Fundicao IFRS
Fundicao IFRS
Fundicao IFRS
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA
PAR
Campus Belm
Belm - PA
2013
INSTITUTO
FEDERAL
RIO GRANDE
DO SUL
e-Tec Brasil
Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra do professor-autor
Apresentao da disciplina
11
Projeto instrucional
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15
15
17
27
27
28
30
32
35
2.6 Bentonitas
37
40
Aula 3 Aditivos
3.1 Funo dos aditivos
43
43
47
47
49
55
55
56
57
58
58
59
59
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61
61
64
66
67
79
79
89
Aula 10 Segregao
10.1 Origens da segregao
93
93
97
97
98
99
101
11.5 Desoxidao
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11.7 Venulao
104
105
11.9 Sinterizao
105
Referncias
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Currculo do professor-autor
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Palavra do professor-autor
Caros alunos, parabns por terem chegado at aqui quando iniciaremos o estudo
sobre o processo de fundio. Fundio um processo de fabricao que se
baseia na conformao fsica dos materiais. Historicamente, o processo de
fabricao mais antigo e tecnicamente o mais importante entre os processos
de fabricao, pelos seguintes motivos:
um processo extremamente verstil porque existe a possibilidade de
se desenvolverem formas elaboradas, com variaes no que se refere ao
peso da pea, quantidade e qualidade das matrias-primas.
O processo vivel para aplicao na maioria das ligas metlicas industriais.
o caminho mais curto entre a matria-prima e o produto final, o que
tem impacto positivo no custo final.
As indstrias de fundio se dividem em: a) mercado a que se atendem; b) ligas
metlicas que produzem; c) tipo e natureza dos moldes; d) tipo de vazamento.
O quadro a seguir sintetiza esta classificao.
Organizao das indstrias de fundio
Fundio cativa: quando produz somente para a empresa. Exemplo: fundio da FIAT.
Mercado
Liga metlica
Tipo de molde
Fabricao avulsa.
Mista.
Natureza do molde
Tipo de vazamento
Presso.
Centrifugada.
Fonte: Autor
e-Tec Brasil
Apresentao da disciplina
A disciplina de Fundio se estender por 100 horas, perodo no qual haver
aulas prticas e tericas. Nessas aulas vivenciaremos prticas e processos
industriais com intuito totalmente profissionalizante.
Agora uma palavra sobre o escopo da disciplina. Como foi enfatizado anteriormente, Fundio , entre os processos de fabricao, tais como laminao,
forjamento, extruso, o mais verstil. Permite a produo de peas com grande
variedade de formas, tamanhos e ligas. Pelo processo de fundio, podemos
fabricar desde uma espada de cobre at sinos de bronze; de ncoras de navio
at tubos para canhes em bronze, ferro fundido e ao. Podemos fabricar
desde gigantescos blocos para motores e geradores para hidroeltricas, at
peas minsculas como implantes odontolgicos e ortopdicos. Em termos
de preciso, podemos fabricar desde pesos para atracao de navios, bueiros,
bancos de jardim, em que apenas o peso importante, at peas altamente
precisas para a indstria automobilstica, aeronutica e aeroespacial. Em
termos do tamanho da indstria ou escala de produo, podemos ter desde
o pequeno artesanato, como a produo unitria de peas artsticas, ourivesaria, at a produo em larga escala ou seriada, voltada para as indstrias
mecnica, de minerao e de metalurgia, como revestimentos para moinhos,
peas de desgaste para britadores, corpos moedores, etc. um processo que
pode ser tanto manual como automatizado.
Pela amplitude do assunto e pelas restries de tempo, teremos de ter um
compromisso entre abrangncia e sntese, pois o objetivo final desta disciplina
proporcionar conhecimentos suficientes para o incio de uma carreira em
fundio no nvel tcnico.
Em resumo, ao final desta disciplina, o aluno dever estar apto a trabalhar em
fundies de moldes permanentes e semipermanentes, com nfase na fundio
de ao e ferro fundido, voltados para a fabricao de peas e componentes
aplicados indstria de minerao. A nfase se baseia no fato de vivermos
numa regio que experimenta forte expanso industrial, baseada na minerao.
Contudo, ser propiciada ao estudante uma viso geral do campo de trabalho
que lhe permitir atuar em qualquer indstria de fundio do pas e do mundo.
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e-Tec Brasil
Projeto instrucional
Disciplina: Fundio (carga horria: 100h).
Ementa: Fundio em areia, fabricao da areia de moldagem, aditivos, fuso
de metais na fundio, fornos cubilot, fornos de induo, o comportamento
do metal fundido: resfriamento e solidificao, defeitos de fundio relacionados moldagem, defeitos de fundio relacionados ao desprendimento
de gases, segregao, combate aos defeitos de fundio.
AULA
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
MATERIAIS
CARGA
HORRIA
(horas)
1. Fundio em areia
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
2. Fabricao da
areia de moldagem
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
3. Aditivos
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
4. Fuso de metais
na fundio
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
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AULA
e-Tec Brasil
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
MATERIAIS
CARGA
HORRIA
(horas)
5. Fornos cubilot
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
6. Fornos de induo
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
7. O comportamento
do metal fundido:
resfriamento e
solidificao
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
8. Defeitos
de fundio
relacionados
moldagem
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
9. Defeitos
de fundio
relacionados ao
desprendimento
de gases
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
10
10. Segregao
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
05
Ambiente virtual:
Plataforma Moodle.
Apostila didtica.
Recursos de apoio: links,
exerccios.
