TCALOR

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE MAQUINAS MARÍTIMAS

Curso: Engenharia Mecânica e Controlo de Sistemas

Turma: 4 EMCS

Disciplina: Análise Energética de Sistemas

Relatório 6

Tema: Classificação De Trocadores De Calor

Discentes:

Esmeraldo Jossefa Mabote

Isaías Levy Manguele

Docente:

Phd. Carlos Alejandro

Maputo, Outubro de 2024


Índice

1 Introdução ........................................................................................................................... 1
2 Descrição ............................................................................................................................ 2
2.1 Definição de Trocadores de Calor .................................................................................. 3
2.2 Classificação de trocadores de calor ............................................................................... 3
Quanto ao modo de troca de calor ...................................................................................... 4
Quanto ao número de fluidos.............................................................................................. 4
2.3 Tipo de construção .......................................................................................................... 4
2.4 Tipos de Trocadores de Calor e Exemplos ..................................................................... 5
.1 Trocadores de Calor de casco e tubos .................................................................................... 5
.2 Trocadores com múltiplas passagens ..................................................................................... 5
.3 Trocador de Calor de Placas .................................................................................................. 6
.4 Trocador de Calor de Fluxo Cruzado..................................................................................... 7
3 Coeficiente Global de Transferência de Calor ........................................................................ 8
3.1 Tabelas de Valores Representativos do Coeficiente Global de Troca de Calor (U) ....... 9
3.2 Diferença de Temperatura Média Logarítmica (LMTD) ................................................ 9
4 Cálculo Aproximado do Coeficiente de Convecção Livre para o Ar em Geometria
Triangular ................................................................................................................................. 10
5 Conclusão ......................................................................................................................... 11
Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 12
1 Introdução
Os trocadores de calor são dispositivos fundamentais em diversos processos industriais,
sendo amplamente utilizados para transferir calor entre dois ou mais fluidos a diferentes
temperaturas. Seu princípio de funcionamento baseia-se na condução e convecção térmica,
permitindo a troca de energia térmica sem que haja contacto directo entre os fluidos, o que
garante eficiência e segurança em diversas aplicações. Esses dispositivos são essenciais em
indústrias como a petroquímica, geração de energia, refrigeração, e climatização, onde o
controle da temperatura é crítico para o desempenho e segurança operacional.

A eficiência na troca de calor é de extrema importância, especialmente em um contexto de


crescente demanda por eficiência energética e sustentabilidade ambiental. Dessa forma, o
desenvolvimento de tecnologias para melhorar o desempenho de trocadores de calor é um
tema de grande relevância para a engenharia térmica moderna. Além disso, a escolha
adequada do tipo de trocador, bem como o dimensionamento correto e a manutenção
periódica, impactam directamente na longevidade e eficiência dos equipamentos.

O objectivo deste trabalho é explorar os princípios de funcionamento, tipos e aplicações dos


trocadores de calor, destacando a importância desse equipamento nos processos industriais,
além de discutir aspectos relacionados ao dimensionamento e à manutenção.

1
2 Descrição
Os trocadores de calor são dispositivos projectados para transferir energia térmica entre dois
ou mais fluidos em diferentes temperaturas, sem que esses fluidos se misturem. Essa
transferência de calor pode ocorrer por condução, convecção ou radiação, dependendo do tipo
de trocador e das condições de operação. Existem diversos tipos de trocadores, como os de
casco e tubos, de placas e de ar, cada um adequado para diferentes aplicações e ambientes
industriais.

Seu uso é essencial em sectores que requerem o controlo preciso de temperatura, como nas
indústrias petroquímicas, alimentícias, de geração de energia, e de climatização. O bom
desempenho desses equipamentos depende de um projecto eficiente que considere factores
como a área de troca térmica, a natureza dos fluidos, a pressão, e a temperatura de operação.
Além disso, a escolha dos materiais é fundamental para garantir durabilidade, resistência à
corrosão e eficiência térmica. Portanto, os trocadores de calor desempenham um papel crucial
na optimização de processos industriais, contribuindo para a eficiência energética e a
sustentabilidade, ao mesmo tempo que garantem a segurança e a viabilidade económica de
diversas operações industriais.

Figura 1 - Trocadores de calor em uma refinaria.

Fonte: Fonte: Çengel e Cimbala (2015) apud Orgeda & Yosh (s.d.)

