Fundamentos de Enfermagem I
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Sobre este e-book
Seja para estudantes ou profissionais em busca de atualização, o livro oferece uma oportunidade para aprimorar habilidades e se adaptar às novas tendências do setor, como práticas sustentáveis e abordagens centradas no paciente. Além disso, serve como uma introdução rica e motivadora para aqueles interessados em explorar mais sobre a carreira de enfermagem.
Com uma linguagem clara e objetiva, Fundamentos de Enfermagem I descomplica conceitos complexos e promove uma aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Mais do que ensinar procedimentos técnicos, o livro promove uma compreensão aprofundada dos princípios éticos que orientam cada ação na enfermagem, tornando-o essencial para quem busca competência técnica e uma prática reflexiva e informada.
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Fundamentos de Enfermagem I - Gessika de Sousa Santos
Copyright © 2025 by Maria Augusta Delgado Livraria, Distribuidora e Editora
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Maria Augusta Delgado Livraria, Distribuidora e Editora
Direção Editorial: Isaac D. Abulafia
Gerência Editorial: Marisol Soto
Diagramação e Capa: Sofia de Souza Moraes
Copidesque: Lara Alves dos Santos Ferreira de Souza
Revisão: Doralice Daiana da Silva
www.freitasbastos.com
Organizadora
Gessika de Sousa Santos
Profissional multifacetada da área da enfermagem, além de enfermeira, é licenciada em Pedagogia e Biologia, com especializações em Saúde e Segurança do Trabalho, Enfermagem Aeroespacial, Urgência e Emergência, dentre outras. Traz uma bagagem ampla e sólida de conhecimento técnico e prático. Sua jornada profissional inclui experiência como professora universitária e de nível técnico, onde compartilha conhecimentos e influencia o desenvolvimento de futuros profissionais da saúde e da educação. Além disso, atua como instrutora de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), contribuindo para capacitar indivíduos a lidarem com situações críticas e emergenciais de forma eficiente e segura. Como enfermeira assistencial e socorrista, demonstra a dedicação e a paixão pela enfermagem e pela docência, com o objetivo de integrar diferentes áreas de conhecimento para proporcionar uma abordagem completa.
Sumário
1 Fundamentos Teóricos da Prática de Enfermagem
2 Processo de Enfermagem e Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE)
2.1 Processo de Enfermagem
2.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)
2.3 Benefícios do Processo de Enfermagem e da SAE
3 Tipos de Teoria
3.1 Teoria em Enfermagem
3.2 Componentes de uma Teoria
3.3 Fenômeno em Enfermagem
3.4 Conceitos em Teoria
3.5 Definições em Teoria
3.6 Premissas em Teoria
3.7 O Domínio da Enfermagem
4 Relação da Teoria com a Prática em Enfermagem
5 Necessidades Humanas Básicas
6 Promoção da Saúde, Bem-Estar e Prevenção de Doença
7 Doença
7.1 Importância da Definição Ampliada da OMS
7.2 Doença Aguda e Doença Crônica
8 O Cuidado na Prática de Enfermagem
9 Diagnóstico de Enfermagem (NANDA)
9.1 Planejamento
9.2 Implementação
9.3 Condução
10 Sinais Vitais
10.1 Diretrizes para Medição dos Sinais Vitais
10.2 Temperatura Corpórea
10.3 Pulso
10.4 Respiração
10.5 Pressão Arterial
10.6 Saturação
11 Gasometria
12 Registrando os Sinais Vitais
13 Avaliação da Saúde e Exame Físico
13.1 Coletando Dados sobre o Histórico de Saúde
14 Exame Físico
14.1 Inspeção
14.2 Palpação
14.3 Percussão
14.4 Ausculta
14.5 Anamnese
15 Higienização
15.1 Higienização simples
15.2 Higienização antisséptica
16 Lavagem das mãos
17 Aplicação de equipamentos de proteção individual (EPI)
17.1 Calçar e retirar luvas de procedimento e estéril
17.2 Colocar ou retirar o avental ou capote
17.3 Colocar e retirar uma touca ou gorro
18 Manuseio de materiais estéreis
19 Unidade (leito) do paciente
19.1 Leito aberto
19.2 Leito fechado
19.3 Leito cirúrgico
19.4 Limpeza de leito
20 Cuidados higiênicos com o paciente
20.1 Banho no leito
20.2 Higienização do cabelo e do couro cabeludo do paciente
20.3 Higiene oral em paciente consciente
20.4 Higiene oral em paciente inconsciente
20.5 Higiene íntima feminina
20.6 Higiene íntima masculina
21 Manuseio, transferência e posicionamento seguro
Regra 1: Conhecer as condições do paciente e a posição requerida ou necessária.
