Neuro - Roteiro de Semiotécnica

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ROTEIRO BÁSICO DE SEMIOTÉCNICA

O roteiro é apenas um guia com orientações básicas sobre a forma na qual a


avaliação clínica se estrutura. A finalidade é que se siga um caminho lógico e metódico
na investigação do problema do paciente.
As possibilidades de situações e de desdobramentos durante a entrevista e o exame
físico são incontáveis. No entanto, é preciso que haja um “fio de Ariadne”, para que o
médico não se perca no labirinto de informações obtidas.
Recomenda-se que se inicie a entrevista com questões abertas: “O que o traz o
Senhor aqui?” “O que o senhor está sentindo?”. A finalidade é que o paciente se sinta
livre para falar o que lhe vem à mente.
A partir deste primeiro relato espontâneo, o médico já inicia um processo de
levantamento de hipóteses e se concentra nas questões que precisam ser esclarecidas
para que situações graves, que exijam intervenção imediata sejam averiguadas. As suas
perguntas passam a ser dirigidas e focadas. Aqui, o médico toma a frente e estabelece
um diálogo estruturado.

Ao final da anamnese, o médico deve ser capaz formular hipóteses diagnósticas.


Caso contrário, deve refazer a anamnese com o paciente, ou procurar outras fontes
de informação (hospital em que esteve, médicos que o trataram, familiares, etc.)

O exame físico pode trazer dados surpreendentes que mudem totalmente a direção
do raciocínio clínico, mas esta é a exceção e não a regra. O médico deve sempre
buscar nele respostas confirmatórias, ou não para as suas hipóteses, tentando
interpretá-lo de acordo com os dados da história

ANAMNESE
ana = através mnese = memória

ROTEIRO DE ANAMNESE

1. IDENTIFICAÇÃO: nome, idade, sexo, raça, naturalidade, procedência, estado


civil, religião, profissão.

2. QUEIXA E DURAÇÃO: o que o paciente apresenta como MOTIVO DA


CONSULTA, podendo ser uma ou várias queixas. Deve ser sempre relatada com
as palavras do paciente. A queixa principal não é necessariamente a primeira
frase que sai da boca do paciente. Converse algum tempo com ele e tente extrair
o sintoma que o levou ao médico, ou seja, o que mais o incomoda, ou preocupa.
Não usar verbos. Máximo de duas linhas.

3. HPMA (HISTÓRIA PREGRESSA DA MOLÉSTIA ATUAL), OU HDA


(HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL):

Início dos sintomas, evolução, caráter, relação com outras queixas, sintomas
no momento atual.

• DOR: modo de início (súbito ou gradual); localização da dor; intensidade


(escala analógica de zero a dez) irradiação da dor; caráter da dor;
periodicidade/ritmo; sintomas associados; fatores desencadeantes; fatores de
melhora; fatores de piora

• TONTURA

• PERDA DE CONSCIÊNCIA: início, sintomas prodrômicos, aura, fatores


desencadeantes, fenomenologia, duração, confusão pós-ictal.

• DISPNÉIA

• FEBRE

• FADIGA

 Os pacientes muitas vezes fazem relatos entrecortados e confusos. Eles vêm e


voltam no tempo, relatam sintomas, misturados com resultados de exames e
pareceres médicos. Insista, deixe o paciente falar e ajude-o a estruturar a sua
própria história. Repita o que ele lhe disse para averiguar se o compreendeu.
Exemplo:

O paciente relata:

“Eu vim do hospital, porque eu levei um tombo em casa e meu sangue


está fraco. Minha perna que bateu está doendo muito, mas o doutor disse
que não quebrou. Eu também estou sem fôlego”.

Após conversar livremente com ele, você vai compreendendo e o auxilia:

“Então, na realidade, o Senhor vinha bem até há uns 6 meses, quando


começou a sentir fraqueza e tonturas. Há 3 meses, quando o Senhor caiu
em casa após escurecimento de vista e foi levado ao hospital, o exame de
sangue lá realizado detectou uma anemia, até então desconhecida.”

 Procure estruturar a história da doença de forma lógica e compreensível. Qual,


ou quais são os sintomas principais? Não perca o fio da meada.
 Deve-se transformar a história do paciente em termos médicos (claros e
objetivos).

 No entanto, não se deve usar termos que designam diagnósticos e que excluem
outras possibilidades. Não escrever: “o paciente refere episódio de síncope, pois
síncope já é um diagnóstico e significa perda reversível do tônus muscular e da
consciência devido à queda do fluxo sanguíneo cerebral. Deve-se escrever: “O
paciente relata episódio de perda de consciência e então descrever as
características fenomenológicas deste evento, como sintomas prodrômicos,
fatores desencadeantes, duração, se houve ou não manifestações motoras, perda
de controle esfincteriano, ferimento, como foi o período de reorientação, etc.

