ele saiba que o chamou de desgraado, Christopher, seno ele pode mudar o conceito do nosso namoro. Eu vi o seu rosto corar descaradamente e voltei a gargalhar. Christopher enfiou a cara no travesseiro e eu acariciei suas costas... Dulce: Christopher! Deixa de ser bobo! Christopher: To com vergonha! Dulce: De mim? Por favor, no precisamos ter mais vergonha um do outro. Ele olhou pra mim de lado e eu vi um meio sorriso no seu rosto... Christopher: Ah ? Ele de repente tirou o edredom de cima de ns e eu encolhi o corpo... Dulce: Chris! Christopher: U? Quem disse que no precisamos ter mais vergonha um do outro? Ento no tenha vergonha de mim, Dulce Maria! Ele me agarrou pela cintura e me colocou por cima dele, beijando minha boca sem que eu pudesse dizer nada antes. Eu deixei de me preocupar com a vergonha um pouco e aproveitei bem o sabor dos seus lbios, beijando, acariciando e aproveitando cada segundo que eu passava com ele. Mas quando ele apartou os lbios, a vergonha voltou e eu apoiei a testa em seu ombro, constrangida... Christopher: Dul, voc no pode ficar com vergonha de mim a vida inteira, voc sabe que um dia teremos que... Dulce: , eu sei. Mas fcil para um homem falar, mesmo sendo virgem. Voc no tm vergonha de seus corpos, como ns mulheres temos. Christopher: E por que voc tem tanta vergonha? Eu resolvi olhar pra ele e ser sincera de uma vez... Dulce: Porque meu corpo no perfeito, Chris. No sou uma atriz de Hollywood,tenho muitas imperfeies. E tenho medo que voc repare nisso tudo. Christopher: Dul, olha pra mim... Ele segurou em meu queixo e me fez olhar diretamente em seus olhos, transmitindo toda sua sinceridade... Christopher: Talvez as pessoas hoje em dia se importem muito com isso, pois se importam apenas com duas coisas: corpo perfeito e prazer. S querem rostos bonitos e uma noite para transar com algum, muitas vezes sem qualquer tipo de sentimento. por isso que estamos
reduzidos esse mundo medocre, onde o amor perdeu totalmente o seu valor e as pessoas apenas se preocupam em satisfazer o corpo, sem satisfazer o corao e a alma primeiro. Porque um dia, isso tudo aqui vai enrugar, por mais que voc faa mil tratamentos estticos. E quando toda essa casca linda por fora for destruda, o que vai restar essas pessoas? Nada. Pois no vo poder mais usar disso para se satisfazerem. Mas queles que amam no. Aqueles que amam verdadeiramente uma pessoa at o fim da sua vida, no vo se importar se tudo vai estar cado ou se no podero desfrutar desses prazeres do corpo como antes. As pessoas que amam, vo ter o carinho, a companhia, a amizade e aquele sentimento eterno dentro do peito, que vo mant-los vivos, mesmo quando j estiverem se aproximando da morte. Essas pessoas so diferentes, sabe por que? Eu j tava com lgrimas nos olhos e tentando conter demais o choro... Dulce: No...por qu? Christopher: Porque elas fazem amor, no sexo. Elas no s amam o corpo, mas tambm o corao, a alma, a essncia da pessoa amada. No final das contas, isso que nos mantm vivos. E eu, Dulce Maria, te amo com todo o meu corao. No precisa ter vergonha, se seu corpo perfeito ou no. Eu quero te amar tanto exteriormente quanto interiormente. Quero no s te dar prazer, mas tambm um filho. Eu quero uma vida toda ao seu lado, ser que voc entendeu agora? Eu no consegui dizer nada. Alis...o que uma mulher poderia dizer depois de uma declarao dessas? At o ser mais inseguro do mundo, como eu, poderia se sentir confiante com essa dedicao e amor que Christopher sempre me mostrou, desde quando nem sonhvamos em namorar. Digo, eu no sonhava...porque se ele fez tudo o que fez por mim, foi por ter sonhado em me ter um dia. E seus sonhos haviam se realizado, pois agora eu estava aqui, rendida ele, sem pensar em um momento futuro da minha vida do qual Christopher no estivesse ao meu lado. Eu o olhei pela ltima vez antes de beijar sua boca. Dessa vez o beijo foi mais intenso, onde eu agradeci com esse gesto tudo o que ele sempre tinha feito por mim. Todo o amor e carinho que ele me dava. Ele tinha me entregado seu corao e eu tambm estava entregando o meu ele. Minha lngua procurava a sua com fervor, demonstrando o quanto eu precisava dele. Ns perdemos o ar e paramos um pouco pra respirar. Foi quando eu o senti jogar o meu cabelo pra trs e fazer uma leve carcia na minha nuca... Christopher: Ainda no a hora, Dul. Dulce: Eu sei que no. S queria agradecer por todas as palavras e por tudo que voc pra mim. Me pergunto quando saberemos que ser a hora certa. Christopher: Nos amamos. E quem se ama sempre sabe a hora certa. s saber esperar...ela vai chegar no momento que tiver que chegar. No vamos apressar as coisas...apenas vamos deixar tudo acontecer naturalmente. Eu acariciei seu cabelo e rocei o meu nariz no seu, dizendo o que eu estava sentindo do fundo do meu corao... Dulce: Eu te amo. Muito. Com toda a sinceridade do meu ser. Ele sorriu pra mim, aquele sorriso que sempre me matava e respondeu... Christopher: Eu tambm, meu amor...eu tambm... X__X 168 Seis meses se passaram voando! Havia acontecido muita coisa nesse meio tempo. E muitas brigas tambm. Da mesma forma que o meu amor e o de Dulce ficava cada dia mais forte, as brigas apareceram nesse meio tempo. Nada grave, claro. S o tpico choque de duas personalidades fortes. Mas o melhor da briga, eram as pazes depois. Sempre pedamos mil
desculpas e ficvamos horas dizendo o quando nos amvamos. Tudo estava correndo super bem na faculdade. Tirando a parte que Nicholas tambm tinha entrado pra UFMX, tudo estava bem. Eu tentava no dar uma de namorado ciumento, mas de vez em quando eu tinha que jogar uma indireta, era inevitvel. Ela no gostava, mas na maioria das vezes ignorava, para no dar em outra briga. Dulce tinha arranjado uma amiga em seu curso de veterinria, Marcella e ficava feliz que ela pudesse ter uma companhia feminina, j que Any ainda estava no terceiro ano em nosso colgio. As coisas haviam evoludo entre a gente. Dulce j dormia no meu apartamento como se morasse nele, sua me confiava nela. Seu pai no gostava muita da idia, mas era a vontade da filha e ele no podia fazer muita coisa. Minha me tambm j tinha se conformado com a idia de eu sair definitivamente de casa, mas eu sempre ia visit-la, para que no ficasse sozinha. O ano j tinha virado e faltava apenas poucos dias para voltarmos para a faculdade. Eu estava sozinho em meu apartamento e imediatamente me perguntei o motivo disso. Dulce provavelmente no estaria fazendo nada...eu tambm no estava fazendo nada...seria timo ento se ela viesse dormir aqui. Sem pensar duas vezes, peguei o telefone e liguei diretamente para sua casa. Assim que ouvi aquela voz do outro lado da linha, um sorriso se abriu em meus lbios, desejando que ela viesse logo pra c... Christopher: Gatita? Est ocupada? Dulce: No, estava apenas conversando com a minha me, por que? Christopher: Hoje sbado, segunda voltamos pra faculdade e nenhum dos dois est fazendo nada...no quer dormir aqui? Ela riu e eu mordi meus lbios, esperando que ela desse uma resposta positiva... Dulce: So nove horas da noite, est tarde para ir at a. Christopher: Eu vou at a te buscar. No caminho eu ainda alugo uns filmes pra gente ver, o que acha? Diz que sim, por favor. Ela ficou quieta uns instante, at que logo disse... Dulce: Ok, Christopher. Mas venha aqui, por favor. Christopher: Claro! Em meia hora to chegando a, gatita. Beijos, te amo. Dulce: Eu tambm. E eu desliguei o telefone sorrindo, pensando que eu ia dormir mais uma vez com o amor da minha vida em meus braos... X__X Ele chegou no horrio certo. Desci as escadas, me despedi dos meus pais, que sempre faziam cara feia quando eu ia dormir na cara dele e sa. Assim que entrei em seu carro, o abracei, lhe dando um leve beijo nos lbios... Dulce: Que filme vamos ver? Christopher: No sei, na locadora voc escolhe. Vamos... Ele deu partida no carro e fomos at a locadora falando sobre coisas inteis. L escolhemos um romance, pra mim e uma aventura pra ele. Compramos muitas besteiras no mercado e logo fomos para o seu apartamento. Assim que chegamos l, eu tirei meus sapatos, deitando no sof, enquanto ele colocava o filme no DVD. Ele deu play e se deitou ao meu lado no sof, assistindo o seu to amado Piratas do Caribe... Dulce: Eu podia ter te dado o Box desse filme no seu aniversrio, ao invs de ter dado o Box do Indiana Jones. Assim voc no teria que ficar alugando toda hora. Christopher: Eu amo os dois, voc me deu o presente perfeito. Agora quietinha que eu quero ver o filme.
Durante o filme, eu olhava pra cara dele, vendo o quanto ele parecia vidrado na televiso. Ele parecia estar realmente l no navio, naquelas lutas de piratas, enquanto eu no conseguia ficar mais do que cinco minutos prestando ateno naquele filme. Depois de mais alguns minutos, eu comecei a beijar seu pescoo, passar a mo pela sua barriga, pra ver se ele me dava um pouco de ateno. Ele me deu um selinho rpido e voltou a olhar a televiso, enquanto eu j vi que teria que desistir da minha ttica de conquista, j que ele no ia desgrudar os olhos da tela. E ele assim o fez. S se lembrou da minha existncia quando o filme acabou, enquanto eu fiquei olhando pro teto, pensando em qualquer coisa, menos no filme que estvamos assistindo... Christopher: incrvel como eu vejo esse filme como se fosse a primeira vez, no deixo perder nenhum detalhe. Dulce: Jura? Eu nem percebi. Ele comeou a rir e me abraou, beijando meu rosto... Christopher: Desculpe amor, mas que eu gosto de me concentrar no filme que vejo. Dulce: Sei, sei...anda coloca logo o meu porque a minha vez de aproveitar. Christopher: E voc no est aproveitando? Pensei que a minha presena era suficiente. Eu dei lngua pra ele, que nem uma criana, enquanto Christopher colocava o filme que eu tinha escolhido no DVD. O filme era romance e comeava com a mocinha sendo trada pelo namorado. E acabava se apaixonando pelo seu melhor amigo no decorrer do filme e os dois se casavam. Eu senti uma imensa vontade de chorar no final, mas segurei as lgrimas, para no ficar que nem uma idiota na frente dele. Mas teve um tema no filme que me deixou um pouco encucada. E eu sabia que sobre isso eu podia falar com ele... Dulce: Christopher, posso te fazer uma pergunta? X__X 169 Ela me olhava com um semblante indecifrvel no sof, enquanto eu tirava o DVD do aparelho... Christopher: Claro gatita, se eu puder responder... Ela olhou pra um ponto fixo na parede e ficou em silncio, enquanto eu ficava cada vez mais nervoso, imaginando o que ela queria perguntar... Dulce: Por qu todos os homens traem? Eu franzi o cenho e guardei o DVD na caixinha, indo me sentar ao lado dela... Christopher: Obrigado pela parte que me toca. Dulce: No, eu no me referia a voc! Eu generalizei, eu...ah, tu entendeu, Christopher! Christopher: Acho que sim...mas por qu est me perguntando isso? Dulce: No comeo do filme...o cara era to perfeito, to fofo, mas acabou traindo ela. No entendo essas coisas. Christopher: Mas ele teve que trair pra ela ficar com o amigo Dul, afinal essa a histria do filme. Dulce: Ta bom Christopher, mas vamos colocar essa histria na vida real, ok? Esse tipo de coisas acontecem o tempo todo. Voc j deve ter tido amigos que traram, certo? Christopher: Sim, assim como eu tive amigos que foram trados tambm. Isso no defeito do homem Dulce, pois a mulher tambm trai. Dulce: Eu sei mas...voc tem que admitir que ns somos mais fortes para resistir esse tipo
de atrao. Os homens no podem ver um corpo bonito que querem possu-lo a qualquer custo. Vocs ficam cegos pelo desejo e se esquecem que do outro lado da histria tem outra pessoa, querendo amar no s com o corpo, mas tambm com a alma. Como uma pessoa pode trocar um amor de uma vida inteira por uma noite? Eu fiquei quieto, pensando no que ela estava falando. Dulce no estava muito errada...de fato, essas coisas aconteciam a todo tempo ao nosso redor... Christopher: Acho que no se deve julgar, sei l...nunca se sabe o que passa pela cabea das pessoas nesse momento. Dulce: Voc acredita...acredita que as pessoas que realmente fazem isso sentem amor? Eu olhei bem em seus olhos e vi neles a importncia que esse assunto tinha para ela. No sei se Dulce me perguntava isso pra ter algum tipo de insegurana em relao ao nosso namoro ou se era por curiosidade mesmo... Christopher: Como eu disse antes, no d pra julgar, mas...na minha opinio pessoal, eu acho que sinceramente que no. As pessoas confundem paixo com amor. Paixo o que sentimos agora, esse fogo que sentimos quando vemos a outra pessoa, essa reao dos nossos sentimos ao estarmos pertos daquele que gostamos e tudo mais. Mas o amor diferente...o amor o que fica quando todo esse fogo acaba, porque um dia ele de fato ele acaba. E tambm acho que a palavra amor est ligada respeito. A partir do momento em que voc desrespeita o outro, que trai a confiana que o outro depositou em ti, no creio que seja mais amor. Dulce: E se for um erro? Afinal, as pessoas tambm erram no? D pra julgar o tamanho de um sentimento por um erro? Eu fiquei quieto outra vez e eu estava ficando um pouco irritado por no saber responder s suas perguntas. Me deitei no sof e a fiz se deitar comigo, abraando-a... Christopher: Bom...o que voc falou certo. H casos e casos n. E essa uma opinio pessoal, no que isso seja de fato a verdade do mundo. Cada um tem sua verdade, sua forma de pensar. A pessoa pode trair a outra o tempo todo e achar que aquilo amor, essa a verdade dela. Dulce: Ento o que certo? Acho que estou me confundindo. Christopher: Acho que nunca saberemos qual o certo. O certo seguir nossos princpios sempre, respeitando ao mximo aquela pessoa. Eu no sei tudo sobre o amor, Dul. Eu me questiono bastante, sou poeta, observo e tiro minhas prprias concluses sobre o assunto. Mas ningum sabe de verdade qual a dor amor. Ela ficou quieta, enquanto eu acariciava seus cabelos, no deixando de pensar no assunto. Dulce de repente se sentou e olhou pra mim, com uma cara sria... Dulce: Eu odeio isso, odeio at falar no nome. Por isso que acho que fiquei um pouco incomodada com o negcio do filme. Se tem uma coisa que eu posso te garantir, Christopher Uckermann, que eu jamais farei algo assim. Podemos terminar pelo que for, menos por traio. Christopher: Ei! Eu me sentei tambm e segurei em seu queixo, fazendo com que ela olhasse diretamente em meus olhos... Christopher: Ns no vamos terminar, est ouvindo? Dulce: Nunca sabemos o que pode acontecer, Christopher, alm do mais... Christopher: No vamos terminar e ponto! Eu te amo, voc me ama, no vamos terminar! Dulce: Voc no pode me garantir isso! Ningum pode garantir isso, Christopher, coisas acontecem! Agora deixe de ficar estressado por um assunto besta! Christopher: Besta pra voc, pra mim bastante srio! Muito bom saber que enquanto eu to pensando no pra sempre, a mulher que eu amo est pensando no fim!
Dulce: Christopher, pra! Dulce estava quase gritando quando o telefone tocou. Olhamos pro aparelho ao mesmo tempo e respiramos fundo, tentando amenizar o clima que tinha ficado com aquela pequena discusso... Christopher: S um minuto, vou ver quem no telefone. Eu me levantei do sof e fui direto ao aparelho, ainda com um pouco magoado por saber que Dulce pensava nessas coisas. Resolvendo esquecer tudo, peguei no telefone o atendi... Christopher: Al? X__X Christopher no estava cumprindo o que uma vez me prometeu. Ele sempre soube dos meus medos e inseguranas e prometeu relevar isso tudo, mas ultimamente ele vem perdido a pacincia, como agora. E isso sempre motivos pra brigas, que estavam me cansando cada vez mais. Eu passei a escutar a conversa de Christopher no telefone e comecei a ficar preocupada com o assunto... Christopher: Em qual boate vai ser? Ah sim...quarta-feira n? Pode deixar que eu to l cara, bem-vindo de volta. A gente se fala ento...um abrao. Ele desligou o telefone e eu arqueei uma sobrancelha... Dulce: Quem era? Christopher: Christian...o treinador do Amrica deu uma folga pra ele e est aqui para nos visitar. Dulce: Aham...e voc vai pra uma boate com ele, no ? Christopher: Vou, quarta-feira, j que quinta eu no tenho aula na faculdade. Quer vir comigo? Dulce: Ao contrrio de voc, eu tenho aula na quinta. Christopher: E se no tivesse, voc iria? Dulce: Claro que no, sabe que eu odeio esses lugares! Christopher: Ainda est irritada? Eu contei at dez pra no explodir naquele momento. A pior coisa do mundo era quando voc estava irritada e chegava um outro perguntando o estado do seu humor... Dulce: Eu acho que vou pra casa. Eu me levantei para pegar minhas coisas que estavam no quarto dele, mas Christopher me impediu de passar... Christopher: Vamos parar com isso, ok? Te trouxe aqui para aproveitarmos esse ltimo dia de frias, no vamos brigar. Dulce: Mas eu... Christopher: Shh! No fala mais nada, ok? Apenas vamos aproveitar. A voz morreu na minha garganta quando Christopher comeou a acariciar meu rosto e roar o seu nariz no meu. Eu segurei em sua cintura, tentando no perder o equilbrio, no exato momento em que seus lbios pousaram sobre os meus. Eu resolvi esquecer as ltimas discusses e correspondi ao seu beijo, apertando com mais fora sua camisa, enquanto eu o sentia conduzir meu corpo at me encostar na parede. Assim que ele afastou seus lbios eu peguei ar, dando tempo pra dizer... Dulce: Ainda no, voc sabe... Christopher: Sim, eu sei...mas isso no impede que aproveitemos um pouco de uma forma
mais...intensa, no? Eu perdi a respirao, quando senti seus lbios deslizarem para o meu pescoo. Sua lngua deslizando por aquela regio me deixava louca, sem rumo, e eu fui descendo a mo at o bolso da sua cala, at que senti algo l dentro... Dulce: O que isso, Christopher? X__X 170 O meu corao parou quando ela puxou a camisinha do meu bolso. Fechei os olhos, esperando que ela brigasse comigo, mas apenas escutei sua voz calma.... Dulce: Posso saber o que isso faz em seu bolso? Por acaso me chamou aqui pra tentar algo a mais? Eu respirei fundo e abri os olhos, me deparando com o seu semblante indecifrvel, que me deixou mais nervoso ainda por no saber que reao esperar dela... Christopher: No pense que eu te trouxe aqui com essa finalidade, por favor. Eu queria realmente ficar contigo. Mas que eu andei conversando sobre essas coisas com o meu pai, me informando...e ele me deu isso, para caso acontecesse algo. Ela entrecerrou os olhos e suspirou... Dulce: E se eu no acreditar em voc? Christopher: Voc tem que acreditar! Eu estou falando a verdade, Dul! Ela comeou a rir do meu desespero e eu fiquei srio... Christopher: No to achando graa nenhuma. Dulce: Mas eu sim. Voc muito bobo, Christopher! Ta bom, eu posso ser um pouco complicada e difcil de lidar. Mas eu no ia brigar contigo por causa disso...a menos que voc estivesse pensando usar com outra. Christopher: Mas claro que no!! Dulce, por favor! Dulce: Ento est tudo bem, Chris. Eu fico at feliz por voc estar pensando em nos proteger, em fazer tudo com muita responsabilidade. Eu arqueei uma sobrancelha, no acreditando que estava ouvindo aquilo. s vezes eu pensava que Dulce era bipolar. Ela sempre tinha reaes diferentes em determinadas coisas e eu nunca sabia que reao esperar dela em qualquer situao. Sem que eu esperasse, ela jogou a camisinha pro ar e pulou no meu pescoo, derrubando os dois no cho... Christopher: Dul, o que voc est fazendo? Dulce: Aproveitando...no era isso que voc queria fazer? E antes que eu pudesse responder, Dulce capturou meus lbios em um beijo, que comeou a incendiar meu corpo mais do que devia... X__X Christopher era to bobo...mas eu amava isso! Havia ficado feliz em saber que ele estava com essa preocupao e responsabilidade em relao ao prximo passo que daramos. Quando eu toquei seus lbios, descobri que queria fazer aquele momento durar mais. Queria aproveitar bem sua boca, de seu gosto, pois eu tinha aquele frio na barriga e aquela parania de que ia perd-lo um dia. Por algum motivo hoje, mais do que nunca, eu queria acreditar que eu realmente era louca e que nada de ruim ia acontecer com a gente. Hoje seria s ns dois,
afastados das preocupaes e do resto do mundo. Ainda no era hora, eu no podia deixar meus enormes medos do dia pra noite, no era assim que funcionava. Eu ainda no estava recuperada dessa doena, apesar de Christopher ter conseguido jogar grande parte dela fora. Mas eu queria que ele soubesse o quo importante ele era pra mim e o quanto ele me fazia feliz cada segundo da minha vida. Eu comecei brincando, roando nossos lbios, nossos narizes, como se fosse o primeiro beijo, onde o casal tem medo de ir mais a fundo. Mas Christopher pareceu no entender, ou fingir que no tinha entendido, minha brincadeirinha e logo senti sua lngua atravessando meus lbios, para ir direto de encontro com a minha. Ns rolamos pelo cho e dessa vez ele ficou por cima de mim. Christopher aprofundava mais ainda o beijo, misturando e tocando minha lngua com mais intensidade, fazendo com que eu sentisse um calor subindo pelo meu corpo, principalmente entre minhas pernas. Eu arqueei meu corpo quando ele se afastou um pouco para beij-lo, mas ele se afastou mais ainda. Eu me apoiei nos cotovelos, enquanto ele estava sentado sobre mim, com um sorriso traioeiro nos lbios... Christopher: Eu adoro quando vejo seus olhos assim, nublados de desejo e sei que voc est morrendo por mim nesse momento. Dulce: Se no estivesse to na cara eu diria que era mentira, s pra voc deixar de ser metido. Christopher: Eu sei o que causo em voc. Quer continuar? Talvez se seguirmos em frente eu no queira parar. Dulce: Quem vai determinar quando devemos parar ser eu. Agora cala a boca e me beija outra vez... X__X 171 Dulce segurou meu rosto com as duas mos e me fez deitar sobre ela de novo. No sei se ela estava percebendo, mas algum aqui embaixo estava se animando demais. E eu no sabia se poderia parar na hora que ela quisesse. Eu tirei a franja da sua testa, enquanto espalhava beijos molhados pelo seu queixo, subindo para o seu rosto e depois voltando a encontrar com a sua boca. Eu sabia que era com ela, somente com ela que eu queria passar a vida toda assim, sem fazer nada, apenas trocando beijos, abraos carcias e amor. Talvez Dulce ainda estivesse insegura em relao ao pra sempre, mas eu tinha certeza de que ele aconteceria pra ns. E eu ia fazer de tudo pra que isso acontecesse, at o fim. Desci minha boca na direo do seu pescoo e logo percebi que seus pelinhos haviam se arrepiado. Eu sabia que ela perdia o controle com isso e estava provocando mesmo. Queria que Dulce largasse esse medo, que eu tambm tinha um pouco, para que pudssemos avanar em nossa relao. Ela girou nossos corpos e voltou a ficar sobre mim outra vez. De propsito ou no, ela roou a parte ntima dos dois, arrancando um gemido dos meus lbios. Eu a abracei pela cintura, apertando mais ainda nossos corpos, mas nesse exato momento ela se afastou... Dulce: ...acho que devemos parar por aqui. Eu senti um balde gua fria cair na minha cabea, enquanto ela saa de cima de mim... Christopher: Diz que voc no est falando srio, por favor. Dulce: Sinto muito, mas acho que j nos divertimos bastante, no? Eu me apoiei nos cotovelos e fiquei olhando pra ela sentada ao meu lado, incrdulo. Dulce soltou uma gargalhada ao olhar o enorme volume que estava na minha cala e eu mal consegui dizer... Christopher: No engraado no! Dulce: Ah sim! At a sua voz ta rouca! Isso tudo de excitao, Chris? Eu no sabia que causava esse tipo de coisas em voc.
Christopher: Bom, est sabendo. Agora que seu ego j est l em cima por ter me deixado louco, eu vou tomar uma ducha bem gelada, seno no consigo dormir hoje sem te atacar pela madrugada. Dulce soltou mais uma gargalhada, enquanto eu fui andando com dificuldade at o banheiro... Dulce: Christopher! Eu me virei pra ela, com cara de poucos amigos e a vi sorrindo... Dulce: No faa essa cara, meu amor...com isso eu me dei conta que a nossa primeira vez est cada vez mais perto de acontecer... X__X Christopher fez uma cara to assustada que eu no pude deixar de rir. Ele entrou no banheiro e ligou o chuveiro, enquanto eu estava muito satisfeita com o que havia feito. Podia parecer um pouco louco, mas saber que poderia enlouquecer um homem aumentava a auto-estima de uma mulher, principalmente a minha. Eu fui deitar, pois j estava com um pouco de sono. Ainda no tinha dormido quando o escutei entrar no quarto, mas fingi que j estava no dcimo quinto sono. O senti deitar-se ao meu lado e passar o brao ao redor do meu corpo. Eu no pude deixar de sorrir e se ele percebeu ou no, isso no me importava. A nica coisa que eu sabia era que tinha dormido perfeitamente bem naquela noite, sentindo aqueles calorosos braos ao redor do meu corpo. E uma semana se passou. Ns voltamos para a faculdade e Christopher foi sair com Christian pra aquela boate. No dia seguinte eu tinha perguntado algo sobre isso, mas ele desconversou e eu resolvi deixar pra l. Afinal, eu tinha que dar um voto de confiana nele e parar com minha insegurana. Christopher me amava, no? Numa sexta-feira, eu fui at o apartamento de Christopher fazer um trabalho, j que eu tinha a chave e ele sempre dizia que eu poderia entrar sempre que quisesse. Queria estar em paz e esperar por ele, enquanto no chegava da faculdade. Durante o trabalho, um passarinho pousou na janela e ficou me encarando. J estava bastante tarde para ainda ter passarinhos voando por a, e achei isso mais fantstico ainda. Fui me levantando lentamente, para no assustar o bichinho e peguei a mquina de Christopher, que estava na estante da sala. O passarinho no se moveu e eu pude tirar um monte de fotos dele. Podia parecer bobo, mas eu adorava tirar foto de animais e sempre que podia fotografava um. Mas quando fui conferir as fotos, vi algo que no imaginava. Na memria havia muitas fotos, provavelmente do dia da boate.Como sabia? Simples. Pelo ambiente escuro, pelos garotos presentes e o pior, por Christopher estar rodeado de meninas com muita pouca roupa. Algumas lhe davam beijos no rosto ao mesmo tempo e ele mantinha um sorriso enorme, muito feliz. Em toda as fotos pude ver um copo de cerveja em sua mo e logo notei que ele havia bebido. Senti meu corao apertado e lgrimas encheram meus olhos. No houve traio, pelo menos no que mostrasse nas fotos, mas seria bom que Christopher se lembrasse que tinha namorada, ainda mais ciumenta e insegura. Alguns minutos depois ele chegou em casa com aquele mesmo sorriso alegre das fotos. Eu no esperei nem ele se aproximar e comecei a falar... Dulce: Muito bonitas as fotos da boate, pena que no tenha me mostrado antes. Pelo que eu sei foi na semana passada, no ? Eu vi seu rosto ficar branco e ele se aproximou a passos largos e tirou a mquina das minhas mos... Christopher: Estava fuxicando minhas coisas? Dulce: Voc faz besteira e ainda se acha no direito de reclamar? Christopher: Mas so MINHAS coisas. Dulce: E a histria de tudo que seu meu tambm? Acho que voc est se esquecendo das promessas que um dia me fez, Christopher.
