Botoníssimo - Vol. 3 - 2014 - BB - 2015 Xyz - A Ko
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BOTONSSIMO
O LIVRO DO FUTEBOL DE MESA
VOLUME 3
CAPA
Muitos contriburam com informaes valiosas para a composio deste livro, assim como foram de grande valia os registros em
antigos jornais, revistas e outros documentos de onde compilei dados importantes.
Os
NDICE (conciso)
Capa ............................................................................................................... 01
Folha de rosto .................................................................................................. 02
Elaborao da capa ......................................................................................... 03
Agradecimentos (colaboradores) ................................................................. 04
Apresentao.................................................................................................... 05
ndice ..... ........................................................................................................ 07
Arco e Flecha & Futebol de Mesa ..................................................................... 08
Centenrio do Futebol de Mesa Brasil ............................................................09
Mais uma pitada de histria .............................................................................. 11
Regras evoluram e multiplicaram-se ............................................................. 16
Que Golao ...................................................................................................... 28
Bola 12 toques ................................................................................................. 36
Bola 3 toques ................................................................................................... 39
A modalidade dadinho ...................................................................................... 45
Sectorball ........................................................................................................ 48
Subbuteo ......................................................................................................... 51
Modalidade Pastilha.......................................................................................... 55
Futebol de Mesa no Chile ................................................................................. 57
Game e Boto................................................................................................... 64
Robertinho - entrevista ..................................................................................... 75
Os Super Heris no Futebol de Mesa humor especial - ..................................83
Catalogao dos artigos esportivos .................................................................. 88
Goleiros para treinos ........................................................................................ 94
Mitos e Verdades ............................................................................................. 98
Sobre os botes e suas medidas .....................................................................109
Final ............................................................................................................... 164
BRASIL
CENTENRIO DO FUTEBOL DE MESA BRASILEIRO
mento motivador estava efetivamente presente no esprito de muitos. Quando penso na estreia do futebol de boto no Brasil, ocorreme o ano de 1915 por situar-se entre a poca em que o futebol de
campo comeou a se popularizar entre os brasileiros e prximo da
data registrada pelo clube America, somado ao fato de distar exatamente quinze anos da primeira publicao em nosso pas sobre as
regras do futebol de boto*. Mas certamente apenas uma escolha
entre outras opes possveis.
*Regras, publicada em 1930 por Geraldo Cardoso Dcourt
(mais detalhes no prximo captulo).
No tenho a pretenso de escolher o ano para se comemorar
o centenrio do futebol de mesa no Brasil, apenas o desejo de celebrar este acontecimento.
1908
1905 1910
Futebol de campo
comea a se tornar
popular no Brasil
1917
Jogo de boto no
clube America, RJ
Isto fato
Isto fato
2015
Centenrio do
Futebol de mesa.
BRASIL
1911 1917
Jogo de boto.
Incio de sua prtica no Brasil.
Data
sugerida
Isto fato
2017
100 anos de futebol de mesa no Brasil pelo menos.
10
Em conformidade
com registros
histricos.
Futebol de Mesa
Mais uma pitada de histria
(Novos dados para a cronologia iniciada no volume 1)
1940 Lenine Macedo de Souza e seus amigos desenvolvem, a partir da Regra de Futebol Celotex ( 1 toque somente para cada jogador ), as bases embrionrias da futura Regra Gaucha. , oficializada em 1961.
1959 Na Bahia adotada oficialmente a regra 1 toque, por ocasio da fundao da AFMA Associao de Futebol de Mesa de Alagoinhas ( a mesma
regra que era praticada no Rio Grande do Sul, mas de uma maneira um pouco
diferente quanto as normas e os artigos esportivos). Apesar das diferenas, segundo o botonista e historiador Enio Seibert, fora igualmente concebida com
base no futebol Celotex.
1961 A Regra Gacha oficializada o que motivou a fundao da primeira
Federao oficial brasileira de Futebol de Mesa em Porto Alegre, RGS.
1965 ( 01 - julho) - nas dependncias do Diretrio Acadmico "Amaro Cavalcanti",da Faculdade de Cincias Econmicas de Caxias do Sul, foi fundada a
Liga Caxiense de Futebol de Mesa dentro da Regra Gacha.
A liga foi presidida por Adauto Celso Sambaquy.
1967 (19 janeiro) Elaborao da Regra Brasileira (fuso da regra gacha
com a Baiana).
Comisso mista de gachos e baianos chegaram a um consenso
na redao final, fazendo adaptaes tanto da regra praticada na Bahia quanto na regra praticada no Rio Grande do Sul. Figuram como cabeas do movimento Oldemar Seixas, pela Bahia, e Adauto Celso Sambaquy,
pelo Rio Grande do Sul.
Aconteceu na Sede da Liga Baiana de Futebol de Mesa, em Salvador
11
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15
16
Supe-se que certos detalhes diferiam de uma regio para outra onde a modalidade era praticada sem obedecer a uma padronizao.
E quanto ao nmero de toques por jogador? detalhe que
seria o principal diferencial entre outras regras criadas posteriormente.
Em meus encontros com Dcourt e Rocha Netto, no conversamos sobre o nmero de toques por jogador antes do Celotex e
desconheo qualquer registro a respeito. Contudo, possvel concluir que se adotava 1 toque por jogador. Vejamos o que nos leva a
esta concluso:
No temos na regra do Dcourt qualquer meno a respeito deste item. Porm, aps a divulgao das regras Celotex, A Noite
Sportiva, um jornal do Rio de Janeiro, publicou em 20 de julho de
1930 uma entrevista com Dcourt incluindo um sumrio de suas regras onde esta informao foi inserida. Em um dos pargrafos lemos:
(...) Procedida a sada, o outro amador, chamado de B, jogar com um
dos seus botes uma vez e assim, sucessivamente, um de cada vez at
que seja registrada alguma falta.
19
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23
24
Estas fotografias
tambm constam
na seo Arquivos do Futmesa
Brasileiro do
afumeca.blogspot.
com.br
Associao de
Futebol de Mesa
de Cascavl.
Lenine e amigos botonistas
25
Por ocasio de um torneio estadual na cidade Caxias do Sul, em junho de 1966, foi convidado para o evento o baiano Oldemar Seixas, o qual
aceitou o convite e veio acompanhado pelo amigo Ademar Dias de Carvalho, um grande botonista que estava sempre ponteando o campeonato baiano.
Terminado o torneio, os dois representantes baianos realizaram uma
demonstrao do futebol de mesa praticado na Bahia. Uma mesa nas medidas oficiais havia sido providenciada e a apresentao foi um fator predominante no sentido da grande mudana que se verificaria algum tempo
depois. Na regra gacha, os botes no eram padronizados e diferiam um
dos outros. O espetculo que os visitantes baianos ofereceram, mostrando
dois times diferentes praticando jogadas de efeito, deslizando perfeitamente
na mesa encheu os olhos de todos os botonistas que estavam presentes.
Assim, nasceu a ideia de uma fuso das regras gacha e baiana, uma
vez que continham elementos em comum.
Gilberto Ghisi e Adauto Celso Sambaquy ocuparam-se em elaborar
uma proposta de unificao. Ainda em dezembro daquele mesmo ano, no
congresso de abertura do Campeonato Estadual Gacho, em Caxias do
Sul, Gilberto e Sambaquy apresentaram o esboo do que seria a homogeneizao das duas modalidades, denominada regra brasileira, pois estaria
unindo o nordeste com o sul, havendo dessa forma a possibilidade de realizao de campeonatos brasileiros com esta nova forma de se jogar. O projeto foi aprovado por todos os participantes do campeonato.
