Tratamento e Controle de Efluentes Industriais

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TRATAMENTO E CONTROLE

DE
EFLUENTES INDUSTRIAIS

Engo. Gandhi Giordano, D.Sc


Prof. Adjunto do Departamento de Engenharia Sanitária e do Meio
Ambiente – UERJ
Diretor Técnico da Tecma-Tecnologia em Meio Ambiente Ltda
ÍNDICE

Capítulo Página

1. INTRODUÇÃO 05

2. PARÂMETROS SANITÁRIOS 07

2.1. Apresentação Geral 07

2.1.1 Características dos poluentes 07

2.1.2 Tabelas de classificação dos parâmetros 12

2.2. Legislação ambiental 15

3. LEVANTAMENTO DE DADOS NAS INDÚSTRIAS 17

3.1 Procedimentos para a redução das cargas poluidoras 17

3.2 Levantamento de dados industriais 17

3.3.Programas de amostragem 18

3.3.1 Período de amostragem 18

3.3.2 Coletas de amostras em diferentes matrizes 19

3.3.3 Amostragem de efluentes industriais 20

4. PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS 24

4.1 Processos físicos 24

4.1.1 Gradeamento 24

4.1.2 Peneiramento 24

4.1.3. Separação água/óleo 25

4.1.4. Sedimentação 26

4.1.5. Filtração 28

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4.1.6. Flotação 28

4.2 Processos químicos 30

4.2.1 A clarificação de efluentes 31

4.2.2 Precipitação química 32

4.2.3 Oxidação de cianetos 33

4.2.4 Redução do cromo hexavalente 34

4.2.5 Precipitação do fósforo 35

4.3 Processos biológicos 35

4.3.1 Lodos ativados 36

4.3.2.Processos facultativos 40

5 PROCESSOS DE DESAGUAMENTO DE LODOS 42

5.1 Adensamento ou espessamento 42

5.2 Secagem de lodo 43

5.3 Secagem natural 43

5.3.1 Lagoas de lodo 43

5.3.2 Leitos de secagem 43

5.4 Secagem mecânica 45

5.4.1 Filtro á vácuo 45

5.4.2 Prensa desaguadora contínua - "belt press" 45

5.4.3 Centrifugação 46

5.4.4 Filtro-prensa 46

6.EQUIPAMENTOS DE PROCESSO 48

7.SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS 53

7.1 Níveis de tratamento 53

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7.2 Principais processos de tratamento 54

7.2.1 Indústrias alimentícias 54

7.2.2.Indústrias químicas 58

7.3 Reuso de água na indústria 61

7.4. Monitoramento de ETEI 62

8. BIBLIOGRAFIA 63

9. ANEXOS 65

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1. INTRODUÇÃO

A utilização de água pela indústria pode ocorrer de diversas formas, tais como:
incorporação ao produto; lavagens de máquinas, tubulações e pisos; águas de
sistemas de resfriamento e geradores de vapor; águas utilizadas diretamente nas
etapas do processo industrial ou incorporadas aos produtos; esgotos sanitários
dos funcionários. Exceto pelos volumes de águas incorporados aos produtos e
pelas perdas por evaporação, as águas tornam-se contaminadas por resíduos do
processo industrial ou pelas perdas de energia térmica, originando assim os
efluentes líquidos.

Os efluentes líquidos ao serem despejados com os seus poluentes característicos


causam a alteração de qualidade nos corpos receptores e conseqüentemente a
sua poluição (degradação). Historicamente o desenvolvimento urbano e industrial
ocorreu ao longo dos rios devido à disponibilidade de água para abastecimento e
a possibilidade de utilizar o rio como corpo receptor dos dejetos. O fato
preocupante é o aumento tanto das populações quanto das atividades industriais e
o número de vezes que um mesmo rio recebe dejetos urbanos e industriais, a
seguir servindo como manancial para a próxima cidade ribeirinha.

A poluição hídrica pode ser definida como qualquer alteração física, química ou
biológica da qualidade de um corpo hídrico, capaz de ultrapassar os padrões
estabelecidos para a classe, conforme o seu uso preponderante. Considera-se a
ação dos agentes: físicos materiais (sólidos em suspensão) ou formas de energia
(calorífica e radiações); químicos (substâncias dissolvidas ou com potencial
solubilização); biológicos (microorganismos).

A poluição origina-se devido a perdas de energia, produtos e matérias primas, ou


seja, devido à ineficiência dos processos industriais. O ponto fundamental é
compatibilizar a produção industrial com a conservação do meio ambiente que nos
cerca. Somente a utilização de técnica de controle não é suficiente, mas é
importante a busca incessante da eficiência industrial, sem a qual a indústria
torna-se obsoleta e é fechada pelo próprio mercado. A eficiência industrial é o
primeiro passo para a eficiência ambiental.

A poluição pelos efluentes líquidos industriais deve ser controlada inicialmente


pela redução de perdas nos processos, incluindo a utilização de processos mais
modernos, arranjo geral otimizado, redução do consumo de água incluindo as
lavagens de equipamentos e pisos industriais, redução de perdas de produtos ou
descarregamentos desses ou de matérias primas na rede coletora. A manutenção
também é fundamental para a redução de perdas por vazamentos e desperdício
de energia.

Além da verificação da eficiência do processo deve-se questionar se este é o mais


moderno, considerando-se a viabilidade técnica e econômica.

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Após a otimização do processo industrial, as perdas causadoras da poluição
hídrica devem ser controladas utilizando-se sistemas de tratamento de efluentes
líquidos.

Os processos de tratamento a serem adotados, as suas formas construtivas e os


materiais a serem empregados são considerados a partir dos seguintes fatores: a
legislação ambiental regional; o clima; a cultura local; os custos de investimento;
os custos operacionais; a quantidade e a qualidade do lodo gerado na estação de
tratamento de efluentes industriais; a qualidade do efluente tratado; a segurança
operacional relativa aos vazamentos de produtos químicos utilizados ou dos
efluentes; explosões; geração de odor; a interação com a vizinhança;
confiabilidade para atendimento à legislação ambiental; possibilidade de reuso dos
efluentes tratados (GIORDANO,1999).

Um fator importante que determina o grau de controle da poluição por efluentes


líquidos é a localização da indústria. Podemos citar como exemplo o caso de uma
indústria que esteja localizada em uma bacia hidrográfica de classe especial, que
não poderá lançar nesta nem mesmo os efluentes tratados. Nestes casos é
necessário além do tratamento, que seja feito uma transposição dos efluentes
tratados para outra bacia, logicamente com maiores custos. Além de atender aos
requisitos específicos para o lançamento de efluentes, as características dos
efluentes tratados devem ser compatíveis com a qualidade do corpo receptor.

Os sistemas de tratamento de efluentes são baseados na transformação dos


poluentes dissolvidos e em suspensão em gases inertes e ou sólidos
sedimentáveis para a posterior separação das fases sólida/líquida. Sendo assim
se não houver a formação de gases inertes ou lodo estável, não podemos
considerar que houve tratamento. A Lei de Lavoisier, sobre a conservação da
matéria é perfeitamente aplicável, observando-se apenas que ao remover as
substâncias ou materiais dissolvidos e em suspensão na água estes sejam
transformados em materiais estáveis ambientalmente. A poluição não deve ser
transferida de forma e lugar. É necessário conhecer o princípio de funcionamento
de cada operação unitária utilizada bem como a ordem de associação dessas
operações que definem os processos de tratamento.

Os sistemas de tratamento devem ser utilizados não só com o objetivo mínimo de


tratar os efluentes, mas também atender a outras premissas. Um ponto importante
a ser observado é que não se deve gerar resíduos desnecessários pelo uso do
tratamento. A estação de tratamento não deve gerar incômodos seja por ruídos ou
odores, nem causar impacto visual negativo. Deve-se sempre tratar também os
esgotos sanitários gerados na própria indústria, evitando-se assim a sobrecarga
no sistema público. Assim cada indústria deve controlar totalmente a sua carga
poluidora. Podemos sintetizar que um bom sistema de tratamento é aquele que
pode ser visitado.

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2. PARÂMETROS SANITÁRIOS

São os indicadores utilizados para o dimensionamento e o controle da poluição


por efluentes industriais.

2.1. Apresentação geral.

Após a utilização das águas pelas indústrias, os diversos resíduos e ou energias


são incorporados alterando-lhes as suas características físicas, químicas e
sensoriais, gerando assim os efluentes líquidos. Para a avaliação da carga
poluidora dos efluentes industriais e esgotos sanitários são necessárias as
medições de vazão in loco e a coleta de amostras para análise de diversos
parâmetros sanitários que representam a carga orgânica e a carga tóxica dos
efluentes. Os parâmetros utilizados são conjugados de forma que melhor
signifiquem e descrevam as características de cada efluente.

2.1.1 Características dos poluentes

Nas indústrias as águas podem ser utilizadas de diversas formas, tais como:
incorporação aos produtos; limpezas de pisos, tubulações e equipamentos;
resfriamento; aspersão sobre pilhas de minérios,etc. para evitar o arraste de finos
e sobre áreas de tráfego para evitar poeiras; irrigação; lavagens de veículos;
oficinas de manutenção; consumo humano e usos sanitários.

Além da utilização industrial da água, esta também é utilizada para fins sanitários,
sendo gerados os esgotos que na maior parte das vezes são tratados
internamente pela indústria, separados em tratamentos específicos ou tratados até
conjuntamente nas etapas biológicas dos tratamentos de efluentes industriais. As
águas residuárias, neste caso os esgotos sanitários, contêm excrementos
humanos líquidos e sólidos, produtos diversos de limpezas, resíduos alimentícios,
produtos desinfetantes e pesticidas. Principalmente dos excrementos humanos,
originam-se os microorganismos presentes nos esgotos. Os esgotos sanitários
são compostos de matéria orgânica e inorgânica. Os principais constituintes
orgânicos são: proteínas, açúcares, óleos e gorduras, microorganismos, sais
orgânicos e componentes dos produtos saneantes. Os principais constituintes
inorgânicos são sais formados de ânions (cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos) e
cátions (sódio, cálcio, potássio, ferro e magnésio) (VON SPERLING, 1996).

As características dos efluentes industriais são inerentes a composição das


matérias primas, das águas de abastecimento e do processo industrial. A
concentração dos poluentes nos efluentes é função das perdas no processo ou
pelo consumo de água.

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A poluição térmica, devido às perdas de energia calorífica nos processos de
resfriamento ou devido às reações exotérmicas no processo industrial, também é
importante fonte de poluição dos corpos hídricos. Neste caso o parâmetro de
controle é a temperatura do efluente.

As características sensoriais dos efluentes notadamente o odor e a cor


aparente são muito importantes, pois despertam as atenções inclusive dos leigos
podendo ser objeto de atenção das autoridades.

O odor nos efluentes industriais pode ser devido à exalação de substâncias


orgânicas ou inorgânicas devidas a: reações de fermentação decorrentes da
mistura com o esgoto (ácidos voláteis e gás sulfídrico); aromas (indústrias
farmacêuticas, essências e fragrâncias); solventes (indústrias de tintas, refinarias
de petróleo e pólos petroquímicos); amônia do chorume.

A cor dos efluentes é outra característica confusamente controlada pela legislação


(GIORDANO, 1999). O lançamento de efluentes coloridos atrai a atenção de quem
estiver observando um corpo hídrico. A cor no ambiente é a cor aparente,
composta de substâncias dissolvidas (corantes naturais ou artificiais) e coloidais
(turbidez).

As características físico-químicas são definidas por parâmetros sanitários que


quantificam os sólidos, a matéria orgânica e alguns de seus componentes
orgânicos ou inorgânicos. Os compostos com pontos de ebulição superiores ao da
água serão sempre caracterizados como componentes dos sólidos.

Os sólidos são compostos por substâncias dissolvidas e em suspensão, de


composição orgânica e ou inorgânica. Analiticamente são considerados como
sólidos dissolvidos àquelas substâncias ou partículas com diâmetros inferiores a
1,2 µm e como sólidos em suspensão as que possuírem diâmetros superiores.

Os sólidos em suspensão são subdivididos em sólidos coloidais e


sedimentáveis/ flutuantes. Os sólidos coloidais são aqueles mantidos em
suspensão devido ao pequeno diâmetro e pela ação da camada de solvatação
que impede o crescimento dessas partículas. É importante ressaltar que partículas
com diâmetro entre 0,001 e 1,2 µm são coloidais (suspensão), mas pela
metodologia analítica padronizada são quantificadas como sólidos dissolvidos. Os
sólidos sedimentáveis e os flutuantes são aqueles que se separam da fase líquida
por diferença de densidade.

Além do aspecto relativo a solubilidade, os sólidos são analisados conforme a sua


composição, sendo classificados como fixos e voláteis. Os primeiros de
composição inorgânica e os últimos com a composição orgânica. A seguir pode-se
observar um esquema de composição de sólidos:

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Sólidos
Totais

Sólidos Sólidos
Suspensos Dissolvidos
(> 1,2 µ m) (< 1,2 µ m)

Sólidos Sólidos Sólidos Sólidos


Suspensos Suspensos Dissolvidos Dissolvidos
Voláteis Fixos Voláteis Fixos
(Mat. Orgânica) (Mat. Inorgânica) (Mat. Orgânica) (Sais Inorgânicos)

Pelo exposto é importante ressaltar que as análises dos sólidos não distinguem se
estamos tratando de substâncias com composição química definida e conhecida,
ou se materiais oriundos do processo industrial, produtos do metabolismo dos
microrganismos ou se os próprios flocos biológicos.

Na figura a seguir observa-se a mais provável composição dos sólidos nos


esgotos sanitários. Para efluentes industriais esta composição varia conforme
cada indústria, devendo ser obtida em cada caso.

Sólidos
Totais

Sólidos Sólidos
Suspensos Dissolvidos
40% 60%

Sólidos Sólidos Sólidos Sólidos


Suspensos Suspensos Dissolvidos Dissolvidos
Voláteis Fixos Voláteis Fixos
20% 20% 50% 10%

(Adaptado de JORDÃO, 1985, p. 27)

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A matéria orgânica

A matéria orgânica está contida na fração de sólidos voláteis, mas normalmente é


medida de forma indireta pelas demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e
demanda química de oxigênio (DQO). A DBO mede a quantidade de oxigênio
necessária para que os microorganismos biodegradem a matéria orgânica. A DQO
é a medida da quantidade de oxigênio necessária para oxidar quimicamente a
matéria orgânica. A matéria orgânica ao ser biodegradada nos corpos receptores
causa um decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido (OD) no meio
hídrico, deteriorando a qualidade ou inviabilizando a vida aquática.

A matéria orgânica pode ser medida também como carbono orgânico total
(COT), sendo este parâmetro utilizado principalmente em águas limpas e efluentes
para reuso.

Outros componentes orgânicos tais como os detergentes, os fenóis e os óleos e


graxas podem ser analisados diretamente.

Os detergentes são industrialmente utilizados em limpezas de equipamentos,


pisos, tubulações e no uso sanitário. Podem ser utilizados também como
lubrificantes. Existem os detergentes catiônicos e os aniônicos, mas somente os
últimos são controlados pela legislação.

Os fenóis podem originar-se em composições desinfetantes, em resinas fenólicas


e outras matérias primas.

Os óleos e graxas estão comumente presentes nos efluentes tendo as mais


diversas origens. É muito comum a origem nos restaurantes industriais. As
oficinas mecânicas, casa de caldeiras, equipamentos que utilizem óleo hidráulico
além de matérias primas com composição oleosa (gordura de origem vegetal,
animal e óleos minerais).

O potencial hidrogeniônico (pH), indica o caráter ácido ou básico dos efluentes.


Nos tratamentos de efluentes o pH é um parâmetro fundamental para o controle
do processo.

A matéria inorgânica

A matéria inorgânica é toda àquela composta por átomos que não sejam de
carbono (exceto no caso do ácido carbônico e seus sais). Os poluentes
inorgânicos são os sais, óxidos, hidróxidos e os ácidos.

