Apostila de Nós PDF
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1. Fundamentos
O desbravador deve saber fazer ns, pois eles so essenciais para as atividades de acampamento e tambm
para a vida no dia a dia. O conhecimento bsico de um bom grupo de ns, em situaes de risco, poder ser
um fator determinante para ajudar a salvar vidas.
Considera-se, geralmente, que os ns realmente teis tm como caractersticas bsicas:
Serem fceis de fazer
Serem fceis de desfazer
No cederem sob carga
A maioria dos ns pode ser feita de mais de uma maneira. Portanto uma maneira no melhor que outra contanto que o resultado final seja o mesmo. A maioria dos ns simtricos (aqueles que se espelham da
direita para a esquerda ou de cima para baixo) tem mais mritos que os demais.
Adicionar voltas (ou cotes) extras pode ajudar em muitos casos. Por exemplo, usar trs cotes (em vez de
dois) na Volta Redonda quando utilizar material escorregadio.
Um conjunto de 10 ns bsicos serve muito bem para a maioria das situaes se voc for criativo na
utilizao deles. Adicione outros na medida em que surgirem as necessidades.
Um n mais til quando feito com facilidade e sem muito esforo. A nica maneira de atingir esse
resultado atravs de prtica, prtica e mais prtica. Voc consegue fazer seus ns com os olhos fechados?
Conhecimento de resistncias de cordas essencial quando a segurana estiver em jogo. Tente conseguir
pelo menos um livro sobre o assunto para a sua biblioteca.
Corda de Polister
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2.3. Caractersticas
Polister: grande resistncia e excelente compatibilidade com outras fibras. Corda esttica.
Sisal: spera, usada em construo civil e, pelos desbravadores, para fazer pioneirias.
Nylon: corda resistente e malevel, com filamentos longos; se degrada em contato com o sol.
Polipropileno: resistente a agentes qumicos, elasticidade, no retm gua e algumas podem flutuar.
Quanto a trama, podem ser:
Torcidas: normalmente no apresentam elasticidade, sendo, portanto consideradas estticas.
Tranadas: apresentam coeficiente varivel de elasticidade e, na maioria das vezes, so dinmicas.
2.4. Cordas esttica e dinmica
Nas cordas estticas, os fios da alma so lisos, dando-lhe a elasticidade natural do Nylon (1 ou 2% quando
submetido ao peso mdio de uma pessoa). J nas cordas dinmicas os fios so um conjunto de cordinhas,
torcidas ou tranadas, e este o segredo para a absoro de choques, com a elasticidade de cerca de 6 a 10%,
ao peso de uma pessoa normal.
A corda esttica no tem elasticidade, o que no desejvel numa escalada, onde a pessoa pode cair e, com o
impacto da queda com a corda, quebrar ossos. J com a corda dinmica, a elasticidade minimiza o risco.
Num transporte de carga, a corda esttica melhor justamente por no ter elasticidade, o que indesejvel
nesta situao.
2.5. Principais termos utilizados no manejo de cordas e a na especialidade de ns
a) Ala: uma volta ou curva em forma de U realizada em uma corda.
b) Ala de azelha ou laada com n: n simples que forma uma ala.
c) Amarra: utilizada para fazer mveis de acampamento com madeiras e cordas.
d) Chicote ou ponta de trabalho: parte da corda que utilizada no manuseio para fazer o n.
e) Corda: conjunto de cordes produzidos com fibras naturais ou sintticas, torcidos ou tranados entre si.
f) Corda restante ou ponta fixa: parte do cabo que no usada como ponta de trabalho.
g) Curva ou dobra: formao paralela da corda, aplicada a qualquer parte dela.
h) Falcaa: arremate realizado no extremo de uma corda, para que a mesma no desacoche. a unio dos
cordes dos chicotes da corda por meio de um fio, a fim de evitar o seu destorcimento. Nas cordas de
fibra sinttica pode ser feita queimando-se as extremidades dos chicotes.
i) N superior: n principal dado no momento em que se realiza a amarra.
j) Ponta corredia ou vivo: a ponta com a qual formamos o n.
k) Seio ou laada: volta em que as partes de uma mesma corda se cruzam. O n corredio representa
melhor a laada.
l) Unio de cordas: juno de cordas atravs de dobras, e no das pontas (fixa ou vivo).
m) Volta ou lao: quando a corda envolve completamente um objeto voltando a estar prxima de si mesma.
2.6. Cuidados com as cordas
A corda, como todo equipamento ou material se desgasta com o tempo, pelo uso. Por envolver risco vida e
para a preveno de acidentes, a corda deve ser utilizada somente se estiver em boas condies, oferecendo
confiabilidade e segurana para quem a estiver utilizando. Para que a corda tenha uma longa durao, ela
deve ser bem cuidada. Abaixo tem algumas maneiras de se cuidar bem de uma corda.
