G15 - 018 - Tecnologia de Máquinas e Ferramentas - SENAI-RJ
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G15 - 018 - Tecnologia de Máquinas e Ferramentas - SENAI-RJ
de máquinas e
ferramentas
SENAI-RJ • Mecânica
tecnologia
de máquinas e
ferramentas
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
tecnologia
de máquinas e
ferramentas
SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2007
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas
© 2007
SENAI-Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
FICHA TÉCNICA
SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional
Apresentação ............................................................ 11
4 RETIFICADORA .......................................................
O processo retificação ......................................................
87
89
Tipos de retificadoras ....................................................... 90
A ferramenta rebolo......................................................... 92
Classificação dos processos de retificação ................................ 101
Parâmetros de corte ........................................................ 104
A importância da refrigeração no processo de retificação ............... 108
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização cons-
tante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos,
trazendo desafios renovados a cada dia e tendo como conseqüência para a educação a neces-
sidade de encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI – RJ incluem-
se nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação pro-
fissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e apren-
der, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros as-
pectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
A unidade curricular Tecnologia de Máquinas e Ferramentas objetiva levá-lo a identificar
e compreender o funcionamento das máquinas e ferramentas mais usuais no processo de usi-
nagem. Ao longo do processo de aprendizagem, você terá a oportunidade de relacioná-las às
possibilidades particulares de cada máquina, favorecendo assim o seu uso de forma mais efi-
ciente.
Então vamos em frente!!!
SENAI-RJ 11
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação
entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar
recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do
tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produ-
zir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recur-
sos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela ve-
locidade da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer
planos de curto e longo prazo para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na
natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem
e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor delas.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é bas-
tante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornan-
do difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamen-
to em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a
falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-pri-
SENAI-RJ 13
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Uma palavra inicial
14 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Uma palavra inicial
ro de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e governo – assu-
ma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade para determinar seu impacto sobre o
meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores,
propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, em-
presas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolven-
do ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas isso
ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso
que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com vo-
cê sobre meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício pro-
fissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela
segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?
SENAI-RJ 15
Usinagem: como se
apresenta o problema
Nesta unidade...
A usinagem e sua importância no contexto
dos processos de fabricação mecânica
Movimentos principais
1
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
A usinagem e sua
importância no contexto
dos processos de fabricação
Antes do processo de usinagem, a peça a ser
obtida é definida e representada no desenho me- Usinagem é um processo
cânico, que apresentará as suas formas, dimensões,
de fabricação cuja
operação baseia-se na
materiais, acabamentos superficiais, tolerâncias
remoção de material da
dimensionais, tolerâncias de forma e de posição e
peça pela ação de uma
tudo mais que seja necessário à sua fabricação.
ferramenta de corte, isto
Neste material, trataremos especificamente
combinado a movimentos
do processo de usinagem, que é um dos diversos
relativos da peça e a
processos de fabricação conhecidos: fundição, aresta cortante da
conformação mecânica, forjamento, estampagem, ferramenta.
metalurgia do pó, soldagem etc.
Mas para que o processo de usinagem ocor-
ra, é necessário o uso de máquina-ferramenta (machine tool), genericamente chamada de má-
quina operatriz.
SENAI-RJ 19
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
• Plainas • Retificadoras
• Tornos mecânicos • Mandriladoras
• Furadeiras • Brochadeiras
• Fresadoras • Máquinas de serrar
Movimentos principais
As formas que a peça recebe são provenientes dos movimentos coordenados e relativos
entre peças e ferramenta.
Em toda máquina-ferramenta há três movimentos distintos:
• Movimento de corte (ou principal).
• Movimento de avanço.
• Movimento de aproximação e penetração.
20 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
Movimento de avanço
Esse tipo de movimento pode ser contínuo, caso típico de tornear e fresar, mas também
pode ser intermitente em seqüência de cortes, como na operação de aplainar. Pode ser feito
pela peça (fresar) ou pela ferramenta (tornear, aplainar, furar etc.).
SENAI-RJ 21
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
Figura 1 Figura 2
Aplainar Tornear
c
a
a b
b Plaina limadora
Torno
Figura 3
Furar a
a – Movimento de avanço
b – Movimento de corte ou principal
Furadeira c – Movimento de penetração da ferramenta
Figura 4 Figura 5
Fresar Retificar
HG
a HG
a b c
b c
Retificadora
22 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
Figura 6
Secção do cavaco
Vc
a – Avanço em [mm/rot.]
p – Profundidade em [mm]
Vc – Velocidade de corte em [m/min]
a p
Figura 7
Secção do cavaco
S = a.p em mm²
SENAI-RJ 23
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
Composição das
forças de corte
Durante a formação de cavacos, forças geradas pelo corte atuam tanto na ferramenta co-
mo na peça.
Essas forças devem ser equilibradas, em direção e sentido, pela peça e pelos dispositivos
de fixação da máquina. A Figura 8 ilustra a representação espacial dessas forças, que podem
ser aplicadas a outros processos de usinagem.
Figura 8
Fr = Fp + Fa
F = Fc + Fr
Fp
Fc = Força de corte – depende do material e dos
ângulos da ferramenta
Fa = Força de avanço
Fp = Força causada pela penetração
F = Força total para cortar – é a resultante de Fc e FR,
que influem na fixação da peça e da ferramenta
FR F Fc Fa
Fc = S . Ks
Como vimos até então, o processo de usinagem exige um circuito fechado de força entre
peça e ferramenta. Por isso, para obter boas superfícies é preciso que este circuito seja o mais
rígido possível.
24 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Usinagem: como se apresenta o problema
SENAI-RJ 25
Torno mecânico
Nesta unidade...
O processo torneamento
Tipos de torno
Equipamentos e acessórios
Parâmetros de corte
Tempo de fabricação
Potência de corte
2
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
O processo torneamento
Quando estudamos a história do homem, percebemos que os princípios de todos os pro-
cessos de fabricação são muito antigos. Eles são aplicados desde que o homem começou a fa-
bricar suas ferramentas e utensílios, por mais rudimentares que eles fossem.
Um bom exemplo é o processo mecânico de usinagem torneamento. Ele se baseia em
um princípio de fabricação dos mais antigos que existem, usado pelo homem desde a mais
remota antiguidade, quando servia para a fabricação de vasilhas de cerâmicas. Esse princí-
pio serve-se da rotação da peça sobre seu próprio eixo para a produção de superfícies cilín-
dricas ou cônicas.
Apesar de muito antigo, pode-se dizer que ele só foi efetivamente usado para o trabalho
de metais no começo do século passado. A partir de então, tornou-se um dos processos mais
completos de fabricação mecânica, uma vez que permite conseguir a maioria dos perfis cilín-
dricos e cônicos necessários aos produtos da indústria mecânica.
Então, vamos em frente.
SENAI-RJ 29
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
No torneamento, a ferramenta penetra na peça (Figura 1), cujo movimento rotativo uni-
forme ao redor do eixo A permite o corte contínuo e regular do material. A força necessária pa-
ra retirar o cavaco é feita sobre a peça, enquanto a ferramenta, firmemente presa ao porta-fer-
ramenta, contrabalança a reação dessa força.
Figura 1
Movimentos do torneamento
Tipos de torno
Dependendo da peça a ser usinada, das operações requeridas nesse processo e de ser pe-
ça específica ou seriada, escolhe-se o torno mais adequado. Apresentamos a seguir os princi-
pais tipos de tornos e suas aplicações.
30 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Figura 3
O torno mais simples que existe é o torno universal. Estudando seu funcionamento, é pos-
sível entender o funcionamento de todos os outros, por mais sofisticados que sejam. Esse tor-
no possui eixo e barramento horizontal e tem capacidade de realizar todas as operações que
já citamos.
Assim, basicamente, todos os tornos, respeitado suas variações de dispositivos ou dimen-
sões exigidas em cada caso, são compostos das seguintes partes principais:
1. Corpo de máquina: barramento (Figura 4), cabeçote fixo (Figura 5) e móvel, caixas de mu-
dança de velocidade.
Figura 4 Figura 5
SENAI-RJ 31
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Figura 6
Figura 7
32 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Figura 8
Placa universal
Barramento
Pé do torno (dianteiro)
Bandeja
Pé do torno (traseiro)
Carro longitudinal
Espera
Placa universal
Serve para fixar as peças cilíndricas ou com número de lados múltiplo de 3.
Figura 9
Castanhas Chave
SENAI-RJ 33
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Figura 10
Tipos de castanhas
Figura 11
Porta-ferramenta
É onde se fixa a ferramenta de corte.
Figura 12
34 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Cabeçote móvel
Serve para prender a contraponta, a broca de haste cônica, mandris etc. O cabeçote móvel de-
ve trabalhar alinhado com a placa. O alinhamento é feito com um parafuso em sua base.
