O Homem Nu

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Descric dc prcdutc

Alunos recebem, por ano, quaLro


livros, Dicionrio LleLrnico Houaiss,
|oqo Neuronmax e acesso ao PorLal
Uno. As disciplinas de PorLuques,
MaLemLica, Ciencias, Ceoqrala,
HisLria e lnqles so encarLadas
|unLas num mesmo volume.
Os prolessores recebem livro,
manual, Dicionrio LleLrnico
Houaiss, acesso ao PorLal UNO,
acesso ao j`k\ Neuronmax e aulas
mulLimdia. Para o ensino da Lnqua
Lspanhola, h quaLro livros por ano
para o aluno. Livro e CD de udio
para o prolessor a cada ano.
Lnua Pcrtuuesa
A linquaqem verbal esL na vida das pessoas. O
papel da escola e ampliar esse conhecimenLo para
qerar uma relexo sisLemLica sobre os usos da
lnqua em dilerenLes conLexLos. Lssa relexo Lem
como pressuposLo a lormao da crLica sobre os
aLos da linquaqem para que o aluno possa, por meio
dela, inLerpreLar o mundo e a si mesmo, inclusive
qerando mudanas dos siqnilcados | consLiLudos
socioculLuralmenLe.
Matemtica
Aprender MaLemLica siqnilca conhecer seus
conceiLos e seus meLodos e ser capaz de apliclos
em diversas siLuaes, uLilizando adequadamenLe
a manipulao simblica. Dela lazem parLe erros
e acerLos, imaqinao e raciocnio lqico, conLra
exemplos, con|ecLuras e crLicas.
Gif^iXdX1 1raLamenLo da lnlormao.
Cincias
A disciplina e compreendida como uma
consLruo humana coleLiva e conLexLualizada
Lemporal e espacialmenLe. A aquisio de uma
base de conhecimenLos orqanizados, aliada ao
desenvolvimenLo do pensamenLo crLico, permiLe
ao aluno compreender siLuaes que envolvem a
Lranslormao da naLureza, a promoo da saude,
as Lecnoloqias e as conseqencias de sua uLilizao.
Gif^iXdX1 lniciao ao pensamenLo cienLlco.
Cecraha
A Ceoqrala procura aproximar o luqar de vivencia
ao conhecimenLo qeoqrlco sisLemaLizado para
a compreenso das inLeraes enLre sociedade e
naLureza ocorridas no mundo com visLas a uma
aLuao cidad. Assim, o aluno poder compreender
o mundo, conhecer o espao produzido pelo ser
humano e a maneira como a sociedade se relaciona
com a naLureza.
Gif^iXdX1 AllabeLizao carLoqrlca.
Histria
A HisLria apresenLa o passado sob uma perspecLiva
qlobal, relacionando a dimenso do espao
publico aos aspecLos da vida privada, sem perder
de visLa que o conhecimenLo hisLrico esL em
consLanLe mudana, se|a pela descoberLa de novos
documenLos, se|a pelos aconLecimenLos posLeriores.
A abordaqem cronolqica e inLeqrada da HisLria
Ceral e do Brasil lavorece ao aluno localizar
aconLecimenLos no Lempo, idenLilcar sua durao
e relacionlos sequndo criLerios de anLerioridade,
simulLaneidade e posLeridade.
Gif^iXdX1 Fazendo hisLria.
!nIs
O maLerial didLico da Lnqua lnqlesa orqanizase
a parLir de Lemas que lazem parLe do diaadia dos
alunos. As unidades iniciamse com diloqos simples
e, por meio deles, os conLeudos qramaLicais so
apresenLados.
EspanhcI
O acesso a Lnqua Lspanhola proporciona ao aluno
o conLaLo com uma realidade culLural disLinLa e
lavorece a relexo sobre sua prpria lnqua.
Ensino
Fundamental
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ao 9
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ano
DesenvcIver habiIidades
Pelas orienLaes dos ParmeLros Curriculares
Nacionais, os conLeudos devem ser meios
para aquisio e desenvolvimenLo de iniciaLiva
e inovao, em processo de educao
permanenLe.
O maLerial didLico do UNO para o seqmenLo
Lnsino FundamenLal 2 preLende conLribuir para
que o aluno desenvolva essas capacidades
e aprenda os conLeudos necessrios para
parLicipar da sociedade e consolidar valores
democrLicos e eqiLaLivos. 1raLase de inLeqrar
consLruo de conhecimenLo siqnilcaLivo a
inLerao social. Para que isso aconLea, e
