Experimento 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS Escola de Engenharia Eltrica, Mecnica e de Computao Curso de Graduao em Engenharia Mecnica Disciplina: Termodinmica Aplicada

Prof.: Felipe Pamplona Mariano

Relatrio 1 Experimento Laboratrio de Termodinmica Aplicada


Mrio Silva Neto, [email protected] Rafael Janurio, [email protected]

Resumo: Este trabalho expe de maneira sucinta algumas formas de medio de temperatura com diferentes instrumentos, mostrando a aplicao de cada instrumento, e relata tambm um experimento de medio de temperatura com termmetro de vidro e um termopar, discutindo os dados e as diferenas observadas na medio com os dois aparelhos. Palavras-chave: termmetro, temperatura. 1. INTRODUO O objetivo desse trabalho expor um breve conhecimento sobre aparelhos medidores de temperatura, tendo em vista a grande importncia destes na engenharia, j que grande parte dos processos industriais est sob o efeito da temperatura, o que exige monitoramento e controle. Diante disso os termmetros so importantes ferramentas, que acompanham a rotina de um engenheiro. A palavra termmetro origina-se do grego termo que significa quente e metro que significa medida. Assim, termmetro definido como o instrumento que mede temperaturas. A construo de um termmetro est baseada no uso de alguma grandeza fsica que depende da temperatura, como o volume de um gs mantido a presso constante, o volume de um corpo e a resistncia eltrica de condutores metlicos entre outras grandezas. Para a medida da temperatura de um corpo com um termmetro, preciso esperar o equilbrio trmico, isto , quando em contato com o corpo, precisamos esperar alguns minutos para que o termmetro e o corpo estejam a mesma temperatura, e assim, podemos medir seu valor. Contudo, preciso ter cuidado de escolher termmetros prprios para que se consiga atingir os objetivos. Alguns dos tipos mais comuns so termmetros de vidro, termopares, pirmetros (laser, infravermelho, etc.). 2. MEDIDORES DE TEMPERATURA Os principais medidores de temperatura podem ser divididos em dois grandes grupos a seguir ser apresentado cada um com mais detalhes: os de contato direto do medidor em relao ao que ser medido (termmetro a dilatao de lquidos e de slidos; termmetro a presso de lquido, de gs e de vapor; termmetro a par eltrico; termmetro a resistncia eltrica) e os de contato indireto (pirmetro ptico, fotoeltrico e pirmetro de radiao (cmeras trmicas)). Termmetro a dilatao de lquidos: os termmetros de dilatao de lquido baseiam-se na lei de expanso volumtrica de um lquido com a temperatura dentro de um recipiente fechado. O recipiente de conteno do lquido pode ser de vidro ou metlico, e os lquidos utilizados so: tolueno (-80 a 100 C), mercrio (-35 a 750 C) mais utilizado, lcool (-80 a 70 C), pentano (-120 a 30C), acetona (-80 a 50C). No cotidiano muito utilizado para checar temperatura do corpo humano e de outros animais, na indstria comumente utilizado na indicao de temperatura de pequena flutuao no processo em que a leitura no prprio local no se constitui problema, bem como para os casos em que preciso abaixo de 1% e resposta rpida no se fizerem necessrias.

Figura 1. Termmetro a dilatao de lquidos (Vidro).

Primeiro experimento de Termodinmica Aplicada: Medio com Termmetros

O termmetro de metal ainda utilizado em algumas indstrias para indicaes e registros, pois permite leituras remotas e por ser o mais preciso dentre os sistemas mecnicos de medio de temperatura (sua preciso 0,5%). O elemento de medio utilizado um tubo de Bourdon podendo ser do tipo C, elicoidal ou espiral. Os materiais mais utilizados na construo desse tipo de termmetro so: bronze fosforoso, cobre, berlio, ao inox, ao carbono.

Figura 2. Termmetro a dilatao de lquidos. Vantagens: o termmetro de vidro de baixo custo, o termmetro de metal o mais preciso dentre os sistemas mecnicos de medio. Desvantagens: tempo de resposta grande (> 5 min.), dificuldade de medir objetos em movimento, no recomendvel para controle, grande fragilidade. Termmetro dilatao de slidos (bimetlicos): a operao deste tipo de termmetro se baseia no fenmeno da dilatao linear dos metais com a temperatura. Na prtica a lmina bimetlica enrolada em forma de espiral ou hlice, o que aumenta mais ainda a sensibilidade do sistema. O termmetro mais usado o de lmina bimetlica helicoidal. E consiste de um tubo bom condutor de calor, do interior do qual fixada um eixo que por sua vez recebe um ponteiro que se desloca sobre uma escala. Normalmente o eixo gira de um ngulo de 270 para uma variao de temperatura que cubra toda a faixa do termmetro.

