Este documento discute a argiloterapia como uma alternativa para tratamentos de seborreia, dermatite seborreica e caspa. Ele apresenta protocolos de tratamento capilar usando argila e óleos essenciais para controlar a oleosidade e normalizar a seborreia. O documento revisa as estruturas da pele e do couro cabeludo e como a argiloterapia pode ajudar a remover células mortas e impurezas.
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A ARGILOTERAPIA: UMA NOVA ALTERNATIVA PARA TRATAMENTOS
CONTRA SEBORREIA, DERMATITE SEBORREICA E CASPA
Jaqueline Rosa de Limas 1 - Acadmica do Curso de Cosmetologia e Esttica da Universidade do Vale do Itaja UNIVALI, Florianpolis, Santa Catarina.
Rosimeri Duarte 2 - Acadmica do Curso de Cosmetologia e Esttica da Universidade do Vale do Itaja UNIVALI, Florianpolis, Santa Catarina.
Denise Krger Moser 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Esttica da Universidade do Vale do Itaja UNIVALI, Florianpolis, Santa Catarina. Contatos 1 [email protected] 2 [email protected] 3 [email protected]
RESUMO Os cuidados com os cabelos so uma preocupao constante para o homem e a mulher moderna. Desde os tempos mais remotos, a forma e a aparncia dos cabelos indicavam se a pessoa era um guerreiro, um sacerdote, um rei ou um escravo. Hoje os cabelos podem indicar diversas caractersticas como um estilo clssico ou radical, o estado de sade, o nvel de cuidados pessoais e a autoestima de cada um, alm das aspiraes individuais de elegncia, liberdade e outros aspectos importantes. Porm, algumas alteraes em relao ao couro cabeludo podem se tornar incmodas aos indivduos,tais como a oleosidade e a seborreia. Estas alteraes esto ligadas diretamente ao bom funcionamento na produo de sebo pelas glndulas sebceas. No mercado brasileiro assim como em outros pases existem vrios tipos de tratamentos desenvolvidos para o controle da oleosidade. Esta pesquisa feita atravs de levantamentos bibliogrficos e de forma exploratria foi desenvolvida para buscar uma tcnica milenar que est sendo muito utilizada em sales e clnicas de esttica para os tratamentos capilares na atualidade: a argiloterapia. Quando a argila aplicada no couro cabeludo, a mesma proporciona uma espcie de peeling capilar ao remover as clulas mortas, libera as toxinas do organismo, ativa a circulao, e, absorve as impurezas e resduos. A associao com os leos essncias potencializa ainda mais o efeito deste tratamento e apresentamos trs protocolos de tratamento com a argila e os leos essenciais. Este estudo tem como objetivo de buscar maiores informaes sobre os tratamentos capilares focados em uma linha mais natural e acrescentar material de consulta para futuras pesquisas.
Os cuidados com os cabelos so uma preocupao constante para o homem e a mulher moderna. Desde os tempos mais remotos, a forma e a aparncia dos cabelos indicavam se a pessoa era um guerreiro, um sacerdote, um rei ou um escravo. Hoje os cabelos podem indicar diversas caractersticas como um estilo clssico ou radical, o estado de sade, o nvel de cuidados pessoais e a autoestima de cada um, alm das aspiraes individuais de elegncia, liberdade e outros aspectos importantes (GOMES, 1999). Para que se tenha um couro cabeludo e cabelos saudveis so necessrios tratamentos adequados para os mesmos. Esses cuidados incluem a lavao, condicionamento e hidratao. O cuidado principal para ter cabelos brilhantes e bonitos o tratamento do couro cabeludo. Esta pele, muitas vezes esquecida, deve ser a prioridade para quem quer ter cabelos bonitos. Cada dia mais as indstrias de cosmticos investem nesse segmento. So tratamentos que estimulam a micro- circulao do couro cabeludo e fortalecem as suas defesas naturais contra estresse, poluio e processos qumicos (KEDE; SERRA; CEZIMBRA, 2005). Porm, algumas alteraes em relao ao couro cabeludo podem se tornar incmodas aos indivduos, tais como a oleosidade e a seborreia. Estas alteraes esto ligadas diretamente ao bom funcionamento na produo de sebo pelas glndulas sebceas. No mercado brasileiro assim como em outros pases existem vrios tipos de tratamentos desenvolvidos para o controle da oleosidade. Este estudo trata-se de uma reviso bibliogrfica com coleta de dados em fontes secundrias como livros, artigos, revistas, jornais e sites em internet e prope o desenvolvimento de protocolos de aplicao de argila associados aos leos essenciais em tratamentos capilares com a funo especfica da normalizao da seborreia e controle da oleosidade. As fontes de pesquisa na rea de argiloterapia so recentes, embora seja uma prtica milenar. A importncia deste estudo e o desenvolvimento de protocolos de tratamentos na rea de terapias capilares justificam-se, pois ainda so poucas as pesquisas realizadas sobre o assunto, bem como artigos e publicaes decorrentes.