A presença excessiva de sais, mesmo sais inertes tais como o cloreto de sódio
pode retardar ou inviabilizar os processos biológicos (GRADY Jr et.al., 1980), por
efeito osmótico. Em casos extremos podem inviabilizar o uso das águas por
salinização.

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Os sais não inertes são também analisados separadamente, sendo os principais:
os sulfatos que podem ser reduzidos aos sulfetos; os nitratos e nitritos que podem
ser desnitrificados; sais de amônia que podem ser nitrificados.

O nitrogênio e o fósforo são elementos presentes nos esgotos sanitários e nos


efluentes industriais e são essenciais às diversas formas de vida, causando
problemas devido à proliferação de plantas aquáticas nos corpos receptores. Nos
esgotos sanitários são provenientes dos próprios excrementos humanos, mas
atualmente têm fontes importantes nos produtos de limpeza domésticos e ou
industriais tais como detergentes e amaciantes de roupas (VON SPERLING, 1996,
p. 31). Nos efluentes industriais podem ser originados em proteínas, aminoácidos,
ácidos fosfóricos e seus derivados.

Os metais são analisados de forma elementar. Os que apresentam toxicidade são


os seguintes: alumínio; cobre; cromo; chumbo; estanho; níquel; mercúrio; vanádio;
zinco. A toxicidade dos metais é função também de seus números de oxidação
(cromo trivalente e hexavalente, etc). Outros metais tais como o sódio, cálcio,
magnésio, e potássio são analisados principalmente em casos de reuso de águas
ou em casos nos quais a salinidade do efluente influencie significativamente em
processos de corrosão, incrustação e osmose.

Os principais anions são: amônio; cianeto; carbonato, bicarbonato; hidróxido;


nitrato; nitrito; fosfato; sulfato; sulfito; sulfeto.

Agentes biológicos

Os contaminantes biológicos são diversos agentes patogênicos ou não. As


características bacteriológicas dos esgotos referem-se à presença de diversos
microorganismos tais como bactérias inclusive do grupo coliforme, vírus e vermes
(VON SPERLING, 1996, p. 19). No caso das indústrias, as que operam com o
abate de animais também são grandes emissoras de microorganismos, bem como
muitas produtoras de alimentos.

Os microorganismos presentes contaminam o solo, inclusive os lençóis


subterrâneos e as águas superficiais, sendo responsáveis pelas doenças de
veiculação hídrica.

Gases

Os esgotos podem também contaminar o ar pela emissão de odores fétidos (gás


sulfídrico e ácidos voláteis), e pela presença de microorganismos (aerossóis). O ar
também pode ser contaminado pelos efluentes industriais, por meio da emissão
dos compostos voláteis orgânicos ou inorgânicos. Além dos incômodos causados
pelos odores, existe também a toxicidade inerente a cada substância emitida.

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Os gases dissolvidos são diversos: o oxigênio, o gás carbônico, a amônia, o gás
sulfídrico.

Existe também a emissão de compostos orgânicos voláteis (VOC’s) dos efluentes


industriais, mas também podem ser oriundos de esgotos domésticos.

2.1.2 Tabelas de classificação dos parâmetros


Tabela 2.1. Características físicas
Nomes dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário
Sólidos totais (ST) mg/L A composição de cada forma dos sólidos
expressa direta ou indiretamente os outros
poluentes.
Sólidos totais voláteis (STV) mg/L matéria orgânica.
Sólidos totais fixos (STF) mg/L matéria inorgânica.
Sólidos suspensos (SS) mg/L matéria orgânica e inorgânica com Ø>0,45
µm.
Sólidos suspensos voláteis (SSV) mg/L matéria orgânica ou biomassa
Sólidos suspensos fixos (SSF) mg/L matéria inorgânica coloidal e com Ø
superiores.
Sólidos dissolvidos totais mg/L matéria orgânica e inorgânica com Ø<0,45
µm.
Sólidos dissolvidos voláteis mg/L matéria orgânica dissolvida
Sólidos dissolvidos fixos (SDF) mg/L sais e óxidos solúveis
Curva de distribuição granulométrica Ø% contribui para a definição do processo de
tratamento
Turbidez uT permite o conhecimento da transparência
dos efluentes e a presença de colóides.
Cor uH Está relacionada aos corantes orgânicos
sintéticos e ou residuais, aos inorgânicos
(metais pesados), aos compostos húmicos
e outros subprodutos de biodegradação.
Transmitância %T aplicabilidade de UV.
o
Temperatura C processos biológicos e para a solubilidade
dos gases na água, além de interferir na
velocidade de sedimentação das partículas.
3
Densidade g/cm Aplica-se a efluentes com altas
concentrações de sólidos
Condutividade mS/cm está relacionada à concentração de sais
solúveis nos efluentes.

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Tabela 2.2. Características químicas inorgânicas
Nomes dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário
Nutrientes (formas de nitrogênio) mg/L Avaliações das concentrações e das
formas de nitrogênios disponíveis no
meio aquático e ou residuais dos
processos de tratamento

Nitrogênio amoniacal, NH4+ mg/L Indica contaminação recente


Nitrogênio orgânico, Norg Indica composto de nitrogênio/ carbono
(proteínas, amidas, etc)
+
Nitrogênio Kjeldahl, Σ [NH4 ]+ [Norg] mg/L
-
Nitritos, NO2 mg/L Indica a fase da desnitrificação
Nitratos, NO3- mg/L Indica o estágio máximo da nitrificação
Nitrogênio total, mg/L indica o somatório de todas as formas
Σ [NH4+ ]+ [Norg] + [NO2-] + [NO3-] nitrogenadas
Nutrientes (formas de fósforo) mg/L Avaliações das concentrações e das
Fósforo total, Σ Porg + Pinor (dis. + part.) formas de fósforos disponíveis no meio
aquático e ou residuais dos processos
de tratamento, distinguindo-se as
formas oxidadas e reduzidas, assim
como, as dissolvidas e particuladas.
Fósforo inorgânico, Pinor mg/L Fosfatos, PO4-3 na forma (dissolvida)
Fósforo orgânico, Porg mg/L Associado a biomassa (particulado)
potencial Hidrogeniônico, pH log 1/[H+] Mede a intensidade de acidez ou
alcalinidade das águas ou efluentes
Alcalinidade total, mg/L Mede a capacidade de tamponamento
- = -
Σ [HCO3 ] + [CO3 ] + [OH ] de uma água ou efluente
-
Cloreto, Cl mg/L Indica a contaminação por esgotos e a
salinidade
Fluoreto, F- mg/L Controla a fluoretação das águas
Metais tóxicos, Ag, Al, As, Cd, Co, Cr, Cu, mg/L Alguns têm funções como
Hg, Mn, Mo, Ni, Pb, Se, V e Zn micronutrientes, mas todos têm caráter
tóxico e são bioacumulativos.
Metais (não tóxicos), Ca, Mg, Na, K e Fe mg/L Controlam os processos de incrustação,
salinização e cor das águas.
Oxigênio dissolvido, OD mg/L Indica as condições de qualidade da
vida aquática e é utilizado no controle
de processos aeróbios.
Sulfetos, S= mg/L São formados pela redução dos SO4= e
proteínas em meio anaeróbio ou se
originam de efluentes de curtumes.

= -2
Sulfato, SO4 mg/L É precursor do S em meio anaeróbio

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Tabela 2.3. Características químicas orgânicas
Nomes dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário
Demanda bioquímica de oxigênio, DBO mg/L Quantidade de oxigênio necessária
para estabilização da matéria
orgânica biodegradável, nas formas
dissolvida e coloidal. É uma medida
indireta de matéria orgânica.
Demanda química de oxigênio, DQO mg/L Quantidade de oxigênio necessária
para oxidar por via química
enérgica a matéria orgânica,
dissolvida ou em suspensão. É
uma medida indireta de matéria
orgânica.
Carbono orgânico total, COT mg/L Mede diretamente o carbono
contido na matéria orgânica
Índice de Fenóis mg/L É utilizado como microbicida.
Surfactantes (detergentes), MBAS mg/L Utilizado para remoção de gorduras
Hidrocarbonetos (BTEX, PAH, e outros) µg/L Contaminação de solos ou de
águas subterrâneas por
combustíveis.
Pesticidas (carbamatos, organofosforados e Resíduos em indústrias de
µg/L
organoclorados) alimentos ou da produção.

Tabela 2.4. Características biológicas


Nomes dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário
Microbiologia (Colimetria, Escherichia coli, NMP/100ml Pesquisa microbiológica e verificação
Enterococcus fecais, etc.) da efetividade dos processos de
desinfecção.
Outros organismos (bactérias, Normalmente são pesquisados nos
protozoários, helmintos e vírus) casos de reuso de efluentes
Toxicidade aguda e crônica (Peixes, uT, CENO São utilizados para se verificar a
microcrustáceos e microalgas) toxicidade de uma substância
específica ou do efeito sinérgico de
diversos poluentes identificados ou
não na amostra, relacionando-se ao
impacto da biota do corpo receptor
Obs. NMP – Número mais provável; UT – unidade de toxicidade; CENO –
Concentração máxima de efeito não observado.

14 Eng. Gandhi Giordano


2. 2. Legislação ambiental

A legislação ambiental é muito complexa, mesmo aquela somente aplicada à


indústria. Como estamos estudando o tratamento dos efluentes industriais
necessitamos conhecer os padrões de lançamento dos efluentes para diversos
Estados brasileiros, com enfoque especial para suas especificidades.

A legislação é a primeira condicionante para um projeto de uma estação de


tratamento de efluentes industriais, sendo importante ressaltar que as diferenças
das legislações muitas vezes inviabilizam a cópia de uma estação de tratamento
que apresente sucesso em um Estado para outro. Uma ETEI pode ser suficiente
para atender a legislação de um Estado mas não atender a todos os limites
estabelecidos por outro Estado.

Os parâmetros para controle da carga orgânica são aplicados de forma muito


diferente, entre alguns Estados. No Estado do Rio de Janeiro a avaliação é feita
utilizando-se os parâmetros DBO e DQO. Em relação a DBO a eficiência está
diretamente ligada a carga orgânica em duas faixas: até 100 Kg DBO/d 70% e
acima de 100 Kg DBO/d 90%. Em relação a DQO o controle é realizado por
concentração existindo uma tabela na qual a tipologia da indústria é o indicador.

No Estado do Rio Grande do Sul as concentrações de DBO e DQO variam


inversamente com a carga orgânica. Sendo assim quanto maiores as cargas
orgânicas menores são as concentrações permitidas para lançamento.

No Estado de São Paulo o controle é realizado utilizando-se somente a DBO como


parâmetro. É exigida a redução de carga orgânica de 80% ou que a DBO
apresente concentração máxima de 60mg O2 /L.

No Estado de Minas Gerais o controle é realizado de duas formas. Por


concentração tanto da DBO quanto da DQO, sendo aplicados indistintamente para
quaisquer indústrias. Os limites são 60 e 90 mgO2/L respectivamente. Por
eficiência de redução da carga orgânica em relação a DBO mínima de 85% sendo
atendidas em relação a DBO pelo menos uma das duas condições.

O Estado de Goiás limita a carga orgânica somente em relação a DBO, mas


estabelecendo a concentração máxima de 60 mgO2 /L ou sua redução em 80%.

Nos outros Estados o conceito é o mesmo do CONAMA sendo a carga orgânica


controlada apenas no corpo receptor.

Em relação aos sólidos em suspensão, que na maioria dos casos, se de


composição orgânica podem ser relacionados diretamente com a DQO, somente
os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul estabelecem limites de
concentração para os mesmos.

15 Eng. Gandhi Giordano


As presenças dos parâmetros, Dureza na legislação gaúcha e da Toxicidade aos
Peixes na legislação fluminense, são fatos que devem ser observados.

No que se refere aos metais o que varia entre as diversas legislações estaduais é
a concentração dos parâmetros.

16 Eng. Gandhi Giordano


3. LEVANTAMENTO DE DADOS NAS INDÚSTRIAS

3.1 Procedimentos para a redução das cargas poluidoras

Sendo os efluentes industriais as perdas de água e matérias primas ou produtos


oriundos do processo deve-se em primeiro lugar verificar se estas perdas não
podem ser evitadas ou reduzidas antes de se realizar o monitoramento.

Processos de limpeza de tanques, tubulações e pisos devem ser sempre focos de


atenção, pois nestes pontos originam-se importantes cargas poluidoras.

Sempre que os resíduos puderem ser removidos na forma sólida ou semi-sólida


tais como pós ou pastas, deve-se assim proceder, evitando-se a solubilização e o
arraste dos mesmos por lavagens. Este princípio pode ser aplicado tanto à
limpeza de reatores quanto à de pisos.

Programas de manutenção preventiva devem ser implantados, pois as


paralisações do processo produtivo levam muitas vezes do descarte de produtos,
aumentando a carga poluidora.

Vazamentos em bombas ou tubulações também ocasionam a geração de


efluentes , devendo ser corrigidos.

A correta especificação das matérias primas também evita o descarte de materiais


fora de especificação, que é sinônimo de carga poluidora.

A linha divisória entre poluentes e produtos é exatamente a possibilidade de sua


utilização pelo mercado. Pode-se concluir que a melhor forma de se controlar a
poluição industrial é pela busca incessante da eficiência desses processos.

No caso de indústrias novas deve-se projeta-las com os tanques e tubulações que


favoreçam a limpeza e com a melhor relação entre os volume e a superfície
interna, o que no caso de limpezas teriam as menores perdas possíveis (produtos
aderidos às superfícies das tubulações e tanques). Otimizar o arranjo geral de
forma ser possível o menor comprimento de tubulações e ou número reduzido de
conexões.

3.2. Levantamento de dados industriais

Para caracterizar a carga poluidora dos efluentes industriais é necessário o


conhecimento prévio do processo industrial para a definição do programa de
amostragem.

As informações importantes a serem obtidas são: Lista de matérias-prima,


principalmente aquelas que de alguma forma possam ser transferidas para os
efluentes; fluxograma do processo industrial indicando os pontos nos quais são

17 Eng. Gandhi Giordano


gerados efluentes contínuos ou intermitentes; identificar os pontos de lançamento
de efluentes; definir o sistema de medição de efluentes e instalá-lo.

O ritmo produtivo também deve ser conhecido, não só os horários dos turnos de
trabalho, como também o das operações de limpeza, manutenção, ou por
processos industriais sazonais (indústrias de frutas, produtos têxteis relacionados
à moda, cosméticos, bebidas, etc.).

Os parâmetros escolhidos para a caracterização dos efluentes devem ser:


representativos da carga poluidora; servirem para a definição do processo de
tratamento; servirem para o dimensionamento da estação de tratamento;
atenderem ao programa de monitoramento estabelecido para o atendimento à
legislação ambiental.

A caracterização físico-química das águas, esgotos sanitários, efluentes industriais


e também dos resíduos industriais (resíduos sólidos industriais - RSI), consiste em
serviços de determinação no campo e a utilização do controle analítico de
laboratório relativos aos parâmetros sanitários e ambientais.
Em virtude dos diferentes tipos de poluentes lançados nos corpos receptores são
necessários diversos parâmetros de controle analítico. Os parâmetros
normalmente utilizados são os de natureza física, química e biológica.
Além da caracterização físico-química e biológica, é necessária a medição de
vazão associada à coleta de amostras.

3.3. Programa de amostragem

Após a definição do objetivo da amostragem o programa deve ser elaborado com


base no levantamento prévio de dados industriais conforme descrito no item
anterior, sendo composto dos seguintes itens:

• Período de amostragem;
• Metodologia para quantificação de vazões;
• Coleta das amostras;
• Análises laboratoriais, sua interpretação e comparação com a legislação
ambiental.

3.3.1. Período de amostragem

O período de amostragem pode ser definido pelo órgão ambiental, ou estabelecido


de forma que seja representativo pelas características da produção industrial. Os
fatores que podem influenciar o período de amostragem são:

• Sazonalidade da produção (indústrias de alimentos, de cosméticos e têxteis);


• Variabilidade da produção;
• Fatores climáticos.

