O Último Pedido - A História de um Anjo
De Charlie Daye
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Sobre este e-book
Samantha Stevens é uma mulher plus size lindamente curvilínea, com um negócio próspero, uma avó atrevida e problemas de autoestimas desde que seu marido a trocou por uma supermodelo que mais parece um boneco de palitinho. Ithiel é o anjo da morte. Ele passou toda a sua existência na terra coletando almas para levar para o Céu ou para o inferno, dependendo de como eles passaram suas vidas. Patricia Stevens é uma senhora atrevida que sabe que seus dias estão contados, especialmente quando Ithiel começa a andar por aí. Ela teme que Sam não sobreviva à sua morte e implora a Ithiel para cuidar dela. Relutantemente, Ithiel concorda. Quando sua avó falece, Sam fica mais do que perdida. Ela está completamente devastada e com o coração partido. À beira do desespero, ela se vê envolta nos braços do homem mais lindo que já viu, mas quando o segredo dele for revelado e sua vida estiver em risco, ela terá coragem de se sacrificar por amor ou se afastará daquele que é o único homem em sua vida que a ama de verdade?
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O Último Pedido - A História de um Anjo - Charlie Daye
O Último Pedido - A História de um Anjo
Charlie Daye
––––––––
Traduzido por Nathalia Magnago
O Último Pedido - A História de um Anjo
Escrito por Charlie Daye
Copyright © 2024 Charlie Daye
Todos os direitos reservados
Distribuído por Babelcube, Inc.
www.babelcube.com
Traduzido por Nathalia Magnago
Design da capa © 2024 Charlie Daye
Babelcube Books
e Babelcube
são marcas comerciais da Babelcube Inc.
Este é um trabalho de ficção. Os nomes, personagens e locais aqui contidos foram criados para o deleite da leitura. Qualquer semelhança com pessoas ou locais conhecidos não foi intencional.
Aviso: Este livro contém descrições que podem ser sensíveis para alguns leitores, incluindo temas de morte, luto, estupro e suicídio. Se você se sentir incomodado ou vulnerável, considere proceder ou não a leitura. Seu bem-estar é importante. Caso esteja passando por uma situação difícil, busque apoio de um profissional de saúde mental ou converse com alguém em quem confie. Lembre-se de que pedir ajuda é um ato de coragem e cuidado consigo mesmo.
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The House
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The Reservation
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The Gypsy's Dance
Série Novella Portrait
The Portrait: Part One
Volumes Únicos:
Butterfly
Para a melhor mãe do mundo-
Margot Salazar...
Você amou muitos e deu muito. Que os portões do Céu se escancarem para te receber enquanto aqueles que ficaram para trás choram com a sua perda.
Eu chorei quando você se foi,
eu choro até hoje.
Mesmo eu tendo te amado tanto,
eu não pude fazer você permanecer.
Seu coração de ouro parou de bater,
As mãos trabalhadoras descansaram,
Deus partiu meu coração para provar para mim
Ele leva apenas o melhor.
Palavras de Sabedoria
Um
Samantha saiu de seu Audi e caminhou através do estacionamento em frente à entrada da Skyland Casa de Repouso. Ela entrou pelas portas de correr de vidro e foi recebida pela enfermeira sentada à recepção.
— Olá, senhorita Stevens.
— Olá, Betty. Como a vovó está hoje? — Samantha sorriu.
— Do mesmo jeito de sempre, senhorita Stevens. — Betty sorriu tristemente.
Samantha acenou com a cabeça e silenciosamente caminhou pelo longo corredor até o quarto de sua avó.
A Skyland Casa de Repouso era a melhor da região. Custava a Sam bem mais que quatro dígitos por mês para manter a avó lá mas, por mais que isso deixasse Sam preocupada, valia a pena. A avó tinha os melhores cuidados e a melhor equipe à disposição. Ela até tinha seu próprio quarto.