Figura 13
Mangote
Figura 15
Barramento Parafuso de
regulagem
Barramento
Suporta as partes principais do torno e é apoiado sobre os pés deste. O carro longitudinal e o
cabeçote móvel se deslocam sobre ele. O barramento serve de referência para indicar os mo-
vimentos longitudinal e transversal.
Figura 15
Longitudinal
Transversal
SENAI-RJ 35
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Cabeçote fixo
Possui, no seu interior, conjuntos de engrenagens que servem para a mudança de velocidade
e o avanço automático do carro longitudinal.
A mudança da velocidade é feita pelas alavancas externas. O cabeçote fixo recebe movimen-
to de um motor elétrico, através da transmissão do movimento, feito por polias e correias.
Figura 16
A mudança de velocidade
varia de acordo com o
modelo da máquina.
Carro longitudinal
Trabalha ao longo do barramento (Figura 17). Seu movimento pode ser feito manualmente,
por meio do volante, ou automaticamente.
Figura 17
Movimento de Movimento de
espera carro transversal
Espera
Carro
transversal
Manivela B
Manivela A Para cima engata
o carro longitudinal
Alavanca 1 de
engate da vara
Alavanca 2 de
engate de fuso
(para abrir roscas) Fuso
Vara
36 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Fuso
Controla o movimento do carro longitudinal. É usado para abertura de rosca.
Vara
Dá movimento ao carro longitudinal e transversal para desbastar.
Carro transversal
Trabalha transversalmente ao barramento, sobre o carro longitudinal. Seu movimento pode
ser manual, por meio de manivela “A”, ou automático, engatando-se a alavanca 1 (para baixo).
É usado para dar profundidade de corte no torneamento longitudinal ou para facear.
Espera
Trabalha sobre o carro transversal. Sobre ela está o porta-ferramenta. Seu movimento é feito
por meio da manivela “B”. É usada para dar profundidade de corte, manualmente, principal-
mente no faceamento de peças, ou para o torneamento cônico de peças pequenas, através da
inclinação da espera.
Errado
Barramento Recuo
Certo
Certo
SENAI-RJ 37
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Suporte de ferramenta
Destinado a prender ferramentas de corte.
Figura 19
Anel graduado
Para remover certa espessura de material, ou seja, “dar um passe”, o torneiro necessita fazer avan-
çar a ferramenta contra a peça, na medida determinada. A fim de que o trabalho se execute de
modo preciso, a medida da espessura por remover deve ser fixada e garantida por um mecanis-
mo que, além de produzir o avanço, permita o exato e cuidadoso controle desse avanço.
Figura 20
Espera
Carro transversal
38 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Torno revólver
A característica fundamental do torno revólver é o emprego de várias ferramentas, con-
venientemente dispostas e preparadas, para executar as operações de forma ordenada e su-
cessiva (Figura 21).
Figura 21
Torno revólver
a b c
a – Torre anterior
b – Carro revólver
c – Torre revólver
SENAI-RJ 39
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
As ferramentas adicionais são fixadas no dispositivo chamado torre revólver (Figura 22).
Essas ferramentas devem ser montadas da forma seqüencial mais racional para que se alcan-
ce o objetivo visado.
Figura 22
9 2 Torre revólver
7 5
10 4
1 – Facear
3 6 2 – Tornear
4 3 – Furar
4 – Tornear interno
5 – Formar
1 1 6 – Chanfrar
7 – Tornear externo
2 8 – Tornear rosca
3 6 10 8 9 – Formar
7 10 – Cortar
8 5
9
A torre normalmente é hexagonal, podendo receber até seis ferramentas; porém, se for
necessário um maior número, a troca se processa de forma rápida.
Figura 23
b d
a – Cabeçote
b – Placa
c – Sela
d – Porta-ferramenta
e – Carros
c
40 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Torno vertical
Esse tipo de torno possui o eixo de rotação vertical; é empregado no torneamento de pe-
ças de grandes dimensões, como volantes, polias, rodas dentadas etc., que, por seu peso, po-
dem ser montadas mais facilmente sobre a plataforma horizontal que sobre uma plataforma
vertical (Figura 24).
Figura 24
Torno vertical
a – Porta-ferramenta vertical
b – Porta-ferramenta horizontal d
c – Placa
d – Travessão
e – Montante a
f – Guia
e
b f
Torno copiador
Neste torno, os movimentos que Figura 24
SENAI-RJ 41
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Torno CNC
Os tornos automáticos, muito utilizados na fabricação de grandes séries de peças, são
comandados por meio de cames, excêntricos e fim de curso. O seu alto tempo de preparação
e ajuste para início de nova série de peças faz com que não seja viável para médios e peque-
nos lotes, daí o surgimento das máquinas CNC (comando numérico computadorizado) (Fi-
guras 26 e 27).
Figura 26
Torno CNC
d c b
a h g
a – Placa
b – Cabeçote principal
e c – Vídeo display
d – Programação
f e – Painel de operação
f – Barramento
g – Cabeçote móvel
h – Torre porta-ferramenta
Figura 27
42 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Equipamentos e acessórios
Utilizamos vários equipamentos e acessórios no torno. Conheça alguns deles.
Usada no torneamento
de peças fixadas
entre pontas,
em que se pretende
manter a maior
concentricidade no
comprimento total
torneado (Figura 31).
SENAI-RJ 43
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
castanhas
pretendemos tornear
eixos longos de pequenos
diâmetros, pois atua como
mancal, evitando que a
peça saia de centro ou
vibre com a ação da
ferramenta (Figura 34).
44 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Força
A luneta móvel é utilizada em eixos de
pequenos diâmetros, sujeitos a flexões
e vibrações na usinagem (Figura 35).
Serve também como mancal e
deve ser montada sempre junto da
ferramenta, para evitar vibrações e
flexões, pois anula as forças de
penetração da ferramenta.
É utilizado na fixação de
peças em que se pretende
tornear totalmente o
diâmetro externo, visando
manter uniformidade na
superfície (Figura 37).
SENAI-RJ 45
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Tipos de ferramentas
para tornear
Agora que você já foi apresentado aos principais tipos de torno, vamos conhecer ferra-
mentas utilizadas no processo de torneamento. Elas podem ser classificadas em dois grandes
grupos: usadas em torneamento externo e em torneamento interno.
Torneamento externo
Existem diversos tipos de ferramentas para tornear externamente. O que as caracterizam
são as formas, os ângulos, os tipos de operações que executam e o sentido de corte.
É considerado sentido à direita quando a ferramenta se deslocar em direção à árvore
(Figura 38).
Figura 38
Sentido de corte
à direita
Figura 39
Torneamento externo
1 – Cortar
2 – Cilindrar à direita
3 – Sangrar
4 – Alisar
5 – Facear à direita
6 – Sangrar com grande dimensão
7 – Desbastar à direita
8 – Cilindrar e facear à esquerda
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 9 – Formar
10 – Roscar
46 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Torneamento interno
Ferramentas para tornear internamente podem ser de corpo único, com pontas monta-
das ou com insertos. Podemos utilizá-las nas operações de desbaste ou de acabamento, va-
riando os ângulos de corte e a forma da ponta (Figura 40).
Figura 40
Ângulos do bedame
Aço-carbono
O aço-carbono possui teores que variam de 0,7 a 1,5% de carbono e é utilizado em ferra-
mentas para usinagens manuais ou em máquinas-ferramenta.
Utilizado para pequenas quantidades de peças, não se presta para altas produções. É pou-
co resistente a temperaturas de corte superiores a 250ºC, daí a desvantagem de usarmos bai-
xas velocidades de corte.
SENAI-RJ 47
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Aço rápido
O aço rápido possui, além do carbono, outros elementos de liga, tais como: tungstênio,
cobalto, cromo, vanádio, molibdênio, boro etc., responsáveis por excelentes propriedades de
resistência ao desgaste.
Os elementos de liga lhe conferem maior resistência ao desgaste, aumentam sua resistên-
cia de corte a quente (550ºC) e possibilitam maior velocidade de corte.
Tipos de aço rápido:
• Comum: 3%W, 1%Va
• Superior: 6%W, 5%Mo, 2%Va
• Extra-superior: 12%W, 4%Mo, 3%Va e Co até 10%
• Extra-rápido: 18W2Cr, 2Va e 5%Co
Metal duro
O metal duro é comumente chamado de carboneto metálico, compõe as ferramentas de
corte mais utilizadas na usinagem dos materiais na mecânica (Figura 41).
Figura 41
48 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Os elementos mais importantes de sua composição são tungstênio, tântalo, titânio e mo-
libdênio, usando cobalto e níquel como aglutinantes. O carboneto possui grande resistência
ao desgaste, com as seguintes vantagens:
• Alta resistência ao corte a quente, mantendo uma dureza de 70HRC até 800ºC.
• Trabalha a altas velocidades de corte ±50 a 300m/min, isto é, até 10 vezes maior que a velo-
cidade do aço rápido.