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Fundio
d) O molde deve permitir que quaisquer gases gerados durante o vazamento de metal possam passar pelo corpo do molde propriamente dito antes
de penetrarem no metal.
e) O molde deve ser refratrio o suficiente para resistir s altas temperaturas
do metal e soltar-se com facilidade da pea aps resfriamento.
f) O macho deve ser colapsvel suficiente para permitir que a pea se contraia, aps a solidificao.
revenir
Aquecer a pea, previamente
temperada ou normalizada, a
uma temperatura abaixo da faixa
de transformao, com o objetivo
de estender a durabilidade
e a tenacidade.
Figura 1.2: Colocao do modelo sobre a prancha de socamento (aula prtica de fundio nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
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A areia de faceamento ento peneirada at uma profundidade de aproximadamente uma polegada sobre o modelo e sobre a prancha de socamento
como mostra a Figura 1.3. Essa etapa confere acabamento superfcie da
pea acabada, atravs do uso de uma areia mais fina e de distribuio granulomtrica mais homognea. Essa areia mais apta a reproduzir detalhes.
No se deve usar areia mais fina em todo o molde porque se sacrificaria a
permeabilidade, como ser visto mais tarde.
Figura 1.3: Aplicao da areia de faceamento atravs de peneiramento numa espessura de aproximadamente uma polegada (aula prtica de fundio nos laboratrios
do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
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Fundio
Figura 1.4: Etapa de compactao da areia de enchimento, com auxlio de uma ferramenta (aula prtica de fundio nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
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Figura 1.6: Remoo do excesso de areia com rgua; molde para duas peas de alumnio cilndricas (aula prtica de fundio nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
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Fundio
Figura 1.7: O fundo foi invertido para a retirada do modelo (aula prtica de fundio
nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
Figura 1.8: Operao de abertura de furos no molde, para prosseguir com o vazamento (aula prtica de fundio nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
Por fim, o molde fechado com cuidado. So colocados pinos que guiam a
tampa para evitar desalinhamentos e os grampos so inseridos para evitar que
a tampa se separe do fundo pela presso metalosttica que ser criada pelo
vazamento do metal. Para ajudar os grampos, pesos costumam ser colocados
sobre os moldes para garantir a completa vedao do molde durante o vazamento. A Figura 1.9 mostra o molde neste estgio. A seguir observa-se a bacia
de vazamento por onde se dar o enchimento do molde com metal lquido.
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Figura 1.9: O molde est pronto para o vazamento (aula prtica de fundio nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
Figura 1.10: Momento de vazamento do metal no molde (aula prtica de fundio nos
laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
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Figura 1.11: Metal vazado no molde (aula prtica de fundio nos laboratrios do
IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
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Figura 1.13: Duas peas de alumnio desmoldadas (aula prtica de fundio nos laboratrios do IFPA, Campus Belm)
Fonte: Autor
Como foi visto, at ento, toda a forma da pea conferida pelo modelo. A
Figura 1.15 mostrar uma oficina de modelagem. O modelo deve contemplar
acrscimos para compensar a contrao, pois medida que o metal solidifica
e resfria, ele se contrai. Embora a contrao seja volumtrica, ela usual-
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A areia dos moldes no ser descartada aps o uso, mas tratada e recuperada
para ser usada muitas vezes. Na verdade, areia nova acrescentada na proporo de 2 a 5% apenas para repor as perdas fsicas inerentes ao processo.
Resumo
Nessa aula, apresentou-se o processo de fundio e as etapas da confeco
de um molde. Definiram-se o conceito de caixa de moldagem, ventilao,
areia de enchimento, areia de faceamento, canais de ataque, canais de alimentao, massalotes, bacia de alimentao. Viu-se, por fim alguns princpios
de fabricao de modelos, a rgua de contrao, e as sobre-espessuras para
usinagem, distoro e sada.
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Atividades de aprendizagem
1. Quais as vantagens da fundio, comparativamente a outros processos
de fabricao?
2. Quais os processos de fundio existentes?
3. Como se classificam as fundies com relao ao mercado?
4. Como se classificam as fundies com relao s ligas metlicas?
5. Como se classificam as fundies em relao forma de vazamento?
6. O que uma fundio cativa?
7. Quantos processos de moldagem existem?
8. Por que o processo de moldagem em areia o mais praticado?
9. Quais caractersticas um molde deve ter?
10. Trace um esboo de um molde tpico e indique suas partes principais.
11. Explique o que acontece com uma pea quando ela se solidifica e se resfria.
12. O que so ventilaes?
13. O que areia de faceamento? Estabelea a diferena entre ela e areia de
enchimento.
14. O que um macho de moldagem e em que ele usado?
15. Faa um fluxograma para a confeco de um molde tpico, descrevendo
suas etapas.
16. O que so canais de vazamento e ataque?
17. O que bacia de vazamento?
18. O que uma rgua de contrao?
19. O que uma sobre-espessura num modelo? Para que serve?
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apresenta gros de formas angulares. A temperatura de fuso da olivina situa-se entre a de seus constituintes mineralgicos, a forsterita e a
faialita e na prtica varia entre 1300C e 1800C conforme seu teor em
xido de ferro. A forsterita muito refratria, mas esta refratariedade
diminui rapidamente com o teor de slica e de xido de ferro. O ponto de
sinterizao da olivina pura de aproximadamente 1600C. Entretanto,
sobre a forma de areia preparada, este valor cai para 1250C a 1320C.