Eu comecei a fechar meus cadernos para sair dali, mas ele segurou em meu brao e me fez encar-lo... Christopher: No est pensando que eu te tra, no ? X__X 172 No podia acreditar que ela estava duvidando de mim. Depois de tudo que passamos, de todas as declaraes de amor, ela ainda desconfiava de mim... Dulce: Eu no estava l para ver... Eu soltei seu brao e me afastei, tentando manter o controle... Christopher: Eu no acredito que estamos discutindo, no acredito que estamos falando nisso. Dulce: E eu no acredito que est to ofendido por algo que SUA culpa! Christopher: Por Deus, Dulce, as fotos no tm nada de mais! Dulce: Nada de mais? Voc tirou foto com duas menina te beijando, quase nuas! Christopher: Foi beijo no rosto, nem vem! E no estavam quase nuas, as roupas eram apenas...um pouco apertadas e curtas. Dulce:E voc acha isso bonito? Se no lembra, voc tem namorada e respeito no s no trair, mas pensar que tem algum pensando em voc e te esperando!! Tudo isso enquanto voc se diverte com mil garotas s para ficar bem na frente de seus amigos!! Christopher: No creio que agora v jogar a culpa nos meus amigos! Dulce: Eu no estou jogando a culpa neles, estou jogando em voc, porque no tem bastante personalidade para dizer no e seguir seus princpios. Christopher: Est se referindo a qu? Dulce: Ao copo de cerveja que eu vi em sua mo em todas as fotos! Christopher: Agora eu no posso beber mais porque estou fazendo isso pelos outros? Dulce: Beber sim, se embebedar no! Eu sei que voc no chegado essas coisas e se o fez foi para ficar bem frente eles! No sei porque estou surpresa! Afinal, sempre foi assim na poca do Jack, no sei porque pensei que havia mudado! Ela tinha conseguido me ferir. Bastante, por sinal. Eu fiquei sem fala, sentindo meu corao machucado pelas suas palavras. E sem pensar, disse a nica coisa que estava sentindo naquele momento... Christopher: Dulce, faz um favor pra mim? V embora daqui. X__X Eu fiquei em silncio, vendo como o rosto dele estava srio. Essa era boa...ele que estava irritado? Christopher sabia como eu era e estava se fazendo de vtima! Eu no estava mentindo em nada do que havia dito. Ele mesmo sabe que sempre foi pau-mandado na poca de Jack, afinal, foi pra ficar bem diante de todos que ele invadiu o colgio para roubar a prova. Ele mesmo havia admitido isso pra mim! E queria dar uma de ofendido agora? Ah, por favor! Dulce: Claro Christopher, vou sair da sua frente j que voc no deve estar suportando olhar na minha cara. Ou ser que est me mandando embora porque no tem argumentos e sabe que eu estou certa? Voc pattico! Christopher: Eu sou pattico? Voc no confia em mim e eu sou pattico? Dulce: Voc sabe das minhas inseguranas, voc sabe dos meus medos e mostrou nessas fotos que voc estava pouco se lixando pra isso. Christopher: E voc vai usar umas fotos pra destruir tudo o que construmos em quase um ano de namoro? E eu realmente sou pattico? Acho que voc devia se olhar nos espelho mais vezes. Dulce: Eu me olho Christopher, pode apostar que eu me olho todos os dias. E cada dia eu me
conveno que eu no sou boa o bastante pra voc, j que essas garotas devem ser muito melhores que eu, j que s ando com roupa de velha! Christopher: Voc no anda com roupa de velha, larga de ser dramtica! Dulce: Sim, mas eu no sou do tipo atrativa! E se preocupa no Christopher eu vou embora e guardar meus dramas pra mim mesma. Eu comecei a recolher minhas coisas, enquanto ele observava tudo, ainda com aquela cara sria. Sa de sua casa que nem um foguete, pois no queria ficar no mesmo ambiente que ele, era demais pra mim. Peguei um txi em frente seu apartamento mesmo e fui lutando contra as lgrimas at chegar em casa. E assim que cheguei nem falei com ningum subi para o meu quarto e tranquei a porta, me jogando na cama. As primeiras lgrimas comearam a cair, at que tudo virou um pranto. Eu j no agentava mais isso, meu relacionamento com Christopher havia virado um inferno e no era de hoje. Fazia tempo que andvamos brigando por coisas bobas, dizendo-nos coisas no muito simpticas, mas hoje foi o fim. No era justo! Ele sabia como eu era e at prometeu no incio do nosso namoro saber respeitar esse meu problema. Ele sabe de toda a minha histria com Samantha, sabe dos meus medos e mesmo assim foi capaz de se meter com umas vadias! E deve ter ficado com peso na conscincia, pois se no foi capaz de me dizer nada era porque a tinha coisa. Eu j no estava mais agentando esse tipo de situao e se ainda estava com ele era porque meu amor era grande demais. Ns tnhamos que resolver isso logo, ou amos acabar nos matando ou morrendo de amor... X__X 173 Eu no havia conseguido dormir naquela noite. Fiquei rolando pra l e pra c, somente pensando em tudo o que tinha acontecido. Ela no devia ter me chamado de influencivel, isso doeu. Mas...ser que ela estava totalmente errada? Eu sabia que no comeo realmente fazia tudo o que Jack queria, para no perder minha popularidade e tudo mais. E na festa nem foi por causa dos meus amigos...ou foi? Todos estavam ficando com um monte de garotas, eu era o nico que estava apenas bebendo, mas sem ficar com ningum. Os meninos comearam a tirar fotos com a minha cmera e eu acabei me empolgando tambm. Mas jamais pensei em trair Dulce ou machuc-la desse jeito. No queria mesmo que ela visse as fotos, mas para no causar mais transtornos no nosso namoro que j estava conturbado. E doa a falta de confiana em mim. Eu no tinha ficado com ningum, por qu ela desconfiava tanto? Era algo que eu no conseguia entender, j que eu sempre demonstrei ao mximo o quanto a amava. E ento veio o medo...o medo de perd-la e de tudo se acabar. Eu no podia ficar sem Dulce, ela j fazia parte de mim. E se eu a perdesse, com certeza perderia tudo o que eu tinha. Eu iria engolir meu orgulho, falar com ela e pedir desculpas de joelho, pois isso no podia terminar. No tinha terminado, no ? Sei que a havia mandado embora, mas...isso era apenas mais uma de nossas brigas, que com desculpas e bombons tudo se resolvia depois, no? Eu realmente esperava que tudo fosse assim. No dia seguinte eu resolvi no ligar pra ela, pois ainda devia estar com raiva de mim e tudo iria piorar. Preferia conversar olho no olho, frente a frente, pra que tudo pudesse ser resolvido. Iria esper-la na porta da faculdade, para que pudssemos conversar com calma. E foi quando eu tive uma surpresa desagradvel. Vi Dulce chegando com Nicholas em seu carro, saindo do mesmo muito sorridente. O sangue subiu minha cabea, perdi totalmente o controle. Ela sabia que eu odiava ver os dois juntos, havia feito isso somente pra provocar! Sem pensar, eu me aproximei dos dois, com uma cara de pouqussimos amigos... Christopher: Posso saber o que est acontecendo aqui? Dulce de repente me olhou assustada, como se estivesse com medo de mim... Nicholas: Por favor Christopher, no comea... Christopher: Eu no estou falando com voc, eu estou falando com a MINHA namorada. Nicholas: Eu sei que ela SUA namorada, eu s estou tentando explicar que...
Christopher: Voc no tem que explicar nada, quem tem que explicar ELA! Eu j estava praticamente berrando e o semblante de Dulce passou de assustada pra irritada... Dulce: Pode deixar Nicholas...eu me resolvo com ele. Nicholas: Voc tem certeza? Dulce: Sim, pode ir tranqilo. Nicholas: Tudo bem, eu vou somente porque voc est pedindo. E me lanando um olhar matador, Nicholas saiu, me deixando ss com Dulce no estacionamento... Dulce: Agora que j deu seu showzinho, quer falar sobre o que? Christopher: Showzinho? Eu dei showzinho? E o de ontem foi o que? Dulce: Desculpa a, mas Nicholas no tava em cima de mim com roupas mnimas e me beijando no rosto no, ele s me deu uma carona. Christopher: Como se fosse pouco, minha namorada estar dentro de um carro com um outro homem! Dulce: Menos que o que voc fez bastante pouco sim! E deixa de ser criana Christopher, estamos discutimos outra vez por outra coisa, por Deus! Acho melhor conversarmos outra hora, porque do jeito que estamos as coisas s vo se complicar. Ela ia saindo, mas eu a puxei pelo brao, fazendo virar pra mim de novo... Christopher: O que foi Dulce? Acabaram seus argumentos? O semblante dela endureceu mais ainda e ela se desvencilhou de mim com muita raiva... Dulce: Acredite, argumentos eu tenho e muito! S no quero gastar minha saliva que com uma criana que nem voc! Christopher: Antes criana do que algum que se acha uma velha inteligente, mas que parece mais uma louca paranica! Ela abriu a boca pra responder, mas antes que pudesse articular alguma palavra, eu notei algo... Christopher: Por que voc no est usando o cordo que eu te dei no dia de So Valentin? X__X Eu ia responder algo bem altura, mas ele falou antes de mim. Eu olhei involuntariamente para o meu pescoo, logo me recordando que tinha tirado o cordo por causa da briga e guardado ele na minha gaveta. No pensei que ele fosse perceber, mas acho que estava errada... Dulce: Por que? Christopher: Porque quando voc tira o cordo porque est com raiva de mim. Dulce: E voc realmente precisa disso pra saber que eu estou morrendo de raiva de voc? Christopher: No, d pra ver pela sua cara, mas no esperava que fosse tirar o colar, j que estava com ele h tanto tempo. Por acaso isso um sinal de que voc no quer mais nada comigo? Dulce: E por acaso voc quer? Que eu saiba ningum gosta de uma velha louca e psictica por perto n? Christopher: Assim com nenhuma mulher gosta de uma criana pra namorar, no ? Dulce: Definitivamente eu no gosto, mas j que seu lado maduro parece ter evaporado, no? Se que um dia de verdade o teve ou foi s uma fachada pra conseguir o que queria. Christopher: Est dizendo que tudo o que eu fiz foi por um simples capricho e que fui falso contigo?
Eu sabia que aquela acusao no era verdica, mas quando estamos machucados, por algum motivo, queremos machucar as pessoas que amamos tambm, pra elas se sentirem iguais. Algo estranho, eu sei, mas coisa do ser humano. Eu olhei pra ele e passou um filme pela minha cabea. No, eu sabia que tudo aquilo no foi fingimento. Mas eu no tinha mais nada a dizer... X__X 174 Aquilo j era demais. Dulce estava me dizendo que tudo o que aconteceu no foi de verdade? Depois de todas as declaraes de amor, tudo isso foi por um capricho meu? No, no dava mais pra agentar isso... Christopher: Se tudo isso fingimento, o que estamos fazendo juntos ento? Dulce: Eu no quis... Christopher: Voc no quis o que? Dulce: Sei que no foi, ok? Christopher: Voc me disse outra coisa. Dulce: , eu sei, mas...eu no estou mais agentando essa situao Christopher! Seus cimes, voc achando que est sempre certo, as constantes brigas, isso est me matando! A voz dela comeou a tremer, como se estivesse engolindo um choro e eu respirei fundo, para engolir minhas lgrimas tambm... Christopher: Voc quer o fim? timo, vamos colocar um ponto final nisso tudo. No quero que ningum fique comigo sofrendo desse jeito. Dulce: Voc no entende... Christopher: O que eu tenho pra entender? Que voc no mais feliz comigo? , isso eu realmente no entendo. Dulce: Tudo bem Christopher, mas fique claro que VOC que est terminando comigo. Ok, terminamos ento, vai ser melhor para os dois, no ? Christopher: Creio que sim. Dulce: S espero que no se arrependa disso depois. Ela se virou rapidamente, mas eu pude ver uma lgrima rolando pelo seu rosto. O trmino nunca era fcil, mesmo no tendo mais nenhum sentimento entre um casal. H! A quem eu queria enganar? claro que tinha, pelo menos da minha parte. Mas as palavras, as aes, a falta de confiana pesavam de mais e s vezes s o amor no bastava... Christopher: No se preocupe, eu no vou. Ela parou de andar e eu vi seus ombros subirem e descerem, como se estivesse respirando fundo. E logo depois que ela voltou a caminhar que eu vi que ela estava tomando o caminho contrrio da faculdade, provavelmente iria pra casa. E eu faria o mesmo, pois no queria mais ficar aqui, precisava ficar sozinho e pensar em tudo. Entrei em meu carro e durante o caminho as lgrimas invadiram tanto os meus olhos que eu tive que estacionar em qualquer lugar, ou acabaria batendo em algum. Apoiei minha cabea no volante e deixei sair tudo o que eu tinha prendido antes. As coisas estavam erradas, no devia ser assim. O amor no devia ser assim. Ainda me lembro de tudo, de como lutamos pra ficar juntos. Digo, de como eu lutei, j que ela s sabia me esnobar e me tratar mal. Talvez no fosse mesmo para ser assim, j que ela nunca demonstrou o mesmo amor que eu sentia por ela. E talvez...tudo isso seja apenas uma besteira, pois eu ainda a amo do fundo do corao e, mesmo com todas as brigas, a falta de confiana ou sabe-se l mais o que. Ento foi que cheguei concluso de que era melhor chorar estando com ela, do que chorar sem ela... X__X
Eu sempre tive medo do amor e de me apaixonar...no toa que eu resisti bastante ele. Sempre imaginei que doesse muito, toda essa coisa de trmino...mas sentir agora na minha pele era muito pior do que simplesmente imaginar. Estava destroada. No fui para a faculdade durante dois dias, no queria encontrar com ele, no queria v-lo. Doa demais. Era como se um ferro quente estivesse pressionado sobre o meu corao. Era difcil de respirar e de no parar de chorar. Porque era s isso que eu sabia fazer nesses dois dias, dentro da solido do meu quarto...chorar, chorar e chorar. Eu era masoquista e ficava remoendo as lembranas dentro de mim. As memrias no me deixavam em paz, me assombrando como um fantasma. O dia do nosso primeiro beijo, na sala do diretor estava gravado na minha mente...o dia em que todo esse jogo comeou. O dia em que eu entrei numa brincadeira que no fundo eu sabia que no ia me levar coisa boa. E no final, eu estava certa...isso acabou da pior maneira. Christopher no pensou em mim...em nenhum momento nesses ltimos dias pensou em mim. Saiu com aquelas garotas, brigou comigo por causa de Nicholas e ELE terminou comigo. Ele terminou, quando disse, no dia em que comeamos nossa histria, que ia saber me respeitar e entender meus dramas. E agora? O que ficou? Apenas ficou meu corao destroado, minha alma vazia e meu corpo gelado...gelado e imvel, deitado nessa cama. E onde ele estaria agora? No sei nem se queria saber. Talvez estivesse com as garotas que estava no outro dia...s de imaginar a cena meu estmago embrulhava. Se fosse a um tempo atrs, eu no seria capaz de acreditar que ele faria isso...mas agora...eu no conhecia aquela pessoa. No sei como ele mudou tanto, no sei como algum conseguia se transformar tanto em to pouco tempo. Pensei que o conhecia, mas no final de tudo ele era simplesmente um completo estranho pra mim. Queria que ele morresse, que fosse parar no espao e que nunca mais voltasse. Christopher me machucou demais...de uma forma que ele nunca seria capaz de imaginar. E o pior de tudo...o pior de tudo que eu seguia completamente apaixonada por ele... X__X 175 Arrependimento matava? Se a resposta fosse sim, ento eu j estava morto, enterrado e no inferno...porque depois do que eu tinha feito, o cu era o ltimo lugar que eu ia. Malditos cimes incontrolveis. E maldito Nicholas, que est sempre presente quando eu e Dulce temos alguma briga, incrvel! Mas quem tinha estragado tudo era eu, sabia disso. Ainda mais quando eu vi que ela no dava as caras fazia 2 dias na faculdade. E eu sempre soube que, para Dulce Maria faltar a alguma aula, ela realmente no estava bem. Pensei em ir at sua casa, me ajoelhar, fazer uma serenata, encomendar um caminho com quilos de bombons...mas eu a conhecia, sabia que nada disso ia adiantar, pelo menos no agora. E depois de tudo, era capaz do pai dela me expulsar a tiros de sua casa, pois Dulce j devia ter contado o que se passou entre a gente. O que eu faria agora? Estava perdido, no sabia por onde recomear. A queria de volta, a queria ao meu lado de novo, mas...como fazer isso? Como convenc-la que estar ao meu lado a melhor coisa que ela pode fazer na vida? Eu no tinha idia do que ia fazer pra ajeitar tudo...mas que eu ia conseguir, ah eu ia! Novamente...lutando pelo seu amor. At que a vi na faculdade de novo. Com quem? Nicholas. Isso s podia ser brincadeira. O vi sarem do carro juntos, rindo os dois, como da vez em que terminamos. Meu corao pareceu parar de bater naquele momento, pois ele ficou gelado. Ento era isso? Ela no sentia absolutamente nada? O namoro terminou, nossa histria tinha ido para o ralo e ela distribua sorrisos pra quem quisesse ver. Muito bonito. Se antes eu estava mal, agora havia ficado pior. No que eu quisesse que ela morresse de tristeza, mas uma demonstrao de que tinha ficado abalada depois de que tudo terminou seria uma boa coisa. Afinal, ns passamos por muitos momentos juntos, para no sentirmos nada quando isso chega ao fim. Talvez o que eu sempre pensei dela fosse o certo...talvez Dulce nunca me amou como eu a amei. Ou como ainda amo... X__X
Eu estava arrasada, mas ningum ia saber. J bastava minha me super preocupada pelo estado que eu fiquei em casa nesses ltimos dias. Eu sempre soube esconder meus sentimentos...apesar dele ter conseguido mudar isso desde que comeou a investir em mim. Mas agora no mais. Agora eu voltaria a Dulce de antes. Aquela fria, grossa, debochada, irnica, tudo, tudo o que eu precisasse fazer para voltar a cuidar do meu corao e no entreg-lo para quem no merece. Alis, ningum o merece. E j estava na hora de voltar com os meus planos de morrer sozinha, mas com um grande trabalho nas mos. Porque no final de tudo, isso o que conta: o sucesso, o trabalho e as coisas materiais. Porque as coisas sentimentais s servem pra acabar contigo e a partir de agora, mas do que nunca, eu quero isso tudo bem longe de mim. O vi olhando pra mim, chegando com Nicholas. Bendita hora que ele ligou l pra casa perguntando se eu estava bem e se queria uma carona. Juro que no momento jamais pensei em machucar Christopher ou algo do tipo...mas ao ver o olhar dele de desprezo pra cima de ns, me senti muito confortvel. De certa forma, eu queria que ele sofresse tudo o que eu estava sofrendo, ou ainda pior. Passei o dia rindo com minha amiga da faculdade, Marcela. Ainda que meu corao estivesse chorando lgrimas de sangue, eu tinha que manter aquele sorriso estampado no meu rosto. E foi quando eu sa da sala, ainda gargalhando, que senti algum segurar meu brao com bastante fora, me levando para um lugar afastados de todos... Dulce: O que voc est fazendo, imbecil!? No sou mais propriedade sua no! Christopher: Eu nunca te considerei uma propriedade, apenas algum que eu amava. Dulce: Jura? Pois voc nunca demonstrou isso! Ele parou de repente de andar e soltou meu brao, de uma forma to bruta que eu quase ca no cho... Dulce: O que voc quer, hein? V! Est livre agora! Pra quer continuar atrs de mim? Christopher: Acho que voc j tem essa resposta. Dulce: No Christopher, eu no tenho. Christopher: Voc sabe que eu ainda te amo, no se faa de tonta. Eu respirei fundo, sentindo meu corao ser mais ainda machucado. Ele no estava falando a verdade...eu no sabia o que Christopher pretendia com esses joguinhos,mas eu no conseguia mais acreditar em qualquer palavra que saa de sua boca... Dulce: E voc no se faa de idiota, que depois de terminar comigo, volta atrs de mim como um cachorrinho abanando o rabo pro dono! Acabou, Christopher! Voc disse que no ia se arrepender, se lembra? Christopher: Me lembro muito bem, mas eu sou um estpido e me arrependi. Ser que d pra voltar pra mim? Eu soltei uma gargalhada bem alta...uma gargalhada que escondia as lgrimas que queriam cair... Dulce: De verdade, voc j soube ser mais romntico. Mas se voc estava fingindo o tempo todo e esse quem voc de verdade... Christopher: isso que voc pensa de mim? Que eu estava fingindo, que tudo o que eu fiz foi mentira? Dulce: isso o que voc me mostrou nesses ltimos dias... Christopher: No, foi isso que voc enxergou nesses ltimos dias! E no se faa de vtima agora, pois sabe que o que eu senti por voc foi sempre maior do que voc sentiu por mim. Nesse momento eu no agentei e lhe dei um tapa na cara, fazendo-o virar o rosto e deixando mostra a marca vermelha da minha mo no mesmo... Dulce: Nunca, jamais em sua vida diga que o que eu senti foi menor ou no foi o que voc precisava! Eu passei por cima de todos os meus medos pra te entregar meu corao, pra no final ele acabar pisado!
Christopher: Pisado? Seu corao est pisado? Pois no que parece, j que voc est distribuindo gargalhadas pra quem quiser ouvir! Dulce: Desculpa se eu sei seguir em frente e entender quando algo acabou! Voc acha que eu vou ficar deitada na cama, chorando o ano inteiro por voc, Christopher? No minha vida, s Samantha merece algo assim, mas ningum! Voc no merece algo assim! Christopher: E voc acha que isso que eu quero? Que voc morra de tristeza? Dulce: Pois o que voc acabou de me dizer! Christopher: Mas voc entendeu errado! Eu s queria saber se voc est sentindo minha falta tanto como eu estou sentindo a sua, mas parece que no, no ? A linda viso de voc e Nicholas me provou isso hoje! Dulce: Ah foi? timo ento, pois assim eu no preciso mais gastar minha saliva tentando te fazer entender que tudo entre ns acabou, seus olhos viram por si mesmo, n? V se me deixa em paz! Eu j ia saindo quando ele me puxou novamente pelo brao, com tanta fora que eu j estava imaginando uma mancha roxa no dia seguinte... Christopher: Voc est com ele, no ? Responda! Dulce: Isso no da sua conta...seu porco nojento! E dessa vez eu me soltei e sa correndo, antes que ele me segurasse outra vez. Eu no queria mais encontr-lo, doa demais, demais mesmo. E a nica coisa que eu fiz naquela hora foi me trancar no banheiro e chorar tudo o que eu segurei durante todo esse tempo... X__X 176 Droga! Era incrvel como eu sempre acabava fazendo tudo errado! Mas...por que eu no conseguia mais me controlar? Por que eu no conseguia ser paciente, compreensivo como era antes? No sei explicar, no sabia o que estava acontecendo comigo. Mas a cada palavra que Dulce soltava era uma pedra que ela atirava em mim. E doa mais ainda saber que por minha culpa ela tinha voltado a ser a mesma pessoa de antes. Aquela menina fria e grossa, que eu fiz de tudo pra tornar amorosa e divertida. Mas agora aquela sua outra parte estava de volta. E eu tinha medo, muito medo que ela voltasse a sofrer com isso. No sabia o que fazer, precisava de uma sada, precisava chamar sua ateno. Me recusava a acreditar que ela no tinha sentido nada com o fim, isso era impossvel! Ainda que eu continue achando que sempre a amei mais, ela sentia algo forte por mim tambm, tinha que sentir! E esse sentimento no desaparece em um par de dias, isso era impossvel! Eu tinha que chamar sua ateno de alguma forma. E apareceu a oportunidade perfeita, ainda que talvez no fosse a mais certa. Laura, uma menina que sempre demonstrou interesse por mim se aproximou na hora da sada. Eu vi que Dulce estava perto, rodeada por Nicholas e Marcela, mas sempre de olho em mim. E resolvi entrar no jogo, pois Dulce tinha que sentir algo, tinha que saber que ainda me amava. E ento, pudesse voltar pra mim outra vez... Laura: E ento... verdade? Eu parei de olhar pra Dulce e prestei ateno na loira minha frente, que estava com um largo sorriso pra mim... Christopher: Perdo, o que disse? Laura: Perguntei se verdade o que andam dizendo...que voc terminou com Dulce Maria... Christopher: Ah, sim verdade sim...por que, algum interesse? Laura: Bom...talvez at mais do que voc imagina. Ela comeou a passar o indicador pelo meu peito e eu senti vontade de rir. Eu ficava pensando no que passava pela cabea dessas garotas que queria conquistar um cara dessa forma.
