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Aves Migradoras
Aves Migradoras
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E-book211 páginas3 horas

Aves Migradoras

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Sobre este e-book

"Aves Migradoras" de Fialho de Almeida. Publicado pela Editora Good Press. A Editora Good Press publica um grande número de títulos que engloba todos os gêneros. Desde clássicos bem conhecidos e ficção literária — até não-ficção e pérolas esquecidas da literatura mundial: nos publicamos os livros que precisam serem lidos. Cada edição da Good Press é meticulosamente editada e formatada para aumentar a legibilidade em todos os leitores e dispositivos eletrónicos. O nosso objetivo é produzir livros eletrónicos que sejam de fácil utilização e acessíveis a todos, num formato digital de alta qualidade.
IdiomaPortuguês
EditoraGood Press
Data de lançamento15 de fev. de 2022
ISBN4064066407049
Aves Migradoras

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    Aves Migradoras - Fialho de Almeida

    Fialho de Almeida

    Aves Migradoras

    Publicado pela Editora Good Press, 2022

    [email protected]

    EAN 4064066407049

    Índice de conteúdo

    O SINEIRO DE SANTA-AGATHA

    PEQUENO DRAMA NA ALDEIA

    A PROVINCIA

    O JURAMENTO DA CONDESSA ESTHER

    CORONADO

    A EMINENTE ACTRIZ

    4.o MILHAR

    LISBOA

    LIVRARIA CLÁSSICA EDITORA

    DE A. M. TEIXEIRA & C.a (FILHOS)

    Praça dos Restauradores, 17

    1922

    PORTO—Imprensa Portuguesa

    Rua Formosa, 116

    AVES MIGRADORAS

    Índice de conteúdo

    —Mas tu és minha amiga, balbuciava a creatura querendo tomar-lhe as mãos n'uma supplica desolada. Devias ter dó d'esta fatalidade que me leva ao encontro de Ruy. Oh, tu não sabes! A idéa d'elle tira-me o somno, embebeda-me, convulsiona-me, vai commigo a toda a parte. Tu ao menos tiveste familia, irmãos, alguem. A mim nunca ninguem me quiz. Os garotos puxavam-me os cabellos, meu pai batia-me em estando embriagado. Aos dez annos puzeram-me fóra, que fosse trabalhar. E andei descalça atraz dos porcos, ia aos sabbados pedir esmolas ás portas dos ricos. Um verão agarram-me a furtar uvas n'uma vinha: o vinheiro era um bruto, jogou-me um tiro; e cheia de sangue, quasi morta, uns cavadores que passavam, foram levar-me a casa da minha madrasta. Mas á embocada da aldeia, como eu ia estendida n'uma padiola de ramos, a senhora marqueza viu-me passar da sua janella, e por caridade, recolheu-me. Alli se fôra creando, a fazer companhia ao menino. Ruy n'esse tempo era um despota, obrigava-a a saltar muros, a pendurar-se de cordas, a fazer de cavallo. E batia-lhe. Em compensação Luiza adorava-o com um amor de cadella agradecida. Do fundo da sua humildade, nascia-lhe um deslumbramento inexplicavel, uma curiosidade, uma cegueira de Ruy. E nervosa, franzininha, como a figura d'uma borboleta na melancholia pallida d'um sonho, adquirira já precocidades: e os seus grandes olhos remordiam na belleza do pequenito, substractos de muitissimas aspirações. Na quinta, os trabalhadores ás vezes perguntavam-lhe:

    —Queres ser amiga além do menino?

    Ella abria os seus olhos vorazes, dizendo com a cabeça que sim. Entrementes o pequeno ia crescendo. Era alto, delgado, divinamente perfeito. Tinha já essa attitude desinteressada d'enthusiasmos, indifferente aos impulsos fortes, desdenhosa, petulante, das creaturas nascidas em meios altos, e destinadas ao predominio. As suas mãos davam cobiça, brancas de cera, e com detalhes mimosos d'obra prima. Oh, mas a bocca, inexplicavel, trazia embrionada na esculptura dos labios, todas as florações mysteriosas d'uma ascendencia patricia—bocca de chefe pela austeridade, de diplomata pela ironia, e de mulher pela doçura com que a descerrava, em sorrisos cicatrizadores das esgarçaduras que a sua altivez antes fizera. Quando elle veio do collegio a primeira vez, empallidecera: mas a expressão dos seus olhos era uma coisa indescriptivel d'encanto, de melancholia e suavidade.

