Apostila Tomografia - Prof. Ricardo Pereira

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Tomografia Computadorizada 1

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

BIOIMAGEM

Em um setor de Bioimagem poderemos encontrar vários serviços de


diagnóstico. Existem diversas formas e aparelhos que podem ser utilizados
para obtenção de imagens de partes do corpo, órgãos e sistemas do paciente
que irão ajudar em um diagnóstico mais preciso.
Nem todos os aparelhos emitem ou utilizam a Radiação Ionizante.
Temos como exemplo o Ultra-som e a Ressonância Magnética.
Os aparelhos que emitem radiações (raios-X) para obtenção de imagens são
os Tomógrafos Computadorizados, Mamógrafos e aparelhos de raios-X
convencionais.
Outro serviço é o da Medicina Nuclear que para obter as imagens utiliza
radioisótopos como fontes de radiação onde o aparelho irá captar esta radiação
que foi introduzida no organismo do paciente formando assim as imagens.
A aplicação da radiação para fins diagnósticos teve origem com a
descoberta dos raios-X em 1895 pelo físico Wilhelm Conrad Roentgen, na
Alemanha. Por muito tempo os raios-X foram usados como método básico e
único de formação de imagens médicas.
Os raios-X fazem parte do espectro das ondas eletromagnéticas. São
produzidos no interior da ampola, que é um envoltório que encerra sob vácuo
todos os elementos envolvidos no processo.
Os raios-X saem da ampola por uma abertura direcionada para o
paciente, atravessam o paciente, sendo atenuados ou desviados, dependendo
da natureza dos tecidos;
Os raios-X, então, serão captados para produção da imagem, seja
diretamente por um filme fotossensível no interior de um chassi fotográfico, no
caso da radiografia simples, seja por detectores que quantificam a intensidade
radiológica recebida e a transmitem para um processador que formará a
imagem posteriormente (tomografia computadorizada).

DEFINIÇÃO

Do grego tome, corte + graphein, escrever. Procedimento radiológico de


reconstrução informática da imagem de um corte do corpo a partir de uma série
de análises de densidade efetuadas pela oscilação e/ou rotação do conjunto de
tubos de raios X detectores.
A tomografia computadorizada (TC) é um dos métodos de exame mais
confiáveis e seguros disponíveis atualmente. É rápida, simples e totalmente
indolor. A TC se constitui num aparelho de Raios X muito mais complexo que o
convencional. Uma imagem de Raios X normal é plana, sendo que o paciente
fica posicionado entre o tubo ou ampola que emite Raios X e o filme fotográfico

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que receberá esses raios. O que se obtém é uma projeção em duas dimensões
do interior do corpo do paciente. Nas máquinas de tomografia a ampola que
emite os Raios X gira totalmente em volta do corpo do paciente e, a medida em
que gira, emite Raios X em 360° graus, ou seja, fazendo uma circunferência
completa em torno do paciente. Na TC os Raios-X são concentrados num feixe
estreito que passa apenas por uma pequena parte (fatia) do corpo.
Ao contrário da tomografia linear, onde a imagem de um corte fino é
criada mediante borramento da informação de regiões indesejadas, a imagem
da TC é construída matematicamente usando dados originados apenas da
seção de interesse. A geração de tal imagem é restrita a cortes transversais da
anatomia que são orientados essencialmente perpendiculares à dimensão axial
do corpo. A reconstrução da imagem final pode ser realizada em qualquer
plano, mas convencionalmente é realizada no plano transaxial.

INTRODUÇÃO / HISTÓRICO
As duas principais
qualidades dos Raios-X em
termos de aplicação clínica são a
enorme resolução espacial e
capacidade de documentação
panorâmica da região irradiada.
Por outro lado, a radiografia
simples não consegue mostrar
diferenças muito sutis de
densidade tecidual, sendo difícil
visibilizar diferenças dentre as
partes de um mesmo órgão, por exemplo.
Para vencer este obstáculo, vários tipos de exames contrastados foram
idealizados e utilizados durante décadas, como, por exemplo, a
pneumoventriculografia, a ventriculografia iodada e a angiografia. Porém, a
introdução destes meios de contraste torna o exame invasivo e não isento de
morbidade. Por esta razão, é contínua a busca de novos métodos de
diagnóstico cada vez menos invasivos e com maior capacidade de
visibilização. Neste sentido, na década de 70, foi introduzido na prática clínica
dois métodos extremamente poderosos, a tomografia computadorizada (TC) e
a ultrasonografia, os quais, pela primeira vez, permitiram a visibilização do
parênquima cerebral, ao invés de informações indiretas, como o desvio de
vasos ou de ventrículos.
A idealização da TC foi decorrente da dificuldade de se documentar uma
estrutura oculta dentro da cavidade craniana. A invenção do método é atribuída
a Hounsfield, um engenheiro inglês da empresa E.M.I., que iniciou seus
trabalhos no final da década de 60 juntamente com o Físico Alan Cormak e, em
1973 apresentou os primeiros resultados clínicos.

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O primeiro experimento surgiu em 1961, com Oldendorf, buscando


determinar se densas estruturas, internas ao objeto estudado poderia ser
isoladas na imagem, construiu um phantom a partir de um bloco plástico
medindo 10x10x4 cm com pregos de ferro inseridos em seu interior, para
representar o contorno do crânio e mais dois pregos, um de alumínio e outro de
ferro para representar massas internas.
Utilizando uma fonte emissora de fótons I-131 colimada estreitamente,
como um “feixe caneta”; um detector de sódio iodado para coletar as
informações e um trilho por onde o phantom movimentaria-se, em um único
sentido com velocidade constante. Oldendorf conseguiu através desse
experimento relativos avanços para a época, mas limitado pela tecnologia não
conseguiu armazenar os dados.
Em 1967, a partir do modelo inicial montado por Hounsfield, os
equipamentos evoluíram para se tornar cada vez mais rápidos e precisos, de
maneira que, a cada avanço técnico significativo se denominou uma “geração”.

CRONOLOGIA RESUMIDA DO DESENVOLVIMENTO DA TC

1917 – J.Radon: desenvolveu o instrumental


matemático para a reconstruçao de um objeto a partir
do conjunto de suas projeções (teoria gravitacional)
1961- Oldendorf e 1963- Cormack: desenvolveram o
conceito de TC em modelos de laboratório;
1967 – Hounsfield começa a trabalhar no projeto do TC
1968 – Kuhl e Edwards construiram um scaner
mecânico em medicina nuclear;
1971 – Começam os estudos clínicos com TC,
juntamente com Ambrose;
1973 (abril) - Apresentação dos resultados no Annual
Congress of the British Institute of Radiology

Vantagens em relação a Radiografia Convencional

A TC tem três vantagens gerais importantes sobre a radiografia


convencional. A primeira é que as informações tridimensionais são
apresentadas na forma de uma série de cortes finos na estrutura interna da
parte em questão. Como o feixe de raios-x está rigorosamente colimado para
aquele corte em particular, a informação resultante não é superposta por
anatomia sobrejacente e também não é degradada por radiação secundária e
difusa de tecidos fora do corte que está sendo estudado.

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A segunda é que o sistema é mais sensível na diferenciação de tipos de


tecido quando comparado com a radiografia convencional, de modo que
diferenças entre tipos de tecidos podem ser mais claramente delineadas e
estudadas. A radiografia convencional pode mostrar tecidos que tenham uma
diferença de pelo menos 10% em densidade, enquanto a TC pode detectar
diferenças de densidade entre tecidos de 1% ou menos. Essa detecção auxilia
no diagnóstico diferencial de alterações, tais como uma massa sólida de um
cisto ou, em alguns casos, um tumor benigno de um tumor maligno.
Uma terceira vantagem é a habilidade para manipular e ajustar a
imagem após ter sido completada a varredura, como ocorre de fato com toda a
tecnologia digital. Essa função inclui características tais como ajustes de brilho,
realce de bordos e zoom (aumentando áreas especificas). Ela também permite
ajuste do contraste ou da escala de cinza, o que é chamado de “ajuste de
janela” para melhor visualização da anatomia de interesse.

Estrutura e funcionamento de um tomógrafo

Um tomógrafo e
formado por um tubo de RX
conectado mecanicamente e
eletronicamente a um sistema
de detectores. Este conjunto
gira 360°em torno do
paciente. As estruturas
corpóreas vão atenuar o feixe
de RX dependendo de vários
fatores, entre eles sua
densidade e numero atômico. Depois de passar pelo corpo a radiação atinge
finalmente os detectores. Um giro de 360° produz uma “vista” que e um
conjunto de projeções. Cada vista produz um conjunto de sinais analógicos que
são enviados ao sistema de computação. Ao termino de cada giro o sistema
tubo/detectores volta à posição inicial e a mesa sobre a qual esta o paciente,
move-se alguns milímetros. Este processo vai se repetindo e gera uma enorme
quantidade de dados.
Os sinais elétricos gerados pelos detectores contem informação a
respeito do quanto o feixe foi atenuado por cada estrutura do corpo
(“coeficientes de atenuação”). Estas informações são acopladas aos dados
sobre posição da mesa e do cabeçote. Dessa forma e possível a determinação
das relações espaciais entre as estruturas internas e a fatia selecionada do
corpo.
Os sinais elétricos analógicos são então enviados ao sistema de
computação que através de algoritmos específicos vai transformá-los em sinais
digitais para compor as imagens que iremos ver na tela do computador. O

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tomograma calculado, ou seja, a imagem que vemos na tela do computador,


corresponde a uma matriz dos valores de atenuação do feixe, visualmente
apresentada em tons de cinza, em formato analógico. Atualmente ha vários
tipos de tomógrafos: (1) convencional ou simplesmente tomografia
computadorizada (passo a passo); (2) tomografia computadorizada helicoidal
ou espiral; (3) tomografia computadorizada “multi-slice” e (4) tomógrafos mais
sofisticados, como “ultra-fast” e “cone-beam”. Na tomografia helicoidal o tubo
de RX gira em torno do paciente e os detectores podem girar também ou
permanecerem estáticos. A mesa desloca-se simultaneamente e a trajetória do
feixe de RX ao redor do corpo e uma espiral.

SISTEMAS DE VARREDURA

O sistema de TC foi evoluindo desde a sua criação conforme


comentamos acima. Agora vamos descrever os diferentes tipos de varredura
de cada “geração” dos tomógrafos:

Scanners de primeira geração

Foram fabricados pela


EMI, empresa a qual Hounsfield
pertencia e possuía uma ampola
de anodo fixo com feixe linear de
RX, um detector por corte e
faziam movimento solidário de
translação-rotação do conjunto
ampola-detector, com tempo de
corte de 5 minutos para reunir
informações suficientes para um
corte. Assim, um exame com 10
cortes demorava 50 minutos, no mínimo.

Tomógrafo de primeira geração:

• Surgiu em 1972
• Feixe “em lápis”
• Detector único
• Rotação/translação
• 5 minutos para fazer um corte

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Scanners de Segunda geração

Já passaram a ser fabricados por


diversas empresas, possuíam ampola de
anodo rotatório, com feixe de RX em leque
e cerca de 30 detectores, movimento
solidário de translação-rotação de 30º.
Com estes avanços, o tempo de corte foi
reduzido para 10 a 90 segundos. Porém,
ainda assim, somente de maneira precária
se conseguia fazer estudos de abdome e
tórax. Nos aparelhos mais lentos era
impossível manter a apnéia durante o
corte, limitando o estudo ao SNC.

