Gilberto Freyre - Biografia
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Gilberto Freyre - Biografia
Projeto Releituras
Arnaldo Nogueira Jr
07/10/2014 - 22:10:54
Gilberto Freyre
As mangueiras
o telhado velho
o ptio branco
as sombras da tarde cansada
at o fantasma da judia rica
tudo esta espera do romance comeado
um dia sobre os tijolos soltos
a cadeira de balano ser o principal rudo
as mangueiras
o telhado
o ptio
as sombras
o fantasma da moa
tudo ouvir em silncio o rudo pequeno."
Nome:
Gilberto Freyre
Nascimento:
15/03/1900
Natural:
Recife - PE
Morte:
18/07/1987
Menu do Autor
Nasce no Recife, em 15 de maro de 1900, Gilberto Freyre, filho do Dr.
Alfredo Freyre educador, Juiz de Direito e catedrtico de Economia Poltica da
Faculdade de Direito do Recife e de D. Francisca de Mello Freyre.
Aos seis anos de idade tenta fugir de casa, escondendo-se em Olinda, cidade
qual devotou grande amor e da qual escreveria, em 1939, o 2 Guia Prtico,
Histrico e Sentimental.
Inicia seus estudos freqentando o Jardim da Infncia do Colgio Americano
Gilreath, em 1908. Faz seu primeiro contato com a literatura atravs das
Viagens de Gulliver. Mas, apesar de seu interesse, no consegue aprender a
escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Toma aulas particulares com o
pintor Telles Jnior, que reclama contra sua insistncia em deformar os
modelos. Comea a aprender a ler e escrever em ingls com Mr. Williams, que
elogia seus desenhos.
Em 1909 falece sua av materna, que viva a mim-lo por supor ser o neto
retardado, pela dificuldade em aprender a escrever. Ocorrem suas primeiras
experincias rurais de menino de engenho, nessa poca, quando passa
temporada no Engenho So Severino do Ramo, pertencente a parentes seus.
Mais tarde escrever sobre essa primeira experincia numa de suas melhores
pginas, includa em Pessoas, Coisas & Animais.
Nas frias de 1911 passa seu primeiro vero na praia de Boa Viagem, onde
escreve um soneto camoniano e enche muitos cadernos com desenhos e
caricaturas.
D as primeiras aulas no Colgio, em 1913.
Em 1914, ensina Latim, que aprendeu com o prprio pai, conhecido humanista
recifense. Toma parte ativa nos trabalhos da sociedade literria do colgio.
Torna-se redator-chefe do jornal impresso do colgio: O Lbaro.
Em 1915, tem lies particulares de Francs com Madamme Meunieur.
Corresponde-se, em 1916, com o jornalista paraibano Carlos Dias Fernandes,
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que o convida a proferir palestra na capital do Estado, Joo Pessoa. Seu pai
no apreciava Carlos Dias Fernandes, pela vida bomia que levava. Mesmo
assim Gilberto Freyre viaja autorizado pela me e l no Cine-Teatro Path sua
primeira conferncia pblica, dissertando sobre Spencer e o problema da
educao no Brasil. O texto foi publicado no jornal O Norte, com elogios de
Carlos Dias Fernandes.
Influenciado pelos mestres do colgio, tanto quanto pela leitura do Peregrino de
Bunyan e de uma biografia do Dr. Livingstone, toma parte em atividades
evanglicas e visita a gente miservel dos mocambos recifenses. Interessa-se
pelo socialismo cristo, mas l como uma espcie de antdoto a seu misticismo,
autores como Spencer e Comte.
Eleito presidente do Clube de Informaes Mundiais, fundado pela Associao
Crist de Moos do Recife.
Em 1917, conclui o curso de Bacharel em Cincias e Letras do Colgio
Americano Gilreath. Eleito orador da turma, cujo paraninfo o historiador
Oliveira Lima, desde ento seu amigo, faz-se notar pelo discurso que
profere. Comea a estudar grego. Torna-se membro da Igreja Evanglica,
desagradando a me e a famlia catlica.
Segue, no incio do ano de 1918, para os Estados Unidos, fixando-se em Waco
(Texas) para matricular-se na Universidade de Baylor. Inicia sua colaborao no
Dirio de Pernambuco, com uma srie de cartas intituladas "Da outra Amrica".