    Á enformatura tenra, oscillando como a haste anemica d'uma flôr de estufa, viera juntar-se o mysterio poetico d'um espirito insexualmente delicado, cujas infantilidades corrigia a cada instante um fogo-fatuo d'idéa, e a graça grave, indecifravel cambiante, da esphinge que contempla, sem desmentir jámais a prega austera da bocca. Era já, n'essa idade, a creatura de gostos raros, avara de palavras e gestos, fria, correcta, com preguiças d'ataxica e relampagos de crueldade na pupila augusta de Cesar, adorando o luxo dos palacios antigos, tendo a mania do bibelotage, e antegostando, como todos os homens da sua familia, uma especie de deleite perverso no desnortear pelo testemunho das suas impressões prevaricadas, a sensibilidade reputada normal pela outra gente. Essa susceptibilidade depressa se embotava todavia, reclamando intercadencias, e por vezes derivando em passageiras allucinações. Indole toda de nuances, refrangida d'um sangue com predominio de soro, como uma luz coada através da sêda d'um biombo, elle parecia arvorar o pallido como flamula de guerra da hoste macabra dos nevrosados, cuja vida o tédio do vulgar envenena. Por seu lado, Luiza conseguira ganhar pela viveza dos seus expedientes e remoques, o espirito da senhora marqueza, ao tempo enlanguescido no estranho mal que ia varrendo as gentes da sua raça, mercê das allianças consanguineas em que esta teimára immobilisar-se. Em cinco annos, nada restava já da pequena mendiga chegada ao palacio n'uma padiola de ramos, com os cabellos nos olhos, os pés enlameados, coberta de trapos, e resequida n'uma magreza dolorosa. Era uma bruna de beiços rubros, dentes pequenos, com fórmas d'esculptura e sadias destrezas d'amazona. Desde a partida de Ruy para Campolide, que ella não tinha na casa occupações definidas. Conservavam-n'a, um pouco por gratidão, e por amor tambem, um quasi nada. E assim era um bocado de tudo—leitora, enfermeira, guarda das estufas, esmolér-mór, creada de mesa e bordadora—e assim podera conservar a sua selvageria d'origem, tão familiar aos serviços da propriedade.

    Luiza era intelligente: alli se fôra educando, aprendendo, adquirindo pela familiaridade da boa companhia e da riqueza esparsa em obras de gosto, através dos velhos aposentos, essa cultura interior de sentimentos, essa exoticidade de preferencias, essa indiscutivel distincção de conversar e receber, que a tornaram depois tão appetecida cá fóra—isto realçado co'a turbulencia da creatura nascida em pleno campo, espojada nos fenos, e rebelde no sangue, longe das peias deformantes da sociedade. Só de longe a longe, á força de hydrotherapias complicadas, a senhora marqueza obtinha uma ou outra hora de vida serena, e conseguia furtar-se aos lugubres nervosismos da enfermidade. Era o feitio de Ruy, menos a juventude, mais a impaciencia. A custo lhe sahia o espirito das abstracções e somnolencias em que ficava embrenhado horas e horas; e exiguamente, distillando a lucidez como uma essencia, gotta a gotta, n'um ting-ling monotono. A sua vida passava-se n'um canto de capella, entre sombras, enterrada n'um fauteuil com baldaquino, e só de lá sahia para se entregar ao cultivo de quatro ou seis predilecções extravagantes. Resentia-se do claustro onde passára os primeiros annos de educanda, e da côrte onde tinha gosado os primeiros mezes de casada. Era uma natureza extatica, adorando as pompas do culto, os requintes subtilisados da lithurgia, os movimentos dramaticos do orgão no instrumental das grandes cerimonias—um pouco de mysticismo, n'um pouco de miguelismo, n'um pouco de idiotismo,—com paixões de plantas monstruosas e aves singulares, alimentando-se de fructas, vestida de antigos damascos e pompadours de raminhos, e tendo sempre bolos d'ovos no beniterio do seu genuflexorio. Era vêr a ternura de Luiza durante as crises da boa senhora, e a meiga servilidade da sua voz rebuscando as mais enternecidas musicas, para pedir perdão de lhe não ter adivinhado mais cedo o pensamento.