Figura 3. Termmetro a dilatao de slidos Estes termmetros tm aplicao similar s dos termmetros de vidro, porm, por serem resistentes, admitem condies de trabalho mais pesados. Atualmente o indicador de temperatura local mais utilizado na rea industrial. Vantagens: baixo preo, simplicidade de manuseio, alta resistncia, alta gama global: -30 500C. Desvantagens: tempo de resposta grande, pouco precisos.

Primeiro experimento de Termodinmica Aplicada: Medio com Termmetros

Termmetro a presso de gs e Termmetros a presso de lquido: tambm conhecido como sistema termal, constitudo de um manmetro com tubo Bourdon indicador conectado atravs de um capilar ao bulbo sensor de temperatura. Os termmetros presso de gs baseiam-se na lei de Charles e Gay-Lussac que diz: A presso de um gs proporcional temperatura, se mantivesse constante o volume do gs. Variaes de temperatura causam variaes na presso do gs, que so sentidos pelo manmetro. Os gases encontrados nesse tipo de termmetro so: gs hlio, hidrognio, nitrognio e dixido de carbono. Os termmetros presso de lquido so preenchidos com um liquido, geralmente mercrio, variaes de temperatura causam uma dilatao volumtrica do liquido, que ocasiona um movimento no manmetro. Ambos possuem uma estrutura semelhante a do termmetro dilatao de lquidos mostrado na Fig.(2). Os termmetros de presso a lquido so os de aplicao mais geral, dando-se preferncia aos sistemas preenchidos com mercrio, a no ser que a temperatura a ser medida seja baixa (menor que -38C) ou quando h perigo de contaminao por vazamento de mercrio. Termmetros de presso a gs podem ser utilizados em temperaturas mais baixas, o bulbo em geral maior, o que pode ser uma vantagem se o objetivo for medir a temperatura media de um volume grande. Vantagens: baixo preo, simplicidade de manuseio, alta resistncia, Alta gama global: -30 500C. Desvantagens: tempo de resposta grande, pouco precisos. Termopar: consiste de dois condutores metlicos, de natureza distinta, na forma de metais puros ou ligas homogneas. Os fios so soldados em um extremo ao qual se d o nome de junta quente ou junta de medio. A outra extremidade dos fios levada ao instrumento de medio de f.e.m. (fora eletromotriz ou tenso eltrica), fechando um circuito eltrico por onde flui a corrente eltrica. O ponto onde os fios que formam o termopar se conectam ao instrumento de medio chamado de junta fria ou de referncia. Os termopares seguem o princpio dos efeitos termoeltricos, sendo que o efeito Seedbeck o relevante para os termopares. O efeito Seedbeck se produz pelo fato de que os eltrons livres de um metal diferem de um condutor para outro e depende da temperatura corrente. Os termopares podem ser divididos em trs grupos: termopares bsicos; termopares nobres; termopares especiais. Termopares Bsicos: so os termopares de maior uso industrial, os fios so de custo relativamente baixo, e sua aplicao admite um limite de erro maior. Tipo T: Composio: (+) Cobre, (-) Constantan Aplicaes: criometria (baixas temperaturas), indstrias de refrigerao, petroqumica, pesquisas ambientais. Tipo J: Composio: (+) Ferro, (-) Constantan. Aplicaes: centrais de energia, metalurgia, qumica, petroqumica e indstrias em gerais. Tipo E: Composio: (+) Chromel, (-) Constantan. Aplicaes: qumica e petroqumica. Tipo K: Composio: (+) Chromel, (-) Alumel. Aplicaes: metalurgias, siderrgicas, fundio, usina de cimento, vidros, cermicas e indstrias em geral. Termopares Nobres: so aqueles que os pares so constitudos de platina, possuem custo elevado e exigem instrumentos receptores de alta sensibilidade, apresentam uma altssima preciso. Tipo S: Composio: (+) Platina e Rhodio, (-) Platina. Aplicaes: metalurgia, siderrgicas, fundio, usina de cimento, vidros, cermicas e pesquisas cientificas. Tipo R: Composio: (+) Platina e Rhodio, (-) Platina. Aplicaes: mesmas do tipo S. Tipo B: Composio:(+) Platina (70%) e Rhodio (30%), (-) Platina (94%) e Rhodio (6%) Aplicaes: vidro, siderrgica, alta temperatura em geral. Termopares especiais: so novos tipos de termopares desenvolvidos para atender as condies de processo onde os termopares bsicos no podem ser utilizados. Podem ser de tungstnio-rhnio, irdio, ouro, nicrosil/nisil. Os termopares so os sensores de temperatura mais amplamente utilizados. Encontram aplicao nos mais variados processos, em ampla faixa de temperatura. Deve-se atentar para a tolerncia do processo a ser medido. Vantagens: Elevadas amplitudes de temperatura, tempos de resposta rpidos, design compacto, elevada resistncia vibrao, elevada robustez. Desvantagens: baixa tenso de sada, requer referncia.