No ano de 1919, naquela Universidade, auxilia o gelogo John Casper Branner
no preparo do texto portugus da "Geologia do Brasil". Ensina francs a jovens
oficiais norte-americanos convocados para a guerra. Estuda Literatura com A. J.
Armstrong, professor de literatura e crtico literrio especializado na filosofia e
na poesia de Robert Browning. Escreve os primeiros artigos em ingls
publicados por um jornal de Waco. Divulga suas primeiras caricaturas.
Conhece pessoalmente, em 1920, por intermdio do professor Armstrong, o
poeta irlands William Butler Yates, os "poetas novos" dos Estados Unidos:
Vachel Lindsay, Amy Lowell e outros. Escreve em ingls um estudo sobre Amy
Lowell. Como estudante de Sociologia, faz pesquisas sobre a vida dos negros de
Waco e dos mexicanos marginais do Texas. Conclui, na Universidade de Baylor,
o curso de Bacharel em Artes, mas no comparece solenidade da formatura:
contra as praxes acadmicas, a Universidade envia-lhe o diploma por
intermdio de um portador. Segue para Nova Iorque e ingressa na Universidade
de Colmbia. A Academia Pernambucana de Letras, por proposta de Frana
Pereira, elege-o scio-correspondente, em 05 de junho desse ano.
Segue, em 1921, na Faculdade de Cincias Polticas (inclusive as Cincias
Sociais Judiciais) da Universidade de Colmbia, cursos de graduao e psgraduao. Conhece pessoalmente Rabindranath Tagore e o Prncipe de
Mnaco. A convite de Amy Lowell, visita-a em Boston. Segue, na Universidade
de Colmbia, o curso do Professor Zimmern, da Universidade de Oxford, sobre
a escravido na Grcia. Visita a Universidade de Harvard e o Canad. hspede
da Universidade de Princeton, como representante dos estudantes da Amrica
Latina que ali se renem em congresso. Torna-se editor-associado da revista El
Estudiante Latino-Americano, publicada mensalmente em Nova Iorque pelo
Comit de Relaes Fraternais entre Estudantes Estrangeiros. Publica diversos
artigos no referido peridico.
Defende, em 1922, tese para o grau de M.A. (Magister Artium ou Master of
Arts) na Universidade de Colmbia intitulada Social life in Brazil in the middle of
the 19th Century, publicada em Baltimore pela Hispanic American Historical
Review e recebida com elogios pelos professores Haring Shepherd, Robertson,
Martin, por Oliveira Lima e H. L. Mencken, que aconselha o autor a expandir o
trabalho em livro. Deixa de comparecer cerimnia de formatura, seguindo
imediatamente para a Europa, onde recebe o diploma, enviado pelo Reitor
Nicholas Murray Butler. Visita a Frana, a Alemanha, a Blgica, tendo antes
estado na Inglaterra. Visista, tambm, a Espanha e conhece Portugal. Convive
com Vicente do Rego Monteiro e com outros artistas modernistas brasileiros
como Tarsila do Amaral e Brecheret. Na Alemanha conhece o Expressionismo,
na Inglaterra, o ramo ingls do Imagismo, j seu conhecido nos Estados
Unidos. Na Frana, o anarco-sindicalismo de Sorel e o federalismo monrquico
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de Maurras.
Vem o ano de 1923 e ele continua em Portugal, onde conhece Joo Lcio de
Azevedo, o Conde de Sabugosa, Fidelino de Figueiredo, Joaquim de Carvalho,
Silva Gaio. Regressa ao Brasil e volta a colaborar no Dirio de Pernambuco. Da
Europa escreve artigos para a Revista do Brasil (So Paulo), a pedido de
Monteiro Lobato.
