A Missa [com Comentários]
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A Missa [com Comentários] - Ex-padre Aníbal Pereira Dos Reis
A
MISSA
[com comentários]
FINALIDADE DESTA OBRA
Este livro como os demais por mim publicados tem o intuito de levar os homens a se tornarem melhores, a amar a Deus acima de tudo e ao próximo com a si mesmo. Minhas obras não têm a finalidade de entretenimento, mas de provocar a reflexão sobre a nossa existência. Em Deus há resposta para tudo, mas a caminhada para o conhecimento é gradual e não alcançaremos respostas para tudo, porque nossa mente não tem espaço livre suficiente para suportar. Mas neste livro você encontrará algumas respostas para alguns dos dilemas de nossa existência.
AUTORES: Ex-padre Aníbal Pereira dos Reis e o Escriba de Cristo que é licenciado em Ciências Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de Santos; possui curso superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de Santos; é Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembléias de Deus de Santos; tem formação Técnica em Polícia Judiciária pela USP e dois diplomas de Harvard University dos EUA sobre Epístolas Paulinas e Manuscritos da Idade Média. Radialista profissional pelo SENAC de Santos, reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu em Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de Evangelismo Universal; hoje se dedica a escrever livros e ao ministério de intercessão. Não tendo interesse em dar palestras ou participar de eventos, evitando convívio social.
CONTATO:
Whatsapp Central de Ensinos Bíblicos com áudios, palestras e textos do Escriba de Cristo
Grupo de estudo no whatsapp
55 13 996220766 com o Escriba de Cristo
E-MAIL: [email protected]
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
M543 Ex-padre Aníbal Pereira dos Reis – Central
de Ensinos Bíblicos 1969 –
A MISSA [COM COMENTÁRIOS]
Registro /SP, Livrorama
Bibliomundi, Amazon.com, 2023, 145 p. ; 21 cm
ISBN: 9798391460749 Edição 1°
Teologia 2. Bíblia 3. Ex-padre Aníbal P dos Reis
4. Missa 5. Salvação 6. Simbologia
CDD 220
CDU 22
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Conteúdo
PREFÁCIO
PRELIMINARES
A EUCARISTIA E A ENCARNAÇÃO
A EUCARISTIA E A TRINDADE
À LUZ DA BÍBLIA E DA RAZÃO É IMPOSSÍVEL ACEITAR-SE ESSA EXPOSIÇÃO
O SERMÃO PRIMEIRA PARTE
PORQUE REPUGNA À CONSCIÊNCIA UMA INTERPRETAÇÃO LITERAL DE JOÃO 6.53-57
A INTERPRETAÇÃO LITERAL CAUSA SÉRIOS EMBARAÇOS À PRÓPRIA TEOLOGIA CATÓLICA
NA ÚLTIMA PÁSCOA, O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
OS TEÓLOGOS CATÓLICOS EM DEPOIMENTO
O TESTEMUNHO DE PAULO APÓSTOLO
A TRANSUBSTANCIAÇÃO
A TRANSUBSTANCIAÇÃO NO PAGANISMO ANTIGO
OS TEÓLOGOS CATÓLICOS EM DISPUTA
O CULTO EUCARÍSTICO
A EUCARISTIA É ATENTATÓRIA À RAZÃO
A EUCARISTIA E O TESTEMUNHO DOS SENTIDOS
EUCARISTIA - - SACRIFÍCIO MISSA
A MISSA E A CEIA DO SENHOR
A MISSA E O CALVÁRIO
O CALVÁRIO NO ALTAR DA MISSA
A EXALTAÇÃO DO SACRIFÍCIO REMIDOR DE JESUS CRISTO
E SERÁ A MISSA UM SACRIFÍCIO EXPIATÓRIO?
O PULO PELA JANELA!
