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Caçando Sombras: Abismo das Sombras
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Caçando Sombras: Abismo das Sombras
E-book243 páginas3 horas

Caçando Sombras: Abismo das Sombras

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Sobre este e-book

Aurora Ares, dona de um bar que atende paranormais, está contente com sua vida. Quando crianças começam a desaparecer em uma pequena cidade do Centro-Oeste, magia parece ser a responsável. Com o mundo paranormal em confusão política, a responsabilidade de salvar as crianças cai sobre Aurora. O problema é que ela é uma vampira solitária sem o suporte de um coven.

Logan Wayne, que lida com poderosos artefatos mágicos, talvez seja a melhor pessoa para ajudar, mas suas prioridades são questionáveis – no melhor dos casos. Para salvar as crianças, Aurora precisará da ajuda de seus dois lobos e de um homem que ela não consegue confiar. Para piorar, não demora muito para ela se tornar o alvo seguinte.

Aviso de Conteúdo: Este livro é destinado a públicos maduros e contém violência, imagens perturbadoras e linguagem forte.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento3 de jun. de 2020
ISBN9781071550892
Caçando Sombras: Abismo das Sombras

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    Caçando Sombras - Rain Oxford

    Caçando Sombras

    Abismo das Sombras 1

    Rain Oxford

    Traduzido por Diéssica Nunes Sales

    Caçando Sombras

    Escrito por Rain Oxford

    Copyright © 2020 Rain Oxford

    Todos os direitos reservados

    Distribuído por Babelcube, Inc.

    www.babelcube.com

    Traduzido por Diéssica Nunes Sales

    Babelcube Books e Babelcube são marcas comerciais da Babelcube Inc.

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Sobre a Autora

    Capítulo 1

    Uma briga de lobos era um pequeno problema no meu mundo. No meu bar, entretanto, era um grande problema. A única coisa que poderia deixar isso pior era—

    — Humano – Brandy sussurrou.

    Eu gemi.

    — Eu vou lidar com ele em um minuto – eu disse sem desviar o olhar. Primeiro, eu tinha que encontrar uma mangueira para os lobos.

    — Celular! – Brandy gritou.

    Eu pulei sobre o balcão, localizando o humano facilmente. Apanhei o telefone de sua mão antes mesmo que ele percebesse que eu estava lá. Como eu havia esperado, ele estava gravando a briga dos lobos. Portanto, eu não senti nenhum remorso por jogar o celular no chão e amassá-lo sob a minha bota.

    — Como você entrou aqui? – Eu perguntei.

    Ele me olhou espantado por um instante antes de se abaixar e tentar juntar as peças do seu telefone.

    — Por que você fez isso?

    — Com você entrou?

    — A porta não estava trancada.

    Não, não estava, mas o prédio tinha uma proteção em sua volta. Proteções mágicas eram cúpulas invisíveis, intangíveis que protegiam contra qualquer coisa que o criador quisesse. Elas poderiam ser de qualquer tamanho ou intensidade, dependendo da força do feiticeiro que a lançasse. Eu paguei um bom dinheiro para a minha, que tinha o objetivo de fazer humanos se sentirem obrigados a se afastarem.

    — Por que você entrou? – eu perguntei.

    — Escutei cachorros brigando. Estou ligando para a polícia!

    — Com o quê?

    Antes que eu pudesse lidar com ele, o rosnado do outro lado do cômodo ficou mais alto e um dos lobos colidiu em uma cadeira.

    — Chega. Alguém tome conta dele! – eu disse. Um dos meus clientes regulares, um metamorfo de urso, chamado Theodor, agarrou o humano pelos braços. – Não o machuque. – Theodor assentiu silenciosamente.

    Eu voltei minha atenção novamente para os lobos. Quando eles se lançaram um contra o outro, fiquei entre eles e chutei o lobo cinzento – o agressor – no peito. Ele bateu na parede atrás dele. Enquanto o segundo lobo, um lobo ártico mais jovem, ainda estava voando pelo ar, eu o agarrei pelo pescoço e o joguei no chão.