Na prtica de rapel:
No desa o rapel muito rpido, pois gera calor desnecessrio nos mosquetes e danifica a corda.
No raspe a corda em rvores, utilize uma proteo prpria ou improvisada (tecido ou papelo), pois
danifica o caule e suja a corda, podendo desfi-la em alguma farpa ou espinho.
Em cantos ou quinas de rocha proteja a corda com protetores prprios ou improvisados (tecido, papelo).
Evite molhar a corda, pois aumenta o seu fator de queda ficando mais pesada e causa muito mais atrito
na rocha, desgastando-se mais rapidamente.
Nos demais casos:
O primeiro passo para manter sua corda bem conservada mant-la limpa. A limpeza fundamental
para prolongar sua vida til e resistncia.
Sempre que possvel no deixe a corda no solo. A poeira e partculas de sujeira tm efeito abrasivo.
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Evite pisar no equipamento. Isso pressionar as partculas abrasivas para o interior da corda.
Evite expor a corda qualquer produto qumico/degradvel, que possa provocar desgastes.
Evite marcar a corda com canetas que no sejam especficas para este fim. Os produtos qumicos da tinta
podem danific-la.
No exponha a corda a temperaturas altas, como coloc-la no cap de um carro em dia de sol.
A corda deve ser lavada no tanque, escovando as partes sujas da capa e agitando-a bem para tirar a
sujeira da alma. Use apenas sabo de cco ou neutro e gua fria. Enxge bem e deixe secar na sombra.
Nunca use mquinas de lavar e secadoras.
No enrole a corda para guardar, guarde-a solta e sem ns. A corda pode criar pontos fracos se
permanecer sempre dobrada nos mesmos pontos por muito tempo.
3. NS
3.1. Ns terminais, usados no final das cordas
So ns feitos geralmente na ponta de cordas (chicotes). Servem para impedir que o cabo corra num olhal.
H muitas situaes nas quais voc vai precisar de um n desses. Cada aplicao ter suas exigncias
especiais com relao s propriedades do n. Voc ter que escolher com cuidado. Voc pode fazer um n de
Bloqueio para evitar que a ponta do cabo se desmanche, mas evite faz-lo.
N simples ou meia volta
Usado para evitar escorregadas ou roadas, fazer um n na
ponta da linha de costura, passando pelo cadaro dos sapatos
e at em embrulhos. Esse o mais simples dos ns. Mas no
resistente e voc no poder us-lo em situaes onde se
esperem grandes foras. Esse n tambm reduz a resistncia
do cabo em aproximadamente 50%.
O N Duplo ou N Dobrado
Esse um belo n, mais grosso que o Meio-n, embora no
seja mais forte. chamado de "N do Sangue", quando feito
na ponta de chicotes. Uma vez apertado, muito difcil de se
desfazer. Se voc puser um objeto pelo buraco marcado com
"x", ele funcionar como um lao.
N de Frade
Se voc fizer mais do que duas voltas no N Duplo ele ficar
mais grosso e ser conhecido por "N de Frade". Lembre-se
de que ele no ficar nem um pouco mais resistente. Em
corda (torcida ou tranada) importante montar o n com
cuidado, para evitar vincos e diminuir ainda mais a
resistncia dela.
N Oito ou Volta do Fiador
Esse n maior, mais resistente e mais fcil de desfazer do
que os ns anteriores. Alm disso, no danifica tanto a
corda. No a toa que os marinheiros o preferem na maioria
das situaes!
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Ordinrio ou ncora
Utilizado para unir cabos grossos. Tambm conhecido como
N de Marinheiro, provavelmente o mais perfeito n de
unio que existe. No escorrega facilmente, mesmo com
corda molhada, sempre fcil de desfazer, mesmo aps uma
carga pesada. Tenha cuidado para no errar a trana: os
chicotes terminam em lados opostos e o entrelaado
simtrico. Quando usar em cabos grossos, os chicotes devem
ficar presos para evitar desgaste.
N de Pescador
Muito utilizado para ligar cabos finos, meio duros ou
molhados, como linhas de pesca, cordas corredias, delgadas,
rgidas, cabos metlicos e at cabos de couro. Pode ser
armado de duas formas diferentes. Ambas funcionam
igualmente. Com dois meios-ns ele fica simtrico e
provavelmente a verso mais conhecida. Com dois meiosns apostos ele fica mais bonito (tem que trabalhar bem o
n).
N de Pescador Duplo ou Dobrado
Mesma utilidade do pescador. Fornece maior segurana,
sendo, portanto mais seguro.