preciso relacionar o conhecimenLo previo do
aluno ao conLeudo que se preLende conhecer.
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Toda histria tem narrador,
narrativa e leitor (ou ouvinte).
O ato de narrar envolve um ou mais
personagens em determinado espao
e ao longo de certo perodo de tempo.
Alm disso, preciso haver ao
e enredo, elementos fundamentais
da narrativa. Esses so os assuntos
tratados nestas duas unidades.
A foto que voc v uma cena
do lme Desventuras em srie,
em que trs irmos perdem seus
pais num incndio.
LNGUA
PORTUGUESA
PRODUO DE TEXTO
UNIDADE 1 Ao no texto narrativo
UNIDADE 2 Organizao do enredo
na narrativa
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Professoras especialistas
Rosana Correa Pereira El-Kadri
Graduada em Letras pela Pontifcia
Universidade Catlica de So Paulo
PUC-SP. Especialista em tecnologias
interativas aplicadas educao pela
Pontifcia Universidade Catlica de
So Paulo PUC-SP. Autora de material
didtico para cursos de EAD. Assessor
educacional de lngua portuguesa do
ensino fundamental 2 de escolas pblicas.
Professora de lngua portuguesa no
ensino fundamental 2.
Maria Salete Toledo Uzeda Moreira
Graduada em Letras pela Universidade
de So Paulo USP. Mestre em Letras
pela Universidade de So Paulo USP.
Assessora na rea de Leitura e Escrita
para professores da rede pblica. Autora
de material didtico para cursos de EAD.
Professora de Lngua Portuguesa no ensino
fundamental 2 da rede particular de ensino.
Coordenao editorial: Maria Beatriz de Campos Elias,
Alexandre da Silva Sanchez
Edio: Jos Paulo Brait, Geraldo Fantin
Assistncia editorial: Alex Godoy Mirkhan, Vivian Lobato
Fonseca Ferreira
Reviso tcnica: Fernando Cohen
Preparao de texto: Geraldo Fantin
Coordenao de design e projetos visuais: Sandra Botelho de
Carvalho Homma
Projeto grco de capa e miolo: Signorini Produo Grca
Foto de capa: Penas vermelhas e amarelas de arara.
Theo Allors-Zerfa / Corbis Latinstock
Coordenao de produo grca: Andr Monteiro,
Maria de Lourdes Rodrigues
Edio de arte: Aderson Oliveira
Assistncia de produo: Benedito Reis Minotti, Fabio Ventura,
Ricardo Yorio
Editorao eletrnica: Sammartes
Ilustraes: Rogrio Borges
Cartograa: Alessandro Passos da Costa, Anderson de Andrade
Pimentel, Guilherme Arruda
Coordenao de reviso: Estevam Vieira Ldo Jnior
Reviso: Daniela Bessa Puccini
Coordenao de pesquisa iconogrca: Ana Lucia Soares
Pesquisa iconogrca: Maiti Salla e Priscila Garofalo
As imagens identicadas com a sigla CID foram fornecidas pelo
Centro de Informao e Documentao da Editora Moderna.
Coordenao de tratamento de imagens: Amrico Jesus
Tratamento de imagens: Evaldo de Almeida, Fabio N. Precendo,
Rubens M. Rodrigues.
Sada de lmes: Helio P. de Souza Filho, Marcio Hideyuki Kamoto
Coordenao de produo industrial: Wilson Aparecido Troque
Impresso e acabamento:
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e
Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados
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2007
Impresso no Brasil
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UNIDADE2 Organizao do
enredo na narrativa
Leia esta imagem.
O que voc j sabe
Figura 1 Festa junina no Nordeste, de Francisco Carlos Laranjeira, 2005. leo sobre tela.
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Responda individualmente s seguintes questes.
Estudo das imagens
1 Observe a tela do pintor pernambucano Francisco Carlos Laranjeira e respon-
da: quais elementos nos permitem armar que ela retrata uma festa junina?
A decorao tpica com bandeirinhas, as roupas tambm tpicas dos casais,
a fogueira ao fundo, os fogos de artifcio etc.