Em janeiro de 1967, Gilberto Ghisi e Adauto Celso Sambaquy partem
26
para a Bahia e l, com mais quatro baianos: Oldemar Seixas, Ademar Carvalho, Nelson Carvalho e Roberto Dartanh Costa Mello estudam por vrios
dias todos os pontos para a nova regra. Muitas coisas foram modificadas
no plano original, mas a essncia levada para a Bahia permaneceu. Retornam da Bahia com a Regra Brasileira impressa e j com todo o nordeste
brasileiro aceitando as modificaes que a regra baiana sofrera. Logo em
seguida o Rio de Janeiro incorpora-se ao movimento atravs da Liga Guanabarina de Futebol de Mesa, presidida por Getlio Reis de Faria.
Trs anos depois, em janeiro de 1970, na Bahia realiza-se o PRIMEIRO CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL DE MESA. Com a presena de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe, Paraba, Pernambuco e Bahia, comeava o futebol de mesa a ganhar corpo como um esporte
que uniria brasileiros em torno de uma mesa.
A inteno da criao dessa regra jamais foi de destruir a Regra Gacha
(nossa regra me), mas propiciar a possibilidade de novos horizontes, coisa
que realmente aconteceu a partir dos anos setenta, quando comearam a
ser realizados os campeonatos brasileiros da modalidade. (Sambaquy)
suas regras e esta, por sua vez, forneceu os ingredientes essenciais para a
formulao da regra gacha.
No Rio Grande do Sul voz corrente que o Lenine considerado o inventor da Regra Gacha. Reconhecimento do seu trabalho que resultou
neste acontecimento (fonte: Sambaquy).
27
Essa foto foi feita no Passeio Pblico, em Salvador, com a equipe de filmagem do Filipe Seixas, que est produzindo o filme "Que Golao", contando
a histria da criao e continuidade da Regra Brasileira de Futebol de Mesa.
Sentados esto trs dos seis criadores da Regra. Da esquerda para a direita:
Oldemar Seixas (Ba), Adauto Celso Sambaquy (RS), Roberto Dartanh (Ba).
Gilberto Ghizi (RS) abandonou o futebol de mesa e encontra-se com problemas
de sade. Ademar Carvalho e Nelson Carvalho, ambos baianos, faleceram.
Fotografia e texto fornecidos por Sambaquy
Adauto C. Sambaquy
RS
Oldemar Seixas
Roberto Dartanh
Ba
Ba
29
Eu jogava futebol de
mesa em Salvador em diversas ligas e cada liga tinha um tipo de regulamento
diferente e ns tivemos que
fazer uma fora muito grande no sentido de que uma
s regra fosse adotada aqui
na capital baiana. Depois,
ns partimos para o interior
do estado: Santo Amaro, Alagoinha, Feira de Santana, e conseguimos tambm
padronizar a regra, colocando o mesmo regulamento em todo estado da Bahia.
A partir da eu recebi um aviso de que no Rio Grande do Sul se praticava futebol de mesa, em Caxias do Sul tambm; em Pernambuco, atravs de um colega meu de rdio, Ivn Lima, famoso locutor que j faleceu, que tambm coordenava o futebol de mesa em Pernambuco, o Gomes em Aracaj. Ento eu me
senti encorajado a mandar uma reportagem para a Revista do Esporte, na poca seria hoje a revista Placar. Naquele tempo, a Revista do Esporte era lida em
todo territrio nacional. A eu mandei uma reportagem no sentido de mostrar
aos meus irmos gachos e aos praticantes de futebol de mesa de todo o Brasil
a nossa modalidade, como ns jogvamos futebol de mesa, o tamanho das
nossas mesas, o tipo de nossos botes. Meu amigo, a repercusso foi qualquer
coisa espetacular!
30
31
Depoimentos de botonistas
Fernando de Aguiar
Esprito Santo
BA
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33
34
Adauto Celso Sambaquy, Oldemar Seixas, Roberto Dartanh e outros colaboradores, conseguiram a fuso da regra gacha com a baiana, o que deu origem a
Regra Brasileira. Em 1988, denominada Disco 1 Toque, foi oficialmente reconhecida como esporte pelo CND (conselho Nacional dos Desportos), juntamente
com as modalidades Bola 12 Toques (SP) e Bola 3 Toques (RJ).
35
Strike
38
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Continuao da carta:
41
42
Acredito que sobre a regra 3 toques, os documentos apresentados fornecem, em seu conjunto, uma boa noo da criao da
modalidade. Oficializada como Bola - 3 Toques, foi reconhecida,
juntamente com Disco 1 Toque e Bola 12 Toques, como modalidade esportiva ofical pelo C.N.D. Conselho Nacional dos Desportos
em 1988.
Comentrio: No disponho de informaes sobre a regra carioca,
antes das mudanas para a verso que conhecemos hoje. A carta
de Joo Paulo Mury para Dcourt cita apenas: 2 toques com passe. Mas podemos deduzir que era a regra baiana ou gacha um
pouco modificada, modalidades praticadas na poca e que poderiam ter servido como modelo.
A modalidade Dadinho
Voltamos ao texto de Igor Monteiro Quintaes o qual tambm
discorre sobre esta modalidade (texto original adaptado e atualizado)
2.3.5. Outras Regras.
A modalidade dadinho acabou se tornando muito praticada no Rio
de Janeiro, um futebol de mesa jogado com um cubo no lugar da bola, mas
no se tem informao de quem foi a ideia ou quem criou ou fabricou primeiro. Penso at que na nsia de se jogar uma partida e no se ter uma bola,
algum procurou algo que pudesse ser utilizado e encontrou um dado de algum tipo de jogo e fez a experincia. Gostou e passou a utilizar. Ou talvez
45
tenha se difundido pela maior facilidade em se controlar a bola, pois a redondinha rola demais e s vezes foge do controle dos menos experientes.
Esse tipo de jogo no muito antigo, somente no final dos anos oitenta
que comeou a se ouvir falar nele. E com isso criou-.se uma grande gerao que apenas conhece o futebol de mesa jogado com o dadinho dos
anos noventa para c.
Nota Botonssimo: O botonista Aguinaldo Percoraro (Guina), recorda-se
que em 1959-1960, com 7 ou 8 anos de idade, morando em So Paulo,
costumava usar dadinho em vez de uma bola. Isto indica que esta opo de
bolinha j existia h cinquenta ou sessenta anos e acabou no esquecimento ou praticada somente aqui e acol. A pesquisa de Igor Monteiro revela o renascimento do dadinho ocorrido na dcada de 80 e para muitos, o
fato se mostrou como uma novidade.
46
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
47
O Sectorball
Dados referentes a primeira coleta de informaes foram revisados e
complementados por Jos Jorge Farah Neto
48
LOCAL
Hungria
Hungria
Rio de Janeiro
1 COLOCADO
Hungria
Hungria
Hungria
2 COLOCADO
Romnia
Romnia
Brasil
3 COLOCADO
Srvia
Srvia
Srvia
49
As setas assinalam a bolinha , aps o impacto do boto, sendo projetada para cima
em direo ao gol. O ltimo fotograma mostra a bolinha no interior da meta.
Imagens extradas de um vdeo disponvel na Internet. Ttulo: O Sectorball chega ao
Brasil! Fonte: [email protected] - YouTube ttps://youtu.be/Z58AmkzRAP0
50
Subbuteo
Um parente prximo do futebol de mesa
Em alguns pases da Europa o Subbuteo um jogo bastante popular e com aprecivel organizao. H registros que o
Subbuteo foi desenvolvido por um ingls chamado Peter Adolph
e tratava-se do refinamento de uma modalidade que apareceu
pela primeira vez em 1920.
Semelhante, em alguns
aspectos com o nosso futebol de mesa, o jogo
realizado num mini campo
e os times compostos de
bonecos plsticos fixados
sobre discos que podem
Imagem fonte: Internet
ter a base cncava ou plana (observar ilustraes).
