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Falhas
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Falhas
E-book94 páginas1 hora

Falhas

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Sobre este e-book

Em um futuro distópico, onde a linha entre humanidade e tecnologia se torna cada vez mais tênue, máquinas inicialmente programadas para servir aos humanos passam a apresentar falhas críticas. A antologia "Falhas" explora esse cenário caótico, onde a sobrevivência humana é constantemente ameaçada por autômatos defeituosos e cada vez mais hostis.


Neste mundo, as poucas pessoas que restam lutam não apenas contra a ameaça mecânica, mas também contra a desesperança e o desespero que vêm com a convivência forçada com máquinas que já não cumprem suas funções originais. Cada conto desta coletânea revela uma faceta distinta desse conflito, mostrando a resiliência humana diante da adversidade tecnológica.


Os autores nos conduzem por narrativas intrigantes e cheias de suspense, onde as falhas das máquinas podem se tornar tanto a ruína quanto a salvação da humanidade. "Falhas" é uma coletânea que mergulha profundamente nas consequências de um mundo onde a tecnologia, imperfeita e incontrolável, se volta contra seus criadores. Prepare-se para uma leitura intensa, onde cada página revela novos perigos e desafios em um futuro onde nada é o que parece.

IdiomaPortuguês
EditoraObook
Data de lançamento31 de jul. de 2024
Falhas

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    Falhas - Obook

    Ficha do Livro

    Falhas,

    Organizador: Donnefar Skedar

    Projeto gráfico: Obook

    Copyright desta edição: Obook, 2024

    Imagem da capa: Adobe Stock

    Capa: Obook

    Publicação independente.

    Contato: [email protected]

    Site: https://obook.com.br/

    Sumário

    Ficha do Livro

    Apresentação

    Cinco segundos sob o céu cinza neon

    Desliga-me!

    Que Assim Seja

    Recomeço

    TT, T.

    Falha A82

    Numa Véspera de Natal

    Narciso conectado

    O Ciclo do Monge Laus

    Deus-Máquina

    Concorrência perigosa

    Breve Discurso ao Maquinariado Universal

    Sacrifício de Sangue

    Apresentação

    Falhas nos são apresentadas o tempo todo, nós humanos falhamos sempre, mas quando o que era pra ser melhor que os humanos começa a falhar, temos contos como os apresentados neste livro.

    Cada autor criou seu próprio conceito para um futuro não tão distante, mas com detalhes que conhecemos e debatemos muitos anos antes da tecnologia ser essa realidade.

    Confira as falhas apresentadas.

    Boa leitura.

    Don,

    Organizador

    Cinco segundos sob o céu cinza neon

    Israel Pinheiro

    O céu era só fumaça, mas Ariel não se lembrava se alguma vez foi diferente. Sabia que por trás de todo aquele cinza, prédios, lasers e holografia havia algum céu, mas ela não lembra de ter visto isso algum dia. Dentro do micro elétrico, ela pegava uma velha estrada e sabia que só os pobres ainda andavam no chão, enquanto aqueles que dominavam o mundo sobrevoavam sua cabeça.

    Ariel pensava que aquele céu cinza empoeirado tinha sido culpa dos que vieram antes, não de seu tio-avô. Ouviu falar que ele era da resistência, mas a última vez que o viu tinha um pouco mais de oito anos e ele discutia algo com seu pai.

    Manoel, você precisa sair dessa cidade, as corps nunca vão deixar você sair desse distrito, venha comigo para o sul, tenho amigo lá

    O pai de Ariel nunca aceitou. Seu pai culpava o avô e seu tio pelas condições de controle impostas pelas corps à cidade de Manaus, e ele era pró-estadunidenses. Quando estes invadiram pela Colômbia com seus Pods-voadores para garantir minérios importantes em Roraima, gás no interior do Amazonas e Garantir a Floresta, Manoel não só apoiou como delatou diversos membros da resistência. Ariel nunca se deu com seu pai, ele lhe espancava periodicamente e queria obrigar Ariel a algo que jamais poderia ser. Mas, ainda sim, ele era seu pai. Sua mãe morreu após uma fábrica de enriquecimento de platinum explodir. Mas ela não morreu pela explosão, ela foi exposta a algum tipo de radiação. Foi Ariel que cuidou dela nos últimos dias de vida.