Retorna ao Brasil em 1924 e reintegra-se no Recife, onde conhece Jos Lins do
Rego, incitando-o a escrever romances, em vez de artigos polticos. Funda-se
no Recife, a 28 de abril o "Centro Regionalista do Nordeste", com Odilon Nestor,
Amaury de Medeiros, Alfredo Freyre, Antnio Incio, Morais Coutinho, Carlos
Lyra Filho, Pedro Paranhos, Jlio Bello e outros. Excurses pelo interior do
Estado de Pernambuco e pelo Nordeste com Pedro Paranhos, Jlio Bello (que a
seu pedido escreveria as Memrias de um senhor de engenho) e seu irmo
Ulysses Freyre. L, na capital do Estado da Paraba conferncia publicada no
mesmo ano: "Apologia pro generatione sua".
Encarregado pela direo do Dirio de Pernambuco, em 1925, organiza o livro
comemorativo do primeiro centenrio de fundao do referido jornal: Livro do
Nordeste, onde foi publicado pela primeira vez o poema modernista de Manuel
Bandeira "Evocao do Recife", escrito a seu pedido. O Livro do Nordeste
consagrou, ainda, o at ento desconhecido pintor Manoel Bandeira e publica
desenhos modernistas de Joaquim Cardozo e Joaquim do Rego Monteiro. L na
Biblioteca Pblica do Estado de Pernambuco uma conferncia sobre Dom Pedro
II, publicada no ano seguinte.
Conhece, em 1926, a Bahia e o Rio de Janeiro, onde faz amizade com o poeta
Manuel Bandeira, os escritores Prudente de Morais Neto (Pedro Dantas),
Rodrigo M. F. de Andrade, Srgio Buarque de Holanda, o compositor VillaLobos. Por intermdio de Prudente, conhece Pixinguinha, Donga e Patrcio e se
inicia na nova msica popular brasileira em noitadas bomias. Escreve um
poema longo, modernista ou imagista e ao mesmo tempo regionalista e
tradicionalista, do qual Manuel Bandeira dir depois que um dos mais
saborosos do ciclo das cidades brasileiras: "Bahia de todos os santos e de quase
todos os pecados" (publicado no Recife, no mesmo ano, em edio da Revista
do Norte, reeditado, em 20 de junho de 1942, na revista O Cruzeiro e includo
no livro Talvez poesia). Segue para os Estados Unidos como delegado do Dirio
de Pernambuco ao Congresso Pan-Americano de Jornalistas. convidado para
redator-chefe do mesmo jornal e para oficial de gabinete do Governador eleito
de Pernambuco, ento vice-presidente da Repblica. Colabora (artigos
humorsticos) na Revista do Brasil com o pseudnimo de J. J. Gomes Sampaio.
Publica-se no Recife a conferncia lida, no ano anterior, na Biblioteca Pblica do
Estado de Pernambuco: "A propsito de Dom Pedro II" (edio da Revista do
Norte; includa, em 1944, no livro Perfil de Euclydes e outros perfis). Promove
no Recife o 1 Congresso Brasileiro de Regionalismo.
Em 1927, assume o cargo de oficial de gabinete do novo Governador de
Pernambuco, Estcio de Albuquerque Coimbra, casado com a prima de Alfredo
Freyre, Joana Castelo Branco de Albuquerque Coimbra.
Dirige, em 1928,a pedido de Estcio Coimbra, o jornal A Provncia, onde
passam a colaborar os escritores novos do Brasil. Publica no mesmo jornal
artigos e caricaturas com diferentes pseudnimos: Esmeraldino Olmpio,
Antnio Ricardo, Le Moine, J. Rialto e outros. Nomeado pelo Governador Estcio
Coimbra, por indicao do diretor A. Carneiro Leo, torna-se professor da
Escola Normal do Estado de Pernambuco: primeira cadeira de Sociologia que se
estabelece no Brasil com moderna orientao antropolgica e pesquisas de
campo.
Acompanhando Estcio Coimbra ao exlio, em 1930, em viagem por mar que
comeou na Bahia, conhece parte do continente africano (Dacar, Senegal) e
inicia, em Lisboa, as pesquisas e estudos em que se basearia Casa-grande &
senzala ("Em outubro de 1930 ocorreu-me a aventura do exlio. Levou-me
primeiro Bahia: depois a Portugal, com escala pela frica. O tipo de viagem
ideal para os estudos e as preocupaes que este ensaio reflete", como
escrever no prefcio do mesmo livro)
A convite da Universidade de Stanford, em 1931, segue para os Estados Unidos,
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