Comida Ritual

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Comida Ritual

http://ileaxeodara.blogspot.com.br/p/oferendas-e-comidas-dos-orixas.html
Comida ritual, nas religies consideradas afro brasileiras, so as comidas
especficas de cada Orix, cujo preparo requer um verdadeiro ritual. Esses
alimentos depois de prontos so oferecidos aos Orixs acompanhados de
rezas e cantigas. Durante a festa ou no final, em grande parte so
distribudas para todos os presentes. So chamadas comida de ax, pois
acredita-se que o Orix aceitou a oferenda e impregnou de ax as mesmas.
A Iyabass a pessoa responsvel por cumprir esse ritual. Existem Orixs
que no aceitam comidas com azeite de dend, outros no aceitam mel,
outros no aceitam sal, outros no aceitam camaro, etc A Iyabass
precisa saber exatamente como se prepara cada uma dessas comidas, para
que elas sejam aceitas pelos Orixs respectivos.
Abar
Abal
Abad
Aberm
Abbora de caboclo
Aca
Acaraj
Ado
Ajebo
Amal
Ami
Angu
Arroz de hausa
Axox
Bob
Carur
Deburu ou Doburu
Eb
Ebya
Ef
Er peter
Ekuru
Farofa
Fub
fur
Imb
Ipet
Ix
Jacuba
Jurema

Lel
mungunz (ritual)
Omolocum
Vatap
Xinxim de galinha

Abar um dos pratos da culinria baiana


e como o acaraj tambm faz parte da comida ritual do candombl.
O abar tem a mesma massa que o acaraj: a nica diferena que o abar
cozido, enquanto o acaraj frito.
O preparo da massa feito com feijo fradinho, que deve ser quebrado em
um moinho em pedaos grandes e colocado de molho na gua para soltar a
casca. Aps retirada toda a casca, passa-se novamente no moinho, desta
vez dever ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescentam-se cebola
ralada, um pouco de sal, duas colheres de dend.
Quando for comida de ritual, coloca-se um pouco de p de camaro, e,
quando fizer parte da culinria baiana, colocam-se camares secos
previamente escaldados para tirar o sal, que podem ser modo junto com o
feijo, alm de alguns inteiros.
Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaos de folha de
bananeira, semelhante ao processo usado para fazer o aca, e deve ser
cozido no vapor em banho-maria. servido na prpria folha.

Abal

Abal um nome comum a dois tipos de comidas rituais votivas, inerentes


aos orixs ob, xango e Yew, quando feita de massa de milho verde, ou da
massa de carim votiva ao orix nan. Este alimento ritual muito
apreciado pelo povo do santo e pela maioria dos nordestinos e chamado
popularmente de pamonha de milho verde e pamonha de carim. Embora a
palavra abal seja descrito no dicionrio Aurlio como o mesmo que abar,
todavia pela primeira vez Raul Lody refere-se a esta iguaria feita com massa
de milho verde.

diferena
Abal de milho O milho verde ralado e massa resultante misturada ao
leite de coco com parte do bagao, sal e acar. Esta massa colocada em
"palha" da prpria casca do milho, atados nas extremidades. As pamonhas
so submetidas a cozimento submersas em gua fervente por um perodo
de 15 minutos.
Abal de carim O aipim previamente descascado submergido por um
perodo de quatro dias para obter uma massa chamada de carim,
misturada ao leite de coco com parte do bagao, sal e acar. Esta massa
colocada em "palha de agued" (bananeira), atados nas extremidades. As
pamonhas so submetidas a cozimento submersas em gua fervente por
um perodo de 25 minutos.

Abad
Abad um nome comum a dois tipos de comidas rituais votivas, feitas de
farinha de milho, ou amendoim, previamente torrados, passado no moinho,
misturado com farinha de mandioca, sal e aucar, tambm chamado de
fub de milho ou fub de amendoim pelo povo de santo. Esta comida ritual
oferecido vrios orixas, principalmente a Obaluaye,
oxumare e nan, indispensvel no ritual de olubaj. A mesma mistura
acrescida de mel de abelha muito apreciada pelo orix oxum.

Aberm prato tpico da cozinha da Bahia, bolinho de origem afrobrasileira, feito de milho ou arroz modo na pedra, macerado em gua,
salgado e cozido em folhas de bananeira secas. No candombl, utilizada
como comida-de-santo, sendo oferecida aOmulu e Oxumar.

O Aca uma comida ritual do candombl e da cozinha da Bahia. Feito


com milho branco ou vermelho, que fica de molho em gua de um dia para
o outro, e deve ser depois passado em um moinho para formar a massa que
ser cozida em uma panela com gua, sem parar de mexer, at ficar no
ponto. Este se adivinha quando a massa no dissolve, se pingada em um
copo com gua. Ainda quente, pequenas pores da massa devem ser
embrulhadas em folha de bananeira j limpa, passada no fogo e cortada em
pedaos de igual tamanho, para ficar tudo harmonioso.
Colocar a folha na palma da mo esquerda e colocar a massa. Com o
polegar dobrar a primeira ponta da folha sobre a massa, dobrar a outra

ponta cruzando por cima e virando para baixo, fazendo o mesmo do outro
lado. O formato que resulta o de uma pirmide retangular.
Todos os orixs recebem o aca como oferenda.