• A alta dureza dos carbonetos proporciona maior vida à ferramenta, exigindo, porém, máqui-
nas e suportes mais robustos para evitar vibrações, que são criticas para os metais duros.
• As pastilhas de metal duro podem ser fixadas com solda (Figura 42) ou intercambiáveis.
Figura 42
Fixação de pastilhas
Suporte
Pastilha
A intercambialidade elimina
os tempos de parada da
máquina para afiação.
SENAI-RJ 49
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Figura 43
Parafuso de aperto
Placa de aperto
Pastilha
( negativa)
Ferramenta negativa
Parafuso de aperto
Placa de aperto
Pastilha
( positiva)
Ferramenta positiva
Cerâmica
As ferramentas de cerâmica são constituídas de pastilhas sinterizadas com aproximada-
mente 98% a 100% de óxido de alumínio.
Possuem dureza maior que o metal duro, podendo ser empregadas a uma velocidade de
corte de 5 a 10 vezes maior (Figura 44).
Figura 44
Escala de dureza
HRC
100 Diamante
Cerâmica
82
80 Carboneto
62 Aço rápido
58
O seu gume de corte pode resistir ao desgaste até 1.200oC, o que favorece a aplicação na
usinagem de materiais como ferro fundido, ligas de aço etc.
50 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Figura 45
Suportes
O volume de cavaco gerado por tempo é muito superior ao do metal duro, em função de
suas altas velocidades de corte.
Ação de lubrificação e
refrigeração na usinagem
A usinagem de um metal produz sempre calor, que resulta da ruptura do material pela
ação da ferramenta e do atrito constante entre os cavacos arrancados e a superfície da ferra-
menta (Figura 46).
os fluidos de corte.
SENAI-RJ 51
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Fluido de corte
Fluido de corte é um líquido composto por várias substâncias com a função de introdu-
zir uma melhora no processo de usinagem dos metais.
A melhora poderá ser de caráter funcional ou de caráter econômico.
Melhoras de caráter funcional são aquelas que facilitam o processo de usinagem, confe-
rindo-lhe melhor desempenho:
• Redução do coeficiente de atrito entre a ferramenta e o cavaco;
• Refrigeração da ferramenta;
• Refrigeração da peça em usinagem;
• Melhor acabamento superficial da peça em usinagem;
• Refrigeração da máquina-ferramenta.
Melhoras de caráter econômico são aquelas que levam a um processo de usinagem mais
econômico:
• Redução do consumo de energia de corte;
• Redução do custo da ferramenta na operação (maior vida útil);
• Proteção contra a corrosão da peça em usinagem.
O uso dos fluidos de corte na usinagem dos metais concorre para maior produção, me-
lhor acabamento e maior conservação da ferramenta e da máquina.
Função lubrificante
Figura 47
Ação lubrificante
Peça
Fluido de corte
Ferramenta
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Ação refrigerante
Como o calor passa de uma substância
mais quente para outra mais fria, ele é Fluido de corte
Função anti-soldante
SENAI-RJ 53
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Como fluidos lubrificantes, os mais usados são os óleos. São aplicados, geralmente,
quando se deseja dar passes pesados e profundos, em que a ação da ferramenta contra a pe-
ça produz calor.
Como fluido refrigerante lubrificante o mais utilizado é uma mistura de aspecto leitoso
contendo água (como refrigerante) e de 5 a 10% de óleo solúvel (como lubrificante). Esses flui-
dos são ao mesmo tempo lubrificantes e refrigerantes, agindo, porém, muito mais como refri-
gerantes, em vista de conterem grande proporção de água. São usados de preferência em tra-
balhos leves.
A Tabela 1 contém os fluidos de corte recomendados de acordo com o trabalho a ser exe-
cutado.
TABELA 1
Fluidos de corte
54 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Parâmetros de corte
Para executar a ação de orneamento utilizamos alguns parâmetros de corte. Por sua im-
portância, vamos tratar de dois deles: velocidade de corte e rotações por minuto.
m
Vc =
Min
ou
m
Vc =
s
1 1 1
n= ; ;
s min h
Quando o espaço de tempo é minuto, dizemos rpm (rotação por minuto), pois esta é uma
abreviação consagrada pela prática.
1
n= min-1 = ou n = rpm
min
SENAI-RJ 55
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Conversão
Em toda usinagem em que o corte é realizado em movimento circular (Figura 49), a velo-
cidade de corte é a velocidade tangencial ou periférica; é expressa pela fórmula Vt = 2 . πrn.
Figura 49
Torneamento
d
Vt = Vc . 2πrn
Onde:
Vt = Velocidade tangencial
Vc = Velocidade de corte em m/min
r = Raio da peça
2r = d = Diâmetro da peça, no caso de torneamento
n = Número de rotações
portanto:
Vc = πdn
Como nas máquinas operatrizes a seleção da velocidade é feita através da rotação (n), a
velocidade de corte (Vc) adequada para o material é escolhida em tabelas e o diâmetro é de-
terminado medindo-se a peça, devemos usar a seguinte fórmula de conversão:
Vc Vc . 1000
n= ou n=
d.π d.π
m
A segunda fórmula é a usada, pois, entrando com a Vc em e o diâmetro da peça em
min
1
mm, obteremos a rotação n em = rpm
min
Portanto, o valor 1000 da fórmula serve para a transformação de unidade.
56 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Exemplo
Figura 50
Desbaste e acabamento
Ø 95 Ø 100
• Para desbaste
Ø de desbaste
Vc de desbaste
• Para acabamento
Ø de acabamento
Vc de acabamento
d = 100mm d = 95 mm
m m
Vc = 25 Vc = 30
min min
SENAI-RJ 57
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Tabelas de velocidades de corte destinadas à usinagem seriada de grandes lotes são tabe-
las completas que levam em conta todos os fatores que permitem usinar com parâmetros mui-
to perto dos valores ideais. Podemos contar também com tabelas que levam em conta apenas
o fator mais representativo, ou o mais critico, possibilitando a determinação dos valores de usi-
nagem de maneira mais simples e rápida (Tabela 2).
TABELA 2
TABELA 3
58 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Tempo de fabricação
O tempo de fabricação contempla desde o começo até a entrega de uma tarefa que não
sofra interrupção anormal em nenhuma de suas etapas.
O tempo de fabricação engloba tempos de características diferentes, onde consta o tem-
po de usinagem propriamente dito, tecnicamente chamado de tempo de corte (Tc).
Senão, vejamos: preparar e desmontar a máquina se faz uma única vez por tarefa; já o cor-
te se repete tantas vezes quantas forem as peças.
Fixar, medir, posicionar resultam em tempo de manobra, operações necessárias mas sem
dar progresso na conformação da peça. Também podemos ter desperdícios de tempo ocasio-
nados por quebra de ferramentas, falta de energia etc.
Veja então o estudo de alguns parâmetros importantes para a determinação do tempo de
fabricação.
Tc = s ; min
Exemplo
Solução
Um comprimento de Fórmula geral
60mm deve ser percorrido Espaço
Velocidade =
por uma ferramenta com a Tempo
velocidade (avanço) de S S
V = t=
20mm/min. T V
60mm . min
Qual o tempo necessário V = = 3 min
20mm
para percorrer essa distância?
SENAI-RJ 59
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Torneamento longitudinal
Normalmente, o avanço (a) é caracterizado por milímetros de deslocamento por volta.
Através da fórmula do tempo, vemos a necessidade da velocidade de avanço (Va), que pode
ser determinada pelo produto do avanço (mm) e da rotação (rpm).
1
Va = a . n mm .
min
S
Tc = min
a.n
Figura 51
Notação
L
n
L.i
Tc = min
a.n
Exemplo
Solução
Um eixo de comprimento L = 1350mm, Vc = 14m/min,
Vc . 1000
diâmetro Ø = 95mm avanço a = 2mm, deve ser a) n =
d.π
torneado longitudinalmente com 3 passes. 14 . 1000mm
n =
95mm . πmin
Rotações da máquina: n = 46,93/min
24 – 33,5 – 48 – 67 – 96 – 132/min n escolhida = 48
Calcule L.i
b) Tc =
a.n
a) rpm = ? b) Tempo de corte Tc = ?
1350mm . 3
Tc =
2mm . 48/min
Tc = 42min
60 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Torneamento transversal
O calculo de Tc é o mesmo que para o torneamento longitudinal, em que o comprimen-
to L é calculado em função do diâmetro da peça (Figura 52).
Figura 52
Torneamento transversal
d d
d D–d
L= L=
2 2
Potência de corte
A potência de corte é necessária para vencer a resistência do metal à ação da ferramenta,
assim como as resistências passivas devidas ao atrito e às variações de movimento.
Vamos então, ao estudo dos parâmetros para sua determinação.
Figura 53
Força de corte
Fp
FR
F Fc Fa
SENAI-RJ 61
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Através de experiências, foi medida a força de corte por 1mm² de secção de vários mate-
riais e se convencionou chamar de força especifica de corte Ks em N/1mm² de secção.