Sam adentrou o quarto da avó e fechou a porta com cuidado atrás de si. Não importava quantas vezes ela passasse por aquela porta, Sam sempre tinha que juntar forças para ter o vislumbre da avó. A mulher que já fora uma vez vibrante e atrevida foi completamente estilhaçada pela doença chamada Esclerodermia. Sua avó sempre fora uma mulher pequena, de 1,57 de altura, mas ela havia perdido muito peso recentemente e nada que ela vestia servia mais. Suas mãos uma vez cuidadosas começaram a se curvar mara dentro de si mesmas e ela tinha dores constantes. Durante a última visita de Sam, o médico havia informado a ela que a doença havia finalmente dado uma guinada para o pior e iniciado a desligar o coração, os pulmões e o cérebro. Eles simplesmente não tinham certeza quanto tempo ao certo restava a ela, mas estavam fazendo o possível para mantê-la confortável, o que significava que a vovó dormia a maior parte do tempo.
À medida que Sam se aproximava da cama, ela foi surpreendida alegremente ao encontrar sua avó acordada. Sam sorriu para ela.
— Oiê, fofucha!
— Oi, meu amorzinho — a vovó sorriu.
— Como está se sentindo hoje? — Ela perguntou.
— Como sempre... alguns dias são melhores que outros — ela respondeu.
— Eu trouxe uma coisa especial para a senhora hoje, vovó — Sam abriu sua bolsa e tirou de lá uma pequena marmita de restaurante.
— Ah, eu amo surpresas — a avó sentou-se um pouco mais ereta.
— Eu sei — Sam deu um largo sorriso. Ela abriu a pequena caixa branca e presenteou a avó com três camarões gigantes empanados no coco.
— Tomara que você não espere que eu divida estes com você — a avó pegou a caixa. — Só tem o suficiente para mim.
— Coma todos, vovó. São todos seus — Sam riu.
Enquanto a avó de Sam apreciava seus camarões, ela perguntou:
— Então, como vai aquele seu negócio?
— Está indo bem — Sam deu de ombros. — Deu uma melhorada então nós estamos mais ocupados que o normal, mas está bom.
Samantha era proprietária de sua própria agência de publicidade, a Reach Out S.A. Ela estava no ramo há apenas cinco anos, mas tinha uma das mais bem avaliadas agências do mercado. Eles faziam publicidade para tudo, desde empresas alimentícias a grandes nomes como Warner Bros. e Sony. Ela amava o que fazia e tinha uma ótima equipe de pessoas criativas e confiáveis como colaboradores, o que era muito importante para ela considerando que passava a maior parte do seu tempo na Skyland Casa de Repouso com a avó.
— Bem, eu vinha querendo ter uma conversa séria com você, Samantha — sua avó começou.
— Sou toda ouvidos — Sam sorriu.
— É um tanto óbvio agora que eu não estarei aqui por mais muito tempo e eu preciso saber que você ficará bem sem mim. Acho que é hora de você encontrar um rapaz e se estabelecer. Você sabe que não está ficando mais nova, Samantha.
Samantha suspirou dramaticamente:
— Vovó, eu tenho apenas vinte e sete anos e tenho a vida toda para encontrar alguém. Além disso, eu prefiro passar o tempo que tenho aqui com a senhora a passá-lo com um cara qualquer que vai me usar e me jogar fora depois.
Vovó apertou os lábios:
— Samantha Stevens, não ouse deixar uma tentativa frustrada de casamento te impedir de abrir o coração novamente. Spence não valia as lágrimas que você desperdiçou com ele. — vovó abanou a mão com desdém. — Além do mais, eu nem conto aquilo como um casamento de verdade. Você só esteve casada por três meses antes de pedir o divórcio.
Sam havia se casado com Spence no impulso do momento, uma cerimônia sem sentido que terminou em um coração partido. Sam pensava que amava Spence e que era recíproco, até ela voltar para casa um dia e encontrá-lo na cama com outra mulher. A experiência estilhaçou seu coração e seu ego, que já era frágil por Sam não ser do tipo magrinha-mini-supermodelo. Ela imediatamente correra do apartamento que compartilhavam e solicitou o divórcio.
