Aplicacao Deter Min Antes Calculo Area

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Aplicação dos determinantes em cálculo de áreas geométricas:

Uma aplicação matemática em geografia.

Roberto Eugenio Pereira Soares


UNIMESP - Centro Universitário Metropolitano de São Paulo
Novembro/2006

Sinopse: Este estudo procura mostrar a relação entre o conhecimento adquirido


na escola e suas aplicações na vida prática. A contribuição que se espera com
este trabalho, é a reafirmação das propostas que consideram a resolução de
problemas como fundamental no processo de ensino e aprendizagem.

Introdução

Nos últimos anos, o ensino da educação matemática vem constatando que


enquanto objeto a ser ensinado, existem particularidades que torna todo o seu processo
de ensino e de uma boa aprendizagem extremamente complexa. Isso ocorre devido a
uma sistematização do seu conteúdo, fazendo com que o ensino, fique focalizado em um
meio tradicional de se expor às idéias, com um desenvolvimento tradicional, priorizando
conteúdos extensos, tratados de forma isolada e distanciados da experiência.
Com o conhecimento adquirido sobre o tema, é importante que se faça um
aprofundamento, das melhores práticas do desenvolvimento, dos pontos onde serão
utilizados os conhecimentos de determinante de matrizes, aplicado em cálculo de áreas
geométricas. Assim pode-se adequar uma nova metodologia, para o segmento
educacional, devido à grande preocupação na obtenção de um bom nível de ensino.
Como existe uma forte carência da prática do conhecimento, este vem para
adequar se a realidade, possibilitando atingir o objetivo desejado, que é aplicar o
conhecimento à prática, podendo assim, apresentar um tratamento acessível, partindo
sempre daquilo que interessa ao aluno do ensino médio, do que é presente no seu
cotidiano; com isso o aluno encontrará facilidades para retirar requisitos do seu
aprendizado para o campo de estudo, adotado para o desenvolvimento do tema.
Nessa perspectiva, serão desenvolvidas situações envolvendo aplicações
geométricas. A nossa proposta assume como meta o desenvolvimento de situações de
aprendizagem voltada a resolução de problemas, a partir da utilização do determinante.

Matrizes no ensino da matemática

O quadro que se desenha no ensino da matemática, é bastante conhecido: o


professor mediante aulas expositivas, apresenta definições, introduz conceitos e
demonstra propriedades. Para tanto, utiliza exemplos muitas vezes afastados da
realidade do estudante, e com uma linguagem de difícil compreensão.
A modificação deste quadro não é trivial: como podemos começar de um
problema da vida real e a partir dele chegarmos a conceitos como vetor, reta, matrizes, se
estes objetos em si não existem na vida real, o que existe é o resultado que deve ser
interpretado, neste sentido pouco se pode fazer. Lanço o desafio saudável de algum
professor explicar matrizes e vetores a partir dos exemplos cotidianos. Os exemplos
cotidianos não conseguem mostrar as propriedades das matrizes. Veja: a humanidade
levou dois mil anos para generalizar o conceito de número racional para o número real.
Ao aluno compete resolver exercícios repetitivos, mecanizar processos e
memorizar fórmulas que em breve serão esquecidas. Mas o objetivo não é o de que ele
memorize formulas embora alguns professores exijam isto em prazos de trabalho ou
provas.
Apesar de os conteúdos sobre matrizes serem apresentados de forma completa,
não ocorre uma aprendizagem significativa, pois o aluno não é capaz de estabelecer as
várias relações entre os conceitos para construir as pontes de ligação, entre o
conhecimento matemático e à vida prática.
Visando uma melhor compreensão do conhecimento, do desenvolvimento e
aplicações do estudo de matrizes, serão estudados alguns dos principais aspectos a
serem utilizados na prática; buscando desenvolver as habilidades do pensamento, como:
a organização do raciocínio, a capacidade de indução e dedução e abstração bem como,
atitudes como a iniciativa do trabalho cotidiano. Devido à abrangência deste assunto seria
impossível explorar todos os tópicos, portanto, optou se por um estudo específico das
aplicações de determinante de matrizes em áreas geométricas.

