A Viagem de Corinna
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Sobre este e-book
Romance da escritora anglo-espanhola, Corinna Taylor.
Conta uma história de amor, aventura e viagens, inspirada na vida da autora. Um romance gostoso de ler, que narra,com detalhes, lugares misteriosos,remotos e fascinantes ao redor do planeta, que fazem com que o leitor sinta estar embarcando junto nessas viagens.
Corinna Taylor
Hija de padre británico y madre española, pasó la mayor parte de su vida viviendo entre Reino Unido y España. Su primera gran debilidad es la literatura y la segunda, viajar. Siempre le apasionaron las relaciones de pareja, recrearlas, descifrarlas, idealizarlas... es creadora del subgénero Déjà vu, y además, se encuentra súper a gusto escribiendo comedias románticas contemporáneas. Hoy compagina su trabajo de profesora y psicóloga con la escritura, y también, los viajes, por supuesto. English Daughter of British parents, her first great passion is to write and the second to travel. He always liked to create romantic adventures, these made him move to other places, at other times. Today she combines her work as a teacher with writing, and also with travel, of course.
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A Viagem de Corinna - Corinna Taylor
A viagem de Corinna
Corinna Taylor
Copyright © 2018 Corinna Taylor
Esta é uma obra de ficção, os nomes, personagens, e acontecimentos descritos são produto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Todos os direitos reservados. Proibida sua reprodução total ou parcial de forma alguma, seja eletrônica ou mecânica, incluindo fotocópias, gravações ou qualquer sistema de armazenamento e recuperação.
Capítulo 1
Que coincidência, a propriedade que meus pais compraram pertencia à família de Christian Powell, meu amor platônico. Sim, o garoto que eu via quando era pequena, todos os verões nos campos verdes de Somerset, o menino com quem passei tantos momentos divertidos e dei tantas risadas na Inglaterra. Maior ainda foi a minha surpresa quando, ao explorar sua antiga casa, encontrei um pequeno diário escondido atrás das tábuas que revestiam uma pequena estante embutida. Era dele! Esteve escrevendo até ir embora para a universidade, como pôde esquecê-lo?
Devo dizer que a distância, o viver e trabalhar na Espanha, dissolveu, de certa maneira, o nosso contato, não deu tempo para que surgisse nada entre nós. Depois de crescer e cada um ter seu próprio círculo de amizades, foi contudo mais difícil. Sempre me senti atraída por ele, era o garoto dos meus sonhos dourados
, mas nunca me disse nada. Assim, isso se tornou uma mera fantasia.
Tudo mudou depois de ler o diário dele e descobrir que eu também fui a princesinha dos seus sonhos
, todas as páginas falavam de mim! Por que nunca me disse nada?! Imagino que éramos duas crianças, e aquilo era apenas um sonho infantil.
Soube pela família do Christian, que ele tinha partido há poucas semanas, queria viajar pelo mundo. Sempre foi um garoto aventureiro, boêmio e independente. Impossível de localizá-lo, com seu telefone desligado, sem perfil em nenhuma rede social... enfim, qualquer ideia de encontrá-lo parecia impossível.
— Você não está pensando em procurar o Christian, está? Isso é uma loucura! — disse minha mãe.
— Só estava olhando uma foto nossa de quando éramos crianças, não se preocupe!
— Não me trate como uma idiota! Te conheço muito bem e sei de que tipo de coisas você é capaz. — Minha mãe e eu nunca tivemos grande afinidade.
Quando meus pais decidiram voltar para a Inglaterra, não podia acreditar; depois de mais de vinte anos morando na Espanha, pensei que meu pai britânico, tinha se espanholizado
por completo, principalmente porque minha mãe é de origem andaluza. Isso nunca me passou pela cabeça, sempre estivemos entre a Espanha e o Reino Unido.
Cresci em San Sebastián mas estudei na universidade de Bath, e antes de ir para a faculdade, costumávamos passar todos os verões em Somerset, onde vive a família do meu pai. Mas repito, me surpreendeu quando me disseram que tinham comprado uma casa lá, para morar.
Quando tudo aconteceu, eu estava em Salamanca, quase falida. A escola de inglês que eu havia começado anos atrás, já não ia bem, era o ano de 2008, em plena crise financeira. Com muita tristeza e lágrimas tive que fechar meu negócio, ir embora dessa bela cidade e voltar para casa de meus pais, mas desta vez no Reino Unido.
O que mais me doía era voltar a ser dependente e ter que aguentar as recriminações da minha mãe, sempre tradicional e em total desacordo comigo. Entretanto, quando encontrei o diário do Christian, e li suas palavras, a idealização que tinha feito de mim...me dei conta de que não devemos desistir nunca, devemos tentar realizar nossos sonhos.
Foi assim que decidi pôr em prática a loucura que minha mãe tanto temia, contra sua vontade, só com a bênção de meu pai, fui viajar pelo mundo e... procurar o Christian.