3 REFERENCIAL TERICO
As mudanas intrnsecas tanto quanto extrnsecas podem levar a uma alterao direta em uma regio do corpo que, quando alterada traz uma srie de desconfortos, tanto ao homem quanto mulher: o couro cabeludo. Conforme descrito por Wichrowski (2007), o couro cabeludo o conjunto de partes moles que reveste a calota craniana e a face posterior da borda do crnio, composto do msculo epicraneano e do msculo frontal na parte anterior; do msculo occipital na parte posterior, dos msculos tmporoparietais nas laterais, da glea apneumtica na parte superior do crnio, do tecido celular subcutneo, da pele e dos pelos. O autor ainda referencia que a pele do couro cabeludo espessa, com reduzida concentrao de melanina, protegida pelos cabelos e, como nas demais partes do corpo, composta por trs nveis distintos: epiderme, derme e hipoderme ou celular subcutneo. Para a compreenso das alteraes que o couro cabeludo pode sofrer em decorrncia de alteraes internas quanto exposio a fatores externos necessrio rever a anatomia e fisiologia da pele, pois o seu revestimento feito por ela. Considerado o maior rgo do corpo humano, representa 16% do peso corporal, com variaes estruturais ao longo de sua extenso. uma importante barreira protetora contra a ao de agentes fsicos, qumicos e bacterianos sobre os tecidos profundos; contm as vrias terminaes nervosas sensitivas que colaboram com os meios de comunicao entre indivduo e o meio que o cerca (GLEREAN, 2003). Anatomicamente, a pele humana pode ser descrita como um rgo estratificado com duas camadas principais de tecido, a epiderme e a derme e uma terceira camada varivel, a hipoderme ou tecido subcutneo. Os pelos, unhas, e glndulas sudorparas e sebceas so estruturas anexas intimamente associadas pele (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Existem dois tipos principais de pele, a espessa, que reveste a palma das mos e a planta dos ps, e se caracteriza pela larga camada epitelial e por no possui pelos nem glndulas sebceas; e a fina, caracterizada por possuir epiderme relativamente mais delgada e por ter pelos e glndulas sebceas, que constitui a pele de todas as demais regies do corpo. Em ambos os tipos de pele existem glndulas sudorparas (GLEREAN, 2003).