Esse valor Ks varia também em função da espessura (h) do cavaco (Figura 54), que exer-
ce grande influência na sua formação. A espessura (h) do cavaco deve ser calculada para que
se possa consultar a Tabela 4 e extrair dela o valor de Ks em função do material.
Figura 54
h = a . sen x
x a
s
TABELA 4
St 60 3060 2940 2830 2710 2620 2520 2420 2240 2240 2150 1990 1900
St 70 3440 3330 3200 3080 2970 2860 2760 2570 2570 2470 2300 2200
C 22 2550 2460 2360 2290 2210 2130 2040 1900 1900 1830 1700 1640
C 45 2700 2560 2400 2280 2150 2030 1910 1710 1710 1610 1440 1350
gS 20 1970 1930 1880 1840 1810 1770 1720 1650 1650 1610 1530 1500
34 Cr 4 3930 3640 3340 3080 2850 2630 2420 2060 2060 1900 1630 1490
GG - 20 1800 1700 1600 1510 1430 1340 1280 1140 1140 1070 950 900
GG - 30 2210 2070 1920 1800 1680 1680 1460 1280 1280 1190 1040 960
GTW_35 1910 1820 1730 1650 1580 1500 1420 1290 1290 1240 1130 1070
GS_45 2320 2240 2140 2060 1990 1910 1840 1700 1700 1630 1510 1450
Cu Zn 40 1010 930 840 770 720 660 600 500 500 460 390 350
Cu Sn 8 1430 1350 1280 1210 1140 1070 1010 900 900 850 770 720
Al Mg 5 640 620 590 570 550 510 510 470 470 460 420 410
Mg Al g 520 480 440 400 370 320 320 270 270 260 220 200
62 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
s = a . p mm²
N
Fc = s . Ks Ks
mm2
Fc N
Exemplo
Solução
Usando a tabela Ks,
Fc = s. Ks
calcule a força de corte
s = a. p = 1,8 mm . 10 mm = 18 mm²
para tornear um eixo. h = a. sen x = 1,8 mm . 0,707 = 1,27 mm
N
Dados: Ks = 950 (conforme a tabela)
mm²
p = 10mm N
Fc = 18 mm² . 950
mm²
a = 1,8mm
x = 45º Fc = 17100N
material = GG – 20
Espaço
Potência = Força .
Tempo
Unidades usadas: (W ; kW)
V = velocidade
F.S
P= P=F.V
t
SENAI-RJ 63
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Fc . Vc
Pc = (W; kW)
60
Rendimento ()
Uma máquina sempre exige uma potência induzida (Pin) maior do que a potência efeti-
va (Pef) na ferramenta (Figura 55). A diferença entre essas duas potencias é a perda por atrito
e calor entre os componentes da máquina.
Figura 55
P induzida P efetiva
Perdas
TABELA 5
Rendimento ()
Engrenagem 0,97
Torno 0,70
Plaina 0,70
64 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Torno mecânico
Pef
=
Pin
< 1
Pc
Pin =
Pin = potência induzida
Fc = força de corte
Fc . Vc Vc = velocidade de corte
Pin =
= redimento
Exemplo
Solução
Um eixo de aço com resistência de
Área de secção:
600N/mm² (St60) é usinado no S = a . p = 1,13mm . 8mm
torno com a velocidade de corte S = 9mm²
Vc = 16m/min. Calcule a potência
Espessura (h):
de corte e a potência induzida. h = a . sen x = 1,13 mm . 0,707
h = 0,8mm
Dados:
N
a = 1,13 mm Ks = 2150 (conforme a tabela)
mm²
p = 8 mm
Força de corte:
X = 45º Fc = 9mm² . 2 150N/mm²
= 0,7 Fc = 19350N
Potência de corte:
Fc . Vc 19350N . 16m/min
Pc = =
60 60
Pc = 5160W = 5,16kW
Potência induzida:
Pc 5160W
Pin = = = 7371W
0,7
Pin = 7,4kW
SENAI-RJ 65
Furadeira/
rosqueadeira/
máquina de
coordenadas
Nesta unidade...
O processo furação
A ferramenta broca
Parâmetros de corte
Tempo de corte
3
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
O processo furação
Se você nunca furou algo, certamente já presenciou o processo de furação, pois a máqui-
na-ferramenta é comum no uso residencial. Segundo a NBR 6175:1971 o processo mecânico
de usinagem furação destina-se a obter furo geralmente cilíndrico numa peça com auxílio de
uma ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peça giram, e simul-
taneamente a ferramenta ou a peça se desloca segundo uma trajetória retilínea, coincidente
ou paralela ao eixo principal de rotação da máquina. Veja na Figura 1 o movimento de corte
circular e o movimento de avanço na direção do eixo de giro.
Figura 1
Movimentos de corte
SENAI-RJ 69
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Figura 2
Furadeira sensitiva
Alavanca de
avanço manual
Tem o nome de sensitiva porque o avanço é feito manualmente pelo operador, que regu-
la a penetração da ferramenta em função da resistência que o material oferece.
Furadeira de coluna
As furadeiras de coluna são assim chamadas pe-
la forma de seu corpo (Figura 3). Possuem tamanhos
variáveis e grande capacidade de trabalho.
Com essa furadeira podemos executar furação
de peças de maior porte e diâmetros maiores que a
furadeira sensitiva.
Sua grande vantagem é a capacidade de deslo-
camento vertical da mesa, posicionando a peça na
altura que se deseja furar.
70 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Furadeira radial
A furadeira radial serve para furação de peças volumosas. Pode executar fresagens, rosca-
mentos e furações de até 100mm de diâmetro (Figura 4).
Figura 4
Furadeira radial
Seu cabeçote pode se deslocar no sentido horizontal, por meio do braço, e, no vertical, ao
longo da coluna.
Graças à liberdade de movimento do cabeçote, ela pode trabalhar no solo em peças de
grandes dimensões e também em peças de formas especiais.
SENAI-RJ 71
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Máquinas de coordenadas
Visando facilitar as operações de usinagem, como por exemplo no deslocamento neces-
sário para a usinagem de furos, como na Figura 6, dotaram-se as furadeiras de mesas coorde-
nadas, que na realidade trata-se de prover a máquina de dispositivos para medição dos deslo-
camentos dos carros (eixos). Esses dispositivos, aliás, não excluem o uso de instrumentos de
medição, como paquímetro, micrômetros, calibres, etc. que permitam verificar as diferenças
de posicionamento.
Figura 6
L a
T
b
72 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
O dispositivo suporta padrões, onde são apoiados de um lado em uma escora fixa,
podendo ser regulável, e pelo outro lado é utilizado um instrumento de
medição, como o micrômetro.
Transdutor linear
O processo de fabricação de peças mecânicas exige cada vez mais a diminuição dos
custos e tempos de produção e o aumento da confiabilidade das peças fabricadas.
Assim, não só nas furadeiras, mas também em fresadoras, tornos, retíficas,
mandriladoras, entre outras, são instalados os transdutores lineares (indicador digital
de posição linear), que são uma ferramenta poderosa, tornando mais rápido e preciso
o processo de usinagem.
O equipamento é composto por uma escala de cristal gravado, à prova de ranhuras e
líquidos nocivos, cuja medição é realizada por uma varredura de leds emissores na
escala de cristal, que se encontra alojada em um perfil de alumínio, pelo
deslocamento sobre a escala graduada de cristal de um cabeçote sensor. Este possui
uma máscara graduada e leds receptores. Com o movimento da escala em relação ao
sensor, se produz sinal (pulsos) que corresponde ao deslocamento eletronicamente,
indicado no display do aparelho digital.
SENAI-RJ 73
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Rosqueadeiras
Figura 13
74 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
A ferramenta broca
Existem vários tipos de brocas; no entanto, Figura 14
Figura 16
Superfície Desbaste do fio transversal
detalonada – é a
superfície de saída,
Desbaste
cujo formato permite
a ação do fio Desbaste
principal de corte.
SENAI-RJ 75
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
TABELA 1
Afiações especiais
Quando a broca não está afiada corretamente, não podemos obter um furo preciso. A Fi-
gura 17 mostra o resultado de uma má afiação.
Figura 17
O ângulo da ponta e o
Comprimentos desiguais Fios de corte com Fios de corte com ângulos
ângulo de ataque
dos fios de corte, ou fio ângulos diferentes em diferentes em relação ao eixo dependem das
transversal fora do eixo relação ao eixo da broca da broca, ou fio transversal
da broca fora do eixo da broca características do
material a ser usinado.
76 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Broca helicoidal
Executa furação em peças, com ou sem pré-furação; pode ter hastes cilíndricas ou côni-
cas (Figura 18).
Figura 18
Haste Haste
cilíndrica cônica
Broca de centro
É utilizada para fazer a furação inicial que servirá de guia para outras brocas de diâmetros
maiores (Figura 19).