Alguns gostam de fceis sim, mas s pra se divertir. Sei do que falo, tenho muitos amigos assim e sou homem, ainda que pense diferente como muitos da minha idade... Christopher: Bom...talvez eu tenha o mesmo interesse, quem sabe? Ela alargou mais ainda o sorriso, se que isso era possvel e me deu um abrao, sussurrando em meu ouvido... Laura: Podemos sair amanh, o que acha? Irmos para uma festa ou algum lugar. Christopher: Claro...me d o seu telefone, mais tarde eu te ligo. Eu peguei meu celular, gravando o nmero que a menina estava falando, enquanto meus olhos se viraram na direo de Dulce. Pensei que ia v-la com um olhar furioso, como os quais ela me lanava na poca do colgio, quando uma menina se aproximava, mas no deu muito certo...pois ela estava com a cabea apoiada no ombro de Nicholas e rindo de alguma coisa que sua amiga havia falado... Laura: Esperarei sua ligao. Christopher: Espere isso e muito mais. Eu segurei em seu rosto e lhe dei um breve selinho, olhando para ela de novo. Bingo! Por uma frao de segundo, eu vi seus olhos se arregalarem e seu rosto endurecer rapidamente. Mas foi bem rpido mesmo...pois quando ela viu que eu estava olhando, voltou a estampar aquele sorriso no rosto que antes parecia verdadeiro...mas que agora no me enganava mais... X__X Nunca, nunca na minha vida eu prendi tanto um choro como havia prendido naquele momento. Como isso? Algum me explica? Horas atrs ele estava dizendo que queria voltar comigo e que ainda me amava. E agora ele j estava beijando outra, e o pior, na minha frente! Meu Deus! Quem essa pessoa? Esse no o Christopher que eu conheci, que eu namorei, que eu amei. Ele estava muito mudado e eu no sabia o motivo dessa mudana repentina. No entendia, as peas no se encaixavam. Assim que a garota foi embora, ele entrou no carro e partiu tambm. E eu fiquei l, tentando demonstrar aquela felicidade que no existia para meus amigos, ainda tentando me achar nessa histria toda. No dia seguinte, quem estava com um sorriso de orelha a orelha era ele. Parece que ele tinha aprendido a fingir to bem quanto eu...ou tinha passado uma noite maravilhosa ao lado daquela menina. Uma noite em que prometemos passar juntos pela primeira vez...mas essa promessa, assim como muitas outras que ele me fez, estava rompida tambm. Quando entrei na sala naquele dia, vi um envelope branco na cadeira em que eu costumava sentar. Talvez algum estivesse marcando lugar e perguntei para algumas pessoas se algum j estava sentado ali, mas todas as respostas foram negativas. Eu peguei naquele envelope e meu corao imediatamente disparou, quando as lembranas assaltaram minha mente. Quantas vezes eu me peguei nessa situao no passado...quantas vezes ansiei em abrir um envelope, esperando uma frase de amor ou um poema dele. Agora a cena se repetia, mas eu no fazia idia de quem tinha me mandado isso. At que virei o papel e vi uma letra que eu conhecia bastante, escrito: Para D.M.. No, no podia ser...ser mesmo que...? Abri de uma vez o envelope, dessa vez encontrando com a sua letra, no as letras de computador, como eram antes. 'No vou desistir.' Era apenas isso que estava escrito, sem assinatura, sem nada. Mas no precisava de seu nome para eu saber de quem era aquilo. Christopher tinha me mandando o envelope, eu tinha certeza. Passei toda a aula pensando no que ele queria dizer com isso. Do que Christopher no ia desistir? De mim ou de tentar me machucar? Porque da forma que ele estava agindo, me fazer
bem que ele no pretendia. Assim que sa da aula, eu fui procur-lo. O encontrei fora da faculdade, encostado em seu carro e mexendo no celular. Aquele safado estava simplesmente irresistvel com um culos escuros no rosto e uma blusa branca que mostrava bastante bem o corpo definido que tinha. Droga! Por que ele tinha que ser to conquistador? Porque era isso que Christopher era...no toa que ele usa culos escuros noite... X__X 177 ***: Posso falar com voc? Eu parei de mexer no celular ao escutar aquela voz ao meu lado e me virei pra ela, lanando o meu melhor sorriso... Christopher: Ora, ora, que surpresa! Voc perto de mim, Dulce Maria? O que foi? Resolveu visitar o chiqueiro? Ela franziu o cenho e apertou os olhos, no entendo a que eu me referia... Christopher: Porco nojento...no assim que voc me chama? Ela bufou, fazendo sua franja balanar um pouco, o que resultou gracioso pra mim... Dulce: Por favor, sem gracinhas, ok? Vim em misso de paz...eu acho. Christopher: E posso saber a que devo a honra? Dulce: Isso. Ela esticou o brao, me mostrando aquele envelope branco que eu conhecia muito bem. Mas claro, antes ia brincar mais um pouquinho... Christopher: O que isso significa? Dulce: Como, o que isso significa? Foi voc que colocou isso na carteira que costumo sentar, no ? Christopher: Deixa eu pensar... Eu fiz uma cara de pensativo, vendo que o rosto dela se endurecia cada vez mais de raiva. , acho que no devia testar muito a pacincia de Dulce, a conheo suficientemente bem pra saber disso... Christopher: Quem sabe no foi Nicholas? Ou o bad boy, que agora virou anjinho j desistiu de voc? Vai ver ele gostava mais da competio em si do que propriamente de voc..e claro, agora que eu sa do preo, ele desistiu de tentar algo...ou estou errado? Ela respirava cada vez mais fundo e eu vi que estava cutucando a ona com vara MUITO curta... Dulce: Eu disse: SEM GRACINHAS! Ser que muito difcil responder um sim ou um no? Christopher: E o que voc quer saber? Se eu sigo enviando envelopes para tentar te reconquistar e te fazer minha outra vez? Eu ri sarcasticamente, como se considerasse aquela idia absurda. Dulce olhou para o envelope com um semblante confuso, balanando levemente a cabea, como se no tivesse entendendo nada. E eu vi que j estava na hora de acabar com isso... Christopher: A resposta sim. Eu que mandei. Ela me olhou de repente, como se tivesse fogo nos olhos e me deu dois tapas bem fortes no
ombro... Dulce: Voc quer parar de brincar com a minha cara?? Voc ainda me deixa louca, Christopher! Christopher: Talvez essa seja a minha inteno...fazer com que voc volte a ser louca por mim... X__X Eu tive vontade de rasgar aquele envelope naquele momento. Mas eu no podia...simplesmente porque eu ainda me sentia fraca na sua presena. E no que ele estava pensando? Ele no precisa se esforar pra fazer com que eu seja louca por ele, porque eu j sou. Ser que Christopher to burro a ponto de no saber que no se esquece um amor assim, da noite pro dia? Dulce: Ok, eu j obtive a resposta que queria. Com voc realmente no se d pra conversar, adeus. Christopher: Espera! Eu j ia me virando, quando o sinto me segurar pelo brao. Christopher colocou o culos sobre a cabea e encostou sua testa na minha, agarrando fortemente minha cintura para que eu no pudesse escapar... Christopher: Volta pra mim, por favor...eu no agento mais viver sem voc. Ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto, o empurrando pelo peito, mas sem conseguir que ele me soltasse... Dulce: Voc disse que no ia se arrepender e no pensou duas vezes em me machucar. Christopher: Te machucar? Ele me soltou de repente e eu quase ca no cho... Christopher: Eu que estou arrasado, dedicando cada segundo do meu dia a pensar em como viver sem voc! E adivinha? Ainda no achei a resposta! Dulce: Ah claro! A resposta deve estar nas garotas que voc anda paquerando por a, no ? Ele apertou os olhos, como se tivesse com raiva e colocou as mos sobre a cintura... Christopher: Por que voc est fazendo isso? Dulce: Isso o que? Christopher: Isso! Fingir que se importa! Voc mesma me disse que s fica mal por causa de Samantha, porque s ela merece isso! Mas caso voc no saiba, eu fico deitado todos os dias derramando lgrimas por voc! Dulce: Oh, pobre coitado! Olha a minha cara de pena Christopher, no ferra! Realmente deve chorar muito, principalmente no colo de loiras gostosas com que voc deve ser passado a noite. Christopher: O que? Voc realmente acha que eu quebrei nossa promessa? Dulce: Eu no duvido de mais nada. E quer saber? Eu no me importo! A vida sua, faa o que quiser, e transe com quem quiser, boa sorte! Eu vi que tinha pegado um pouco pesado, quando vi lgrimas em seus olhos. Mas eu estava machucada demais e o responsvel por isso era ele! Ainda que eu odiasse v-lo com essas pequenas gotas de gua rolando pelo seu rosto... X_X 178
Odiava ver que ela tinha voltado a ser como era antes. Odiava o fato dela ter escondido dentro de si aquela pessoa amorosa e boba, que foi ao meu lado. Odiava o fato de suas palavras ainda me machucarem bastante...e o pior, odiava o fato de ainda am-la mais do que minha prpria vida... Christopher: Sabe? Esse o verdadeiro problema. Voc nunca se importou Dulce. Voc nunca me amou como eu te amo, voc nunca fez nada por mim. Por que est fazendo isso agora? Eu segurei em seu brao, fazendo-a me encarar. Os olhos dela se encheram de lgrimas tambm, mas seu rosto expressava uma raiva que eu poucas vezes havia visto... Dulce: Eu odeio, odeio mesmo a forma como voc repete isso. Deixa eu te deixar uma coisa bem clara: No porque uma pessoa no ama que nem voc, no quer dizer que ela no ama com tudo que pode. Eu olhei pra baixo, ainda segurando seu brao, e sussurrei... Christopher: Shakespeare. Dulce: Exatamente, que bom que voc sabe. S que depois de tudo o que voc me disse, no d mais, no pra mim. Vamos ter que aprender a viver separados e deixar tudo o que passou pra trs, porque eu no quero sofrer de novo. Agora me solta porque eu tenho que ir pra casa. E eu a deixei ir. Talvez no tivesse mais nada a ser discutido. Talvez esse fosse mesmo o fim. Duas semanas depois, eu estava fazendo um trabalho na hora do intervalo, enquanto comia algo. Bruno, um colega meu de classe sentou-se ao meu lado, colocando um panfleto sobre o meu livro. Christopher: O que isso? Bruno: Festa do pessoal da enfermaria, mas todos esto convidados. Aqui no campus mesmo, est liberado. Christopher: De verdade? Quando? Eu peguei o panfleto, enquanto Bruno falava vrias coisas. Uma festa...bebidas, amigos..., seria uma tima oportunidade pra seguir em frente... Bruno: Aquela ali no amiga da sua ex? Eu olhei pra onde ele estava apontando e vi Marcela olhando pra mim e, ao ver que eu olhava, sorriu timidamente, logo em seguida virando o rosto... Christopher: sim, por que? Bruno: Ela estava olhando pra voc com uma cara muito apaixonada. E no de hoje que eu reparo isso. Christopher: Pff! Marcela? No cara...ela amiga da minha ex. As mulheres tem essas regras de no ficarem com os ex-namorados das outras. Bruno: Sei no, viu? Do jeito que ela te olha... Eu olhei novamente pra Marcela e reparei que ela estava olhando outra vez pra mim, com um sorriso maior no rosto... Bruno: Se eu fosse voc, no a deixava escapar... Christopher: No vou fazer isso, voc sabe...ela amiga da minha ex...Dulce vai ficar furiosa. Bruno: Mas assim que bom, amigo! Assim as mulheres vm que voc j seguiu em frente. Eu olhei pra Marcela pela terceira vez e tive uma idia. Mas no pra deixar Dulce furiosa...bem, talvez um pouquinho. Eu tornei a olhar pro meu amigo com meio sorriso nos lbios, j planejando tudo para ter minha ruiva fria e arrogante de volta... X_X
Marcela: Vaaaamos Dul, por favor! Vai se divertido! Eu olhava para aquele panfleto pela milsima vez, no sentindo qualquer vontade de ir nessa festa... Dulce: Voc sabe...msica agitada, bebidas, pessoas...no gosto dessas coisas, prefiro ficar em casa. Marcela: Voc vai gostar, escuta o que eu estou dizendo! Faz um teste, no custa nada. Nicholas com certeza vai... Ela disse com a voz num tom malicioso e eu olhei pra ela, arqueando a sobrancelha... Dulce: O que voc quer dizer? Marcela: Bom...ele gosta de ti. Dulce: Sim, e da? Marcela: Voc poderia dar uma chance pra ele, coitado. Nicholas sempre fez tudo por voc, incrvel a forma como ele se dedica voc. Dulce: No vou ficar com ningum por pena, muito menos pra dar iluso. No gosto disso. Marcela: No questo de dar iluso, questo de tentar amar outra vez...e Nicholas parece perfeito pra essa funo. Dulce: Que funo? Me fazer esquecer Christopher? Marcela: Sim. Dulce: Isso no vai ser possvel vendo-o todos os dias aqui, acredite. Ela ficou quieta e eu voltei a olhar o panfleto da festa. Eu no ia ter nada pra fazer no dia...mas se Christopher fosse, com certeza ia ficar com mil pessoas na minha frente e eu ia me sentir mal. Mas eu precisava me divertir, era s me afastar dele. Sim, essa seria a melhor deciso... Dulce: Ok, eu vou nessa festa ento! Espero s no me arrepender! Marcela: Voc no vai, eu tenho certeza! X__X 179 E o dia da festa havia chegado. O povo estava bem animado, o que me deixou mais alegre tambm. Nos sentamos em uma mesa com o pessoal do curso de letras e comeamos a beber e conversar. Quanto tempo eu no curtia uma festa assim. Eu olhava ao redor, esperando v-la. Meu plano estava armado e, ainda que Dulce no viesse, o que era o mais provvel, j que ela nunca gostou desses lugares, eu faria o que planejava. Afinal, as fofocas aqui correm soltas e com certeza ela iria ficar sabendo do que eu ia aprontar. Mas para a minha surpresa, meia hora mais tarde ela chegou, acompanhada de Nicholas e Marcela, como sempre. Aquele cara depois do fim do nosso namoro no desgrudou mais dela. Talvez ele estivesse com esperanas de finalmente conquist-la, achando que eu estava fora do preo. Mas para a infelicidade dele, eu estava mais do que nunca lutando pelo amor da mulher que amava... Bruno: Eu vou tirar algum pra danar, voc vem, Christopher? Christopher: Sim, agora mesmo. E poria meu plano em prtica. Dulce estava perto da mesa de bebidas, conversando alegremente com seus amigos de infncia. Pra quem no gostava de fazer novas amizades e ter contatos com pessoas, ela at que estava bem animadinha... Christopher: Ol! Eu cheguei perto dela e do grupinho de amigos e Dulce virou pra mim, com uma cara de nojo.
Aquela mesma cara que ela fazia quando ela ainda fingia me odiar, na poca do colgio. Eu deveria realmente ser um porco nojento, pra ela torcer o nariz cada vez que via minha cara... Dulce: O que voc est fazendo aqui? J no disse pra ficar longe de mim? Christopher: No se preocupe, madame, vou manter distncia. Quer danar comigo? Eu olhava pra ela e vi quando arregalou os olhos, completamente surpresa... Dulce: Ora! Voc sabe que pra mantermos distncia! Christopher: Perdo, mas eu no estava falando contigo. Ento Marcela, aceita meu pedido? Eu no sei do que ria primeiro. Se era da cara chocada de alegria de Marcela ou a cada de ofendida, que Dulce havia feito... Marcela: Mas...eu? Christopher: Sim, eu gosto de danar com mulheres delicadas e simpticas. E voc a nica aqui, aceita? Ela olhou pra Dulce, mas a minha ruiva no tirava os olhos de mim e no lhe deu ateno. Marcela: Mas... claro que eu aceito! Era o que eu esperava. Belas amigas que Dulce tinha. Realmente estava lhe fazendo um favor. Sorri sinicamente e olhei mais uma vez para a minha gatita, que dessa vez no escondia seus sentimentos e me lanou um olhar assustador. Como diz o ditado: se olhar matasse, eu definitivamente j estaria morto e enterrado... X__X Eu no podia acreditar! No podia mesmo! No sei de quem ficava com mais raiva! Se era de Christopher, por estar flertando com a minha amiga, ou se dela, que estava muito animada, danando com meu ex-namorado, sabendo que eu ainda gostava dele... Dulce: Eu sabia que no devia ter vindo, sabia! Nicholas: Est com tanta raiva por que? Dulce: Minha amiga me traiu! Nicholas: Traiu? S porque ela est danando com seu ex-namorado? Dulce: Danando? Eu olhei pra pista de dana, vendo Christopher sussurrar algo no ouvido dela e a agarrando pela cintura, exatamente da forma que fazia comigo. Marcela ria sem parar e de longe eu via que seus olhos brilhavam... Dulce: Me desculpe, mas aquilo ali est parecendo muito mais do que uma dana. Nicholas: E se for? Ele no mais nada seu Dul, e Marcela livre. Qual o problema? Dulce: No acho certo...a amiga ficar com o ex-namorado de outra, ainda mais depois de tudo estar to recente. Nicholas: Quem v...pensa que est com cimes! Dulce: Eu com cimes? Acredite, sou bem controlada em relao isso. Nicholas: Sei...e no exagere. Ainda que eles estejam flertando um pouco, no esto ficando. Foi quando eu vi os olhos deles se arregalarem e eu olhei pra pista de dana, vendo Christopher beijar Marcela de uma forma bem intensa. E que ela correspondeu na mesa intensidade... Nicholas: Bom...at agora. Parei de respirar naquele momento. Eu reparava em tudo, na forma que ele segurava a cintura, como a boca dele se movimentava sobre a dela, como Marcela segurava em sua nuca
e tudo mais. Meu orao batia acelerado, parecia que ia rasgar o peito. Segure as lgrimas. Era tudo o que eu pensava. Nunca foi to difcil fingir algo. Ouvia a voz de Nicholas falando qualquer coisa, mas no dei ateno. Tinha que me concentrar bastante para manter o controle. Alis, ser que eu ainda tinha qualquer tipo de controle? E quando ele acabou de beij-la, olhou pra mim. Eu no consegui desviar o olhar. Era mais fcil na poca do colgio, no encar-lo, mas agora...o seu olhar me enfeitiava. Christopher piscou pra mim e sussurrou novamente algo no ouvido de Marcela. E ela...como uma tima amiga, deslizou as duas mos pelas costas dele, at segurar em sua bunda. Eu ri. No conseguia acreditar. Queria chorar, mas frente todos, rir era o melhor, no ? E como diz o ditado: quem ri por ltimo ri melhor. E eu vi que ia soltar bastantes gargalhadas, quando o rapaz mais bonito do meu curso me chamou pra danar. Olhei pra ele e logo em seguida olhei pra Christopher, que tinha perdido o sorriso triunfante no rosto. Eu no sabia o que ele estava pretendendo com essa batalha. Mas ele queria guerra...ento uma guerra teramos. Dulce: claro que aceito! Peguei na mo do rapaz e abri um largo sorriso. Afinal, eu realmente sabia disfarar bem. Ainda que dessa vez tive que usar minhas ltimas foras pra agentar a cena que vi. Mas Christopher Uckermann ia descobrir agora que com os sentimentos de Dulce Maria no se brinca... X__X 180 Dulce jogava muito bem, admitia isso. Sempre soube, desde a poca da aposta, ela sempre soube se sair bem quando estava perdendo. E agora no era diferente. Havia ficado irritado. Os dois na pista de dana, danando agarrados, me tirava do srio! Ainda mais que aquela menina que estava ali, danando daquele jeito sensual, com um cara que ela mal conseguia...no era a minha Dulce. Era uma atriz, uma personagem que ela sempre cismava em interpretar para esconder seus sentimentos... Marcela: Chris! O que foi? Ela seguiu meu olhar, que estava atento em Dulce e fez uma cara feia... Marcela: Ainda se importa com ela? Christopher: No, que...s me chamou ateno, Dulce nunca foi assim. Marcela: Est tentando ser feliz. Ou achou que ela ia morrer apaixonada por voc? Assim que vocs terminaram, ela j seguiu em frente. Eu olhei pra Marcela, arqueando uma sobrancelha, um pouco incomodado com o que ela havia dito. Mas eu sabia que no era assim....porque simplesmente, comigo esse tipo de coisas no funcionavam. As pessoas no iam subestimar minha inteligncia. Conhecia Dulce mais do que qualquer um neste lugar. E no importava o que Marcela dizia...eu sabia como minha gatita atuava, de uma forma que podia enganar a todos. E era s seguir meu corao...e ele me dizia que nada estava perdido. S que eu comecei a duvidar dessa tese quando ela se deixou ser beijada pelo cara. Engoli em seco, tentando parar os rpidos batimentos cardacos do meu corao, que pareciam querer rasgar meu peito naquele momento. E foi a que eu vi que o feitio tinha virado contra o feiticeiro. Mas eu no sabia perder mesmo e no me conformava. Tinha que fazer alguma coisa. Eu ia ganhar de Dulce outra vez... X__X Foi muito estranho. Beijar algum assim, por vontade prpria, que no fosse ele. Mas at que foi bom...o rapaz beijava bem. Ainda que eu preferia estar abraando o canalha e cafajeste que estava ali perto de mim. Nem consegui me concentrar direito. Fiquei de olho aberto a todo
momento, vendo se ele estava olhando. E Christopher nem se esforava em disfarar. Se notava de longe o quanto ele estava incomodado, olhando a cena. Ponto pra mim! Continuei danando um pouco mais sensualmente. Mas Christopher tambm no perdeu tempo e voltou a atacar Marcela. Ele no desistia. Mas o golpe mais baixo, foi quando ele comeou a beijar o pescoo dela. Daquele mesmo jeito que fazia comigo...somente comigo. Doeu demais, de uma forma que eu at me surpreendi. Afinal, ele j devia ter feito isso em outras garotas antes de mim e de Dbora. Claro que eu no era a exclusiva dessa sua carcia to especial, mas...imaginar uma coisa, ver na sua frente, com uma amiga sua, outra totalmente diferente. E eu tive que retirar a tropa, pois essa batalha eu havia perdido. Ele ganhou...mais uma vez. Tive que sair correndo dali. Era demais para mim. Ainda que soubesse fingir muito bem certas coisas, eu j estava no meu limite h muito tempo, meu corao estava pesado, parecia que ia transbordar. E transbordou...em lgrimas, no caminho em direo ao banheiro feminino do campus. No devia ter ningum l, todo estavam na festa. Eu poderia estar em segurana, sem que ningum viesse perguntar o que tinha acontecido e eu teria toda a privacidade que eu precisava para desabar. Simplesmente fechei a porta e praticamente me joguei no cho, pois no estava agentando mais com as minhas pernas. Limpava as lgrimas do meu rosto, mas ela rolavam sem cessar, de uma forma impossvel de controlar. Sem sada, me limitei a colocar as mos sobre meu rosto e deixar que meu corao aliviasse a dor que estava sentindo, chorando. Mas o que eu estava sentindo naquele momento parecia que nunca ia passar... X__X 181 Assim que levantei o rosto e a vi me encarando, sem qualquer tipo de mscara e mostrando o que sentia, eu parei. Tinha exagerado, havia me dado conta naquele momento. Nunca precisei dizer que esse gesto era exclusivo dela, Dulce sabia. Por algum motivo esse tipo de carcia marcou a gente, desde o comeo de todo esse rolo, de toda a aposta, quando eu beijava seu pescoo carinhosamente, vendo como os plos do seu brao se arrepiavam com tal carcia, tentando conquist-la. E agora eu estava aqui, fazendo isso com outra...e essa outra sendo sua grande amiga. Idiota! Ela saiu correndo at o banheiro e eu a segui. Se Dulce pensava que ia conseguir se esconder de mim no banheiro feminino, estava muito enganada. Todos estavam na festa, ningum ia se preocupar de vi pra c agora. Sem pensar duas vezes, entrei no banheiro e a encontrei sentada no cho, com o corpo tremendo em soluos e suas mos escondendo o seu rosto. O meu corao doeu ao v-la assim e doeu mais ainda ao saber que era o provvel culpado de todo o seu pranto. Sem que ela percebesse, me sentei ao seu lado e rodeei seu corpo com meus braos. Dulce levantou a cabea e, ao me ver, tentou se afastar... Dulce: Me solta, Christopher, me deixa! Eu quero ficar sozinha, sai! Ela tentava sair de meus braos, mas eu a apertei mais ainda contra mim, a impedindo de tal ato... Christopher: No vou sair, olhe como est! Jamais vou te deixar sozinha desse jeito. Ela pareceu finalmente desistir de lutar e enterrou a cabea em meu peito, se entregando completamente s lgrimas. Eu a abraava e passava a mo pela suas costas, enquanto beijava sutilmente sua cabea... Christopher: Chore, chore o que tiver pra chorar. Voc no est sozinha, gatita. Eu to aqui, nunca se esquea disso. Ela passou os braos ao redor da minha cintura e se apertou mais ainda contra mim, como se fosse uma criana com medo, apavorada. Eu senti vontade de chorar tambm, mas vi que tinha que me segurar, pois eu tinha que me preocupar em consol-la.
Nem sei dizer ao certo quanto tempo ficamos ali, sentados e abraados. Com Dulce era assim. No importa a situao em que nos encontrvamos, eu sempre perdia qualquer noo do tempo quando estava ao seu lado. Ela era o meu tempo. Ela era minha vida e eu ainda no sei o que estamos pretendendo com essa separao... X_X Bastante irnico, no? O causador das minhas lgrimas estava me consolando. Eu no sei o que estava fazendo, deixando que ele me visse to frgil assim, depois de tudo que aconteceu. Mas o que fazer? Eu no podia sair dali. Eu no queria sair dali. No sei o que ele tinha, mas as minhas lgrimas foram cessando com o tempo. No sabia se era sua compreenso silenciosa que me trazia tranqilidade. Ou o calor de seus braos que me faziam sentir completamente segura. Meio que inconscientemente, comecei a passar minha mo por toda a extenso de seu brao, sentindo a textura da sua pele. Eu suspirei, pensando no quanto isso me fazia falta. No quanto ele me fazia falta. Christopher pareceu perceber que meu choro tinha passado e levantou meu queixo, fazendo-me encar-lo... Christopher: Est melhor? Eu apenas assenti e sussurrei um obrigada to baixo, que pensei que ele no tivesse ouvido... Christopher: Voc no tem o que agradecer. Uma vez disse que sempre estaria com voc e eu falava srio. Dulce: Mas eu pensei que estivesse com dio de mim. Eu estou com dio de voc. Christopher: No importa o que ns estivermos sentindo em relao ao outro, sempre que precisar, estarei aqui pra voc, mesmo querendo te matar. Eu fiquei sem palavras, apenas olhando em seu olhos. Christopher no parava de olhar para a minha boca um minuto e eu sabia que ele queria me beijar... Christopher: Me promete que sempre que se sentir mal por algum motivo ou outro, vai me procurar? Sabe que sua tristeza passa quando est comigo, acabou de provar isso agora. Dulce: Pode ser, mas eu no sei se vou conseguir. Eu te odeio e voc sabe. Christopher: Odeia? uma pena, porque eu ainda te amo. Tanto como antes ou mais. Ele acariciou meu rosto e eu comecei a tremer com o seu toque. Meu corao j estava disparado dentro do peito e eu respirava com dificuldade. Queria dizer que o amava ainda tambm, apesar de tudo, mas no podia admitir isso. No depois de tudo que ele fez... X__X 182 Por mais que ela dissesse que me odiava, eu sabia que no era verdade. Seus olhos e sua forma de agir provavam totalmente o contrrio, por mais que ela negasse. E eu tinha uma pergunta em mente, que precisava ser feita... Christopher: Voc...voc estava chorando por mim, no ? Ela simplesmente assentiu e olhou pra baixo, de uma forma to triste que deixou meu corao mais partido ainda... Christopher: Me desculpe... E ento eu a abracei, to forte, mas to forte que eu no pude evitar que duas lgrimas rolassem pelo meu rosto naquele momento. Respirei fundo, tentando segurar bem as outras lgrimas que queriam sair e Dulce percebeu, pois se afastou de mim com o cenho franzido... Dulce: Por que voc est chorando tambm?
Christopher: Como por que? Me mata de ver desse jeito. Ainda mais porque eu fui o responsvel por isso. No esperava que voc fosse ficar assim, de verdade. E...porque eu sinto sua falta. Ela ficou quieta, me olhando, como se no soubesse o que dizer naquele momento... Christopher: Vamos parar com isso? Sabemos onde est nossa felicidade. Dulce: Eu pensava que sabia, Christopher, de verdade. Mas hoje...eu j no tenho tanta certeza. Ela tentou se levantar, mas eu ainda a mantive em meus braos, pois no havia acabado de dizer tudo o que eu queria. E Dulce ia ter que me ouvir... X__X Eu tinha que sair dali. Seu consolo, as lgrimas em seus olhos, sua voz mansa..tudo me atraa de volta at ele. E eu no podia! O medo me dominava mais uma vez, eu estava apavorada de passar por tudo de novo. Eu no queria mais isso pra mim, estava cansada de toda essa situao. Mas Christopher tinha mais coisas a dizer...e no sabia at quando ia resistir... Christopher: Voc disse que eu sempre fui seu heri, lembra? E uma vez ouvi dizer que o poder de um heri est em seu corao. E sabe o que tem no meu corao? Dulce: O que? Ela disse com a voz rouca, como se esta estivesse presa em sua garganta... Christopher: Em meu corao est voc. E quando voc se foi...eu perdi todo o poder de heri que eu tinha. Agora sou apenas um pobre mortal, procurando desesperadamente trazer de volta pra si aquela que a fora do meu corao. No era fcil lidar com uma poeta, porque este sempre sabia usar as palavras certas. Meu corao se apertou mais ainda dentro do peito e, em conseqncia disso, mais lgrimas rolaram... Dulce: Por favor, Christopher, no... Christopher: Eu que te peo por favor. Estou rendido aqui perante ti, perdi a guerra, admito minha derrota. Eu s quero voc de volta, que se dane o orgulho ou esse jogo ridculo que estvamos jogando. Dulce: Eu estou machucada. As feridas que o meu amor por voc tinham cicatrizado agora abriram novamente, dando espao para o medo. No quero mais passar por aquilo de antes, por favor. Christopher: No passaremos, eu prometo! Dulce: , voc tambm prometeu que me faria a mulher mais feliz do mundo e veja agora como eu estou. E finalmente ele se calou. Christopher desviou o olhar, como se estivesse tentando achar uma resposta para me dar, mas ns dois sabamos que no havia nenhuma. No nesse momento, que fizssemos ficar juntos outra vez... Christopher: Ento simplesmente vamos levantar a bandeira branca. Eu j te esperei uma vez, posso te esperar de novo. Dulce: Voc est esperando algo que talvez no acontea. Christopher: Eu estava sob a mesma circunstncia no passado, no est muito diferente agora. No importa o que eu estiver esperando, vai valer pena. Dulce: Voc louco. Christopher: Por voc. Eu limpei a ltima lgrima que caa, mas com um sorriso no rosto que eu no pude evitar em abrir...