e) Chamote um material obtido atravs de um processo de beneficiamento de argilas caulinticas, que inclui sua calcinao, britagem e classificao granulomtrica. Essas argilas, quando aquecidas at a calcinao,
transformam-se, por desidratao e outros mecanismos, em materiais
refratrios em cuja estrutura se encontra, principalmente, mulita e cristobalita. O ponto de fuso da chamote varivel, dependendo da origem
e do modo de preparo do material, mas as boas areias dela se equiparam slica (1725C) ou a ultrapassam nesse aspecto, podendo chegar
a valores da ordem de 1840C. A refratariedade aumenta medida que
diminui o teor de impurezas como xido de ferro, de titnio, etc. provvel que o ponto de sinterizao da chamote seja superior ao da slica
(1400C). A baixa expansibilidade da chamote faz desse material uma
alternativa interessante, quando se trata de fundir grandes peas em ao
ou em ferro fundido. Porm, devido ao preo mais elevado que o da slica, o seu uso s ocorre quando for indispensvel uma grande reduo no
risco de ocorrncia de defeitos devido expanso da areia-base e baixa
reatividade da areia com as ligas vazadas. Para que suas propriedades refratrias no sejam afetadas, a areia de chamote deve ser usada com um
aglomerante compatvel (argila refratria), de modo que no atue como
fluxante da outra a altas temperaturas.
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c) Permeabilidade a capacidade que a areia tem de se deixar atravessar pelos gases formados durante o vazamento do metal lquido no
molde. Se os gases no conseguem sair, ficam retidos na massa metlica,
produzindo o defeito chamado bolhas. Esses gases provm do ar contido
na cavidade do molde, da queima dos produtos contidos na areia, da
evaporao da gua contida na areia e dos gases dissolvidos no metal e
que se desprendem durante a solidificao.
d) Difuso trmica corresponde capacidade que deve ter a areia que
constitui os moldes de transmitir calor dos pontos mais quentes, como a
superfcie de contato com o metal lquido, para as reas mais frias, sob
um regime transiente de transmisso de calor.
e) Sinterizao a temperatura em que se observa o incio do amolecimento dos seus gros em contato com o metal lquido, provocando um
mau acabamento superficial da pea.
f) Dureza a capacidade de resistir ao atrito do metal.
g) Estabilidade trmica dimensional com o vazamento do metal nos
moldes, h naturalmente algumas partes deles que so mais aquecidas
que as outras. Essa propriedade est ligada diretamente ao fenmeno de
dilatao da areia sob o efeito do calor. Uma areia com boa estabilidade
trmica dimensional no apresenta grandes variaes dimensionais das
partes mais aquecidas do molde em relao s outras. O valor das variaes dimensionais depende de uma srie de fatores como:
Tipo de areia.
Tamanho, forma e distribuio granulomtrica dos gros.
Difusibilidades trmica dos moldes.
Temperatura de vazamento do metal.
Tamanho e forma da pea.
Tempo de vazamento.
Compactao do molde.
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Figura 2.2: Efeito da forma dos gros e da umidade da mistura sobre a propriedade
de resistncia mecnica das areias de moldao
Fonte: Doyle et al., 1978
Figura 2.3: Influncia do tamanho de gro da areia na resistncia mecnica de misturas de areia
Fonte: Doyle et al., 1978
A Figura 2.4 mostra a influncia do mdulo de finura sobre a mesma resistncia a verde de areias. Observa-se que quanto maior o mdulo de finura,
maior a resistncia mecnica que apresenta um mximo de 2% de umidade.
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A distribuio granulomtrica da areia para moldes deve ser tal, que ela
adquira alta permeabilidade e baixa expanso quando aquecida. Isso se consegue quando mais de 50% e menos de 70% dos gros ficam retidos em
trs peneiras consecutivas. O valor percentual mximo da areia retida em trs
peneiras consecutivas da srie padro chama-se concentrao. Uma areia com
mais de 70% de concentrao apresenta tendncia alta expanso.
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Figura 2.5: Comparao entre areias aglomeradas com argila natural e bentonita
Fonte: Doyle et al., 1978
Por outro lado, sabemos que a permeabilidade afetada pelo teor de aglomerante e de umidade. Mas quando se compara argilas com bentonitas, vemos
que com o emprego desta ltima, a permeabilidade menos afetada pela
umidade, conforme mostra a Figura 2.6 a seguir que mostra o efeito comparativo sobre a permeabilidade em funo da adio de dois aglomerantes.
O teor em gua funo do teor em aglomerantes. Para comparao entre
diversas argilas usa-se a funo rendimento da argila, definida como a relao
entre a resistncia mecnica obtida e a % de argila empregada ou seja:
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2.6 Bentonitas
Bentonita designa uma famlia muito especial de argilas aglomerantes. Elas
recebem esse nome porque sua descoberta se deu na localidade de Fort
Benton, nos Estados Unidos, o maior produtor desse mineral. No Brasil, nossas
nicas reservas viveis de bentonita se localizam no municpio de Campina
Grande, na Paraba.
As bentonitas so importantes por sua capacidade de inchamento, superior
em at dez vezes a de uma argila refratria comum, elas dividem-se em
dois grupos: sdicas e clcicas. As bentonitas sdicas apresentam melhores
propriedades para fundio que as clcicas. Uma dessas propriedades a
variao volumtrica que muito maior nas clcicas.
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Bentonitas clcicas
Maior inchamento
Maior contrao
Maior disponibilidade
Maior durabilidade
Menor custo
Existente no Brasil
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Tambm sabe-se que permeabilidade depende do teor em argilas e da existncia de umidade em quantidade suficiente.
Na prxima seo, sero analisadas as relaes de permeabilidade e de composio da mistura e seus parmetros com a caracterstica geolgica da areia.