Cálculo de determinante de matrizes

A teoria dos determinantes teve origem em meados do século XVII, quando eram
estudados processos para resolução de sistema lineares de equações, embora não seja
um instrumento prático para a resolução de sistemas, os determinantes são utilizados, por
exemplo, para sintetizar certas expressões matemáticas complexas, e nesse estudo seu
desenvolvimento será muito importante para aplicação no cálculo de área geométrica.
• Se M é de ordem N=2, o produto dos elementos da diagonal principal menos o
produto dos elementos da diagonal secundária, é o determinante dessa matriz.

 a11 a12   a11 a12 


M= a  ⇒ det M= a  = a11 a22 – a12 a21
 21 a22   21 a22 

Se M é de ordem N= 3, isto é.
Passos a seguir:
1. Repetimos ao lado da matriz as duas primeiras colunas.
2. Faz se o produto dos elementos indicados pelas flechas procedidos pelos sinais
indicados.

 a11 a12 a13  a11 a12 a13 a11 a12


a 
M=  21 a22 a23  ⇒ det M= a21 a22 a23 a21 a22
 a31 a32 a33  a31 a32 a33 a31 a23

- - - + + +
• Definição de determinante por recorrência (cofator).
Seja M uma matriz quadrada de ordem N. o cofator de um elemento aij (1≤ i, j ≤n)
qualquer elemento de M é indicado por Mij e definimos por:
Mij = (-1) ij x Dij em que Dij é o determinante da matriz que se obtém M, eliminando sua i-
ésima linha e j-ésima coluna.

Seja M uma matriz de ordem N, definimos determinante da matriz M, e


indicamos por det M da seguinte forma.
1. Se M é de ordem N=1, então M= (a11 ) e det M= a11
2. Se M é de ordem N≥2 então temos:

 a11 a12 a13 a1n 


a a2 n 
 21 a22 a23
 a.. ... ... ..n 
 
an1 an 2 ... ann 

E definimos determinante:
Det M= a11 a11+ a21 a21+ a31 a31+ ... + an1 an1= Σ aij aij

Isto é o determinante de uma matriz de ordem N≥2 é a soma dos produtos dos
elementos da 1º coluna, pelos respectivos cofatores.

Aplicação do cálculo de determinante

Existem várias áreas onde pode ser desenvolvida uma resolução através do
cálculo de determinante, no entanto este módulo está diretamente ligado à geometria,
pois será integralmente analisado para a resolução de cálculos das áreas de figuras
geométricas. Outro ponto que torna o cálculo fascinante relaciona-se à diversidade de
inúmeros conceitos matemáticos em suas construções, ou seja, existem outros meios que
englobam construções geométricas tradicionais, bem como as já desenvolvidas entre
outras. Isso faz com que a aplicação de determinante no cálculo de uma área, faça-se
extraordinária, para com uma nova visão do aprendizado.
Para que haja uma coerência, no desenvolvimento da aplicação do cálculo de
determinante em áreas geométricas, é necessário que se faça uma analise, onde esta
pesquisa tem por finalidade de poder avaliar, como serão distribuídos os principais pontos
necessários para o desenvolvimento da aplicação. Assim a figura ( 1 ) ficará dividida em
polígonos convexos, onde estes ficam dentro de um plano cartesiano denotado pelos
pontos escolhidos pela análise. Essa transformação, assim gera a possibilidade do
funcionamento do cálculo consiste então, em uma função composta de transformações
lineares, a qual deforma o espaço relativamente à origem. Seguida de uma translação
definida pela matriz M, assim cada função do sistema realiza um cálculo gerando um novo
ponto em uma posição representada por (x, y), conforme figura 1 a seguir.
Figura 1: Desenvolvida através do software cabri.

Demonstração do desenvolvimento algébrico em relação a fig. 1

CDJ =ACDJH-ACJH
=(ACEG+CDE+DEF+FGJH)-(BCJ+ABJH)=

= Y1(X2-X1) +1/2(Y2-Y3) (X3-X2) +Y3(X3-X2)-1/2(Y1-Y3) (X3-X1)-Y3(X3-X1)

=1/2(Y1+Y2) (X2-X1) +1/2(Y2+Y3) (X3-X2)-1/2(Y1+Y3) (X3-X1) =

2(CDJ)=Y1X2-Y1X1+Y2X2-Y2X1+Y2X3-Y2X2+Y3X3-Y3X2-Y1X3+Y1X1-
Y3X3+Y3X1

2(CDJ) = (Y2X3-Y3X2)-(Y1X3-Y3X1) + (Y1X2-Y2X1)

Y2 X2 Y1 X1 Y1 X1
2(CDJ) = − +
Y3 X3 Y3 X3 Y2 X2

1 Y1 X1
2(CDJ) = 1 Y2 X2
1 Y3 X3
1 Y1 X1
1
(CDJ)= 1 Y2 X2
2
1 Y3 X3

Exemplo de Aplicação Prática.