EPÍLOGO
INTRODUÇÃO
A Missa é o ritual católico, semelhante ao culto das demais denominações protestantes e evangélicas. Este termo passou a ser usada na Idade Media entre o século VI e VII e passou a ter um signficado cada vez mais realístico a ponto que a Igreja Católica criou inúmeros rituais agregados a cerimônia da Ceia do Senhor e jura de pé junto que o pão e o vinho se transformam em carne e sangue. A medida que o protestantismo foi tendo mais liberdade de pensamento e expressão e os estudos da Bíblia passaram a ser generalizado e não mais monopolizado pelo clero romano, as novas denominações foram se formando e entendendo que a doutrina católica da transubstanciação dos elementos da ceia é um exagero, e que devemos entender que Jesus ao dizer que este é o meu corpo ao se referir ao pão e dizer que este é o meu sangue, ao se referir ao vinho distribuído na Primeira Santa Ceia, ele falou isto de forma simbólica. Os cristãos devem celebrar a Ceia do Senhor todos os domingos em memória de Jesus, mas não há um novo sacrifício acontecendo ali no altar da missa. A palavra missa, significa missão, também não tem muito sentido, o idela é chamar mesmo de culto a Deus sem mais enrolação.
DEDICO A JESUS CRISTO, * O Mediador da Nova Aliança (Hebreus 9.15), cujo sangue nos purifica de todo o pecado (1ª João 1.7); * O Cordeiro imaculado e incontaminado (1ª Pedro 1.19), cujo sangue é a propiciação pelos nossos pecados (1ª João 2.1); * O Sumo Sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por Seus próprios pecados e, depois, pelos do povo, porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo-Se a Si mesmo (Hebreus7.26- 27); * Que, oferecendo-Se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para salvação (Hebreus 9.28); * Que, havendo oferecido um ÚNICO SACRIFÍCIO pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus (Hebreus 10.12); * Que, havendo ressuscitado dos mortos, já não morre, a morte não terá mais domínio sobre Ele (Romanos 6.9); * O ÚNICO E TODO-SUFICIENTE PORQUE TODO-EFICIENTE SALVADOR (Atos 4.12) que nos ama e, em Seu sangue, nos lavou dos nossos pecados e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; * A ELE A GLÓRIA E O PODER PARA TODO O SEMPRE. AMÉM (Apocalipse 1.5-6). .oOo.
PREFÁCIO
MINGUADÍSSIMOS CATÓLICOS conhecem as doutrinas de sua religião. Aos sacerdotes, outrossim, falta interesse de ensiná-los. Contanto que os seus fiéis os procurem em determinadas circunstâncias, como no nascimento de uma criança, no casamento de uma filha ou nos funerais de um consangüíneo, e se digam católicos no recenseamento, considerar-se-ão líderes. Quanto à missa, então, a ignorância é muito além de crassa. Muitos católicos assistem-na aos domingos. Alguns apreciam-na como parte dos programas comemorativos de datas nacionais, de vitórias políticas ou esportivas ou de formaturas escolares. Promovem-na todos por alma de um falecido parente. Agora, pergunte-se a qualquer católico, romano ou de qualquer outra seita católica, o que ele entende por missa. Faça-se uma enquete entre os próprios praticantes. E ver-se-ão as respostas mais diversas, mais disparatadas e, sobretudo, mais distantes da teologia de sua grei. Ignoram-na por completo. Até os catequistas, professores de religião, se alinham entre os ignorantes da missa. Em visita pastoral esteve em Orlândia o bispo de Ribeirão Preto (Estado de São Paulo). Abalou-se a cidade toda para vê-lo e prestar-lhe homenagens de príncipe. O Bispo, como representante de Cristo na terra, merece as honrarias de Chefe de Estado
, esclarecera o vigário no sermão do domingo anterior à chegada episcopal. Concluída a visita, após a viagem de regresso do prelado, o assunto girava em torno do bispo, seus gestos, suas palavras, sua indumentária e as solenidades que o envolveram. Numa aula da terceira série ginasial, a Elizabeth, catequista fervorosa, sôfrega por descobrir segredos do professor, pois ele fora o único ausente das festas prelatícias, perguntou: Professor, por que o senhor não vai na missa?
que seu português está errado. Deve dizer-se: Ir à missa, como se diz: Vou ao futebol ou ao cinema...
Tá certo, fessô! E por que o senhor não vai à missa? Apesar de ser rigoroso também quanto à redação e à gramática nas provas de suas matérias (História Natural e História Universal), tirando pontos em consequência dos erros de português, o Professor Henrique Cyrillo Corrêa relevou o
tá certo, fessô! da devota aluna e lhe retrucou:
Afinal, o que é a missa?