Tomógrafo de segunda geração:

• Surgiu em 1974
• Feixe “em leque” com ângulo de abertura de 10 graus
• Múltiplos detectores (~30)
• Rotação/translação
• Múltiplos ângulos de aquisição em cada posição
• Maior ângulo de rotação
• Tempo de varredura entre 10-90 segundos

Scanners de Terceira geração

O scanner de terceira geração inclui


um banco de até 960 detectores em
oposição ao tubo de raios X, que rodam em
conjunto ao redor do paciente em um ciclo
de 360° completo para criar um corte de
dados de tecidos. O paciente e a mesa são
então movimentados através da abertura
da gantry, e o tubo e os detectores rodam
um ciclo de 360° completo na direção
oposta para criar um segundo corte de
dados de tecidos. Os tempos de varredura
foram novamente reduzidos significativamente. Além disso, varreduras de 1
segundo são utilizadas para a maioria dos modernos scanners de terceira
geração. Uma abertura maior permite a varredura de todo o corpo, que não era
possível com os scanners antigos.

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Tomógrafo de terceira geração:

• Surgiu entre 1975-1977


• Feixe “em leque” mais largo envolvendo toda a circunferência do paciente
• Múltiplos ângulos de aquisição em cada posição
• 500-1000 detectores
• Tempo de rotação mais curto – até 0.5 segundos
• Tempo de varredura entre 2 -10 segundos

Scanners de Quarta geração

Os scanners de quarta geração se


desenvolveram durante a década de 1980 e
possuem um anel fixo de até 4800
detectores, que circundam completamente o
paciente em um círculo completo dentro da
gantry. Um tubo de raios X único roda
através de um arco de 360° durante a coleta
de dados. Através de todo o movimento
rotatório contínuo, pequenas rajadas de
radiação são fornecidas por um tubo de
raios X pulsado com ânodo rotatório com
feixes em leque que fornece tempos de varredura menores, reduzindo o tempo
de exame para 1 minuto num exame de cortes múltiplos (semelhante a um
scanner de terceira geração).

Tomógrafo de quarta geração:

Surgiu em 1981
Feixe “em leque”, largo
Rotação do tubo
Múltiplos detectores fixos (até 4800) circundando completamente o
paciente
Tempo de rotação mais curto – até 0.5 segundos

Em todo equipamento de TC, o chamado corte circular é realizado com o


paciente parado, deitado na mesa de exame. Terminado o corte, o paciente é
deslocado e o corte seguinte é realizado. Rotineiramente o plano de estudo é
axial, podendo ser feito corte coronal nas extremidades e no crânio.

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A espessura do corte é dada pela


abertura do colimador e varia de 1 mm (ouvido,
sela túrcica, etc.) a 10 mm (abdome, cérebro,
etc.). Espessuras intermediárias são usadas em
seios da face, órbita, fossa posterior, coluna,
adrenais, etc. O deslocamento da mesa
determinará se vai ocorrer intervalo entre os
cortes, superposição ou nenhum dos dois.
Assim se usarmos cortes de 10 mm e
deslocarmos o paciente 10 mm, os cortes serão contíguos. Se cortarmos com
10 mm e deslocarmos 15 mm haverá intervalo de 5 mm entre os cortes. Se
cortarmos com 5 mm e deslocarmos 3 mm teremos superposição. A rotina são
os cortes contíguos, mas usamos intervalos nos longos exames de triagem de
neoplasia, com estudo combinado de tórax e abdome, por exemplo. A
superposição é usada quando precisamos de alto detalhe em reconstruções
nos planos sagital ou coronal, por exemplo. Antes de iniciar os cortes, se faz
uma radiografia digital, na qual se planeja o estudo. São traçadas linhas na
topografia de cada corte, servindo estas como base para a localização destes.

Scanners de TC por Volume (helicoidal/espiral) ( quinta geração )

Durante os primeiros
anos da década de 1990, um
novo tipo de scanner foi
desenvolvido, chamado scanner
de TC por volume
(helicoidal/espiral). Com esse
sistema, o paciente é movido de
forma contínua e lenta através da abertura durante o movimento circular de
360° do tubo de raios X e dos detectores, criando um tipo de obtenção de
dados helicoidal ou “em mola espiral”. Dessa forma, um volume de tecido é
examinado, e dados são coletados, em vez de cortes individuais como em
outros sistemas. (Helicoidal e espiral são termos específicos de fabricantes
para scanners do tipo de volume.)
O grande progresso que ocorreu entre a segunda e a terceira geração
de tomografia foi a passagem do movimento linear para o giro de 180º. Agora,
outro progresso importante ocorreu: a passagem do giro de 180º para o giro
contínuo. Os equipamentos eram obrigados, pelos cabos utilizados na
transmissão de energia elétrica, a fazer um movimento de ida e voltar ao ponto
de partida antes de fazer outro movimento de ida.
O desenvolvimento de anéis de deslizamento para substituir os cabos de
raios X de alta tensão permite rotação contínua do tubo, necessária para
varredura do tipo helicoidal. Anteriormente o movimento do tubo de raios X era

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restrito por cabos de alta tensão fixados, e limitado a uma rotação de 360° em
uma direção compreendendo um corte, seguida por outra rotação de 360° na
direção oposta, criando um segundo corte com o paciente movendo um
incremento entre os cortes. Permitindo rotações contínuas do tubo, que,
quando combinadas com o movimento do paciente, criam dados de varredura
do tipo helicoidal com tempos totais de varredura que são a metade ou menos
daqueles de outros scanners de terceira ou quarta geração.
Nesta técnica a ampola
gira e emite RX ao mesmo
tempo em que a mesa é
deslocada, sendo a imagem
obtida a partir de uma espiral
ao invés de um círculo. A
apresentação da imagem não
muda, entretanto. Continuamos
a fotografar uma fatia circular.
O que ocorre é que o
computador interpola parte da imagem de uma espira com parte da seguinte,
formando uma imagem como a do corte circular.
O que muda então com a técnica espiral? Primeiro existe um ganho
em velocidade. Segundo, existe um ganho ao se realizar uma série de cortes
durante uma apnéia, pois, não havendo movimento respiratório a reconstrução
é muito melhor. Imagine a reconstrução sagital ou coronal como uma pilha de
moedas (os cortes axiais) que podemos “cortar” de cima para baixo. Na técnica
helicoidal não existe desalinhamento entre os cortes, provocados pelas pausas
respiratórias. Assim as reconstruções são muito melhores, em especial a dos
vasos.
O avanço mais marcante com a técnica helicoidal ocorreu a nível do
abdome e tórax, devido ao impacto da técnica sobre a dificuldade de se lidar
com a movimentação respiratória. No SNC ela é somente usada em situações
onde existem problemas com movimentação, como em estudos de pediatria,
por exemplo.

No Tomógrafo helicoidal são contínuos:

Rotação do tubo e detectores (em alguns aparelhos os detectores


podem ser fixos)
Emissão de RX
Movimento da mesa
Aquisição de dados

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Vantagens da TC helicoidal:

Maior velocidade de escaneamento:


Exames mais rápidos;
Maior numero de pacientes;
Redução de artefatos de movimento;
Diminui a dose de contraste EV e permite avaliar diferentes fases da
passagem do mesmo pelas vísceras;
Aquisição volumétrica (sem espaçamento);
Aumenta a capacidade de diagnosticar pequenas lesões;
Reformatação de alta qualidade.

Scanners de TC Multicorte
Os scanners de terceira e
quarta gerações desenvolvidos
antes de 1992 eram
considerados scanners de corte
único, capazes de obter imagens
de um corte de cada vez. No final
de 1998, quatro fabricantes de
TC anunciaram novos scanners
multicorte, todos capazes de
obter imagens de quatro cortes
simultaneamente. Esses são
scanners de terceira geração com capacidades helicoidais e com quatro
bancos paralelos de detectores, capazes de obter quatro cortes de TC em uma
única rotação do tubo de raios X.

Características:

Mais de uma fileira de detectores.


Maior número de arcos detectores permite um maior número de cortes
por rotação do tubo.
Feixe deixa de ser delgado, assumindo um formato piramidal.
Baixíssimos tempos de aquisição: 0,5s.
2000 imagens por exame.
Pode ser associado à TC helicoidal ou convencional.

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Sistema de canhão de elétrons ( sexta geração )

Este modelo de
tomógrafo é o mais
moderno que existe e
utiliza-se de um
conceito diferente na
geração de raios X.
Conhecido como
Electronic Beam
Computed Tomography
– EBCT (Tomografia Computadorizada por Canhão de Elétrons), este tipo de
aparelho se destaca por não possuir tubo de raios X ou ampola. A geração do
feixe de fótons é realizada ao ar livre, sem confinamento, a partir de um canhão
de elétrons, que faz às vezes do cátodo. Os elétrons são acelerados pelo
canhão e desviados por um conjunto de bobinas ao longo to trajeto em direção
ao alvo. O alvo, ou o ânodo, a ser atingido é um dos vários anéis de tungstênio
que circundam o paciente na metade inferior do equipamento (parte inferior da
mesa). Quando os elétrons atingem o alvo com energia suficiente ocorre o
fenômeno de geração de raios X pela transferência de energia dos elétrons
para o átomo de tungstênio. Este fenômeno é idêntico àquele que ocorre
dentro de uma ampola comum de raios X.
Os anéis são desenhados para que as "pistas anódicas" neles contidas
produzam um feixe de fótons com direção conhecida e precisa. A direção do
feixe é a dos sensores de raios X, que estão posicionados diametralmente
opostos aos anéis-alvo. No caminho entre os anéis e os sensores, o feixe de
fótons interage com o paciente que está sobre a mesa.
A vantagem deste tipo de tecnologia está principalmente no fato de não
existirem partes móveis, o que sempre é um fator de limitação na velocidade de
geração de imagens nos tomógrafos giratórios. Além disso, há uma grande
melhora na dissipação de calor gerado pela produção de raios X, já que a
"pista anódica" possui área muito maior e fica um tempo muito menor
recebendo o impacto dos elétrons acelerados. Atualmente, existem mais de
100 EBCT instalados no mundo, com os Estados Unidos hospedando mais de
70% destas unidades.

Partes componentes de um UltrafastCT da Imatron (Imatron Inc., divulgação).

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Descrição das partes:

A - Canhão de Elétrons: permite até 640 mA de potência de raios X.


B - Feixe de Elétrons: pode ser gerado com tempos da ordem de milisegundos.
C - Sistema de refrigeração interno auto-contido: retira todo o calor gerado nos anéis,
eliminando o tempo morto entre os cortes e permitindo longos tempos de exames (para
volumes grandes).
D - Sistema de Aquisição de Dados: desenvolvido para permitir uma aquisição contínua de
dados tomográficos.
E - Anéis-Alvo: construído de alvos múltiplos (na forma de semi-anéis) para uma varredura
otimizada de corte simples ou cortes múltiplos.
F - Mesa com Movimento Preciso e Rápido: permite o movimento contínuo da mesa para a
varredura de volumes.

Tomógrafo Móvel
A Philips Medical System já possui
um tomógrafo móvel, conhecido como
Tomoscan M. Dividido em três partes,
todas com rodas, o portal (450 kg), a
mesa para o paciente (135 kg) e o
console de comando podem ser levados
a qualquer local do hospital. Com
dimensões que permitem passar por
portas de 90 cm de largura, inclusive ser
levado em elevadores, este sistema
diminui o trauma do paciente de ser removido de seu leito para ser levado até a
sala de tomografia.
O tomógrafo possui um sistema elétrico que funciona com 4 baterias, o
que permite que qualquer tomada de parede de 220 V, com capacidade para
10 Amperes, possa carregar as baterias. Alem da mobilidade, o sistema de
baterias permite ao tomógrafo funcionar quando há falta de energia elétrica no
hospital, aliviando o sistema de fornecimento de emergência de energia.