2 Observe o mesmo tema pintado por Di Cavalcanti em 1969 e responda s
seguintes questes.
Figura 2 So Joo, de Di Cavalcanti, 1969. leo sobre tela, 81 cm x 100 cm.
a) Quais os aspectos comuns s duas pinturas?
As duas cenas so retratadas noite; os personagens usam roupas tpicas;
h bales no cu.
b) Quais aspectos so diferentes?
Na primeira pintura h caractersticas tpicas da festa no Nordeste:
os personagens usam chapu de couro e os instrumentos musicais so
o tringulo, o zabumba e a sanfona; as pessoas danam ao som da msica.
Na segunda, os personagens observam trs pessoas num tablado, e
ao fundo h um homem com um violo.
Professor: A inteno
do exerccio preparar
o caminho para mostrar
que, assim como um
mesmo tema pode ser
pintado de vrias ma-
neiras, a organizao
dos fatos numa narrati-
va pode obedecer a se-
qncias diversas.
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c) O ttulo da segunda pintura So Joo. possvel determinar que cidade
ou regio do pas ela retrata?
No exatamente. Ela retrata uma festa de So Joo em qualquer cidade
do interior do Brasil.
d) Apesar de ambientadas no mesmo perodo do dia, qual das duas pinturas
parece mais clara? Na sua opinio, por que isso ocorre?
A primeira parece mais clara, talvez pela predominncia de cores quentes:
vermelho, laranja e amarelo.
e) Que outras diferenas voc percebe entre cada pintura?
Resposta pessoal.