Ora, a missa é... A missa é missa, né?
Elizabeth, você não me respondeu a pergunta. Você é catequista e deve saber melhor do que todos nós o que é a missa. A pobre Elizabeth, nervosa e desapontada, pôs-se a chorar. E, entre soluços, balbuciou:
Acho que a missa é uma oportunidade pra gente se reunir pra rezá junto. Refugiara-se Elizabeth em suas lágrimas e o Professor Corrêa, embora de convicção religiosa evangélica – protestante, como dizíamos – elucidou o assunto:
É a renovação, a atualização do mesmo sacrifício do Calvário em que se consumou a nossa redenção, conforme ensinam os padres. Um rapaz, o Walter, sempre caladão, demonstrou sua estranheza:
Ué, pensei que a missa era uma devoção como outra qualquer, assim como o rosário, a trezena de Santo Antônio, a novena de Nossa Senhora de Fátima.
Não, Walter! Você não é católico?
Sou católico e rezo toda noite.
É católico e não sabe o que é a missa? Você não vai à missa? Desculpe-me, Walter! Você não vai à missa?, interferiu o Miranda.
Sempre vou. Mamãe me obriga. Se não for à missa, mamãe não me deixa ir ao matinê.
Você não sabe direito o que é a missa porque você é um católico relaxado, invectivou o Falaguasta. Generalizou-se uma altercação. Elizabeth enxugara as lágrimas e agredia um colega que detestava o vigário. Amainados os ânimos com a interferência do professor, pôde ele elucidar:
Pois é, a missa, de acordo com a religião de vocês, repete o sacrifício de Jesus na Cruz. Só que de modo incruento. Incruento quer dizer sem derramamento de sangue porque no Calvário o sacrifício de Cristo foi com derramamento de sangue. Então, é esta a única diferença entre o sacrifício da Cruz e o sacrifício da missa.
Professor, o senhor não é da nossa religião?, perguntou o Milton. Acalmada, insiste Elizabeth:
O Senhor não é católico? É por isso que o senhor não vai à missa? Ah, por isso o senhor não visitou o bispo. É, o povo tá comentando...
Não vou à missa, prosseguiu o Professor,
porque não creio nela. Ir só para atender imposição social? Isso me recuso a fazer. É um absurdo querer-se uma renovação do sacrifício de Cristo e a presença real do mesmo Cristo num pedaço de pão. Elizabeth, o sacrifício de Cristo na Cruz não é de valor infinito?
É, Professor.
Então, como pode ser repetido? Renovado?
O senhor não é cristão?", atreveu-se a perguntar o Falaguasta, trôpego e pálido de tanto masturbar-se, apesar de ser coroinha até das missas cantadas.
[O fervor religioso do ex-padre Aníbal Pereira dos Reis chega a ser agressivo, e olha que eu sou debochado e sarcástico, mas dizer que o rapaz se masturba muito, não tem nada a ver com discussão em tela, e também é uma dedução da parte dele. Não concordo que se deve evangelizar assim, atacando a índole e a pessoa que você quer converter. Está certo que Aníbal tem razão, a maioria dos católicos não entende quase nada da sua religião, mas hoje, também muitos evangélicos também possui conhecimento raso sobre sua fé.]
Justamente porque sou cristão não posso crer na missa. Justamente porque creio na toda-suficiência do sacrifício de Cristo é que descreio da missa
. E o Professor Henrique Cyrillo Corrêa se alongou em explicações sobre a necessidade da morte de Cristo para a salvação do pecador e sobre a toda-suficiência daquele sacrifício cruento por ser de valor infinito. A classe toda sentiu um calafrio com a exposição. O toque da campainha, pondo fim à aula, interceptou-a. E os alunos em cochicho: O Professor Corrêa, então, não é católico?