O goleiro equipado com
uma haste, o que permite moviment-lo no momento do arremesso da bola. Os bonecos
so acionados por meio de piparotes ou petelecos com o
dedo indicador, frontal ou lateralmente, sem auxlio de qualquer outro dedo como concentrador de fora para a ao.
Imagem fonte: Internet - sportagvalaszto.
Com efeito, os bonecos deslizam sobre o tablado e tocam a bola. Caso a bola no saia do
campo ou toque um boneco adversrio, o jogador mantm a posse da mesma. Para cada lance de ataque a defesa pode mover
uma de suas peas, sem, contudo, tocar a bola ou em peas do
outro time, devendo apenas cercar o avano do oponente.
51
52
Em 03/2009 a FISTF - Federation International of Sports Table Football oficializou a admisso do Brasil, atravs da LBS - Liga Brasileira de Subbuteo.
No mesmo dia em que recebeu sua admisso oficial na FISTF, a LBS iniciou as tratativas com a LAFM (Liga Argentina de Ftbol de Mesa) para que
as duas entidades realizassem, de forma conjunta, a 1 Copa SulAmericana de Subbuteo.
No dia 25/04/2009, o Departamento de Futmesa do Bangu AC promoveu o
primeiro evento experimental de Subbuteo no Brasil, com a disputa de um
Torneio Incio entre seus atletas, vencido por Bruno Coutinho.
Em 26/07/2009 na sala da Diviso de Futebol de Mesa do Club de Regatas
Vasco da Gama foi realizado o 1 torneio interno de SUBBUTEO no clube,
a competio foi vencida por Marcelo Lages.
No dia 17 de abril de 2010 foi realizado o I Satellite organizado pela Liga
Brasileira de Subbuteo. A competio foi formalizada junto FISTF - Federation International Sports Table Football e contou pontos para o ranking internacional. Nela estiveram presentes atletas da LAFM - Liga Argentina de
Ftbol de Mesa. Jos Antnio do CR Vasco da Gama foi campeo. Marcelo
Lages ficou com a 2a colocao, Murcilli foi o 3 colocado e Igor Monteiro
completou o pdio com a 4a colocao. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Ao trmino da competio, Jos Antnio e Cludio Murcilli que acumulavam
respectivamente as presidncias da Liga Brasileira e Argentina, confirmaram a realizao da 1a Copa Sulamericana em Buenos Aires-ARG em outubro de 2010.
53
54
Modalidade Pastilha
Outra modalidade disputada em carter experimental apenas no Rio
de Janeiro a chamada pastilha, com uma bola cilndrica, que de acordo
com Coutinho, tambm coordenador de regras experimentais na confederao, muito jogada na Baixada e na zona oeste, alm de ser extremamente forte em Nova Friburgo, interior do estado.
A histria comeou exatamente como o dadinho, tendo no incio inclusive a mesma regra, e passou por pequenas modificaes no incio deste
ano em relao ao tamanho do goleiro e da arrumao e reposio da bola, quando do ingresso FEFUMERJ.
Atualmente so cerca de cem atletas federados em seis clubes: APROFUME Associao Proletria de Futebol de Mesa, LDBR Liga
de Desportos de Belford Roxo, AAP Associao Atltica Portuguesa,
ANFM Associao Nilopolitana de Futebol de Mesa, AFFM Associao Friburguense de Futebol de Mesa e o Club de Regatas Vasco da Gama. O primeiro campeonato estadual da modalidade aconteceu esse ano
e o campeo individual foi Marcelo Lages, do Vasco da Gama e a equipe
campe foi a Associao Friburguense.
Igor Monteiro Quintaes
(2005)
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Futebol de Mesa
no Chile
www.fotosmaisimagens.com/bandeira-do-chile.
Aplicao da sigla: Ubirajara G. Bueno recursos do Word
58
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GAME X BOTO
Em dezembro de 2011 a UOL postou na Internet o seguinte artigo:
Futebol de boto tenta sobreviver era do videogame e teme ficar sem nova gerao.
matria, ricamente ilustrada e comentada, enfatiza o fascnio dos adolescentes e jovens pelo videogame e o desinteresse pelo futebol de boto. Muitos concordam que o realismo dos
jogos eletrnicos um concorrente fortssimo do nosso velho futebol
de boto e este ltimo sucumbir ao domnio do primeiro s uma
questo de tempo.
Jorge Farah, presidente da Federao Paulista de Futebol de
Mesa, tem opinio contrria:
No debate sobre a sobrevivncia do boto como modalidade e brincadeira ldica, o dirigente de 53 anos (Jorge Farah) diz que um erro encarar o
videogame como um inimigo.
(...) O videogame no nosso concorrente. O jogo eletrnico e o boto
so coisas muito distintas, afirma o dirigente, que ressalta a vantagem de
sua modalidade como ferramenta de fantasia.
64
65
A continuidade
A experincia tem mostrado que um local para os jogos muitas
vezes conquistado graas a persistncia. O futebol de mesa hoje
presente na Praia Grande, bairro Ocian, primeiro departamento da
regio, um exemplo de conquista devido a determinao de Eduardo Lemos, fundador e atual coordenador da equipe.
Graas a este local, alguns dos jovens participantes do Projeto
Escola, continuam a praticar o futebol de mesa e j esto se preparando para os jogos promovidos pela federao.
Fotografias fornecidas
por Natalia Mazetto
66
Destitudo de tecnologia, prima por suas qualidades tradicionais. Foi concebido para um reconhecimento espontneo dos
seus valores. No abre caminho aos empurres entre seus concorrentes eletrnicos, aguarda placidamente uma passagem livre. Mas
se o congestionamento persiste, podemos supor que carece de auxilio, algum que lhe tome as mos e o conduza com firmeza. Diferentemente do passado, agora ser necessrio uma ao enrgica,
uma voz que proclame: vejam, o que ele tem para mostrar interessante e, com certeza, muitos vo gostar. Basta isto e muito disto.
Ubirajara Godoy Bueno
Uma vez conhecidas as muitas qualidades do o futebol de mesa, ele se mostra to atraente como os seus concorrentes.
Enquanto os jogos eletrnicos encantam por meio de animaes quase reais, o futebol de mesa a prpria realidade, imprevisvel, surpreendente e calorosamente humana. Manipulamos as peas do jogo, sentimos a textura, decoramos, lustramos. Queremos
experimentar uma nova palheta, marcar gol com um tipo diferente
de bolinha e colocar em prtica o estratagema que elaboramos. Esperamos com ansiedade, como uma criana que aguarda o Papai
Noel, o carteiro trazendo o time feito sob medida. Na sala de jogos,
entre risos e conversas, nos sentimos acolhido. O adversrio imprevisvel e sentimental e o jogo, por sua vez, na sua banalidade
aparente, exige no apenas pressionar a palheta sobre o boto,
necessrio imprimir determinada fora para cada resultado desejado, combinando velocidade, atrito e distncia, em conformidade
com as leis da fsica aprendidas intuitivamente. Somos tcnico,
massagista, jogador...
Bem sei que qualquer criana ou adolescente sabe da exis67
*
De pai para filho, de av para neto, de tio para sobrinho ...
Uma possibilidade de continuidade, ...
Apenas um dos meus dois filhos adotou o futebol de mesa e
saiu-se um bom botonista. Meu neto de sete anos ao demonstrar
uma pontinha de interesse pelo jogo de boto, procurei fisga-lo com
mais fora. Encomendei um time de botes modelo vitrine e decorei
com os seus heris preferidos. Deu certo. Hoje joga videogame com
frequncia, mas no abandonou o futebol de mesa. A convivncia
harmoniosa de ambos e perfeitamente possvel.
(depoimento do autor)
68
Comecei a jogar com quatro anos de idade. Meu pai, que joga
boto desde criana, foi quem me ensinou muito cedo.