 É sempre aconselhável que se descreva um evento, ou queixa, ao invés de


precipitadamente enquadrá-lo em um diagnóstico.

 SIC é usado entre parênteses, quando há dúvida sobre a vericidade da


informação do paciente, talvez por parecer bastante improvável, ou incondizível
com a sua história.

4. INTERROGATÓRIO SOBRE DIVERSOS APARELHOS (REVISÃO DE


SISTEMAS): descrever dados que não foram ditos na HDA e que ajudam a
esclarecê-la, como também encontrar outros problemas (secundários) que o
paciente apresente.

Sinais e sintomas gerais


Febre, calafrios, astenia, anorexia, emagrecimento, ganho de peso, edema

Cabeça e pescoço: Olhos: xeroftalmia, dor ocular, secreção, acuidade visual. Ouvidos:
otalgia, hipacusia, zumbido, vertigem, otorragia, otorraquia, otorréia. Nariz: espirros,
obstrução nasal, prurido, epistaxe. Boca: dor, ardência, halitose, sialorréia, Faringe,
Laringe e Tireóide: odinofagia, disfagia, disfonia, afonia, tosse,eructação

Aparelho Cardiovascular: precordialgia (dor no pulso), palpitações, dispnéia,


tonturas, episódios de perda de consciência

Aparelho Respiratório: Dispnéia, tosse (seca ou produtiva), expectoração, hemoptise,


epistaxe, vômica, dor ventilatório-dependente

Aparelho gastrointestinal: disfagia, odinofagia,pirose, azia, empachamento pós-


prandial, hematêmese, enterorragia, vômitos, hábito intestinal (cor, dor, diarréia,
constipação), intolerância alimentar, tenesmo (desconforto após a evacuação com
sensação de estar sempre com vontade de evacuar), regurgitação, flatulência ou
meteorismo
Aparelho gênito-urinário: disúria,polaciúria,poliúria (mais de 2000 ml), Oligúria
(menos de 400 ml), Anúria (menos de 100ml), Hematúria (cor de coca-cola),
Incontinência, Urgência, Jato urinário(força e calibre).
Mulheres: menarca, menopausa, filhos, partos (normal, cesáreas), corrimento,
DSTs, prurido, dispareunia, libido.
Homens: disfunção erétil, DST, prurido.

Sistema Nervoso: cefaléia, vertigens, tonturas, convulsões, amnésia

distúrbios do sono, paresias, parestesias, hipoestesia

Aparelho psíquico: tristeza, anedonia, anergia, dificuldade de concentração e de


memória, auto-estima, auto-confiança, culpa, medos, ansiedade, traumas, evento
estressante, perdas importantes, qualidade do sono, insônia, pesadelos, oscilação
emocional, libido.

Sistema Endócrino:
• Sintomas relacionados a diabetes: polidipsia, poliúria e polifagia.
• Sintomas relacionados ao hipertireoidismo: emagrecimento, tensão, insônia,
diarréia, intolerância ao calor,polifagia, cãibras, agitação.
• Sintomas relacionados ao hipotireoidismo: bradicardia, pele seca, intolerância ao
frio, constipação.

Sistema hematocitopoiético: anemia (palidez, astenia), linfonodomegalias (ínguas),


transfusões, hemorragias

Aparelho locomotor: dor articular (artralgias), dor muscular, lombalgia, dorsalgia,


cervicalgia, artralgia, rigidez matinal.

5. ANTECEDENTES PESSOAIS (HISTÓRIA MÓRBIDA PREGRESSA):

Doenças que o paciente já tinha antes da moléstia atual, como diabetes e


hipertensão, doenças do passado que já remitiram,

• medicamentos que usa,

• alergias,

• cirurgias pregressas,

• traumas,

• vacinação.
6. CONDIÇÕES E HÁBITOS DE VIDA: visa à compreensão psicossocial e
ecológica do paciente:

De que forma ele vive? Quais as condições de habitação, de higiene e


saneamento? A que fatores ambientais está exposto? Agrotóxicos? Poluição
sonora? Endemias?

Com quem reside? Quais são os seus vínculos familiares? Existe uma rede de
apoio social?

Como ele se sustenta? Qual a sua classe social? Qual o seu nível educacional?
Como é o seu ambiente de trabalho? Trabalha em turnos? Lida com produtos
tóxicos?