Figura 19
Broca de centro
E d
120o 60o
D
c
Eixo Eixo
desmontável comum
Nas peças, essa furação é usada para fixação entrepontas nos tornos, retificadoras etc.
SENAI-RJ 77
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
TABELA 2
D C d E
Ø da peça mm Ø máximo do orifício Ø da broca (mm) Ø da espiga
5a8 3 1,58 5
9 a 25 5 2,33 8
32 a 51 6 3,17 8
57 a 102 8 3,96 11
Figura 20
Broca escalonada
Furação
escalonada
Broca longa
Aplicada em furações longas de pequenos diâmetros. (Figura 21).
Figura 21
Broca longa
78 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Figura 22
Entrada
de fluido
Entrada
de fluido
Canais
Canais
O fluido de corte é injetado sob alta pressão. Para furar ferro fundido e metais não-ferro-
sos, aproveitam-se os canais para injetar ar comprimido, que expele os cavacos.
Figura 23
SENAI-RJ 79
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Broca canhão
A broca canhão tem um corpo semicilíndrico com um só gume de corte (Figura 24). É apli-
cada em furação profunda (cano de armas) e possui vantagem no tocante à precisão da fura-
ção. Possui um orifício que permite a lubrificação e refrigeração da zona de corte.
Figura 24
Broca canhão
Saída
80o
Refrigeração
0,5 8 – D
116o
47o
3/4 D
Figura 25
80 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Figura 26
Trepanação
Nesse processo o
núcleo da furação
permanece maciço.
Em função do diâmetro, pode ter de dois a dezesseis gumes, escolhidos em função da re-
dução de força de corte.
Também possui lubrificação direta sob pressão para expelir cavacos.
Furações especiais
Quando precisamos executar furos não profundos e de grandes diâmetros, utilizamos um
dispositivo de ajustagem radial na ferramenta de corte (Figura 27). Utilizando grande veloci-
dade de corte e avanços adequados, conseguiremos grande precisão e ótima rugosidade su-
perficial.
Figura 27
Furações especiais
Peça
SENAI-RJ 81
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Parâmetros de corte
Para um corte feito com precisão, é importante definir alguns parâmetros, que balizarão
a operação a ser realizada.
V=π.d.n
Onde:
Exemplo
V=π.d.n
Solução
24 m/min
n =
V 0,01m . 3,14
n=
d.π = 765 rpm
82 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Avanço de corte
É a penetração que a broca realiza no material em cada volta.
Expressa-se comumente em milímetros por volta (mm/V).
Secção de corte
É a secção de material retirada pela broca em uma rotação, por aresta de corte (Figura 28).
Figura 28
Secção de corte
ou S= a. l
a
S=r.
Z
S= r.c
SENAI-RJ 83
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
TABELA 3
Material Aço 0,20 Aço 0,30 Aço 0,40 Ferro Ferro cobre Latão alumínio
a 0,30%C a 0,40%C a 0,50%C fundido fundido
(macio e (meio (meio duro) (duro) (macio)
bronze) macio) ferro
fundido
*Estes valores devem ser reduzidos à metade para uso de brocas de aço ao carbono.
84 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Tempo de corte
Para calcular o tempo de corte (Tc) é preciso, primeiro, considerar alguns aspectos.
Antes que a broca corte a peça com toda sua capacidade, ela percorre um espaço (ea), o
qual depende do ângulo da ponta da broca (Figura 29).
Figura 29
Secção de corte
L= l + ea
L = Curso da broca
ea ea = Espaço percorrido pela broca
antes de estar cortando com toda
sua capacidade (diâmetro)
L
l l = Comprimento da peça (espessura)
Podemos definir o espaço (ea) em função do ângulo e este em função do material a ser
usinado.
d = diâmetro da broca
L.i
Tc =
a. n
Onde:
L = Curso da broca em mm
i = Número de passes em mm
a = Avanço em mm/rotação
n = Número de rotações/min
SENAI-RJ 85
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Furadeira / rosqueadeira / máquina de coordenadas
Dados
Material: aço 1020
d = 25mm
30 L
a = 0,15mm
Vc = 25m/min
i = 2 furos
Solução
L.i
a) V =π.d.n b) L = ea + 30mm c) Tc =
a.n
V
n = L = 0,3 . 25mm + 30mm
Tc =
37,5mm . 2
d.π
0,15mm . 318 1/min
25 000mm L = 37,5mm
n = Tc = 1,5min
25mm . πmin
n = 318,4/min = 318rpm
86 SENAI-RJ
Retificadora
Nesta unidade...
O processo retificação
Tipos de retificadoras
A ferramenta rebolo
Parâmetros de corte
4
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
O processo retificação
Figura 1
É um processo de usinagem mecânica pelo
Elementos da retificação
qual se remove material, estabelecendo um conta-
to entre a peça e uma ferramenta abrasiva chama- Rebolo
Figura 2
Abrasivos Aglomerante
Porosidade
Cavacos
SENAI-RJ 89
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Tipos de retificadoras
Para realizar os diversos tipos de trabalho, foram construídas máquinas que oferecem uma
faixa excelente de precisão. Chamamos essas máquinas de retificadoras, que classificamos
quanto ao sistema de movimento e operações que realiza.
Classificação
Quanto ao sistema de movimento.
• Retificadoras com movimento manual.
• Retificadoras com movimento semi-automático.
• Retificadoras com movimento automático.
Quanto às operações que realiza.
• Retificadoras planas.
• Retificadoras cilíndricas.
• Retificadoras especiais.
Figura 3
Retificadora cilíndrica
90 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Retificadora cilíndrica
Figura 4
Retificadora cilíndrica
SENAI-RJ 91
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Retificadora plana
Figura 5
Retificadora plana
A ferramenta rebolo
Para que possa ser usada adequadamente, a ferramenta rebolo deve ser analisada em al-
guns aspectos, como: sua composição e dressagem.
Estudo da composição
As principais características dos elementos abrasivos são a alta dureza, a alta resistência
e a geometria adequada (os grãos formam cantos vivos).
Os abrasivos mais usados são os de óxido de alumínio e os de carboneto de silício. Atual-
mente tem aumentado o emprego do diamante e do nitreto de boro.
Nas Tabelas 1 e 2, observamos, respectivamente, uma comparação de dureza na escala
Mohs entre os abrasivos e os metais e as características e empregos dos abrasivos.
92 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
TABELA 1
3. Calcita 3
2. Gesso 2
1. Talco 1
TABELA 2
Óxido de alumínio Aloxite Dureza 9,4 Mohs. São menos Em materiais de alta tenacidade.
Al203 Alundum duros, mas resistem melhor aos Aços ao carbono, aços-liga, aços
golpes e impactos. rápidos, ferro fundido maleável,
Corindit
bronze tenaz.
Recordit
Carboneto de Carborundum Dureza 9,75 Mohs. Cor varia Em materiais de baixa resistência
silício SiC Crystolon desde o negro brilhante até o à tração ou quebradiços: metal
verde. São mais duros, mas duro, ferro fundido cinzento, aço
Silicit
suportam menos golpes e cimentado, bronze fundido, latão,
Carborecord impactos. cobre, alumínio, mármore,
granito, vidro, concreto, borracha.
Figura 6
Granulação
Peneira
Peneira = malhas A granulação significa o tamanho das partículas
abrasivas.
É indicada pelo número da peneira pela qual os
grãos conseguem passar. Assim, um grão de tamanho
nº 10 poderá passar por uma peneira que tem 10 ma-
lhas por polegada linear, e ficará retido pela peneira
Malha
com malha menor (Figura 6).
SENAI-RJ 93
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Aglomerante
Os aglomerantes têm como objetivo a união ou retenção dos grãos abrasivos no rebolo.
O tipo do aglomerante determina as propriedades dos rebolos (Quadro 1).
quadro 1
V = Vitrificado R = Borracha
S = Silicioso E = Goma-laca
B = Resinóide M = Metálico
V = Vitrificado
Compõem-se de feldspato (mica), argila e quartzo; muito resistente, é
empregado em 75% dos rebolos. É chamado também de aglomerante
cerâmico. Os rebolos com esse aglomerante são sensíveis aos golpes e
aos choques, mas suportam bem o aquecimento.
S = Silicioso
Permite o desprendimento dos grãos com relativa facilidade, dando
assim uma constante renovação de grãos abrasivos, proporcionando
melhor eficiência no corte.
B = Resinóide
É um composto de borracha vulcanizada bastante dura, de densidade
elevada; essa liga permite a fabricação de rebolos fortes, flexíveis e
bastante finos.
R = Borracha
Composta de borracha vulcanizada bastante dura, de densidade
elevada; essa liga permite a fabricação de rebolos fortes, flexíveis e
bastante finos.
E = Goma–laca
Permite acabamentos finos em produtos tais como virabrequins e
cilindros de laminadores. Produz um corte frio em aço temperado e
secções de pouca espessura.