4 Epiderme
a camada mais externa da pele, constituda por epitlio estratificado pavimentoso queratinizado. Sua principal clula o queratincito, responsvel pela produo de uma protena fibrosa muito resistente, a queratina. Alm dos queratincitos, a epiderme apresenta trs outros tipos celulares, clulas de Langerhans, com importante papel imunitrio, clulas de Merkel, receptores do sentido do tato, e melancitos, clulas responsveis pela produo de melanina (GARTNER, 2003). Segundo Junqueira e Carneiro (2004), a espessura e a estrutura da epiderme variam de acordo com o local estudado, sendo mais espessa e complexa na palma das mos e na planta dos ps. Nessas regies atinge a espessura de at 1,5 mm e apresenta vista da derme para a superfcie, cinco camadas. Glerean e Gartner (2003), evidenciam que na camada mais interna da epiderme localiza-se o estrato basal ou germinativo, onde existem frequentes clulas em mitose, pois a se originam as clulas que vo formar as demais camadas. O estrato espinhoso constitudo por vrias camadas de clulas poliformas, mitoticamente ativas, cujos numerosos prolongamentos citoplasmticos do a esta camada um aspecto granuloso. Com o avanar do processo de diferenciao temos o estrato granuloso, formado por trs a cinco camadas de clulas contendo grnulos de querato-hialina. Estes grnulos esto presentes somente na pele espessa, complementam os autores, as clulas do estrato lcido no possuem ncleo e nem organelas. No estgio final da diferenciao, as organelas so totalmente substitudas por queratina madura que preenche as clulas altamente ordenadas do estrato crneo. medida que clulas so adicionadas a partir do estrato basal, outras clulas so perdidas por descamao na superfcie. Calcula-se que a epiderme humana se renova cada 15 a 30 dias, dependendo principalmente do local e da idade da pessoa (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).
Derme
Regio da pele localizada diretamente abaixo da epiderme, formada por tecido conjuntivo denso no moderado contendo principalmente fibras de colgeno e redes de fibras elsticas, que serve de suporte para extensas redes vasculares, nervosas, e anexos cutneos que derivam da epiderme. A espessura da derme varia de 0,6 mm, nas plpebras, a 3 mm na palma da mo e na sola do p (GARTNER, 2003). 5 A derme apresenta a importante funo de nutrir as clulas da epiderme, pois esta exige uma constante reposio de nutrientes necessrios para manter a atividade mittica. Descrevem-se na derme duas camadas, de limites pouco distintos, que so a: papilar mais superficial, e a reticular mais profunda (CORMACK, 2003; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). A derme papilar constituda por tecido conjuntivo frouxo, altamente vascularizada, que forma as papilas drmicas. Estas aumentam a rea de contato da derme com a epiderme, reforando a unio entre essas duas camadas. So mais frequentes nas zonas sujeitas a presso e atrito. A derme reticular compe a maior parte da espessura da derme, est abaixo do nvel das cristas epidrmicas e constituda de fibras colgenas entrelaadas, alm de fibras elsticas que esto dispostas paralelamente superfcie da pele. Ambas as camadas contm muitas fibras do sistema elstico, responsveis, em parte, pela elasticidade da pele (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).
Hipoderme
Abaixo e em continuidade com a derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutneo, que no faz parte da pele, apenas lhe serve de unio com os rgos subjacentes. A hipoderme um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas clulas adiposas, constituindo o panculo adiposo. a camada responsvel pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia (CORMACK, 2003).
Folculo piloso
Segundo Dawber e Neste (1996), o folculo piloso compreende o pelo, as glndulas sebceas e o msculo eretor do pelo, e, localiza-se na derme. O corpo humano ao nascer revestido por cerca de 5 milhes de folculos pilosos, no sendo formados folculos adicionais aps o nascimento. As regies palmares, plantares, do lbio inferior e do pnis no contm folculos. Mansur e Gamonal (2004), conceituam que o folculo piloso uma dilatao terminal de um prolongamento da epiderme e tem mais ou menos 25 ciclos de vida. Seu desenvolvimento iniciado em torno do terceiro ms da vida fetal, quando a epiderme comea a enviar prolongamentos para a derme subjacente e estes iro se transformar em folculos e daro origem aos pelos. Esse ciclo se completa em torno do oitavo ms de 6 gestao. O pelo uma estrutura epitelial e compreende duas pores principais: a haste capilar e a raiz do pelo. A haste capilar a poro do pelo situada acima do nvel da epiderme, enquanto a raiz do pelo a poro localizada dentro do folculo.
