Aula 2 Interpretação Urinálise
Aula 2 Interpretação Urinálise
Aula 2 Interpretação Urinálise
Urinlise
A urina um lquido transparente, amarelado, formado nos rins e que transporta produtos residuais do metabolismo at ao exterior do organismo. A urina composta de aproximadamente 95% de gua. Os principais excretas da urina humana so: a uria, o cloreto de sdio e o cido rico.
Lmpido: aspecto normal . Ligeira turvao: no necessariamente patolgica, podendo ser decorrente da precipitao de cristais e de sais amorfos no-patolgicos. Turvao: pode ser conseqncia da presena de clulas epiteliais, leuccitos, hemcias, cristais, bactrias e leveduras. Pode ocorrer a presena de depsito por excesso de muco em funo de processos inflamatrios do trato urinrio inferior ou do trato genital, ou pela presena de grande quantidade de outros elementos anormais.
Amarelo citrino: cor habitual da urina , o que se deve, em sua maior parte, ao pigmento urocromo. Amarelo- plida: diluio por uma grande ingesto de lquidos. Amarelo-alaranjada: febre, desidratao, presena de bilirrubina ou urobilinognio. Amarelo-esverdeada e acastanhada: bilirrubina. Vermelha: eritrcitos, mioglobina, porfirina, beterraba, menstruao, anilina (doces).
lcool: plida, diurese. Furazolidona: marrom. Levodopa: vermelha ou marrom (alcalina). Metildopa: escurecida. Fenazopiridina (Piridium): laranja avermelhado, pH cido. Rifampicina: laranja-avermelhado. Sulfasalazina: Laranja-amarelado, pH alcalino.
Ajuda a avaliar a funo de filtrao e concentrao renais, bem como o estado de hidratao do corpo. Depende diretamente da proporo de solutos urinrios presentes (cloreto, creatinina, glicose, fosfatos, protenas, sdio, sulfatos, uria, cido rico) e o volume de gua. Normalmente varia entre 1.015 a 1.030.
Pode estar diminuda na administrao excessiva de lquidos por via intravenosa, reabsoro de edemase transudatos, insuficincia renal crnica, uso de drogas, quadros de hipotermia, aumento da presso intracraniana, diabetes insipidus e hipertenso.
Densidades elevadas: desidratao, diarria, vmitos, febre, diabetes mellitus, glomerulonefrite, insuficincia cardaca congestiva, insuficincia supra-renal, proteinria, sndrome de secreo inapropriada de hormnio antidiurtico (SIHAD), toxemia gravdica, uropatias obstrutivas e no uso de algumas substncias, como contrastes radiolgicos e sacarose.
Produto do metabolismo das gorduras. Fonte de energia para as clulas quando as reservas de glicose esto escassas ou quando falta insulina. A acetona que passa para a corrente sangnea quase totalmente metabolizada no fgado. excretada na urina quando a velocidade de sua formao maior do que o normal. Jejum ou a dieta podem determinar o aparecimento de acetona na urina. O uso de algumas drogas pode levar a falso-negativos, entre elas o captopril e a levodopa.
Aumentadas nas situaes em que ocorre o aumento da bilirrubina srica. Valores elevados: doenas hepticas e biliares,obstrues intra- e extra- hepticas, neoplasias hepticas ou do trato biliar. Ao contrrio, estar sempre ausente nas ictricias por hemlise. Falso-negativos podem ser induzidos pelo uso de cido ascrbico e exposio da urina luz intensa por longo tempo.
A outra causa a presena de hemcias liberadas no trato urinrio por pequenos traumas, exerccios extenuantes ou patologias das vias urinrias, em que as hemcias so lisadas, liberando hemoglobina. A verdadeira hemoglobinria rara, sendo mais freqente a segunda situao, em que a hemoglobinria acompanhada pela presena de hematria.
A presena de glicose na urina ocorre sempre que os nveis de glicose no sangue. Normalmente, a glicosria s se manifesta quando os nveis sricos se encontram acima de 160 mg/dL. A glicosria pode ser causada tanto pelo diabetes mellitus como por outras patologias, como doenas renais que afetem a reabsoro tubular e nos quadros de hiperglicemia de outras origens que no a diabtica
A presena de nitrito na urina indica infeco das vias urinrias, causadas por microrganismos que reduzem o nitrato a nitrito. O achado de reao positiva indica a presena de infeco nas vias urinrias, principalmente por bactrias entricas.
Avalia a capacidade de manuteno renal da concentrao de ons hidrognio no plasma e lquidos extracelulares. Os rins, quando em funcionamento normal, excretam o excesso de ons hidrognio na urina. Portanto, o pH da urina reflete o pH plasmtico e um indicador da funo tubular renal. Normalmente varia entre 5,0 a 7,0.