Você não sabia? O
seu vigário já disse que ele é protestante e a gente não deve escutar o que ele diz
. Vou já na diretoria. Vou contar tudo prô sô Geraldo
. Na aula seguinte, o professor estava impedido de prosseguir seus esclarecimentos, conforme havia proposto. A direção do colégio vedaralhe toda e qualquer manifestação religiosa. No ano seguinte, os alunos perderam o melhor mestre. Vetaramlhe a renovação do contrato como represália por descrer ele da renovação da Cruz na missa. Aquela palavra incisiva, apesar de rápida, deu enorme trabalheira ao pároco que, em domingos sucessivos, precisou pregar sobre a missa, relatando uma enorme série de milagres
feitos pela hóstia e de pavorosos castigos
contra seus negadores, no intento de tornar os seus fiéis refratários às dúvidas. Se os sacerdotes ensinassem todos os aspectos doutrinários do assunto eucarístico perderiam muitos deles. Verificariam estes a absurdidade do santíssimo sacramento
e repeliriam sua devoção e jamais se submeteriam à adoração da hóstia. Certa feita, ao encerramento de um culto evangélico, procuroume, zangada, uma jovem. Exasperara-se com minha mensagem: O senhor atacou minha religião. Sou católica. Vim a convite de uma colega de magistério. Em troca de minha educação ao atender ao convite dela, sou desfeiteada...
E despejou o seu desabafo muito humano. Paciente, ouvia-a. Quando se me ofereceu ensejo, indaguei: Você é católica praticante por ir à missa todos os domingos?
Só aos domingos? Não, senhor! Assisto missa todos os dias. E comungo!
Você está nervosa. Não quero que me responda agora, retruqueilhe.
Você é professora, uma moça culta. Deve ser muito sincera em seu fervor eucarístico. Peço-lhe procurar o seu pároco e informar-se com ele sobre a eucaristia, como sacrifício e comunhão. Desde que você é professora, portanto, moça culta, peça-lhe que lhe dê informações mais extensas e pormenorizadas sobre o assunto missa. E volte amanhã. Se não quiser assistir ao culto para não se sentir desfeiteada, chegue após e procure-me. Na noite seguinte, retorna a professora. Assistiu ao culto. Tudo ouviu. Depois, fomos conversar. Repetiu-me o que o seu vigário lhe havia dito sobre a missa. Fiz que ela declarasse várias vezes a informação do clérigo de que a missa é a repetição ou renovação do sacrifício de Cristo. A meu pedido na noite anterior, trouxe um exemplar da Bíblia chamada católica. Abri-a na Carta aos Hebreus e disse-lhe, ato simultâneo, indicando-lhe os versículos 24 a 28 do capítulo 9 e os versículos 10 a 17 do capítulo 10:
Leia, por favor. Após a leitura e algumas palavras, pedi-lhe:
Procure outra vez o seu pároco e peça-lhe que lhe explique como pode ser a missa renovação ou repetição do sacrifício de Cristo diante destes versículos bíblicos. A jovem perturbou-se. Dispôs-se a falar, de novo, com o seu vigário. E, quando retornou, na noite subsequente, estampava no rosto sua perturbação. Conversamos ainda por várias vezes. Ela sempre se valendo do seu sacerdote. Cada vez mais em dificuldades. O pároco utilizara-se de toda a sofistaria da sua dogmática. E a jovem professora acabou se convertendo a Jesus Cristo e tornando-se membro de uma igreja batista. O método mais eficiente de se evangelizar qualquer pessoa é mostrar-lhe à luz da Bíblia e da razão as incongruências da sua religião. E quando se trata de um católico praticante o ponto chave é a missa. Com efeito, todas as doutrinas referentes à eucaristia têm pela frente os dois mais acérrimos inimigos: a Bíblia e a Inteligência. Como sacerdote, rezei milhares de missas. Missa simples. Missa solene, cantada. Missa de defunto. Missa de corpo presente. Missa de casamento. Missa em datas nacionais. Missa de vitórias políticas. Missa de campeonato de futebol. Missa de
Nossa Senhora. Missa dos
santos. Missa de aniversário de gente importante. Missa de formatura. Missa para pedir chuva e bom tempo. Missa contra peste. Em templos majestosos. Em capelas rurais. Nas praças públicas. Com duas e com doze velas. Acompanhadas de grandes corais. Ou de