Como voc observou, cada artista tem sua maneira de ver um acon-
tecimento. O uso das cores, o modo de reunir os elementos que com-
pem a cena, a expresso no rosto das pessoas, todas essas escolhas
reetem o que o pintor quer transmitir.
O mesmo acontece quando contamos ou escrevemos uma histria.
Dependendo do modo como organizamos os fatos, a narrativa ganha
caractersticas e intenes diferentes.
3 Converse com um colega. Procurem lembrar-se de algum fato incomum
que tenha acontecido durante um recreio.
a) Cada um de vocs vai contar, por escrito, o que aconteceu.
b) Troquem de texto um com o outro. H diferenas na forma como cada
um organizou a seqncia da histria? Quais so elas?
Professor: Oriente os
alunos a perceberem as
vrias possibilidades de
organizao dos fatos
em uma narrativa. Mos-
tre como essa organiza-
o muda dependendo
da inteno e do ponto
de vista de quem a est
narrando.
Professor: Estes exer-
ccios visam a levantar
os conhecimentos pr-
vios dos alunos. Deixe
que respondam s per-
guntas livremente.
1 O que seria o enredo no texto narrativo?
2 Voc saberia dizer o que ordem linear? E ordem no-linear?
3 O que conito e clmax no texto narrativo?
4 Qual a importncia do conito no texto narrativo?
5 O que um conto?
6 O que uma lenda?
Rena-se com alguns colegas, conversem sobre os exerccios anteriores
e respondam s seguintes questes no caderno.
O que voc poder aprender
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A crnica que voc vai ler, de Fernando Sabino, foi retirada de uma colet-
nea do autor. Como voc j viu na unidade 1, crnicas so textos curtos que
tratam de fatos cotidianos, escritos em linguagem leve e descontrada.
Leitura de
texto
Glossrio
Vigarice. Ato de tra-
paa; fraude.
Lano. Parte de uma
escada entre dois pa-
tamares sucessivos;
o mesmo que lance.
Grotesco. Ridculo, ex-
travagante.
Encetar. Iniciar, come-
ar.
O homem nu
1 Ao acordar, disse para a mulher:
2 Escuta, minha lha: hoje dia de pagar a prestao da televiso,
vem a o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu no
trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
3 Explique isso ao homem ponderou a mulher.
4 No gosto dessas coisas. D um ar de vigarice, gosto de cumprir
rigorosamente as minhas obrigaes. Escuta: quando ele vier a gente
ca quieto aqui dentro, no faz barulho, para ele pensar que no tem
ningum. Deixa ele bater at cansar amanh eu pago.
5 Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para
tomar um banho, mas a mulher j se trancara l dentro. Enquanto espe-
rava, resolveu fazer um caf. Ps a gua a ferver e abriu a porta de ser-
vio para apanhar o po. Como estivesse completamente nu, olhou com
cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos
at o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mrmore do parapeito.
Ainda era muito cedo, no poderia aparecer ningum. Mal seus dedos,
porm, tocavam o po, a porta atrs de si fechou-se com estrondo, im-
pulsionada pelo vento.
6 Aterrorizado, precipitou-se at a campainha e, depois de toc-la, -
cou espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu l dentro o rudo da
gua do chuveiro interromper-se de sbito, mas ningum veio abrir. Na
certa a mulher pensava que j era o sujeito da televiso. Bateu com o n
dos dedos:
7 Maria! Abre a, Maria. Sou eu chamou, em voz baixa.
8 Quanto mais batia, mais silncio fazia l dentro.
9 Enquanto isso, ouvia l embaixo a porta do elevador fechar-se, viu
o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da
televiso!
10 No era. Refugiado no lano da escada entre os andares, esperou
que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento,
sempre a segurar nas mos nervosas o embrulho de po:
11 Maria, por favor! Sou eu!
12 Desta vez no teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos,
regulares, vindos l de baixo... Tomado de pnico, olhou ao redor, fazen-
do uma pirueta, e assim despido, embrulho na mo, parecia executar um
ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam,
e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o boto.
Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa,
encetando a subida de mais um lano de escada. Ele respirou aliviado,
enxugando o suor da testa com o embrulho do po.
13 Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele comea a
descer.
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14 Ah, isso que no! fez o homem nu, sobressaltado.
15 E agora? Algum l embaixo abriria a porta do elevador e daria com
ele ali, em plo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu,
desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu
apartamento, comeava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, ins-
taurava-se naquele momento o mais autntico e desvairado Regime do
Terror!
16 Isso que no repetiu, furioso.
17 Agarrou-se porta do elevador e abriu-a com fora entre os anda-
res, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a
momentnea iluso de que sonhava. Depois experimentou apertar o bo-
to do seu andar. L embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes
de mais nada: Emergncia: parar. Muito bem. E agora? Iria subir ou
descer? Com cautela desligou a parada de emergncia, largou a porta,
enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
18 Maria! Abre esta porta! gritava, desta vez esmurrando a porta,
j sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrs de si.
19 Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inu-
tilmente cobrir-se com o embrulho de po. Era a velha do apartamento
vizinho:
20 Bom dia, minha senhora disse ele, confuso. Imagine que eu...
21 A velha, estarrecida, atirou os braos para cima, soltou um grito:
22 Valha-me Deus! O padeiro est nu!
23 E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
24 Tem um homem pelado aqui na porta!
25 Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
26 um tarado!
27 Olha, que horror!
28 No olha no! J pra dentro, minha lha!
29 Maria, a esposa do infeliz, abriu nalmente a porta para ver o que
era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem
nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a cal-
ma l fora, bateram na porta.
30 Deve ser a polcia disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
31 No era: era o cobrador da televiso.
SABINO, Fernando. O homem nu. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1960. p. 65.
Glossrio
Em plo. Nu, pelado.
Pesadelo de Kafka.
Referncia ao escritor
checo Franz Kafka,
que criou histrias
fantsticas com to-
ques de terror e si-
tuaes incomuns.
Muitas vezes, seus
personagens se sen-
tiamassustados e em
agonia, como se vi-
vessemumpesadelo.
Regime do Terror.
Referncia ao pe-
rodo da Revoluo
Francesa compreen-
dido entre 31 de maio
de 1793 e 27 de ju-
lho de 1794, em que
milhares de pessoas
foram executadas na
guilhotina por se opo-
rem ao governo e s
idias de Maximilien
de Robespierre.
Estarrecida. Espan-
tada, horrorizada,
perplexa.
Radiopatrulha. Ve-
culo da polcia, equi-
pado comrdio.
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1 O ttulo da crnica O homem nu. Que outro ttulo voc poderia atribuir ao
assunto do texto?
Resposta pessoal.
2 O texto foi escrito no incio da dcada de 1960. Que fatos ou situaes nos
permite concluir que a histria no se passa nos dias de hoje?
Exemplos: o po costumava ser entregue nas residncias, e as prestaes
eram cobradas de porta em porta.
3 Por que o homem cou nu?
Porque pretendia tomar banho.
4 Por que a mulher no abriu a porta do apartamento quando a campainha
tocou?
Porque ela e o marido haviam combinado de no abrir a porta para ningum.