Acaraj

Comida ritual da orixIans. Na


frica, chamado de kr que significa bola de fogo, enquanto je possui o
significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa s,
acara-je, ou seja, comer bola de fogo.
O acaraj, o principal atrativo no tabuleiro, um bolinho caracterstico do
candombl. Sua origem explicada por um mito sobre a relao de Xang
com suas esposas, Oxum e Ians. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda
a esses orixs. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acaraj
ainda considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a
sua receita, embora no seja secreta, no pode ser modificada e deve ser
preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acaraj feito com feijo-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho
em pedaos grandes e colocado de molho na gua para soltar a casca. Aps
retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez dever ficar
uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco
de sal.
O segredo para o acaraj ficar macio o tempo que se bate a massa.
Quando a massa est no ponto, fica com a aparncia de espuma. Para fritar,
use uma panela funda com bastante azeite-de-dend ou azeite doce.
Normalmente usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a
massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar
bem quente antes de colocar o primeiro acaraj para fritar.

Esse primeiro acaraj sempre oferecido a Exu pela primazia que tem no
candombl. Os seguintes so fritos normalmente e ofertados aos orixs
para os quais esto sendo feitos.

Ado uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e modo em


moinho e temperado com azeite de dend e mel, oferecido principalmente
Orix Oxum.

Ajebo ou ajbo comida ritual do Orix Xango ayra


feito com seis ou doze quiabos cortado em "lasca", batido com trs clara
de ovos at formar um musse, regado com gotas de mel de abelha e azeite
doce. Colocado em uma gamela forrada com massa de aca ou piro de
farinha de mandioca, ornado com doze quiabos inteiros, doze moedas
circulante, doze bolos de milho branco e seis Orobs.
A mesma oferenda pode ser oferecida a outras qualidades deXang, todavia
acrescenta-se azeite de dend e substitui os doze bolos de milho branco por
doze acarajs.

Amal ou Caruru comida ritual votiva do


Orix Xang, Ians, Ob eIbji
feito com quiabo cortado, cebola ralada, p de camaro, sal, azeite de
dend ou azeite doce, pode ser feito de vrias maneiras. oferecido em
uma gamela forrada com massa de aca. Tambm chamado pelo povo de
santo nos candombls jeje-nags de caruru.

Axox como conhecida a comida ritual dos


Orixs Oxssi e Ogum no candombl e umbanda, que consiste em milho
vermelho cozido. Quando oferendado pra o orixa ogum refogado com
cebola ralada, camaro seco defumado, sal e azeite de dend. Quando
oferendado para orix oxssi o milho cozido misturado com melao (Mel
de cana de acar), no confundir com mel de abelha que o grande ewo
deste orix, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Nota. Esta mesma oferenda pode ser consagrado Olokun.

Deburu - a comida ritual dos OrixsObaluaiy e Omolu, o milho de


pipoca estourado em uma panela, em alguns lugares com leo, em outros
com areia. Nesse ltimo caso, preciso peneirar a areia dessa pipoca
depois de pronta. Ao final, a pipoca colocada em um alguidar (vasilha de
barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.

Eb, palavra oriunda do iorub, consiste num alimento religioso e votivo


para os orixs funfun (branco) Oxal, dentro das religies afro-brasileiras.
o milho branco cozido sem tempero e sem sal.

Ebya, eboia ou fava de iemanj uma comida ritual feito com fava cozido
refogado com cebola, camaro, azeite de dend ou azeite doce.
A mesma oferenda pode ser preparada com o milho branco na falta da fava,
todavia recebe o nome de Dib, possuindo o mesmo valor ritual. uma
comida oferecida especificamente ao orix Iemanj, podendo ser vista nos

rituais de ori, bori e assentamento de cabea, no sentido de dar equilbrio


espiritual.

Er peter

Er peter, ou simplesmente peterancomo comumente chamado pelo


povo de santo o nome da comida ritual votiva, pertinente vrios rituais e
orixs da cultura afro brasileira denominado de candombl. Preparado com
carne fresca de preferncia dos rituais de sacrifcios, sal e rapidamente frita
no azeite de dend, em caso do orix ser funfun, deve-se substituir o sal
pela cebola e o dend por azeite doce e oferecido ao orix regente da
obrigao, independente do ix.
A mesma comida ritual recheada de camaro defumado, chamado
popularmente xinxin ou moqueca de carne servida normalmente aos
adeptos do candombl nas festas de barraco, sendo uma comida votiva ao
orix Akeran (oxossi) por ter ligao ao eran (carne).

Ekuru uma comida ritual. A massa preparada da mesma forma que a


massa do acaraj, feijo fradinho sem casca triturado, envolto em folhas de
bananeira como o aca e cozido no vapor.

Farofa ou mi-ami-ami um nome comum a vrios tipos de comidas rituais


votivas, feita de uma mistura, que tem como base farinha de mandioca,
"farinha de pau ou farinha de guerra". Esta comida ritual sagrada, tambm
um alimento ritual e muito apreciada pela maioria do povo do santo da
cultura Nago-Vodum.