18 Eng. Gandhi Giordano


3.3.2. Coletas de amostras em diferentes matrizes

As coletas de amostras podem ser classificadas em simples ou compostas,


observando-se que algumas medições diretas devem ser realizadas in loco. A
definição do tipo de coleta é função da matriz a ser analisada, sendo diversas as
matrizes que podem estar relacionadas com a qualidade ou impacto causado
pelos efluentes industriais, tais como:águas naturais superficiais (rios, represas,
lagoas, lagos e mar), subterrâneas (fontes ou poços); esgotos sanitários e
efluentes industriais tratados ou não; resíduos industriais. A seguir as matrizes
mais comuns:

• em rios, represas, lagos, lagoas e no mar:


Coletam-se amostras para verificar o enquadramento do manancial em
conseqüência do lançamento de efluentes industriais. No caso de rios os pontos
de amostragem devem ser situados à montante e à jusante do ponto de
lançamento dos efluentes da indústria, conhecendo-se a zona necessária para a
mistura.

• em esgotos sanitários:
Pode-se coletar as amostras que caracterizem os esgotos bruto e tratado ou em
pontos do processo de tratamento. O objetivo pode ser de tratamento conjunto dos
efluentes ou monitoramento independente. Em alguns casos verifica-se a
possibilidade de interferência nos sistemas coletores de esgotos sanitários e
industriais.

• em efluentes industriais:
As amostras dos efluentes brutos servem para quantificar a carga poluidora,
verificar a sua variabilidade, definir o processo de tratamento, dimensionar os
sistemas de tratamento e para verificar as suas eficácia e eficiência.

• em águas de abastecimento, com origem na rede pública em águas


subterrâneas
Para análises das águas de abastecimento fornecidas por algum órgão de
saneamento; coletam-se amostras na rede de distribuição, nos reservatórios de
água e nos pontos de consumo; as amostras de poços freáticos ou artesianos
devem ser coletadas nos pontos imediatamente após o bombeamento; as águas
de fontes devem ser coletadas no ponto de surgência; é importante o
conhecimento das características físico-químicas, principalmente no que se refere
às características inerentes à estabilidade (incrustação, corrosão), bem como o
atendimento aos padrões de potabilidade.

• em piezômetros:
As amostras são coletadas conforme a Norma Brasileira, com o objetivo de
monitorar os aterros sanitários, de resíduos industriais e áreas com o solo
contaminado.

19 Eng. Gandhi Giordano


As técnicas de coleta são definidas a partir da matriz (águas, esgotos sanitários,
efluente industrial e ou resíduos), que por sua vez define os parâmetros
representativos a serem analisados. Os parâmetros são definidos também pelos
objetivos, ou seja, pela utilização dos resultados analíticos.

3.3.3. Amostragem de efluentes industriais

Objetivo: Definição da utilização dos resultados.

Metodologia: Estabelecidos a matriz a ser caracterizada e os objetivos, podem ser


definidos o período de coleta, os materiais necessários, as condições para as
coletas das amostras e os parâmetros a serem analisados. Para alcançar o êxito,
deve-se ter em mente que a amostra coletada deve ser representativa e que essa
deve preservar as suas condições até a entrada no laboratório para a execução
das análises.

Período: Defini-se o período, no qual serão coletadas as amostras, ou seja,


durante quantos dias, em quais e por quantas horas e com qual freqüência serão
as mesmas coletadas.

Normalmente determina-se o período em função de custos e prazo, desde de que


não haja comprometimento da técnica. Este período é função da
representatividade que se consegue com a amostra. Se uma indústria opera todos
os dias da mesma forma, em um período de três dias pode-se obter amostras
representativas. Se a atividade industrial processar frutas que são matérias primas
tipicamente sazonais, a caracterização dos efluentes pode ser estendida em
diversos períodos, de cada safra.

Materiais e equipamentos: Deve-se listar os materiais para a coleta das amostras,


como por exemplo:

Materiais de uso comum – Frascos específicos para os parâmetros a serem


coletados (etiquetados, contendo os preservativos químicos ou não), gelo ou
geladeira para as amostras, termômetro, fichas de campo, caneta esferográfica,
caneta para retroprojetor, relógio, GPS, capas de chuva, réguas, frascos com alça
ou cabo, equipamentos de campo (pH, POR, oxímetro, condutivímetro).

Materiais para a coleta em corpos hídricos (rios, lagoas lagos e represas): colete
salva-vida, bóia, corda, cinto de segurança, botas, garrafa de coleta e barco.

Materiais para a coleta em sistemas de tratamento de esgotos e efluentes


industriais: vertedores e outras instalações de medição de vazão.

20 Eng. Gandhi Giordano


Equipe: A equipe para coleta de amostras deve ser constituída pelos técnicos de
coleta e por um coordenador de nível superior da área de conhecimento da matriz
a ser caracterizada.

Local e ponto de coleta: A localização é sempre a definição macro, ou seja, o


endereço da indústria, o porto da cidade X, a ETE Y, etc. O ponto de coleta é
definido pela micro-localização: afluente da ETEI; efluente da ETEI; ponto fixado
pelas coordenadas geográficas.
Exemplifica-se com um caso de coleta de amostra em rio. A localização pode ser
a de um trecho do rio, tal como o médio Paraíba do Sul. Em função do número de
pontos, de suas localizações e o tempo necessário para a locomoção entre esses,
deve-se definir o número de técnicos para a coleta. Pode-se verificar que a prévia
determinação dos pontos é importante, uma vez que define as equipes. Os locais
são determinados primeiramente por mapa e marcados ponto a ponto, como por
exemplo: debaixo da ponte tal, à tantos metros acima de algum acidente
geográfico fixo, amarrar o ponto (coordenadas geográficas com a utilização de
GPS), de maneira que se daqui a cinco anos for necessário, possa ser possível
voltar exatamente ao mesmo local. Não se pode aceitar a ordem de se fazer a
coleta em um determinado local (pelo contratante ou órgão fiscalizador) se não há
viabilidade física de coleta (há perigo ou risco de vida), mesmo que o ponto
ordenado seja o ponto tecnicamente melhor.

Tipo de coleta
Outra definição importante é sobre o tipo de amostra, ou seja, se a amostra é
simples ou composta.

A Amostra Simples representa o que está ocorrendo naquele momento. Se o


manancial não varia muito, ela pode ser representativa.

A Amostra Composta é formada por várias e pequenas alíquotas coletadas ao


longo do tempo. À cada turno (8 horas, 24 horas), coletam-se alíquotas que
formam as amostras compostas.

A amostra composta pode ser obtida por:


• alíquotas pré-estabelecidas ou volume pré-estabelecido.
• alíquotas variáveis, que são aquelas nas quais o volume varia de acordo com, a
vazão (neste caso são amostras de alíquotas proporcionais à vazão), é por isto
que em medições de água e esgoto, tem que se ter um vertedor perto do ponto de
coleta da amostra.

Dispositivos de Medição de Vazão

Existem dispositivos simples: para pequenas vazões, como por exemplo,


cubagem.

21 Eng. Gandhi Giordano


Anota-se o tempo que a água leva para encher um recipiente de volume
conhecido. Como a vazão é o volume em função do tempo, é só dividir o volume
do recipiente pelo tempo que se levou para enchê-lo. Se não se conhece o volume
do recipiente, faz-se uma marca no recipiente, anota-se o tempo e depois vai-se
aferir o volume em outro local.

Existem locais de difícil acesso sendo praticamente impossível instalar um


dispositivo para se medir a vazão, ou nos casos que os custos forem elevados
para se instalar um vertedor só para se coletar uma amostra, pode-se adotar o
seguinte procedimento:

fecha-se a entrada do
reservatório, mede-se a altura
(h) e o tempo (T) que leva
para se ter um desnível ( h).
Isto deve ser feito sem que se
prejudique o processo de
fabricação. Neste caso, deve-
se ter conhecimento do
processo de fabricação para
saber a quantidade de água
que se incorporou ao produto
(por exemplo refrigerante), e
as águas que são
evaporadas.

Em indústrias modernas há hidrômetros em cada seção para se controlar o


consumo de cada seção da indústria ou etapa do processo. Aproveitam-se as
medições parciais obtidas por estes hidrômetros em cada ramal ou seção para se
chegar à vazão total.

Vertedores:

Para cada faixa de vazão deve-se adotar um tipo de vertedor, com o seu formato e
equação específica.

vertedor retangular sem


restrição ou contração
Q > 20 m3/h
(usado para grandes vazões)

22 Eng. Gandhi Giordano


vertedor triangular de
Thompson
Q < 50 m3/h

Calha Parshall (tem padrões pré estabelecidos), devendo ser adquirida, sendo
3
indicada para vazões >50 m /h.

A foto mostra um vertedor triangular de Thompson, com régua de medição


instalada.

Fluxômetros - Para calhas de rios, utilizam-se fluxômetros para se obter a vazão.

Traçadores Radioativos e Fluorimétricos - são utilizados nos casos de


impossibilidade de instalação de medidores de vazão ou até mesmo para a
elaboração do “as built” da rede coletora de efluentes. Os traçadores são
utilizados também para se conhecer as zonas de dispersão de efluentes lançados
em rios ou em emissários submarinos.

23 Eng. Gandhi Giordano


4. PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

Os sistemas de tratamentos de efluentes objetivam primordialmente atender à


legislação ambiental e em alguns casos ao reuso de águas.

Para a definição do processo de tratamento dos efluentes industriais são testadas


e utilizadas diversas operações unitárias. Os processos podem ser classificados
em físicos, químicos e biológicos em função da natureza dos poluentes a serem
removidos e ou das operações unitárias utilizadas para o tratamento.

4.1 Processos físicos

São os processos que basicamente removem os sólidos em suspensão


sedimentáveis e flutuantes através de processos físicos, tais como:

Gradeamento;
Peneiramento;
Separação de óleos e gorduras;
Sedimentação;
Flotação;

São processos físicos também aqueles capazes de remover a matéria orgânica e


inorgânica em suspensão coloidal e reduzir ou eliminar a presença de
microrganismos tais como:

Processos de filtração em areia;


Processos de filtração em membranas (micro filtração e ultrafiltração);

Os processos físicos também são utilizados unicamente com a finalidade de


desinfecção, tais como a radiação ultravioleta.

4.1.1 Gradeamento

Com o objetivo da remoção de sólidos grosseiros capazes de causar


entupimentos e aspecto desagradável nas unidades do sistema de tratamento são
utilizadas grades mecânicas ou de limpeza manual. O espaçamento entre as
barras varia normalmente entre 0,5 e 2 cm.

4.1.2 Peneiramento

Com o objetivo da remoção de sólidos normalmente com diâmetros superiores a 1


mm, capazes de causar entupimentos ou com considerável carga orgânica são
utilizadas peneiras.
As peneiras mais utilizadas têm malhas com barras triangulares com espaçamento
variando entre 0,5 a 2mm, podendo a limpeza ser mecanizada (jatos de água ou
escovas) ou ser estática. No caso de serem utilizadas peneiras em efluentes

24 Eng. Gandhi Giordano


gordurosos ou com a presença de óleos minerais deve-se utilizar as peneiras com
limpeza mecanizada por escovas.

A utilização de peneiras é imprescindível em tratamentos de efluentes de


indústrias de refrigerantes, têxtil, pescado, abatedouros e frigoríficos, curtumes,
cervejarias, sucos de frutas e outras indústrias de alimentos.

As peneiras devem ser aplicadas também em outros efluentes que apresentem


materiais grosseiros, tais como: fiapos; plásticos; resíduos de alimentos, etc.

A foto mostra uma peneira com limpeza mecânica da Tecma, instalada em um


abatedouro de aves.

4.1.3. Separação água/ óleo

O processo de separação é um processo físico que ocorre por diferença de


densidade, sendo normalmente as frações oleosas mais leves recolhidas na
superfície. No caso de óleos ou borras oleosas mais densas que a água, esses
são sedimentados e removidos por limpeza de fundo do tanque.

O processo é muito utilizado na indústria do petróleo, postos de serviço, oficinas


mecânicas e outras atividades que utilizam óleo.

Este processo não é capaz de remover óleo emulsionado, sendo utilizado na


etapa preliminar dos sistemas de tratamento.

25 Eng. Gandhi Giordano


As fotos mostram caixas separadoras instaladas em uma indústria de bebidas
(esquerda) e a outra em um posto de serviço (direita).

4.1.4. Sedimentação

O processo de sedimentação é uma das etapas de clarificação, devendo ser


aplicado conforme as características de cada efluente e do processo de
tratamento.

No caso dos processos que gerem lodos orgânicos deve-se evitar a permanência
exagerada desses no fundo dos decantadores para reduzir a sua anaerobiose e a
conseqüente formação de gases que causam a flutuação de aglomerados de
lodos.
Isto pode ocorrer por simples anaerobiose com a formação de metano e gás
carbônico e pela desnitrificação com a redução dos íons nitratos a gás nitrogênio.
Pode ocorrer também a formação de gás sulfídrico pela redução do íon sulfato.

A sedimentação é um processo físico, logo se deve evitar nos decantadores as


condições para ocorrência da atividade microbiana.

Nos casos de lodos originados nos processos químicos ou com efluentes


originados em processos industriais inorgânicos pode-se admitir um tempo de
retenção maior dos lodos no fundo dos decantadores.

Os decantadores apresentam diversas formas construtivas e de remoção de lodo,


com ou sem mecanização. Os decantadores podem ser circulares ou
retangulares, com limpeza de fundo por pressão hidrostática ou com remoção de
lodo mecanizada por raspagem ou sucção. No caso da presença de escumas
(materiais flutuantes), é necessário um removedor de escuma.

Como qualquer outra unidade de tratamento os tanques de decantação são


projetados para um equipamento específico ou sistema de limpeza, não sendo
viáveis alterações posteriores ao projeto.

26 Eng. Gandhi Giordano


REMOVEDOR DE LODO CIRCULAR

Os principais defeitos construtivos ou operacionais dos decantadores podem ser


verificados na tabela a seguir:

Defeitos construtivos ou de instalação dos decantadores

Defeitos Conseqüências
Desnivelamento, baixa inclinação da zona Desenvolvimento de atividade microbiana
de lodo ou zonas mortas. com a conseqüente formação de gases e
arraste do lodo para a superfície e perda de
lodo.
Desnivelamento do vertedor periférico ou Curto circuito ocasionando arraste de lodo
sua má vedação não sedimentado nestas zonas.
Removedores do lodo com velocidades Ressuspensão de lodo com a possibilidade
periféricas superiores a 18 raio / t (m/min). de arraste.
Taxas de aplicação de carga hidráulica Arraste de lodo não sedimentado.
muito altas > 1m3/m2h.
Desenvolvimento de atividade microbiana
Taxa de aplicação de carga hidráulica com a formação de gases e arraste do lodo
baixa.< 0,5 m3/m2h.(para lodos orgânicos) para a superfície; perda de lodo.
Turbulência causada pela ação dos ventos. Arraste de lodo.
Ausência de placa defletora ou cilindro Curto-circuito hidráulico e arraste de lodo
defletor central na entrada dos
decantadores

27 Eng. Gandhi Giordano


Vista de um decantador final instalado em uma indústria de bebidas, com lago de
biomonitoramento à esquerda.

4.1.5 Filtração

É o processo da passagem de uma mistura sólido – líquido através de um meio


poroso (filtro), que retém os sólidos em suspensão conforme a capacidade do filtro
e permite a passagem da fase líquida.

Os filtros podem ser classificados como filtros de profundidade e de superfície. Os


filtros de profundidade promovem a retenção de sólidos em toda a camada
filtrante. Os filtros de superfície apresentam camada filtrante uniforme, rígida e
delgada, sendo o seu funcionamento semelhante ao de uma peneira.

O processo de filtração em membranas é atualmente o processo com maior


desenvolvimento para aplicações em efluentes industriais. A sua aplicação pode
ocorrer tanto em reatores de lodos ativados quanto em processos de polimento
para retenção de microorganismos ou moléculas orgânicas responsáveis por cor
ou toxicidade.

Nos reatores biológicos são empregadas as membranas de microfiltração


(concentração de flocos biológicos). Para o polimento dos efluentes são utilizadas
as membranas de ultrafiltração (retenção de microorganismos) e nanofiltração
(retenção de microorganismos e moléculas orgânicas).