2.8 Composio
Primeiro fator teor em H2O
Quanto maior o volume de gua, maior o volume intersticial. Por isso, a
permeabilidade melhora com o aumento da umidade.
Segundo fator teor em argila
Em qualquer circunstncia existe um mximo de permeabilidade em funo da
adio de argila, porque aps este ponto a tenso superficial que mantm os
interstcios se rompe, obliterando-os e, portanto, rompendo a permeabilidade.
Em qualquer quantidade, o aumento do teor de argila sempre diminuir a
permeabilidade. A Figura 2.8 ilustra o processo.
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Fundio
Resumo
Nessa aula, estudou-se a fabricao da areia artificial que servir de material
para a confeco dos moldes para fundio, levando-se em conta a forma
dos gros. Apresentaram-se os principais tipos de areia para fundio: slica,
cromita, zirconita, olivina, chamote e suas propriedades: a) moldabilidade; b)
resistncia mecnica; c) permeabilidade; d) difuso trmica; e) sinterizao;
f) dureza; g) estabilidade trmica dimensional. Viu-se que a estabilidade trmica de uma areia depende de uma srie de fatores, como o tipo de areia, o
tamanho, a forma e a distribuio granulomtrica dos gros; difusibilidades
trmica dos moldes, temperatura de vazamento do metal, tamanho e forma da
pea, tempo de vazamento, compactao do molde e da resistncia mecnica
e da plasticidade da areia. Foi apresentado, tambm, ensaios que medem as
propriedades das areias sintticas, viu-se o uso de argilas como aglomerantes
e o caso especial da bentonita, dessa forma, analisou-se a influncia desse
aglomerante sobre as propriedades da areia.
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Atividades de aprendizagem
1. O que areia de moldagem?
2. Cite sete propriedades da areia de moldagem e explique-as.
3. Quais so os ingredientes usados para a fabricao de uma determinada
areia de moldagem?
4. Quais as areias de fundio mais comuns? Caracterize-as.
5. Quanto menor o mdulo de finura de uma areia, maior a sua resistncia
compresso a verde. Por qu?
6. Por que a permeabilidade da areia um fator importante na qualidade
das areias de fundio?
7. Qual o efeito do tempo de mistura na resistncia mecnica de areias
de moldagem?
8. Por que a permeabilidade melhora com o aumento da umidade?
9. Explique o efeito da umidade e do teor de argila sobre a permeabilidade.
10. Quanto maior o teor de argila aglomerante, menor a permeabilidade.
Por qu?
11. O que bentonita?
12. Cite cinco ensaios de laboratrio que medem as propriedades da areia
de fundio.
13. O que ponto de umidade timo? Por que ele ocorre?
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Fundio
Aula 3 Aditivos
Objetivos
Demonstrar as relaes entre qualidade de areia obtida e o
usodeaditivos.
Visualizar os aspectos positivos e negativos do uso de aditivos.
Mostrar os limites prticos no uso de aditivos.
3.1.1 P de madeira
O p de madeira adicionado s misturas de areia para combater o efeito
da dilatao volumtrica, conferindo maior estabilidade mistura. Quando
o p de madeira se queima devido ao calor liberado pelo metal lquido, vai
liberando espaos livres.
3.1.2 P de carvo
O p de carvo queima-se da mesma forma que o aditivo anterior, mas por
ter um tamanho bem menor, adiciona-se p de carvo para obter-se aumento
da permeabilidade, j que medida que se queima o p de carvo liberam-se
espaos e porosidades por onde podem passar os gases.
O p de carvo, ao aumentar a porosidade da areia, indiretamente, diminui
a difusibilidade trmica da areia. As areias de zirconita so as que possuem
maior difusibilidade trmica.
A Figura 3.1 mostra o efeito sobre a resistncia mecnica, quando se adiciona
p de carvo vegetal. No caso especfico da adio de p de carvo, existe o
fenmeno do ponto de inverso da temperatura. Nesse ponto, a permeabili-
Aula 3 - Aditivos
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Fundio
3.1.4 Dextrinas
Dextrinas ou quaisquer outros cereais tm efeito similar ao do p de madeira,
entrando em combusto durante o vazamento de metal lquido, aumentando
os espaos livres, prevenindo a dilatao.
Resumo
Nessa aula foi, estudado, exclusivamente, as funes dos aditivos que podem
ser empregados na confeco de areia de moldagem e suas respectivas propriedades.
Atividades de aprendizagem
1. Quais so as funes dos aditivos na fabricao da areia de moldagem?
2. Cite os aditivos mais empregados e a funo de cada um.
3. Com relao adio de p de carvo vegetal, explique o que o fenmeno da inverso de temperatura.
4. Por que se adiciona p de carvo areia de moldagem de zirconita?
Aula 3 - Aditivos
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coloca este equipamento no topo do controle metalrgico e, consequentemente, em alto grau de pureza e qualidade das ligas fundidas.
Uma variao do forno eltrico a induo o forno de induo a canal, que
alm das caractersticas citadas acima, nos propiciar a melhor homogeneidade do metal lquido dentre todos os equipamentos analisados.
Por exemplo, a Fundio Magotteaux, em Contagem-MG, uma empresa
voltada produo de corpos moedores e revestimentos para moinhos, fundidos em ligas com altos teores de carbono, cromo, mangans, alm de outros
elementos. Toda a sua capacidade de fuso fornecida por fornos eltricos.
Seu parque de fuso composto de:
a) Um forno a arco:
Capacidade nominal de 6000 kg e capacidade efetiva de 5000 kg.