5 No quarto pargrafo do texto, o homem arma:
No gosto dessas coisas. D um ar de vigarice, gosto de cumprir ri-
gorosamente as minhas obrigaes. Escuta: quando ele vier a gente ca
quieto aqui dentro, no faz barulho, para ele pensar que no tem nin-
gum. Deixa ele bater at cansar amanh eu pago.
A atitude dele est de acordo com sua armao? Por qu?
No. O personagem diz no gostar de vigarice, mas age como se fosse um
vigarista, fugindo do cobrador da televiso.

6 Por que a vizinha gritou que o padeiro estava nu?
Porque pensou que se tratava do padeiro, uma vez que o vizinho segurava
o embrulho do po.
7 No nal da histria, o homem teve de encarar o cobrador da televiso. Escre-
va uma possvel desculpa que ele poderia dar para no pagar a prestao.
Resposta pessoal.




Estudo do
texto
Compreenso
do texto
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31
1 Numere as aes, mostrando a seqncia dos acontecimentos.
6 A porta do apartamento se fecha, deixando o homem para fora.
5 O marido pega o embrulho do po.
4 O marido pe a gua para esquentar.
10 O marido entra no elevador e aperta o boto de emergncia.
2 A mulher vai para o banho.
12 A mulher abre a porta.
1 O homem e a mulher decidem ngir que no esto em casa.
8 A mulher desliga o chuveiro.
9 O elevador comea a subir.
3 O marido tira a roupa para tomar banho.
7 O marido toca a campainha do apartamento.
13 O cobrador da televiso bate porta.
11 O marido grita e esmurra a porta, alertando os vizinhos.
2 Em vrios momentos, o autor criou suspense no texto. Localize dois trechos
em que isso ocorre e cite os nmeros dos pargrafos correspondentes.
Pargrafos 8, 9, 12, 15 e 17.
A forma como o autor de um texto organiza a seqncia de acon-
tecimentos, de aes que constituem a narrativa chama-se enredo.
Essas aes podem ser narradas em ordem linear, de acordo com a se-
qncia cronolgica dos fatos, ou em ordem no-linear, caso os fatos
sejam revelados ao leitor em outra seqncia. Observe estes exemplos:
Pedro tomou banho e foi jantar. (ordem linear)
Pedro j tinha tomado banho quando foi jantar. (ordem no-linear)
Anlise da
organizao
do enredo
Professor: Para es-
sa atividade, pea aos
alunos que numerem
os pargrafos do tex-
to. Observe a eles que,
em vrias passagens, o
autor criou um grande
suspense que, posterior-
mente, no resultou em
nada. Essa seqncia de
sustos e alvios uma
estratgia de constru-
o do enredo do texto,
at os pargrafos 17 a
20, nos quais se d o
clmax da histria
Professor: Explique
aos alunos que ten-
do despido o pijama
e mas a mulher j se
trancara l dentro in-
dicam aes anteriores
a dirigiu-se ao banhei-
ro para tomar banho.
3 Identique no texto um trecho com fatos contados em ordem no-linear.
Sugesto: Pouco tempo depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao
banheiro para tomar banho, mas a mulher j se trancara l dentro.
4 O trecho abaixo foi escrito em ordem linear ou no-linear? Explique.
Muitos anos depois, diante do peloto de fuzilamento, o Coronel
Aureliano Buenda havia de recordar aquela tarde remota em que
seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era ento uma aldeia
de vinte casas de barro e taquara, construdas margem de um rio
de guas difanas que se precipitavam por um leito de pedras poli-
das, brancas e enormes como ovos pr-histricos.
GARCA MRQUEZ, Gabriel. Cem anos de solido. Rio de Janeiro: Record, 1967. p. 7.
Em ordem no-linear, porque a primeira frase se refere a um fato que vai
acontecer depois.
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5 Responda a estas perguntas sobre o texto O homem nu.
a) Qual era o desejo do homem nu ao se ver trancado fora de casa?
Entrar em casa e livrar-se da situao constrangedora em que estava.