    Algumas tábuas do assoalho quebraram, mas isso foi minha própria culpa.

    Vários dos meus clientes se reuniram em torno, e os regulares sabiam ficar fora do caminho. Dois grunhidos baixos de Deimos e Phobos me informaram que eu tinha ajuda se eu precisasse. Eu soltei o lobo quando ele choramingou.

    — Vocês dois, mudem.

    Instantaneamente, ambos os lobos se transformaram em homens. O lobo ártico, Troy, era musculoso, tipo atleta de ensino médio que tinha desistido de estudar, que mal agia de acordo com a lei e, definitivamente, não deveria estar dirigindo, nem mesmo sóbrio. Entretanto, ele não era encrenqueiro como seu oponente. Melvin, o lobo cinza mais velho e motociclista desempregado, vinha todo final de semana e tentava começar uma briga sempre que ele e sua namorada estavam fora de si.

    — O que eu te disse sobre brigar no meu bar? Se vocês quiserem agir como cachorros, fiquem lá fora como os cachorros. – Eu ignorei o protesto atrás de mim. – Agora, saiam daqui e esfriem suas cabeças antes que eu os bane.

    — Sim, madama. – Troy disse em pouco mais que um sussurro.

    — E não me chame assim – eu disse enquanto eles se apressavam para sair. Eu suspirei e voltei para o humano, que agora estava entrando em pânico.

    — O que raios acabou de acontecer? Eles eram lobisomens!

    — Não, não eram. – Enquanto Theodor o segurava, eu o forcei a olhar nos meus olhos. – Você estava dirigindo por aí e se perdeu – eu disse colocando poder por trás das minhas palavras. Sua expressão se tornou vazia enquanto minhas palavras sobrescreviam em sua memória. – Você ouviu alguns barulhos estranhos, checou um depósito vazio e viu um animal perdido. Ele o assustou, mas foi isso. Você entrará no seu carro, irá para casa e dormirá. Quando você descobrir que está sem seu telefone, você irá presumir que o perdeu em algum lugar.

    Eu dei um passo para trás e assenti para Theodor, que o soltou. O humano partiu sem dizer outra palavra. Theodor deu um tapinha no meu ombro. Se eu fosse humana, teria doído. Entretanto, havia algumas vantagens em ser uma vampira.

    — Está bem, Theo. Ele não vai voltar. Theodor era mudo e sua garganta era cheia de cicatrizes independentemente de quantas vezes ele se transformasse. Normalmente, quando metamorfos eram feridos, seus corpos consertavam o dano quando eles mudavam entre sua forma animal e humana. Apesar de eu não ter certeza de como ele recebeu um ferimento tão terrível, eu presumi que ele havia sido atacado por outro metamorfo.

    Eu retornei para o balcão para pegar uma garrafa de Sanguatina. Era uma mistura de sangue de verdade e sangue sintético que eu comprei de um cientista. Ele compartilhou sua receita com covens em todo o mundo, mas aqueles de nós que não estavam afiliados com nenhum coven tinham que conseguir diretamente dele. A maioria das drogas era completamente inofensiva a nós, a não ser que fossem misturadas com sangue sintético. Para manter a mim e meus clientes seguros, eu estava contente em continuar com o fornecedor legítimo. E ainda, vinha em uma garrafa de cerveja, então os vampiros não se sentiam como se estivessem perdendo algo.

    — Você gosta de ser chamada de madama – Brandy acusou em voz baixa enquanto eu me inclinava sobre ela para pegar a garrafa.

    Ela parecia muito nova para estar trabalhando em um bar. Seu rosto de bebê e grandes olhos azuis faziam que ela aparentasse inocente, mas ela tinha me mostrado que ela poderia se cuidar de qualquer paranormal. Seu cabelo era naturalmente branco platinado com raízes escuras, e ela o mantinha longo. Suas roupas alternavam entre renascimento, gótico e steampunk. Apesar de ela ser humana, eu não confiaria em ninguém mais para gerir meu bar.