Potencia aparente 2760 kW a uma carga de 7600 A.
Dimetro dos eletrodos de 8 polegadas.
A refrigerao era feita com gua a vazo de 20 m3/h e presso de 3 kg/cm2.
b) Dois fornos a induo:
Capacidade por corrida de 1500 kg, com taxa de produo de 1810 kg/h.
Potncia de 1000 kW.
O consumo energtico de 502 kWh/t para fuso de ferro fundido cinzento e 552 kWh/t para fuso de ao.
c) Um forno de induo a canal para homogeneizao e sobre aquecimento:
Capacidade mxima de 9600 kg, e capacidade til de 6000 kg.
Taxa de aquecimento de 10C/min.
Mas a energia eltrica nem sempre est disponvel nas quantidades requeridas
para operar uma fundio. Neste caso, podemos recorrer ao forno cubilot.
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Fundio
movimento giratrio. O combustvel destes fornos fixos pode ser o leo diesel,
como os giratrios, ou carvo coque ou vegetal, sendo estes combustveis slidos
os mais usados nos fornos fixos. O uso do combustvel slido induzir a um
grande aumento das dimenses das paredes do forno pois o cadinho ter de ser
mantido circundado por uma coluna de carvo incandescente enquanto opera.
Quando o material estiver fundido e na temperatura de vazamento, o cadinho
ser extrado com o uso de um garfo especial, conforme mostrado na Figura 4.4.
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Nos fornos em que o combustvel leo diesel, existe um depsito para esse
leo, instalado em posio elevada em relao ao forno, a fim de se conseguir
a presso desejada de combustvel no maarico.
Resumo
Nessa aula, estudou-se os principais equipamentos para a fuso de metais
na fundio. Foram citados o forno eltrico a arco, forno eltrico a cadinho,
forno eltrico a canal, forno cubilot e forno a cadinho. Este ltimo, discutiu-se
com mais detalhes. Foi ressaltado a sua utilizao na indstria artesanal e
em laboratrios e tambm sua grande versatilidade, permitindo o uso de
combustveis slidos como o carvo. Assim, conforme o estudo, uma grande
importncia foi dada ao controle da chama nos fornos.
Atividades de aprendizagem
1. Quais so os principais equipamentos para fuso de metais na fundio?
2. No mercado industrial, qual a melhor aplicabilidade? Justifique.
3. Quais as vantagens de um forno a cadinho?
4. Por que as paredes de um forno a cadinho devem ser perfeitamente
circulares?
5. Quais as desvantagens da chama redutora?
6. O que uma queima estequiomtrica e que tipo de chama ela produz?
7. Por que no utilizamos a chama neutra?
8. Quais as desvantagens da chama oxidante?
9. Como se consegue a presso de ar para combusto?
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Si
Mn
Ferro gusa I
3,5
2,5
0,72
0,18
0,016
Ferro gusa II
3,5
3.0
0,63
0,20
0,018
Sucata
3,4
2,3
0,50
0,20
0,030
Retorno
3,3
2,5
0,65
0,17
0,035
Coque
90
0,500
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56
Fundio
5,25 kg
Gusa II
10,5 kg
Sucatas de ferro
15,3 kg
Retorno
Total
19,8 kg
50,85 kg
Fonte: Autor
57
e-Tec Brasil
3,75 kg
Gusa II
9,00 kg
Sucatas de ferro
10,35 kg
Retorno
15,00 kg
Subtotal
Perda por oxidao
38,10 kg
38,10 10%
Total
-3,81 kg
34,29 kg
Fonte: Autor
1,085 kg
Gusa II
1,89 kg
Sucatas de ferro
2,25 kg
Retorno
3,90 kg
9,12 20%
-1,82 kg
Subtotal
Perda por oxidao
9,12 kg
Total
7,29 kg
Fonte: Autor
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Fundio
0,27 kg
Gusa II
0,60 kg
Sucatas de ferro
0,90 kg
Retorno
1,02 kg
Total
2,79 kg
Fonte: Autor
0,024kg
Gusa II
0,054kg
Sucatas de ferro
0,135kg
Retorno
0,210kg
Subtotal
0,423kg
+0,0375kg
Total
0,4605kg
Fonte: Autor
59
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Resumo
Nessa aula, estudou-se as caractersticas e utilizaes dos fornos cubilot.
Tambm aprendemos a calcular a carga do cubilot, com base no conhecimento das quantidades de carbono, silcio, mangans, fsforo e enxofre no
ferro gusa, na sucata e na natureza das reaes que tem lugar no cubilot.
Aplicou-se uma ferramenta que ser da maior utilidade na carreira do tcnico
em metalurgia, ou seja, o balano de massa. Esta maneira de calcular a carga
comum a qualquer equipamento de fuso e no s ao forno cubilot. No
exemplo dado o teor de S calculado de 0,03%. Se o teor mximo admissvel
fosse inferior a este valor, teramos de propor uma nova composio da carga,
diminuindo-se as quantidades de retorno e sucata de ferro, j que elas tem
maior teor de S ao mesmo tempo em que se aumenta as quantidades de
gusa I e gusa II porque estes tem menor quantidade de S.
Atividades de aprendizagem
1. Por que os fornos cubilot j foram o equipamento mais utilizado em
fundies e porque est sendo substitudo por outros equipamentos de
fundio?
2. Cite as caractersticas dos fornos cubilot, destacando suas vantagens e
desvantagens.