Glndulas Sebceas
As glndulas sebceas encontram-se na derme e os seus ductos desembocam na parte superior do folculo piloso. Estas glndulas so mais abundantes na face, couro cabeludo e fronte. O sebo, produto de secreo das glndulas sebceas, uma mistura complexa de lipdios que contm triglicerdeos, cidos graxos livres, colesterol e steres de colesterol. A atividade dessas glndulas muito influenciada pelos hormnios sexuais. Acredita-se que o sebo facilite a manuteno da textura adequada da pele e a flexibilidade dos pelos (GARTNER, 2003). Na concepo de Agache (1994), as glndulas so estticas com forma e volume fixos, podendo a "bolsa" estreitar-se quando est vazia, enquanto outra aumenta o volume, e depois, tambm regride e sendo assim, existe uma variao contingente celular de cada lbulo e mesmo de cada glndula, podendo haver mudanas de ritmo secretor. a ao dos hormnios andrgenos que causa a maior atividade das glndulas sebceas. A oleosidade excessiva juntamente com o fungo Pitytosporum ovale fazem parte do processo e os fatores desencadeantes so alteraes fsicas e emocionais, assim como a temperatura, tem como principais sintomas descamao, vermelhido e coceira (MARTINEZ, 2009).
Afeces do couro cabeludo
Toda a alterao que afete o couro cabeludo como a seborreia, a dermatite seborreica e a caspa so anomalias que causam desconforto s pessoas que sofrem dessas disfunes que ocorrem na pele. Por se apresentarem nas reas mais visveis como, couro cabeludo, face, sobrancelhas, nas regies articulares como joelhos e cotovelos, ocasionam reaes da baixa autoestima porque afetam diretamente a esttica pessoal (PEYREFITTE, 1998). Caspa Pityriasis capitis: Caracteriza-se por descamao fina, esbranquiada e difusa que acomete o couro cabeludo. Alguns autores a consideram como a forma 7 branda da dermatite seborreica; outros atribuem o seu aparecimento somente acelerao da multiplicao celular (KEDE, SABOTOVICH, 2004). Embora a caspa no traga nenhum transtorno fsico, sua presena causa um desconforto social muito grande, quer pela aparncia do couro cabeludo, quer pela descamao que cai sobre as roupas. Esse ressecamento pode ser provocado por produtos irritantes como xampus, cremes, gis e condicionadores inadequados, ou at mesmo deficincias nutricionais de vitaminas e leos essenciais (GOMES, 1999).
Figura 1 Caspa Fonte: http://www.salesdantas.com
Seborreia: o nvel de produo de sebo considerado excessivo. No apresenta descamao ou vermelhido. influenciada por fatores hormonais, alimentares, emocionais e climticos. um fator predisponente para a dermatite seborreica (WICHROWSKI, 2007).
Figura 2 Seborreia Fonte: http://lucianaweb.com
Dermatite Seborreica Pityriasis steatoides: uma dermatose extremamente comum, crnica, que ocorre em reas ricas em glndulas sebceas, como o couro cabeludo, face e tronco. A pele afetada apresenta-se eritematosa, recoberta de escamas 8 gordurosas e amareladas. Existem muitas teorias a respeito da dermatite seborreica, mas a causa desta dermatose permanece desconhecida. Observa-se a participao de fatores emocionais e fsicos nas recidivas e no agravamento do quadro (PEYREFITTE, 1998).
Figura 3 Dermatite Seborreica Fonte: http://www.dermatologia.net
Argiloterapia
Argiloterapia ou Geoterapia o uso da terra no combate s enfermidades e uma das mais importantes tcnicas teraputicas da medicina natural. (PERRETO, 2003). A argiloterapia pode ser usada tanto de modo preventivo como auxiliar no tratamento de doenas. Extrada da terra, uma das tcnicas mais antigas, utilizada antes mesmo da Era Crist, para cura de doenas da pele. Os egpcios aplicavam a substncia no corpo para deixar a pele macia; no processo de mumificao; para ulceraes e inflamaes. Sabemos tambm que Hipcrates, Dioscrides, Avicena e Galeno realizaram milagres com tratamentos base de argila (BONTEMPO, 1994; TRAVASSOS, 2003). Mais frente, grandes naturalistas como Kneipp, Kuhn, Just, Felke e outros contriburam na difuso desses conhecimentos (DEXTREIT; ABEHSERA, 2006).