    Essa ternura, Luiza não a fazia nascer exclusivamente da gratidão que nutria pela castellã: vinha antes da emoção que Ruy lhe dava, da febre que lhe produzia a lembrança da sua belleza fruste e singular. Todas as dedicações se fundiam n'ella, e assim todas as especies de desejos inquietantes. Vinda d'uma mancebia d'aldeia, onde rolavam a toda a hora palavras bebedas e acções quasi medonhas, Luiza achára entre os moços da quinta, nas conversas surdas da cozinha e da arribana, á hora da ceia, a continuação do que vira e ouvira em casa da madrasta. Fôra preciso um cuidado assiduo, nos primeiros tempos, para refazer-lhe o vocabulario, e transviar para intuitos mais limpidos, a tendencia de vicio que ella trazia no sangue, em purulentos coagulos. Se a educação e o mimo em que fôra subindo, á proporção que se insinuava nas sympathias do palacio, lhe haviam feito a lingua casta, e a expressão virginea, já por fim, no fundo, o terrivel sangue conspirava n'ella, co'as herdanças fataes da vida airada, phosphorejando ardores que a nubilidade ás vezes desencadeava em verdadeiras procellas. Inda creança, o seu amor pelo Ruy já não podia dizer-se immaculado. Não era esse idyllio de bambinos colligados na mesma adoração por uma boneca, nem a celeste comedia, inolvidavel, de duas cabecinhas attentas para o mesmo malmequer que se esfolha á beira d'um campo de trigo, sob o guarda-sol de sêda que a ama baloiça, sorrindo de os vêr tão sérios, os dois noivos pequeninos. Mas uma paixão d'inferior que se deslumbra pelos filhos da raça cujas perfeições não pôde igualar, paixão com haustos de posse, indeclinavelmente physica, prematura, perversa, e cheia d'estonteamentos já torpidos. Com a idade, aquella ancia de Luiza não se corrigia nem purificava, senão ia crescendo, accentuando, colorindo, na medida da sua adolescencia cada vez mais radiosa em seducções.

    Nas férias, mal se sonhava o dia em que Ruy devia chegar, já ella não parava quieta em parte alguma. E eil-a passando os dias nos aposentos do menino, revolvendo alcatifas, mudando o logar do leito, perturbando a ordem dos quadros, a disposição dos mobilamentos, agrupando plantas, pelo que sabia das predilecções de seu amo—pondo stores e biombos em todos os portaes por onde francamente entrassem a luz e o ar. Na casa, os creados sorriam, como quem sabe de tudo—gallinha canta... E os ditinhos pullulavam. Mas um que era já ruço, muito gordo, quasi sacerdotal pela rigidez da compostura, costumava deter-se á porta dos quartos, tossindo devagarinho, a vêl-a trabalhar.

    —É o Ezequiel menina Luiza.

    Ella gostava d'esse, que a defendia sempre das animadversões da creadagem, e por toda a parte a cercava de deferencias tocantes. Mesmo, das suas palavras paternas, ruminadas n'um fundo de reflexão um poucochinho canalha, vinha-lhe uma sorte de lisongeira coragem. Ezequiel era o unico que parecia não pôr em duvida a ascendencia de Luiza sobre a outra creadagem. Emtanto elle ás vezes punha-se a esquadrinhal-a, na sua bonhomia de velho, deixando cahir palavras descuidosas aqui e além, para a fazer dar á lingua, e espaçando reticencias de proposito, no sitio onde a rapariga, simploriamente, logo ia prender revelações.

    —Muitos parabens, menina Luiza. Faltam só quatro dias.

    Ella, fingindo não entender:

    —Ora essa! Para que, Ezequiel?

    Elle ia entrando, punha o espanejador ao canto da porta, enxugava os dedos da pitada ao avental.

    —Estas raparigas, estas raparigas!... E d'ahi que tinha? Não ha tanta menina pobre casada com pessoas grandes? Eu sempre queria vêr...

    —Vossê, Ezequiel, nunca tem melhores lembranças. Ora o mofino!

    E o velho, conciliador:

    —Acaso admira que vossemecê goste de Ruy? O contrario é que espantava. Creados de pequeninos, no mesmo berço quasi... E olhe que têem muita força os beijos a que uma pessoa se acostuma de creança.

    Ella empallidecia e córava sem escrupulo, surprehendida no divino tormento que lhe extasiava o espirito em fogos multicôres.

    —Olhe cá, Ezequiel. Cada um no seu lugar. O que diriam de mim, santo Deus?

    —Coisa nenhuma, coisa nenhuma. Todos vêem como a senhora marqueza trata comsigo. Zús d'aqui, zús d'alli, está-lhe sempre a chamar minha filha. Olhe que é muita amizade, é amizade de mais para uma servente. Eu sei que isto enfurece os invejosos. Não faça caso, menina Luiza, não faça caso.

    —Ah, não tenha medo, Ezequiel.

    —E o menino Ruy então, não fallemos. Esse gosta, e gosta muito. Até cartas lhe manda. Não se faça encarniçada, menina Luiza.

    —O disparate!

    —Já cá sabemos tudo; pois então!

    —Crédo! Santo Nome! São cartas que elle manda para a senhora.

    —Para a senhora, sim, para a senhora mais nova. Eh! Eh! fazia elle batendo as palmas, n'um tom maligno d'avô condescendente. Essa cama que fique bem fofa, essa campainha que fique bem perto. Rapaziada, rapaziada!