benditos" arrastados por pobres beatas. Quantas missas! Centralizei fervorosamente toda minha vida de padre no altar da missa. Na eucaristia. A maturação deste livro exigiu-me longos anos, terríveis sobressaltos, indizíveis angústias e sérios estudos. É ele o resultado de uma busca honesta da Verdade. E objetiva um propósito: esclarecer os católicos sobre os ensinos de sua própria religião quanto à eucaristia por eles ignorada, movendo-os, se sinceros, à fé em Jesus Cristo, ÚNICO E TODO-SUFICIENTE SALVADOR, cujo sacrifício, de valor infinito, adquiriu méritos para a salvação de todos quantos nEle confiam segundo as Escrituras. As citações de importantes documentos conciliares e pontifícios fundamentam a seriedade da exposição e corroboram nossas assertivas. O latim, língua oficial do Vaticano, confirma a legitimidade das transcrições e facilita o recurso às fontes originárias sempre indicadas. Visa ainda este livro ajudar os autênticos pregadores do Evangelho a se informarem sobre a matéria afim de cumprirem a contento sua missão evangelizante. A conversão do pecador é obra do Espírito Santo. Utiliza-nos o Senhor, como Seus instrumentos. E quanto melhores forem estes, mais produzirá Sua atuação. Fecundada, pois, pela Graça do Espírito Santo do Senhor, iluminador das consciências, esta obra abrirá roteiros. Para o católicos fervorosos, abri-los-á conduzindo-os a Jesus Cristo. E para os crentes evangélicos, favorecendo-lhes elementos e dados para novas e gloriosas conquistas de almas. São Paulo, 16 de abril de 1976 Dr. Aníbal Pereira dos Reis (ex-padre) .oOo.
PRELIMINARES
A COMPREENSÃO das palavras é de suma importância e de absoluta imprescindibilidade no estudo de qualquer matéria. No assunto em foco, três vocábulos são fundamentais: sacramento, eucaristia e missa. Muitos outros, a eles correlatos ou referentes nestas páginas encontrados, a seu tempo serão elucidados. SACRAMENTO É um sinal sensível, material, externo, instituído por Cristo, em caráter permanente, que significa e confere a graça, eis a definição da teologia romana (1). São 7 os sacramentos de acordo com a dogmática vaticana: batismo, confirmação ou crisma, eucaristia (o santíssimo sacramento
do altar), a penitência ou confissão, a extrema-unção ou unção dos enfermos, a ordem ou ordenação sacerdotal e o matrimônio (2). Os três aspectos essenciais do sacramento são: A)- SINAL SENSÍVEL – É a matéria que simboliza convenientemente a Graça que, pela mesma matéria, é produzida e conferida. A água, por exemplo, é o sinal sensível do sacramento do batismo porque é de sua propriedade purificar e, portanto, no batismo, ela purifica a alma do pecado original. O pão e o vinho, sinais sensíveis da eucaristia, têm de si a propriedade de alimentar e, transubstanciados na eucaristia, alimentam os seus comungantes. O emprego do sinal sensível só se torna, de fato, sacramento quando acompanhado de determinadas palavras rituais. No batismo, o sacramento ocorre quando a água é infundida sobre o candidato mediante a prolação da fórmula: Eu te batizo em Nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo
. Na eucaristia, os elementos (pão e vinho) se transubstanciam em Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo sob as palavras proferidas pelo celebrante no momento da consagração, de conformidade com as determinações do missal. B)- INSTITUÍDO POR JESUS CRISTO – Em sendo Deus, Cristo é a causa principal dos sacramentos, porquanto só Ele poderia atribuir a um elemento material, sensível, tamanha capacidade de produzir e conferir a Graça. Instituiu-os, outrossim, de modo permanente até a consumação dos séculos. C)- SIGNIFICA E CONFERE A GRAÇA – É, portanto, um sinal eficaz. Há sinais que indicam uma coisa, sem lha dar. A fumaça é sinal de fogo, mas não o produz. O sol, contudo, é um sinal eficaz do dia, porquanto, além de indicá-lo, o produz. O sacramento indica a graça e a produz ex opere operato
, isto é, por si mesmo. Eficaz e infalivelmente a produz. Atendendo os dois requisitos acima, no batismo, infalivelmente o candidato recebe o perdão do pecado original, regenera-se e se torna filho de Deus. Infalivelmente, o