Argila
A argila comumente definida como material natural, terroso, de granulao fina, que quando umedecida na gua, apresenta certa plasticidade. Designa ainda o nome argila um grupo de partculas do solo cujas dimenses medem cerca de 2 microns (milsimo de milmetro). Estas partculas minsculas que contribuem para seu grande poder de absoro (SANTOS, 2004). 9 um material natural, composto por partculas de silicato de alumnio, alm de diversos oligoelementos como o Titnio, Magnsio, Cobre, Zinco, Alumnio, Clcio, Potssio, Nquel, Mangans, Ltio, Sdio e Ferro (GOMES; DAMAZIO, 2009). De acordo com o local de extrao a constituio pode sofrer variaes, porm esta diferenciao entre os tipos de argilas no modificam suas principais atuaes, promovendo a ao absorvente, cicatrizante e anti-sptica. Os minerais encontrados nas argilas funcionam como potencializadores de determinados efeitos, conforme a sua concentrao. As argilas esto, portanto, formadas por misturas de muitos minerais dos quais alguns deles podem ser predominantes (SANTOS 2004; MEDEIROS, 2007). A argila possui propriedades que variam conforme sua composio, porm quase todas so ativadoras do metabolismo, absorvente, bactericida, antissptica, analgsica, cicatrizantes, desodorante, alm de neutralizar e absorver radioatividade. Todas essas propriedades so ativadas quando a argila umedecida (SANTOS, 2004). Bontempo (1994, p.14-15), sugere que:
Por efeito das modalidades geoterpicas a composio qumica e os componentes geolgicos da argila tm potencialidades teraputicas, assim como a troca de energia com o organismo (por meio de ons) e o equilbrio trmico proveniente do estmulo frio externo e as reaes de calor do organismo. Estes estmulos externos podem ter influncia direta sobre a circulao sangunea e de oxignio e sobre o metabolismo do organismo, potencializando a capacidade de regenerao celular e a eliminao de toxinas, que podem estar relacionadas disfuno apresentada pela interagente.
H vrios tipos de argila, cada uma com caractersticas prprias, com indicaes diferentes, sendo que, as mais representativas so as argilas verdes, brancas, pretas, amarelas, vermelhas, rosas e marrons. Sua colorao determinada pela composio mineral da rocha de onde foi extrada. Hoje, a argila utilizada pela indstria cosmtica em vrios produtos, porm o profissional deve pesquisar e utiliz-las tambm in natura (PERETTO, 2003; GOMES; DAMAZIO, 2009).