4.1.6 Flotação

A flotação é outro processo físico muito utilizado para a clarificação de efluentes e


a conseqüente concentração de lodos, tendo como vantagem a necessidade
reduzida de área, tendo como desvantagem um custo operacional mais elevado
devido à mecanização.

28 Eng. Gandhi Giordano


A flotação deve ser aplicada principalmente para sólidos com altos teores de óleos
e graxas e ou detergentes tais como os oriundos de indústrias petroquímicas, de
pescado, frigoríficas e de lavanderias.

A flotação não é aplicada aos efluentes com óleos emulsionados, a não ser que os
efluentes tenham sido coagulados previamente.

Além de ser um processo unitário utilizado no nível primário de tratamento, é


aplicado também na etapa de espessamento de lodo.

Existem flotadores a ar dissolvido (FAD), a ar ejetado e a ar induzido.

A remoção do material flotado pode ser realizada por escoamento superficial como
nos decantadores ou por raspagem superficial.

Defeitos construtivos ou de instalação dos flotadores

Defeitos Conseqüências
Presença de bolhas grosseiras (ar Perturbação da camada de lodo
não dissolvido). flotado (escuma), causando a sua
sedimentação.
Relação entre o ar dissolvido e os Sedimentação e arraste de lodo.
sólidos em suspensão não satisfeita.
Tempo de retenção reduzido ou Arraste de lodo ou óleos.
turbulência na câmara de flotação
Tempo de retenção excessivo na Sedimentação e arraste de lodo
câmara de flotação

A A

Amostra de indústria de margarina flotada em laboratório

29 Eng. Gandhi Giordano


O fluxograma a seguir apresenta um esquema típico de flotação para efluentes
industriais.
CLARIFICAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA (FLOTAÇÃO)

PRODUTO
QUÍMICO FLOCULADOR
M
PRODUTO
BOMBA QUÍMICO
DOSADORA

ENTRADA EJETOR
DE AR
M VÁLVULA
TELESCÓPICA

MEDIÇÃO
LODO DE VAZÃO
TANQUE DE EQUALIZAÇÃO
FLOTADOR

EFLUENTE
TRATADO

CORPO
CENTRÍFUGA RECEPTOR

4.2 Processos químicos

São considerados como processos químicos esses que utilizam produtos


químicos, tais como: agentes de coagulação, floculação, neutralização de pH,
oxidação, redução e desinfecção em diferentes etapas dos sistemas de
tratamento; através de reações químicas promovem a remoção dos poluentes ou
condicionem a mistura de efluentes a ser tratada aos processos subseqüentes. Os
principais processos encontram-se listados a seguir:

• Clarificação química (remoção de matéria orgânica coloidal, incluindo os


coliformes);
• Eletrocoagulação (remoção de matéria orgânica, inclusive de compostos
coloidais, corantes e óleos/ gorduras);
• Precipitação de fosfatos e outros sais (remoção de nutrientes), pela adição
de coagulantes químicos compostos de ferro e ou alumínio;
• Cloração para desinfecção;
• Oxidação por ozônio, para a desinfecção;
• Redução do cromo hexavalente;

30 Eng. Gandhi Giordano


• Oxidação de cianetos;
• Precipitação de metais tóxicos;
• Troca iônica.

4.2.1 A clarificação de efluentes

Os processos físico-químicos aplicados com o objetivo de clarificar efluentes são


baseados na desestabilização dos colóides por coagulação seguido da floculação
e separação de fases por sedimentação ou flotação.

Os colóides podem ser formados por microorganismos, gorduras, proteínas, e


argilas, estando o diâmetro das partículas coloidais na faixa de 0,1 de 0,01µm.

A desestabilização de colóides pode ser conseguida por diversos meios: o calor; a


agitação; agentes coagulantes químicos; processos biológicos; passagem de
corrente elétrica (eletrocoagulação), ou ainda a eletrocoagulação com a adição de
coagulantes químicos.

A adição de agentes coagulantes (sais de ferro ou alumínio) é muito utilizada,


sendo também eficaz para a remoção de fósforo, tendo como desvantagens o
custo dos produtos químicos e o maior volume de lodo formado. As grandes
vantagens são a praticidade e a boa qualidade dos efluentes obtidos.

Amostra de indústria de papel

A eletrocoagulação é a passagem da corrente elétrica pelo efluente em


escoamento pela calha eletrolítica, sendo responsável por diversas reações que
ocorrem no meio: a oxidação dos compostos; a substituição iônica entre os
eletrólitos inorgânicos e os sais orgânicos, com a conseqüente redução da
concentração da matéria orgânica dissolvida na solução; a desestabilização das
partículas coloidais. (GIORDANO, 1999).

31 Eng. Gandhi Giordano


A separação das fases sólida (escuma) e líquida (efluente tratado) ocorre na
própria calha. O arraste para a superfície, dos coágulos e flocos formados, devido
à adsorção desses ao hidrogênio gerado por eletrólise; a fase tratada é escoada
pela parte inferior da calha. A separação de fases pode ser melhorada por
sedimentação posterior, por ocasião da dessorção do hidrogênio.

Vista de calhas eletrolíticas

4.2.2 Precipitação química

A precipitação de metais ocorre pela formação de hidróxidos metálicos, devendo


ser verificada a curva de solubilidade dos metais (pH x solubilidade). A maior
dificuldade é a precipitação concomitante de diversos metais, sem que as curvas
de solubilidade apresentem coincidências entre as concentrações mínimas.

Deve-se observar também se as concentrações mínimas obtidas pelo tratamento


quando a precipitação ocorre em um pH comum a diversos metais são inferiores
aos limites estabelecidos para lançamento nos corpos receptores ou na rede
coletora.

32 Eng. Gandhi Giordano


M IS TURADO R
RÁPIDO

4.2.3. Oxidação de cianetos

Devido à toxicidade inerente ao íon cianeto é necessária a oxidação desses íons,


para destruir as ligações formadas entre os cianetos e os metais tóxicos a esses
ligados. Deve-se ressaltar que se os metais estiverem complexados pelos
cianetos, torna-se impossível a sua precipitação. Os metais mais comumente
ligados ao cianeto são o zinco, o cobre, o níquel, a prata e o cádmio.

A oxidação dos cianetos ocorre pela reação do íon hipoclorito em meio alcalino,
com a formação do gás carbônico e nitrogênio. Os metais após a oxidação dos
cianetos tornam-se insolúveis na forma de hidróxidos. O tempo da reação é de
aproximadamente 1 hora, para as duas etapas.

As reações típicas de oxidação são:


NaCN + NaOCl ⇒ NaOCN + NaCl (primeira etapa)

As reações parciais da primeira etapa são:

NaCN + NaOCl + H2O ⇒ ClCN + 2 NaOH

ClCN + 2 NaOH ⇒ NaCl + NaOCN + H2O

2 NaOCN + 3 NaOCl + H2O ⇒ 3 NaCl + 2 NaHCO3 + N2 (Segunda etapa)

O pH deve ser mantido na faixa superior a 11,5 para evitar a liberação de cloreto
de cianogênio (ClCN), gás extremamente tóxico.

33 Eng. Gandhi Giordano


Vantagens Desvantagens
Controle de produtos químicos Aumento da salinidade residual
Pode ter controle automático Ajuste de pH a valores superiores a 11,5
Controlada pela medida de POR e pH O excesso de cloro na etapa de
(automatismo) neutralização pode oxidar o cromo +3
Eficácia comprovada pela grande Reação lenta
utilização e atendimento à legislação
Baixo custo do tratamento

4.2.4. Redução do Cromo hexavalente

A utilização de cromo hexavalente nos banhos de galvanoplastias e curtumes é a


principal origem do cromo nos efluentes industriais. O cromo ainda é utilizado
como componente de tintas anticorrosivas e em tratamento de águas para
sistemas de resfriamento.

O cromo na forma hexavalente é solúvel em pH ácido ou alcalino. Para que ocorra


a sua remoção é necessário que o mesmo seja reduzido para a forma de cromo
trivalente e precipitado como hidróxido.

No caso do íon cromato o Cromo +6 é reduzido para o estado de oxidação +3 pela


ação do dióxido de enxofre ou compostos derivados (bissulfitos). A redução do
cromo ocorre em pH ácido, inferior a 2,5. A velocidade da reação diminui
rapidamente se o pH for superior a 3,5, estando as reações apresentadas a
seguir:

2 H2CrO4 + 3 SO2 ⇒ Cr2 (SO4)3 + 2 H2O

As reações de redução com a utilização de bissulfito são apresentadas a seguir:

4 H2CrO4 + 6 NaHSO3 + 3 H2SO4 ⇒ 2 Cr2 (SO4)3 + 3 Na2SO4 + 10 H2O


ou
H2Cr2O7 + 3 NaHSO3 + 3 H2SO4 ⇒ Cr2 (SO4)3 + 3 NaHSO4 + 4 H2O

Vantagens Desvantagens
Controle de produtos químicos Aumento da salinidade residual
Pode ter controle automático Ajuste de pH a valores inferiores a 2,5
Controlada pela medida de POR Necessidade de ventilação dos produtos
(automatismo) estocados e dos reatores, devido a
exalação de vapores tóxicos de SO2
Eficácia comprovada pela grande O excesso de bissulfito no efluente
utilização e atendimento à legislação tratado interfere positivamente na DQO
Baixo custo do tratamento
Reação muito rápida

34 Eng. Gandhi Giordano


Pelas reações apresentadas 3 g de bissulfito de sódio podem reduzir 1 g de cromo
hexavalente. Deve-se considerar o consumo de bissulfito devido à presença de
compostos orgânicos oriundos dos banhos da galvanoplastia, o que na prática
pode aumentar em até 15 % o consumo do bissulfito.

4.2.5. Precipitação do fósforo

A coagulação química e posteriormente a precipitação do fósforo é o método mais


eficaz para a remoção deste nutriente dos esgotos sanitários ou efluentes
industriais. Outro processo igualmente eficaz é a eletrocoagulação. Em ambos os
casos a reação mais comum ocorre entre o íon férrico e o íon fosfato, com a
conseqüente precipitação do fosfato férrico. A reação ocorre também com o íon
alumínio, por coagulação ou por eletrocoagulação. A reação entre estes íons está
apresentada a seguir:

Fe+3 + [PO4 ]-3 ⇒ FePO4 insolúvel

Al+3 + [PO4 ]-3 ⇒ AlPO4 insolúvel

No caso dos efluentes industriais, quando há clarificação dos efluentes à montante


das etapas biológicas de tratamento, ocorre também a remoção do fósforo. Assim
esse nutriente fica indisponível para a etapa biológica do processo, sendo
necessária a sua adição conforme a proporção com a carga orgânica (relação
DBO: N: P).
Pode ocorrer também a precipitação química do fósforo pela reação com o cálcio
e o magnésio presentes nos efluentes (dureza).

4.3 Processos biológicos

Os processos biológicos de tratamento reproduzem em escala de tempo e área


os fenômenos de autodepuração que ocorrem na natureza.

Os tratamentos biológicos de esgotos e efluentes industriais têm como objetivo


remover a matéria orgânica dissolvida e em suspensão, através da transformação
desta em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos), ou gases (RAMALHO, 1991).

Os produtos formados devem ser mais estáveis, tendo os esgotos ou efluentes


industriais tratados um aspecto mais claro, e significativa redução da presença de
microorganismos e menor concentração de matéria orgânica.

Os processos de tratamento biológicos têm como princípio utilizar a matéria


orgânica dissolvida ou em suspensão como substrato para microorganismos tais
como bactérias, fungos e protozoários, que a transformam em gases, água e
novos microorganismos.

35 Eng. Gandhi Giordano


Os microorganismos, através de mecanismos de produção de exopolímeros
(GRADY Jr e LIN,1980), formam flocos biológicos mais densos que a massa
líquida, da qual separam-se com facilidade.

A fração da matéria orgânica transformada em sólidos situa-se na faixa de 6 a


60% (GRADY Jr e LIN, 1980), dependendo de diversos fatores, tais como, o
processo adotado e a relação alimento / microorganismos (A/M). A outra parte da
matéria orgânica é transformado em gases, notadamente o gás carbônico e/ ou
em metano nos sistemas anaeróbios.

Os flocos biológicos em excesso, chamado de excesso de lodo, são retirados dos


sistemas de tratamento e submetidos a processos de secagem natural ou
mecanizada.

Os esgotos e os efluentes industriais clarificados devido à remoção da matéria


orgânica em suspensão (coloidal ou sedimentável) e dissolvida, bem como pela
redução da presença de microorganismos, são considerados tratados. O grau de
tratamento requerido é função da legislação ambiental, ou seja, das características
ou pelo uso preponderante atribuído ao corpo receptor. (FEEMA, 1992). Os
principais processos são:

• Lagoas anaeróbias e fotossintéticas;

• Os processos aeróbios são normalmente representados por lodos ativados e


suas variantes: aeração prolongada; lodos ativados convencionais; lagoas
aeradas facultativas; aeradas aeróbias;

• Os processos facultativos são bem representados pelos processos que utilizam


biofilmes (filtros biológicos, biodiscos e biocontactores) e por algumas lagoas
(fotossintéticas e aeradas facultativas). Os biocontactores apresentam também
processos biológicos aeróbios.

• Os processos anaeróbios ocorrem em lagoas anaeróbias e biodigestores.

4.3.1 Lodos ativados

O processo é fundamentado no fornecimento de oxigênio (ar atmosférico ou


oxigênio puro), para que os microorganismos biodegradem a matéria orgânica
dissolvida e em suspensão, transformando-a em gás carbônico, água e flocos
biológicos formados por microorganismos característicos do processo.

Esta característica é utilizada para a separação da biomassa (flocos biológicos)


dos efluentes tratados (fase líquida). Os flocos biológicos formados apresentam
normalmente boa sedimentabilidade.

36 Eng. Gandhi Giordano


Com a contínua alimentação do sistema pela entrada de efluentes (matéria
orgânica), ocorre o crescimento do lodo biológico, sendo esse denominado de
excesso de lodo. No caso de concentrações de lodo acima das previstas
operacionalmente, o mesmo deve ser descartado.

A eficiência do processo está relacionada com a relação de cargas orgânica


afluente (diariamente), e a massa de microorganismos contida no reator (sólidos
em suspensão voláteis).

A relação alimento/microorganismo pode ser expressa pela fórmula a seguir:

A Q (m 3 / d ) X DBO (mg O2 / L) kg DBO


= =
( )
M SSV (mg / L ) X Volume Re ator m 3 kg SSV .d

Além da relação A/M é importante também a biodegradabilidade específica dos


efluentes.

A formação do lodo biológico é fundamentada na presença de compostos com N,


P (nutrientes) e Ca, Mg, S, Fe, Cu, Zn, Cr, Co e Mo (micro-nutrientes).

Supõe-se que sendo o processo aeróbio sempre haverá disponibilidade de


oxigênio, sendo recomendadas concentrações na faixa de 0,5 a 2 mgO2 /L.

Além dos parâmetros necessários ao controle da relação A/M, é necessário


também o controle dos testes de respiração da mistura do tanque de aeração, da
relação SSV/ SS (verificação da estabilidade do lodo para descarte) e da
concentração de oxigênio dissolvido no tanque de aeração. A análise
microscópica do lodo também indica em tempo real as condições operacionais do
reator biológico

A/M

E%

O processo de lodos ativados é largamente utilizado no mundo em diversas


variantes, sendo essas basicamente definidas pelas diferenças entre as: relação

37 Eng. Gandhi Giordano


A/M; a disponibilidade de oxigênio; a forma de alimentação dos reatores; as
concentrações de biomassa nos reatores; a forma de retenção da biomassa nos
reatores.

A produção de lodo está relacionada também com a relação A/M, conforme se


pode visualizar no gráfico a seguir:

A/M

Produção de Lodo (kg SSV/Kg DBO reduzida)

A presença de óleos ou gorduras de quaisquer origens na mistura afluente ao


reator pode significar a intoxicação do lodo biológico com a conseqüente redução
de sua atividade.