Um software que tem se popularizado é o Google Eart que permite ao usuário
localizar regiões da terra e observar suas caracterísicas.
Propõe-se aqui calcular a área do lago dos patos figura ( 2 ), localizada na cidade
de Guarulhos próximo ao Centro Universitário metropolitano de São Paulo (UNIMESP),

Figura 2:

O problema que se apresenta é:


Como determinar as coordenadas de cada ponto?

Para isso, usamos a ferramenta do google Eart, (mensure), que determina com
precisão a medida de cada seguimento da figura, podendo assim facilitar o
desenvolvimento do cálculo.
Escala de amostra.
Figura 3:

Problema típico:

• Na área delimitada pelo triângulo figura (3), propõe se fazer uma desapropriação
para a construção de uma nova pista no Aeroporto Internacional de Guarulhos SP,
localizado na região de Cumbica. Calcular à área:

Figura 3:
* Com a escala conveniente, todo mapa, carta tem esta indicação, construir um
sistema cartesiano conveniente e determinar as coordenadas de cada vértice.

A ( 60; 10 )
B (90 ; 70)
C (180 ; 30)

70 B

30 C
0

10 A
0
X
60 90 180
Figura 4: 0 0 0

Calculando: (medidas em metros quadrados)

 60 10 1  60 10 
 90 70 1  90 70
M=  
 1 8 0 30 1  180 30

12600 1800 900 4200 1800 2700

Det M = (4200+1800+2700) – ( 12600+1800+900 ) =

= Det M = 8700 – 15300 ==Det M = −6600 / 2

Então Det M = 3300 m2

Conclusões

A proposta que embasou esta pesquisa, foi fugir do habitual convencionalismo que
caracteriza esta obra de matemática, tida como compacta. Assim, procuramos apresentar
a teoria de modo resumido, sem, no entanto cair em esquemas ou receituários perigosos,
apesar da concisão do texto, acredita ter conseguido um bom desenvolvimento lógico dos
itens abordados. Uma das principais características deste estudo, é a utilização da
prática; além de tornar mais objetivo o aprendizado, tem por finalidade complementar e
enriquecer a teoria estudada.

Referências Bibliográficas:

BOULOS, Paulo e CAMARGO, Ivan de. Geometria Analítica. Um tratamento Vetorial. São
Paulo: Mc Graw Hill. 1987.

BOULOS, Paulo e CAMARGO, Ivan de. Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo: Mc Graw
Hill,2005.p.435.

GIOVANNI, José Ruy e Giovanni Jr. José Ruy. Matemática Fundamental 2º grau.São
Paulo: FTD Editora,1997.p. 347.

IEZZI, Gelson e Dolce, Osvaldo. Matemática. São Paulo: Ática Editora,2000. p. 375

NERY, Chico e TROTTA, Fernanda. Matemática Curso Completo. São Paulo: Editora
Moderna.p.386.

Parâmetros Curriculares Nacional. Ensino Médio.Terceiro, quarto e sexto ciclo. Brasília:


MEC,1998. p.387.

SILVA, Paulo Moreira; BINS, Roberto e PFEITER, Henrique Carlos. Maravilhas da


Matemática. São Paulo: FTD Editora.p. 255.

STEINBRUCH, Alfredo. MATRIZES - DETERMINANE – SISTEMA LINEAR. São Paulo:


Mc Graw Hill,1985.p.234

VASCONCELOS, Maria José Couto e CÂNDIDO, Suzana Laino. Livro do Professor de


Matemática: São Paulo:Editora Moderna. p.255.

Internet

<www. Só matemática.com.Br> Acesso em 8 de Nov. 2006 das 15h00 às 16h00


<www.google.com.br> Acesso em 8 de Nov.2006 das 15h30 às 17h00
<www.ime.usp> Acesso em 15 de Nov. 2006 das 16h00 às 17h30
Agradecimento

Agradeço muito ao meu orientador Dr. Alexandre Sant’Anna que teve


extrema importância na conclusão deste trabalho e aos meus professores Dr.
Paulo Custódio e Dr. José de França, que muito contribuíram para o meu
desenvolvimento intelectual.

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