    — Há apenas três pessoas nesse mundo permitidas a me chamar dessa forma e isso continuará assim.

    Ela sorriu.

    — Sim, madama.

    *      *      *

    Eu fui para o andar de cima. Meu apartamento não era nada especial, mas eu não podia reclamar sobre deslocamento. Eu havia deixado Brandy decorar o local considerando que eu não tinha nenhum interesse na cor das minhas paredes ou se a mobília estava combinando. Como resultado, a sala de estar, cozinha e banheiro pareciam como algo de uma revista de design de interiores, o que fazia sentido, porque sempre tinha tais revistas na mesa de centro de vidro. Meu quarto era decorado com uma cama de solteiro de segunda mão, uma mesa de estudos antiga, três livreiros que iam do chão até o teto, e uma rocha com cachoeira na minha mesa de cabeceira. A única coisa nova era meu laptop na minha mesa. Eu o tinha havia alguns meses, mas nunca o tirei da caixa, então eu o considerava novo. O apartamento tinha dois quartos e um banheiro, o que era espaço suficiente para mim e Brandy. Se não fosse pelos garotos.

    Brandy ia alimentar Deimos e Phobos, então eu tinha algum tempo para mim mesma. Eu amava meus cachorros-lobos, mas eles precisavam de uma vida mais ativa. Eles eram majoritariamente lobos com uma mistura de pastor alemão.

    Um amigo meu estava investigando um grupo de humanos que estavam fazendo experimentos em animais e paranormais. Deimos e Phobos foram os únicos sobreviventes de, pelo menos, seis filhotes que haviam sido injetados com sangue de lobo metamorfo em uma tentativa de os tornarem paranormais.

    Apesar deles nunca terem mostrado nenhum sinal de mágica em seu sangue, eles eram anormalmente inteligentes, estranhamente grandes, tão pretos como tinta e tão quietos como uma sombra. Phobos, o menor da ninhada, ganhou com sucesso noventa quilos. Ele também amava se aninhar e era viciado em desenhos animados. Deimos, mais ou menos, vinte quilos mais pesado que seu irmão, estava constantemente alerta.

    Eu me sentei em frente à televisão sem ligá-la. Eu preciso de um passatempo. Eu gostava de ter um bar que atendia paranormais. Isso me mantinha entretida. Sempre tinha alguém arrumando encrenca, alguém em encrenca, e alguém buscando por um novo começo. Infelizmente, Brandy era capaz de lidar sem mim com os problemas que surgiam do dia-a-dia.

    Claro, eu também tinha que defender meu bar daqueles que acreditavam que eu estava tentando criar uma aliança de paranormais delinquentes apenas porque eu era uma vampira sem um coven. Infelizmente, eu não conhecia nenhum fio de terra nas Américas que não haviam sido reivindicadas pelos paranormais, e a maioria deles não aprovava vampiros solitários.

    Existiam quatro facções reconhecidas de paranormais – vampiros, feiticeiros, fadas e metamorfos. Além disso, havia criaturas mágicas e seres poderosos. Rótulos se tornavam complicados quando feiticeiros não eram considerados humanos, humanos médiuns não eram considerados paranormais e paranormais não tinham permissão para se misturar. Apesar da modernização do mito humano em relação ao mundo paranormal, este continuava sendo o segredo melhor mantido no planeta.

    Feiticeiros e fadas eram paranormais baseados em magia; eles tinham poucos traços físicos que eram diferentes dos humanos. Enquanto feiticeiros podiam fazer magia devastadoramente poderosa, eles tinham que aprendê-la. Fadas, por outro lado, geralmente tinham apenas uma ou duas habilidades sobrenaturais, mas estas vinham naturalmente. Fadas aparentavam tão humanas como os outros paranormais. Também havia tipos diferentes de fadas, como a fada da floresta (que tinha poderes baseados na natureza) e a fada psíquica (que tinha poderes baseados na mente).