Figura 4. Termopar.

Primeiro experimento de Termodinmica Aplicada: Medio com Termmetros

Pirmetros: o equipamento utilizado para medir temperatura quando no h contato direto entre instrumento de medio e objeto a ser medido. Na indstria esse tipo de medidor aplicado em processos de temperatura muito alta. Pode ser utilizado em diversas situaes, em processos de fabricao: metais e tratamento trmico, vidro, alimentos, cura e secagem de pinturas, em manuteno de fabricas e instalaes: motores, bombas e mancais, em transporte terrestre e areo: sistemas hidrulicos, freios, sistemas de refrigerao de motores, sistemas de aquecimento, ar-condicionado, armazenamento e transporte de alimentos. Muito teis em situaes em que os locais para medio so de difcil acesso e tambm para medir temperaturas mdias de grandes superfcies.

Figura 5. Diagrama simplificado de um termovisor genrico. O pirmetro tico determina a temperatura da superfcie pela cor da radiao emitida. O ponto de mximo da curva de radiao de corpo negro se move em direo aos comprimentos de onda menores medida que a temperatura cresce, o que corresponde a uma mudana de cor na radiao emitida. A lei de Wien estabelece esta relao. As cmeras trmicas absorvem as radiaes emitidas pelos objetos e traduzem-nas numa imagem que pode ser a cores ou em escala de cinzento, onde cada intensidade corresponde a uma temperatura. Segundo a lei de StefanBoltzmann, a energia irradiada por um corpo negro proporcional sua temperatura absoluta e dada por E = T4, onde = 5.67 x 108 W/(m2 K4) a constante de Stefan-Boltzmann, sendo T a temperatura absoluta do corpo em Kelvin. Considerando que os objetos no so radiadores ideais, esta lei expressa-se na forma E = T4, onde a emissividade do objeto (=1 para radiadores ideais). Pelo fato de estas cmaras captarem as radiaes que so emitidas pelos objetos, no necessitam de uma fonte prpria de raios infravermelhos. Isto permite que o consumo de energia tenha valores reduzidos. As imagens resultantes tm pouca resoluo e no se distingue facilmente todos os objetos que fazem parte da imagem; tm a vantagem de ser possvel ver atravs de materiais como plstico, poeira, fumo, etc. No entanto, quanto maior for a distncia ao objeto, menor a qualidade da captao. So tipicamente utilizadas como complemento a imagens infravermelhas e tambm em cenrios de vigilncia em locais de escurido total ou com luzes brilhantes, uma vez que so imunes s condies de iluminao.

Figura 6. Cmera trmica( esquerda) e Pirmetro ptico (direita). 3. EXPERIMENTO Os materiais utilizados nos procedimentos experimentais foram: termmetro de vidro, termopar conectado a um multmetro digital, cronmetro digital, Becker com suporte, lamparina, 300 ml de gua. Os procedimentos efetuados foram: provocar o aquecimento da gua contida no Becker acendendo a lamparina em baixo do mesmo, registrando a cada 1(um) minuto a temperatura medida pelo termopar e no termmetro de vidro , totalizando 11 medidas desde o tempo inicial igual a 0 min. at o tempo final igual a 10 min. Em seguida retirou-se a lamparina debaixo do Becker e mais uma vez verificou-se as temperaturas medidas a cada minuto em um intervalo de tempo de 0 a 10 minutos. Os dados coletados foram registrados na Tab.(1) como se v abaixo.