Valores elevados: alcalose respiratria, em dietas com grande ingesto de vegetais e frutas ctricas, hipermese ou o uso prolongado de sonda nasogtrica, na presena de clculos renais, infeco das vias urinrias, especialmente por microrganismos que utilizam uria (Proteus e Pseudomonas sp.), sndrome de Cushing, hiperaldosteronismo, hipocalemia, insuficincia renal, sndrome de Fanconi e superdosagem de lcalis. As drogas tambm podem alterar o pH urinrio, como os diurticos e a terapia alcalina (bicarbonatos).
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Valores diminudos podem ser encontrados em acidose metablica e respiratria, perda de potssio, dieta rica em protenas, infeco das vias urinrias por Escherichia coli, diarrias severas, diminuio de cloro, fenilcetonria e tuberculose renal. O uso de anestsicos e de cido ascrbico, assim como de outras drogas, pode diminuir o pH urinrio
Normalmente, uma pequena quantidade de protena filtrada pelo glomrulo (albumina, alfa-1 e alfa-2-globulinas), sendo sua maior parte reabsorvida por via tubular e eliminada em pequenas quantidades pela urina. So considerados normais valores de at 150 mg/ 24 h. O aumento da quantidade de protenas na urina indicador inicial de patologia renal. Porm, no so todas as patologias renais que cursam com proteinria, a qual no uma condio exclusiva de doena renal, podendo aparecer em patologias no-renais e em algumas condies fisiolgicas.
Pr-renal: hemorragia, estados febris, algumas endocrinopatias, distrbios convulsivos, neoplasias, queimaduras extensas, mioglobinria, hemoglobinria, mielomas, superexposio a certas substncias (cido sulfossaliclico, arsnico, chumbo, ter, fenol, mercrio, opiceos), leso do sistema nervoso central, leucemia (mieloctica crnica), obstruo intestinal, reao de hipersensibilidade, toxemia, toxinas bacterianas (difteria, escarlatina, estreptoccica aguda, febre tifide e pneumonia) podem levar a proteinrias ditas pr-renais. A proteinria transitria pode surgir em conseqncia de estados no-patolgicos, como estresse fsico (exerccios intensos) ou emocional, desidratao, dieta (protenas em excesso), exposio ao frio e posio do corpo (proteinria ortosttica).
Produto de reduo formado pela ao de bactrias sobre a bilirrubina conjugada no trato gastrintestinal. A maior parte excretada nas fezes. Uma pequena parte reabsorvida atravs da via ntero-heptica e reexcretrada na bile e na urina. O aumento do urobilinognio na urina indica a presena de processos hemolticos, disfuno heptica ou porfirinria.
comum o achado de algumas clulas epiteliais. Podem ser de trs tipos distintos: clulas escamosas, transacionais e dos tbulos renais. A maioria no tem significado clnico, e representa uma descamao de clulas velhas do revestimento epitelial do trato urinrio. A presena de fragmentos epiteliais e de clulas de origem tubular pode estar ligada a processos de necrose tubular aguda e a leses isqumicas renais, entre outras leses do rim.
Podem estar presentes em pequena quantidade na urina normal. A presena de hematria indica leses inflamatrias, infecciosas ou traumticas dos rins ou vias urinrias. Deve-se sempre excluir contaminao por via genital. O exerccio extenuante pode levar a hematria discreta. Hemcias na forma esfrica habitual, seriam de origem mais distal no trato urinrio; quando crenadas (irregulares), teriam origem glomerular
Podem estar presentes em pequena quantidade na urina normal. Normalmente so neutrfilos. Quantidades aumentadas indicam a presena de leses inflamatrias, infecciosas ou traumticas em qualquer nvel do trato urinrio. Deve-se sempre excluir contaminao por via genital.
Grandes nmeros de cristais podem refletir aumento da taxa de renovao da nucleoprotena, especialmente durante a quimioterapia das leucemias e linfomas.
So elementos exclusivamente renais compostos por protenas. Indivduos normais, principalmente aps exerccios extenuantes, febre e uso de diurticos, podem apresentar pequena quantidade de cilindros, geralmente hialinos. Sua formao se d pelos elementos presentes no filtrado e pelo tempo de permanncia dentro do tbulo. Nas doenas renais, se apresentam em grandes quantidades e em diferentes formas, de acordo com o local da sua formao.
Encontrados em doenas renais, atividade fsica, exposio ao calor, desidratao, febre, insuficincia cardaca congestiva e terapia diurtica.
Pielonefrite.
Insuficincia renal, rejeio a transplantes e doenas renais agudas e estase do fluxo urinrio