— Ainda era um casamento aos olhos da lei, vovó. E se eu gostar de ser solteira? Já pensou nisso? — Sam deu um sorriso largo.
— Ninguém gosta de ser solteiro, Samantha. Todo mundo se sente sozinho, eventualmente. Seu avô se foi já faz sete anos e eu nunca parou de doer a perda dele. Humanos não foram feitos para serem solitários, querida. Simplesmente não é da nossa natureza.
— Bem, vou te falar então, vovó. Se a senhora conhecer um homem alto, dark e misterioso, que tem um trabalho, é bem estabelecido, tem um corpo forte como uma parede de tijolos e olhos tão azuis quanto o mar, eu vou considerar sair com ele. Combinado?
— Tenho sua palavra nisso, Samantha? — Os olhos da avó piscaram maliciosamente. — Porque, quando eu encontrar esse homem, eu realmente vou esperar que você saia com ele.
Samantha deu uma gargalhada genuína.
— Vovó, se a senhora puder arrumar um homem assim, sem sair desse edifício, eu vou ficar mais do que feliz em te fazer cumprir isso!
— Maravilha! — A avó juntou as mãos em uma palma. — Eu já tenho o rapaz em mente para você. Ele passa por aqui algumas vezes na semana para me ver. Acho que você vai gostar dele. Ele é bem bonito, ainda que eu não me recorde de ele ter me falado o nome alguma vez... isso ou eu simplesmente não me lembro.
— Bem, tomara que na próxima vez que ele estiver aqui eu venha também e aí a senhora pode apresentá-lo para mim — disse ela, dando tapinhas nas mãos da avó. — E espero que ele goste de mulheres plus size, porque, se ele não gostar, ele vai se decepcionar bastante.
— Acho que vocês dois terão bebês lindos, porque com seus cabelos castanhos e os olhos azul-celeste... vai ser lindo demais — a avó sorriu.
Samantha encarou a avó por alguns minutos. Ela estava falando sério sobre lhe arranjar um homem do qual ela nunca ouvira falar até aquele momento? Sem falar de ela trazer à tona a ideia de filhos? Sam sacudiu a cabeça e sorriu.
— E você é uma mulher muito bonita, Samantha. Eu simplesmente não entendo como os homens poderiam pensar que pele e osso são sensuais quando as mulheres do meu tempo faziam de tudo para ter o perfeito corpo ampulheta.
Sam ignorou completamente o comentário do corpo e focou no comentário sobre bebês:
— Vovó, eu nem conheci o homem e a senhora já está planejando que nós tenhamos filhos? E se ele não me achar atraente? Ou ainda pior, e se eu não achá-lo atraente? E se esse homem se mostrar um psicopata ou um serial killer? Vovó, a senhora realmente gostaria que eu tivesse filhos com um serial killer? — Samantha sacudiu a cabeça — Não, acho que seria melhor se a gente não se empolgasse tanto. — Ela fez uma pausa — Como a senhora sabe que ele ainda não é casado?
— Ah, eu sei que ele não é casado. Digamos que é um instinto de vó — a avó abriu um largo sorriso:
— Vovó, a senhora não pode simplesmente assumir qualquer coisa sobre ninguém hoje em dia — Samantha riu e então arfou. — E se ele for um político?
— Samantha Stevens, às vezes você é cínica de mais para o seu próprio bem — vovó lhe deu um tapinha brincalhão no braço.
— Aprendi com a melhor, vovó! — Sam riu.
— Sim, e é uma pena que você tenha puxado tanto do seu avô... que Deus o tenha — a avó suspirou. — Eu vou mesmo ter uma conversa com ele sobre isso quando eu o vir de novo.
— Então a senhora dê um grande beijo nele por mim quando encontrá-lo.
––––––––
Mais ou menos duas horas depois, Samantha deixou o quarto para que a avó descansasse, mas prometeu voltar no dia seguinte. Enquanto ela saía, passou pela enfermaria.