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2.1 Definição de Trocadores de Calor

Segundo Bohorquez (s/d) um trocador de calor é um dispositivo utilizado para transferir calor
entre dois ou mais fluidos que estão em diferentes temperaturas, sem que esses fluidos se
misturem. O processo de troca térmica pode ocorrer por meio de condução, convecção ou
radiação, dependendo do tipo de trocador e das características dos fluidos. Esses dispositivos
são projectados para maximizar a área de contacto entre os fluidos, optimizando a
transferência de energia térmica, enquanto mantém os fluidos isolados por barreiras físicas,
como placas ou tubos.

Os trocadores de calor são amplamente utilizados em aplicações industriais que envolvem


aquecimento, resfriamento ou a manutenção de temperaturas controladas, como em sistemas
de climatização, processos químicos, geração de energia e refrigeração. O seu desempenho é
fundamental para a eficiência energética e a operação segura de vários processos industriais
(Bohorquez, s/d).

2.2 Classificação de trocadores de calor

Podemos classificar os trocadores de diversas maneiras:

Figura 2: Classificação de trocadores de Calor.

Fonte: Bohorquez (s/d)

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Quanto ao modo de troca de calor

Os trocadores de calor podem ser classificados quanto ao modo de troca de calor em três
categorias principais:

 Contacto Directo: Ocorre quando os fluidos entram em contacto directo, sem uma
barreira sólida, como em torres de resfriamento, onde o ar e a água se misturam
directamente.

 Contacto Indirecto: Os fluidos estão separados por uma superfície sólida, e a troca
de calor ocorre por condução e convecção. Exemplos comuns incluem trocadores de
calor de casco e tubos e trocadores de placas.

 Regenerativos: Os fluidos alternam o uso de uma superfície ou matriz que armazena


e liberta calor, como em trocadores regenerativos rotativos.

Quanto ao número de fluidos


Os trocadores de calor podem ser classificados quanto ao número de fluidos em:

1. Dois fluidos: A troca de calor ocorre entre dois fluidos diferentes, como nos
trocadores de casco e tubos ou trocadores de placas.

2. Três ou mais fluidos: Utilizam três ou mais fluidos, geralmente em sistemas


complexos, como em processos de refrigeração profunda.

2.3 Tipo de construção

Quanto ao tipo de construção

1. Casco e Tubos: Composto por tubos que transportam um fluido, enquanto o outro
circula ao redor deles dentro de um casco. São robustos e eficientes para grandes
instalações industriais.

2. Placas: Formados por placas finas que permitem a passagem alternada dos fluidos.
Oferecem alta eficiência em um espaço reduzido, ideais para aplicações de menor
escala.

3. Compactos: Projectados para maximizar a área de troca de calor em um volume


reduzido, frequentemente usados em espaços limitados.

4. Aletas: Utilizam superfícies estendidas para aumentar a área de contato com o fluido,
sendo comuns em sistemas de gás, como radiadores de automóveis.

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2.4 Tipos de Trocadores de Calor e Exemplos

Existem vários tipos de trocadores de calor, cada um adequado para diferentes aplicações e
condições operacionais. A seguir, apresento os principais tipos de trocadores de calor, com
uma breve descrição de seus funcionamentos e exemplos práticos:

.1 Trocadores de Calor de casco e tubos

Este é um dos tipos mais comuns de trocadores de calor. Consiste em um feixe de tubos
instalados dentro de um casco cilíndrico.

Um fluido circula pelo interior dos tubos, enquanto outra passa pelo casco, ao redor dos
tubos. A transferência de calor ocorre através das paredes dos tubos.

Exemplo de Aplicação: Usado em refinarias, indústrias petroquímicas e em usinas térmicas.

Figura 3. Trocadores de Calor de casco e tubos

Fonte: Orgeda

Figura 4. Arranjos de escoamento em trocadores de tubo duplo e seus perfis de temperatura associados

Fonte: Çengel e Cimbala (2015) apud Orgeda & Yosh (s.d.)

.2 Trocadores com múltiplas passagens

Se o número de tubos for reduzido e o comprimento aumentado de forma que a vazão seja
alta o suficiente, o comprimento necessário do tubo provavelmente não será prático. A
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construção com várias passagens de tubo permite o uso de comprimentos de tubo padrão,
enquanto garante alta velocidade e coeficiente do lado do tubo. As desvantagens deste tipo de
trocador são:

 A construção do trocador é um pouco mais complicada;


 Algumas seções do trocador possuem fluxo paralelo, o que limita a aproximação da
temperatura,
 A perda por atrito aumenta consideravelmente

Figura 5. Diferentes configurações de trocadores de calor casco e tubo

Fonte: Çengel e Cimbala (2015) apud Orgeda & Yosh (s.d.)