M = Metálico
Usado em rebolos de diamante ou carboneto de boro. Muito
consistente, evita que o abrasivo se solte com facilidade e é muito
aplicado em abrasivos de granulação fina.
94 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Grau de dureza
O grau de dureza de um rebolo é a medida do poder de retenção dos grãos abrasivos pe-
lo aglomerante.
Um rebolo muito duro para um determinado serviço retém seus grãos até depois de te-
rem perdido a capacidade de corte.
Um rebolo muito mole perde seus grãos antes de eles terem executado inteiramente seu
serviço.
Quando o material que se vai trabalhar tem a tendência de emplastar ou de cobrir o re-
bolo, deve-se usar um que solte os grãos, isto é, um rebole mole.
Estrutura
Entende-se por estrutura o grau de compactação dos grãos abrasivos no rebolo.
Estrutura refere-se também à porosidade do rebolo (Figura 7).
Figura 7
Estrutura
Aglomerante
Poros
Abrasivos
SENAI-RJ 95
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Figura 8
200 – Diâmetro
25 – Espessura
12,7 – Furo
x 25 x 1
20 0 2,7
A – Abrasivo aluminoso
30 – Granulação 30 Máximo de
M – Grau de dureza M (resistência do aglomerante) rotação permitido
A 30 M 6 V BE
Abrasivo A Estrutura 6
A Óxido de alumínio comum Densa Média Aberta
AA Óxido de alumínio branco
DA Óxido de alumínio combinado 0 4 7
GA Óxido de alumínio intermediário 1 5 8
C Carbureto de silício preto 2 6 9
GC Carbureto de silício verde 3 10
RC Carboneto de silício combinado 11
D Diamantado 12
Granulação 30 Aglomerante V
Muito Grossa Média Fina Extra Pó
grossa fina V = Vitrificado
S = Silicioso
8 12 30 70 150 280
10 14 36 80 180 320 B = Resinóide
16 46 90 220 400 R = Borracha
20 54 100 240 500 E = Goma-laca
24 60 120 600 M = Metálico
A H L P T
B I M Q U
O sistema de identificação
C J N R W
D K O S Z apresentado anteriormente não
E compreende os rebolos de
F diamante e pedra de mão.
G
96 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Agora que você já conhece o processo de retificação, rebolos e sua identificação univer-
sal, veja as formas e aplicações de rebolos.
TABELA 3
forma aplicação
SENAI-RJ 97
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Como orientação, segue Tabela 4 com algumas indicações de identificação de rebolos re-
lacionada ao material a ser retificado e a operação a ser desenvolvida.
TABELA 4
Carbonetos CG 60 - J5 V GW Desbaste
(metal duro) GC 80 - J5 V GW Desbaste médio
GC 100 - I5 V GW Acabamento
GC 120 - I5 V GW Acabamento fino
D 320 - N5 OM Especular
98 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Figura 9
Rebolo
Flanges
Arruela
Guarnições de papel
grosso especial
Porca de fixação
(aperta contra o sentido
de giro do rebolo)
Figura 10
Certo Errado
SENAI-RJ 99
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Dressagem
Após o primeiro balanceamento, o rebolo deve ser montado na máquina retificadora e sub-
metido a uma prova de rodagem, por cinco minutos, em plena rotação de funcionamento.
A seguir, deve-se posicionar o dressador para que forme um ângulo de ataque, sempre ne-
gativo, que varie entre 10 e 15° em relação à linha de centro do rebolo (Figuras 11 e 12). O des-
locamento do dressador deve ter ângulo negativo e da ponta de eixo para a máquina.
Figura 11
Posicionamento do dressador
na mesa magnética
1/50
Certo
Figura 12
Posicionamento e
movimento do dressador
10o a 15o
Certo
Errado
100 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Retificação plana
Seu objetivo é conseguir superfícies planas. Existem dois tipos:
Figura 13
Figura 14
Quando se usa uma
Retificação plana frontal
inclinação no eixo do
rebolo de 0,3 a 0,5º,
a superfície usinada
tem a estrutura
de raios.
Esse tipo de estrutura
favorece a lubrificação
Plana frontal Frontal giratória das peças em contato
direto.
SENAI-RJ 101
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Retificação cilíndrica
O objetivo da retificação cilíndrica é conseguir superfícies cilíndricas ou perfilados.
Figura 15
Figura 16
Placa
Peça
102 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
O avanço longitudinal deve ser, para cada volta da peça igual a, no máximo, 1/3 da largu-
ra do rebolo, e a profundidade de corte deve ser menor que na retificação cilíndrica externa.
Na Figura 17 vemos a retificação cilíndrica de perfis. Nesse caso, o rebolo possui forma
idêntica à superfície desejada, e não há o avanço longitudinal.
Figura 17
Externa Interna
Figura 18
D
h=
2
Onde:
Disco de arraste
h máx. = 15mm
Podemos afirmar que maior inclinação ocasiona maior velocidade de avanço da peça.
É necessário, após um certo número de peças executadas, proceder-se à regulagem dos
discos, para que se consiga a dimensão desejada.
SENAI-RJ 103
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Podemos retificar os diâmetros internos sem os centros, como mostra a Figura 19.
Figura 19
Rebolo
Peça
Parâmetros de corte
Para que o processo retificação de retificação seja realizado de forma precisa, é necessá-
rio que seus parâmetros sejam definidos objetivamente.
Estes são os principais:
TABELA 5
Cerâmica (Vitrificado) 35
Silicioso 35
Borracha 35
Goma-laca 35
Metálico 16
Resinóide 45
104 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
TABELA 6
Tipos de Velocidade
retificação periférica m/s (*)
Corte ... 80
(*) Para ferro fundido cinzento, use os valores menores. Para aço, os valores maiores.
Rotação do rebolo
Agora que você já tem condições de determinar a velocidade de corte para rebolo, pode-
se calcular a rotação dele. Para tanto, utilizaremos uma fórmula já estudada em unidades an-
teriores.
Vc . 1000. 60
n=
π.d
Onde:
Pode-se determinar a rotação do rebolo também com auxílio de tabela, como apresenta-
da a seguir.
SENAI-RJ 105
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
TABELA 7
TABELA 8
106 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
Continuação
TABELA 8
Figura 20
100
70
940
35
Velocidade de avanço automático da mesa = mm/min
ça
pe
600 da
m
rp
n=
470
380
300
190
0 5 10 15 20 25
Avanço longitudinal da mesa por rotação da peça mm/min
SENAI-RJ 107
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Retificadora
A importância da
refrigeração no
processo de retificação
O uso de líquido refrigerante sobre o ponto de contato do rebolo com a peça possibilita:
• Melhor acabamento superficial;
• Redução de temperatura da peça e conseqüente dilatação;
• Maiores profundidades de corte e avanços mais rápidos;
• Retiradas dos cavacos do rebolo;
• Autoafiação dos rebolos.
A retificação de ferramentas e ferro fundido pode ser realizada a seco.
O fluido refrigerante mais usado na retificação é uma emulsão leitosa e opaca, geralmen-
te feita de óleos emulsionáveis. Como refrigerantes, essas emulsões são baratas e eficientes pa-
ra muitos tipos de refrigeração quando preparadas convenientemente.
Emulsões transparentes para retificação preparadas com óleos altamente compostos são
mais aconselhadas, pois permitem ao operador ver a linha de contato entre o rebolo e a peça
durante toda a operação, o que não ocorre quando se usa fluido opaco, pois o operador preci-
sa, de vez em quando, interromper o fluxo de refrigerante, correndo o risco de provocar danos
na superfície em usinagem.
Os principais óleos emulsionáveis (solúveis em água) são óleos minerais leves, com os se-
guintes aditivos: sulfonato de petróleo, ácidos aminograxos, condensados de resina e oleatos
de cromo.
A proporção em sua preparação é basicamente de uma parte de óleo para vinte partes de
água.
Convém, porém, antes de adotar determinado óleo, consultar as especificações do fabri-
cante quanto à sua aplicabilidade e durabilidade.
108 SENAI-RJ
Fresadora
Nesta unidade...
O processo fresamento
Tipos de fresadoras
Equipamentos e acessórios
Parâmetros de corte
Tempo de corte
5
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
O processo fresamento
Segundo a NBR6175:1971, o Figura 1
Figura 2
a – Corpo
b
b – Eixo principal
c
c – Mesa f
d – Carro transversal
d
e – Suporte da mesa
f – Caixa de velocidade
g
do eixo principal e
g – Caixa de velocidades
dos avanços
SENAI-RJ 111
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
O corpo é uma espécie de carcaça de ferro fundido, da base reforçada e geralmente de for-
ma retangular, por meio da qual a máquina apóia-se no solo. É a parte que serve de sustenta-
ção dos demais órgãos da fresadora.