— Ei, Betty. O médico está por aqui?
— Claro, o Dr. Simmons é o médico de plantão hoje. Eu vou bipá-lo para você, me dê um segundo — Betty sorriu.
— Muito obrigada, Betty — Sam sorriu de volta.
Cinco minutos depois, Dr. Simmons veio caminhando pelo corredor. Sam sempre o achou um homem muito bonito para alguém no fim dos quarenta anos. Ele tinha mais ou menos 1,80 de altura, com cabelos loiros num tom de areia e olhos cor de amêndoa, mas era um pouco velho demais e magro demais para o gosto dela. À medida que ele se aproximava, ele estendeu a mão:
— Olá, Samantha. É um prazer revê-la.
— Olá, Dr. Simmons — Sam sorriu. — Você se importa se eu fizer algumas perguntas sobre minha avó?
— Claro que não — ele respondeu. — Você pode me perguntar o que quiser.
— Você sabe se alguém além de mim tem vindo visitá-la? Ela me falou sobre um homem que vem vê-la algumas vezes na semana e as descrições que ela fez dele são tão detalhadas que eu estou começando a ficar preocupada.
— Ninguém tem vindo vê-la, Samantha — Dr. Simmons sorriu tristemente. — Acredito que, quanto mais perto alguém está de morrer, mais a mente lhe prega peças. Eles começam a ver todo tipo de pessoas, em sua maioria pessoas que eles conheciam e que já faleceram. Alguns ainda dizem ver anjos, mas são apenas alucinações. Então, se acontecer de você encontrá-la falando com alguém, não contrarie e só vá na onda. Nós não queremos que ela fique mais confusa do que já está.
— Obrigada pelo seu tempo, Dr. Simmons — Sam acenou com a cabeça em compreensão.
— Disponha, Samantha. Tenha uma boa noite.
Samantha caminhou de volta para o carro. Ao mesmo tempo que se sentou, ela começou a chorar. Era óbvio que a hora de sua avó estava próxima, mas ela ainda não estava pronta para deixá-la ir. Enxugando as lágrimas, ela manobrou para fora do estacionamento, voltando para casa.
Dois
O Anjo da Morte. Era um nome que ele detestava, mas era sua vocação, seu chamado, embora ele tivesse que admitir que Ceifador Sinistro era pior. Todos os dias ele se sentava nos quartos, nos hospitais, nos carros, nas salas de estar das pessoas, perto delas nos parques... apenas esperando o momento preciso quando ele acolheria suas almas no outro lado. Às vezes aqueles que ele ajudava eram gratos após sofrerem tanta dor em suas vidas, e havia aqueles que vinham já chutando e gritando, tanto porque não estavam prontos quanto porque estavam com medo do que eles enfrentariam por conta da vida que viveram. Mas, no fim, é sempre a mesma coisa... você nasce, você vive, você morre. Não há segundas chances nessa vida. Eles só precisam esperar para renascer para tentar consertar qualquer merda que tenham feito, em primeiro lugar. Às vezes eles aprendem, mas, na maior parte do tempo, não.
Ithiel alongou as asas e assistiu ao nascer do sol no céu a leste. Não era a primeira vez que ele se sentava e assistia à lua dar lugar ao sol e era bem certo de não ser a última. Ele decidiu que hoje visitaria sua mulher atrevida favorita... Patricia Stevens. Ithiel poderia se sentar com ela por horas e ouvi-la contar histórias sobre sua vida e seus filhos, e o quão orgulhosa ela estava de seus netos. Ela parecia sempre falar mais sobre uma do que dos demais, uma mulher chamada Samantha. Ela com frequência falava apaixonadamente sobre as conquistas e o sucesso de Samantha, mas nunca falhou em mencionar a falta de um homem na vida dela. Ithiel sempre ria quando Patricia tentava juntá-lo com sua neta. Ela dizia coisas como: — Minha Samantha passou por aqui ontem. Já falei de como ela é linda? Ela é um tanto bem sucedida e daria um excelente partido para qualquer homem. Então levantava as sobrancelhas para ele, fazendo-o rir. Ele só não tinha coragem de contar a ela que ele não era um homem mortal, mas um anjo enviado para levá-la para casa, então ele reforçava sua imaginação: — Bem, Patricia, talvez nós tenhamos sorte e venhamos no mesmo dia, e se ela for tudo o que você diz, ficarei mais do que feliz em sentar e conversar com ela.