Tipos de Farofas
Farofa-de-dend, farofa amarela, farofa vermelha, farofa de azeite ou farofa
de bamb so nomes comumente chamado pelo povo do santo em sua
variada apresentao a depender do ritual que esteja acontecendo.
Normalmente chamada de farofa de dend a farofa servida aos adeptos e
participantes do candombl, feita com farinha, azeite de dend, camaro
seco, cebola e sal, vista sempre no ritual do olubaj.
Os outros tipos so denominaes para rituais pertinentes a limpeza de
corpo, pad de exu, sasanha, afexu, axex etc. Tambm oferecido para
alguns orixas e preparadas s com azeite de dend e sal.

Farofa branca, farofa de agua ou farofa de egum, so farofas preparadas s


com gua e sal. Determinados orixas funfuns apreciam esta iguaria e algus
preferem sem sal.

Farofa de mel ou mi-ami-ami owin uma farofa preparada com farinha e


mel de abelha, muito utilizada nos rituais de er, ibeji, osain e oxun,
comumente visto nos carurus dos santos gmeos e devoo a So Cosme e
So Damio, Crispim e Crispiniano.

Farofa de cachaa ou mi-ami-ami otin uma farofa preparada com farinha e


cachaa, muito utilizada nos rituais de exu, pad e limpeza de corpo. O povo
do santo tambm chamam de farofa de cachaa toda farofa feita com
aguardentes, vinhos ou qualquer bebida alcolica.

Fur

Fur, bolinhos, ou bola de: arroz, inhame, farinha de


mandioca, farinha de milho etc. o nome da comida ritual votiva,
pertinente vrios rituais e orixas da cultura afro brasileira denominado de
candombl.
Este alimento ritual muito comum nos rituais de limpeza de corpo, bori,
assentamento de cabea, axex, apanan, feitura de santo, sasanha etc.

Ipet

Ipet, um dos pratos da culinria baiana e


como o acaraj tambm faz parte da comida ritual do candombl, oferecida
especialmente ao orixaOxun.
Inhame, azeite de dend, cebola raladas, camaro sco e defumado,
gengibre ralado, camares frescos inteiros e cozidos para enfeitar e sal.
Tambm oferecido ao Orix Oxaguian, substituindo o dend por azeite doce
na festa do Pilo.
Preparo:
Tirar a casca do inhame e cortar em pedaos pequenos, cozinhar ao ponto
de amassar com um garfo, colocar os temperos e um pouquinho de sal e
bater com uma colher de pau at ficar no ponto de um pur.
Colocar em uma tigela e enfeitar com os camares inteiros.

Ix

Ix, inch ou eran ax o nome da


comida ritual votiva, oferecida a todos orixs da cultura afro brasileira
denominado de candombl.
Este alimento ritual um dos mais sagrados e importantes para o povo do
santo. Preparado com "midos" entranhas e extremidades dos animais
sacrificados nos rituais de oroeje, podendo ser cozidos ou no, a depender
da vontade do orix e temperado com cebola, sal e camaro seco ou com
outros temperos como lelecun, bejerecum, aridan, obi, atar, orob, etc.,
tudo consultado previamente no oraculo do merindilogun.
Preceitos
A complexidade desta comida ritual envolve os demais sacerdotes do
candombl, como babalorix ou iyalorix, axogun, ekede, ogan, iyamor,
iyaefun, e principalmente a iyabass que prepara este alimento
indispensvel na feitura de santo e construes de assentamentos de
orixs. O Ix sempre conduzido ao peji com muito respeito e cnticos
especficos por todos da comunidade e colocado enfrente dos
assentamentos e ali recitados versos do itan e feito vrios orikis e adur,
podendo permanecer por um perodo de apenas trs horas, trs dias ou
sete. Normalmente esta grande oferenda repartida para todos os crentes
no sentido de obter a fora do sagrado e fortificar os laos familiar.

Lel - iguaria africana, doce feito com quirela de milho vermelho, coco
ralado, acar e leite de coco. Oferecido aos OrixsOba e Ewa.

Mungunz, mugunz, ou mucunz como


chamado pelo povo do santo o nome da comida ritual votiva, pertinente
aos orixs oxal, oxaguian, oxalufan e o ikise lembarenganga, tanto no
candombl como na umbanda. (De mucunz, do quimb. mukunza, milho
cozido) "Dicionrio Aurlio".
Alimento ritual feita de gros de milho (geralmente branco), cozidos em
gua sem sal e com acar, algumas vezes com leite de coco e de gado,
com pequena quantidade de "gua de flor de laranjeira", servido aos
adeptos com bastante caldo e aos orixs bem compactada em forma de
eb.

Omolocum comida ritual da Orix Oxum, feito com feijo fradinho


cozido, refogado com cebola ralada, p de camaro, sal, azeite de dend ou
azeite doce.
Enfeitado com camares inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca,
normalmente so colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode
mudar de acordo com a obrigao do candombl.

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