— Como vai sobreviver filha? Já não tem mais renda, precisa de um emprego — disse meu pai, que era um homem muito sensato... e compreensivo.
— Sim eu tenho renda papai, você sabe. — Toda a minha família sabia disso, mas poucos me levavam a sério.
— Oh filha! A literatura é só um alimento para o teu espírito, não te dará de comer.
— Papai, o que ganho com os romances é mais do que suficiente para esta aventura, não vou pagar contas, nem financiamento, vendi tudo... até meu carro.
— Você está louca, não pode viver assim! — gritou minha mãe — Se você quer ser uma mulher independente, tem que se endireitar primeiro e esquecer das tuas fantasias malucas.
— É só um tempo! Preciso ver o mundo. — A mentalidade da minha mãe não aceitava que uma mulher partisse em uma aventura assim.
— Querida, isso vai te fazer bem! Te fará mais forte e independente... — dizia meu pai.
— Sim, mamãe não se preocupe comigo, sou bem crescidinha. — Naquela época eu tinha uns trinta e poucos anos.
Meu plano era encontrar o Christian e depois procurar estabilidade profissional. Sim, eu sei que é uma aposta arriscada, mas pelo menos eu tinha a escrita para ganhar algo. Sempre escrevi; narrativas, artigos para webs empresariais... digamos que é meu segundo trabalho.
Se eu deixasse passar a oportunidade de procurar o Christian, é provável que me arrependeria pelo resto da minha vida, era uma visão idílica que me empurrava ao encontro dele, mas era o suficiente para mim.
Antes de ir, tinha que achar um companheiro de viagem, e eu conhecia a pessoa ideal. Um rapaz espanhol que estava na Inglaterra, o Perseo.
— Corinna? Como você está?! Que bom te escutar! — Fazia mais de um ano que não nos falávamos por telefone, embora continuássemos em contato por WhatsApp.
— Como vai a tua aventura, Perseo? Tem falado com a Doreen? — Era a garota por quem estava apaixonado.
— Muito mal! Acabou de me dizer que está saindo com outro cara... estou péssimo! — Eu pressentia que terminaria assim.
— Oh merda! Não fique para baixo, precisa esquecê-la e pensar em você agora.
— É que... eu gostava muito dela, estou mal Corinna, aqui, dormindo num trailer. — Estava em um programa de voluntariado, em Somerset.
— Não se deixe abalar... olhe... amanhã vou te ver! — Eu o resgataria, estava sozinho no Reino Unido e mal falava inglês.
No dia seguinte peguei um ônibus e fui até Street, um lugarejo perto de Somerton, e dali peguei outro ônibus que me deixou no Earth Spirit Centre, um albergue residencial no qual se faz cursos de yoga, meditação e pode-se degustar uma deliciosa comida vegetariana, com a magnífica vista dos prados verdes.
Nesse lugar estava o Perseo, fazendo seu programa de trabalho voluntário, morava num trailer especialmente equipado com eletricidade e Internet. Trabalhava umas cinco horas por dia em troca de alojamento e comida grátis, uma boa oportunidade para aprender inglês e desfrutar da natureza. Ao chegar, perguntei pelos arredores das instalações, e alguns de seus colegas em disseram onde encontrá-lo.
— Perseoo! — Bati na porta do trailer branco em que ele morava, fazia um dia ensolarado esplêndido, estávamos em maio e no sul da Inglaterra, particularmente nessa época, as pradarias de Compton Dundon são maravilhosas.
— Corinna! Finalmente alguém com quem falar espanhol. — Entrei no trailer, estava um pouco bagunçado.
— Hahaha! O que acontece com o teu inglês? Supõe-se que você está aqui para isso, não é?
— Oh! Com tudo isto... não estou sendo receptivo, é verdade. — Sentei em um dos sofás estofados que tinham lá dentro.
— Eu entendo, te disse que não devia vir para cá por ela. Devia fazer isso por você mesmo, para melhorar o teu inglês. — Segurei suas mãos, estavam quentes, como de costume.
— Eu achei que se mudasse de vida e me integrasse na Inglaterra... A Doreen me ajudou em toda esta aventura, me incentivou...
— Não devia ter feito isso, na minha opinião ela brincou com os teus sentimentos. Nem ela mesma sabia o que queria quando te pressionou a vir ao Reino Unido.
— Não deixei de pensar nela desde que fui embora da Espanha. — Seus olhos cor de mel diziam tudo, era um rapaz apaixonado.
— Olhe para você! Está num país estrangeiro, tentando ir frente, tudo por amor, oh, é tão romântico...
— Sim, agora está pensando que sou um bobo, não é?.
— Não, não me entenda mal, me emociona ver o que move esse sentimento. Teus colegas disseram que estava triste.
— Como não vou estar! Isto não tem sentido, quero