    Vampiros e metamorfos eram paranormais baseados no físico; nossa magia se manifestava fisicamente. Era preciso de magia para os metamorfos mudar de sua forma humana para sua forma animal, ainda que eles não pudessem fazer nenhuma outra mágica. Junto com nossa força e velocidade superiores, vampiros tinham uma habilidade mágica; nós podíamos controlar humanos. Isso se estendia de simples sugestões ao completo controle mental, dependendo do poder do vampiro.

    Vampiros, uma vez, se especializaram em se misturar com a nossa fonte de comida, o que nos separou do resto da comunidade paranormal e nos fez ser rejeitados. Consequentemente, direitos iguais para vampiros era um conceito bem recente. Além do mais, esses direitos eram essencialmente para vampiros que viviam em covens. Eu preferia ficar isolada da comunidade.

    Alguns metamorfos, como metamorfos de lobos, viviam em matilhas, enquanto outros, como a maioria dos metamorfos felinos, eram solitários. Se um metamorfo que normalmente viveria em um bando escolher viver sozinho, ele era considerado isolado da comunidade. Similarmente, vampiros que não eram afiliados a um coven eram considerados isolados da comunidade. A maioria dos paranormais considerava quem se isolava da comunidade como alguém perigoso e fora de controle. Feiticeiros normalmente não viviam em grupos, mas aqueles nos Estados Unidos e Canadá eram governados por um conselho de treze homens famintos de poder.

    Muitos metamorfos podiam apenas se misturar com humanos por um curto período de tempo por conta de sua forte natureza animal. Fadas ativamente evitavam os humanos o quanto podiam, preferindo viver em habitats não tocados pelo homem. E aí, tinha os feiticeiros. Apesar de eles se assemelharem aos humanos e poderem se misturar facilmente, os mais poderosos eram fáceis de identificar porque eles tendiam a fazer aparelhos eletrônicos ficarem instáveis.

    *      *      *

    Depois de um tempo, eu ouvi uma batida na porta.

    — Rory, Cody está aqui.

    Eu consegui ouvir o veneno no tom de Brandy. Cody e eu tínhamos namorado por quatro anos antes de terminarmos civilizadamente. Apesar de Brandy o odiar, ela nunca era abertamente grossa com ele.

    Sem dizer uma palavra, eu abri a porta, passei por Brandy e fui para o andar de baixo. Cody estava de pé, de frente para o balcão, afagando Deimos e Phobos. Ele era alto, forte com cabelos castanhos e olhos verdes suaves. Ele também era um ex-policial que foi transformado em vampiro e um membro do coven mais forte na América do Norte.

    — Me diga que você está aqui porque Stephen achou Astrid.

    Ele balançou a cabeça.

    — Ela ainda está sumida.

    — Então, por que você está aqui?

    — Alguém está amigável hoje.

    Eu revirei os olhos. Astrid, minha amiga que tinha me dado Deimos e Phobos, tinha desaparecido havia alguns meses. A última notícia que alguém teve dela, era que ela estava trabalhando com um feiticeiro que também era conhecido por ser assassino, ainda assim ninguém suspeitava dele ter causado o desaparecimento dela.

    — Não é por isso que estou aqui. Já que Astrid não é mais capaz de fazer o trabalho dela, eu preciso que você assuma um caso.

    — Um caso? Eu não sou policial. Eu tenho um trabalho.

    — Um trabalho que eu sei que sua amiga pode fazer. É importante.

    Cody era muito responsável, o que era uma das razões de termos terminado. Ele frequentemente sacrificava sua própria felicidade em prol de completos estranhos. Ele também estava pronto para se comprometer. Considerando que somente em pensar em me comprometer para o resto da eternidade me deixava enjoada, nós estávamos fadados a fracassar em algum momento. Não surpreendentemente, aquela que iniciou o começo do fim era uma vampira linda, que trocava a cor do cabelo com mais frequência do que trocava de roupa, dormia com qualquer coisa que quisesse e, por acaso, era a filha do vampiro mais poderoso do continente.