.3 Trocador de Calor de Placas

Para muitas aplicações de transferência de calor entre fluidos a temperatura e pressão


moderadas, uma alternativa aos trocadores de casco e tubo são os trocadores de placa
nervurada, que consistem em muitas placas de aço inoxidável nervuradas separadas por
gaxetas, fixadas a uma estrutura de aço. As entradas internas e as ranhuras de entrada nas
placas direccionam o fluido quente e frio para os espaços alternados entre as placas. Os
ductos induzem turbulência para melhorar a transferência de calor e cada placa é suportada
por vários contactos com placas adjacentes, que têm um padrão ou ângulo de ducto diferente
(Bohorquez, s/d).

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Figura 6. Trocadores com fluxo cruzado

Fonte: Bohorquez (s/d)

São usados com líquidos ou fluidos condensando ou evaporando Devido as alta quedas de
pressão associadas as placas corrugadas, estes trocadores são raramente usados para gases. As
pressões de operação são limitadas a 2.5 𝑀𝑃𝑎 (360 𝑝𝑠𝑖𝑔) mas pressões de até
1.0 𝑀𝑃𝑎 (150 𝑝𝑠𝑖𝑔) são as mais usuais. As temperaturas de operação são limitadas pelo
material usado para vedação e estão na faixe de no máximo 150°C. Geralmente os preços são
competitivos com os trocadores de carcaça e tubos principalmente quando são feitos de aço
inoxidável. Gaxetas: juntas em elastómero responsáveis pela vedação entre os meios de troca
e a atmosfera que equipam as placas (Bohorquez, s/d).

.4 Trocador de Calor de Fluxo Cruzado

Neste tipo, os fluidos circulam em direcções perpendiculares entre si, ou seja, um fluido flui
horizontalmente enquanto o outro flui verticalmente, criando um fluxo cruzado. Essa
configuração é útil em sistemas de ventilação e refrigeração a ar.

Exemplo de Aplicação: Usado em sistemas de resfriamento de ar em geradores de energia e


em radiadores de automóveis.

Figura 7. Trocador de Calor de Fluxo Cruzado

Fonte: Trocadores de calor. (2021).

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3 Coeficiente Global de Transferência de Calor

A transferência de calor em trocadores acontece por meio de dois mecanismos: pela


convecção em cada fluido e pela condução na parede que os separa. Na unidade anterior,
você aprendeu a analisar sistemas de troca térmica por meio da estratégia dos circuitos
térmicos. Naquele momento, mencionamos que é conveniente trabalhar com um coeficiente
global de transferência de calor (representado pela letra “𝑈”), que junto da área de troca
térmica pode ser descrito como a resistência total do sistema (Santos, 2021).

1 ̇ ∆𝑇
𝑈 × 𝐴 = | 𝑄 = 𝑈 × 𝐴 × ∆𝑇 = 𝑅
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Esta será exactamente a abordagem que utilizaremos com os trocadores de calor. Veja que a
área de troca térmica (A) é um parâmetro característico da estrutura do equipamento
(conforme vimos para os diferentes tipos de trocadores no início desta unidade). Vamos
avaliar, então, o circuito térmico associado a um trocador de tubo duplo, em que um fluido
percorre o interior do tubo e o outro percorre a região ao redor do tubo. Considere, por
exemplo, que no interior do tubo esteja o fluido quente (por consequência, o fluido frio está
percorrendo por fora do tubo). Podemos representar este circuito como duas resistências de
convecção e uma resistência de condução entre elas (veja a figura e o circuito a seguir):

Figura 8. Circuito térmico associado a um trocador de calor de tubo duplo

Fonte: Çengel e Cimbala (2015) apud Orgeda & Yosh (s.d.)

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3.1 Tabelas de Valores Representativos do Coeficiente Global de Troca de Calor (U)

O coeficiente global de troca de calor (U) vária dependendo do tipo de trocador de calor, dos
fluidos envolvidos e das condições de operação. Abaixo está uma tabela com valores típicos
do coeficiente U para diferentes aplicações e tipos de trocadores de calor:

Tabela 1: Tabelas de Valores Representativos do Coeficiente Global de Troca de Calor (U)

Tipo de Trocador de
Fluido Quente Fluido Frio U (W/m²·K)
Calor

Casco e Tubos Vapor Água 1500 - 6000

Casco e Tubos Água quente Água fria 500 - 2000

Placas Água Água 500 - 3000

Placas Óleo Água 200 - 1000

Fluxo Cruzado (Radiador


Ar Água 50 - 500
de Automóveis)

Trocador Regenerativo Gases de exaustão Ar 200 - 1200

Ar/Air Cooler Vapor Ar ambiente 50 - 1000

Fonte: Çengel e Cimbala (2015) apud Orgeda & Yosh (s.d.)