Christopher: Ento concorda? No mais guerras estpidas? Vamos tentar viver como gente? Dulce: Sim, eu no estava mais agentando todo aquele jogo. Era desgastante demais. Christopher: Posso te levar em casa? Eu arregalei os olhos, j me levantando do cho e ele fez o mesmo... Dulce: Ns no voltamos, Christopher, e tambm no somos amigos. Christopher: Eu sei, mas mesmo no sendo seu namorado ou seu amigo, me preocupo com voc. Te conheo o suficientemente bem para saber que voc no vai voltar para a festa com essa cara vermelha e inchada, pois morre se algum te vir assim. Tambm sei que a senhorita no sabe dirigir e que se acha invencvel o bastante para pegar um nibus uma hora dessas da noite. Sua nica opo sou eu. Eu ri mais uma vez, no sabendo se odiava ou se amava o fato dele me conhecer at mais do que eu mesma... Dulce: Existe txi, j ouviu falar? Ele revirou os olhos e cruzou os braos, lanando-me um sorriso torto irresistvel... Christopher: Ok, voc venceu...mais uma vez. Mas eu te levo at a porta da faculdade. Dulce: No precisa, tenho duas pernas, posso chegar at porta sozinha. Christopher: Mas se algum vier falar contigo, vai deixar que te vejam assim? Dulce: Christopher...eu sei que minha cara fica muito estranha quando estou chorando, mas de verdade, est me fazendo com que me sinta um monstro. Ele soltou uma gargalhada e eu coloquei uma mecha de cabelo pra trs, mordendo os lbios para no sorrir outra vez. Ou ele ia achar que eu estava adorando nosso papo, do jeito que ele era. E o pior de tudo que de fato eu estava adorando... Christopher: Sabe que nem se quisesse muito iria parecer um monstro. Mas ok, vamos jogar com sinceridade ento. Isso s um pretexto para ficar mais um tempo ao seu lado. Dulce: Ok, faa o que voc quiser. E ento eu sa do banheiro, mas tendo a plena certeza de que Christopher estava em meu encalo, me protegendo como um heri... X__X 183 Era por isso que eu ainda amava Dulce. Educada, como sempre. E eu me divertia com esse jeito. Fazer o que? Quando se ama simplesmente se ama, sem explicaes, julgamentos ou qualquer coisa do tipo. E eu amava essa ruiva grossa e mal-educada. Ns dois ficamos esperando por um txi em frente porta do campus, mas parecia que o Universo estava conspirando ao meu favor e nenhum passava ali. Percebi que ela esfregava os braos, como se estivesse com frio, e dei um passo, mas fui logo repreendido... Dulce: Estou com frio sim, mas nem venha me abraar! Christopher: Tem certeza? Voc sabe que eu consigo te esquentar. Ela ficou boquiaberta com o duplo sentido da frase e em seguida fechou a cara... Dulce: Pois eu no estou interessada. Vai esquentar Marcela. Eu gargalhei alto, no acreditando que tinha ouvido aquilo... Christopher: Ciumenta.
Dulce: Galinha. Christopher: Grossa. Dulce: Idiota. Christopher: Mal - educada. Dulce: Porco nojento. Christopher: Eu te amo. Dulce: Eu tam...no! Ela colocou a mo na boca, enquanto eu ria sem parar... Christopher: O que voc estava dizendo, Dulce? Dulce: Nada! Eu no disse nada, ok? E para de rir porque j est me dando nos nervos! Christopher: J sei agora como fazer voc confessar as coisas. Dulce: Eu te odeio! Christopher: No era o que voc ia dizer agora h pouco, no? Dulce: Olhe, a vem um txi! Eu olhei pra trs, enquanto Dulce fazia sinal e logo em seguida o carro se aproximava. Resolvi deixar isso pra l, pois j tive a meia resposta que queria... Christopher: Desculpe mais uma vez...pelo que aconteceu l dentro. Tenha uma boa noite. Dulce: Pra voc tambm. Ns ficamos nos olhando por alguns segundos e eu abri a porta do txi pra ela. Lhe dei um beijo rpido no rosto, antes que ela protestasse e Dulce apenas sorriu, entrando logo em seguida no carro. Eu fiquei olhando o carro partir com um sorriso no rosto, sabendo que as coisas estavam comeando a andar outra vez entre a gente... X__X Hoje era aquele dia. Fevereiro, Sam...exatamente este dia. Ainda que com o passar dos anos a dor foi amenizando, nessa data sempre me via naquele cemitrio, me culpando por estar brigada com ela no dia em que se foi. Neste dia eu ficava assim, olhando para o cu e falando com ela por pensamento, pensando se talvez ela estivesse me ouvindo ou pelo menos sabendo o quanto eu sentia falta dela. E o quanto eu sentia por tudo. Marcela veio falar comigo hoje, trs dias depois do que tinha acontecido e bem nesse dia em que eu estava a fim de ficar sozinha. Hoje realmente no era o dia de sorte dela... Marcela: Eu s queria me desculpar! Tentei ligar para voc durante todo o fim de semana, no devia ter ningum em casa, pois no atendia o telefone. Dulce: No, eu passei todo o tempo em casa, a opo de no te atender foi minha mesma. Marcela: Para com isso Dulce, por favor. Eu j pedi desculpas! Dulce: E olha a minha cara de quem j aceitou. Eu usei a cara mais nojenta que tinha e vi seus olhos se encherem de lgrimas. Mas hoje eu no estava a fim de ter pena de ningum e no senti nada ao v-la chorando... Marcela: No queria te machucar, voc no estava mais com ele! Dulce: Mas sabia um pouco do que eu sentia, no se faa de tonta! Marcela: Ok Dul, mas as pessoas erram, eu errei, ok? Ser que voc nunca errou com ningum na vida? Dulce: Sim, muito mais do que voc possa imaginar e at hoje eu desejo morrer pra pedir desculpas algum. Marcela: Ento! O que eu posso fazer pra voc me perdoar? Dulce: Fique longe de mim. o melhor que voc pode fazer. E eu sa de perto dela, pegando um caminho contrrio minha sala. No estava com cabea pra assistir aula hoje, nem sei porque tinha vindo para a faculdade. Devia ter ficado em casa,
seria o melhor que eu tinha pra fazer. E quando eu estava para sair dali, vejo Christopher sentado em um banco, lendo um livro bem grosso, provavelmente para fazer algum trabalho. Eu fiquei parada ali, durante alguns minutos, apenas olhando pra ele. E meu corao estava aflito, pedindo que algum o consolasse, que o deixasse tranqilo e sem agonias, pelo menos um pouco. E por algum motivo, sabia que ele era capaz disso. De afastar essa dor que eu sentia e me deixar em paz comigo mesma e meus pensamentos de culpa que at hoje me seguiam. No tinha falado com ele desde o episdio do banheiro e tinha uma certa vergonha de me aproximar, ainda mais sendo por um certo interesse de me sentir bem, pois eu no o procuraria em outras circunstncias. Mas eu fiquei ali, parada, pensando se me sentava ao seu lado no banco ou se iria para a minha casa, tentar achar algum tipo de paz l... X__X 184 Estava lendo um livro, para um trabalho que tinha que fazer daqui h poucos dias, quando ouo algum pigarrear frente a mim. Me surpreendi bastante ao ver Dulce ali parada, de braos cruzados, com um olhar bastante tmido, como se fosse a primeira vez que ela falasse comigo na vida... Christopher: O que foi? Dulce: Est ocupado? Christopher: Pra voc, nunca. Ainda mais hoje. Eu fechei o livro e o guardei na mochila, enquanto Dulce me olhava de olhos arregalados... Dulce: Voc lembra? Christopher: Hoje faz um ano que voc me deu o segundo beijo da aposta, quando estava muito mal pela Samantha. Isso eu no esqueo. Ela se sentou ao meu lado do banco e olhou pra frente, respirando fundo... Dulce: Certo, voc lembra do beijo, no dela. Christopher: Eu lembro o que aquele dia me trouxe. No gosto de ficar remoendo coisas tristes. Dulce: No questo de remoer, que...no sei, ainda no superei. Christopher: Se continuar se achando culpada pelo aconteceu, realmente nunca vai superar. J se passaram 8 anos, Dulce, nunca vai aprender a encarar isso da forma certa? Dulce: E h alguma forma certa de encarar a morte? Ela finalmente olhou pra mim e eu pude ver lgrimas em seus olhos. Fiquei pensando por alguns segundos, tentando encontrar as palavras certas, que ela precisava ouvir naquele momento... Christopher: No sei se existe o certo, em relao ao assunto...mas existe o errado. E o que voc est fazendo. Dulce: Eu s...s queria saber se eu estou perdoada. Christopher: Voc est, Dulce... Dulce: o que vocs dizem, para me sentir bem...mas eu no sei se as coisas so realmente assim. Christopher: E o que voc espera? Que ela saia do tmulo e venha at voc que nem zumbi dizer que est perdoada? Ela me olhou torto e senti uma certa rispidez em sua voz... Dulce: No brinque com esse tipo de coisas! Christopher: No estou brincando, estou falando bem srio! De que outro jeito voc quer que ela te diga que est perdoada? Dulce: No sei...ela podia aparecer pra mim em sonhos. Acontece com tantas pessoas...
Eu vi uma lgrima rolando pelo seu rosto e foi impossvel reter o desejo de enxug-la com o polegar. Depois que o fiz, Dulce sorriu de leve pra mim, ainda daquela forma tmida, que eu amava... Christopher: Voc no pode ficar esperando isso acontecer. J se passaram 8 anos... Dulce: Eu sei, voc tem razo...mas bem difcil, sabe? Christopher: Sabe qual o primeiro passo? Se perdoar. No Samantha que no te perdoa. voc que no perdoa a si mesma. Ela comeou a chorar mais ainda e eu me preocupei... Dulce: E como eu fao isso? Te juro que no sei. Eu simplesmente a abracei e deixei que ela encostasse a cabea em meu peito, chorando mais um pouco, ainda que de forma controlada. Dei um beijo em sua cabea e rodeei sua cintura com meus braos, demonstrando que, apesar de tudo, eu ainda podia confort-la... Christopher: Voc vai descobrir, Dul...voc vai descobrir. X__X Eu resolvi seguir a minha intuio e ir at ele, ainda que estivesse com um pouco de vergonha. E sabia que tinha feito a coisa certa. Por alguma razo, Christopher sempre sabia me dizer as palavras certas e me fazer sentir bem quando eu estava chorando ou me sentindo triste. Ele realmente parecia me enxergar, ver a pessoa que eu sou por dentro. Sabia que no encontraria mais ningum que me entendesse to completamente... Dulce: Obrigada. Era disso que eu tava precisando. Christopher: Sabe que sempre pode vir at mim, no ? Dulce: Sim...por isso que estou aqui, agora. Christopher: Voc pode facilitar as coisas e voltar de vez pra mim. Voc sabe que emo, ou seja, precisa da minha companhia o tempo todo. Eu comecei a rir e me desvencilhei dele, olhando-o com uma sobrancelha arqueada. Christopher realmente no perdia tempo... Dulce: Eu no sou emo! Christopher: Claro que ! Se faz de forte, mas sei que chora o tempo todo. Te conheo mais do que voc mesma, Dulce Maria. Dulce: Pois , eu sei disso. Christopher: Ento? Aceita a proposta? Dulce: E voc est me pedindo em namoro de novo? Eu disse sorrindo, mas quando encontrei com o seu olhar srio, vi que ele no estava para brincadeiras... Christopher: Entenda como quiser, s te quero de volta. Dulce: No posso, Christopher... Eu olhei pra baixo, mas ele segurou em meu queixo, fazendo-o encar-lo com seriedade... Christopher: Voc tem medo. Dulce: Nunca disse que era outra coisa. Me diz...por qu acha que devemos voltar a estar juntos? No melhor continuarmos s...amigos? Christopher: Porque eu quero te ver sorrindo, como fez agora, novamente. Era o mesmo sorriso que voc mantinha no rosto enquanto estvamos juntos. E claro, o motivo principal porque eu te amo. E sei que feliz comigo.
Dulce: Eu podia te dar um soco por estar dizendo que me ama outra vez, mas...eu estou triste agora e isso, de certa forma, me faz sentir bem. Christopher: Claro, porque eu te fao sentir bem. Eu revirei os olhos e lhe dei um tapa de leve no ombro, como nos velhos tempos... Dulce: Bobo! Christopher: Bom, j vi que no vou conseguir nada com voc hoje. Quer que eu te leve em casa? Dulce: No, eu j estou melhor. Quero assistir s aulas, as provas no esto longe, quero me garantir. Christopher: Claro. Esqueci que Dulce Maria vai pra aula at morrendo. Certas coisas nunca mudam. Dulce: Verdade. Certas coisas nunca mudam. Ns ficamos nos encarando durante um tempo e, como sempre, me senti incomodada por aquele olhar. Eu me sentia presa naquela intensidade e era difcil at de me mexer. Mas eu reuni foras e me levantei, escutando-o chamar meu nome novamente... Dulce: O que foi? Christopher: E o que vai ser da gente, no final das contas? Ele se levantou tambm e ficou muito prximo mim, me deixando bastante nervosa... Dulce: O que quer dizer? Christopher: O que vamos ser? Inimigos, colegas, amigos, namorados? Dulce: Eu...no sei, Christopher, por que est me perguntando isso agora? Christopher: S estou te prevenindo. Dulce: Prevenindo o que? Christopher: Quando eu cansar de esperar. Estou te dando um tempo para pensar, colocar tudo no lugar, talvez abandonar novamente os medos. Mas eu posso cansar e querer uma reposta logo. Dulce: E como voc pretende conseguir essa resposta, que nesse momento eu no possuo? Christopher: Te colocando contra a parede. Literalmente. Eu fiquei boquiaberta, tentando entender aquilo, enquanto ele pegava a mochila e colocava sobre os ombros... Christopher: Eu vou dizer quando chegar a hora. Fique bem, Dul. Ele piscou pra mim e saiu andando para a sua sala. Eu fiquei parada ali, tentando entender o que Christopher estava pretendendo. Como estvamos dizendo antes, certas coisas nunca mudam...e mesmo depois de tudo, ele seguia com seus jogos e mistrios, sempre com planos A, B, C, D para me conquistar. Mas a verdade que eu estava sentindo muito falta de tudo e, seja l o que ele estiver pensando, talvez no seja necessrio usar o plano B... X__X 185 Eu estabeleci um prazo na minha cabea. Um prazo pra ela fugir, ficar com outro, vir at a mim, fazer o que ela quisesse. E ento...eu ia atacar. Isso tudo era ridculo. Eu, ela, esse jogo que estvamos fazendo era estpido, que no nos ia levar a lugar algum. No ia continuar permitindo que ns dois nos machucssemos dessa forma. Porque afastados no podamos ser felizes. E Dulce sabia disso. Durante duas semanas eu apenas a observei. Todos os seus movimentos, todos os seus passos, todos os seus gestos. Acho que no havia mais nada em Dulce Maria que eu no conhecesse. Ela podia ser uma parede de gelo para as pessoas, impenetrvel. Mas no pra mim. Eu j tinha passado daquela barreira h muito tempo...e sabia que isso era misso
impossvel para quase todos no mundo. E por mais esse motivo eu sei, aqui dentro do meu corao, que o destino dela ao meu lado. Porque ningum vai saber consol-la cada vez que se lembrar de Samantha. Ningum vai saber como usar as palavras certas para quebrar o seu orgulho e fazer com que ela se abra completamente. Ningum vai saber olhar em seus olhos e poder ler os seus pensamentos. Porque ningum mais nesse mundo Christopher Uckermann. E ningum mais nesse mundo o par perfeito para Dulce Maria. Era incrvel como apenas uma troca de olhares entre ns podia dizer tantas coisas. A forma discreta como eu costumava acariciar sua mo, sabendo que isso, por algum motivo ou outro, trazia paz ao seu corao. Algum que a surpreendesse com um bilhete annimo, talvez no to annimo assim, em uma hora inesperada, dizendo palavras singelas, mas que podiam significar o mundo. Eu era o destino dela e ela era o meu. Talvez eu tenha descoberto isso assim que toquei seus lbios pela primeira vez, na sala do diretor. Talvez eu tivesse descoberto quando comeamos a namorar, onde compartilhamos tantas coisas e tantas experincias novas, para ambos. Ou talvez...eu soubesse disso desde o dia em que eu nasci. Desde o dia em que eu abri os olhos para este mundo, talvez meu corao estivesse procurando pelo dela, que viria nascer 46 dias depois de mim. Talvez o destino sempre soubesse, pois fez questo de juntar-nos no mesmo colgio desde pequenos. Ainda que desde sempre trocssemos palavras apenas para discutir, ou fingir que o outro no existia, algum l em cima sabia do que era verdadeiramente pra ser. Algo ou algum que nos juntou naquela sala do diretor, que me fez correr atrs dela, fazer-lhe a aposta, lutar por ela, nos juntar nesta faculdade, quando eu no tinha probabilidades de entrar aqui. Esse algo pode ser o amor. Esse algo pode ser o destino. Esse algo...simplesmente pode ser os dois. E juntos, lado a lado, eles so invencveis. Foi por esse motivo que eu lhe deixei um ltimo envelope branco. Dessa vez no foi necessrio me esconder ou ficar espreita de uma oportunidade pra esconder algo em sua mochila. Dessa vez simplesmente parei na sua frente, lhe entreguei aquele envelope e pisquei pra ela, para logo em seguida dar as coisas e ir embora. Ela ainda chamou pelo meu nome, mas eu ignorei e sa andando. E agora a nica coisa a ser feita era esperar mais um pouco... X__X J faziam dois dias que encarava aquele bilhete. Eram apenas duas frases, mas que no saam da minha cabea de forma alguma. Eu tinha medo de Christopher. Ele podia ser romntico, poeta e tudo mais, mas quando realmente estava determinado a fazer algo, parecia que nada no mundo o impediria. E de certa forma, eu estava um pouco feliz, sabendo que eu era esse algo que ele queria tanto. No dia seguinte, pela tarde, minha me disse que eu tinha visita. No comeo pensei que fosse ele, mas vi que ela estava muito calma para falar de Christopher. Depois que tnhamos terminado e meus pais viram meu estado, digamos que Christopher no era mais muito bem vindo nessa casa. Quando cheguei na sala tive uma enorme surpresa, ao ver aquela pessoa sentada em meu sof... ***: Ol, estranha. Dulce: Any! O que est fazendo aqui? Eu corri para abra-la, cheia de saudades, pois fazia um tempo que no a via... Any: Se a montanha no vai at Maom, Maom vai at a montanha. Eu j devia estar acostumada com o fato de meus dois melhores amigos se esquecerem de mim. Dulce: No diga isso! Eu senti muito a sua falta, de verdade. E liguei algumas vezes, no sou to vil assim. Any: Eu sei, estou brincando. Eu tenho telefone tambm, no ? Se tivesse mais tempo tambm seria minha obrigao como amiga ter te ligado mais vezes. Mas que voc sabe...ltimo ano, as coisas esto fortes com as provas, a presso para entrar nas melhores faculdades e essas coisas. Dulce: Est muito difcil? Se quiser eu posso te ajudar em algumas coisas. Any: No precisa, obrigada, at que estou me virando bem. Minhas notas esto boas, mas eu estou tendo que fazer muito esforo para mant-las, ento automaticamente eu no tenho
mais muito tempo para a minha vida pessoal. s escola, escola, escola o tempo todo. E voc? Dulce: A faculdade est indo bem. Algumas matrias mais difceis que as outras, mas estou indo bem. Tenho certeza que isso que eu quero para a minha vida, estudar, cuidar dos animais, estou realmente feliz. Any: Est completamente feliz? No falta realmente mais nada? Eu respirei fundo e revirei os olhos, j sabendo a que ela se referia... Dulce: Foi ele quem te mandou aqui, no foi? Any: No...mas confesso que o motivo que me fez largar o livro de matemtica e fsica hoje realmente corresponde a vocs dois. Dulce: Eu quero te mostrar uma coisa. Vamos para o meu quarto. Ns duas subimos para o meu quarto e Any se sentou na cama, enquanto eu pegava o envelope na caixinha, onde estavam guardados todos os outros... Dulce: Ele me mandou isso faz dois dias. Leia. Ela pegou o envelope com o cenho franzido e o abriu... Any: Te farei minha outra vez. Prepare-se. Meu Deus, s Christopher mesmo! Dulce: O que voc acha? Any: Eu acho melhor voc se preparar. Ela comeou a rir e eu me sentei na cama ao seu lado, com a cara feia... Dulce: Eu to falando srio, Any! Any: Pois eu tambm! Ou voc no conhece Christopher o suficiente pra saber que ele de fato vai fazer alguma coisa? Dulce: Sim, eu sei. O problema que eu ainda no estou preparada...assim, pra voltar pra ele, depois de tudo. Any: O que vocs esto fazendo separados, hein? Voc o ama, ele te ama...qual o empecilho nisso? Dulce: Medo de sofrer? Any: Ok Dul, eu vou te fazer uma pergunta e voc me responde com toda a sinceridade. Voc era mais feliz quando estava com ele...ou agora, nesse exato momento? Eu no tive que pensar muito, pois o meu corao j sabia a resposta h muito tempo... Dulce: Com ele, eu sei disso. Mas ainda tenho medo. Any: Medo de que, criatura!? Dulce: De sofrer, Any! Any: Voc est sofrendo muito mais sem ele, no ? Ento acho que sofrer ao lado dele no vai ser to ruim assim. Tem que arriscar as coisas, Dulce. No h nenhuma garantia que voc ser feliz para sempre com Christopher, mas garanto que se no tentar agora, voc vai ficar pensando a sua vida toda no e se. melhor decidir logo o que vai fazer, Dul. Se eu conheo um pouco Christopher, ele no vai esperar mais por muito tempo. Eu sabia disso. E sabia tambm que ainda no estava preparada. Mas eu tambm no estava preparada para amar quando me apaixonei pela primeira vez por ele. E como sempre...certas coisas nunca mudam... X__X 186 Hoje era o dia. Havia estabelecido um prazo, mas ela ainda no havia decidido nada, pois nesse tempo que passou, tudo o que Dulce me deu foram alguns olhares e acenos de longe.
Suportei isso at quando pude. Suportei isso at hoje. Esperei por ela na porta de sua sala. No fui para a minha primeira aula, cheguei um pouco atrasado e no estava com cabea. Minha mente s estava direcionada para uma coisa, que iria sair daquela sala daqui h alguns minutos. Obsessivo? Talvez. Mas se no lutarmos por aquilo que amamos, quem vai lutar, no ? O sinal tocou e meus olhos acompanharam cada pessoa que saa dali. E assim que vi aquele vulto vermelho, a puxei pelo brao... Christopher: Posso falar contigo? Dulce: Christopher! Que susto, quase morri. Christopher: algo srio. Por favor... Dulce: Tudo bem... Christopher: Venha comigo ento. Ela ficou me perguntando durante todo o caminho aonde eu a estava levando, mas ignorei. Entrei em uma sala vazia e nem me dei o trabalho de acender a luz. Simplesmente a imprensei contra a parede, colei o meu corpo no dela e beijei sua boca imediatamente. Dulce no comeo tentou me empurrar, mas eu a segurava fortemente em meus braos, no dando chance pra qualquer escapatria. E depois que minha lngua encontrou uma pequena passagem e se misturou com a dela, Dulce se rendeu completamente. Suas mos seguraram meu rosto e aprofundamos mais ainda o beijo. Tudo estava escuro, era como se apenas fossemos ns dois naquele mundo, no nosso mundo. O meu estmago revirava e meu corao j explodia de felicidade, sabendo que ela estava correspondendo e que sentia falta de mim tambm. Pois do jeito que ela estava me beijando, ela estava realmente com muita saudades... Christopher: Eu te amo demais... Disse entre um beijo e outro, j me sentindo sem ar. Nem sabia quantos minutos j haviam se passado desde que estvamos ali e isso nem me importava. Eu s queria ela, agora e sempre. S faltava Dulce dizer que sim... Dulce: Por que estamos fazendo isso? Christopher: Porque voc me ama tambm e sentiu minha falta? Ela riu baixinho, colando sua testa na minha, ainda sem tirar suas mos do meu rosto... Dulce: Eu quis dizer...isso! Ns dois em uma sala vazia e escura, sem vermos nossos rostos. Christopher: No escuro as pessoas s vezes so elas mesmas. Quando se acende a luz... que comea o problema. Eu liguei o interruptor, que iluminou toda a sala e pude ver seus lbios um pouco vermelhos. O beijo tinha sido bastante intenso e eu sorri, passando um dedo pelo contorno de seus lbios... Dulce: Isso no est certo... Christopher: No falei? Com a luz acesa as coisas mudam. Qual era a diferena entre um minuto atrs, com a luz apagada e agora, com a luz acesa? Dulce: Que eu me dei conta do que estava fazendo. Voc me confunde, Christopher. Christopher: Deixa eu te confundir mais um pouco ento. Tornei a beij-la e mais uma vez, Dulce correspondeu. Eu tive que rir naquele momento, o que a deixou com uma cara feia... Dulce: Odeio quando voc ri assim. Christopher: Voc muito contraditria e acho que eu amo isso. Vamos conversar, gatita? Vamos resolver tudo, de uma vez por todas. Ou ficamos juntos ou damos o adeus definitivo. Mas no vamos deixar tudo mal resolvido. Dulce: Voc quer conversar? Est s me beijando! Christopher: Claro, eu tenho que domar a fera primeiro.
Dulce: Ah, e eu j estou domada? Christopher: No parece muito raivosa no momento. Dulce: Me testa s pra voc ver. Christopher: Se mudar de humor serei obrigado a lhe dar outro beijo. Dulce tentava no sorrir, mas eu notei como seus lbios se curvavam um pouco. Peguei em sua mo e depositei um pequeno beijo nelas, tentando ao mximo conseguir convenc-la... Dulce: E aonde vamos conversar? Christopher: No meu apartamento. Estou com o carro, a gente conversa e, independentemente do que for decidido, eu te levo em casa depois, prometo. E ento, aceita? X__X Minhas pernas estavam tremendo, estava vendo a hora que ia cair ali. Christopher ainda mexia com os meus sentidos, me deixava zonza a cada beijo e confusa com aquele olhar intenso. Se eu queria resolver as coisas? Sim. Era inegvel que eu estava pior longe dele do que com ele. Talvez devesse arriscar...se no desse certo, pelo menos eu tentei. Poderia sofrer com isso...ou poderia ganhar muitos anos de felicidade... Dulce: Tudo bem. Christopher: Voc aceita mesmo? Com essa facilidade? Dulce: Por que, queria que eu recusasse? Christopher: No que eu pensei que tivesse que usar mais estratgias para te convencer. Dulce: J disse que voc idiota? Christopher: Todo o tempo. Ele abriu aquele sorriso e eu no pude deixar de rir tambm. Christopher me pegou pela mo e fomos juntos at o seu carro, escapando da faculdade. No gostava de fazer essas coisas, mas talvez valesse pena. Comeou a chover, no muito, mas o suficiente para engarrafar um pouco o trnsito e nos deixar em uma situao ainda mais constrangedora naquele carro, j que desde quando Christopher deu a partida, no trocamos nenhuma palavra. Mas ao ficarmos presos ali, fomos obrigados a nos comunicar, ainda que com certa hesitao... Christopher: Quer que eu ligue uma msica? Dulce: Se voc quiser... Christopher ligou o rdio e eu fiquei olhando atentamente pra frente, evitando olhar pra ele. A msica era bastante agradvel, mas s depois de alguns segundos que eu fui prestar ateno na letra... Minha cano amor. Minha cano amor desconhecido e eu estou apaixonado por voc claramente.Voc no precisa ficar s. Voc no precisa ficar por conta prpria. E eu no vou cobrar, nem dizer quer que voc entendeu errado. Voc o alvo em que eu estou mirando. Eu no sou nada sozinho. Eu tenho que levar essa mensagem para casa... Eu e Christopher nos olhamos ao mesmo tempo e ele sorriu de leve... Christopher: Hum, muito apropriado. Dulce: Odeio esse tipo de msicas que tocam no momento certo. Deixa eu trocar isso. Mudei de estao e procurei algum ritmo que me agradasse mais. Eu estou em movimento inverso. Sob sua maldio poderosa. Me odeio por amar voc. Eu tiro isso da minha cabea. Mas o meu corao permanecer. At o dia que eu aprenda que voc no bom para mim...
