Vasos de Pressão
Vasos de Pressão
Vasos de Pressão
ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE MATERIAIS
Novembro de 2013
Sumrio
RESUMO ................................................................................................................... 3
1
INTRODUO .................................................................................................... 4
OBJETIVOS ........................................................................................................ 5
REVISO BIBLIOGRFICA................................................................................ 6
3.1
Caldeira ........................................................................................................ 6
4.2
4.3
4.4
4.5
5.2
Superaquecedores ......................................................................................23
5.3
Tubulo .......................................................................................................23
5.4
5.5
CONCLUSES ..................................................................................................29
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................31
RESUMO
INTRODUO
OBJETIVOS
REVISO BIBLIOGRFICA
3.1
Caldeira
Energia
mecnica,
fim
de
acionar
outros
equipamentos
como
turbocompressores e turbogeradores;
- Vapor de diluio em processos qumicos.
Exemplos caractersticos desses equipamentos industriais que utilizam vapor so
os turbogeradores e turbocompressores. Os turbogeradores so utilizados nas usinas
termeltricas para transformar o vapor em energia mecnica numa turbina e essa
acionar geradores de energia eltrica. H tambm os turbocompressores, utilizados nas
petroqumicas, onde o vapor transformado diretamente em energia mecnica para
comprimir gases em processos termoqumicos industriais.
As caldeiras so equipamentos especializados e o seu projeto sempre leva em
considerao o tipo de aplicao do vapor, que por sua vez define o volume e presso
necessrios. As caldeiras so classificadas quanto ao tipo de troca trmica que ocorre
na cmara de combusto em flamotubulares e aquatubulares.
3.1.1
Caldeiras flamotubulares
Nas caldeiras flamotubulares, a gua passa pelo lado externo dos tubos e os gases
da combusto pelo lado interno. Esse tipo de caldeira utilizado em aplicaes onde o
volume, presso e temperatura do vapor so mais baixos, como por exemplo na indstria de
alimentos e em hospitais. So caldeiras de baixa produo e presso, em geral limitadas a
30 t/h de vapor a 25 kgf/cm de presso e com temperaturas de vapor inferiores a 350C (2).
Esse tipo de caldeiras, devido s temperaturas e presses mais baixas, no
apresenta muitos problemas de materiais se forem operadas corretamente e a gua bem
tratada. Os maiores problemas ocorrem devido a tratamento incorreto da gua e falhas de
manuteno ou operao, principalmente falta de gua por parada indevida de bomba. Os
problemas de exploso desse tipo de caldeiras eram comuns antigamente, porm a
legislao de segurana industrial exige cada vez mais tecnologia de inspeo,
6
3.1.2
Caldeiras aquatubulares
Figura 1
mostra
um
desenho
esquemtico
de
um
tipo
de
caldeira
aquatubular.
Figura 1: Desenho esquemtico com os componentes bsicos de uma caldeira aquatubular (3).
apresenta
alimentao
de
ainda
gua
um
conjunto
combustvel,
muito
complexo
dispositivos
de
de
equipamentos
tratamentos
de
para
resduos,
- Paredes dgua: Nas paredes dgua existe uma regio onde ocorre o pico de
temperatura da troca de fase de gua para vapor, representada na Figura 1 pela
mudana de colorao de verde para vermelho. Nessa rea, cuja altura depende da
carga da caldeira, podem ocorrer fenmenos de superaquecimento e corroso com
formao de depsitos e magnetita, principalmente em caldeiras sem tubulo ou de
passe nico, nas quais a limpeza da gua crtica, o que nem sempre possvel em
funo da prpria corroso dos componentes por onde passa a gua.
- Superaquecedores: Nos superaquecedores o vapor j est seco e a regio da
caldeira onde ocorrem as mais altas temperaturas. O aquecimento no deve ultrapassar os
limites de temperatura dos tubos para a vida til prevista no projeto.
Nos superaquecedores s h vapor seco e os fatores que definem a sua vida til
so basicamente temperatura e presso, enquanto nas paredes dgua pode ocorrer
corroso ou eroso devido ao condicionamento inadequado da gua ou problemas
operacionais e a transformaes no fluxo de gua/vapor que sero estudadas com mais
detalhes.
3.1.3
Figura 2: Ocorrncias no fluxo de gua-vapor num tubo vertical de parede dgua (2).
A principal condio de fluxo que tem que ser mantida num tubo de parede
dgua de caldeira o filme de gua para refrigerar a parede em toda a extenso onde a
mesma ainda est vaporizando. Isso necessrio porque a condutividade trmica da
gua o dobro da condutividade trmica do vapor. Se formar um filme de vapor na
superfcie do tubo com gua no ncleo poder ocorrer superaquecimento do tubo nessa
regio devido maior dificuldade de troca trmica. Esse filme de gua no ocorre nas
caldeiras de baixa presso, mas apenas a partir de 55kgf/cm.