b) O que o impedia de realizar esse desejo?
O fato de estar trancado por fora e ter combinado com a mulher que a
porta no deveria ser aberta para ningum.

A oposio entre o desejo e o que impede sua realizao chama-se
conito. Pode ser um choque de interesses, de opinies, de compor-
tamento entre dois ou mais personagens, ou de um personagem com
a natureza, ou at de um personagem consigo mesmo. por meio do
conito que se estrutura o enredo de uma narrativa.
6 Assinale a alternativa que expressa o principal conito do protagonista,
isto , do personagem mais importante de O homem nu.
O marido quer tomar banho, mas a mulher j se trancou no banheiro.
O cobrador vir receber a prestao, mas o devedor est sem dinheiro.
X O homem nu est do lado de fora do apartamento e no consegue en-
trar em casa.
O elevador comea a subir e o homem nu pensa que o cobrador.
7 Qual o momento de mais tenso, de mais nervosismo no texto?
O momento em que todos os vizinhos saem de suas casas e vem o homem
nu gritando e esmurrando a porta de seu apartamento.
O momento da narrativa em que a seqncia de acontecimentos atinge
o mais alto grau de tenso chama-se clmax.
8 De acordo com o texto e com o esquema abaixo, escreva com suas palavras
os elementos do enredo de O homem nu. Observe o modelo com ateno.
CONFLITO
INICIAL
TENTATIVA DE
SOLUO DO
CONFLITO INICIAL
CONFLITO 2 CLMAX
SITUAO
FINAL
a) Conito inicial
O homem no tem dinheiro para pagar a prestao da tev e no quer
atender o cobrador.
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b) Tentativa de soluo do conito inicial
O homem combina com a mulher ngirem que no h ningum em casa.

c) Conito 2
O homem ca preso, completamente nu, do lado de fora do apartamento.

d) Clmax
Os vizinhos so alertados pela confuso no corredor e vem o homem nu
esmurrando a porta de seu apartamento.
e) Situao nal
O homem abre a porta e se depara com o cobrador da televiso.

9 Leia esta sinopse (resumo) de um lme e responda s perguntas.
Apollo 13 (EUA, 1995). Direo: Ron Howard. Com:
Tom Hanks, Bill Paxton, Kevin Bacon, Ed Harris,
Gary Sinise, Kathleen Quinlan. Trs astronautas
esto a caminho da Lua, mas uma exploso em um
dos compartimentos da nave impede o sucesso da
misso. Vagando no espao, agora a preocupao
conseguir voltar Terra com vida. 120 min.
GUIA de vdeo e DVD 2001.
So Paulo: Nova Cultural, 2001. (Texto adaptado)
a) Quais os trs elementos principais do enredo do lme?
1. Trs astronautas viajam em direo Lua.
2. Explode um compartimento da nave.
3. Na tentativa de voltar Terra, a nave vaga pelo espao.
b) Qual desses elementos se congura como conito? Por qu?
A exploso de um dos compartimentos da nave, porque impede a
continuao da misso.
c) Qual seria uma possvel cena de clmax para a histria? Use a sua imagi-
nao e escreva.
Resposta pessoal. Sugestes: 1. O momento em que falta apenas um
detalhe para os astronautas consertarem o defeito na nave. 2. O momento
em que, depois de reparada a nave, eles tentam voltar, sem saber se ela
vai suportar o impacto com a atmosfera terrestre.
Figura 3 Cena do lme
Apollo 13, direo de Ron
Howard, EUA, 1995.
Professor: As suges-
tes foram dadas com
base na leitura do rotei-
ro do lme, mas o que
vale aqui a imaginao
do aluno.
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aterrorizado nervoso aliviado furioso constrangido
calmo violento animado conformado insultado
Atividades de
linguagem
1 Retire do texto O homem nu trs palavras ou expresses que marcam o
tempo na narrativa.
Ao acordar; pouco tempo depois; enquanto esperava; enquanto isso.