    Ouvindo estas coisas, Luiza abandonava-se, perdia a cabeça. E do coração subiam-lhe á bocca ondas de confidencias, gritos d'alma, brutaes franquezas de rebelde. A intensidade do seu sonho interior era tão forte, tão sobreexcitado o delirio da sua imaginação, que para seguir-lhe a trajectoria, Luiza compromettia-se mentindo, gabando-se de scenas imaginarias, sem quasi perceber que se calumniava. Não, Ruy não lhe escrevia. Não, Ruy não gostava d'ella. Mas Luiza, Luiza morria por tel-o ao pé de si. Esses dias eram uma doidice, e Luiza não dormia, Luiza não comia, Luiza não dava attenção á leitura, Luiza estava distrahida á missa da senhora marqueza. A cada instante, omissões no serviço, pequenos confortos descurados nos aposentos, portas abertas deitando correntes d'ar, stores erguidos nas janellas, que endoloriam os olhos da enferma, apenas familiarisados co'as penumbras cinzentas do seu canto d'oratorio.

    Então a fidalga impacientava-se: as impaciencias traziam-lhe o nervoso. Era um horror. Para poisar os dedos no braço de Luiza, abrir o livro de rezas, dar uma dentada n'um bolo, a pobre creatura estava minutos em sobresaltos choreicos, debatendo-se contorcida, sentando-se e erguendo-se apenas se sentava, lançando da bocca palavras improprias, repetindo certos adverbios no meio das phrases: e amargurada, presa de terror, por ter a consciencia de não estar fallando bem.

    Raro, raro, o senhor marquez que residia em Lisboa, na roda dos alegres viveurs d'então, se aventurava até áquelle deserto da quinta, calado, religioso, e com uma expressão claustral d'austeridade. N'essas poucas visitas, sua excellencia não vinha por certo estancar saudades de sua mulher, senão solicitar da pobre dama, mais uma vez, assignatura para alguma hypotheca que o auctorisasse a proseguir na sua vida libertina de velho rapaz. Chegava então pela noite, em caminho de ferro, estava até ao outro dia, e na madrugada seguinte, zut! elle ahi vai. As palavras que os dois esposos trocavam, eram uma simples formula de deferencia imposta pelo orgulho ás cogitações chocarreiras da creadagem, em que ella buscava mostrar o desdem que nutria pelo esposo, e o esposo parecia artificialisar ainda mais, a sua amabilidade correcta de marido desencantado. Na primavera comtudo, a visita do marquez prolongava-se d'alguns dias, como era o tempo das caçadas. Trazia então quatro ou cinco velhos amigos, alguns creados, e as matilhas de galgos requeridas para a diversão. A marqueza recluia-se mais, se é possivel, no seu angulo de palacio, pretextando que a luz lhe encadeava a vista, que o ruido lhe exasperava a migraine, e o aspecto da alegria dos outros mais fazia contrastar a sua mortal e esmaecida tristeza de antiga moribunda. E os caçadores ficavam sós, livres inteiramente para deixar correr sem respeito, n'aquellas duas ou tres semanas de campo, uma impetuosa existencia de barões feudaes, accesa nas risadas do bom vinho das cavas, nas correrias em pós das rapozas e lebres, e castigando-se á noite, finda a ceia, Deus sabe, entre os braços das mulheres que Ezequiel recrutava discretamente pelo burgo, na grande sala de lambeis gobelinos, com mobilias marchetadas de quatro seculos. Todas as manhãs, Ezequiel ia aos aposentos da senhora marqueza deixar galantemente um ramilhete da parte de seu amo, que á volta da caça lhe mandava em plateau tambem, a melhor peça da correria. Os fidalgos de ha trinta annos eram ainda mais inuteis que os de hoje. A mordomos e intendentes abandonavam a gerencia dos seus negocios interiores. Restos d'altivez faziam-lhes encarar desprezivelmente o que elles chamavam classes subalternas. Isto contrastando nas suas horas lucidas com a intimidade que a mór parte abria a fadistas e toureiros, nos momentos de vinhaça, por esses bordeis que ficaram celebres em cantigas do fado. Este marquez de Selmes foi como os outros, um perdulario espargindo fortuna e forças no rodilhão dos prazeres mais em voga ao tempo. Em Lisboa, dava talher a uma turba de litteratos, graciosos e moços de curro, com quem elle gostava de mesclar os seus jantares d'intimos, por manter o ar d'um grande senhor amigo das artes, requestado pela popularidade dos varios conventiculos elegantes da capital. E na quinta, aquelle mundo heterogeneo de parasitas representava-se um pouco, mais resumido, pelo critico Lagoaças, Alberto M., Marquez das Flôres, grande pegador de bois, pai nobre Cezario, e festejado Mattos, que fazia rir a sociedade referindo historias da Lisboa duvidosa, no seu aranzel comico de tatibitati. N'aquella primavera, a surpreza do marquez fôra Luiza, a grande Luiza que lhe surgia de repente uma senhora, e cujas infantilidades o velho galante distrahidamente afagára até ahi. Lagoaças, que era forte apreciador de fructos no cedo, foi

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