Regra 2: Conhecer o ambiente e os recursos disponíveis para movimentação segura de pacientes.
Regra 3: Aplicação da ergonomia e biomecânica para movimentação segura de pacientes.
22 Cuidados de enfermagem com pacientes paliativos
23 Cuidados de enfermagem com o corpo após a morte
Referências
Lista de Figuras
Figura 3.1 – Componentes da teoria.
Figura 5.1 – Pirâmide de Maslow.
Figura 10.1 – Termômetros.
Figura 10.2 – Aparelhos de pressão arterial.
Figura 10.3 – Oxímetros.
Figura 13.1 – Coleta sanguínea.
Figura 14.1 – Profissional de saúde realizando inspeção e palpação em um paciente.
Figura 14.2 – Tórax humano com os pontos pulmonares.
Figura 16.1 – Lavagem das mãos.
Figura 17.1 – Luvas de procedimento.
Figura 17.2 – Vestindo e removendo o avental.
Figura 19.1 – Leito hospitalar.
1 Fundamentos Teóricos da Prática de Enfermagem
O cuidado de enfermagem centrado no paciente é uma expectativa fundamental para todos os enfermeiros, e sua prática é sustentada por uma base teórica robusta proveniente de diversas áreas do conhecimento. À medida que os enfermeiros avançam em suas formações, incorporam conhecimentos das ciências sociais, físicas, biocomportamentais, além de aspectos éticos e políticos da saúde. Essa base teórica orienta a elaboração e a implementação de intervenções de enfermagem, visando obter respostas eficazes dos indivíduos e famílias diante dos problemas de saúde (Alligood; Tomey, 2010).
A compreensão e apreciação da teoria de enfermagem podem ser desafiadoras para alguns profissionais em formação, mas, à medida que se aprofundam nesse conhecimento, percebem como ela é essencial para descrever, explicar, prever e prescrever medidas de cuidados de enfermagem (Meleis, 2018). Questões comuns que surgem entre enfermeiros incluem a definição de teoria, sua origem e sua importância na profissão, as quais são respondidas e exploradas ao longo deste texto.
Analogamente, a prática de enfermagem pode ser comparada à construção de uma casa, onde a teoria funciona como a base sólida para a arte e a ciência do cuidado. Os enfermeiros aplicam a teoria diariamente, muitas vezes sem perceber, como quando utilizam os princípios da teoria ambiental de Florence Nightingale para criar um ambiente propício à cura e ao conforto do paciente. Da mesma forma, a teoria de alcance de objetivos de Imogene King é empregada quando os enfermeiros incentivam os pacientes a estabelecerem metas para sua recuperação, e a teoria do déficit do autocuidado de Dorothea Orem é aplicada ao auxiliar os pacientes em suas atividades diárias até que possam realizá-las independentemente (Meleis, 2018).
O desenvolvimento teórico na enfermagem é essencial para expandir o conhecimento científico da profissão e fundamentar as práticas clínicas. As teorias oferecem embasamento para as intervenções específicas dos enfermeiros, além de prever comportamentos e resultados dos pacientes (Alligood; Tomey, 2010). Essa expertise é aprimorada pela relação contínua entre teoria, pesquisa e prática, onde os enfermeiros desenvolvem, testam e aplicam teorias em um ciclo dinâmico de aprendizado e adaptação (McEwen; Wills, 2014).
Ao longo de suas carreiras, os enfermeiros são encorajados a refletir sobre suas experiências e alicerçar suas práticas em teorias bem fundamentadas, promovendo assim um cuidado mais eficaz e centrado no paciente (Meleis, 2018).
2 Processo de Enfermagem e Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE)
Na história da enfermagem, inúmeros líderes destacaram-se, e uma das mais notáveis foi Florence Nightingale, reconhecida como a fundadora do conhecimento científico da enfermagem. Comprometida com os ideais da profissão, ela desafiou as estruturas familiares, políticas, culturais e sociais de sua época, concebendo a enfermagem não apenas como uma ciência, mas principalmente como a grande arte do cuidado humano (Bezerra, 1996). Florence revolucionou os métodos de melhoria contínua na área da saúde, utilizando dados estatísticos para identificar os potenciais riscos de infecção e implementando a sistematização de cuidados diretos ao paciente.
A partir do legado de Florence Nightingale, a enfermagem moderna iniciou uma trajetória em direção a uma prática fundamentada em evidências científicas, abandonando gradualmente abordagens caritativas, intuitivas e empíricas. Durante os anos 1950, foram desenvolvidos saberes próprios da enfermagem, enquanto na década de 1970 as enfermeiras demonstraram preocupação com o desenvolvimento de teorias específicas da área. O objetivo era organizar e sistematizar todos os aspectos envolvidos na prática profissional, gerando conhecimentos para embasar e aprimorar o trabalho das enfermeiras, além de estabelecer a enfermagem como uma profissão reconhecida (Freitas et al., 2007).