Argila na terapia capilar
Em tratamentos capilares, utiliza-se a argila para tratar o couro cabeludo com seborreia, caspa e dermatites seborreicas. O estmulo provocado pela argila no tecido drmico capaz de produzir efeitos de mobilizao de resduos metablicos do espao 10 intersticial, remoo de resduos externos sobre a pele, resduos de glndulas sudorparas e sebceas, alm de aumentar a nutrio tpica e, consequentemente, a resistncia a agentes patgenos (MEDEIROS, 2007; GOMES; DAMAZIO, 2009). Quando a argila aplicada no couro cabeludo, ela proporciona uma espcie de peeling capilar ao remover as clulas mortas, liberar as toxinas do organismo, ativar a circulao e absorver as impurezas e resduos (MORA, 2007). Gomes e Damazio (2009), destacam que para tratamentos capilares so utilizadas as argilas verde, branca e rosa. A argila verde, a mais tradicional das argilas e tambm chamada de montemolinorita, possui ao adstringente, cicatrizante e oxigenante. Indicada para as pele oleosas, pois promove a desintoxicao e regula a produo sebcea (MEDEIROS, 2007; WICHROWSKI, 2007). A argila branca ou caulinita uma argila primria composta de silicato de alumnio hidratado resultante da alterao de rochas lavadas pela chuva. Possui pH muito prximo da pele, e seus principais benefcios so absorver oleosidade sem desidratar, suavizar, cicatrizar e catalisar reaes metablicas do organismo. A argila branca o tipo de argila mais utilizado para fins estticos sendo a mais leve de todas as argilas e pode ser utilizada pura ou com argilas verdes e vermelhas suavizando o seu efeito (MEDEIROS, 2007). A argila rosa a mistura da argila branca com a argila vermelha. De efeito antissptico, adstringente, cicatrizante e suavizante. Para reduzir a oleosidade, esfoliar, renovar e fortalecer o couro cabeludo a argila pode ser usada como mscara ou compressas (WICHROWSKI, 2007). A associao de outros mtodos teraputicos argiloterapia pode produzir um efeito mais eficaz no tratamento, o que chamamos de mecanismos potencializadores, destacamos entre vrios, a utilizao de leo essencial.
leos essenciais
Aromaterapia a prtica teraputica que utiliza leos Essenciais 100% puros para a preveno e/ou tratamento natural de problemas do corpo e mente, proporcionando bem estar. Quantas vezes voc entrou numa loja somente pelo aroma que sente? Os leos essenciais so componentes muito ativos e no devem ser utilizados puros. Sempre diludos em meio neutro e em propores seguras. Muitos no tm um cheiro agradvel, para contornar esse problema, faz-se uso da sinergia, que a mistura 11 de vrios leos essenciais de forma a produzir um aroma agradvel sem abrir mo da utilizao do leo indicado na terapia (LAVABRE, 2005). Conhecidos desde 6.000 anos atrs, quando j eram utilizados pelos egpcios os leos essenciais so, hoje, aliados importantes nos tratamentos capilares. So comprovadas a eficcia dos leos essenciais nas suas aes antisspticas, cicatrizantes, antiinfecciosas e estimulantes do couro cabeludo. Estas aes sero efetivas se os leos tiverem sido convenientemente extrados e corretamente conservados (WICHROWSKI, 2007). O profissional bem informado com certeza poder indicar algum tipo de leo para ser aplicado pelo prprio cliente em casa. Este mesmo profissional dever escolher o melhor leo para cada caso. Mas como todas as substncias farmacologicamente ativas, os leos essenciais tambm podem provocar alergias, por isso seu uso deve ser sempre com muito cuidado, e deve-se fazer sempre uma avaliao cuidadosa em clientes que apresentem alergias, hipertenso, epilepsia, gravidez, couro cabeludo sensvel, ferimentos, inflamaes ou problemas do sistema linftico. Wichrowski (2007), afirma que a forma de tratamento dos leos essenciais se d atravs do sistema circulatrio, pois eles possuem molculas pequenas o bastante que podem penetrar atravs da pele, e os seus benefcios comeam em aproximadamente meia hora. Apresentamos a seguir alguns exemplos de leos para tratamento da Dermatite Seborreica e Caspa.
Alecrim (Rosmarinus officinalis): melhora a circulao, limpa e estimula o couro cabeludo e combate infeces. Bergamota (Citrus aurantium sub. Esp. Bergamia): antissptica, adstringente e cicatrizante. Lavanda (Lavandula officinalis): cicatrizante, equilibra a oleosidade e estimula a renovao celular. Ao tnica sobre os cabelos. Patchouli (Pogostemon patchouly): indicado para caspa, seborreia e cabelo oleoso. Tea Tree - (Melaleuca alternifolia): atua como antissptico contra as infeces bacterianas da pele. bactericida, bacteriosttica e fungicida. Slvia (Salvia sclarea): regenerador do couro cabeludo e estimulante do crescimento capilar. Antissptico e bactericida. 12 Em sesses realizadas 1 a 2 vezes por semana, o uso dos leos essenciais apresenta respaldo cientfico no tratamento dos problemas capilares tendo sido publicados artigos que provam seus benefcios e resultados comparados com massagem tradicionais (LAVABRE, 2005). Assim, para quem busca algo mais eficaz na recuperao de seus cabelos ou gosta de tratamentos com caractersticas mais naturais, fica a opo da argiloterapia com associao de leos essenciais, consideradas interessantes e vantajosas, como as que se destaca a seguir.