A Tabela 1 mostra a classificao das caldeiras quanto presso de operao:
Tabela 1: Faixas de Presso para Caldeiras Flamotubulares e Aquatubulares (2).
Tipo de Caldeira
Presso
PSI
Kgf/cm
Baixa Presso
100 400
7 28
Mdia Presso
400 800
29 57
800 3200
58 225
Supercrtica
>3200
>225
3.1.4
Como qualquer outra mquina, uma caldeira est sujeita degradao ao longo de
sua vida til. O grau dessa degradao depende de uma srie de fatores, tais como do
projeto da caldeira, da qualidade dos materiais utilizados,
da
competncia na
3.2
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Inspeo Visual
13
4.2
mais
rapidamente
que
as
demais
regies
da
caldeira.
Logo,
um
Esse ensaio tem a finalidade de evidenciar porosidades ou trincas superficiais que podem
aparecer em funo de algum defeito na solda, o que comprometeria o funcionamento de
todo o equipamento. O teste consiste na aplicao de um lquido de baixa viscosidade e
elevada capilaridade na regio a ser analisada. Em seguida, a superfcie lavada e recebe
a aplicao de um p, chamado de revelador, que atrai por capilaridade o lquido que pode
ter ficado retido em porosidades e trincas, revelando a existncia das mesmas.
No caso das soldas realizadas nos superaquecedores, alm do LP, tambm
realizado ensaio de gamagrafia. Esse ensaio apresenta resultados mais completos em
relao ao LP, por no se limitar a defeitos superficiais. Pode-se verificar com a gamagrafia
a presena de poros, trincas, falta de fuso, falta de penetrao, concavidade interna, etc.
O ensaio consiste em expor a solda a uma fonte emissora de raios gama, por um
tempo determinado em funo da espessura do tubo, com um filme posicionado no lado
oposto da solda. Uma empresa especializada nesse tipo de atividade executa os ensaios,
responsabilizando-se por todo o processo, desde o transporte da fonte porttil at o
isolamento adequado do raio de ao da mesma.
Caso seja encontrado um defeito em alguma das soldas, a mesma deve ser refeita,
at que os ensaios comprovem a qualidade necessria para a operao segura do
equipamento.
4.4
O tubulo de vapor uma regio crtica para a inspeo por possuir diversos
elementos internos, alm de armazenar e separar a mistura bifsica de gua e vapor
quando em operao. A entrada nesse equipamento tambm um fator complicador para a
inspeo, uma vez que o espao bastante reduzido, permitindo o acesso de uma pessoa
por vez.
A Figura 4 mostra um desenho esquemtico do interior do tubulo, bem como uma
foto feita no momento da abertura do mesmo.
15
16
Nmero da
amostra
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
25
26
27
28
29
30
31
32
17
A anlise das rplicas metalogrficas tem como principal funo verificar a existncia
de esferoidizao da perlita, grafitizao ou sinais de fluncia na microestrutura dos aos ao
carbono e carbono-molibdnio que constituem os coletores dos superaquecedores.
A classificao das amostras quanto ao estado de degenerao microestrutural
baseia-se nos padres microestruturais apresentados pelo Electric Power Research Institute
(10), conforme Figura 6 e Tabela 4.
18
Estgio Microestrutural
A
B
D
E
F
Descrio
Ferrita e perlita fina; a microestrutura do material novo.
Primeiros sinais de esferoidizao da perlita, normalmente tambm
acompanhada pela precipitao de carbonetos nos contornos dos
gros.
Estgio intermedirio da esferoidizao, com forte coalescimento das
lamelas da perlita, observando-se ainda a presena de algumas
lamelas remanescentes.
Esferoidizao virtualmente completa, mas os carbonetos ainda esto
agrupados na rede original da perlita.
Esferoidizao completa. Os carbonetos esto dispersos, deixando
ainda observarem-se pequenos traos das reas perlticas originais.
Etapa final do coalescimento. Os tamanhos de algumas partculas de
carbonetos crescem devido ao coalescimento.
4.5
20
5.1
RESULTADOS E DISCUSSO
Tubos da parede dgua
Atravs da inspeo visual, constatou-se que os tubos da parede dgua
procedimento foi realizado nas ltimas duas paradas gerais de manuteno da caldeira e
em comparao com as fotos da parada anterior, constatou-se que no houve evoluo do
ataque ao metal.
Outra forma de avaliar o desgaste dos tubos da fornalha a medio da espessura
das paredes dos mesmos, conforme descrito no item 4.2. Nesta ocasio, foram encontrados
alguns pontos com espessura abaixo da mnima especificada no projeto, que de 4,7 mm,
junto aos sopradores de fuligem SF302, SF309 e SF322. Estes pontos foram preenchidos
21
Pode ser observado na Figura 9 o detalhe da regio soldada, que foi inspecionada
com a aplicao de lquido penetrante (LP) para a verificao de presena de trincas. A
colorao branca da superfcie devida ao revelador. Se houvesse trincas, apareceriam
regies vermelhas nesta superfcie branca.