Como são os seus hábitos? Como ele se alimenta? Faz uso de alguma
substância, como tabaco, álcool, ou drogas ilícitas?

Calcular a carga tabágica: maços ao dia vezes o número de anos de tabagismo.

Calcular a ingestão de álcool

Como é sua vida sexual?

7. ANTECEDENTES FAMILIARES (HISTÓRIA MÓRBIDA FAMILIAR):


procuram-se doenças que possam ter um componente genético em sua etiologia,
assim como doenças que se origeinem da exposição de diferentes membros da
família a um mesmo fator ambiental.

FAÇA AQUI UMA PAUSA!

O que está faltando na sua história? O que você não entendeu? Há outros
informantes que possam ser contactados?

A CAUSA MAIS FREQUENTE DE ERRO DIAGNÓSTICO É UMA


HISTÓRIA MAL COLHIDA
Quais são as suas hipóteses diagnósticas?

O que espera encontrar no exame físico que corrobore, ou que torne suas
hipóteses menos prováveis?

O que você irá procurar mais meticulosamente?

EXAME FÍSICO

1. EXAME FÍSICO GERAL: procura-se apreender a repercussão da doença na


condição de saúde geral do paciente.

• BEG, REG, MEG,

• CHE, AAA

• Nível de consciência: alerta, sonolento, torporoso (obnubilado),


comatoso. Se estiver rebaixado: GLASGOW

• Sinais vitais: PA, PULSO, FR, TEMPERATURA

• Antropometria: peso, altura, IMC

• Aparência envelhecida, emagrecida, asseado

• Fácies atípica, ou típica de alguma síndrome: hipocrática, renal,


cushingóide, acromegálica, mixedematosa, basedowiana, parkinsoniana,
leonina

• Hálito: cetônico, alcoólico, urêmico, hepático

• Atitude/postura: ortopnéica, genupeitoral, decúbito preferencial,


opistótono

• Pele e anexos (cabelo, unhas, fâneros):

PELE: coloração, continuidade, umidade, textura, espessura,


temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, sensibilidade,
lesões.

Possíveis achados:

Fenômeno de Raynaud, livedo reticular, pele espessa na


esclerodermia.
Mancha, ou mácula: hipercrômica, hipocrômica, acrômica,
melanocítica, telangectasias, máculas eritematosas (exantema),
petéquias (puntiformes), equimoses (em placa), hematoma (ocupa
espaço com elevação da pele)

Pápula: elevação sólida de até 0,5 cm (epiderme)

Tubérculo: elevação sólida maior que 0,5 cm (derme)

Nódulos: perceptíveis à palpação, são mais profundos.

Urticária: lesões sólidas, achatadas, formas variáveis, geralmente


eritematosas com prurido.

Queratose, vegetações, vesículas (menor que 0,5 cm), bolha


(maior que 0,5 cm), pústula, abscesso, úlcera, fissura, fístula.

Alterações tróficas

• baqueteamento dos dedos, unhas em vidro de relógio, cianose,


onicomicose

• Linfonodos (linfadenomegalia? Em que cadeia ganglionar?)

• Perfusão periférica

• Edema: localização: generalizado? Em membros inferiores? Facial?


Orbital? Cacifo positivo? Duro, não compressível? Sinais flogísticos?

2. EXAME FÍSICO ESPECÍFICO:

2.1. Cabeça e pescoço: olhos, ouvidos, nariz, garganta, tireóide.

OLHE A BOCA DO PACIENTE: os dentes refletem o nível sócio-


econômico, em mal estado de conservação: foco de endocardite. Petéquias?
candidíase? herpes? Amígdalas

Aparelho cardio-vascular: FC, rítmico, arrítmico, bulhas hipo-, normo-,


hiperfonéticas, sopros: em que focos, com que irradiação, em que momento do
ciclo, ruídos adventícios (atrito pericárdico), pressão arterial: braço esquerdo e
direito, sopro carotídeo, estase jugular, Refluxo hepatojugular (ins ventricular
direita), edema de MMII.

2.2. Aparelho respiratório:


Ausculta:

Estertores finos (crepitantes): final da inspiração, agudos, curta duração

Estertores grossos (bolhosos): maior duração, alteram-se com a tosse, início da


inspiração e toda a expiração.

Roncos, sibilos, estridor (semi-obstrução da laringe, ou da traquéia), atrito


pleural

2.3. Abdome:

Inspeção: abdome plano, globoso (gases, ascite), escavado, assimétrico


(abaulamentos, retrações), cicatrizes. Hérnias, circulação colateral,
telangectasias.

Sinal de Cullen (equimose periumbilical): pancreatite aguda.