Dulce: Essa est bem mais apropriada. Eu sorri com deboche, enquanto Christopher me olhava com a sobrancelha arqueada, no gostando muito da brincadeira... Christopher: H, muito engraado! Dulce: Eu achei... Christopher: Bom, pelo menos a na msica voc confessa que me ama, j que disse que mais apropriada. Dulce: No me lembro de alguma vez ter dito o contrrio. Olhei de soslaio pra ele e o vi com um largo sorriso no rosto. Pelo menos tnhamos quebrado o clima tenso que havia se formado anteriormente ali. Depois de mais dez minutos finalmente samos do engarrafamento e chegamos ao seu prdio. Subimos em silncio no elevador e eu sentia cada vez mais meu estmago embrulhar de nervosismo. Porque eu sabia que seria pra sempre ou nunca, qualquer coisa que fssemos resolver ali. Ele abriu a porta de casa e falou para irmos at o seu quarto. E por incrvel que parea, assim que coloquei o p no quarto a luz acabou. Isso seria um mau sinal...ou um bom sinal? X__X 187 Christopher: Ah no! Sente-se a que eu vou pegar as velas. Nem acreditei quando a luz acabou. Nem estava chovendo tanto assim! A deixei sentada em minha cama e fui pegar algumas velas. Voltei para o quarto com 4 velas na mo quase caindo, mas ela me ajudou a coloc-las no lugar certo e acend-las... Dulce: Pra que todas essas velas? Duas tava bom. Christopher: Eu no gosto de escurido e voc sabe. Podemos conversar agora? Dulce assentiu, olhando para baixo, como sempre, evitando em me encarar. Ns nos sentamos em minha cama, de frente para o outro e finalmente nos olhamos nos olhos... Christopher: Quem comea? Dulce: O culpado de tudo isso? Christopher: Que seria eu? Dulce: Claro. Seu excesso de cimes e as fotos com as piranhas na boate. Foi da que saiu tudo, a culpa sua. Christopher: Se ficarmos procurando culpados nessa histria nunca vamos resolver isso, certo? Dulce: Voc tem razo...mas a culpa continua sendo sua. Ela fez um biquinho de criana malcriada e eu no pude deixar de rir. Respirando fundo, peguei em suas duas mos e a olhei intensamente, da forma que eu sabia que a deixava nervosa... Christopher: Desculpe...pelas fotos. Realmente, eu j sabia de suas inseguranas, deveria ter sido mais cuidadoso em relao isso. Dulce: Claro, apagando as fotos da mquina. Christopher: No...no deixando aquelas mulheres tirarem foto assim comigo. Continuo afirmando que no te tra em momento algum e sequer pensei em fazer isso, mas confesso que deixei elas passarem um pouco do limite. Eu tinha namorada e devia ter pensado em voc. Dulce: Eu entendo. No fcil lidar com algum como eu, sei disso. s vezes acho que voc deveria ser livre pra aproveitar essa poca. Eu sou oito ou oitenta, Christopher. Comigo para
sempre ou nunca e isso no justo com voc. Temos apenas dezoito anos, voc tem que aproveitar a sua vida. Christopher: Aproveitar a vida longe de voc pra mim no vale pena. Dulce: E voc realmente quer se prender a algum pra sempre, sem poder beijar ou ficar com mais ningum. Christopher: Dul...quando eu vou conseguir te fazer entender...que eu s quero voc? muito difcil acreditar nisso? Dulce: De verdade? . No que voc esteja mentindo, mas pra mim simplesmente absurda a idia que eu possa ser agradvel ou o destino romntico de algum. Eu sou chata, insegura, fria, grossa...como algum pode querer passar o resto da vida ao meu lado? Christopher: Voc devia se dar mais valor. Dulce: No consigo, srio. Christopher: Ok, volta pra mim que eu dou valor por ns dois. Dulce: Tenho medo de acreditar nas suas promessas, Christopher. Por falar nisso... Onde ficaram todas as promessas? Onde ficaram o felizes para sempre, vou te amar at a morte, ou o voc a mulher da minha vida? Porque voc talvez possa ter se esquecido das promessas que fez um dia. Mas eu no. As guardei aqui dentro, sempre acreditando que voc as cumpriria. Por acaso as suas promessas tm prazo de validade? Christopher: Claro que no, e eu lembro de tudo que prometi. E eu posso cumprir todas elas, eu quero cumprir todas elas. s deixar que eu volte pra voc. s me dar mais uma chance, que eu vou te mostrar que nosso final feliz existe sim. Dulce abaixou a cabea e eu vi uma lgrima rolar pelo seu rosto. Levantei seu rosto e limpei aquela mesma lgrima com o polegar, me aproximando e colando minha testa na sua... Christopher: Eu te amo, gatita. No importa como voc seja, eu simplesmente te amo e nada nem ningum vai conseguir arrancar isso de mim, entendeu? X__X Odeio a forma como Christopher sabia fazer com que eu baixasse a guarda ao usar as palavras certas para isso. Eu sabia que ele me amava, no duvidava disso, mas...tnhamos certas coisas ainda para resolver... Dulce: E Marcela? Christopher: O que tem ela? Dulce: Voc achou bonito o que fez? Aquilo me afetou muito. Era a minha amiga Christopher, como voc pde? Christopher: Eu fiz isso pra te atingir mesmo, ok? Admito. E vi que exagerei ao te ver naquele estado no banheiro. Juro que queria te chatear, mas no te deixar daquela forma. Me senti muito mal. Dulce: ...principalmente quando beijou o pescoo dela da mesma forma que beijava o meu. Amei ver aquele cena. Christopher: Desculpe por aquilo, realmente sei que exagerei. Mas pra algo serviu, sabe? Dulce: Mesmo? Alm de me matar naquele dia? Christopher: Sim. Eu descobri que o seu pescoo realmente o mais gostoso que existe. Eu me sinto como um vampiro alucinado, que no que desgrudar a boca do seu pescoo um minuto sequer. Como naqueles livros que voc costuma ler. Eu tive que rir dessa vez, vendo como ele conseguia se sair bem e com as melhores respostas... Dulce: Ok. Tenho parcela de culpa em tudo o que aconteceu, ainda que seja difcil pra mim admitir. Desculpe pelos xingamentos tambm. No que eu te considere infantil, voc bem maduro tambm...quando quer. E admito tambm que grudei mais no Nicholas ultimamente porque sei que isso te irrita. Christopher: Voc no faz idia do quanto. E depois no acredita que ningum gosta de ti...j tem at fila de rapazes te disputando! Aquele cara que te beijou na pista de dana que o diga! Fiquei pra vomitar ao ver aquela cena.
Dulce: Jura? Que bom, assim voc sentiu no estmago ao mesmo que eu, ao ver voc ficando com a minha amiga e dando em cima daquela loira aguada que sabe-se l de onde saiu. Christopher: Depois eu que sou ciumento. Olha a, mesmo depois de tudo ter passado voc ainda continua com raiva no tom de voz. Dulce: Claro, as imagens ficaram na minha cabea. Fora as coisas que eu imagino... Christopher: O que, por exemplo? Christopher estava com o cenho bem franzido e eu no sabia se devia falar...afinal, eram coisas ligadas ele, era a vida dele, no era ningum pra dizer o que ele tinha que fazer ou no. Ele levantou o meu rosto e me fez encar-lo, me deixando mais nervosa ainda, se que isso era possvel... Christopher: Estamos aqui para resolver tudo, no ? Ento diga o que est sentindo ou pensando. X__X 188 Dulce e seu medo de dizer as coisas. J estava acostumado com isso e sabia que tinha que ter muita pacincia com ela. S com muita pacincia eu poderia arrancar algo dela... Dulce: Voc vai me achar uma estpida por pensar essas coisas, isso coisa sua. Christopher: J que coisa minha eu preciso saber, no acha? Dulce: Talvez...ok, eu falo! Mas se rir pode considerar nula as chances de voltar pra mim. Christopher: No vou rir, prometo. Dulce: Ok... Dulce olhava atentamente para a colcha da cama, respirando cada vez mais de forma acelerada e eu estava com vontade j de rir, mesmo antes dela dizer o que estava pensando... Dulce: Imaginei...voc e aquela loira de farmcia...na horizontal, se pegando e...ai, no quero nem imaginar o resto! Pode me achar uma estpida agora. Se voc estava assim com ela problema seu, no devia estar pensando nessas coisas. Eu de fato tive vontade de rir e muita. Mas sabia no que ela estava pensando e me controlei. Peguei em suas mos e automaticamente ela olhou pra mim... Christopher: Eu prometi que ns faramos isso pela primeira vez juntos, lembra? E assim que vai ser. Dulce: Ento...no aconteceu nada com aquela garota? Christopher: Alguns beijos, mas te juro que no passou disso. Voc sempre foi a primeira para mim em tudo, Dul. E com isso no ia ser diferente. Ela respirou aliviada e comeou a chorar. Eu a abracei bem forte e acariciei seus cabelos, me sentindo vivo ao t-la em meus braos outra vez. Fiz uma pequena massagem em sua nuca e perguntei, bem baixinho, em seu ouvido... Christopher: Agora que resolvemos tudo, creio eu...quer ser minha namorada outra vez? Dulce se desvencilhou de mim e mordeu os lbios, assentindo... Dulce: Sim, Christopher. Eu quero ser sua outra vez. X__X Finalmente tudo estava resolvido. Acho que poucas pessoas sabem da importncia da conversa num relacionamento. O abracei bem forte, sentindo-me imensamente feliz por estar sentindo
seus braos ao redor do meu corpo novamente. H poucos dias pensava que nunca mais ia estar perto dele e sentir s o que ele conseguia me fazer sentir. Assim que nos desvencilhamos, nos olhamos fixamente por um tempo, perdendo-nos em nosso olhar. Parecia que estava navegando em um mar sem fim, do qual ele me guiava. Seu polegar passeou pelo meu queixo e eu fechei meus olhos, sentindo a maciez de sua pele que h tanto tempo desejava sentir de novo. Sua boca tocou levemente a minha, num suave e casto beijo. Minhas mos pareceram criar vida e deslizaram lentamente pelo seu peito. O beijo foi se aprofundando cada vez mais e finalmente senti sua lngua encontrar com a minha. As duas estavam precisando uma da outra, pois bastou apenas um contato entre elas, para que tudo ao nosso redor se convertesse em fogo e paixo. Entrelacei meus braos ao redor do seu pescoo, atraindo-o mais ainda at a mim. Nos perdemos em um maravilhoso beijo at que o flego ficou excasso. Encostamos nossas testas e, ainda de olhos fechados, extravasamos tudo o que sentamos... Christopher: Eu te amo, Dul! Por favor, no me deixe nunca mais! Dulce: No vou deixar! Sofri muito com a sua ausncia e me senti sem vida, perdida num vazio negro que nunca conseguia sair. No quero voltar a sentir isso outra vez. Encontrei a minha luz agora...e a minha luz voc. Te amo mais que a vida, Christopher. Abri meus olhos e pude v-lo sorrir, ainda com os olhos fechados. Voltamos a nos beijar novamente, enquanto nossas mo passeavam pelos nossos corpos. Eu no queria deixar sua boca jamais. Precisava ficar muito mais tempo com ele para recuperar todo o tempo perdido. O beijo foi ficando cada vez mais intenso e j nem sabamos o que estvamos fazendo. Christopher comeou a beijar calorosamente meu queixo e desceu rapidamente para o meu pescoo como ele sempre gostava de fazer, s que dessa vez de uma forma mais intensa. Nossos corpos se atraam como um im. Eu acariciava seu cabelo e suspirava, enquanto ele passava a lngua por todo o meu pescoo, fazendo com que descargas eltricas nunca antes sentidas, possussem meu corpo. Havia um calor na altura do meu ventre, enquanto me arrepiava completamente ao sentir seus beijos calorosos. Ele parou por um instante ofegando e sussurrou em meu ouvido... Christopher: Deus, voc no sabe o quanto eu precisei de voc todo esse tempo. Eu quero ter voc pra sempre. Dulce: Eu tambm. Vamos ficar juntos pra sempre, Christopher, e continuar a nossa histria. E...creio que para isso devemos dar mais um passo. Estou pronta. Voc est? Parece que ele no entendeu o que eu falava e se afastou olhando para mim. Naquele momento, as palavras no eram necessrias, apenas as aes reinariam aquela noite. Fechando meus olhos, mordendo meus lbios e tirando uma coragem no sei de onde, fui desabotoando lentamente a minha blusa, devagar, boto por boto. Deixei ela aberta, mostrando um pouco do suti, mas no a tirei, porque antes precisava ouvir a sua resposta... X__X 189 No comeo eu no havia entendido o que ela tinha insinuado. Estava to perdido no calor das minhas emoes que nem estava raciocinando direito. Mas quando Dulce comeou a desabotoar a blusa lentamente, passo a passo, eu logo havia entendido o recado. Eu apenas fiquei olhando cada gesto seu, enquanto todo meu corpo reagia instintivamente quela provocao. Ela parou de repente, deixando apenas a blusa aberta com um pouco de seu suti preto aparecendo e abriu os olhos... Dulce: Sei que isso novidade para os dois...mas se realmente queremos estar juntos, acho que podemos fazer as coisas direitinho. Voc quer fazer amor comigo esta noite? Eu havia ficado sem palavras. Quem diria que Dulce, aquela garota fria, tmida e arrogante, estaria agora me pedindo pra fazer amor com ela, quando nenhum dos dois sabe como se faz isso direito.
Mas eu precisava estar com ela custe o que custar. E se Dulce queria isso agora...eu queria mais ainda! Sem poder dizer nada, apenas tirei a minha blusa, num gesto rpido. A joguei no outro lado do quarto, enquanto ela sorria para mim. Retribu seu sorriso e passei minhas mos pelo seu ombro, tirando lentamente a blusa que caiu sobre a cama, deixando parte do seu lindo corpo exposto. Eu no consegui parar de olh-la de cima abaixo, pois apesar de ser inexperiente nisso, sempre sonhei em possu-la. E esse dia finalmente havia chegado. Nesta noite, Dulce ia ser minha de corpo e alma...para sempre. E era simplesmente isso, no tinha volta atrs naquele momento. Eu amava aquela mulher mais do que tudo nessa vida. E ambos sabamos que essa era a hora certa, o momento perfeito para darmos o prximo passo. Estava com medo, apesar de tudo. Muito, na verdade. E ainda que desejasse isso ardentemente, no podia deixar de sentir um frio no estmago, um frio de insegurana. Parei de beij-la aos poucos e encostei minha testa na dela, tentando tomar ar, devido a intensidade com qual nos beijamos anteriormente... Dulce: Passa algo? Christopher: Medo. Isso que passa. Dulce: Voc quer deixar pra outro dia ou... Christopher: No! No, eu quero voc hoje, agora, s que...tenho medo de te decepcionar. Dulce: Sei que no vai me decepcionar, Christopher. Eu tambm estou morrendo de medo! Ou voc acha que desabotoei minha blusa com muita segurana? Minhas mo tremiam, caso no tenha reparado. Christopher: Sim, mas geralmente o homem que comanda a situao. E digamos que eu no tenha idia do que fazer agora. Dulce colocou a mo sobre o meu peito, na altura do corao, com um lindo sorriso pintado em seu rosto... Dulce: Ns dois no sabemos o que fazer. Ainda que seja o homem que controla a situao, eu quero te dar algo tambm, quero lhe proporcionar tal prazer. Christopher: E ento? Dulce: Vamos deixar nosso corao nos guiar. Afinal de contas, ele sempre tem a melhor resposta para tudo, no ? Vamos simplesmente deixar que esse sentimento nos guie. O que foi, poeta? Sabe como deixar o amor te conduzir na literatura, mas no sabe como us-lo aqui? Eu sorri tambm, colocando minha mo em cima da sua, sobre o meu corao e respondi... Christopher: Acho que j est mais do que na hora de aprender, no ? Dulce mordeu os lbios e assentiu, enquanto eu a abracei bem forte. Fechei meus olhos e enterrei a cabea em seu pescoo, sentindo o cheiro do seu maravilhoso perfume, que eu j conhecia bem. Ainda que estivesse um pouco receoso, sabia que tudo ia dar certo. Era s deixar que o amor me conduzisse da mesma forma que conduzia minhas palavras. E ento...a mgica aconteceria... X__X At o fim dos tempos. Assim seria. Eu, ele, nosso amor...assim de fcil> assim de complicado. Mas assim de apaixonado. E nada nem ningum conseguiria nos tirar isso. Por era nosso. Eu sabia que hoje daramos mais do que um passo maior no nosso relacionamento. Eu sabia que hoje nossas almas estariam verdadeiramente em contato. Eu sabia, mais do que nunca, que hoje Dulce seria Christopher e Christopher seria Dulce. E juntos seramos apenas um. Em seus braos eu estava completamente perdida, entregada. E o ossos do meu corpo se amoleceram quando Christopher abaixou a ala do meu suti e deslizou os lbios pelo menos caminho. Ele me segurou pela cintura e foi me deitando na cama lentamente, se posicionando de forma perfeita sobre mim. Aquele quarto estava envolto por uma magia incrvel, que eu
sentia saindo do meu corao e do dele tambm. E essa magia especial que nos envolvia se chamava amor.. Christopher se apoiou nos cotovelos e olhou fixamente, enquanto eu jogava seu cabelo pra trs, logo em seguida massageando sua nuca. Ele no dizia nada, apenas seguia com aquele olhar pra cima de mim que, como sempre, me deixava completamente nervosa... Dulce: O que foi? Algo errado? Christopher: No, ao contrrio. Est tudo certo, Dul. Eu e voc aqui, nesse momento. Nada podia estar mais certo. E sabe o que meu corao est me dizendo agora, enquanto olho pra voc? Dulce: O que? Christopher: Que vamos repetir esse momento vrias vezes. At o fim dos nosso dias. Dulce: Est dizendo que vamos passar o resto da vida juntos? Christopher: Sim, voc no quer? Dulce: Claro que eu quero, mas melhor no pensarmos nisso, porque se no acontecer... Christopher: Vai acontecer. Dulce: Como voc pode ter tanta certeza? Christopher: No sei, apenas tenho. Algo me diz isso. Dulce: Ser? Christopher: Quer apostar? Dulce: Definitavamente, sim. Christopher: Ento daqui h cinqenta anos ns vamos ver quem vai ganhar. Eu soltei uma gargalhada, que em seguida foi calada por mais um beijo seu. Um beijo que eu amava, que me fazia sentir plena, desejada, uma verdadeira princesa nos braos do meu prncipe. Christopher desceu seus lbios pelo meu queixo, passando pelo meu pescoo e descendo cada vez mais. Eu prendi a respirao quando o senti roar o nariz entre meus seios, enquanto suas mos delineavam completamente minha cintura. Ele continuou descendo, passando os lbios pela minha barriga, at chegar em meu ventre. S ento eu soltei um pouco de ar, pois ele havia parado, olhando a minha cara, provavelmente de idiota, com um sorriso torto no rosto... Christopher: Linda... Ele sussurrou, antes de abrir o boto e o zper da minha cala. Eu respirei fundo, para logo prender a respirao outra vez. J estava comeando a suar e eu sentia todo meu corpo em uma alta temperatura... Dulce: As velas esquentaram o seu quarto? Srio, eu estou com muito calor. Christopher riu e subiu novamente, me dando um selinho... Christopher: seu corpo que est quente, meu amor. E fico feliz em saber que sou eu quem est lhe proporcionando isso. Dulce: Aham...eu to sentindo algo...l embaixo...meu Deus, isso muito embaraante! Eu coloquei as duas mos sobre o rosto, me escondendo, mas Christopher logo as tirou... Christopher: No acha que estamos falando demais para um momento onde deveramos apenas agir? Dulce: Sim, mas...eu estou descontrolada, no consigo parar de falar. Christopher: Voc disse pra deixar o amor me guiar, que aprenderamos a fazer isso juntos, mas tambm est morrendo de medo, no ? Admita! Eu assenti e o abracei, buscando alguma segurana... Dulce: Nunca estive com tanto medo em toda a minha vida...nem to apaixonada! Christopher: Eu te amo, gatita tola. Dulce: Amo voc tambm.
Eu respirei bem fundo, sabendo que ficar nervosa s ia ser pior. Eu queria aquilo, ainda que estivesse com vergonha. Mas eu queria Christopher naquele momento e se deixssemos pra outro dia talvez eu no estivesse com tanta coragem... Dulce: Desculpe, vou calar minha boca. Apenas me faa sua, Christopher, de corpo e alma...prometo me esquecer do resto... X__X 190 Eu me sentia bastante orgulhoso de v-la assim, completamente entregada, sem barreias em sua cabea ou em seu corao. Dulce me queria da mesma forma que eu a queria. E no pode haver coisa mais bela nesse mundo que um homem e uma mulher se quererem verdadeiramente, sem medos, completamente entregues... Christopher: Eu vou fazer dessa noite perfeita, te garanto. Dulce: Eu confio em voc. Sabia o que significava para Dulce dizer que confiava em algum. Era difcil dela sentir isso, principalmente colocar tal sentimento em palavras. Ela havia colocado agora, me mostrando o quanto eu era importante, o quanto ela confiava em mim. E eu jamais ia decepcion-la. Voltei a beijar sua boca. Calorosamente, apaixonadamente...Deus, no podia existir homem mais apaixonado do que eu neste mundo. Era como se meu ar se chamasse Dulce e minha gua se chamasse Maria. J era algo essencial em mim e sabia que uma vida sem ela ao meu lado seria a morte. Me sentei ao seu lado, deslizando a mo pela sua barriga, enquanto Dulce me olhava de uma forma serena, sem um sorriso no rosto, mas com uma felicidade refletida em seus olhos. Tirei sua cala devagar, sentindo um frio em meu estmago apenas de ver suas bochechas rosarem. Joguei a pea ao lado da cama e aproveitei para tirar a minha tambm, pois seria menos uma barreira entre ns. Me posicionei por cima dela novamente e tornei a atacar o seu pescoo. No estava exagerando quando dizia que parecia um vampiro alucinado, pois era realmente como me sentia. A curva do seu pescoo e a sua clavcula eram as minhas partes favoritas do seu corpo, pois eu podia me perder naquele vale por toda a minha vida. Segui passando a minha lngua por ali, quando minha mo direita tocou seu seio, ainda que por cima do suti. Dulce soltou um gemido pequeno e eu parei de fazer o que estava fazendo para olhar a cara de prazer que ela fazia. Quando percebeu que eu olhava, Dulce mudou completamente o semblante e pigarreou, constrangida... Christopher: No precisa ter vergonha porque sentiu prazer. Dulce: Eu vou parecer muito...muito...safada se te pedir para fazer isso outra vez? Eu abri um largo sorriso, tocando o seu seio novamente, vendo-a fechar os olhos... Christopher: Vou ter que tirar isso...para te fazer sentir melhor. Apontei para o seu suti e Dulce assentiu, sentando-se na cama. Sentei-me ao seu lado, mas antes mesmo que pudesse mover minhas mos, Dulce mesmo abriu o fecho do suti, com um sorriso tmido. Aquele gesto, por mais simples que parecesse, foi bastante sensual para mim, fazendo-me sentir o sangue ferver em minhas veias, enquanto meu corpo pedia desesperadamente pelo dela... X__X Estava morrendo de vergonha, era verdade. Mas havia algo alm disso. O brilho nos olhos de Christopher, ao olharem para mim, me traziam uma paz e segurana inexplicveis. Meu corpo
estava tomado por uma sensao gostosa, que pedia cada vez por mais e mais. Antes eu surtava s de pensar em ficar nua na frente dele, mas agora no. Agora estava segura, tranqila, querendo que ele me amasse de forma completa, de corpo e alma. Sentia minha pele queimando e algo insatisfeito dentro de mim e sabia que s ele poderia transformar aquilo em satisfao. Deixei o meu suti cair na cama sozinho, seguido pelo seu olhar atento. Eu ri da sua cara e logo o abracei, sentindo seu peito em completo contato com o meu... Dulce: Te amo, Christopher. Obrigada por devolver a vida que tinha perdido sem perceber. Agora mais do que nunca eu quero viver intensamente...por voc e com voc. Christopher: Eu tambm...nunca vou deixar voc ir embora novamente. Essa separao foi o pior erro de nossas vidas. Sua mo finalmente tocou o meu seio, dessa vez sem nenhum pano como barreira, ateando mais foto ainda ao meu corpo. Eu gemi um pouco mais alto, inevitavelmente, e minhas mos percorreram suas costas nuas. Mordia seu ombro e deslizava a lngua por ali, enquanto ele seguia com aquelas intensas e prazerosas carcias. Terminamos de tirar as peas que faltam e eu o olhei de cima abaixo, vendo o quanto Christopher era lindo, da mesma forma que ele fazia comigo. Naquela noite estvamos descobrindo muitas coisas juntas, muitos sentimentos e momentos que ficariam guardados em nossa memria para sempre... X__X 191 J era a hora e ns dois sabamos. Estava completamente extasiado e Dulce preparada para me receber. Peguei um pacote de camisinha na mesinha de cabeceira e Dulce riu... Dulce: De onde saiu isso? Christopher: Sou mgico, estava prevenido. Dulce: Voc no me trouxe pra c j planejando tudo isso, no ? Christopher: Juro por Deus que no. At porque voc quem deu o primeiro passo. Agora cala a boca, gatita, vamos terminar o que comeamos. Coloquei nossa proteo e me posicionei sobre ela. Toquei sua franja, brincando com ela, fazendo-a sorrir. Dulce fechou os olhos e roou o nariz pelo meu peito. A enchi novamente de beijos no pescoo, pois sabia que isso a tranqilizava e queria ser o mais cuidadoso possvel para no machuc-la. Beijei apaixonadamente seus lbios, enquanto entrava lentamente em seu corpo. Dulce soltou um pequeno gemido de dor e eu fiquei imvel, morrendo de preocupao... Christopher: Eu te machuquei? Est tudo bem? Dulce: Calma, est tudo perfeito, isso completamente normal. Foi s uma dorzinha, j passou. Por favor, no pare agora, continua...eu to bem. Eu beijei sua cabea, mais tranqilo, e continuei com o que estava fazendo. Fui me movimentando lentamente dentro dela, sem apartar nossos lbios. O que estava sentindo era indescritvel, at nisso ns nos encaixvamos perfeitamente. Fui acelerando os movimentos, at que uma sensao muito prazerosa tomou todo o meu corpo. Um gemido mais alto passou pela minha garganta ao chegar ao pice daquela sensao. Deixei meu corpo cair levemente sobre o de Dulce e abracei seu corpo, sentindo o meu completamente em xtase... Christopher: Sentiu isso? Deus, nunca pensei que fosse to...extasiante dessa forma. Melhor ainda sentir isso com voc. Percebi que Dulce havia ficado quieta e me preocupei. Me apoiei nos cotovelos e olhei seu rosto, que por sinal parecia bem tranqilo...
Christopher: No sentiu isso? Dulce: Senti algo bom...mas talvez no tudo que voc esteja falando. Eu rolei para o lado da cama e fiquei olhando para o teto, me sentindo um pouco culpado. Eu havia ficado to empolgado com o meu prprio prazer que havia me esquecido do dela. Eu falhei com Dulce... Dulce: Chris? O que foi? Christopher: Eu sabia que ia te decepcionar. Dulce: O que? Christopher: Voc no chegou ao pice, Dulce. Ela se deitou sobre mim, apoiando o queixo em meu peito e me olhou... Dulce: E da? Christopher: Como e da? Eu falhei! Dulce: No diga besteiras, Christopher! Eu amei tudo que aconteceu entre ns nesse momento. Principalmente por ter sido voc. Se eu estivesse com outro, mesmo que tivesse tido um orgasmo, no teria sido perfeito. Porque no teria sido contigo. Dulce deu um leve beijo em meu peito e roou o nariz de leve ali... Christopher: Mesmo assim...eu queria ter sido mais til. Queria que voc sentisse o mesmo que eu senti. Dulce: No se cobre tanto, nenhum dos dois sabia como fazer isso direito. Conhecemos isso juntos. Mesmo que j ouvimos muito falar e talvez mesmo vendo em filmes e etc., na prtica totalmente diferente. E teremos mais oportunidades para aprimorarmos isso, descobrir novas coisas, somos muito novos ainda! Christopher: , mas... Dulce: Nada de mas! Voc sempre foi bastante confiante, agora est inseguro? Esse no o Christopher que eu conheo. Christopher: E depois de hoje voc vai realmente querer tentar de novo comigo? Dulce: Com certeza sim! Dulce me deu um beijo nos lbios e em seguida disse que estava cansada, que queria descansar. Eu a coloquei ao meu lado e passei meu brao ao redor do seu corpo, atraindo-a para mim completamente. Ela dormiu primeiro, enquanto eu fiquei com a idia fixa na minha cabea de que tinha falhado com ela... X__X Eu acordei no dia seguinte com uma leve carcia em meu rosto. Abri os olhos devagar, me acostumando com a claridade, at que vi seu lindo sorriso pra mim. Sorri tambm e me sentei na cama, sem dar-me conta que eu ainda estava nua. Me cobri rapidamente com o lenol, sentindo meu rosto corar pela vergonha, enquanto Christopher somente ria... Christopher: Acha que s porque ontem estava um pouco escuro eu no vi o que tem a? Dulce: Perdo, ainda no me acostumei. Christopher: Entendo. Preparei algo pra voc comer. Ele puxou uma bandeja com alguns sucos, frutas e po integral at mim... Dulce: Comida saudvel? Pensei que voc tomasse sorvete no caf-da-manh. Christopher: Quem te disse isso?? Dulce: Any. Christopher: Ela que me leva pra fazer essa maluquices! Mas ainda que tenha sado do time h um tempo, ainda mantenho a dieta, pelo menos no caf. Tudo bem pra voc? Dulce: Est perfeito.