A origem do Processo de Enfermagem (PE) não é um conceito contemporâneo. Embora a expressão ainda não fosse utilizada, é plausível afirmar que seu desenvolvimento e sua incorporação à linguagem da enfermagem remontam à segunda metade do século XIX, quando Florence Nightingale enfatizou a necessidade de ensinar as enfermeiras a observarem e a formularem julgamentos com base nessas observações.
Nas décadas de 1920 e 1930, nos Estados Unidos, diversos estudos de casos clínicos foram publicados na literatura da enfermagem. Esses estudos envolviam uma análise e uma avaliação sistemáticas e aprofundadas de usuários individuais ou grupos semelhantes, com o propósito de promover uma compreensão mais profunda sobre o estado de saúde/doença desses usuários e as intervenções de enfermagem necessárias (Garcia; Nóbrega, 2009).
O objeto central da enfermagem é o cuidado humano, que requer qualidade em sua prestação. Nesse contexto, é fundamental que a enfermagem possa desenvolver habilidades de pensamento crítico e capacidade de tomar decisões, pois são reconhecidas como profissionais de transformação nas condições de vida, atuando diretamente no processo saúde-doença e no bem-estar dos indivíduos, das famílias e das comunidades.
Durante muitos anos, a organização da assistência de enfermagem foi marcada por contradições, caracterizadas por uma estrutura inflexível, linear e excessivamente especializada, com funções rotineiras e pouco desafiadoras. A enfermagem, em grande parte, conformou-se a uma cultura de realização de tarefas disciplinares sem questionar novas formas de ser e agir no contexto do seu dia a dia profissional (Nascimento et al., 2008).
O Processo de Enfermagem e a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) são duas ferramentas essenciais para o cuidado individualizado e holístico do paciente. O PE é um método científico que guia o profissional de enfermagem na avaliação, no diagnóstico, no planejamento, na implementação e na avaliação do cuidado ao paciente. Já a SAE é um método de organização do trabalho da equipe de enfermagem, que visa garantir a qualidade da assistência prestada.
2.1 Processo de Enfermagem
O Processo de Enfermagem é uma abordagem sistemática e organizada que guia a prática profissional dos enfermeiros, fornecendo uma estrutura abrangente para o planejamento, a implementação e a avaliação dos cuidados de saúde. Composto por cinco etapas inter-relacionadas, esse processo é essencial para garantir cuidados de qualidade e individualizados aos pacientes.
– Avaliação: a avaliação é a primeira e componente-chave na etapa do Processo de Enfermagem, na qual o enfermeiro coleta uma ampla gama de dados sobre o paciente para obter uma compreensão completa de sua condição de saúde. Durante essa fase, o enfermeiro busca informações detalhadas e precisas, incluindo o histórico médico do paciente, sinais vitais, condições médicas atuais, medicamentos em uso, estado emocional, condições ambientais e outros fatores relevantes.
Para começar, o enfermeiro revisa o histórico de saúde do paciente, que pode incluir informações sobre condições médicas anteriores, cirurgias, alergias, medicamentos prescritos, tratamentos anteriores e quaisquer problemas de saúde crônicos ou agudos. Isso ajuda a estabelecer um contexto para a avaliação atual e identificar padrões ou tendências ao longo do tempo. Além disso, realiza a coleta dos sinais vitais do paciente, como temperatura corporal, pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio. Esses parâmetros fornecem informações cruciais sobre a estabilidade fisiológica do paciente e podem indicar a presença de problemas de saúde.
A avaliação também envolve a obtenção de informações sobre as condições médicas atuais do paciente, incluindo sintomas relatados, queixas principais, duração e gravidade dos sintomas, e qualquer evento precipitante. Isso permite ao enfermeiro identificar preocupações imediatas que requerem atenção urgente. O enfermeiro avalia os medicamentos que o paciente está tomando, incluindo prescrições, medicamentos de venda livre, suplementos e remédios alternativos. Isso é importante para garantir a segurança do paciente, evitar interações medicamentosas e identificar possíveis efeitos colaterais ou reações adversas.
O estado emocional do paciente também é avaliado durante nessa fase, pois fatores emocionais podem afetar significativamente a saúde e o bem-estar. O enfermeiro observa a expressão facial, o tom de voz, o comportamento e as respostas emocionais do paciente para determinar seu estado emocional e psicológico. Temperatura, umidade, iluminação, ruído e conforto são condições ambientais que podem afetar a saúde do paciente. Isso é especialmente importante em ambientes de saúde, onde o conforto e a segurança do paciente são prioridades.
– Diagnóstico: na segunda etapa do Processo de