    Então, enquanto seu pai se afundava na ideologia pró-americana, a qual acabou com o SUS, privatizou a saúde e a assistência social, ele ainda culpava a resistência. Ele falava que eles querem destruir os princípios ocidentais. Tudo piorou depois que a mãe de Ariel morreu. Aos doze anos, Ariel recebeu a notícia que seu avô tinha morrido lutando contra a Polícia Corporativa da Toshikan no sul do Amazonas. Ela se sentia muito solitária, mas apreensiva, extremamente apreensiva pelo seu futuro.

    Quando seu pai perdeu as pernas em um acidente no Novo Porto do Chibatão, sem dinheiro pra próteses ou atendimento adequado e o viu morrer aos poucos da infecção, ela sentiu um alívio, por um momento pensou:

    Será que seria certo? Sentir alívio?

    Apesar de solitária, pelo menos os espancamentos se encerariam.  Ela teve que se virar. Trabalhou em uma cooperativa de reciclagem para conseguir pagar os módulos de série fundamental. Ela ouviu falar que em algum momento no passado a educação era pública e que mesmo gente pobre tinha chance de estudar. Não que fosse um paraíso, mas quando a educação foi totalmente privatizada, várias empresas passaram a vender módulos de série, que caso você terminasse poderia fazer uma prova para receber o certificado. Ela pensava que essa era a chance.

    Ela dividia o dinheiro da cooperativa entre os módulos, comida e o aluguel. Ela viu diversos colegas entrar nas gangues para poder sobreviver, viu muitos perderem a vida e outros sumirem. Mas ela ainda acreditava que poderia fazer diferente, até que um dia sua casa foi invadida por Drones da Polícia Corporativa. Levaram Ariel para um Departamento de Informações de Contraversão Política. Ela tinha doze anos e já tinha visto o pior que aquele mundo poderia lhe oferecer...

    Ariel foi inquerida por Androides de Segurança que analisavam cada micro transação, mediam sua pulsão, temperatura e nível de atividade cerebral. Ela ficou semanas presa sob suspeita, tudo por causa da história de seu avô. Quando perceberam que ela não tinha nada, a soltaram. Quando voltou para sua casa, o senhorio já havia alugado sua casa e penhorado suas poucas coisas, inclusive seus módulos de estudo.

    Ela passou a trabalhar e morar numa sala nos fundos da cooperativa. Sozinha entra tantas tecnologias, Ariel apenas tentava se focar no básico para sobreviver, comer, dormir, defecar, respirar. Suas esperanças se concentravam em tentar reaver o mínimo. Pelo menos nos fundos da cooperativa ela não precisava pagar aluguel.

    Lá estava ela quando, em um final de tarde, entraram alguns outros membros da cooperativa carregando o corpo de uma colega catadora. Esta estava recolhendo lixo em um bairro nobre quando um dos droides de Segurança do Condomínio puxou um bastão de teaser e desferiu um golpe na sua costa, enquanto ela buscava se proteger. Foi então que um morador, um advogado coorporativo, gritou:

    Ela tá armada!

    Mais rápido que um piscar de olhos, o Droide puxou sua pistola e desferiu um tiro mortal na testa de Elenize. Outros catadores próximos correram para ajudar. Enquanto o sangue dela se esvaía pela calçada, outros droides e drones trataram de cercar. Foi então que os coletores se revoltaram e começaram a atacar de volta, enquanto outros retiravam o corpo dela. Eles eram observados por drones particulares que filmavam a cena para passar em seus stories diários, compartilhar no grupo do condomínio e enviar para neuroplays. Um dos drones tentou arrancar o chip de Elenize, mas os catadores

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