PROTOCOLO DE TRATAMENTO
Protocolo para Dermatite Seborreica 4 colheres de sopa de Argila Verde 40 ml de gua mineral sem gs ou gua purificada 2 gotas de leo Essencial de Bergamota (Citrus aurantium sub. Esp. Bergamia) 2 gotas de leo Essencial de Alecrim (Rosmarinus officinalis) 3 gotas de leo Essencial de Slvia (Salvia sclarea) 5 ml de xampu neutro
Misturar a Argila Verde com a gua, adicionar os leos ao xampu neutro e depois misturar tudo. Aplicar no couro cabeludo (seco) dividindo o cabelo em mechas. Deixar agir por 20 minutos. Se quiser potencializar o produto, usar uma touca de alumnio. Remover fazendo uma leve esfoliao. Hidratar as pontas dos cabelos com uma mscara capilar hidratante.
Aplicar de 1 a 2 vezes por semana. Obs.: Nos primeiros dias de tratamento pode ocorrer ressecamento nos cabelos.
Protocolo para Caspa 1 colher de sobremesa de Argila branca 3 gotas de leo Essencial de Lavanda (Lavandula officinalis) 3 gotas de leo Essencial de Tea Tree (Melaleuca alternifolia) 3 gotas de leo Essencial de Patchouli (Pogostemon patchouli) 13 10 ml de xampu neutro
Diluir os leos no xampu e misturar a argila em seguida. Aplicar nos cabelos midos e massagear o couro cabeludo por aproximadamente 10 minutos. Enxgue e aplique uma quantidade de 10ml de mscara capilar hidratante com 10 gotas de leo essencial de Lavanda (Lavandula officinalis) e deixe agir por 20 minutos.
Pode ser usado at 3 vezes por semana.
Protocolo para Seborreia 4 colheres de sopa de Argila rosa 40 ml de gua mineral sem gs ou gua purificada 3 gotas de leo Essencial de Bergamota (Citrus aurantium sub. Esp. Bergamia) 3 gotas de leo Essencial de Alecrim (Rosmarinus officinalis) 3 gotas de leo Essencial de Slvia (Salvia sclarea) 5 ml de xampu neutro
Misturar a Argila rosa com a gua, adicionar os leos ao xampu neutro e depois misturar tudo. Aplicar no couro cabeludo (seco) dividindo o cabelo em mechas. Deixar agir por 20 minutos. Se quiser potencializar o produto usar uma touca de alumnio. Remover fazendo uma leve esfoliao. Hidratar as pontas dos cabelos com uma mscara capilar hidratante.