Roberto de Lara Rodrigues Robertinho PR
69
Aqui em Santa Catarina, mais precisamente na cidade de Itaja, a associao Atlntico Sul, em colaborao com o
Clube Nutico Marclio Dias est iniciando um procedimento similar, o que far
com que as crianas em idade escolar se
acostumem a disputar futebol de mesa.
Adauto Sambaquy e
prof. Ednei Torresini
70
Sero eles nossos governantes, nossos polticos, nossos juzes? Que contribuio podero dar sociedade?
claro que no podemos generalizar, mas certo que, infelizmente, muitos jovens esto sendo aliciados eletronicamente e vivendo
nesta condio de escravido. Trocam a noite pelo dia para satisfazerem seus desejos e acabam se distanciando cada vez mais de sua famlia e de seus amigos. Sem pai nem me, sem amigos, sem namoro,
sem ningum no virtual, sem ningum de verdade! Dificuldades na
escola, depresso, drogas e a inevitvel dessocializao so o salrio
de muitos destes jovens.
No futmesa a coisa diferente! O isolamento mrbido d lugar
convivncia fraterna, a frieza da clausura d lugar ao calor das amizades, a tristeza d lugar alegria e o virtual d lugar realidade!
evidente que o futuro de nossos jovens depende de muitos
outros fatores, mas, se queremos uma sociedade fraterna, devemos
estimul-los a realizarem atividades que promovam esta qualidade. O
futmesa, com segurana, uma delas e, se sozinho no definitivo,
particularmente pode contribuir para um futuro melhor para nossos jovens.
O certo que: o futuro do futmesa depende de nossas crianas!
Foi com a inteno de divulgar e promover nosso esporte que
realizamos a oficina de futmesa, paralela ao nosso Torneio de Vero
em parceria com o JL Shopping. Nesta ocasio podemos perceber o
quanto algumas crianas ficaram encantadas com o futmesa, para
muitas um esporte desconhecido. Tambm podemos presenciar a alegria dos pais jogando com seus filhos, algo rarssimo nos eletrnicos
mas comum no futmesa. Muitos se comprometeram em dar continuidade na prtica do esporte em nossa sede junto ao SESC. Semeamos
agora e esperamos em breve colher os frutos desta iniciativa.
Salve o futmesa e salve nossas crianas!
Publicao no Botonssimo autorizada pelo autor
72
Conversa ao p da escada
H quinze ou vinte anos, durante um torneio de futebol de boto, com a participao de botonistas de vrios clubes, sentei-me
nas escadarias que circundavam a quadra do ginsio ocupada por
dezenas de mesas. Teramos alguns minutos de folga antes da prxima rodada.
Durante este tempo, no pude deixar de ouvir a conversa entre trs jovens participantes que se sentavam a minha frente apenas
um degrau abaixo.
Eu vi a tabela. Voc vai enfrentar aquele velhinho que foi
meu adversrio no ltimo jogo.
Ele joga bem?
Que nada, tranquilo. O sujeito parecia cansado logo no primeiro jogo, estava se escorando na mesa; foi a resposta num
tom de escrnio.
Pior o meu adversrio, aquele ceguinho com culos de fundo de garrafa. Quando a bolinha caa da mesa era uma labuta para
ele achar comentou o segundo apontando para um senhor que
permanecia na quadra examinando seus botes sobre uma das mesas.
Esta velharada deveria ficar em casa arrematou o amigo
com um sorriso zombeteiro.
Debrucei-me sobre os rapazes e falei num tom sereno:
Eu sei que para os jovens, cheios de energia e com vontade de jogar, alguns adversrios podem parecer um pouco... devagar, mas devemos ser pacientes. Eu conheo o velhinho cansado, vi
de relance quando jogava com um de vocs. Na verdade, ele o
nico culpado de parecer um zumbi logo pela manh. Imaginem vocs que passou a noite em claro ajudando a organizar a quadra que
foi liberada na ltima hora. Onde j se viu um absurdo destes? Devia ter uma noite reparadora, ou se fosse para no dormir, envolverse com coisas mais interessantes do que ficar cuidando de eventos.
73
Com relao ao senhor de culos devemos ser igualmente pacientes. Dizem que ele perdeu parte da viso fazendo bolinhas durante
muitos anos para suprir a federao e os clubes. O cara deve ser
doido ou gostar muito do futebol de mesa. Quanto a velharada ficar
em casa, totalmente correto e a federao deveria tomar as devidas providncias. inadmissvel que estes veteranos se misturem
indiscriminadamente com os demais jogadores. S porque quando
jovens criaram as regras do nosso futebol de mesa, ensinaram o jogo a fulano e sicrano, ajudaram a formar equipes de botonistas, escreveram jornaizinhos, revistinhas, ou seja l o que for, para promover o nosso esporte, cuidaram disso e daquilo, no justifica jogarem livremente onde e quando bem entenderem. Fizeram muito,
mas coisa do passado. Acabou. H quem diga que alguns levavam mesas de um clube a outro nos bagageiros do prprio carro.
Tem cabimento uma coisa desta? Acho que so malucos desde moo finalizei, movendo a cabea num sinal de reprovao.
Despedindo-me em seguida, desci as escadas e fui cuidar dos
meus botes para o prximo jogo.
* * *
74
ez ou outra, o futebol
de mesa nos chama a
ateno para determinado
botonista. o caso de Roberto de Lara RodriguesRobertinho. Com inmeros
ttulos na modalidade 12
toques, demonstra o nvel
primoroso possvel de ser
alcanado no futebol de
mesa, o que certamente
constitu motivao queles
dispostos a evolurem.
75
76
77
79
80
Eu levei uma grande vantagem sobre os pais atuais porque naquela poca o Atari no
exigia tanta ateno como os games de agora. Mas se fizerem o que eu fiz: comprar uma
mesa, comprar os times e, principalmente, jogar com eles, ser um atrativo que com certeza ganhar dos jogos eletrnicos. Este o meu conselho.
*Armandinho Armando Francisco da Silva Filho botonista de Pernambuco e colabora para o avivamento do futebol de mesa.
As fotografias exibidas nesta matria foram cedidas por Roberto de Lara Rodrigues.
81
Aprimoramento contnuo
Do meu arquivo: Pequenas Crnicas ( fevereiro/2010)
82
B
BO
OTTO
ON
NS
SS
SIIM
MO
O
Homem de plstico (homem borracha), que ilustra este quadro de humor, um superheri de quadrinhos publicado originalmente pela Quality Comics e posteriormente
adquirido pela DC Comics. Criado pelo escritor e desenhista Jack Cole.
Homem Borracha apareceu pela primeira vez em polcia Comics (agosto de 1941).
Um personagens de destaque na era dourada de quadrinhos. Ele pode esticar seu corpo em qualquer forma imaginvel.
83
Seja moderado ao
comemorar os gols
84
PARA O
GOL
UM
MOMENTO
No utilize
recursos ilcitos.
CHUTA
B
BO
OTTO
ON
NS
SS
SIIM
MO
O
Criao e adaptao do desenho: Ubirajara Godoy Bueno
Desenho original do super-heri fonte: Colorear.net seo dibujos Spiderman
(www.colorear.net) Desenhista: no consta na fonte citada
"Homem-Aranha, que ilustra este quadro de humor, um dos heris mais populares.
Foi criado por Stan Lee e Steve Ditko" - (Stan Lee tambm criou o Hulk)
85
Humm...
foi mal ...
... a terceira
mesa
Preserve o patrimnio
do clube.
B
BO
OTTO
ON
NS
SS
SIIM
MO
O
Trs ju zes
naquela mesa!?
O Mandrake!
Humm!
Criao e desenho:
Ubirajara Godoy Bueno
87
Traves
rios so os nomes para designar o mais visado espao, um
em cada extremo do campo, defendido bravamente pelo goleiro. Meta, baliza, arco, gol so alguns deles. Meta e baliza so as
denominaes mais frequentes na literatura tcnica do futebol de
mesa.