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Oito Dobrado
Esse n provavelmente um dos melhores ns de unio:
forte, bonito, no trava o N de Oito usado como unio.
Meio Cote
Esse n mais estvel que o Volta Singela, e quase to
simples de fazer. muito til para amarrar cargas leves e
que tenham que ser liberadas com rapidez. Os marinheiros
costumavam us-lo para pendurar mantimentos, fora do
alcance dos ratos.
Volta Redonda, Dois Cotes ou Fateicha
til por ser fcil de executar e no fugir sob qualquer
esforo. Serve para prender um cabo a uma argola. o n
que se faz para firmar um cabo em uma barra, num anel,
para amarraes firmes, ou para prender a fateicha, que
uma ncora pequena como argola. O n consiste em uma
volta redonda com cotes, passando o primeiro por uma volta,
para no apertar.
Volta do Fiel
N inicial ou final de amarras. No corre lateralmente e
suporta bem a tenso. Permite amarrar a corda a um ponto
fixo. usado para amarrar as cordas das barracas, usa-se
ainda para amarrar um cabo a uma estaca. Para amarrar o
cabo vara de madeira nos trabalhos de Pioneiria. Sem
apoio externo no confivel. Lembre-se de nunca tracionar
longitudinalmente numa ponta s.
Magnus ou Volta do Fiel Duplo
Tambm conhecido como volta estivada. o melhor n de
engate para trao longitudinal. Deve ser trabalhado com
cuidado e apertado antes de aplicar a carga. No deve ser
usado para trao transversal, pois se desfaz.
Volta da Ribeira
Tambm chamado "Engate do Lenho". Usado para arrastar
troncos. um n que aperta medida que a carga aplicada,
mas se desfaz muito facilmente quando se d uma folga.
Excelente para iniciar amarras.
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Volta do Salteador
Utilizado para prender uma corda a um basto, com uma
ponta fixa e outra que quando puxada desata o n. Se
utilizado para descer uma rvore, lembre-se de utilizar a
ponta fixa.
Oito Dobrado
O Oito Dobrado a forma preferida dos alpinistas fazerem
um olhal. , certamente, mais seguro que a Bolina. H
discusso a respeito de haver ou no a necessidade de um n
de parada na ponta solta. A rapidez com que se desfaz um
n tambm um
fator de segurana.
Borboleta
um n excelente para se fazer um lao que no corre no
meio de uma corda.. Responde bem a trao e seguro
mesmo quando as foras nas duas pontas mais forte do que
a carga no olhal.
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Arns ou Artilheiro
Mesma utilidade do borboleta. Uma forma fcil e prtica de
se fazer um lao no meio de um cabo. No to forte quanto
o Borboleta, mas um pouco mais rpido de fazer e
desmanchar. Como o nome sugere, era usado pelos soldados
para pendurar seus mosquetes no ombro. Use-o como n
temporrio para carregar coisas.
N Aselha
utilizado para fazer uma ala fixa no meio de um cabo.
MACHARD:
N blocante, utilizado para ascenso ou bloqueamento.
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PRUSSIK
N ideal para atar uma corda a um cabo estilado ou tronco
vertical. Utilizado para ascenso ou bloqueamento.
N DE FORCA:
N bastante til pra fazer um bonito acabamento naquelas
cordinhas que prendemos em facas, canivetes, chaveiros,
lanternas, etc. Tambm utilizado para encurtar cordas
longas.
Catau
Utiliza-se para reduzir o comprimento de uma corda sem
cort-la. Serve tambm para isolar alguma parte danificada
da corda, sem deix-la sob tenso.
Cadeira de Bombeiro
N utilizado para resgate e fins decorativos. Como o Lais de
Guia Duplo, proporciona dois laos que podem carregar
uma pessoa inconsciente.
No Carioca ou de Caminhoneiro
mais do que um n. Talvez uma amarra. Os motoristas
usam essa amarra para prender o cabo da lona sobre a
carroceria da carreta. Uma das vantagens poder esticar-se
o cabo e prend-lo sem perder tenso ao finalizar a amarra.
A principal vantagem a tenso que se consegue em um
cabo, usando-se este super-n. Ideal para esticar cordas e
cabos que exigem muita presso.
4. Bibliografia
Manual para desbravadores Ns e amarradas (de amigo guia) 1999, Ed. Sobre Tudo.
Curso Tcnico Ns e Amarras Unio dos Escoteiros do Brasil / Regio So Paulo.
Na Trilha da Aventura 2, Remo Daz 2009.
Pesquisas em diversos sites da internet (imagens).
Material preparado Ivaldo Nunes de Magalhes Abril/2007.
1 Reviso e Atualizao Novembro/2009.
A utilizao deste material para qualquer fim liberada pelo autor, desde que seja citada a fonte.
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