— Conversar com ela? Meu querido e doce menino, você pode querer fazer mais do que isso, senão você vai perder uma oportunidade única na vida. Apenas espere! Uma vez que você a vir, ela vai te deixar de queixo caído!
A memória fez Ithiel sorrir.
Mantendo-se invisível a olho nu, ele abriu suas imensas asas negras e subiu para o céu. Ele sabia que Patricia estaria dormindo por ser muito cedo, mas ele não se importava. Ele se sentaria em silêncio e esperaria pacientemente até que ela acordasse.
Três
Patricia acordou sentindo-se inchada e dolorida. Ela passou mais uma noite sonhando sobre sua mãe. Elas estavam sentadas em um parque e estavam conversando, mas, jurava por sua vida, não conseguia se lembrar sobre o que elas falavam. Suspirando, Patricia saiu da cama e foi até o banheiro. Depois de completar seu ritual matinal e se vestir para o dia, ela voltou para seu quarto e encontrou seu belo visitante sentado em uma das grandes poltronas.
— Bom dia — disse ela, sorrindo. — Você perdeu Samantha de novo ontem, mas tudo bem. Ela estará aqui hoje, só não tenho certeza a que horas. Eu contei a ela sobre você, mas, juro por minha vida, não consigo me lembrar seu nome.
— Bom dia, Patricia — Ithiel sorriu. — Você está especialmente adorável hoje e espero conhecer sua Samantha um dia.
— Bem, uma mulher deve mesmo manter as aparências. Você nunca sabe quem vai encontrar por aí — Patricia desfilou através do quarto.
— Talvez você tenha razão — Ithiel riu. — Às vezes as pessoas têm a tendência de aparecer de surpresa e que vexame seria ser encontrado com as calças arriadas, por assim dizer.
— Ah, eu realmente gosto da sua companhia, Ithiel — Patricia riu. — Ah! Eu lembrei seu nome! O que acha disso?
— Eu nunca duvidei por um minuto de que lembraria, Patricia. — Ithiel ficou de pé. — Você se importaria de ir caminhar nos jardins essa manhã? Está um lindo dia hoje.
— Seria uma honra — Patricia apoiou a mão no braço dele.
Ithiel escoltou Patricia para os jardins. Ainda era bem cedo, então a maioria dos residentes da Skyland ainda estavam na cama. O céu tinha o tom brilhante de branco que existe nas primeiras horas do dia, logo antes de o sol de fato nascer e torná-lo azul. Os pássaros cantavam alegremente nas árvores enquanto uma suave brisa morna acariciava-lhes o rosto.
— A sensação do sol é maravilhosa na minha pele — disse Patricia, inclinando o rosto para o sol. — Eu estou sempre sentindo frio. É quase como nada que eu faço pode me aquecer esses dias. Até usar várias camadas de roupa não parece funcionar como antes — Patricia voltou seus olhos para Ithiel. — Já te disse que você tem olhos lindos? Eles são como a cor do céu em um dia sem nuvens.
— Não disse, mas obrigado — Ithiel sorriu.
Ithiel levou Patricia para uma cadeira no jardim e a ajudou a sentar. Quando Ithiel se sentou próximo a ela, Patricia virou-se para ele e disse:
— Ithiel, eu sei que eu não tenho muito tempo de vida. Eu também sei que você não é humano e está aqui mais para me levar para casa ou me enviar de volta ou seja lá o que você faça.
— E como você sabe disso? — Ithiel levantou suas sobrancelhas surpreso.
— Primeiro, você é