Nas descries das regras, publicadas no site da federao paulista encontramos para a modalidade Bola 12 toques as denominaes: trave; meta;
baliza na modalidade Disco 1 toque temos: trave; meta; arco
para a Bola 3 toques usado o nome trave. Na linguagem popular gol
um termo bastante utilizado e entender quando se refere ao ponto marcado no
jogo ou ao componente esportivo em si, fica por conta do contexto. Isto vlido
tanto para o futebol de campo como para o jogo de botes. Neste captulo ser
usado o nome ,trave , designao comum s trs regras.
Composio bsica de uma trave:
haste horizontal
(travesso)
haste vertical
esquerda
(trave)
fil ou vu
(rede)
haste vertical
direita
(trave)
armao ou
suporte
ala, aba,
presilha
As traves geralmente so feitas de plstico ou metal. A madeira foi usada no passado, mas atualmente est praticamente em desuso no Brasil*. Nos jogos oficiais o mais comum so estruturas de
hastes rolias de metal com um dimetro em torno de 2 mm. A confeco das partes metlicas envolve dobras, soldas e acabamento
com pintura, geralmente na cor branca.
88
2 quadrado
3 trapzio.
4 tringulo
No futebol de mesa estas formas geomtricas ganharam nomes diferentes; mais condizentes com o esporte. Vejamos:
Formato curvo. Este modelo de trave, bastante utilizado no passado, mas ainda presente nas mesas, ficou conhecido como
paulistinha. um modelo delicado e atraente.
89
1 - Fotografia reproduzida de um antigo catlogo da Kraks. 2- Trave fabricada por Givanildo Fernandes (reproduo fotogrfica autorizada pelo fabricante). 3 Fotografia extrada do site Gesini Botes (artigos para futebol
de mesa) 4 Estdio do Morumbi (close-up da baliza) fotografia extrada da Internet (no consta o nome do fotgrafo)
90
Formato tringulo.
As formas de sua estrutura umas das
mais simples. Em minhas pesquisas no encontrei registros sobre o nome conferido a
este modelo que pudesse ser considerado
oficial ou, pelo menos, popular.
Imagem fonte: Internet
91
Pacaembu - Soft
A rede no tencionada (macia), confere a bolinha um comportamento semelhante ao que normalmente ocorre no futebol de campo,
e talvez seja esta propriedade o principal atrativo neste tipo de trave.
Modelo Pacaembu
92
93
OK
gols ao acaso
94
80 mm
34 mm
15 mm
34 mm
35 mm
148 mm
95
OL!
...l.
Glup.
... nove,
oito, sete..
Ele trabalhava no
centro de lanamento
da NASA.
96
Este o major
do exrcito.
Ele ainda no se
acostumou com o
vocabulrio do
futebol de mesa.
97
Mito ou verdade
O efeito planar
O boto com adesivo perfurado por um alfinete percorre uma linha reta, enquanto o boto com adesivo sem perfurao percorre uma linha
irregular (pelo menos o que se supe).
98
tampo liso
(sem rebaixo
ou orifcio)
cmara
cortes em v
(chuteirinhas)
chuteirinhas
Nos modelos com tampos totalmente fechados, como o carioca, por exemplo, existem cortes (chuteirinhas) na pista de atrito, por
onde o fluxo de ar ocorre normalmente na cmara . O bolso de ar
ou o vcuo evitado.
Num vdeo espanhol, observei que aps a colagem do adesivo
no boto o rtulo perfurado com uma agulha. Esta prtica parece
ter se estendido vrias lugares.
Contudo, temos botes com tampo fechado e a pista de atrito
desprovida de chuteirinhas. Alguns exemplos:
Antigo boto (tampa)
Brianezzi
Boto fechado resinado
fabricante: Edu Botes
Boto fechado
transparente Edu Botes
Boto fechado base de
acrlico revestido com
resina fabricante: Jos
Roberto Primo
(torneado por Lorival)
Fotografias produzidas pelo autor
fluxo de ar
penetrando
na cmara
entrada de ar
Caso o ar no entre e nem saia da cmara, considerando uma perfeita vedao entre a base da pista e a superfcie da mesa (algo improvvel, pelo menos para campos de madeira, principalmente de aglomerado), a cmara apresentaria um bolso de ar estagnado, cuja presso seria a mesma da parte externa, pois no h motivo para que seja diferente.
Tampouco teremos a ausncia do ar com formao de vcuo (se o ar sai
da cmara, tambm pode entrar pela mesma passagem).
100
maior velocidade do ar
menor velocidade do ar
101
Testes prticos.
Informaes sobre os ensaios
Foram selecionados cinco tipos de botes (modelos lito e furinho) e cada pea testada vrias vezes. Inicialmente mantendo o
orifcio do tampo aberto e posteriormente vedado com um adesivo
de papel espesso.
Como os testes foram realizados
A uma rampa com 39 cm de comprimento, largura de 10 cm e
inclinao de aproximadamente 30o, seguiu-se uma prancha de aglomerada assentada horizontalmente. Esta prancha possu as
mesmas caractersticas (textura e tintura) dos campos fabricados no
Rio de Janeiro, atualmente usados em muitos clubes - (material cedido
gentilmente por Luiz Carlos de Oliveira, fabricante das mesas Olliver RJ).
O prximos desenho mostra detalhes da montagem e funcionamento.
Montagem
boto de acrlico polido
rampa MDF
102
103
Mito ou verdade
As cores e o atrito
Mais de uma vez, e no apenas de um botonista, ouvi a afirmao de que botes de cores claras deslizam melhor em relao
aos de cores escuras.
Refletindo sobre esta suposta ocorrncia, pensei sobre as possveis causas. A primeira que me ocorreu relaciona-se com a temperatura. Corpos escuros sob o calor absorvem mais energia em relao aos de cores claras e suas partculas se agitam com mais intensidade o que pode intensificar as interaes moleculares entre as
superfcies em contato (boto e mesa) e, consequentemente, gerar
um maior atrito. Mas se os jogos so realizados geralmente em ambientes protegidos dos raios solares, ento estes efeitos so atenuados ou mesmo inexistentes.
Outra causa seria o efeito do pigmento preto adicionado na
composio do acrlico, o qual serve para conferir, alm do prprio
preto, varias cores escuras ao material por meio de misturas por
exemplo: preto + vermelho = marrom; preto + amarelo = verde escuro, etc..
Neste caso o pigmento preto isoladamente ou combinado com outras cores, seria capaz de alterar a textura do acrlico de modo a
aumentar o coeficiente de atrito devido uma maior interao molecular das superfcies em contato (boto e mesa).
Antes de me aprofundar num estudo terico sobre as possveis causas que citei, pareceu-me mais prtico realizar antes alguns
testes.
Convido o leitor a acompanhar os ensaios descritos a seguir.
104
Ilustrao do aparato usado nos ensaios o mesmo que serviu para analisar o caso anterior.
rampa MDF
105
Resultados obtidos:
Comparando-se os pares (claro x escuro) com massas semelhantes.
Os valores referem-se a mdia ponderada de vrias medies
Furinho
Lito
Argola
Branco
Preto
Branco
60,2
cm
61,1
cm
56,2
cm
Argola
Azul
Marinho
Preto
Argola
Azul
Celeste
Argola
Verde
Folha
55,,8
cm
58,5
cm
58,8
cm
Argolo
Argolo
Amarelo
58,5
cm
57,2
cm
Branco
argola
55
cm
Azul
Branco
marinho
trans-
argola
lucido
58
cm
59
cm
Preto-
Branco
Rosa
1o
55
cm
56
cm
Preto
Furinho
Lito
transl-
Branco
Preto
cido
58
cm
Ges.
56
cm
57
cm
Nota Nestes ensaios como nos anteriores, os botes que formaram os pares possuem massas bastante prximas.