PET (Positron Emission Tomography) - Tomografia por Emissão de Pósitrons:

O imageamento por emissão de


pósitrons inicia com a aplicação de um
traçador metabolicamente ativo - uma
molécula biológica que carrega um
isótopo emissor de pósitrons, como,
11
C, 13N, 15O ou 18F. Em alguns minutos,
o isótopo se acumula em uma área do
corpo em que a molécula tem afinidade.
Por exemplo, glucose rotulada com,
com meia-vida de 20 minutos, acumula

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no cérebro, onde a glucose é usada como fonte primária de energia. O isótopo


radiativo então decai por emissão de pósitron. O pósitron emitido colide com
um elétron livre normalmente antes de atravessar 1 mm do ponto de emissão.
A interação das duas partículas resulta na conversão de matéria em energia na
forma de 2 raios gamas, com energia total de 1,022 MeV. Estes raios gamas de
alta energia emergem do ponto de colisão em direções opostas, e são
detectados por detectores em volta do paciente. Quando os dois fótons são
detectados simultaneamente por um par de detectores, a colisão que deu
origem a eles teve origem na linha que une os dois detectores. Naturalmente
se um dos fótons foi espalhado, a linha de coincidências será incorreta. Depois
de, aproximadamente, 500000 eventos de aniquilação, a distribuição do
traçador é calculada por algoritmos de reconstrução tomográfica, reconstruindo
uma imagem bi-dimensional. A resolução espacial é deteriorada pela
ocorrência de coincidências acidentais.

SPECT (Simple Photon Emission Computed Tomography) – Tomografia


Computadorizada por Emissão de Fótons Simples:

Assim como na PET, SPECT calcula


a concentração de radionuclídeos
introduzidos no corpo do paciente. Como na
tomografia computadorizada, isto é feito
girando o detector de fótons em torno do
paciente, para detectar a posição e a
concentração do radionuclídeos. Como a
fonte, os radionuclídeos, está dentro do
corpo do paciente, a análise é muito mais
complexa do que para a tomografia
computadorizada, onde a localização e
energia da fonte, externa ao corpo, é
sempre conhecida. A energia dos fótons da SPECT é de cerca de 140 keV.
Como somente um fóton é emitido, não se pode utilizar a técnica de
coincidência, utilizada na PET. A resolução final, da ordem de 7 mm, é um fator
de 3 ou 4 pior do que na PET, e muito piores do que tomografia convencional.
As imagens são limitadas pelo ruído quântico. O custo de uma imagem SPECT
é da ordem de US$ 700, enquanto o de uma PET é da ordem de US$ 2000.

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SISTEMA TOMOGRÁFICO
Inicialmente poderíamos dizer
que o tomógrafo de forma geral,
independente de sua geração, é
constituído de três partes:

a) portal;
b) eletrônica de controle;
c) console de comando e computador.

Estes seriam os itens mais complexos e, com certeza, os que requerem


um maior cuidado por serem os mais caros. Há também uma tendência em se
reduzir o tamanho e simplificar os componentes que integram um sistema
tomográfico, o que acabará reduzindo as partes do sistema aos três itens
citados.
No entanto, um sistema de Tomografia Computadorizada é muito mais
do que apenas os componentes citados. Além desses equipamentos, o sistema
é completado com a parte de alta tensão/alta potência, a mesa motorizada para
o paciente, um console remoto para o médico radiologista fornecer o
diagnóstico, impressora fotográfica ou laser, entre outros. Vale lembrar que
cada um destes componentes é formado por inúmeras partes, sejam
mecânicas ou elétricas. Na Figura 1.11, a seguir, podemos verificar a forma de
interligação entres os diversos componentes.
Fisicamente, estes módulos, chamados de armários devido a
semelhança de forma, podem estar localizados na mesma sala ou em várias
salas distintas. Nos tomógrafos mais modernos, muitos destes armários foram
incorporados pelos portais, reduzindo, portanto o espaço total necessário para
a implantação de um serviço de tomografia. Esta redução chegou a ponto de
serem construídos tomógrafos móveis, que já estão disponíveis no mercado.

1 - Gantry (portal):

É o maior componente de um sistema


tomográfico e o que mais impressiona. Pelo
seu tamanho e imponência, pelo fato do
paciente ficar envolvido por ele durante o
exame e por não enxergarmos o movimento
do cabeçote e dos detectores, há sempre um
fascínio sobre seu funcionamento.
Estrutura complexa do ponto de vista
mecânico, cujo funcionamento elétrico não difere de um sistema de RX
convencional. Contém o tubo de RX com anodo giratório refrigerado a óleo ou

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água, filamento que pode ser simples ou duplo (dual); filtros e colimadores,
sistema de aquisição de dados, motores e Sistemas mecânicos que permitem
angulação e posicionamento (laser).
Engrenagens e
motores elétricos
garantem precisão e
velocidade ao sistema
de rotação. Pistões
hidráulicos permitem a
angulação que pode
alcançar ate 30 graus, o
que e importante para
alinhar a anatomia
quando necessário.
Os detectores são dispostos em oposição ao tubo ou como nos
tomógrafos mais modernos, em toda a circunferência do portal, podendo ser
moveis ou estáticos. Junto aos detectores encontram-se placas e circuitos
eletrônicos responsáveis pela transdução da informação sobre a quantidade
absorção do feixe de RX pelo corpo do paciente, em sinal eletrônico analógico.
A seguir essa informação e digitalizada e será transmitida ao
computador que fará os cálculos matemáticos necessários para a formação da
imagem. A tecnologia de anéis deslizantes (“slip rings”) - dispositivos
eletromecânicos condutores de eletricidade – eliminou a necessidade de cabos
de alta tensão, o que permite rotação continua sem a interferência de cabos. A
abertura e relativamente estreita – em torno de 70-85 cm.

Resumo dos Componentes:

Tubo de raios-X;
Conjunto de detectores;
DAS - Data Aquisition System;
OBC - On-board Computer - (controle de kV e mA);
Stationary Computer – (interação dos comandos do painel de controle
com o sistema);
Transformador do anodo;
Transformador do catodo;
Transformador do filamento;
Botões controladores dos movimentos da mesa e do gantry;
Painel identificador do posicionamento da mesa e do gantry;
Dispositivo laser de posicionamento;
Motor para rotação do tubo;
Motor para angulação do gantry.

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2 – Cabeçote:
O cabeçote de um tomógrafo é idêntico
ao de um equipamento de raios X convencional:
ampola com ânodo giratório, copo catódico,
refrigeração, filtragem, etc. Porém, devido ao
funcionamento constante do tubo durante um
exame, existe a necessidade de um sistema de
refrigeração eficiente. Vale lembrar, que no tubo
de raios X, 99% da energia gerada é
transformada em calor e apenas 1% é
convertida em fótons. No tomógrafo, todo este
calor é gerado durante alguns segundos de funcionamento, o que resulta numa
produção de calor de 1.000 a 10.000 vezes mais do que um tubo de raios X
convencional, que funciona durante tempos menores que 1 segundo. Cada
fabricante tem sua própria forma de energizar o tubo de raios X, dependendo
do desenho e da operação do tomógrafo computadorizado.

3 - Mesa de Exames

É o local onde o paciente fica posicionado e possui


as seguintes características:

Constituída de material radiotransparente;


Suporta 200kg;
Não enverga (alta resistência);
Movimenta-se até 200 cm em sentido
longitudinal (tampo deslizante);
Movimenta-se 120 cm em sentido horizontal
(sistema de elevação do tampo);
Importante fator principalmente em TC Multicorte;
Possui acessórios (suportes do crânio, dispositivos de contenção do
paciente, suportes de soro e outros).

4 - A Mesa de Comando

É o local de onde enviamos as


informações para o sistema, onde se
encontram armazenados os protocolos para
a aquisição das imagens e, ainda, o local
utilizado para o tratamento e documentação
das imagens adquirias. Na mesa de
comando podemos encontrar:

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Monitor para planejamento dos exames;


Monitor para processamento da imagens;
Teclado alfa-numérico;
Mouse;
TrackBall;
Sistema de comunicação com o paciente.

5 - Sistema de Radioproteção

Regulamentado pela portaria 453: sala de comando separada da sala de


exames, sala baritada, porta revestida, vidro plumbífero, monitoração individual
por dosímetros, luz de aviso, aventais de chumbo, protetores de gônadas e
tomografia computadorizada.

Finalidades:

Inibir exposição acidental


Inibir exposição ocupacional
Inibir doses desnecessárias nos pacientes

6 - Sistemas Integrados

A Bomba Injetora é conectada ao


aparelho de TC e é controlada por ele. Sua
finalidade é permitir que o contraste seja
administrado no paciente com tempo e
velocidade predeterminados para o exame.

SENSORES DE RAIOS X

Os detectores eletrônicos de raios X utilizados nos tomógrafos


computadorizados devem possuir três características importantes:

a) uma alta eficiência para minimizar a dose no paciente;


b) estabilidade ao longo do tempo;
c) ser insensível as variações de temperatura dentro do portal.

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A eficiência do sensor é uma função de três componentes básicos


durante a sua construção: geometria, captura do fóton e conversão do sinal.
Cada fabricante procura alterar a construção de seus detectores visando
melhorar uma destas características para obter uma eficiência total adequada.
A forma de ajuste desses pontos são considerados segredos industriais, pois
os sensores são fundamentais para definir a qualidade da imagem tomográfica
produzida.
A eficiência na geometria está ligada a área do sensor que é sensível
aos raios X em relação a área total de construção do sensor que será exposta
ao feixe. Separadores finos colocados entre os elementos detectores para
remover a radiação difusa, ou regiões insensíveis, irão degradar a eficiência
geométrica. A eficiência quântica (ou de captura do fóton) refere-se à fração do
feixe incidente no detector que será absorvida e contribuirá para o valor do
sinal medido. Não podemos esquecer que parte da energia dos fótons
incidentes nos sensores também é convertida em calor. A eficiência de
conversão está ligada na capacidade de conversão precisa do sinal de raios X
absorvido em um sinal elétrico. A eficiência total é um produto dos três fatores
e geralmente se encontra entre 0,45 e 0,85. Ou seja, há uma perda de 15% a
55% entre os fótons que estão disponíveis para conversão e o sinal elétrico
disponibilizado pelo sensor. Desta forma, o sistema de detecção é não-ideal e
resulta na necessidade de aumento da dose de radiação no paciente se o
objetivo for manter a qualidade da imagem. O termo eficiência de dose
algumas vezes é utilizado como sinônimo da eficiência do sensor.
Os sistemas comerciais de tomografia utilizam-se de dois dos três tipos
de sensores disponíveis: câmara de ionização e sensor de estado sólido. O
terceiro tipo de sensor de raio X, a câmara fotomultiplicadora não pode ser
utilizada em tomografia devido ao volume necessário para construí-la (sua
miniaturização é impossível).