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Tabela 1. Temperaturas (C) medidas no termmetro de vidro e no termopar no intervalo de 0 a 10 minutos. TEMPO (min.) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 AQUECIMENTO Vidro Termopar 26,0C 26,2C 27,0C 26,7C 29,0C 27,0C 31,0C 28,3C 32,0C 31,6C 35,0C 34,1C 36,0C 35,8C 40,0C 39,9C 41,0C 40,9C 43,0C 42,7C 44,0C 44,4C RESFRIAMENTO Vidro Termopar 44,0C 44,4C 46,0C 47,0C 46,0C 46,5C 45,0C 45,9C 45,0C 45,8C 44,0C 45,3C 43,0C 44,9C 43,0C 44,4C 42,0C 43,8C 42,0C 43,3C 42,0C 42,8C

Abaixo os grficos que representam as leituras verificadas a cada minuto no termmetro de vidro e termopar no aquecimento Fig.(1), e resfriamento Fig.(2), assim como as comparaes entre essas temperaturas em um grfico de disperso Fig.(3) e Fig.(4).

Tempo (min.) Figura 7. Temperaturas registradas pelo termmetro de vidro e termopar em funo do tempo durante o aquecimento da amostra de gua.

Figura 8. Temperaturas registradas pelo termmetro de vidro e termopar em funo do tempo durante o resfriamento da amostra de gua.

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Figura 9. Grfico de disperso comparando as temperaturas registradas pelo termmetro de vidro e termopar durante o aquecimento.

Figura 10. Grfico de disperso comparando as temperaturas registradas pelo termmetro de vidro e termopar durante o aquecimento. 4. DISCUSSO DOS RESULTADOS Observando os resultados obtidos, notamos que existem diferenas entre as medies com o termmetro de vidro e o termopar. A primeira delas a preciso dos resultados. A preciso apresentada pelo termopar maior do que a do termmetro de vidro, devido a diferena de resoluo dos aparelhos. Enquanto o termopar capaz de indicar a temperatura com uma resoluo de 0,1C o termmetro possui resoluo de 0,5C. A facilidade de leitura do termopar (visor digital) maior do que a do termmetro de vidro (escala graduada), isso diminui erros de leitura. Durante o aquecimento da amostra a resposta dos termmetros foi parecida, com uma discrepncia mais acentuada no intervalo entre 2 e 3 minutos, seguindo um padro mais linear do que no resfriamento. Observando o grfico de disperso da Fig.(3) nota-se que os desvios so menores do que os da Fig.(4), o que mostra um aumento parecido nas marcaes das temperaturas. No resfriamento houve maiores diferenas entre as medidas dos instrumentos e um comportamento menos linear da curva que indica a temperatura em relao ao tempo. Analisando a Fig.(2) vemos que entre o tempo 0 e 1 houve um aumento na temperatura da gua que estava em resfriamento, isso porque logo aps o perodo de aquecimento a amostra continuou recebendo calor, o que provocou um aumento na temperatura. As discrepncias entre as medidas foram maiores devido a um atraso na transferncia de energia do meio para o medidor, caracterizando um

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erro dinmico por parte do termmetro de vidro devido a sua velocidade de resposta. Analisando a curva que caracteriza o resfriamento medido pelo termopar vemos que esse erro menor, de forma que a temperatura cai de forma mais constante e linear. O resultado das diferenas pode ser visto no grfico da Fig.(4) onde nota-se que h um maior desvio nos dados do que no aquecimento. De maneira geral comparando-se os dados obtidos atravs da medio com termopar e termmetro de vidro, conclumos que os dados do termopar so mais precisos e apresentam uma maior linearidade em relao ao termmetro de vidro. 5. CONCLUSO Ao terminar esse trabalho podemos entender um significado mais amplo das medies de temperatura no que diz respeito as formas de medir e os aparelhos de medio, ressaltando a importncia de que se tenha a aplicao correta de cada mtodo e aparelho. Atravs da experincia com o termopar e o termmetro de vidro foi possvel evidenciar na prtica as diferenas nos processos e nos dados obtidos. Essas diferenas nos trouxeram a concluso de que os dois aparelhos podem ser usados em algumas situaes dependendo das necessidades a serem satisfeitas. O termmetro de vidro representa uma opo prtica de baixo custo, porm, tambm frgil e de uma leitura menos precisa que o termopar, que se mostrou menos frgil (no sentido de quebrar) e mais preciso e com uma leitura mais facilitada. 6. REFERNCIAS http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/manutencao/Grupo_10.pdf http://www.if.ufrgs.br/~leila/termo.htm http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14738/000668148.pdf?sequence=1 http://www.icel-manaus.com.br/imagens/produtos/TD-955%20Manual.pdf

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