Diário de uma rapariga com depressão
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Sobre este e-book
Ao longo desta caminhada, veremos Anna ultrapassar vários obstáculos como voltar a confiar nas pessoas, permitir-se viver as experiências da vida, ter amores e desamores, fazer amigos e seguir o seu maior sonho: tirar um curso de fotografia.
Será que Anna vai conseguir percorrer este caminho de altos e baixos e transformar a sua vida?
Sara Fernandes tem 26 anos e nasceu no Porto.
Foi vítima de bullying e diagnosticada com Depressão e Ansiedade em 2012.
Concluiu o Curso de Fotografia na Escola Profissional de Comércio Externo.
Sempre teve o sonho de publicar a sua história para ajudar outros jovens a ultrapassarem o mesmo.
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Diário de uma rapariga com depressão - Sara Fernandes
Capítulo 1
A Minha Apresentação
– Olá, chamo-me Anna Jones e vou contar o início da minha vida.
Sempre fui uma criança saudável, alegre, brincalhona e aventureira. Nasci numa família típica normal.
A minha mãe, Resse, teve-me com trinta e nove anos, fui, o que chamam, uma gravidez de risco, quase me perdeu com três meses de gestação na qual os médicos recomendaram que repousasse para que não tivesse um aborto. Esteve seis meses de cama para que não me perdesse, mas, com o passar dos anos, apercebi-me que ela não queria que eu tivesse nascido, mas isso explico mais para a frente.
O meu pai, William, foi um homem que sempre trabalhou muito para que não nos faltasse nada, de aparência séria, mas ao mesmo tempo brincalhão, um companheiro e sempre pronto para fazer cirurgias às minhas bonecas com fita-cola quando saía uma perna ou a cabeça.
A minha irmã mais velha, Emily, é uma típica adolescente com dezassete anos, na sua idade de rebeldia, só queria sair com os amigos, uma boa aluna na escola (dito pelos meus pais) e sempre pronta a irritar a irmã mais nova, no caso, eu. Sempre tivemos uma relação típica de irmãs, uma relação de amor e ódio, brincávamos de aviãozinho, eu saltava na barriga dela, fazia-me cócegas até eu chorar de tanto rir, víamos filmes da Disney em cassete.
Quando não me dava atenção, ou porque estava ocupada a fazer trabalhos da escola ou porque ia sair com os amigos, eu fazia sempre duas coisas que a deixavam irritada:
Primeira - pegar nas canetas da escola, em papel da impressora, em cola, tesoura e, às vezes, o estojo e esconder para que ela não tivesse nada;
Segunda - tirar todos os brinquedos de um baú que tínhamos no nosso quarto, os brinquedos estavam divididos por categorias dentro de caixas, eu simplesmente tirava as caixas e tirava os brinquedos dentro delas e espalhava tudo no quarto, quando ela chegava ao quarto, ficava chateada comigo porque era sempre ela que tinha de arrumar tudo de volta no baú.
Mas logo lhe passava e voltava tudo ao normal, sempre fui muito ligada à Emily, apesar da grande diferença de idades, temos treze anos de diferença uma da outra, sim, é uma grande diferença, mas isso nunca foi problema, era como se ela fosse a minha mãe, mas uma mãe porreira que te leva para os sítios mais fixes que possas imaginar.
A minha avó Betty é a minha avó materna, todos os dias estava com ela, era ela que me ia buscar à escola, que me dava o almoço e o lanche, que cuidava de mim e que até me dava sermões quando era necessário. Mas sempre foi aquela típica avó doce, meiga que sempre tratou dos netos como se fossem filhos. A minha avó sempre me mimou muito, dava-me sempre tudo o que eu queria, desde um chocolate no supermercado a um brinquedo de uma loja dos chineses. Sempre adorou inventar coisas para que eu comesse desde uma simples ida ao jardim da casa e sentar no muro a comer sentada no chão enquanto brincava.
Todos os sábados depois da catequese (sim, minha mãe e minha avó eram muito católicas), eu ia para casa dela e havia sempre um bolo de mármore ou bolo de iogurte
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acabado de fazer à minha espera. A minha avó é a minha segunda mãe.
A Beatriz, mais conhecida por Bia, foi criada junto comigo em casa da minha avó, ela é minha prima e minha melhor amiga. Digamos que sempre fomos a sombra uma da outra, apesar de haver dias que não podíamos ver a cara uma da outra, mas isso é normal visto que passávamos muito tempo juntas. Sempre tivemos as nossas brincadeiras típicas de crianças, mas havia uma brincadeira em específico que ela amava e eu detestava: era brincar de escolinhas, ela era a professora e eu a aluna dela. Obrigavame sempre a fazer coisas que não gostava, mas lá lhe fazia a vontade e depois até que a brincadeira se tornava divertida.
Eu tinha uma vida normal, era uma criança feliz, tinha as pessoas que eu mais amava sempre comigo, mas alguma coisa estranha estava prestes a acontecer, algo ia mudar na minha relação com a Emily. Ela andava distante, já não brincava comigo, andava sempre de mau humor, nem parecia a Emily que conhecia.
E estava certa, tinha mesmo acontecido algo e ia mudar a minha vida para sempre!
Capítulo 2
Eu vou ser o que?
Tinha cinco anos, estava sentada no chão da sala a brincar com as minhas Barbies, quando a Emily entra:
Dirijo-me para o sofá e sento-me, ela coloca-se de joelhos na minha frente e diz-me:
Dirijo-me para o sítio onde estava e continuo a brincar pensando no que ela estava a tentar dizer com tu vais ser tia
.
Conseguem imaginar o que é receber uma notícia dessas com cinco anos? Acreditem, mesmo sem perceber o que era ser tia e o que realmente estava a acontecer, não gostei
muito da ideia, mas não podia fazer nada naquele momento, não dependia de mim.
Os meses foram passando e a barriga da Emily crescia cada vez mais, começava a fazer movimentos estranhos, muito levezinhos, confesso que era estranho, mas ao mesmo tempo interessante ver a barriga mexer levemente. Sempre que recebia ou comprava roupa, chamava-me para me mostrar aquelas pequenas peças de roupa que cabiam nos meus Nenucos, confesso que fiquei a pensar como é que um bebé ia caber ali dentro.
Quando soubemos que ia ser uma menina, a minha irmã, a minha mãe e eu sentamo-nos na cama no nosso quarto para escolher o nome da bebé, mas não chegamos a acordo nenhum, cada uma dizia um nome nada a ver, ou era feio, ou era enorme. Resumindo, não faço ideia de que nome escolheram para a bebé.
Passaram-se nove meses e a barriga da Emily mais parecia que tinha engolido uma melancia inteira, os movimentos eram mais intensos, tão intensos que havia momentos em que parecia que se via uma mão ou um pé a querer sair através da pele.
Numa tarde normal num dia da semana, chego a casa