Sensores de Estado Sólido


Os sensores de estado sólido consistem em
um arranjo de fotodiodos e cristais de cintilação. Os
detectores de estado sólido normalmente possuem
uma alta eficiência quântica e de conversão, e uma
faixa dinâmica larga. O princípio de funcionamento é
simples. Os cristais são atingidos diretamente pelo
feixe de fótons de raios X. Estes fótons irão interagir
com os átomos do cristal que irão transformar a
energia de raios X em energia luminosa. Os fótons
de luz produzidos serão então emitidos em todas as direções, porém,
preferencialmente na direção oposta à incidência do feixe. Por sua vez, os
fótons de luz irão atingir o fotodiodo (diodo sensível à luz) que é construído
junto ao cristal de cintilação.

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Tomografia Computadorizada 19

Sensores de estado sólido:

(a) detalhe da montagem do


fotodiodo e do cristal de cintilação;
(b) arranjo de detectores colocados
lado a lado, até 4800 elementos.

Câmaras de ionização
Consistem de câmara preenchida
por gás comprimido (geralmente Xenônio)
na pressão de 30 atm. Por dois motivos:
aumentar a energia das moléculas de gás
facilitando a liberação de elétrons quando
incidir o RX e também para aumentar a
quantidade de átomos do gás disponível
para interagir com o feixe. A câmara é compartimentalizada através de laminas
de Tungstênio que coletam os íons liberados. Este tipo de detector tem
eficiência quântica menor se comparado ao de estado solido.
Neste tipo de dispositivo a detecção da radiação X ocorre de maneira
muito simples. O fóton X ao atravessar o gás pode atingir um dos átomos e
transferir sua energia para que um elétron do mesmo se torne livre. Uma alta
tensão é aplicada aos separadores de tungstênio, que são colocados entre as
câmaras, a fim de coletar os elétrons livres que são produzidos pela radiação.
Uma vez que vários elétrons sejam coletados, obtém-se então uma corrente
elétrica facilmente mensurável.

Câmara de ionização: (a) detalhe da montagem; (b) detalhe elétrico.

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Tomografia Computadorizada 20

Esquema do funcionamento dos detectores:

Colimação
A colimação é necessária durante a
operação do tomógrafo pelas mesmas razões que
ela é necessária na radiografia convencional. Uma
colimação adequada reduz a dose no paciente pela
restrição do volume de tecido a ser irradiado. Mais
importante ainda é a qualidade de contraste da
imagem que é aumentada pela diminuição da
radiação secundária.
Na tomografia computadorizada é comum
ser colocado dois conjuntos de colimadores. Um
conjunto de colimador é montado junto ao cabeçote (pré-paciente) e ajuda a
controlar a dose de radiação no paciente.
O outro conjunto de colimadores é colocado logo a frente dos detectores
(pós-paciente) e influencia na qualidade da imagem, pois reduz a radiação
secundária, define a espessura do corte e também limita o campo de visão ou
largura do corte (scan diamenter ou field of view).

Sistema Elétrico
Todos os tomógrafos
computadorizados trabalham com
tensão de tubo (kVp) fornecida por
sistemas trifásicos ou de alta freqüência.
Isto garante a eficiência do sistema, pois
garante que a produção de fótons seja
constante durante todo o exame e o
feixe terá sempre o mesmo espectro. Os
sistemas de alta freqüência têm sido

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Tomografia Computadorizada 21

preferidos pelos fabricantes no desenvolvimento de TC mais modernos, pois


permitem a compactação dos circuitos eletro-eletrônicos, permitindo que o
sistema de potência seja instalado dentro do próprio portal. Há, então, uma
grande economia de espaço físico na sala, pois se diminuí um armário, e
ganhe-se também na facilidade e barateamento do custo de manutenção.

Tecnologia de anéis deslizantes (slip ring technology): - 1990

Na maioria dos tomógrafos de


gerações anteriores, as conexões
entre os componentes do sistema
rotacional do portal e os componentes
da parte estacionária do mesmo,
eram feitas através de cabos de
espessura limitada e havia
necessidade de necessidade de
rotação de ate 700 graus. O sistema
precisava parar para reverter a rotação entre os cortes. Com a tecnologia de
anéis deslizantes, “escovas” elétricas permitem conexão entre os componentes
rotacionais e estacionários. Com isso foi possível desenvolver os sistemas
helicoidais. A função critica dos sistemas de anéis deslizantes e fornecer
kilowatts para energizar o tubo de RX ao mesmo tempo em que transfere sinais
digitais em alta velocidade e controla estes sinais.

Características:

Cabos conectados a anéis estáticos;


Energia e sinais transmitidos para componentes rotacionais e
estacionários do portal através de escovas estacionárias que deslizam
sobre os anéis;
Permite rotação contínua;
Não necessita rodar e parar;
Tempo de escaneamento ~ 0.3 s.

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Tomografia Computadorizada 22

FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA

Matriz da Imagem
Para entendermos melhor
como é gerado um tomograma,
primeiro temos que entender
como o computador trabalha com
a imagem. A imagem que é
apresentada ao técnico ou ao
radiologista, seja no monitor ou
no filme, é formado pela diferente
coloração em níveis de cinza de
milhares de pontos. Assim, como
ocorre no televisor, a imagem obtida do corte da anatomia é na realidade um
conjunto de pontos com tons diferentes. É como se a imagem fosse dividida em
uma matriz de N x N pontos.
Atualmente, a imagem tomográfica é gerada com matrizes a partir de
256 x 256 pontos, passando por 320 x 320 até 512 x 512 pontos.
Equipamentos mais modernos chegam a trabalhar com matrizes de 1024 x
1024 pontos, o que significa dividir a imagem em mais de 1 milhão de pontos.
E o trabalho do equipamento tomográfico, juntamente com o
computador, é justamente definir, indiretamente, o valor da densidade daquela
pequena porção de tecido humano que cada um destes pontos está
representando. Se houver uma mínima diferença de densidades entre dois
pontos consecutivos, então o computador atribuirá um tom de cinza diferente
para cada um dos pontos, resultando no contraste que levará ao diagnóstico
médico.

Elementos Fotográficos
A menor unidade de dimensão
ou de imagem do tomograma
computadorizado é o ponto
fotográfico, conhecido em inglês por
pixel (picture element), conforme
demos uma idéia acima. O pixel não
tem uma dimensão ou comprimento
definido, pois depende do tamanho do
campo de visão e da matriz de
imagem. Assim, a escolha dos dois
pelo técnico irá determinar que o pixel represente certa porção da área
transversal ou corte realizado no paciente.
O campo de visão (CDV), ou field of view (FOV), ou ainda scan
diameter, é um valor fornecido pelo técnico operador quando da realização de

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Tomografia Computadorizada 23

cada exame e representa a largura de visualização da imagem. O valor que o


técnico escolhe é definido pela largura do paciente ou da anatomia que está
sob exame e pode representar um quadrado de lado L ou um círculo de
diâmetro L. Este valor está diretamente relacionado com a região do exame:
para crânio, o campo de visão é da ordem de 24 cm, para tórax/abdômen
utiliza-se 35 cm ou 42 cm (paciente obeso). Os valores permitidos para o FOV
podem ser fixos (2 ou 3 valores) nos equipamentos mais antigos, ou ajustáveis
de 1 em 1 cm nos tomógrafos mais modernos.
A definição desta medida pelo técnico permitirá a visualização da
imagem com a melhor resolução possível dentro dos limites do equipamento.
Por isso, quando o equipamento permitir a definição exata do campo de visão,
o técnico deverá utilizar o espessômetro para medir o paciente e com isso
informar ao computador a medida exata.
Se o técnico especificar um campo de visão menor do que a largura do
paciente, ele estará ampliando a anatomia central do paciente, o que pode ser
útil para alguns diagnósticos por permitir uma melhor resolução da imagem.
Este procedimento resulta em menos distorções na imagem do que ampliar a
imagem após a realização do exame (ampliação digital).
Porém, devemos lembrar que a imagem apresentada na tela, não
representa apenas um corte que separou a anatomia do paciente em duas
partes, superior e inferior, ou direita e esquerda. Na realidade, o corte realizado
no paciente possui uma espessura de alguns milímetros. Logo, a densidade
apresentada através do tom de cinza pelo pixel na tela estará representando na
realidade, não uma área, mas sim a densidade de um pequeno volume do
corpo do paciente, conforme ilustra a Figura acima. Conhecido como voxel,
este elemento, ou esta quantidade, deve ser do entendimento principalmente
do radiologista, pois de acordo com os parâmetros utilizados, o tamanho do
voxel irá definir o menor tamanho de patologia a ser identificada.
Uma vez que saibamos o valor do campo de visão e a matriz escolhida,
podemos calcular o quanto representa, ou qual a dimensão de cada pixel em
termos de medidas reais. Para tanto, basta que dividamos a dimensão do
campo de visão pelo valor da matriz. Vejamos os exemplos:

a) campo de visão de 24 cm apresentado por uma matriz de 256 x 256 pixels


1 pixel = 240 mm / 256 = 0,9375 mm
b) campo de visão de 35 cm apresentado por uma matriz de 256 x 256 pixels
1 pixel = 350 mm / 256 = 1,3671 mm
c) campo de visão de 35 cm apresentado por uma matriz de 512 x 512 pixels
1 pixel = 350 mm / 512 = 0,6835 mm
d) campo de visão de 45 cm apresentado por uma matriz de 512 x 512 pixels
1 pixel = 450 mm / 512 = 0,8789 mm

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Como podemos ver, o ponto colorido na tela pode representar uma área no
paciente de 0,6835 mm x 0,6835 mm ou uma área de 1,3671 mm x 1,3671mm.
Isto dá uma diferença de 4 vezes entre a menor (0,467 mm2) e a maior área
(1,869 mm2). Logo, por exemplo, patologias menores que 1 mm2 não seriam
detectadas com a escolha da resolução maior (opção b).
Esta mesma relação também pode ser estendida para a questão do
voxel, bastando apenas multiplicar os valores das dimensões do pixel pela
espessura do corte realizado. Assim, teríamos a noção do menor volume
identificável pelo exame tomográfico.

Vejamos os exemplos:

a) campo de visão = 24 cm; matriz = 256 x 256 pixels; corte = 1 mm


1 voxel = (240 mm / 256 )2 x 1 mm
1 voxel = (0,9375)2 x 1 mm = 0,8789 mm3
b) campo de visão = 24 cm; matriz = 256 x 256 pixels; corte = 5 mm
1 voxel = (240 mm / 256 )2 x 5 mm
1 voxel = (0,9375)2 x 5 mm = 4,3945 mm3
c) campo de visão = 35 cm; matriz = 256 x 256 pixels; corte = 1 mm
1 voxel = (350 mm / 256 )2 x 1 mm
1 voxel = (1,3671)2 x 1 mm = 1,8689 mm3
d) campo de visão = 35 cm; matriz = 256 x 256 pixels; corte = 5 mm
1 voxel = (350 mm / 256 )2 x 5 mm
1 voxel = (1,3671)2 x 5 mm = 9,3448 mm3

Com os exemplos podemos notar que para que um tumor seja detectável,
seu volume mínimo deve ser muito próximo do volume de voxel. Por isso,
cortes mais finos e matrizes maiores são sempre recomendadas por permitirem
uma maior resolução na imagem. No entanto, o tempo e o esforço
computacional aumentam também consideravelmente.