2 Releia esta frase do texto e faa o que se pede.
Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e
para outro (...)
a) Assinale a alternativa que explica o sentido do trecho sublinhado.
Expressa uma conseqncia.
X Indica uma causa.
Estabelece uma comparao.
b) Reescreva essa mesma frase, substituindo a palavra como por outra pala-
vra ou expresso de sentido equivalente. Faa as alteraes necessrias.
Uma vez que estava (ou porque estava, por estar, estando etc.)
completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro (...)
3 Releia os trechos a seguir e faa o que se pede.
Maria, a esposa do infeliz, abriu nalmente a porta para ver o que era.
Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se
lembrar do banho.
Tomado de pnico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido,
embrulho na mo, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado.
a) Os dois trechos acima apresentam movimento. Que palavras ou expres-
ses indicam isso?
Entrou como um foguete; vestiu-se precipitadamente; olhou ao redor,
fazendo uma pirueta.

b) Selecione do texto mais duas situaes que apresentem movimento.
Resposta pessoal. O texto todo apresenta muitas situaes de
movimento: precipitou-se at a campainha; desta vez esmurrando
a porta; olhando ansiosamente ao redor etc.

4 Circule as palavras que no indicam os sentimentos do homem nu no
decorrer do texto.
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Leia a seguir um conto tradicional do Japo, datado do sculo VIII, de
autoria desconhecida. Como outros contos do estilo, ele apresenta uma
histria aparentemente inocente, mas com um ensinamento de vida.
Espelho no cofre
De volta de uma longa peregrinao, um homem carregava sua
compra mais preciosa adquirida na cidade grande: um espelho, objeto
at ento desconhecido para ele. Julgando reconhecer ali o rosto do
pai, encantado, ele levou o espelho para sua casa.
Guardou-o num cofre no primeiro andar, sem dizer nada a sua
mulher. E assim, de vez em quando, quando se sentia triste e solitrio,
abria o cofre para car contemplando o rosto do pai.
Sua mulher observou que ele tinha um aspecto diferente, um ar
engraado, toda vez que o via descer do quarto de cima. Comeou a
espreit-lo e descobriu que o marido abria o cofre e cava longo tempo
olhando para dentro dele.
Depois que o marido saiu, um dia ela abriu o cofre, e nele, espantada,
viu o rosto de uma mulher. Inamada de cime, investiu contra o marido
e deu-se ento uma grave briga de famlia.
O marido sustentava at o m que era o seu pai quem estava escon-
dido no cofre.
Por sorte, passava pela casa deles uma monja. Querendo esclarecer
de vez a discusso, ela pediu que lhe mostrassem o cofre.
Depois de alguns minutos no primeiro andar, a monja comentou
ainda l de cima:
Ora, vocs esto brigando em vo: no cofre no h homem nem
mulher, mas to-somente uma monja como eu!
ESPELHO no cofre. In: Os cem melhores contos de humor da literatura universal.
Seleo e traduo de Flvio Moreira da Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 29-30.
Produo de
texto l
Glossrio
Peregrinao. Jor-
nada a lugares san-
tos ou de devoo.
Contemplar. Obser-
var com ateno, en-
cantamento e admi-
rao.
Espreitar. Observar
s escondidas; espiar,
espionar, vigiar.
Monja. Religiosa que
vive em convento ou
mosteiro.
O texto O espelho no cofre um conto. Nele, a ao pode situar-se em qual-
quer poca, mesmo no futuro. No entanto, o espao onde se passa a histria
costuma ser limitado. Pode existir mais de um cenrio, mas a ao principal
geralmente transcorre num lugar s.
No conto, o conito que organiza a ao. em torno dele, geral-
mente estabelecido nos primeiros pargrafos, que a ao ser desenvol-
vida e concluda.
1 Identique no conto alguns elementos do enredo. Para cada um, escreva
uma frase com suas palavras.
a) O conito
A mulher, desconada do marido, abre o cofre e v sua prpria imagem
no espelho.
Leitura
de conto
Caractersticas
do conto
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b) O clmax
Ocorre uma grave briga em famlia.