Ns comemos juntos, enquanto conversvamos. Ele continuou teimando que tinha sido um fracasso e s calou a boca porque eu havia dito que, se ele tocasse mais uma vez no assunto, terminaria com ele. Christopher s funcionava com chantagem, seno continuaria teimando sempre com a mesma coisa... Dulce: Pode me deixar alguns minutos sozinha agora? Eu vou colocar minha roupa. Christopher: Claro, sem problemas. Vou lavar a loua enquanto isso. Ele pegou a bandeja e saiu do quarto. Eu respirei fundo, olhando tudo ao redor. Mesmo eu no tendo sentindo o mesmo que ele, aquela noite pra mim havia sido realmente mgica. Eu no mudaria nada e, por mais que ele tivesse insistido que podia ter sido melhor, para mim estava tudo perfeito. Porque foi com a pessoa que eu mais amo nesse mundo. E o verdadeiro sentimento estava a, no corao. Quando eu terminei de me vestir, fui para a cozinha. O abracei por trs e dei vrios beijos em suas costas, fazendo-o rir bastante. Ele limpou as mos e se virou pra mim, me agarrando pela cintura e beijando minha boca com muita paixo... Dulce: Ser que algum nesse mundo pode estar mais feliz do que eu? Tenho quase certeza que no. Christopher: Eu realmente te fao feliz? Dulce: Voc ainda tem dvidas? Claro, quando no est surtando porque algum cara se aproximou. Christopher: Voc tambm...quando no est dizendo que no merece ser amada por ningum. Eu dei lngua pra ele, que retribuiu com outro beijo. Meu corao estava mil e era impossvel tirar o largo sorriso do meu rosto. E nada nem ningum tiraria ele dali hoje. Um pouco antes do almoo, Christopher me deixou em casa. Assim que abri a porta, minha me chegou preocupada pra cima de mim... Blanca: Menina, onde voc dormiu? Fiquei preocupada, no ligou, fiquei sem notcias! Dulce: Desculpa me, eu devia ter avisado, mas que aconteceram tantas coisas...eu voltei com Christopher. Blanca: O que?? Mas ele no te fez sofrer tanto? Voc disse que o odiava e no sei mais o que! Dulce: Eu sei, mas eu tava com raiva, confusa...agora a poeira baixou, ns conversamos, nos resolvemos e mais do que nunca eu tenho certeza de que o amo mais ainda. Blanca: Bom, a vida sua, voc que sabe. S me avise quando for dormir na casa do seu namorado, para eu no morrer de preocupao. Dulce: Avisarei me, prometo. Agora deixa eu subir, vou tomar um banho. Dei um beijo na minha me e subi as escadas, mas ela me chamou novamente... Blanca: Voc no mais virgem, no ? Eu quase tropecei nos degraus e olhei pra ela assustada... Dulce: De onde tirou isso? Blanca: Sua forma de andar...est completamente diferente. O sorriso bobo em seu rosto, o brilho em seus olhos...vocs fizeram mais do que apenas dormir, no ? Dulce: Me, eu... Blanca: No precisa me dar explicaes. Voc vai fazer vinte anos, tem namorado, s espero que tenha se protegido. Dulce: Sim, eu...quero dizer, Christopher cuidou disso. Era muito constrangedor falar esse tipo de coisas! Sa correndo para o meu quarto e me tranquei l, no sabendo se pulava de felicidade pelo que tinha acontecido ou se enterrava minha cabea na terra pela minha me ter descoberto...
X__X 192 Depois que deixei Dulce em casa, fui para a casa do meu pai. Tinha que falar com ele sobre o que tinha acontecido, o quanto eu estava frustrado comigo mesmo e o que fazer pra melhorar essa situao. Sei que no era muito de desabafar com o meu pai, mas no momento foi a melhor sada que eu encontrei. Sua mulher abriu a porta da casa e eu falei direito com ela, afinal j tinha superado todos os problemas. Fiquei ss com o meu pai na sala e respirei fundo, pois ainda era um pouco estranho ter esse tipo de conversa com o meu pai... Kevin: Ento, filho? A que devo essa visita? Precisa de algo? Christopher: Sim, na verdade...eu preciso de um conselho. Kevin: Estou aqui sempre que precisar, disposto a ajudar. Conte-me, o que aconteceu? Eu falei tudo pra ele, desde quando eu e Dulce voltamos e tudo o que aconteceu. Contei da minha falha e perguntei o que faria para isso no acontecer outra vez... Kevin: No se culpe muito, foi a sua primeira vez, no nada de outro mundo! Homens com certa experincia s vezes no conseguem fazer uma mulher chegar ao pice, quanto mais voc. Christopher: Mas eu quero dar prazer pra ela tambm, quero que Dulce sinta o que eu senti. O que eu fao? Meu pai me deu alguns conselhos, como esperar e cuidar do prazer dela, de fazer as coisas com calma e etc. Ele me explicou vrias coisas que eu guardei bem na minha mente para fazer tudo certinho quando fossemos tentar de novo... Christopher: Obrigado pelas dicas, pai. S espero que depois de ontem Dulce ainda queira alguma coisa comigo. Kevin: No seja bobo, claro que ela vai querer. E eu tenho a oportunidade perfeita para os dois. Christopher: Srio? O que? X__X Dulce: Las Vegas, Christopher? O que a gente vai fazer l? Christopher: Meu pai vai abrir uma filial da sua loja e fazer a festa de inaugurao em um Hotel-Cassino. Me deu dois convites, disse pra levar voc. Sero apenas dois dias, a gente vai na sexta de tarde, a inaugurao e festa no sbado noite e domingo de manh a gente volta. Dulce: Interessante. Eu queria ir, mas o problema minha me. No sei se ela vai deixar... Christopher: Voc j no disse que ela descobriu o que aconteceu? E bvio que se fizemos uma vez, vamos fazer de novo... Eu abri um largo sorriso, j sentindo um frio no estmago em pensar passar mais noites ao lado dele... Dulce: verdade, mas minha me estranha, vai saber. Srio, eu fiquei com muita vergonha! No sabia que a diferena era to grande! Christopher: Estou sentindo sua falta sabia? Quero te ver, te abraar, ficar contigo, Deus! Estou viciado em voc, Dulce Maria, vou ter que ir pra reabilitao! Dulce: Vai nada, no quero que se cure dessa doena. Ela boa. Christopher: mesmo? Voc adora me ter aos seus ps, no ? Dulce: Claro, qual mulher no gosta? S espero que isso no mude se formos pra Las Vegas e ficar todo empolgado com aquelas lindas e muito bem vestidas mulheres. Christopher: Deixa de ser boba, sabe que eu no sou assim.
Dulce: , aquela velha historinha da boate que o diga. Christopher: Dulce...vai lembrar disso de novo? Como voc mesma disse, isso uma velha histria da qual eu prometi que no vai se repetir. Dulce: Ok, deixa pra l. Vou falar com a minha me, em breve te dou a resposta. Christopher: Espero que a mesma seja positiva. E se formos pra Las Vegas, gatita, prepare-se, porque somente voc ter a minha ateno. Dulce: De verdade? Essa eu quero ver. X__X 193 Foi difcil, mas conseguimos convencer os pais de Dulce. O maior problema foi seu pai, pois ele no estava muito feliz comigo por ter feito sua filha sofrer. Tive que sentar frente a frente com ele e explicar que essas coisas acontecem, que no foi minha inteno machuc-la, que provavelmente ele tambm j tinha feito a esposa chorar por algum erro do passo e ele acabou se convencendo. Meu pai teve que ligar para os dela, dizendo que ele e minha madrasta iam tomar conta da gente e tudo mais e ento conseguimos convenc-los. Dulce e eu chegamos em Las Vegas por volta das quatro da tarde de sexta-feira. Ficamos hospedados no hotel Bellagio, uns dos mais conhecidos do Estado. Dulce havia ficado impressionada com todo aquele luxo, pois olhava tudo de cima a baixo, principalmente a vista de nosso quarto, que era realmente fantstica... Dulce: Olha, Chris! As cortinas se abrem apenas com um controle remoto! Seus olhos brilhavam e eu ri de sua empolgao... Christopher: At parece que voc nunca esteve em um hotel de luxo antes, gatita. Dulce: Sim, j estive, j viajei muito com os meus pais...mas nunca estive em um hotel onde eu podia abrir as cortinas com um controle remotos! Eu a abracei por trs e dei leves beijos em seu pescoo, vendo o mesmo se arrepiar com aquela carcia, como sempre... Christopher: Eu estava louco para ficar ss com voc de novo, sabia? Dulce: Srio? Eu tambm. Ela disse com uma voz rouca e jogou a cabea pra trs, permitindo que eu explorasse com mais intensidade aquela regio... Christopher: Quer tentar de novo? Dulce: Com voc? Sempre! Estava esperando quando voc ia me propor isso. Ela se virou pra mim e passou os braos ao redor do meu pescoo. Eu j podia sentir a tenso entre nossos corpos e o calor que emanava do mesmo. Eu queria sentir o corpo daquela mulher contra o meu outra vez e me deixava bastante satisfeito em saber que ela queria o mesmo... Christopher: J te disse que sempre pode fazer o que quiser comigo, que eu no ia recusar. Dulce: Voc dizia que eu podia te beijar sem pedir permisso, no fazer... Christopher: Sexo? Dulce: Exatamente. Christopher: Pois ento a partir de hoje temos uma nova regra. Sempre quando quiser fazer amor comigo... s pedir. Ela riu baixinho e comeou a roar o seu nariz no meu, recuando sempre quando ia beij-la, me provocando cada vez mais... Dulce: Ns passamos do casal purinho para o mais taradinho.
Christopher: Isso porque voc ainda no sentiu o que deveria sentir. Voc ainda no viu nada, Dulce Maria. Dulce: Ah ? Ento me mostre. Ela no recuou dessa vez e eu pude beij-la com toda a intensidade. Coloquei seu corpo bem colado no meu, enquanto minha lngua explorava sem pudor sua boca. Ns dois fomos andando pelo quarto at cair na cama entre risadas e beijos apaixonados. Naquele momento, naquele quarto, naquela tarde, eu a faria minha de corpo e alma outra vez... X__X Para mim realmente no importava se Christopher ia conseguir me fazer sentir todas essas maravilhas que ele disse sentir. Estar ao lado dele j era o suficiente. Ser amada por ele, ter ao meu lado o homem mais fofo e dedicado do mundo para mim j era o bastante. O resto era simplesmente conseqncia. Mas Christopher estava realmente empenhado em fazer cada vez mais as coisas ficarem perfeitas. Ele colocou meus braos acima da minha cabea, prendendo meus pulsos de uma forma que eu no podia me mexer. Eu apenas fechei meus olhos e deixei que ele tomasse todo o meu corpo, estava completamente entregue, como sempre. Seus lbios foram deslizando desde o meu pescoo e descendo cada vez mais, at a altura do meu ventre. Eu arqueei meu corpo sem querer, enquanto ele olhava pra mim com aquele olhar malicioso e o sorriso safado. Christopher soltou minhas mos, mas eu no me movi, apenas fiquei observando o que ele ia fazer, com os lbios entreabertos, sentindo meu peito subir e descer pela respirao que j estava alterada. Ele primeiro tirou minha cala e logo em seguida minha blusa. Fiquei um pouco constrangida de ficar apenas com roupa ntima, com toda aquela claridade ao nosso redor, enquanto ele ainda estava completamente vestido. Tentei tirar sua blusa, mas Christopher me impediu, segurando minhas duas mos com cuidado, para logo em seguida deslizar os lbios por cada uma... Christopher: No, gatita. Hoje voc que receber todo o prazer e ateno que eu puder lhe dar. Dulce: E eu vou ficar nua, enquanto voc estiver vestido? Christopher: No fala nada, Dul. Apenas aproveite o momento. E eu aproveitei. Nos prximos minutos eu j no sabia mais aonde estava. Minha mente havia sido teletransportada para o planeta Christopher e no existia mais ningum l alm de ns dois. Era um mundo especialmente feito para ns, onde no havia qualquer tipo de problemas, apenas eu, ele e a nossa imensa vontade de nos amar. Seus lbios fizeram estragos por todo o meu corpo. Sua lngua soube explorar os pontos certos, enquanto eu sentia um calor enorme se formar entre as minhas pernas, pedindo desesperadamente por um contato mais ntimo, mas no somente corporal, mas algo que unisse nossas almas e nossas essncias. Christopher girou nossos corpos, me colocando sobre ele, enquanto suas mos deslizavam pelas minhas costas. Seu polegar traava toda a linha da minha espinha, fazendo subir um arrepio que chegava at a minha nuca. Fechei meus olhos, sentindo suas mos contornarem com perfeio as curvas do meu corpo. Seus dedos chegaram ao fecho do meu suti e s ento abri os olhos. Antes estava com vergonha de pensar em ficar completamente nua, eu sozinha, enquanto ele ainda mantinha todas as peas de roupa no corpo. Mas agora, com nossos olhares encontrados, com essa conexo que surgia sempre repentinamente entre ns, eu de fato queria isso. Era como se ele tivesse completo domnio do meu corpo e minha mente, me deixando sua merc, sem qualquer tipo de reao, apenas esperando que ele me desse o prazer que meu corpo pedia desesperadamente. Foi ento que ele parou. Ficamos nos encarando enquanto o ponteiro do relgio girava. Um, dois, cinco minutos? O que importava? O tempo no significava completamente nada naquela hora, porque ele era meu tempo. E eu era o tempo dele. Ele era o meu Christopher...e eu era simplesmente a sua Dulce. Para sempre? Nesse momento, neste quarto, com toda essa atmosfera apaixonada que nos encobria, meu corao simplesmente respondia...sim.
X__X 194 Eu me perdi. Tinha tudo pensado, tudo calculado e planejado, at finalmente poder olhar bem fundo em seus olhos, vendo como ela os entrecerrava, talvez at mesmo sem inteno, mas com uma forma de seduo que tirou todo e quaisquer pensamentos que passavam pela minha cabea naquele momento. Suas mos estavam apoiadas em meu peito, enquanto as minhas estavam imveis sobre o fecho de seu suti. Continuvamos ali, naquela troca de olhares, naquela troca de sentimentos, naquele compartilhamento de almas. Algumas pessoas no sabem o quanto os olhos so o portal para ver a verdadeira luz, a verdadeira essncia do outro. Porque nunca param para olhar fixamente quele que est sua frente, aquele a quem ama mais do que tudo, aquele por qual seu corao grita a cada segundo que bate. Eu podia ver a alma de Dulce agora...da mesma forma que eu tinha certeza que ela podia ver a minha. Naquele instante eu pude ver um brilho especial, que pareciam ser formados por estrelas que desceram do Universo para pousarem naquele olhar, naquela pessoa. Toda a sua magia, tudo que envolvia toda aquela poeira csmica e celestial parecia ter pairado sobre ns dois naquele momento. Seria o espao e seres mgicos abenoando algo to puro, to verdadeiro e to...eterno? Eu no sabia. Talvez fosse algo que jamais estivesse explicao...uma loucura aos olhos de quem est de fora. Mas para quem vive e compartilha esse momento, fazia todo o sentido do mundo. Eu entreabri meus lbios para dizer-lhe alguma coisa, algo que combinasse com todo esse momento especial. Alguma frase romntica dos filsofos que tanto gostvamos ou alguma parte de algum poema de Pablo Neruda. Mas nada foi suficiente. Nada parecia se encaixar naquele momento. Nada que havia sido aclamado pela sociedade e atravessou geraes, nada completava o que estvamos vivendo ali, naquele singular espao de tempo. Exceto trs simples palavras. Aquelas sim, eram as certas, as letras corretas que deram o toque final para aquele instante celestial compartilhado... Christopher: Eu te amo. Um, dois, trs. Nenhuma reao. Ela seguiu me olhando, seguiu parada, como se no tivesse respirando. Quatro, cinco, seis.. Seus lbios se curvaram em um lindo sorriso. Aquele sorriso que eu amava ver em seu rosto e sabia que eu era o responsvel por ele. Sete, oito, nove.. Dulce se abaixou um pouco, encostando seus lbios sobre o lbulo da minha orelha. Ela deu uma pequena mordida ali em seguida escutei sua risada baixinha. Meu corao disparou. Dez... Dulce: Eu te amo tambm...meu gatito. Dez segundos. Foi apenas o tempo que Dulce levou para dizer que me amava tambm.Apenas dez segundos que tive que esperar para ter a certeza que seu amor por mim s se renovava cada dia mais. Apenas dez segundos para me dar mais ainda a certeza de que eu tinha a mulher da minha vida em meus braos. Apenas dez segundos...ainda que fosse um minuto, um ms, um ano, um sculo, no importava. Porque por Dulce Maria eu esperaria toda uma eternidade. Porque no importa quanto tempo se passasse, eu sabia dentro de mim que no final toda a espera teria valido a pena... X__X E ento foi como se o tempo congelado tivesse voltado ao normal. Seus dedos abriram o fecho do meu suti, enquanto eu fechava os olhos e mordia fortemente meus lbios, sentindo Christopher desliz-los sobre meus ombros, at cair na cama e ele logo empurr-los para o
cho. Christopher me olhou de cima a baixo e eu sorri, com certa timidez e, ao mesmo tempo, com certa picardia. Enrolei meus dedos nos pequenos cachos de seus cabelos e me abaixei mais um pouco para tocar seus lbios. Sua lngua tentou achar uma abertura, mas eu no dei, pois ainda no era a hora. Me sentei sobre ele e deslizei minhas duas mos por toda a extenso do seu peito, subindo e descendo, enquanto ele tinha um sorriso torto em seu rosto... Christopher: O que est fazendo? Dulce: Sei que voc disse que queria me dar prazer, mas eu estou ficando nervosa com tanto pano separando a gente. Preciso me livrar disso logo...posso? Christopher: Eu sou todo seu, senhorita. Faa o que quiser. Eu no perdi tempo em tirar sua blusa e logo em seguida a bermuda que ele vestia. Apenas o que nos separava agora eram as nossas peas debaixo, mas ainda no era a hora de tir-las pois, uma vez em contato, no demorariam muito para se atrarem terrivelmente e colocarem um fim em tudo. Ainda queramos aproveitar. E tnhamos tempo para isso. Me deitei sobre ele novamente, colando completamente nossos corpos passando a mo por seus cabelos, sentindo meu corao bater descompassadamente. Ou era o dele? Quem sabe? Estvamos to em contato que era praticamente impossvel distinguir quem era quem ali naquela situao. Talvez fosse apenas a metade do meu corao, que se juntou em perfeita sintonia com a outra metade do corao dele e formamos um s. E ali estava, um s corao batendo entre duas pessoas. Colei meus lbios nos dele novamente e dessa vez Christopher teve toda a passagem que queria. Ele explorou, aproveitou, brincou com a minha lngua e me deixou completamente sem ar com todas aquelas carcias que seus lbios eram capazes de fazer. Christopher girou nossos corpos outra vez e eu voltei a ficar por baixo. Ele levantou minha franja e depositou um beijo molhado em minha testa, descendo para o meu nariz, para logo parar em minha boca pela milsima vez. Suas mos foram deslizando pela minha cintura at se posicionarem sobre meus quadris. Ele me lanou um olhar malicioso antes de descer a ltima pea que me faltava, me deixando completamente nua na sua frente, enquanto a noite j comeava a cair. Ele mesmo tirou sua boxer e voltou a deitar sobre mim, me dando um beijo bastante intenso, que eu podia jurar que havia durado mais de cinco minutos... Christopher: Eu acho que j est na hora... Christopher se protegeu, enquanto eu respirava com bastante dificuldade, talvez devido ao largo beijo ou a excitao do meu corpo, que pedia desesperadamente pelo dele. S precisava senti-lo dentro de mim outra vez, no importava se eu ia atingir isso ou aquilo, eu apenas o queria em mim, pois s assim eu me sentia o ser mais completo e realizado do mundo. Estvamos mergulhados em mais um longo beijo, quando eu senti sua parte ntima entrar em contato com a minha. Christopher segurou bem meus quadris, me colocando na posio certa, at que nossos corpos finalmente se encaixaram com perfeio, provando ns dois que eles foram feitos exatamente um para o outro. Envolvi meus dois braos ao redor das suas costas, j sentindo sua pele molhada pelo suor. Christopher comeou a se movimentar lentamente, de uma forma que at parecia tortura. Estava perdida em seus lbios quando me surpreendi ao sentir uma sensao nova e bastante intensa subindo pelo meu corpo. Se antes o ar me faltava, agora ele parecia no existir em mim. Estava to confusa que nem reparei quando ele colocou as duas mos em minhas costas e levantou meu corpo, colocando os dois sentados e completamente encaixados na cama, enquanto aquela mesma sensao ficava mais forte, subindo por todo o meu corpo, at que explodiu de vez. Da minha garganta saiu um grito, que eu at tentei conter, mas foi impossvel. Minha cabea deu voltas naquele momento, enquanto meu corpo havia entrado em um completo estado de xtase, como se estivesse flutuando sobre as nuvens. Christopher continuou se movendo at chegar a vez dele de soltar um gemido, ainda que de forma bem mais contida do que a minha. Eu apoiei minha testa em seu ombro, respirando bem fundo, pra tentar recuperar qualquer ar
que pudesse haver naquele ambiente. Somente quando abri os olhos foi que vi que minhas unhas estavam fincadas em suas costas e imediatamente apartei minhas mos, olhando para ele, que tinha um semblante sereno e relaxado, como se tivesse flutuando no mesmo cu que eu... Dulce: Desculpe, eu no queria te machucar... Minha voz saiu to rouca que ficou irreconhecvel at pra mim. Christopher apenas sorriu e voltou a deitar nossos corpos na cama.. Christopher: Isso no foi nada perto do que eu senti. Dessa vez eu consegui fazer voc sentir tambm, no ? Eu pude ver em seus olhos um brilho enorme de felicidade e aquele sorrindo lindo pintado em seus lbios... Dulce: E eu preciso responder essa pergunta? Acho que o hotel todo deve ter ouvido. Christopher: No exagere, nem foi to alto assim. Dulce: Voc est querendo ser gentil, mas eu no sou surda. Eu sei que no me controlei. Christopher: Na primeira vez bastante difcil de se controlar mesmo. Tambm no me controlei naquela noite e acabou que eu no fiz voc sentir nada. Mas com calma e com jeito tudo se resolve, no n? Dulce: Obrigada... por ser o homem da minha vida. Nunca me deixe, por favor. Christopher: Nunca vou deixar, eu prometo. Dulce: No prometa nada que no possa cumprir. Christopher: Se eu estou prometendo porque sei que posso. E tenho certeza que vou faz-lo. Eu lhe dei um pequeno beijo, que significava um pequeno agradecimento em silncio. E ento fechei meus olhos, agradecendo a Deus por ter posto algum to especial na minha vida. Sabia da sorte que tinha e por mim, jamais deixaria essa sorte escapar novamente... X__X 195 Duas horas e meia depois eu sa do banheiro, com um cabelo um pouco molhado e com um pouco de dificuldade pra ajeitar a minha gravata. Mas parei todos meus movimentos ao ver Dulce parada frente um espelho, com um vestido completamente sensual, que deixava at metade de suas costas nuas. Eu fiquei ali parado, olhando para aquela linda viso, at que ela percebeu que eu estava babando... Dulce: Est muito exagerado, no ? Eu disse para a minha me comprar algo diferente, mas no quis dizer TO diferente. Christopher: Voc est incrivelmente...Deus, no sei nem que adjetivo dar para qualific-la! Dulce: To me sentindo nua com esse vestido. Ainda mais de vermelho, que deixa tudo mais... Christopher: Sexy? Dulce: Eu ia dizer outra coisa, mas se voc est dizendo isso... Eu me aproximei dela e a agarrei pela cintura, arrancando um pequeno gritinho de sua garganta... Christopher: Voc est belssima, para de reclamar! Eu que deveria estar preocupado, sabendo que eu vou ter que estar atento a qualquer um que se aproximar, pois voc est simplesmente irresistvel. Dulce: Na verdade...eu me sinto assim. No sei, me sinto mais mulher, sabe? Christopher: Sei sim. E sei tambm que eu sou o responsvel por isso. Ou voc pensa que o que aconteceu entre ns horas atrs no trouxe resultados positivos para o seu corpo? o que todos as pesquisas dizem.
Dulce soltou uma gargalhada gostosa, enquanto seus dedos comearam a ajeitar a minha gravata... Dulce: Claro n, Christopher, tudo que aconteceu comigo voc o responsvel. Christopher: E eu estou mentindo? Olhe para a Dulce de dois anos atrs e olhe para voc agora. Se eu no tivesse entrado na sua vida voc continuaria sendo a mesma nerd de sempre, que usava vrias blusas num calor infernal. Dulce: Se eu disser que usava aquilo tudo para esconder meus seios, voc vai me chamar de idiota? Eu arregalei meus olhos, no acreditando naquela declarao... Christopher: Srio? Dulce: Sim...eu os achava muito grandes para a minha idade, queria esconder o mximo possvel. Christopher: Gatita, eu nunca te achei muito normal, mas agora eu tenho certeza que voc no desse mundo. Eu recebi um tapa no ombro por tal declarao, mas at ela estava rindo... Dulce: Ok, Christopher, voc salvou a minha vida, satisfeito? Eu no seria nada sem voc e o seu amor! Ela havia dito aquilo num tom debochado, mas eu sabia perfeitamente que tudo era verdade... Christopher: Est perfeito! Mas agora vamos, porque falta pouco para comear a festa de inaugurao. Eu terminei de calar os sapatos e Dulce pegou sua bolsa, j prontos para a festa que nos esperava... X__X A festa foi um pouco chata no comeo, pra falar a verdade. O pai de Christopher deu um largo discurso sobre o quo orgulhoso estava de abrir mais uma empresa em Las Vegas e tudo mais. Quando ele anunciou que seu filho estava presente, o holofote veio em cima de ns dois, me deixando completamente constrangida ao sentir que todos nos olhavam. Eu realmente no gostava desse tipo de coisas... Christopher: Tinha que ter visto sua cara na hora em que a luz veio sobre ns. Se tivesse um buraco na terra tinha certeza de que sua cabea j estaria l dentro. Christopher me disse alguns minutos depois, quando a parte boa da festa havia comeado, que consistia em comida, msica e cassino... Dulce: Sabe que eu no gosto de ser notada, por mim passaria despercebida por toda a sociedade. Christopher: Sinto lhe informar gatita, que eu j peguei cinco urubus te olhando de cima a baixo. Isso que d ser to linda e irresistvel. impossvel passar despercebida. Dulce: Est dizendo isso porque me ama, no que seja completamente verdade. Christopher: Ah ? Olhe para a direita. Cabelos castanhos, olhos azuis, mais ou menos vinte e cinco anos, com um copo de vinho na mo. S no encare muito ou ele achar que voc est interessada. Segui as orientaes de Christopher e de fato, havia um homem com todas as caractersticas que ele havia citado, me olhando de uma forma bem...intensa, por assim dizer... Christopher: Ta bom, j viu, agora chega.