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Reconstrução da Imagem
A imagem tomográfica,
embora pareça ser a
representação quase perfeita das
anatomias do paciente em exame,
na realidade é um conjunto de
números, transformados em tons
de cinza, que informam a
densidade ou atenuação de cada
ponto da anatomia examinada.
Como as partes anatômicas
possuem densidades distintas,
dependendo das células que a compõem, as informações das densidades
acabam formando imagens que, na tela, desenham as várias anatomias do
corpo humano.
Para descobrir o valor de densidade de cada ponto interior ao corpo
humano, o tomógrafo realiza a medição da atenuação de radiação que o corpo
humano provoca quando atravessado por um feixe de raios X. Como esta
atenuação é realizada por todo o corpo, é necessário que se façam várias
exposições em diferentes ângulos. Assim, se obtém uma grande quantidade de
dados para que o computador possa definir ponto por ponto da imagem qual
seu valor de atenuação, ou de densidade. A transformação desses valores de
atenuação nos vários níveis de cinza a cria uma imagem visual da seção
transversal da área examinada.
Os valores de atenuação para cada conjunto de projeção são
registrados no computador e a imagem tomográfica computadorizada é
reconstruída através de um processamento computacional complexo. O
número finito de valores de atenuação correspondente ao objeto varrido é
organizado na forma de uma matriz ou tabela. O tamanho da matriz da
imagem, ou seja, o número de pontos fotográficos calculados (pixel’s) irá
implicar no número de projeções individuais. O tamanho da matriz, ou tabela,
contudo, também influencia na qualidade da resolução da imagem. Matrizes
maiores significam mais pontos e pixel’s de menor área, o que resulta em mais
detalhes. No entanto, implicam num esforço computacional muito maior pelo
computador.
A Intensidade de Radiação Residual compreende a radiação incidente
menos a radiação absorvida pelo objeto e pode ser obtida segundo a equação:

N = NO. e–( µ)x

Onde:

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Tomografia Computadorizada 26

N = Intensidade de Radiação Residual


NO = Intensidade de Radiação Incidente
e = Base do logaritmo natural (2,718)
µ = Coeficiente de atenuação linear
x = Espessura do objeto

Considerando que a imagem tomográfica e formada por "n" pequeninos


blocos de imagem correspondentes a cada voxel da matriz, a equação se toma
mais complexa a medida que as matrizes vão apresentando melhor resolução.
Num equipamento atual que trabalha com matriz 512 x 512, a equação poderia
ser assim representada:

N = NO . e- (µ1 + µ2 + µ3 + µ512) . x

O numero de equações utilizadas para reconstrução de uma imagem


aumenta em função do numero de detectores do equipamento e do numero de
projeções utilizadas na construção da imagem. Nos equipamentos atuais de
matriz de alta resolução são necessárias, muitas vezes, o emprego de 200.000
equações para a reconstrução de uma única imagem, dai a necessidade de um
sistema de computação potente e veloz.

Métodos de Reconstrução das Imagens

O método matemático utilizado na reconstrução das imagens e


denominado algoritmo. Basicamente três formas de cálculos são utilizadas para
este fim:

1. retroprojecão;
2. O método interativo;
3. O método analítico.

Retroprojeçao

É um método teórico, não


utilizado nos equipamentos atuais.
Consiste basicamente na obtenção de
imagens em diferentes projeções, com
a correspondente somatória dos
resultados obtidos em cada projeção,
ou seja, considera-se que o corpo
humano é feito de um mesmo material
ao longo daquele caminho. A

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intensidade medida pelo detector é chamada na literatura de raio-soma. Isto é


feito para lembrar que o “raio” detectado é a soma de todos os efeitos de
atenuação ao longo do caminho percorrido através do paciente.
O resultado final apresenta a imagem real do objeto, contaminada pelo
efeito das inúmeras projeções.

O método Interativo

O método interativo considera um valor médio de atenuação para cada


coluna ou linha da imagem. A partir deste pressuposto, compara os resultados
obtidos com a media previamente estabelecida e faz os ajustes necessários
adicionando·se e subtraindo-se valores em densidades para cada elemento da
imagem, ate a sua reconstrução final. O primeiro equipamento de tomografia
E.M.I utilizou este método para a reconstrução de suas imagens. Embora
parecido com o método da retroprojeçao, apresenta imagens mais nítidas, por
eliminar as "contaminações".

O método Analítico

É o método utilizado em quase todos os equipamentos comerciais. O


método analítico ainda e dividido em dois métodos amplamente conhecidos
entre os matemáticos:

A analise bidimensional de Fourier;


Retroprojeçao filtrada.

Analise Bidimensional de Fourier

O método da analise bidimensional de Fourier consiste em analisar


funções de tempo e de espaço pela soma das freqüências e amplitudes
correspondentes. Trata-sede um método complexo para os nossos
conhecimentos e que foge ao escopo deste texto.
A vantagem do uso do método analítico pela analise bidimensional de
Fourier reside no fato de o computador poder trabalhar com maior velocidade,
dado este relevante em qualquer sistema de tomografia.

Retroprojeçao Filtrada

O método analítico de retroprojeçao filtrada e similar ao de


retroprojeçao, exceto pelo fato de que as freqüências correspondentes ao
barramento verificado na retroprojeçao são eliminadas, tornando a imagem
mais nítida. E um método utilizado em alguns equipamentos comerciais.

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Após todos os cálculos, as várias imagens são somadas


ponderadamente para que se possa obter a imagem final do corte, que pode
ser então apresentada no monitor.

Resumao:

Formação da Imagem Tomográfica

O processo pode ser


dividido em três fases: aquisição
de dados, reconstrução
matemática da imagem e
formatação e apresentação da
imagem.

a) Fase de Aquisição de Dados

A fase de aquisição de dados é também conhecida como fase de


varredura ou de exploração. Inicia-se com a exposição de uma seção da
região do corpo a um feixe colimado de raios-X.
O raio, ao atravessar o corpo, é atenuado, e a leitura do sinal do detector
é proporcional ao grau de atenuação ou ao grau de penetração do raio.
Portanto, a intensidade do sinal do detector é uma medida da
atenuação.
O ângulo mínimo de varredura necessário para obter a imagem através
do mapeamento dos coeficientes lineares de atenuação da seção é
180°. Os dados são duplicados se a rotação é completa, 360°, típica das
varreduras convencionais.
Varreduras com ângulos menores são realizadas com o objetivo de
diminuir o tempo de varredura e com ângulos maiores para diminuir os
artefatos de movimento, em estudos das regiões do tronco.

b) Fase de Reconstrução da Imagem

A reconstrução de imagem de TC é um processo realizado por


computador. Algoritmos matemáticos transformam os dados
brutos em imagem numérica ou digital. A imagem digital é uma
matriz bidimensional, em que cada elemento de matriz,

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denominado de pixel, recebe um valor numérico denominado de


número de TC. O número de TC está relacionado ao coeficiente
linear médio de atenuação do elemento do objeto, o voxel, que
ele representa.
O tamanho do voxel é fundamental na qualidade da imagem,
sendo selecionado de acordo com o requisito clínico da imagem.
Sua altura é igual à espessura do corte e a base é estabelecida
pela razão entre o campo de visão e o tamanho da matriz. O
campo de visão (FOV) é o diâmetro máximo da imagem
reconstruída, selecionado pelo operador. A matriz de
reconstrução é, em geral, de 512 x 512 ou 1024 x 1024 pixels.

c) Fase de Apresentação da Imagem

A fase final é a conversão da imagem digital em uma imagem de


vídeo, para que possa ser diretamente observada em um monitor
de TV e, posteriormente documentada em filme.

QUALIDADE DE IMAGENS EM TC

Em TC a visibilidade das imagens produzidas depende não apenas das


características do tomógrafo, mas principalmente de como o mesmo e operado,
ajustando os protocolos de acordo com as necessidades do exame que vai ser
realizado.
Essa afirmação levanta uma questão interessante: se a qualidade de
imagem pode ser ajustada pelo operador, porque então não ajustar sempre
para a melhor qualidade e visibilidade? A resposta não é tão simples quanto a
pergunta, mas em imagenologia medica sempre existem ganhos e perdas a
serem considerados:

Muitas vezes quando se muda um item no protocolo para melhorar a


qualidade das imagens, outra característica pode ser prejudicada na sua
qualidade;
Em imagenologia medica e fundamental equilibrar a qualidade de
imagens e a dose para o paciente.

Um protocolo otimizado equilibra as características da imagem (por


exemplo, borramento e ruído) e utiliza a dose de radiação necessária para
produzir a qualidade de imagem requerida. A tecnologia de imagens em
medicina e como uma extensão do olho humano. Da mesma forma que
utilizamos um microscópio, um telescópio, enfim, aparelhos para enxergar a

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distancia, os equipamentos médicos levam nossa visão a regiões invisíveis do


corpo humano.
Os equipamentos em
imagenologia médica devem
oferecer imagens com
sensibilidade de contraste
suficiente para distinguirmos
estruturas com densidades
semelhantes. Por exemplo, um
pequeno tumor no fígado, uma área se isquemia no encéfalo. Distinguir um
projétil de arma de fogo ou uma calcificação no corpo humano e sempre fácil,
pois sua densidade e muito elevada e produz alto contraste com o “fundo”.
A função principal da imagenologia em Medicina é converter o contrate
físico em contraste visual, transferindo o contraste entre as estruturas do corpo
para a imagem. A sensibilidade de contraste vai depender tanto das
características do método a ser utilizado, quanto das características intrínsecas
da região a ser examinada.

Resolução de contraste (RC)

Capacidade de distinguir duas densidades muito próximas. Em imagem


digital o parâmetro mais importante para definir contraste é a profundidade da
imagem ou o numero de bits por pixel – assunto que vamos discutir logo
abaixo. Isto define a amplitude das variações dos níveis de cinza. Uma
estrutura só será detectada se seu contraste com o meio for 3 a 5 vezes maior
que o nível de ruído. Quanto maior for a estrutura, melhor e a resolução de
contraste.

RC melhora com:

> Pixel
> Matriz (matriz fina)
> mAs ( < ruído)
> Espessura de corte
Tudo o que < o ruído aumenta a resolução de contraste

Resolução Espacial (RE)

Capacidade de distinguir dois pontos muito próximos entre si. Depende


de muitos fatores relacionados tanto a obtenção das imagens como ao
processo de reconstrução. Quanto maior o numero de projeções durante o
processo de escaneamento, melhor será a resolução espacial. Quanto menor o

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pixel, melhor será a resolução espacial. A Resolução Espacial também


depende do numero de pixels da matriz. Quanto mais “fina” (maior) for a matriz,
maior será o numero de pixels e melhor será a resolução espacial como se
pode ver abaixo:

Resumindo, a RE depende de:

Matriz

 > Matriz (matriz fina): > CSR – coeficiente sinal/ruído - (mas >
tempo de reconstrução)
FOV

 > FOV sem mudar a matriz: > pixel (mas < CSR)

Espessura de corte

 Cortes finos: < artefato de Volume Parcial

Numero de projeções

 > Nº projeções > RE

Parâmetros que Afetam a Qualidade da Imagem em TC

A qualidade da imagem de TC é uma matéria complexa influenciada por


parâmetros relacionados à dose, por parâmetros relacionados ao
processamento da imagem e por parâmetros clínicos.