3. Por que as propores dos metais colocados no cubilot devem ser calculadas? Esses clculos so baseados em qu?
4. Que premissas so vlidas quando se calcula uma carga para cubilot?
5. Por que o ferro quase no perde enxofre na fuso num forno cubilot?
6. Como se determina o consumo especfico de combustvel?
7. Suponha que o teor de S mximo admissvel 0,02%. Proponha uma
nova carga para produo de 1500kg de metal.
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Fundio
Para que a variao do fluxo no tempo seja grande, preciso que o fluxo
seja elevado e/ou que o tempo de variao t seja pequeno. Esta ltima
condio corresponde a uma frequncia elevada.
O forno a induo muito usado para fuso de materiais condutores. Em tais
materiais formam-se correntes de Foucault (correntes induzidas em massas
metlicas), que produzem grande elevao de temperatura. Se os materiais
forem magnticos, haver tambm o fenmeno da histerese que contribui
para o aumento de temperatura. O forno consiste basicamente num transformador com o prprio forno sendo o secundrio do transformador, constitudo
apenas por uma espira. A Figura 6.1 mostra o esquema eltrico de um forno
a induo.
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Fundio
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A fuso a vcuo especialmente indicada para produtos como lminas de turbina, mancais, peas de queimadores e aos de ferramenta de alta qualidade.
De maneira muito particular, o processo de fundio a vcuo importante
para o desenvolvimento da indstria do cobre, pois no projeto da Unidade
Hidrometalrgica do Cobre (UHC) para produo de cobre primrio, na planta
de Sossego, da VALE em Cana dos Carajs, o minrio de cobre atacado por
cido sulfrico em atmosfera de oxignio puro. Neste caso, no se usam em
nenhuma hiptese vlvulas ou equipamentos de ao, pois ele no resistiria ao
ataque cido. O material indicado o titnio. Este tipo de material s pode
ser obtido em fundies a vcuo.
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Fundio
Os fornos de induo a canal tipo dupla bacia permitem dosar a carga e a descarga, podendo ter carregamento e vazamento contnuos, ininterruptamente.
Os fornos de induo desse tipo operam em baixas frequncias e apresentam
alto custo, pequena capacidade de produo, alto grau de homogeneizao
e controle operacional.
Por isso, estes tipos de fornos so ideais para pequenas e sofisticadas operaes, tais como fundies de preciso e centros de pesquisa. A Figura 6.5
mostra um equipamento deste tipo.
65
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Figura 6.5: Modelo de forno de induo a canal de baixa frequncia com dupla bacia
Fonte: Autor
Figura 6.6: Forno de induo a canal horizontal de baixa frequncia para fundies
de ferro e ao
Fonte: Autor
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Fundio
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Fundio
Figura 6.9: Relao entre posio do arco, o atraso de ignio, distoro do oscilograma (tenso corrente) do arco em um forno eltrico para fundies de ferro e ao
Fonte: Silveira et al., 1980b
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Figura 6.11: Perfis de desgaste de eletrodos num forno eltrico a arco para fundies
de ferro e ao
Fonte: Silveira et al., 1980b
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Fundio
Resumo
Nessa aula, estudou-se o funcionamento e as caractersticas dos fornos de
induo utilizados para fuso de materiais condutores que formam correntes
de Foucault e que produzem grande elevao de temperatura.
Atividades de aprendizagem
1. O funcionamento dos fornos de induo baseia-se na induo eletromagntica. Explique-o a partir da tese de Faraday.
2. Explique por qual motivo se formam correntes de Foucault nos materiais
condutores utilizados no forno induo.
3. Quais frequncias podem ser utilizadas em fornos sem ncleo? Explique-as.
4. O que se entende por fuso a vcuo e qual sua melhor aplicabilidade?
5. Quais os trs tipos principais de fornos canal?
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e-Tec Brasil
Observe que o vazio sempre deve ser localizado no massalote que, para isso,
dever estar lquido medida que o metal no molde se solidifica.
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Fundio
Ferro fundido
cinzento
Ao fundido
Alumnio
Lato
Bronze
Magnsio
Contrao
(pol/p)
1/8
1/4
5/32
3/16
1/8 a 1/4
11/64
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e-Tec Brasil
Resumo
Nessa aula, viu-se o processo de solidificao e contrao dos metais na
fundio e as distores que estes fenmenos provocam nas peas. Viu-se
noes de projetos de modelos para evitar que estas distores afetem o
projeto final da pea acabada. A primeira tcnica vista foi a massalotagem
para evitar defeitos de fundio, relacionados ao defeito conhecido como
rechupe. Entendeu-se o que o massalote, como deve alimentar a pea
durante o processo de solidificao de modo que contenha todo o vazio e
sua funo no processo de solidificao que se resume justamente em evitar
estes rechupes. Viu-se algumas anlises de falhas em peas crticas de moinhos
como exemplo da formao de rechupes, ocorrida por erro na utilizao da
tcnica de massalotagem. Em seguida analisou-se o fenmeno da contrao e
a necessidade de se prever esta contrao no modelo. Contudo, para ajustes
dimensionais de grande preciso, ser necessrio recorrer ao processo de
usinagem. Neste caso o modelo ter de prever esta quantidade de metal que
dever ser retirada. Por fim, analisou-se a necessidade de se prever empenamentos e uma sada suave do modelo do molde, atravs de superfcies no
modelo chamadas de sadas e arredondamentos.
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Fundio
Atividades de aprendizagem
1. Explique o processo de fuso e resfriamento.
2. O que so rechupes?
3. O que massalote?
4. Como a tcnica de massalotagem garante a sanidade das peas fundidas?
5. Onde o massalote deve se localizar?
6. A densidade do ferro lquido 7 g/cm3. A densidade do Fe slido 7,8g/cm3.
Qual o volume mnimo dos massalotes numa pea de 20 kg slida, limpa
e acabada.