c) A situao nal
A monja v no espelho sua prpria imagem e tenta tranqilizar o casal.

2 Onde est o humor do conto?
Espera-se que o aluno perceba que o humor est no fato de nenhum dos
personagens conhecer um espelho.

3 Em que espao a histria acontece? Como voc poderia caracteriz-lo?
Espera-se que o aluno responda que a histria acontece numa casa de dois
andares.
Agora voc vai escrever um conto tomando como base a foto em seguida.
Seu texto far parte de uma antologia a ser lida pelos colegas de classe e pelo
professor.
Aquecimento
1 Observe a foto e, com base nela, pense no conito do conto que voc vai
escrever.
Professor: Explique aos
alunos que antologia
uma coleo de textos
em prosa ou em verso.
Em geral, dela partici-
pamdiversos autores.
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Figura 4.
Produo
de conto
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2 Escolha um dos personagens da foto e observe como ele est vestido.
a) Em que lugar ele est?
b) Como ele teria ido parar nesse lugar?
c) Para onde ele dirige o olhar?
d) De onde ele teria vindo?
e) O que teria causado essa situao?
f) O que o personagem est fazendo? Por que ele estaria fazendo isso?
g) Por que ele carrega essa pasta?
h) Que pensamentos e sentimentos o personagem teria pelas pessoas
sua volta e pela situao que est vivendo?
i) O que teria acontecido depois da situao retratada na foto?
Planejamento
1 Dena o espao e o tempo em que sua histria vai acontecer. No presente,
no passado ou no futuro? No bairro, na cidade, no pas em que voc mora
ou num outro planeta?
2 Sugerimos um esquema para ajud-lo(a) a planejar seu texto, mas que
vontade para imaginar um outro, se preferir. O que vale a criatividade.
CONFLITO
INICIAL
TENTATIVA DE
SOLUO DO
CONFLITO INICIAL
CONFLITO 2 CLMAX
SITUAO
FINAL
Apresentao
1 Avalie seu texto, observando os seguintes aspectos.
a) Sua histria apresenta um conito? Ele no precisa necessariamente ser
solucionado de modo favorvel ao protagonista. Se voc quiser, pode
dar ao conto um desfecho trgico.
b) Sua histria explora os sentimentos do personagem?
c) Ela situa o tempo e o lugar onde tudo acontece?
d) A pontuao, a ortograa e as regras bsicas da gramtica so respeitadas?
2 Passe seu texto a limpo e troque-o com o de um(a) colega da classe.
a) Ele(a) consegue entender o que voc narrou em seu conto?
b) Ele(a) acha sua histria interessante?
c) Juntos, corrijam o que acharem necessrio.
3 Em grupo, renam os contos j passados a limpo e organizem a antologia.
4 Escolham ou sorteiem um(a) colega que ser responsvel pela capa da an-
tologia. Para ilustr-la, ele(a) poder fazer um desenho, uma colagem etc.
5 Se possvel, antes de juntar capa e textos, faam cpias para que cada
aluno tenha seu exemplar da antologia.
6 Pronto! Agora s apresentar seus trabalhos para a classe e para o professor.
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