1- Parâmetros Relacionados à Dose de Radiação

a) Fatores de Exposição

Os fatores de exposição relacionados à dose de radiação para o


paciente são os seguintes: tensão aplicada ao tubo de raios-X (kV), corrente no

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tubo de raios-X (mA) e tempo de exposição (s), os quais afetam tanto a


qualidade de imagem como a dose de radiação para o paciente.

b) Espessura de Corte
A espessura nominal do corte, entre 1 a 10 mm, é selecionada de
acordo com o tamanho da estrutura ou da lesão que se deseja estudar.
Contudo, deve-se estar atento às implicações da espessura de corte na
qualidade de imagem e na dose de radiação para o paciente.

c) Incremento de Mesa
Na TC seriada, a separação entre cortes irradiados e de imagem, é
definida como o incremento da mesa menos a espessura nominal do corte, que
são os parâmetros selecionáveis. Nos estudos clínicos, a separação entre
cortes encontra-se na faixa de 0 a 10 mm se os cortes não são superpostos.

d) Passo ou Fator de Passo

Na TC helicoidal a separação entre cortes, durante a fase de exposição,


é dada pelo passo. O passo é definido como a razão entre o deslocamento da
mesa durante uma rotação completa do tubo e a espessura nominal de corte.

e) Inclinação do “Gantry”

A inclinação do “gantry” é definida como o ângulo entre o plano vertical e


o plano formado pelo tubo de raios-X, o feixe de raios-X e o conjunto de
elementos de detecção. O gantry, normalmente, permite inclinação de –25° a
+25° Um ângulo diferente de zero pode ser apropriado para reduzir ou eliminar
artefatos ou reduzir a dose de radiação em órgãos ou tecidos radiosensíveis.

f) Volume de Investigação

O volume de investigação é o volume de imagem definido pelo início e


pelo fim da região estudada. Devem-se cobrir todas as regiões que tenham
possibilidade de apresentar sinais de doenças para a indicação do exame.
Considerando que todos os outros parâmetros permaneçam fixos, quanto
maior o volume de investigação maior será a dose para o paciente.

2 - Parâmetros de Reconstrução e Apresentação da Imagem

a) Campo de Visão (FOV)

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Tomografia Computadorizada 33

O campo de visão (FOV) é definido como o diâmetro máximo na imagem


reconstruída e abrange a faixa de 12 a 50 cm. Escolher um FOV pequeno
significa reduzir o tamanho do “voxel”, uma vez que se utiliza toda a matriz de
reconstrução para uma região menor do que no caso de um FOV mais extenso.
Isto traz a vantagem de melhorar a resolução espacial da imagem. Ao se
selecionar o FOV deve ser ponderado se todas as regiões com possíveis sinais
de doença foram incluídas. O FOV muito pequeno pode excluir sinais
relevantes da doença.

b) Algoritmo Matemático

O algoritmo de reconstrução é composto de instruções matemáticas


para o cálculo da imagem e as etapas principais são a convolução dos perfis
de atenuação e, posteriormente, a retroprojeção. O aspecto e as características
da imagem de TC são fortemente dependentes do algoritmo selecionado,
especificado pelo núcleo ou filtro de convolução

c) Tamanho da Matriz de Reconstrução

A matriz de reconstrução é o arranjo de linhas e colunas de pixels da


imagem reconstruída, tipicamente 512 x 512 e 1024 x 1024. Os tomógrafos
mais antigos apresentam matriz de reconstrução de menor tamanho.

d) Ajuste da Janela de Apresentação

Uma janela é caracterizada pela sua largura e o seu centro da janela,


expressos em UH. A largura de janela é definida como a faixa de números de
TC que é convertida em tons de cinza.
De modo geral, para reproduzir uma faixa ampla de tecidos é apropriada uma
janela mais larga. Janelas mais estreitas são mais convenientes para mostrar
tecidos específicos.

e) Filtros pós-Processamento

Em adição aos principais algoritmos de reconstrução que são aplicados


aos dados iniciais de atenuação (dados brutos), muitos tomógrafos oferecem
filtros pós-processamento que podem ser aplicados para suavizar ou
intensificar a imagem final na tela do monitor. Há uma larga variedade de tipos
desses filtros.

f) Fator de “zoom”

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A imagem digital permite o uso do recurso de “zoom” para magnificar a


imagem de um setor do campo investigado. Os valores dos pixels relativos
àquele setor são redistribuídos, por interpolação, por toda matriz de
apresentação. O “zoom” auxilia a análise de detalhes da imagem, acarretando,
porém, a perda de nitidez.

3 - Parâmetros Clínicos

O tamanho e a composição do paciente afetam os aspectos


característicos da imagem tomográfica. Para uma dada exposição, as imagens
de um paciente de grande porte apresentam mais ruído do que as imagens de
pacientes de menor porte. Então, espera-se que aumentando a dose de
radiação poder-se-á ter uma imagem melhor. Ocorre que a grande quantidade
de tecido adiposo em pacientes obesos produz melhor delineação das
estruturas do que ocorre com pacientes não obesos. Assim, a qualidade da
imagem para o diagnóstico pode ser adequada, embora com mais ruído.
O paciente deve permanecer o mais imobilizado possível. As fontes
principais de artefatos de movimentos involuntários do paciente são:
respiração, atividade cardiovascular, peristalse e engasgo. Os artefatos ficam
reduzidos diminuindo-se o tempo de aquisição de dados.
Os órgãos radiosensíveis devem ser protegidos sempre que possível
isto quando estiverem fora do campo de imagem, de 10 a 15 cm do volume de
investigação. O protetor de gônadas masculino tem se mostrado eficaz. O
mesmo não ocorre com os protetores das gônadas femininas.

COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO

O coeficiente de atenuação é uma medida


arbitrária criada por Hounsfield para quantificar a
atenuação do feixe de RX apos atravessar o corpo.
A representação de cada tecido na Escala de
Hounsfield (EH) varia de acordo com o quanto este
absorveu de fótons de RX. A água corresponde ao
valor zero da escala, valor de referencia por ser de
fácil obtenção para calibrar os aparelhos.
Tecidos muito densos como os ossos,
absorvem mais fótons que tecido pouco densos
como o ar nos pulmões. Por convenção – para manter correspondência com a
Radiologia - valores altos de atenuação (ossos) são representados em branco
e valores baixos (ar, gordura) em preto. A EH varia de -1000 (ar) a +1000
(osso). Atualmente foi estendida para + 4000 para poder incluir o osso cortical
muito denso.

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Tomografia Computadorizada 35

Valores de densidade

Para cada elemento de volume, voxel, o computador calcula um dado


valor numérico que representa o valor do coeficiente de atenuação daquele
voxel. Devemos lembrar que este valor de atenuação na realidade corresponde
à quantidade média de absorção de radiação daquele tecido representado pelo
pixel no monitor. A densidade na tomografia computadorizada é diretamente
proporcional (relação linear) com o coeficiente de atenuação, uma constante do
tecido influenciado por muitos fatores. O coeficiente de atenuação quantifica a
absorção da radiação X, para uma dada energia do fóton. Após a calibração
interna do tomógrafo, a densidade do tomograma para a água pura é ajustada
para o valor numérico 0, e a densidade do ar padrão para –1 000 unidades
Hounsfield (Hounsfield units, ou simplesmente HU). Esta relação entre o
coeficiente de atenuação do tecido e as unidades de Hounsfield forma a
conhecida ESCALA DE HOUNSFIELD.

Escala Hounsfield

Em tomografia
computadorizada, os
valores de atenuação são
medidos em unidades
Hounsfield (HU). O valor de
atenuação do ar padrão e
da água pura, definidos
como –1 000 HU e 0 HU,
respectivamente, representam pontos fixos na escala de densidade do TC e
mantêm-se inalterados mesmo com a variação da tensão do tubo. Esta é a
vantagem da Escala de Hounsfield, sua invariância com qualquer parâmetro
eletro-eletrônico, mecânica ou de processamento computacional. Desta forma,
os tomógrafos do mundo todo trabalham com esta escala, facilitando a troca de
informações entre técnicos e médicos radiologistas. Trata-se, pois, de um
padrão universal.
Dependendo da radiação efetiva gerada pelo aparelho de tomografia, a
relação da atenuação dos diferentes tipos de tecidos para o padrão da água
poderá variar. Portanto, os valores de densidades listados na literatura devem
ser considerados como simples indicações ou pontos de referência, e não
como valores absolutos para um determinado tecido ou órgão. Mas mesmo
assim, estes valores são suficientes para indicar ao radiologista se há sangue

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normal ou coagulado numa determinada lesão, ou mesmo ajudar a identificar


secreções presentes nos pulmões, por exemplo.
Na tabela 1, a seguir, podemos verificar um resumo dos valores médios
de alguns órgãos e tecidos do corpo humano, bem como a dispersão (variação
máxima e mínima) em torno deste valor médio. Estes mesmo valores podem
ser visualizados graficamente na figura abaixo.

Densitometria

A disposição dos detectores no anel de varredura facilita as medições


quantitativas de densidade em áreas selecionadas livremente no objeto sob
teste (regiões de interesse). O número de TC, ou unidade Hounsfield,
representa a média aritmética de todos os valores de atenuação medidos num
volume elementar individual - voxel. A imagem sozinha em nível de cinza de
um objeto varrido fornece algumas informações da densidade relativa
(radiodensidade) da estrutura presente na imagem. Através da comparação
com os tecidos circundantes, a estrutura pode ser descrita como isodensa
(mesma densidade), hipodensa (baixa densidade) ou hiperdensa (alta
densidade). Em órgãos parencmatosos como o cérebro, fígado, rins e
pâncreas, o valor de atenuação dos tecidos circundantes sadios é normalmente
usado para comparação.

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Tomografia Computadorizada 37

Os números de TC na faixa da água são descritos como água-densos,


aqueles na faixa da gordura como gordura-densos, e aqueles na faixa dos
músculos, como músculo-densos. Estas relações são úteis na descrição e
caracterização de tumores, abscessos e outras anomalias durante o
diagnóstico radiológico, e estão presentes na literatura médica.

Tempo de aquisição

Varreduras de tempo curto são desejáveis em tomografias


computadorizadas de corpo inteiro, uma vez que artefatos de movimentos
causados pela respiração, peristalgia e batimento cardíaco podem ser desta
forma eliminados. Sistemas de varreduras lentas com movimentos alternados e
de contra-rotação estão, contudo, sendo substituídos por sistemas de rotação
contínua, que apresentam tempos mais curtos de varredura. Por isso, o tempo
de realização do exame, que em alguns equipamentos pode ser ajustado pelo
técnico, também pode ajudar na melhora da qualidade da imagem.