Concluso Os resultados obtidos em ambas as sries de ensaios no confirmam a capacidade de botes claros alcanarem uma
maior distncia no deslizamento em relao aos botes escuros
quando impulsionados livremente com uma mesma velocidade sobre uma mesa de aglomerado.
106
107
108
Alm das explanaes sobre as medies, este artigo foi incrementado com comentrios sobre as funes das partes que
compem a estrutura do boto, o que ajuda a esclarecer a relevncia de cada tipo de medida. Algumas faixas apresentadas, com valores mnimos e mximos, usuais e no usuais, se prestam para avaliar os resultados obtidos. Obviamente o senso para avaliaes dos
resultados acabam sendo desenvolvidos por aqueles que praticam o
futebol de mesa, o que tornaria dispensvel tal abordagem, pelo
menos na forma detalhada e que apresentado. Mas considero a
possibilidade de eventuais leitores no praticantes, apenas interessado no assunto e aqueles engatinhando neste esporte, alheios a
muitos pormenores. Em ambos os casos, estas informaes podem
ser uteis para um entendimento rpido e claro.
bico fixo
bico mvel
wikipedia.org/wiki/Paqumetro
Operando o paqumetro
Texto baseado e conciso de um artigo extrado de uma apostila da Universidade Federal do ABC disponvel na Internet ebm.ufabc.edu.br
(ilustrao reproduzida do original)
O paqumetro permite obter medies externas, internas e de profundidade de uma pea com resoluo de dcimos ou centsimos de mm.
Para determinar a medida com o paqumetro, deve-se fazer primeiramente a leitura na escala fixa do valor indicado pelo trao zero do nnio (valor em
mm). Em seguida, deve-se observar qual o trao do nnio que coincide exatamente com um trao da escala fixa. A leitura do trao coincidente do nnio fornecer os dcimos ou centsimos de milmetros da medida. Um exemplo de
medida est apresentado na figura 1, com um paqumetro de nnio com 10 divises (resoluo de 0,1mm e incerteza de medida de 0,05mm).
escala fixa
nnio
Figura 1
111
(final do txto)
O erro de paralaxe.
O erro de paralaxe a falsa correspondncia entre duas
referncias sobrepostas ou prximas, as quais constituem o ponto
de leitura de certos instrumentos de medio. Este erro provocado
por um ngulo de viso inadequada, que pode ser evitado
mantendo-se os olhos direcionados perpendicularmente s escalas .
Erro de paralaxe: erro de leitura que acontece porque a coicidncia entre o
trao da escala fixa com o trao da escala mvel depende do ngulo de viso
do operador. (definio transcrita da Internet fonte: Metrologia paqumetro
Telecurso 2000)
112
O erro de paralaxe em paqumetros ocorre quando o instrumento posicionado ao lado dos olhos, enquanto no micrmetro,
conforme visto, o erro acontece com o instrumento colocado acima
ou abaixo dos olhos. Como regra geral, recomenda-se que os olhos
sejam direcionados numa linha perpendicular ao ponto de leitura.
Posicionando
as escalas no
lado esquerdo
dos olhos
NO
NO
Posicionando
as escalas no
lado direito dos
olhos
escala fixa
nnio
SIM
Posicionando
as escalas na
frente dos
olhos.
Ilustrao produzida pelo autor
Padro - confeccionado com material resistente abraso, corroso e deformao; apresenta baixo coeficiente de dilatao trmica
e absoro de umidade. Sua massa (peso) ou dimenso ou volume
conhecido, sendo, pois, usado em processos de calibrao de aparelhos de medio (paqumetro, micrmetro, balana, etc.).
Calibrao - Compara-se a medida fornecida pelo instrumento que
deve ser igual ou muito prxima do padro medido, cujo valor conhecido. Diante de desvios alm da tolerncia, aplica-se o ajuste.
Isto significa que um aparelho calibrado pode ser considerado teoricamente confivel.
Ajuste - Interveno no mecanismo do aparelho de medio para
que o mesmo fornea resultados compatveis com o padro ou com
outras referncias igualmente confiveis.
Simples checagem (ou verificao) Consiste em verificar se as
medidas fornecidas, quando comparadas com outros instrumentos,
esto em harmonia. Contudo, diante de desvios alm da tolerncia,
o ajuste no deve ser aplicado diretamente sem o uso do padro,
exceto se os instrumentos usados como referncias oferecem seguramente a mesma confiabilidade do padro.
114
Maior
diferena
Paqumetro
digital.
Paqumetro
analgico.
resoluo
resoluo
= 0,01 mm
= 0,1 mm
Pea A
1,47 mm
1,46 mm
1,5 mm
0,04 mm
Pea B
4,50 mm
4,50 mm
4,5 mm
zero
Pea C
6,06 mm
6,05 mm
6,1 mm
0,05 mm
Pea D
1,65 mm
1,64 mm
1,7 mm
0,06 mm
Pea E
14,93 mm
14,92 mm
14,9 mm
0,03 mm
Antes das medies as reas de contato dos instrumentos foram limpas com
tecido especial.
Mais exemplos:
4,37 mm 4,4 mm;
4,36 mm 4,4 mm;
4,35 mm 4,4 mm;
4,34 mm 4,3 mm;
3,88 mm 3,9 mm;
3,44 mm 3,4 mm;
5,55 mm 5,6 mm.
117
Partes do boto
Borda, ou bainha
rea de contato
com a bola. Considerada a parte principal do boto, pode ser reta (90o) ou
inclinada.
Tampo
Pode ser liso,
com orifcio,
rebaixo, etc.
Face
Superfcie, inclinado ou no, por
onde a palheta
desliza.
Cmara ou cava
Sua profundidade pode variar. Na maioria
dos botes a sua superfcie plana (alguns
modelos como o tampa, por exemplo,
apresentam cmaras cncavas.
TAMPOS
118
Lito
Argola
F
F = FACE
T = TAMPO
Modelos:
Fechado (liso)
Furinho
119
Dimetro superior
Face
Tampo
Face
Dimetro inferior
120
Divises da superfcie:
Dimetro = 50 mm (medida superior).
Tampo = 24 mm (ocupa 48 % do dimetro)
Face = 13 mm (13 x 2 = 26 mm) (52% do dimetro)
Divises da superfcie:
Dimetro = 51 mm (medida superior);
Tampo = 24 mm (ocupa 47 % do dimetro)
Face = 13,5 mm (13,5 x 2 = 27 mm) (53% do dimetro)
Modelo argola
O tampo referente a este modelo geralmente ocupa 60% do
dimetro (superior) : orifcio + o espao ao derredor para a aplicao
das letras, nmeros e escudo.
A
D
D
B
B
A = orifcio;
B x 2 = espao para a faixa decorativa
C = tampo = { A + (B x 2) }
D = face = D x 2
Faixa decorativa em torno de 5 mm,
(valores expressos em mm)
Modelo argola.
Dimetro inferior = 54 mm.
Dimetro superior = 51 mm.
Orifcio: dimetro = 20 mm
Faixa decorativa = 5,2 mm (5,2 x 2 = 10,4)
Tampo = 20 mm (orifcio) + 10,4 mm (faixa decorativa) Total = 30,4 mm.
Tampo = 30,4 mm (59,6%)
Face = 20,6 mm (10,3 mm para cada lado)
(40,4%)
121
Tampo
Face
Uma vez que o tampo geralmente varia de 45 60%, o espao restante reservado para a face (entre 40 e 55%), adequado
(suficiente) para o deslizamento da palheta?