Sinal de Grey-Turner (equimose nos flancos): pancreatite aguda.

Ausculta: ruídos hidroaéreos: presentes, aumentados, diminuídos, ausentes.


Borborigmos: RHA intensos, audíveis sem estetoscópio (oclusão). Sopros.

Percussão: macicez, submacicez, timpanismo.

Sinal de Giordano, sinal de Piparote

Palpação superficial: flácido, tenso, defesa abdominal (maior resistência),


dolorido, sinal de Blumberg (dor à descompressão brusca). Sinal de Murphy
(contratura de defesa na palpação da vesícula em inspiração profunda:
colecistite)

Palpação profunda:

Fígado: palpável? A quantos dedos do RCD? Consistência? Bordas? Superfície?


Dolorido? Refluxo hépatojugular?

Baço: palpável? A quantos dedos do RCE? Atravessa linha mediana? Abaixo da


cicatriz umbilical?

Massa palpável: tamanho, localização, bordas, consistência, mobilidade, dor,


pulsatilidade, desaparecimento quando a musculatura abdominal é contraída
(fala a favor de localização mais profunda)

Sinal de Courvoisier: vesícula biliar palpável em paciente ictérico (obstrução


prolongada. CA de cabeça de pâncreas?).

Sinal de Jobert: timpanismo na linha axilar média sobre a área hepática:


pneumoperitônio: perfuração de víscera oca.
2.4. Membros inferiores: edema, pulsos periféricos (pedioso, tibial posterior,
poplítea e femoral), varizes, alterações tróficas, alterações no paciente diabético
(fissuras, úlceras, onicomicose).

Manobra de Homans: positiva, quando a dorsiflexão forçada do pé desencadeia


dor intensa na panturrilha. É sinal de TVP.

Manobra de Olow: compressão da musculatura da panturrilha contra o plano


ósseo, ou compressão da musculatura da panturrilha com a mão em garra:
positiva, quando causa dor intensa.

2.5. Reumatológico/locomotor:

2.6. Neurológico (vide roteiro extra)


2.7. Psiquiátrico: Antonio Waldo Zuardi, Sonia Regina Loureiro. Semiologia
Psiquiátrica. Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: SEMIOLOGIA
ESPECIALIZADA. 29: 44-53, jan./mar. 1996 (acessível na internet)

VISITA DA ENFERMARIA:

O relato de caso na visita deve ser completo, porém CONCISO. Transmita as


INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS. Quais são elas? São AQUELAS QUE SE
RELACIONAM E SÃO IMPORTANTES PARA A SUA HIPÓTESE
DIAGNÓSTICA.

Exemplos:

• Você pode e deve fazer um interrogatório completo. No entanto, no


momento da visita, tenha bom senso. Não transmita informações
claramente desnecessárias, como, por exemplo, relatar que um paciente
de 70 anos com diagnóstico de AVC teve sarampo aos 5 anos e
apendicectomia há 20 anos. Esta informação pode constar na sua história
e, se por algum motivo for solicitada no decorrer da discussão, você
então poderá fornecê-la.

• A dieta só deve ser relatada durante a visita caso seja extravagante, fora
dos padrões normais, como, por exemplo, uma dieta estritamente
vegetariana, ou dieta da maçã, etc.

• Não há necessidade de relatar todos os lugares, onde uma pessoa


trabalhou e morou, a não ser que isto se relacione à sua hipótese
diagnóstica. Exemplos: os sintomas são compatíveis com malária e o
paciente esteve há 6 meses na Amazônia; os sintomas são compatíveis
com um processo maligno e o paciente foi exposto à radiação há 15 anos.
NO EXAME FÍSICO, DESCREVA OS SINAIS ASSOCIADOS À
HISTÓRIA.

• Se a hipótese é de insuficiência cardíaca, você não precisa descrever o


exame neurológico, basta relatar que não há alterações. Descreva com
detalhes o exame cardio-vascular, relatando os sinais positivos e os
negativos (ausência de estase jugular, ausência de crepitação pulmonar).

• Se a hipótese é insuficiência hepática, então não se esqueça das


alterações típicas associadas a este quadro: alterações de pele, circulação
colateral, hálito, ginecomastia, alterações do nível de consciência,
edema, ascite, etc. Não descreva o exame reumatológico, a palpação da
tireóide, a ausência de linfonodomegalia, pois ninguém está esperando
por isso. Esta informação não colabora com o raciocínio clínico, apenas
interfere e tira o foco do problema principal. Relate os dados positivos do
seu exame. Os dados negativos são relatados apenas quando
diretamente associados às possíveis hipóteses, ou à anamnese.