VARIAÇÃO DA IMAGEM

A imagem tomográfica calculada pelo computador é na realidade um


conjunto de milhares de valores de Hounsfield memorizados numa matriz
quadrada. Estes valores podem variar normalmente de –1 000 HU a +3 095
HU, devido à codificação digital em 12 bits (212 = 4096). Porém, o que
interessa ao técnico e ao médico radiologista é uma imagem em tons de cinza
mostrada no monitor. Para que isso aconteça, é necessário que se realize uma
correspondência entre a Escala de Hounsfield e a escala de níveis de cinza.
Contudo, o olho humano normalmente só pode distinguir entre 20 e 30
tons diferentes. Se toda a escala de densidade de 4 000 HU fosse apresentada
em uma única imagem, o que seria visível seria apenas uma massa de tecidos
moles, alguma musculatura e ossos, além dos pulmões ou regiões com ar. O
médico radiologista seria capaz de distinguir apenas um tom de cinza dentro da

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faixa de diagnóstico de importantes tecidos moles. Pois a faixa entre –100 HU


e 100 HU seria vista pelo radiologista como uma mancha só. Ele não poderia
visualizar todas as nuances densitométricas mensuráveis pelo computador, e
importantes informações para o diagnóstico seriam perdidas.
A janela da imagem foi então
desenvolvida como uma forma de
produzir contrastes vívidos mesmo
em diferenças densiométricas
suaves. O nome janela é utilizado,
pois ela permite que se visualize
apenas uma parte da imagem, não
em tamanho, mas em contraste, e
também simboliza sua flexibilidade de
movimentação, tal qual uma janela
comum.
O conceito da janela torna possível a expansão da escala de cinza
(largura da janela – window width) de acordo com uma faixa arbitrária de
densidades. Valores de atenuação acima do limite superior da janela aparecem
com tom branco, e aqueles abaixo do limite inferior são apresentados em preto.
O nível ou centro da janela (window center) determina o centro da
escala de densidades, ou seja, quais estruturas e órgãos são representados
com os níveis intermediários de cinza. Os ajustes da janela devem ser
realizados de acordo com as estruturas a serem diagnosticadas. Janelas
estreitas proporcionam uma imagem de alto-contraste, no entanto, há o perigo
de estruturas fora da faixa da janela serem inadequadamente apresentadas ou
mesmo, não serem percebidas. Com ajustes de janela mais amplos, diferenças
pequenas de densidades aparecem homogeneamente sendo assim,
mascaradas. A resolução é desta forma reduzida.
Vejamos dois exemplos de janela e a visualização da conversão de HU
para cinza com ajuda da figura 2.16:

Ex. 1: valor central = 200 HU largura = 1400 HU cada nível de cinza representa
5,5 HU
Ex. 2: valor central = 1000 HU largura = 400 HU cada nível de cinza representa
1,5 HU

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Tomografia Computadorizada 39

Resumão:

Largura da Janela e Nível da Janela (Centro da Janela)

A largura da janela (WW) refere-se à extensão de números de TC que


são exibidos como matizes de cinza. Janela ampla indica mais números de TC
como um grupo (escala longa ou contraste baixo). Assim, a largura da janela
controla o contraste, (janelas amplas contraste baixo, como na obtenção de
imagens do tórax; janela estreita, contraste alto, como na obtenção de imagens
do crânio).
O nível da janela (WL), também chamado algumas vezes de centro da
janela, controla a densidade da imagem, ou determina o número de TC que
será o cinza central da extensão da largura da janela. O nível da janela é
geralmente determinado pela densidade de tecido que ocorre mais
freqüentemente dentro de uma estrutura anatômica.
Quando escolhemos uma “janela larga”, representamos centenas de
valores de densidade para cada tom de cinza, assim, conseguimos ver apenas
o que é muito diferente, por exemplo, ar e osso. A analogia é com uma grande
janela voltada para o horizonte. Para vermos “tudo” de uma vez, perdemos
pequenos detalhes. Assim, não é possível ver o parênquima cerebral, apenas
osso, por isto chamamos de “janela óssea” No tórax, o mediastino fica
obscurecido, mas o parênquima pulmonar é delineado pelo ar, por isto
chamamos de “janela pulmonar”. Qual a diferença entre elas? O “centro” a
janela larga para osso tem largura de 2000 UH e centro de 300 a 600. Na
janela pulmonar a largura é em torno de 2000 a 4000 UH e centro em torno de
600 negativos (-600 UH). O centro da janela fica na média das estruturas que
queremos ver melhor.
Quando escolhemos uma “janela estreita”, representamos poucas
unidades de densidade nos mesmos tons de cinza. Assim, perdemos os
extremos e ganhamos em capacidade de ver detalhes em torno do centro que
escolhemos. Novamente na analogia, é como se tivéssemos uma janela bem
estreita, perdendo a visão do horizonte, mas, tendo uma pequena porção de
cenário para ver, podemos ter maior detalhe do que estamos vendo. No caso
do tórax, vemos muito bem o mediastino e a musculatura. Esta janela é usada

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Tomografia Computadorizada 40

para procurarmos gânglios entre os vasos do mediastino, bem como


neoplasias e qualquer outra lesão com densidade de partes moles. No caso do
encéfalo, usamos a janela estreita, com centro na densidade do parênquima
cerebral, para vermos a diferença entre a substância branca e cinzenta,
permitindo o diagnóstico de lesões muito sutis. Em patologias como o Trauma,
por exemplo, onde procuramos fraturas e lesões parenquimatosas,
fotografamos os mesmos cortes duas vezes. Um filme com janela de partes
moles e outro com janela óssea.

JANELA: define a extensão de níveis de cinza que me interessa para ver uma
determinada parte do corpo. A largura de janela define os limites superior e
inferior da Escala de Hounsfield que me interessam:

Janela “aberta” – mostra a maioria das estruturas;


Janela “fechada” - seleciona menos estruturas mas fornece mais detalhe
e aumenta o contraste;

CENTRO (LEVEL):

Ajusta o centro da janela e é o centro da EH;


Nível alto: para visibilizar tecidos densos;
Nível baixo: para visibilizar tecidos de baixa densidade;

PROBLEMAS COMUNS EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

O efeito de Volume Parcial

Em tomografia, a imagem final representa a densidade correspondente


de cada tecido através de uma escala de cinzas. Particularmente nas imagens

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Tomografia Computadorizada 41

com pouca resolução (matrizes baixas), um voxel pode ser representado numa
tonalidade de cinza não correspondente ao tecido que representa. Isto pode
acontecer, por exemplo, quando um voxel representa a imagem de um material
de baixa densidade e parcialmente a imagem de um material de alta
densidade. Os cálculos efetuados pelo computador podem atribuir uma
tonalidade de cinza correspondente a de um tecido muscular, causando um
artefato de imagem conhecido por Efeito de Volume Parcial.Este efeito tende a
ser reduzido nas matrizes de alta resolução.

Artefatos

Artefatos de Anel (Rings Artifacts)

Os artefatos em forma de anel que se apresentam na imagem estão


inicialmente relacionados com problemas nos detectores. Como os detectores
necessitam de calibração com o “ar" para reconhecimento dos demais tecidos,
ocasionalmente pode ocorrer de perderem os valores de referencia, o que
ocasiona artefatos na imagem na forma de anéis. O primeiro procedimento do
operador nestas circunstancias é efetuar uma calibração nos detectores.
A periodicidade com que devemos fazer essas calibrações varia de
aparelho para aparelho. A maior parte dos equipamentos modernos admite
uma única calibração diária.

Materiais de Alta Densidade (Strike)

Objetos metálicos, como projeteis de bala, implantes de materiais de alta


densidade, como as obturações dentarias, entre outros, produzem artefatos
lineares de alta densidade em conseqüência dos altos coeficientes de
atenuação linear apresentados por estes materiais.
A presença desses artefatos pode ser atenuada a partir do uso de um
feixe de alta energia (120/140 kV), embora não possam ser evitados.

Materiais de Alto Número Atômico

Os materiais de numero atômico alto tendem a se comportar como os


materiais metálicos e a produzir artefatos do tipo "strike". Os meios de
contraste positivos como o iodo e o bário, em altas concentrações, devem ser
evitados ou usados com critério.

Ruído da Imagem

O ruído, aspecto que confere granulosidade as imagens, ocorre principal


mente em conseqüência da utilização de feixes de baixa energia ou quando o

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Tomografia Computadorizada 42

objeto apresenta grandes dimensões, como no caso dos pacientes obesos.


Nessas condições, ha que se aumentar a dose de exposição pelo aumento da
kilovoltagem, da miliamperagem ou pelo tempo de exposição.

PROCESSAMENTO DE IMAGENS
A unidade de processamento
é um computador, centro de todo o
sistema. Recolhe os dados brutos de
cada tomograma através dos
detectores. Os dados são
inicialmente armazenados no
formato digital. Imagens médicas
apesar de processadas digitalmente
tem que ser exibidas em formato
analógico.
Imagens analógicas incluem fotos, pinturas e imagens médicas
gravadas em filmes ou exibidas em monitores de computador, por exemplo.
Neste tipo de imagem podemos ver vários níveis de brilho (ou densidade do
filme) e cores. Trata-se de uma imagem continua e não composta de partes
(pixels). Imagens digitais são gravadas como vários números. A imagem e
dividida em uma matriz de pequenos elementos pictóricos (pixels). Cada pixel e
representado por um valor numérico.
A principal vantagem das imagens digitais e que podem ser processadas
de varias maneiras por sistemas de computação. Para serem captadas pelo
olho humano as imagens devem ser analógicas. Todos os métodos de imagem
que produzem imagens digitais devem convertê-las para imagens analógicas.
Não podemos “ver” imagens digitais, pois se trata de uma matriz matemática
de números.
Uma imagem digital é uma matriz de pixels. Cada pixel e representado por um
valor numérico. O valor do pixel esta relacionado ao brilho (ou cor) que vamos
enxergar quando a imagem digital for convertida em imagem analógica para
visualização. Quando visibilizamos uma imagem na tela do computador, por
exemplo, a relação entre o valor numérico atribuído ao pixel e o brilho exibido,
e determinada por ajustes de ”janela” como iremos discutir depois. Uma
imagem digital e representada no sistema de computação por números em
forma de dígitos binários denominados “bits” (binary digits).

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Tomografia Computadorizada 43

Ao lado pode ver se a estrutura de


uma imagem digital. Primeiro ela e
dividida em uma matriz de pixels. Depois
cada pixel será representado por uma
serie de bits. Vamos em seguida discutir
os aspectos que afetam o numero de
pixels em uma imagem e o numero de
bits por pixel (profundidade da imagem).

Sistemas numéricos: o sistema numérico


humano baseia-se em dez dígitos (temos 10
dedos nas mãos...). Acima de dez, cada digito
ocupa uma “casa” – dezena, centena, milhar,
etc.. O valor final é a soma dos valores
individuais em cada “casa”.
Sistema numérico de computadores:
representados por um espaço “cheio” e um
espaço em branco - dígitos binários (binary digits = bits).

Profundidade da imagem: Numero de bits que representa cada pixel na


imagem

Com 8 bits por pixel teremos 28 = 256


níveis de cinza o que é o mínimo necessário
para imagens medicas. O detalhe anatômico
depende das dimensões dos pixeis. Pixeis
largos induzem borramento na imagem, pois o
detalhe anatômico será representado por um
numero menor de pixeis:

Pixeis estreitos pixeis largos

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Tomografia Computadorizada 44

Tópicos sobre o uso de meios de contraste em TC

• Via oral (v.o),


• Endovenosa (e.v),
• Via retal (v.r) (quando o paciente apresentar perfuração em qualquer porção
do trato gastrointestinal),
• Uso de meios de contraste em tomografia é freqüente,
• Um dos contrastes positivos mais utilizados é à base de iodo,
• Contrastes positivos à base de bário também são utilizados numa escala
menor (sistema digestório).

Contrastes negativos

– Ar (colonotomografia e pneumoartrotomografia),
– Água (meio de contraste isodenso):
• não produz diferença de intensidade;
• evidencia a morfologia de determinadas vísceras,

Via oral ou via retal – contraste hidrossolúvel (a base de iodo) ou


baritado diluído

– Serve para aumentar a atenuação entre duas estruturas (análise de vísceras


ocas).
• Via oral – administrado 1 hora antes do exame em sala;

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• Via retal – fazer direto em sala (para doenças pélvicas);

• Contraste endovenoso – administrado para o realce das estruturas vasculares


e para aumentar o contraste entre as estruturas parenquimatosas:
vascularizadas, hipovascularizadas avascularizadas.
• O contraste iodado não-iônico vem progressivamente aumentando, devido à
diminuição de número de reações alérgicas adversas comparado ao iônico.