Em uma das minhas visitas ao fabricante Lorival de Lima, conversamos sobre alguns pormenores da construo do boto. Entre
outras coisas, ele me informou que o espao reservado para a face,
por onde a palheta desliza, deveria ter em torno de 10 mm de extenso (pelo menos). Posteriormente realizei um estudo com filmagens
de vrios jogos e na reproduo do vdeo quadro a quadro constatei
que o espao usado pela palheta variou entre 8 e 11 mm (os botes
foram marcados com faixas de referncias). Os resultados dos ensaios confirmaram a informao de Lorival. Com base nestes dados
podemos convencionar para este estudo as seguintes classificaes:
face = 8 mm valor mnimo;
face = 10 mm valor razovel
face = 11 mm (ou maior) valor ideal.
Tabela com medidas da face para botes de vrios tamanhos,
fixando-se o tampo em 50% do comprimento do dimetro superior.
32 mm
35 mm
37 mm
40 mm
42 mm
45 mm
47 mm
50 mm
52 mm
55 mm
57 mm
60 mm
Tampo
16 mm
18,5 mm
21 mm
23,5 mm
26 mm
28.5 mm
Face
8 mm
9,3 mm
10,5 mm 11,8 mm
13 mm
14,3 mm
x 2 = 16
x 2 = 18,6
x 2 = 26
x 2 = 28,6
Dimetro Sup.
Dimetro Inf.
x 2 = 21
x 2 = 23,6
Na prxima tabela, veremos a extenso da face para os modelos canoa e argola, cujo tampo (orifcio + faixa decorativa) ocupa em
torno de 60% do comprimento do dimetro superior.
122
Dimetro Sup.
Dimetro Inf.
32 mm
35 mm
37 mm
40 mm
42 mm
45 mm
47 mm
50 mm
A Orifcio
9 mm
12 mm
15 mm
18 mm
B Adesivo
5 mm x 2
10 mm
10 mm
10 mm
C Tampo
19 mm
22 mm
59,4%
D Face =
32 19
52 mm
55 mm
21 mm
57 mm
60 mm
24 mm
10 mm
10 mm
10 mm
25 mm
28 mm
31 mm
34 mm
59,5%
59,5%
59,6%
59,6%
59,6%
37 22
42 -25
47-28
52-31
57-34
= 19 mm
= 21 mm
= 23 mm
10,5 mm 11,5 mm
(A+B)
Diam. sup. C = 13 mm = 15 mm = 17 mm
Espao livre
6,5 mm
7,5 mm
8,5 mm
9,5 mm
40,6%
40,5%
40,5%
40,4%
para a palheta
% Face
40,4%
40,4%
124
Modelo vitrine: - decorao sob uma lmina de acrlico transparente que se estende em quase toda a superfcie do boto. Neste caso
a diviso entre o tampo e face se mostra sem utilidade prtica, contudo, na configurao descritiva ou ilustrada deste modelo e outros
semelhantes, bem como qualquer tipo de boto, estas reas devem
ser consideradas, levando-se em conta as seguintes propriedades:
... e ao derredor do tampo, ocupando aproximadamente a metade
do comprimento da superfcie do boto temos a face por onde a palheta deve deslizar livremente. Em conformidade com a sua funo,
a face caracteriza-se pela ausncia de ondulaes, asperezas e,
emendas salientes (...)
1 Vitrine; 2 Outdoor
3 Fechado resinado
Face = rea entre as linhas pontilhadas
125
12
9
10
6 11
3
126
B
Posicionamento vertical
A = lminas apoiadas na linha
que divide o dimetro ao meio;
B = espao livre nas extremidades das lminas - indicao
de que o boto foi encaixado o
suficiente na abertura..
127
Dimetro medido
inferior ao real.
Dimetro real
fora do alcance
das lminas.
Neste exemplo, o problema no seria resolvido posicionandose a pea horizontalmente, apesar de no ser o recomendado?
Sim, como alternativa para casos isolados. Se houvesse predominncia de peas com dimetros grandes, o melhor seria ter a
disposio um paqumetro com lminas (encostos) maiores ou com
adaptadores. Diferentemente da pea que acabamos de ver, os botes usados no futebol de mesa, de um modo geral, possuem dimetros que podem ser medidos verticalmente nos paqumetros modelo universal.
128
Dim. Sup
Dim. Inf
Medies incorretas
129
Por vezes se faz necessrio a determinao do dimetro superior do boto. Mas devido ao fato das lminas deslizarem na bainha
(botes com borda inclinada), a fixao do aparelho torna-se difcil
ou mesmo impossvel, (o que no ocorre no dimetro inferior ou em
botes de borda reta ver ltimas ilustraes). Uma das opes seria assentar as lminas na superfcie do boto e ajusta-las rente ao
limite da circunferncia, cuidando para que suas extremidades estejam alinhadas com o centro do boto.
130
Logo aps ser torneado, botes com bordas inclinadas apresentam na parte inferior um ngulo agudo, o qual costumamos chamar de canto vivo. Esta extremidade delgada, est sujeita a se
quebrar diante de choques um pouco mais severos.
Os impactos sofridos pela borda durantes as colises com o
goleiro, trave e outros botes, resultam em pequenas quebras ou
fissuras, inicialmente quase imperceptveis, mas perfeitamente visveis ao longo do tempo devido a somatria das minsculas danificaes. Numa tentativa de amenizar os efeitos das colises, os fabricantes passaram a fortalecer a parte inferior do boto com a eliminao do canto vivo. Isto feito arredondando-se levemente a aresta.
131
Tampo
Borda (bainha)
... mas em faces inclinadas existe uma diferena entre as duas medidas.
Face inclinada
Tampo
Borda (bainha)
Face reta
Face inclinada
132
Altura do boto
Posicionamento do boto no paqumetro
Embora seja possvel determinar a altura do
boto prendendo sua borda entre as extremidades
das lminas do paqumetro (fotografia 1), este procedimento no pode ser aplicado a todos os modelos. Em botes do tipo tampa, por exemplo, a
medio praticamente impossvel ( muito difcil
evitar que a lmina inferior invada a cmara e desloque a pea verticalmente para baixo, uma vez
que a pista de atrito, demasiadamente estreita,
no oferece suficiente apoio ao instrumento). Alm
disso, as pontas das lminas no foram projetadas
para este tipo de uso e devem ser poupadas de um desgaste prematuro. Para esta medio recomenda- se o mtodo descrito a seguir.
Prender as beiradas do
boto entre as lminas do
paqumetro ao longo do
seu comprimento (fotografia 2). Observamos na
fotografia 3 que, dependendo do grau da borda
(bainha), a lmina mvel
se apoia em uma menor
rea na face do boto maiores detalhes nos prximos desenhos.
Esta forma de medio pode ser aplicada normalmente em
botes com ou sem cmara, em
tampas e outros modelos, permitindo a adoo de um padro de
ampla aplicao.
Fotografias produzidas pelo autor
133
Conforme visto, a medida deve ser feita ajustando-se as lminas nas beiradas do boto desenho 3. Deve se evitar avanar com
as lminas em direo ao centro do boto desenho 4.
LF
LF
3
LM
LM
Posicionamento correto
das lminas
Borda = 30o
134
Correto posicionamento
das lminas.
inclinao da face
(medida acima do real).
Ilustraes produzidas pelo autor
Os ensaios, mostrados a seguir, realizados em abril de 2011 para um estudo especial, mostram a interferncia de faces inclinadas nas medies da altura do boto quando as lminas do paqumetro so posicionadas 4 mm distantes
da borda.
Certos botes apresentam a face inclinada em toda a sua extenso (inclinaes suaves ou um pouco mais acentuadas - desenho A), outros com declive
que se torna quase imperceptvel, ou mesmo inexistente alguns milmetros antes de alcanar a borda (desenho B).
135
Desvio da medida
Desvio da medida
3,07
3,17
0,1 mm
3,81
3,88
0,07 mm
Desvio da medida
Desvio da medida
4,42
4,47
0,05 mm
3,70
3,86
0,16 mm
136
Classificao
Face com inclinao
suave
Face com inclinao
mediana
Face com inclinao
acentuada
Faixa de valores
(expressos em graus)
2,0o
4,0o
6,0o
Segundo o fabricante Gerson Gesini, predominam pedidos de botes com face inclinada e ngulos que variam entre 1 e 3 graus.