Christopher colocou a mo no meu rosto e me fez virar pra ela, completamente enciumado porque eu olhei dois segundos para o cara... Dulce: Que medo. Isso porque eu estou acompanhada. Christopher: Geralmente as pessoas se interessam de fato pelas que esto acompanhadas. Parece que um prazer humano estragar a felicidade alheia. Dulce: Ok, vamos pra outro lugar porque eu j senti que voc est um pouco irritado e esse o terceiro copo de champanhe que voc bebe. Christopher: Qual o problema? Isso uma festa. Por que voc no bebe tambm? Dulce: No gosto, voc sabe. Christopher: Prova, v como esse est bom. Bebi um gole do copo de Christopher e de fato, aquilo estava muito bom... Dulce: , at que no est to ruim. Christopher: Vou pegar um pra voc. Christopher chamou o garon e ele logo trouxe a bebida. Me arrisquei a beber um copo, afinal eu j era maior de idade e estava com meu namorado. E era apenas um copo, no ia ficar bbada por causa disso... Dulce: Quero jogar! Adoro aquelas maquininhas de enfiar moedas! Christopher: Caa-nquel, n Dul? Dulce: Que seja! Vamos? Christopher: Tudo bem... Christopher me acompanhou at essas maquininhas e comeei a ganhar. No sei se foi sorte de principiante ou o que, mas eu havia ganhado muitas moedas logo na primeira vez. Eu e ele fomos bebendo enquanto jogvamos, o que estava tornando a noite muito prazerosa. Algum tempo depois ns fomos jogar outro tipo de coisas, fizemos apostas e ele jogou pquer, enquanto eu s assistia, ainda bebendo. Depois de um tempo comecei a me sentir bastante tonta pelo excesso de lcool que estava em meu sangue... X__X 196 Quando eu abri meus olhos naquela manh, parecia que eu ia ficar cego. A luz que entrou no quarto nem era to forte, mas era o suficiente para irritar meus olhos e me deixar com uma enorme dor de cabea. Parecia que todos os meus neurnios iam explodir. Me sentei na cama e vi Dulce deitada ao meu lado, com as costas nuas e o lenol em cima do corpo. Havamos feito amor outra vez? Eu no lembrava! Minha cabea estava uma confuso, uma mistura de imagens que me deixava completamente confuso. Passei a mo pelo cabelo, piscando fortemente e foi ento que eu senti algo em meu dedo. Arregalei os olhos quando vi o que tinha ali...no, no podia ser! O que...? Olhei para a mo de Dulce e vi a mesma coisa ali, no mesmo dedo. O que significava aquilo afinal? Levantei rapidamente e coloquei minha boxer, andando por todo o quarto. Sem querer pisei em alguns papis no cho. Me abaixei para pegar e li o que estava escrito, ainda que com um pouco de dificuldade por causa da dor de cabea. E o que mais temia havia sido comprovado. Voltei para a cama e me sentei ao lado dela, pois Dulce tinha que saber. Ou devia lembrar de algo, que eu no lembrava! Passei carinhosamente minha mo pelo seu rosto, at que ela foi despertando devagar, com um sorriso no rosto. Mas ao abrir os olhos, Dulce gemeu e voltou a fech-los, levando as mos cabea... Dulce: Ai! Minha cabea est explodindo! Christopher: Somos dois ento. No sabia que voc tinha bebido tanto. Dulce: Nem eu. O que aconteceu? Christopher: Vai dizer que voc no se lembra?
Dulce franziu o cenho e se sentou na cama, cobrindo os seios com o lenol... Dulce: No...do que eu deveria lembrar? Eu engoli em seco naquele momento. Como eu ia dizer pra ela que agora em qualquer ficha que fssemos preencher, teramos que marcar o quadradinho ao lado do solteiro? Christopher: Eu tenho que te contar algo, mas prometa que no vai dar chilique. Ela arqueou uma sobrancelha e soltou uma risadinha nervosa... Dulce: Voc est me deixando com medo! Fale logo para que eu possa voltar a dormir, minha cabea est dando voltas. Christopher: Ns nos casamos. X__X O que ele havia dito? Minha cabea latejava tanto que eu no conseguia nem ouvir direito o que ele falava. Christopher deve ter percebido a confuso em meu rosto e voltou a repetir a frase... Christopher: Ns dois estamos casados, Dulce. Eu comecei a rir ao ouvir aquilo e Christopher arqueou as duas sobrancelhas... Dulce: Gatito, eu sei que voc tem um lindo senso de humor, mas no estou com cabea para piadas agora, ok? Deixa eu dormir mais um pouquinho, vai? Christopher: Olhe para o seu dedo, Dul. Vai ver que isso no nenhuma piada. S quando olhei para a minha mo esquerda que o sorriso que tinha em meu rosto desapareceu. Olhei para Christopher de olhos arregalados e vi que ele esperava uma resposta... Dulce: Que papis so esses que esto em suas mos? Christopher: So exatamente os papis que provam o que eu estou te dizendo. Tem nossas duas assinaturas aqui, deixando bem claro que j somos marido e mulher. Eu arranquei aqueles papis de suas mos e os li rapidamente, vendo que no final da folha de fato havia nossas duas assinaturas. Um medo tomou conta de mim e comecei a respirar com dificuldade, sem saber o que pensar em relao aquilo... Dulce: Mas...isso...quando? Eu no lembro de nada! Christopher: Pois eu tambm no! Assim que acordei tive a mesma surpresa que voc! Me lembro das coisas de ontem somente at quando fomos jogar no Cassino, depois tudo um misto de confuso e imagens borradas! Dulce: Oh meu Deus, Christopher, o que ns fizemos!? Eu estava com vontade de chorar, mas o choque era to grande que no caa nenhuma lgrima. S ento que eu me dei conta de algo que me deixou mais apavorada ainda... Dulce: A gente...dormiu juntos outra vez e no nos lembramos de nada! Por favor, diz que voc usou alguma proteo! Christopher: Eu j te disse, estou to confuso quanto voc, tambm no lembro de coisa alguma! Foi ento que eu desabei, pensando que j podia ter um filho se formando dentro de mim nesse momento...
Dulce: Meu Deus, eu posso estar grvida! Christopher, o que ns fizemos? Ele ficou sem resposta, enquanto eu continuava chorando. Christopher foi at o banheiro, enquanto eu j me levantava, colocando as minhas roupas que estavam espalhadas pelo cho... Christopher: Quanto a isso no se preocupe. Fui olhar na lata do lixo, a camisinha est l. Parece que at bbado eu tenho bom senso. Ele sorriu de lado e eu me irritei com aquilo, enquanto fechava minha cala... Dulce: Isso no tem graa alguma!! Voc tem noo mesmo do que aconteceu entre ns? Christopher: Sim, tenho. Mas no acho que seja pra tanto. Dulce: Como no pra tanto? Estamos casados, meu Deus do cu! C.A.S.A.D.O.S! Voc sabe o que isso quer dizer? Christopher: Quer dizer que eu te amo e quero passar o resto da minha vida com voc? Eu respirei fundo, tentando controlar minha raiva que crescia cada vez mais, enquanto pegava uma blusa na minha mala... Dulce: No me faa ir at a lhe dar um tapa na cara! S temos dezenove anos, Christopher! Ningum se casa aos dezenoves anos, insano! Christopher: Sim, louco, confuso, estranho, mas j est feito, ok! No tem como voltar atrs. Dulce: Sim, temos como voltar atrs. Eu me levantei e o encarei, com a cara bem sria, pra ele ver que eu no estava para brincadeira... Dulce: Eu quero a anulao do nosso casamento! X__X 197 Eu no estava acreditando naquilo. Tudo bem que ramos novos demais e tomamos decises importantes enquanto estvamos bbados, mas eu no pensava me separar dela agora que estvamos casados... Christopher: O que? Eu no vou pedir a anulao de nada! Dulce: E vamos continuar casados? Christopher: Qual o problema? Voc no ia casar comigo um dia? S adiantamos as coisas! Dulce: Como voc consegue levar isso com tanta naturalidade? Christopher: E por que voc faz isso tudo parecer mais complicado do que parece? Dulce: Porque complicado! Christopher: No, no ! Ns no somos pobres, eu tenho um apartamento do qual voc no saa de l antigamente, nos amamos...qual a dificuldade!? Dulce: Ns temos pais! J parou pra pensar no que eles vo dizer!? Christopher: Ao inferno o que eles vo dizer! Ns somos maior de idade, j podemos nos considerar adultos! No h motivos pra tanto alarde, o amor devia bastar para ns! Ela se calou de repente, talvez sem mais argumentos. Eu fiquei ali, parado, esperando que ela dissesse algo, mas Dulce s chorava e no dizia nada... Christopher: Voc est colocando pedras que no existem no nosso caminho! Dulce: Voc tem uma viso muito romntica da vida, eu no! Vejo as coisas com mais racionalidade e aos meus olhos tudo isso um absurdo! Christopher: Querer negar o nosso casamento que um absurdo! Se voc pedir a anulao disso, pode apostar que no vou te pedir em casamento outra vez.
Dulce: Ah ? Ento espero que para a prxima que voc pedir, pelo menos no esteja bbado, para se lembrar do momento romntico com ela e nem que se case numa igreja qualquer com um Elvis de testemunha! Eu levei as mos cabea, vendo que tinha dito besteira. Dulce pegou o seu casaco e foi em direo porta, me deixando assustado... Christopher: Aonde voc vai? Dulce: Pra qualquer lugar longe de voc! Christopher: Mas voc nunca esteve em Vegas antes, pode se perder! Ela no me escutou e saiu assim mesmo, batendo a porta. Eu chutei com raiva a primeira cadeira que vi e me sentei no sof que tinha ali, me perguntando como isso aconteceu to depressa. Ontem ramos apenas dois apaixonados curtindo o amor em Las Vegas e hoje...ramos casados e com a primeira crise em menos de vinte e quatro horas de unio... X__X Isso tudo era uma loucura! Tudo bem que Christopher era um poeta declarado, mas ele tem que acordar pra vida real, ns no vivemos em um conto de fadas! Um casamento a essa idade no era uma coisa muito sensata. Eu me preocupo com o futuro, ainda que Christopher diga que o nosso vai ser pra sempre, eu tenho medo. Os sentimentos acabam, as pessoas mudam, nunca se sabe o que pode acontecer no futuro. Ainda mais com essa idade, onde ainda estamos moldando nossas personalidades e nos descobrindo como seres humanos. Eu o amava demais, ele mais do que ningum sabia disso. Mas eu vejo o mundo com outros olhos. Uma coisa eu dormir na casa dele direito, outra muito diferente ir morar com ele, tendo que lidar com a rotina e todas as complicaes de uma vida a dois. Ainda no estvamos preparados para isso e eu temia que algo assim pudesse desgastar nossa relao. Comecei a andar sem rumo pelas ruas de Las Vegas, pois queria pensar um pouco, ficar sozinha. Minha barriga roncava, pois j se passava das duas da tarde eu no tinha nada no estmago. Mas no estava com vontade de comer, ainda era muito difcil digerir tudo o que tinha acontecido em todo esse tempo. Me sentei no banco de uma praa, vendo algumas crianas brincarem por ali. Por um momento imaginei nossos filhos, os que eu sempre sonhei em ter com ele e formar uma famlia. Eu queria sim ser esposa de Christopher, mas no to cedo, tinha que estar preparada pra isso, com um emprego certo nas mos. Ainda que tivesse bastante dinheiro na minha conta, no queria ficar dependendo de meus pais a vida toda. Ansiava em ser independente e criar minha prpria clnica veterinria, era um sonho profissional que eu queria alcanar. Sabia que talvez pudesse conseguir realizar tudo ao lado dele, mas o medo em minha cabea ainda dizia que era muito cedo. Mas...o que o amor seno correr riscos? Estar verdadeiramente apaixonado consiste em fazer algumas loucuras s vezes, mergulhar de cabea no desconhecido. Era complicado pra mim fazer algo que no estava programado. Mas Christopher j havia me mudado tanto. E confesso que fiquei com medo de sua ameaa, quando disse que no me pediria em casamento outra vez. Afinal, queria passar o resto da minha vida ao seu lado, mesmo que s vezes passasse pela minha cabea a possibilidade disso nunca acontecer. Neste momento eu travava uma batalha entre a razo e meu corao, sem ter a mnima idia de qual dos dois sairia vencedor... X__X 198 Estava bastante preocupado com Dulce, mas no sabia nem por onde comear a procur-la. Se ela no sabia andar por aqui, eu muito menos, nenhum dos dois jamais havia estado neste lugar antes. Fiquei receoso por sua segurana, sempre me preocupava com ela, ainda mais da forma que ela saiu daqui, um pouco confusa. No conseguia nem pensar em comer. Apenas fiquei andando de um lado para o outro no quarto, ligando para o seu celular constantemente, que parecia estar fora de rea ou
desligado. Se antes eu achava que um dia Dulce Maria ia me enlouquecer, agora eu tinha certeza. Apesar de toda a preocupao, minha cabea ainda estava explodindo e eu precisava fechar os olhos um pouco. Eram quatro horas da tarde quando eu me deitei e acabei pegando no sono. Acordei mais tarde com o barulho de uma porta fechando e me virei na cama, abrindo os olhos. Dulce estava encostada na parede, me olhando com os olhos cheios de lgrimas e eu me sentei, preocupado. Christopher: Onde voc foi? Est bem? Ela no me respondeu, ao invs disso, correu at a cama, pulando nela e me abraando com a voz completamente chorosa... Dulce: Eu estou com medo. A abracei forte tambm, dando vrios beijos em sua cabea, sentindo-me mais tranqilo por saber que ela estava bem e agora em meus braos. Dulce sentou-se frente a mim e limpou as primeiras lgrimas que comeavam a cair, enquanto eu no deixava de acariciar seus cabelos... Dulce: Eu estou confusa, Christopher. No quero te deixar de forma alguma, mas ao mesmo tempo a idia de estarmos casados to jovens me apavora! Christopher: Por que voc tem tanto medo? Eu estou aqui, no estou? Ns vamos conseguir, gatita. Dulce: Christopher, um casamento no como brincar de casinha! coisa sria! A responsabilidade vai ficar maior, temos que tomar cuidado pro nosso relacionamento no cair na rotina, muito complicado! Ainda tem os filhos! Christopher: Filhos? Do que voc est falando? Dulce: Voc no vai querer ter filhos comigo? Christopher: claro que vou, mas no porque nos casamos ontem que eu tenho que te engravidar amanh! Dul, ns temos ainda muito tempo pela frente. O fato de estarmos casados no quer dizer que essa vida a dois vai atrapalhar seus planos profissionais, s nos organizarmos direito. Voc inteligente o bastante para se sair bem dessa, confio em ti. Dulce: No vai ser nenhum pouco fcil, Christopher... Christopher: E quando eu disse que iria ser fcil? Eu sei disso, sei que vai ser muito complicado, at porque pra agentar os seus ataques e suas crises tenho que realmente ser um verdadeiro heri! Ela sorriu e eu lhe dei um beijo no rosto, abraando-a com mais fora ainda, tentando lhe passar algum tipo de segurana... Christopher: Eu sei que vai ser complicado e vamos amadurecer juntos nessa, mas...eu prefiro passar pelas dificuldades ao seu lado do que ter uma vida fcil sem voc. Afinal, as coisas do seu lado ficam mais simples, pois eu sei que terei mais uma fora pra me ajudar a atravessar os momentos difceis. Dulce: Eu te entendo e sinto o mesmo. Eu s estou com medo de... Christopher: Shh! No mais medos, ok? Confie em ns, confie em mim! As coisas vo dar certo, gatita. Pare de calcular as coisas, de pensar em probabilidades matemticas, porque o amor no nada disso. O amor no um nmero para que voc possa calcular, o amor no uma medida pra que se possa dizer aonde vai. O amor simplesmente amor e o sentimos com o corao, no com a cabea. No fique se torturando, pensando que vai acontecer isso ou aquilo, apenas deixe acontecer. E confie no nosso amor. Voc confia? Dulce mordeu os lbios e assentiu, logo abrindo um lindo sorriso... Dulce: O que seria de mim sem voc pra me tranqilizar dessa forma? Queria saber como voc consegue pra achar as palavras certas no momento certo. Christopher: Talvez seja um dom.
Dulce revirou os olhos e segurou minha nuca em suas pequenas mos, colando sua testa na minha... Dulce: Diga que me ama e que tudo vai ficar bem. Christopher: Eu te amo e tudo vai estar bem. Dulce: No est dizendo isso s porque eu pedi, n? Digo, voc realmente acredita nisso? Eu soltei uma gargalhada e a segurei pela cintura, colocando-a debaixo de mim na cama... Christopher: Voc louca! Sabia disso? Dulce: Louca, chata, fria, grossa, irnica... Christopher: Sensvel, carinhosa, inteligente, linda...e por a vai. Eu sorri, antes de beij-la profundamente, mostrando-lhe com esse gesto silencioso que eu realmente acreditava que tudo ia ficar bem. Alguns minutos depois, eu pedi comida para o nosso quarto, pois no queramos descer e estvamos morrendo de fome. Depois que jantamos, nos deitamos na cama e ligamos a televiso, mas nem prestamos ateno no que estava passando. Apenas ficamos abraados, trocando pequenos beijinhos carinhosos nos lbios, no rosto, no nariz e etc. Ento eu tive uma idia. Algo que surgiu repentinamente, que eu tinha prometido antes, mas s agora me recordava que ainda no tinha cumprido... Christopher: Gatita, amanh vou te fazer uma surpresa. Dulce: Que surpresa? Christopher: Se surpresa eu no posso falar! Dulce: Vai me deixar curiosa at amanh? Christopher: Sim, mas antes me promete uma coisa: que vai se arriscar a fazer algo comigo. Dulce: Eu j estou me arriscando demais em aceitar essa histria de casamento, ainda tem mais coisa? Christopher: Sim, tem. Me promete? Porque eu no quero preparar tudo pra no final voc comear com seus ataques. Ela me deu um tapa no peito, mas logo em seguida sorriu... Dulce: Eu vou gostar da surpresa? Christopher: Tenho certeza que sim. Dulce: Ento tudo bem, eu prometo! Espero que valha realmente pena. Christopher: Valer, gatita...te garanto que valer. X__X Christopher s me disse a surpresa quando j estvamos no aeroporto, para voltarmos para a casa. Fiquei esperando sentada enquanto ele comprava as passagens. Alguns minutos depois ele chegou com as passagens nas mos, mas antes de me entregar, pegou seu celular e me deu... Dulce: Pra que isso? Christopher: Voc vai ligar pra sua me agora, dizendo que a sua viagem para casa ter que ser adiada. Dulce: E pra onde eu vou? Ele me lanou um sorriso torto e finalmente me entregou a passagem, me deixando realmente surpresa com o destino... Dulce: BARCELONA? As pessoas ao redor olharam pra mim e s ento percebi que tinha gritado...
Dulce: Por Deus, Christopher, o que vamos fazer em Barcelona? Christopher: Lembra de uma promessa que eu te fiz h muito tempo? Que veramos o jogo do Barcelona diretamente no Camp Nou. Se lembra? Eu arregalei os olhos, me lembrando realmente do dia que ele havia dito isso... Dulce: Mas e a nossa faculdade? Christopher: Faltaremos dois dias ou trs, ningum, vai morrer por causa disso. Dulce: Eu vou! Sabe que eu no gosto de faltar aula! Christopher: Mas suas notas j esto altas o bastante, no h com que se preocupar. Voc prometeu ontem que se arriscaria por mim, se lembra? Pois bem, est na hora de cumprir a promessa. Eu fiquei sem palavras, pois era verdade que eu havia prometido. E de fato queria passar mais uns dias sozinha com Christopher. Olhei para o celular e comecei a discar o nmero de casa, j rindo... Dulce: Meu Deus, no quero nem pensar no que minha me vai dizer quando souber que eu vou pra Barcelona contigo. Ela j estava receosa em me deixar ir pra Las Vegas na companhia de seu pai. Christopher: Se precisar de ajuda para convenc-la, pode passar pra mim. Alm do mais, ela no vai poder vir aqui no aeroporto de arrastar pelos cabelos, no ? Christopher piscou pra mim e eu ri, j escutando o sinal da chamada... Dulce: Que horror Christopher, voc no presta. Christopher: Presto sim. S acho que voc j maior de idade pra sua me ficar controlando cada passo que d. Ela atendeu finalmente o telefone e eu fraquejei naquele momento. O que eu ia dizer? Dulce: Oi me, sou eu! Blanca: Filha! Como voc est? Dulce: Muito bem e as coisas a? Blanca: Tambm esto perfeitas! Voc volta hoje, no ? Eu tentei lhe dar a notcia naquela hora, mas ainda no sabia como... Dulce: Pois n, eu tenho que falar rpido porque eu to no celular do Christopher e estamos no aeroporto. Blanca: Sim, que horas voc chega aqui? Dulce: o seguinte: Eu estou indo pra Barcelona agora, Christopher e eu decidimos esticar nosso feriado e vamos passar uns dois dias l. Blanca: O QUE?? VOC T MALUCA? DULCE MARIA NEM PENSE... Dulce: O que voc ta falando? Me o sinal ta horrvel aqui! Fala mais alto! Blanca: EU TO DIZENDO QUE MELHOR VOC NEM... Dulce: O que? Ainda no estou ouvindo, ta um chiado horrvel! Vou desligar me, assim que chegarmos na Espanha eu te ligo. Te amo, beijos! Eu desliguei rapidamente o celular, entregando-o para Christopher, que no parava de rir... Christopher: Depois eu que no presto! Fingindo que a ligao est com problemas para fugir da bronca com a sua me. Dulce: Ainda bem que meu celular est descarregado e s vou conseguir carreg-lo no hotel, seno ela no iria parar de ligar um minuto. Ela vai me matar quando chegar em casa. Christopher: fcil, s chegar dizendo que vai morar comigo. Dulce: Claro, a quem morre ela. Christopher: E voc no vai vir pro meu apartamento? Dulce: Sim, mas eu tenho que dar um tempo pra minha me se acostumar com a idia, tenho
que arrumar minhas coisas e tudo mais. Voc esperou todo esse tempo por mim, Christopher, no acha que pode esperar mais uma semana? Christopher: Desde que voc me garanta que vai mesmo morar comigo... Dulce: Eu vou mesmo morar contigo! Christopher: Ento tudo bem. Sabe que por voc eu espero toda a eternidade... X__X 199 Chegamos na Espanha seis e meia da noite. Nem eu sabia que um voo dos Estados Unidos para Barcelona era to longo assim. Dulce e eu estvamos exaustos e logo depois de jantarmos, fomos dormir. O jogo seria s duas da tarde e onze da manh j estvamos ambos de p. Compramos logo o ingresso para o jogo e depois fomos andar pela cidade... Dulce: Este lugar realmente incrvel. No imaginava que Barcelona tivesse lugares to lindos e maravilhosos para se ver. Christopher: Sim, lindo. Mas admita que eu dou o toque final na paisagem. Dulce me deu um tapa no ombro e eu comecei a rir... Christopher: Desde que nos conhecemos, j parou pra contar quantas vezes voc me bateu? Dulce: E j parou pra contar quantas vezes voc fala besteira? Christopher: Eu no estou falando besteira, estou falando a mais pura verdade. Dulce: Claro, sei. A sua verdade, n? Christopher: No tente fingir, gatita. Eu sei que voc pensa o mesmo que eu. Dulce fez uma cara debochada e seguimos andando pela cidade. Paramos em frente a uma loja de artigos esportivos e compramos duas camisas do time, pois as nossas estavam em nossas casas. Dulce havia ficado linda demais e, na hora do almoo, nem conseguia comer pois meus olhos no saam de cima dela... Dulce: O que foi? Christopher: Voc est linda demais! Dulce: No exagere, Christopher, estou usando a mesma blusa que voc! Christopher: Mas lhe caiu perfeitamente bem. Mudando de assunto, voc no me disse o que conversou com a sua me enquanto eu tomava banho. Dulce: Ah sim...ela gritou um pouco no comeo, mas acabei conseguindo convenc-la. Pedi pra ela confiar mais em mim, afinal, j era maior de idade, estava muito bem acompanhada e sabia me cuidar sozinha. Ela chiou um pouco mas no final acabou se conformando. No fim das contas, como voc mesmo disse, ela no poderia vir at aqui me arrastar pelos cabelos, no ? Christopher: Sinto que sua me vai me bater quando voltarmos. Deve estar achando que eu corrompi a filha educada e santa dela. Dulce: No seja bobo, minha me te adora. Vamos indo para o estdio? bom chegar mais cedo para pegarmos um bom lugar. Christopher: Claro, vou pedir a conta. Depois que saamos do restaurante fomos direto para o estdio, como Dulce queria. Nunca a tinha visto to nervosa, mesmo antes de comear o jogo ela estava uma pilha de nervos. Eu s imaginava como ela ia ficar quando eu fizesse o que estava planejando durante o jogo... X__X Se antes eu ficava nervosa vendo os jogos pela TV, agora, em pleno Camp Nou, vendo um jogo ao vivo do meu time do corao, realmente estava surtando. Gritava sem parar, xingava os jogadores de tudo quanto nome, enquanto Christopher s me olhava, completamente assustado...
Dulce: QUE ? Christopher: Calma, at comigo voc vai gritar? Dulce: que eu no me conformo! J estamos quase no final do primeiro tempo e o Barcelona ta perdendo pro Sevilla! Fala srio, quem perde pro Sevilla? Christopher: Est louca? Sevilla um time muito bom. Dulce: Mas o bara muito melhor, inadmissvel que tudo isto esteja acontecendo! Christopher: Ta bom gatita, se acalme, confie mais em nosso time que tudo vai dar certo. Mas no deu. No final do primeiro tempo quase que sai um gol do Sevilla e eu surtei mais ainda, pulando tanto que Christopher teve que me segurar para eu no cair. Quando acabou o primeiro tempo ns nos sentamos, mas eu no podia deixar de reclamar... Dulce: Inacreditvel! J era pra estar mais de 2x0, olha quantos gols o time perdeu! As pessoas ao redor me olhavam assustadas, mas essa era uma das poucas vezes que eu me preocupava em ser notada, pois a revolta falava mais alto... Dulce: No d, no d, no d! S o meu time mesmo, pu... Christopher: Eii! Calma senhorita, voc uma dama. Ainda que no esteja parecendo uma no momento. Christopher comprou gua pra eu beber e s assim me acalmei um pouco. Ele estava me olhando de uma forma estranha e eu j o conhecia suficientemente bem para saber disso... Dulce: O que foi? Est preocupado com alguma coisa? Christopher: Talvez sim. Dulce: No quer me contar? De repente eu posso te ajudar em algo. Christopher: A minha preocupao na verdade envolve voc. Dulce: O que est querendo dizer? Christopher: Eu vim com algo em mente pra c, mas agora est me dando medo de faz-lo. Dulce: Chris, voc est me assustando! Christopher: Ok, vamos l. Sem que eu esperasse, Christopher se ajoelhou na minha frente e tirou algo do bolso, fazendo meu corao pular tanto que eu pensei que fosse sair pela minha boca... Christopher: Dulce Maria...quer casar comigo? X__X 200 Eu no sei porque, mas estava bastante nervoso. Aquilo era uma loucura, eu sabia, ainda mais sentindo que todos ao redor nos olhavam ou murmuravam algo. Dulce seguia calada, com os olhos arregalados e a respirao acelerada, enquanto eu esperava impaciente por uma resposta... Christopher: Ento? Dulce: Ns j...ns j no estamos casados? Christopher: Sim, mas agora eu quero me lembrar da forma que casei e com padrinhos que ns escolhermos, no com um cara vestido de Elvis Presley. No precisa ser agora, ser quando voc quiser, mas diga que aceita fazer uma celebrao frente todos, demonstrando o seu amor por mim, por favor. Dulce continuou quieta e eu pensei que fosse enfartar ali mesmo. Ento um pequeno sorriso surgiu em seus lbios e eu jurei que podia ver lgrimas em seus olhos... Dulce: Voc louco, Christopher! Me pedindo em casamento no intervalo de um jogo, em
pleno Camp Nou! Christopher: Ns somos loucos por futebol e eu sou louco por voc. Acho que faz sentido, no ? Dulce gargalhou e eu sorri, olhando para o lado e vendo que todas as pessoas ao redor tambm estavam com um sorriso no rosto, torcendo pela gente... Dulce: claro que eu aceito! com voc que eu quero passar o resto da minha vida, Christopher, te amo! Meu corao explodiu de felicidade naquele momento. No pensei em nada, apenas a ergui pela cintura e girei ali com ela, naquele pequeno espao, enquanto escutava as pessoas aplaudindo. Coloquei-a no cho outra vez e peguei em sua mo, tirando a aliana fajuta que estava em seu dedo e colocando a que eu havia comprado. Dulce tambm tirou a que estava em meu dedo e pegou a outra aliana que tambm estava na caixinha e fizemos uma pequena unio ali mesmo. A beijei com toda a paixo e amor que sentia por aquela mulher, sabendo que ns amos conseguir, que iramos at o final. Tivemos que deixar um pouco de lado nosso momento romntico quando o jogo voltou. Mas de verdade, agora nem me importava mais. O Barcelona podia perder de lavada que eu ainda assim continuaria sendo o homem mais feliz do mundo. A mulher que eu amava j era a minha esposa e ainda assim faramos uma celebrao fantstica para comemorar um amor to bonito e sincero. Complicado tambm, mas antes que tudo, verdadeiro. Olhei para o meu lado, vendo a minha gatita berrar durante o jogo e foi como se o relgio parasse naquele momento, me dando a chance de voltar no tempo e me lembrar de todas as coisas que aconteceram entre ns. Sorri me lembrando do episdio da sala do diretor, o comeo de tudo, o primeiro beijo e a primeira vez que eu senti meu corao saltando dentro do peito. Depois disso o que mais meu corao fez foi acelerar, o sangue fervia em minha veias cada vez que a via. Minha boca reclamava a dela quando estava longe e cada beijo que eu dava com as etapas da aposta pareciam o ltimo, pois ainda que estivesse confiante, tinha a possibilidade de eu perder e nunca mais tocar esses lbios to preciosos, que se completavam to perfeitamente com os meus. Conquistar Dulce Maria era provar ao mundo que sim, podemos conseguir tudo se ns quisermos. Ela era muito difcil...difcil? Pra no dizer impossvel! Mas o impossvel tambm pode ser alcanado. E eu alcancei. Alguns podem pensar que eu forcei demais. Mas isso no foi apenas um capricho meu. Dulce podia ser esperta com os nmeros, mas eu era esperto com a vida. Sabia que tinha algo ali, escondido no fundo, bem no fundo daquele corao fechado a sete chaves. Soube quando nos olhamos aps nosso primeiro e inusitado beijo, quando os olhos dela transmitiam a mesma confuso que os meus e tambm quando ela segurou minha cintura, correspondendo o beijo que eu lhe dei pela segunda vez. Eu sabia...algo dentro de mim, uma voz em minha cabea avisava que era pra eu seguir em frente pois ainda que o muro estivesse erguido com bastante fora, havia pequenas rachaduras, por onde eu penetrei aos poucos e fui conseguindo meu espao. A forma como ela me olhava, como sorria mesmo sem querer quando eu dizia alguma besteira, tudo isso, apesar de ser muito pouco, me dava fora e pacincia para seguir em frente. Eu tinha uma misso e uma responsabilidade muito importante a cumprir. Dulce no era uma menina qualquer. Era algum que j havia passado por muitas dores, que criaram cicatrizes profundas em seu ser. Durante toda a vida que eu queria percorrer ao lado dela, teria que ter muito cuidado com cada coisa que dissesse. Prometi uma vez que no ia machuc-la e quando acaba quase pus tudo a perder. Sorte minha que o amor dela, ainda que retrado pelo medo s vezes, tambm era enorme e pudemos pular esse captulo triste da nossa histria. Dulce precisava de algum que a abraasse sem ter um porqu. Precisava de uma pessoa que respirasse bem fundo ao comear suas crises constantes e calasse sua boca e seus medos com um beijo apaixonado. Precisava de algum que fizesse um carinho especial em sua cabea durante a noite, quando estivesse dificuldade pra dormir, demonstrando que ela podia fechar os olhos seguramente, pois o dia seguinte seria melhor que o anterior, pelo simples fato de que ela teria um homem apaixonado ao seu lado cada vez que ela acordasse pela manh. Algum que lhe escrevesse poesias amorosas e deixasse um envelope branco em cada canto da casa, sem precisar de qualquer assinatura, pois j sabia o remetente.