Aplicar de 1 a 2 vezes por semana
METODOLOGIA
O presente artigo foi desenvolvido a partir de pesquisa do tipo exploratria bibliogrfica. A pesquisa bibliogrfica desenvolvida a partir de material j elaborado, constitudo principalmente de livros e artigos cientficos. Embora quase todos os estudos sejam exigidos algum tipo de trabalho desta natureza, h pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliogrficas. Boa parte dos estudos exploratrios pode ser definida como pesquisas bibliogrficas. As pesquisas so ideologias, bem como aquelas que se prope anlise de diversas posies acerca de um problema, tambm costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes bibliogrficas (GIL, 1996, p.48). 14
As fontes bibliogrficas podem ser classificadas em livros de leitura corrente, livros de referncia (dicionrios, enciclopdias, anurios e almanaques); publicaes peridicas (jornais e revistas) e impressos diversos. Para o desenvolvimento da pesquisa houve a busca das informaes sobre os processos de renovao celular assim como a anatomia e fisiologia das glndulas sebceas, que quando alterado o seu funcionamento podem provocar alteraes no couro cabeludo. Com o objetivo de descrever estas alteraes e as formas de tratamento por meio da argiloterapia, optou-se pela pesquisa exploratria que, para Gil (1996, p.45), tem como a caracterstica de: [...] proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou a construir hipteses. Pode-se dizer que estas pesquisas tm como objetivo principal o aprimoramento de idias ou descobertas de intuies. Seu planejamento , portanto, bastante flexvel, de modo que possibilite a considerao dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: a) levantamento bibliogrfico; b) entrevistas com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado; c) analise de exemplos que estimulem compreenso. Embora o planejamento de pesquisa exploratria seja bastante flexvel, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliogrfica ou de estudo de caso.
Como resultado da pesquisa apresentou-se neste artigo trs protocolos que podem ser desenvolvidos tanto com argila branca como com a argila verde e a associao dos leos essenciais, descrevendo passo a passo o desenvolvimento de cada um deles.
CONSIDERAES FINAIS
O couro cabeludo parte da pele, rgo que recobre toda a superfcie do corpo humano, porm muitas vezes esquecemos que o couro cabeludo pele e que sofre as mesmas agresses que o restante do corpo, sendo que ele ainda possui uma quantidade de pelos terminais (os cabelos) numa quantidade aproximada de 100 a 150 mil folculos nesta rea. A sade dos cabelos est diretamente e intrinsecamente ligada ao couro cabeludo saudvel. M alimentao, alteraes hormonais, estresse, exposio constante a produtos alcalinos, utilizao inadequada de xampus e condicionadores, agresses 15 mecnicas e abrasivas, falta de hbitos adequados de higiene, todos estes itens so agravantes para se obter um couro cabeludo saudvel. A argiloterapia uma modalidade de terapia complementar capilar que est ganhando fora no mercado, um recurso milenar que comprovadamente eficiente aos problemas de couro cabeludo oleoso e seborreico. As terapias capilares esto ganhando mercado tanto no Brasil quanto no exterior, e os leos essenciais associados a estes tratamentos demonstram um resultado positivo e potencializador. Mas deve-se complementar que apenas o tratamento no suficiente. As pessoas devem se conscientizar da necessidade da busca de qualidade de vida e mudanas dirias em prticas de higiene com o couro cabeludo para terem resultados duradouros aos tratamentos. Por fim, sugere-se que pesquisas futuras sejam realizadas com o intuito de investigar a eficcia da argila no tratamento contra a oleosidade do couro cabeludo, dando destaque utilizao prtica dos protocolos sugeridos nesta pesquisa.
REFERNCIAS
AGACHE, P. Epiderme, pelos, glndulas sebaceas e sudorparas. In PRUNIERAS, M. Manual de Cosmetologia dermatolgica. 2ed. So Paulo: Andrei Editora Ltda, 1994.
BONTEMPO, Dr. Mrcio. Medicina Natural. So Paulo: Ed. Nova Cultura, 1994.
CORMACK, David H. Fundamentos da Histologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2003.
DRIO, Giordana Maciel. Avaliao da atividade cicatrizante da formulao contendo argila medicinal sobre feridas cutneas em ratos. Cricima, 2008. 77f. Dissertao (Mestrado em Cincia da Sade) Universidade do Extremo Sul Catarinense. Cricima, 2008. 16 DAWBER, Rodney; NESTE Dominique Van. Doenas dos Cabelos e do Couro Cabeludo: sinais comuns de apresentao, diagnstico diferencial e tratamento. So Paulo: Manole, 1996.
DEXTREIT, Raymond; ABEHSERA, Michel. Nuevo tratado de Medicina Natural. 15 ed. Espaa: Edaf, 2006.