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Fundio
Resumo
Nessa aula, diferenciaram-se os principais defeitos de fundio. Apresentaram-se as causas dos defeitos de fundio: alta dureza do molde, temperatura
de moldao elevada, tempo de vazamento, densidade insuficiente do molde
e resistncia insuficiente de molde. Estudamos, tambm, as solues para
evitar esses eventuais defeitos.
Atividades de aprendizagem
1. Cite os principais fatores relacionados areia e moldao causadores
diretos ou indiretos de defeitos de fundio.
2. Como a dureza do molde pode afetar a fundio?
3. A temperatura de moldao pode alterar os resultados da fundio? Explique.
4. Como se mede o tempo de vazamento?
5. O que pode acontecer se a densidade insuficiente do molde for causada
por alta porcentagem de gua? Como solucionar os eventuais problemas?
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Fundio
9.1.1 Bolhas
Bolhas so cavidades arredondadas formadas por gases no evacuados do
molde.
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Por sua vez, os gases dentro do metal lquido s podem ter trs origens:
a) Estavam no metal antes do vazamento, por deficincias na etapa de desoxidao.
b) Foram aspirados do ar durante o vazamento.
c) Foram difundidos do molde para o banho lquido aps o vazamento.
A Figura 9.1 um exemplo da aparncia desse defeito.
Figura 9.1: Peas que apresentam bolhas alongadas e arredondadas na parte superior
Fonte: Nazareno; Lobato, 2008
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Fundio
Mas, a maior causa das bolhas a m desoxidao dos gases gerados durante
o processo de fabricao do metal lquido.
Um caso de mau enchimento uma caixa superior muito baixa, agravada por
grande compactao e pequena altura metalosttica. A maior parte desses
defeitos so provocados pela temperatura de vazamento insuficiente.
O mau enchimento est sempre relacionado a dificuldades de escoamento,
o que explica sua maior incidncia em paredes mais finas.
Um vazio causado por deficincia de alimentao mostrado na Figura 9.3.
As Figuras 9.4 e 9.5 mostram um defeito desse tipo que ocorre numa pea
de alto peso e alta criticidade: grelhas do moinho SAG no Projeto Sossego.
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Fundio
Figura 9.5: Detalhe do defeito de fundio que motivou a falha da pea mostrada em
conjunto na foto anterior
Fonte: Oliveira, 2009
Na Figura 9.4, v-se o conjunto montado com a grelha em falha. Na Figura 9.5,
mostra-se detalhe da falha onde fica bvio que a causa o mau enchimento.
9.1.3 Trincas
Tm formato irregular e so geradas quando partes do metal slido se separam
por tenses trmicas, aps a remoo do molde. A Figura 9.6 mostra esse
tipo de defeito.
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9.1.5 Incluses
As incluses podem ser de xidos, de areia e de escrias.
As incluses de xidos so originadas do material gerado na desoxidao.
As incluses de escria so produto de contaminao do metal com a escria.
A Figura 9.7 mostra esse defeito.
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Fundio
Figura 9.8: Pea de alta criticidade que apresenta incluses de areia e bolhas
Fonte: Oliveira, 2009
Identificar a real causa da falha de uma pea fundida um problema complexo. Nem sempre quando se encontra um defeito de fundio numa pea,
significa que ele foi realmente a causa da falha. Esse fato tem implicaes
econmicas de grande monta, o que cria uma situao delicada para o profissional fundidor. No caso de revestimentos de moinhos, peas fundidas de
alta tecnologia, responsveis pelo funcionamento das plantas de tratamento
de minrios, h trs causas de falhas:
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Fundio
Resumo
Nessa aula, viu-se as caractersticas das bolhas e como combat-las. Pode-se
verificar o que so os vazios ou mau enchimentos e como evit-los. Viu-se o
fenmeno dos sopros e exploses e como evitar este acidente. Por ltimo,
vimos que uma pea que falha em servio, nem sempre resultado de um
defeito de fundio. Mas se ela falhar e nela for encontrado um defeito,
certamente este ser apontado como causador da falha, independentemente
de que tambm tenham existido falhas na operao e na montagem.
Atividades de aprendizagem
1. Cite os principais defeitos ao desprendimento de gases.
2. O que so as bolhas na fundio?
3. Cite os tipos de bolhas na fundio. Quais so suas caractersticas?
4. O que so os vazios ou mau enchimento na fundio e a que esto
relacionados?
5. Como so geradas as trincas? Como evit-las?
6. O que provoca sopros e exploses? Onde se localizam?
7. Explique o que so as incluses na fundio.
8. Um revestimento de moinhos pode falhar por trs motivos. Quais so?
Explique.
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e-Tec Brasil
Aula 10 Segregao
Objetivos
Entender as origens da segregao e corrigir suas causas.
Aula 10 - Segregao
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e-Tec Brasil
Figura 10.1: Seo transversal de um trilho com intensa segregao e bolhas e uma
fissura interna no boleto
Fonte: Colpaerth, 1974
e-Tec Brasil
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Fundio
Resumo
Nessa aula, viu-se as origens da segregao, entendemos o processo da solidificao e seu mecanismo. Pode-se dizer que uma linha forte de segregao
pode promover uma fragilidade no material e que essa fragilidade deve ser
adequadamente confirmada por uma anlise metalogrfica e de ensaios
mecnicos.