Volume de contraste nos exames de rotina em TC

– Volume médio de contraste no paciente adulto é de 1 a 1.5 ml/kg;


– Crianças 2ml/kg;
– Angiotomografia: 1,5 a 2 ml/kg;
– Para ingestão via oral protocolo define a quantidade de quanto contraste
deve ser diluído em água (40ml de contraste por litro de água para exames do
sistema digestivo).

Administração do contraste

– Preferência via intravenosa;


– Injetado manualmente;
– Tempo para o profissional que administra o contraste deixar a sala de exame;
– Garantir que o paciente não apresenta nenhuma reação adversa;
– Velocidade de injeção depende do protocolo quando o uso de bomba injetora
(em geral 3ml/s);

Contrastes a base de bário

• O contraste de sulfato de bário (BaSO 4) é utilizado exclusivamente nos


exames do sistema digestivo.
• Pacientes com histórico de perfuração no trato gastrointestinal - contra-
indicado (usar contraste iodado);
• Uso em pacientes com antecedentes alérgicos ao contraste iodado. Utilização
restrita.
• O bário utilizado não é o mesmo que o utilizado em radiografia. Deve possuir
diluição alta, pois pode causar efeito strike nas imagens.

Reações aos Meios de Contraste Baritados

• Não são injetados na corrente sanguínea;


• Também desencadeiam reações anafiláticas nos pacientes.
• Podem aderir às paredes do trato gastrointestinal e provocar ressecamento
no paciente. Orientar o paciente a ingerir líquidos após os exames baritados
para favorecer sua eliminação.

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Tomografia Computadorizada 46

Decisões antes de injetar o contraste


• Inicialmente todos os pacientes podem ser considerados pacientes de risco!
• Antes da injeção do meio de contraste alguns pontos devem ser analisados:
• Identificar os fatores de risco versus benefício potencial de seu uso;
• Avaliar as alternativas de métodos de imagem que possam oferecer o mesmo
diagnóstico ou ainda superiores;
• Ter certeza da indicação precisa do MC;
• Estabelecer procedimentos de informação ao paciente;
• Ter previamente determinada a política no caso de complicações.

MEDIDAS PROFILÁTICAS

Hidratação e Jejum

• Hidratação contínua é permitida, pequenas refeições até duas horas antes da


injeção,
• Jejum de 8 horas para refeições pesadas com o objetivo de diminuir a massa
no sistema gastrintestinal diminuindo a possibilidade de náuseas e vômitos.
Pré-teste

• É a injeção previa de pequena quantidade de contraste e a observação do


paciente quanto aos sintomas característicos.
• Teste fora de uso

Sedação e Anestesia

• Prevenir reações causadas por reações devido a ansiedade e medo:


Náuseas, vômitos e urticárias – reações leves.
• Método indicado para situações onde o paciente apresenta quadro de
agitação. Ocorre no sentido de profilaxia

Uso de Medicamentos

• Anti-histamínicos e corticóides
• Administrados antes da injeção via venosa, quando o paciente já apresentou
reações e necessita realizar novamente o contraste.

CONCLUSÕES

• Todo paciente deve ser considerado de risco;


• Devemos considerar condições clinicas e patológicas antes da administração
do contraste;
• Todo paciente deve ser informado da natureza e riscos do meio de contraste
• Meios de contraste iodados são seguros;

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Tomografia Computadorizada 47

• O uso de pré medicação é bastante controverso;


Modelo de questionário a ser preenchido ao se usar meios de contraste

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Tomografia Computadorizada 48

Tópicos sobre Segurança em TC

• A tomografia é regulada pela Portaria 453, de 02/06/98, da ANVISA (Agência


Nacional de Vigilância Sanitária);
• Para prolongar a vida útil, o tubo de raios X deve ser aquecido após duas
horas de inatividade (Warm-Up);
• Após o aquecimento do tubo, é conveniente, pelo menos uma vez ao dia,
fazer calibração dos detectores. Evita artefatos do tipo anelar;
• Equipamentos dotados com laser para posicionamento do paciente deve-se
tomar o cuidado para não direcionar o feixe luminoso nos olhos do paciente;
• Respeitar o limite de massa estipulado pelo fabricante, evitando-se danos à
mesa de exames e problemas no seu deslocamento durante o procedimento;
• Existem em alguns equipamentos mecanismos de segurança especiais que
permitem interromper a alimentação elétrica do conjunto gantry/mesa
(presença de fumaça ou faíscas nos componentes);
• Problemas de software -> desligar (ShutDown) -> reiniciar (Start Up);
• Cuidados quanto à angulação do Gantry durante o exame. Alguns pacientes
podem ter parte do corpo pressionada pelo equipamento ou, até mesmo,
apresentar fobia por causa da proximidade do equipamento;
• Cuidado com a postura correta na operação do equipamento e condutas
inadequadas no trabalho (LER- Lesão por Esforços Repetitivos);
• Monitor na altura dos olhos (distância de 40 – 80 cm). Pés apoiados no chão
ou suporte;
Mãos livres sobre os teclados de forma que o antebraço forme
aproximadamente 90º com o braço;
• Controle de qualidade periódico (espessura do corte, resolução espacial,
ruído na imagem, etc) -> uso de phantons (fantomas);

PRINCIPAIS EXAMES REALIZADOS PELA TC

Tomografia Computadorizada de Crânio

O propósito primário da tomografia computadorizada de crânio é


fornecer um diagnóstico definitivo que geralmente não exige exames com-
plementares para verificação. A TC de crânio, em muitas circunstâncias,
fornece esse alto grau de confiabilidade. Trauma craniano agudo, por exemplo,
pode resultar na formação de hematoma epidural ou subdural. Esse tipo de

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Tomografia Computadorizada 49

lesão pode ser diagnosticado rapidamente, com precisão e inequivocamente


através da TC de crânio.
Indicações

Praticamente qualquer suspeita de processo patológico envolvendo o


encéfalo é uma indicação para tomografia computadorizada de crânio. Algumas
das indicações mais comuns para tomografia computadorizada de crânio
incluem as seguintes:

 Suspeita de neoplasias, massas, lesões ou tumores encefálicos .


Metástases
 Encefálicas;
 Hemorragia intracraniana;
 Aneurisma;
 Abscesso;
 Atrofia cerebral;
 Alterações pós-traumáticas (tais como hematomas epidurais e sub-
durais);
 Alterações adquiridas ou congênitas.

Tomografia Computadorizada de Tórax

O propósito primário da tomografia computadorizada torácica é servir


como um adjunto diagnóstico à radiografia convencional de tórax. Entretanto,
devido à relação custo/benefício, a radiografia convencional de tórax ainda é a
ferramenta primária de rastreamento em pacientes com suspeita de doença
torácica. A TC serve como uma modalidade de obtenção de imagens valiosa
na avaliação e manejo de condições previamente diagnosticadas.

Indicações

As indicações patológicas comuns para a TC torácica são as seguintes:

 Lesões hilares e mediastinais;


 Aneurismas;
 Abscesso ou cisto (bolsa cheia de líquido);
 Doença cardíaca e pericárdica;
 Processos patológicos do tórax (ou seja, asbestose);
 Dissecação da aorta;

Tomografia Computadorizada Abdominal e Pélvica

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Tomografia Computadorizada 50

Com o advento da tomografia computadorizada, a habilidade para


diagnosticar morfologia abdominal e pélvica foi significativamente acentuada.
Devido à sua velocidade e precisão, a TC se tornou uma ferramenta de
controle e tratamento eficaz para doença abdominal e pélvica e tem sido
especialmente útil em casos de malignidade. O uso de exames diagnósticos
padrões, tais como colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE),
foi muito reduzido devido à abrangência e à relação custo/benefício da TC.

Indicações

Abdome

 Suspeita de lesões primárias ou metastáticas do fígado, pâncreas,rim ou


baço;
 Processos patológicos das adrenais;
 Processos patológicos dos linfonodos, tendo a TC substituído a
linfangiografia na detecção de malignidades dos linfonodos;
 Pancreatite;
 Abscessos;
 Hematomas hepáticos ou esplênicos;

Pelve

 Carcinomas de próstata, colo uterino, bexiga e ovário;


 Massas de tecidos moles e doenças dos músculos pélvicos;
 Suspeita de abscessos;
 Avaliação da articulação do quadril, especialmente em pacientes
traumatizados;
 Exclusão ou detecção de doença oculta (uma doença oculta ou
encoberta, difícil de ser diagnosticada).

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Tomografia Computadorizada 51

Resumao:

Incidências

Estudo das estruturas em cortes axiais e, em alguns casos, coronais.


Documentação do estudo feita em filmes especiais (+ sensíveis que os
utilizados na Radiologia Convencional).
Cortes axiais >> feitos de rotina, em todos os exames.
Cortes coronais >> obtidos nos estudos de algumas regiões (sela turca).
Cortes sagitais >> dificilmente conseguidos (disposição do tubo de raios
X).
Planos de cortes >> selecionados pelo operador.
Espessura do corte >>varia de acordo com o volume do órgão ou lesão
a ser analisada (est. Peq.: 1 a 5 mm; est. Vol.: 10 a 12 mm).
Os valores numéricos dos coeficientes de absorção dos tecidos são
calculados sempre em relação ao coeficiente linear da água, para o qual
é atribuído o valor numérico de zero.
Osso: faixa mais alta positiva da escala.
Ar (pulmão e tubo digestivo): faixa mais baixa negativa.
Unidades Hounsfield (UH).
A definição da imagem depende do contraste entre as diferentes
densidades das estruturas.
Maior sensibilidade do computador = maior gama de tons intermediários,
permitindo maiores informações que na Radiologia Convencional.
Densidade
 Imagem Hipodensa: valores de atenuação baixos, entre o ar e a
água, menores ou iguais à 100 UH (Imagens do preto ao cinza
escuro) – Ar, gordura, líquor.
 Imagem Hiperdensa: valores de atenuação altos, maiores ou iguais
a 100 UH (Imagens brancas) – Calcificações, meio de contraste.
 Imagem Mista: imagem com as duas densidades (parcialmente
hipodensa e hiperdensa).
Contornos: regulares ou irregulares
Limites: precisos ou imprecisos
Relação com estruturas vizinhas: a TC permite a visualização de todos
os órgãos situados no plano de corte, relação espacial e seus limites.
Uso do meio de contraste: endovenoso à base de iodo (visualização dos
vasos, bem como demonstrar processos dinâmicos de funcionamento
dos órgãos estudados).
 Lesão hipercaptante;
 Lesão hipocaptante;
 Lesão não captante;

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Tomografia Computadorizada 52

 Lesão espontaneamente densa;


 Lesão isodensa;

Artefatos metálicos: imagens que não pertencem à lesão, e que tem


origem a partir de corpos estranhos (metal das próteses dentárias).
Artefatos de movimento: imagens tremidas (sem nitidez), em decorrência
de movimentos voluntários ou não do paciente.

Os protocolos de exame devem descrever:


• espessura de corte/espaçamento; angulação do gantry; extensão do estudo;
uso de contraste; janela

As imagens registram:

• registro do exame / dados do paciente;


• série do corte; número do corte;
• posição do corte em relação a mesa;
• angulação do gantry;
• espessura do corte;
• FOV (área que está sendo examinada);
• X e Y;
• filtro.

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