A seguir estão listadas as principais variantes do processo: lodo ativado


convencional; aeração prolongada; valo de oxidação; lodo ativado por batelada;
lagoa aerada aeróbia e lagoa aerada facultativa.

O processo pode ter: alimentação contínua ou por batelada.

A aeração é normalmente realizada por difusores dispostos no fundo do tanque,


por aeradores mecânicos de superfície ou injeção de oxigênio puro. A energia
requerida é da ordem de 22 a 25 W / m3.

38 Eng. Gandhi Giordano


LODOS ATIVADOS COM SECAGEM NATURAL DE LODO

LODO

AERADOR
EXCESSO LODO
P/ ATERRO SANITÁRIO

TANQUE DE AERAÇÃO LODO LEITO DE SECAGEM


ELEV. DECANTADOR
DE LODO

39 Eng. Gandhi Giordano


Lagoas aeradas aeróbias

Nessas lagoas a aeração é mantida de forma que toda a biomassa esteja


uniformemente distribuída pela massa líquida, não ocorrendo por conseqüência
nenhuma sedimentação de lodo nessa lagoa. As lagoas aeradas aeróbias operam
como se fossem tanques de aeração de lodos ativados sem reciclo de lodo. A
energia requerida é da ordem de 15 W / m3.

Essas lagoas são instaladas em série com lagoas de decantação ou lagoas


aeradas facultativas.

Lagoas aeradas facultativas

As lagoas aeradas facultativas são projetadas para operar com energias inferiores
as das lagoas aeradas aeróbias, ou seja, na faixa de 5 W / m3 .

Nessas lagoas em uma parte ocorre a suspensão da biomassa e na outra a


sedimentação.

4.3.2.Processos facultativos

Biocontactores

O processo é baseado em um biofilme que utiliza um suporte tal como tubos


corrugados ou outros que permitem o contato alternado do esgoto ou efluente com
o suporte e o ar atmosférico.

Com o contato contínuo ocorre a produção de biomassa. O crescimento da


espessura da camada de biofilme inviabiliza a transferência de oxigênio e
substrato para os microorganismos na parte interna do suporte. Com a morte dos
microorganismos por falta de oxigênio e substrato, o lodo (biomassa) desprende-
se em forma de placas ou pequenos flocos que se separam por sedimentação,
sendo a fase decantada considerada como efluente tratado.

Vista de biocontactores

40 Eng. Gandhi Giordano


Biodiscos

Em termos de equipamentos o biodisco se assemelha ao biocontactor, mas neste


caso o biofilme é suportado por placas circulares, que giram continuamente
acionadas por um moto-redutor. O espessamento da camada do biofilme sobre as
placas causa o seu desprendimento e deposição no tanque do biodisco. Ocorre
assim a digestão do lodo. Existe também um decantador final, para a remoção dos
materiais sedimentáveis. O efluente apresenta aspecto cinzento, semelhante ao
dos filtros biológicos.

Filtros biológicos

Este é o mais antigo de todos os processos biológicos utilizados racionalmente


para o tratamento de esgotos. A diferença fundamental deste processo para o
biodisco é que neste caso o leito é fixo e a distribuição é móvel. A sua grande
vantagem é a sua capacidade de amortecimento de cargas orgânicas e a
variações de pH. Muitas vezes é utilizado associado a outro processo de
tratamento complementar. Nestes casos aproveita-se o baixo custo operacional do
processo para uma redução de carga orgânica de aproximadamente 60%,
complementando-se a eficiência desejada com um processo de custo mais
elevado.

Vista de filtros biológicos instalados em paralelo.

41 Eng. Gandhi Giordano


5 PROCESSOS DE DESAGUAMENTO DE LODOS

A parte dos poluentes removida no fim do processo como lodo necessita na


maioria dos casos sofrer um tratamento complementar chamado de
condicionamento, que pode ser uma digestão aeróbia ou anaeróbia ou um
processo físico (adensamento), ou químico (coagulação).

5.1 Adensamento ou espessamento

A concentração de lodo pode ser realizada por gravidade em adensadores ou por


flotação, sendo uma etapa prévia, necessária ao condicionamento químico para a
secagem mecanizada.

No caso de espessadores estes podem ser operados continuamente ou por


batelada.

Os flotadores devem ser operados continuamente e se justificam em sistemas de


tratamento com grande produção de lodo.

No caso de adensamento por gravidade os parâmetros de projeto são: a taxa de


aplicação de carga de sólidos próxima a 50 kg de sólidos/m2.d; taxa de aplicação
superficial de lodo inferior a 0,75 m3 / m2 / h (IMHOFF, 1986).

5.2 Secagem de lodo

Os processos de tratamento de efluentes normalmente geram resíduos sólidos,


sejam oriundos das etapas físico-químicas ou biológicas.

A destinação final dos resíduos pressupõe a secagem prévia devido à segurança


ambiental para armazenamento, transporte e destino final, bem como em relação
aos custos de destinação. A legislação ambiental e as empresas administradoras
de aterros de resíduos perigosos não recebem lodos com água livre e ou que
apresentem umidade superior a 70%.

Os processos de secagem de resíduos podem ser classificados em naturais ou


mecânicos.

A secagem natural pode ser dividida em leitos de secagem ou lagoas de lodo.

A secagem mecânica pode ser dividida em: filtros-prensa e a vácuo, “decanter”


centrífugas e prensa desaguadora contínua (“belt press”).

A secagem de qualquer lodo oriundo de estações de tratamento está intimamente


ligada às características de hidratação do lodo e ao destino do mesmo.

42 Eng. Gandhi Giordano


No caso de lodos originados em tratamentos biológicos pode-se como etapa
prévia reduzir a sua massa através de processos de digestão aeróbia ou
anaeróbia; neste caso tem-se um aumento de fração de sólidos fixos em relação
aos sólidos voláteis. Estes processos são chamados de estabilização dos lodos e
tem como objetivos principais: aumentar a concentração de sólidos no lodo;
desestabilizar os colóides responsáveis pela hidratação dos lodos; redução de
microorganismos patogênicos no lodo.

Antes da etapa final de secagem utiliza-se o adensamento como uma etapa


necessária à concentração do lodo originado nos processos biológicos geradores
ou utilizados para a sua estabilização.

O condicionamento químico do lodo a ser submetido à secagem mecânica


também é muitas vezes necessário seja pela utilização de floculantes
(polieletrólitos) ou pela adição de coagulantes (cal ou sais de ferro ou alumínio),
mesmo quando tenha ocorrido o condicionamento biológico prévio.

5.3 Secagem natural

Pode ser obtida em lagoas de lodo ou em leitos de secagem. Nos dois casos a
secagem é obtida por três fatores: ação dos ventos; temperaturas altas; insolação
direta.

A ação dos ventos é o fator mais importante para a secagem do lodo.

As temperaturas mais altas favorecem a formação de vapores de água,


acelerando a secagem.

A insolação direta favorece não só o aumento da temperatura do lodo como


também os raios solares promovem a degradação dos lodos e a redução de
microorganismos.

5.3.1 Lagoas de lodo

A secagem do lodo nas lagoas ocorre de forma lenta, pois normalmente o


descarte de lodo é realizado de forma sobreposta. Nestas lagoas ocorre
anaerobiose nas camadas inferiores e a presença de algas na camada superior.

Nas lagoas de lodo ocorre o processo de secagem natural por fatores climáticos,
bem como pela redução do volume por biodegradação.

5.3.2 Leitos de secagem

O descarte de lodo para os leitos de secagem deve ser realizado de forma única,
ou seja, completando-se a altura máxima da camada de lodo de uma única vez.

43 Eng. Gandhi Giordano


A altura de lodo não deve ser superior a 0,25 m, para evitar a formação de uma
camada de líquidos sobre o lodo ou mesmo intermediária. Não deve ser aplicado
lodo sobre camadas previamente drenadas, pois ocorre a formação de camada
líquida estanque. Se houver a formação dessa camada a secagem do lodo torna-
se muito lenta, dependendo do balanço hídrico da região, desta forma, se houver
a formação da camada de líquido sobre o lodo ou fase intermediária, deve-se
drená-la ou sifoná-la.

Após o descarte do lodo para o leito de secagem é iniciada a drenagem do


mesmo, que ocorre geralmente entre 24 e 48 h. A redução da altura da camada de
lodo é de aproximadamente 60%, ou seja, após a drenagem a altura da camada
de lodo úmido será de 0,10 m.

Após a drenagem ou desaguamento, inicia-se o processo de secagem


propriamente dito, sendo controlada pela ação dos ventos, insolação direta,
temperatura ambiente e características do lodo.

Os leitos de secagem devem ser instalados em locais não sombreados e com


paredes laterais não superiores a 0,50 m em relação ao nível dos tijolos. Devem
ser evitados obstáculos à boa circulação do ar.

LEITO DE SECAGEM

ENTRADA DE LODO

0 .0 2
AREIA
0 .02

AREIA + TIJOLO e = 0.1 5 m


BRITA 0 e = 0 .05 m
BRITA 1 e = 0.1 0 m
BRITA 2 e = 0.3 0 m
TIJOLO MACIÇO

ENCHIMENTO
DRENO DE PVC
Ø 1 0 0 mm

44 Eng. Gandhi Giordano


A melhor cobertura para os leitos de secagem é a móvel, que evita a chuva, mas
mantém o aproveitamento total do sol. Deve-se também utilizar telhas
translúcidas, pois são leves e permitem a passagem de parte da luminosidade.

O leito de secagem é o processo que apresenta o lodo seco com menor


percentual de umidade e mais estabilizado. São obtidos teores de sólidos de até
80 %.

Apesar da remoção do lodo seco ser manual, este processo apresenta menor
envolvimento com mão de obra que os processos mecanizados.

Como desvantagens temos a maior área necessária. Se for necessária uma área
superior a 300 m2, deve-se realizar um estudo de viabilidade econômica, pois a
partir desta área a secagem mecanizada tem custos de instalação inferiores.

Leito com lodo na etapa final de secagem.

5.4 Secagem mecânica

5.4.1 Filtro á vácuo

São utilizados dois tipos, sendo um que opera com pré-capa e outro que utiliza
uma tela que é continuamente limpa.

A vantagem do filtro a vácuo é o teor de sólidos alto, não sendo necessário o


condicionamento prévio do lodo. As desvantagens são o alto consumo de energia
e a maior quantidade de lodo gerada quando é necessária a formação de pré-
capa.

O teor de sólidos varia normalmente na faixa de 15 a 30%.

5.4.2 Prensa desaguadora contínua - "belt press"

A prensa desaguadora é um equipamento atualmente de custo relativo inferior aos


dos outros sistemas mecânicos de secagem.

45 Eng. Gandhi Giordano


Para sua operação é necessário o condicionamento de lodo, iniciando pelo
adensamento, sendo necessária a adição de polieletrólito para a desestabilização
dos colóides e a formação de grumos.

O teor de sólidos a ser atingido depende das características do lodo, mas


normalmente varia na faixa de 15 a 30%.

A desvantagem em relação aos outros processos mecanizados é o maior


consumo de água, necessário para a lavagem das telas.

Vista do início do processo de desaguamento do lodo, por uma prensa.

5.4.3 Centrifugação

O decanter-centrifuga pressupõe também o condicionamento do lodo, sendo


necessária a adição de polieletrólito para desestabilização dos colóides e a
formação de grumos.

Os teores de sólidos no lodo seco variam na faixa de 15 a 30%. No fim de cada


ciclo de operação o decanter-centrífuga deve ser lavado.

5.4.4 Filtro-Prensa

O Filtro-Prensa opera em diversas pressões sendo utilizados diversos tipos de


tecidos ou telas. Se forem possíveis a sua reutilização os filtros ou telas filtrantes
são de tecido e no caso de serem descartáveis são de papel.

A seleção dos tecidos ou papel é realizada através de testes em filtros piloto e no


caso de lodos com características conhecidas, pelos catálogos dos fabricantes.

A desvantagem do filtro-prensa é que o sistema é descontínuo, ou seja, a cada


ciclo de operação, o sistema deve ser desligado para a remoção das tortas de

46 Eng. Gandhi Giordano


lodo. As operações de desmoldagem e remoção das tortas podem ser
automatizadas.

O lodo seco é o que normalmente apresenta o maior teor de sólidos entre os


processos mecanizados (aproximadamente 50 %).

47 Eng. Gandhi Giordano


6. EQUIPAMENTOS DE PROCESSO

A seguir estão listados os equipamentos mais usuais aplicados em sistemas de


tratamento:

Grades de limpeza manual e limpeza mecanizada;


Peneiras estáticas e mecanizadas com escovas;

Tanques de produtos químicos;


Bombas dosadoras;

Flotadores;

48 Eng. Gandhi Giordano


Removedores de lodo mecanizados;

Misturadores rápidos;

Misturadores lentos (p/ cal);

49 Eng. Gandhi Giordano


Aeradores lentos (fixos e flutuantes);

Sopradores de ar e malha difusora;

Adensador
Decanter-Centrifugas

50 Eng. Gandhi Giordano


Prensas desaguadoras contínuas (belt press);

Filtro prensa;

Membranas filtrantes;

51 Eng. Gandhi Giordano


Leito de adsorção com resinas de troca iônica.

52 Eng. Gandhi Giordano


7.SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

Os sistemas de tratamento são constituídos de etapas (operações unitárias), que


objetivam a remoção dos poluentes. Para a remoção dos sólidos grosseiros
utilizamos as grades, peneiras, sedimentadores e flotadores. Os sólidos coloidais
e dissolvidos são removidos utilizando-se os tratamentos físico-químicos. Os
processos biológicos são utilizados para a remoção de matéria orgânica dissolvida
ou coloidal.

7.1 Níveis de tratamento

A seguir são descritos os níveis de tratamento (preliminar, primário, secundário e


terciário) e suas aplicações (GIORDANO, 1999).

Preliminar - destina-se à remoção de sólidos sedimentáveis grosseiros (areia,


terra diatomácea, carvão, pó de pedra e similares), em caixas de areia; sólidos
com diâmetros superiores a 1 mm (penas, plásticos, fios e similares), são
removidos em peneiras; sólidos com diâmetros superiores a 10 mm podem ser
removidos em grades.

O nível preliminar compreende também a remoção por diferença de densidade


dos óleos e graxas livres em separadores (SA0) de água e óleo (caixas
separadoras tipo API, TPI).

Primário - destina-se à remoção de sólidos por sedimentação ou flotação


(utilizando-se sedimentadores ou flotadores), ou pela associação de coagulação e
floculação química (clarificação fisico-química para a remoção de matéria orgânica
coloidal ou óleos e gorduras emulsionados).

Nesta etapa são removidos normalmente componentes tóxicos (excesso de


detergentes, corantes, amidas, etc), matéria orgânica, gorduras e metais pesados
(dissolvidos).

Secundário - destina-se à remoção de matéria orgânica biodegradável dissolvida


ou coloidal. Nesta etapa podem ser também removidos os nutrientes: nitrogênio
e/ou fósforo.

Terciário - destina-se à melhoria da qualidade dos efluentes tratados pelas


remoções de cor residual; turbidez (remoção de colóides, metais pesados,
nitrogênio, fósforo, compostos orgânicos refratários aos níveis de tratamento
anteriores); e desinfecção do efluente tratado.

53 Eng. Gandhi Giordano


7.2 Principais processos de tratamento

Devido à complexidade da composição dos efluentes industriais, são necessárias


as associações de diversos níveis de tratamento para a obtenção de efluentes
com as qualidades requeridas pelos padrões de lançamento.

A definição do processo de tratamento deve considerar também: custos de


investimentos e custos operacionais (energia requerida, produtos químicos, mão-
de-obra, manutenção, controle analítico e geração de resíduos), área disponível
para a implantação do tratamento, clima, legislação, a classe do corpo receptor,
proximidade de residências, direção de ventos, estabilidade do terreno,
assistência técnica e controle operacional.

Os processos mais indicados para efluentes da tipologia comum no parque


industrial brasileiro estão indicados a seguir (GIORDANO, 1998)

7.2.1 Indústrias alimentícias

Estão indicadas as principais etapas de tratamento que apresentem sucesso


operacional.