Como medir
Clculos: maior altura (mm) menor altura (mm) = CO (mm)
CO dividido pela extenso da inclinao da face (mm) = Seno do ngulo
Para determinar o ngulo referente ao Seno, usar calculadora cientifica ou tabela
(disponvel na Internet).
138
Posicionamento das
lminas inadequado
Posicionamento das
lminas adequado
5,5 mm
2,0 mm
140
Botes industrializados
Fotografia produzida pelo autor
141
CNICA
CILINDRICA
CNCAVA
142
Para medir a profundidade da cmara (ou cava), durante algum tempo procurei aplicar o mtodo que observei durante meus
contatos com os fabricantes. O procedimento, bastante simples,
consiste em apoiar a extremidade da haste (escala) graduada do
paqumetro sobre a pista de atrito e estender a vareta de profundidade at tocar na base da cmara e efetuar a leitura.
Placa de apoio
Finalmente, resolvi criar um aparato que me auxiliasse neste
tipo de medio. Recortei uma pequena placa de acrlico nas seguintes dimenses: largura = 35 mm; comprimento = 85 mm; espessura = 6,0 mm. Distante 30 mm de uma das bordas, perfurei a placa
143
com uma broca de 8 mm. Todas as arestas foram lixadas suavemente e polidas para eliminar as asperezas.
Dispensei especial ateno a espessura da placa e a medida exata,
realizada com paqumetro, foi de 6,1
mm.
Como a placa usada
O boto, com a cmara voltada para cima, assentado sobre
uma superfcie plana e rgida. Sobre
o boto coloca-se a placa, em seguida, posiciona-se o paqumetro
verticalmente de modo a se obter
um ngulo de 90o. A haste de profundidade desce pelo orifcio at atingir o fundo da cmara. Do valor
obtido, subtrai-se a espessura da
placa (6,1 mm). Resultado = profundidade da cmara.
90o
144
C
Clculo: A B = profundidade da cmara (C)
Resultados:
PROFUNDIDADE
DA CMARA
BOTO
PAQUMETRO
(com placa de apoio)
PROFUNDIDADE
DA CMARA
MICRMETRO
1,25 mm
1,25 mm
1,28 mm
1,29 mm
1,78 mm
1,78 mm
1,58 mm
1,64 mm
1,18 mm
1,16 mm
Material necessrio:
paqumetro;
disco delgado e rgido de acrlico transparente (espessura: em torno de
2 mm dimetro: 60 mm);
calo cilndrico de acrlico ou similar (espessura: 6 7 mm; mais alto do
que a cmara; dimetro: pequeno o suficiente para o seu encaixe com folga na cmara do boto).
Procedimentos:
1 medir a espessura
3 medir a espessura do
disco delgado: 2,0 mm.
146
147
1,10 mm
1,25 mm
Medidas feitas anteriormente e registradas em meu caderno de apontamentos: (valores expressos em mm)
1,09
1,18
1,23
148
1,20
1,20
Informaes extras
Espessura da parede referente botes modelo vitrine com altura
entre 4,2 e 4,4 mm:
variaes: 3,0 3,2 mm
diferentes times)
149
TRAPZIO RETANGULO
somente inclinao na
lateral externa -
TRAPZIO RETANGULO
- somente inclinao na
lateral interna -
90o
C
90o
90o
QUADRADO OU RETANGULO
(DEPENDE DA ALTURA DA PISTA)
- sem inclinao em
ambas as laterais
laterais
Ilustraes e fotografias
produzidas pelo autor
150
As lminas no
esto fixadas nas
laterais da pista
Com exceo do primeiro caso, onde as lminas so firmemente fixadas nas bordas da pista de atrito, os demais meios de
medies esto sujeitos a certa impreciso, pois tanto o posicionamento do instrumento, como a leitura do resultado dependem da acuidade visual e do grau de interferncia do erro de paralaxe (distoro da leitura relacionado ao ngulo de viso). Tais mtodos fornecem
mais uma aproximao do que o valor real. Entretanto, em medies
feitas com esmero, o desvio desprezvel.
152
153
154
Este tipo de orifcio uma das caractersticas dos antigos botes canoa e nem sempre o modelo argola, da mesma poca, apresentava este detalhe. Esta distino facilmente entendida pelo fato
do modelo canoa possuir um tampo mais alto o que dificulta a expulso da bolinha no fosse o orifcio cnico, enquanto o argola, por
ser baixo, possibilitava a retirada da bolinha mesmo com orifcio cilndrico. Salienta-se que o esperado expulsar a bolinha ao impulsionar o boto com um toque suave.
Modelo canoa
Modelo argola
155
Orifcio cnico
Quando as lminas do paqumetro so posicionadas em um
orifcio cnico, a medida obtida ser referente ao menor dimetro.
2 1
321
4,0 cm
10 mm
4,0 mm
4,0 mm
8,5 cm
8,5 mm
Hipotenusa
Cateto oposto
Cateto adjacente
158
1,5 mm
?
mm
Clculos
Teorema de Pitgoras:
Hipotenusa2 = 18,25
Hipotenusa = 4,772
159
1 medir a espessura do
calo: 6,5 mm.
3 deslocar o calo somente o suficiente para que a sua borda fique rente ao
trmino da pista de atrito e posicionar as
lminas do paqumetro conforme mostrado no desenho. Efetuar os clculos.
Ilustraes produzidas
pelo autor
160
A espessura da parede na rea do rebaixo do modelo lito (indicado pela seta), variou entre 1,9 e 2,5 mm.
Rebaixo
Tem fundamento a informao de que botes com paredes muito finas esto sujeitos a empenarem?
Tenho algumas peas em meu acerto que possuem paredes de pequena espessura (entre 2,55 a 2,65 mm) e at ento
no apresentaram deformao. Talvez isto possa ocorrer com
paredes mais delgadas associado qualidade do acrlico e condies de uso e armazenamento dos botes.
Ilustraes produzidas pelo autor
161
Certamente com um micrmetro algumas medies tornar-seiam mais cmodas, como por exemplo, determinar a espessura da
parede do boto. Mas a proposta desta matria foi demonstrar mtodos de medies usando apenas o paqumetro universal e alguns
acessrios simples auxiliares.
Projetando o boto
Na maioria das vezes o botonista encomenda seu time fornecendo as medidas referentes a altura do boto, grau da bainha, inclinao da face, cor ou cores do botes, quantidade e larguras das faixas (se for o caso). Quando outros detalhes so especificados: profundidade da cmara e a espessura da parede,
por exemplo, deve se atentar para que as combinaes das medidas sejam coerentes. Um boto com 4,0 mm de altura e uma
cmara de 3 mm, por exemplo, significa uma parede com apenas
1,0 mm de espessura. Isto no significa que botes com esta estrutura so inviveis; mas se afastam consideravelmente do usual. Outro exemplo: - em um modelo vitrine com 3,5 mm de altura
e uma parede com 3,0 mm, sobra apenas 0,5 mm para aplicar a
decorao e manter a folga sugerida. Dependendo das espessuras dos materiais usados (papel para impresso e adesivo de cobertura), o espao pode ser insuficiente, ou seja, existe o risco da cobertura do adesivo tocar a mesa, alterando o atrito e/ou provocar
desvios na trajetria do boto.
Provavelmente o fabricante, ao perceber que as medidas
solicitadas esto fora dos valores usuais, ir alertar o cliente.
162
90o ou zero
desenho G
Nenhuma rstia
de luz deve vazar
desta juno
Posicionamento
do boto
163
FINAL DO BOTONSSIMO
VOLUME 3
2014
164