Esses valores servem como referências para projectistas de trocadores de calor e ajudam a
determinar o desempenho esperado em várias aplicações industriais.

3.2 Diferença de Temperatura Média Logarítmica (LMTD)

Média Logarítmica das Temperaturas Na unidade anterior, utilizamos a Lei de Fourier da


Condução Térmica e a Lei de Newton do Resfriamento para descrever os fenómenos de
condução e convecção, respectivamente. Lembre-se que as equações que descrevem essas
leis são (na forma integral para a Lei de Fourier)

𝑄˙𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝛥𝑥𝛥𝑇𝑒𝑄˙𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ ⋅ 𝐴 ⋅ (𝑇𝑠 − 𝑇∞)

Como já abordado na unidade anterior, ambos os mecanismos estão baseados em diferenças


de temperatura (Santos, 2021). Nos trocadores de calor, é importante perceber que esta
diferença de temperatura pode mudar ao longo do equipamento. Portanto, é evidente que para

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avaliar a transferência de calor no trocador, é necessário descrever as diferenças de
temperaturas entre os fluidos quentes e frios no interior do trocador de alguma maneira. Para
isso, recorremos ao conceito de média logarítmica. Considera-se, por exemplo, um trocador
de calor puramente contracorrente, como o representado de forma simplificada pela Figura 9.

Figura 9 - Trocador de calor com escoamento puramente contracorrente

Fonte: Orgeda (s/d)

4 Cálculo Aproximado do Coeficiente de Convecção Livre para o Ar em Geometria


Triangular

O coeficiente de convecção livre é utilizado para calcular a taxa de transferência de calor em


superfícies sujeitas a correntes de ar causadas por diferenças de temperatura (convecção
natural). O cálculo desse coeficiente depende de diversos parâmetros, como a geometria da
superfície, o fluido em questão (neste caso, o ar), e as condições de temperatura (Santos,
2021).

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5 Conclusão

Os trocadores de calor são componentes críticos em diversas operações industriais,


desempenhando um papel fundamental na maximização da eficiência térmica e na
optimização de processos. A correcta selecção e aplicação desses dispositivos podem
proporcionar ganhos significativos de desempenho e economia de energia, essenciais para o
funcionamento sustentável de sistemas complexos.

A classificação dos trocadores de calor, com base em parâmetros como o modo de


transferência de calor (convecção, condução e radiação), o número de fluidos envolvidos
(monofásicos ou bifásicos) e o tipo de construção (casco e tubos, placas, compactos, ou com
aletas), é imprescindível para determinar suas características operacionais e de projecto. Esta
análise permite identificar a solução mais adequada para cada cenário, considerando fatores
como a taxa de transferência de calor, as propriedades dos fluidos de trabalho, e as restrições
de espaço e custo.

Em trocadores de calor do tipo casco e tubos, por exemplo, a versatilidade e a robustez os


tornam ideais para aplicações que envolvem grandes volumes de fluidos sob alta pressão. Já
os trocadores de placas são frequentemente preferidos em processos que requerem maior
compacidade e eficiência térmica devido à sua elevada área de superfície por unidade de
volume.

Com a evolução tecnológica e o aumento das demandas por soluções energeticamente


eficientes e ecologicamente responsáveis, o desenvolvimento de trocadores de calor tem se
concentrado em melhorar os coeficientes globais de transferência de calor (U), a resistência à
corrosão e a manutenção da integridade estrutural sob condições extremas. Este progresso
não só optimiza o desempenho térmico, mas também minimiza os impactos ambientais
associados ao consumo energético excessivo em processos industriais.

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Referências Bibliográficas

Bohorquez, W. O. (2014). Trocadores de calor. Recuperado de


https://www2.ufjf.br/washington_irrazabal//files/2014/05/Aula-23_Trocadores-de-Calor.pdf

Franklin, A. (n.d.). Trocadores de calor. Retrieved from


https://www.fem.unicamp.br/~franklin/EM524/aula_em524_pdf/aula-22.pdf

Orgeda, R., & Yosh, H. C. M. (s.d.). Trocadores de calor (8ª ed.). Unicesumar. Recuperado
de https://www.unicesumar.edu.br/wp-content1/uploads/degustacao/ebook/ebook-material-
didatico-engenharia-eletrica.pdf

Santos, A. M. dos. (2021). Trocadores de calor: Teoria e projeto. Universidade de São


Paulo. http://repositorio.eesc.usp.br/server/api/core/bitstreams/27770ecf-742f-468a-869c-
e764e23ce09b/content

Trocadores de calor. (2021).


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7896427/mod_resource/content/1/Trocadores%20de
%20Calor%202021.pdf

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