Atividades de aprendizagem
1. Quais as origens da segregao?
2. Que impurezas pode conter qualquer banho metlico?
3. Como a fragilidade est relacionada segregao?
4. Durante o processo de solidificao, para que regies as impurezas tendem a ser segregadas?
5. Qual o meio mais radical de remoo de segregaes? Explique.
Aula 10 - Segregao
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e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil
com projetos bem feitos, com funil de vazamento e canal de descida sempre
cheios durante todo o tempo de enchimento do molde com metal lquido.
Mas nem todos os defeitos podem ser combatidos apenas usando o senso
comum. importante que se tenham noes de metalurgia da panela para
evitar alguns defeitos de causas mais sutis.
e-Tec Brasil
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Fundio
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e-Tec Brasil
Onde:
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Fundio
A difuso beneficiada com o aumento da temperatura porque, aumentando-se a temperatura, aumenta-se a probabilidade do tomo ter energia
trmica necessria para o salto e tambm se aumenta o nmero de lacunas.
Assim, o hidrognio o gs de menor raio atmico. Portanto, mais absorvvel
no ferro slido e dissolvvel no metal lquido.
Mas,
Segue-se que:
Ento:
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11.5 Desoxidao
Existe um equilbrio entre o oxignio gasoso, capaz de sair do metal, e o
oxignio dissolvido, preso ao metal.
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Fundio
Logo,
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e-Tec Brasil
11.7 Venulao
So finas excrescncias metlicas ou rebarbas. Esse defeito originado pela
expanso da areia, conforme esquema da Figura 11.1:
Esse defeito tambm pode ser originado por estufamento inadequado, sendo
mais comum em areias aglomerada com leos e produtos afins.
e-Tec Brasil
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Fundio
11.9 Sinterizao
Defeito relacionado areia.
Causas:
a) Impurezas.
b) Teor excessivo de xidos de ferro.
c) Alta porcentagem de argila inerte.
d) Alta porcentagem de clcio nas argilas.
e) Porcentagem elevada de silicatos na areia.
Solues:
a) Evitar a adio de areia nova.
b) Adotar o uso de tintas.
c) Usar areias com boa sinterizao.
d) Adotar maior porcentagem de p de carvo para fundies de ferro fundido.
105
e-Tec Brasil
Resumo
Nessa aula, estudamos as regras necessrias preveno e soluo dos defeitos de fundio. Estudamos tambm os defeitos e solues relacionados com
estabilidade trmica dimensional.
Atividades de aprendizagem
1. Cite as providncias que devem ser tomadas para a preveno dos defeitos de fundio.
2. Que cuidados devem ser tomados para evitar o contato do metal com
umidade ao longo de toda a sua elaborao?
3. Quais os defeitos de fundio relacionados com estabilidade trmica dimensional? Esses mecanismos do defeito podem ser divididos em quatro
partes. Quais so?
4. O que se deve entender por venulao?
5. Como ocorre a penetrao mecnica?
6. Cite os defeitos relacionados areia, as causas e solues?
e-Tec Brasil
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Fundio
Referncias
COLPAERTH, H. Metalografia dos produtos siderrgicos comuns. 3 ed. So Paulo:
Edgar Blucher, 1974.
DOYLE, L. E. et al. Processos de fabricao e materiais para engenheiros. So
Paulo: Edgar Blucher, 1978.
ENCONTRO DE FUNDIDORES. Areias de fundio aglomeradas com argila, Anais... Hilton
Hotel. Belo Horizonte: SENAI de Itana, 1982. 470 p.
GRAY, A.; WALLACE, G. A. Eletrotcnica: princpios e aplicaes. 7 ed. Rio de Janeiro,
Livros Tcnicos e Cientficos, 1976.
NAZARENO, J.; LOBATO, J. Defeitos de fundio. Notas de aula. IFPA, 2008.
OLIVEIRA, B. F. Fundio. Notas de aula. EEUFMG, 1983.
OLIVEIRA, Eugnio Teixeira de. Avaliao da quebra prematura de uma placa
central do espelho de descarga do moinho SAG: relatrio tcnico. Gerncia de
controle de qualidade, Sossego, maio de 2007. 14 p.
OLIVEIRA, B. F. Anlise de falhas no moinho SAG em 05/12/2009: relatrio interno.
Projeto Sossego. VALE, Cana dos Carajs-PA, 2009. 10 p.
SILVA, W. Apresentao Fornac: relatrio interno. Rio de Janeiro, setembro, 2010.
SILVEIRA, R. C. et al. Tecnologia de fabricao do ao lquido fundamentos. Belo
Horizonte, Jose Martins de Godoy, auxlio financeiro do CNPq, processo 40.2472/79,
1980a. 1 v.
SILVEIRA, R. C. et al. Tecnologia de fabricao do ao lquido aciaria eltrica. Belo
Horizonte, Jose Martins de Godoy, auxlio financeiro do CNPq, processo 40.2472/79,
1980b. 3 v.
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e-Tec Brasil
Currculo do professor-autor
Bruno Ferraz de Oliveira engenheiro metalurgista formado pelo Departamento de Engenharia Metalrgica e de Materiais (DMET/EEUFMG), em julho
de 1983. Mestrado e Doutorado em Engenharia Metalrgica Extrativa pelo
CPGEMM-EEUFMG. Professor no IFPA Departamento de Materiais e Metalurgia onde coordenador dos Cursos Tcnicos em Metalurgia e Engenharia
de Materiais. professor efetivo nas cadeiras de Metalurgia dos Ferrosos,
Metalurgia dos no Ferrosos, Tratamento de Minrios, Operaes Unitrias,
Agentes Metalrgicos e Fundamentos da Engenharia de Materiais.
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