Foram tambm substitudos os dois tubos mais externos de cada lado dos quatro
cantos dos queimadores da caldeira, totalizando 16 tubos. Em todas estas soldas, foi
realizado o ensaio de LP. Nos casos onde foram encontradas trincas superficiais nas soldas,
as mesmas foram removidas com utilizao de retfica manual e a solda foi refeita
imediatamente.
22
5.2
Superaquecedores
Tubulo
tubulo
encontrava-se
em
bom
estado de
conservao,
apresentando
23
5.4
Zona morta
Ponto de
anlise
PT 01
PT 02
PT 03
PT 04
PT 05
PT 06
PT 07
PT 08
PT 09
PT 10
PT 11
PT 12
PT 13
PT 14
PT 15
PT 16
PT 17
PT 18
PT 19
PT 20
PT 21
PT 221
PT 25
PT 26
PT 27
PT 28
PT 29
PT 301
PT 311
PT 32
NO
NO
137,2
SIM
Recomendado
NO
NO
156,2
No
No
NO
NO
160,4
No
No
NO
NO
135,2
No
No
NO
NO
138,8
SIM
Recomendado
NO
NO
138,8
No
No
NO
NO
153,2
No
No
NO
SIM
141
SIM
Recomendado
NO
SIM
142
SIM
Recomendado
NO
NO
145
SIM
Recomendado
NO
NO
149
No
No
NO
SIM
152,8
No
No
NO
NO
156,2
No
No
NO
SIM
139
SIM
Recomendado
NO
NO
193
No
No
NO
SIM
149,6
SIM
Recomendado
NO
NO
198
No
No
NO
NO
148,2
No
No
NO
NO
135
No
No
SIM
SIM
260,6
No
No
NO
SIM
193,2
No
No
NO
NO
182
No
No
NO
NO
170,6
SIM
Recomendado
NO
NO
144,8
No
No
NO
NO
167
No
No
NO
NO
232,6
SIM
Recomendado
NO
NO
189,6
No
No
NO
NO
182,8
No
No
NO
NO
158
No
No
Notas: 1- Regies com material SA-213-T91, martenstico, no sujeito ao mecanismo de degradao por coalescimento.
2- Presena de microvazios isolados nos pontos triplos, observados somente em ampliao de 500x.
24
Figura 10: Rplica metalogrfica do ponto 01 - Curva da linha do coletor do SH2 para o
dessuperaquecedor, lado oeste. Material SA-335-P1. Ampliao 500X
Figura 11: Rplica metalogrfica do ponto 02 - Niple da linha do coletor do SH2 para o
dessuperaquecedor, lado oeste. Material SA-335-P1. Ampliao 500X
Figura 12: Rplica metalogrfica do ponto 07 - Niple da linha do coletor do SH2 para o
dessuperaquecedor, lado leste. Material SA-335-P1. Ampliao 500X
Figura 13: Rplica metalogrfica do ponto 19 Curva do dessuperaquecedor, lado oeste. Material SA335-P22. Ampliao 500X
26
Figura 14: Rplica metalogrfica do ponto 22 Serpentina 33 do SH1, junto solda de topo. Material
SA-213-T91. Ampliao 500X
28
CONCLUSES
29
30
BIBLIOGRAFIA
1. Norma Regulamentadora do Ministrio do Trabalho NR13 - Caldeiras e vasos de
presso. 2003.
2. Lagemann, P. V. Apostila Curso de Inspeo de Caldeiras do IBP, 2005.
3. Manual de Operao de Caldeiras da Braskem SA. Rev. 2011.
4. Viswanathan, R. Damage Mechanisms and Life Assesment of High-Temperature
Components. Metals Park, Ohio: ASM International, 1993.
5. Callister, W. D. Cincia e Engenharia de Materiais: Uma Introduo. Rio de
Janeiro: LTC, 2008, p 211.
6. Braga, R. M. Medio da Camada de xidos em Tubos de Superaquecedores de
Caldeiras Aquatubulares por Ultrassom. Tese de Doutorado. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 2009
7. Neves, A. S. A Formao de Camada Protetora de Magnetita em Caldeira. 6a
Coteq. Salvador/Bahia, 2002.
8. Dantas, E. Gerao de Vapor e gua de Refrigerao Falhas, Tratamentos e
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9. ASME, Boiler e Pressure Vessel Code, Section V, Nondestructive Examination.
New York, USA, 2010.
10. Lamping, G. & Arrowood, R. J. EPRI-CS-3945: Manual for investigation and
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precipitatios in Cr-Mo steel super-heater tubes. San Antonio, Texas USA:
Southwest Research Inst., 1985.
11. Chaudhuri, S. Some Aspects of Metallurgical Assessment of Boiler Tubes - Basic
Principles and Case Studies. National Metallurgical Laboratory. India, 2006
31