    — Dê para alguém que possa realizar o trabalho. Você não tem outros amigos que fazem esse tipo de coisa?

    — Nenhum que esteja disponível. Eu não pediria sua ajuda se tivesse qualquer outra pessoa na Terra que pudesse fazer isso.

    — Ui.

    Ele ignorou meu sarcasmo, como sempre.

    — Tem uma pequena cidade em Oklahoma, onde algumas crianças desapareceram.

    — Fale com os policiais.

    — Isso não é algo que os humanos podem resolver. Era para a Astrid – ele disse me entregando uma carta.

    Eu a peguei sem olhar para ela.

    — Então, você faz isso, ou arruma alguém do coven do Stephen.

    — Nós estamos tendo grandes problemas com conselho dos feiticeiros no momento e qualquer coisa que façamos pode tornar as coisas piores. Você não é afiliada com Stephen, então o conselho não está te observando. Além disso, você está em dívida com Astrid.

    — Por que os humanos não podem resolver isso? – Quando ele apontou para a carta, eu a abri.

    Querida Astrid,

    Eu preciso de ajuda e fiquei sabendo que você era a pessoa a pedi-la. Quatro dos meus amigos desapareceram. Eu não sei quem está por trás disso, mas eu sei que tem a ver com mágica. No envelope, eu incluí uma gravação da última chamada telefônica que tive com Rome Phelps. Todos os meus amigos sabiam que tinha alguém atrás deles, mas eles não conseguiram descobrir quem era. Agora ele está atrás de mim. Por favor, venha.

    Atenciosamente,

    Lilly Hartwell

    No fim da mensagem estava o endereço dela.

    — Onde está a gravação? – eu perguntei.

    — Estava em um pen drive, e eu a baixei no meu telefone. – Ele pegou o telefone do seu bolso, iniciou a mensagem e o entregou para mim.

    Eu ouvi a garota choramingando, mas não conseguia saber sua idade e o que ela estava fazendo.

    — Lilly, ele está aqui – a voz da garota sussurrou.

    O sinal crepitou com a interferência.

    — Você sabe quem ele é? Qual o nome dele? Qual a aparência dele? – outra jovem garota perguntou.

    Esta, que eu presumi ser Lilly, não parecia amedrontada.

    — Eu não sei. Eu estou escondida. Eu posso ouvi-lo.

    — Sua mãe está aí?

    — Ela não acredita em mim. Ela não o escuta.

    — Você consegue alcançar seu—

    O resto da pergunta de Lilly foi sufocado pelos gritos da outra garota. Entre Lilly chamando pelo nome da garota, Rome gritando e a falta de movimento, eu não conseguia entender o que estava acontecendo, exceto que algo feito de metal e madeira quebrou em pedaços. Depois, um instante antes da ligação cortar, eu escutei outro som familiar – o som de ossos quebrando.

    Eu entreguei o telefone para Cody. Astrid não teria hesitado. Ela trabalhava duro para proteger pessoas de perigos paranormais.

    — Eu não sei absolutamente nada sobre investigações.

    — Você é persistente e engenhosa. Eu tenho certeza que você pode usar sua ilusão para conseguir respostas.

    — E eu devo deixar o meu bar abandonado? – eu perguntei.

    Brandy limpou a garganta bem alto. Eu suspirei.

    — Tudo bem. Eu vou.

    *      *      *

    A ida durou três dias, porque eu tinha que parar nas manhãs e entrar no meu porta-malas. O meu Thunderbird 1993, preto, era grande o suficiente quando os meninos eram filhotes, mas aos dois anos de idade, era difícil para eles entrarem no carro. Também não era fácil encontrar um lugar para estacionar durante o dia, onde alguém não fosse ligar para Disque Denúncia Animal por causa

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