Eixo principal é um dos órgãos essenciais da máquina, uma vez que é o que serve de su-
porte à ferramenta e lhe dá movimento. Este eixo recebe o movimento através da caixa de ve-
locidades, como mostra a cadeia cinemática.
Figura 3
A mesa é o órgão que serve de sustentação das peças que vão ser usinadas, diretamente
montadas sobre ela ou através de acessórios de fixação, razão por que a mesa está provida de
ranhuras destinadas a alojar os parafusos de fixação.
Carro transversal é uma estrutura de ferro fundido de forma retangular, em cuja parte su-
perior desliza e gira a mesa em um plano horizontal. Na base inferior, por meio de guias, está
acoplado ao suporte da mesa, sobre o qual desliza por meio de fuso e porca, podendo ser acio-
nado manualmente ou automaticamente através da caixa de avanços. Um dispositivo adequa-
do permite sua imobilização.
O suporte da mesa é o órgão que serve de sustentação da mesa e de seus mecanismos de
acionamento. É uma peça de ferro fundido que desliza verticalmente no corpo da máquina
através de guias, por meio de um parafuso telescópico e uma porca fixa. Quando é necessário,
para alguns trabalhos, imobiliza-se por meio de um dispositivo de fixação.
A caixa de velocidades do eixo principal consta de uma série de engrenagens que podem
acoplar-se com diferentes relações de transmissão para permitir uma extensa gama de veloci-
dades do eixo principal. Geralmente encontra-se alojada internamente na parte superior do
corpo da máquina. O acionamento é independente da caixa de avanços, o que permite deter-
minar criteriosamente as melhores condições de corte.
112 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
A caixa de velocidades dos avanços da fresadora é um mecanismo constituído por uma sé-
rie de engrenagens montadas no interior do corpo da fresadora em sua parte central, aproxi-
madamente. Em geral, recebe o movimento diretamente do acionamento principal da máqui-
na. Por meio de acoplamentos de rodas dentadas que deslizam axialmente, podem ser estabe-
lecidas diversas velocidades de avanço. O acoplamento do mecanismo com o fuso da mesa ou
do suporte da mesa realiza-se através de um eixo extensível com articulação cardan.
Em algumas fresadoras, a caixa de velocidades dos avanços está colocada no suporte da
mesa com um motor especial e independente do acionamento principal da máquina.
Tipos de fresadoras
Os diversos tipos de fresadoras são empregados de acordo com a peça a ser usinada e sua
operação.
Fresadora universal
Figura 4
Sua mesa pode ser posicionada até 45º, tanto à direita como à
esquerda, permitindo a fresagem de superfícies helicoidais.
SENAI-RJ 113
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
A Figura 5 mostra um cabeçote vertical que pode ser acoplado a este tipo de máquina.
Figura 5
Cabeçote vertical
Fresadora horizontal
É uma fresadora pouco versátil; sua árvore trabalha na horizontal e a mesa move-se
vertical e longitudinalmente (Figura 6). Alguns modelos são parecidos com a fresadora
universal, mas não inclinam a mesa e não recebem cabeçote vertical.
Figura 6
114 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 7
Fresadoras horizontais
Fresadora vertical
Figura 8
SENAI-RJ 115
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 9
Usinagem de ângulo
Fresadoras especiais
Existe uma grande variedade de tipos especiais de fresadoras, como: fresadoras copiado-
ras, cortadoras de rodas dentadas e outras que se destinam a trabalhos muito específicos.
Equipamentos e acessórios
A fresadora permite o uso de diversos equipamentos e acessórios conforme a peça a ser
usinada e a ação de corte a ser efetuada. Apresentamos a seguir os mais utilizados.
Figura 10
116 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 11 Figura 12
Figura 13 Figura 14
Regulador de alturas
Calço escalonado
A montagem de uma peça numa morsa angular orientável possibilita excelentes recursos
nesse tipo de fresagem.
Figura 15
SENAI-RJ 117
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 16
A montagem para fresagem de superfície é feita por meio de garras, calços, parafusos.
Existem protetores da peça na região de aperto.
Figura 17
Na fixação por meio de morsa, a peça R tem a finalidade de afastar a peça a ser usinada,
impedindo que a ferramenta entre em contato direto com o mordente da morsa.
Figura 18
118 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 19
R R
Figura 20
SENAI-RJ 119
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Acessórios
Como já foi mencionado, a fresadora está provida de uma série de acessórios que lhe per-
mitem realizar as mais variadas operações de fresagem. Vamos conhecer os principais.
Figura 22 Figura 23
Superfícies
circulares
de apoio
Figura 24
Eixos porta-fresas
Anéis Separadores
120 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 25
Contraponta
Cabeçote divisor Macaco
Figura 26 Figura 27
D
d
c a
R
b E
Figura 28 Figura 29
2
3
7 6
SENAI-RJ 121
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 30
Sentido da rolação
Forma do cavaco
Superfície de ataque
Sentido do avanço
Para cortar o material, os dentes da fresa dependem do material e da peça a usinar (Figu-
ra 31).
Figura 31
122 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
As fresas com poucos dentes são aplicadas geralmente em materiais moles e, pela própria
construção, podem retirar um maior volume de material (Figura 33).
Figura 33
Bolsa de
cavacos grande
Grande
De acordo com o método de ação da fresa, podemos ter uma fresagem tangencial ou fron-
tal, com movimentos discordantes ou concordantes.
Tipos de fresagem
A partir das características esperadas da fresagem, ela poderá ser tangencial ou frontal.
Fresagem tangencial
Figura 34
Forma do cavaco
a
Profundidade
SENAI-RJ 123
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Fresagem frontal
Tipos de movimento
Os dois movimentos da fresa se referem à relação entre avanço da peça e o sentido de ro-
tação; podem ser discordantes e concordantes.
Isso irá definir seu uso e as vantagens de cada um.
Movimento discordante
O avanço da peça é contrário ao sentido de rotação da fresa (Figura 36). Pode ser aplica-
do em qualquer tipo de máquina.
Figura 36
Fresagem discordante
Sentido de rotação
Avanço da peça
124 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Movimento concordante
O avanço da peça tem o mesmo sentido da rotação da fresa (Figura 37).
Figura 37
Fresagem concordante
Sentido de rotação
Avanço da peça
Figura 38
Mecanismo de avanço
Mesa
Fuso
Porca
Folga
SENAI-RJ 125
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Observe que, na Figura 39, temos uma fresa com cortes laterais e frontais
abrindo ranhura. Nesse caso, temos simultaneamente o movimento concordante
e o discordante (oposição), bem como fresagem dos tipos tangencial e frontal.
Figura 39
Mr
Superfícies
fresadas
Ma D tangencialmente
Mr
C
B Mr
Superfície
fresada
Ma A frontalmente
Trajetória do
Ma dente que corta
Figura 40
126 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Fresas planas
Utilizamos na fresagem de superfícies planas, rasgos e canais. Quanto ao corte, temos
dentes retos ou helicoidais (Figura 41).
Figura 41
Fresa de topo
Fresa cilíndrica para mandril
corte helicoldal corte helicoldal
DIN 884 DIN 1880
Fresas angulares
Utilizadas para fresagem de ranhuras em ângulos ou formação de perfis prismáticos (Fi-
gura 42).
Figura 42
Fresas angulares
Fresa angular
Fresa angular com haste Fresa de
de topo cilíndrica ângulo duplo
DIN 842 DIN 1833 DIN 847
SENAI-RJ 127
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 43
Fresas-lima
Muito utilizadas em ferramentaria na confecção de moldes e matrizes que necessitam
cantos, rasgos e arestas com bom acabamento (Figura 44).
Figura 44
Fresa-lima
DIN 1889
128 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Parâmetros de corte
Assim como nos outros métodos de usinagem, os parâmetros de corte na fresagem são im-
portantes para alcançar maior eficiência no processo e garantir o padrão das peças preparadas.