Bebidas (refrigerantes)

Os efluentes são gerados nas lavagens das salas da xaroparia, linhas de


enchimento de latas e garrafas, pisos, descartes de produtos retornados do
mercado e esgotos sanitários.
Os efluentes são ricos em açúcares, alguns corantes e outros componentes das
bebidas. Os efluentes apresentam também partículas de carvão oriundas da
xaroparia e óleos minerais oriundos de vazamentos das máquinas de processo e
das oficinas de manutenção.
O pH dos efluentes depende do tipo de embalagem produzida pela indústria. No
caso da utilização de soda caústica para a lavagem de embalagens retornáveis, o
efluente é alcalino podendo ser o pH até 12, a DQO é no máximo de 1000
mgO2/L.
No caso da produção com embalagens descartáveis só são gerados os efluentes
das bebidas diluídas ou seja com pH ácido e a DQO pode ser de até 5500
mgO2/L.
O processo mais usual de tratamento desse efluente é constituído de três etapas:

Preliminar (remoção de areia, separação de água e óleo e peneiramento);


Primário (correção de pH);
Secundário (reator anaeróbio seguido de lodos ativados).

54 Eng. Gandhi Giordano


Bebidas (cervejas)

Os efluentes são gerados nas lavagens das salas de fermentação, linhas de


enchimento de latas e garrafas,lavagens de pasteurizadores, lavagens de pisos,
descartes de produtos retornados do mercado e esgotos sanitários dos
funcionários.
Os efluentes são ricos em açúcares (malte e cevada) e outros componentes das
cervejas. Os efluentes apresentam também partículas de terras diatomáceas
oriundas da filtração do mosto e óleos minerais oriundos de vazamentos das
máquinas de processo e das oficinas de manutenção.
O pH dos efluentes é normalmente levemente ácido ou neutro e a DQO é
normalmente 2000 mgO2/L.
O processo mais usual de tratamento desse efluente é constituído de três etapas:

Preliminar (remoção de areia, separação de água e óleo, peneiramento e correção


do pH);
Secundário por processo misto anaeróbio e aeróbio. A etapa anaeróbia é
composta de biodigestão em duas etapas sendo a primeira constituída por
hidrólise ácida e a segunda pela etapa metanogênica. A eficiência complementar é
obtida por processos aeróbios compostos por lagoa aerada ou lodos ativados.
Secundário simples, pode ser composto somente de processo aeróbio, no caso os
lodos ativados.

Pescado

Os efluentes são gerados em diversas etapas do processamento do pescado, tais


como: recepção do pescado, condensação nas câmaras frigoríficas, evisceração,
salmoura, acondicionamento em latas, cozimento, adição do óleo, recravamento
das latas, lavagens das latas, autoclavagem e lavagens para resfriamento. Além
das águas de lavagens do pescado temos também as lavagens de pisos e
equipamentos. São incluídos nos efluentes industriais os esgotos sanitários dos
funcionários.
Os efluentes industriais são compostos da matéria orgânica oriunda do
processamento do pescado, dos produtos utilizados em limpezas e pelo sal das
salmouras descartadas.
Os efluentes apresentam pH próximo ao neutro (6,2-7,0), a DQO média de 4300
mgO2/L, a DBO 1700 mgO2/L, e os óleos e graxas superiores a 800 mg/L.
O processo de tratamento que há mais de 15 anos tem apresentado sucesso no
Brasil e que considera inclusive a sazonalidade da pesca é o processo constituído
de três etapas:

Preliminar (peneiramento e equalização): remoção de escamas e pedaços de


peixes.

Primário (clarificação físico-química por adição de coagulantes químicos e cloreto


férrico, por flotação): remoção de óleos emulsionados , e sólidos coloidais.

55 Eng. Gandhi Giordano


Secundário (biodigestão): remoção da matéria orgânica dissolvida em reator
anaeróbio.

Abatedouro de aves

Os efluentes são gerados nas lavagens de pisos e das instalações nas seguintes
etapas da produção: área de recebimentos das aves; lavagens das caixas
utilizadas no transporte; sala de abate; sala de sangria; escaldamento;
depenagem mecanizada; evisceramento; resfriamento com gelo; embalagem;
congelamento; expedição. São gerados efluentes nas lavagens de gases se
houver fabricação de farinhas de aves.

A concentração de matéria orgânica nos efluentes vaia de 1000 a 3700 mgO2/ L


em função das quantidades de água utilizadas no processo em relação ao número
e peso dos frangos abatidos. É importante saber se o sangue é retirado antes da
lavagem da sala de sangria, pois isto pode reduzir a carga orgânica da indústria.

Os processos largamente utilizados no Brasil são constituídos de até três etapas:


preliminar, primária e secundária
Preliminar (peneiramento para remoção de penas e vísceras, separação de
gorduras);
Secundário (lagunagem - utilizar uma série de lagoas anaeróbia, facultativa e de
aguapé).

No caso de não haver espaço disponível para a implantação de lagoas o processo


preliminar é complementado com o tanque de equalização, seguido de clarificação
físico-química (flotação) e tratamento biológico por lodos ativados.

Obs.: Recomenda-se o aproveitamento do sangue, vísceras e penas na fabricação


de farinha de aves (ração).

Abatedouros de bovinos e/ou suínos

Os efluentes são gerados nas seguintes etapas do processo industrial:

• Águas de Banho: São as águas utilizadas para lavar e acalmar os animais


antes do abate. Estes efluentes contém pequena quantidade de esterco e
terra.

• Limpeza de pocilgas e currais: A limpeza de currais é semanal de primeiro


é feita uma raspagem dos sólidos (esterco), sendo feita após uma lavagem.
Os efluentes contêm esterco e terra.

• Lavagem da sala da sangria: A lavagem é contínua e a maior parte do


sangue e conseqüentemente da carga orgânica é carreada neste ponto.

56 Eng. Gandhi Giordano


• Lavagem de vômito: É feita anteriormente a sala da sangria.

• Lavagem da carcaça: São águas usadas para a limpeza das vísceras e da


carcaça. Os efluentes contêm sangue e a maior parte esterco.

• Limpeza dos equipamentos: São águas utilizadas para lavar as instalações


do matadouro durante o abate e como limpeza final. São efluentes de
maior volume.

• Limpeza da graxaria: Águas de condensação dos digestores e drenagem


dos decantadores de graxas.

• Águas de cozimento: são as águas de cozimento da fabricação de


embutidos.

O processo técnica e economicamente viável é composto da etapa preliminar com


separação de gorduras, sólidos grosseiros (resíduos de carne, estrume, etc.), e
lagoas em série (lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa ou aerada).

A concentração de matéria orgânica nos efluentes se for incluído o sangue e o


estrume pode chegar até uma DQO de 12.000 mg O2/ L. Se o efluente for
decantado pode-se reduzir a carga orgânica para até uma DQO de 3000 mg O2/ L.

Deve-se observar que um abatedouro é uma atividade industrial que deve estar
localizada de forma a ter uma área disponível para aplicar o processo de lagoas,
objetivando-se reduzir os custos totais de operação e instalação da atividade.

Laticínios

Os efluentes industriais dos laticínios são oriundos das diversas etapas de


lavagens de pisos e equipamentos que arrastam resíduos de leite e seus
derivados incluindo também produtos de limpeza.

A qualidade dos efluentes varia em função dos produtos industrializados


(resfriamento e ensacamento, fabricação de queijos, yogurtes, manteiga,
requeijão, leite em pó, etc.), capacidade de produção, “lay-out” industrial,
tecnologia utilizada para a higienização das instalações e qualidade do leite
utilizado.

A minimização da geração de efluentes pode ser conseguida desde que sejam


utilizadas membranas filtrantes com reuso de água e incorporação do rejeito na
produção industrial. O tratamento dos efluentes gerados pode ser conseguido
através de diversos tipos de processos tais como;

Preliminar (separação de gorduras, utilizando-se caixas de gordura);

57 Eng. Gandhi Giordano


Primário: flotação com o auxílio da coagulação química para a remoção de
gorduras.
Secundário (lodos ativados, biodigestor, ou lagoas).

É fundamental o aproveitamento do soro do leite, que não deve ser descartado


para o efluente.

Os efluentes brutos apresentam uma rápida alteração do pH devido à fermentação


láctica, o que deve ser considerado em relação aos materiais empregados na
execução do sistema de tratamento.

Os efluentes tratados apresentam concentrações inferiores a 10 mg O2/ L em


relação a DQO. Isto demonstra a excelente biodegradabilidade dos efluentes pois
na indústria de laticínios pode-se obter DQO superiores a 7.000 mg O2/ L no
efluente bruto.

7.2.2.Indústrias químicas

Tintas

Existem diversos tipos de tintas tais como: tintas gráficas para impressão em
papéis, latas, plásticos; tintas para revestimentos internos e externos base água
ou base óleo; tintas automotivas, industriais, navais, etc.

As industrias de tintas podem sintetizar componentes tais como as bases oleosas


(sínteses de esmaltes acrílicos, fenólicos, etc.), ou simplesmente misturarem os
componentes utilizando moinhos, balanças, misturadores e enchedoras.

Quando as industrias são de simples mistura os efluentes são oriundos de


lavagens de equipamentos e da higiene pessoal na área de produção.

Se a industria sintetizar também as bases das tintas existem também as águas de


condensação desta etapa do processo que são tóxicas e apresentam elevada
carga orgânica. Os pigmentos são orgânicos, ditos não tóxicos e os inorgânicos
compostos por óxidos de metais pesados.

O tratamento dos efluentes dessas industrias são os compostos por processos


físico-químicos, e na maioria dos casos são completados por processos biológicos
aeróbios. O objetivo desses tratamentos é reduzir a carga orgânica , a carga
tóxica associada e a concentração de metais pesados. As etapas mais comuns
são:

Preliminar (equalização);
Primário (clarificação físico-química por adição de coagulantes químicos ou
eletrocoagulação e sedimentação/ flotação);
Secundário (lodos ativados).

58 Eng. Gandhi Giordano


Obs. As eficiências do tratamento são variáveis, dependendo das concentrações
iniciais dos efluentes brutos.

Têxteis

As industrias têxteis têm abrangência desde a produção dos fios sejam sintéticos
ou naturais beneficiados, até a produção dos tecidos ou produtos finais.

A produção envolve diversas etapas incluindo diversos tratamentos químicos. Os


efluentes têxteis são ricos em produtos químicos variados incluindo os corantes
naturais e os sintéticos.

Os processos de tratamento objetivam clarificar os efluentes e reduzir a toxicidade


inerente aos produtos químicos utilizados, a carga orgânica, os detergentes e a
cor oriunda da mistura de corantes aplicados. As etapas de tratamento estão
indicadas a seguir:

Preliminar (peneiramento para a remoção de fios e equalização);


Primário (eletrocoagulação).

Normalmente são utilizados processos de coagulação química e flotação, seguido


de lodos ativados.

Petroquímicas

Os efluentes petroquímicos são compostos de resíduos de petróleo de diversas


origens, seus derivados e produtos químicos utilizados no processamento de
refino ou beneficiamento. Existe também a presença de poluentes originados no
próprio petróleo (fenóis, metais pesados, hidrocarbonetos,etc.), ou originados no
transporte (sais das águas de lastro).

Os processos de tratamento objetivam reduzir a carga orgânica, sua toxicidade


inerente, a carga oleosa incluindo óleos emulsionados, a presença de compostos
nitrogenados, etc. As etapas normalmente encontradas em instalações
petroquímicas são:

Preliminar (remoção de areia e separação de água e óleo);


Secundário (lagoas aeradas ou lodos ativados).

Pode ser necessária também a introdução de um tratamento de nível primário


para a clarificação físico-química dos efluentes (remoção de óleos emulsionados,
metais pesados, sulfetos e compostos orgânicos tóxicos). Nesse caso recomenda-
se a utilização de flotadores a ar dissolvido ou ejetado.

59 Eng. Gandhi Giordano


Farmacêuticas

Os efluentes são gerados em indústrias de síntese ou de misturas. Os efluentes


de síntese apresentam altas concentrações de matéria orgânica, sais e toxicidade.
A presença de compostos aromáticos ou cíclicos, nitrogenados e que apresentam
cor residual também é freqüente.

A indústria de misturas produz efluentes muito semelhantes aos seus produtos


diluídos, pois preponderantemente são originados nas lavagens de pisos das
áreas de produção, equipamentos e tanques de processo. Os processos de
tratamento objetivam normalmente a correção de pH, a remoção da carga
orgânica, e eventualmente a redução de cor. Alguns efluentes contendo
antibióticos também necessitam serem desativados antes do processo biológico
de tratamento, pois afetam a eficiência do mesmo. Os processos são normalmente
compostos das seguintes etapas:

Primário (correção de pH);


Secundário (lodos ativados).

Reciclagem de papéis

Estes efluentes são gerados na produção da massa de papel e sua reciclagem


(águas de lavagens das máquinas de forma). Os efluentes podem ser
completamente reciclados.

Primário (clarificação físico-química por flotação, para a remoção de fibras), sendo


os efluentes e a massa de papel, reusados no processo.

Galvanoplastia

Os efluentes são gerados nas lavagens de peças após a imersão nos banhos o
que ocasiona o arraste destas substâncias gerando os efluentes. Desta forma
todas as substâncias presentes nos banhos estarão presentes nos efluentes em
concentrações diferenciadas. Os efluentes são tóxicos, necessitando-se remover
metais pesados, cianetos e a correção do pH. As etapas de tratamento são:

Primário (processo químico de tratamento composto de oxidação de cianetos,


redução de cromo hexavalente e precipitação de metais pesados).
Terciário (polimento com resina de troca iônica).

Pode-se reduzir a vazão dos efluentes desde que seja feito o reuso com a
utilização de resinas de troca iônica.

60 Eng. Gandhi Giordano


7.3 Reuso de água na indústria

O reuso de efluentes tratados, para fins não potáveis tem sido cada vez mais
aceito. A viabilidade desta alternativa tem sido comprovada. Enquanto o
tratamento de efluente convencional tem como objetivo natural atender aos
padrões de lançamento a motivação para o reuso é a redução de custos e muitas
vezes a asseguração do abastecimento de água.

A primeira etapa a ser definida é a especificação da qualidade da água requerida.


Deve ser compatibilizada a vazão a ser reutilizada com a vazão do efluente
tratado.

Para implantar um sistema de reuso, deve-se complementar o sistema de


tratamento de efluentes existente. A complementação do tratamento tem como
objetivo garantir a qualidade do efluente tratado com a do uso a que estiver
destinado.

Deve-se lembrar sempre que ao se decidir pelo reuso simplesmente, deixa-se de


lançar um efluente tratado no corpo receptor produzindo água, geralmente
consumida no setor de utilidades. Isto inclui a estação de tratamento de efluentes
definitivamente no processo industrial.

A implantação do reuso é feita com a instalação de unidades necessárias ao


polimento, tais como: sistemas de filtração em membrana; oxidação química;
desinfecção; etc.

Os casos de poluição térmica são os mais conhecidos casos de reuso, pois é


necessário somente realizar o resfriamento da água para o fechamento do circuito.
É importante ressaltar que águas em circuito fechado necessitam de tratamento
específico.

O tratamento biológico dos efluentes seguido de ultrafiltração em membranas


possibilita o reuso dos efluentes industriais ou sanitários tratados. Nesses casos a
melhor reutilização é para sistemas de resfriamento.

Há casos nos quais uma simples filtração é suficiente, retornando a água para
alguma etapa do processo.

No caso das indústrias de reciclagem de papéis não somente a água é reusada


como também o lodo gerado (massa de papel), é reaproveitado na fabricação.
Neste caso o próprio tratamento de clarificação por flotação é suficiente para
atender a qualidade do processo industrial, que utiliza essas águas para a limpeza
das telas das máquinas. Neste caso a reposição é necessária para compensar a
água evaporada no processo de secagem dos papéis.

61 Eng. Gandhi Giordano


7.4. Monitoramento dos efluentes industriais

A obtenção da característica físico-química dos efluentes industriais permite a


comparação com os padrões da legislação ambiental e quando associados com
as suas vazões permite também o cálculo da carga poluidora industrial. As
análises dos efluentes nas estações de tratamento permitem o cálculo das suas
eficiências.