Dulce Maria precisava de algum que passasse por cima de suas inseguranas, que segurasse sua mo quando o medo invadisse seu corpo, que fosse bastante paciente, em todo o sentido da palavra, que a compreendesse quando ningum mais o fazia e que sussurrasse um Tudo vai ficar bem, eu te amo dia aps dia para ter certeza que o grande sentimento que possua meu corao ainda estava ali, intacto, cada vez mais fortalecido, cada vez mais indestrutvel. Dulce Maria simplesmente precisava de Christopher Uckermann. E eu precisaria at o fim dessa complicada, grossa, fria, arrogante e linda mulher para amar at o ltimo dia da minha vida... X__X Olhando para o lado e vendo o ser mais perfeito do mundo, todo aquele jogo perdeu sua importncia. Era at inacreditvel a idia de que j estvamos casados, mas que mesmo assim iramos fazer uma cerimnia ao nosso gosto, ainda que futuramente. engraado pensar que um tempo atrs eu verdadeiramente queria viver a minha vida toda sozinha. Pensava que ningum conseguiria me fazer feliz depois de tudo que aconteceu comigo ou que eu no merecia tal felicidade. Mas pensando bem, eu mereo sim. Todos merecemos a felicidade e o amor. Se no isso, o que vale a vida ento? O que vale a vida sem ter essa pessoa especial ao seu lado, seguindo teus passos, te segurando no momento em que tropeas ou quando pensa que nada mais vai dar certo, aquela pessoa est ali, com voc e pra voc, fazendo uma coragem enorme surgir em seu corpo para enfrentar os desafios da vida. Por ela e pra ela. At mesmo as pessoas que so consideradas ms ou vils de repente no foram amadas como deviam. Um caso mal resolvido ou um amor ignorado pode trazer srias conseqncias. Mas s se dar a chance de arriscar, de jogar seu corao num mar de sonhos outra vez que tudo pode valer pena. At mesmo os viles merecem algum para amar de verdade e lhes tirar desse mundo de amargura. Qualquer pessoa que precise ser resgatada precisa de um Christopher Uckermann em sua vida. s vezes olhava para aqueles olhos redondinhos e castanhos e pensava o que eu tinha feito para merec-lo. Depois de todos os inmeros ataques que eu dei e o fiz esperar tanto com os meus medos ele ainda seguia ali, disposto a me fazer sorrir pelo resto da vida. s vezes pensava tambm que aquele homem no existia e que eu verdadeiramente estava vivendo num sonho, do qual eu jamais queria despertar. Mas toda a espera valeu pena. Isso fortaleceu nosso sentimento, tanto o meu quanto o dele. Porque ainda que Christopher dissesse que se apaixonou por mim ao primeiro beijo, eu sabia que o verdadeiro sentimento, esse amor verdadeiro e puro que ele sentia por mim tinha crescido com o tempo, com a espera, com toda a pacincia. Porque o amor tambm isso...ter pacincia, esperar o outro estar pronto para amar tanto quanto voc, da forma que ele esperou. aguardar sem perder as esperanas, sem pensar na possibilidade de no sair vitorioso dessa luta, pois acreditar em algo, em um sentimento definitivamente a base de tudo. E pensar que um dia eu fugi. Que recusei esse amor to grande, que rechacei essa pessoa to especial. Mas inevitvel, certo? Voc no escolhe quem amar, seu corao se encarrega disso. Voc pode tentar fugir, evitar, fingir que no sente nada, se esconder at debaixo da cama, mas o amor te acha em qualquer lugar. E ainda que voc d chiliques por estar amando aquela pessoa, ainda que tente de tudo para esquec-la, para ignorar tal sentimento, se aquela for realmente a escolha do seu corao, sabendo que tem outro pronto para te amar, no h volta atrs. E hoje em dia eu agradeo pelo meu corao ser to teimoso, pois somente com essa insistncia eu puder deixar meus medos um pouco de lado e viver uma vida de felicidade ao lado do homem que eu sabia que tinha sido feito para mim. Era fato que nenhuma outra mulher combinava tanto com ele como eu. Ou que outros lbios se encaixassem com os meus com tanta preciso como os dele. Era algo predestinado, que j estava escrito e que nenhuma borracha poderia apagar. Mas eu ainda tinha medo. Isso nunca ia sair de mim e Christopher sabia disso. Me dava um frio no estmago s de pensar que algo podia passar que pudesse esmagar esse sentimento. Afinal, ns somos seres humanos e o que mais fazemos nessa vida burrada. Mas eu tinha que acreditar. F acreditar em algo do qual voc no tem nenhuma resposta precisa ou qualquer clculo certo. se jogar no meio do mundo, sabendo que pode cair feio, mas que tambm tem a chance de bater suas asas e voar quando todo mundo um dia disse o contrrio. F era acreditar no pra sempre, no amor. E eu acreditava no nosso...
X__X Conto de fadas. Muitos podem definir assim a histria de Dulce Maria e Christopher Uckermann. Mas no meu contexto contos de fadas so perfeitos, no ? E a vida deles dois passou longe da perfeio durante esse tempo. Posso falar com segurana, por ter sido o primeiro dos meus outros dois irmos a presenciar essa histria, linda, mas no perfeita. Sempre admirei muito os dois e ter uma histria assim com os meus pais me dava muita inspirao e esperana para seguir acreditando nas coisas boas da vida. Mas vamos voltar um pouco no tempo. Preciso contar o que aconteceu depois. Segundo histrias que meu pai e minha me contam, o Barcelona ganhou naquele dia. Foi at melhor mesmo, porque segundo o meu pai, se o time no tivesse ganhado, minha me ia at o vestirio arrancar a cabea de todo mundo. Isso porque ela devia estar tranqila, j que havia noivado pela segunda vez naquele dia. Quando voltaram pra casa, vov brigou muito com ela. Mas minha me estava bastante feliz, mal escutou o que ela falava. Vov viu que no adiantaria com a berrao, ainda mais quando minha me disse que ia se mudar pro apartamento do meu pai. Foi difcil pra ela no comeo aceitar, para o meu av tambm, mas ambos sabiam aonde estava a verdadeira felicidade de Dulce Maria. No perodo final da faculdade, meu pai encontrou um professor que gostou muito de um conto que ele havia feito e perguntou se ele escrevia mais coisas. Christopher mostrou alguns dos seus poemas e outros contos que ele havia escrito e deixou o velho maravilhado. Isso lhe trouxe muitas coisas boas, pois o tal professor tinha contatos com algumas editoras e apresentou os projetos do meu pai para vrias, at que ele foi aceito em uma delas. Um ano e meio depois, meu pai lanou seu primeiro livro de poemas, com uma linda dedicatria para a minha me, que dizia o quanto ela lhe inspirava a escrever e a fora que ela lhe dava no dia a dia. Temos o primeiro exemplar at hoje guardado, realmente um orgulho de famlia. Assim que minha me terminou a faculdade, logo fez planos para construir seu prprio consultrio. Meu pai a apoiou em tudo, como tinha que ser e depois que tudo estava pronto, papai fazia anncio para os seus leitores da tima veterinria que tinha como esposa, o que rendeu a minha me bons e fiis clientes. Ambos estavam realizados profissionalmente como sempre haviam desejado. Ento decidiram que j era hora de se casarem. Mame disse que queria tudo simples, mas meu pai foi teimoso e preparou algo um pouco maior do que ela imaginara. O casamento aconteceu em Las Vegas, mas dessa fez no em uma igrejinha qualquer. Meu av Kevin tinha comprado uma enorme casa de campo depois que a loja da cidade havia batido Record de vendas e meu pai pediu a casa para que se realizasse o casamento l. Minha me estava linda, vi no lbum de fotos. Sempre que nos reunamos em famlia abramos o lbum e meus pais contavam as mesmas histrias de sempre, mas que adorvamos ouvir. O casamento havia sido perfeito, exceto pela presena de Nicholas. Sim, mame no havia perdido a amizade com ele. Papai amaldioava-se mil vezes por ter dito a ela para ter mais amigos e manter as amizades, pois ela havia feito isso. A presena da pessoa que causou problemas entre eles durante o namoro quase trouxe mais um, mas papai controlou seus cimes para dar mulher que amava o dia ideal. Fui concebido no dia da final da copa da UEFA. Meus pais, loucos por futebol, como sempre, haviam estado novamente no Camp Nou para o ltimo jogo, entre Barcelona e Manchester United. Eles eram p quente, pois o Barcelona foi campeo naquele ano. Mais tarde, na pequena e aconchegante casa que eles haviam alugado para passar o final de semana, os dois tomaram a deciso de que j estava mais do que na hora de formar uma famlia. Ento, nove meses e alguns dias depois, eu nasci. Dois anos depois veio Laura, a filha do meio. Fiquei enciumado no comeo, pois toda a ateno foi para a nova novidade da famlia, mas logo aprendi a amar minha irm como ela merecia. E ento tudo estava perfeito. Bem, no tanto. A crise dos sete anos chegou. Nicholas se fazia cada vez mais presente l em casa e meu pai odiava. Eu sempre achei um exagero da parte dele...o cara tambm j estava casado e s gostava de falar com a minha me. Mesmo com a minha pouca idade na poca lhe disse isso, mas meu pai via s o que ele queria ver. Achava at que o beijo de despedida que ele lhe dava no rosto cheio de segundas intenes. Quando eu era pequeno s vezes pensava que tinha
nascido numa famlia de loucos. Pra completar a crise, no terceiro lanamento do livro do meu pai, ele foi apresentado uma mulher, que a partir de agora estaria encarregada de ajud-lo com seus novos projetos, principalmente quando meu pai decidiu escrever um romance mesmo. O trabalho da tal Leila era dar palpite, organizar site oficial dele e o modesto f-clube que ele tinha. Mas pelo visto a senhorita queria virar a nova esposa tambm, pois no mediu esforos pra separar meus pais. Odiava aquela mulher! Ainda mais quando ela lhe roubou um beijo e o tapado do meu pai no fez nada, com medo de prejudicar seu negcio que h tantos anos estava indo to bem. Pensou em no contar para a minha me do acontecido, mas sabia como ela era. Sabia tambm que mentira tinha pernas curtas e que se Dulce descobrisse por outra pessoa o casamento deles acabava de vez. Mas mesmo sendo sincero, minha me no suportou a notcia. Eles j estavam meio estremecidos e essa foi a gota dgua. Eles tiveram uma briga feia, to feia que eu tive que me trancar com Laura no quarto, j que ela era muito pequena pra presenciar esse tipo de coisas.Minha me o expulsou de casa e naquela noite, depois que Laura havia dormido, pude ouvi-la chorando sozinha em seu quarto. Naquele momento realmente pensei que tudo havia acabado e que os dois tinham desistido de lutar. Mas quem disse? Acho que j mencionei aqui que eles no eram muito normais, certo? No deu nem duas semanas e Dulce ligou desesperadamente para o tio Poncho, que j estava casado com a tia Anah, perguntando onde Christopher estava vivendo. Tio Poncho lhe deu o endereo e minha me saiu correndo naquela mesma hora para o hotel no muito longe que meu pai estava vivendo nos ltimos dias. Segundo relatos deles mesmos, meu pai estava com a barba crescida e com uma cara de bbado que havia deixado mame muito preocupada. Naquele mesmo minuto ela o abraou forte, no meio de lgrimas, pedindo desesperadamente para que ele voltasse para a casa. Enquanto nos contava isso, perguntei minha me porque ela havia mudado de idia, quando naquela noite estava determinada em nunca mais v-lo. Dulce: Porque eu amo seu pai e depois que eu pensei melhor, vi que a culpa no foi dele. Sempre desconfiei daquela Leila e Christopher foi sincero comigo o tempo todo. Perdi a cabea naquele minuto e me arrependi amargamente quando pensei melhor nas coisas. Afinal, eu tinha errado tambm, pois ao invs de discutir a relao e ficarmos para resolver as coisas, preferi berrar e expuls-lo de casa, o que no foi o certo. Mas o nosso amor mais forte que os nossos erros e superou mais essa etapa tambm. Acho que eu no poderia ter recebido resposta mais perfeita, no ? Depois do acontecido, eu e Laura ficamos uma semana na casa da vov, pois nossos pais foram ter uma segunda lua-de-mel, para deixar a m fase pra trs e comear de novo. Depois de dois meses foi nos dada a notcia de que Fernando, meu irmo caula, viria ao mundo. Depois de mais alguns anos em completa paz, eles tiveram mais brigas. Mas coisas bobas, discusses de crianas, do qual um amarrava a cara pro outro, mas no dia seguinte j estavam se abraando, pedindo desculpas silenciosas com um beijo, uma promessa de uma noite especial ou envelopes brancos espalhados pelos lugares mais inusitados da casa. Com o passar do tempo as discusses, a maioria por cimes, foram desvanecendo. J estavam h muito tempo juntos e tinham certeza do amor de um pelo outro, no precisavam mais perder tempo com esse tipo e infantilidades. Papai parou com a implicncia para com o Nicholas, ainda que toda vez que o dito cujo pisava l em casa, ele torcia o nariz. A carreira do meu pai ia muito bem, seus livros sempre vendiam bastante e at algumas vezes na televiso ele apareceu. Minha me evitava esse tipo de apario, mesmo depois de todos esses anos ainda odiava aparecer, o que atraa sempre mais mulheres para cima do meu pai, pois pensava que seu casamento no ia muito bem. Mas ao contrrio do que muitos julgavam e esperavam, eles conseguiram. Ainda que mame sempre tivesse medo do fim e todas essas coisas, papai, exceto da vez em que foi expulso de casa, sempre teve certeza de que eles iam conseguir. E adivinhem? Eles conseguiram. Meu pai havia apostado mais uma vez com a minha me, quando ela duvidava se eles ficariam juntos at o fim. E quem vocs acham que ganhou? Christopher: Um brinde a mulher mais linda do mundo! Dulce: Linda? Eu estou enrugada e velha! Christopher: Vamos de novo: um brinde a mulher mais linda e chata do mundo! Est melhor agora?
Todos ao redor riram, pois mesmo j velhos meus pais continuavam com essas pequenas discusses. Dulce: Est perfeito! Christopher: Quem diria que a adolescente amargurada ia virar uma velhinha feliz. S a do contra da Dulce Maria mesmo. Dulce: Sabe a quem devo essa felicidade, no ? Meu pai ia lanar o seu vigsimo livro e fez uma pequena reunio em sua casa, pois sabia que no lanamento oficial mame no iria por causa da imprensa. Fomos apenas a famlia e os amigos, como Christian, Anah e Poncho. Anah: Parabns Christopher, voc merece! Ser mais um sucesso! Christopher: Obrigado, Any! Voc sempre foi uma pessoa especial, sabe disso, no ? Anah: Claro, at meu posto ser tomado pela linda e nerd ruiva. Dulce: Voc sabe que Christopher sempre teve um espao enorme no corao dele para ti. Anah: Sim, eu sei, estava brincando. Vocs merecem toda a felicidade do mundo, pois lutaram muito para isso. Mas chega de papo, quero meu exemplar exclusivo e autografado! Cad? Christopher: Gabriel, pega l no nosso quarto uma pequena caixa que eu deixei em cima da cama, por favor? Gabriel: Claro pai, volto num minuto. Eu subi as escadas, indo em direo ao quarto e achei a caixa da qual ele me falava. Voltei para a sala e deixei o objeto em cima da mesa, enquanto meu pai abria e comeava a distribuir os livros... Poncho: Aposto que tem mais uma dedicatria melada para a nossa querida Dulce, no ? Christopher: Dessa vez eu resolvi fazer algo diferente. Leiam e digam sinceramente o que pensam! Eu abri o livro, ao lado da minha mulher e um sorriso se abriu em meus lbios aos ver que ele tinha escrito... Sara: O que achou? Minha mulher me perguntou sorridente, colocando as mos sobre meus ombros... Gabriel: Acho que meu pai est mais do que certo. possvel se ns lutarmos. Sara: E acha que o nosso ser possvel? Gabriel: Claro, meu amor. Lutaremos at o fim. Assim como eles. Dei um pequeno beijo em minha mulher, enquanto via todos na sala comentando sobre a dedicatria... Christian: Para todos os apaixonados do mundo, que tem aquela pessoal especial do seu lado. Nunca desista do amor, sob quaisquer circunstncias, pois no final o nico que se vale a pena lutar at o fim. S podia ter vindo de voc mesmo, Christopher! Christopher: O que foi, no gostaram? Laura: Deixe papai, tio Christian est amargurado porque tia Angelique avisou que vai passar mais uma semana ao lado da me. Christian: Sei que a velha est quase morrendo, mas eu tambm sou o marido, ela tem que me dar ateno! J fazem dois meses! Christopher: Pacincia, meu caro. um dos ingredientes essenciais para uma relao. Poncho sabe do que eu estou falando. Poncho: E se no sei! Anah me deu muito trabalho. Anah: Voc mereceu, por ter sido to estpido no comeo! Dulce: Ok, ok, j chega! Vamos comer? Pela cara de Fernando j percebo que est morrendo
de fome! Fernando: Papai, seu livro lindo, maravilhoso e vai fazer muito sucesso, como sempre, mas eu estmago est roncando! Podemos comer? As pessoas ao redor riram pois, apesar de Fernando j ser bem adulto, ainda falava como se fosse uma criana... Christopher: Sim, sim, vamos! Mas gostaram mesmo, no ? Dulce: Eu amei e digo que est perfeito! No importa a opinio dos outros, a minha j basta! Minha me abraou meu pai e lhe deu um beijo demorado nos lbios. Eles podiam j estar velhinhos, mas ainda tinham a mesma energia de jovens. As pessoas se dirigiram para a parte externa da casa, enquanto eu fiquei ali, vendo os dois andando de mos dadas e conversando com uma cumplicidade que poucos casais tinham... Sara: No vai comer, meu amor? Gabriel: Sim, estou indo. S estava aqui pensando. Sara: Quando vamos dar a notcia? Eu olhei para a minha mulher sorrindo, logo olhando para a sua barriga... Gabriel: Daqui a pouco. Vai indo l, vou tomar uma gua e j acompanho vocs. Sara me deu um pequeno beijo e seguiu todo o pessoal, enquanto eu fiquei olhando pela porta de vidro da sala todos brincando l fora. Estava muito orgulhoso e me considerava uma pessoa de sorte por estar numa famlia to unida e cheia de amor como essa. Sabia que era raro esse tipo de convivncia pacfica e sabia o quo afortunado era. Ainda que existissem tristezas, complicaes e discusses, as pessoas poderiam levar seu relacionamento em frente, com muito amor e cuidado. E claro, como meu pai mesmo diz, com muita pacincia. Mas possvel, claro que . E aqui estava a prova. Dulce e Christopher viveram um conto de fadas imperfeito. Mas com um espetacular e perfeito final feliz. Fim. AAAAAAI QUE DOR Que difcil falar do fim da TFM. Uma web que durou 1 ano, dois meses e mais alguns dias. Uma web muito especial, acho que nem preciso dizer. Eu j passei por todos os tipos de sentimentos com essa web. No comeo a amava, era a minha beb, minha web mais importante, ainda que comeasse a criar novas para dividir o espao com ela. Mas ento eu fui me empolgando com as outras e fui deixando ela de lado, ainda mais com a falta de comentrios, que foi me desanimando. Juntou com a parte que o Chris venceu a aposta e o momento mais importante havia chegado. E agora? Eu tinha a idia na minha cabea do depois, mas tive um medo terrvel de no conseguir seguir em frente, de fazer besteira e acabar tendo que abandon-la ou dar um fim terrvel pra ela. Mas eu tentei confiar mais um pouquinho em mim e segui em frente. Eu sei...talvez no meio do caminho da web eu tenha perdido o rumo e ela tenha ficado chata. Tinha uma poca que eu revirava os olhos quando vi que era dia da TFM, enjoei muito dela mesmo. Mas ento surgiam as idias mesmo sem querer e o final que vocs leram hoje, que eu achei interessante fazer, j que o Chris sempre tentava provar pra Dul que o pra sempre existia. Acabou que eu voltei a gostar da TFM e at am-la outra vez. Isso s at a cena hot. Chegou nela e pronto, crise outra vez. Ser que vai ficar altura, ser que elas vo gostar, ser que vai valer pena? Mas eu respirei fundo e escrevi a cena no meu caderno com tranqilidade. Algumas pessoas podem no ter gostado por eles terem falado demais e o Chris no conseguir fazer a Dul sentir o que se sente, mas como eu expliquei, essa web sempre foi purinha, no que nem a PDM que os dois vivem na cama x) E quem j estudou sobre o assunto sabe a inexperincia e a afobao do homem na primeira vez atrapalha um pouco a mulher, porque ns levamos mais tempo para chegarmos ao pice. Enfim, s uma explicao, pra quem no gostou ou se perguntou o por qu daquilo.
Acabou que no final eu voltei a am-la outra vez. Sou muito chata com os meus finais, sempre reclamo que podia ter ficado melhor, mas acho que pelo menos pra essa web eu fiz a escolha certa, pelo menos eu no via um final diferente pra essa web, enfim. Acho que eu no tenho muito mais pra falar sobre ela. No vou fazer segunda temporada, at porque nem d, n? O mximo que eu posso fazer uma mini web com os problemas que o Gabriel descreveu que eles tiveram a no meio, mas no esperem nada, isso no nenhuma promessa, apenas uma hiptese. No esperem por isso, se acontecer timo, se no, no me julguem, quero me dedicar a novas coisas agora, no ficar escrevendo sempre a mesma coisa, entendem? E quanto aos agradecimentos...acho que nem d pra nomear todo mundo que passou por aqui, afinal foi muito tempo de web e muitas pessoas. Ento simplesmente agradeo todas as leitoras que gostaram e comentavam sempre aqui, me dando fora pra continuar. Mas quero fazer alguns agradecimentos especiais s minhas amigas. No vou citar nomes novamente, mas cada uma sabe quem . Estou falando das minhas amigas verdadeiras, aquelas que me amam pelo que eu sou, no que fogem na primeira oportunidade que lhes aparecem. Alis, o que o caminho mais fcil, porque eu sei que sou muito chata. Por isso mesmo que eu tenho que agradecer essas heronas por me agentarem todo esse tempo. Algumas heronas levam dois anos comigo, outras nem tanto, mas j ganharam um espao enorme no meu corao. As chamo de heronas porque sei que se fosse ao contrrio eu mesma no me agentaria :D Aquelas que me aturam no MSN at 6 horas da manh, com as minhas crises de banner, que ta horrvel, que ta isso, que ta aquilo, mesmo que todos digam o contrrio. Aquelas que sabem que eu preciso de socorro e vo correndo me ajudar, com uma agilidade e habilidade de cair o queixo. Aquelas que sempre me ajudam em tudo com as webs, desde os nomes at com algumas idias de cenas, principalmente ttulos de emergncia que eu sempre preciso e que salvam minha vida muitas vezes. Aquelas me aturam falando mal do Rio de Janeiro e o quanto eu odeio essa cidade. Aquelas que to sempre catando uma musiquinha emo pra mim porque sabe que eu gosto. Aquelas que ficam esperando literalmente uma hora pra eu responder alguma mensagem no MSN , quanto estou autistando por a xD As que to sempre me ajudando com os perdidos, ajudando a lidar com a minha problemtica vida pessoal, as que sempre mandam mensagens com apenas duas palavras, mas que pra mim significam tudo. Aquelas que me amam de verdade e no me deixam duvidar um momento disso. Tambm as que esto esperando muito pacientemente pela enrolada aqui ler o livro pra escrever nossa histria, juro que ainda no desisti x) Aquelas que vo caar de madrugada web de poca terminada e adaptada porque a doida aqui t com desejo de grvida. As que me emprestam sua vida pessoal pra eu fazer mais uma web, aquelas que mesmo sendo de outro time, respeitam o meu. As que conversam diariamente sobre DyC comigo, nosso vcio mor e que queimamos a orelha do Pedro de to bem falado que ele =D Aquelas que se afastaram um pouco de mim por causa dos estudos, mas que eu s aceito porque sei que vai se tornar uma grande mdica. todas vocs, que sabem quem so eu agradeo por serem to carinhosas e especiais para mim. No havia melhor web pra fazer esse tipo de agradecimento, pois a TFM algo que marcou minha vida, assim como todas vocs. Sabem que no muito fcil eu deixar vocs entrarem, mas que uma vez dentro difcil sarem, certo? De verdade, amo vocs do fundo do meu corao. E pra aquelas que querem continuar seguindo lendo algo meu, estou com novos projetos. O que vai suceder a TFM, como a maioria sabe, a Can I have a Kiss: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=67131557 Talvez eu comece a post-la sexta que vem, pois ainda quero adiantar alguns postes. A CHK vai abordar o assuntos interessantes e peo que no a discriminem porque ela que suceder a TFM, ok? Estou planejando muitas coisas novas pra CHK, espero de verdade que vocs gostem e possam refletir com a web ;) Tambm vou comear a Nunca Pense, com a Mari. Uma web de poca, que a gente ta escrevendo aos poucos, mas que muito linda ( eu sou suspeita pra falar porque amo coisas de poca, vocs sabem). Ainda no temos uma data definida, mas ser bem em breve, com certeza ainda esse ms ;)
Pra quem se interessar, aqui est o link: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=57202562 E por ltimo, uma idia louca que eu tive, mas que vai ser bem interessante e principalmente intensa. Prometo no deixar vocs respirarem ao ler essa web, ela suceder a FPE, enquanto eu preparo a segunda temporada dela. Aqui est o link, pra quem se interessar: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=83099433 E esse fim da TFM, mas eu vou estar com novos projetos. Sei que nada vai substituir essa web, ela foi realmente muito especial e eu espero que vocs sempre se lembrem desse conto de fadas imperfeito ;) Obrigada a todas que compareceram, que comentaram e tudo mais, at a prxima meninas :*