Velocidade de corte
A velocidade de corte (Vc) é medida em metros por minuto (m/min) e pode ser calcula-
da da seguinte maneira:
sendo:
d..n
Vc = d = Diâmetro da fresa em milímetros
1000
n = Número de rotações por minuto (rpm)
SENAI-RJ 129
TABELA 1
Tipo de fresa Fresas cilíndricas Fresas Fresas de disco Fresas frontais Fresas de perfil Fresa em T Fresas Fresas de haste
de aço rápido cilíndrico-frontais de aço rápido de dentes postiços constante de de aço de haste com diâmetro
130 SENAI-RJ
de aço rápido de metal duro aço rápido rápido inferior superior a 10mm
a 10mm de aço rápido
de aço
rápido
Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Acabado
Operação passe de passe de passe de passe de passe de passe de passe de passe de passe de passe de passe de passe de
5mm 0,5mm 5mm 0,5mm 5mm 0,5mm 5mm 0,5mm 5mm 0,5mm 5mm 0,5mm
Aço-liga extradura 8-12 13-18 8-12 13-18 9-12 13-16 45-60 55-65 6-10 8-12 8-10 8-10 10-14 14-16
Aço duro 10-16 16-18 12-16 16-25 12-18 16-23 62-80 80-90 8-12 14-16 10-12 10-12 14-20 20-26
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Aço macio 15-20 20-35 16-22 25-35 18-25 20-30 100-125 125-140 15-18 18-21 12-18 12-18 18-24 20-28
Bronze 30-40 40-50 30-40 40-50 30-40 40-50 70-120 80-200 20-30 30-40 25-30 20-24 35-45 40-50
Latão 35-50 50-70 35-50 50-70 35-50 50-70 80-120 80-200 40-50 50-60 40-65 22-28 36-60 60-70
Cobre 30-50 45-80 30-50 45-80 30-50 45-80 100-180 180-300 30-40 35-45 22-25 20-24 30-50 50-80
Alumínio e suas ligas 150-220 250-300 200-250 300-350 150-220 300-350 500-600 800-1000 120-150 150-200 150-200 120-160 120-150 150-200
Observe que:
1. Os valores de profundidade para desbaste e acabamento são valores médios.
2. Como a velocidade de corte varia em função da profundidade do passe, os valores apresentados são valores limites. Por exemplo, para fresar aço macio em passe de desbaste
podemos desenvolver de 15 a 20m/min.
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Vc . 1000 Exemplo
n=
d.
Calcular o número de rotações por minuto (rpm) em
que deve girar uma fresa de 80mm de diâmentro com
a velocidade de corte de 20m/min.
Vc . 1000 20 . 1000
n= = = 79,6
d. 80 . 3.14
n = 79 rpm
Avanço de corte
O avanço na fresagem caracteriza-se em milímetros por rotação (a), milímetros por den-
te (az) ou milímetros por minuto (a1).
Sendo:
az = avanço do dente
Z = nº de dentes da fresa
a = avanço por rotação
n = rotação da fresa
Temos que:
a = az . Z em mm
a1 = az . Z . n mm/min
SENAI-RJ 131
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
A Tabela 2 recomenda os valores dos avanços por dente, considerando a fresa e o mate-
rial para passes com profundidade de 3mm.
TABELA 2
Operação Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento
Aço-liga extradura 0,1 0,04 0,1 0,05 0,05 0,02 0,02 0,01 0,02 0,03
Aço duro 0,15 0,05 0,2 0,1 0,06 0,02 0,03 0,01 0,02 0,03
Aço macio 0,2 0,08 0,25 0,1 0,07 0,03 0,04 0,02 0,04 0,08
Ferro fundido normal 0,2 0,08 0,3 0,1 0,07 0,03 0,03 0,01 0,03 0,06
Ferro fundido duro 0,1 0,04 0,2 0,1 0,07 0,03 0,03 0,01 0,03 0,05
Bronze 0,15 0,06 0,5 0,15 0,06 0,03 0,04 0,02 0,04 0,08
Latão 0,2 0,1 0,5 0,15 0,06 0,03 0,04 0,02 0,04 0,08
Ligas de alumínio 0,1 0,05 0,5 0,15 0,07 0,03 0,03 0,01 0,04 0,08
Tempo de corte
Na fresagem, o tempo de corte (Tc) pode ser calculado aplicando basicamente a fórmu-
la já conhecida:
Onde:
L.i
Tc = L = + ea + ep
n.a
L = curso completo da ferramenta
ea = espaço anterior
ep = espaço posterior
= comprimento da peça
132 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Fresadora
Figura 46
Curso da ferramenta
ep ea
L
ea
p = Profundidade de corte
Exemplo
Figura 47
L
100
3
1 380 20
Para calcular:
a – Avanço (a1) Solução
em mm/min
b – Tempo de L = + ea + ep
L = 380mm + 20mm + 1mm
corte (Tc) para
L = 401mm
dois passes
Dados: a) a1 = az . z . n
70 mm
Z=6 a1 = 0,2mm . 6 . = 84
min min
az = 0,2mm
L.i
b) Tc =
a1
401 mm . 2
Tc = = 9,54min
mm
84
min
SENAI-RJ 133
Mandriladora
Nesta unidade...
O processo mandrilamento
Ferramentas de mandrilar
Tipos de mandriladora
Parâmetros de corte
6
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Mandriladora
O processo mandrilamento
Segundo a NBR 6175:1971, mandrilamento é o processo mecânico de usinagem destina-
do à obtenção de superfícies de revolução com auxilio de uma ou mais ferramentas de barra.
Para tanto, a ferramenta gira, e a peça ou a ferramenta se desloca simultaneamente segundo
uma trajetória determinada. A mandrilagem pode ser: cilíndrica, radial, cônica, esférica etc.
(Figura 1).
Figura 1
Tipos de mandrilagem
SENAI-RJ 137
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Mandriladora
Esse processo de usinagem se viabiliza nas produções em série, em que as peças (como na
Figura 3) possuem um grande número de operações, que são executadas simultaneamente.
Figura 3
No mandrilamento as peças
executam simultaneamente um
grande número de operações
IV I
II II
III
2
2 1
IV I
1
2 II
3 2
1
3
III
3
Ferramentas de mandrilar
As ferramentas de mandrilar são sempre de dimensões pequenas, uma vez que trabalham
no interior do furo previamente executado pela broca. São feitas de aço rápido e montadas em
um mandril porta-ferramenta.
Esse mandril deve ser tão forte quanto permita o diâmetro do furo, e não deve ser muito
longo para evitar desvios e vibrações.
As ferramentas podem ser:
• Fixas (Figura 4)
• Reguláveis (Figura 5)
Figura 4
Ferramentas fixas
138 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Mandriladora
Figura 5
Ferramentas reguláveis
Tipos de mandriladora
Dependendo da posição do eixo-árvore, as mandriladoras podem ser horizontais ou
verticais.
Figura 6
Mandril Coluna
Cabeçote
Árvore
Montante
Mesa
Base
Peça
SENAI-RJ 139
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – Mandriladora
Parâmetros de corte
Para executar a ação de mandrilagem, utilizamos alguns parâmetros de corte. A tabela a
seguir indica valores médios para a operação de mandrilagem.
TABELA 1
Vc em m/min
Avanço (a) mm
MATERIAl Ferramentas de Ferramentas de por revolução
aço rápido – HSS matal duro
140 SENAI-RJ
A importância da
lubrificação das
máquinas-ferramenta
Nesta unidade...
O problema lubrificação
Organização da lubrificação
7
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – A importância da lubrificação das máquinas-ferramenta
O problema lubrificação
A lubrificação de uma máquina-ferramenta é um fator importante para sua boa conser-
vação. É também um fator de “rendimento”.
Em nenhum momento, duas superfícies em contato que se deslocam, uma em relação à
outra, podem estar em contato imediato, porque o construtor tomou disposições construtivas
internas e externas a fim de que seja assim e dá conhecimento ao utilizador dessas disposi-
ções. As máquinas são entregues com instruções que devem ser aplicadas e respeitadas.
SENAI-RJ 143
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – A importância da lubrificação das máquinas-ferramenta
Óleo
144 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – A importância da lubrificação das máquinas-ferramenta
Convém controlar o
escoamento do óleo através
de janelas apropriadas.
Com esses dois modos de
lubrificação, é necessário
retirar e substituir o óleo
depois de certo número de
horas de funcionamento.
Figura 2
SENAI-RJ 145
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – A importância da lubrificação das máquinas-ferramenta
Figura 4
146 SENAI-RJ
Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – A importância da lubrificação das máquinas-ferramenta
Lubrificação semi-automática
por engraxadeira “Stauffer”
Utiliza graxa consistente; a graxa é comprimida pela mola e levada em contato com a su-
perfície em movimento que arrasta. Este sistema é utilizado para a lubrificação de mecanis-
mos lentos e pouco acessíveis. Exige bom controle, a fim de que a lubrificação seja assegura-
da de modo permanente.
Figura 5
Figura 6
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Tecnologia de Máquinas e Ferramentas – A importância da lubrificação das máquinas-ferramenta
Figura 6
Organização da lubrificação
Uma vez que várias qualidades de óleo devem ser utilizadas em pontos precisos, a solu-
ção ideal é identificar as qualidades de óleo e os pontos a lubrificar por cores corresponden-
tes e indicar em cada máquina:
Os pontos de lubrificação deverão ser acessíveis. A lubrificação poderá ser feita durante
a marcha, caso seja possível sem perigo. Caso contrario, deverão ser feitas recomendações im-
perativas para a lubrificação ser feita com a máquina parada.
De acordo com a importância da fábrica, a lubrificação é feita pelo utilizador da máqui-
na ou por um serviço especial.
De qualquer modo, a lubrificação deve ser objeto de instruções constantes no controle de
manutenção preventiva da máquina-ferramenta e baseada na orientação do fabricante da má-
quina e do lubrificante.
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