Por exemplo, o paciente relatou dor intensa no joelho esquerdo, então


relate que no joelho esquerdo não há edema, nem outros sinais
flogísticos, nem alterações degenerativas visíveis, a mobilidade não está
limitada, etc.

Outro exemplo: o paciente veio encaminhado de um outro hospital com


hipótese de abdome agudo e aqui a investigação mostrou que se tratava
de pneumonia. Neste caso, não basta relatar as evidências que falam a
favor do diagnóstico de pneumonia. É preciso que se descreva o exame
de abdome com a ausência de todos os sinais típicos de abdome agudo.

Anexos:

• IMC
• AutoTeste: Questionário AUDIT (versão portuguesa)
• Questionário CAGE
• Unidade de álcool
• Escala visual analógica de dor

IMC= peso/altura em cm ao quadrado

Baixo peso: IMC menor que 20

Normal: IMC entre 20 e 24,9

Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9


Obesidade: IMC entre 30 e 39,9

Obesidade mórbida: IMC maior o igual a 40

AutoTeste: Questionário AUDIT (versão portuguesa)

1. Com que frequência consome bebidas que contêm álcool? (Escreva o número
que melhor corresponde à sua situação.)

0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

2. Quando bebe, quantas bebidas contendo álcool consome num dia normal?
0 = uma ou duas
1 = três ou quatro
2 = cinco ou seis
3 = de sete a nove
4 = dez ou mais

3. Com que frequência consome seis bebidas ou mais numa única ocasião?
0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

4. Nos últimos 12 meses, com que frequência se apercebeu de que não conseguia
parar de beber depois de começar?
0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

5. Nos últimos 12 meses, com que frequência não conseguiu cumprir as tarefas que
habitualmente lhe exigem por ter bebido?
0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

6. Nos últimos 12 meses, com que frequência precisou de beber logo de manhã
para "curar" uma ressaca?
0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

7. Nos últimos 12 meses, com que frequência teve sentimentos de culpa ou de


remorsos por ter bebido?
0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

8. Nos últimos 12 meses, com que frequência não se lembrou do que aconteceu na
noite anterior por causa de ter bebido?
0 = nunca
1 = uma vez por mês ou menos
2 = duas a quatro vezes por mês
3 = duas a três vezes por semana
4 = quatro ou mais vezes por semana

9. Já alguma vez ficou ferido ou ficou alguém ferido por você ter bebido?
0 = não
1 = sim, mas não nos últimos 12 meses
2 = sim, aconteceu nos últimos 12 meses

10. Já alguma vez um familiar, amigo, médico ou profissional de saúde manifestou


preocupação pelo seu consumo de álcool ou sugeriu que deixasse de beber?
0 = não
1 = sim, mas não nos últimos 12 meses
2 = sim, aconteceu nos últimos 12 meses

Pontuação do AUDIT:

As perguntas 1 a 8 fornecem respostas numa escala de 0 a 4 pontos; e as respostas ás


perguntas 9 a 10 cotam-se com 0, 2 e 4 pontos. Os resultados expressam-se em valores
entre 0 e 40.

Valores de 1 a 7 »» Consumo de baixo risco

Valores de 8 a 19 »» Consumo Nocivo/Abuso

Valores de 20 a 40 »» Dependência

Questionário CAGE

Você já

(1) pensou em largar a bebida?


(2) ficou aborrecido quando outras pessoas criticaram o seu hábito de beber?

(3) se sentiu mal ou culpado pelo fato de beber?

(4) bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca (abrir os
olhos?).

A presença de duas respostas afirmativas sugerem uma indicação positiva de


dependência de álcool.

UNIDADE DE ÁLCOOL:
Uma dose de bebida alcoólica é definida como algo consistindo entre 10 a 12 gramas de
etanol, que equivale a uma unidade de álcool puro.

1 lata de cerveja - 350 ml 5% = 17 gramas de álcool

1 dose de aguardente - 50 ml 50% = 25 gramas de álcool

1 copo de chope - 200 ml 5% = 10 gramas de álcool

1 copo de vinho - 90 ml 12% = 10 gramas de álcool

1 garrafa de vinho - 750 ml 12% = 80 gramas de álcool

1 dose de destilados (uísque, pinga, vodca etc.) - 50 ml 40%-50% = 20 g-25 gramas


de álcool

1 garrafa de destilados - 750 ml 40%-50% = 300 g-370 gramas de álcool

Dose ideal próxima de 6 gramas ao dia

Homens: máximo recomendável 40 g/dia

Mulheres: máximo recomendável 20 g/dia

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