Os parâmetros representativos para caracterizar um efluente são sempre


relacionados com o processo industrial estudado. No item 2 comentamos a
legislação ambiental e no item 3 temos os significados sanitários de cada
parâmetro. A partir desse conhecimento podemos estabelecer um programa de
caracterização ou um programa de monitoramento da ETEI.

No caso de dimensionamento de uma ETEI realizamos previamente um programa


de monitoramento denominado de “Estudo de Caracterização dos Efluentes”.
Esse estudo tem como objetivo obter as características físico-químicas e suas
vazões. Os resultados devem servir para comparação com a legislação ambiental
e atender ao órgão fiscalizador como também serem úteis para o projetista.

As características de um efluente só serão evidenciadas se o período de coleta for


suficiente para demonstrar a variabilidade tanto da composição quanto das
vazões. Isto é mais importante se a indústria operar sazonalmente, tais como;
indústrias têxteis devido à moda; indústrias de frutas devido à safra; indústrias de
cosméticos devido às estações do ano, etc.

Para fins de monitoramento de estações de tratamento devemos estabelecer


programas que sejam representativos do processo de tratamento adotado, ou seja
dos objetivos, das operações unitárias instaladas e dos parâmetros de projeto
adotados. Alguns parâmetros são indicados para atendimento à legislação sem
que sejam estritamente necessários à operação da ETEI.

As estações podem ser monitoradas de forma global entre os pontos do efluente


bruto e do efluente tratado, ou incluindo-se a eficiência das etapas. No caso de se
incluir o controle das etapas do tratamento, não é necessário o controle de todos
os parâmetros em todas as suas etapas.

O monitoramento da ETEI tem primordialmente o objetivo do controle operacional


e conseqüentemente o atendimento à legislação.

62 Eng. Gandhi Giordano


8 BIBLIOGRAFIA

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), AMERICAN WATER


WORKS ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard
Methods for the examination of water and wastewater. 20ª ed., WASHINGTON,
D.C.: APHA, AWWA, WEF, 1998, 1157p.

CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre


tecnologia de controle – Abate de bovinos – NT-12. São Paulo, 1986, 19 p.

CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre


tecnologia de controle – Indústria de laticínios – NT-17. São Paulo, 1990, 20 p.

CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre


tecnologia de controle – Indústria Têxtil – NT-22. São Paulo, 1992, 31 p.

CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre


tecnologia de controle – Indústria de pigmentos – NT-32. São Paulo, 1995, 29 p.

ECKENFELDER Jr, W.W., “Water Pollution Control”; Jenkins book publishing co.,
Austin and New York ,1970.

FEEMA – FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE.


Coletânea de legislação federal e estadual de meio ambiente. Rio de Janeiro,
1992, 384p.

GIORDANO, G. Avaliação ambiental de um balneário e estudo de alternativa para


controle da poluição utilizando o processo eletrolítico para o tratamento de
esgotos. Niterói – RJ, 1999. 137 p. Dissertação de Mestrado (Ciência Ambiental)
Universidade Federal Fluminense, 1999.

GIORDANO, G. Análise e formulação de processos para tratamento dos chorumes


gerados em aterros de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro – RJ, 2003. 257
p. Tese de Doutorado (Engenharia Metalúrgica e de Materiais) PUC-Rio, 2003.

GRADY Jr, C.P.L. e Lin, H.C. Biological wastewater treatment, Pollution


engineering and technology, New York: Marcel Decker, inc, 1980, 963p.

IMHOFF, K.R. e Karl. Manual de tratamento de águas residuárias. São Paulo:


Editora Edgard Blücher Ltda, 1986, 301p.

METCALF & EDDY – Wastewater Engineering: Treatment and Reuse. 4a ed.


Boston: Mc Graw Hill, 2003, 1819 p.

RAMALHO, R.S. Tratamiento de aguas residuales. Barcelona: Editorial Reverté


S.A., 1991, 705 p.

63 Eng. Gandhi Giordano


SAWYER C.N., McCarty P.L, PARKIN, G.F. “Chemistry for Environmental
Engineering and Science” – 5a edition - International Editions; Mc Graw - Hill
Higher Education, Boston (USA) 2004.

64 Eng. Gandhi Giordano


ANEXO
LEGISLAÇÃO SOBRE EFLUENTES LÍQUIDOS

65 Eng. Gandhi Giordano


Legislação do Estado do Rio de Janeiro

DZ-205 R.5 – Diretriz de controle de carga orgânica em efluentes líquidos de


origem industrial
Limites para Demanda Química de Oxigênio – DZ-205 R.05

Industrias químicas e petroquímicas: < 250 mg/L


Fabricação de Produtos Farmacêuticos e Veterinários (exclusive unidades de
fabricação de antibióticos por processo fermentativo): < 150 mg/L
Fabricação de antibióticos por processo fermentativo: < 300 mg/L
Fabricação de bebidas (cervejas, refrigerantes, vinhos, aguardentes, exclusive
destilarias de álcool): <150 mg/L
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas, impermeabilizantes, secantes e
resinas/massas plásticas: < 300 mg/L
Curtume e processamento de couros e peles: < 400 mg/L
Operações unitárias de tratamento de superfícies (efetuadas em indústrias dos
gêneros: metalúrgico, siderúrgico, mecânico, material de transporte, material
elétrico, eletrônico e de comunicações, editorial e gráfico, material plástico,
borracha, aparelhos, instrumentos e materiais fonográficos, fotográficos e ópticos):
< 200 mg/L

66 Eng. Gandhi Giordano


NT-202 R.10 – Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos
Padrões para lançamento de efluentes líquidos – NT-202 R.10

Parâmetro Limite
pH 5,0 –9,0
Temperatura Inferior a 40 C0
Materiais Sedimentáveis 1,0 mL/L
Materiais Flutuantes Virtualmente ausente
Óleos e Graxas Minerais 20 mg/L
Óleos e Graxas Vegetais 30 mg/L
Alumínio Total 3,0 mg/L
Arsênio Total 0,1 mg/L
Bário Total 5,0 mg/L
Boro Total 5,0 mg/L
Cádmio Total 0,1 mg/L
Chumbo Total 0,5 mg/L
Cobalto Total 1,0 mg/L
Cobre Total 0,5 mg/L
Cromo Total 0,5 mg/L
Estanho Total 4,0 mg/L
Ferro Solúvel 15,0 mg/L
Manganês Solúvel 1,0 mg/L
Mercúrio Total 0,01 mg/L
Níquel Total 1,0 mg/L
Prata Total 0,1 mg/L
Selênio Total 0,05 mg/L
Vanádio Total 4,0 mg/L
Zinco Total 1,0 mg/L
Amônia 5,0 mg/L
Cloro Ativo 5,0 mg/L
Cianetos 0,2 mg/L
Índice de Fenóis 0,2 mg/L
Fluoretos 10,0 mg/L
Sulfetos 1,0 mg/L
Sulfitos 1,0 mg/L
Pesticidas organofosforados e Carbamatos 0,1 mg/L (por composto)
Pesticidas organofosforados e Carbamatos (somatório dos pesticidas 1,0 mg/L
analisados individualmente
Hidrocarbonetos alifáticos halogenados voláteis, tais como: 1,1,1 – 0,1 mg/L (por composto)
Tricloroetano; Dicloroetano; Tricloroetano e Tetracloroetileno
Hidrocarbonetos alifáticos halogenados Voláteis Totais 1,0 mg/L
Hidrocarbonetos halogenados não listados acima tais como: pesticidas 0,05 mg/L (por
e ftalo-ésteres composto)
Hidrocarbonetos halogenados totais, excluindo os hidrocarbonetos 0,5 mg/L
alifáticos halogenados voláteis
Sulfeto de Carbono 1,0 mg/L
Substâncias tensoativas que reagem ao azul de metileno 2,0 mg/L
Fósforo Total 1,0 mg/L
Nitrogênio Total 10,0 mg/L

67 Eng. Gandhi Giordano


NT-213 R.4 – Critérios e padrões para controle da toxicidade em efluentes líquidos
industriais

Padrões para lançamento de efluentes líquidos – NT-213 R.04

Não é permitido o lançamento de efluentes líquidos industriais, em qualquer corpo


receptor, com um número de unidades de toxicidade superior a 8 (oito), obtido em
testes de toxicidade aguda realizados com peixes Brachydanio Rerio.
Excetuando-se os rios classificados na classe 4 (quatro), de acordo com a
Resolução CONAMA n° 20/86, de 18 de Junho de 1986, não é permitido o
lançamento contínuo, em rios de efluentes líquidos industriais com um número de
unidades de toxicidade aguda do efluente acima do valor considerando-se como
seu limite superior a valor 8 (oito) e inferior o valor 2 (dois).

68 Eng. Gandhi Giordano


DZ-942 R.7 – Diretriz do programa de autocontrole de efluentes líquidos –
PROCON-ÁGUA

Tabela de medições e freqüência de amostragem – DZ-942 R.07

Vazão (m3/dia)
Parâmetros
Até 100 100 a 1000 1000 a 10000 Acima de 10000
pH(2) 7/7 7/7 7/7 7/7
Temperatura 7/7 7/7 7/7 7/7
Condutividade 1/7 2/7 7/7 7/7
Cloretos 1/30 1/15 1/7 1/7
1/7(3) 1/7(3) 7/7(3) 7/7(3)
Resíduos Sedimentáveis
1/7 1/7 7/7 7/7
1/7(3) 1/7 (3)
7/7(3) 7/7(3)
Res. Não Filtrável Total
1/15 1/7 1/7 2/7
1/7(3) 2/7(3) 2/7(3) 7/7(3)
Res. Não Filtrável Volátil
1/15 1/7 1/7 2/7
Oxigênio Dissolvido 1/7(3) 1/7(3) 7/7(3) 7/7(3)
1/7(4) 1/7(4) 2/7(4) 7/7(4)
Óleos e Graxas
1/15 1/7 1/7 2/7
1/15(5) 1/15(5) 1/7(5) 1/7(5)
DBO (Afluente/Efluente)
1/30(6) 1/30(6) 1/15(5) 1/7
1/7(5) 1/7 (5)
1/7(5) 7/7
DQO (Afluente/Efluente)
1/15(6) 1/7 (6)
1/7(6) -
Metais 1/15 1/7 1/7 2/7
Índice de Fenóis 1/15 1/7 1/7 2/7
Fenóis 1/15 1/7 1/7 2/7
Sulfetos 1/15 1/7 1/7 1/7
Fluoreto 1/15 1/7 1/7 1/7
Sulfato 1/30 1/30 1/15 1/15
Surfactantes 1/15 1/7 2/7 2/7
Cloro Residual 1/7 2/7 7/7 7/7
Nitrogênio Amoniacal 1/15 1/15 1/7 1/7
Nitrogênio Nitrito 1/15 1/15 1/7 1/7
Nitrogênio Total 1/15 1/15 1/7 1/7
Fósforo Total 1/30 1/30 1/15 1/7
Compostos Orgân. Tóxicos 1/30 1/30 1/15 1/15
Toxicidade 1/30 1/30 1/30 1/15
Coliformes Fecais 1/7 1/7 1/7 7/7

Freqüência: 7/7= diária


1/7= semanal
2/7= 2 vezes por semana
1/15= quinzenal
1/30= mensal

69 Eng. Gandhi Giordano


(2) Controle nos Afluentes e Efluentes.
(3) Tanque de aeração de sistemas de tratamento por lodos ativados.

(4) Indústrias cuja atividade principal envolva o refino de petróleo, produtos


similares, fabricação de sabão, coque, ferro, aço e indústrias mecânicas e navais.

(5) Indústria com sistema de tratamento biológico de efluentes.

(6) Indústria dotada somente de sistema de tratamento físico-químico.

Legislação do Estado de Minas Gerais

Deliberação Normativa n° 10/86 – Estado de Minas Gerais

Estabelece normas para qualidade de águas, lançamento de efluentes nas


coleções de águas, e dá outras providências.

A Comissão de Política Ambiental – COPAM, no uso das atribuições que lhe


confere o Art. 5°, item 1, da Lei n° 7.772, de 08 de setembro de 1980:

Considerando a necessidade de reformular e consolidar as normas e padrões para


qualidade das águas estaduais e para o lançamento de efluentes nas coleções de
águas:

E tendo em vista as inovações introduzidas na matéria pela Resolução n° 20, de


18 de junho de 1986, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolve:

Lançamento de Efluentes nas coleções de Águas

Art. 12 – Nas águas de classe especial não serão tolerados lançamentos de


águas residuárias, domésticas e industriais, lixo e outros resíduos sólidos,
substâncias potencialmente tóxicas defensivos agrícolas, fertilizantes químicos e
outros poluentes, mesmo tratados.

Parágrafo Único – A utilização de águas de classe especial para o abastecimento


doméstico, deverá ser submetida a uma inspeção sanitária preliminar.

Art. 13 – Nas águas das classes 1 a 4 serão tolerados lançamentos de despejos,


desde que, além de atenderem ao disposto no Art. 15 desta Deliberação
Normativa, não venham a fazer com que os limites estabelecidos paras as
respectivas classes sejam ultrapassados;

Art. 14 – Não será permitido o lançamento de poluentes nos mananciais sub-


superficiais.

70 Eng. Gandhi Giordano


Art. 15 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados,
direta ou indiretamente, nos corpos de água, desde que obedeçam às seguintes
condições:

a) pH entre 6,5 e 8,5 (+/- 0,5)

b) Temperatura: inferior a 400C, sendo que a elevação de temperatura do corpo


receptor não deverá exceder a 30C;

c) Materiais Sedimentáveis: até 1 ml/litro em teste de 1 hora em cone de Imhoff.


Para o lançamento em lagos e lagoas, cujas velocidades de circulação seja
praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente
ausentes;

d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do
período de atividade diária do agente poluidor;

e) Óleos e graxas:

• Óleos e graxas minerais até 20 mg/L


• Óleos e graxas vegetais e gorduras animais até 50 mg/L;

f) Ausência de materiais flutuantes;

g) DBO’S dias a 20 0C: no máximo de 60 mg/L (este limite só poderá ser


ultrapassado no caso do sistema de tratamento de águas residuárias reduzir a
carga poluidora de efluente, em termos de DBO’S dias a 20oC do despejo, em,
no mínimo de 85%);

h) DQO – no máximo de 90 mg/L;

i) Sólidos em Suspensão:

• Uma concentração máxima diária de 100 mg/L


• Uma concentração média aritmética mensal de 60 mg/L;

j) Valores máximos admissíveis das seguintes substâncias:

Amônia: 5,0 mg/L N Ferro Solúvel: 10,0 mg/L Fe


Arsênio Total: 0,2 mg/L As Fluoretos: 10,0 mg/L F
Bário: 5,0 mg/L Ba Manganês Solúvel: 1,0 mg/L Mn
Boro: 5,0 mg/L B Mercúrio: 0,01 mg/L Hg
Cádmio: 0,1 mg/L Cd Metais Tóxicos Totais: 3,0 mg/L
Cianetos: 0,2 mg/L Níquel: 1,0 mg/L Ni
Chumbo: 0,1 mg/L Pb Prata: 0,1 mg/L Ag
Cobre: 0,5 mg/L Cu Selênio: 0,02 mg/L Se
Cromo Hexavalente: 0,5 mg/L Cr Sulfetos: 0,5 mg/L S

71 Eng. Gandhi Giordano


Cromo Trivalente: 1,0 mg/L Cr Sulfitos: 1,0 mg/L SO3
Estanho: 4,0 mg/L Sn Zinco: 5,0 mg/L Zn
Índice de Fenóis: 0,2 mg/L C6H5OH

Legislação do Estado de Goiás

Decreto n° 1.745 de 06 de Dezembro de 1979 – Estado de Goiás

Seção II

Dos padrões de emissão

Art. 21 – Os efluentes de qualquer natureza somente poderão ser lançados nas


águas interiores, superficiais ou subterrâneas situadas no território do Estado
desde que não sejam considerados poluentes na forma estabelecida no artigo 3°
deste regulamento.

Parágrafo Único – A presente disposição aplica-se aos lançamentos feitos


diretamente, por fonte de poluição, ou indiretamente através de canalizações
públicas ou privadas, bem como de ouro dispositivo de transporte, próprio ou de
terceiros.

Art. 22 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados,


direta ou indiretamente, nas coleções de água desde que obedeçam às seguintes
condições:

I - pH entre 6,5 e 8,5 (+/- 0,5)

II - Temperatura: inferior a 400C, sendo que a elevação de temperatura do corpo


receptor não deverá exceder a 30C;

III – Materiais sedimentáveis até 1,0 mg/L em teste de uma hora em “Cone Imhoff”

IV – Substâncias Solúveis em hexana até 100 mg/L.

V – DBO 5 dias, 20oC no máximo de 60 mg/L. Este somente poderá ser


ultrapassado no caso de efluentes de sistema de tratamento de águas residuárias
que reduz a carga poluidora em termos de DBO 5 dias, 20oC do despejos em no
mínimo 80%.

72 Eng. Gandhi Giordano


VI – Concentrações máximas dos seguintes parâmetros:

a) Arsênio – 0,2 mg/L k) Fluoreto – 10,0 mg/L


b) Cádmio – 0,2 mg/L l) Mercúrio – 0,01 mg/L
c) Chumbo – 0,5 mg/L m) Níquel – 2,0 mg/L
d) Cianeto - 0,2 mg/L n) Prata – 0,1 mg/L
e) Cobre – 1,0 mg/L o) Selênio – 0,2 mg/L
f) Cromo Hexavalente – 0,5 mg/L p) Sulfeto – 50,0 mg/L
g) Cromo Total – 5,0 mg/L q) Zinco – 5,0 mg/L
h) Estanho – 4,0 mg/L
i) Ferro Solúvel (Fe+) – 30,0 mg/L
j) Fenol – 5,0 mg/L

VII – Outras substâncias potencialmente prejudiciais, em concentrações máximas


a serem fixadas, para cada caso, a critério da FEMAGO;

VII – Regime de lançamento contínuo de 24 horas por dia, com vazão horária
média.

§ 1o – Além de obedecerem aos limites deste artigo, os efluentes não poderão


conferir ao corpo receptor características em desacordo com o enquadramento
deste, na classificação das águas.

§ 2o – Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes despejos ou


emissões individualizadas, os limites constantes desta regulamentação aplicar-se-
ão a cada um destes, ou ao conjunto após a mistura, a critério da FEMAGO.

§ 3o – Em casos de efluentes com mais de uma substância potencialmente


prejudicial, a FEMAGO poderá reduzir aos respectivos limites individuais.

Art. 23 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados


em sistema público de esgoto provido de estação de tratamento, se obedecerem
às seguintes condições:

I – pH entre 5,0 e 9,0;

II – Temperatura inferior a 40 0C;

III – Materiais Sedimentáveis abaixo de 10 ml/L em prova de sedimentação de 1


hora com “Cone Imhoff”;

IV – Substâncias solúveis em hexana inferiores a 100 mg/L;

73 Eng. Gandhi Giordano


V – Concentrações máximas dos seguintes parâmetros:

k) Arsênio – 0,2 mg/L r) Fluoreto – 10,0 mg/L


l) Cádmio – 0,2 mg/L s) Mercúrio – 0,01 mg/L
m) Chumbo – 0,5 mg/L t) Níquel – 2,0 mg/L
n) Cianeto - 0,2 mg/L u) Prata – 0,1 mg/L
o) Cobre – 1,0 mg/L v) Selênio – 0,2 mg/L
p) Cromo Hexavalente – 0,5 mg/L w) Sulfeto – 50,0 mg/L
q) Cromo Total – 5,0 mg/L x) Zinco – 5,0 mg/L
r) Estanho – 4,0 mg/L
s) Ferro Solúvel (Fe+) – 30,0 mg/L
t) Fenol – 5,0 mg/L

VI – Outras substâncias potencialmente prejudiciais em concentrações máximas a


serem fixadas, para cada caso, a critério da FEMAGO.

VII – Regime de lançamento contínuo de 24 horas por dia com variação máxima
de 50% da vazão horária média.

VIII – Águas pluviais em qualquer quantidade;

IX – Despejos que causem ou possam causar obstrução na rede ou interferência


na própria operação do sistema de esgotos.

§ 1o – Para os sistemas públicos de esgotos desprovidos de estação de


tratamento, serão aplicáveis os padrões de emissão previstos no art. 18, a critério
da FEMAGO.

§ 2o – No caso de óleos biodegradáveis de origem animal ou vegetal, o valor


fixado no inciso IV deste artigo poderá ser ultrapassado, fixado ao FEMAGO o seu
valor para cada caso, ouvido o órgão responsável pela operação do sistema local
de tratamento de esgotos.

§ 3o – Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes despejos


individualizados, os limites constantes desta regulamentação aplicar-se-ão, a cada
um deles, ou ao conjunto após mistura, critério da FEMAGO.

§ 4o – A vazão e respectiva carga orgânica, a serem recebidas pelos sistemas


públicos de esgotos, ficam condicionadas à capacidade dos sistemas existentes.

74 Eng. Gandhi Giordano


Legislação do Estado de São Paulo

Lei n° 997 de 31 de maio de 1976 – Estado de São Paulo

Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente

O Governador do Estado de São Paulo.

Faço saber que, nos termos dos §§ 1o e 30 do artigo 24 da Constituição do


Estado (Emenda n° 2 (*) , de 30 de Outubro de 1969), promulgo a seguinte Lei:

Seção II

Dos padrões de emissão

Art. 18 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados,


direta ou indiretamente, nas coleções de água, desde que obedeçam às seguintes
condições:

I – pH entre 5,0 e 9,0;

II – Temperatura inferior a 40oC;

III – Materiais Sedimentáveis até 1,0 ml/L em teste de uma hora em “Cone Imhoff”;

IV – Substâncias solúveis em hexana até 100 mg/L;

V – DBO 5 dias, 20oC no máximo de 60 mg/L;


Este limite somente poderá seu ultrapassado no caso de efluente de sistema
de tratamento de águas residuárias que reduza a carga em termos de DBO 5
dias, 200C do despejos em no mínimo 80%;

VI – Concentrações máximas dos seguintes parâmetros:

a) Arsênio – 0,2 mg/L k) Fenol – 0,5 mg/L


b) Bário – 5,0 mg/L l) Ferro Solúvel (Fe+) – 15,0 mg/L
c) Boro – 5,0 mg/L m) Fluoretos – 10,0 mg/L
d) Cádmio – 0,2 mg/L n) Manganês Solúvel (Mn+) – 1,0 mg/L
e) Chumbo – 0,5 mg/L o) Mercúrio – 0,01 mg/L
f) Cianeto – 0,2 mg/L p) Níquel – 2,0 mg/L
g) Cobre – 1,0 mg/L q) Prata – 0,02 mg/L
h) Cromo Hexavalente – 0,1 mg.L r) Selênio – 0,02 mg/L
i) Cromo Total – 5,0 mg/L s) Zinco – 5,0 mg/L
j) Estanho – 4,0 mg/L

75 Eng. Gandhi Giordano


Portaria n° 01/89 -SSMA

Referente a critérios e padrões de emissão de efluentes líquidos

A presente norma técnica estabelece critérios e padrões de emissão de efluentes


líquidos de acordo com o artigo 26 inciso II da Lei n° 2.498 de Janeiro de 1981;
artigo II do Regulamento sobre Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde
Pública (Lei n° 6.501 de 22 de dezembro de 1972); Regulamentado pelo Decreto
n° 23.430, de 24 de outubro de 1974 e, ainda o artigo 15 de Resolução CONAMA
n° 20, de 18 de junho de 1996. Os critérios e padrões aqui estabelecidos serão
observados por todas as fontes poluidoras que lancem seus efluentes líquidos nos
corpos d’água interiores do Estado do Rio Grande do Sul.

5 – Padrões de Emissão

6.1 – Padrões Gerais

Os efluentes líquidos das fontes poluidoras somente poderão ser lançados


nos corpos d’água direta ou indiretamente, desde que obedeçam as
seguintes condições:

6.1.1 – Parâmetros Gerais

6.1.1.1 – Temperatura - < 40oC

6.1.1.2 - Cor – não deve conferir mudança de coloração acentuada no


corpo receptor, no ponto de lançamento.

6.1.1.3 – Odor – Livre de odor desagradável.

6.1.1.4 – Espumas – Ausentes.

6.1.1.5 – Materiais Flutuantes – Ausentes

6.1.1.6 – Sólidos Sedimentáveis.

6.1.1.7 – pH – entre 6,0 e 8,0.


6.1.1.8 – Dureza - ≤ 200 mg/L CaCO2

6.1.1.9 – Óleos e Graxas: Vegetal ou Animal - ≤ 300 mg/L


Mineral – 10 mg/L

6.1.1.10 – Coliformes fecais - ≤ 300 NMP/100 ml.

76 Eng. Gandhi Giordano


6.1.2 – Concentração Máxima

6.1.2.1 – Fenóis – 0,1 mg/L

6.1.2.2 – Fluoretos – 10 mg/L

6.1.2.3 – Fósforo Total – 1,0 mg/L

6.1.2.4 – Nitrogênio Total – 10 mg/L

6.1.2.5 – Sulfetos – 0,2 mg/L

6.1.2.6 – Aumínio – 10 mg/L

6.1.2.7 – Bário – 5,0 mg/L Ba

6.1.2.8 - Boro – 5,0 mg/L B

6.1.2.9 – Cobalto – 0,5 mg/L Co

6.1.2.10 – Estanho – 4,0 mg/L

6.1.2.11 – Ferro – 10 mg/L Fe

6.1.2.12 – Lítio – 10 mg/L Li

6.1.2.13 – Manganês – 2,0 mg/L

6.1.2.14 – Molibdênio – 0,5 mg/L

6.1.2.15 – Vanádio – 1,0 mg/L

6.1.2.16 – Arsênio – 0,1 mg/L As

6.1.2.17 – Cádmio – 0,1 mg/L Cd

6.1.2.18 – Chumbo – 0,5 mg/L Pb

6.1.2.19 – Cianetos – 0,2 mg/L Cn

6.1.2.20 – Cobre – 0,5 mg/L Cu

6.1.2.21 – Cromo Hexalente – 0,1 mg/L Cr

77 Eng. Gandhi Giordano


6.1.2.22 – Cromo Total – 0,5 mg/L Cr

6.1.2.23 – Mercúrio – 0,01 mg/L Hg

6.1.2.24 – Niquel –1,0 mg/L Ni

6.1.2.25 – Prata – 0,1 mg/L Ag

6.1.2.26 – Selênio – 0,05 mg/L Se

6.1.2.27 – Zinco – 1,0 mg/L Zi

6.1.2.28 – Compostos Organofosforados e Carbamatos – 0,1 mg/L

6.1.2.29 – Surfactantes – 2,0 mg/L

6.1.2.30 – Outras Substâncias/Elementos – Os limites para cada caso


específico serão fixados pelo Departamento do Meio Ambiente.

6.1.3 – O lançamento de efluentes que contem cargas orgânicas ou sólidos


suspensos obedecerá aos seguintes critérios sendo:

DBO5: Demanda Bioquímica de Oxigênio em 5 dias,


20 oC
DQO: Demanda Química de Oxigênio
SS: Sólidos Suspensos

6.1.3.1 – Fontes Poluidoras Existentes

Vazão (m3/dia) DBO (20 OC) DQO (20 OC) SS


(mg/L) (mg/L) (mg/L)
Q < 20 ≤ 200 ≤ 450 ≤ 200
20 ≤ Q < 200 ≤ 150 ≤ 450 ≤ 150
200≤ Q < 1000 ≤ 120 ≤ 360 ≤ 120
1000≤ Q<2000 ≤ 80 ≤ 240 ≤ 80
2000≤ Q 10000 ≤ 80 ≤ 200 ≤ 70
10000≤ Q ≤ 40 ≤ 160 ≤ 50

78 Eng. Gandhi Giordano


6.1.3.2 – Fontes Poluidoras serem implantadas

Vazão (m3/dia) DBO (20 OC) DQO (20 OC) SS


(mg/L) (mg/L) (mg/L)
Q < 200 ≤ 120 ≤ 360 ≤ 120
200 ≤ Q < 1000 ≤ 80 ≤ 240 ≤ 80
1000≤ Q<2000 ≤ 60 ≤ 200 ≤ 70
2000≤ Q 10000 ≤ 40 ≤ 160 ≤ 50
10000≤ Q ≤ 20 ≤ 100 ≤ 40

6.2 – Padrões Gerais

6.2.1 – As fontes poluidoras localizadas em áreas críticas de poluição por


metais pesados ou em um corpo d’água referidos no item 3.4.2 ou ainda, que
apresentem vazão igual a 200 m3/dia, terão a aplicação de um fator de 0,9
sobre as concentrações arroladas nos itens 6.1.2 e 6.1.2.27.

6.2.2 – Em estabelecimento com vazão inferior a 10 m3/dia poder-se-á


aplicar um fator de 1,1 nas concentrações dos metais arrolados nos itens
6.1.2.16 e 6.1.2.27.

6.2.3 – As fontes poluidoras que se localizam em áreas críticas de poluição


por matéria orgânica ou em corpos d’água referidos no item 3.4.2 terão a
aplicação de um fator de 0,9 nas concentrações das substâncias/elementos
arrolados nos itens 6.1.3.1 e 6.1.3.2.

6.2.4 – os efluentes, além de obedecerem aos padrões de emissão da


presente Norma Técnica, não deverão conferir ao corpo receptor,
características em desacordo com os critérios e padrões de qualidade da
água, adequadas aos diversos usos benéficos para o corpo d’água.

79 Eng. Gandhi Giordano


Legislação Federal

Resolução CONAMA n° 20, de 18 de Junho de 1996

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, no uso de suas


atribuições que lhe confere o art. 7°, inciso IX, do Decreto 88.351, de 1° de junho
de 1983, e o que estabelece a RESOLUÇÃO CONAMA n° 003, de 5 de junho de
1984;

Art. 21 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados,


direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam às seguintes
condições:

a) pH entre 5 e 9;

b) Temperatura: inferior a 400C, sendo que a elevação de temperatura do corpo


receptor não deverá exceder a 30C;

c) Materiais Sedimentáveis: até m/litro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o


lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente
nulas, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;

d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do
período de atividade diária do agente poluidor;

e) Óleos e graxas:
-Óleos minerais até 20 mg/L;
-Óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/L;

f) Ausência de materiais flutuantes;

g) Valores máximos admissíveis das seguintes substâncias:

Amônia 5,0 mg/L N


Arsênio 0,5 mg/L As
Bário 5,0 mg/L Ba
Boro Total 5,0 mg/L B
Cádmio Total 0,2 mg/L Cd
Chumbo Total 0,5 mg/L Pb
Cianetos 0,2 mg/L CN
Cobre Total 1,0 mg/L Cu
Cromo Hexavalente 0,5 mg/L Cr
Cromo Trivalente 2,0 mg/L Cr
Estanho Total 4,0 mg/L Sn

80 Eng. Gandhi Giordano


Ferro Solúvel 15,0 mg/L Fe
Fluoretos 10,0 mg/L F
Índice de Fenóis 0,5 mg/L C6H5OH
Manganês Solúvel 1,0 mg/L Mn
Mercúrio Total 0,01 mg/L Hg
Níquel Total 2,0 mg/L Ni
Prata Total 0,1 mg/L Ag
Selênio Total 0,05 mg/L Se
Sulfetos 1,0 mg/L S
Sulfitos 1,0 mg/L SO3
Zinco 5,0 mg/L Zn

Outras substâncias em concentrações que poderiam ser prejudiciais: de


acordo com limites a serem fixados pelo CONAMA.

h) Tratamento especial, se provirem de hospitalar e outros estabelecimentos nos


quais haja despejos infectados com microorganismos patogênicos.

81 Eng. Gandhi Giordano

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